CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE
CURSO DE BACHARELADO EM ODONTOLOGIA
BIANCA GONÇALVES SILVA
GABRIELLA VALENTHINA MOURA OLIVEIRA
JONAS LINO DE OLIVEIRA NETO
JULIANA RODRIGUES MARTINELLI DE MORAES
YRGON ANTONIO SOARES PIZONI
PERI-IMPLANTITE: ETIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO - REVISÃO DA
LITERATURA
Várzea Grande
2023
BIANCA GONÇALVES SILVA
GABRIELLA VALENTHINA MOURA OLIVEIRA
JONAS LINO DE OLIVEIRA NETO
JULIANA RODRIGUES MARTINELLI DE MORAES
YRGON ANTONIO SOARES PIZONI
PERI-IMPLANTITE: ETIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO - REVISÃO DA
LITERATURA
Trabalho de conclusão de curso,
apresentado ao Centro Universitário
de Várzea Grande como requisito
para obtenção do título de
Bacharelado em Odontologia.
Várzea Grande
2023
RESUMO
Peri-implantite é uma condição inflamatória que afeta os tecidos ao redor de um
implante dentário, semelhante à periodontite que é causada pelo acúmulo de
biofilme bacteriano ao redor do implante. Foi realizada uma revisão da literatura com
o objetivo de analisar os fatores etiológicos, formas de diagnósticos e alternativas de
tratamento da peri-implantite, com buscas em artigos dos últimos 10 anos, com base
no pubmed e BVS, excluindo-se artigos relacionados a pacientes com diabetes e/ou
com câncer e/ou resumos. Previamente a peri-implantite, ocorre uma inflamação
gengival denominada mucosite, que é resultado de uma higiene ineficaz, que em
sua persistência pode evoluir para uma perda óssea e diminuição da
osseointegração, ocorrendo então a peri-implantite. A peri-implantite é diagnosticada
através de avaliação clínica e radiográfica, avaliando-se as características da
estrutura óssea e parâmetros clínicos de aumento de profundidade de sondagem,
perda de inserção, sangramento à sondagem/purulência, mobilidade e dor. O seu
tratamento pode ser de maneira não cirúrgica: como laser de baixa potência,
terapias fotodinâmicas, terapia antimicrobiana adjuvante associadas, como remoção
de tártaro, alisamento da superfície e cirúrgicas com regeneração óssea guiada.
Palavras-chave: Peri-implantite; Mucosite peri-implantar; Implantação dentária.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fotografia radiográfica mostrando periodonto saudável na região do
primeiro molar inferior direito, sem perda óssea .………………………………………11
Figura 2 - Fotografia radiográfica mostra periimplantite na fase inicial em implante
presente na região do incisivo central superior direito e esquerdo…..…………….…12
Figura 3 - Radiografia periapical de periimplantite. Perda óssea marginal em forma
de cratera (≥ 3 mm) é observada ao redor do implante……………..…………………13
SUMÁRIO
1-INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 5
2-OBJETIVOS.............................................................................................................. 6
3-MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................................................7
4-REVISÃO DE LITERATURA………………………….………………………………… 8
4.1 ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO………………………………………………..9
4.2 DIAGNÓSTICO……………………………………………………………………...10
4.3 TRATAMENTO…………………………………………………………………….13
5-CONCLUSÃO..........................................................................................................16
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 17
5
1 INTRODUÇÃO
A peri-implantite é uma condição similar a periodontite, posto que, o
agravamento causado pela higiene bucal ineficaz permite que essa patologia se
evolua, então a partir disso, ocorre o processo de perda óssea ao redor do implante
e diminuição da osseointegração. Além da higiene oral ineficaz, existem outros
fatores que favorecem o surgimento da peri-implantite como por exemplo o
tabagismo, histórico de periodontite, diabete mellitus, cardiopatias e a falta de tecido
queratinizado (SMEETS et al., 2014). A inflamação peri-implantar é decorrente do
agravamento de uma inflamação gengival, por um longo período de tempo, ao redor
do implante na cavidade oral, denominada mucosite (PONTORIERO et al., 1994),
que é definida como uma lesão inflamatória da mucosa, que ocorre ao redor de um
implante, sem perda do osso peri-implantar de suporte (SCHWARZ et al., 2016).
Essa patologia é muito similar a gengivite dentária, por iniciar da mesma maneira,
através do processo de formação de biofilme relacionado a má higiene bucal
(PONTORIERO et al., 1994).
Para a realização de seu diagnóstico podem ser realizados: radiografias
peri-implantar, para analisar se apresenta perda óssea, sondagem peri-implantar
para referir a presença de bolsas com sangramento e de supuração, mobilidade,
uma coleta de fluido e análise microbiológica (OLIVEIRA et al., 2015).
Em relação ao tratamento da peri-implantite, existem terapias como laser de
baixa potência, terapias fotodinâmicas, técnicas cirúrgicas e não cirúrgicas, terapia
antimicrobiana adjuvante associadas a outras modalidades terapêuticas. No entanto,
não foram descritas nenhuma terapia de peri-implantite ideal, faltam resultados de
benefícios a longo prazo para esses métodos (SMEETS et al., 2014).
6
2 OBJETIVOS
Analisar por meio de uma revisão de literatura a etiologia, diagnóstico e
tratamento da peri-implantite.
7
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho é uma revisão de literatura, que foi utilizada como base
de dados eletrônicos a BVS e PubMed, tendo como método de inclusão artigos dos
últimos 10 anos que abordam etiologia, diagnóstico e tratamento de peri-implantites,
na língua portuguesa e inglesa, usando como palavras chaves, que foram
encontradas no Decs (Descritores em Ciências da Saúde) como “Peri-implantite”,
“Mucosite peri-implantar” e “Implantação dentária”. Foram excluídos artigos que
tratavam de mucosite em pacientes com câncer e/ou diabetes e/ou resumos.
8
4 REVISÃO DE LITERATURA
A anatomia peri-implantar refere-se a estrutura ao redor do implante, que é
uma estrutura em forma de parafuso, geralmente feita de titânio ou outros materiais
biocompatíveis, que é inserido no osso maxilar ou mandibular para substituir a raiz
de um dente perdido (SCHWARTZ-ARAD; LEVIN, 2017). Sendo fixado no osso
alveolar, que proporciona a ancoragem necessária, para isso é necessário o osso
saudável e em boa quantidade para garantir a fixação, a falta dele pode levar a
complicações como falha do implante ou reabsorção óssea ao redor do implante, o
que pode comprometer sua estabilidade e função (BERGLUNDH; LINDHE, 2018),
A gengiva inserida é a que recobre o osso peri-implantar, formando uma
barreira protetora, que deve estar saudável e aderir firmemente ao implante para
evitar a penetração de bactérias e prevenir a inflamação das estruturas de suporte
do implante (BUSER et al., 2016). O ligamento periodontal é o tecido que
normalmente conecta a raiz do dente ao osso alveolar, proporcionando uma
absorção do choque durante a mastigação, no caso de um implante dentário, não há
um ligamento periodontal, uma vez que o implante é fixado diretamente no osso
(JAVED et al., 2016). Além disso, os tecidos moles peri-implantares, como músculos,
ligamentos e vasos sanguíneos, também são partes importantes da anatomia
peri-implantar, pois desempenham um papel fundamental na cicatrização e
integração do implante, bem como na manutenção da saúde e função do implante a
longo prazo, sendo assim a anatomia peri-implantar é um elemento crucial para o
sucesso a longo prazo de um implante (BERGLUNDH; LINDHE, 2018).
Há uma grande similaridade tanto clínica e quanto histológica entre os tecidos
moles periodontais e peri-implantares. Para um correto controle e manutenção
destes tecidos é imprescindível conhecermos suas diferenças e semelhanças. A
periodontite resulta da interação dos mecanismos de defesa do hospedeiro com
biofilme dentário que se acumula nos dentes e ao redor da linha da gengiva,
caracterizando a destruição progressiva dos tecidos de suporte, podendo levar a
perda dentária. Isso ocorre quando a gengivite, que é uma inflamação reversível
das gengivas, não é tratada e progride, afetando os tecidos mais profundos, osso
alveolar e o ligamento periodontal (FISCHER et al., 2020).
Peri-implantite é uma condição inflamatória que afeta os tecidos ao redor de
um implante dentário, semelhante à periodontite, é causada pela acumulação
9
biofilme bacteriano ao redor do implante, o que leva à inflamação e destruição
progressiva dos tecidos de suporte, os seus sintomas incluem gengivas vermelhas,
inchadas e sensíveis, sangramento durante a escovação, durante uso do fio dental
e a sondagem, mau hálito persistente, recessão gengival, supuração e mobilidade
do implante, levando a sua perda (HERRERAS et al., 2023).
A principal diferença entre a peri-implantite e a periodontite está na
localização em que ocorrem. A periodontite afeta os tecidos de suporte dos dentes
naturais, já a peri-implantite ocorre ao redor de um implante dentário, afetando os
tecidos de suporte peri-implantares. Diferenças adicionais são encontradas na
região da mucosa peri-implantar: a inserção epitelial peri-implantar é geralmente
mais longa; o tecido conectivo não apresenta fibras inseridas na área supracrestal; e
a vascularização é menor (HERRERAS et al., 2023).
4.1 ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO
O principal fator etiológico da doença peri-implantar é o biofilme bacteriano,
sendo que em situação de saúde ou não, é predominantemente composto de cocos
e bacilos gram-positivos facultativos, porém quando se encontra em situação de
doença peri-implantar essa microbiota se altera, tendo a presença de
periodontopatógenos, sendo eles: Aggregatibacter actinomycetemcomitans,
Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia, Fusobacterium nucleatum,
Tannerella forsythia e Campylobacter rectus (CERBASI, 2010).
No geral, existem dois aspectos etiológicos para as doenças peri-implantares:
microbiológicos e biomecânicos (ROMEIRO, ROCHA E JORGE, 2010). Entre
diversos causadores da perda óssea peri-implantar, fatores que influenciam são a
distância entre os implantes, sobrecarga oclusal, relação coroa e implante,
características dos implantes (DOORNEWAARD et al., 2016).
Com base em estudos clínicos de Padial-Molina, et al., (2014), os indicadores
de risco para a peri-implantite são má higiene oral, histórico de periodontite,
consumo de álcool e fumo, qualidade da superfície do implante e ausência de uma
adequada largura de mucosa queratinizada. Diante disso esses seguintes fatores ou
circunstâncias foram relatados como fatores de risco para o desenvolvimento de
peri-implantite, como (SCHWARZ et al., 2008):
10
● Fumar com risco adicional significativamente maior de complicações na
presença de um polimorfismo de genótipo IL-1 combinado positivo.
● História de periodontite.
● Higiene bucal limitada.
● Doenças sistêmicas (por exemplo, diabetes mellitus não controlada, doença
cardiovascular, imunossupressão).
● Defeitos de tecidos moles ou tecidos moles de má qualidade na área de
implantação (por exemplo, falta de gengiva queratinizada).
● História de uma ou mais falhas de implantes.
Estudos indicam que o tabagismo é o fator de risco mais frequentemente
citado para doença peri-implante, seguido por uma história de periodontite. Ambos
estão relacionados a maiores prevalências de peri-implantite (MOMBELLI et al.,
2012). Com isso, comumente é aceito que o resultado de quase todos os
parâmetros terapêuticos intra-orais são afetados negativamente pelo tabagismo
(SGOLASTRA et al., 2014).
4.2 DIAGNÓSTICO DA PERI-IMPLANTITE
Os implantes dentários vêm servindo como uma forma de substituição dental
para perdas e ausências dentárias, ao longo dos anos pode-se observar diversos
estudos a respeito da etiologia das doenças ao redor do implante, além de estudos
relacionados ao diagnóstico, tratamento, progressão e tempo de sucesso do
implante. Segundo Smeets et al. (2014), houve uma taxa de sucesso de 82,9% de
implantes dentários em um período de 16 anos, todavia pode-se pontuar também
que o tipo de material, formato, tipo de conexão, material pilar e tipo de estrutura
protética puderam afetar os tecidos ao redor dos implantes dentários.
Os implantes dentários vêm servindo como uma forma de substituição para
perdas e ausências dentárias e ao longo dos anos pode-se observar diversos
estudos a respeito da etiologia das doenças ao redor do implante, além de estudos
relacionados ao diagnóstico, tratamento, progressão e tempo de sucesso do
implante. Sendo considerada uma taxa de sucesso de 82,9% de implantes dentários
em um período de 16 anos, todavia pode-se pontuar também que o tipo de material,
formato, tipo de conexão, material pilar e tipo de estrutura protética puderam afetar
os tecidos ao redor dos implantes dentários (Smeets et al., 2014).
11
Segundo Berglundh et al. (2017), a saúde peri-implantar de acordo com a
nova classificação, é definida como ausência de sangramentos durante a sondagem,
inchaço e supuração, além de ausência de eritema, não possui diferenciação visual
entre tecido periodontal e peri implantar.
Figura 1- Fotografia radiográfica mostrando periodonto saudável na região do primeiro molar
inferior direito, sem perda óssea. Fonte: HIROOKA et al.,( 2019)
A mucosite é caracterizada pela presença de sangramento gengival suave,
supuração, apresenta uma profundidade de sondagem alterada e profunda por conta
do inchaço, pode apresentar ou não eritemas, geralmente é induzida pela presença
de biofilme bacteriano e se faz necessário sinais clínicos para o diagnóstico
(BERGLUNDH et al., 2017).
12
Figura 2- Fotografia radiográfica mostrando peri-implantite na fase inicial em implante
presente na região do incisivo central superior direito e esquerdo. Fonte: HIROOKA et al. (2019)
Para o diagnóstico da peri-implantite é necessário que seja observado alguns
sinais nas estruturas bucais e do implante, dentre elas podemos observar a
presença de sangramento à sondagem suave, deve haver uma profundidade de
sondagem maior ou igual que 6mm e o nível ósseo maior ou igual que 3 mm apical
da parte mais coronal da parte intra óssea do implante (HIROOKA et al., 2019). A
sondagem é uma parte fundamental para o diagnóstico de doença peri-implantar,
porém deve ser observada a presença de coroa protética na região. A avaliação
radiográfica é fundamental, com isso é feito uma medida da perda óssea e uma
comparação do local do implante e da altura óssea além da supuração, que é um
critério de avaliação, com ela podemos encontrar a presença de morte de células
dentro dos tecidos (HIROOKA et al., 2019).
13
Figura 3- Radiografia periapical de periimplantite. Perda óssea marginal em forma de cratera
(≥3 mm) é observada ao redor do implante. Fonte: HIROOKA, et al., 2019
4.3 TRATAMENTO
Na década de 1990, foi relatado interesse em tratamentos para
peri-implantite. O aumento do número de estudos em animais e relatos de
resultados clínicos em pacientes resultou em muitas publicações
(ROOS-JANSÀKER et al., 2003).
O tratamento da peri-implantite é uma estratégia complexa que pode envolver
tanto opções não cirúrgicas como cirúrgicas, dependendo da gravidade do caso. As
opções não cirúrgicas podem incluir a remoção de tártaro e alisamento da superfície
do implante, aplicação de medicamentos locais e terapia com laser (MAYFIELD,
2008). O desbridamento mecânico isolado que envolve dispositivos de ar acionados
através de energia, curetas de metal e curetas ultrassônicas são maneiras
mecânicas de limpeza da peça de titânio afetado pela doença(HIROOKA et al.,
2019); apesar disso, abordagem precoce segue sendo uma uma maneira
fundamental para um sucesso no tratamento de doenças peri-implantares evitando
fatores de risco (tabagismo, higiene bucal, doença periodontal, doenças sistêmicas)
e também o estabelecimento de condições ideais de tecidos moles e duros
14
acompanhado da escolha do design correto do implante, seguido de uma máxima
abordagem atraumática e exames clínicos regulares com um status de sondagem
periodontal (SMEETS et al., 2014).
De acordo com Smeets et al., (2014), a maioria das estratégias para o tratamento
da peri-implantite acontece por meio de tratamentos utilizados para dentes com
periodontite principalmente, por conta da colonização bacteriana das superfícies
dentárias e dos implantes seguirem princípios parecidos.
Por meio do tratamento conservador não cirúrgico é feito também o
tratamento com medicação manual, dentre o tratamento medicamentoso existem as
terapias por meio dos enxaguatórios bucais e aplicação de antibióticos sistêmicos
e/ou administrados localmente. Estudos recentes demonstram que a aplicação de
tetraciclina, doxiciclina, amoxicilina, metronidazol, cloridrato de minoxiciclina,
ciprofloxacina, sulfonamidas e trimetoprima, levaram a redução significativamente da
profundidade da bolsa em um período entre um e seis anos já a aplicação de
clorexidina levou a redução da profundidade da bolsa, uma maior adesão do
implante e redução da inflamação (SMEETS et al., 2014).
O tratamento a laser, que é minimamente invasivo, ele age por meio de ondas
de comprimento com ação bactericida, como CO2, lasers de diodo, Er:YAG (dopado
com érbio: ítrio-alumínio-granada) e ER,Cr:YSGG (érbio, dopado com cromo:
ítrio-escândio-gálio-granada) que podem reduzir em até 90% do biofilme bacteriano,
porém em divergência com a maior parte das terapias mecânicas, qualquer
biocompatibilidade e propriedades de estimulação celular não podem ser induzidas
novamente (SMEETS et al., 2014).
No tratamento das doenças peri-implantares podem ser abordadas as
técnicas de terapias invasivas, eles incluem ao tratamento cirúrgico o retalho de
acesso e desbridamento, retalho de acesso e recontorno ósseo ou cirurgia de
ressecção e abordagens regenerativas com enxertos ósseos com ou sem
membrana. O método ressectivo, que tem como objetivos: a redução da
profundidade da bolsa utilizando osteoplastia e/ou ostectomia, correção do defeito
ósseo permitindo uma melhor adaptação no retalho. Assim como outro tratamento
cirúrgico que é o regenerativo, que tenta regenerar o osso em torno dos locais de
peri-implantite preenchendo o defeito ósseo com a utilização de enxertos ósseos,
com ou sem membrana, ou apenas membrana; podendo ainda utilizar agentes
15
biológicos como princípio de regeneração e proteínas morfogênicas ósseas. O
enxerto ósseo associado a uma membrana favorece a regeneração, pois a
membrana atua como uma barreira e mantém a integração do espaço (DEVISE,
2021).
Mobile (2014) cita que a associação dos tratamentos cirúrgicos pode ser
combinado com as terapias não cirúrgicas, usando como base uma avaliação
regular do paciente implantado e uma avaliação de biofilme bacteriano,
sangramento, supuração, bolsas e evidências radiológicas de perda óssea, a
integração dessas técnicas é denominada como ‘’terapia de suporte interceptivo
cumulativo’’ (CIST).
16
5 CONCLUSÃO
Foi concluído após esta revisão de literatura, que os artigos científicos
evidenciam terapêuticas para o tratamento da peri-implantite que será baseado em
qual estágio está, sendo que em casos iniciais será proposta uma terapia mais
conservadora e nas doenças peri-implantares com perda óssea (peri-implantite),
poderão utilizar técnicas cirúrgicas regenerativas ou ressectivas, ou até mesmo fazer
a utilização de ambas as técnicas de acordo com avaliação do paciente,
promovendo maior efetividade de acordo com o caso clínico em questão,
individualizando assim propostas de tratamento. Vale-se ressaltar que a saúde
peri-implantar é crucial para o sucesso do tratamento, então nenhuma técnica será
mais efetiva do que a prevenção e eliminação dos hábitos deletérios.
17
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