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Resumo Historia Da Educação 2025

Livro Resumo História da Educação

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Vanessa Bauer
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RESUMO HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

RESUMO FEITO POR :


Professora Fernanda Mendes
Assessoria Acadêmica
WhatsApp: 62 99342 0331
Professora Aliny Guerreiro
Assessoria Acadêmica
WhatsApp: 63 98498 2374
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE I – História, Sociedade e Educação


Seção 1.1: A educação como fator histórico, político, social e cultural

O dualismo escolar é a expressão das desigualdades sociais e educacionais:

CLASSE A CLASSE B

• As classes sociais dominantes têm acesso a uma educação • As classes dominadas estão privadas dessas condições, restando
ampla e universal, com condições estruturais e pedagógicas a elas, muitas vezes, uma educação parcial, fragmentada e
mais adequadas. voltada à formação de uma força de trabalho precarizada.

HEGEL (1770-1831)

Afirmou que na
relação entre homem e
natureza quem comanda é
a humanidade, produtora
de sua própria história.
O homem produz sua
própria história mediante o
trabalho, resultante do
espírito, das ideias, ou seja,
a produção de riquezas é
uma ação humana.
MARX (1818-1883) e
ENGELS (1820-1895)

A essência humana
nada mais é do que as
relações sociais entre os
homens, ou seja, não
existe uma essência
humana imutável, ela é
construída historicamente
e, portanto, é mutável.

AS DUAS DIMENSÕES
DO TRABALHO

 POSITIVA: Constitui o
ser social;

 NEGATIVA: Transforma
o trabalho em um fardo,
em uma alienação, em
um sacrifício diário.
ALIENAÇÃO DO TRABALHO

A alienação do trabalho ocorre quando o trabalho é tão fragmentado em vários momentos que o
trabalhador conhece apenas um destes, fazendo com que ele seja alheio ao que produz.
Marx, em sua obra principal, O Capital, argumenta sobre a construção da humanidade ao longo da
história. Através da história compreende-se que o desenvolvimento do ser humano, desde seu início até os dias
atuais, ocorreu por meio da luta de classes.
Deste modo, o trabalho quando não dedicado ao interesse da humanidade, e sim de um grupo
específico, torna-se trabalho alienado. O indivíduo perde sua liberdade e humanidade, torna-se apenas força de
trabalho e é transformado em coisa.

O conceito de mais-valia é uma das ideias centrais dos trabalhos de Karl Marx que
tratam das formas de organização social sob a perspectiva do “materialismo histórico”, isto
é, diante da noção de que a realidade material do indivíduo é a maior responsável pela
forma como ele se desenvolve.
No materialismo histórico, as respostas para os fenômenos sociais estão inseridas nos
meios materiais dos sujeitos. Isso quer dizer que diferentes situações materiais, o que, em
uma sociedade capitalista, traduz-se em situação econômica, moldam diferentes sujeitos.
Essa diferença é, para Marx, vetor de conflitos entre grupos de indivíduos submetidos a
realidades materiais diferentes.
O conceito de mais-valia insere-se na relação entre produção de mercadoria, valor de uso,
valor de troca e o valor do trabalho aplicado na produção. Para exemplificar, suponhamos
que um trabalhador trabalhe 10 dias para produzir 10 quilos de tecido. Cada quilo de tecido
custa para o capitalista 10 reais, e cada dia de trabalho do trabalhador é remunerado com 20
reais. Ao final dos 10 dias, os custos de produção de 10 quilos de tecidos somados ao custo
do tempo do trabalho aplicado em sua produção serão de 300 reais, e esse é o valor de troca
justo do produto final. Sendo assim, Marx mostra que os 10 dias de trabalho produzem
riquezas suficientes para pagar pela força de trabalho utilizada no processo de produção. No
entanto, nesse processo, o capitalista, que é dono dos meios de produção (o maquinário),
não consegue transformar seu investimento em capital, uma vez que o custo de
produção é exatamente o mesmo do valor de troca.

 O trabalho é uma ação humana e produz riquezas;

 O trabalho é elemento fundante do ser humano.


A educação e o aprendizado assumem funções importantes no processo de produção da vida material
e espiritual, impulsionando o desenvolvimento cultural humano.

DUALISMO EDUCACIONAL E DUALISMO DE CLASSES

 PERÍODO PRIMITIVO: Explicações sobre o mundo fundamentadas na religião (anímicas ou


politeístas);

 GRÉCIA ANTIGA E ROMA: Escravos e senhores nasciam com seus destinos traçados (naturalização
das relações sociais);

 CRISE DO IMPÉRIO ROMANO: Dominação do mundo pela elite e o fortalecimento do cristianismo


(sofrimento dos escravos);

 AGOSTINHO: Sofrimento faria chegar-se a Deus (servidão);

 PERÍODO MODERNO: Hegel desnaturaliza a história, porque o homem a constrói (Renascimento e


Humanismo).

IMPORTANTE

Taylorismo, Fordismo e Toyotismo: São três modos de organização da produção industrial utilizadas pelas
indústrias durante a Segunda Revolução Industrial.

Apesar do objetivo ser o mesmo - fabricar ao menor custo - eles têm diferenças quanto ao
processo de produção, ritmo de trabalho, papel do funcionário, objetivos, entre outros.

O Taylorismo e o Fordismo enfatizaram basicamente os princípios de fabricação. O primeiro iniciou


o estudo da mão de obra na produção industrial, organizando o trabalho de modo a obter grande
produtividade com menor custo.

Por sua parte, o Fordismo manteve o mecanismo de produção e organização semelhante ao


taylorismo, porém adicionou a esteira rolante, ditando um novo ritmo de trabalho.

O Toyotismo, por sua vez, se concentrou no aspecto da cultura organizacional e de sua importância
para a competitividade de uma empresa.

Estes modelos organizacionais influenciaram uma educação mecanizada e que objetivava a


produção de mão de obra para o mercado de trabalho.

Materiais complementares:

Filme: Tempos modernos


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fCkFjlR7-JQ
Artigo: EDUCAÇÃO E CONCEPÇÕES DE SOCIEDADE, Ivo Tonet
Disponível em: https://drive.google.com/file/d/18C9xB8BA8IZhaPz6LHgaFGzIOcngRDZz/view?usp=sharing
Faça valer a pena

1. Desde o surgimento da vida em sociedade, a humanidade produziu transformações na natureza para sua
própria sobrevivência. Na medida em que transformam a natureza, os homens transformam a si próprios. Esse
processo de transformação é constituinte do ser social, sendo correto afirmar que:
a) O pensamento filosófico é o elemento fundante do ser humano.
b) O pensamento científico é o elemento fundante do ser humano.
c) O trabalho é o elemento fundante do ser humano.
d) O pensamento mitológico é o elemento fundante do ser humano.
e) O instinto é o elemento fundante do ser humano.

2. Desde as sociedades primitivas até o Período Moderno, a humanidade explicava sua existência com base em
elementos anímicos, míticos, religiosos, ou seja, seu destino era traçado por forças que escapavam de seu
controle. Somente no Período Moderno um importante filósofo desnaturalizou a história, afirmando que na
relação entre homem e natureza quem comanda é a humanidade, que produz sua própria história.
Assinale a alternativa que apresenta o autor dessa reflexão:
a) Francis Bacon.
b) Nicolau Maquiavel.
c) Thomas Hobbes.
d) René Descartes.
e) Hegel.

3. Karl Marx também produziu uma ruptura no campo do conhecimento na medida em que questionou a
possibilidade de uma essência humana inalterável, afirmando que cada momento histórico produz um ser
humano com uma determinada consciência social. Nesse sentido, correto afirmar que, para Marx:
a) A forma como os homens produzem, distribuem e consomem o produto da riqueza produzida por eles é que
determina sua consciência ou sua essência. O trabalho é a categoria chave da compreensão do ser social.
b) A forma como os homens pensam e explicam a si próprios é que determina sua consciência social. As ideias
são os elementos fundantes do ser social.
c) A forma como os homens organizam sua vida religiosa é que determina sua consciência social. A moral e os
valores são os elementos fundantes do ser social.
d) A forma como os homens organizam suas regras e leis é que determina sua consciência social. O Estado é
o fundamento do ser social.
e) A forma como os homens organizam sua educação é que determina sua consciência social. A escola é o
fundamento do ser social.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE I – História, Sociedade e Educação


Seção 1.2: A educação na antiguidade: Grécia e Roma

SOCIEDADE
ESCRAVAGISTA

DUALISMO
EDUCACIONAL

PAIDEIA HUMANITAS
GREGA ROMANA

PERÍODOS HISTÓRICOS DA GRÉCIA ANTIGA

 CIVILIZAÇÃO MICÊNICA → Séculos XX a XII a.C.


Ocupação inicial da Grécia; início da mitologia grega; formação de pequenos estados
tributários.

 TEMPOS HOMÉRICOS → Séculos XII a VIII a.C.


Homero, nas obras Ilíada e Odisséia, relata a epopeia dos gregos na Guerra de Tróia.

 PERÍODO ARCAICO → Séculos VIII a V a.C.


Período de intenso desenvolvimento comercial e expansão territorial; surgimento da
filosofia; Esparta e Atenas como principais cidades-estados; período pré-socrático.
 PERÍODO CLÁSSICO → Séculos V a IV a.C.
Auge da civilização grega; surgimento da democracia; guerras externas e internas;
desenvolvimento da filosofia: Sócrates, Platão e Aristóteles; período socrático.

 PERÍODO HELENÍSTICO → 338 a.C. a 146 a.C.


Enfraquecimento de Esparta e Atenas; ocupação macedônica; difusão da cultura
helenística; avanço das ciências; período pós-socrático.

MODELOS EDUCACIONAIS DA GRÉCIA ANTIGA

A educação era severa


disciplinadora. Direcionava-se a
formação do guerreiro.

ATENAS: A educação direcionava-se para a


formação do cidadão para o exercício da
política na pólis (cidade).
A PAIDEIA GREGA

A Paideia (παιδεία) é um termo do grego antigo, empregado para sintetizar a noção de educação na
sociedade grega clássica. Inicialmente, a palavra (derivada de paidos [pedós] - criança) significava
simplesmente "criação dos meninos", ou seja, referia-se à educação familiar, os bons modos e princípios
morais. Será na mesma Grécia que se inicia um modelo de educação com um sentido relativamente semelhante
ao que se utiliza hoje.
Na verdade, os ideais educativos da paideia se baseiam em práticas muito anteriores. Os gregos serão
os primeiros a colocar a educação como problema: na literatura grega surgem sinais de questionamento do
conceito, seja na poesia, tragédia ou na comédia. Os Sofistas e depois Sócrates, Platão, Isócrates e
finalmente Aristóteles elevarão o debate ao estatuto de uma importante questão filosófica.
Assim, em meio à sociedade ateniense, "paideia" passa a se referir a um processo de educação no
qual os estudantes eram submetidos a um programa que procurava atender a todos os aspectos da vida do
homem. Entre as matérias abordadas estavam a geografia, história natural, gramática, matemática, retórica,
filosofia, música e ginástica.
Antes disso, o conceito que originalmente exprimia o ideal de formação social grego estava contido em
outro termo, "aretê" (em grego, adaptação perfeita, excelência, virtude). Formulado e explicitado nos poemas
homéricos, a aretê era entendida como um conjunto de qualidades físicas, espirituais e morais, atributo próprio da
natureza (como por exemplo, a bravura, coragem, força, destreza, eloquência, capacidade de persuasão, enfim a
heroicidade). O alargamento do ideal educativo da aretê surgiu ao fim da época arcaica grega (por volta dos
séculos VIII e VII a.C.), traduzindo-se na expressão "kalos kagathos" (kalos = bom; kagathos = belo, ou o bom e
belo, em grego) da qual deriva o termo kaloskagathia, ou, a grosso modo, o cultivo do bondade ou virtuosismo
e da beleza, onde o homem era estimulado a alcançar a excelência física e moral além da honra e da glória.
A partir do século V a. C., o conceito de aperfeiçoamento do ser humano para o bem da sociedade
como um todo segue em plena evolução. A noção agora vigente é que, para além de formar o homem, a
educação deve ainda formar o cidadão, deixando de ser suficiente a simples e antiga educação baseada na
ginástica, música e gramática.
O conceito acabado da paideia torna-se o ideal educativo da Grécia clássica. Com o tempo, passou
designar o resultado do processo educativo que se prolonga por toda vida, muito para além da escola. Até os dias
de hoje seus ideais são imitados em praticamente todo o mundo, como um perfeito entendimento de
formação social do ser humano.
A rotina de um aluno, respeitando os preceitos da paideia era basicamente este:
• Acordar logo ao amanhecer, e com a ajuda do pedagogo, o jovem lavava-se e vestia-se;
• Refeição matinal e logo após, ida à palestra, para as aulas de música e ginástica;
• Banho e regresso à casa para o almoço;
• Retorno à palestra à tarde, para lições de leitura e escrita;
• Ida para casa, sempre na companhia do pedagogo; estudo das lições, trabalhos de casa, jantar e enfim
repouso.
• Não haviam finais de semana ou férias, exceto pelos festivais religiosos ou cívicos;
PERÍODOS HISTÓRICOS DA ROMA ANTIGA

 MONARQUIA → 753 a.C. até 509 a.C.


Formação das comunidades patrícias (proprietários de terras); desenvolvimento da
agricultura; educação familiar.

 REPÚBLICA → 509 a.C. até 27 a.C.


Os patrícios exerciam o poder no Senado; expansão territorial; aumento da escravização
e das desigualdades sociais; guerras e revoltas internas.

 IMPÉRIO → 27 a.C. até 476 d.C.


Auge da civilização romana; expansão territorial; crises internas; política do pão e circo;
invasões bárbaras.

ROMA: EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA

Educação heroico-patrícia: O poder estava na mão

Educação helenística ou cosmopolita: Durante a


República surgiram as escolas elementares particulares de
alfabetização e matemática para crianças de 7 a 12 anos.
Os mestres eram desvalorizados e a educação era marcada
por castigos físicos. Com a assimilação da cultura grega,
o ensino bilíngue foi introduzido. A escola de gramática
introduziu o ensino de cultura geral, ampliando os
conhecimentos da elite romana, surgimento da escola do
retor (professor de retórica), mais valorizada e respeitada.
Estudaram política, direito e filosofia com a perspectiva
de virarem grandes oradores.
intervenção do Estado nos assuntos educacionais para a
formação de funcionários estatais e na inspeção escolar.
A HUMANITAS ROMANA

A pedagogia em Roma está voltada para questões práticas. Surge por volta do século I a.C. com
Cícero, Sêneca e Quintiliano.
Catão, o antigo (234-149 a.C.): defende a tradição contra o início da influência helênica e o retorno às
raízes romanas.
Varrão (116-27 a.C.): representa a transição pela qual os romanos terminam por aceitar a contribuição
grega. Seu trabalho é prático. Escreveu uma enciclopédia didática, em que discute o ensino de gramática e que
serve de base para trabalhos posteriores. Compôs sátiras, que orientam o jovem na virtude, com máximas
edificantes.

Cícero (106-43 a.C.): ampliou o vocabulário latino, apoiado na experiência com o grego e na erudição.
Valorizou a fundamentação filosófica do discurso, o que o diferencia de seus conterrâneos, tornando-o um dos
mais claros representantes da humanitas romana. Compreendia que a educação integral do orador requer
cultura geral, formação jurídica, aprendizagem da argumentação filosófica, bem como o desenvolvimento de
habilidades literárias e até teatrais, igualmente importantes para o exercício da persuasão. Cícero chegou a ser
um dos principais modelos dos pedagogos renascentistas.
Sêneca (4 a.C.–65): Vê a filosofia como um instrumento capaz de orientar o homem para o bem viver. A
filosofia teria a função de ensinar a verdadeira vida humana, que não se confunde com o gozo dos prazeres,
voltada para o domínio das paixões, já que a felicidade consiste na tranquilidade da alma. Por isso a educação
deve ser prática e vivificada pelo exemplo. Sêneca compreende que a educação prepara o homem para o ideal de
vida estóico: o domínio dos apetites pessoais. Enfatiza a formação moral e dá menos importância à retórica. Ocupa-
se da psicologia como instrumento para a preservação da individualidade.
Plutarco (45 – 125): Reconhece a importância da música e da beleza na educação, bem como a
formação do caráter.
Quintiliano (35-95): Foi um dos mais respeitados pedagogos romanos. Lecionou durante 20 anos na
escola de retórica, fundada em Roma. Distancia-se da filosofia, preferindo os aspectos técnicos da educação,
sobretudo da formação do orador. Valoriza a psicologia como instrumento para conhecer a individualidade do
aluno. Não se prende a discussões teóricas, mas procura fazer observações técnicas e indicações práticas.

PONTOS IMPORTANTES:

 Grécia Antiga: Educação era o instrumento do exercício da participação democrática por parte dos
homens livres;
 Roma Antiga: Educação para a formação básica de funcionários da máquina estatal e da elite
governante;
 Período-feudal: Escolas monacais para formação de religiosos;
 Crise do sistema feudal: O Renascimento, o Humanismo e a Reforma Protestante ampliam o acesso
à escola, mas permanece o dualismo escolar.
IMPORTANTE

ESTOICISMO: Baseado numa ética rigorosa de acordo com a leis da natureza, assegurava que o universo era
governado por uma razão universal divina (Logos Divino). Dessa forma, para os estoicos, a felicidade era encontrada
na dominação do homem ante suas paixões (considerada um vício da alma) em detrimento da razão. O indivíduo
estóico é alguém que demonstra resignação diante de alguma situação trágica ou à frente de um grande sofrimento.

EPICURISMO: O epicurismo é o sistema filosófico que prega a procura dos prazeres moderados para atingir um estado
de tranquilidade e de libertação do medo, com a ausência de sofrimento corporal pelo conhecimento do
funcionamento do mundo e da limitação dos desejos. Para ter prazer e ser feliz o homem precisa, em primeiro lugar,
dominar a lógica. Somente ela lhe dá os recursos necessários para fazer a distinção entre verdade e falsidade. Usando
a lógica, qualquer pessoa pode obter o conhecimento verdadeiro sobre o que é a realidade e qual seu papel nela.

SOFISTAS: Os sofistas (sábios) defendiam que a verdade não existia, que o mais importante era o convencimento. Por
isso, especializaram-se na Retórica, a arte de falar bem. Foram os primeiros filósofos a cobrarem por suas aulas, o que
provocou indignação de Sócrates, que defendia uma educação desinteressada.

Material complementar:

BLOG Ateliê de Educadores - Educação Romana: A humanitas

Disponível em: http://atelierdeducadores.blogspot.com/2010/10/educacao-romana-humanitas.html


Faça valer a pena

1. A Paideia foi concebida como a formação integral do homem, agregando dois aspectos. São eles:

a) Trabalho manual e intelectual.


b) Mito e Filosofia.
c) Religião e razão.
d) Ideia e realidade.
e) Corpo e espírito.

2. Nos Tempos Homéricos, duas importantes obras serviram de referência para a educação dos gregos. São
elas:

a) Ilíada e Odisseia, de Homero.


b) 1984, de George Orwel, e O Capital, de Karl Marx.
c) O novo testamento e o velho testamento.
d) A República e O Banquete, de Platão.
e) A Política e A Poética, de Aristóteles.

3. Na Grécia Antiga, o ócio era considerado uma função digna para as elites, sendo que o significado de “escola”
era “local do ócio”. Indique qual alternativa apresenta as funções que a elite grega desempenhava:

a) Trabalho manual.
b) Trabalhar, rezar e guerrear.
c) Governar, guerrear e pensar.
d) Filosofar, trabalhar e obedecer.
e) Trabalhar, governar e pensar.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE I – História, Sociedade e Educação


Seção 1.3: A educação na Idade Média

Referência de educação na Idade Média

 Paideia cristianizada → Durante os primeiros séculos, a teologia foi se utilizando das teorias de Platão
e outros filósofos, o que ocasiona a conversão da paideia grega em uma paideia cristã, que tem em Jesus
Cristo o grande mestre e modelo em quem se encarnara o Logus Divino.
 Renascimento Carolíngio →No final do século VIII, Carlos Magno conseguira reunir grande parte da
Europa sob seu domínio. Para unificar e fortalecer o seu império, decidiu executar uma reforma na educação. O
monge beneditino Alcuíno de York criou um projeto de desenvolvimento escolar que buscou reviver o saber
clássico estabelecendo os programas de estudo a partir das sete artes liberais: o trivium, ou ensino literário
(gramática, retórica e dialética) e o quadrivium, ou ensino científico (aritmética, geometria, astronomia e
música). A partir do ano 77, foram emanados decretos que recomendavam, em todo o Império, a restauração de
antigas escolas e a fundação de novas. Institucionalmente, essas novas escolas podiam ser monacais, sob a
responsabilidade de mosteiros, catedrais, junto à sede dos bispados e palatinas, junto às cortes.
FÉ E RAZÃO NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Agostinho de Hipona: Conhecido universalmente


como Santo Agostinho, ele foi um dos mais importantes
teólogos e filósofos dos primeiros anos do cristianismo.
Suas obras foram muito influentes no desenvolvimento
do cristianismo e da filosofia ocidental.
Há semelhanças entre Platão e Agostinho, mas
também diferenças. Santo Agostinho aproveitou a
filosofia platônica dentro da fé cristã.
Platão defendia que as almas aprendiam por
meio de reminiscência. Isso quer dizer que todos já
sabiam tudo o que precisavam, pois antes de
encarnarem, contemplavam a forma perfeita de todas as coisas, no mundo das ideias. As
almas, quando faziam filosofia aqui na terra, apenas iam relembrando o que já tinham visto.
Porém, apesar de estar entre as principais ideias de santo Agostinho defender a forma
perfeita de todas as coisas, ele não concordou com a reminiscência. Sua filosofia era a de que,
sim, há uma forma perfeita de tudo o que existe, mas na mente de Deus. Não são as almas que
vão se lembrando. Na verdade, elas vão aprendendo quando vão sendo iluminadas por Deus.
Ele entendeu que a razão natural é um meio que Deus deu ao homem para que este
conheça a verdade. Outro meio, mais elevado e que alcança o que a razão não dá conta, é a
Revelação, ao qual se assente por fé. Logo, para ele a fé e a razão não se contradizem, sempre
se ajudam e apontam para a mesma verdade.

CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS DA EUROPA MEDIEVAL

 ALTA IDADE MÉDIA (DO SÉCULO V AO X)


◊ Europa ocupada por povos “bárbaros”, em seguida por árabes e muçulmanos;
◊ Formação do feudalismo;
◊ Decadência do comércio;
◊ Economia rural;
◊ Fortalecimento do poder local exercido pelos senhores feudais;
◊ Ascensão da Igreja e da cultura teocêntrica.
 BAIXA IDADE MÉDIA (DO SÉULO X AO XVI)
◊ Renascimento comercial e urbano a partir das Cruzadas;
◊ Europa invasora, conquistadora, com as Cruzadas e outras investidas;
◊ Decadência do poder local e fortalecimento do poder nacional representado pelo
rei;
◊ Efervescência cultural urbana;
◊ Desenvolvimento mercantil, novas formas de produção da riqueza;
◊ Decadência do feudalismo.

CARACERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO MEDIEVAL

 Substituição do ensino clássico pela escola cristã, baseado na filosofia patrística e com
uma rígida disciplina;

 Somente uma parte da elite medieval tinha acesso à educação, sendo que o
analfabetismo predominava em quase todos os setores sociais;

 Importantes teóricos buscaram aliar a fé e a razão nesse período como por exemplo,
Agostinho, Boécio, Cassiodoro, Isidoro de Servilha, Beda, Tomás de Aquino entre
outros;

 O renascimento carolíngio, com Carlos Magno, produziu importantes avanços na


educação medieval, principalmente pela consideração da cristandade como cultura que
unificou a Europa;

 Com o renascimento comercial, urbano e cultural, tendo a burguesia como classe em


ascensão, novas formas de educação laica aparecem, produzindo conflitos com a
educação religiosa;

 Tomás de Aquino, com a sua educação escolástica, procura aliar fé e razão, adaptando a
Igreja aos novos tempos.
FÉ E RAZÃO

Igreja Católica: presa às antigas formas de produção, combate


valores e práticas da nova sociedade;

Reforma Protestante: a Igreja Católica perdeu seu reinado;

Contrarreforma: expansão da fé católica (companhia de


Jesus).

IMPORTANTE

AS CRUZADAS: As cruzadas foram expedições militares organizadas por católicos da Europa Ocidental, com o objetivo
inicial de reconquistar para o mundo cristão lugares sagrados, como o Santo Sepulcro, em Jerusalém, na Palestina. A
região era local de peregrinação para católicos europeus. Entretanto, as peregrinações foram dificultadas após a
conquista da região pelos turcos seljúcidas, que professavam a fé no islamismo. As cruzadas foram também uma luta
de cristãos contra muçulmanos. Foram organizadas doze expedições cruzadistas. O movimento das cruzadas iniciou-se
em 1095, após o Concílio de Clermont, onde o papa Urbano II conclamou os cristãos a aderirem às cruzadas. Havia
outros objetivos além da conquista dos lugares sagrados aos muçulmanos. Os bizantinos há tempos pediam o apoio
dos cristãos do Ocidente para conter o avanço dos muçulmanos turcos seljúcidas sobre seus territórios. Com esse apoio,
a Igreja Católica poderia se reafirmar novamente no Oriente, buscando a unificação das duas igrejas cristãs após o
Grande Cisma do Oriente, de 1054.

Material complementar:

Texto → Consentimento e uso em São Tomás de Aquino: dois preceitos educativos no século XIII

Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1LogVOFIEltqeKfcSOfTFD44ZWdh1ZEku/view?usp=sharing


Faça valer a pena

1. No final da Império Romano e início do período feudal, a Filosofia Patrística surgiu e exerceu importante
influência sobre o nascente pensamento medieval, caracterizando-se:
a) Por uma forte função apologética de defesa de dogmas, de conversão dos não cristãos, pela valorização de
uma moral rigorosa e pelo controle das paixões e sensibilidades humanas.
b) Pela defesa da democracia como valor universal.
c) Por uma forte função racional na defesa da Teologia como serva da Filosofia.
d) Pela defesa da mitologia grega, do politeísmo, pela valorização de uma moral mais flexível e pela valorização
das paixões e sensibilidades humanas.
e) Pelas formulações de São Tomás de Aquino, que buscou unir fé e razão para adaptar a Igreja aos novos
tempos.

2. O ensino clássico foi substituído, no início do Período Medieval, por outra escola, que é:
a) A Escola Nova, com base em John Dewey.
b) A escola jesuítica, que funcionava ao lado dos centros religiosos (monastérios, abadias etc.) e preocupava- se
fundamentalmente com a formação de funcionários do estado, quase todos religiosos, por serem quase os únicos
alfabetizados.
c) A escola cristã, que funcionava ao lado dos centros religiosos (monastérios, abadias etc.) e preocupava-se
fundamentalmente com a formação de funcionários do estado, quase todos religiosos, por serem quase os
únicos alfabetizados.
d) A escola libertária, sob influência dos anarquistas.
e) A escola pública, gratuita, universal e laica.

3. No período de Carlos Magno (742 – 814), rei dos francos e imperador de uma vasta região (Império
Carolíngio), houve o denominado Renascimento Carolíngio, caracterizado por:
a) Reorganizar as sete artes liberais pela expansão das escolas monacais, pela reintrodução da escrita na
administração do Estado, pela educação voltada para a formação de funcionários do Estado, pela introdução da
minúscula carolíngia e pelo desenvolvimento da arquitetura religiosa.
b) Reorganizar o ensino jesuítico, com base no Ratio Studiorum, plano educacional da Companhia de Jesus.
c) Reorganizar o ensino clássico greco-romano, abolindo a educação cristã e resgatando a Paideia e a
Humanitas das antigas civilizações clássicas.
d) Reorganizar as sete artes liberais pela limitação das escolas monacais, pela proibição da escrita na
administração do Estado, pela educação voltada para a educação popular, pela introdução do pensamento
racional e laico.
e) Introduzir a educação profissional para servos e camponeses.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE I – História, Sociedade e Educação


Seção 1.4: A educação na Idade Moderna

Transição do feudalismo para o capitalismo

FEUDALISMO → É a forma de organização econômica e social vivenciada na Europa Centro-Ocidental


durante o período histórico conhecido como Idade Média (iniciado na Alta Idade Média), entre os séculos V e
XV. O nome é derivado dos feudos (ou vilas), as unidades de habitação e produção que eram características
do período. A sociedade era dividida em três grupos:

1. CLERO: Os que oram – estão no topo da pirâmide;


2. NOBREZA: Os que guerreiam – estão no meio da pirâmide;
3. CAMPONESES e SERVOS: Os que trabalham – estão na base da pirâmide.

RELAÇÕES DE SUSERANIA E VASSALAGEM

Vassalagem e suserania formavam


um sistema socioeconômico entre os
nobres da Idade Média, sendo um o
vassalo e o outro seu suserano.
Nesta relação de reciprocidade,
o vassalo recebia terra, objetos
materiais ou até mesmo um castelo
de seu suserano. Em troca, o
vassalo devia oferecer fidelidade
absoluta e proteção ao seu
suserano.
AS CRUZADAS → Foram movimentos militares cristãos em sentido à Terra Santa com a finalidade de ocupá- la
e mantê-la sob domínio cristão que ocorreram entre 1.095 a 1.492.
MONARQUIAS NACIONAIS → A Formação das Monarquias Nacionais ocorreu durante o período da Baixa
Idade Média, entre os séculos XII e XV, nos países da Europa Ocidental. As monarquias nacionais podem ser
chamadas de Estado Absolutista, Monarquias Absolutistas ou ainda Estado Moderno.
O crescimento demográfico, o surgimento da burguesia e o desenvolvimento do comércio, a partir da
expansão das rotas marítimas, fizeram com que o modelo feudal já não funcionasse como antes. Desta
maneira, o novo desenvolvimento econômico precisava de outro modelo político. Assim, os países europeus
foram centralizando o poder nas mãos de um rei e este se torna uma das figuras mais importantes ao lado da
Igreja e da nova classe que surgia: a burguesia.
Assim o sistema feudal (administrado pelos senhores feudais), foi sendo substituído pelo sistema
capitalista. Neste momento, verifica-se crescimento das cidades (burgos) e a intensificação do comércio e das
feiras livres pela classe burguesa. Este período ficou conhecido como Renascimento Comercial e Urbano.
Diante disso, os senhores feudais, que possuíam poder na Idade Média, começam a perder sua
posição. Por seu lado, o Rei torna-se a figura responsável por administrar a política, a economia, a justiça e o
exército.

AS GUILDAS ou CORPORAÇÕES DE OFÍCIO


Recebiam o nome de guildas ou corporações de ofício as associações
formadas por artesãos profissionais e independentes, em igualdade de
condições, surgidas na Baixa Idade Média (séculos XII ao XV)
destinadas a proteger os seus interesses e manter os privilégios
conquistados. Outras guildas, sem relevância económica, tinham caráter
religioso, beneficente ou de lazer. Além das guildas, existiam também
as hansas, associações de comerciantes que dominavam determinados
segmentos do mercado.
HUMANISMO → Foi um movimento de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna que correspondeu a
ideais filosóficos, morais e estéticos que valorizavam o ser humano. Por volta do século XIV, ou Alta Idade
Média, na Europa Ocidental, ocorreram mudanças sociais e econômicas profundas que contribuíram para o
surgimento de novas formas de pensar. Essas modificações do modo de pensar não aconteceram de uma hora
para outra, foram consolidando-se ao longo dos séculos anteriores até concretizarem-se em uma nova
mentalidade e nova cultura. Assim, essas novas formas de pensamento influenciaram a economia, a
organização do poder e a produção artística.
 1517: Martinho Lutero e suas 95 teses.

Reforma
 Explorações marítimas  1545: Resposta da Igreja
Protestante
que descobriram novos Católica ao Protestantismo;
“mundos”. Concílio de Trento; Jesuítas.

Grandes Contrarreforma
Navegações
CONTEXTO
HISTÓRICO DO
SURGIMENTO
 Poder absoluto do
DO HUMANISMO monarca, sem prestar
contas à sociedade.

Revoluções Absolutismo
burguesas

Expulsão dos
 Revolução Inglesa (1642 – 1688); camponeses e
 Revolução Francesa (1789 – 1799); cercamento das
 Revolução EUA (1776 – 1865). ra

 Privatização de terras que eram de


uso comum dos camponeses.

FASE MERCANTIL

O Capitalismo Comercial ou Mercantil é considerado o pré-capitalismo, uma vez que


representou a primeira fase do sistema econômico capitalista. Ele surge no final do século XV,
marcando o fim da Idade Média e o início a Idade Moderna, o qual durou até o século XVIII, quando
desponta a Revolução Industrial.
CAPITALISMO → É um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e sua
operação com fins lucrativos. As características centrais deste sistema incluem, além da propriedade privada, a
acumulação de capital, o trabalho assalariado, a troca voluntária, um sistema de preços e mercados
competitivos.

 Aumento da jornada;
 Diminuição do salário;
 Intensificação do trabalho.
MAIS VALIA
ABSOLUTA

1ª Revolução
Industrial  Iniciou-se por volta de 1760,
marcando a transição de um
sistema feudal para o sistema
capitalista, e durou até meados de
1850, quando, então, iniciou-se a
segunda fase da Revolução
Positivismo: Industrial.
Durkheim e
Comte
 O positivismo é uma corrente teórica inspirada
no ideal de progresso contínuo da humanidade. O
pensamento positivista postula a existência de
uma marcha contínua e progressiva e que a
humanidade tende a progredir constantemente.

MAIS VALIA  Aumento da produtividade;


RELATIVA  Diminuição do tempo de
trabalho socialmente
necessário para se produzir a
força de trabalho.

Comuna de Paris
18 de mar. de  A Segunda Revolução Industrial
1871 – 28 de corresponde à continuidade do
processo de revolução na indústria.
mai. de 1871
 A Comuna de Paris foi um governo O aprimoramento de técnicas, o
controlado por operários e membros surgimento de máquinas e a
das classes populares que administrou introdução de novos meios de
a capital francesa por 71 dias após a produção deram início a um novo
Guerra Franco-Prussiana. A Comuna 2ª Revolução momento.
de Paris foi considerada a primeira  A industrialização que, antes,
experiência histórica de governo Industrial limitava-se à Inglaterra, expandiu-se
popular. para outros países, como Estados
Unidos, França, Rússia, Japão e
Alemanha.
CRISE DO CAPITALISMO: 1873

A Grande Depressão foi uma crise econômica que afetou grande parte do mundo a partir do início dos
anos 1870 até meados dos anos 1890. Ela foi mais notável na América do norte e na Europa Ocidental. A causa
mais aceitável para a crise é a da quebra da bolsa de valores de Viena Exchange em 09 de maio de 1873. A
segunda revolução industrial estava causando grandes alterações na economia de muitos estados e os custos de
transição também pode ter desempenhado um papel em causar a depressão.

A EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA

Desde o renascimento comercial e urbano do final do período feudal, entre os séculos XII e XIV, um
novo processo de mudanças sociais entrou em curso: a gênese da sociedade burguesa. O comércio adquiriu
dimensões globais e as novas formas de produção da riqueza passaram a pressionar as antigas. As classes
dominantes feudais, nos processos das unificações nacionais e com o surgimento das monarquias, procuraram
sua sobrevida nas alianças com os novos comerciantes. A demanda por novos produtos pressionava toda a
estrutura econômica, política e social do feudalismo, promovendo profundas mudanças.
A escolástica foi a expressão filosófica mais desenvolvida nesse processo inicial de transição, uma vez
que, por meio dela a fé e a razão, a partir de uma adaptação aristotélica, construíam a unidade que buscava
explicar os novos tempos. Mas, à medida que a nova dinâmica social burguesa avançava, aprofundando os
conflitos entre os setores e as classes sociais com interesses distintos, novas perspectivas se faziam
necessárias para explicar essa nova realidade em movimento.
Sem romper com a Igreja Católica, que possuía um forte controle sobre a produção teórica europeia,
importantes intelectuais apresentavam, desde o século XVI, questionamentos (abertos ou velados) aos dogmas
religiosos, procurando desvelar e compreender a realidade existente, a partir da ciência e da filosofia. Esse
movimento teórico ia de encontro com os interesses da burguesia de superar a ordem feudal. As armas teóricas
da burguesia foram a defesa da igualdade, da liberdade, da propriedade, do indivíduo e da democracia
representadas no Humanismo, no Liberalismo e no Iluminismo.
No campo educacional, a pedagogia cristã compartilhará, cada vez mais, seu espaço com outras
formas educacionais, produzindo tensões e conflitos próprios num momento de transformações. As novas
classes sociais da sociedade burguesa, na defesa de seus interesses produzirão novas experiências e
propostas pedagógicas, incorporando e superando o que havia sido produzido até então.

IMPORTANTE

LIBERALISMO: O liberalismo surgiu no século XVII como um conjunto de teorias políticas que sustentaram uma luta estrutural e política contra o
Antigo Regime, ou seja, contra a monarquia absolutista. Como teoria econômica, o liberalismo surgiu no século XVIII para conferir uma estrutura
conceitual ao novo movimento econômico que surgiu com a alta industrialização iniciada nesse século e consolidada no século seguinte.

Os principais teóricos do liberalismo clássico são Adam Smith, Alexis de Tocqueville e Benjamin Constant. Já no liberalismo do século XX,
adaptado às novas demandas de mercado, temos teóricos como Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, representantes da Escola Austríaca de
Economia, que originaram o neoliberalismo e o libertarianismo.

Material complementar:

Texto → A COMPANHIA DE JESUS NO SÉCULO XVI E O BRASIL

Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8639816/7379


Faça valer a pena

1. Entre os séculos XI e XV, fundamentalmente a partir das Cruzadas, iniciou-se um processo que provocou profundas
mudanças econômicas, políticas e sociais na Europa: o ressurgimento do comércio e das cidades. Nesse contexto, os
humanistas defenderam uma nova visão de mundo, produzindo mudanças na educação, sendo correto afirmar que:
a) Os humanistas valorizavam a educação medieval, fundamentalmente os ensinamentos das escolas monacais.
b) Os humanistas defendiam um pensamento voltado para as explicações míticas, valorizando elementos religiosos em detrimento dos
racionais.
c) Os humanistas defendiam uma educação tradicional, valorizando o refúgio espiritual nos internatos.
d) Surgiram novos colégios, marcados por uma educação leiga, com novas perspectivas metodológicas e de novos conteúdos que
atendessem aos interesses de uma nova classe social que surgia, a burguesia.
e) Surgiram novos colégios, marcados por uma educação leiga, com novas perspectivas metodológicas e de novos conteúdos que
atendessem aos interesses de uma nova classe social que surgia, a aristocracia.

2. Com a Reforma Protestante, a Igreja Católica reagiu à expansão do protestantismo. Sua principal iniciativa no campo
educacional foi a criação de uma ordem religiosa jesuítica que se dedicou à moralização da Igreja e às construções de
colégios pelo mundo afora, sendo correto afirmar que:
a) A ordem jesuítica foi a principal representante da Contrarreforma Católica no campo educacional, fundando as bases do ensino
tradicional europeu, difundindo-se também por outras partes do mundo.
b) Os jesuítas ficaram conhecidos por sua disciplina flexível.
c) Os jesuítas ficaram conhecidos por defenderem uma metodologia lúdica, em que a busca do conhecimento tinha como ponto de
partida o interesse dos alunos.
d) Os jesuítas, diante da intolerância das crianças, perceberam que seria mais fácil a conquista de almas adultas. Por isso, fundaram as
escolas para essa faixa etária.
e) Santo Agostinho, militar espanhol, fundou a Companhia de Jesus, surgindo daí a denominação de jesuítas aos seus seguidores.

3. Os jesuítas despertaram as mais diversas opiniões sobre os seus métodos educacionais, sendo criticados dentro e
fora da Igreja, principalmente pelos humanistas. As razões dessas críticas estão corretas nas seguintes afirmativas:
I. O isolamento social que os internatos provocavam, ou seja, havia uma separação entre a vida e a escola.
II. Pelas inovações modernas que implantaram nas escolas, com respeito às fases de desenvolvimento das crianças e os
conteúdos adequados para cada momento.
III. Os jesuítas desprezavam o espírito crítico, a pesquisa e a experimentação, não levando em conta as mudanças no
campo científico e filosófico que estavam em curso.
IV. Os jesuítas eram considerados excessivamente dogmáticos, autoritários e comprometidos com a Inquisição.
V. Os jesuítas aboliram a Inquisição, defendendo uma nova cultura humanística no interior da Igreja e a construção de
escolas laicas.
a) Estão corretas as afirmativas I, II, III e IV.
b) Estão corretas as afirmativas II e V.
c) Está correta a afirmativa I.
d) Estão corretas as afirmativas I, III e IV.
e) Estão corretas as afirmativas I, III e V.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE II – História, Sociedade e Educação no Brasil I


Seção 2.1: A educação na Colônia: o período jesuítico e a reforma pombalina

JESUÍTAS
Os jesuítas eram padres que pertenciam a Companhia de Jesus, uma ordem religiosa vinculada à Igreja
Católica que tinha como objetivo a pregação do evangelho pelo mundo. Essa ordem religiosa foi criada em
1534 pelo padre Inácio de Loyola e foi oficialmente reconhecida pela Igreja através do papa Paulo II em 1540.
A Companhia de Jesus foi uma resposta da Igreja Católica à Reforma Protestante, e um de seus maiores
intuitos era levar adiante a ideia de uma ordem que tivesse como objetivo principal as missões católicas
internacionais.
ENSINO JESUÍTICO NO BRASIL

➢ Março de 1549 → Chegada dos primeiros jesuítas, na Bahia;


➢ Objetivos → Catequizar e instruir; garantir a formação dos futuros sacerdotes; atuar controlando
fazendas, imóveis e escravos.
➢ Educação → O intuito era combater a Reforma Protestante na Europa (CONTRARREFORMA) e
ampliar o poder do catolicismo nas novas regiões colonizadas. A educação jesuítica dividiu-se em duas
fases:

1ª FASE: Adaptação e construção do trabalho de catequese e conversão do índio aos costumes dos
brancos;

2ª FASE: Consolidação do projeto educacional.

➢ Educação dos negros → Pedagogia da escravidão x Pedagogia da resistência


PEDAGOGIA DA ESCRAVIDÃO: Pode ser vista como a pedagogia pregada pelos jesuítas aos escravos,
com isso, mostrava-se o interesse na manutenção da escravidão da África, com isso, as classes menos
favorecidas economicamente eram menosprezadas. Nesse sentido, tinha-se por objetivo também transmitir a
cultura direta estrangeira por meio dessa ação.

PEDAGOGIA DA RESISTÊNCIA: Pode ser vista como o contrário da pedagogia da escravidão, onde o
seu objetivo era dar poder de voz e ação a classes mais inferiores, bem como, diminuir a diferença entre
classes. Estas foram formas de rebeldia da população escravizada, eu reconstruía sias relações
comunitárias e identitárias nos quilombos e fora deles.

➢ Aldeamento indígena no Brasil → Aldeamento é o nome dado ao processo de reunião de índios em


aldeias que geralmente ficavam próximas a povoações coloniais, incentivando o contato com os
portugueses. Nos aldeamentos jesuíticos os índios eram educados para viver como cristãos. Essa
educação significava uma imposição forçada de outra cultura, a cristã. Os jesuítas valiam-se de
aspectos da cultura nativa, especialmente a língua, para se fazerem compreender e se aproximarem mais
dos indígenas.

➢ Sistema de ensino em geral → Educação conservadora, destinada à pequena parcela de sujeitos


que não realizavam o trabalho braçal (ocupavam cargos de negócios e a administração pública). O
ensino superior era oferecido apenas em Portugal

➢ 1759 → Os jesuítas foram expulsos e seus colégios fechados.


A REFORMA POMBALINA

O Período Pombalino corresponde aos anos em que o Marques de Pombal exerceu o cargo de primeiro-
ministro de Portugal (1750-1777), durante o reinado de D. José I. Como tal, buscou empreender reformas em todas
as áreas da sociedade portuguesa, inclusive atingindo a educação no Brasil.

Principais pontos da reforma:

 Escolas menores, oficiais e gratuitas;

 Aulas régias;

 Colégios dos nobres;

 Aula do comércio;

 Reformou a Universidade de Coimbra;

 Iniciou a laicização do ensino.

O GOVERNO DE POMBAL
Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal e Conde de
Oeiras (Lisboa, 13 de maio de 1699 – Pombal, 8 de maio de 1782) foi
um nobre, diplomata e estadista português. Foi secretário de Estado do
Reino durante o reinado de D. José I (1750-1777), sendo considerado, ainda
hoje, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História Portuguesa.
Ganhou notoriedade ao administrar a crise causada pelo grande terremoto de
Lisboa em 1755.
Ele conquistou a confiança do rei D. José I que autorizou seus projetos de
modernização de Portugal. Realizou diversas reformas administrativas em
Portugal e em suas colônias.

 AULAS RÉGIAS: Compreendiam o estudo das humanidades, sendo pertencentes ao Estado e não
mais restritas à Igreja – foi a primeira forma do sistema de ensino público no Brasil. Cada aula régia
era autônoma e isolada, com professor único e uma não se articulava com as outras. A qualidade do
ensino ministrado pelas aulas régias era comprometida, pois os professores eram mal preparados e
mal pagos. O resultado da reforma foi que as aulas régias pouco alteraram a realidade educacional no
Brasil, tampouco se constituíram numa oferta de educação popular, ficando restrita às elites locais.

IMPORTANTE

RATIO STUDIORUM: O Ratio atque Institutio Studiorum Societatis Iesu (Plano e Organização de Estudos da
Companhia de Jesus), normalmente abreviada como Ratio Studiorum, é uma espécie de coletânea, fundamentada em
experiências vivenciadas no Colégio Romano, a que foram adicionadas observações pedagógicas de diversos outros
colégios, cujo objetivo era instruir rapidamente todo o jesuíta docente sobre a natureza, a extensão e as obrigações do
seu cargo. O Ratio surgiu com a necessidade de unificar o procedimento pedagógico dos jesuítas diante da explosão do
número de colégios confiados à Companhia de Jesus como base de uma expansão em sua totalidade missionária.
Constituiu-se numa sistematização da pedagogia jesuítica contendo 467 regras cobrindo todas as atividades dos
agentes diretamente ligados ao ensino e recomendava que o professor nunca se afastasse do estilo filosófico
de Aristóteles, e da teologia de Santo Tomás de Aquino.

Em 1584, o Padre Aquaviva, novo superior geral da Ordem jesuíta, nomeia uma comissão encarregada de
codificar as observações que foram reunidas em Roma. O anteprojeto motivado, redigido em 1586, depois de haver
sido submetido às críticas dos executores e de haver sido remanejado por nova comissão, torna-se o texto de 1591 e
toma forma definitiva no Ratio Studiorum, promulgado em 8 de janeiro de 1599, ano este em que se publicou o
programa do Ratio. Fica evidente que o objetivo era instruir o silvícola à moda europeia, promovendo a sua civilização.
Além disso a elite colonial seria instruída em valores morais cristãos, bem dentro da lógica da Reforma Católica do
Século XVI. Assim, teríamos a mesma escola, mas com objetivos bem diferentes: para a elite, a instrução moral e
administrativa; para os nativos a catequese. A estrutura pedagógica das escolas do Ratio Studiorum era idêntica à das
nossas escolas do Brasil contemporâneo, já que os alunos aprendiam em salas de aulas, divididos em níveis (classes) e
realizavam provas, geralmente orais. Em 1759, com a expulsão dos Jesuítas do Brasil, houve a paralisação dos trabalhos
que estes desenvolviam na Colônia. Na época da sua expulsão existiam no país vinte colégios, doze seminários, além
de um colégio e um recolhimento feminino.

A REFORMA DAS ESCOLAS DE PRIMEIRAS LETRAS: A Lei de 6 de novembro de 1772 visava ampliar a escolaridade
e as oportunidades, entretanto, enumerava alguns níveis de necessidades: em um extremo estavam aqueles que
seguiriam os estudos maiores e no outro aqueles que precisariam apenas das “instruções dos Párocos”. A outros, ainda,
bastaria ler, escrever, contar ou saber um pouco de Latim. Enfim, explicitava-se um estudo dual, quem podia deveria
estudar para se tornar dirigente. Os demais, ligados aos “serviços rústicos” e às “artes fabris”, deveriam trabalhar e
aprender apenas o necessário. Essa aparente vontade de expandir o ensino limitava-se, nas ideias dos iluministas
portugueses - em especial Antônio Nunes Ribeiro Sanches (1699-1783) -, ao ensino para alguns. As ideias de Sanches
se aproximavam muito das do inglês Bernard Mandeville (1670-1733).

MANDEVILLE – “Para fazer feliz a sociedade e manter contentes as pessoas, ainda que nas circunstâncias mais
humildes, é indispensável que o maior número delas seja pobre e, ao mesmo tempo, totalmente ignorante. (...) Quanto
mais saiba do mundo e das coisas alheias a seu trabalho ou emprego um pastor, um lavrador ou qualquer outro
camponês, mais difícil lhe será suportar as fadigas e penalidades de seu ofício com alegria e satisfação.”

SANCHES – “O rapaz de doze ou quinze anos, que chegou a saber escrever uma carta, não quererá ganhar a sua vida a
trazer uma ovelha cansada às costas, a roçar desde pela manhã até a noite, nem a cavar.”

Para eles era preciso olhar com ressalvas a iniciativa educadora. Tratava-se, na verdade, de ampliar a chance de
educação para a elite. Por isso, aos trabalhadores “rústicos” e das “artes fabris” bastava a instrução dos párocos. Essa
explicitação dos interesses e da visão burguesa sobre a educação evidencia os limites reais da vontade da classe mais
rica sobre a educação para todos.
Faça valer a pena

1. Sobre o ensino jesuítico no Brasil, podemos afirmar:

a) Era baseado nas ideias renascentistas do século XVI que viabilizaram as grandes navegações.
b) Pretendia a educação dos índios e colonos, de acordo com as ideias iluministas do século XVIII.
c) Era uma ação acessória, já que a catequese era o principal objetivo dos jesuítas.
d) Era contraditório às ideias renascentistas em vigor na época, mas adequadas à mentalidade medieval ainda
predominante em Portugal.
e) Pretendia evitar o avanço protestante defendido por Inácio de Loyola.

2. Sobre os jesuítas, a população negra escravizada e a educação, podemos dizer:

a) Os jesuítas apoiavam a luta dos negros contra a escravidão, assim como a liberdade dos índios.
b) Os jesuítas eram contra a escravidão, mas o acordo entre a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus impedia que
eles agissem.
c) Os jesuítas se beneficiavam da escravidão, possuindo, inclusive, fazendas com mão de obra escrava.
d) Os jesuítas, apesar da orientação contrária da Companhia de Jesus, desenvolviam programas de educação da
população escravizada.
e) Após o início do tráfico negreiro, negros e índios passaram a estudar juntos em quilombos.

3. A Lei portuguesa de 6 de novembro de 1772 alterou a educação no país e em suas colônias. Em relação às ideias de
Ribeiro Sanches, autor iluminista, sobre a educação, podemos dizer que:

a) A educação era um direito universal, que deveria ser estendido a todos.


b) Suas ideias, contrárias ao ideal jesuíta, previam o acesso à educação a todos os cidadãos, exceto aos escravos.
c) Considerava que o estudo poderia ser danoso à sociedade se fosse disponibilizado igualmente a todos.
d) Defendia a separação entre educação e religião.
e) Defendia que a religião deveria guiar a educação nas colônias.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE II – História, Sociedade e Educação no Brasil I


Seção 2.2: A educação no período Joanino e Imperial

LINHA DO TEMPO

1808 Corte portuguesa se muda para o Brasil;


1815 Elevação da Colônia a Reino Unido;
1821 D. João retorna à Portugal;
1822 Independência do Brasil;
1824 Primeira Constituição;
1827 1ª lei específica sobre a educação;
1831 Abdicação de D. Pedro I;
1834 Ato Adicional;
1840 Maioridade de D. Pedro II;
1847 Parlamentarismo;
1850 Fim do tráfego negreiro;
1854 Reforma Couto Ferraz;
1870 Fim da guerra do Paraguai;
1879 Reforma Leôncio de Carvalho;
1888 Abolição da escravatura;
1889 Proclamação da República.

1. O PERÍODO JOANINO (1808-1821)

✓ Período em que a família real portuguesa instalou-se no Brasil;


✓ Causa: fuga das tropas napoleônicas devido a não adesão ao BLOQUEIO CONTINENTAL, e
por Portugal se aliar à Inglaterra.
✓ 1808: Ocorre a abertura dos portos e o fim do PACTO COLONIAL.
PACTO COLONIAL: Foi um conjunto de regras, leis e
normas que a metrópole impôs a Colônia. Estas leis
tinham como objetivo principal fazer com que as
colônias só comprassem e vendessem produtos de sua
metrópole.

COLÔNIA METRÓPOLE

PRINCIPAIS CRIAÇÕES NO PERÍODO JOANINO

➢ Conselho de Estado;
➢ Intendência Geral de Polícia;
➢ Corpo da Guarda Real de Polícia da Corte;
➢ Conselho da Fazenda;
➢ Junta Geral do Comércio;
➢ Banco do Brasil;
➢ Casa da moeda.
INOVAÇÕES DO PERÍODO JOANINO

➢ Imprensa Régia;
➢ Jornal Gazeta do Rio de Janeiro;
➢ Jardim Botânico;
➢ Real Hospital Militar;
➢ Academia Real Militar;
➢ Real Biblioteca;
➢ Teatro Real de São João;
➢ Museu Nacional;
➢ Academia de Artes.

INOVAÇÕES EDUCACIONAIS DO PERÍODO JOANINO

➢ Escola de Educação do Rio de Janeiro e outras;


➢ Contratação de professores de Latim, Inglês e Francês;
➢ Criação da Escola Superior de Matemática, Ciências, Física e Engenharia;
➢ Academia da Marinha e da Escola Médico-Cirúrgica;
➢ Escola de Agricultura e Botânica;
➢ Escola de Comércio no Rio de Janeiro, na Bahia e em Pernambuco.

FIM DO PERÍODO JOANINO

➢ O retorno da corte portuguesa a Portugal decorreu das pressões que D. João VI passou a sofrer da
burguesia portuguesa a partir de 1820. Nesse momento, era iniciada a Revolução Liberal do Porto;
➢ D. João VI retornou a Portugal em 1821, deixando seu filho D. Pedro I como regente do Brasil.
2. O IMPÉRIO (1822-1889)
As três correntes de pensamento/partidos políticos no Brasil Império eram:

✓ PARTIDO PORTUGUÊS → Defendia a monarquia absolutista e o retorno do Pacto Colonial. Tinha


apoio entre militares e comerciantes portugueses que se beneficiavam das ideias mercantilistas;

✓ PARTIDO RADICAL → Defendia reformas mais democráticas, como a reforma agrária, o voto
universal, a abolição da escravatura, a descentralização político-administrativa, entre outros.
Tinha o apoio de pequenos comerciantes, funcionários públicos, padres, advogados e jornalistas;

✓ PARTIDO BRASILEIRO → Mais conservador, este partido defendia a monarquia constitucional,


independência da Colônia, manutenção odo escravismo e do latifúndio. A Igreja Católica deveria ser a
religião oficial. Tinham o apoio dos grandes proprietários rurais, dos comerciantes ingleses e
portugueses.

O Partido Brasileiro se sobressaiu neste momento e impôs a independência do Brasil, que fora
proclamada por D. Pedro I em 7 de setembro de 1.822. Nesta sociedade hierárquica, a independência se
constitui num arranjo político que favorecia os interesses da camada senhorial brasileira e os interesses do
novo capitalismo europeu.

O PRIMEIRO REINADO

➢ Setembro de 1823 – Primeiro projeto de Constituição:


“Haverá no Império escolas primárias em cada termo, ginásios em cada comarca e universidades nos
mais apropriados locais.”

➢ Constituição de 1824 – Garantia da “instrução primária gratuita a todos os cidadãos” e “criação de


Colégios e Universidades, onde serão ensinados os elementos das ciências, belas artes e artes.”

➢ 1828 – Lei que cria as Câmaras Municipais e atribui-lhes a função de inspeção sobre as escolas de
primeiras letras, bem como pela educação e destino dos órfãos.

➢ 1831 – D. Pedro I renuncia.


O PERÍODO REGÊNCIAL (1831-1840)

➢ Após a renúncia de D. Pedro I, e com a impossibilidade de D. Pedro II assumir (por não ter a
maioridade), os agentes políticos daquela época disputaram o poder entre si de 1831 a 1840.
➢ REGÊNCIA TRINA: O Período regencial pode ser dividido em duas partes - a Regência Trina, que foi
como o Império foi organizado inicialmente logo após a abdicação do Imperador, e a Regência Una,
estabelecida a partir do Ato Adicional. Durou de 1831 a 1834 e foi dividida em dois momentos –
regência trina provisória e a permanente. Era composta por um representante dos militares, um dos
liberais e outro dos conservadores.

PRINCIPAIS MEDIDAS DA REGÊNCIA TRINA

 Reformou as escolas de medicina do Rio de Janeiro e Salvador;


 Reorganizou o poder judiciário;
 Criação da Guarda Nacional.

ATO ADICIONAL: O Ato Adicional de 1834 foi uma medida legislativa tomada
durante a Regência Trina Permanente, contemplando os interesses dos grupos
liberais. O Ato Adicional alterava a Constituição de 1824 e foi uma tentativa de
conter os conflitos entre liberais e conservadores nas disputas pelo poder
político central. O Ato Adicional estipulou a extinção da Regência Trina e a
escolha de apenas um representante para ocupar o cargo regencial. Com a
formação da chamada Regência Una, vários candidatos se dispuseram a ocupar
o novo cargo do poder executivo. Organizada por meio de eleições diretas e
voto censitário, a escolha do regente, apesar de ser uma manifestação de
tendência liberal, foi marcada por fraudes denunciadas em várias regiões do
território nacional.

PRINCIPAIS MEDIDAS DO ATO ADICIONAL

 Criação da Regência Una;


 Dissolução do Conselho de Estado do Império do Brasil;
 Criação das Assembleias Legislativas Provinciais;
 Estabelecimento do Município Neutro no Rio de Janeiro;
 REGÊNCIA UNA: O Ato Adicional à Constituição de 1824, datado em 1834, veio para estabelecer as
eleições para um Regente único, para comandar o país. Em 1825 aconteceu a primeira eleição para
regente único no Brasil. Entre 1835 e 1837 o padre Diogo Antônio Feijó foi o primeiro regente do Brasil.

PRINCIPAIS MEDIDAS DA REGÊNCIA UNA

 Fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro;


 Reforma da Escola Militar.

O SEGUNDO REINADO

 O Golpe da Maioridade: O Golpe da Maioridade, também conhecido como Declaração da Maioridade,


garantiu ascensão ao trono de D. Pedro II, em 23 de julho de 1840, aos 14 anos. A antecipação da maioridade
foi a estratégia do Partido Liberal para dar fim ao Período Regencial (1831-1840), quando o Brasil foi
governado por regências.

PRINCIPAIS MEDIDAS DO SEGUNDO REINADO

 Volta dos jesuítas – 1842;


 Criação da Inspetoria Geral da Instrução Primária e Secundária do município da Corte – 1854;
 Estabelecimento de normas para o exercício da liberdade de ensino e de um sistema de preparação
do professor primário – 1854;

 Criação do ensino para cegos e surdos-mudos entre 1854 e 1856;


 Criação do Liceu de Artes e Ofícios em 1856 (por iniciativa privada);
 Escolas Normais trouxeram uma pequena melhora no ensino: instabilidade.

REFORMAS EDUCACIONAIS

 REFORMA COUTO FERRAZ (1854): Tornou obrigatória a Educação Física nas escolas do
município da Corte; Regulou as escolas particulares da Corte; Pretendia estender o ensino público,
além de organizar os magistérios; Obrigatoriedade do ensino elementar aos filhos maiores de sete
anos (filhos dos brancos livres).
 REFORMA LEÔNCIO DE CARVALHO (1879): “É completamente livre o ensino primário e
secundário no município da Corte e o superior em todo o Império, salvo a inspeção necessária
para garantir as condições de moralidade e higiene.”

A interpretação de liberdade de ensino trouxe algumas consequências para a educação nessa época:

Qualquer pessoa que se sentisse apta a ensinar poderia expor as suas ideias e adotar os métodos que
lhe conviesse. A frequência nos cursos secundários e superiores tornou-se livre, o aluno poderia aprender com
quem quisesse e deveria depois prestar exames.

IMPORTANTE

LEI SARAIVA: A Lei Saraiva, Decreto nº 3 029, de 9 de janeiro de 1881, foi a lei que instituiu, pela primeira vez, o Título
de Eleitor, proibiu o voto de analfabetos e adotou eleições diretas para todos os cargos eletivos do Império
brasileiro: senadores, deputados à Assembleia Geral, membros das Assembleias Legislativas
Provinciais, vereadores e juízes de paz. A determinação estabeleceu ainda que os imigrantes de outras nações, em
particular comerciantes e pequenos industriais, e também os que não fossem católicos, religião oficial do Império,
poderiam se eleger, desde que possuísse renda não inferior a duzentos mil réis. O redator final da lei foi o deputado-
geral Rui Barbosa. Deveu-se tal denominação à homenagem feita ao Conselheiro José Antônio Saraiva, então
Presidente do Conselho de Ministros, que foi o responsável pela maior reforma eleitoral do país até então.

Material Complementar

REFORMA COUTO FERRAZ - DECRETO Nº 1.331-A, DE 17 DE FEVEREIRO DE 1854

Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1331-a-17-fevereiro-1854-590146-


publicacaooriginal-115292-pe.html

REFORMA LEÔNCIO DE CARVALHO – DECRETO Nº 7.247, DE 19 DE ABRIL DE 1879

Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-7247-19-abril-1879-547933-publicacaooriginal-


62862-pe.html

LEI SARAIVA – DECRETO Nº 3.029, de 9 de janeiro de 1881

Disponível em: https://www.tse.jus.br/eleitor/glossario/termos/lei-saraiva


Faça valer a pena

1. “É preciso considerar, antes de mais nada, o caráter meramente formal da Independência. Ela se constituiu, de fato, num
arranjo político que favorecia os interesses da camada senhorial brasileira, grande empresária da emancipação
política, assim como os interesses do novo capitalismo europeu” (XAVIER, 1994, p. 62).
De acordo com o texto acima, seus conhecimentos sobre a independência e as transformações na educação
brasileira, podemos afirmar que:

a) A independência significou uma mudança política notável que repercutiu em ampla transformação do sistema
de ensino brasileiro.
b) A independência significou pequenas mudanças políticas, mas enorme modificação em nossa estrutura
educacional, fruto das transformações econômicas mundiais.
c) Além dos interesses dos empresários citados no texto, os trabalhadores também foram beneficiados, exceto
os escravos.
d) Segundo a autora, a independência não significou grandes mudanças na estrutura brasileira e, devido a isso,
podemos concluir que a educação também pouco mudou.
e) Interessava ao capitalismo europeu a independência das colônias e a criação de mercados consumidores,
daí a abolição da escravatura logo em seguida da independência.

2. Shigunov Neto (2015) aponta algumas mudanças realizadas no Brasil no Período Joanino, entre elas: a
criação do Conselho de Estado, Conselho da Fazenda, Banco do Brasil e da Casa da Moeda. Essas mudanças
expressam:

a) Interesse inglês na modernização brasileira visando aumento de suas exportações.


b) Modernizações promovidas por D. João, a fim de criar condições de gerenciamento da metrópole em nosso
território e atender às necessidades da corte.
c) Reflexos da Revolução Francesa na criação de nossas estruturas republicanas.
d) Interesses ingleses e francesas na modernização brasileira visando sua independência.
e) Modernização da colônia, importante no período, mas que não influenciaram nossa independência anos mais
tarde.

3. Em 1854 temos uma nova reforma educacional por meio do Decreto de 17 de fevereiro. Sobre esse Decreto,
podemos dizer:

a) Ampliava a educação nacional, incluindo os negros, já que o tráfico havia sido proibido em 1850.
b) A chamada Reforma Couto Ferraz criou o ensino primário e secundário vigentes até a Lei de Diretrizes e
Bases (LDB) de 1996.
c) Previa o ensino de Gramática e Aritmética, mas não o de história nem de geografia.
d) Estimulava o ensino e criava bolsas de estudo para estudantes carentes.
e) Tornava o ensino primário obrigatório, sujeitando os pais a multas, caso não o oferecessem aos seus filhos,
no entanto, excluía explicitamente a educação aos escravos.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE II – História, Sociedade e Educação no Brasil I


Seção 2.3: A educação no Período Contemporâneo e sua influência sobre a educação
brasileira

ILUMINISMO

* Criticismo
Kantiano.

REVOLUÇÃO INGLESA (1642-1651): Movimento político, militar e religioso que destruiu o absolutismo
na Inglaterra instalando naquele país a primeira monarquia parlamentar da história.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1760-1860): Foi um período de grande desenvolvimento tecnológico que


teve início na Inglaterra e que se espalhou pelo mundo causando grandes transformações. A Revolução
Industrial garantiu o surgimento da indústria e consolidou o processo de formação do capitalismo.

REVOLUÇÃO FRANCESA (1789-1799): Foi um ciclo revolucionário que aconteceu na França e que
teve como resultado prático o fim do absolutismo no país.

NOVO MUNDO, NOVAS IDEIAS

➢ Passagem do século XVIII para o XX;


➢ Revolução Inglesa no século XVII e Francesa no século XVIII, acabaram com as monarquias
absolutistas e criaram uma sociedade com a divisão de poderes que conhecemos hoje;
➢ Ideias iluministas ganharam força (razão);
➢ A ciência explica os fenômenos naturais;
➢ Revolução Industrial (Inglaterra) molda o mundo (capitalismo);
➢ Com a crescente urbanização e industrialização, aumentou a necessidade de alfabetização e
escolarização.

João Amós Comênio (1592-1670), nascido na Morávia (atual República Tcheca), foi
considerado o maior pedagogo do século XVII e o Pai da Didática Moderna. Teve como
preocupação a construção de um método pedagógico que pudesse ensinar de forma rápida e
segura. Escreveu a obra Didática Magna e diversos manuais em que ensinavam como os
mestres deveriam proceder no ensino dos alunos, com os graus de dificuldade e com os ritmos
adequados à capacidade de assimilação dos alunos. Sua pedagogia valorizava o ensino
prático e religioso, pretendendo “ensinar tudo a todos”, de forma universal.

 Método de Ensino Mútuo ou Lancaster → Constituía em um professor escolher na turma os


melhores alunos que se tornariam tutores da sala. O professor passa os conhecimentos para os tutores
que ficariam responsáveis pelos demais. Este método permitiu a expansão da rede de ensino na
Inglaterra.

 Escola brasileira → Obrigação do Estado. O ensino era excessivamente literário e pouco


científico, as escolas insuficientes, os mestres sem qualificação adequada. A formação era nacionalista.
Professores mal pagos e castigos físicos eram uma prática frequente.

Kant e a educação na formação ética e moral do indivíduo

◊ Conhecimento: fruto da interação entre sujeito e objeto;


◊ Papel da educação: desenvolvimento ético e moral nos indivíduos;
◊ Agir moralmente é agir de uma determinada maneira simplesmente porque é o certo a fazer, não por
causa de castigos ou recompensas;
◊ A opção por agir desta e não daquela maneira não é inata nem natural, mas decorre da formação do
indivíduo por meio da educação, de forma a torna-lo capaz de escolher com autonomia.

IMPORTANTE

KANT e a moral: A doutrina moral de Kant é independente de qualquer sentido religioso. Sua moral exclui a noção de intenção como
elemento de uma alma pura, e o dever não é uma obrigação a ser seguida em virtude de um ente superior. Intenção e dever (em
Kant) dependem do sujeito epistemológico (eu transcendental) e não do eu psicológico (indivíduo). Para Kant, o sujeito
transcendental trata-se de uma maquinaria (aparelho cognitivo) subjetiva, universal e necessária (presente em todos os homens,
em todos os tempos e em todos os lugares). Assim, todo ser saudável possui tal aparato, formado por três campos: a razão, o
entendimento (categorias) e a sensibilidade (formas puras da intuição-espaço e tempo).

Em Kant, a razão (faculdade das ideias) é que preserva os princípios que articulam intenção e dever conforme a autonomia
do sujeito. Desse modo segue-se que tais princípios não podem ser negados sem autocontradição. Daí deriva a ideia de liberdade
kantiana, de um caráter sintético a priori, sendo que sem liberdade não pode haver nenhum ato moral; para sermos livres,
precisamos ser obrigados pelo dever de sermos livres.
Faça valer a pena

1. Sobre a expansão do ensino público no século XIX, podemos afirmar:

a) Ocorreu na maioria dos países da Europa, ao mesmo tempo e sem contradições.


b) Ocorreu no Brasil e na Europa, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino.
c) Foi mais evidente no Brasil por ser mais atrasado do que as metrópoles europeias.
d) Foi diferente e atrasada no Brasil, que ainda possuía uma economia baseada no escravismo.
e) Não teve relação com a Revolução Industrial.

2. Considere as afirmações a seguir:

I. O conhecimento depende principalmente da observação, da análise correta de dados empíricos.


II. O conhecimento depende da observação e da interpretação correta por meio da razão, da inteligência.
III. O conhecimento depende da inteligência, pois a realidade é impossível de ser compreendida corretamente pela observação pura.
IV. Os sentidos podem levar ao erro, enquanto que a razão permite chegar à verdade pura.

Assinale a alternativa correta.

a) A afirmação II está mais próxima do criticismo kantiano.


b) Kant defende o que se afirma em I e II como forma de chegar à verdade.
c) Os empiristas estão representados na afirmação IV.
d) A afirmação IV representa o modo como os idealistas, entre eles Kant, compreendem o conhecimento.
e) Os empiristas, como Kant, concordariam com a afirmação III.

3. Considere as seguintes situações:

I. Ajudar uma idosa a atravessar a rua para impressionar a namorada que observa a situação.
II. Parar o carro na estrada, à noite, para retirar uma pedra da qual desviou e que poderia causar acidentes a outros motoristas.
III. Reduzir a velocidade do veículo em regiões fiscalizadas e sujeitas a atropelamentos.

Podemos considerar ações moralmente corretas, de acordo com Kant:

a) Todas estão corretas e geram o bem.


b) Apenas I e II, pois em III existe a possibilidade de punição, o que torna o ato não voluntário.
c) Apenas I, pois em II e III não existe ação moral ou objetivo concreto.
d) Apenas III, quando existe vigilância, o que não ocorre em I e II.
e) Apenas II, pois em I existe o prêmio da admiração da namorada e em III o risco de sanção.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE II – História, Sociedade e Educação no Brasil I


Seção 2.4: A pedagogia no Período Contemporâneo e suas influencias sobre a educação
brasileira

Movimento que consagrou a


vitória do pensamento científico.

ILUMINISMO: 1715-1789

Nascem da disputa pelo modelo TEORIAS PEDAGÓGICAS


de sociedade e educação que os
teóricos e educadores participam e
expressam uma visão de mundo.

AUGUSTO COMTE E O POSITIVISMO: O Positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na França no início do
século XIX e que defendia a ideia de que o conhecimento científico seria a única forma de conhecimento
verdadeiro. A partir desse saber, pode-se explicar coisas práticas como das leis da física, das relações sociais
e da ética. Os principais idealizadores do positivismo foram os pensadores Auguste Comte e John Stuart Mill. Esta
escola filosófica ganhou força na Europa na segunda metade do século XIX e começo do XX. A ordem, o rigor e o
empenho pela organização são características fundamentais para a doutrina positivista. Daí deriva o lema
estampado na bandeira brasileira – ORDEM E PROGRESSO -, desenhada durante o início da era
republicana no Brasil.

ÈMILE DURKHEIM, O PAI DA SOCIOLOGIA: O francês Emile Durkheim (1858-1917) produziu sua obra no final
do século XIX e início do século XX. É um dos autores mais importantes na definição da sociologia e da
pedagogia como ciências autônomas – separadas da Filosofia, Moral, Psicologia e Teologia. O autor afirmava que
não se tratava de compreender os indivíduos, mas o comportamento social deles. Para Durkheim, o objeto da
“nova ciência” não seria toda a realidade, mas apenas os fatos sociais, cujas características seriam a
coerção social, que pressionaria o indivíduo a agir de determinada maneira; a exterioridade em relação ao
indivíduo, isto é, as ações não seriam originadas no indivíduo, mas na coletividade; e a generalidade, ou seja, a
ocorrência em todos ou quase todos os indivíduos.
PRAGMATISMO OU INSTRUMENTALISMO: O pragmatismo foi
a primeira escola filosófica genuinamente americana. John
O pragmatismo adota
Dewey é considerado o fundador deste pensamento filosófico,
como critério da verdade a
identificando sua teoria como Instrumentalismo ou utilidade prática,
Funcionalismo. Os estudos de John Dewey influenciaram o identificando o verdadeiro
movimento da escola nova em diversos países, incluindo o Brasil, como útil através do senso
através de Anísio Teixeira. A educação aqui era baseada na prático.
apresentação de problemas para os quais o estudante deveria
buscar soluções, sendo assim mais autônoma. Ainda persistia o
dualismo escolar (aprender a aprender).

ANARQUISMO: Não reconhece autoridade em nenhuma forma de estado, que considera sempre opressiva.
Defende a auto organização descentralizada da sociedade.

IMPORTANTE

APRENDER A APRENDER – VALORIZAÇÕES NEGATIVAS: Para alguns teóricos da educação, há uma


desvalorização ao ato de ensinar, pois o papel do professor pode ser entendido como desnecessário. Nesta
tendência, os métodos, atitudes ou habilidades que o aluno desenvolve para buscar o conhecimento
científico é mais importante que a apropriação concreta desse conhecimento, o que pode gerar uma
desvalorização dos saberes. Por fim, é preciso pensar que “aprender a aprender” ou “aprender fazendo”
exige um mínimo de material pedagógico e uma situação de clientela que não encontramos nas classes
populares.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Mapa mental – John Dewey: https://www.passeidireto.com/arquivo/86739124/john-dewey
HEGEL e MARX: https://www.passeidireto.com/arquivo/86786204/hegel-e-marx
Faça valer a pena

1. Para Durkheim:

a) A realidade poderia ser plenamente compreendida se fossem seguidas as regras do seu método.
b) A observação da realidade não garante a compreensão plena do funcionamento da sociedade.
c) Os preconceitos e opiniões impedem que a ciência compreenda os fenômenos sociais do mesmo modo que
compreende os fenômenos físicos.
d) Os métodos das ciências físicas não podem ser modelos para as ciências humanas, por isso, ele criou um novo método.
e) A sociedade não é composta por interesses conflitantes.

2. Considere as afirmações:

I. Segundo John Dewey, a sociedade é como um organismo em que todas as partes buscam o mesmo objetivo.
II. Segundo Karl Marx, a sociedade é composta de classes antagônicas com interesses conflitantes.
III. Segundo Durkheim, a sociedade é harmônica, exceto em períodos de luta de classes, como as greves.

Assinale a alternativa correta:

a) Estão corretas as afirmações I e II.


b) Estão corretas as afirmações II e III.
c) Apenas a afirmação II está correta.
d) Apenas a afirmação III está correta.
e) Estão corretas as afirmações I e III.

3. O ideal socialista, que almeja uma sociedade mais igualitária e não dividida em classes, deve defender uma educação:

a) Dualista, parte voltada à formação dos dirigentes do partido, parte voltada à formação dos trabalhadores.
b) Integral, sem distinção de classes, que supere a separação entre trabalho manual e intelectual.
c) Positivista, que promova o progresso do capitalismo rumo ao socialismo.
d) Pragmática, já que só a integração entre teoria e prática permitiria melhorar a educação popular.
e) Unitária, que integre trabalhadores e empregados, visando o bem comum e a criação de uma sociedade mais justa.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE III – História, Sociedade e Educação no Brasil II


Seção 3.1: A educação brasileira na Primeira República

República Velha

Também chamada de Primeira República Brasileira, este foi o período da história do Brasil que se
estendeu da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889 até a Revolução de 1930, que depôs o 13º
e último presidente da República Velha, Washington Luís. A República Velha se dividiu em duas fases:

República da Espada República Oligárquica

Nesse período o Brasil teve • A chamada política do café


os militares Deodoro da com leite - Política dos
Fonseca e Floriano Peixoto Governadores - se deu a
como presidentes. O partir do governo de
período ficou conhecido Campos Sales (1898-1902),
como República da em que os governadores
Espada devido ao fato de dos estados de São Paulo e
ambos serem militares.
Minas Gerais exerceram
Deodoro da Fonseca foi
presidente de novembro de
influência decisiva na
1889 a novembro de 1891 e escolha dos presidentes,
Floriano Peixoto ocupou o sendo um mandato
cargo de novembro de 1891 a indicado por MG e outro
novembro de 1894. por SP.

CONTEXTO HISTÓRICO DO BRASIL

A agroexportação do café foi o elemento predominante da economia nesse período. Além disso, uma lenta
industrialização incentivou a imigração e a formação da classe trabalhadora assalariada no país. Diante das
enormes desigualdades sociais, inúmeras revoltas populares, militares e sindicais pressionavam o
governo federal, assim como as oligarquias alijadas do poder.
Em 1929/1930 a crise econômica, política e social colocou abaixo a República Velha pela denominada
Revolução de 1930, dando início a Era Vargas.
A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA PRIMEIRA REPÚBLICA

 As novas ideias pedagógicas que avançam pelo mundo afora incentivaram no Brasil algumas reformas
educacionais nos estados, mas, encontraram obstáculos diante do poder que o ensino tradicional
católico possuía;

 Na década de 1920, houve um intenso debate entre os setores reformadores e católicos sobre os rumos
da educação brasileira;

 Fora da esfera estatal, os anarquistas produziram inúmeras experiências culturais e educativas


modernas que desafiavam o ensino tradicional;

 Diante de uma dominação política autoritária e preconceituosa, a educação das mulheres caminha a
passos lentos, enquanto que a população negra ainda permanecia marginalizada. O dualismo
educacional ganhava novas roupagens.

VOTO CENSITÁRIO NO BRASIL - 1824

O voto censitário no Brasil foi


adotado como forma de exclusão dos
indivíduos desprivilegiados socialmente do
processo eleitoral.
A Constituição do Brasil de 1824
recebeu influências de Constituições
europeias, como a francesa, de 1791. A
Carta Magna brasileira definiu, entre outras
medidas, quem teria acesso ao voto.
Assim, nas eleições primárias,
somente homens maiores de 25 anos com
renda anual mínima de 100 mil réis
poderiam exercer seu direito ao voto.
Já nas eleições de segundo nível, só podiam votar os homens que recebessem no mínimo 200 mil réis de
renda anual. Não entravam no “grupo dos votantes” os escravos alforriados e nem as mulheres.
Já em relação à candidatura, só podiam se eleger os homens católicos, maiores de 25 anos que
possuíssem renda de no mínimo 400 mil réis (para o cargo de deputado) e 800 mil réis (para o cargo de
senador).
Essa estrutura política dividia a sociedade entre os cidadãos passivos, excluídos do direito de votar, e os
cidadãos ativos, imbuídos do direito ao voto e à candidatura.
MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA

Este é um importante documento lançado em


1932 por um grupo de 26 educadores e intelectuais
que propunha princípios e bases para uma reforma do
sistema educacional brasileiro. Temos em Anísio
Teixeira, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo – a
trindade da Educação Nova – talvez os principais
expoentes deste documento, que tem ainda nomes
como Cecília Meireles e Roquette Pinto.
O texto do manifesto dizia que “se depois de
43 anos de regime republicano, se der um balanço ao
estado atual da educação pública, no Brasil, se
verificará que, dissociadas sempre as reformas econômicas e educacionais, que era indispensável entrelaçar e
encadear, dirigindo-as no mesmo sentido, todos os nossos esforços, sem unidade de plano e sem espírito de
continuidade, não lograram ainda criar um sistema de organização escolar, à altura das necessidades
modernas e das necessidades do país”.
Segundo o documento, a causa principal dos problemas na educação está na “na falta, em quase todos
os planos e iniciativas, da determinação dos fins de educação (aspecto filosófico e social) e da aplicação
(aspecto técnico) dos métodos científicos aos problemas de educação”. Os 26 educadores entendiam que
“nunca chegamos a possuir uma cultura própria, nem mesmo uma cultura geral que nos convencesse
da existência de um problema sobre objetivos e fins da educação”.
O grupo defendia novos ideais de educação e lutavam contra o empirismo dominante. Para tanto,
defendiam “transferir do terreno administrativo para os planos político-sociais a solução dos problemas
escolares”.
A educação nova, segundo o texto do manifesto, propunha “servir não aos interesses de classes, mas aos
interesses do indivíduo, e que se funda sobre o princípio da vinculação da escola com o meio social”. Ou seja, o
objetivo era ter um “ideal condicionado pela vida social atual, mas profundamente humano, de
solidariedade, de serviço social e cooperação”.
Os educadores de 1932 que assinaram o manifesto diziam que a escola tradicional estava instalada
para uma concepção burguesa, deixando o indivíduo numa autonomia isolada e estéril. O documento defendia
ainda: educação como uma função essencialmente pública; a escola deve ser única e comum, sem privilégios
econômicos de uma minoria; todos os professores devem ter formação universitária; o ensino deve ser laico,
gratuito e obrigatório.
A democracia no Brasil era um dos pontos importantes abordado no manifesto de 1932. A educação
era vista como instrumento de reconstrução da democracia, permitindo a integração dos diversos grupos
sociais. Nesse sentido, o governo federal deveria defender bases e princípios únicos para a educação, mas
sem ignorar as características regionais de cada comunidade.
REPÚBLICA VELHA: CONTEXTO HISTÓRICO

 FINAL DO SÉCULO XIX → Com a sociedade capitalista a sociedade escravista não sobrevive;

 FATOS IMPORTANTES → O fim do escravismo (1888) e a proclamação da República (1889);

 POLÍTICA DO CAFÉ COM LEITE → Políticos paulistas e mineiros se alternavam na cadeira de


Presidência da República, por isso o nome do acordo (SP - Café / MG - Leite);

 VOTO DE CABRESTO → Foi uma ferramenta poderosa utilizada pelos coronéis durante a República
Velha (1889-1930), por meio de abuso de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública. As
regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais eleitorais, sendo o povo
coagido a votar nele ou no seu candidato. Eram verdadeiros espaços de mando e desmando, onde a decisão dos
coronéis locais determinava a ação da população, visto que, naquela época, o voto era aberto, de tal modo
que era possível ver em quem o eleitor iria votar.

 MOMENTOS: Revoltas; Primeira Guerra Mundial (1914-1918); Revolução Russa; Movimento Operário
Brasileiro; Fundação do Partido Comunista do Brasil (1922).

 SEMANA DE ARTE MODERNA (1922) → A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-
cultural que ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo entre os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922. O evento
reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras - pintura e
escultura - e palestras. Os artistas envolvidos propunham uma nova visão de arte, a partir de uma
estética inovadora inspirada nas vanguardas europeias. Foi considerada uma reação à cultura
conservadora.

 REVOLUÇÃO DE 1930 → Pela ação militar, Getúlio Vargas se torna Presidente da República.

A EDUCAÇÃO NA REPÚBLICA VELHA

➢ Constituição de 1891: caracterizou-se devido a separação entre Igreja e Estado, e consequentemente


houve o rompimento com a adoção de uma religião oficial, determinando-se a laicização do ensino nos
estabelecimentos públicos; transferiu para os estados a responsabilidade pela educação fundamental e
profissional. A federação será responsável pela educação secundária e superior;
➢ Dualismo escolar: como os Estados não investiram em educação, podemos ver aqui a elitização e o
dualismo educação presente;
➢ Movimento da Escola Nova: Surgimento do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em 1932;

A educação constituiria a possibilidade de redenção da sociedade, ou


seja, a educação teria condições de promover o desenvolvimento
econômico e social da nação.
➢ Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo e Lourenço Filho: Pretendiam realizar seus projetos por meio
da educação pública o que provocou forte reação da Igreja Católica, que já via nos novos integrantes um
positivismo laico que deveria ser combatido. Embate entre reformadores e católicos;
➢ Educação das mulheres: No campo profissional, as escolas normais deveriam formar professoras
para um desempenho pedagógico calcado no humanismo, na competência e nos valores sociais. Essa
educação, em nível médio deveria bastar e as jovens brasileiras cresceriam com o destino profetizado de
serem esposas e, em caso de necessidades, professoras;
➢ Contra as forças hegemônicas: Movimentos operários e anarquistas discutiam os rumos da
educação brasileira;
➢ Anarquistas: Produziram importantes experiencias educacionais, fundando escolas operárias,
produzindo material impresso de difusão de suas ideias, construindo bibliotecas populares e centros
de estudos, desenvolvendo o teatro, entre outras coisas. Eles negavam a educação estatal priorizando a
sociedade, auto-organizada, a prover a sua própria necessidade educativa;
➢ Escolas Operárias: Coeducação entre meninos e meninas; convivência com diversos segmentos
sociais; instrução científica e racional; defesa da educação integral, laica e politizada.

IMPORTANTE

EXPULSÃO DA FAMÍLIA REAL: Com o golpe liderado pelos militares em 1889 para a Proclamação da
República algumas providências foram tomadas, como, por exemplo, a expulsão da Família Real e a
formação de um governo para o novo regime. Passou-se a aplicar decretos-lei devido à anulação da
Constituição de 1824, até que fosse feita uma nova.
Entre as medidas do governo provisório republicano, temos a escolha da República Federativa como regime
político; a transformação das províncias em estados; dissolução das Assembleias provinciais e municipais,
com nomeação de interventores e intendentes para os municípios; nova bandeira, com um lema positivista
“ordem e progresso”.
Convocou-se uma Assembleia Constituinte (1891); consagrou a separação entre Igreja e Estado, com a
instituição do casamento civil, secularização dos cemitérios e obrigatoriedade das certidões de nascimento,
casamento e óbito civis; e, por fim, a dita “grande naturalização”, pela qual todo estrangeiro que estivesse
no país seria considerado brasileiro automaticamente, caso contrário deveria se manifestar.

ENCILHAMENTO: Foi uma crise que ocorreu no início da Primeira República no governo de Marechal
Deodoro da Fonseca. Um dos efeitos foi a falta de dinheiro circulante no país.
Faça valer a pena

1. Na Constituição de 1891 variados setores sociais disputavam os rumos da educação brasileira, sendo correto afirmar
que:

a) A Constituição de 1891 reforçou a unidade entre o Estado e a Igreja Católica, tendo como consequência uma educação
pública católica.
b) A Constituição de 1891 promoveu a separação entre o Estado e a Igreja Católica, tendo como consequência uma
educação pública libertária.
c) A Constituição de 1891 promoveu a separação entre o Estado e a Igreja Católica, tendo como consequência uma
educação pública com base na Escola Nova.
d) A Constituição de 1891 promoveu a separação entre o Estado e a Igreja Católica, tendo como consequência uma
educação pública laica.
e) A Constituição de 1891 promoveu a separação entre o Estado e a Igreja Católica, tendo como consequência uma
educação pública tecnicista.

2. Na Constituição de 1891 não foi construído um sistema de ensino nacional articulado, sendo correto afirmar que:

a) Na Constituição de 1891 prevaleceram interesses nacionais, sendo que todos os níveis educacionais ficaram sob
responsabilidade do governo federal.
b) Na Constituição de 1891 prevaleceram interesses regionais de cunho federativo, sendo que todos os níveis
educacionais foram transferidos para os estados.
c) Na Constituição de 1891 prevaleceram interesses regionais de cunho federativo, sendo que a educação superior foi
transferida para os estados, enquanto que a educação fundamental ficou sob responsabilidade do governo federal.
d) Na Constituição de 1891 prevaleceram interesses regionais de cunho federativo, sendo que a educação secundária foi
transferida para os estados, que a educação fundamental e superior ficou sob responsabilidade do governo federal.
e) Na Constituição de 1891 prevaleceram interesses regionais de cunho federativo, sendo que a educação fundamental foi
transferida para os estados, enquanto que a educação secundária e superior ficou sob responsabilidade do governo federal.

3. Os positivistas, com base no lema “ordem e progresso”, estavam representados, no início da República, principalmente
pelos militares, sendo correto afirmar que:

a) Os positivistas tiveram pouca influência na educação brasileira no início do Período Republicano.


b) Os positivistas tiveram muita influência na educação brasileira no início do Período Republicano.
c) Os positivistas não tiveram nenhuma influência na educação brasileira no início do Período Republicano.
d) Os positivistas tiveram domínio absoluto na educação brasileira no início do Período Republicano.
e) Os positivistas defenderam o ensino religioso na educação pública brasileira.

Os positivistas, com base no lema “ordem e progresso”, tiveram pouca influência na educação republicana.
Suas ideias circularam apenas pelos clubes e sociedades republicanas, por experiências educacionais
localizadas, como o Colégio Culto à Ciência, em Campinas, fundado em 1873 por maçons. Além disso,
dividiram-se em importantes questões, como o papel do Estado na educação. No início do governo
republicano, sob a ambivalência dos interesses liberais e positivistas, Benjamin Constant, positivista e
professor da Escola Militar, ministro da Instrução, Correios e Telégrafos, promoveu a reforma da educação,
em 1890, conseguindo, por decorrência da separação entre a Igreja e o Estado, abolir o ensino religioso
das escolas públicas, o que acarretou furiosa reação dos católicos.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE III – História, Sociedade e Educação no Brasil II


Seção 3.2: A educação brasileira no Primeiro Governo Vargas

REVOLUÇÃO DE 1930 → Antes da revolução de 1930, o Brasil era governado politicamente e


economicamente pelas oligarquias, este sistema ficou conhecido como “Política do Café com Leite”. A
revolução de 1930 foi o movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul,
que culminou com o golpe de Estado, o golpe de 1930, que depôs o presidente Whashington Luís em 24 de
outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha.

Contexto Histórico

 Momento marcado pela crise política, econômica e social em consequência da Crise de 1929 e da
Crise do café;

 Nas eleições de 1930, Júlio Prestes venceu. Porém, mesmo em segundo lugar, Getúlio Vargas assumiu
através da Revolução de 1930;

 Na Revolução de 1930, a Aliança Liberal assume o governo, tendo Getúlio Vargas empossado como
presidente.

 Em 1932 houve a reação da oligarquia paulista com o Movimento Constitucionalista;

 Constituição de 1934: impasses entre os diversos interesses, Vargas é eleito indiretamente para mais
4 anos de mandato.

 Vargas impulsionava via Estado, a construção de um novo padrão de desenvolvimento econômico com
a industrialização e a manutenção da estrutura agrária – a “modernização conservadora”.

 Estado Novo (1937): Vargas suspende as eleições, revoga a constituição de 1932 e assume plenos
poderes.

O Governo Vargas → Durante o governo


de Getúlio Vargas foram produzidas
cartilhas infantis com a educação cívica
e nacionalista de enaltação à figura do
presidente.
A Educação na Era Vargas

 A criação do Ministério da Educação e da Saúde impulsiona mudanças no campo educacional;

 As reformas educacionais de Francisco Campos e Gustavo Campanema buscam atender às


expectativas de reforma da educação brasileira;

 O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova é um marco na defesa de uma educação única, laica,
gratuita, obrigatória e com a coeducação entre meninos e meninas;

 A reação católica e a educação cristã são reafirmadas, abrindo uma disputa entre os educadores
brasileiros;

 Os embates entre os católicos e os reformadores marcam posições distintas sobre a educação;

 Fora dos embates entre os setores que realmente influenciavam o governo, ocorreram experiências
alternativas: anarquistas, comunistas e a Frente Negra Brasileira.

IMPORTANTE

EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA: A disciplina previa o culto à pátria, bem como aos seus símbolos, tradições e
instituições a fim de “aprimorar o caráter do aluno por meio de apoio moral e dedicação tanto à família
quanto à comunidade”. Tratava-se de uma maneira de exaltar o nacionalismo presente na época.
“Os centros cívicos deverão, até mesmo, elaborar o ‘código de honra do aluno’ e considerarão o civismo nos
três aspectos fundamentais: caráter, com base na moral, tendo como fonte Deus; amor à Pátria, com
capacidade de renúncia; e ação permanente em benefício do Brasil”, diz uma reportagem da época.
Faça valer a pena

1. No início do Governo Vargas, com a criação do Ministério da Educação e da Saúde, seu primeiro ministro foi:

a) Francisco Campos.
b) Artur Bernardes.
c) Paulo Renato.
d) Anísio Teixeira.
e) Filinto Müller.

2. As primeiras medidas do novo Ministério da Educação de Vargas foram:

a) A organização de universidades federais em todos os estados brasileiros.


b) A organização da Universidade de São Paulo, a criação de vestibulares e a instituição do ensino tecnicista.
c) A organização de um sistema de ensino público, laico, gratuito e obrigatório.
d) A proibição do ensino religioso nas escolas públicas.
e) A organização da Universidade do Rio de Janeiro, a criação do Conselho Nacional de Educação e a
estruturação do ensino secundário e comercial.

3. A reforma universitária de Francisco Campos estabeleceu novas regras para a instituição da universidade,
sendo corretamente indicada na alternativa:

a) As universidades compreenderiam pelo menos três institutos: Biologia, Medicina e Farmácia ou um deles
substituído pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras, que seria voltada para a formação de professores.
b) As universidades compreenderiam pelo menos três institutos: Direito, Mecânica e Física ou um deles
substituído pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras, que seria voltada para a formação de professores.
c) As universidades compreenderiam pelo menos três institutos: Direito, Medicina e Engenharia ou um deles
substituído pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras, que seria voltada para a formação de professores.
d) As universidades compreenderiam pelo menos três institutos: História, Ciências Sociais e Filosofia ou um
deles substituído pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras, que seria voltada para a formação de
professores.
e) As universidades compreenderiam pelo menos três institutos: Arquitetura, Belas Artes e Música ou um deles
substituído pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras, que seria voltada para a formação de professores.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE III – História, Sociedade e Educação no Brasil II


Seção 3.3: A educação brasileira no Estado Novo

A educação brasileira no Estado novo

 Primeiro Governo Vargas (1930 – 1945);


 Golpe de Estado – Estado Novo (1937 – 1945)
 Disputa de projetos entre os setores que compõe o Governo Vargas;
 Busca de legitimidade;
 Cultura e Educação como instrumentos de legitimação do Estado Novo.

Durante o Estado Novo (1937 – 1945) o Governo Vargas buscou legitimar-se com uma
intensa propagando sobre o seu governo, valorizando o nacionalismo e pela produção
de materiais diversos, inclusive materiais didáticos com sua imagem.

Contexto histórico

 Momento de crise internacional: crise de 1929; ascensão do nazismo; eminência da 2ª Guerra Mundial.

 O Governo Vargas foi composto por setores que possuíam diferentes projetos políticos (oligarquias,
militares, industriais, liberais).

 Um setor da classe economicamente dominante estava aliada ao poder político, a oligarquia paulista, que
reagiu por meio do Movimento Constitucionalista (1932).

 A Constituição de 1934 não resolveu as diferenças entre os setores dominantes.

 Para resolver o impasse, Vargas institui o Estado Novo em 1937, suspendendo as eleições e iniciando
um governo ditatorial.

 Para legitimar-se, Vargas atendeu parte das reinvindicações trabalhistas com a CLT, e investiu numa
intensa propaganda, na produção cultural e na educação, visando construir uma imagem de um novo
período da história brasileira;

 Com o Estado Novo, seu projeto de industrialização é acelerado;


 Após a participação do Brasil na II Guerra Mundial, seu governo entrou em crise e Vargas é deposto
em 1945, mesmo com um grande apoio popular.

Educação e Cultura no Estado Novo

➢ Para legitimar o Estado Novo é criado o Departamento de Imprensa e Propagando (DIP), órgão
responsável pela censura, pela difusão do patriotismo, dos feitos do Governo Vargas e pela produção
cultural e educacional;

➢ A produção cultural e educacional apresentava o Estado Novo como inovador, moderno, propulsor do
progresso e o passado como algo atrasado, arcaico, regressivo. O novo significava também a busca da
construção de uma identidade coletiva, marcada pela integração dos povos que construíram o Brasil;

➢ A imagem de Vargas foi construída de forma paternalista, como um chefe de família que cuidaria de
seu povo como se fosse seu filho;

➢ Gustavo Capanema, Ministro da Educação e Lourenço Filho foram responsáveis pelas principais
reformas educacionais no Estado Novo.

QUEIMA DAS BANDEIRAS ESTADUAIS

O evento conhecido como “queima das bandeiras estaduais” foi uma cerimônia realizada na Praça
Roosevelt no RJ no dia 27 de novembro de 1937 por Getúlio Vargas, como parte das solenidades cívicas de
comemoração da festa da bandeira. Nesta ocasião, as bandeiras representando os Estados do Brasil foram
cremadas, pois, haviam sido abolidas pela constituição, vigorando a partir de então, exclusivamente a bandeira do
Brasil.

IMPORTANTE

CLT – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO: A Consolidação das Leis do Trabalho foi um conjunto de
regras criadas para proteger o trabalhador. A lei que estabelece a CLT data de 1º de maio 1943, mas as
normas em favor do trabalhador começam ainda no início do governo de Getúlio Vargas, nos anos 30. Entre
os direitos garantidos estão o salário mínimo, a carteira de trabalho, a jornada de oito horas, as férias
remuneradas, a previdência social e o descanso semanal. A CLT regulamentou ainda o trabalho da mulher e
do menor de idade e estabeleceu a obrigatoriedade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A
assinatura da lei aconteceu no Estádio São Januário e foi marcada por muitas comemorações.
Faça valer a pena

1. Para legitimar o Estado Novo, o Governo Vargas intensificou seus instrumentos de propaganda, de cultura e de
educação. Em 1939, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), com a responsabilidade de:
a) Promover atividades culturais e educacionais sem nenhum tipo de censura.
b) Patrocinar eventos culturais e esportivos.
c) Promover uma educação com base nas perspectivas tecnicistas.
d) Censurar todas as atividades culturais e educacionais, promover o patriotismo, divulgar as ações de governo e produzir
materiais culturais e educacionais.
e) Captar recursos da Lei Rouanet e difundir a cultura nacional.

2. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) produziu duas grandes revistas, responsáveis pela difusão dos
ideais do Estado Novo.
Assinale a alternativa que traga os nomes corretos:

a) Revista Cultura Política e Revista Ciência Política.


b) Veja e Isto é.
c) Carta Capital e Caros Amigos.
d) Superinteressante e Nova Escola.
e) Época e Exame.

3. Os materiais produzidos pelo Estado Novo, carregados de símbolos patrióticos e de Vargas, eram utilizados nas
escolas com o objetivo de mostrar:

a) As virtudes da República Velha.


b) As diferenças entre o antes e o depois do novo regime, ressaltando as virtudes do novo governo.
c) As diferenças entre o antes e o depois do novo regime, criticando o novo governo.
d) As virtudes da oligarquia paulista.
e) As virtudes da imprensa de oposição.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE III – História, Sociedade e Educação no Brasil II


Seção 3.4: A educação brasileira no período desenvolvimentista – Segundo Governo Vargas,
JK, Jânio e João Goulart

 GOVERNO PROVISÓRIO – JOSÉ LINHARES (1945 – 1946)


Na época do fim do regime do Estado novo, José Linhares era presidente do
Supremo Tribunal Federal. Como Getúlio Vargas foi derrubado, não tinha vice-
presidente e o congresso nacional estava fechado há mais de sete anos, José Linhares
foi o primeiro na linha de sucessão. Assumiu a presidência em 29 de outubro de 1945, e
garantiu a realização das eleições, sendo sucedido então pelo General Eurico
Gaspar Dutra em 31 de janeiro de 1946.

 GOVERNO GASPAR DUTRA (1946 – 1951)


Com a deposição de GV em 1945 e a eleição do governo democrático de
Gaspar Dutra, o ensino primário e o combate ao analfabetismo voltaram à pauta central
do governo federal, sendo o INEP responsável pela construção e financiamento de
escolas em todo o país. A nova Constituição de 1946 teve um capítulo dedicado à
educação. Aqui temos início ao período da República conhecido como Quarta
República, que se estendeu de 1946 a 1964.

 SEGUNDO GOVERNO VARGAS (1951 – 1954)


O segundo governo de Vargas foi o retorno do político gaúcho à
presidência do país cinco anos após a sua deposição. Este período foi marcado pelo
aprofundamento de seu projeto nacionalista, tendo a fundação da Petrobrás como
símbolo. É nesse momento que se evidenciam dois projetos distintos de
desenvolvimento: o autônomo, que industrializaria o país, que Vargas defendia e o
subordinado, que manteria a dinâmica agrícola como elemento central numa relação de
subordinação em relação aos países industrializados. O suicídio de Vargas foi uma
resposta ao cerco imposto pelos setores mais conservadores e impediu o golpe que
estava em curso.
 JUSCELINO KUBITSCHEK (1956 – 1961)

O governo de JK foi marcado pela construção de Brasília e pelo Plano de


Metas (50 anos em 5) que acelerou o processo de industrialização brasileira. Seu
governo, ao mesmo tempo que manteve o caminho nacional desenvolvimentista,
abriu o país para a entrada de empresas monopolistas estrangeiras, principalmente as
indústrias automobilísticas e de eletrodomésticos.

 JÂNIO QUADROS (1961)

O governo de Jânio Quadros foi ambíguo, sendo eleito com um programa


conservador, emitia sinais à esquerda e à direita. Teve um breve mandato e sua
renúncia não surtiu o efeito que esperava que era voltar ao poder com mais força.

 JOÃO GOULART (1961 – 1964)

O governo de Jango foi marcado por insistentes tentativas de golpes: tentativa


de impedir sua posse; o parlamentarismo como cerceamento de seu direito de
governar; o golpe militar de 64. Jango representava a continuidade do projeto
nacional desenvolvimentista, buscando construir um capitalismo mais humano e
justo. Os setores mais conservadores da sociedade não permitiram sua
democratização, apoiando o golpe militar.

A educação no período desenvolvimentista

✓ Lei de Diretrizes e Bases → Apresentada em 1948 como anteprojeto, tramitou até 1961, quando foi
promulgada. Em 1962, a LDB foi aprovada. Durante esse período o debate entre os reformadores e
católicos continuou acirrado. A principal polêmica se deu em torno o papel do Estado e o financiamento
da educação.

✓ Reformadores → Os reformadores defendiam a verba pública exclusiva para a educação pública,


enquanto que os católicos defendiam que a verba pública também fosse direcionada para a educação
privada. A LDB atendeu os interesses dos católicos, direcionando a verba pública para os ensinos
privados e públicos. Os reformadores da educação nova então lançaram uma Campanha em Defesa
da Escola Pública, que resultou no “Manifesto dos Educadores: Mais Uma Vez Convocados”, de 1959.

✓ LDB → A LDB ampliou para 12% o valor orçamentário federal para a educação, criou o Conselho
Nacional de Educação, que apresentou um Plano Nacional de Educação, sob a responsabilidade de
Anísio Teixeira.

✓ ISEB → Criação do Instituto Superior de Estudos Brasileiros em 1955, que se tornou um importante
centro de difusão do nacional desenvolvimentismo.

✓ Universidade de Brasília → Criação da Universidade de Brasília em 1962, sob a direção inicial de


Darcy Ribeiro e, e seguida, de Anísio Teixeira.

✓ Movimentos → Diante das dificuldades encontradas com a LDB, variadas experiências de educação
popular surgiram: o Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, o Movimento de Cultura Popular (MCP), o
Movimento de Educação de Base (MEB), importantes iniciativas de conscientização popular.

✓ Paulo Freire → Com seu método inovador de alfabetização, se destaca assumindo importantes
funções institucionais durante o governo de Jango.

IMPORTANTE
MANIFESTO DOS EDUCADORES: MAIS UMA VEZ CONVOCADOS: Em julho de 1959, intelectuais divulgam manifesto de
educadores intitulado “Mais uma Vez Convocados”, em favor do ensino laico, público, obrigatório, integral e gratuito.
Redigido por Fernando de Azevedo — um dos expoentes do movimento da Escola Nova na década de 1930
—, o texto é assinado por Anísio Teixeira, Caio Prado Júnior, Darcy Ribeiro, Fernando Henrique Cardoso, Florestan
Fernandes e Sérgio Buarque de Holanda, entre outros.
A publicação desse manifesto no jornal “O Estado de S. Paulo” marcaria o início da Campanha em Defesa da
Escola Pública, que se estenderia até a assinatura da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em 1961, pelo ministro da Educação
do governo João Goulart, Darcy Ribeiro. Seu centro articulador seria a Universidade de São Paulo (USP), mas o
movimento se espalharia por todo o país, com a participação de estudantes, operários, professores, jornalistas e pais
de alunos.
A campanha foi uma reação à ofensiva dos deputados udenistas Carlos Lacerda e padre José Trindade da
Fonseca e Silva, que buscavam aprovar um projeto de lei de 1946, já desfavorável ao ensino público, engrossado com
emendas que favoreciam sobremaneira a educação privatista, religiosa e empresarial.
Na imprensa, pouco se falava sobre a LDB. A situação mudou a partir de 1956, quando se cogitou discutir o
projeto na Câmara mais uma vez. Foi quando o Lacerda, a pretexto de garantir a “liberdade de ensino” e o fim da
intervenção estatal na educação, passou a propor alterações que favoreciam claramente os interesses das instituições
particulares e das escolas confessionais da Igreja Católica. Já o padre José Trindade defendia, em seus discursos, o
ensino confessional sob o monopólio da Igreja Católica e a maior abertura para o ensino privado. Lacerda e Trindade
levaram esse discurso privatista para o centro da cruzada ideológica anticomunista que caracterizava a atuação de
ambos.
A reação uniu as esquerdas e os setores que defendiam a escola pública e, em 1º de julho de 1959, lançaram
o manifesto, que defendia um ensino público, laico, obrigatório, integral e gratuito com o objetivo de democratizar a
sociedade brasileira. O manifesto reconhecia os problemas da escola pública, entendidos como frutos de concepções
quantitativas da educação e das dificuldades de financiamento. Ainda assim, os signatários do documento entendiam
que a escola pública era uma “conquista irreversível das sociedades modernas”. A educação democrática era, por fim,
entendida como a base para o desenvolvimento nacional.
Inicialmente publicado no “Estado de S. Paulo”, o manifesto teve ampla repercussão e logo seria republicado
no “Diário do Congresso Nacional” e periódicos como o “Diário de Notícias”, o “Jornal do Commercio” (Rio de Janeiro)
e a “Revista de Estudos Pedagógicos”.
Faça valer a pena
1. A LDB de 1961, que tramitava desde 1948, foi objeto de intensas disputas entre os reformadores da educação nova e os
católicos. O tema do financiamento da educação foi polêmico, sendo correto afirmar que:

a) Os reformadores defendiam que a verba pública fosse direcionada somente para a educação pública.
b) Os reformadores defendiam que a verba pública fosse direcionada somente para a educação privada.
c) Os católicos defendiam que a verba pública fosse direcionada somente para a educação pública.
d) Os católicos defendiam que a verba pública fosse direcionada somente para a educação privada.
e) Os reformadores defendiam que a verba pública não financiasse a educação, que as entidades educacionais captassem
recursos com entidades privadas.

2. Considere as afirmações a seguir:

I. O que estava em jogo nesse debate era a possibilidade de construção de um sistema público de ensino, ou seja, de
democratização e de ampliação do ensino público para os setores que foram historicamente excluídos da educação.
II. Havia na educação uma correspondência entre os defensores de um desenvolvimento econômico autônomo e os setores mais
conservadores da sociedade que defendiam um desenvolvimento econômico subordinado aos interesses externos e à velha
dinâmica agrária.
III. Por exemplo, a UDN estava ao lado dos católicos nesse debate educacional, enquanto que os setores progressistas e de
esquerda apoiavam os reformadores.

Considerando o debate sobre a LDB aprovada em 1961, é correto afirmar que:

a) Apenas a afirmação I está correta.


b) Apenas a afirmação II está correta.
c) Apenas a afirmação III está correta.
d) As afirmações I, II e III estão corretas.
e) Apenas as afirmações I e III estão corretas.

3. A LDB de 1961, que entrou em vigor em 1962, aprovou a instalação de um importante órgão educacional, que é o:

a) Conselho Federal de Educação.


b) Conselho Federal de Extensão.
c) Conselho Federal de Pesquisa.
d) Conselho Federal de Ensino.
e) Conselho Federal de Ensino Técnico.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE IV – História, Sociedade e Educação no Brasil III


Seção 4.1: A educação brasileira no Período Militar

GOLPE MILITAR DE 1964

O Golpe de Estado no Brasil em 1964 designa o conjunto de eventos ocorridos em 31 de março de


1964 no Brasil, que culminaram, no dia 1º de abril, com um golpe militar que encerrou o governo do presidente
democraticamente eleito João Goulart.

A educação brasileira no período militar

As reformas do ensino de primeiro e segundo graus, através da Lei nº 5.692/71 e outras leis ou
decretos, eliminaram ou reduziram as disciplinas que ajudam a conhecer e compreender a realidade, como
História, Geografia e Filosofia, e as substituíram por outras, de cunho técnico ou criadas como forma de
doutrinação, como OSPB e Educação Moral e Cívica.
No ensino superior não foi diferente: a Lei nº 5.540/68 e outras leis e decretos tentaram desmontar o
antigo sistema de cátedras, instituíram os departamentos segregados, tentaram impedir o pensamento e a
atividade política dentro das universidades, bem como reduziram despesas com educação, favorecendo assim o
ensino privado.

➢ Milagre econômico → Entre 1968 e 1973, houve um aumento do PIB, da industrialização e baixos
níveis inflacionários;

➢ Repressão para enfrentar a oposição → Prisões, sequestros, exílios, torturas e assassinatos;


➢ Final dos anos 60 → População urbana passou a ser maior que a rural devido à mecanização pelo
agronegócio, ausência de reforma agrária e concentração das terras nas mãos de poucos;

IMPORTANTE
ENSINO TECNICISTA: O período compreendido entre 1960 e 1968 foi marcado pela crise da
Pedagogia Nova e articulação da tendência tecnicista, assumida pelo grupo militar e tecnocrata. O
pressuposto que embasou esta pedagogia está na neutralidade científica, inspirada nos princípios
de racionalidade, eficiência e produtividade.
Faça valer a pena
1. Analise o gráfico e relacione-o com a educação brasileira nos anos 1970:

Com base no gráfico, podemos dizer que:

a) O crescimento da economia, demonstrado pela variação do PIB, não foi acompanhando na mesma proporção
por investimentos públicos em educação.
b) A redução do PIB nos anos 1980 demonstrou o fracasso da lei 5.692/71 e seu ensino tecnicista e
teoricamente neutro.
c) O gráfico demonstra grande variação no PIB nos anos 1970, ora subindo, ora caindo, o que prejudicava os
investimentos em educação.
d) A falta de investimento no ensino superior, nos anos 1970, acabou causando a redução do PIB nos anos
1980, pois o modelo educacional não se sustentou.
e) Foi o aumento das despesas com educação – na verdade, investimento – que permitiu o milagre econômico
brasileiro nos anos 1970.

2. Analise as afirmações a seguir:

I. O positivismo acredita na neutralidade e na objetividade do conhecimento, na técnica racional e na melhor


forma de se produzir as coisas.
II. Transfere esta ideia para a educação, tentando torná-la neutra, objetiva, despolitizada, como se fosse um
treinamento baseado em objetivos específicos.

Com base no que estudamos nesta seção, é correto afirmar:

a) Os militares não adotaram esse tipo de ensino, pois não acreditavam na neutralidade do conhecimento.
b) Os militares – inspirados no positivismo – incentivaram ideias como “pra frente Brasil” e “ame-o ou deixe-o",
mas isso não se refletiu na educação, que permaneceu plural.
c) As duas afirmações são verdadeiras e expressam a política educacional durante o regime militar, embora
houvesse resistência à sua aplicação prática.
d) Embora as duas afirmações sejam verdadeiras, a resistência dos professores impediu completamente a
implantação do modelo no ensino brasileiro.
e) A não aplicação desse modelo é uma das causas da má qualidade do ensino, que se debruça sobre questões
subjetivas e teóricas, sem aplicação prática.

3. Considere as afirmações a seguir:

I. Extinção das cátedras e criação de departamentos.


II. Unificação do vestibular e instituição do ciclo básico.
III. Criação de programas de pós-graduação.

Considerando as mudanças na educação nacional a partir de 1968, podemos afirmar que:

a) Apenas a afirmação I está correta.


b) Apenas a afirmação II está correta.
c) Apenas a afirmação III está correta.
d) As afirmações I e II estão corretas.
e) As afirmações I, II e III estão corretas.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE IV – História, Sociedade e Educação no Brasil III


Seção 4.2: A educação brasileira nos anos 1980

CONJUNTURA ECONÔMICA E POLÍTICA DOS ANOS 1980

✓ Fim do Regime Militar (1985) → Crise econômica; abertura política; dívida externa; inflação; falta de
recursos para investimentos.
✓ Redemocratização → Mobilização social; Constituição de 1988.

Crise Econômica: Decorrente do modelo


econômico anterior

Crise Política: Momento de Falta de recursos: não


transição e de reorganização havia como investir
da sociedade. ANOS em nada, nem mesmo
80 em educacação.

Alterações nas Legislações em geral, em especial


na da EDUCAÇÃO:
1. Fim da Lei nº 5.692;
2. Definição de recursos mínimos para a educação;
3. Nova Constituição.

FIM DO REGIME MILITAR

 Crise econômica – chegava a hora de pagar a conta do “milagre”;


 Crise do petróleo;
 Aumento dos juros internacionais;
 Maturação dos investimentos;
 Explosão da inflação e da dívida externa;
 Necessidade de abertura política.
ABERTURA POLÍTICA

 Abertura lenta, gradual e segura;


 Anistia a todos – igualando torturados e torturadores;
 Retorno dos exilados;
 Fundação de novos partidos;
 Criação o fortalecimento de entidades representativas, como sindicatos, centrais sindicais e outras
(OAB, MST, UNE);
 Promulgação da Constituição de 1988.

SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO

A crise impedia investimentos necessários em todas as áreas, inclusive na Educação. Mesmo assim,
houveram mudanças importantes:
 Alteração no ensino profissionalizante obrigatório definido pela Lei nº 5.692/71;
 Diversas novas experiências, em especial nos estados governados pelas oposições, como CIEP,
CEFAM e PROFIC;
 Redefinição do percentual mínimo do orçamento para investimentos em educação;
 Nova Constituição com novos princípios e objetivos para a educação.

ALGUMAS DEFINIÇÕES DA CONSTITUIÇÃO DE 1988

 Atendimento às crianças de 0 a 6 anos;


 Determinação do ensino fundamental obrigatório e gratuito, com progressiva extensão da
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio, podendo a autoridade ser punida caso não ofereça as
vagas necessárias;
 Atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular
de ensino;
 Autonomia às universidades;
 Obrigatoriedade de elaboração de um Plano Nacional de Educação de duração plurianual.

IMPORTANTE
LEI DA ANISTIA: A Lei da Anistia faz parte de um conjunto de medidas tomadas no contexto da abertura
política do regime militar que vigorou por 21 anos no Brasil e faz parte de uma estratégia de avanço e recuo
do domínio dos militares utilizada por Geisel e continuada por Figueiredo. Portanto, trouxe benefícios à
sociedade civil, mas também aos militares.
Antes de haver propriamente uma campanha pela anistia, o Movimento Democrático Brasileiro
(MDB) incluiu em seu programa, no ano de 1972, a luta pela paz nacional, que se materializariam pela
demanda de formação de uma nova Assembleia Constituinte, pela concessão da anistia e pelo retorno das
eleições diretas. A abertura iniciada por Geisel também contribuiu para a ampliação dos espaços de discussão
do tema, nesse contexto.
Faça valer a pena
1. Na educação, algumas iniciativas do setor público – em especial pelos governos de oposição ao regime militar, a partir
de 1982 – se desenvolveram nesse período. Sobre essas experiências, podemos dizer:

a) Não deram certo, pois o governo federal não as apoiou.


b) Apesar de apontarem para a melhoria da qualidade do ensino, não se sustentaram.
c) Não se sustentaram ao longo do tempo, pois pretendiam melhorar o ensino, o que não interessava às elites.
d) Dos casos estudados, apenas os CIEP ́s, no Rio de Janeiro, consolidaram-se como referência até os anos 2000.
e) Nenhuma delas de fato pretendia melhorar a educação e tinham apenas objetivo eleitoreiro.

2. Sobre a Lei 5.692/71, podemos afirmar:

a) Esteve em vigor até a Constituição de 1988.


b) Seus objetivos foram incorporados pela Constituição de 1988.
c) Foi alterada nos anos 1990, sob o governo Collor.
d) Foi alterada pela Lei 7.044, de 1982, que tornou o ensino profissionalizante opcional.
e) Foi alterada pela Lei 7.044, de 1982, que tornou o ensino profissionalizante obrigatório.

3. Considere as afirmações a seguir:

I. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.


II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.
III. Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino.
IV. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais aos estudantes de baixa renda.

São princípios aprovados na Constituição de 1988:

a) Apenas I e II.
b) Apenas I, II e III.
c) Apenas II, III e IV.
d) Apenas I, II e IV.
e) Todas as afirmações.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE IV – História, Sociedade e Educação no Brasil III


Seção 4.3: A educação brasileira nos anos 1990

LIBERALISMO: É uma filosofia política e moral baseada na liberdade, consentimento dos governados e
igualdade diante da lei. Acredita na intervenção mínima do Estado.

COLLOR, ITAMAR e FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Durante esse período, tivemos a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (em 1996) e do
primeiro Plano Nacional de Educação (em 2001).

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NOS ANOS 90

Nesse momento, o Brasil não estava isolado do mundo, que também passava por transformações
importantíssimas, sintetizadas pelo fim do socialismo do leste europeu e pela queda do muro de Berlim;

No Brasil, os anos 90 foram marcados por políticas neoliberais que aumentaram o desemprego e
reduziram o papel do Estado e sua intervenção na economia e a prestação de serviços públicos, com
reflexos na política educacional.

O MODELO NEOLIBERAL

Até a Primeira Guerra Mundial, o liberalismo era a doutrina preferida pelos capitalistas. Na política, o
liberalismo defendia uma democracia super restrita, sendo que o direito de voto era, muitas vezes, limitado aos
proprietários. Na economia, o liberalismo defendia o máximo de direitos para o Capital e o mínimo de direitos para
o trabalho.
Após a Segunda Guerra Mundial, depois de 30 anos de catástrofes e diante de um forte movimento
socialista, os capitalistas transitaram para outra doutrina, segundo a qual cabe ao estado adotar políticas que
previnam as causas e remedeiem os efeitos das crises econômicas – evitando que elas se transformem em
catástrofes, guerras e revoluções.
Essa nova doutrina econômica – geralmente chamada de keynesianismo – foi dominante nas décadas de
1950 e 1960. Mas as receitas keynesianas não conseguiram debelar a crise dos anos 70.
Com isso, pouco a pouco, tornou-se hegemônica entre os grandes capitalistas a doutrina chamada de
neoliberal, que recupera as ideias do liberalismo: menos gastos sociais, menos impostos, privatizações,
liberdade de comércio, livre trânsito dos capitais, menos
sindicatos, etc.
A doutrina neoliberal orientou a grande ofensiva
do capital contra os governos socialistas, social-
democratas e nacional-desenvolvimentistas, tudo em
nome de uma sociedade “mais livre e mais rica”.
O resultado está aí: 16% da população mundial
controla 80% da riqueza mundial.

LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL – LDB 9.394/96

Importantes considerações a se fazer sobre a LDB e suas designações:

Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII - valorização do profissional da educação escolar;

VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;

IX - garantia de padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extraescolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.


XII – consideração com a diversidade étnico-racial (incluído na Lei nº 12.796, de 2013).

XIII – garantia do direito à educação e a aprendizagem ao longo da vida (incluído na Lei nº 13.146, de 2015).

OBSERVAÇÃO: No canal Pedagogia Tira Dúvidas fiz um vídeo sobre cada um destes princípios de forma
resumidamente comentada. Acessem pelo link: https://youtu.be/_JBubz76NqQ

OBJETIVOS PREVISTOS NO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO: 2001 a 2010

✓ A elevação global do nível de escolaridade da população;


✓ A melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis;
✓ A redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso,
na educação pública;
✓ A democratização na gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos
princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do PPP da escola, bem como a
participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

IMPORTANTE
Projeto Político Pedagógico - PPP: O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um instrumento que reflete a
proposta educacional da instituição de ensino. Também conhecido apenas como projeto pedagógico, é um
documento que deve ser produzido por todas as escolas, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB).
Faça valer a pena
1. São características de uma visão neoliberal sobre a educação:

a) Políticas públicas de bem-estar social, buscando maior igualdade; educação para a cidadania, com formação ampla e
igualitária.
b) Educação para o desenvolvimento econômico, seguindo exigências do mercado; ampliação do número de vagas em
instituições públicas segundo padrões de qualidade.
c) Educação privada, eventualmente subsidiada pelo governo por meio de vales; formação das elites intelectuais e
seleção dos “melhores”.
d) Desenvolvimento mais igualitário das aptidões e capacidades; livre concorrência e fortalecimento da iniciativa privada.
e) Educação pública e gratuita para todos, paga pelo governo; educação para o desenvolvimento econômico, seguindo
exigências do mercado.

2. Indique a posição do governo Fernando Henrique Cardoso sobre o PNE 2001-2010:

a) Não aceitou o investimento dos 7% do PIB em educação previstos pelo PNE, vetando-os, bem como outras ações.
b) Aceitou o investimento dos 7% do PIB em educação previstos pelo PNE, apesar de ser menos que o necessário.
c) Aceitou o aumento de gastos com educação, permitindo ampliação de programas de pesquisa e do salário dos
professores.
d) O vitorioso programa contra a inflação no primeiro mandato permitiu elevar a arrecadação e o investimento em
educação, conforme previsto no PNE, no segundo mandato.
e) Convocou toda a sociedade e a comunidade acadêmica para a elaboração conjunta do PNE 2001-2010.

3. Um ponto positivo (A) e um negativo (B) da Lei de Diretrizes e Bases da educação, Lei 9.394/96 são:

a) A – definição do que pode ser efetivamente considerado como gasto com educação; B – exigência da formação em
curso superior para professores do ensino fundamental.
b) A – alto percentual do PIB a ser investido em educação; B – pequena participação obrigatória de mestres e doutores
nos cursos superiores.
c) A – separação entre ensino profissional e a formação geral; B – definição do que pode ser efetivamente considerado
como gasto com educação.
d) A – volta da obrigatoriedade das disciplinas de Sociologia e Filosofia; B – delegação à iniciativa privada de obrigações
que deveriam ser estatais.
e) A – definição do que pode ser efetivamente considerado como gasto com educação. B – pequena participação
obrigatória de mestres e doutores nos cursos superiores.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE IV – História, Sociedade e Educação no Brasil III


Seção 4.4: A educação brasileira nos governos Lula e Dilma: Continuidades e rupturas na
política educacional

Continuidade ou mudança?

Durante os governos Lula e Dilma tivemos a criação do FIES e do


PROUNI e a aprovação do segundo Plano Nacional de Educação, com vigência
de 2014 a 2024.

A criação do Fundeb, aliada ao aumento da arrecadação dos


municípios, fruto do crescimento do PIB, garantiu um aumento muito significativo
dos recursos disponíveis para as secretarias estaduais e municipais de
educação, responsáveis pela educação básica.

O Ensino Superior teve um crescimento percentual um pouco maior no ensino privado do que no
público;

O Ensino Superior Público Federal atendia 560 mil alunos em 2002 e passou a atender quase 1.400 mil
alunos em 2014;

No mesmo período foram construídas 18 novas universidades, aumentando os campos universitários


de 148 para 321;

As vagas oferecidas por sistemas municipais e estaduais, agrupadas, passaram de 592.541 em 2003
para 780.934 em 2014;

Mas foi na rede privada o grande aumento do acesso à graduação, por meio do Programa Universidade
Para Todos – PROUNI – através da concessão de bolsas a estudantes carentes, e pelo Fundo de
Financiamento Estudantil – FIES – que estimulava por meio do financiamento estudantil;

Cotas → acesso de negros, índios e pobres ao Ensino Superior.

IMPORTANTE
ÍNDICE DE GENI: O Índice de Gini – também conhecido como Coeficiente de Gini – é um instrumento
matemático utilizado para medir a desigualdade social de um determinado país, unidade federativa ou
município. Sua importância efetiva-se diante das limitações que outros índices – como o PIB e a renda per
capita – possuem para medir a distribuição de riquezas.
Faça valer a pena
1. De acordo com o que estudamos nesta seção – e neste livro em geral – podemos dizer que para compreender a história da
educação:
a) É necessário apenas olhar os dados objetivos, documentos e séries históricas que mostram os resultados reais e concretos da
educação.
b) É necessário estudar profundamente a história geral e a história do Brasil, saber quem eram os governantes e todos os acertos e
erros de cada um deles.
c) É necessário estudar apenas a legislação de cada período, pois é ela que determina o que pode e deve ser feito.
d) É fundamental considerar a interligação entre a educação, as políticas públicas em geral e a situação política e econômica de cada
momento.
e) É fundamental isolar as alterações na educação das demais e dos interesses de cada período, para que haja isenção na análise.

2. Observe o gráfico a seguir:

Analisando os dados, podemos dizer que:

a) A queda do muro de Berlim em 1989 gerou uma onda de desemprego mundial que chegou ao Brasil a partir de 1990.
b) Percebe-se uma mudança na tendência a partir de 2005, quando políticas públicas diferentes começaram a produzir efeito.
c) Não é possível deduzir o que acontece no Brasil apenas a partir dos dados da região metropolitana de São Paulo.
d) Ao longo de todo o período há aumento e redução do desemprego, independentemente do governo ou de políticas públicas.
e) Não há alterações que possam ser relacionadas às políticas econômicas de cada período.

3. Analise a tabela a seguir com uma síntese dos dados do Ideb 2015:

A partir dos dados, podemos afirmar:


a) Como apenas a escola pública atingiu a meta, podemos dizer que finalmente, na média, a escola pública tornou-se melhor do que
a privada.
b) Tanto a escola pública como a privada melhoraram entre 2005 e 2015, mas a melhoria da escola pública foi mais expressiva,
atingindo sua meta.
c) A diferença entre a escola pública e a privada aumentou nesse período, já que a rede privada obteve nota 6,8, bem acima do 5,3
da escola pública.
d) Os números da escola pública não refletem melhorias reais no sistema, que continua abandonado pelos governantes.
e) Como apenas a escola privada atingiu a meta, podemos dizer que continua havendo um dualismo escolar.

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