Agradeço a Deus, por tudo o que tem feito;
a minha família, pela compreensão do tempo
ausente em prol do Rapel Esportivo;
e a todos que, desde 31 de janeiro de 2016,
apoiaram esta equipe de alguma maneira, para
que pudéssemos levar, a muitas pessoas, um novo
estilo de vida e transformação através das
Técnicas Verticais.
ANDRÉ LUIZ DA SILVA
Introdução ao Rapel Esportivo
Inicialmente, é importante deixar claro que o
rapel não é exatamente um esporte como se lê por aí.
Trata-se de uma técnica de descida utilizada no
montanhismo quando outros meios, como a
caminhada, por exemplo, tornam-se inviáveis. Esta
técnica, que surgiu com Jean Charlet-Stranton, por
volta de 1879, com o montanhismo e a espeleologia
(exploração de cavernas), é muito utilizada, além da
prática livre, em resgates.
Conhecido no Brasil como rapel, a
denominação deste esporte vem do verbo francês
“rappeler”, que significa chamar, recuperar, explorar.
Ou seja, o rapel é uma técnica de descida de
cachoeiras, cascatas, precipícios, prédios, pontes,
morros, penhascos, paredões, viadutos, etc.
Há diferentes versões para o surgimento do rapel.
Uma delas, data do final do século XIX
quando escaladores franceses eram contratados para
pesquisar os cânions e cavernas dos Pirineus
(montanhas que separam o norte da Espanha do sul
da França), criando-se assim uma técnica para
descida.
Rapel Esportivo 3
e suas Possibilidades
Introdução ao Rapel Esportivo
No Brasil, esta atividade ainda é nova e
surgiu há cerca de 15 anos com a profissão de
espeleologia e, nestes últimos anos, vem sendo
praticado com a finalidade esportiva, tendo sua
expansão notória observada no público jovem e nos
praticantes de trilhas.
Os esportes de aventura e o ecoturismo estão
em alta, sendo muito procurados em nossos dias.
São atividades extremamente excitantes e, por
envolverem a idéia de risco à vida, tornaram-se as
atividades preferidas dos “caçadores de aventuras”.
O que ocorre é que muitos desses
aventureiros acabam se preocupando mais com a
emoção do que com a razão, esquecendo-se da
técnica, segurança, pensando em capacetes como
opcionais, não procurando profissionais capacitados
para lhes instruir e acompanhar, e terminam por
transformar a idéia desportiva e de prática segura em
atividade de risco.
Segurança é primordial. Por isso, preze sempre pela
correta utilização dos materiais, bem como os
procedimentos de segurança a serem adotados.
Rapel Esportivo 4
e suas Possibilidades
Tópicos
Aspectos técnicos da descida
6
Apresentação dos Materiais
9
Ancoragens
16
Tipos de Encosta
23
Nós e suas características
25
Tópicos especiais
30
Referências
37
Rapel Esportivo 5
e suas Possibilidades
Aspectos Técnicos da Descida
TIPOS DE RAPEL CONCEITOS DIVERSOS
- TRANSPOSIÇÃO: Procedimento de
- RAPEL POSITIVO: O praticante, a todo
mudança de corda ou transposição de nó.
momento em sua descida, está com seus
pés em contato com a superfície.
- BLOCAGEM OU TRAVAMENTO:
Procedimento utilizado para possibilitar a
- RAPEL NEGATIVO: Ocorre quando o
manutenção das mãos livres, sem
descenso é livre, sem contato com
deslocamento na via de Rapel.
qualquer superfície, ou seja,
“pendurado”.
- ASCENSÃO: subida realizada em corda.
TÉCNICAS DE DESCIDA
- RAPEL FRACIONADO: Basicamente é o
Rapel em que a mesma descida é dividida
- RAPEL À ALPINA: Procedimento de
em trechos, sendo executada por partes. O
descida comum pela corda, conectado ao
descensor vai até certo ponto, e realiza
Loop principal. O praticante se coloca de
transposição para uma outra via de rapel,
frente para a ancoragem, e desce andando
na mesma descida.
de costas. É o tipo de rapel mais simples
de ser executado.
- TIROLESA: Travessia horizontal por meio
de corda, com utilização de sistemas de
- RAPEL FRONTAL (chamado também de
deslocamento (roldanas, mosquetões, etc).
SOLDADO UNIVERSAL ou ASSAULT
): Conectado às costas, de frente para o
- RAPEL GUIADO: Rapel realizado com
sentido de deslocamento, o praticante
cabo-guia na via, onde o praticante desce
efetua a descida. Exige técnica de
até um ponto determinado pelo cabo que o
frenagem e preparo do descensor para
guia. Este procedimento é muito utilizado,
efetuar a descida observando a altura a
entre outros locais, em cachoeiras com
ser vencida.
perigosas quedas d’água.
- RAPEL INVERTIDO: modalidade em
- CASCADING: Rapel realizado em
que o praticante se coloca de cabeça para
cachoeira.
baixo e realiza sua descida.
Rapel Esportivo 7
e suas Possibilidades
Aspectos Técnicos da Descida
- CANYONING ou CANIONISMO: descida
realizada ao longo de um percurso em cânion
seco ou em curso d’água, compreendendo 2 ou
mais descensos de rapel.
- ANCORAGEM DEBREÁVEL: ancoragem
Dinâmica, em que existe a possibilidade, por
meio de nós ou de sistemas específicos, de se
liberar a corda da ancoragem principal, a fim de
controlar o movimento de descida do descensor.
Descenso de Rapel na
Enseada do Bananal-RJ
Rapel Esportivo
e suas Possibilidades 8
Apresentação dos Materiais
Nas atividades verticais, é necessário que o Como características básicas que uma corda
praticante confie completamente no para montanhismo deve possuir para cumprir os
equipamento; daí vem a importância de se requisitos de segurança exigidos, destacam-se:
conhecer as suas estruturas, fraquezas,
melhores aplicações e cuidados essenciais. - RESISTÊNCIA À TRAÇÃO;
Assim sendo, vamos aos materiais básicos - RESISTÊNCIA AO ATRITO;
que se aplicam ao Rapel Esportivo: - FLEXIBILIDADE;
- IMPERMEABILIDADE;
CORDAS - DURABILIDADE.
- CERTIFICAÇÃO CE ou UIAA
Conjunto de fibras, torcidas ou trançadas,
dentro ou não de uma capa, que forma um As cordas possuem capacidades e características
feixe longitudinal flexível. A poliamida e o distintas, normalmente expostas em seus
nylon são os principais materiais manuais, que sempre devem ser observadas e
constituintes, por serem de grande resistência respeitadas. Sobre resistências à carga de
e elasticidade. Porém, são sensíveis aos raios ruptura, são bastante confiáveis, já que são
ultravioletas do sol, sujeira e água do mar, projetadas para aguentar cerca de 15 vezes a
degradando-se mais rapidamente a estas carga de trabalho usual (cerca de 130kg).
exposições. A constituição das cordas de rapel Falando-se especificamente em Rapel, a
e de escalada consistem em uma estrutura de resistência média de uma corda está na faixa dos
fios chamada ALMA, revestidos por uma 30KN (3000kg).
CAPA. A durabilidade de uma corda depende de alguns
fatores como: frequência de utilização,
cuidados com o manuseio, armazenamento
adequado e finalidade empregada. Com isso,
uma corda deve deixar de ser utilizada quando:
-Sofrer impacto violento;
-A alma aparentar estar danificada;
-A capa apresentar desgaste ou dano;
-Cabo entrou em contato com agentes químicos,
Componentes de uma corda estática -Quando se julgar que a corda pode não estar
fonte: www.polaris.com devidamente segura para a atividade.
Rapel Esportivo 10
e suas Possibilidades
Apresentação dos Materiais
As cordas de montanhismo possuem CAPACETES
diferenças quanto à elasticidade. Podem ser
Semi-Estáticas ou Dinâmicas. São basicamente constituídos por
POLIETILENO, o mesmo material utilizado
- SEMI-ESTÁTICA – Corda que se alonga nos capacetes de trabalho em altura. Foram
pouco sob tensão. Sua alma é constituída por projetados para suportarem fortes impactos, e
fios paralelos. São apropriadas para o Rapel. seus orifícios de ventilação são laterais, de
forma que qualquer objeto que caia na cabeça
- DINÂMICA – Corda que se alonga muito do praticante não penetre. Seu uso é
quando sob tensão. São mais utilizadas em imprescindível, e denota o valor que o
atividades de segurança e escalada, para praticante dá a sua integridade física.
amortecimento da queda. Sua alma constitui-
se de fios torcidos.
Para a prática de RAPEL, recomenda-se a Capacete para montanhismo
utilização de cordas SEMI-ESTÁTICAS, pois Petzl
a estabilidade de descida será bem maior, bem
como em possíveis quedas, o alongamento
será mínimo. Em cordas de escalada, tem-se
um alongamento de queda bem maior, pois Uma das maiores dúvidas neste quesito é o
foram projetadas para funcionarem como uso de capacetes de outras modalidades
“amortecedores” para os escaladores, esportivas, como bike, patinação, etc. Estes
minimizando os danos referentes ao impacto são projetados para quedas da ALTURA DE
da queda. UMA PESSOA. Constituídos de
POLIESTIRENO (aglomerado de espuma),
seus orifícios de ventilação são na parte
superior do capacete, o que não favorece sua
utilização em montanhismo, por não ter a
estrutura preparada o suficiente para impactos
Principais marcas de cordas para rapel no decorrentes à atividade de Rapel Esportivo,
mercado: CSL Polaris, K2, BRC Plasmodia e como queda de pedras, impactos em rochas
BEAL. pontiagudas, dentre outros.
Capacete de Skate, com orifícios
superiores que oferecem risco
ao praticante de
Rapel Esportivo
Rapel Esportivo 11
e suas Possibilidades
Apresentação dos Materiais
LUVAS Os loops laterais são especificamente para
materiais, e suportam no máx 2kg, na maioria
Protegem o praticante do aquecimento das marcas existentes. Para descensão,
causado pelo atrito com a corda. Sua utilizamos nossa ancoragem no LOOP BELAY
constituição é de basicamente de couro de SEMPRE.
vaqueta (luvas para rapel à seco), ou de Apesar de serem atividades que demandem os
neoprene (luvas para rapel em ambientes mesmos equipamentos, existe uma
aquáticos). Procure utilizar luvas próprias diferenciação entre o baudrier de escalada e o
para o Rapel Esportivo, evitando assim a utilizado no Rapel Esportivo, e que influencia
utilização de luvas pigmentadas, já que são de diretamente nos procedimentos. O baudrier de
tecido sua resistência à abrasão é muito escalada possui o Loop Principal na posição
inferior. vertical, o que facilita a utilização de nós
diretamente na alça. Porém, para rapel, o loop
se torna inviável em momentos de
Luvas marca TECMATER procedimentos que envolvam o sistema de
compostas por frenagem, já que ficará na posição 90° com o
couro de vaqueta solo. Para isso, as cadeirinhas próprias para
rapel possuem seu loop principal PARALELO
AO SOLO, de forma que o sistema de frenagem
ASSENTO , BAUDRIER ou fique “de cara” para o praticante, permitindo
CADEIRINHA assim a realização de todos os procedimentos
com corda. Além disso, no baudrier de escalada,
Equipamento utilizado para prender os as fitas da perna são presas ao loop principal,
conectores que farão seu elo com a corda. enquanto que nas de Rapel Esportivo, são presas
Deve, além de sustentar seu peso, distribuir diretamente na fita central.
corretamente no corpo a força transmitida
pela corda quando em atividade, queda ou
impacto. Daí a importância de se observar a
atividade que será exercida para a escolha do
assento correto, pois este irá determinar o
centro de gravidade do praticante.
Normalmente são feitos de fitas específicas,
mas podem ser improvisadas com cabos ou
fitas tubulares, em casos de emergência.
O Baudrier possui “Loops” em toda sua
cintura, para que comporte os materiais, bem
como suporte o praticante na corda. Os loops Baudrier voltado para Baudrier próprio para
laterais são chamados tecnicamente de “anéis escalada prática de Rapel Esportivo
do rack”, e o loop principal de “Loop Belay”.
Rapel Esportivo 12
e suas Possibilidades
Apresentação dos Materiais
FITAS para montanhismo Utilização mais comum do cordelete no Rapel
Esportivo é a confecção de nós blocantes. E um
Utilizadas principalmente em ancoragens, por detalhe: para que o cordelete realmente cumpra
sua grande resistência à tração, abrasão e por sua função de blocar a carga, é necessário que a
serem menos flexíveis, são fabricadas em diferença de bitolas entre corda e cordelete seja
poliamida de alta resistência, o que determina a maior possível, respeitando a segurança.
sua alta carga de ruptura (em geral 22KN). Recomenda-se a utilização de cordeletes de
Podem ser utilizadas das mais diversas 4mm a 6mm de bitola.
maneiras, observando-se a adequabilidade em
cada caso.
Quando suas pontas são unidas por uma
costura de alta resistência, são chamadas de Exemplo de
FITAS TUBULARES; quando não possuírem cordelete
costura (extremidades livres), são chamadas
de FITAS SOLTEIRAS. Estas últimas, para
utilização com pontas unidas, deve-se
executar um único nó de junção, chamado de MOSQUETÕES
Nó de Fita, existente exclusivamente para
unir fitas solteiras. Qualquer outro nó de São normalmente utilizados para conexão do
junção poderá “correr”, comprometendo a descensor com a corda, em ancoragens, além de
segurança do nó. muitas outras aplicações. Dividem-se
basicamente em 2 tipos:
Exemplo de - MOSQUETÕES DE SEGURANÇA:
fita “solteira” Suportam carga de 2200kg (duralumínio),
podendo chegar a 7000kg (aço). Possuem trava,
sendo utilizados em ancoragens (aço) e
CORDELETES segurança individual (duralumínio);
São as “mini-cordas”, com
mesma tecnologia de construção das cordas - MOSQUETÕES LIGEIROS: Não possuem
de descensão. Possuem geralmente a mesma trava. Normalmente equipam fitas expressas.
carga de ruptura de uma corda de bitola / Suportam carga igual ou superior à 2200kg, e
grossura maior, e foram projetadas para fins não são recomendados para utilização em
múltiplos. Para um praticante de descenso ancoragens ou segurança individual, devido ao
esportivo, é fundamental possuir cordeletes perigo de abertura repentina do mosquetão.
em quantidade, para garantia de material Recomenda-se utilizar somente para transporte
suficiente nas mais diversas manobras. e suporte.
Rapel Esportivo 13
e suas Possibilidades
Apresentação dos Materiais
Mosquetão de Segurança - Oval: Mosquetão com seu formato definido,
com trava rosqueada em forma oval. São mais utilizados em
conexões de polias e materiais que não
necessitem de um ponto estático. Pensando
nesta forma, não são recomendados para
Mosquetão Ligeiro
utilização em ancoragens.
Sem travamento
FREIOS, DESCENSORES OU
DESCENDERS
Além disso, o design do mosquetão define sua
aplicabilidade. Vamos à classificação: Utilizados para se controlar a descida e sua
frenagem. O mais comum é o FREIO OITO, e
- HMS: Mosquetão de formato circular suas variações serão abordadas em capítulo
maior em seu topo, e menor em sua base. É posterior. Existem outros equipamentos que,
um dos melhores mosquetões para se improvisadamente, podem ser usados como
realizar procedimentos em geral no Rapel, descensores. Aprofundando-se mais no mundo
já que por possuir um topo circular maior, do Rapel, para cada descensor, tem-se um
“aceita” melhor os nós nele objetivo específico de acordo com seu formato e
confeccionados. espessura. Freios voltados para ambientes
aquáticos (cachoeiras a exemplo) são em geral
- “D” Assimétrico: Mosquetão em forma de mais finos, mais velozes e menos resistentes
“D”, em que seu desenho se configura em quando utilizados em ambientes secos.
2 pontos de posicionamento: um no topo
(na transição do topo para o corpo) e um na
base (na junção do corpo com a base), o
que torna o sistema mais ESTÁVEL, por Exemplo de Freio 8
estar fixo em um ponto. Entretanto, para
utilização de nós, seu uso é bem menos
prático que o do mosquetão HMS, mas são
aplicáveis.
ASCENSORES OU ASCENDERS
- “D” Simétrico: Mosquetão “D” que
possuem seu formato simetricamente Utilizados na ascensão em corda, blocando a
igual, o que favorece a fixação da corda em descida e liberando o deslocamento no
um ponto específico e oferece estabilidade. movimento de subida. São uma opção eficaz
São comumente adotados por mosquetões quando se quer rapidez em um auto-resgate, por
de ancoragem (aço). exemplo, pois seu sistema é de fácil instalação.
Rapel Esportivo 14
e suas Possibilidades
Apresentação dos Materiais
Na sua estrutura, observam-se garras que se Alguns exemplos da utilização podemos citar
fincam na corda quando em um movimento como se clipar em um corrimão de segurança,
descendente, o que trava o praticante na se ancorar em 2 pontos fixos, ancorar o
descida; isto não danifica a corda (a curto praticante e mais uma pessoa em um ponto
prazo), porém, com cargas maiores, é possível fixo, etc. Para Canionismo, o padrão a ser
de que seu uso possa danificar a capa da utilizado é o de 3 pontos, e pode ser comprado
corda, comprometendo a segurança. ou mesmo confeccionado a partir de cordas
DINÂMICAS.
Ascensores
modelo “JUMAR” Vache Double marca
Simmond
BLOQUEADORES
Possuem a mesma tecnologia dos ascensores
(bloqueiam a descida e são livres na subida
em corda), entretanto com uma diferença:
não possuem punho de suporte para encaixe
das mãos no equipamento. Servem para
realizar uma parada na via, a fim de se liberar
as mãos com segurança, ou mesmo ascensão
dependendo da situação. A exemplo, temos o
TIBLOC, BASIC e CROLL, todos da Petzl.
Bloqueador Tibloc
RABO DE VACA, LONGE ESCALADA OU
VACHE DOUBLE
Um novo material a ser padronizado em
nosso manual como básico, o “Rabo de Vaca”
é um sistema de 2 ou 3 pontos em que o
praticante irá se utilizar para diversos fins,
principalmente sua segurança.
Rapel Esportivo 15
e suas Possibilidades
Ancoragens
Procedimento aplicado na montagem de
cabos, para as mais diversas manobras no
Rapel Esportivo, em um ponto fixo natural ou
artificial. O ponto de ancoragem deve ser Chapeleta
escolhido com muito cuidado, pois de nada com parabolt Pino ou grampo
adianta ter um equipamento bom e resistente,
e montá-lo em um ponto frágil, que não Para a confecção de ancoragens, utilizam-se as
suportaria a atividade. fitas tubulares, cordeletes ou o próprio cabo (
Existem dois tipos de ancoragem: Em Ponto- nas ancoragens em pontos-bomba,
Bomba ou em Proteções fixas. principalmente ). Por via de regra, não se
recomenda passar seu mosquetão de ancoragem
-PONTO BOMBA: Qualquer ponto estrutural diretamente nos pinos, devido a diferença do
natural ou artificial que suporte, por si só, a material de menor densidade poder ser
ancoragem sem necessidade de Backup. desgastado com o atrito; para isso, utilize fitas
Caracteriza-se principalmente por grandes ou cordeletes. Já com relação as chapeletas,
estruturas artificiais (borda lateral de pontes, recomenda-se passar seu mosquetão de
pilastras, etc) ou elementos naturais de grande ancoragem DIRETAMENTE, evitando a
porte (árvores, rochas com desenho favorável, utilização de fitas e cordeletes diretamente, já
etc). que a estrutura das chapeletas são finas, o que
contribui para uma maior pressão no ponto de
contato com o material têxtil.
A classificação dos pontos de ancoragem podem
Exemplo de Ancoragem em ser de 2 formas: quanto à equalização e quanto
Ponto-Bomba ao posicionamento do backup.
Quanto à equalização:
Quando se quer utilizar 2 ou 3 pontos de
-PROTEÇÕES FIXAS: São objetos ancoragem ao mesmo tempo, os pontos
confeccionados para fins de ancoragem, com utilizados sofrem menos tensão, aumentando
grande resistência ao cisalhamento. ainda mais a segurança no ponto de ancoragem.
OBRIGATORIAMENTE deve-se realizar Esta divisão de carga chama-se Equalização,
“Backup” em sua ancoragem (possuir mais de que podem ser em “V” ou em “W”.
um ponto ancorado), já que sua durabilidade é
finita e sua resistência decai ao longo do
tempo, devido às intempéries e degradação
Exemplo de equalização
natural do material. Podem ser tanto em aço- em “V”
carbono, como em aço-inox. Alguns exemplos
são os pinos (ou grampos) e chapeletas.
Rapel Esportivo 17
e suas Possibilidades
Ancoragens
Recomendações: Quanto ao posicionamento do backup:
• As equalizações jamais devem ter um Caso o backup esteja posicionado lateralmente à
ângulo superior à 120°, por conta de uma ancoragem principal, esta configuração será
multiplicação da carga nos pontos de denominada ANCORAGEM EM PARALELO.
ancoragem, que pode chegar a 100% do Em outra análise, se o backup estiver
valor da carga em cada ponto. posicionado acima da ancoragem, na mesma
linha imaginária vertical, será considerada
ANCORAGEM EM SÉRIE.
• Evite o TRIÂNGULO AMERICANO ou
TRIÂNGULO DA MORTE. Segundo
estudos, a força exercida nos pontos de Paralelo Série
ancoragem varia de acordo com o ângulo
formado. Desta forma, enquanto que com Em termos de acionamento de backup, o
uma ancoragem equalizada em “V”, com posicionamento EM PARALELO irá deslocar a
um ângulo de 50°, temos uma força carga lateralmente, perfazendo um pêndulo.
aplicada nos pontos de ancoragem de Dependendo do local, o perigo se encontra no
55,17% do peso da carga, para um mesmo atrito da corda de rapel com a superfície,
ângulo em um triângulo americano temos podendo levar ao seu desgaste e possível
um valor de 93,06% do peso da carga rompimento. Já em ancoragens em SÉRIE, a
(fonte: marski.org). Ou seja, para um carga somente sentirá um “tranco”, segundo a
triângulo americano, temos quase 100% de sobra de corda existente entre a ancoragem
tensão em cada ponto de ancoragem, o que principal e backup. Sendo assim, prefira
sobrecarrega individualmente cada confeccionar ancoragens EM SÉRIE.
proteção fixa.
Recomendações:
Exemplo de uma • Evite utilizar Mosquetões de duralumínio nas
ancoragem ancoragens, já que sua resistência específica
configurada em é bem menor que a do Mosquetão de aço
“Triângulo da Morte” (duralumínio=22KN /aço=70KN);
Rapel Esportivo 18
e suas Possibilidades
Ancoragens
• Evite “passar” os mosquetões diretamente
nos grampos. Para isso, utilize as fitas
tubulares ou cordeletes, pois as densidades
do mosquetão e do grampo são diferentes.
• Chapeletas foram feitas para que se
utilizem os mosquetões DIRETAMENTE
NELAS, dispensando a utilização de fitas Aduchamento em Corrente
tubulares ou cordeletes diretamente. Próprio para transporte no
interior de mochilas e
• Cheque o Ponto-Bomba antes de sua compartimentos, já que não se
utilização. Árvores secas, estruturas em entrelaça. Sua soltura também
degradação ou pedras soltas, por exemplo, se dá facilmente, sem
devem ser evitados. provocar “cocas”.
• Utilize nós apropriados para ancoragem,
pois suas resistências foram testadas em
estudos prévios. Nós de “gambiarra”
devem ser banidos.
• Realize o cheque constante dos materiais
de ancoragem. Afinal, a atividade de Rapel
Esportivo inicia-se na confecção da
ANCORAGEM.
ADUCHAMENTO DE CABOS
Existem inúmeras formas de compactar o
cabo, de forma que facilite o deslocamento ou Aduchamento “Vai e Vem”
o armazenamento. O ADUCHAMENTO Próprio para transporte fora
consiste neste processo. A seguir, listamos de mochilas, sendo
alguns exemplos deste procedimento: rapidamente confeccionado
por um indivíduo, sem
Aduchamento em Anel necessidade de ajuda. Sua
Próprio para transporte desvantagem consiste na
individual, fora de mochilas. possibilidade de provocar
“cocas” no desenrolar.
Rapel Esportivo 19
e suas Possibilidades
Ancoragens
DEFINIÇÃO DE ANCORAGENS
DEBREÁVEIS
Muito comuns no vertical Europeu, as
ancoragens debreáveis consistem no
dinamismo da ancoragem, para que se
possa, do ponto de fixação da corda,
controlar a descida do praticante caso haja
necessidade. No Canionismo, os sistemas
debreáveis são fundamentais para garantir
a segurança do Canionista e possibilitar o
recolhimento de corda ao final da descida
de Rapel.
O processo de DEBREAGEM advém da
ancoragem debreável, em que o
ANCORADOR desce o praticante (que
está preso na corda) através da liberação
gradativa da corda no ponto de
ancoragem. Este procedimento pode ser
aplicado tanto na primeira descida de
rapel , como reonhecimento, quanto em
um resgate em que um praticante esteja
preso, impossibilitado de seguir no rapel.
Ancoragem Debreável blocada no
freio OKA
Rapel Esportivo 20
e suas Possibilidades
Ancoragens
EXEMPLOS DE ZONAS DE
ANCORAGEM:
Ancoragem em série, com
ancoragem principal
abaixo. Possibilidade de
equalização em “V”
Ancoragem em paralelo,
com ancoragem principal
em qualquer ponto .
Possibilidade de equalização
em “V”.
Ancoragem em série, com
ancoragem principal no
ponto abaixo e backup em um
dos dois pontos acima;
Ancoragem em paralelo, com
ancoragem principal
equalizada em “V” no ponto
abaixo e um dos pontos
acima, e backup na lateral
oposta; Possibilidade de
equalização em “W” nos três
pontos.
Rapel Esportivo 21
e suas Possibilidades
Ancoragens
Ancoragem em série, com
ancoragem principal no
ponto central e backup à
esquerda; Ancoragem em
paralelo com ancoragem
principal equalizada em “V”
a direita, e backup a
esquerda. Ancoragem em
paralelo com ancoragem
principal equalizada em
“V” a esquerda, e backup a
direita. Possibilidade de
equalização em “W”.
Ancoragem em paralelo,
com ancoragem principal
em qualquer ponto e backup
lateral . Possibilidade de
equalização em “V” com
backup lateral e equalização
em “W”.
Ancoragem em série, com
ancoragem principal abaixo
equalizada em “V” e backup
no ponto acima; Ancoragem
em paralelo, com ancoragem
principal equalizada em “V”
em um dos pontos abaixo e o
ponto acima, e backup na
lateral oposta. Possibilidade
de equalização em “W”.
Rapel Esportivo 22
e suas Possibilidades
Tipos de Encosta
Iniciando a discussão sobre os diferentes tipos • . É o tipo de vertente mais difícil de se
de encostas, valem ressaltar algumas realizar a saída de Rapel, por exigir técnica e
definições: “feeling” do comportamento do corpo do
descensor à medida que entra na via de
• Acidentes geográficos: resultantes da Rapel. O RAPEL TENDE A SER
erosão, desgastes pelo congelamento, NEGATIVO.
degelo ou drenagem da água dos terrenos
baixos. • Convexa: encosta abaulada. Este tipo de
• Encosta ou vertente: superfície inclinada encosta se aproxima a um formato “oval”,
do terreno, que forma um ângulo com o próprio para iniciantes na prática do Rapel,
plano horizontal, cujo grau de inclinação pois sua passagem do plano horizontal para o
denomina-se DECLIVE. plano vertical é facilitada pela curvatura
constante. O RAPEL TENDE A SER
Para análise da descida de rapel, é importante POSITIVO ou POSITIVO E NEGATIVO.
destacar os 3 tipos de encostas, que podem
influenciar na dificuldade que o praticante
poderá ter no percurso de descenso:
• Plana ou uniforme: declividade constante.
É A FORMA DE ENCOSTA QUE SE Encosta Convexa
QUEBRA COM A HORIZONTAL EM
ATÉ UM ÂNGULO DE 90°. Esta forma de
encosta afeta diretamente na saída do
Rapel, tendo em vista que quanto mais
inclinada for sua angulação, maior será o
efeito de aceleração de saída. Ou seja, seu
controle de frenagem de saída exige
técnica, para que o praticante não venha a
“pendular”. A VIA DE RAPEL SEMPRE Encosta Plana
SERÁ EM SUA TOTALIDADE
POSITIVA.
• Côncava: a declividade diminui à
proporção que se desce a encosta. Esta
forma de encosta se assemelha a um
formato “C”, influenciando diretamente na Encosta Côncava
saída do Rapel, exigindo uma saída lenta e
constante no controle do freio.
Rapel Esportivo 24
e suas Possibilidades
Nós e suas características
Principais nós utilizados no Rapel Esportivo
Nós de ANCORAGEM:
Nó OITO com uma alça
• Resistência Mantida: 77,6%;
• Modo de confecção: Fácil;
• Utilização: ancoragens (principal) e fins
gerais;
• Posicionamento da alça: transversal ao
eixo da corda;
• Facilidade para desatar quando
tensionado: moderado;
Nó SETE
(OITO DIRECIONAL)
• Resistência Mantida: cerca de 80%;
• Modo de confecção: Fácil;
• Utilização: ancoragens (principal, que
possuam backup em série) e fins gerais;
• Posicionamento da alça: paralelo ao
eixo da corda;
• Facilidade para desatar quando
tensionado: sim;
Nó NOVE
• Resistência Mantida: cerca de 80%;
• Modo de confecção: Fácil;
• Utilização: ancoragens (principal) e fins
gerais;
• Posicionamento da alça: transversal ao
eixo da corda;
• Facilidade para desatar quando
tensionado: sim;
Rapel Esportivo 26
e suas Possibilidades
Nós e suas características
Principais nós utilizados no Rapel Esportivo
Nós de ANCORAGEM:
Nó BUTTERFLY
• Resistência Mantida: 75%;
• Modo de confecção: fácil;
• Utilização: ancoragens (principal com
vias muito abertas), isolamento de
pontos danificados e outros fins;
• Posicionamento da alça: transversal ao
eixo da corda;
• Facilidade para desatar quando
tensionado: sim.
Nó ANDALUZ
• Resistência Mantida: maior que 80%;
• Modo de confecção: moderado;
• Utilização: ancoragens (principal sem
necessidade de fusível) e fins gerais;
• Posicionamento da alça: paralelo ao
eixo da corda;
• Facilidade para desatar quando
tensionado: sim.
Rapel Esportivo 27
e suas Possibilidades
Nós e suas características
Principais nós utilizados no Rapel Esportivo
Nós de UNIR CORDAS (mesma bitola):
Nó PESCADOR DUPLO
• Resistência Mantida: 78,2%;
• Modo de confecção: fácil;
• Utilização: unir cordas (considerado por
muitos o mais seguro);
• Facilidade para desatar quando
tensionado: difícil.
Nó OITO para unir cordas
• Resistência Mantida: 75%;
• Modo de confecção: moderado
• Utilização: unir cordas
• Facilidade para desatar quando
tensionado: moderado
Nó DIREITO
• Resistência Mantida: 55%;
• Modo de confecção: fácil. Necessita ser
arrematado;
• Utilização: unir corda;
• Facilidade para desatar quando
tensionado: fácil.
Rapel Esportivo 28
e suas Possibilidades
Nós e suas características
Principais nós utilizados no Rapel Esportivo
Nós de UNIR CORDAS (bitolas diferentes):
Nó ESCOTA SIMPLES
• Resistência Mantida: 51,1%;
• Modo de confecção: fácil;
• Utilização: unir cordas;
• Facilidade para desatar quando
tensionado: moderado
Nó ESCOTA DUPLA
• Resistência Mantida: 54,7%;
• Modo de confecção: moderado
• Utilização: unir cordas;
• Facilidade para desatar quando
tensionado: moderado
Nó de UNIR FITAS solteiras:
Nó de FITA
• Resistência Mantida: 70%;
• Modo de confecção: moderado
• Utilização: unir fitas (é o único nó que é
eficaz para este tipo de material)
• Facilidade para desatar quando
tensionado: moderado
Rapel Esportivo 29
e suas Possibilidades
Tópicos Especiais
Normas, Certificações e Simbologias
Os Mosquetões possuem muitos detalhes
técnicos que, por vezes, são menosprezados
pelos praticantes de Rapel Esportivo.
Pensando nisso, vamos fazer uma abordagem
objetiva visando decifrar o enigma das
DESCRIÇÕES CONTIDAS NOS
CONECTORES. Faz-se importante atentar
para o que cada mosquetão traz escrito em seu
corpo, pois um detalhe pode fazer bastante
diferença na utilização do praticante.
Certificações e Simbologias
Conforme Especificações (União Européia)
European Norms
União Internacional das Associações de
Alpinismo
NBR Norma Brasileira
Certificação Européia com sequência de
Números que são o código da marca do
mosquetão
Rapel Esportivo 31
e suas Possibilidades
Tópicos Especiais
Certificações e Simbologias
Certificação Européia para Trabalho em
NBR 15837:2010 altura
Norma padrão da UIAA para
UIAA 121 construção dos conectores esportivos
Certificação Européia adotada pela
EN 12275:1998 UIAA para mosquetões de uso
Esportivo
Certificação Brasileira de conectores
362:2004 para Trabalho em altura
Leia o manual
Kilonewton – Unidade de medida
PADRÃO para a medida de resistência
dos mosquetões
Resistência máxima longitudinal do
mosquetão em KN
Resistência máxima Transversal do
mosquetão em KN
Resistência máxima Transversal do
mosquetão QUANDO ABERTO em KN
Rapel Esportivo 32
e suas Possibilidades
Tópicos Especiais
Significado das letras dos Mosquetões
segundo a norma EN12275:1998
• B: (basic) – Mosquetões de base
• D: (directional) – Assimétrico
• X: (oval) – Formato oval
• H: (HMS) – Formato Pêra para confecção de nós
• K: (klettersteig) – Utilização em via ferrata de
escalada; são de travas automáticas
Rapel Esportivo 33
e suas Possibilidades
Tópicos Especiais
Principais freios descensores disponíveis no Brasil
Rapel Esportivo 34
e suas Possibilidades
Tópicos Especiais
Principais freios descensores disponíveis no Brasil
Rapel Esportivo 35
e suas Possibilidades
Tópicos Especiais
Principais freios descensores disponíveis no Brasil
Rapel Esportivo 36
e suas Possibilidades
Referências
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2. http://ahistoriadorapel.blogspot.com.br/
3. http://www.blogdaescalada.com
4. http://www.portaleducacao.com.br/educacao-fisica/artigos/62041/historia-do-
rapel#ixzz4680sTaUY
5. http://www.trilhaseaventuras.com.br/os-estilos-da-pratica-rapel/
6. http://tecnicasverticais.blogspot.com.br/2013/02/ancoragens-tudo-comeca-aqui.html
7. http://www.chockstone.org/techtips/equalise.htm
8. http://www.marski.org/artigos/121-artigos-tecnicos/232-forcaancoragem
9. http://vertclimb.com.br/ESW/Files/Ns_e_Resistncia_Especfica_-_Artigo.pdf
10. http://vertclimb.com.br/ESW/Files/Sistema_de_Ancoragem_e_Equalizaes.pdf
11. http://ec2-107-21-65-169.compute-1.amazonaws.com/content/ABAAAfk3UAC/manual-
tecnicas-verticais?part=6
12. http://agarras.com.br/seguranca-pagina6.php
13. http://www.osobrevivente.net/#!sobre-22/comk
14. http://guiavertical1.blogspot.com.br/2011/04/tipos-de-corda.html
15. http://blogdescalada.com/como-lavar-a-sua-corda-de-escalada-lavarropas/
16. http://docplayer.com.br/6853453-Introducao-as-tecnicas-verticais.html
17. http://outdoors.stackexchange.com/questions/9848/distel-hitch-vs-prussik
18. Manual AlpenPass freios 8
19. Manual técnico HUIT Petzl
20. Manual técnico OKA Kong
21. Manual técnico HIDROBOT Kong
22. Manual técnico PIRANA Petzl
23. Manual ULTRASAFE conectores
24. Manual UIAA 121
25. McKENTLY J. Rescue Knot Efficiency Revisited. International Technical Rescue Symposium.
CMC Rescue 2014.
26. NBR 15837:2010 – conectores
27. RICHARDS D. Knot vs Rope. Cordage Institute. EUA/2004
28. STONE M. What Knot?. Tasmania, 2ª edição/2006.
Rapel Esportivo 37
e suas Possibilidades