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Unidade Vii - Direito Coletivo Do Trabalho

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UNIDADE VII - DIREITO

COLETIVO DO TRABALHO

Profª. Drª. Aline Passos Maia


Fortaleza - 2024.2
Negociação Coletiva - Definição

Negociação Coletiva de trabalho é o termo genérico a significar o ajuste


feito entre as entidades sindicais e as entidades patronais ou empresas
individuais ou agrupadas, tendo em vista estabelecer condições de
trabalho para todos os trabalhadores compreendidos na base territorial das
entidades negociantes, vinculando todos os trabalhadores e
empregadores na referida base (Lima, 2010).

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➢ Método autocomposição para resolução de conflitos, pelo qual
ao final, surgem documentos (acordo coletivo de trabalho e
convenção coletiva de trabalho) que fazem lei entre as partes
negociantes, passando a valer para todos os contratos individuais
de trabalho, exceto se no contrato individual as condições forem
melhores para o trabalhador.

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Localização Legal
➢ Art. 7º, CF/88: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;


XIII- duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

➢ Art. 8º, VI, CF/88: é obrigatória a participação dos sindicatos na negociação coletiva.
➢ CLT: art. 611 ao 625
➢ Recomendação nº 91 da OIT

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CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO - CONCEITO

➢ Convenção Coletiva ( Sindicato dos trabalhadores x Sindicato dos empregadores)

Art. 611 CLT - Convenção Coletiva de Trabalho é o acôrdo de caráter normativo, pelo qual dois ou
mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de
trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho.

➢ Acordo Coletivo ( Sindicato dos trabalhadores x Empresa (s) )

§ 1º “É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos


Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem
condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas acordantes às
respectivas relações de trabalho”

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Como funciona a Convenção Coletiva
➢ Toda categoria profissional tem uma data-base.

➢ Três meses antes desta data, o sindicato convoca a categoria, por meio de um edital
publicado em jornal, para participar da assembleia geral que discutirá a pauta de
reivindicações que, depois de aprovada, será apresentada às entidades patronais.

➢ A Convenção Coletiva de Trabalho tem origem em uma pauta de reivindicações


aprovada em assembleia da categoria.

➢ A partir disso são negociadas as bases para uma Convenção Coletiva de Trabalho,
documento firmado entre as entidades sindicais de empregados e as patronais.
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➢ Súmula nº 374 do TST
NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 55 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito


de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no
qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria.
(ex-OJ nº 55 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)

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Negociado sobre Legislado
Art. 611-A CLT - A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei
quando, entre outros, dispuserem sobre:

I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;


II - banco de horas anual;
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis
horas;
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei nº 13.189, de 19 de novembro de
2015;

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V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como
identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;

VI - regulamento empresarial;

VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho;

VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;

IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por
desempenho individual;

X - modalidade de registro de jornada de trabalho;

XI - troca do dia de feriado;

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XII - enquadramento do grau de insalubridade;

XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades
competentes do Ministério do Trabalho; (VIDE ART. 611-B, XVII E ART. 60 CLT)

XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas


de incentivo;

XV - participação nos lucros ou resultados da empresa.

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§ 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do
Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 8º desta Consolidação.

➔ art. 8ª,§ 3o CLT - No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a


Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do
negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia
da vontade coletiva. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)

➔ Art. 104. CC - A validade do negócio jurídico requer:

I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; Profª Aline Passos
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
§ 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por
não caracterizar um vício do negócio jurídico.

§ 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção


coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos
empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do
instrumento coletivo.

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Cláusula de Barreira
Art. 611-B CLT - Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho,
exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos:

I - normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS);

IV - salário mínimo;

V - valor nominal do décimo terceiro salário;

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VI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

VIII - salário-família;

IX - repouso semanal remunerado;

X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por


cento) à do normal;

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XI - número de dias de férias devidas ao empregado;

XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XIII - licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias;

XIV - licença-paternidade nos termos fixados em lei;

XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério
do Trabalho;

XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas;

XIX - aposentadoria;

XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador;

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XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência;

XXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXIV - medidas de proteção legal de crianças e adolescentes;

XXV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso;

XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa
e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo
de trabalho;

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XXVII - direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender;

XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais


sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve;

XXIX - tributos e outros créditos de terceiros;

XXX - as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e 400
desta Consolidação.

Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são


consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins
do disposto neste artigo.

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Legitimação

➢ Nos Acordos Coletivos: sindicatos dos trabalhadores e as empresas.

➢ Nas Convenções Coletivas: sindicatos dos trabalhadores e sindicatos


dos empregadores

➢ Art. 611, § 2º, CLT: As Federações e, na falta desta, as Confederações


representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão
celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das
categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito
de suas representações.
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Formalidades
Art. 614 CLT - Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta
ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o
depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional
do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos
órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos demais casos. (Depósito é o

ato de entrega do instrumento coletivo ou do requerimento de registro, quando o instrumento for transmitido via internet ao MTE por
meio do Sistema MEDIADOR, no protocolo dos órgãos do MTE, para fins de registro.)

§ 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos
mesmos no órgão referido neste artigo.(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

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Duração - fim da ultratividade
Art. 614 CLT
§ 3º Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo
de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade

➢ Súmula nº 277 do TST (SÚMULA REVOGADA)


CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno
realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os


contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas
mediante negociação coletiva de trabalho.
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ACT sempre prevalecerá sobre CCT

Art. 620 CLT - As condições estabelecidas em acordo coletivo de


trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção
coletiva de trabalho.

➢ Vai de encontro ao princípio da norma mais favorável.

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Competência
➢ As controvérsias resultantes da aplicação de convenção ou acordo coletivo
serão dirimidas pela Justiça do Trabalho (art. 625 CLT)

Art. 625 CLT - As controvérsias resultantes da aplicação de Convenção ou de Acordo celebrado nos
termos deste Título serão dirimidas pela Justiça do Trabalho.

➢ Art. 114 CF/88 (redação determinada pela EC 45/2004)

Art. 114 - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


(...)
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores;

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Caso as negociações coletivas não consigam atingir um
resultado satisfatório para os trabalhadores, estes poderão
lançar mão de alguns instrumentos de pressão, entre os
quais a GREVE.

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DISSÍDIO COLETIVO
➢ CONCEITO
● O dissídio coletivo é instaurado quando não ocorre um acordo na negociação direta entre
trabalhadores ou sindicatos e empregadores. Ausente o acordo, os representantes das
classes trabalhadoras ingressam com uma ação na Justiça do Trabalho.

● O dissídio é, portanto, uma forma de solução de conflitos coletivos de trabalho. Por meio
dele, o Poder Judiciário resolve o conflito entre os empregadores e os representantes de
grupo/categoria dos trabalhadores.

● Um dissídio coletivo nunca é julgado em uma Vara do Trabalho, apenas os tribunais da


Justiça do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho, têm
esta competência.

● A decisão de um dissídio coletivo é chamada de sentença normativa. Profª Aline Passos


DISSÍDIO COLETIVO
➢ CLASSIFICAÇÃO

● Os dissídios coletivos podem ter natureza jurídica ou econômica.

● Os de natureza jurídica, também chamados de dissídios coletivos de direito, são aqueles


que visam interpretar uma norma legal já existente. Seja ela legal (lei), costumeira (baseada
em costumes), ou proveniente de acordo, convenção ou sentença normativa (nome dado à
decisão de um dissídio coletivo).

● Já os dissídios de natureza econômica são aqueles que criam normas que regulamentarão
os contratos de trabalho. Esses dissídios podem discutir, por exemplo, condições salariais,
horas extras, garantias trabalhistas, etc. Ao contrário do dissídio jurídico, em que apenas se
interpreta uma norma, o dissídio econômico cria, altera ou extingue uma situação.

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DISSÍDIO COLETIVO
● Existe ainda outro tipo de dissídio coletivo: aquele ocorrente em situação de
greve, ajuizado pelo Ministério Público do Trabalho, que está previsto no artigo
114, §3º da Constituição Federal: “Em caso de greve em atividade essencial,
com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do
Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
decidir o conflito”.

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DISSÍDIO COLETIVO
➢ PRÉ-REQUISITOS

● Tentativa de negociação ou arbitragem (art. 114, Constituição Federal; art. 616, §4º, CLT)

● Aprovação em assembleia da categoria profissional (art. 859, CLT)

● Comum acordo da parte contrária (art. 114, §2º CF): aquele que ajuíza o dissídio precisa do

acordo da parte contrária. Apesar de essa obrigatoriedade ser o entendimento adotado pelo

TST (Tribunal Superior do Trabalho), a questão é discutida atualmente pelo STF (Supremo

Tribunal Federal)

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DISSÍDIO COLETIVO

Art. 616 CLT - Os Sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as


empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem
recusar-se à negociação coletiva. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

§ 1º Verificando-se recusa à negociação coletiva, cabe aos Sindicatos ou empresas interessadas dar
ciência do fato, conforme o caso, ao Departamento Nacional do Trabalho ou aos órgãos regionais do
Ministério do Trabalho e Previdência Social, para convocação compulsória dos Sindicatos ou empresas
recalcitrantes. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

§ 2º No caso de persistir a recusa à negociação coletiva, pelo desatendimento às convocações feitas


pelo Departamento Nacional do Trabalho ou órgãos regionais do Ministério de Trabalho e Previdência
Social, ou se malograr a negociação entabolada, é facultada aos Sindicatos ou empresas interessadas a
instauração de dissídio coletivo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

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