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DISCIPLINA: Linguagem, Comunicação e Expressão DATA: 19/09/2024
Nome: Estela Lopes Barreiro Alonso RA: 125261
ENTREGA DA FASE 2 - Texto dissertativo-argumentativo
A religiosidade contra o aborto
Nos últimos anos, a discussão sobre o aborto tem sido frequentemente levantada. O principal ponto de
conflito em relação a essa questão é se a prática deve ser legalizada ou não. Atualmente, no Brasil, conforme
o artigo 128 do Código Penal, o aborto é autorizado em situações de estupro, quando não há outra alternativa
para salvar a vida da gestante e nos casos de anencefalia do feto.
A luta das mulheres pela legalização do aborto se concentra em necessidades relacionadas ao risco
de morte e de doenças. Embora existam diversas justificativas para a criminalização do aborto, a mais
recorrente é a invocação da religiosidade. Quando falamos em religiosidade dizemos a respeito à experiência
e manifestação da fé religiosa. Engloba as crenças, práticas, rituais e valores que um indivíduo ou grupo
aceita em relação ao sagrado. Essa vivência pode se expressar de várias maneiras, incluindo cultos, orações,
celebrações e no dia a dia, afetando comportamentos, interações sociais e a identidade de cada pessoa.
No Brasil, há uma diversidade de religiões, mas o cristianismo é predominante. De acordo com
informações do site “O Globo”, 89% da população acredita em um Deus único, o que leva as pessoas a
recorrerem a essa crença para justificar seus juízos acerca das mulheres que decidem interromper a
gestação. Em muitos casos, essa avaliação é aplicada até mesmo em situações em que o aborto é permitido,
como no caso de estupro.
Recordando o caso da jovem de 11 anos que obteve autorização para realizar um aborto após ter sido
vítima de estupro, depois de enfrentar um extenso conflito. Grupos autodenominados “conservadores” se
posicionaram em frente ao hospital, prontos para criticar a menina, utilizando o pecado como argumento para
justificar a criminalização dessa criança e um até um julgamento machista em cima da criança, referindo-se
que o abusador deveria decidir sobre a interrupção da gravidez. Tal incidente terá grandes impactos pelo
resto da vida da menina que foi vitima de um abusador e também dos julgamentos conservadores dos
cristãos.
Em suma, a luta das mulheres persiste, e é em defesa da dignidade, tanto durante o ato do aborto
quanto após. É uma guerra pela sobrevivência em uma sociedade permeada por ideias machistas, onde as
mulheres buscam o direito de serem livres e não serem penalizadas por tomadas de decisões que afetam
suas vidas. Elas não deveriam carregar a fama de pecadoras ou criminosas, pois as repercussões de uma
gravidez indesejada são significativas, não apenas para a mulher, mas também para a sociedade. Uma
gestação não planejada pode resultar em crianças maltratadas ou até abandonadas. A legalização do aborto
poderia contribuir para a redução dos casos de abandono, portanto, beneficiaria não apenas as mulheres,
mas toda a coletividade.