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Razões Apelação

Ronney Pacifico de Oliveira Junior apela contra a condenação por lesão corporal leve, alegando cerceamento de defesa devido à ausência de seu interrogatório em audiência, onde sua justificativa médica não foi considerada. O Tribunal reconheceu a nulidade do processo a partir do momento em que o réu não foi ouvido, determinando a realização de nova audiência para seu interrogatório. A decisão enfatiza a importância do contraditório e da ampla defesa no processo penal.
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Razões Apelação

Ronney Pacifico de Oliveira Junior apela contra a condenação por lesão corporal leve, alegando cerceamento de defesa devido à ausência de seu interrogatório em audiência, onde sua justificativa médica não foi considerada. O Tribunal reconheceu a nulidade do processo a partir do momento em que o réu não foi ouvido, determinando a realização de nova audiência para seu interrogatório. A decisão enfatiza a importância do contraditório e da ampla defesa no processo penal.
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RAZÕES DA APELAÇÃO

APELANTE: RONNEY PACIFICO DE OLIVEIRA JUNIOR


APELADO: JUSTIÇA PÚBLICA
Processo N°: 0000870-20.2015.827.2709 DA 1° VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE ARRAIAS-TO 1

EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA CÂMARA
EMÉRITOS JULGADORES

I- Dos Fatos
Narram os autos, que no dia 17 de fevereiro de
2015, no período da madrugada na praça da matriz na cidade de
Arraias, a parte ré teria ofendido a integridade física da vitima.

Diante dos fatos o Ministério Público ofereceu


denuncia em desfavor do réu pela prática do crime tipificado no
art. 129, caput, qual seja, lesão corporal Leve.

O ministério público em face de memoriais


pugnou pela condenação acima do mínimo legal sob o
argumento de que as circunstâncias judicias são desfavoráveis
ao acusado.

O Magistrado condenou a parte ré à pena de 5


(cinco) meses de detenção e ao pagamento de R$ 2 (dois) salários
mínimos à titulo de indenização.

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II- Do Direito

DA DIFERENÇA DE TRATAMENTO ENTRE A ACUSAÇÃO E


DEFESA

No evento de n° 21 foi designada audiência para


proposta de suspenção condicional do processo para o dia 5 de 2

julho de 2016, entretanto ao evento de n° 33 a vitima


apresentou atestado médico no dia da audiência por estar
impossibilitada de comparecer.

Na ocasião, o Magistrado no evento de n° 34,


suspendeu a audiência e determinou sua redesignação, mesmo
estando presentes o Representante do Ministério Público e o réu.

Importante frisar que a proposta de Suspenção


Condicional do Processo é um acordo a ser celebrado entre o
Ministério Público e o réu, sem qualquer necessidade de
concordância da vitima, vez que o titular da ação é o parquet.

Assim, dispensável seria a presença da vitima,


podendo a proposta ter sido realizada sem nenhum problema.

Outrora, quando a situação se inverteu, a mesma


sorte não teve o réu.

Foi designada nova audiência para o dia 9 de


novembro de 2016, situação a qual o réu é que estava enfermo,
tendo informado que estava em tratamento de saúde no evento
n° 46 e apresentado atestado médico conforme evento de n° 47,
requerendo o adiamento do ato processual.

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No entanto, para a surpresa do réu, o Nobre
Magistrado simplesmente ignorou o estado de saúde do acusado
e além de não adiar a audiência de proposta de suspenção
condicional, instruiu o processo ouvindo a vitima e as
testemunhas de acusação, tudo à revelia do réu. (Evento de n°
48) 3

No evento de n° 49 o réu requereu a designação de


nova audiência pelos motivos já expostos, porém o Juiz de 1°
Grau simplesmente abriu vista ao MP, que ofereceu a proposta
de suspenção através de petição, sem designação de nova
audiência (evento n° 54).

Tendo considerada quebrada as medidas da


suspenção, mesmo o réu tendo concordado com as medidas, o
qual faltou na verdade foi uma audiência para determinar os
termos de cumprimento, o Magistrado designou abertura de
vista às partes para a apresentação de memoriais.

Diante de todo o imbróglio o processo transcorreu


até a condenação do réu, sem entanto, ser realizado seu
interrogatório.

Ou seja, o Magistrado conheceu da justificativa do


réu para o não comparecimento na audiência de suspenção,
tanto é que a referida proposta foi apresentada posteriormente,
mas não procedeu nova instrução para o interrogatório do réu.

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Desta feita, o ato processual do evento de n° 48
deve ser considerado nulo, refazendo-se todos os atos
processuais a partir dele, como forma da mais absoluta justiça.
DECISÃO: ACORDAM os Magistrados integrantes da
Segunda Câmara Criminal do egrégio Tribunal de
Justiça do Paraná, à unanimidade, em dar provimento
ao recurso, para declarar a nulidade absoluta do 4
processo a partir do mov. 66.1 e todos os atos
subsequentes, inclusive a sentença, com o retorno dos
autos à Comarca de origem, devendo ser designada nova
data para a realização do interrogatório do réu e dar
seguimento ao feito. EMENTA: APELAÇÃO CRIME.
CRIME DE FALSO TESTEMUNHO (ART. 342, CP).
ACUSADO QUE DEIXOU DE COMPARECER A
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO. JUSTIFICATIVA
APRESENTADA COM DECLARAÇÃO DO HOSPITAL QUE
SEQUER FOI APRECIADA EM PRIMEIRO GRAU.
DECRETADA SUA REVELIA EM AUDIÊNCIA.
IMPOSSIBILIDADE.ACUSADO QUE JUSTIFICOU SUA
AUSÊNCIA, POR ACOMPANHAR A ESPOSA EM
TRABALHO DE PARTO. REVELIA DECRETADA
EQUIVOCADAMENTE, SEM OPORTUNIZAR O
INTERROGATÓRIO DO RÉU. CERCEAMENTO DE
DEFESA EVIDENCIADO. NULIDADE ABSOLUTA DO
PROCESSO A PARTIR DA IRREGULAR DECRETAÇÃO
DA REVELIA DO APELANTE.RECURSO PROVIDO,
RESTANDO PREJUDICADAS AS DEMAIS TESES
SUSCITADAS PELA DEFESA. 1. Configura ofensa ao
exercício do contraditório e à ampla defesa, nas
hipóteses em que o acusado, impossibilitado de
comparecer em audiência, justifica e comprova tal
impedimento, e, ainda assim, tem decretada sua revelia.
2. Deve-se desconstituir a sentença prolatada sem
oportunizar a oitiva do réu que, impedido de comparecer
em audiência, apresentou justificativa e formulário
médico, sem ao menos ter sido apreciada tal
impossibilidade. I. (TJPR - 2ª C.Criminal - AC -
1454746-1 - Ponta Grossa - Rel.: José Mauricio Pinto de
Almeida - Unânime - - J. 25.02.2016)

(TJ-PR - APL: 14547461 PR 1454746-1 (Acórdão),


Relator: José Mauricio Pinto de Almeida, Data de
Julgamento: 25/02/2016, 2ª Câmara Criminal, Data de
Publicação: DJ: 1765 22/03/2016)

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DAS PRELIMINARES PROCESSUAIS

(NULIDADE POR FALTA DE INTERROGATÓRIO DO RÉU)

Preliminarmente requer a declaração de nulidade


absoluta do processo por ausência do interrogatório do réu,
ofensa imperdoável aos princípios do Contraditório e da Ampla 5

Defesa.

No presente processo o réu só não compareceu a


audiência, que de inicio seria de suspenção condicional, por
motivos de saúde, tendo justificado sua ausência através de
atestado médico.

O Juiz então instruiu o processo ouvindo vitima e


testemunhas sem conceder ao réu o direito de ser interrogado.

Segundo o art. 564, Inciso III, alínea “e” do Código


de Processo Penal, a falta de interrogatório do réu é causa de
nulidade processual:
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu
interrogatório, quando presente, e os prazos
concedidos à acusação e à defesa;

Vejamos o posicionamento da Jurisprudência:


APELAÇÃO CRIMINAL – PRELIMINAR DE
NULIDADE POR CERCEAMENTO DE
DEFESA - INTERROGATÓRIO DO RÉU-
INTIMAÇÃO EQUIVOCADA POR ATO
ORDINATÓRIO DO JUÍZO – DIREITO À
AUTODEFESA E MEIO DE PROVA –
POSSIBILIDADE DE OFENSA AOS
PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA

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AMPLA DEFESA- SUPRESSÃO DE DIREITO
- PRELIMINAR ACOLHIDA. Na hipótese dos
autos, houve uma supressão do direito do
réu em exercer a sua autodefesa por meio
da realização do seu interrogatório
judicial. A doutrina assenta que o
interrogatório do acusado é meio de
defesa e meio de prova. Desse modo, deve
ser obrigatoriamente oportunizada a
6
realização do interrogatório, sob pena de
nulidade. Nesse sentido está o art. 564, III,
e, do CPP. Constata-se do processo que,
houve um erro no ato ordinatório para o
interrogatório do réu. O ato foi expedido com
endereço diverso do informado nos autos
como sendo o do réu, o que enseja a
nulidade do processo, para que não haja
ofensa aos princípios do contraditório e da
ampla defesa.

(TJ-MS - APL: 00012959220068120021 MS


0001295-92.2006.8.12.0021, Relator: Des.
Luiz Gonzaga Mendes Marques, Data de
Julgamento: 31/08/2015, 2ª Câmara
Criminal, Data de Publicação: 02/09/2015)

APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO


MAJORADO. PRELIMINAR. NULIDADE DA
SENTENÇA. AUSÊNCIA DE
INTERROGATÓRIO DO RÉU. OCORRÊNCIA.
PRELIMINAR ACOLHIDA. 1. Deve ser
anulado o procedimento para que se
renove a intimação pessoal do réu para
comparecimento à audiência em que será
interrogado, em homenagem à garantia da
ampla defesa. 2. Preliminar acolhida.

(TJ-MG - APR: 10079100002355001 MG,


Relator: Marcílio Eustáquio Santos, Data de
Julgamento: 09/04/2015, Câmaras
Criminais / 7ª CÂMARA CRIMINAL, Data de
Publicação: 17/04/2015)

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DO CERCEAMENTO DE DEFESA

Apesar de estar colocado entre os meios de prova


no Código de Processo Penal, importante destacar que o
interrogatório do réu não tem apenas essa natureza.

Por outro lado, é considerado também como meio 7

de defesa, pois no interrogatório, o acusado pode alegar varias


teses em seu favor, contar sua versão dos fatos.

Assim, não dar ao acusado a oportunidade de ser


interrogado é limitar os seus meios de defesa, uma afronta ao
Principio Constitucional da Ampla Defesa:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;

José Frederico Marques leciona “ O interrogatório é


ato processual bivalente, pois além de vir considerado como ato
probatório, ainda se apresenta como instrumento de defesa do
réu. Daí ser nulo o processo em que faltar o interrogatório do réu,
quando presente” (MARQUES, José Frederico. Elementos de
Direito Processual Penal – volume 2. Millennium, 2000. p. 512)

Destarte, temos que a falta de interrogatório do


réu constitui-se nulidade absoluta, vicio insanável. Este é o
Entendimento da Superior Tribunal de Justiça:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
PROCESSO PENAL. RÉU REVEL.
COMPARECIMENTO EM JUÍZO. FALTA DE
INTERROGATÓRIO DO ACUSADO. NULIDADE
ABSOLUTA. RECURSO A QUE SE NEGA

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PROVIMENTO. 1. O interrogatório é ato
obrigatório, que pode ser realizado a qualquer
tempo. Desse modo, tendo o acusado comparecido
em juízo logo após a audiência de instrução e
julgamento e pleiteado sua oitiva, deveria o
magistrado ter-lhe dado a oportunidade de
apresentar sua versão sobre a acusação. 2. Agravo
regimental a que se nega provimento.
8
(STJ - AgRg no REsp: 1317646 RS 2012/0080270-
6, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, Data de Julgamento: 11/03/2014, T6 -
SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe
28/03/2014)

Outrossim, o réu justificou o seu não


comparecimento através de atestado médico, o que segundo a
jurisprudência caracteriza meio hábil para o adiamento da
audiência:
Apelação criminal. Tortura. Nulidades. Prova
emprestada. Impossibilidade. Ausência Justificada
ao interrogatório. Decretação ineficaz da revelia.
Nulidade declarada. Inexiste nulidade no
aproveitamento de prova emprestada de outros
autos, desde que no processo de origem tenha sido
assegurada a ampla defesa e contraditório. É nula
a sentença quando no decorrer da instrução
criminal é decretada a revelia do réu em razão de
sua ausência à audiência de interrogatório, mesmo
existindo motivo justificado para o não
comparecimento.

(TJ-RO - APL: 00382006420088220501 RO


0038200-64.2008.822.0501, Relator:
Desembargador Valdeci Castellar Citon, Data de
Julgamento: 04/11/2015, 2ª Câmara Criminal,
Data de Publicação: Processo publicado no Diário
Oficial em 12/11/2015.)

APELAÇÃO CRIMINAL. PORTE DE ARMA E


DESACATO. PRELIMINARES. RECEBIMENTO DA
DENÚNCIA. FUNDAMENTAÇÃO SUCINTA.
POSSIBILIDADE. RÉU ACOMETIDO DE DOENÇA
GRAVE. NÃO COMPARECIMENTO AO

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INTERROGATÓRIO. PEDIDO DE REDESIGNAÇÃO
DO ATO. INDEFERIMENTO. CERCEAMENTO DE
DEFESA CARACTERIZADO. NULIDADE
RECONHECIDA. PROCESSO ANULADO. - Mesmo
após o advento da Lei nº 11.719/08, a decisão de
recebimento da denúncia exige fundamentação
extensa somente quando efetivamente tiver caráter
terminativo, ou seja, quando uma das teses
suscitadas na resposta preliminar for
9
imediatamente acolhida. - Caracteriza
cerceamento de defesa o indeferimento da
redesignação de audiência para interrogatório do
réu quando sua ausência ao ato processual restou
justificada por motivo de doença grave,
circunstância comprovada nos autos.

(TJ-MG - APR: 10540090173167001 MG, Relator:


Renato Martins Jacob, Data de Julgamento:
13/06/2013, Câmaras Criminais / 2ª CÂMARA
CRIMINAL, Data de Publicação: 25/06/2013)

PENAL. PROCESSUAL PENAL. ART. 304, C.C.


ART. 297, AMBOS DO CP. INTERROGATÓRIO.
DIREITO DO RÉU QUE COMPARECE NO CURSO
DO PROCESSO. AUSÊNCIA EM AUDIÊNCIA
DEVIDAMENTE JUSTIFICADA. REQUERIMENTO
EXPRESSO PARA DESIGNAÇÃO DE NOVA
AUDIÊNCIA. AUSÊNCIA DE PRONUNCIAMENTO
JUDICIAL. ADVOGADO CONSTITUÍDO. FALTA DE
INTIMAÇÃO PARA A PRÁTICA DOS ATOS
PROCESSUAIS. PROCURAÇÃO JUNTADA AOS
AUTOS TARDIAMENTE POR CULPA DO PODER
JUDICIÁRIO. CERCEAMENTO DE DEFESA
CONFIGURADO. NULIDADE ABSOLUTA
DECLARADA EX OFFICIO. APELAÇÃO JULGADA
PREJUDICADA. 1- O réu tem o direito de ser
ouvido no curso do processo, ainda que não
tenha comparecido ao interrogatório no
momento oportuno, sendo obrigatória a
concessão da oportunidade pelo magistrado,
desde que requerida, o que ocorreu no presente
caso. 2- O acusado apresentou atestado médico
assinado por profissional conveniado com o
Sistema Único de Saúde - SUS, afastando-o do
trabalho no dia 03/03/2006, o que comprova
justo motivo para a sua ausência na audiência
marcada para a mesma data no Juízo deprecado.

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Embora não tenha sido juntada aos autos no
momento oportuno, por culpa do Poder Judiciário,
a petição, com documentos, foi protocolada apenas
03 (três) dias após a audiência. Desta forma,
conclui-se que o decreto de revelia ocorreu sem
justa causa, em desacordo com o que dispõe o art.
367, do Código de Processo Penal, devendo ser
declarada a nulidade da decisão, ex officio. 3-
Embora a procuração tenha sido juntada aos
10
autos a destempo, o réu constituiu defensor. E,
apesar da existência de advogado constituído, o
Juízo "a quo" nomeou defensor dativo em seu
favor, que praticou todos os atos processuais. Ou
seja, o defensor constituído pelo acusado não foi
intimado para a prática dos atos processuais,
configurando nulidade absoluta. 4- A nomeação de
defensor dativo não supre a falta de intimação do
advogado constituído pelo réu, que tem o direito
de nomear defensor de sua livre escolha. 5- O
prejuízo é evidente, vez que o réu foi
condenado pela prática do crime descrito no
artigo 304, c.c. artigo 297, ambos do Código
Penal, sem que lhe tenha sido dada a
oportunidade de ser ouvido perante o Juízo, de
seu defensor constituído requerer a produção de
provas e diligências, bem como alegar tudo o que
interessasse à sua defesa em sede de alegações
finais. 6- Tratando-se de nulidade absoluta,
insanável, nos termos dos artigos 564, inciso
III, letras e, primeira parte, e o, 570 e 572,
todos do Código de Processo Penal, deve ser
reconhecida a qualquer tempo e ex officio. 7-
Decisão que decretou a revelia do acusado
anulada ex officio, com anulação de todos os
atos posteriormente praticados nos autos sem a
sua presença, nos termos do artigo 573, § 1º,
do Código de Processo Penal, com o retorno dos
autos à Vara de origem para o regular
prosseguimento do feito. Apelação julgada
prejudicada.

(TRF-3 - ACR: 1618 SP 0001618-


29.2003.4.03.6119, Relator: DESEMBARGADOR
FEDERAL ANTONIO CEDENHO, Data de
Julgamento: 23/09/2014, SEGUNDA TURMA)

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DA FIXAÇÃO DA PENA BASE NO MINIMO LEGAL

(CIRCUNSTANCIAS JUDICIAIS FAVORÁVEIS)

Em respeito ao principio da eventualidade caso os


ilustres julgadores não entendam pela nulidade do processo
desde a audiência de instrução, o que de maneira alguma se 11

espera, requer a reanalise da pena base.

O delito de qual a parte ré é acusada possui


preceito secundário de 3 meses a 1 ano de detenção.

O Código Penal Brasileiro adotou o sistema


trifásico para o calculo da pena, através do qual o Juiz deverá
passar por três etapas independentes para determinar a pena
concreta.

Na primeira fase, para a fixação da pena base,


serão consideradas as circunstancias judiciais do art. 59, dentre
elas a culpabilidade, antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente.

No presente caso o Magistrado fixou a pena base


em 6 meses, quando no entanto poderia fixar no mínimo legal
vez que as circunstâncias judiciais são favoráveis ao apelante.

O apelante é Advogado, pessoa de bom convívio


social, está extremamente arrependido e constrangido pelo que
fez, sendo a conduta imputada totalmente alheia ao seu perfil.

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Nada justifica a atitude tomada pelo acusado, mas
como seres humanos, todos estamos passiveis de erros
quando tomados por violenta emoção.

No mais, o acusado é primário, não possui


antecedentes criminais, é pessoa trabalhadora e com boa 12
educação.

De 8 quesitos analisados pelo Magistrado na


sentença, apenas 1 foi considerado como desfavorável ao réu e
mesmo assim a pena base ficou distante do mínimo legal.

O Nobre magistrado entendeu que:


“ MOTIVOS:
São puramente revestidos reprovabilidade, não
há motivo admissível em começar a agredir de
surpresa outrem sem nenhuma razão aparente.”

Entretanto conforme debatido a todo momento pela


defesa, a motivação da agressão se deu por no passado a
vitima ter agredido violentamente o acusado e ficar a todo
momento lhe provocando.

Deste modo tem-se que os motivos não podem ser


considerados de forma desfavorável ao réu , devendo a pena
base ser reduzida ao mínimo legal de 3 meses de detenção.

APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE LESÃO CORPORAL


CULPOSA NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR E
SEM PERMISSÃO PARA DIRIGIR. CRIME DE
EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. ARTIGOS 306 E 303 DO
CTB. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS FAVORÁVEIS AO
RÉU. PENA-BASE REDUZIDA AO MÍNIMO LEGAL.
CAUSA DE AUMENTO DE PENA DO PARÁGRAFO

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ÚNICO DO ARTIGO 303 CTB. APLICAÇÃO DA FRAÇÃO
MÍNIMA. ACOLHIDA. TESE DE CONCURSO FORMAL.
INVIÁVEL. CONCURSO MATERIAL. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Os crimes de lesão
corporal culposa (art. 303, CTB) e embriaguez na direção
de veículo automotor (art. 306, CTB) são crimes
autônomos, tutelam bens jurídicos diferentes e se
consumam em momentos distintos. Assim, quando
consumado o crime de lesão corporal, o delito de
13
embriaguez na direção de veículo automotor já havia se
consumado, razão pela qual se impõe a aplicação do
concurso material. 2. Sendo as circunstâncias
judiciais inteiramente favoráveis ao acusado, a
fixação da pena-base no patamar mínimo é medida
de rigor. 3. O parágrafo único do art. 303 da Lei nº
9.503/97 determina o aumento de pena de 1/3 (um
terço) até 1/2 (metade), dessa forma, não é cabível o
aumento de 2/3 (dois terços). Aplica-se o aumento na
fração mínima quando não há motivação para
recrudescimento em patamar inferior. 4. Recurso
parcialmente provido.

(TJ-DF - APR: 20120710027440 DF 0002661-


42.2012.8.07.0007, Relator: SILVÂNIO BARBOSA DOS
SANTOS, Data de Julgamento: 14/08/2014, 2ª Turma
Criminal, Data de Publicação: Publicado no DJE :
20/08/2014 . Pág.: 178)

Outrossim, mesmo que os julgadores entendam


que os motivos do delito constituem uma circunstância
desfavorável ao apelante, deve a pena ser reduzida de forma
proporcional por estar presente apenas uma circunstancia
desfavorável dentre 8 (oito) possíveis:

APELAÇÃO CRIMINAL - LESÃO CORPORAL GRAVE -


REPRIMENDA - PENA-BASE FIXADA ACIMA DO
MÍNIMO LEGAL - REDUÇÃO - NECESSIDADE -
EXISTÊNCIA DE APENAS UMA CIRCUNSTÂNCIA
JUDICIAL DESFAVORÁVEL -
DESPROPORCIONALIDADE CONSTATADA - REGIME -

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ABRANDAMENTO DE OFÍCIO - RECURSO PROVIDO. -
Constatado que na primeira fase de fixação da pena a
reprimenda fora fixada consideravelmente acima do
mínimo legal e, havendo tão somente uma
circunstância judicial desfavorável ao réu, há que se
realizar a sua redução, ante a constatada
14
desproporcionalidade na fixação da reprimenda base.
- A imposição de pena abaixo de 04 (quatro) anos de
reclusão impede a fixação do regime aberto, em se
tratando de réu reincidente. Contudo, autorizam a sua
imposição no semiaberto.

(TJ-MG - APR: 10451110009987001 MG, Relator: Nelson


Missias de Morais, Data de Julgamento: 25/02/2014,
Câmaras Criminais / 2ª CÂMARA CRIMINAL, Data de
Publicação: 17/03/2014)

HABEAS CORPUS. ESTELIONATO E APROPRIAÇÃO


INDÉBITA. PENA-BASE. EXISTÊNCIA DE APENAS UMA
CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL DESFAVORÁVEL. PENA
FIXADA MUITO ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. REDUÇÃO.
NECESSIDADE. 1. Havendo apenas uma circunstância
judicial negativa, dentre as oito previstas no art. 59
do Código Penal, é desproporcional o aumento da
pena-base que ultrapassa, demasiadamente, o
mínimo. 2.Ordem concedida em parte a fim de reduzir
as penas para 3 (três) anos e 3 (três) meses de reclusão,
além de 32 (trinta e dois) dias-multa, que deverá ser
cumprida inicialmente em regime semiaberto, tornando
sem efeito a liminar concedida.

(STJ - HC: 173772 SP 2010/0093802-3, Relator:


Ministro OG FERNANDES, Data de Julgamento:
28/09/2010, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação:
DJe 18/10/2010)

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DAS ATENUANTES

(Da atenuante Inominada ou Genérica)

Na R. Sentença o Magistrado reconheceu a


atenuante da confissão espontânea proferida em sede do Termo
circunstanciado de ocorrência, vez que não foi dada a 15

oportunidade ao apelante de ser interrogado.

Na oportunidade reduziu a pena de 6 (seis) para 5


(cinco) meses de detenção.

Entretanto, Tendo por base as circunstancias do


caso concreto, bem como que o acusado é primário e não possui
antecedentes criminais, tampouco é voltado à pratica de crimes,
é pessoa trabalhadora e de bom convívio no meio social, poderia
ainda, o M.M Juiz utilizar-se da chamada atenuante Inominada
ou Genérica, prevista no art. 66 do Código Penal para atenuar a
pena do acusado, mesmo que não previsto o motivo em lei:

Art. 66 - A pena poderá ser ainda


atenuada em razão de circunstância relevante,
anterior ou posterior ao crime, embora não prevista
expressamente em lei.

Deve-se levar em consideração ainda na análise


dessa atenuante a inexpressividade da agressão e que
apelante e vitima já fizeram as pazes.

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(DIMINUIÇÃO DA PENA)

Ao contrário do que alega o Ilustre representante


do Ministério Público em suas alegações finais, apelante e vitima
nunca foram amigos.

Pelo contrário, sempre foram desafetos, tendo 16

inclusive, a agressão ocorrido pelo fato do réu tempos atrás ter


sido agredido violentamente pela vitima do presente caso.

A vitima provocava constantemente o apelante


que veio a cometer o crime tomado por violenta emoção, fazendo
jus a causa de diminuição de pena prevista no § 4° do código
Penal:

§ 4º Se o agente comete o crime impelido


por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um
sexto a um terço.

O Juiz de primeiro grau não reconheceu da causa


de diminuição da pena sobre o argumento de que não restou
comprovado que a vitima provocou o apelante.

Ínclitos Julgadores, como o réu poderia


comprovar as provocações se não lhe foi dada a
oportunidade de contar sua versão dos fatos em Juizo?

Razão esta requer-se ao Egrégio Tribunal o


reconhecimento da causa de diminuição pleiteada.

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DA FIXAÇÃO DE INDENIZAÇÃO À VITIMA
(Ausência de Requerimento do Ministério Público em suas
Alegações Finais e Ausência de Danos Patrimoniais)

O art. 387, inciso IV do Código de Processo Penal


assim disciplina:
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença
condenatória: 17
IV - fixará valor mínimo para reparação dos
danos causados pela infração, considerando
os prejuízos sofridos pelo ofendido.

Na R. sentença o Nobre Magistrado condenou o


réu ao pagamento de 2 Salários mínimos à vitima a titulo de
indenização.

Entretanto em suas alegações finais no evento de


n° 87, o Ministério Público não realizou o pedido de condenação
do réu a indenizar a vitima, o que não deu ao acusado o
direito ao contraditório em relação a este ponto em seus
memoriais.

É solar o entendimento da jurisprudência que


para condenação do réu em indenizar a vitima, deve haver
pedido formal da parte ou do Ministério Público, como forma de
garantir ao acusado o contraditório e a ampla defesa neste
ponto, senão vejamos:
RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL.
HOMICÍDIOS DUPLAMENTE QUALIFICADOS
CONSUMADOS E HOMICÍDIO DUPLAMENTE
QUALIFICADO TENTADO. REPARAÇÃO PELOS DANOS
CAUSADOS À VÍTIMA PREVISTA NO ART. 387, INCISO
IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. NORMA DE
DIREITO PROCESSUAL E MATERIAL.
IRRETROATIVIDADE. NECESSIDADE DE PEDIDO
EXPRESSO. SUBMISSÃO AO CONTRADITÓRIO.

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RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. A regra do art. 387, inciso IV, do Código de Processo
Penal, que dispõe sobre a fixação, na sentença
condenatória, de valor mínimo para reparação civil dos
danos causados ao ofendido, é norma híbrida, de direito
processual e material, razão pela que não se aplica a
delitos praticados antes da entrada em vigor da Lei n.º
11.719/2008, que deu nova redação ao dispositivo. 2.
Para que seja fixado na sentença o início da
18
reparação civil, com base no art. 387, inciso IV, do
Código de Processo Penal, deve haver pedido
expresso do ofendido ou do Ministério Público e ser
oportunizado o contraditório ao réu, sob pena de
violação ao princípio da ampla defesa. Precedentes. 3.
Recurso desprovido.

(STJ - REsp: 1193083 RS 2010/0084224-0, Relator:


Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento:
20/08/2013, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação:
DJe 27/08/2013)

PENAL. PROCESSO PENAL. ESTUPRO DE


VULNERÁVEL. PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO POR
ANUÊNCIA DA VÍTIMA. IMPOSSIBILIDADE. LAUDO,
IDADE E PALAVRA DA VÍTIMA, SÃO PROVAS
BASTANTE PARA CONFIGURAÇÃO DO DELITO. CRIME
CONTINUADO. AUMENTO DE PENA MANTIDO.
EXCLUSÃO DA INDENIZAÇÃO PARA REPARAÇÃO DE
DANOS À VÍTIMA. ART. 387, IV, DO CPP. AUSÊNCIA DE
PEDIDO EXPRESSO E CONTRADITÓRIO. SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA EM CONSONÂNCIA COM
PARECER MINISTERIAL. APELO PROVIDO EM PARTE.
1. Impossível a absolvição por anuência da vítima menor
de 14 (quatorze) anos. Laudo, depoimentos da menor e
testemunhas, bem como confissão do agente confirmam
o relacionamento sexual na circunstância típica do art.
217-A, caput, do CPB. Condenação mantida. 2. As
circunstâncias judiciais favoráveis ao apelante já foram
devidamente consideradas na sentença atacada.
Confissão e menoridade mantiveram a pena no mínimo
legal. 3. Impossível a exclusão da continuidade delitiva.
Menor confessou envolvimento sexual com o agente por
mais de três vezes, bem como, agente confessou que já
mantinha relacionamento amoroso (namoro) com a
menor. Mantida a pena em 10 (dez) anos, pela incidência
do art. 71, do CPB. 4. Parecer ministerial foi favorável à
exclusão da condenação do agente em R$ 1.000,00 (um

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mil reais) de indenização. Com razão o MP. Não houve
pedido expresso, obstando o exercício do contraditório.
Precedentes do STJ. Indenização cível afastada. 5.
Recurso parcialmente provido. Sentença reformada em
parte.

(TJ-RR - ACr: 0090120006151, Relator: Des.


LEONARDO CUPELLO, Data de Publicação: DJe
13/11/2015)
19
Outrossim, a indenização à vitima se refere
exclusivamente aos prejuízos patrimoniais sofridos por esta,
o que não se aplica no presente caso.

O juiz criminal ao fixar indenização em relação


aos danos morais está subtraindo atribuição da esfera civil que é
competente para quantificar tal valor.
APELAÇÃO CRIME. EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS
PRÓPRIAS RAZÕES. ART. 345 DO CP. SENTENÇA
CONDENATÓRIA MANTIDA. FIXAÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS À VÍTIMA - ART
387, IV, DO CPP - IMPOSSIBILIDADE. 1- Preliminares
de extinção da punibilidade afastadas porque ausente
qualquer irregularidade na queixa-crime ou na
procuração, de molde a autorizar o reconhecimento da
decadência, tampouco caracterizada a prescrição, na
espécie. 2- Querelado que, após realizar frete em favor
do querelante, irresigna-se com a forma de pagamento
oferecida, acelerando, inopinadamente seu caminhão,
conduzindo o querelante e parte da carga por vários
quilômetros, comete o crime de exercício arbitrário das
próprias razões, merecendo a reprimenda penal. 3-
Inviável a imposição de indenização a título de danos
morais em favor do querelante, nos termos do art.
387, IV, do CPP, haja vista que tal reparação
somente compreende o dano patrimonial. Ademais,
não houve pedido expresso do querelante na inicial ou
contraditório do querelado ou ainda instrução específica
para apurar o valor mínimo do dano, implicando o
referido arbitramento de indenização em ofensa aos
princípios da ampla defesa e do contraditório. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. (Recurso Crime Nº
71004503231, Turma Recursal Criminal, Turmas

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Recursais, Relator: Cristina Pereira Gonzales, Julgado
em 07/10/2013)

(TJ-RS - RC: 71004503231 RS, Relator: Cristina Pereira


Gonzales, Data de Julgamento: 07/10/2013, Turma
Recursal Criminal, Data de Publicação: Diário da
Justiça do dia 15/10/2013)

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE


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CRIMINAIS – CRIME DE AMEAÇA PRATICADO NO
CONTEXTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA –
CONDENAÇÃO DO RÉU AO PAGAMENTO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS CAUSADOS À
VÍTIMA – ART. 387, INC. IV, DO CPP – INVIABILIDADE
– PREVALÊNCIA DO VOTO MINORITÁRIO. 1. A
indenização prevista no art. 387, inc. IV, do Código
de Processo Penal, refere-se apenas ao prejuízo
patrimonial sofrido pelo ofendido, e não aos danos
morais, por demandar ampla dilação probatória,
devendo a matéria ser discutida na seara
competente. Precedentes. 2. Na hipótese, embora o
Ministério Público tenha formulado pedido de reparação
a título de danos morais causados à vítima, ainda que se
refira a valor mínimo, tratando-se de crime de ameaça,
não se verifica suporte probatório suficiente para avaliar
se a vítima ficou abalada psicologicamente, motivo pelo
qual se revela correto o entendimento externado através
do r. voto minoritário, com a conseqüente exclusão do
“ quantum” arbitrado pela magistrada sentenciante a
esse título. 3. Embargos infringentes e de nulidade
criminais conhecido e PROVIDO.

(TJ-DF - EIR: 20120610017086, Relator: HUMBERTO


ADJUTO ULHÔA, Data de Julgamento: 15/02/2016,
Câmara Criminal, Data de Publicação: Publicado no DJE
: 17/02/2016 . Pág.: 92)

No presente caso não houve qualquer


demonstração de prejuízo suportado pela vitima, sendo que,
uma indenização de 2 salários mínimos à esta, diante da menor
complexidade das lesões, caracteriza um enriquecimento sem
causa, não podendo o Juiz fazer ilações sobre os supostos
danos.

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III - Dos Pedidos

Em razão do exposto, requer:

a) A nulidade Processual ante a ausência de interrogatório do


réu, de acordo com art. 564, Inciso III, alínea “e” do Código de
Processo Penal, refazendo-se todos os atos desde a audiência de 21

instrução e julgamento em respeito ao principio do Contraditorio


e da ampla defesa.
b) A fixação da pena base no mínimo previsto para o delito, vez
que as circunstancias judiciais do acusado lhe são favoráveis.
c) O reconhecimento da atenuante da confissão espontânea e da
Atenuante Inominada ou Genérica prevista no art. 66 do CP .
d) A redução da pena de um sexto a um terço por ter o agente
cometido o delito tomado por violenta emoção.
e) A exclusão da condenação do réu ao pagamento de indenização
à vitima por ausência de pedido formal do Ministério Público em
seus memoriais e pelo fato da indenização contida no art
387, inciso IV do CPP se referir apenas a reparação de danos
patrimoniais, o que não se verifica no presente caso.

“Exposits”, pede deferimento.


Campos Belos, 22 de fevereiro de 2018.

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