UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR ANHANGUERA
CURSO DE FARMÁCIA
ESTEPHANY VIANA DA SILVA
RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Tailândia-PA
2024
ESTEPHANY VIANA DA SILVA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Relatório do Estágio Supervisionado em farmácia
apresentado como requisito obrigatório para a obtenção
da pontuação necessária na disciplina de Estágio
Supervisionado em Farmácia Hospitalar.
Supervisor de Campo: Prof. Ms. Jeane Souza Dos Reis
Tailândia-PA
2024
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO…………………………….………………………… 03
2 INTRODUÇÃO.................................................................................. 06
3 ATIVIDADE DO ESTAGIÁRIO......................................................... 07
4 TEORIA EM PRÁTICA- SITUAÇÕES- PROBLEMA....................... 08
5 TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO.................................... 21
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 22
REFERÊNCIAS................................................................................. 23
1. APRESENTAÇÃO
O estágio em supervisão hospitalar representa uma oportunidade singular de
consolidar competências técnicas e éticas, ao mesmo tempo em que possibilita uma
visão ampliada do cuidado integral ao paciente. O trabalho em âmbito hospitalar
expande as atribuições do profissional de saúde e aprofunda a compreensão acerca
da gestão de medicamentos, do monitoramento de terapias e da interação
multiprofissional. Se, na Farmácia POPULAR FARMA, o foco principal residia na
dispensação segura de medicamentos e na orientação do uso racional, o ambiente
hospitalar que fica na Av. Florianópolis, Bairro novo, S/N, exige, adicionalmente, a
supervisão mais abrangente de protocolos clínicos, o acompanhamento sistemático
de pacientes internados e a articulação com equipes médicas e de enfermagem.
Durante o período de estágio em supervisão hospitalar, busca-se não apenas
a aplicação de conhecimentos sobre leis e normas, como a Portaria 344/1998, mas
também o domínio de sistemas informatizados de controle de produtos e o
desenvolvimento de habilidades comunicativas para lidar com diversas demandas
assistenciais. Tais práticas sustentam a segurança e a eficácia terapêutica,
assegurando o uso adequado das medicações e promovendo o bem-estar do
paciente.
Com base na experiência obtida na rotina farmacêutica de dispensação e
orientação ao paciente na qual se salientou a importância da verificação da validade
da prescrição, do ajuste de dosagem e do esclarecimento de possíveis interações
medicamentosas, o estágio em supervisão hospitalar assume papel fundamental
para o aprimoramento da visão clínica e gerencial. Além disso, amplia as
possibilidades de atuação, ao abarcar a aferição de sinais vitais, a aplicação de
injetáveis em contextos mais complexos e a participação ativa em estratégias de
acompanhamento de doenças crônicas.
Assim, este relatório introduz a trajetória de aprendizado em supervisão
hospitalar, alicerçada pelas competências desenvolvidas no estágio em farmácia
comunitária. As experiências acumuladas servirão de base para a construção de um
profissional capaz de atuar de forma responsável, comprometida e alinhada às
necessidades da população, cumprindo o propósito essencial da área de saúde:
promover qualidade de vida e segurança aos pacientes em todos os níveis de
assistência.
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OBJETIVOS:
Desenvolver habilidades práticas e conhecimentos técnicos no âmbito
hospitalar, promovendo uma visão integral do processo de assistência farmacêutica.
Esse objetivo abrange o aprimoramento de competências relacionadas à gestão de
medicamentos, ao acompanhamento terapêutico e à interação com equipes
multidisciplinares, visando assegurar o uso racional dos fármacos e contribuir para a
qualidade e a segurança do cuidado ao paciente.
Desenvolver competências em compras e aquisições de medicamentos:
Compreender processos licitatórios e critérios de seleção de
fornecedores.
Identificar mecanismos para garantir qualidade e economicidade na
aquisição dos insumos.
Aprender sobre a seleção e padronização de medicamentos (Comissão de
OPFT):
Participar ativamente da Comissão de Farmácia e Terapêutica,
contribuindo para a definição de protocolos e listas padronizadas.
Avaliar custo-benefício e perfil de segurança/eficácia dos fármacos.
Aprimorar o armazenamento e dispensação de medicamentos:
Desenvolver rotinas de organização e conservação de fármacos em
diferentes setores (centro cirúrgico, pronto atendimento, clínicas
médica e pediátrica).
Garantir condições adequadas de temperatura e umidade,
principalmente para medicamentos termolábeis.
Dominar a logística de medicamentos controlados (Portaria 344/1998):
Aperfeiçoar registros de entrada, saída e armazenamento de
substâncias sujeitas a controle especial.
Atender às exigências legais e aos padrões de segurança em toda a
cadeia de dispensação.
Participar da análise de prescrições e intervenções farmacêuticas:
Avaliar doses, intervalos, forma farmacêutica e potenciais interações
medicamentosas.
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Sugerir ajustes quando necessário, aumentando a segurança e eficácia
do tratamento.
Entender o fluxo de dispensação em diferentes setores (Centro Cirúrgico e
Pronto Atendimento):
Conhecer o funcionamento de cada unidade, incluindo rotinas de
solicitação, separação e entrega dos medicamentos.
Integrar-se às equipes multiprofissionais para garantir agilidade no
atendimento.
Ampliar a compreensão sobre protocolos específicos (ex.: SIN, ACM, Sedor,
SePA, SeQuemia):
Identificar particularidades e indicações desses
protocolos/medicamentos especiais.
Realizar registros e orientações adequadas aos pacientes e à equipe.
Fortalecer a integração multiprofissional:
Colaborar com enfermeiros, médicos e outros profissionais de saúde,
assegurando um cuidado interdisciplinar efetivo.
Contribuir para a implementação de práticas seguras e padronizadas
no ambiente hospitalar.
Consolidar atitudes éticas e humanizadas no cuidado ao paciente:
Respeitar normas de conduta, privacidade e legislação vigente.
Promover a conscientização sobre o uso racional de medicamentos em
todo o hospital.
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2. INTRODUÇÃO
Durante meu estágio supervisionado em Farmácia Hospitalar, tive a
oportunidade de participar de forma ativa em todo o circuito do medicamento,
abrangendo processos fundamentais como compras e aquisições, seleção e
padronização de fármacos, além de contribuir em atividades reguladas pela
Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT). A vivência prática incluiu desde o
armazenamento e montagem de kits até a dispensação segura de medicamentos
em setores diversos — como centro cirúrgico, clínicas Cirúrgica e Obstétrica (Clínica
A), Médica e Pediátrica (Clínica B) e Pronto Atendimento (PA).
Nesse contexto, pude acompanhar a manipulação de medicamentos
termolábeis e de controlados sujeitos à Portaria 344, reforçando a importância de
procedimentos específicos de guarda e registro. Também atuei no fluxo de
abastecimento dos carrinhos de parada e na padronização dos kits de diluição (20,
50 e 100 mL), atividades essenciais para emergências e administração de fármacos.
Paralelamente, participei da análise de prescrições, investigando possíveis
interações, adequação de dose e forma farmacêutica, sempre buscando assegurar o
uso racional e seguro dos medicamentos.
Outro ponto marcante foi o contato com protocolos e sistemas clínico-
farmacêuticos, como SIN, ACM, Sedor, SePA e SeQuemia, possibilitando uma visão
ampla da gestão medicamentosa e dos procedimentos de consulta e registro. Esse
conjunto de experiências reforçou a relevância do trabalho integrado com equipes
multiprofissionais e consolidou meus conhecimentos sobre fluxos operacionais,
logística hospitalar e legislações vigentes, reforçando meu compromisso com a
segurança e a qualidade da assistência ao paciente.
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3. ATIVIDADE DO ESTAGIÁRIO
Durante meu estágio em Farmácia Hospitalar, envolvi-me em uma série de
atividades que fortaleceram minha compreensão acerca do funcionamento geral do
serviço farmacêutico e aprimoraram minhas habilidades técnicas e gerenciais. Iniciei
atuando em compras e aquisições de medicamentos, acompanhando critérios para
seleção e avaliação de fornecedores, bem como a importância de se manter um
estoque alinhado às necessidades do hospital.
Esse processo foi complementado pela atuação junto à Comissão de
Farmácia e Terapêutica (CFT), onde tive contato direto com a seleção de
medicamentos e discussão de protocolos clínicos.
No dia a dia, participei ativamente do armazenamento, montagem e
dispensação de diversos insumos, especialmente aqueles considerados termolábeis,
que demandam controle rigoroso de temperatura e condicionamento. Desempenhei
essas funções em setores específicos, como Clínica A (Cirurgia e Obstetrícia) e
Clínica B (Médica e Pediátrica), além de dar suporte ao fluxo da farmácia do Centro
Cirúrgico e do Pronto Atendimento (PA).
Em ambos os casos, pude gerenciar solicitações de medicamentos,
observando regras de segurança e eficiência na dispensação.
Uma das minhas atribuições envolveu o cumprimento da Portaria 344/1998,
que regulamenta medicamentos controlados. Realizei a guarda, o registro e a
dispensação adequados, reforçando a importância do controle documental.
Também participei do abastecimento do carrinho de parada, monitorando o
fluxo de reposição e a validade de insumos essenciais para emergências. Além
disso, fui responsável pela organização de kits de diluição (20, 50 e 100 mL),
respeitando protocolos de preparo seguro.
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4. TEORIA EM PRÁTICA- SITUAÇÕES- PROBLEMA
ATIVIDADE 1:
A direção clínica do hospital solicitou ao farmacêutico hospitalar que
readequasse o sistema de distribuição de medicamentos do hospital visando
diminuir os gastos com os medicamentos, diminuir os erros de medicação, melhorar
o controle e a gestão do estoque da farmácia, diminuir os estoques de
medicamentos nos postos de enfermagem, além de favorecer a integração do
farmacêutico com a equipe de saúde. O farmacêutico analisou os recursos humanos
e a infraestrutura disponível e avaliou que em um primeiro momento, só seria
possível a implantação de um sistema que dispensasse medicamentos necessários
para um dia de tratamento para cada paciente.
Responda:
a) Quais são os objetivos principais da gestão da farmácia hospitalar?
Assegurar o uso racional de medicamentos
Garantir a prescrição, dispensação e administração corretas dos fármacos,
alinhando-se a protocolos clínicos e reduzindo riscos ao paciente.
Minimizar erros de medicação
Adotar procedimentos de conferência, rastreabilidade e padronização para
reduzir incidentes que possam comprometer a segurança do paciente.
Otimizar custos e recursos
Implantar sistemas e rotinas que evitem desperdícios, estoques excessivos e
rupturas de abastecimento, proporcionando melhor controle financeiro do hospital.
Fortalecer o controle de estoque
Manter registros precisos sobre entrada, saída e consumo de medicamentos,
inclusive os que exigem maior controle (por exemplo, Portaria 344).
Facilitar a integração multiprofissional
Trabalhar em sintonia com médicos, enfermeiros e outros profissionais de
saúde, participando ativamente das decisões terapêuticas e promovendo a
segurança do paciente como um objetivo comum.
Promover a qualidade e eficácia terapêutica
Garantir que os medicamentos cheguem ao local certo, no momento certo e
na dosagem adequada, reforçando o papel do farmacêutico como integrante
fundamental da equipe assistencial.
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b) E A farmácia hospitalar deve estar localizada em área de livre acesso e
circulação, tanto para atender à distribuição de medicamentos de pacientes
internados e ambulatoriais, como para receber visitas de técnicos e de fornecedores
o que justifica a sua localização em ponto estratégico que facilite a troca de
informações. O dimensionamento da área física de uma farmácia hospitalar tem
relação direta com as atividades a serem desenvolvidas, que são, por sua vez,
determinadas pelo perfil assistencial e pela complexidade do cuidado prestado no
hospital. Quais são os principais ambientes da Farmácia Hospitalar? Recepção e
inspeção: Conferência de mercadorias, análise de qualidade e verificação de
condições de transporte.
CAF (Central de Abastecimento Farmacêutico): Onde se organiza o estoque
geral, compras e abastecimento de todas as unidades.
Área de distribuição: Preparação de kits diários, atendimento das requisições
das enfermarias e montagem de carrinhos de reposição.
Área de unitarização de doses: Transformação e padronização de formas
farmacêuticas em doses individuais para os pacientes.
Sala de Chefia/Sala Administrativa: Espaços voltados à gestão e coordenação
do serviço farmacêutico, incluindo controle de pessoal e processos gerenciais.
Manipulação Magistral e Oficinal: Produção interna de fórmulas
personalizadas e preparados oficinais (pomadas, cápsulas, soluções).
Manipulação de Citotóxicos: Área com fluxo laminar e exigências de
biossegurança, onde se manipulam quimioterápicos e medicamentos de alto risco.
Manipulação de NPT (Nutrição Parenteral Total): Ambiente estéril para
preparo de soluções nutricionais para pacientes críticos.
Sala de diluição de germicidas: Manipulação segura de substâncias químicas
para desinfecção hospitalar.
Depósito de Material de Limpeza (DML): Armazenamento de suprimentos de
higienização, evitando riscos de contaminação cruzada.
Área de medicamentos sujeitos a controle especial: Espaço seguro para
produtos controlados, garantindo conformidade com Portaria 344/1998.
Fracionamento: Adequação de apresentações comerciais em quantidades
específicas, assegurando rastreabilidade e redução de perdas.
Sala de reunião: Planejamento das atividades da equipe, treinamentos e
discussões clínicas.
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Esquematize através de um desenho qual é a estrutura física necessária para
o funcionamento de uma farmácia hospitalar, identificando cada área e relacionando
quais são as atividades que são desempenhadas no local.
Figura 1. Fluxograma
c) Pensando na temática proposta pelo estudo de caso, explique qual será o
sistema de distribuição de medicamentos que poderá ser implantado no hospital?
Quais são as vantagens e desvantagens desse sistema de distribuição? Justifique.
O sistema de distribuição de medicamentos que pode ser implantado,
conforme as circunstâncias apresentadas no estudo de caso, é o sistema de
distribuição individualizada por doses diárias. Nesse modelo, a farmácia
hospitalar prepara e envia, para cada paciente, a quantidade exata de
medicamentos necessários para 24 horas de tratamento. Assim, os medicamentos
não ficam estocados em grande quantidade nas unidades de enfermagem,
reduzindo riscos de perdas, desperdícios e erros.
Vantagens do Sistema de Distribuição Individualizada
Redução de erros de medicação:
O farmacêutico revisa as prescrições diariamente, conferindo dose,
horário e compatibilidades. Essa checagem constante minimiza erros
de administração e falhas no ciclo do medicamento.
Melhor controle de estoque:
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Como há preparo diário, a farmácia hospitalar mantém maior
rastreabilidade e assertividade na demanda de cada enfermaria.
Estoques menores nas unidades reduzem perdas por vencimento ou
armazenamento indevido.
Diminuição de custos:
O envio de apenas aquilo que será efetivamente utilizado evita sobras
ou desperdícios, impactando positivamente as finanças da instituição.
Além disso, há menos gastos com reposição emergencial de
medicamentos em falta.
Maior integração da equipe multiprofissional:
A interação entre farmacêuticos, enfermeiros e médicos se torna mais
frequente e efetiva para ajustes de terapia, o que contribui para um
cuidado mais seguro ao paciente.
Desvantagens do Sistema de Distribuição Individualizada
Demanda de Recursos Humanos:
A preparação diária de medicamentos, com fracionamento e
conferência, exige mais tempo e pessoal na farmácia. É necessário
dimensionar adequadamente a equipe para não gerar atrasos nem
sobrecarga profissional.
Infraestrutura e logística complexas:
Implantar esse modelo pode requerer adequações físicas, implantação
de sistemas informatizados de prescrição e dispensação, e protocolos
bem definidos de entrega e devolução de sobras.
Dependência de processos bem estruturados:
Se as rotinas de solicitação e entrega falharem (por exemplo,
prescrições tardias ou faltas de pessoal), pode ocorrer atraso no
fornecimento aos pacientes.
O sistema de distribuição individualizada diária endereça diretamente os
objetivos da direção clínica: diminui erros de medicação (devido à checagem e
fracionamento pelo farmacêutico), melhora o controle de estoque (estoque reduzido
nas unidades e gestão centralizada pela farmácia), reduz custos (menos perdas por
vencimento e menos sobra) e favorece a integração do farmacêutico com a equipe
multiprofissional (uma vez que a análise das prescrições e a dispensação são
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realizadas em conjunto com os setores de enfermagem e médico). Embora possua
algumas desvantagens ligadas à maior demanda operacional e necessidade de
boas práticas logísticas, suas vantagens para a segurança do paciente e viabilidade
econômico-administrativa tornam esse modelo bastante indicado em hospitais de
médio e grande porte.
d) O sistema de distribuição de medicamentos deve se basear nas
características do hospital e deve ser um sistema racional, eficiente, econômico e
seguro. Descreva quais são os tipos de sistemas de distribuição de medicamentos
que podem ser utilizados nos hospitais, relacionando as vantagens e desvantagens
de cada um.
Sistema de Distribuição Coletiva ou por “Estoque em Enfermaria”
Funcionamento:
A farmácia envia lotes de medicamentos para cada unidade de
enfermagem, que mantém um pequeno “estoque” local.
A enfermagem administra os fármacos conforme a prescrição e solicita
reposição em intervalos pré-definidos ou quando há baixa de itens.
Vantagens:
Praticidade: Rotina de reposição é simples e pode ser rápida.
Menor demanda de pessoal na farmácia: Não exige grande fracionamento ou
controle de doses individualizadas.
Desvantagens:
Maior risco de erros e desperdício: Estoques grandes em cada setor podem
levar a administrações equivocadas ou perdas por validade vencida.
Menor controle de inventário: Dificulta rastreabilidade de lotes e consumo real.
Menos interação com o farmacêutico: Possível distanciamento do profissional
da equipe multidisciplinar.
Sistema de Distribuição Individualizada (por Paciente)
Funcionamento:
A farmácia prepara os medicamentos necessários para cada paciente
por um período (geralmente 24 horas).
A cada turno ou dia, a enfermagem recebe as doses conforme a
prescrição médica.
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Vantagens:
Redução de erros de medicação: Maior conferência farmacêutica sobre dose
e horário, minimizando incompatibilidades.
Melhor controle de estoque: Menos resíduos e menor probabilidade de perdas
por validade.
Integração com a equipe de saúde: Favorece a comunicação com médicos e
enfermeiros e permite intervenções farmacêuticas.
Desvantagens:
Maior demanda operacional: Exige dimensionamento de pessoal e tempo
para fracionamento e checagem diária.
Necessidade de infraestrutura adequada: Sistemas informatizados, espaço e
protocolos mais detalhados.
Sistema de Dispensação por Dose Unitária
Funcionamento:
Similar ao sistema individualizado, mas cada dose é fracionada e
etiquetada, de modo que o hospital opera apenas com medicamentos
fracionados em unidade de administração (dose unitária).
A enfermagem recebe doses prontas para cada horário, reduzindo
manipulações na ponta.
Vantagens:
Segurança máxima: Reduz erros de seleção e administração, pois cada dose
é previamente identificada.
Otimização de custos: Diminui perdas e sobras; rastreabilidade de cada
unidade garante uso racional.
Controle rigoroso: Possibilidade de identificar facilmente quando e onde uma
dose foi administrada.
Desvantagens:
Alto custo operacional: Exige fracionamento e etiquetagem, sistemas de
codificação de barras e mais tempo de pessoal.
Dependência de sistemas de informação: Sem um bom software de
prescrição e acompanhamento, o processo pode ficar lento.
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Sistema Misto
Funcionamento:
Combinação de dois ou mais modelos, por exemplo, utilizar o sistema
de dose unitária para pacientes de UTI e sistema coletivo para setores
de menor complexidade.
Vantagens:
Flexibilidade: Ajusta-se às diferentes demandas de cada setor.
Custo/benefício equilibrado: Aloca recursos mais complexos (dose unitária)
onde é realmente necessário e mantém sistemas mais simples nos locais menos
críticos.
Desvantagens:
Gerenciamento mais complexo: A farmácia precisa dominar vários fluxos de
trabalho ao mesmo tempo.
Possibilidade de discrepâncias de controle: É preciso garantir que ambos os
sistemas sejam igualmente rastreados e regulados.
Sistemas Automatizados (Opcional / Complementar)
Hoje em dia, alguns hospitais investem em sistemas automatizados de
dispensação (armários eletrônicos tipo “Pyxis” ou “Omnicell”), que podem ser
integrados tanto ao sistema de distribuição coletiva quanto ao de dose unitária.
Vantagens:
Maior segurança e rastreabilidade: Registros digitais e acesso controlado.
Agilidade na administração: O enfermeiro retira a dose exata do armário
inteligente.
Desvantagens:
Custo elevado: Infraestrutura e manutenção são dispendiosas.
Dependência tecnológica: Exige rede estável, treinamento especializado e
suporte técnico.
e) Discuta
Entre as principais atividades farmacêuticas que podem ser desenvolvidas
nos hospitais, destacam-se:
Gestão de Aquisição e Compras:
Planejamento de demandas junto às áreas clínicas.
Processo de licitação e cotações de preços.
Seleção e avaliação de fornecedores.
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Recebimento e Armazenamento de Medicamentos:
Conferência de notas fiscais, prazos de validade e condições de
transporte.
Organização adequada de estoques (temperatura, umidade,
luminosidade).
Controle de substâncias sujeitas a Portaria 344/1998.
Distribuição e Dispensação de Medicamentos:
Sistemas de distribuição (coletiva, individualizada, dose unitária, misto).
Separação de prescrições e montagem de kits para pacientes internados.
Manutenção de carrinhos de emergência (parada) e rotina de reposição.
Unitarização e Fracionamento de Doses:
Padronização de formas farmacêuticas em doses individualizadas.
Etiquetagem e registro de lote e validade, aumentando rastreabilidade.
Manipulação Magistral e Oficinal:
Preparo de fórmulas personalizadas (magistral), como cápsulas e xaropes.
Produção de produtos oficinais (pomadas, soluções) segundo protocolos.
Controle de qualidade de matérias-primas e produtos acabados.
Manipulação de Produtos Estéreis:
Manipulação de quimioterápicos e imunobiológicos (citotóxicos).
Preparo de Nutrição Parenteral Total (NPT) em ambiente controlado.
Aplicação de técnicas assépticas e uso de fluxo laminar.
Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica:
Avaliação de prescrições médicas (doses, interações, compatibilidades).
Acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes, em especial UTIs e
oncologia.
Intervenções farmacêuticas, orientações e educação em saúde.
Farmacovigilância e Tecnovigilância:
Monitoramento de reações adversas a medicamentos (RAM).
Notificações a órgãos reguladores (ANVISA).
Controle e avaliação de eventos adversos envolvendo dispositivos
médicos.
Gestão de Estoque e Logística Interna:
Planejamento de reposições e inventários periódicos.
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Implementação de sistemas informatizados de controle (SNGPC, entre
outros).
Redução de perdas e otimização de custos.
Participação em Comissões Multidisciplinares:
Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT): seleção, padronização e
protocolos clínicos.
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH): definição e
monitoramento do uso de antimicrobianos.
Comissão de Cuidados Paliativos, Nutrição e outras, promovendo atuação
integrada.
Educacional e Pesquisa:
Capacitação permanente de equipe de enfermagem e residentes.
Desenvolvimento de pesquisas clínicas ou estudos de farmacoeconomia.
Participação em projetos de ensino e extensão universitária, quando
aplicável.
Gestão Administrativa e Planejamento:
Elaboração de indicadores de desempenho e relatórios gerenciais.
Definição e revisão de protocolos internos e políticas de uso racional de
medicamentos.
Supervisão e desenvolvimento da equipe técnica e de apoio.
ATIVDADE 2
Analise da situação a seguir:
O farmacêutico hospitalar é o profissional responsável por atividades clínicas,
administrativas e consultivas com o objetivo de promover a racionalização de custos,
o uso racional de medicamentos e a orientação aos pacientes, além de atuar na
gestão da logística farmacêutica e participar das comissões hospitalares, sendo
referência na promoção da saúde por meio da assistência farmacoterapêutica. Esse
profissional tem uma conduta interdisciplinar, integrando a farmácia hospitalar com
os demais serviços e unidades clínicas. Deacordo com a Resolução no 492, de 26 de
novembro de 2008, que regulamenta o exercício profissional no setor público e
privado, as principais atribuições do farmacêutico foram agrupadas em cinco
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grandes áreas: atividades logísticas, controle de qualidade, atividades intersetoriais,
atividades focadas no paciente, atividades de manipulação/ produção.
a) Em oncologia, o farmacêutico é o principal instrumento para a qualidade da
farmacoterapia. Suas atribuições excedem a simples dispensação da prescrição
médica, ou ainda a manipulação propriamente dita. Sua atuação é importante em
várias etapas da terapia antineoplásica. Pensando na manipulação de
antineoplásicos, descreva quais são as condições mínimas necessárias que são
exigidas para a manipulação de antineoplásicos.
As condições mínimas estabelecidas por órgãos regulamentadores (como
ANVISA, Ministério da Saúde e Conselhos de Classe) podem variar de acordo com
a legislação de cada país, mas, de modo geral, incluem:
Local apropriado e isolado:
Sala de manipulação exclusiva para quimioterápicos, com acesso
restrito apenas a pessoal treinado.
Pressão negativa em relação às áreas adjacentes, de modo a impedir
que vapores ou partículas migrem para outras dependências do
hospital.
Sistema de ventilação adequado, com renovação constante do ar e
filtros HEPA, seguindo normas como a RDC n.º 220/2004 (Brasil) ou
equivalentes.
Capela de segurança biológica (classe II B2 ou classe III):
Equipamento fundamental para manipular os antineoplásicos em
ambiente confinado, garantindo proteção do operador, do produto e do
ambiente.
Deve possuir exaustão com filtros HEPA e ser mantida em bom estado
de calibração e manutenção periódica.
Uso de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) completo:
Avental impermeável de mangas longas, punhos ajustáveis e resistente
a fluidos (descartável ou dedicado a essa atividade).
Luvas especiais para quimioterápicos (dupla luva em alguns
protocolos), preferencialmente de nitrila ou outro material compatível,
obedecendo ao tempo máximo de uso definido pelo fabricante.
Máscara de proteção respiratória, como N95 ou PFF2, dependendo do
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risco de aerossóis e das recomendações locais.
Óculos de proteção ou protetor facial (face shield) para evitar contato
acidental com os olhos.
Touca e, em alguns casos, propés para proteção completa em áreas
de manipulação estéril.
Procedimentos operacionais padrão (POPs) escritos e validados:
Protocolos que definam passo a passo as técnicas assépticas, o
método de preparo, tempo de contato, rotulagem, transporte e descarte
dos resíduos.
Fluxo de trabalho unidirecional, reduzindo riscos de contaminação
cruzada.
Treinamento contínuo da equipe:
Todos os profissionais envolvidos (farmacêuticos, técnicos, auxiliares)
devem ser treinados, periodicamente atualizados em biossegurança,
boas práticas de manipulação e procedimentos de emergência em
caso de acidentes.
Conhecimento de protocolos de controle de exposição ocupacional a
agentes quimioterápicos.
Sistemas de fechamento seguro ou sistema fechado de manipulação (caso
disponível):
Dispositivos ou conectores especiais (p.ex. conexões livres de agulhas,
“closed system transfer devices”) que minimizam o contato do
manipulador com os fármacos e evitam a liberação de aerossóis.
Gerenciamento de resíduos especiais:
Descarte de materiais (frascos, seringas, agulhas, EPIs contaminados)
em recipientes e coletores específicos para químicos perigosos
(definidos como Grupo B ou E, conforme legislação local).
Contratação de empresa licenciada para tratamento e disposição final
do lixo hospitalar perigoso.
Monitoramento e manutenção periódica dos ambientes e equipamentos:
Testes de integridade de filtros HEPA, certificação da capela de
segurança biológica e verificação de fluxo de ar laminar/pressão
negativa.
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Controle ambiental e microbiológico regular em áreas de manipulação
estéril, se for o caso.
b) A nutrição parenteral compreende uma solução ou uma emulsão composta,
basicamente, por aminoácidos, lipídios, carboidratos e eletrólitos. É uma formulação
estéril e apirogênica, acondicionada em bolsa plástica, destinada à administração
intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou
domiciliar, visando a síntese ou à manutenção de tecidos, órgãos e sistemas. O
Setor de Nutrição Parenteral do Serviço de Farmácia do hospital é o setor
responsável pela seleção, pela aquisição, pelo armazenamento, pela manipulação e
dispensação das formulações de nutrição parenteral. Pensando na manipulação da
nutrição parenteral, descreva quais são as condições mínimas necessárias que são
exigidas para a manipulação denutrição parenteral.
A Nutrição Parenteral (NP) é uma formulação estéril e apirogênica composta
por nutrientes essenciais (aminoácidos, lipídios, carboidratos, vitaminas e eletrólitos),
destinada à administração intravenosa. Para que a manipulação ocorra em
condições que garantam segurança e qualidade tanto para o paciente quanto para o
profissional, alguns requisitos mínimos são exigidos:
Estrutura Física Apropriada:
Sala Limpa (Clean Room) ou Ambiente Classificado: Geralmente em
conformidade com padrões ISO (Ex.: ISO Classe 7 ou 8, dependendo
da normativa local), e dotada de antecâmara para troca de
vestimentas.
Capela de Fluxo Unidirecional / Fluxo Laminar: Pode ser horizontal ou
vertical, mas deve ser certificada periodicamente para garantir a
esterilidade do processo.
Pressão Positiva: Em relação a áreas adjacentes, impedindo a entrada
de partículas e microrganismos.
Boas Práticas de Manipulação:
Preparo Asséptico: Todo manuseio de insumos deve ocorrer dentro de
capela de fluxo laminar, seguindo técnicas assépticas rigorosas.
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs): Instruções escritas e
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validadas para cada etapa da manipulação, incluindo limpeza do
ambiente e equipamentos, higienização das mãos e paramentação.
Controle Microbiológico e Particulado: Monitoramento ambiental
(sedimentação, coleta de amostras de superfícies e ar) para garantir
níveis adequados de esterilidade.
Equipamentos e Materiais Específicos:
Misturadores e Bombas de Infusão: Equipamentos que auxiliam a
homogeneização dos componentes da NP.
Balanças de Precisão: Para dosar corretamente os insumos,
assegurando a concentração exata de nutrientes.
Filtração e Esterilização: Filtros de membrana apropriados para
soluções parenterais, quando aplicável.
Equipe Qualificada:
Farmacêutico Especializado: Responsável técnico pela elaboração das
fórmulas, pela definição de compatibilidades físico-químicas e pelo
monitoramento do preparo.
Treinamento Contínuo: Pessoal devidamente capacitado em boas
práticas de preparo estéril, biossegurança e protocolos de
higienização.
Controle de Qualidade:
Validação de Processos: Ensaios periódicos para confirmar a
esterilidade, ausência de endotoxinas (pirogênios) e compatibilidade
dos componentes.
Rastreabilidade dos Insumos: Registro de lotes, data de vencimento,
fornecedor e condições de armazenamento antes da manipulação.
Teste de Integridade das Bolsas: Inspeção visual minuciosa,
conferência de selagens e de possíveis danos ou contaminações.
Armazenamento e Transporte Adequados:
Temperatura Controlada: Respeitar faixas de temperatura específicas
(geralmente entre 2°C e 8°C para soluções NP já prontas ou
ingredientes termolábeis), além de monitoramento e registro contínuos.
Prazo de Validade e Estabilidade: Determinado pelo protocolo de
preparo e análise físico-química dos nutrientes. A NP finalizada deve
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ser utilizada dentro do período seguro para evitar proliferação
bacteriana e degradação dos componentes.
Segurança e Biossegurança do Profissional:
Paramentação: Uso adequado de gorro, máscara, luvas estéreis e
vestimenta apropriada (aventais e propés) para reduzir a contaminação
microbiológica.
Limpeza e Desinfecção de Superfícies: Frequência definida por
protocolos, utilizando produtos compatíveis que garantam assepsia
sem afetar os insumos.
Documentação e Registros
Prescrição Farmacêutica: Baseada no estado clínico do paciente
(peso, função renal, necessidades nutricionais).
Ficha de Produção: Anotação de todos os componentes, quantidades
pesadas, horários e responsáveis pela manipulação.
Sistema Informatizado (quando disponível): Auxilia na checagem de
doses, lotes e rastreamento de bolsas produzidas.
5. TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO
Figura 1. Assinaturas
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio supervisionado em Farmácia Hospitalar representou um marco
fundamental na consolidação das minhas competências técnicas, científicas e
interpessoais. Ao longo deste período, tive a oportunidade de vivenciar de perto a
rotina farmacêutica em um ambiente complexo, onde a integração entre equipes
multiprofissionais e a atenção dedicada ao paciente caminham lado a lado. A
experiência abrangeu uma ampla gama de atribuições, desde a gestão e controle de
estoque de medicamentos, incluindo substâncias sujeitas a controle especial até a
preparação e dispensação segura de fármacos para pacientes internados ou em
atendimento ambulatorial.
Destaca-se, ainda, o contato direto com procedimentos assépticos e o
manuseio de formulações estéreis, como Nutrição Parenteral e quimioterápicos,
evidenciando o rigor necessário em relação às boas práticas de manipulação,
segurança ocupacional e monitoramento de qualidade. Essas experiências
reforçaram a importância dos protocolos internos, da adoção de normas legais e da
atuação criteriosa do farmacêutico em cada etapa do processo.
Outra contribuição relevante foi a oportunidade de interagir com as comissões
hospitalares, especialmente a de Farmácia e Terapêutica, aprofundando
conhecimentos sobre padronização de medicamentos e participação ativa na
definição de protocolos. Esse envolvimento enfatiza o papel estratégico do
farmacêutico na elaboração de políticas de saúde, bem como na realização de
intervenções clínicas que possam impactar positivamente os desfechos terapêuticos.
Por fim, este estágio permitiu o desenvolvimento de habilidades interpessoais,
como comunicação eficaz, empatia e trabalho em equipe. O contato diário com
médicos, enfermeiros, nutricionistas e demais áreas contribuiu para ampliar a visão
sobre o cuidado integral ao paciente e fortaleceu a percepção de que o farmacêutico
deve atuar como um elo essencial na cadeia da atenção à saúde.
Assim, concluo este estágio seguro de que as vivências e aprendizados
obtidos serão determinantes para meu crescimento profissional e pessoal. Sigo
motivado a aperfeiçoar continuamente minhas competências, sempre pautado na
ética, na responsabilidade e no compromisso com a qualidade da assistência
farmacêutica.
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REFERÊNCIAS
JULIANI, R.GM. Organização e Funcionamento de Farmácia Hospitalar. 1.ed.
São Paulo: Érica: Saraiva, 2016.
FARIA, C.O. et al. Farmácia Hospitalar. Porto alegre: SGAH, 2019.
Portaria Nº 4.283, de 30 de dezembro de 2010. Aprova as diretrizes e estratégias
para organização, fortalecimento e aprimoramento das ações e serviços de farmácia
no âmbito dos hospitais. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt4283_30_12_201 0.html.
RDC nº 220, de 21 de setembro de 2004. Regulamento técnico de funcionamento
para os serviços de terapia antineoplásica. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/rdc0220_21_09_ 2004.html.
Portaria nº 272, de 8 de abril de 1998. Regulamento técnico para a terapia de
nutrição parenteral.Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
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