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.. S�T _IC_O, ELÉTRICO E EQUIPAMENTOS

20
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MATÉRIAS
SEÇÕES
14 Especial Aberturas
Lição completa por Daniel Wolff 4 Editorial
28 Lançamentos 8 Cartas
Maurício Carrilho, Quarteto Tau e 1 O Strings
Eduardo Castanera
38 Testes
30 Swami Jr.
Entrevista com o produtor e virtuose 42 Na Estrada
das sete cordas
44 Produtos
34 Maratona Violonística
65 Classificados
li Encontro Internacional de
Violonistas de Tatuí e VI Seminário 66 Índice de
de Violão Vital Medeiros Publicidade

TESTES
38 Giannini Série Clássico
GENWSXPA e GENWXPA7 LIÇÕES E
Cordas de náilon de qualidade e TRANSCRIÇÕES
com preço atraente 46 Alessandro Penezzi
Técnica de mão direita:
39 Roxy Guitar RGC1R Estudo 5

Folk tem excelente sonoridade e 50 Gilson Antunes

tampo em madeira maciça Independência dos dedos
da mão esquerda
40 Arena PAR1008 54 Nilo Sérgio Sanchez
Cutaway confortável e com boa Carlos Gardel:
captação Por una Cabeza

58 Euclides Marques
41 M-Audio Microtrack 24/96 Clássicos do choro:
Gravador digital portátil para ensaios Lamentos

e apresentações ao vivo 62 Cristiano Petagna

Arranjando para violão solo: 1
42 Na Estrada Modinha
Maurício Barros Sete-Cordas
Oi Giorgio Master

6 [ VIOlAO
14 VIOI.AO
1
 POSICI NAMENTO ÇÃO
-------=-r-:::a
Para obs r ar omo auxiliar os d dos nns ontraç6 •s, partir mos novamente FOT06
e wn oo ). Para faz ·r oe ord' d Lá maior, é neces-
io ' l ama s, �undn a ·a. d ·d I fi ará fixo no Mi da quarta corda,
f ra m im nt . T·tnos ,tq ul duas possibilldad • . A ptim ira on iste em
l pat\l ,I 'squ ida, afostttndo-o do orp (Í◄ 7). /\p ·sar d· fa ili ar o rabalho
d ra t ns-"l n s mús ulos d ombro. Portanto, , m ·lhor opção é inclinar a
mão levement mid anti-h r,l.ri , 1111 unar o otov •lo parn a fr ·nt·, ·m dir ção ao punho,
permitind a urv-atur

' ficar em dúvida sobre qual o melhor posicionamento da mão, pulso

para um det rminado a ord ont ndo dist nsó s e/ou contrações, siga o procedimento
qu usam acima: 1) Faça o a orde no violão. 2) Mantendo os dedos nas mesmas cordas, re-
faça o acord m po ição r gular. Ou s ja: troque os dedos de casa de maneira que cada dedo
fique em uma ca a adja ente (pelo menos um dedo deverá ser mantido na mesma casa). As­
im, eliminamos as di tensões e as contrações. 3) Usando como eixo os dedos que permaneceram na
mesma casa, tente refazer o acorde original, sem mover os dedos, mas alterando a posição do cotovelo, a inclinação fOTOB
da mão e a curvatura do pulso. Assim, minimizamos o esforço necessário dos dedos.

EVITANDO DESLOCAMENTOS DE MÃO ESQUERDA

O uso de distensões pode ser útil para evitar deslocamentos de mão esquerda (traslados).
o Ex. 3a, trecho do Concerto de Aranjuez, de Joaquín Rodrigo, a escala começa na décima
posição, continua na décima segunda posição (a partir da nota Mi) e retorna para a décima
posição na última nota do compasso. A digitação proposta no Ex. 3b permite evitar a mudança de po i - p r m io e
distensões. A mão deve posicionar-se frontalmente, como na foto 5.

Ex. 3 Trecho do Concerto de Aranjuez, de Joaquín Rodrigo

a) b)

Observe agora o trecho extraído da peça Madroiíos, d Federico Mor no-1orróba. lni iam n, r ira p i á n e itamo pas ar para
ª primeira posição para tocar o acorde, como aparece no . 4 . A digitação propo ta no . b vi a a mudan a d p i ão. Para alcançar as
notas Sol e Lá com os dedos 2 e 4, inclinamos a mão para a esquerda {v r foto 2), tendo orno i o o d do 1.

VIOlNl l 17
fim sem maiores problemas. Só levei um Há dois anos fiz um violão para ele - ele
susto quando fui ouvir a gravação no dia elogiou muito - e, desde então, vem di­
seguinte, havia tocado tudo em velocida­ zendo que tem tocado bastante no instru­
de vertiginosa sem me dar conta. mento. Atualmente o Eduardo é engenhei­
ro eletrônico e mora nos Estados Unidos.
> Seu irmão ainda toca por hobbyf
Acredito que meu irmão ainda toque por > Vocês conversam sobre música ou
hobby. Há 18 anos não o vejo pessoalmen­ lutheriaf
te, mas nos comunicamos por telefone e, Principalmente sobre música.
de uns anos para cá, também por e-mail.
> Há algumas gravações do Duo Abreu
sendo divulgadas. Você pretende digi,ta­
lizar e lançar algumas dessas gravações?
Já digitalizei os LPs e dois programas da
BBC, mas não estou preocupado em lan­
çar essas gravações comercialmente.

> Recentemente você andou produzindo

gravações. Essa é uma atividade que pre­
tende desenvolver num futuro brevef
Comecei a mexer com gravações na se­
gunda metade da década de 1960. Eu
mesmo produzi e editei a fita original do
meu LP solo. Depois disso, já na era dos
CDs, produzi algumas gravações para
amigos. Não tenho planos de me tornar
engenheiro de gravação, mas cuidar da
parte de produção e de edição são coisas
que gosto muito de fazer, só é uma pena
que toma realmente muito tempo. Tam­
bém tenho me dedicado a digitalizar
LPs. Possuo uma coleção de quase 2 mil
LPs que inclui muitas raridades nunca
lançadas em CDs.

> Há algu ma esperança de voltar a vê­

lo como concertista?
Não creio. Para retomar a forma eu te­
ria de abandonar totalmente o trabalho
como luthier. Não há como conciliar as
duas atividades.

> Para finalizar, quais são seus planos

para o futuro?
Continuar aprendendo sempre.

E-mail
[email protected]

VIOlAO l 27
Multiinstrumentista, produtor requisitado e virtuoso violonista de
sete-cordas, Swami Jr. lança CD de canções Outra Praia e vive o
melhor momento de sua carreira

Por Fábio Carrilho

Fotos: Claudia Perroni
-P�tívaíç _____________________

li Encontro Internacional de Violonistas e VI Seminário de Violão Vital

Medeiros consolidam interior de São Paulo no circuito dos principais
festivais do País
li ENCONTRO INTERNACIONAL
O mês de abril foi especial para o vio­
lão erudito no Brasil. No intervalo de
uma semana, o II Encontro Internacional de
DE VIOLONISTAS
Por Deise Juliana de Oliveira
estréia no Brasil, Grondona apresentou no
seu recital solo peças de Froberger, Scarlatti,
Bach, Llobet e esbanjou técnica num violão
Violonistas, realizado na cidade de Tatuí, e o de 1906. Juliana Oliveira, professora de violão
VI Seminário de Violão Vital Medeiros, em Realizado entre 19 e 22 de abril no Con­ do Conservatório, disse que as apresentações
Mogi das Cruzes, reuniram centenas de estu­ servatório Dramático e Musical de Tatuí, o II do violonista foram memoráveis. "Grondona
dantes para palestras, exposições de violões, Encontro Internacional de Violonistas termi­ é o grande nome do violão. Ele vem da escola
masterclasses e recitais de grandes intérpretes. nou com gosto de 'quero mais'. Stefano Gron­ do Julian Bream e, dele, traz muitos timbres e
Ambos tiveram em comum o alto nível das dona, Berta Rajas, Laura Mondiello, Edson nuances", elogiou. Já Adriano Paes, coordena­
atrações e o profissionalismo com que foram Lopes, Ângela Muner e Duo Siqueira-Lima dor do evento, foi outro que se impressionou.
conduzidos, além de terem atraído um públi­ deram verdadeiras aulas de violão em recitais "Grondona toca de maneira diferente. Além
co com sede de violão e de aprender. A Violão que beiraram a perfeição. de ter musicalidade e técnica, apresenta uma
PRO esteve por lá, nessa verdadeira maratona A grande atração foi o violonista italiano nova concepção. Foi o melhor violonista a
violonística no interior paulista. Confira a se­ Stefano Grondona, esperado pelos mais de que assisti na minha vida", afirmou. O italia­
guir como foram os dois eventos. 300 violonistas que estiveram por lá. Em sua no ministrou masterclasses e fez duas apresen-

34 I VIOlAO
��-----------------

,,,,,
mao ireita: Alessandro Penezzi é

udo5
violonista e toca no grupo
Choro Rasgado. Graduado
em vio/ii,o popu/,ar pe/,a
Unicamp (Universidade
de Campinas), já tocou

Alessandro Penezzi
com Ytimandu Costa,
Guinga, Hamilton de
Hol/,andtz, Beth Carvalho
Peça trabalha a alternância deposicionamento da mão e Dona lnah, entre
outros nomes da, música
direita para tocar arpejos e escahs brasileira. Recentemente,
/,ançou seu segundo

O lá, pessoal! Nesta edição apresento uma peça de do 5, visando uma maior contenção de movimentos CD solo, Alessandro
minha autoria, o Estudo 5, pertencente a uma da mão direita. Estude lentamente até que todas as Penezzi (Independente).
Visite o site www.
série de dez estudos melódicos sobre várias técnicas passagens e saltos estejam completamente domina­
alessandropenezzi. com. br.
violonísticas. Esse estudo aborda dois temas muito dos. Então aumente a velocidade, aos poucos, sem
E-mail· alessandropenezzi@
importantes: arpejos e escalas. perder a unidade da peça. gmailcom.
Quando estudamos separadamente a técnica de Atenção especial para os compassos:
arpejos e escalas, nossa mão direita acaba criando um - 9 e 1 O: arpejos de corda solta e notas que per­
posicionamento para cada uma delas, o que é nor­ mutam no dedo indicador (Mi e Fá#);
m;il. A posição de arpejar é mais natural, pois os de­ - 13 e 14: arpejos de notas que permutam no po­
dos acabam se encaixando na corda ideal para o seu legar (Si, Fá#, Dó#, Fá#);
tamanho. Já na posição para escalas, a mão acaba se - 19 ao 22: arpejos de corda solta e saltos bruscos;
reposicionando automaticamente para que o tama­ - 23: presença de ligados em pontos ritmicamen-
nho dos dedos não dificulte o ataque numa mesma te estratégicos.
corda, principalmente se o ataque for com apoio. O No quarto tempo dos compassos 26, 27 e 28 há uma
problema que pode surgir desse 'troca-troca' de po­ chamada feita por semicolcheias. Sugeri, neste caso, o de­
sicionamento da mão direita é o atraso rítmico da dilhado a-i-a-i-a, para facilitar a continuidade do arpejo.
execução, o que é sempre indesejável. Qualquer dúvida, podem me escrever. Bom estu­
Sugiro estudar sem apoio todas as escalas do Estu- do a todos e um forte abraço!

J= 144 Estudos Alessandro Penezzi

46 1 VIOlAOPRO.
��-----------------

Independência
dos dedos Gilson Antunes é
violonista erudito e
faz concertos por todo
o Brasil. Estudou na
Guildhall School of
Music and Drama,

Gilson Antunes
em Londres, e é mestre
em musicologia pela
Universidade de São
Paulo (USP). Possui 2
Constantemente exigjda em peças viokJnísticas, desenvolver CDs gravados: Obras
essa técnica é importante para uma boa execução para Violão de Américo
Jacobino - "Canhoto"
e Music for Guitar by

O lá a todos! Nesta lição vamos praticar alguns

exercícios para independência dos dedos da
mão esquerda. O que vem a ser isso? Sabe aquelas
tamente cada um deles, imaginando os movimentos
que irá fazer. Pratique de forma lenta, acelerando aos
poucos, mas tendo sempre em mente que esses exer­
Young Composers.
Atualmente é professor de
violão da Universidade
músicas em que você tem de deixar uma determinada cícios não foram feitos para se ganhar agilidade. Eles Federal da Paraíba
(UFPB). E-mail:
nota presa (fixa) enquanto move os demais dedos da também podem ser utilizados como aquecimento dos
[email protected]. br.
mesma mão? Pois bem, é disso que estamos falando. dedos e fazem par com os exercícios de aberturas (veja
Para algumas pessoas, passagens violonísticas desse a lição de Daniel Wolff nesta edição), com a diferença
tipo são um terror. No entanto, é mais um tipo de de que podem ser praticados no início do estudo.
técnica a ser desenvolvido e um desafio a ser supera­ Uma consideração importante válida para todos
do, pois trata-se de uma mecânica que aparece cons­ os exercícios é que você deve soltar a nota tocada ape­
tantemente em peças de violão. A observação-chave nas no momento em que utiliza.r novamente o mesmo
é que enquanto um dedo fica parado, os demais se dedo para tocar outra nota. No Ex. 1, o dedo 1, que
movimentam. A ação e a força de cada dedo são pen­ toca a primeira nota (Fá), só será tirado do lugar no
sadas de formas diferentes, e talvez daí venha a difi­ momento em que tocar a primeira nota do segundo
culdade para a execução. compasso (Sol#), e assim por diante. Procure praticá­
Antes de praticar os exercícios, sugiro ler aten- los em todas as cordas, da primeira à nona posição.

Ex. 1 Independência em cordas diferentes

1 3

Praticar também com os padrões de dedos: 1234, 1423, 1243, 1342 e 1432
Cada dedo deverá ser tirado da casa apenas quando for utilizado em outra nota

50 1 WX.-OPRO.
1Yat1��---------------------i

Car ■
■

Una Nilo Sérgio Sanchez é

Nilo Sérgio Sanchez violonista, arranjador,

compositor e regente. É
coordenador de Música
Arranjo solo deste dássico do tango requer sutilezas de interpretação do Liceu Pasteur de

A
São Paulo. Seu livro,
pedido dos leitores da Vio/,ã,o PRO, apresento estão acostumados), o que o ajudará a manter o ritmo Curso de Violão
neste mês um arranjo dedicado ao tango. Esse característico. Para fazer os staccatos de mão direita - Obras de Grandes
gênero musical possui tradicionalmente forma você deve tocar as notas e, em seguida, encostar nelas Mestres, editado pela
binária (partes A e B), andamento lento, bem ritmado e os mesmos dedos que delas extraíram o som. Outro Irmãos Vitale, apresenta
compasso de 2 por 4. A segunda parte é escrita geralmente elemento básico de interpretação refere-se à resolução obras de importantes
na tonalidade da dominante (por exemplo, G, se a tonal, no final tanto da primeira quanto da segunda compositores brasileiros
primeira parte está em C) ou em tom homônimo menor parte. Após o acorde dominante (no nosso caso, o E7), o contemporâneos. E-mail:
(por exemplo, Am, se a primeira parte está em A). A acorde da tônica (A ou Am) deve ser tocado com menos [email protected].
coreografia de sua dança é complexa e as habilidades dos imensidade. Este é um detalhe, derivado da música
bailarinos são admiradas pelos aficionados. Originário espanhola, importantíssimo na caracterização do estilo.
da área do Rio da Prata, das cidades de Buenos Aires e Observe também o contraponto entre a linha do
Montevidéu, as células rítmicas do tango são derivadas baixo e a melodia principal na primeira parte, e entre
da habanera e da milonga. A palavra tango provém da a melodia principal e a secundária na segunda parte.
língua africana ibíbia, falada no Níger e no Congo, onde Procurei manter no arranjo as linhas de contraponto
tangô significa a imitação da batida do tambor. originais deste tango-canção, sem as quais a peça seria
Por Una Cabeza foi lançada em 1935 e tem música descaracterizada. O tom de A possibilitou manter a
de Carlos Gardel (1890-1935) e letra do paulista de melodia principal sempre como a mais aguda. Ao
nascimento Alfredo Le Pêra (1900-1935). Trata-se de leitor interessado em arranjar e interpretar tangos,
um clássico do gênero, com a primeira parte em A e sugiro levar os detalhes expostos em consideração.
a segunda em Am. A peça começa em anacruse e com Procure ouvir a gravação de Gardel acompanhado
melodia cromática sustentada sobre uma base bem de violão, além de gravações de orquestras típicas
destacada, como é típico do tango. Para a execução argentinas. Para mais informações sobre o gênero,
deste arranjo, sugiro empregar staccatos de mão faça uma visita ao site http://www.todotango.com.
direita (e não de mão esquerda, como vários músicos Bom trabalho e grande abraço!

Por Una Cabeza Carlos Gardel/ Alfredo Le Pêra

Arranjo: Nilo Sérgio Sanchez

54 1 VIOlAOPRO.
J
l'YartÇc.-r"Í� --------------------,

do
horo: ntos Euclides Marques é
violonista formado pela
Unicamp (Universidade

Euclides Marques
de Campinas) e atua
como solista, arranjador,
músico de estúdio e
professor. já tocou
Um dos choros mais gravados e modernos de Pixinguinha com Beth Carvalho,
Martinho da Vila,

O
Guinga, Hamilton
lá, caros leitores! É com grande prazer que ve­ Neste arranjo procurei explorar as possibilidades
de Holanda, Rolando
nho participar da seção Lições e Transcrições, harmônicas que a melodia oferece e acentuar o balan­ Boldrin, Roberto
aceitando o convite feito há bastante tempo pela ço com o uso das síncopas, que dão um pouco mais Menescal, Monarco,
Violão PRO. E para compensar a demora, fiz um ar­ de 'molho' em relação às versões tradicionais - e para Moacyr Luz, Laércio
ranjo exclusivo de Lamentos, uma das muitas obras­ conseguir esse resultado, atenção à digitação sugerida! de Freitas e Chico
primas do mestre maior do choro, Pixinguinha. Os pizzicatos foram usados para caracterizar as viradas Saraiva, entre outros
Dentro de sua vasta e fundamental obra, esta mú­ das baixarias do violão de sete cordas, nas passagens nomes. Atualmente está
sica lançada em 1928 é a segunda mais gravada do entre as partes da composição. Outro detalhe é que lançando seu primeiro
mantive o tom em Ré maior da composição original
CD, Remexendo
compositor, atrás apenas de Carinhoso. Curiosamen­
(Kuarup), em duo com
te, os dois choros mais populares de Pixinguinha são para flauta, o que é raro de acontecer pois, para apro­
Luizinho 7 Cordas.
também, juntamente com Ingênuo (o seu preferido), veitarmos melhor os recursos do violão, considerando­ E-mail: contato@
alguns dos mais modernos, pelas suas soluções har­ se sua tessitura, afinação e cordas soltas, quase sempre euclidesmarques. com. br.
mônicas e modulações não usuais, melodias sofisti­ é necessário escolher outra tonalidade. Aqui, o arranjo
cadas com notas longas repousando nas tensões dos tocado na região média e grave do instrumento com­
acordes, e pela forma de apenas duas partes, enquan­ binou com o caráter lírico e, às vezes, melancólico e
to a maioria dos choros da época apresentava três. introspectivo da composição.
Ser inovador e popular ao mesmo tempo é realmente Espero que gostem do arranjo e curtam ao violão
coisa de gênio! a música maravilhosa de Pixinguinha. Um abraço!

Lamentos Pixinguinha
Arranjo: Euclides Marques

1/2 BIL--------1

58 J VIOlAOPRO.
u�-----------------
ranjan o para
violão solo:
Modinha
Cristiano Petagna é
violonista de formação
erudita e popular. É
professor de violão da
Escola de Música e

Cristiano Petagna Tecnologia (EM&T),

em São Paulo, onde

Mencionar na introdução ekmentos de outras partes

foi responsável pela
elaboração do material
da música é um ótimo recurso para dar unidade didático-pedagógico

O
junto ao violonista
lá, amigos! Atendendo a pedidos, nesta das vezes, o que pode prejudicar a compreensão da Ulisses Rocha. E-mail:
edição elaborei o arranjo de Modinha, can­ melodia se não for dado o devido destaque. [email protected].
ção de Tom Jobim e Vinicius de Moraes Para compor a introdução deste arranjo, usei
gravada originalmente em 1958 no disco Canção do inicialmente a harmonia da parte B até o primei­
Amor Demais, na voz de Elizeth Cardoso. Outras ro tempo do quarto compasso, mantendo o baixo
gravações memoráveis deste clássico jobiniano são cromático nas notas Dó, Dó#, Ré, Ré# e Mi, e tam­
as dos discos Elis e Tom (1974), do maestro com a bém a mesma idéia rítmica ( J ), n ) da melodia.
Pimentinha; Todos os Tons (1992), de Raphael Ra­ É sempre recomendável que a introdução ou inter­
bello e, mais recentemente, Afinidade (2005), de lúdio cite algum elemento dos temas da música, seja
Marco Pereira e Gabriel Grossi. rítmico, melódico ou harmônico, para dar unidade
Modinha é uma composição com um forte con­ ao arranjo. Observe como a frase das vozes agudas
teúdo emocional, não apenas pela sua letra carregada do compasso 7 (o último da introdução) conecta-se
de dramaticidade. A música também nos desperta tal com a frase das vozes agudas do compasso 8 (o pri­
sensação, exigindo uma interpretação com expressi­ meiro do tema A) e também do penúltimo compas­
vidade, sempre a tempo rubato e lenta. Procure man­ so da música. E veja no compasso 4 como a resposta
ter a melodia principal em primeiro plano e deixe da escala descendente em terças cita quase literal­
as notas longas soarem o máximo possível. Como a mente a frase do início do tema do compasso 9.
melodia está em um registro médio/grave, os preen­ Bom, é isso! Espero que gostem do arranjo. Um
chimentos harmônicos estão mais agudos na maioria abraço a todos!

Modinha Tom Jobim/Vinicius de Moraes

Arranjo: Cristiano Petagna

62 1 VIOlAOPRO.