REVISÃO DOS CAPÍTULOS 10
E 17 – RECUPERAÇÃO FINAL
Prof. Clésio Farrapo
CAP. 10 – COMÉRCIO GLOBAL
■ Divisão Internacional do Trabalho
– Pode ser entendida como a posição que cada país ocupa no comércio mundial.
■ Condicionada pelos processos históricos pelos quais os territórios passaram.
– Não é uma divisão rígida: é possível que um país ocupe o papel de exportador de
commodities em um momento histórico e, em outras circunstâncias, seja um exportador de
industrializados.
■ Grupos econômicos
– Nos anos 1970, especialmente em meio à crise do petróleo, os países mais desenvolvidos
começaram a discutir acerca de seus papéis na economia mundial, culminando na criação
do grupo das sete potências com economias mais desenvolvidas, conhecido popularmente
como G7:
■ Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido, Itália e França.
– A ascensão econômica de algumas nações em desenvolvimento permitiu que, ao final do
século XX, o G7 se ampliasse com a entrada da Rússia virando o G8.
– Em seguida, adicionaram outros 11 países de economia emergente: Brasil, Argentina,
México, China, Índia, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul e
Turquia, virando o G20.
■ O COMÉRCIO GLOBAL REGULAMENTADO: O SURGIMENTO DA OMC E SEUS DESAFIOS
– Para uma economia cada vez mais globalizada, foi necessário criar regulamentações além
de, nos casos de conflito de interesses, mediar e reger os acordos multilaterais do
comércio internacional de produtos e serviços.
■ 1947 - Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT)
– Consistia em normas e regulações que direcionavam a prática do livre comércio.
■ 1995 - Organização Mundial do Comércio (OMC).
– Na atualidade, a OMC tem sua sede em Genebra, na Suíça, e é composta de 164 membros
oficiais, representando mais de 98% do comércio mundial.
– A OMC é estruturada em quatro grandes níveis.
■ O primeiro deles é a Conferência Ministerial, maior órgão de decisão, conduzida por seis
Conselhos Gerais, sendo três de segundo patamar e outros três que estão em terceiro.
– Subordinados a esses conselhos estão cerca de 20 comitês e seis grupos de trabalho sobre
assuntos mais específicos, situados em quarto nível.
– Entre os principais objetivos da OMC estão:
■ A garantia da livre concorrência;
■ A abertura dos mercados dos países para o fluxo internacional.
– Um dos maiores desafios da OMC é o combate ao protecionismo extremo
■ Balança comercial
– É a relação entre bens e serviços exportados e importados durante um determinado período.
– Quando o valor do total das exportações supera o das importações, tem-se um superávit.
– Ao contrário, se o valor total das importações é maior que o das exportações no mesmo
período, então tem-se um déficit na balança comercial.
– Esses dados também são capazes de medir a abertura da economia de nação, medida pela
chamada corrente de comércio.
■ Calculada pela soma das importações e das exportações.
– Para calcular a balança comercial de um país, considera-se o valor obtido (ou pago) pelo
produto, e não a quantidade de produtos.
■ Países desenvolvidos apresentam maior tendência ao superávit, pois exportam produtos
tecnológicos e com maior valor agregado.
■ Exportações brasileiras
– Os ciclos econômicos pelos quais o Brasil passou foram
diretamente voltados para o comércio externo.
– Até 1960, o Brasil exportava produtos primários.
■ Algodão, cacau, fumo, açúcar, madeira, carne e café (representando
70% das exportações).
– Hoje, o Brasil exporta diversos produtos industrializados e
semimanufaturados.
■ Calçados, suco de laranja, produtos têxteis, óleos comestíveis,
bebidas, alimentos industrializados, aparelhos mecânicos,
armamentos, produtos químicos, materiais de transporte e outros.
– Os produtos básicos ou primários, de origem agropecuária ou
mineral, que já representaram quase a totalidade das
exportações brasileiras, ao menos até a metade do século
passado, ainda mantêm grande importância no conjunto das
exportações do país.
■ Seguem, em ordem de importância, os tipos de produtos que arrecadaram os maiores valores
nas exportações de 2016.
Entre os dez produtos que mais contribuem para a entrada de capitais provenientes das exportações
brasileiras, sete são produtos primários ou básicos. Os demais, produtos industrializados, dividem-se
em dois semimanufaturados (açúcar e celulose) e, por fim, um manufaturado (automóveis).
■ Os países que têm sido os principais compradores de produtos brasileiros são:
Para a China – há mais de uma década o principal destino das exportações brasileiras –, são comercializados
principalmente commodities, sobretudo minério de ferro e produtos agrícolas, como a soja.
Tal padrão se repete há mais tempo nos mercados da Europa e da América do Norte.
Em relação ao mercado regional sul-americano, principalmente aos países-membros do Mercosul, destacam-
se as exportações de produtos manufaturados, cujo valor agregado é maior que o dos produtos básicos e
primários.
■ Importações brasileiras
– Predominância dos itens industrializados
■ Principalmente em relação aos valores despendidos em dólares.
– Isso se explica pelo valor agregado do produto industrializado, bem mais
elevado do que as commodities ou do que os produtos básicos.
– Porém, isso denota também a dependência que o mercado brasileiro tem com
o mercado exterior no tocante a produtos industrializados.
■ Do gráfico de principais produtos importados, nove deles são manufaturados, revelando a
supremacia das importações dessa categoria de produtos industrializados.
■ Os óleos brutos de petróleo são os únicos representantes dos produtos básicos entre os dez mais
importados. Indústrias farmacêutica, química, eletrônica e automobilística dividem-se entre os
maiores remetentes de mercadorias para o mercado brasileiro.
■ Analise o gráfico a seguir. Nele, estão representados os cinco países que mais exportam para o
Brasil.
CAP. 17 – O BRASIL E O COMÉRCIO
MULTILATERAL
■ Em meio a essa grande concorrência entre mercados, o Brasil se consolidou no comércio
multilateral a partir da década de 1990, com a efetivação de uma série de medidas neoliberais:
– Privatização de empresas estatais
– Abertura da economia ao capital internacional
– Derrubada de tarifas protecionistas.
■ Essa fase também marcou o início da participação mais ativa do Brasil no processo de gradual
integração entre economias regionais, por meio da criação de um bloco econômico, o Mercado
Comum do Sul (Mercosul), juntamente com Argentina, Paraguai e Uruguai.
■ As primeiras décadas do século XXI têm inserido o Brasil entre as dez maiores economias do
mundo, sendo o país sul-americano possuidor da economia mais estabilizada.
■ Seguindo as tendências globais, o Brasil tem buscado um papel de relevância no comércio
multilateral, por meio de parcerias internacionais com as grandes economias do planeta.
■ As parcerias internacionais brasileiras
– Em 1990, as relações comerciais do Brasil com os demais países da América Latina
correspondiam a cerca de 10% de todo seu comércio exterior.
■ Destaque para os mercados europeu e norte-americano
– Antes do fim da década, o mercado latino-americano era superior a do comércio internacional
realizado pelo Brasil.
■ MERCOSUL
– Em 2018, conforme dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC), além da importante participação dos países americanos e europeus, destacaram-se três
mercados:
■ China, Estados Unidos e Índia.
■ Esses países têm dois grandes atrativos:
– Incomparáveis mercados internos
– Grande acúmulo de capital
■ Aproximação com o mercado africano
– Segundo o MDIC, o intercâmbio entre países africanos e o Brasil cresceu em mais de 400%
entre os anos de 2002 e 2012.
■ Vários setores de infraestrutura
■ Angola, Cabo Verde e Nigéria
– Mas o avanço das relações Brasil-África encontra um grande entrave:
■ A rápida propagação do investimento chinês em todo o continente africano e sua hegemonia.
■ China: elevado PIB e fortes relações econômicas
– Até a déc. de 1990 o comércio entre Brasil e China era fraco
■ Pouca diversidade de parceiros econômicos – cuja hegemonia se dividia entre o mercado europeu
e os Estados Unidos
■ Fechamento político e econômico da China.
– A partir de 2005, poucos anos após a China ter ingressado na OMC, com contínuo e elevado
crescimento anual do PIB, esse país tornou-se o principal destino das exportações
brasileiras, assim como o maior fornecedor de mercadorias para o Brasil.
– Durante o auge da crise financeira internacional, entre 2008 e 2010, e nos anos que a
sucederam, a China fez grandes investimentos, aproveitando-se do mercado fragilizado em
diferentes regiões do mundo.
■ Presença chinesa no Brasil
– A presença de empresas chinesas no Brasil em setores de energia, transporte e agronegócio
tornou-se, desde então, uma nova realidade, em franca expansão.
■ Estados Unidos: a potência mundial e suas relações históricas
– Com a abertura brasileira às nações estrangeiras, os EUA foram o primeiro consulado
diplomático a ser estabelecido.
■ O século XX foi um momento de estreitamento dessas relações, visto que o Brasil foi considerado
uma nação com potencial de exploração, desenvolvimento e melhoria das condições sociais.
– No tocante à balança comercial, os Estados Unidos foram a principal parceria comercial
brasileira por causa da exportação de café até meados dos anos 1980, período em que
outros países no Oriente Médio, na Ásia e na África também passaram a fazer parte.
– Atualmente, Brasil e Estados Unidos estão próximos por cerca de vinte fóruns de diálogos
econômicos, como o Diálogo Econômico-Financeiro, a Comissão Conjunta de Relações
Econômicas e Sociais, além de estarem juntos na ONU, no G-20, no Banco Mundial, no FMI
e na OMC.
■ Índia: relações econômicas com a terra do Himalaia
– Brasil e Índia também são países em desenvolvimento que têm estreitado as relações,
especialmente por participarem de organizações em comum:
■ Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (IBAS)
■ BRICS
■ G-20
– Além do comércio de produtos, desde o final do século XX, há uma ampliação na
cooperação em ciência, tecnologia e inovação entre Brasil e Índia.
– No comércio exterior, isso se repercute na considerável posição que a Índia vem ocupando
entre os parceiros econômicos do Brasil:
■ Em junho de 2017, a Índia era o 7º principal parceiro comercial do Brasil e o 6º principal destino
das exportações brasileiras.
– Diferentemente do que ocorre com o Brasil e com outros países emergentes, as exportações
da Índia não se baseiam principalmente em produtos primários.
■ O desenvolvimento de sua indústria eletrônica, em especial no setor de informática, é um dos
grandes destaques da participação da Índia na economia global.
■ O Brasil e suas relações com os principais grupos econômicos
– O MERCOSUL é o terceiro maior bloco do planeta, atrás apenas do NAFTA e da EU.
– Por ter a economia mais estruturada entre todos os países que integram o Mercosul, o
Brasil tem uma grande responsabilidade com o crescimento econômico da América do Sul,
atuando como mediador de conflitos políticos na região.
– Os produtos industrializados correspondem às principais exportações brasileiras para o
bloco.
■ O principal destaque cabe à produção e ao comércio de automóveis, especialmente entre Brasil e
Argentina.
– Embora os negócios do Brasil, principal economia do bloco, com os demais países do
Mercosul, tenham garantido o superávit, instabilidades políticas e econômicas globais e
regionais contribuíram para frear o ímpeto do crescimento das relações econômicas no
interior do Mercosul
■ Os desafios do Mercosul
– Na atualidade, os países sul-americanos representam o destino de cerca de 16% das
exportações brasileiras.
– A expansão do mercado regional no interior da América do Sul e, em especial, no Mercosul,
está aquém do que se esperava, dada a proximidade geográfica entre os países.
■ Impasses internos que ocorrem dentro do próprio bloco
– Paraguai e Venezuela passaram por suspensão.
■ O contexto político anterior repercutiu em impactos econômicos para o comércio dessas nações,
sendo a brasileira uma das afetadas.
■ Como grande parte das solicitações de insumos para as transições de mercadorias depende de
decisões e aprovações de todos os membros do Mercosul, esses processos ficaram suspensos, o
que implicou negativamente no processo produtivo da indústria nacional brasileira.
■ O papel do Brasil nos BRICS
– Com sua crescente integração, é bastante provável que a influência desses países cresça,
visto que houve um salto na participação da economia mundial:
■ De 7,7% em 2010, a parte do BRICS fechou 2017 com 18% das movimentações globais.
– O Brasil obteve facilidades com o surgimento dos BRICS, visto que as parcerias entre essas
economias possibilitaram menos burocratização, permitindo uma expansão econômica
considerável do país.
■ Esse momento teve um ápice em 2014, com a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD),
episódio em que se teve grande contribuição brasileira.
– Contudo, as fragilidades financeiras vivenciadas pela Rússia e pelo Brasil têm dificultado a
homogeneização de uma agenda comum aos cinco países.
■ Enquanto isso, o Brasil tem um papel ainda incipiente no BRICS, já que sua agenda econômica
não é definida, ou seja, não possui um projeto econômico em andamento.
■ O comércio exterior e seus desafios no Brasil
– Em âmbito global, o Brasil é considerado um dos países mais fechados para comércio
exterior.
■ 2018 – 153º lugar no Índice de Liberdade Econômica
■ Classificado como uma nação majoritariamente não livre
– Barreiras protecionistas existentes para importações.
■ Entre elas, encontram-se as imposições de tarifas comerciais: as taxas brasileiras atingiram os
14,1%, divergindo da média (8%), colocando o Brasil em oitavo lugar entre as nações que mais
taxam produtos.
■ Dessa forma, como país emergente, o Brasil tem pautado parcela importante de seu crescimento
econômico ao fluxo de importações e exportações; contudo, o país não pode ser considerado
desenvolvido, uma vez que, entre vários fatores, a base de seu comércio está em produtos de baixo
valor agregado.
■ Desafios
– Infraestrutura
■ Predomínio do modal rodoviário
■ Incipiente infraestrutura dos portos e das ZPEs
– Instabilidade governamental
– Burocracia nos processos
– Impostos
■ Em meio a esse contexto, o Brasil tem estabelecido acordos de livre comércio com países da
América Latina, além de Israel, Índia, Egito e África do Sul.
■ Outras medidas envolvem a manutenção da competitividade da indústria brasileira e a geração
de empregos.
■ Todavia, para ir além, teóricos sobre Relações Exteriores afirmam que é necessário que o Brasil
avance na expansão dos acordos bilaterais, na redução de impostos e na melhoria de
infraestrutura organizacional e viária.