Faculdade de Educação Física
Resenha Educação Física: Uma (nova) Introdução
Aluna: Glendha Kelly Silva Lima
Professor (a): Alfredo Feres Neto
Disciplina: FEF0458 - Fundamentos Histórico Filosófico Da
Educação Física
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A Divisão Social do Trabalho e as Atividades Motoras
O livro explora a evolução das atividades motoras humanas, começando com
os movimentos mais instintivos, que surgiram como necessidade de sobrevivência,
e indo até as práticas que se tornaram sistematizadas ao longo do tempo,
incorporando aspectos culturais. Inicialmente, os movimentos humanos eram
voltados para tarefas como caçar, se defender e se proteger, sempre guiados pela
biologia e pela interação com o meio ambiente. Porém, à medida que as sociedades
se organizaram, essas atividades foram se tornando mais complexas, adaptadas
pelas mudanças sociais e culturais de cada época.
O autor também destaca que, com o avanço da organização social e o
trabalho em grupo, o ser humano começou a se distanciar das necessidades
biológicas imediatas e passou a se concentrar em atividades mais intelectuais. Isso
fez surgir uma série de produtos culturais, como ferramentas, símbolos, danças e
gestos, que, com o tempo, foram documentados em civilizações antigas como a
Grécia, China, Índia e Egito. Nessas culturas, os exercícios sistematizados tinham
como principais finalidades a guerra e a estética.
Na Idade Média, a Igreja Católica limitou os exercícios físicos ao treinamento
militar, enquanto as atividades lúdicas, que ajudavam no desenvolvimento motor,
continuavam de forma mais natural nas comunidades. Durante o Renascimento,
com a valorização do corpo, trazida pela tradição greco-romana, começaram a
surgir práticas voltadas para a higiene, a estética e a educação física. Essas
práticas se expandiram para diferentes espaços, como escolas, clubes e
organizações militares, formando o que hoje chamamos de Educação Física
sistematizada.
O processo de transformação das atividades motoras, que antes atendiam
principalmente às necessidades de sobrevivência, tornou-se fundamental para a
formação humana. Hoje, a Educação Física é uma área que envolve não só o
desenvolvimento físico, mas também a interação entre corpo, cultura e sociedade,
refletindo as mudanças e valores de cada época.
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A Variedade de Atividades Motoras Sistematizadas
O livro aborda as diversas atividades motoras sistematizadas, que surgiram a
partir das necessidades de diferentes instituições e foram se diversificando ao longo
do tempo. Hoje, essas atividades são reconhecidas por diversos nomes, como
ginástica, esportes, dança e natação.
O autor descreve as principais categorias dessas atividades:
1. Exercícios Ginásticos: Movimentos repetitivos como ginástica calistênica,
alongamento e exercícios com ou sem peso, além da ginástica olímpica.
2. Movimentos Cíclicos: Atividades de locomoção, como caminhada, corrida,
natação, ciclismo e patinação.
3. Lutas: Técnicas de ataque e defesa, como boxe, judô, karatê e capoeira.
4. Enfrentamento de Ambientes Adversos: Atividades desafiadoras, como
alpinismo, mergulho e paraquedismo.
5. Atletismo: Atividades como corridas, saltos e lançamentos, incluindo
maratona, salto em altura e arremesso de peso.
6. Jogos: Atividades com dois ou mais participantes, como futebol, basquete,
vôlei, tênis e rugby.
7. Dança: Movimentos ritmados e expressivos, como balé clássico, dança de
salão e dança contemporânea.
8. Acrobacia: Atividades como saltos ornamentais e ginástica acrobática.
Essas atividades podem ter diferentes finalidades e contextos, muitas vezes
com a presença de competição. A intensidade da competição varia, podendo
ocorrer em ambientes informais ou em campeonatos oficiais.
O texto também destaca a influência da fisiologia do esforço no
desenvolvimento de métodos de treinamento, além de mostrar como o esporte,
como prática social, tem uma história própria, com regulamentações e codificação,
principalmente a partir do século XIX na Europa.
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Capacidades Físicas e Psicomotoras: Bases Neuromusculares do
Desempenho Motor
O livro explora as capacidades físicas e psicomotoras essenciais para o
desempenho motor. As capacidades físicas incluem:
1. Força: É a capacidade de contrair os músculos para vencer uma resistência.
2. Flexibilidade: Refere-se à habilidade de alongar os músculos, permitindo
movimentos mais amplos.
3. Resistência: A capacidade de sustentar um esforço por tempo prolongado,
podendo ser localizada, geral, aeróbia ou anaeróbia.
4. Velocidade: A habilidade de realizar movimentos rápidos, alternando
contração e descontração muscular.
Essas capacidades são importantes para o desempenho motor e são
trabalhadas por meio de métodos de treinamento que manipulam variáveis como
carga, número de repetições, ritmo, tempo de descanso e frequência do treino.
Além das capacidades físicas, o texto destaca as capacidades psicomotoras,
que envolvem o controle e coordenação de movimentos intencionais. A
psicomotricidade é a integração de funções psicológicas, como memória, atenção e
raciocínio, com o controle muscular. Esse processo é essencial para o
desenvolvimento humano, principalmente durante a infância e adolescência, quando
o foco deve ser o controle motor e a variedade de experiências motoras, ao invés do
aprimoramento das capacidades físicas.
O autor também menciona a contribuição de Vitor da Fonseca, que integra
aspectos biológicos e socioculturais no estudo da psicomotricidade, com influências
de teóricos como Henri Wallon e Alexander Luria. Segundo Luria, o controle motor
está ligado às funções cerebrais, sendo a primeira unidade funcional do sistema
nervoso central essencial para regular o tônus muscular e os processos de
percepção e ação.
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Conclusão
Com a minha interpretação do livro consigo concluir que as atividades
motoras foram evoluindo, começando com movimentos básicos de sobrevivência,
como caçar e se defender, até chegarem às práticas organizadas que conhecemos
hoje, como esportes, dança e ginástica. Essas mudanças sempre refletem as
transformações sociais e culturais de cada época.
Além disso, eles falam sobre as capacidades físicas, como força,
flexibilidade, resistência e velocidade, que são essenciais para o desempenho no
movimento, e as capacidades psicomotoras, que ajudam a coordenar e controlar
nossos movimentos. Durante a infância e adolescência, o foco não deve ser apenas
desenvolver essas capacidades físicas, mas sim proporcionar experiências motoras
variadas e estimular o controle dos movimentos.
A psicomotricidade, que conecta o movimento com aspectos emocionais e
cognitivos, é uma peça chave nesse processo. O trabalho de autores como Vitor da
Fonseca nos ensina a olhar para o movimento de forma completa, considerando
não só o corpo, mas também os fatores sociais e culturais. Isso reforça como a
Educação Física não é apenas sobre exercícios, mas sobre promover saúde,
integração social e valores humanos.