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23/09/24, 15:17 Do Direito Comercial ao Direito Empresarial

Tópico 02

Direito Empresarial

Do Direito Comercial ao Direito


Empresarial

1. Introdução
Com a ruptura do modelo feudal e a chegada da Era Moderna,
do capitalismo, da burguesia e dos Estados centralizados, a
Europa Continental se depara com uma nova classe social
conhecida como burguesia. Durante a Idade Média, as famílias
de vassalos agricultores saíram dos feudos e, na tentativa de
prosperarem, aglomeraram-se e fundaram os vilarejos chamados
de burgos que viviam do escambo. Mais tarde, os burgos se
transformaram-se em cidades e o comércio passou a ser a
atividade econômica mais importante, deixando a agricultura e o
modelo feudal em decadência.

Como já compreendemos, em função dos estudos pretéritos,


onde há sociedade deve haver direito, ou regras de conduta
social. Dessa maneira, fica fácil entender que, a partir de quando
o comércio voltou a imperar com os burgueses, as regras de
conduta da sociedade comercial também voltaram à tona. O
reinício do comércio contribuiu com a construção de um ramo
do direito peculiar à atividade econômica comercial: o Direito
Comercial. Desde o fim do feudalismo até os tempos atuais, o
Direito Comercial sofreu transformações influenciadas pela
evolução das atividades econômicas.

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Modelo feudal.

Primeira Fase: Fase Corporativa


Essa fase foi marcada pelo monopólio das atividades
comerciais pelos burgueses. Para isso eles criaram as
corporações de ofício, órgão fiscalizador do comércio. Só poderia
praticar atividades comerciais nessa época quem fosse
matriculado nas corporações. Para isso, eram cobradas altas
taxas que eram destinadas aos próprios burgueses associados.
Os conflitos comerciais eram dirimidos por um cônsule eleito
entre os próprios burgueses das corporações.
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Essa fase é denominada corporativista em função do comércio


ser dominado pelos membros das corporações e deles emanar o
conjunto de normas que regravam o comércio.

Burquesia

Características:
Corporações de ofício;

Direito subjetivo Classista;

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O Direito ampara os comerciantes e artesãos das corporações


com regras criadas por eles próprios.

Segunda Fase: Atos de Comércio


Com o passar do tempo, a burguesia passou a ser a classe
detentora da riqueza, fruto do trabalho no comércio. Porém, os
reis absolutistas, em nome da nobreza, praticavam o confisco
contra os burgueses, arrancando-lhes o lucro proveniente do
comércio. Durante anos foi assim e diversas foram
as revoluções burguesas contra o absolutismo
monárquico. A mais importante das revoluções
burguesas contra a nobreza foi a Revolução Francesa
de 1789, trazendo à tona a liberdade Política, Social, Econômica
e Jurídica.

Revolução Francesa – Representada pela Obra “A Liberdade guiando o


povo”, de Eugène Delacroix.

Com o passar do tempo, a burguesia passou a ser a classe


detentora da riqueza, fruto do trabalho no comércio.

A democratização deu fim às corporações de ofício e à fase


corporativista do Direito Comercial. Agora, todas as pessoas que

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quisessem praticar atos comerciais, (a interposição na troca de


mercadorias objetivando o lucro), seriam consideradas
comerciantes, sem matricula em instituição alguma.

Um pouco mais tarde, Napoleão apresentou ao mundo a ideia da


codificação do direito ao criar o primeiro código comercial
mundial, (Código Comercial Francês de 1808). O Brasil,
seguindo o exemplo Francês juntamente com outros países,
adotou a “Teoria dos atos de Comércio”, elaborando o Código
Comercial Nacional de 1850. (Lei nº 556 de
25/06/1850) vigente, em parte, até hoje.

Liberalismo econômico com a Revolução Francesa de 1789;

Liberdade Política, social e jurídica;

Code de Commerce (Napoleão) 1808;

Abandono do subjetivismo e adoção do Direito Objetivo


Codificado;

O Brasil adotou a “Teoria dos atos de Comércio” elaborando o


Código Comercial de 1850. (Lei nº 556 de 25/06/1850).

Terceira Fase: Direito das Empresas


A Teoria dos Atos de Comércio não acompanhou a
evolução da economia mundial, que passou a adotar outras
atividades econômicas diversas do comércio.

A evolução da economia mundial

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Abaixo, encontram-se algumas modificações ocorridas durante


os anos as quais tornaram a Fase dos Atos de comércio
obsoleta no Brasil e no mundo:

Complexa economia capitalista e a produção em massa.

Os atos de Comércio não tutelavam a prestação de serviços


em massa e as atividades agrícolas que eram rígidas pela
legislação comum.

Não contemplava as S.As “(Lei das Sociedades Anônimas


nº 6404/76)”;

Lei dos Títulos de Crédito “nº 5474/68” e “ 7357/85”;

Franquia e arrendamento mercantil;

Código de defesa do consumidor 8078/1990.

Na antiga lei de Falência, artigo 1º, só poderia falir quem


fosse comerciante e pedir concordata também.

Como vimos, a economia mundial mudou e o homem já


não vivia apenas do comércio, mas sim, de diversos fatores de
produção não tutelados pelo Direito Comercial até
então. Havia uma necessidade urgente de atualização da
legislação comercial no sentido de englobar as novas
modalidades da economia.

Os italianos, através de Cezare Vivante, saíram na


frente lançando o Código Civil Italiano de 1942. Este
código trazia, além da matéria civilista, uma nova
roupagem para o antigo direito comercial, denominado
agora de “Direito Empresarial”.

Essa nova fase, do Direito Empresarial, é regida pela “Teoria das


Empresas”, e no Brasil só surgiu após a criação do código civil de
2002 que uniu, num único diploma legal, o Direito Civil e o
Direito das Empresas, revogando o antigo Código Civil de 1916 e
revogando, em parte, o Código Comercial de 1850.

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Características:
Modernização da legislação internacional voltada para
as Empresas;
Antes dos italianos criarem a teoria das empresas, a
legislação internacional pertinente era toda voltada ao
comércio, que é a interposição na troca de mercadorias,
objetivando o lucro. Após a adoção da Teoria das
Empresas, o direito, em todo o mundo, voltou-se para uma
nova concepção.

A norma jurídica não regrava mais apenas os atos de


comércio, mas agora passara a regrar algo muito mais
amplo, mais organizado, mais profissional. Algo
denominado legalmente de empresa.

Códice Civile Italiano 1942;


“Teoria das Empresas”;
Brasil = lei n º 10406/2002, (Novo Código Civil).


O foco do Direito comercial, hoje, é a empresa.

2. Código Comercial x Novo


Código Civil
Novo Código Civil

Código Comercial

Com o advento do novo Código Civil Brasileiro de 2002,


o Código Comercial de 1850 foi revogado no que tange
ao regramento do comércio terrestre, pois o direito
marítimo continua nesse código até hoje. Podemos
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dizer então, que o Código Comercial Brasileiro de 1850


foi revogado parcialmente.

O Direito Empresarial encontra-se hoje, no novo


Código Civil, do artigo 966 a 1195. Trata da parte geral
do direito das empresas tendo em vista que outras leis
esparsas também versam sobre esse ramo do direito.
Nesses termos, segue o esquema abaixo:

Esquema
Código Comercial (1850);

O comércio terrestre foi revogado, hoje ainda. Existe este


código em função do Direito Marítimo (457 a 796);

Código Civil (2002) – “ Direito da Empresa”. Do artigo 966 a


1195.

3. Empresa o que é? Como o


Direito Influencia na Empresa?
Empresa é pessoa jurídica de direito, por isso se sujeita
a direitos e deveres. A empresa possui responsabilidades
perante o consumidor dos seus produtos ou serviços, sobre seus
colaboradores, sobre o meio ambiente, e poderá responder como
pessoa jurídica por desrespeito a qualquer uma dessas
responsabilidades.

A empresa possui como principal objetivo o lucro, mas


para isso, também se faz necessária a sua
responsabilidade social. Nesse diapasão, as empresas devem
gerar empregos, pagar tributos, contribuir com o progresso das
cidades, zelar pelo meio ambiente, financiar ONGs, etc.

Podemos dizer que a empresa, como ficção criada pelo


próprio direito estatal, deve se submeter as normas

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jurídicas estatais como demonstrado através do gráfico


abaixo:

Normas jurídicas estatais

O artigo 966 do Código Civil de 2002 trouxe o conceito


de empresário no Brasil, substituindo o antigo conceito de
comerciante expresso no artigo 1º do antigo Código Comercial de
1850.

Hoje, ser empresário é ser comerciante, ou prestador


de serviços, ou industrial, ou terceirizador de serviço,
desde que se trabalhe de maneira profissional e
organizada. Ou seja, com registro empresarial e de maneira
habitual, unindo tecnologia, capital e trabalho.

Todo o exposto acima está expresso no artigo citado


abaixo:

Artigo 966 do Código Civil 2002


Livro II, do Direito da Empresa

Título I, do Empresário

Considera-se empresário quem exerce profissionalmente


atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens e serviços.

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O código civil define quem é empresário, porém não traz uma


definição jurídica de empresa.

O que é empresa? O código não define.

Quem é empresário? O código define no artigo 966.

O esquema abaixo explica melhor o que o artigo 966 citado


acima quer dizer quanto ao conceito de empresário.

Empresário
Exerce atividade econômica de
maneira profissional e organizada para:

Produção de bens = Indústria

Circulação de bens = Comércio

Produção de serviços = Prestação de serviços

Circulação de serviços = Terceirização de serviços

4. Comerciante
O conceito de comerciante estava previsto no antigo código
comercial na parte revogada. Este conceito foi substituído pelo
conceito de empresário previsto no referido artigo 966.

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Artigo 1º do Código Comercial de 1850:

é comerciante aquele que pratica a Interposição na


troca objetivando o lucro.

As mudanças citadas acima ocorrem com o propósito de


substituição do comerciante pelo termo empresário. O conceito
de empresário é bem mais abrangente que o conceito de
comerciante, pois abarca, não só a atividade de compra e venda
de produtos, como também atividade de serviços e indústria,
como por exemplo: empresas de telefonia, energia, empresas de
ensino, atividade bancária entre outras.

Além disso, exige-se hoje, para ser empresário, o registro público


das empresas mercantis que deve ser feito na junta comercial de
cada estado da federação, além da Receita Federal, estadual,
município e bombeiros.

5. Conclusão
Neste capítulo, observamos que o Direito Comercial passou
por 3 fases distintas em função da evolução da atividade
comercial no mundo:

a fase corporativista;

fase dos atos de comércio;

fase do direito empresarial.

Além disso, estudamos que a empresa é uma ficção criada pelo


direito e que ela possui diversas obrigações relacionadas a cada
ramo do direito.

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Após a substituição do comerciante pelo termo


empresário, conclui-se que o conceito de empresário é
bem mais abrangente que o conceito de
comerciante. Além disso, exige-se hoje, para ser empresário, o
registro público das empresas mercantis que deve ser feito na
junta comercial de cada estado da federação, além da Receita
Federal, estadual, município e bombeiros.

6. Referências
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. São
Paulo: Saraiva, v. 1 e 2, 2008.

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São


Paulo: Saraiva, 2008.

MARTINS, Fran. Curso de Direito Comercial. Rio de


Janeiro: Forense, 2008.

REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. São Paulo:


Saraiva, v. 1, 2008.

Parabéns, esta aula foi


concluída!

O que achou do conteúdo estudado?

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Péssimo Ruim Normal Bom Excelente

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