ISBN 978-85-98144-04-7

9"788598"144047" JOSÉ MÁRCIO MAIA ALVES

FORMALIZANDO
INQUÉRITOS CIVIS
ANOTAÇÕES PRÁTICAS PAUA SECHETÁBJOS
341:4622
ALV/FOR
•2008
MINISTÉRIO í / ExJ02 003694
MINISTÉRIO
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
anotações práticas para secretários
 JOSÉ MÁRCIO MAIA ALVES
Promotor de Justiça do Maranhão
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
anotações práticas para secretários
PROCURADOR'!A GERAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DO MARANHÃO
BIBLIOTECA
São Luís
2008
 © Copyright 2008 by
ATO N° 45 8/2007-GPGJ
Procuradoria Geral de Justiça do Maranhão
(DJE 23.8.2007)
Francisco das Chagas Barros de Sousa Marco António Anchieta Guerreiro
Procurador-Geral de Justiça Diretor da Escola Superior do Aprova o texto FORMALIZANDO INQUÉRITOS
Ministério Público CIVIS: Anotações práticas para secretários,
Selene Coelho de Lacerda como orientação mínima sobre o registro dos
Subprocuradora-Geral de Justiça para Assuntos Carlos Nina Everton Cutrim atos de servidores encarregados da secretaria de
Jurídicos Ouvidor-Geral do Ministério Público
procedimentos administrativos lato senso.
Terezinha de Jesus Guerreiro Bonfim Oswaldo dos Santos Jacintho
Subprocuradora-Geral de Justiça para Assuntos Diretor-Geral O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA, no uso de suas
Administrativos atribuições legais e regimentais, previstas na Lei Complementar n° 013/91
Márcio Thadeu Silva Marques e pela Resolução n° 02/99-PGJ;
Regina Lúcia de Almeida Rocha Diretor da Secretaria para Assuntos
Institucionais
CONSIDERANDO a necessidade de orientar os servidores
Corregedora-Geral do Ministério Público
encarregados da secretaria de procedimentos administrativos lato senso
Rita de Cássia Maia Baptista Moreira Abelardo Teixeira Balluz sobre a forma mínima dos registros de seus atos;
Subcorregedora-Geral do Ministério Público Diretor da Secretaria CONSIDERANDO os termos do Processo Administrativo n°
Administrativo-Financeira 751AD/2007, com manifestação favorável da Escola Superior do Ministério
Normalização e editoração eletrônica Público;
Maria dos Remédios Ribeiro dos Santos - Coordenadora da Biblioteca/PGJ RESOLVE:
Rômollo de Sá Malta - Chefe de Seção
Revisão de texto Art.l 0 - Aprovar o texto FORMALIZANDO INQUÉRITOS
Ilza Galvão Cutrim CIVIS: Anotações práticas para secretários, de autoria do Promotor
Capa
de Justiça José Márcio Maia Alves, como orientação mínima sobre o
Maria Ribamar Aguiar Costa registro de atos de servidores encarregados da secretaria de procedimentos
administrativos lato senso, consoante os termos da Resolução n° 02/2004-
Procuradoria Geral de Justiça CPMP e n° 09/2004-CPMP.
_ Rua Osvaldo Cruz, 1396-Centro.
^ 108 São Luís-Maranhão-CEP: 65.020-910 Parágrafo único - À Coordenação da Biblioteca cabe a editoração
U, -Fone: (98) 3219 1600-www.mp.ma.gov.br •< e atualização periódica do texto a que se refere o caput.
Art. 2° - Este Ato entra em vigor na data de sua assinatura,
Todos os direitos desta obra são reservados à Procuradoria Geral de Justiça e ao autor.
revogadas as disposições em contrário.
Alves, José Márcio Maia
Formalizando inquéritos civis: anotações práticas para secretários São Luís, 16 de agosto de 2007.
/José Márcio Maia Alves. - São Luís: Procuradoria Geral de Justiça,
2008. Dê-se ciência e cumpra-se. Publique-se no Boletim Interno e no
Diário da Justiça do Estado.
122 p.: il.
ISBN 978-85-98144-04-7
1. Inquérito Civil. 2. Atos Normativos 3. Ministério Público - FRANCISCO DAS CHAGAS BARROS DE SOUSA
Maranhão. I. Título
CDU 347.921.5 Procurador-Geral de Justiça
 AGRADECIMENTOS
Este trabalho é uma contribuição à busca constante da excelência
no trabalho do Ministério Público do Estado do Maranhão, desiderato
sempre perseguido por sua Administração Superior que não mede esforços
para bem capacitar seus membros e servidores.
Tributando esta graça ao Deus-Pai, gostaria de agradecer o apoio
do Procurador-Geral de Justiça, Dr. Francisco das Chagas Barros de Sousa,
inclusive, por ter aprovado este texto como "orientação mínima sobre o
registro dos atos de servidores encarregados da secretaria de procedimentos
administrativos lato senso", através do Ato n° 45S/2007-GPGJ.
Agradeço também a disponibilidade do Procurador de Justiça
José Henrique Marques Moreira, de sempre compartilhar comigo
observações valorosas de sua experiência no âmbito dos procedimentos
administrativos.
Com justiça, agradeço ainda o entusiasmo e incentivo do ex-Diretor
da Escola Superior do Ministério Público, o Procurador de Justiça José
António Oliveira Bents, bem como aos colegas Ana Luiza Almeida Ferro e
Márcio Thadeu Silva Marques pelas prestimosas colaborações no intuito de
que este trabalho pudesse corresponder de forma adequada aos interesses da
nossa Instituição.
Por fim, agradeço a Kaline, Jamile e Lara, minha família, por
suportarem minha ausência nos momentos em que tive que me dedicar a este
trabalho.
JOSÉ MÁRCIO MAIA ALVES
Promotor de Justiça/MA
 "As artes ou ciências práticas, não se aprendem
só especulando, senão exercitando. Como se
aprende a escrever? Escrevendo. Como se aprende
a esgrimir? Esgrimindo. Como se aprende a
navegar? Navegando. "
Padre António Vieira
Liiso-brasileiro
 LISTA DE FIGURAS
Figura l - Modelo de Planilha de informação ao CSMP acerca da
movimentação de procedimentos administrativos 21
Figura 2 - Modelo de Portaria 25
Figura 3 - Modelo de Autuação 27
Figura 4 - Modelo de Registro e Baixa de IC 30
Figura 5 — Modelo de Registro e Baixa de Representação 30
Figura 6 — Modelo de Ofício 32
Figura 7 — Modelo de Termo de Compromisso 34
Figura 8 - Modelo de carimbo de Termo de Recebimento 36
Figura 9 - Modelo de Termo de Recebimento no contexto 37
Figura 10- Modelo de carimbo de Termo de Data 38
Figura 11 - Modelo de Termo de Data no contexto 39
Figura 12 - Modelo de carimbo de Termo de Conclusão 40
Figura 13 - Modelo de Termo de Conclusão no contexto 41
Figura 14 - Modelo de carimbo de Termo de Juntada 43
Figura 15 — Modelo de Termo de Juntada 43
Figura 16— Modelo de carimbo de Termo de Remessa 44
Figura 17 — Modelo de Termo de Remessa 44
Figura 18 - Modelo de Termo de Abertura de Volume 45
Figura 19- Modelo de Termo de Encerramento de Volume 45
Figura 20 - Modelo de Certidão 47
Figura 21 - Modelo de Certidão 47
Figura 22 - Modelo de Certidão 48
Figura 23 - Modelo de Certidão 48
Figura 24 - Modelo de Certidão 49
Figura 25 - Modelo de Ofício 51
Figura 26 - Modelo de Relatório 53
Figura 27 - Modelo de Termo de Deliberação no contexto 58
Figura 28 - Modelo de Termo de Declarações 61
Figura 29 — Modelo de Requisição 64
Figura 30- Modelo de Notificação 66
Figura 31 - Modelo de Carta Precatória 68
Figura 32 - Modelo de Compromisso de Ajustamento de Conduta 72
Figura 33 - Modelo de Promoção de Arquivamento 75
Figura 34- Modelo de Ação Civil Pública 79
Figura 35 - Modelo de Ata 88
 APRESENTAÇÃO
O Servidor que atua na Promotoria de Justiça convive diariamente
com um instrumento importantíssimo para a atividade ministerial, muito
usado pelos Promotores para instrumentalizar a defesa de interesses
coletivos: o Inquérito Civil. E em que pese a formalização desses inquéritos
ser um ofício de Secretários nomeados dentre os servidores da Promotoria,
estes não recebem treinamento prático para exercerem essa função a
contento. Em razão disso, esses inquéritos são costumeiramente acometidos
de falhas e padecem de falta de desdobramento lógico e concatenado dos
atos que compõem a sua instrução.
O Inquérito Civil, como instrumento através do qual o Ministério
Público investiga uma lesão a um interesse coletivo, deve ter começo, meio
e fim.
O Promotor de Justiça é quem define e determina os atos de
instrução que deverão ser promovidos para que sejam acostados ao inquérito
todas as informações e documentos necessários à formação de uma base
probatória sólida que subsidiará a ação civil pública a ser manejada na
Justiça para a defesa dos interesses coletivos.
O Secretário dos inquéritos, auxiliando o Promotor, deverá
saber como instrumentalizar esses atos de instrução e como fazer para
que o que o Promotor deseja enquanto informação chegue à Promotoria
e seja juntado aos autos do inquérito na forma de documentos. Em suma,
enquanto o Promotor deve saber "o que buscar" em matéria de prova e
"como fazer isso", saber o que interessa para a defesa do interesse coletivo,
o Secretário deverá saber "como fazer isso no aspecto instrumental", como
operacionalizaros atos de instrução para a busca das informações necessárias.
Exemplificando, deverá saber elaborar requisições, notificações, ofícios,
certidões, relatórios, atos de tramitação, atas, termos, etc.
No Inquérito Civil, deve ficar reservada ao Promotor a tarefa
de fundamentar a sua abertura através da portaria, determinar os atos de
instrução em termos de deliberação, presidir oitivas e fechá-lo na forma de
promoção de arquivamento, firmamento de compromisso de ajustamento de
conduta com o transgressor do interesse coletivo ou com o manejo de ação
civil pública contra este. Todos os demais atos formais, alguns até assinados
pelo próprio Promotor de Justiça, devem ser elaborados pelo Secretário.
 Sem nenhuma pretensão de construir um manual para Secretários SUMARIO
ou de esgotar o assunto, estão condensadas aqui algumas anotações práticas
que os ajudarão a lidar com os inquéritos civis, a fim de torná-los peças
dinâmicas e instrumentos formalmente adequados e bem concatenados para 1 O MINISTÉRIO PUBLICO NA DEFESA DE
a defesa de interesses coletivos pelo Ministério Público. Essas anotações INTERESSES COLETIVOS 17
visam também evitar uma prática desaconselhável, infelizmente ainda 2 INQUÉRITOS CIVIS E OUTRAS PEÇAS DE
comum em algumas Promotorias e que ocorre exclusivamente por lhes INFORMAÇÃO 19
faltarem servidores preparados para manusear inquéritos: a de o Promotor
2.1 Instaurações: provocada, de ofício e compartilhada 22
de Justiça anexar aleatoriamente peças de informação importantes para
2.2 Portaria 23
a defesa de interesses coletivos, umas nas outras, sem ordem lógica ou
formal, às vezes com uso de um único "'clips", cuja desorganização fará 2.3 Autuação 26
com que esses mesmos documentos sejam acostados de forma ininteligível 2.4 Registro e Baixa 28
à inicial de uma ação civil pública proposta pelo Promotor, dificultando, 2.5 Informação de instauração ao CSMP 31
com isso, um exercício produtivo e de resultados práticos e eficientes da 2.6 Termo de Compromisso 33
atividade ministerial. 2.7 Atos de tramitação 35
2.7.1 Recebimento 35
O autor
2.7.2 Data 38
2.7.3 Conclusão 40
2.7.4 Juntada 42
2.7.5 Remessa 43
2.7.6 Abertura e Encerramento de Volume 45
2.7.7 Certidões 46
2.7.7.1 Certidões emitidas por Secretários 46
2.7.7.2 Certidões emitidas por Técnico Ministerial executor de mandados 49
2.7.8 Ofícios em geral 49
2.7.9 Relatórios 52
2.8 Perícias 54
2.9 Inspeção Ministerial e Inspeção de Ordem 54
2.10 Termo de Deliberação 55
2.11 Termo de Declarações e Termo de Depoimento 59
2.12 Requisições 62
2.13 Notificações 65
2.14 Cartas Precatórias 67
2.15 Compromisso de Ajustamento de Conduta e informação ao
CSMP 69
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.16 Promoção de arquivamento e informação ao CSMP 74
2.17 Ação Civil Pública e informação ao CSMP 77 l
2.18 Formalidades importantes 85
O MINISTÉRIO PÚBLICO NA
2.18.1 Numeração de folhas 85
2.18.2 Documentando a realização de audiências públicas 85
DEFESA DE INTERESSES COLETIVOS
2.18.3 Correspondências com aviso de recebimento 91
2.18.4 Correspondências com simples anotação de remessa 91
2.18.5 Recebimento de documentos e via do portador 92
O art. 129, inc. I I I , da Constituição Federal de 1988, prevê como
2.18.6 Sigilo 92
função institucional do Ministério Público "promover o inquérito civil e a
REFERÊNCIAS 93
ação civil pública, para proteção do património público e social, do meio
ANEXO A-Resolução n° 02/2004-CPMP 97 ambiente e de outros interesses difusos e coletivos".
ANEXO B- Resolução n.° 23/2007-CNMP 103 A partir de uma acepção jurídica abrangente e à luz também do
ANEXO C - Recomendação n° 04/2003 112 art. 21, da Lei n° 7.347/85 e da Lei n° 8.078/90, o que importa esclarecer
ANEXO D - Resolução n° 04/2004-CPMP. 114 aqui quanto aos interesses coletivos é que seu conceito identifica-se com
o que o administrativista italiano Renato Alessi (apud VIGLIAR, 1998,
p. 36) chamou de "interesse público primário". Este seria o interesse da
comunidade, dos administrados e que poderia ser oponível até contra a
própria Administração, devendo ser exercido preferencialmente por
substituto processual extraordinário, como o Ministério Público. Duas
razões há para isso: geralmente a diferença de poderio económico entre
lesado e transgressor é muito grande; os interesses coletivos só refletem
expressividade a ponto de estimular a demanda se vislumbrados numa
perspectiva macro, ou seja, o benefício que o autor de uma ação teria
como resposta ao seu interesse lesado individualmente seria sempre muito
pequeno para que se visse disposto a travar uma batalha judicial. Em suma,
a defesa do interesse coletivo em juízo não se identifica com a desigualdade
de forças e com iniciativas desencorajadas pelo fato de se ver geralmente
esse interesse, em uma ótica estritamente individual, deflagrável tão-
somente para defesa de interesses disponíveis de pequena monta. O risco
e o benefício da ação judicial não se equivalem para que um particular
persiga a satisfação de um interesse que não é só seu.
Vale identificar as espécies de interesses coletivos amplamente
considerados e traçar suas características.
Os interesses difusos ocorrem quando não se pode identificar
um prejudicado determinado, sendo os sujeitos de direito integrantes de
17
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
uma grande massa lesada. Não há também como se dividir as parcelas do
interesse lesado e as atribuir aos seus respectivos titulares, além de que o
prejuízo sempre se origina de um fato comum que une os interessados em
um só descontentamento. É exemplo clássico de interesse difuso o direito INQUÉRITOS CIVIS E OUTRAS
ao meio ambiental ecologicamente equilibrado. PEÇAS DE INFORMAÇÃO
Já nos interesses coletivos propriamente ditos os lesados são
determinados, ou pelo menos determináveis, e sempre estão ligados entre
si ou com o transgressor por uma relação jurídica-base, não havendo como
se fragmentar ainda as parcelas de interesse. É exemplo o interesse dos
compradores de uma série de automóveis com defeitos de fábrica, cuja Instituído pelo art. 8°, §1°, da Lei n° 7.347/85, o Inquérito
montadora nega-se a disponibilizar o recall. Civil (IC) é instrumento exclusivo da função institucional do Ministério
Por fim, os interesses individuais homogéneos confundem-se Público e é usado com o objetivo de colher provas que subsidiem uma
com os interesses meramente privados, pois há como relacioná-los com Ação Civil Pública (ACP) proposta para a defesa de um interesse coletivo.
seus respectivos titulares, fragmentando-se as cotas dos direitos lesados. Nas palavras de Mazzilli (2000, p. 53), "é uma investigação administrativa
Entretanto, a sua homogeneidade é gerada por uma situação de fato comum. prévia presidida pelo Ministério Público, que se destina basicamente a
Enquadram-se comumente nessa espécie os prejuízos pecuniários efetivos colher elementos de convicção para que o próprio órgão ministerial possa
de consumidores de bens e serviços. O reconhecimento dessa categoria de identificar se ocorre circunstância que enseje eventual propositura de ação
direitos metaindividuais nos Tribunais foi trabalhado, dentre outros casos, civil pública".
na discussão da ilegalidade de aumento de mensalidades escolares, tendo O Inquérito Civil é uma espécie do género Procedimento
os responsáveis legais dos alunos efetivamente efetuado o pagamento Administrativo (PA). Ao contrário dos processos administrativos, nele não
abusivo. A ação foi movida pelo Ministério Público. há acusação nem aplicação de penalidades ou sanções administrativas aos
Apesar dessas diferenças conceituais, não raras vezes, transgressores do interesse coletivo, não se extinguem ou se criam direitos,
peculiaridades de uma ou outra categoria desses interesses fundem-se, nem se decidem interesses.
proporcionando-lhes a defesa coletiva sob diferentes focos, de acordo Embora não esteja adstrito a formalidades, o Inquérito Civil
com a característica ressaltada pelo substituto processual no manejo da obedece a um sistema de legalidade quanto a sua instauração, tramitação
ação civil pública. O importante, portanto, é saber identificar quando o e arquivamento. Quanto à primeira, deve ser inaugurado obrigatoriamente
prejuízo causado por um evento transcende a esfera de interesse íntimo por portaria que delimite o objeto e trace o objetivo da investigação,
para propagar-se pela seara de insatisfações comuns a cera coletividade. individuando ainda o investigado, se possível; na sua tramitação, a
Daí, vale encaminhar o caso ao Ministério Público para que seja avaliado legalidade deve reger a expedição dos instrumentos necessários à coleta
e tomadas as providências cabíveis. das informações, tais como requisições, notificações, perícias, inspeções;
o seu arquivamento deve ser fundamentado e submetido ao controle do
Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) que o homologará ou
não. Sendo frutífera a investigação e estando de posse de informações
suficientes e comprobatórias da lesão a um interesse coletivo, o Promotor
de Justiça deverá propor a devida ACP.
No âmbito dos procedimentos administrativos, além do IC, a
Resolução n° 02/2004 (ANEXO A) do Colégio de Procuradores de Justiça
18 19
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
do Ministério Público do Maranhão (CPMP/M A) trata das representações,
das peças de informação remetidas por órgãos públicos e dos protocolados
gerais. r— i
^.representação é o instrumento através do qual qualquer pessoa
: 2 a
pode dar notícia ao Ministério Público de lesão a qualquer interesse difuso 2
Í I ; ^
ou coletivo e pedir providências. Equiparam-se a elas as aludidas peças de 1 ^
1 : !'§• i i •§ 0 0
informação, que são, na verdade, notícias de irregularidades ou de lesão a « i § :^ u ,2 |S :
•§ ' u §• °J
interesse difuso ou coletivo remetidas à Promotoria de Justiça por órgãos
públicos de controle externo, tais como Tribunais de Contas. Controladorias,
1 ilJiif
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Corregedorias, ou pela própria Procuradoria Geral de Justiça. Já os 2 5 ; "^ ; v
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protocolados gerais são procedimentos administrativos, instaurados no 5
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âmbito da Promotoria, utilizados para se proceder a "levantamentos de 0 !
informações em qualquer assunto de interesse transindividual, ou proceder i 2g ' 5 ?r e 2 g 11
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a ações de cunho preventivo". Neste último caso, "as informações * ' S"o " 1|1
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coletadas poderão subsidiar programas e projetos institucionais, bem como X 2 3 '3- O : T3 -~ 2
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recomendações, ações civis públicas ou a instauração de inquéritos". T3 ^
Importante frisar que a relação dos ICs, representações,
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protocolados gerais e outros procedimentos administrativos deve ser x ^ ^ ^
informada ao Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) ao final
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dos meses de junho e dezembro, com a respectiva movimentação, conforme
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planilha sugerida como anexo à Resolução n° 02/2004-CPMP/MA (Figura 1). fe S 5 -3 «r ç> _ç i o — "^ x J
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Figura l - Modelo de Planilha de informação ao CSMP acerca da movimentação de procedimentos
administrativos
20 -. 21
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.1 Instaurações: provocada, de ofício e compartilhada 2.2 Portaria
Para que um fato que se configura como lesão a um interesse A portaria é a peça inaugural de um IC. Qualquer que seja a sua
coletivo seja deslocado para dentro de um IC e se torne seu objeto de espécie de instauração (provocada, ex officio ou compartilhada), os fatos
investigação, dois eventos devem acontecer: ou um ou vários titulares apontados como configuradores de transgressão a interesse coletivo serão
do interesse coletivo levam essa informação ao Ministério Publico; ou o lançados na portaria como justificativas para a investigação.
próprio Promotor de Justiça identifica a lesão e a recepciona como fato No caso de instauração provocada, o Promotor de Justiça extrairá
ensejador de uma investigação. da representação ou das peças de informação os subsídios fálicos sobre os
No primeiro caso, o IC será deflagrado através do que se chama quais se fundará toda a instrução do IC e lavrará a portaria.
de instauração provocada. Nessa hipótese, geralmente o fato é levado ao Há autores como Mazzilli (2000, p. 116) que sugerem que a
Ministério Público através de uma representação formal, composta de todas representação, como instrumento de instauração provocada, depois de
as informações necessárias e documentos juntados aptos a demonstrarem devidamente despachada pelo Promotor de Justiça, poderá figurar como
uma substância factual básica de transgressão ao interesse transindividual, peça inaugural de um Inquérito Civil, contudo, a formalização da portaria
para daí se partir para um objeto certo de investigação. A provocação pode- com base nas informações contidas na representação parece a melhor
se dar também através de procedimentos ou peças de informação enviados medida para os casos de instauração provocada tendo em vista que, em
pela Procuradoria Geral de Justiça ou qualquer outro órgão público, com caso de o IC e seu conteúdo virem a ser questionados na Justiça pelo
pedido de providências. Além da designação do Procurador-Geral de investigado, o Promotor terá lançado como certos na portaria o âmbito
Justiça, a Resolução n° 02/2004-CPMP/MA prevê ainda a instauração por da investigação, seu alcance e seus objetivos, podendo demonstrar com
designação do CSMP/MA. mais propriedade que não traspassou o estrito e legal cumprimento de suas
Já no outro caso, o IC será deflagrado por iniciativa do próprio atribuições ministeriais.
Promotor de Justiça que, tomando conhecimento do fato transgressor do A propósito, a Resolução n° 23/2007-CNMP (ANEXO B),
interesse coletivo, instaura-o ex qfficio. do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em seu art. 4°,
Outra forma de instauração de ICs, pouco usada pelos Promotores prevê que "o Inquérito Civil será instaurado por portaria" e impõe essa
de Justiça, é a instauração compartilhada. Nesse caso o Promotor e a própria formalidade sem nenhuma reserva, o que implica a conclusão peremptória
coletividade constróem o conjunto de interesses coletivos lesionados, de que dela não se prescindirá para considerar, como peça inaugural do IC,
passíveis de investigação. São exemplos de instauração compartilhada mero despacho nas provocações ministeriais feitas por representação ou
os Fóruns de Defesa de Interesses Coletivos em què^o Promotor e a requerimento.
comunidade apontam, em audiência pública, os fatos representativos de Na instauração ex officio o Promotor de Justiça já lançará
lesão a interesses transindividuais da comunidade. Nesses casos, é extraída diretamente na portaria os fatos que entenda que agridem o interesse
da audiência uma ata em que ficam anotados todos os fatos citados, que coletivo e nela deliberará acerca das diligências necessárias para a coleta
serão avaliados pelo Promotor de Justiça para que tome as providências das primeiras informações.
cabíveis. Haverá hipóteses, aplicáveis tanto para o caso de instauração
provocada quanto para a de ofício, em que a portaria será assinada por
mais de um Promotor de Justiça. Isso ocorrerá quando o interesse difuso
ou coletivo lesado alcançar âmbitos de atuação de Promotorias de Justiça
distintas. É exemplo disso a representação que trata da negativa de uma
22 23
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
empresa de automóveis em disponibilizar o recalí de uma peça que põe
em risco os consumidores e causa dano ao meio ambiente, havendo, no
local dos danos, duas Promotorias distintas: uma especializada em matéria ESTADO DO MARANHÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO
ambiental e outra em direitos do consumidor. PROMOTOR1A DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX
Já na instauraçãocompartilhada, o Promotorde Justiça determinará
que se lavrem tantas portarias quantos forem os fatos apontados na ata da PORTARIA
audiência pública que representarem lesão a interesse coletivo. Portaria n° 03/2006-PJxxxx. Objeto: Instaurar
Inquérito Civil para apurar a possibilidade de desvio
A portaria não tem uma forma rígida, mas é bom que não de verbas públicas praticado pelo ex-presidente da
prescinda de alguns requisitos. Detalhando as exigências elencadas no Câmara Municipal de xxxxxxx, Sr. xxxxxxx, tendo
em vista a desaprovação da sua prestação de contas
art. 9°, da Resolução n° 02/2004-CPMP/MA, sugerem-se os seguintes: referentes ao exercício financeiro de 1999, quando à
1) será inaugurada com um cabeçalho sucinto que informe o nome do frente do Legislativo daquele Município.
investigado e o objeto da investigação; 2) declinará o nome e âmbito de O Dr. xxxxxxx, Promotor de Justiça titular da Promotoria de Justiça de xxxxxxx,
usando das atribuições que lhe confere o art. 129, inc. III, da Constituição Federal e o art. 26, inc. I,
atuação do órgão de execução que a instaura, a fundamentação legislativa da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei n° 8.625/93), sem prejuízo das demais
para o ato e os "considerandos", que são as justificativas para a instauração disposições legais pertinentes e.
do IC, compreendendo aqui a base fática da lesão ao interesse coletivo Considerando que foi remetida por S. Exa. o Procurador Geral de Justiça a esta
Promotoria de Justiça o autuado n" xxxxxxxAD/2002-PGJ em que consta o ofício n" xxxxxxx,
e a legitimidade do Ministério Público para buscar a sua reparação em subscrito pelo Presidente do Tribunal de Contas do Estado, que dá conta da desaprovação de contas
juízo através de Ação Civil Pública - ACP; 3) em seu texto constará a referente ao exercício financeiro de 1999, quando o Sr. xxxxxxx, esteve à frente do Legislativo do
Município de xxxxxxx;
efetiva decisão de instaurar o IC e o conjunto de medidas passíveis de
Considerando que o teor da desaprovação de contas, embora não enseje mais manejo de
serem tomadas para que se obtenham todas as informações necessárias ação civil pública por ato de improbidade administrativa devido já se ter operado a prescrição
para a defesa do interesse lesado; e, 4) as primeiras deliberações, dentre quinquenal, possa ensejar ação civil pública para reparação do erário público;
elas, obrigatoriamente, as determinações de oficiar ao CSMP informando RESOLVE
acerca da instauração, de nomeação do Secretário e lavratura de seu termo Instaurar, sob sua presi
de]
de compromisso quando for o caso, do registro em livro próprio e de para rcp
publicação (Figura 2). sido apropriadas ilicitamente, ou arquivamento das peças de informação, nos termos da lei,
determinando desde já, e cm especial, o seguinte:
A portaria deve receber o número de ordem de portarias e as
1) designo a Sr* xxxxxxx, funcionária da Prefeitura Municipal de xxxxxxx, cedida a esta
informações nela contidas, inclusive as sucintas do cabeçalho, deverão ser Promotoria de Justiça, para exercer as funções de Secretária no presente procedimento administrativo,
lançadas no registro do IC em livro próprio, de acorqV com a disposição mediante termo de compromisso nos autos;
dos espaços de preenchimento do registro. 2) Oficie-se ao Conselho Superior do Ministério Público.
3) Registrc-sc esta portaria no livro próprio, autue-se e publique-se no átrio desta
Promotoria de Justiça.
xxxxxxx (MA), 22 de março de 2006.
xxxxxxxxxxxxx
Promotor de Justiça
"Ano — Mensagem de rodapé aprovada por Alo do Procuraàor-Geral de Jitsli f a ".
Endereço da Promoloria. CEP: XXXXX-XXX- Mmicipio/MA
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
Figura 2 - Modelo de Portaria
24 25
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.3 Autuação
ESTADO DO MARANHÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO
Autuação é o ato de colocar autos ao 1C, de capeá-lo com as suas PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX
identificações próprias.
Sempre que o Promotor de Justiça receber uma representação
ou meras peças de informação que contenham suporte suficiente para
aferir que contêm indícios veementes de que um interesse coletivo pode
ter sido lesado, determinará a autuação dessas peças recebidas, sempre
determinando, em conjunto, que o Secretário as registre nos livros de Inquérito Civil n° 06/2006-PJxxxx
Inquéritos Civis. Geralmente, no mesmo termo de deliberação que contiver
essas determinações, já esboçará o conteúdo da Portaria de instauração,
determinando a sua numeração, assim como a do IC. Assunto: Transgressão aos limites do caráter informativo, educativo ou de orientação social das
Nesse momento o Secretário providenciará uma capa de cartolina publicidades do Poder Público, com promoção pessoal do Administrador Público.
própria do Ministério Público, anotando em seu frontispício: o número do Representante: xxxxxxxxx
IC; o conteúdo da investigação; o representante, se houver; e o representado,
Representado: xxxxxxxx, Prefeito Municipal de xxxxxxx
se houver. Em seguida, produzirá texto breve que formalizará a lavratura
da autuação em que haverá a indicação da data da autuação e do nome do
Secretário-autuador. A rubrica do Secretário, ao final, encerra a autuação
(Figura 3).
Feito isso, resta a formação do caderno do IC com a numeração
das folhas em ordem crescente começando pela Portaria.
AUTUAÇÃO
Aos 21 (vinte) dias do mês de setembro do ano de 2006 (dois mil e seis), nesta cidade de xxxxxxx,
Estado do Maranhão, procedi à presente autuação na forma da Lei. Para constar, lavrei o presente
termo e o subscrevo.
xxxxxxxxxxxx
Sccrctário(a)
"Ano —Mensagem de rodapé aprovada por Ato ao Procurador-Geral de Justiça".
Endereça tia Promoloria. CEP: XXXXX-XXX - UiinicípMMA
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
Figura 3 — Modelo de Autuação
26 27
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRJTOS CIVIS
2.4 Registro e Baixa Aqui uma observação: o Conselho Nacional do Ministério
Público, através da Resolução n° 23/2007, em seu art. 2°, previu a figura
do "procedimento preparatório" que visa complementar as informações
A instauração de um IC é um ato formal e deverá ser determinada que compõem a representação, com a "apuração de elementos para
expressamente pelo Promotor de Justiça em termo de deliberação. identificação dos investigados ou do objeto da investigação". Trata-se
Determinada a formalização do IC, o Promotor, necessariamente, de procedimento que prima pelos mesmos fins das representações que
mandará que o Secretário faça o seu registro no livro próprio de Inquéritos tramitam autonomamente, inclusive, com previsão de encerramento
Civis, com a numeração de ordem e anotação de seus dados essenciais através de instauração de IC (art. 2°, §7°), e que, a bem da boa técnica, pode
como: o objeto da investigação; a forma de instauração, se provocada ou fundar compromisso de ajustamento de conduta, muito embora essa forma
ex officio', o nome do representante em caso de instauração provocada; o de encerramento tenha sido omitida no §7° do art. 2° da Resolução.
nome do investigado, se houver como identificá-lo; a data de instauração Relevante destacar que, nos casos de instauração provocada, com
do IC; e a previsão de espaços para anotações acerca da data e forma de protocolização de representação, peças de informação ou procedimentos
encerramento (Figura 4). administrativos oriundos da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) ou de
Quando o IC chegar ao fim, tendo o Promotor de Justiça exaurido outros órgãos, nas Promotorias de Justiça de comarca em que haja mais
suficientemente a coleta de provas para deliberar acerca do seu desfecho, de uma Promotoria com atribuições para investigar o caso, o instrumento
então poderá: propor uma ACP contra o investigado; firmar um Termo de respectivo, com seus anexos, deve ser distribuído entre os Promotores
Ajustamento de Conduta (TAC) com o investigado em que este se obriga a com a mesma atribuição. Isso ocorre quando, por exemplo, é recebida
satisfazer o interesse coletivo que seria buscado através de ACP; promover no protocolo das Promotorias uma representação que versa sobre dano
o arquivamento do IC quando chegar à conclusão de que não há interesse., ambiental, havendo duas ou três Promotorias de Justiça com atribuição para
coletivo a ser defendido judicialmente ou que não há como identificar o tratar da matéria. A distribuição deve ser feita, então, de forma equitativa e,
seu transgressor. Em qualquer dessas hipóteses de desfecho, o Secretário de preferência, por meio informatizado e com critério randômico.
deverá dar baixa no livro próprio de Inquéritos Civis, anotando-as. Por fim, a baixa no livro próprio é de suma importância porque
Uma observação importante é que a Promotoria deve ter pelo enquanto não for feita, formalmente, significa dizer que o IC ainda está em
menos dois livros de "procedimentos": um de Inquéritos Civis e outro de tramitação e é a partir dessas anotações que as inspeções da Corregedoria
Representações. Neste último caso, o registro dar-se-á da mesma forma do Ministério Público se guiarão para identificar a quantidade de ICs em
que os ICs, acrescido de mais um campo em substituição aos campos "data tramitação na Promotoria de Justiça, e então, requerê-los para verificação.
de instauração" e "data de encerramento", com a designação "período A propósito, a Resolução n° 23/2007-CNMP impôs o prazo de
de tramitação autónoma"; e outro campo para a forma de encerramento l ano para a conclusão do inquérito civil, possibilitada sua prorrogação
"instauração de Inquérito Civil" (Figura 5). Isso porque nem sempre a fundamentada pelo Órgão de Execução.
notícia de lesão ao interesse coletivo é investigada através de IC, que é
dotado de instrumentos de investigação com poder de coerção, como é o
caso das requisições e notificações. Para investigações simples basta que
se as proceda com a tramitação autónoma de uma representação, o que não
impede ulterior instauração de IC em caso de necessidade de o Promotor
de Justiça manejar requisições ou notificações.
28 29
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.5 Informação de instauração ao CSMP
Inquérito Civil n° 005/2006-PJxxxx O Conselho Superior do Ministério Público tem como única
Objeto: investiga possível prática de ato de improbidade administrativa em
razão de transgressões do caráter pedagógico e informativo das publicidades função de Órgão de Execução a avaliação e o controle das promoções
públicas de arquivamento e dos compromissos de ajustamento de conduta. Nesse
Representante: xxxxxxx
Representado: xxxxxxx, Prefeito Municipal de xxxxxxx exercício, homologa-os ou não e, neste último caso, se o Promotor que
Data de instauração: 27/11/2006. produziu o arquivamento ou o TAC não concordar com a decisão do CSMP,
Data de encerramento: / / .
Forma de encerramento: este determinará que outro Promotor de Justiça tome a frente do IC, sem
[ ]ACP [ ]TAC [ ] Arquivamento quebra do Princípio do Promotor Natural.
Mas para que esse controle aconteça, o Promotor de Justiça
deverá notificar o CSMP acerca da instauração do IC, com remessa de
Inquérito Civil n° 07/2006-PJxxxx
Objeto: Improbidade Administrativa cópia da portaria respectiva. Essa comunicação é feita, em regra, através de
Representante: Tribunal de Contas do Estado um ofício1 endereçado ao Presidente do Conselho (Figura 6).
Representado: xxxxxxx
Data de instauração: 27/11/2006.
Data de encerramento: 08/01/2007.
Forma de encerramento:
[X]ACP [ ]TAC [ ] Arquivamento
Figura 4 - Modelo de Registro e Baixa de IC
Representação n" 002/2007-PJxxxx
Objeto: investiga possível prática de abuso de emissão de ruídos praticado
pela "Chopperia xxxxx"
Representante: xxxxxxx
Representado: xxxxxxx, proprietário da "Chopperia xxxxxxx".
Período de tramitação autónoma:
de 07/01/2007 a / /
Forma de encerramento:
[ ]ACP [ ]TAC [ ] Arquivamento
[ ] Instauração de Inquérito Civil í,: <
Representação n° 05/2007-PJxxxx
Objeto: Captação ilícita de clientela
Representante: Associação Comercial do Município de xxxxxxx
Representado: Banco xxxxxxx
Período de tramitação autónoma:
de 07/02/2007 a 29/03/2007.
Forma de encerramento:
[X]ACP [ ]TAC [ ] Arquivamento
[ ] Instauração de Inquérito Civil 1 Esta comunicação obedecerá às regras do Manual de Expediente Oficial da Procuradoria
Geral de Justiça do Maranhão, aprovado pelo Ato n° 3730/2005-GPGJ.
Figura 5 -Modelo de Registro e Baixa de Representação
30 - 31
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.6 Termo de Compromisso
ESTADO DO MARANHÃO
5 cm
MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX Quando o servidor que atua na Promotoria é nomeado Secretário
de um IC pelo Promotor de Justiça, deve assinar um termo de compromisso
em que se compromete a cumprir bem e fielmente as atribuições a si
Oficio n" 022/2006-PJxxx
atribuídas, zelando pelo sigilo e operacionalidade do IC (Figura 7). Na
xxxxxxxxx, 22 de março de 2006.
hipótese de o Secretário ser Técnico Ministerial concursado do quadro da
PGJ, o termo fica dispensado, posto que já fez o juramento quando tomou
A Sua Excelência o Senhor posse no cargo.
XXXXXXXXXXXXX.XXXXXXXXXX
Presidente do Conselho Superior do Ministério do Maranhão Essa distinção é importante porque, sobretudo nas Promotorias
São Luís-MA
do interior do Estado, há muitos funcionários que são requisitados das
Prefeituras.
Assunto: Instauração de Inquérito Civil
Senhor Presidente,
2,5 cm
^ ^Comunico-lhe da instauração do Inquérito Civil n° OI/2006-PJx.\x.x, no âmbito desta
Promotoria de Justiça, para apurar possível prática de ato de improbidade administrativa praticado
pelo cx-Prctcito de xxxxxxx, Sr. xxxxxxx, conforme portaria cm anexo.
l,5 cm
Respeitosamente,
xxxxxxxxxxxxxxxx
Promotor de Justiça
"Ano - Mensagem de rodapé aprovada por Alo do Procurador-Gcral de Justiça ".
Emll-rt-çn íki l'r<)nn>l(]ri(i. CEP: \XXXX-XXX-Municífut/MA
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
Figura 6 - Modelo de Oficio
32
33
 FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.7 Atos de tramitação
ESTADO DO MARANHÃO Há atos que são frequentemente executados pelo Secretário no
MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX IC e que formalizam a sua "tramitação". Eles documentam a coerência na
continuidade e dependência dos atos de instrução entre si. O Secretário
deve estar atento para usá-los corretainente porque, se por um lado ajudam
na compreensão da tramitação, por outro, se usados equivocadamente,
Inquérito Civil n° 01/2005-PJxxxx
confundem-na e põem a perder toda a credibilidade do IC. Para dinamizar
o trabalho, quando possível, os atos de tramitação podem ser lançados nos
autos do procedimento na forma de carimbos.
TERMO DE COMPROMISSO
2.7.1 Recebimento
Aos 13 dias do mês de abril de dois mil e cinco, na sala da Promotoria de Justiça da
Comarca de xxxxxxx, onde presente se achava o Promotor de Justiça Dr. xxxxxxx, por ele me foi O termo de recebimento é sempre o ato que indica a chegada à
dito que me nomeava Secretária para o Inquérito Civil epigrafado, haja vista a condição de
funcionária nesta Promotoria, para expedir notificações, requisições e reduzir depoimentos a termo,
Promotoria de Justiça de documentos iniciais que poderão ou não servir de
podendo expedir ainda certidões de todos os atos praticados nestes autos de Inquérito Civil bem base para a instauração de um Inquérito Civil. É um elo entre o mundo exterior
como os atos ordinatórios sob a sua supervisão. Aceitando o encargo, foi-me deferido o
compromisso de bem e fielmente desempenhá-lo, responsabilizando-me pela veracidade das e a Promotoria, em que o intermediário é o Secretário (Figuras 8 e 9-).
certidões que venha a expedir.
Este termo deve ser usado quando forem protocolados na
Promotoria de Justiça representações, procedimentos ou quaisquer outras
peças de informação autuadas, remetidos pela Procuradoria Geral de
xxxxxxx (MA), 13 de abril de 2005. Justiça ou por outros órgãos, devendo todos ser levados à apreciação do
Promotor de Justiça.
Analisando os documentos, pode ser que o Promotor delibere
não instaurar de logo o IC no âmbito da Promotoria de Justiça e decida
proceder a investigações preliminares, pedir explicações ao representante,
xxxxxxxxxxxxxx expedir ofícios a órgãos públicos, tudo a fim de averiguar a veracidade das
Secretário(a) Nomeado(a)
informações trazidas na documentação recebida e a sua relação com um
interesse coletivo lesado. Mas se, ao contrário, decidir instaurar o IC, essa
decisão constará de termo de deliberação em que o Promotor de Justiça
lançará os fundamentos para a confecção da portaria e demais providências
"Ano— Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Proetirador-Geral lie Justiça ".
a serem executadas pelo Secretário.
Endereço da Promotoria. CEP: XXXXX-XXX- Uunicipio/UA Não há que se confundir Termo de recebimento com Anotação de
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
Figura 7 - Modelo de Termo de Compromisso 2 A sela constante na Figura 9 destaca o Termo de Recebimento.
34
— 35
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
recebimento. Esta é o "recibo" que deve ser lançado na via do representante,
quando for o caso. Aquele é uma informação para o Promotor de Justiça Procedimento administrativo n° xxxxAD/2005-PGJ
de que aqueles documentos foram recebidos na Promotoria e estão sendo
levados à sua apreciação. TERMO DE RECEBIMENTO
Importante frisar que o termo de recebimento só deve ser usado Nesta data recebi nesta Promotoria de Justiça os
autos do procedimento administrativo n°
quando os documentos protocolados versarem sobre interesses coletivos. í> xxxxAD/2005-PGJ, oriundos da Procuradoria
Geral de Justiça do Maranhão.
Ofícios e documentos de mero expediente recebidos serão de logo levados xxxxxxx, 08/03/2005
ao conhecimento do Promotor, sem qualquer formalidade, que determinará
Sccrctário(a)
o seu arquivamento em local próprio como pastas de ofícios recebidos
ou de material útil, ou, ainda, quando for o caso, adotará alguma medida
extrajudicial. CONCLUSÃO
Nesta data, faço concluso o presente
procedimento administrativo para deliberação
do(a) Promotora) de Justiça, Dr(a). xxxxxxx
xxxxxxx, 08/03/2005
Secretário(a)
TERMO DE RECEBIMENTO
Nesta data recebi nesta Promotoria
de Justiça os autos do TERMO DE DELIBERAÇÃO
procedimento administrativo n°
, oriundos da Trata-se de contas julgadas irregulares em xx/xx/2002, com Acórdão publicado
regularmente no Diário da Justiça em xx/xx/2002, tendo transitado livremente em julgado. Já
xxxxxxx, ___/__/ . passados, portanto, mais de dois anos do julgamento, os documentos que o fundamentaram estão
certamente à disposição da Câmara Municipal de xxxxxxx. Assim:
Secretário(a)
1 - Instaure-se o Inquérito Civil com as formalidades necessárias;
Figura 8 - Modelo de carimbo de Termo de 2 - Requisite-se com prazo de 10 dias do Sr. Presidente da Câmara Municipal de
Recebimento xxxxxxx cópia autenticada das seguintes peças que acompanharam a prestação de contas do
exercício financeiro de 1999 daquela Casa, sob a responsabilidade do então vereador-presidente
xxxxxxxx: a) Nota de Empenho n° 01/07, datada de 29 de janeiro, que remunerou o senhor
xxxxxxx tem o quantum total de RS 21.600,00 no exercício financeiro de 1999; b) Nota de
Empenho n° 02/07, datada de 29 de janeiro, que remunerou a senhora xxxxxxx com o qttanlum
total de RS 6.000,00 no exercício financeiro de 1999;
3 - Expeçam-se as requisições necessárias com urgência.
xxxxxxxx (MA), 09 de março de 2005.
xxxxxxxxxxxxxxx
Promotor de Justiça
Figura 9 - Modelo de Termo de Recebimento no contexto
36 37
 FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.7.2 Data Inquérito Civil n" 01/2005-PJxxxx
O termo de data indica que o IC saiu da posse do Promotor de CONCLUSÃO
Nesta data, faço concluso o presente
Justiça e está agora em poder do Secretário (Figuras 10 e II 3 ). procedimento administrativo para
Na tramitação do Inquérito Civil, é importante que fique deliberação do(a) Promotor(a) de Justiça,
Dr(a). xxxxxxxxxx.
especificada a data em que o Secretário o recebeu para dar cumprimento xxxxxxxx, 07/03/2005
às deliberações do Promotor de Justiça. O termo de data é exatamente um Secretário(a)
instrumento que fixa no tempo o momento em que o Promotor terminou de
apreciar o conteúdo do IC e o passou ao Secretário para executar o que foi
TERMO DE DELIBERAÇÃO
por ele deliberado.
Outra função do termo de data é estabelecer um termo a quo para
o cumprimento das deliberações, devendo o Secretário estar atento para Trata-se de contas julgadas irregulares em xx/xx/2002, com Acórdão
providenciar a execução das determinações a contento, em tempo razoável, publicado regularmente no Diário Oficial em xx/xx/2002, tendo transitado livremente em
julgado. Já passados, portanto, mais de dois anos do julgamento, os documentos que o
de acordo com as suas especificidades e com os prazos concedidos pelo fundamentaram estão certamente à disposição da Câmara Municipal de xxxxxxx. Assim:
Promotor de Justiça. O termo de data deve ser lançado nos autos no 1 - Rcquisitc-se do Sr. Presidente da Câmara Municipal de xxxxxxx cópia autenticada das
prazo máximo de 48h da data de confecção do termo de deliberação pelo seguintes peças que acompanharam a prestação de contas do exercício financeiro de 1999
daquela Casa, sob a responsabilidade do então vereador-presidente xxxxxxxxxxxx: a) Nota
Promotor. A partir de então será averiguada a eficiência do Secretário no de Empenho n" OI /07, datada de 29 de janeiro, que remunerou o senhor xxxxxxxxxx com o
cumprimento do trabalho. quantum total de R$ 21.600,00 no exercício financeiro de 1999; b) Nota de Empenho n"
02/07, datada de 29 de janeiro, que remunerou a senhora xxxxxxxxxxx com o quantum
total de R$ 6.000,00 no exercício financeiro de 1999;
2 - Expeçam-se as requisições necessárias com urgência.
DATA xxxxxxxx (MA), 07 de março de 2005.
Nesta data, recebi o presente
procedimento administrativo do(a)
Promotor(a) de Justiça presidente
para cumprimento de deliberações, xxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxx, / / Promotor de Justiça
Secretário(a)
DATA
Figura IO-Modelo de carimbo de Termo de Data Nesta data, recebi o presente
procedimento administrativo do(a)
Promotor(a) de Justiça presidente para
cumprimento de deliberações,
xxxxxxx, 08/03/2005
Secrctário(a)
3 A seta constante na Figura 11 destaca o Termo de Data. Figura 11 - Modelo de Termo de Data no contexto
38 39
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.7.3 Conclusão
Inquérito Civil n° 01/2005-PJxxxx
O termo de conclusão é um elo entre o Secretário e o Promotor
CONCLUSÃO
de Justiça, tendo como objeto o IC, que passa da posse do primeiro para a Nesta data, faço concluso o presente
do segundo. Indica que o Secretário informa ao Promotor que está levando procedimento administrativo para
deliberação do(a) Promotor(a) de Justiça,
à sua apreciação o inquérito e todo o trabalho nele produzido. É o oposto Dr(a). xxxxxxxxxx.
do termo de data, em que a transferência da posse do IC é inversa, do xxxxxxxx, 07/03/2005
Promotor ao Secretário.
Há três hipóteses para a emissão de um termo de conclusão: Secretário(a)
primeira, quando forem protocolados na Promotoria de Justiça documentos
que tratem de potencial lesão a interesses coletivos e que sugiram a
instauração de IC para adoção de providências por parte do Ministério TERMO DE DELIBERAÇÃO
Público, como nos casos das representações ou peças de informação em
geral; segunda, quando já foram cumpridas todas as determinações lançadas
Trata-sc de contas julgadas irregulares em xx/xx^2002, com Acórdão
pelo Promotor em termo de deliberação anterior e os autos estão sendo a publicado regularmente no Diário Oficial em xx/xx/2002, tendo transitado livremente em
ele levados para que aprecie o seu cumprimento e delibere acerca de mais julgado. Já passados, portanto, mais de dois anos do julgamento, os documentos que o
fundamentaram estão certamente à disposição da Câmara Municipal de xxxxxxx. Assim:
atos de instrução; e terceira, quando, por qualquer razão, as determinações
constantes do termo de deliberação anterior não puderam ser cumpridas., l - Requisite-se do Sr. Presidente da Câmara Municipal de xxxxxxx cópia autenticada das
no prazo determinado ou em tempo razoável. Neste último caso, as razões seguintes peças que acompanharam a prestação de contas do exercício financeiro de 1999
daquela Casa, sob a responsabilidade do então vereador-presidente xxxxxxxxxx: a) Nota
para o descumprimento devem ser certificadas pelo Secretário. de Empenho n° 01/07, datada de 29 de janeiro, que remunerou o senhor xxxxxxxxx com o
O termo de conclusão será sempre sucedido por um termo de quantum total de RS 21.600,00 no exercício financeiro de 1999; b) Nota de Empenho n°
02/07, datada de 29 de janeiro, que remunerou a senhora xxxxxxxxxx com o quantum total
deliberação em que o Promotor de Justiça determinará os próximos atos a de RS 6.000,00 no exercício financeiro de 1999;
serem cumpridos pelo Secretário (Figuras 12 e 134).
2 - Expcçam-se as requisições necessárias com urgência.
CONCLUSÃO
xxxxxxxx (MA), 07 de março de 2005.
Ncsla data, faço concluso o presente
procedimento administrativo para
deliberação do(a) Promotor(a) de Justiça,
Dr(a). xxxxxxxxxx.
xxxxxxx, / /
Sccrctário(a)
xxxxxxxxxxxxxxx
Promotor de Justiça
Figura 12 -Modelo de carimbo de Termo de
Conclusão
4 A seta constante na Figura 13 destaca o Termo de Conclusão. Figura 13 - Modelo de Termo de Conclusão no contexto
40 41
 FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.7.4 Juntada JUNTADA
Nesta data, faço juntada dus seguintes documentos no presente
procedimento administrativo:
O termo de juntada indica que foram juntados aos autos do 1C
documentos enviados à Promotoria de Justiça, geralmente referentes a
xxxxxxx, / /
cumprimento de requisições. Esse termo sempre fica localizado na página
Secretário(a)
anterior ao documento juntado, mesmo que seja o verso em branco de outro
documento (Figuras 14 e 15). Figura 14 - Modelo de carimbo de Termo de Juntada
Faz-se ajuntada também de documentos que, embora produzidos
no IC, foram objetos de execução de mandados e por isso não puderam ser
JUNTADA
anexados em um primeiro momento, como, por exemplo, as requisições Nesta data, faço juntada dos seguintes documentos no
e notificações cumpridas e devidamente certificadas. Nenhum documento presente procedimento administrativo: Oficio n° 212/2006-G,
com extratos em anexo, oriundos da Agência do Banco do
e nenhum outro termo poderão ser apostos entre o termo de juntada e o Brasil em xxxxxxxx, como cumprimento da requisição n°
03/2006-PJxxxx.
documento j untado. xxxxxxx, 02/02/2006.
"Termos" são atos produzidos dentro do IC e por isso não
Secretário(a)
precisam ter a sua juntada anunciada. Assim, o termo de juntada não
Figura 15 - Modelo de Termo de Juntada
precederá os termos de declarações, de deliberações, de ajustamento
de conduta, dentre outros, que serão anexados na ordem dos autos sem
qualquer formalidade.
A anotação, no termo de juntada, do documento que está sendo 2.7.5 Remessa
juntado nos autos do IC, deve ser sucinta e precisa. Sempre que possível,
deve-se anotar também a origem do documento juntado, por quem foi
remetido, e em razão de que está sendo juntado. O termo de remessa indica que o IC sairá da Promotoria de Justiça
Atenção: antes de juntar qualquer documento aos autos do IC, para outro órgão e marca o fim da sua tramitação no âmbito da Promotoria.
o Secretário deve lançar no seu frontispício anotação com a data do seu (Figuras 16 e 17).
recebimento e levá-lo de forma avulsa ao Promotor de Justiça para que ele Geralmente, o termo de remessa usado em inquéritos civis
delibere mandar ou não juntá-lo. Somente depois de determinada é que a formaliza o momento de envio dos autos respectivos para o Conselho
Superior do Ministério Público a fim de que aprecie promoção de
juntada será feita.
São exemplos de documentos que devem ser precedidos de arquivamento ou TAC firmado. Isso porque quando o IC encerra por ação
termos de juntada: ofícios-resposta com documentos anexos, relatórios civil pública, a rigor, não é necessário que o Promotor elabore relatório de
de inspeção de ordem e ministerial, perícias, atas de audiências públicas, conclusão dos trabalhos, bastando um termo de deliberação que o encerra
requisições e notificações com cumprimento devidamente certificado, formalmente e indica que os autos servirão de base para uma ação civil
documentos avulsos que o Promotor determine a juntada ao IC, dentre pública a ser manejada perante o Judiciário. Nesse caso, os autos do IC serão
remetidos à Justiça como anexos à petição da ACP, sendo desnecessário,
outros.
portanto, o uso do termo de remessa.
Em outros casos excepcionais, o termo de remessa também deve
ser usado, como por exemplo: quando se tratar de procedimento que não
42
43
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
for originário da Promotoria de Justiça, mas de outro órgão de execução 2.7.6 Abertura e Encerramento de Volume
do Ministério Público e estiver ali somente para providências na comarca,
com delegação de atribuições; quando se tratar de procedimento formado
para atender pedido de providências informais de outros Ministérios Os termos de abertura e encerramento de volume, como a
Públicos, hipótese em que os autos formados serão remetidos ao solicitante própria designação já indica, são usados sempre que volumes do IC são
independente de traslado, pois não haverá registro seu na Promotoria; inaugurados ou encerrados. Esses termos serão assinados somente pelo
quando o Promotor de Justiça recebe peças de informação, investiga Secretário (Figuras 18 e 19).
preliminarmente as informações e as tem como teratológicas ou as O volume de um IC não pode ter um número de folhas que
considera manifestamente infundadas para suscitar atuação do Ministério dificulte o seu manuseio, devendo ter aproximadamente 200 folhas.
Público, decidindo não instaurar o IC e arquivar as peças de informação O primeiro volume nunca terá termo de abertura, mas somente
liminarmente. Neste caso, as peças deverão ser também remetidas ao CSMP termo de encerramento. Isso porque o instrumento que inaugura um
com o uso do termo de remessa, ressalvada a hipótese de o Promotor atuar Inquérito Civil é a portaria. A partir do segundo, os volumes do IC terão os
nos termos da Resolução n° 02/2004 do CPMP/MA, que orienta nesses dois termos, um abrindo-o e outro o encerrando.
casos que os autos sejam remetidos ao CSMP somente se o representante, Não é aconselhável que as folhas em que constem os termos de
notificado da decisão de arquivamento, recorrer àquele órgão de controle. abertura e de encerramento tenham qualquer outra anotação.
O termo de remessa sempre virá precedido de um termo de
deliberação com ordem de remessa seguido de termo de data dando notícia
do recebimento do IC pelo Secretário. Após o termo de remessa, o IC TERMO DE ABERTURA DE VOLUME
não terá mais nenhum ato do Promotor de Justiça, seja este o seu próprie Aos 21 dias do mês de julho do ano de 2005, no uso das
atribuições do encargo para o qual fui nomeada pelo Exm°
presidente ou ainda que esteja agindo somente por delegação, pois, como Sr. Promotor de Justiça desta Comarca, de Secretária no
visto, encerrada está a sua atuação. presente Inquérito Civil n° 03/2005-PJxxxx, inauguro o seu
segundo volume, pelo que para constar lavro e subscrevo o
presente termo. Eu, xxxxxxxxxx, , Secretária
REMESSA compromissada.
Nesla data. faço remessa do presente procedimento
administrativo para
Figura 18 - Modelo de Termo de Abertura de Volume
Secretáriofa)
Figura 16 - Modelo de carimbo de Termo de Remessa
TERMO DE ENCERRAMENTO DE VOLUME
Aos 21 dias do mês de julho do ano de 2005, no uso das
REMESSA atribuições do encargo para o qual fui nomeada pelo Exm°
Nesta data, faço remessa do presente procedimento Sr. Promotor de Justiça desta Comarca, de Secretária no
administrativo para o Egrégio Conselho Superior do presente Inquérito Civil n° 03/2005-PJxxxx, encerro o seu
Ministério Público do Estado do Maranhão. primeiro volume, pelo que para constar lavro e subscrevo o
presente termo. Eu, xxxxxxxxxx, , Secretária
xxxxxxx, 08/03/2005. compromissada.
Secretário(a)
Figura 17 - Modelo de Termo de Remessa
Figura 19 - Modelo de Termo de Encerramento de Volume
44 45
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.7.7 Certidões Os conteúdos das certidões emitidas por Secretários em IC podem
ser livres, autorizados e provocados.
Livres são todos os já tratados acima, que encerram diálogo entre
As certidões emitidas no IC são atos oficiais dos Secretários e Secretário e Promotor, dando notícia do cumprimento das deliberações e
Técnicos Ministeriais executores de mandados, têm presunção de boa-fé de fatos do mundo exterior que interessem ao conteúdo da investigação
e são a única forma de comunicação formal, no bojo do IC, entre esses levada a cabo através do IC.
servidores e o Promotor de Justiça que o preside.
Através das certidões os funcionários que atuam no IC
"conversam" com o Promotor, dizendo a ele tudo o que está se passando CERTIDÃO
que interesse à apuração do objeto da investigação, comunicando-lhe sobre Certifico que, em cumprimento ao termo de deliberação de fls. 72, expedi nesta
eventos do mundo exterior motivados por atos praticados no IC que devem data a Requisição n° 05/2006-PJxxxx, tendo como requisitado o Sr. xxxxxxx,
Prefeito Municipal de xxxxxxx. Certifico ainda que referida requisição foi
ser transpostos para os autos, ou sobre eventos internos que interessam entregue ao técnico ministerial xxxxxxxxx, estando pendente de cumprimento,
diretamente à instrução do IC e à atuação do Promotor de Justiça enquanto xxxxxxx (MA), r/OS/2006.
seu presidente.
Sccrctário(a)
As certidões devem ser objetivas, não devem ter parágrafos e
seu conteúdo varia de acordo com o seu objeto. O texto, embora traga
Figura 20 - Modelo de Certidão
informações traduzidas à forma do seu subscritor, deve ter linguagem
formal e, quando for o caso, técnica.
CERTIDÃO
2.7.7. l Certidões emitidas por Secretários Certifico que o item I do termo de deliberação de fls. 12 foi devidamente
cumprido, tendo sido juntado aos autos o oficio-rcsposta de fls. 23, acompanhado
de documentos, enviado a esta Promotoria pelo Presidente do Sindicato do
Servidores Públicos do Município de xxxxxxx, em resposta à Requisição n°
02/2006-PJxxxx. Certifico ainda que, quanto ao item 2 do mesmo termo, não foi
Geralmente, as certidões emitidas por Secretários anunciam o possível o seu cumprimento conforme certidão exarada peto técnico ministerial no
cumprimento de providências determinadas pelo Promotor de Justiça nos verso da notificação expedida.
termos de deliberação (Figuras 20, 21, 22 e 23). xxxxxxx (MA), r/08/2006.
Quando o Secretário recebe o IC com deliberações a serem
Sccrctário(a)
cumpridas, deve anunciar, por certidões, os seus cumprimentos tanto
formal quanto material. Isso quer dizer que uma mesma deliberação pode Figura 21 - Modelo de Certidão
suscitar duas ou mais providências, como, por exemplo, a determinação
de notificação de um terceiro para prestar declarações na Promotoria de
Justiça. Nesse caso o Secretário deve certificar a confecção do instrumento
de notificação, sua entrega ao técnico executor de mandados e, quando
cumprida a diligência por este, se teve ele êxito ou não no ato de notificar.
Sempre que os autos do IC tiverem que ser conclusos ao Promotor
de Justiça, antes de lançar o termo de conclusão, o Secretário deve emitir
uma certidão detalhada acerca do cumprimento do último termo de
deliberação, item por item.
46 47
 FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.7.7.2 Certidões emitidas por Técnico Ministerial executor de mandados
Autorizados são os conteúdos que só podem ser lançados em
certidões quando o Promotor expressamente assim determinar em termo de
deliberação. É o caso, por exemplo, de certidões que noticiam a alteração
As certidões emitidas pelo técnico responsável pela execução
na numeração das folhas ou o desentranhamento de documentos.
de mandados terão o seu conteúdo sempre restrito ao cumprimento da
diligência determinada pelo Promotor e, sempre que houver um instrumento
respectivo, serão lançadas no seu verso. São exemplos dessas certidões
CERTIDÃO
as que indicam que o recebimento de requisições e notificações foi
devidamente cumprido, tendo sido entregues aos requisitados e notificados
Certifico que, conforme determinação exarada no termo de deliberação de fls. 54,
procedi à adequação da numeração do presente procedimento cm razão do em mão própria. O texto da certidão deve ser objetivo, mas deve expressar
desentranhamento do documento de fls. 24/30. sempre o cumprimento das formalidades indispensáveis à eficácia do ato
xxxxxxx (MA), 12/08/2006. (Figura 24).
Sccrctário(a)
Figura 22 - Modelo de Certidão CERTIDÃO
Certifico que, em cumprimento à deliberação de fls. 23, dirigi-me à residência da
E os conteúdos provocados ocorrem quando o Promotor requisitada, Sr3 xxxxxxxxxxx, Presidente da Câmara Municipal de xxxxxxx, e lá,
detecta alguma nuance de instrução que deveria ser objeto de certidão, em mão própria, dei-lhe conhecimento integra! dos termos da Requisição n°
02/2006-PJxxxx, tendo ela de tudo ficado ciente, exarando o seu nome e a data de
mas não mereceu a atenção do Secretário, embora este devesse tratar recebimento na via de cumprimento retro.
dela formalmente. É o exemplo das requisições não cumpridas, cujos' xxxxxxx (MA), 25/08/2005.
instrumentos não constam nos autos, mas mesmo assim o IC vai concluso
Técnico Ministerial de execução de mandados
ao Promotor para que delibere. Nesse momento o Promotor poderá
produzir termo de deliberação provocando o Secretário a certificar acerca Figura 24 - Modelo de Certidão
do cumprimento da requisição e para que junte o instrumento respectivo
(requisição), cumprido ou não. Somente feito isso e com nova conclusão é
que o Promotor de Justiça deliberará sobre o próximo ato de instrução. 2.7.8 Ofícios em geral
CERTIDÃO •'•
Há atos de instrução em IC que, para serem cumpridos, não precisam
Certifico, cm atendimento ao item I do termo de deliberação de fls. 50, que a
requisição n° 02/2006-PJxxxx, expedida em 1°/08/2006, deixou de ser cumprida ser objeto de requisição, notificação ou outro ato formal próprio da atividade
em razão de não ter sido remetida ao requisitado pelo técnico ministerial ministerial. Basta que constem de uma carta oficial, assinada pelo Promotor de
responsável, tudo nos lermos da certidão por ele emitida no verso da requisição.
Justiça ou mesmo pelo Secretário, de ordem.
xxxxxxx (MA), 15/08/2006. Quando alguma providência tiver de se realizar via ofício, o Promotor
Secretário(a) de Justiça assim determinará no termo de deliberação respectivo, expressando
sempre o seu conteúdo, que deverá ser transposto ao texto da carta elaborada
Figura 23 - Modelo de Certidão
pelo Secretário, sob a supervisão do Promotor.
O conteúdo do ofício não constará no termo de deliberação da exata
forma que deverá ser redigido. Por isso, o Secretário terá certa liberdade na
49
48
L
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
elaboração do texto, mas sempre deverá guardar fidelidade ao objetivo desejado
pelo Promotor.
Os ofícios respeitarão a ordem de numeração estabelecida na ESTADO DO MARANHÃO
Promotoria e serão compostos pelos seguintes elementos, em sequência: número MIMSTÉRIO PÚBLICO
5 cm PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX
e identificação abreviada da origem, local e data de expedição, nome, cargo ou
função e endereço do destinatário, referência ao assunto, vocativo, conteúdo,
fecho, nome e cargo do subscritor (Figura 25). Oficio n° 055/2006-PJxxx
O vocativo será composto sempre pela designação do cargo ou função,
xxxxxxx, I o de agosto de 2006.
precedida do pronome de tratamento "senhor" ou "senhora".
O conteúdo do ofício deve ser objetivo, deve ocupar o centro da
A Sua Senhoria o Senhor
folha na formatação e, sempre que possível, tratar diretamente do fim a que se XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
propõe. O texto deve ser escrito sempre em primeira pessoa, ficando dispensadas Gerente do xxxxxxxxx em xxxxxxxxx,
Responsável regional pela agência de xxxxxxxxx
expressões que sugiram pleonasmos, tais como "Venho através deste" ou outras xxxxxxx - MA
expressões que não acrescentem nada à inteligibilidade do texto.
Frases prontas também estão dispensadas para o fecho, tais como
"Renovo a V. Exa. votos de estima e consideração". Basta o uso dos termos Assunto: Proposta de Compromisso de Ajustamento de Conduta
"Respeitosamente" para destinatários que sejam órgãos de execução de
instâncias superiores ou detentores de cargos da Administração Superior do
Senhor Gerente,
Ministério Público ou integrantes de instâncias superiores do Poder Judiciário;
2,5 cm
e "Atenciosamente", para destinatários membros do Ministério Público e do._
Poder Judiciário da mesma instância do Promotor subscritor, bem como para os 1. Tramita nesta Promotoria de Justiça o Inquérito Civil n° 02/2005-PJxx que trata de
irrcgularidades na prestação dos serviços bancários oferecidos pelo xxxxxxx à comunidade de
demais destinatários. xxxxxxx , sobretudo com relação a instalações e espaço físicos de atendimento. Referido
No corpo do texto, bem como antes da designação do cargo ou função procedimento está em fase de conclusão, já por ser manejada acão civil pública contra o xxxxxxx
com o objetivo de sanar as irregularidades constatadas.
do destinatário, devem ser usados os pronomes de tratamento apropriados de
2. Assim, antes de inaugurar a via judicial, solicito informações de V. Sá., em 10 dias,
acordo com as regras da língua portuguesa. sobre o interesse do xxxxxxx em firmar com o Ministério Público compromisso de ajustamento de
Quando não houver possibilidade de se colher o ciente do destinatário conduta, nos termos do art. 5°, §6°, da Lei nc 7.347/85.
de próprio punho na via de recibo, deve ser anotada a data de envio do ofício 3. Em caso positivo, solicito que seja enviado a xxxxxxx prcposto do banco com poderes
ou, quando exigido pelo Promotor, juntado no IC o comprpvante do aviso de para firmar tal compromisso. Os contatos da Promotoria são: telefax xxxxxxxxx; e-maii:
xxxxxxxxxxxx.
recebimento devolvido pelos Correios. &u l,5 cm
Uma via do ofício remetido sempre ficará nos autos do IC e outra nos •4j_
Atenciosamente,
arquivos da Promotoria.
xxxxxxxxxxxxxxxx
Promotor de Justiça
"Ano — Mensagem ãe rodapé aprovada por Ato do Procurador-Geral de Justiça ".
Endereço tia Promotoria. CEP: XXXXX-XXX- Mimicípio/M/l
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
Figura 25 - Modelo de Ofício
50 51
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.7.9 Relatórios
ESTADO DO MARANHÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO
Há duas espécies de relatórios produzidos em IC: os subscritos PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX
pelo Promotor de Justiça e que tratam geralmente de promoção de
Ref: Inquérito Civil n° 02/2005-PJxxxx
arquivamento a ser submetida ao CSMP; e outros subscritos por algum Relatório de Inspeção no prédio dos xxxxxxxx em xxxxxxxxx
terceiro nomeado para algum ato, ou por servidores que atuam no IC, tais Destinatário: S. Exa. o Dr. xxxxxxx
Promotor de Justiça da Comarca de xxxxxxx
como peritos. Por ora, trataremos somente destes últimos. Rua xxxxx, n° xxx, centro, xxxxxx (MA)
CEP: 65xxxx-xxx
É frequente o Promotor deliberar que o técnico executor de
mandados proceda a inspeções de ordem, com resposta a quesitos pré- RELATÓRIO
elaborados, verificações informais e outras diligências que não sejam o
Senhor Promotor,
cumprimento de requisições e notificações. Nesses casos, o cumprimento
dessas deliberações será documentado através de relatórios que serão Conforme nomeação e ordem de inspeção a mini expedida por V. Exa., passo a emitir
relatório circunstanciado acerca da inspeção realizada no prédio em que os xxxxxxx oferecem seus
depositados pelo técnico-executor junto à Secretaria, que os juntará serviços aos consumidores no município de xxxxxxx.
nos autos. Quando a diligência for de caráter simples e o Promotor não De posse da dita ordem de inspeção, dirigi-me ao prédio dos xxxxxx, localizado na Av,
determinar expressamente que o seu cumprimento seja documentado xxxxxx, n° xx. centro, nesta cidade para verificar se aquela empresa cumpriu as determinações
sugeridas pelo Ministério Público na minuta de compromisso de ajustamento de conduta que consta
através de relatório, o seu executor poderá tão-somente emitir nos autos nos autos do procedimento administrativo epigrafado. Atendendo ordem de V. Exa. as verificações
certidão circunstanciada de seu cumprimento. de inspeção in loco deram-se durante o período compreendido entre os dias 1° a 15 de agosto de
2006, tendo constatado o seguinte:
Não há formatos estabelecidos para a confecção de relatórios.
As instalações, móveis e equipamentos proporcionam aos usuários um atendimento
Basta que disponham das referências indispensáveis à sua identificação satisfatório, pois o prédio compreende-se em espaço tísico de área comum ao público de
e objeto, tais como: número do IC originário, destinatário, referência à aproximadamente 70m2; há disponibilizados para os usuários um total de 03 terminais de
computadores para atendimentos e informações: o ambiente de atendimento é refrigerado a contento
deliberação originária do Promotor, inclusive quanto aos quesitos, se c c dotado de acomodações como cadeiras, bancos c balcões de informações c atendimentos.
houver, diligências realizadas para o cumprimento da missão, conteúdo Com relação à cláusula 5 da referida minuta de compromisso de ajustamento de
do relatório, que deve guardar relação com o objetivo perseguido pelo conduta, oportuno descrever um fato ocorrido durante o período de inspeção: durante os dias 8, 9, 10
e 14, verifiquei episódios de interrupção de atendimento por defeitos técnicos que, segundo o
Promotor e fecho simples (Figura 26). funcionário nominado de xxxxxxx, deram-se por queda de energia elétrica. Contudo, o
restabelecimento do atendimento foi providenciado nos mesmos dias, com tempo máximo
Quando necessário, o relatório conterá anexos que deverão ser aproximado de 06 horas.
referidos no texto pelo subscritor. ,,•
É o relatório.
Não há necessidade de se entregar o relatório de forma
xxxxxxx(MA), 29 de agosto de 2006.
encadernada ou com capas de plástico ou papel diferenciado, pois esse
excesso de zelo somente dificultará a sua juntada ao IC. De preferência, xxxxxxxxxxxxxxxx
deve-se confeccioná-lo no mesmo formato da folha usada no Inquérito Técnico Ministerial
Civil.
Os relatórios emitidos por terceiros, não-integrantes dos quadros "Atifí - Mensagem de rtitlajié aprovada pnt Alt) do Procuradur-Geral de Justiça".
da Promotoria, serão precedidos de sua nomeação pelo Promotor ou de Enttmfo tia Framatoria. CEP: XXXXX-XXX- HunkipioMA
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX(fax)
qualquer outro ato que justifique a sua atuação no inquérito.
Figura 26 - Modelo de Relatório
52 53
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.8 Perícias Outra hipótese bem comum que suscita inspeção é quando o
Ministério Público recebe uma representação para defesa de interesse
coletivo consubstanciada em um fato que deixa vestígios ou cuja prova
As perícias são provas técnicas que costumeiramente são requisitadas necessita de verificação no local do dano. Às vezes, há que se documentarem
pelo Promotor de Justiça a profissionais que tenham habilitação na área de esses vestígios com fotos, autos de inspeção, relatórios, etc. Exemplo disso
atuação em que se investiga a lesão a um interesse coletivo. é o caso de uma representação que noticia a prática de pesca predatória
O termo de deliberação que determinar a perícia agregará também a
de sardinhas, cujos cardumes de peixes mortos se acumulam na areia da
determinação de confecção do instrumento de requisição respectivo. Isso quer praia.
dizer que, antes de fazer nova conclusão ao Promotor, o Secretário terá que
Quase sempre o instrumento que formalizará a inspeção será
certificar o cumprimento da confecção e entrega da requisição ao executor de
um relatório circunstanciado de inspeção onde serão declinadas todas as
mandados, sua efetiva entrega ao requisitado e, depois de realizada a perícia,
diligências realizadas para o cumprimento do objetivo perseguido pelo
certificar então o cumprimento do objeto da requisição, com ajuntada do laudo
Promotor. Porém, nada impede que o instrumento tenha a designação
ou relatório pericial aos autos do IC.
de "Auto de Inspeção", sobretudo quando a inspeção for realizada pela
Geralmente, as perícias requisitadas devem responder a quesitos
polícia, órgãos oficiais de fiscalização ou com exercício de poder de polícia
previamente elaborados pelo Promotor de Justiça ou assistente técnico nomeado.
administrativo.
Esses quesitos constarão no teimo de deliberação e devem ser obrigatoriamente
O relatório ou auto de inspeção deverá ser lançado nos autos
reproduzidos no texto da requisição, sob pena de toma-la inócua.
mediante termo de juntada.
Os laudos das perícias serão lançados nos autos do IC mediante termo
de juntada e seguidos da certidão de cumprimento da perícia. Depois disso,
será feita conclusão do inquérito ao Promotor para que delibere com base no
conteúdo do laudo.
2.10 Termo de Deliberação
2.9 Inspeção Ministerial e Inspeção de Ordem
O termo de deliberação é o instrumento em que o Promotor de
Justiça irá determinar o que deverá ser executado no Inquérito Civil, os
É comum que o Promotor de Justiça precise verificar in loco próximos passos a serem seguidos, ou seja, quais os atos de instrução que
circunstâncias importantes para a determinação dos passos: subsequentes da deverão ser realizados para que se alcance o objetivo sugerido na portaria
instrução do IC. É que o seu objeto de investigação pode revestir-se de diversas de instauração do IC (Figura 275).
peculiaridades e, para melhor identificar ou dimensionar o problema, às vezes Esse termo concentrará a indicação do que comporá o conteúdo
são necessárias inspeções praticadas pelo próprio Promotor de Justiça ou por do IC em determinada fase, ou seja, as provas que lhe serão carreadas com
alguém sob sua ordem. o objetivo de servir de base à propositura da ACP ou do Compromisso
As inspeções mais comuns ocorrem quando é firmado entre Ministério de Ajustamento de Conduta. Nele, o Promotor fará a indicação de tudo o
Público e investigado um compromisso de ajustamento de conduta com que entenda importante para subsidiar a investigação da lesão ao interesse
pendência de cumprimento que trate de obrigação de fazer ou não fazer. Nesse coletivo e que interesse à busca da reparação.
caso, para que o Promotor esteja certo de que a obrigação instituída no TAC foi
cumprida deverá determinar uma inspeção in loco.
5 A seta constante na Figura 27 destaca o Termo de Deliberação.
54 55
 FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
Assim como indicará o que é importante como produção (ofícios), memorandos, etc. Posteriormente, quando for elaborar a certidão
probatória dentro do IC, o Promotor de Justiça lançará no mesmo termo de de execução das deliberações, o Secretário poderá fazer referência ao
deliberação os meios através dos quais o Ministério Público buscará o acesso número da deliberação cumprida sem necessidade de ter que descrevê-la
a essas provas. Por exemplo, pode determinar que seja ouvida determinada detalhadamente.
testemunha na sede da Promotoria, seguindo-lhe a determinação de que O termo de deliberação sempre será precedido por um termo de
a Secretaria elabore a notificação respectiva, que é o instrumento que conclusão e sucedido por um termo de data. Essa providência delimitará
operacionalizará a realização do ato de oitiva. no tempo o momento exato em que o IC esteve à disposição do Promotor
Exemplo bem comum em se tratando de termo de deliberação, para que o despachasse e o momento em que retornou à Secretaria para que
é quando o Promotor entende ser imprescindível para a instrução do IC fossem executadas as deliberações.
a juntada de documentos de que a Promotoria não dispõe. Nesse caso, É importante que a Secretaria esteja atenta para os prazos
tais documentos serão requisitados de quem os possua, confeccionando a estabelecidos pelo Promotor para a realização dos instrumentos ministeriais
Secretaria a devida requisição com todas as suas discriminações. que operacionalizarão as deliberações e os prazos para que estas sejam
No termo poderá haver toda sorte de deliberações e o Secretário cumpridas por terceiros.
deverá estar atento e capacitado para instrumentalizar a contento os atos
necessários para a execução de todas elas.
Embora não implique nulidade, é sempre importante que o termo
de deliberação obedeça a uma forma estrutural que facilite o cumprimento
das deliberações que contenha, bem como a sua referência dentro de outros
atos do IC ou mesmo no próprio texto da inicial ou de outras peças a serem,
produzidas na instrução da ACP. Assim, sugere-se que o termo tenha duas
partes: uma expositiva, em que o Promotor expõe a necessidade do ato de
instrução; e outra em que determina exatamente a execução do ato e como
ele será operacionalizado, esmiuçando o conteúdo da deliberação e o que
deverá conter a informação ou documento de que se precisa. Frise-se que
em razão da dinâmica da instrução de um IC e de não estar ele submetido
ao contraditório, nada impede que o termo tenha somente a segunda parte
aqui sugerida. Á:
Mas é sempre prudente que esta última parte do termo esteja
numerada, de forma a melhor ser identificada nas referências feitas a ela
em outras peças jurídicas que lhe serão derivadas. Assim, por exemplo, o
Promotor poderá declinar a necessidade de se produzir nos autos do IC os
extratos bancários da movimentação financeira das contas do Fundo de
Participação Municipal (FPM) de determinado Município, quando, então
i>
confeccionará o respectivo termo de deliberação com o seguinte conteúdo:
justificativa para o acesso aos extratos; e determinação numerada dos
atos necessários a que esse acesso se implemente, como por exemplo,
determinação de requisição com o respectivo conteúdo, cartas oficiais
jo
57
 FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.11 Termo de Declarações e Termo de Depoimento
Inquérito Civil n" 01/2005-PJxxxx
CONCLUSÃO
Nesta data, faço concluso o presente Os termos de declarações e de depoimentos são elaborados na
procedimento administrativo para
deliberação do(a) Promotor(a) de Justiça,
Promotoria de Justiça e documentam a presença e prestação de informações
Dr(a), xxxxxxxx. de uma pessoa que foi notificada para esse ato pelo Promotor de Justiça, ou
xxxxxxxx, 07/03/2005
que tenha atendido a um memorando, ofício, ou mesmo convite informal
Secretário(a)
para o mesmo fim (Figura 28).
Esses termos diferem-se conceitualmente em razão da pessoa a
TERMO DE DELIBERAÇÃO ser inquirida. Se se tratar do autor da representação formulada perante a
Promotoria ou do investigado, o termo será de declarações, enquanto que,
Trata-se de contas julgadas irregulares em xx/xx/2002, com Acórdão
publicado regularmente no Diário de Justiça em xx/xx/2002, tendo transitado livremente na hipótese de testemunhas, o termo será de depoimento. Neste último
cm julgado. Já passados, portanto, mais de dois anos do julgamento, os documentos que o
fundamentaram estão certamente à disposição da Câmara Municipal de xxxxxxx. Assim:
caso, recomenda-se, analogicamente, seja tomado o compromisso do
depoente nos moldes do art. 415, do Código de Processo Civil, observadas
1 - Requisite-se do Sr. Presidente da Câmara Municipal de xxxxxxx cópia autenticada das
seguintes peças que acompanharam a prestação de contas do exercício financeiro de 1999 as vedações acerca da incapacidade, impedimento ou suspeição de que trata
daquela Casa, sob a responsabilidade do então vereador-presidente xxxxxxxxxx: a) Nota o art. 405 do mesmo Código. De qualquer sorte, mesmo havendo hipótese
de Empenho n° 01/07, datada de 29 de janeiro, que remunerou o senhor xxxxxxxxxx com o
quantum total de RS 21.600,00 no exercício financeiro de 1999; b) Nota de Empenho n° impeditiva para se firmar o compromisso de dizer a verdade, o depoimento
02/07, datada de 29 de janeiro, que remunerou a senhora xxxxxxxxx com o quantum total
de RS 6.000,00 no exercício financeiro de 1999; será colhido, posto que os ICs e as representações são procedimentos
inquisitórios em que, em regra, não se impõe o contraditório, e cuja
2 - Expcçam-se as requisições necessárias, com prazo de 10 dias para cumprimento.
discussão acerca da escorreita legalidade dos elementos de prova unilaterais
xxxxxxxx (MA), 07 de março de 2005.
colhidos na sua instrução pode ser travada quando da tramitação da ACP
que lhes sucederá.
xxxxxxxxxxxxxxx No IC, o ato de tomada de declarações ou depoimentos será
Promotor de Justiça sempre presidido e conduzido pelo Promotor de Justiça. O Secretário
acompanhará o ato na condição de registrador das perguntas elaboradas e de
DATA
Nesta data, recebi o presente procedimento administrativo do(a) suas respectivas respostas, quase sempre lançadas em texto datilografado
Promotor(a) de Justiça presidente para cumprimeóto de em máquina de escrever ou digitado em computador.
deliberações. H.
xxxxxxx, 10/03/2005 O Secretário deverá fazer esses registros da forma que lhe forem
Secretário(a)
ditados pelo Promotor de Justiça e, ao final, extrairá duas vias: uma para
ser juntada ao IC e outra para o arquivo da Promotoria.
CERTIDÃO O termo de declarações ou depoimento não conterá parágrafos e
Certifico que expedi a Requisição de que trata o item l do termo terá a seguinte estrutura: 1) cabeçalho em que se identificará o declarante
de deliberação supra, tendo-a entregue ao técnico responsável
pela execução de mandados nesta Promotoria nesta data. ou depoente e, se possível, o cargo ou função que exerça, bem assim,
xxxxxxx (MA), 10/03/2005.
quando for o caso, o compromisso de dizer a verdade; 2) a abertura, em
[ Secretário(a) que se fará referência ao dia, hora e local onde estará se dando a coleta
das declarações, a qualificação completa do declarante e sobre que assunto
Figura 27 - Modelo de Termo de Deliberação no contexto passará a prestar as declarações, fazendo-se referência ao número do IC; 3)
í |
58 59
í '
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
as declarações efetivamente que se seguirão, uma após a outra, separadas
por ponto e vírgula; 4) o fecho, com a assertiva de que nada mais foi A
perguntado ao declarante nem por ele respondido, seguido de espaço para ESTADO DO MARANHÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO
rubrica do Secretário; 5) nomes e assinaturas do Promotor de Justiça e do PROMOTORIA DE JUSTIÇA DF, XXXXXXXXX
declarante, separados do texto. Termo de Declarações que presla xxxxxxx, Presidente da
Comissão Provisória Administrativa e Financeira do Sindicato
Como os termos de declarações e de depoimento são documentos dos Trabalhadores c Trabalhadoras Rurais de xxxxxx
produzidos na Promotoria de Justiça e dela não saem para serem objeto de Aos 20 dias do mês de julho do ano de 2005, ás 16h, na sala de audiências da Promotoria de Justiça
nenhuma diligência, são lançados nos autos do IC independente de termo de xxxxxxx, compareceu o Sr. xxxxxxx, brasileiro, detentor de união estável, lavrador, residente na
Rua xxxxx, s 'n", Bairro xxxxxx, nesta cidade, que prestou as seguintes declarações acerca Jo
de juntada. conteúdo do Inquérito Civil n° xxxxxxx: que é associado do Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de xxxxxxx e foi escolhido em Assembleia Geral dada em 30/01/2005 para
presidir uma Comissão Provisória Administrativa e Financeira instituída após o termino do mandato
do então presidente, Sr. xxxxxxx, para abertura de processo disciplinar administrativo para apuração
de quaisquer irregularidades. pagamentos dos salários e débitos para com os fornecedores e
xxxxxxxx desde que devidamente empenhados, realização das eleições no prazo de 90 dias ou em
180 dias, se prorrogado o mandato da Comissão Provisória, e demais assuntos de interesse geral da
categoria; que assumiu a administração do Sindicato no dia 04 de fevereiro; que durante os 90 dias
negociou uma divida de RS 8.592,00 com u xxxxxxx, parcelando-a em 8 vezes de RS 1.074,00,
negociou outra divida, de RS 6.1 13,00, junto ao xxxxxxx, parcelando-a cm 5 vezes, sendo a primeira
de RS l .500,00 c as quatro outras de RS l .000,00; que negociou uma divida salarial de RS l 500;00
com xxxxxxx, funcionário do Sindicato, dividindo-a em 5 vezes de RS 300,00; que negociou ainda
uma divida salarial do Sr. xxxxxxx, de RS 900,00, dividindo-a em 3 parcelas de RS 300,00, tendo
paso ate a presente data duas parcelas; que pagou um frete de caminhão de RS 300,00 com o Sr.
xxxxxxx, do Povoado xxxxxxx, deixada pela administração passada; que negociou outras dívidas
menores que constarão de uma prestação de contas que apresentará em Assembleia; que pagou
regularmente os funcionários durante os meses de fevereiro c março, não o fazendo a partir de abril
porque a xxxxx e a xxxxxx bloquearam indevidamente o repasse, permanecendo neste estado até a
presente data; que não chegou a abrir procedimento administrativo contra os diretores da
administração pretérita, embora tenha feito um levantamento informal c constatado irregularidades,
tais como extravio de bens do Sindicato, a exemplo de um kit dentário, gerador, telhas, madeiras c
uma geladeira, constatando ainda o desvio de RS 7.280,00, que eram para pagar os funcionários, o
que não foi feito; durante os 90 dias não chegou a publicar edital para eleição porque não tinha
recursos para fazc-lo; que no dia 16 de abril, cm nova Assembleia, a administração da Comissão foi
prorrogada por mais 90 dias, com a mesma finalidade; que no dia 28 de junho, às 3h, a sede do
Sindicato foi invadida pelo ex-dirctor xxxxxxx, xxxxxxx, xxxxxxx, xxxxxxx, o "xxxxx", xxxxxx.
xxxxxxx, "xxxxxxx", xxxxxxx e "xxxxxxx", c, ainda, por "xxxxxxx"; que esse grupo ficou na posse
do Sindicato até o dia 5 de julho, quando vários trabalhadores serraram os cadeados que os invasores
tinham colocado nos portões; que então, a Comissão Provisória reassumiu as dependências do
Sindicato c constatou que havia desaparecido RS l .700,00 do cofre e vários documentos, dentre atas,
fichas de filiados, ctc; que fez uma Assembleia no dia 10 de julho para escolha da Comissão
Eleitoral e para decidir sobre a desfiliação do Sindicato junto à xxxxxxx no dia 17 de julho em outra
Assembleia; que nesta data, foi feita, em nova Assembleia, a dita desfiliação e o devido comunicado
à xxxxxxx; que nesta mesma Assembleia ficou estabelecido que haverá outra Assembleia no dia 3 l
de julho para prorrogar mais uma vez o mandato da Comissão Provisória, agora por 60 dias, para
que possa realizar as eleições no dia 28 de agosto de 2005. Nada mais dito nem perguntado, vai o
presente termo assinado pelo Promotor de Justiça e pelo declarante. Eu, xxxxxxxx, Secretária
__ , digitei c subscrevi.
xxxxxxxxxxx
Dcclarantc Promotor de Justiça
"Ana -Mensagem de rodapé aprovada por Ato ílet ProcuraJor-Gcral de Justiça".
Emh-rcw tia Pmmntoria. CEP: XXXXX-XXX- Municifio/MA
Telefones: fXX) XXXXXXXX - (XX) XXXX XXXX (fax)
Figura 28 - Modelo de Termo de Declarações
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.12 Requisições recebimento em mão própria do requisitado, com espaço para data e
rubrica. O recebimento da requisição em mão própria é importante porque
somente se assim realizado o requisitado poderá responder judicialmente
As requisições são instrumentos postos à disposição do Ministério pela desídia de não respondê-la.
Público pela Constituição Federal em seu art. 129, inc.V, para viabilizar, Esses elementos, cuja recomendação se faz para que componham
com poder de coerção, o acesso do Promotor de Justiça a documentos o instrumento de requisição, evitam mal-entendidos ou posturas negativas
necessários à instrução da investigação formalizada através de um IC6 que pretensamente justificáveis do requisitado no sentido de não cumprir a
visa a defesa de um interesse coletivo a ser perseguida em juízo através de requisição. Diz-se isso porque a própria Resolução n° 23/2007 do CNMP
uma ACP ou através da forma amigável do TAC. abriu a possibilidade de o MP requisitar através de "ofícios requisitórios",
Com efeito, além do art. 8° da Lei n° 7.347/85 (Lei da ACP), sem contudo, orientar acerca da necessidade de neles se invocarem elementos
sobeja ainda a Lei n° 8.625/93, art. 26,1, "b" que garante que o Ministério imprescindíveis à inteligibilidade do ato, bem como à obrigatoriedade de
Público poderá, no uso de suas atribuições, "requisitar informações, exames seu cumprimento.
periciais e documentos de autoridades federais, estaduais e municipais, Com relação ao prazo para cumprimento da requisição, embora a
bem como dos órgãos e entidades da administração direta, indireta ou lei da ACP imponha um limite mínimo de 10 dias, um prazo maior ou menor
fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito será possível, dependendo da complexidade da requisição dentro de um
Federal e dos Municípios". juízo de razoabilidade, sempre levando em consideração as circunstâncias
O objetivo das requisições é geralmente a obtenção de do caso.
documentos, mas podem ser usadas também para a produção de peças Depois do cumprimento da entrega da requisição por técnico
técnicas no IC, como por exemplo, a requisição de uma perícia técnica ao responsável pela execução de mandados, deverá ser por ele certificada toda
órgão competente do Poder Público, de auditorias, etc. a diligência realizada, concluindo pela indicação de êxito ou não do ato e
A requisição é determinada pelo Promotor de Justiça no termo de todas as peculiaridades ocorridas, tais como negativa de ciente em mão
deliberação e deverá seguir rigorosamente o conteúdo ali indicado e que, própria, indícios de ocultação do requisitado para não receber a requisição, etc.
quando possível, deverá ser até mesmo transcrito, do termo à requisição. Importante lembrar que a requisição poderá ter como destinatários,
Quanto à forma, a requisição deverá ter: um cabeçalho com a sua além de detentores de cargos públicos, também representantes da iniciativa
numeração de ordem, o IC a que faz referência, o nome do requisitado e, privada, pois a Lei n° 8.625/93, art. 26, II, assevera que o Ministério Público
quando possível, seu cargo ou função; mais adiante, deverá conter o nome poderá, no uso de suas atribuições, "requisitar informações e documentos
e cargo da autoridade que requisita (Promotor de Justiça da Comarca), do a entidades privadas, para instruir procedimentos ou processo em que
requisitado, seguido do conteúdo requisitado, estando^èste redigido da oficie".
forma mais clara possível, sem deixar de mencionar o prazo estabelecido O descumprimento das requisições, o seu cumprimento inoportuno
para o cumprimento da requisição, sendo o mínimo de dez dias; depois, a ou dolosamente em desacordo com os seus termos sujeitará o requisitado
requisição deve indicar a base legal e constitucional que a funda, seguida da a ser denunciado pelo crime de desobediência ou pelo crime do art. 10, da
informação acerca das consequências para a hipótese de descumprimento Lei da ACP.
ou cumprimento retardado por parte do requisitado (Figura 29). As requisições expedidas por Promotor de Justiça, endereçadas
Após a assinatura do requisitante, é importante não esquecer ao Governador do Estado, a membros do Poder Legislativo Estadual ou
que no corpo da requisição deverá haver um quadro para aposição de Federal e a membros de segunda instância do Poder Judiciário, deverão ser
encaminhadas através do Procurador-Geral de Justiça.
6 O Superior Tribunal de Justiça decidiu que a expedição de requisição pelo MP não
pressupõe a instauração de IC ou procedimento administrativo. (STJ - Recurso Especial
n° 873.565 - MG - 1a Turma - Min. Rei. Francisco Falcão - DJU 28/06/07).
62
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2.13 Notificações
ESTADO DO MARANHÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX As notificações são os instrumentos através dos quais o Promotor
de Justiça convoca pessoas para prestarem declarações na Promotoria,
REQUISIÇÃO N" 10/2006-PJxxx nos autos de um IC. Têm fundamento constitucional (CF, art. 129, inc.
Inquérito Civil n° 01/2005-PJxxx
Requisitado: xxxxxxxx, Presidente da Câmara Municipal de xxxxxxx (MA) VI) e, assim como as requisições, visam a busca e coleta de informações
e subsídios que possam servir de base à proposição de uma ACP. São
REQUISIÇÃO determinadas em termo de deliberação e sua forma deverá dispor de alguns
requisitos indispensáveis.
Nos termos do art. 129, III, da Constituição Federal, art. 26,1. "b", da Lei n° 8.625/93,
sem prejuízo de demais legais, o Promotor de Justiça de xxxxxxx, Dr. xxxxxxx, requisita da Sr1 Primeiramente, assim como a requisição, a notificação
xxxxxxxx, Presidente da Câmara Municipal de xxxxxx(MA), no prazo de 10 dias contado do deverá ser expedida preferencialmente dentro de um IC, sob pena de a
recebimento desta, a remessa a esta Promotoria de Justiça de xxxxxxx, da seguinte documentação,
nos termos do Termo de Deliberação de fls. 149v. do Inquérito Civil n° O l /2005 -PJxxx: obrigatoriedade do seu cumprimento ser questionada. Deverá conter: um
Conteúdo: "cópias dos documentos que comprovem a prestação de serviços de
cabeçalho com a sua numeração de ordem, o IC a que faz referência; o
assessoría contábil e jurídica, respectivamente, prestados por xxxxxxx e xxxxxxx durante o nome do notificado e, quando possível, seu cargo ou função; mais adiante,
exercício financeiro de 1999, quando a Câmara estava sob a presidência do Sr xxxxxxx.
Requisitam-se ainda os endereços residenciais e/ou profissionais desses dois prestadores de deverá conter o nome e cargo da autoridade que requisita (Promotor de
serviço." Justiça da Comarca), seguido das indicações de local, data e horário de
A presente requisição tem fundamento constitucional e legal, respectivamente, no art. comparecimento e do conteúdo do IC acerca do qual o notificado prestará
129, inc. VI, da Constituição Federal c no art. 8°, §2°, da Lei Complementar n° 75/1993 c/c art. 80,
da Lei n° 8.625/93. declarações; em seguida, na notificação deverá constar a advertência
de que em caso de descumprimento injustificado, o notificado poderá
Esclarece, por fim, que a falta injustificada e o retardamento indevido do cumprimento
das requisições do Ministério Público implicarão a responsabilidade de quem lhe der causa (Lei estar sujeito a condução coercitiva; e, por fim, a informação de que o
Complementar Federal, n° 75/93, art. 8°, §3°).
atendimento à notificação não pode implicar desconto na remuneração
pelo dia ou turno de trabalho perdido (Figura 30).
xxxxxx (MA), 27 de setembro de 2006.
Depois da assinatura do notificante, é importante não esquecer
xxxxxxxxxxxxxx que, assim como na requisição, no corpo da notificação deverá haver um
Promotor de Justiça quadro para aposição de recebimento em mão própria do notificado, com
espaço para data e rubrica. O recebimento da notificação em mão própria
^'Recebimento em
mão própria cm é importante porque somente se assim realizado o notificado poderá ser
/ /2006.
conduzido coercitivamente.
A confecção do instrumento de notificação, a sua entrega ao
técnico executor de mandados e a sua efetiva entrega ao destinatário
deverão ser certificados nos autos do IC. A certidão de cumprimento do ato
"Ano — Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Procurador-Geral de Justiça".
de notificar deve ser lançada preferencialmente no verso do instrumento.
Endereço da Promotoria. CEP: XXXXX-XXX- Municipio/MA
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
Figura 29 - Modelo de Requisição
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.14 Cartas Precatórias
ESTADO DO MARANHÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTOR1A DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX Haverá ocasiões em que o Promotor de Justiça necessitará inquirir
pessoas residentes em outras comarcas ou Estados ou solicitar diligências
NOTIFICAÇÃO N° 02/2006-PJxxx a serem cumpridas fora dos limites comarcanos. Nessas situações, o
Inquérito Civil n* 01/2005-PJxxx
Promotor de Justiça fará uso da carta precatória ministerial (Figura 31).
Destinatário: xxxxxxx, residente em xxxxxxx(MA) Importante distinguir que haverá casos em que o Promotor
deprecado somente providenciará o cumprimento da deliberação do
NOTIFICAÇÃO
Promotor deprecante, que é o órgão de execução que tem atribuições
para atuar na investigação. É exemplo disso quando o conteúdo da carta
versar tão-somente acerca da entrega de uma requisição em mão própria.
O Promotor de Justiça da Comarca de xxxxxxx, Dr. xxxxxxx, nos termos dos artigos
129, VI, da Constituirão Federal, e 26, I, "a", da Lei n° 8.625/93, NOTIFICA V. Sá. a se fazer
Já outros casos, para que haja o cumprimento do conteúdo da carta, o
presente no dia 27 de setembro de 2006, às 15h, no gabinete desta Promoto ia de Justiça, localizada Promotor deprecado deverá atuar como verdadeiro órgão de execução e,
na Rua xxxxxx, n° xx, centro, xxxxxxx - MA, a fim de prestar esclarecim ntos acerca de possível
prática de ato de improbidade administrativa praticado por xxx xxxx, originado pela então, nesses casos, o Promotor de Justiça deprecante deverá delegar-lhe
desaprovação da contas do exercício financeiro de 1999, quando o Sr. xxxxxx estava à frente atribuições para atuar em seu nome. É o caso de coleta de depoimentos
da presidência da Câmara Municipal de xxxxxx, tendo sido julgadas regulares ditas contas
pelo Tribunal de Contas do Estado. ou declarações, ou de inspeção ministerial na circunscrição de atuação do
Esclareço que o não-cumprimento injustificado à presente notificação do Ministério
deprecado.
Público, enseja condução coercitiva e que a ausência ao trabalho em razão do seu atendimento é A Resolução n° 23/2007, do CNMP, em seu art. 6°, §7°, prevê que
autorizada por lei e, por isso, não autoriza desconto de vencimento ou salário, considerada a falta
como tempo de serviço efetivo para todos os efeitos, mediante comprovação escrita do notificante o "órgão de execução presidente do inquérito poderá deprecar diretamente
(Lei n° 8.625/93, art. 26, §4°).
a qualquer órgão de execução a realização de diligências necessárias para a
investigação". Contudo, não é de bom alvitre entender-se a expressão "poder
xxxxxx (MA), 21 de setembro de 2006.
deprecar" como presunção de delegação de atribuições para realização de
atos que devem ser exclusivos do órgão de execução deprecante. Fora dos
XXXXXXXXXXXXXX casos de mero cumprimento instrumental de deliberações, como entrega
Promotor de Justiça
de requisições em mão própria, é recomendável que haja delegação de
atribuições ao deprecado para evitar questionamentos de interessados
-il3tccebimenu> e sobre a legitimidade da prova colhida no inquérito.
mão própria c
Por fim, quando da expedição da carta, o Secretário deverá
obedecer fielmente ao que determinar o Promotor de Justiça no termo de
deliberação que a ela fizer alusão, sempre identificando no instrumento
o IC ou representação originária, o nome do investigado, os órgãos de
execução deprecante e deprecado, a finalidade da carta e, quando for o
"stno — Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Procitrador-Geral de Justiça".
Endereço da Promotoria. CEP: XXXXX-XXX- Aítinicipio/MA
caso, juntando os anexos.
Telefones: (XX) XXXX XXXX ~ (XX) XXXX XXXX (fax)
Figura 30 - Modelo de Notificação
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.15 Compromisso de Ajustamento de Conduta e informação ao CSMP
ESTADO DO MARANHÃO O art. 5°, §6°, da Lei n° 7.347/85 prevê a possibilidade de o
MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTOR1A DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX Ministério Público "firmar compromisso de ajustamento de conduta
às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título
executivo extrajudicial" (Figura 32). Esse compromisso é o meio amigável
CARTA PRECATÓRIA MINISTERIAL
de resolução do IC e geralmente é formalizado através de termos firmados
na Promotoria de Justiça. Daí a sua expressão mais usual: Termo de
Inquérito Civil n° 01/2006-PJxxx Ajustamento de Conduta (TAC).
Investigado: xxxxxxxxx
Outros legitimados para a ACP, com exceção dos constituídos
Deprecante: xxxxxxx, Promotor de Justiça da Comarca de xxxxxxx, com endereço na Rua
no todo ou em parte por capital privado, também poderão firmar TAC,
xxxxxxx, n° xx, centro, xxxxxxx(MA). CEP: 65xxxxx. mas o instrumento produzido não estará sujeito a instâncias de controle
e, por isso, a eventual negligência na obrigatoriedade de se contemplar a
Deprecado: xxxxxxx. Promotor de Justiça de xxxxxxx, com endereço na Avenida xxxxxx, n° xx,
centro, xxxxxx(MA). CEP: 65xxxxxxx
satisfação do dano na confecção desses TACs poderá ser questionada pelo
Ministério Público na Justiça. Isso porque o compromisso de ajustamento
Finalidade: Inquirir a testemunha xxxxxxx, residente na Av. xxxxxxx, n° xx, centro, xxxxxx(MA), somente atenderá seu fim se contemplar a satisfação integral do dano, sua
sobre os termos da representação n" 01/2006-PJxxx, em anexo, devendo esclarecer os fatos ali reparação ou compensação, conforme o caso.
articulados, sobretudo (determinar assunto e qual o aspecto que deve ser esclarecido).
Depois de toda uma investigação feita pelo Promotor de Justiça
Anexos: cópia da representação n° 01/2006-PJxxx; cópia do temio de declarações de xxxxxxx através de um IC, é comum chegar à conclusão de que realmente há um
colhido na Promotoria de Justiça de xxxxxxx; cópia de termo de deliberação com delegação de interesse coletivo lesado e que precisa ser reparado, tendo já juntado aos
atribuições.
autos todos os documentos e peças de informação necessários à propositura
da ACP contra o transgressor. Geralmente, nesse momento o Promotor
xxxxxx (MA), 07 de janeiro de 2007. de Justiça propõe ao investigado que reconheça a transgressão e firme o
devido TAC, podendo ocorrer também que desde o início das investigações o
investigado já reconheça ter causado o dano e já se disponha a firmar o TAC.
XXXXXXXXXXXXXX Não há nenhuma irregularidade no que tange à obrigatoriedade
Promotor de Justiça
de o TAC dar-se no início ou no final da investigação. Aliás, ele pode ser
firmado inclusive no transcorrer da instrução da própria ACP, quando então
a sua formalização e juntada nos autos judiciais provocarão a extinção do
processo com julgamento do mérito em razão de acordo. O TAC é título
executivo extrajudicial e institui uma obrigação de fazer ou não fazer,
uma sanção pecuniária imposta ao compromissado, ou uma obrigação
"Ano - Mensagem de rodapé aprovada por Alo do Procurador-Gcral de Justiça". reparatória e/ou compensatória.
Endereço da Promotoria. CEP: XXXXX-XXX- Municipio/MA
Telefones: (XX) XXXX XXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
O TAC deverá conter uma cláusula penal que verse sobre pena
pecuniária para o caso de descumprimento das obrigações compromissadas.
Figura 31 - Modelo de Carta Precatória
Essa multa deverá sempre ter caráter cominatório e não compensatório,
68 . 69
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
posto que, além da multa pelo descumprimento, deve-se deixar aberta a comunicação referida no parágrafo anterior terá o
possibilidade de se exigir o cumprimento da obrigação mediante execução prazo de dez dias, a contar do recebimento do aviso,
do título. para responder a requisição de informações.
Nos ICs que tratem de improbidade administrativa, não haverá § 3° - A Corregedoria Geral do Ministério Público
possibilidade de acordos e formalização de TACs. informará ao Conselho Superior na primeira sessão
seguinte ao término do prazo mencionado no
Sempre que o TAC for firmado, seu instrumento, junto com os
parágrafo anterior o conteúdo da resposta, ou a sua
autos do IC, deve ser submetido ao Conselho Superior do Ministério Público falta, para os fins cabíveis.
que, no exercício da função de órgão de execução, poderá homologá-lo ou
não, devendo neste último caso apontar as deficiências da investigação ou
do acordo.
A remessa do TAC ao CSMP será precedida de um termo de
remessa e será formalizada através de ofício encaminhado ao Presidente
do Conselho.
Segundo o art. 22, da Resolução n° 02/2004-CPMP/MA, o TAC
deve conter a qualificação do compromitente e do compromissado, o objeto
do compromisso, as condições de cumprimento, o prazo, as cominações
legais e, apesar de juridicamente não ser formalidade essencial, a assinatura
e qualificação das testemunhas. Além disso, a resolução prevê ainda a
faculdade de publicação do TAC no Diário da Justiça, sem prejuízo de
obrigar o compromitente desde a sua assinatura e afixação no local de
costume.
Com efeito, nesse sentido já sugeria a Recomendação n°
04/2003 (ANEXO C), expedida pelo Procurador-Geral em conjunto com
o Corregedor-Geral do Ministério Público do Maranhão, pois a publicação
no Diário da Justiça proporciona um maior controle do cumprimento dos
prazos pactuados no TAC, nos termos do que dispõe o seu art. 2°, a saber:
Art. 2° - A Biblioteca da ProcuradoriaXjeral de Justiça
enviará à Corregedoria Geral do Ministério Público
cópia da publicação na imprensa oficial dos termos
de compromisso de ajustamento de conduta.
§ 1° - A Corregedoria Geral do Ministério Público
anotará os prazos de conclusão dos termos de
compromisso de ajustamento de conduta e os
comunicará à Promotoria de Justiça correspondente,
até vinte dias antes do seu término, requisitando
informações sobre seu cumprimento.
§ 2° - A Promotoria de Justiça que receber a
70 71
Tl
L
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ESTADO DO MARANHÃO ESTADO DO MARANHÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTOR1A DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX
COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA n° Ol/2005-PJxxx
4. Reafirmando a cláusula sexta do contrato de prestação de serviços de xxxxxx firmado com o
Compromisso de ajustamento de conduta que prestam xxxxxxx, a compromitente fica obrigada a prover toda a infra-estrutura operacional necessária à
os xxxxxx nos autos do Inquérito Civil n° 02/2005- exeeução dos serviços xxxxxx oferecidos, incluindo instalações físicas, móveis e equipamentos que
PJxxx, acerca da prestação dos serviços de xxxxx em possam possibilitar um atendimento digno c satisfatório à população de xxxxxxxx. Quanto ao prédio
Jixxxxxxx, executados cm parceria com o xxxxxxxx. onde são exercidas suas atividades, fica obrigada a instalar-se em prédio diverso do atual, com
espaço físico adequado para o atendimento ao público e ambiente refrigerado, tudo no prazo máximo
Pelo presente instrumento, na forma do art. 5", §6", da Lei n" 7.347 de 24 de julho de de 120 dias, podendo firmar contrato de cessão de bem público com o Município.
1985, alterado pelo art. 113, da Lei n° S.078 de 11 de setembro de 1990, de um lado, o Ministério
Público do Estado do Maranhão, por meio de seu Promotor de Justiça Dr. xxxxxxx, doravante 5. A compromitente fica obrigada a disponibilizar pelo menos 03 terminais de atendimento nos
denominado compromissário, e de outro lado os xxxxxxx, com sede na Praça xxxxx, n° xxx, centro, primeiros dez dias de cada mês para atendimento ao público, não podendo operar com menos de dois
xxxxxxx(MA), por meio de representante com poderes para este ato, doravante denominada de terminais por mais de 5 dias nos demais dias restantes do mês.
empresa comprotnilente, celebram o presente COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE
CONDUTA desta última, nos seguintes termos: 6. Em caso de dcscumprimcnto das obrigações assumidas nos itens de l a 5, a compromitente pagará
a título de cláusula penal, multa no valor de 03 salários mínimos vigentes na data do pagamento, por
1. Fica reafirmada a obrigatoriedade de a compromitente prestar os serviços xxxxx de interesse da dia de atraso na resolução da pendência, observados os limites de prazo estabelecidos para as
comunidade local, sobretudo saques, depósitos, pagamentos, revalidação de senhas, retirada de providências devidas para a promoção das suas soluções. Os valores das multas serão revestidos ao
cartões e talões de cheque e pagamentos de benefícios, sem prejuízo dos demais serviços previstos Fundo Municipal da Infância e Adolescência de xxxxxxx, de acordo com o que prevê o art. 12, inc.
na cláusula primeira do contrato de prestação de serviços de correspondente bancário celebrado entre VIII, da Lei Municipal n° xxxxxxx..
a compromitente e o xxxxxxx, quais sejam: "recepção e encaminhamento de propostas de abertura
de contas de depósito à vista, a prazo c de poupança; recebimentos e pagamentos relativos a contas 7. O não-pagamento da multa implica sua cobrança pelo Ministério Público, com correção
de depósitos à vista, a prazo e de poupança; aplicações e resgates em fundos de investimento; monetária, juros de 1% (um por cento) ao mês e multa de 10% sobre o montante devido;
recebimentos c pagamentos decorrentes de convénios de prestação de serviços mantidos pelo
xxxxxx na forma da regulamentação cm vigor; execução ativa c passiva de ordens de pagamento cm
8. Este compromisso produzirá efeitos legais a partir de sua celebração c terá eficácia de titulo
nome do xxxxxx; recepção e encaminhamento de pedidos de empréstimos e de financiamentos;
executivo extrajudicial, na fornia dos arts. 5°, §6°, da Lei n° 7.347/85, e 585, inc. VII, do Código de
análise de crédito c cadastro; execução de cobrança de títulos; outros serviços de controle, inclusive Processo Civil.
processamento de dados, das operações pactuadas; outras atividades autorizadas pelo Banco Central
do Brasil." Depois de lido c achado conforme, compromitente c compromissário firmam o
presente compromisso de ajustamento de conduta.
2. A compmmitente reconhece a deficiência da prestação dos serviços de correspondente bancário
cm xxxxxx, sobretudo com relação à sua suspensão ininterrupta por tempo desarrazoado c sem
manutenção dos equipamentos danificados, não tendo prestado estes serviços efetivamente por
xxxxxx (MA), 11 de maio de 2005.
dezessete dias em fevereiro, quatorze dias em março e seis em abril de 2005. Reconhece também a
precariedade das instalações físicas do prédio dos xxxxxxx em que funciona em xxxxxx, sem
acomodações e refrigeração, bem como com guichès insuficientes para atender à demanda local, no
número de dois.
XXXXXXXXXXX XXXXXXXJiXXX
Compromitente Promotor de Justiça
3. Por qualquer que seja a motivação para a suspensão da prestação dos serviços de xxxxxxx, a
comprotnitenle fica obrigada a restabelecer os serviços no prazo máximo de 72 horas, nunca
ultrapassando o limite de 48 horas para os casos de suspensão por razão da danificação de
equipamentos de informática necessários para a captação dos serviços.
"Ano - Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Procitrador-Geral de Justiça".
"Ano - Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Procurailor-Gcral de Justiça".
Endereço da Prumotoria. CEP: XXXXX-XXX- Munifipio/MA
Endereço <fa Promotnria. CEP: XXXXX-XXX- Mitnici/nn/AfA
Telefones- (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
Figura 32 - Modelo de Compromisso de Ajustamento de Conduta
j2 — 73
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.16 Promoção de arquivamento e informação ao CSMP
ESTADO DO MARANHÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO
Esta é outra forma de encerramento do IC e ocorre quando o PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX
Promotor de Justiça, após toda uma investigação conclui que não há lesão
a interesse coletivo ou que esse interesse já foi preservado pelo próprio Inquérito Civil n° 02/2006-PJXXXX
Representante: Tribunal de Contas do Estado do Maranhão
interessado ou por terceiros, independente de compromisso de ajustamento Representado: xxxxxxxxxxxxxxx.
de conduta (Figura 33). Assunto: Desaprovação de contas. Presidente da Câmara Municipal de xxxxxxxxxx.
Exercício financeiro de 1998.
O arquivamento poderá incidir sobre inquéritos civis, assim como
sobre meras peças de informação avulsas que chegam ao conhecimento PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO
do Promotor. Em todo caso, as promoções de arquivamento devem ser
submetidas a avaliação do Conselho Superior do Ministério Público que as Tratam os autos deste Inquérito Civil de informação do Presidente do Tribunal de
homologará ou não. Nesse último caso, há regra expressa na Resolução n° Contas do Estado dando conta da desaprovação das contas da cx-Prcsidcntc da Câmara de
Vereadores do Município de xxxxxxxxxxx, Sr3, xxxxxxxxxxx, referentes ao exercício financeiro de
23/2007 do CNMP que o CSMP deverá, caso entender necessário, converter 1998.
o IC em diligência para realização de atos imprescidíveis a sua decisão,
Foram acostados ao oficio de encaminhamento tanto o RIT (Relatório de Informação
sempre requerendo a nomeação de outro órgão de execução diferente do Técnica), como o RAD (Relatório de Análise de Defesa), sendo que, no primeiro, foram apontadas
várias irregularidades, a saber, "ausência de contrato" com prestadores de serviços e ''despesas sem
originário para prosseguir nas investigações ou propor a ACP que entenda previsão orçamentaria" (fls. 06). Ern razão dessas irregularidades o julgamento foi convertido em
devida (art. 10, §4°). diligência para que a sua responsável as justificasse e juntasse documentos que as afastasse.
No âmbito do Ministério Público do Maranhão, a Resolução Atendido o chamado da Corte de Contas, a investigada apresentou alguns documentos
n° 02/2004 do CPMP/MA assevera que meras peças de informação, mal ditos sonegados quando da apresentação de contas por "mero esquecimento ou descuido na hora da
sua montagem". Contudo, as justificativas não foram suficientes para afastar todas as irrcgularidadcs
instruídas e desprovidas de qualquer razoabilidade que possa deflagrar a apontadas no primeiro relatório, tendo subsistido no teor do segundo (Relatório de Análise de
Defesa) as seguintes pechas: 1) despesas sem previsão orçamentaria para aquisição de medicamentos
defesa de qualquer interesse coletivo, poderão ser indeferidas e arquivadas e materiais escolares para ajudar pessoas carentes do Município, despesas com grupos de jovem da
liminarmente pelo Promotor, cabendo recurso do interessado notificado do cidade, pagamentos de hospedagem de atletas por ocasião das comemorações do aniversário da
cidade c alguns melhoramentos cm ruas; c 2) Repasses feitos fora do prazo legal.
arquivamento ao CSMP.
Previsão semelhante foi instituída pelo CNMP, pois no art. 5°, De logo, de se afastar a alegação dessa última suposta irregularidade apontada pela
equipe técnica do TCE, pois o repasse que o relatório técnico refere-se é o do Poder Executivo ao
da Resolução n° 23/2007-CNMP, assevera que em caso de manifesta Legislativo, cuja irregularidade repousaria sobre o Prefeito de então, em nada guardando relação,
portanto, com o julgamento das contas em análise, que trata de contas da ex-Presidente da Câmara
evidência de que os fatos narrados na representação não configurem lesão Municipal de xxxxxxxxxxx. Essa referência, inclusive, ficou bem clara quando do parecer da
aos interesses ou direitos mencionados no art. 1° daquela Resolução, Asscssoria Especial de S. Exa. o Procurador Geral de Justiça, às fis. 39.
ou se o fato já tiver sido objeto de investigação ou de ação civil pública Quanto à primeira irregularidade subsistente, apontada no Relatório de Análise de
proposta pelo Ministério Público ou, ainda, se os fatos já se encontrarem efesa, compulsando os autos, em especial o voto do relator e o Acórdão primeiro de julgamento,
:rifico que o dispositivo da decisão tratou tão-somente de "julgar irregulares" as contas, sem
solucionados, o Órgão de Execução poderá, no prazo de 30 dias, indeferir o
pedido de instauração de inquérito civil, em decisão fundamentada, da qual
se dará ciência pessoal ao representante, que poderá recorrer ao Conselho
"Atro - Mensagem de rodapé aprovada por Ato dn Procurudnr-Geral de Justiça".
Superior do Ministério Público no prazo de 10 dias. Endereço da Promotona. CEP: XXXXX-XXX'- Municipio/MA
Telefones: (XX) XXXX XXXX - (XX} XXXXXXXX'(fax)
Figura 33 — Modelo de Promoção de Arquivamento
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.17 Ação Civil Pública e informação ao CSMP
ESTADO DO M A R A N H Ã O
MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTOR1A DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX Instituída pela Lei n° 7.347/85, a ACP é a forma judicializada de
se pôr fim a um IC. Depois de toda a instrução do inquérito e não sendo
Com isso, o que se infere c que formalmente, segundo o julgamento da Corte de
caso de arquivamento, o Promotor de Justiça geralmente, e quando a
Contas, não ficou demonstrado enriquecimento ilícito que ensejasse a restituição a erário. Tanto é natureza do interesse coletivo permite, propõe ao investigado que firme
verdade que, repita-se, não houve "imputação de débito". Não há que se falar, pois, em ação judicial
para reparação ao erário. compromisso de ajustamento de conduta para que adeque sua postura de
forma a preservar o interesse coletivo e/ou repará-lo.
Sobejariam então, no âmbito do Ministério Público Estadual, tão-somcnte as
providências no sentido de ver reconhecida judicialmente a flagrante improbidade administrativa que Se o Ministério Público não conseguir lograr êxito na
as irregularidades apontadas no julgamento do TCE representaram. Contudo, as contas referem-se ao
exercício financeiro de 1998, segundo ano do mandato de dois anos, da cx-Prcsidcnte de Câmara formalização do TAC, não terá alternativa senão a propositura de uma
investigada, não havendo como, assim, à luz do art. 23, da Lei n° 8.429/92, deixar de se admitir a ACP (Figura 34). Nesse caso, o PA será acostado à inicial como peças
prescrição acerca de pretensão por reconhecimento da referida improbidade administrativa.
de informação a subsidiarem o pedido. Porém, cabe uma observação:
Assim, promovo o arquivamento do presente Inquérito Civil e o remeto ao E.
Conselho Superior do Ministério Público para os fins de que trata o art. 30, da Lei n° 8.625/93 e o em casos em que o Promotor de Justiça julgar pertinente e que mereçam
art. 30, da Lei Complementar Estadual n° 13/91, ex vi ainda do disposto no art. 17, parágrafo único, precaução por qualquer motivo, poderá ser mantida na Promotoria de
da Resolução n° 02/2004-CPMP/MA.
Justiça cópia do IC, representação ou peça de informação que originou
1 - Dc-sc baixa no livro próprio de inquéritos civis desta Promotoria;
a ACP, a qual deve ficar guardada pelo menos até o trânsito em julgado
2 - Oficie-se ao CSMP, remetendo em anexo os presentes autos; da ação. O local de armazenamento dessas cópias denomina-se "arquivo
xxxxxxxxxxxxx (MA), 18 de julho de 2007. ativo", em contraposição ao "arquivo morto", geralmente composto por
peças de informação e procedimentos administrativos com arquivamento
homologado pelo CSMP.
Volvendo ao tópico, vale observar que o objeto da ACP é o
mesmo que constaria no TAC e buscará proteger e reparar os mesmos
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx interesses coletivos, só que através de uma ordem judicial que compelirá
Promotor do Justiça
o réu-transgressor a uma obrigação de fazer ou não-fazer ou ainda a uma
obrigação de dar ou de indenizar.
Embora seja um meio eficaz, nem sempre a ACP é o meio mais
eficiente para se proteger o interesse metaindividual e, por isso, o Promotor
de Justiça só a manejará se for impossível a composição do conflito através
do TAC. Há algumas razões práticas para que o TAC seja mais interessante
"Ano —Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Procurador-Geral de Justiça". em termos de eficiência: primeiro, no TAC o Promotor de Justiça, sem
EnJercçf) da Promoloria. CEP: XXXXX-XXX- Municipio/MA
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXX XXXX (fax) perder de vista a imprescindibilidade de necessariamente contemplar a
integral reparação e preservação do interesse coletivo, poderá estabelecer
com o investigado uma margem de discricionariedade para facilitar o
acordo, sempre ponderando entre os seus interesses e os da sociedade.
A possibilidade desse diálogo proporciona o fechamento de acordos
voluntariamente solvíveis; segundo, com o manejo da ACP, entra em cena
76 77
L
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
um terceiro imprevisível e determinante: o Juiz. Ele é quem apreciará o
pedido do Ministério Público e tem independência funcional para não
atendê-lo se assim entender. E, acima dele, ainda há o Tribunal de Justiça ESTADO DO MARANHÃO
que poderá não concordar com uma decisão favorável ao Ministério Público MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX
em primeiro grau de jurisdição. Daí as dificuldades aumentam para que se
implemente a defesa do interesse coletivo; e, terceiro, com o firmamento Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da Comarca de xxxxxx.
do TAC, já se exaure a fase de conhecimento do direito, posto que o
compromisso de ajustamento é título executivo extrajudicial. Seu eventual
descumprimento já ensejaria então somente uma ACP executória.
No IC que é encerrado com o manejo de uma ACP, o Promotor
de Justiça lançará duas determinações ao Secretário no último termo de
deliberação: primeira, como a ACP não deixa de ser uma forma de extinção
do IC no âmbito administrativo da Promotoria, essa anotação deve ser
feita através de baixa no livro próprio; e, segunda, pelo mesmo motivo
O Ministério Público Estadual do Maranhão, através de seu órgão de execução.
da primeira, o manejo da ACP deve ser informado ao CSMP através de Promotor de Justiça abaixo assinado, com fulcro no art. 129, inc. III da Constituição Federal, art. Io,
carta oficial direcionada ao seu Presidente, com cópia da petição inicial inc. IV da Lei n° 7.347/85, art. 82, inc. I, da Lei n° 8.078/90, vem perante V. Exa. propor
respectiva em anexo. AÇÃO CIVIL PÚBLICA
COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA ESPECÍFICA DE OBRIGAÇÕES
Proposta a ACP, o Secretário anotará todos os seus dados em um DE FAZER E NÃO FAZER
cadastro de acompanhamento dessas ações que deverá haver na Promotoria
de Justiça. Nele, o Secretário anotará sucintamente as etapas do processo e, cm face do banco xxxxxx, Correspondente Bancário em xxxxxx, com sede na Av. xxxxxx, s/n°,
quando os autos não estiverem com vista ao Promotor de Justiça, sempre centro, onde deve receber citação e intimações. E o faz pelos fatos que passa a expor:
o alertará sobre o sobrestamento injustificado da ação por mais de trinta
1. Da Legitimidade do Ministério Público
dias, sem despacho do Juiz. Essa medida é importante para que o interesse
metaindividual perseguido na ACP seja contemplado o mais rápido O art. 129, inc. III da Constituição Federal expressa que é função institucional do
Ministério Público "promover o inquérito civil c a ação civil pública para a protcção do património
possível, posto que interessa a toda a comunidade local. público c social, do meio ambiente e de outros interesses difíi.ws e coletivos".
Do estudo da teoria dos interesses coletivos, infcrc-sc que a necessidade de sua defesa
por substituto processual dá-se por duas razões: porque geralmente a diferença de poderio
económico entre lesado e transgressor é muito grande; e porque os interesses coletivos só refletem
expressividade a ponto de estimular a demanda se vislumbrados numa perspectiva macro, ou seja, o
beneficio que o autor de uma ação tem como resposta ao seu interesse lesado individualmente é
sempre muito pequeno para que se veja disposto a travar uma batalha judicial. Em suma, a defesa
dos interesses coletivos não se identifica com a desigualdade de forças e com iniciativas
desencorajadas pelo fato de se os ver, em uma ótica estritamente individual, deflagráveis tão-
somente para defesa de interesses disponíveis de pequena monta. O risco e o beneficio da ação
judicia! não se equivalem para o prejudicado individuado.
"Ano - Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Procurador-Geral de Justiça ",
Endereço da Promotoria. CEP: XXXXX-XXX- Mumdpío/UA
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
Figura 34 - Modelo de Ação Civil Pública
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MINISTÉRIO PÚBLICO
MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTORJA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX
PROMOTORJA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX
No caso em exame, é sintomático perceber que é desencoraja do r a um consumidor, 2. Dos Fatos
por si só, intentar uma ação com vista a exigir a adequação da prestação de serviços bancários a
toda uma coletivídadc de consumidores, por parte de uma empresa bancária do jac?. do xxxxxx.
Foi protocolada em 08/02/2006 na Promotoria de Justiça de xxxxxx uma
Daí, impõe-se a conclusão de tal interesse amoldar-se aos que ensejam prestação representação dando conta de que o banco xxxxxx, como correspondente bancário cm xxxxxx,
jurisdicional através de demandas coletivas manejadas por substitutos processuais como o inclusive com prestação de serviço de banco postal, teria deixado de acatar o pagamento de
Ministério Público. Com efeito, o interesse de adequar a prestação do serviço de correspondente duplicatas e outros títulos, emitidos por outros bancos e que ultrapassassem o valor de RS 300,00.
bancário por parte do xxxxxx à necessidade do público de xxxxxx coincide com a espécie de Pagamentos de títulos acima desse valor somente poderiam ser feitos cm agencias bancárias
direito difuso do art. 81, I, da Lei n° 8.078/90, segundo o qual são entendidos assim os maiores com sede na cidade-pólo mais próxima, no caso, xxxxxx.
''transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas
por circunstâncias de fato". Instado a prestar informações sobre o fato, o xxxxxx reconheceu que limita a R$
300,00 para pagamento de títulos expedidos por cedentes que não constem de seus cadastros.
Além do mais, o próprio Código de Defesa do Consumidor, em seu art. Í52, I, Escudando-sc no frágil argumento de, com essa limitação, tentar coibir o crime de lavagem de
legitima o Ministério Público para a defesa de interesses colctivos que envolvam relações de dinheiro, justificou suas medidas internas da seguinte forma:
consumo.
Por derradeiro, vale citar que o STJ já afastou por completo o argumento de que não "Quanto ao recebimento de títulos, por se iratar de correspondente bancário, (...) o
se aplica o CDC às relações de consumo de serviços bancários, inclusive sumulando a respeito Banco xxxxxx se reserva no direito de estabelecer determinados limites, a saber:
(Súmula 297/STJ). Vale trasladar alguns arcstos nesse sentido; Para Títulos do Bradesco:
STJ-1S938S) PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE Em tais casos, o Banco xxxxxx, conhece e tem histórico cadastral e financeiro do
PREQUtSTlONAMENTO. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. cedente, que é seu cliente. Portanto, mesmo que a pessoa que efctua o pagamento do
APLICABILIDADE ÀS INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS. SÚMULA 297/STJ. titulo não tenha conta de timlaridadc no Banco xxxxxx, este conhece que está
INCIDÊNCIA. recebendo o valor pago pelo título e tem como adotar, junto ao Banco Central do
I. As normas apontadas como violadas não foram objeto de apreciação pelo acórdão Brasil, eventuais medidas inibidoras de possíveis alividades de fomentação à
recorrido, restando ausente o prcqucslionamento (Súmulas 282 e 356 do STF). lavagem de dinheiro;
II. Nos termos da Súmula 297/STJ, aplica-sc o Código de Defesa do Consumidor às
instituições financeiras. Para Títulos de Outros Bancos:
III. Agravo regimental não provido.
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento n" 643169/SP (2004/0167494-0), 4" Em tais hipóteses, o Banco xxxxxx não possui qualquer histórico ou informações a
Turma do STJ, Rei. Min. Aldir Passarinho Júnior, j. 13.12.2005, unânime, DJ respeito do cedente, que sequer conhece, podendo incorrer no equivoco de
13.02.2006). contribuir para a fomentacão da atividadc de lavagem de dinheiro, uma vez que o
correspondente não é especializado em operações financeiras de altos valores e de
STJ-IS6810) CONTRATO BANCÁRIO. REVISÃO. POSSIBILIDADE. CÓDIGO grande complexidade e não possui meios técnicos para coibir tal prática ilícita.
DE DEFESA DO CONSUMIDOR. INCIDÊNCIA.
O Código de Defesa do Consumidor incide sobre os contratos firmados com Sc o sacado c cliente do Banco xxxxxx. este tem. fio mínimo, conhecimento do
instituições financeiras. Os contratos bancários são passíveis de^rCvisão judicial, histórico cadastral e financeiro de quem efetua o pagamento, e daí o limite de RS
pois não se podem validar obrigações nulas. Agravo iniprovido. •***•.' 3.500,00, fixado para quem paga com cheque de conta aberta no Banco xxxxxx, por
(Agravo Regimental no Recurso Especial n° 731708/RS (2005/0039005-4), 3* meio da unidade do Banco Postal. E o pagamento em cheque permite, também, a
Turma do STJ, Rei. Min. Castro Filho. j. O l .09.2005, unânime, DJ 17.10.2005). identificação da origem do recurso.
Se o título de outro banco é pago por não-cliente, em dinheiro, o xxxxxx não tem
qualquer histórico e não conhece nem o cedente e nem quem efetua o pagamento.
Desta forma, o Ministério Público, na defesa dos interesses difusos dos potenciais
consumidores dos serviços de correspondente bancário que presta o xxxxxx cm xxxxxx, é parte Para esses casos, o limite de RS 300,00 f trezentos reais) atende a grande maioria da
legitima. população e dos títulos emitidos e coíbe a prática de lavagem de dinheiro,
resguardando interesses públicos".
"Ano - Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Procurador-Geral de Justiça ". "Ano - Mensagem de rodapé aprovada por Ata do Procurador-Geral de
Endereço Já Promotoria. CEP: XXXXX-XXX- Municipio/MA Endereço da Prnmolariu. CEP: XXXXX-XXX- Municipio/MA
Telefones: (XX) XXXX XXXX - (XX) XXXX XXXX (fax) Telefones: (XX) XXXX XXXX - (XX) XXXX XXXX (fax)
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3. Do Direito
Ora, por via oblíqua, o Banco xxxxxx faz nada menos do que condicionar a
negociação de títulos acima de RS 300,00 e aic o limtlc de RS 3.500,00 ã abertura de conta
bancária em sua agência em xxxxxx, porquanto, não sendo correntista, o consumidor local
Pelo que se infere da Súmula 297 do STJ, a prestação de serviços bancários não pode
somente poderá negociar títulos até o limite de RS 300,00. O abuso é cristalino, cabendo frisar que
furtar-sc ao que determina o Código de Defesa do Consumidor, devendo a qualidade da sua oferta
essa postura de preterição de consumidor guarda, inclusive, adequação típica ao crime contra as
regular-se por ele no que toca ao respeito aos direitos do consumidor e proibição de cláusulas
abusivas. relações de consumo capiailado no art. 7°, da Lei n° 8.137/90, segundo o qual "constitui crime
favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês", agravando-se a pena em caso de o
crime ocasionar grave dano à coletividade (art. 12, inc. l, da mesma Lei).
Daí, mesmo sendo o único correspondente bancário cm xxxxxx, o Banco xxxxxx
deve preservar a liberdade de escolha do consumidor no que couber c a igualdade de tratamento
entre consumidores para efetuar uma adequada e eficaz prestação de serviços que atenda à
necessidade do público em geral. Veja-se o que diz o CDC nesse aspecto:
- , acaano p o r
los a serem seus clientes. E faz isso de uma forma v i l , pois não deixa outra opção aos
Art. 6° - Sào direitos básicos do consumidor:
(omissis) consumidores de xxxxxx que queiram negociar títulos com valores acima de RS 300,00, pois é o
único correspondente bancário na cidade.
II - a informação adequada c clara sobre os diferentes produtos e serviços,
asseguradas a liberdade de escolha c a igualdade nus contratações.
(omissis)
X - a adequada c eficaz prestação dos serviços públicos cm geral. 4. Da Antecipação da Tutela Específica
Na contramão do que assegura o Código de Defesa do Consumidor, a partir do
momento em que o xxxxxx limita as negociações com títulos em RS 300,00 quando emitidos por
outros bancos e pagos a pessoas não-correntistas, e, ao conirário, abre a margem de negociação em
R$ 3.500,00 para pagamentos de títulos do próprio banco, restringe a prestação de serviços
bancários a um número considerável de pessoas que não são correntistas do xxxxxx c que querem
ter ci opção cie não sei".
Na verdade, o que essa medida sugere é a imposição de uma condição para
negociações com valores acima de R$ 300,00: que o consumidor do serviço seja correntista do Afastada aqui a análise da antecipação da tutela com base no art. 273 do CPC, eis
banco. Isso encerra clara c ilícita captação de clientela, devendo ser fustigada para consagração do que se trata de pedido obrigacional, mas sim à luz do texto do art. 461, §4°, do mesmo Estatuto,
direito de escolha e igualdade nas relações financeiras. tcm-sc por salutar a concessão da antecipação do provimento jurisdicional.
Esse tipo de restrição afronta ainda o princípio constitucional da isonomia, cuja Pelo que se percebe dos fatos, da forma como está hoje, qualquer consumidor de
lúcida interpretação para o caso cm exame deve resguardar as mesmas oportunidades de consumo serviços bancários de xxxxxx terá que se deslocar a xxxxxx, a 100 sofríveis quilómetros, para
de serviços bancários nào-exciitsivos a cotrentislas, íanto para eslcs quanto para os que não são poder negociar títulos que ultrapassem o módico limite de RS 300,00 e isso demanda custo para o
clientes do xxxxxx, sendo importante não olvidar que, no presente caso, o Banco xxxxxx é o único consumidor, fuga de capital para outro mercado e proporciona uma mitigação do poder económico
correspondente bancário em xxxxxx. £.. dos humildes habitantes locais, tudo para satisfazer as unilaterais, abusivas e aproveitadoras
normas internas do Banco xxxxxx editadas cm detrimento de uma coletividade difusa de
A titulo de fundamentação, sobeja ainda o fato de que a postura restritiva do Banco consumidores.
xxxxxx o faz incorrer na adoção de cláusula abusiva na prestação do serviço bancário. Vcja-sc
mais uma vez a dicção do Código de Defesa do Consumidor: Esse espectro de previsões faz concluir que uma prestação jurisdicional ulterior,
somente após incursionar esse juízo por uma cognição exauricntc, não contemplaria os interesses
"Art. 39 - É vedado ao fornecedor de produtos c serviços, dentre outras práticas emergenciais da coletividade de xxxxxx. A prestação jurisdicional antecipada urge para evitar
abusivas: mais empobrecimento, limitações de negócios e renda dos consumidores locais. Assim, é de bom
I - condicionar o fornecimento do produto ou serviço ao fomecimenio de outro tom a antecipação da tutela específica para adequação dos serviços de correspondente bancário
produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos, (omissis)"
por pane do Banco xxxxxx em xxxxxx, com imposição de multa para o caso de descumprimento,
nos termos do art. 461, §5", do CPC.
"Ano — Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Procitrudur-Gcral de Justiça".
Endereço tia Promoíoria. CEP: XXXXX-XXX- AIunicipio/MA "At o — Mensagem
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXX XXXX (fax) Endereço lia Promoloria. CEP: XXXXX-XXX- Municipio/MA
Tclefo ies: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
. —
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2.18 Formalidades importantes
ESTADO DO MARAMIÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO Em se tratando de IC, não há que se perder de vista algumas
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX
formalidades aparentemente prescindíveis, mas que têm valor imensurável
5. Do Pedido
para a idoneidade da investigação ou para a força probatória que subsidiará
os pedidos eventualmente a serem formulados em uma ACP.
Ante o exposto, o Ministério Público requer liminarmente:
1) seja concedida antecipação da tutela específica da obrigação de não fazer,
inaudita altera parle, para que o Banco xxxxxx não restrinja ao quantum de RS 300,00 a 2.18.1 Numeração de folhas
negociação e pagamento dos títulos de crédito, tais como duplicatas e cheques, emitidos por outros
bancos que não sejam o próprio xxxxxx, c que não tenham como beneficiários e/ou sacados
clientes deste;
2) seja concedida a antecipação da tutela específica da obrigação de fazer, A numeração de folhas é importante por duas razões: primeiro,
inaudita altera parte, no sentido de que o banco xxxxxx disponibilize para não-clientes
beneficiários c/ou sacados e para os casos de títulos não emitidos pelo xxxxxx, o mesmo limite de impede que haja acréscimo de documentos no 1C ou retirada indevida deles.
negociações para títulos de credito negociados por seus corrcntistas, ou seja, R$ 3.500,00 ou outro Sempre que houver necessidade de retirada de folhas do IC, será justificada
qiianttitn que estabelecer, de fornia a uniformizar o atendimento, respeitando a isonomia no
tratamento dos consumidores que só têm o xxxxxx como opção de correspondente bancário em e determinada pelo Promotor de Justiça em termo de deliberação. O mesmo
xxxxxx.
procedimento ocorrerá para o caso de alteração da numeração delas;
3) que, para a efetividade dos provimentos jurisdicionais dos itens acima, seja segundo, a numeração facilita as referências aos documentos produzidos
atribuída ao Réu multa de RS 3.000,00 por dia de descumprimento, valor a ser revestido ao Fundo
Nacional de Defesa de Interesses Difusos, criado pela Lei n° 7.437/85 c regulamentado pelo Dec. no IC quando da elaboração da ACP ou de qualquer outra peça durante
n° 1.306/1994; o processo judicial, ou mesmo na elaboração do TAC ou promoção de
Pede ainda: arquivamento.
4) seja citado o réu, banco xxxxxx, localizado no Av. xxxxxx, s'n°, centro, xxxxxx A numeração da folha deve ser feita preferencialmente na sua
para. querendo, contestar os pedidos; parte superior direita, sempre com carimbo que identifica a Promotoria
5) sejam confirmadas cm definitivo as antecipações das tutelas específicas de fazer c de Justiça, o número respectivo da folha e uma rubrica simples do
não fazer antes deferidas, ou, se não deferidas, que sejam concedidos os pedidos que as compõem, Secretário.
autonomamente, em caráterde decisão definitiva final, em sentença de mérito.
Protesta provar o alegado pelos documentos acostados, pelo depoimento pessoal de
prcposto do Réu c oitiva da testemunha xxxxxx, que pode ser encontrada na Rpa'xxxxxx, s/n°,
centro, nas dependências da loja xxxxxx, nesta cidade, sem prejuízo de outras^ue poderão ser
2.18.2 Documentando a realização de audiências públicas
arroladas no prazo legal.
Dá-sc à causa o valor de R$ 10.000,00.
xxxxxxxxxx (MA), 21 de junho de 2006. As audiências públicas são ferramentas preciosas para a defesa
dos interesses metaindividuais de uma comunidade (Resolução n° 02/2004-
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Promotor de Justiça
CPMP/MA, art. 21) e são um instrumento de trabalho muito utilizado pelo
Ministério Público. Por isso, o Secretário deverá estar preparado para
"Ano - Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Prociirador-Geraí de Justiça".
Endereço da Promoloria. CEP: XXXXX-XXX- Mimicipio/MA formalizá-las desde a convocação até a ata dos trabalhos.
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXX XXXX (fax)
Deliberada pelo Promotor de Justiça a realização da audiência
pública — no bojo de um IC ou fora dele, em caráter preliminar — todas
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
as providências a serem tomadas deverão estar elencadas no termo de dos representantes das entidades que tenham promovido a audiência em
deliberação respectivo. Primeiro o Promotor delimitará o assunto da parceria com o Ministério Público (Figura 35).
audiência e depois elencará as providências necessárias para sua realização, Aqui, uma observação importante: como a ata será elaborada
tais como: escolha de data e horário, bem como do local apropriado; em momento posterior ao evento, não levará as assinaturas dos presentes.
edital e nota de convocação da população para divulgação na imprensa Essas assinaturas constarão de uma "lista de presença" que será a eles
local; requisição de serviços para promoção da logística necessária, tais apresentada para assinatura, no local da audiência, na medida em que
como a disponibilidade de mesas, cadeiras, microfones, caixas de som, forem chegando. É necessário que seja preparada uma mesa na entrada do
gerador, serviços de limpeza de banheiros e de copa, etc. Algumas dessas local somente para essa providência.
providências deverão ser viabilizadas junto às Prefeituras, Câmaras O texto da ata não deverá ter parágrafos ou espaços que não sejam
Municipais e até mesmo à própria Procuradoria Geral de Justiça. próprios da sua elaboração. Essa providência justifica-se pela garantia
Chegado o momento da audiência pública, com a supervisão do de não se poder acrescentar nada ao texto depois que for encerrado. A
Promotor de Justiça, o Secretário deverá expor aos presentes as suas regras propósito, a ata deverá encerrar com expressão que sugira o seu fim.
e o seu roteiro, zelando pela ordem dos trabalhos pessoalmente se for ele o Além de digitada e juntada uma via nos autos do IC, a ata
"Mestre de Cerimónia", ou através de outra pessoa que tenha sido designada deverá ser transcrita pelo Secretário, de próprio punho, no livro próprio da
para esta função. Se estiver presente na audiência pública o Cerimonial da Promotoria de Justiça.
Procuradoria Geral de Justiça, esse trabalho será feito por sua equipe com
a orientação do Secretário do IC e do Promotor da Comarca.
Oroteirodaaudiênciageralmenteécompostodetrês fases: abertura
e composição da mesa, com imediata passagem da palavra ao Promotor
de Justiça que fará considerações acerca do objeto que será consultado à
população; em seguida será franqueada a palavra à comunidade, sendo este
o momento mais importante do evento, posto que, como o próprio nome
sugere, a audiência pública é para "ouvir a população". E, terceiro, depois
de anotadas todas as manifestações dos que usarem da palavra, o Promotor
de Justiça agradecerá aos presentes e encerrará o evento.
Na segunda fase da audiência, o Secretário deverá estar atento
para anotar os nomes das pessoas que usarem da palavra e, sucintamente,
o conteúdo das suas declarações.
Encerrada a audiência pública, o Secretário formalizará a ata
dos trabalhos. No texto, identificará o dia, horário e local de realização,
a presença do Promotor de Justiça e de outras autoridades e o objeto da
audiência. Em seguida lançará no texto, sucintamente, tudo o que houver
acontecido: anotará o teor da manifestação do Promotor, seguido da
identificação dos manifestantes e do teor de suas declarações. Encerradas
as anotações acerca das manifestações da população, o Secretário anotará
o teor do fecho e encerrará a ata com sua assinatura como Secretário e do
Promotor de Justiça como presidente dos trabalhos e, quando for o caso,
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 FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
ESTADO DO MARANHÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADO po MARANHÃO
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX
ATA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA NA CÂMARA DE VEREADORES DO
MUNICÍPIO DE XXXXXX NO DIA 27.04.2005 CUJA PAUTA FOI A DISCUSSÃO provavelmente com o Poder Público, mediante a fiscalização do Ministério Público e de Conselho
ACERCA DA DELINQUÊNCIA JUVENIL EM XXXXXXX, COM APRESENTAÇÃO PELO instituído para esse fim; a terceira etapa visará identificar como se fará o processo de avaliação e
MINISTÉRIO PÚBLICO DE PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE como se monitorará o programa, bem como se disseminarão resultados; por fim a quarta etapa da
ATENDIMENTO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE. elaboração, segundo o Promotor, tratará do orçamento da execução do programa, como serão
identificados os recursos, elaboradas as planilhas e memórias de cálculos. Finalizando a
Aos 27 dias do mês de abril do ano de 2005, às 9h, o Ministério Público Estadual do Maranhão, na apresentação da elaboração do programa, o Promotor disse ainda que depois de elaborado, ele será
pessoa de seu Promotor de Justiça, Dr. xxxxxxx, cm parceria com a Câmara Municipal de xxxxxxx, apresentado à Administração Superior do Ministério Público para que seja tomado oficialmente
promoveu audiência pública para a discussão acerca da delinquência juvenil neste Município, como projeto institucional e, após, será apresentado à Câmara de Vereadores de xxxxxxx na forma
seguindo-se apresentação por parte do Promotor de Justiça, de um programa de atendimento à de projeto de lei para que se torne um programa municipal. Paralela à apresentação do programa, o
criança c ao adolescente que terá a participação de representantes de diversos segmentos da Promotor disse que a Promotoria de Justiça promoverá também um curso de capacitação para
sociedade local na sua elaboração. Estiveram presentes ainda a vereadora-presidente da casa, Sr* Conselheiros Tutelares na primeira quinzena de acosto, com o apoio do CAOp-U/PGJ, com
xxxxxxx, além dos vereadores xxxxxxx, xxxxxxx, xxxxxxx e xxxxxxx. Também se fizeram apresentação dos módulos jurídicos pelos Promotores de xxxxxxx e de outras comarcas, além de um
presentes: Sgt. xxxxxx, representante da Polícia Militar; Sr1 xxxxxxx, representante da Pastoral da técnico da PGJ que tratará da parte institucional do Conselho c de uma psicóloga também da PGJ
Criança; Sr. xxxxxxx, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; que tratará do relacionamento interpessoal entre menores-infratores, familiares e os próprios
Sr1 xxxxxxx, representante da APAE; Sr" xxxxxxx, representante da xxxxxxx; Sr. xxxxxxx, conselheiros. Finalizando, o Promotor de Justiça agradeceu aos presentes e pediu que se apresentasse
representante da Assembleia de Deus; Sr" xxxxxxx. Secretária Municipal de Cultura; Dr. xxxxxxx. quem quisesse participar da elaboração do projeto. Em seguida, aberta a palavra para us integrantes
Secretário Municipal de Finanças c representante oficial do Prefeito Municipal xxxxxxx; Sr1 da mesa, o advogado xxxxxxx, representando o prefeito, abordou também a problemática da
xxxxxxx, primeira-dama e Secretária Municipal de Açao Social; Sr^xxxxxxx, Assistente Social do delinquência juvenil, ressaltando a necessidade de a comunidade se abrir para resolver o problema.
Município; Sr. xxxxxxx, representante da Pastoral Familiar; Sr" xxxxxxx, Secretária Municipal de Afirmou que o município instituiu recentemente o Conselho Tutelar, reconhecendo, porém, a sua
Esporte e Lazer; Sr. xxxxxxx, representante do Conselho Tutelar, além de várias pessoas da estrutura ainda deficitária, inclusive, sem disposição de transporte para a execução das diligências
comunidade. Inicialmente os trabalhos forma abertos pela presidente da Câmara que apresentou o necessárias. Reclamou também da falta de um Delegado de Polícia de carreira no município, o que
tema em discussão, oportunizando a tribuna ao Promotor de Justiça logo em seguida. Ocupando a acredita proporcionar o aumento de mcnorcs-infratorcs na cidade. Finalizou dizendo que o Poder
tribuna, o Promotor fez uma abordagem acerca das categorias de direitos fundamentais previstos Executivo está à disposição para ajudar no que for necessário. Após, a Sr3 xxxxxxx, primeira-dama e
constitucionalmente. Fez uma abordagem acerca da evolução dos direitos fundamentais desde os Secretária de Ação Social do Município, colocou-se à disposição para participar da elaboração do
inerentes aos Estados absolutistas até os intrínsecos aos Estados Democráticos de Direito, tais como projeto, disposição também manifestada pela Sr11 xxxxxxx, Assistente Social do Município. Esta
os direitos de liberdade, igualdade c de fraternidade, pontuando-os entre os direitos de Ia, 24 c 3a disse ainda que o Município vai trabalhar no sentido de melhorar o trabalho do Conselho Tutelar.
gerações. Em seguida e dentro desse contexto, referiu-se especificamente aos direitos da criança e Ainda franqueada a palavra aos integrantes da mesa, o Sr. xxxxxxx, presidente do Conselho
adolescente como direitos fundamentais de prestação material, que necessitam de conformação Municipal dos direitos da criança e do adolescente, alertou para a constatação da proliferação das
legislativa e de discricionariedade administrativa para sua efetiva implementação, seguindo na drogas em xxxxxxx, inclusive na zona rural. Em seguida, o Sargento PM xxxxxxx expôs a
apresentação de uma proposta de elaboração de um programa de atendimento à criança c ao deficiência da policia ao afirmar que dispõem apenas de estrutura humana, estando desprovidos de
adolescente em xxxxxxx, asseverando que o projeto visará a implementação de todas as medidas estrutura física para combater a criminalidade. Ressaltou a necessidade da segurança no Município,
sócio-cducativas previstas no Estatuto da Criança c do Adolescente, salvo a de internação, alem de dizendo que a policia está encontrando sérias dificuldades para controlar os menores-infratores.
um projeto de atividade laborativa para estimular nos menores o trabalho e a o,btenção lícita de Usando da palavra, o Sr. xxxxxxxx. Pastor da Assembleia de Deus, chamou a responsabilidade pelos
renda. O Promotor disse ainda que o projeto será elaborado com a participação efetiva de problemas de xxxxxxx para a sua própria sociedade, que tem que se empenhar nas suas resoluções,
representantes dos diversos segmentos da sociedade civil e coordenado pelo Ministério Público, inclusive provocando as autoridades responsáveis pela promoção da segurança pública. Preocupou-
passando então a tecer comentários acerca das quatro etapas da elaboração: a primeira versará sobre se com a ociosidade dos menores na cidade dizendo que "o jovem desocupado pensa em tudo que
a definição do projeto, o mapa do contexto e os princípios do trabalho; a segunda tratará do plano e não presta" e que "é natural do jovem querer provar que é capaz de tudo". Em seguida, a palavra foi
métodos de trabalho definindo a abrangència social e geográfica do programa, preverá a contratação franqueada aos vereadores, tendo ocupado a tribuna o vereador xxxxxxx, que disse acreditar ser a
de mão-dc-obra c definição de com quem vai ficar a coordenação da execução do programa, Câmara Municipal parceira no projeto do Ministério Publico na tentativa de debelar a delinquência
juvenil em xxxxxxx, afirmando, inclusive, que já há no orçamento de 2005 do Município verba
prevista para a política dos direitos da criança e do adolescente prevista pelo gestor anterior.
"Ano — Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Procitrador-Geral de Justiça ". "Ano — Mensagem de rodapé aprovada por Alo tio Procitrador-Gcral de Justiça",
Etulci-eço </.i Promotoria. CF.P: XXXXX-XXX- Município/MA Endereço da Promolona. CEP: XXXXX-XXX- Municipio/MA
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax) Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX (fax)
Figura 35 - Modelo de Ata
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1L
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.18.3 Correspondências com aviso de recebimento
ESTADO DO MARANHÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE XXXXXXXXX Quando o Promotor de Justiça assim deliberar nos autos do IC,
as correspondências a serem emitidas deverão ser postadas com aviso de
Seguindo a fala dos vereadores, a presidente da Casa, tomou a palavra e disse que toda a sociedade recebimento, e os comprovantes deverão ser juntados aos autos, inclusive
ganhará com o projeto do Ministério Público. Citou outro projeto, de autoria du Promotor de Justiça com uso do termo de juntada.
xxxxxxxxxxx que visava tirar os jovens das drogas c afastá-los do cigarro. A vereadora disse ainda
que os direitos da criança, do adolescente c dos idosos são direitos das famílias de xxxxxx.x. Disse O aviso de recebimento é a garantia de que a correspondência
ainda que a sociedade tem liberdade total naquela casa. Pediu também que todos não se
intimidassem diante dos erros, finalizando ao expressar sua preocupação por as pessoas da chegou ao seu destinatário, o que possibilita ao Promotor de Justiça
população de xxxxxxx não estarem seguras nem dentro de suas próprias casas. Neste momento, foi a cobrança do conteúdo do instrumento remetido e a fixação das
franqueada a palavra à comunidade, tendo ocupado o microfone o Sr. xxxxxxx que perguntou sobre
outros projctos do Ministério Público, tendo o Promotor respondido que tem também ideias de responsabilidades em razão da desídia na resposta.
projetos nas áreas de prevenção à gravidez precoce, violências sexual e familiar e combate às drogas, Uma observação importante: quando o teor da correspondência
mas que serão implementados de forma gradativa. A Sr3 xxxxxxx, funcionária do Fórum destacou a
deficiência na eficácia da implementação das medidas sócio-cducativas no Município, dizendo que o tratar de notificação ou requisição, obrigatoriamente deverá acompanhá-
Conselho Tutelar nunca teve apoio da Administração local e que não tinha material e nem sequer
lugar para trabalhar, pois os conselheiros ficavam "jogados" em uma sala do centro social. A Sr1
la, impressa no envelope, uma "nota de orientação ao carteiro" no sentido
xxxxxxx, integrante do Conselho Tutelar, demonstrou sua indignação sobre o descaso da estrutura de que este colha a assinatura do próprio destinatário como recebedor.
do Conselho Tutelar até tempos bem próximos-passados. Disse que trabalhavam no "Peneirào" e
que procuraram a Justiça para terem melhores condições de trabalho, mas não obtiveram êxito. Disse
Isso porque as notificações e requisições devem ser recebidas em mão
que precisam de uma estrutura adequada para atender a comunidade com autonomia. Disse também própria, senão o Ministério Público não poderá impor o seu cumprimento
que há vereadores que no mandato passado eram contra o Conselho e diziam que não iriam lhes
apoiar para ficar contra o prefeito. O Promotor comentou as colocações da Sr3 xxxxxxxe disse que as com as medidas coercitivas que a lei lhe autoriza, tais como condução
omissões serão cobradas e as responsabilidades fixadas. Em seguida, abrindo-se exceção à ordem coercitiva no caso das primeiras, e ação penal por crimes de desobediência
dos trabalhos, foi oportunizada a tribuna à vereadora xxxxxxx que disse que deseja que a elaboração
do projeto apresentado pelo Ministério Público tenha começo, meio e fim. Disse ainda que entende e prevaricação, além de ação de busca e apreensão, no caso das segundas.
que o projeto irá ajudar muito a comunidade de xxxxxxx, colocando-se à disposição para participar
da sua elaboração. A vereadora xxxxxxx expressou-se também dizendo que os jovens de xxxxxxx
precisam das forças das pessoas interessadas em mudar o quadro da delinquência juvenil. Em
seguida, a palavra voltou à plateia, tendo o Sr. Xxxxxxxx questionado que o projeto só dará certo se
aliado à educação dos jovens. Perguntou quem c o responsável pela evasão escolar cm xxxxxxx,
2.18.4 Correspondências com simples anotação de remessa
tendo o representante da Prefeitura respondido que houve atraso no início das aulas em razão das
reformas nas escolas. Finalizadas as participações da plateia, a vereadora presidente encerrou a
participação da representação da Casa c passou a palavra aos demais integrantes da mesa. A
primcira-dama, Sr" xxxxxxx, agradeceu c destacou que a Prefeitura tem um projeto de fábrica de- As correspondências simples e que não tragam em seu teor uma
calcados cm que podem ser inseridos os mcnorcs-infratorcs. Por fim, o Promotor de Justiça fez
breves considerações acerca da importância do Programa de Atendimento reafirmando a necessidade obrigação com prazo ao destinatário não precisam ser postadas com aviso
de ter na sua elaboração a participação de pessoas interessadas c comprometidas para a sua
execução. Após, agradeceu a todos e, cm nome da presidência dos trabalhos, encerrou a audiência.
de recebimento. Basta que o Secretário anote na via que será juntada aos
Nada mais a relatar, vai a presente ata assinada pelos representantes das entidades que promoveram autos do IC a data de sua remessa. É o caso, por exemplo, dos ofícios ao
em conjunto esta Audiência Pública, a saber. Ministério Público e Câmara Municipal de xxxxxxx,
respectivamente, nas pessoas de seus representantes, o Promotor de Justiça da Comarca e a
CSMP informando da instauração do IC.
Vercadora-Presidcníc da Câmara. Eu, xxxxxxxxxx, , Secretária, lavrei e digitei.
xxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxx
Promotor de Justiça Presidente da Câmara de Vereadores
"Ano - Mensagem de rodapé aprovada por Ato do Procurndor-Geral de Justiça ".
Endereço lia Proinoloria. CEP: XXXXX-XXX— Municipio/MA
Telefones: (XX) XXXXXXXX - (XX) XXXXXXXX(fax)
90 qi
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
2.18.5 Recebimento de documentos e via do portador REFERENCIAS
Os documentos recebidos na Promotoria de Justiça, sobretudo os BRASIL. Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985. Disciplina a ação civil
que possam ensejar instauração de IC, devem conter duas vias: a primeira, pública de responsabilidade por danos' Causados ao meio-ambiente, ao
com os documentos que a acompanharem, ficará na Promotoria; a outra via consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico
conterá a anotação de recibo do Secretário, com local e data e será entregue e paisagístico e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
ao emissário. planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7347Compilada.htm>.
Na via da Promotoria de Justiça, acompanhada de documentos,
também será anotado o local e a data do recebimento pelo Secretário . Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção
que imediatamente a entregará ao Promotor de Justiça para que aprecie e do consumidor e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
delibere acerca do procedimento que será adotado: se arquivada em pasta planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078compilado.htm>.
própria, juntada a algum IC, ou se servirá de base à deflagração de alguma
investigação preliminar ou instauração de novo IC. . Lei n° 8.625, de 12 de fevereiro de 1993. Institui a Lei Orgânica
Nacional do Ministério Público, dispõe sobre normas gerais para a
organização do Ministério Público dos Estados e dá outras providências.
2.18.6 Sigilo Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8625.htm
CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Resolução n.° 23,
Embora seja um procedimento inquisitório e alheio ao contraditório,
de 17 de setembro de 2007. Regulamenta os artigos 6°, inciso VII, e 7°, inciso
em regra, o IC deve pautar-se pelo Princípio da Publicidade, devendo o seu
I, da Lei Complementar n.° 75/93 e o artigos 25, inciso IV, e 26, inciso
teor ser de livre acesso aos interessados e a terceiros. Contudo, quando em
I, da Lei n.° 8.625/93, disciplinando, no âmbito do Ministério Público, a
razão de sua natureza, a lei impuser sigilo à investigação, o Promotor deverá
instauração e tramitação do inquérito civil. Diário da Justiça da República
preservar as informações nela contidas. É exemplo disso quando o Promotor
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 07 nov. 2007. seção l, p. 959-960.
tiver acesso a informações pessoais e sigilosas dos investigados, tais como
movimentações bancária e financeira, declaração de imposto de renda, etc.
MARANHÃO. Ministério Público. Resolução n° 02/2004-CPMP.
Outro caso de se impor sigilo às investigações, é quando a
publicidade da tramitação do IC e de seus atos implicar prejuízo para a Regulamenta a instauração e tramitação de procedimentos administrativos
investigatórios no âmbito do Ministério Público e dá outras providências.
própria investigação e ao interesse público.
A Resolução n° 23/2007-CNMP, em seu art. 7°, impôs exceção ao Diário da Justiça do Estado do Maranhão, Poder Judiciário, São Luís,
05 maio 2004, p. 73.
sigilo no inquérito civil exatamente nessas duas hipóteses.
De qualquer sorte, o Secretário deve ter postura comedida no
manuseio do IC e só deve dar publicidade dele ou entregá-lo à consulta de . . Resolução n° 09/2004-CPMP. Regulamenta o art. 26, da
terceiros com a autorização do Promotor de Justiça. Aliás, é o que sugere o Lei 8.625/93 e o art. 8°, da Lei Complementar 75/93, disciplinando, no
disposto no art. 7°, §2°, IV da Resolução n° 23/2007-CNMP quando aduz que âmbito do Ministério Público Maranhense, a instauração e tramitação
a publicidade do IC consistirá "na prestação de informações ao público em do Procedimento Investigatório Criminal -PIC, e dá outras providências.
geral, à critério do seu presidente". Diário da Justiça do Estado do Maranhão, Poder Judiciário, São Luís,
18out. 2004, p. 133.
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
. . Recomendação n° 04/2003. Dispõe sobre o registro e
publicação dos termos de compromisso de ajustamento de conduta e do
controle dos prazos das obrigações pactuadas e dá outras providências.
Diário da Justiça do Estado do Maranhão, Poder Judiciário, São Luís,
30 set. 2003, p. 68.
MAZZILLI, Hugo Nigro. Inquérito civil: investigação do Ministério
Público, compromissos de ajustamento e audiências públicas. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2000. 566 p.
VIGLIAR, José Marcelo Menezes. Ação civil pública. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 1998.
ANEXOS
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
ANEXO A- Resolução n° 02/2004-CPMP
RESOLUÇÃO N° 02/2004-CPMP
(DJE 05.05.2004)
Regulamenta a instauração e tramitação de
procedimentos administrativos investigatórios
no âmbito do Ministério Público e dá outras
providências.
O COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA, no uso de
suas atribuições legais,
CONSIDERANDO a necessidade de se estabelecer diretrizes
mínimas para maior homogeneidade na forma dos instrumentos legais de
investigação pelos órgãos de execução do Ministério Público,
RESOLVE:
Art. 1° Fica aprovado, como diretriz mínima para instauração e
tramitação de procedimentos administrativos investigatórios no âmbito do
Ministério Público, o anexo seguinte.
Art. 2° - Revogam-se as disposições em contrário.
São Luís, 26 de abril de 2004.
RAIMUNDO NONATO DE CARVALHO FILHO
Procurador-Geral de Justiça
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
ANEXO ÚNICO Art. 5 ° - A representação escrita deverá conter, no mínimo, os
seguintes requisitos:
CAPÍTULO I I - Nome e qualificação do representante e do representado,
DOS PODERES INVESTIGATÓRIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO quando couber;
SEÇÃO I II - Narração circunstanciada dos fatos e indícios de sua
DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS TÍPICOS veracidade.
Art. 6° - Equiparam-se à representação, e em seu livro serão
Art. 1° - No exercício de suas atribuições, o Ministério Público registradas, todas e quaisquer peças de informação remetidas por órgãos
poderá instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos. públicos, dispensadas em tais casos as formalidades do artigo anterior.
Art. 2° - A instauração do inquérito civil dar-se-á de ofício, em Art. 7° - Para fazer levantamento de informações em qualquer
face de representação, ou por designação do Procurador-Geral de Justiça assunto de interesse transindividual, ou proceder a ações de cunho
ou do Conselho Superior do Ministério Público. preventivo, o Ministério Público poderá instaurar procedimento
§1° - A designação do Procurador-Geral de Justiça restringir-se-á administrativo denominado protocolado geral.
às hipóteses de delegação de sua atribuição originária ou de solução de Parágrafo único - As informações coletadas poderão subsidiar
conflito de atribuições; programas e projetos institucionais, bem como recomendações, ações civis
§2° - A designação do Conselho Superior do Ministério Público ou a instauração de inquéritos.
somente caberá na hipótese de não confirmar a promoção de arquivamento
ou de prover recurso. SEÇÃO II
Art. 3° - Qualquer pessoa do povo poderá representar ao Ministério DAS REGRAS COMUNS DE TRAMITAÇÃO
Público na defesa de interesses e direitos transindividuais, verbalmente ou
por escrito. Art.8° - O procedimento administrativo será instaurado por
Parágrafo único - A representação verbal será reduzida a termo. portaria, numerado em ordem crescente, renovada a cada ano, registrado
Art. 4° - A representação será registrada em livro próprio, autuada em livro próprio e autuado.
e encaminhada ao órgão de execução com atribuições para conhecê-la. Art. 9° - A portaria de instauração conterá:
§1° - Ao receber a representação, no prazo de trinta dias, o I - Nome do órgão que instaura o procedimento com menção ao
membro do Ministério Público poderá convertê-la em inquérito civil ou respectivo fundamento legal de sua atribuição;
outro procedimento administrativo, promover a investigação^nos próprios II - Descrição dos fatos e fundamentos de direito que legitimam
autos ou indeferi-la de plano, quando manifestamente infunSàda. a instauração;
§2° - Na hipótese de indeferimento, o membro do Ministério III - Indicação do objeto de investigação;
Público cientificará o interessado, remetendo-lhe cópia de sua promoção. IV - A nomeação de secretário, mediante termo de compromisso,
§3° - Do indeferimento caberá recurso ao Conselho Superior do quando couber;
Ministério Público, no prazo de dez dias da ciência do interessado, que V - Determinação das diligências formais e investigatórias
poderá juntar documentos. iniciais;
§4-0 recurso será protocolado perante o autor do indeferimento, VI - A determinação de afixação da portaria no local de costume,
que o remeterá em dez dias, podendo, nesse prazo, reconsiderar sua bem como a de remessa de cópia ao Procurador-Geral de Justiça para fins
decisão. de conhecimento e eventual publicação, devendo ser expressa esta última
solicitação.
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
Art. 10 - A publicação da portaria no Diário Oficial do Estado, Parágrafo único - Em qualquer hipótese o arquivamento será
não é condição de validade para as demais determinações nela constantes, promovido perante o Conselho Superior, no prazo legal.
inclusive contagem de prazos. Art. 18 - Deixando de homologar a promoção de arquivamento,
Art. 11 - Toda diligência será documentada mediante auto o Conselho Superior designará, desde logo, outro órgão de execução para
circunstanciado. propor a ação cabível ou prosseguir nas investigações, indicando, neste
§1° - A juntada de qualquer documento aos autos deverá ser caso, diligências a serem cumpridas.
precedida do respectivo termo; Art. 19 - Surgindo prova ou fato novo, os autos poderão
§2° - As folhas do procedimento administrativo serão numeradas ser desarquivados por ato fundamentado do autor do procedimento,
e rubricadas pelo secretário. comunicando-se ao Conselho Superior.
Art. 12 - A notificação para comparecimento deverá ser feita com
antecedência mínima de 24 horas. CAPÍTULO II
§1° - O não-comparecimento injustificado será certificado nos DOS OUTROS INSTITUTOS
autos para instruir eventual condução coercitiva;
§2° - A notificação só tornará obrigatório o comparecimento DA RECOMENDAÇÃO, DA AUDIÊNCIA PÚBLICA E DO
quando entregue pessoalmente ao destinatário. COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA
Art. 13 - A requisição consignará o prazo para resposta, bem
como as sanções legais para seu descumprimento. Art. 20 - O Ministério Público poderá expedir recomendações
Art. 14 - No curso da investigação, o órgão do Ministério Público para melhoria dos serviços públicos e dos serviços de relevância pública,
poderá realizar inspeção e vistoria, inclusive acompanhado por técnico fixando prazo para o seu atendimento.
habilitado. Parágrafo único - O atendimento de recomendação expedida nos
§1° - Da inspeção ou vistoria será lavrado auto circunstanciado, autos de procedimento investigatório importará no arquivamento deste,
subscrito pelo membro do Ministério Público, pelos técnicos presentes, quanto ao objeto da recomendação.
assim como por outras pessoas que tenham acompanhado o ato. Art. 21 - O Ministério Público promoverá audiência pública para
§2° - O Ministério Público poderá requisitar técnicos e serviços tratar qualquer assunto de interesse da sociedade.
auxiliares aos órgãos públicos. §1° - A audiência será convocada por edital, publicado na
Art. 15 - O órgão de execução remeterá ao Conselho Superior do imprensa oficial, onde houver, e afixado no local de costume, com ampla
Ministério Público, no final dos meses de junho e dezembro,-a relação dos publicidade.
procedimentos em tramitação, informando motivadamente luas respectivas §2° - O comparecimento à audiência e todos os fatos ocorridos
fases. serão registrados em livros de presença e de ata, que ficarão à disposição
Art. 16 - Quando não for caso de arquivamento, a conclusão será da população.
por termo nos autos. Art. 22 - O membro do Ministério Público poderá celebrar
Parágrafo único - O secretário certificará nos autos quais as compromisso de ajustamento de conduta às exigências legais, com eficácia
requisições descumpridas, ou que tiveram seu cumprimento retardado, a de título executivo extrajudical, inclusive nos autos de procedimento
fim de assegurar eventual responsabilização civil e criminal. administrativo investigatório.
Art. 17 - O arquivamento ocorrerá se inexistir justa causa para Parágrafo único - O compromisso será celebrado mediante termo,
a propositura de ação civil; adimplido o compromisso de ajustamento de com os seguintes requisitos:
conduta; ou atendida a recomendação. I - qualificação do compromitente e compromissado;
II - objeto do compromisso;
100- 101
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
III - condições de cumprimento; ANEXO B - Resolução n.° 23/2007-CNMP
IV - prazo;
V- cominações legais; RESOLUÇÃO N.° 23, de 17 de setembro de 2007
VI - assinatura e qualificação de testemunhas; e, (DJU07.11.07)
VII - publicação no Diário Oficial, como garantia de publicidade
e eficácia, sem prejuízo do início da contagem dos prazos desde sua
Regulamenta os artigos 6°, inciso VII, e 7°, inciso
assinatura e da afixação no local de costume, a não ser que o contrário
I, da Lei Complementar n° 75/93 e os artigos
conste do acordo. 25, inciso IV, e 26, inciso I, da Lei n° 8.625/93,
Art. 23 - Quando celebrado em autos de procedimento
disciplinando, no âmbito do Ministério Público,
administrativo, o compromisso de ajustamento de conduta somente a instauração e tramitação do inquérito civil.
acarretará o arquivamento daquele, após seu efetivo cumprimento.
O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO,
CAPITULO III no exercício das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 13O-A, §
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 2°, inciso I, da Constituição Federal e com fulcro no artigo 64-A, de seu
Regimento Interno;
Art. 24 - No prazo de seis meses, a contar da publicação desta, as CONSIDERANDO o disposto no artigo 129, inciso III e
representações e os procedimentos administrativos deverão ser adequados inciso VI, da Constituição Federal;
a este regulamento. CONSIDERANDO o que dispõem os artigos 6°, inciso VII, e
Art. 25 - Ficam aprovados como sugestões os modelos em anexo 7°, inciso I, da Lei Complementar n° 75/93; os artigos 25, inciso IV, e 26,
a este Regulamento. inciso I, da Lei n° 8.625/93 e a Lei n° 7.347/85;
Art. 26 - Este regulamento entra em vigor na data de sua CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar o
publicação. procedimento do inquérito civil, em vista dos princípios que regem a
São Luís, 26 de abril de 2004. Administração Pública e dos direitos e garantias individuais;
RESOLVE
RAIMUNDO NONATO DE CARVALHO FILHO
Procurador-Geral de Justiça Capítulo I
Presidente do Colégio de Procuradores de Justiça Dos Requisitos para Instauração
Art. 1° O inquérito civil, de natureza unilateral e facultativa,
será instaurado para apurar fato que possa autorizar a tutela dos interesses
ou direitos a cargo do Ministério Público nos termos da legislação aplicável,
servindo como preparação para o exercício das atribuições inerentes às
suas funções institucionais.
Parágrafo único. O inquérito civil não é condição de
procedibilidade para o ajuizamento das ações a cargo do Ministério Público,
nem para a realização das demais medidas de sua atribuição própria.
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Art. 2° O inquérito civil poderá ser instaurado: § 7° Vencido este prazo, o membro do Ministério Público
I - de ofício; promoverá seu arquivamento, ajuizará a respectiva ação civil pública ou o
II - em face de requerimento ou representação formulada por converterá em inquérito civil.
qualquer pessoa ou comunicação de outro órgão do Ministério Público, Art. 3° Caberá ao membro do Ministério Público investido da
ou qualquer autoridade, desde que forneça, por qualquer meio legalmente atribuição para propositura da ação civil pública a responsabilidade pela
permitido, informações sobre o fato e seu provável autor, bem como a instauração de inquérito civil.
qualificação mínima que permita sua identificação e localização; Parágrafo único. Eventual conflito negativo ou positivo de
III — por designação do Procurador-Geral de Justiça, do atribuição será suscitado, fundamentadamente, nos próprios autos ou em
Conselho Superior do Ministério Público, Câmaras de Coordenação e petição dirigida ao órgão com atribuição no respectivo ramo, que decidirá
Revisão e demais órgãos superiores da Instituição, nos casos cabíveis. a questão no prazo de trinta dias.
§ 1° O Ministério Público atuará, independentemente de
provocação, em caso de conhecimento, por qualquer forma, de fatos que, Capítulo II
em tese, constituam lesão aos interesses ou direitos mencionados no artigo Da Instauração do Inquérito Civil
1° desta Resolução, devendo cientificar o membro do Ministério Público
que possua atribuição para tomar as providências respectivas, no caso de Art. 4° O inquérito civil será instaurado por portaria, numerada
não a possuir. em ordem crescente, renovada anualmente, devidamente registrada em
§ 2° No caso do inciso II, em sendo as informações verbais, livro próprio e autuada, contendo:
o Ministério Público reduzirá a termo as declarações. Da mesma forma, a I — o fundamento legal que autoriza a ação do Ministério
falta de formalidade não implica indeferimento do pedido de instauração Público e a descrição do fato objeto do inquérito civil;
de inquérito civil, salvo se, desde logo, mostrar-se improcedente a notícia, II - o nome e a qualificação possível da pessoa jurídica e/ou
atendendo-se, na hipótese, o disposto no artigo 5° desta Resolução. física a quem o fato é atribuído;
§ 3° O conhecimento por manifestação anónima, justificada, III -o nome e a qualificação possível do autor da representação,
não implicará ausência de providências, desde que obedecidos os mesmos se for o caso;
requisitos para as representações em geral, constantes no artigo 2°, inciso IV - a data e o local da instauração e a determinação de
II, desta Resolução. diligências iniciais;
§ 4° O Ministério Público, de posse de informações previstas V - a designação do secretário, mediante termo de
nos artigos 6° e 7° da Lei n° 7.347/85 que possam autorizar a tutela dos compromisso, quando couber;
interesses ou direitos mencionados no artigo 1° desta Reáblução, poderá VI - a determinação de afixação da portaria no local de
complementá-las antes de instaurar o inquérito civil, visando apurar costume, bem como a de remessa de cópia para publicação.
elementos para identificação dos investigados ou do objeto, instaurando Parágrafo único. Se, no curso do inquérito civil, novos fatos
procedimento preparatório. indicarem necessidade de investigação de objeto diverso do que estiver
§ 5° O procedimento preparatório deverá ser autuado com sendo investigado, o membro do Ministério Público poderá aditar a portaria
numeração sequencial à do inquérito civil e registrado em sistema próprio, inicial ou determ inar a extração de peças para instauração de outro inquérito
mantendo-se a numeração quando de eventual conversão. civil, respeitadas as normas incidentes quanto à divisão de atribuições.
§ 6° O procedimento preparatório deverá ser concluído no
prazo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual prazo, uma única vez, em
caso de motivo justificável.
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deverão ser colhidas todas as provas permitidas pelo ordenamento
Capítulo III jurídico, com ajuntada das peças em ordem cronológica de apresentação,
Do Indeferimento de Requerimento de Instauração do Inquérito Civil devidamente numeradas em ordem crescente.
§ 3° Todas as diligências serão documentadas mediante termo
Art. 5° Em caso de evidência de que os fatos narrados na ou auto circunstanciado.
representação não configurem lesão aos interesses ou direitos mencionados § 4° As declarações e os depoimentos sob compromisso
no artigo 1° desta Resolução ou se o fato já tiver sido objeto de investigação serão tomados por termo pelo membro do Ministério Público, assinado
ou de ação civil pública ou se os fatos apresentados já se encontrarem pelos presentes ou, em caso de recusa, na aposição da assinatura por duas
solucionados, o membro do Ministério Público, no prazo máximo de trinta testemunhas.
dias, indeferirá o pedido de instauração de inquérito civil, em decisão § 5° Qualquer pessoa poderá, durante a tramitação do inquérito
fundamentada, da qual se dará ciência pessoal ao representante e ao civil, apresentar ao Ministério Público documentos ou subsídios para
representado. melhor apuração dos fatos.
§ 1° Do indeferimento caberá recurso administrativo, com as § 6° Os órgãos da Procuradoria-Geral, em suas respectivas
respectivas razões, no prazo de dez dias. atribuições, prestarão apoio administrativo e operacional para a realização
§ 2° As razões de recurso serão protocoladas junto ao órgão que dos atos do inquérito civil.
indeferiu o pedido, devendo ser remetidas, caso não haja reconsideração, § 7° O Ministério Público poderá deprecar diretamente a
no prazo de três dias, juntamente com a representação e com a decisão qualquer órgão de execução a realização de diligências necessárias para a
impugnada, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de investigação.
Coordenação e Revisão respectiva para apreciação. § 8° Os Procuradores-Gerais dos ramos do Ministério Público
§ 3° Do recurso serão notificados os interessados para, da União e dos Estados devem encaminhar, no prazo de dez dias, os ofícios
querendo, oferecer contra-razões. expedidos pelos membros do Ministério Público ao Presidente da República,
§ 4° Expirado o prazo do artigo 5°, § 1°, desta Resolução, Vice-Presidente da República, Governadores de Estado, Senadores,
os autos serão arquivados na própria origem, registrando-se no sistema Deputados Federais, Estaduais e Distritais, Ministros de Estado, Ministros
respectivo, mesmo sem manifestação do representante. de Tribunais Superiores, Conselheiros do Conselho Nacional de Justiça e
§ 5° Na hipótese de atribuição originária do Procurador- do Conselho Nacional do Ministério Público, Conselheiros dos Tribunais
Geral, caberá pedido de reconsideração no prazo e na forma do parágrafo de Contas, Desembargadores, Secretários de Estado e chefes de missão
primeiro. diplomática de caráter permanente, não cabendo à chefia institucional a
tf valoração do contido no ofício, podendo deixar de encaminhar aqueles
Capítulo IV que não contenham os requisitos legais ou não empreguem o tratamento
Da Instrução protocolar devido ao destinatário.
§ 9° Todos os ofícios requisitórios de informações ao
Art. 6° A instrução do inquérito civil será presidida por inquérito civil e ao procedimento preparatório deverão ser fundamentados
membro do Ministério Público a quem for conferida essa atribuição, nos e acompanhados de cópia da portaria que instaurou o procedimento.
termos da lei. Art. 7° Aplica-se ao inquérito civil o princípio da publicidade
§ 1° O membro do Ministério Público poderá designar servidor dos atos, com exceção dos casos em que haja sigilo legal ou em que a
do Ministério Público para secretariar o inquérito civil. publicidade possa acarretar prejuízo às investigações, casos em que a
§ 2° Para o esclarecimento do fato objeto de investigação,
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decretação do sigilo legal deverá ser motivada. Superior do Ministério Público, à Câmara de Coordenação e Revisão ou à
§ l°Nos requerimentos que objetivam a obtenção de certidões Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.
ou extração de cópia de documentos constantes nos autos sobre o inquérito Parágrafo único. Cada Ministério Público, no âmbito de
civil, os interessados deverão fazer constar esclarecimentos relativos aos sua competência administrativa, poderá estabelecer prazo inferior, bem
fins e razões do pedido, nos termos da Lei n° 9.051/95. como limitar a prorrogação mediante ato administrativo do Órgão da
§ 2° A publicidade consistirá: Administração Superior competente.
I - na divulgação oficial, com o exclusivo fim de conhecimento
público mediante publicação de extratos na imprensa oficial; Capítulo V
II - na divulgação em meios cibernéticos ou eletrônicos, Do Arquivamento
dela devendo constar as portarias de instauração e extratos dos atos de
conclusão; Art. 10. Esgotadas todas as possibilidades de diligências,
III - na expedição de certidão e na extração de cópias sobre os o membro do Ministério Público, caso se convença da inexistência
fatos investigados, mediante requerimento fundamentado e por deferimento de fundamento para a propositura de ação civil pública, promoverá,
do presidente do inquérito civil; fundamentadamente, o arquivamento do inquérito civil ou do procedimento
IV - na prestação de informações ao público em geral, a preparatório.
critério do presidente do inquérito civil; § 1° Os autos do inquérito civil ou do procedimento
V - na concessão de vistas dos autos, mediante requerimento preparatório, juntamente com a promoção de arquivamento, deverão ser
fundamentado do interessado ou de seu procurador legalmente constituído remetidos ao órgão de revisão competente, no prazo de três dias, contado
e por deferimento total ou parcial do presidente do inquérito civil. da comprovação da efetiva cientificação pessoal dos interessados, através
§ 3° As despesas decorrentes da extração de cópias correrão de publicação na imprensa oficial ou da lavratura de termo de afixação
por conta de quem as requereu. de aviso no órgão do Ministério Público, quando não localizados os que
§ 4° A restrição à publicidade deverá ser decretada em decisão devem ser cientificados.
motivada, para fins do interesse público, e poderá ser, conforme o caso, § 2° A promoção de arquivamento será submetida a exame e
limitada a determinadas pessoas, provas, informações, dados, períodos ou deliberação do órgão de revisão competente, na forma do seu Regimento
fases, cessando quando extinta a causa que a motivou. Interno.
§ 5° Os documentos resguardados por sigilo legal deverão ser § 3° Até a sessão do Conselho Superior do Ministério
autuados em apenso. Público ou da Câmara de Coordenação e Revisão respectiva, para que
Art. 8° Em cumprimento ao princípio da publicidade das seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, poderão as
investigações, o membro do Ministério Público poderá prestar informações, pessoas co-legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que
inclusive aos meios de comunicação social, a respeito das providências serão juntados aos autos do inquérito ou do procedimento preparatório.
adotadas para apuração de fatos em tese ilícitos, abstendo-se, contudo de § 4° Deixando o órgão de revisão competente de homologar a
externar ou antecipar juízos de valor a respeito de apurações ainda não promoção de arquivamento, tomará uma das seguintes providências:
concluídas. I - converterá o julgamento em diligência para a realização de
Art. 9° O inquérito civil deverá ser concluído no prazo de um atos imprescindíveis à sua decisão, especificando-os e remetendo ao órgão
ano, prorrogável pelo mesmo prazo e quantas vezes forem necessárias, por competente para designar o membro do Ministério Público que irá aruar;
decisão fundamentada de seu presidente, à vista da imprescindibilidade II - deliberará pelo prosseguimento do inquérito civil ou do
da realização ou conclusão de diligências, dando-se ciência ao Conselho procedimento preparatório, indicando os fundamentos de fato e de direito
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de sua decisão, adotando as providências relativas à designação, em fundamentadas, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância
qualquer hipótese, de outro membro do Ministério Público para atuação. pública, bem como aos demais interesses, direitos e bens cuja defesa lhe
§ 5° Será pública a sessão do órgão revisor, salvo no caso de caiba promover.
haver sido decretado o sigilo. Parágrafo único. É vedada a expedição de recomendação
Art. 11. Não oficiará nos autos do inquérito civil, do como medida substitutiva ao compromisso de ajustamento de conduta ou
procedimento preparatório ou da ação civil pública o órgão responsável à ação civil pública.
pela promoção de arquivamento não homologado pelo Conselho Superior
do Ministério Público ou pela Câmara de Coordenação e Revisão. Capítulo Vin
Art. 12.0 desarquivamento do inquérito civil, diante de novas Das Disposições Finais
provas ou para investigar fato novo relevante, poderá ocorrer no prazo
máximo de seis meses após o arquivamento. Transcorrido esse lapso, será Art. 16. Cada Ministério Público deverá adequar seus atos
instaurado novo inquérito civil, sem prejuízo das provas já colhidas. normativos referentes a inquérito civil e a procedimento preparatório de
Parágrafo único. O desarquivamento de inquérito civil para investigação cível aos termos da presente Resolução, no prazo de noventa
a investigação de fato novo, não sendo caso de ajuizamento de ação civil dias, a contar de sua entrada em vigor.
pública, implicará novo arquivamento e remessa ao órgão competente, na Art. 17. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua
forma do art. 10, desta Resolução. publicação.
Art. 13. O disposto acerca de arquivamento de inquérito civil
ou procedimento preparatório também se aplica à hipótese em que estiver Brasília, 17 de setembro de 2007.
sendo investigado mais de um fato lesivo e a ação civil pública proposta
somente se relacionar a um ou a algum deles.
Capítulo VI ANTÓNIO FERNANDO SARROS E SILVA DE SOUZA
Do Compromisso de Ajustamento de Conduta Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público
Art. 14. O Ministério Público poderá firmar compromisso de
ajustamento de conduta, nos casos previstos em lei, com o responsável
pela ameaça ou lesão aos interesses ou direitos mencionados n,q'artigo 1°
desta Resolução, visando à reparação do dano, à adequação da conduta às
exigências legais ou normativas e, ainda, à compensação e/ou à indenização
pelos danos que não possam ser recuperados.
Capítulo VII
Das Recomendações
Art. 15. O Ministério Público, nos autos do inquérito civil ou
do procedimento preparatório, poderá expedir recomendações devidamente
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
ANEXO C - Recomendação n° 04/2003
Art. 2° - A Biblioteca da Procuradoria Geral de Justiça enviará
à Corregedoria-Geral do Ministério Público cópia da publicação na
RECOMENDAÇÃO N° 04/2003
imprensa oficial dos termos de compromisso de ajustamento de conduta.
(DJE 30.09.2003)
§ 1° - A Corregedoria-Geral do Ministério Público anotará os
prazos de conclusão dos termos de compromisso de ajustamento de conduta
Dispõe sobre o registro e publicação dos termos
e os comunicará à Promotoria de Justiça correspondente, até vinte dias
de compromisso de ajustamento de conduta e do
antes do seu término, requisitando informações sobre seu cumprimento.
controle dos prazos das obrigações pactuadas e
dá outras providências. § 2° - A Promotoria de Justiça que receber a comunicação
referida no parágrafo anterior terá o prazo de dez dias, a contar do
recebimento do aviso, para responder a requisição de informações.
O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA e o
CORREGEDOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no uso de suas § 3° - A Corregedoria-Geral do Ministério Público informará
ao Conselho Superior na primeira sessão seguinte ao término do prazo
atribuições legais, notadamente as disposições dos artigos 10, XFV e 16,
mencionado no parágrafo anterior o conteúdo da resposta, ou a sua falta,
IV, da LC n° 13/91 e dos artigos 10, XII e 17, IV, da Lei n° 8.625/93, e para os fins cabíveis.
CONSIDERANDO a necessidade de garantir a publicidade
Art. 3° - Esta recomendação entra em vigor na data de sua
e a efetividade dos termos de compromisso de ajustamento de conduta publicação.
pactuados pelo Ministério Publico na forma da Lei da Ação Civil Pública,
São Luís, 28 de agosto de 2003.
do Código de Defesa do Consumidor e do Estatuto da Criança e do
Adolescente;
RECOMENDA aos Promotores de Justiça, sem caráter
normativo, para o exercício de suas funções, o seguinte:
RAIMUNDO NONATO DE CARVALHO FILHO
Art. 1° - Os termos de compromisso de ajustamento de
Procurador-Geral de Justiça
conduta independem da prévia instauração de procedimento administrativo
ou inquérito civil público, porquanto podem ser firmados por outros co-
legitimados para a Ação Civil Pública.
JOÃO RAYMUNDO LEITÃO
§ 1° - O ajuste de conduta mediante termo escrito deverá ser
Corregedor-Geral do Ministério Público
elaborado com base na Lei da Ação Civil Pública, no Código de Defesa do
Consumidor ou no Estatuto da Criança e do Adolescente. .«,'
§ 2° - O termo de compromisso de ajustamento de conduta
após levado ao conhecimento do Conselho Superior do Ministério Público,
para anotação, será encaminhado à publicação na imprensa oficial,
independentemente do eventual prosseguimento da investigação sobre
outros fatos não abrangidos pelo pacto.
§ 3° - A publicação prevista no parágrafo anterior não vincula
o início dos prazos obrigacionais pactuados, exceto se, do contrário, assim
ficar acordado pelas partes.
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
ANEXO D - Resolução n° 09/2004-CPMP CONSIDERANDO a orientação expedida pelo Conselho
Nacional de Procuradores- Gerais, no sentido de uniformizares procedimentos
investigatórios criminais conduzidos pelo Ministério Público,
RESOLUÇÃO N° 09/2004-CPMP* CONSIDERANDO a necessidade de efetivar o combate à
(DJE 18.10.2004) criminalidade, primando pelo resguardo do poder punitivo estatal,
Regulamenta o art. 26, da Lei 8.625/93 e o art. 8°, da RESOLVE
Lei Complementar 75/93, disciplinando, no âmbito
do Ministério Público Maranhense, a instauração Capítulo I
e tramitação do Procedimento Investigatório Da Definição e Finalidade
Criminal -PIC, e dá outras providências.
Art. 1° - O Procedimento Investigatório Criminal - PIC é
O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO instrumento de natureza administrativa e inquisitória, instaurado e presidido
DE MARANHÃO, ouvido o Colégio de Procuradores e no uso de suas pelo Ministério Público e terá por fim a obtenção dos esclarecimentos
atribuições legais, necessários à apuração de infrações penais de ação penal pública.
CONSIDERANDO que o exercício da ação penal não depende Parágrafo único - O Procedimento Investigatório Criminal:
exclusivamente de prévio inquérito policial, I - não exclui a possibilidade de formalização de investigação
CONSIDERANDO o que dispõem o art. 26, da Lein° 8.625/93, por outros órgãos da Administração Pública;
o art. 8°, da Lei Complementar n° 75/93, o art. 67, da Lei Complementar II - não constitui pressuposto processual para o ajuizamento
n° 34/94 e o art. 4°, parágrafo único, do Código de Processo Penal, de ação penal;
CONSIDERANDO que o Brasil, enquanto Estado-parte de
Convenções Internacionais de Direitos Humanos e outros instrumentos Capítulo II
internacionais, se comprometeu a promover, em cooperação com as Da Instauração
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades
fundamentais e a observância desses direitos e liberdades; Art. 2° - O Procedimento Investigatório Criminal poderá ser
CONSIDERANDO que os estados-membros do Brasil devem, instaurado:
na defesa dos direitos humanos, priorizar a investigação e^p combate aos I - de ofício, pelo membro do Ministério Público com
delitos que colocam em xeque a concretização dos objetivos fundamentais atribuições criminais, ao tomar conhecimento de infração penal, por
da República Federativa do Brasil, a exemplo da tortura, execuções qualquer meio, entre os quais:
sumárias, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, corrupção etc; a) comunicação originada de outro membro do Ministério
CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar, no âmbito do Público, de autoridade judicial ou policial ou ainda de qualquer outra
Ministério Público brasileiro, a instauração e tramitação do Procedimento autoridade;
Investigatório Criminal, b) requerimento de qualquer pessoa do povo;
c) representação da vítima ou de seu representante legal
quando a lei a exigir;
* Incluída como fonte de pesquisa e informação. II - pelo membro do Ministério Público designado pelo
Procurador-Geral, em caso de discordância da promoção de arquivamento
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de peças informativas ou do indeferimento do pedido de instauração; autoridades, órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta, da
§ 1° - Da decisão que indefere o requerimento de instauração de União, do Estado e dos Municípios;
Procedimento Investigatório Criminal, caberá recurso para o Procurador- III - requisitar informações e documentos a entidades
Geral de Justiça, no prazo de 10 (dez) dias. privadas;
§2° - A designação a que se refere o inciso II deverá recair IV - notificar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva,
sobre membro do Ministério Público diverso daquele que promoveu o nos casos de ausência injustificada, ressalvadas as prerrogativas legais;
arquivamento. V - acompanhar buscas e apreensões deferidas pela autoridade
Art. 3° - O Procedimento Investigatório Criminal será instaurado judiciária;
por portaria, devidamente registrada e autuada, com a indicação do objeto a ser VI - acompanhar cumprimento de mandados de prisão
investigado e deverá conter: preventiva ou temporária deferidas pela autoridade judiciária;
I - a descrição do fato objeto de investigação ou esclarecimentos § l ° - O prazo fixado para resposta às requisições do Ministério
e o meio ou a forma pelo qual dele se tomou conhecimento; Público será de l O (dez) dias úteis, a contar do recebimento, salvo em caso de
n - o nome e a qualificação do autor da representação, se for o caso; relevância e urgência ou em casos de complementação de informações;
III - a determinação das diligências iniciais. §2° - Ressalvadas as hipóteses de urgência, as notificações
Parágrafo único - Se, durante a instrução do procedimento para comparecimento devem ser efetivadas com antecedência mínima de 48
investigatório criminal, for constatada a necessidade de investigação de horas, respeitadas, em qualquer caso, as prerrogativas legais pertinentes;
outros fatos, o membro do Ministério Público poderá aditar a portaria inicial §3° - A notificação deverá mencionar o fato investigado e a
ou determinar a extração de peças para instauração de outro procedimento faculdade do notificado de se fazer acompanhar por advogado.
investigatório criminal; §4° - No exercício de suas funções, ou para assegurar o
Art. 4° - Em poder das peças informativas, o membro do cumprimento de suas determinações, o membro do Ministério Público
Ministério Público poderá: poderá requisitar o auxílio de força policial.
I - promover a ação penal cabível; Art. 6° - O Ministério Público, na condução do Procedimento
II - instaurar Procedimento Investigatório Criminal; Investigatório Criminal, ouvirá o(s) investigado(s), salvo:
III - encaminhar as peças para o Juizado Especial Criminal, caso I - quando haja dificuldade justificada em fazê-lo;
a infração seja de menor potencial ofensivo; II - em situações justificadas de urgência;
IV - promover fundamentadamente o respectivo arquivamento; III - quando, de qualquer modo, possa acarretar prejuízo à
V - requisitar a instauração de inquérito policial. *: eficácia dos provimentos jurisdicionais cautelares.
*<..'
§ 1°- Aoitiva do investigado será realizada, preferencialmente,
Capítulo m ao final do Procedimento Investigatório Criminal.
Da Instrução § 2° - Na notificação, o investigado será cientificado desta
condição e da faculdade de se fazer acompanhar por advogado.
Art. 5° - Sem prejuízo de outras providências inerentes à sua §3° - O investigado poderá, no curso do Procedimento
atribuição funcional e legalmente previstas, o membro do Ministério Público, Investigatório Criminal, requerer a juntada de documentos e outras
na condução das investigações, poderá: diligências.
I - fazer ou determinar vistorias e inspeções; Art. 7° - As diligências serão documentadas em auto
II - requisitar informações, exames, perícias e documentos de circunstanciado.
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FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS FORMALIZANDO INQUÉRITOS CIVIS
Art. 8° - As declarações e depoimentos serão tomados por termo. Parágrafo único - O sigilo em relação ao investigado ou seu
Art. 9° - Quando necessária, a diligência poderá ser deprecada advogado deverá ser decretado judicialmente.
ao membro do Ministério Público local, assinalando-se prazo razoável para
cumprimento, sendo facultado ao membro do Ministério Público deprecante Capítulo V
o acompanhamento da(s) diligência(s). Da Conclusão e do Arquivamento
Parágrafo único - A deprecação poderá ser feita por qualquer
meio hábil de comunicação, devendo ser formalizada nos autos. Art. 15 -Aconclusão do Procedimento Investigatório Criminal
Art. 10 - Para fins de instrução do Procedimento Investigatório será comunicada ao Procurador-Geral de Justiça e, se for o caso, a denúncia
Criminal ou ajuizamento de ação penal dele decorrente, as cópias de será oferecida no prazo legal contado desta data.
documentos originais poderão ser autenticadas pelo membro do Ministério Art. 16 - Se o Presidente do Procedimento Investigatório
Público ou servidor designado. Criminal se convencer da inexistência de fundamento para a propositura
Art. 11 - A pedido da pessoa interessada será fornecida da ação penal pública, deverá promover o arquivamento dos autos ou das
comprovação escrita de comparecimento. peças de informação, fazendo-o fundamentadamente.
Art. 12 - O Procedimento Investigatório Criminal deverá ser Parágrafo único - A promoção de arquivamento será
concluído no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, prorrogável, se necessário, apresentada ao juízo competente na forma do art. 28, do Código de Processo
mediante motivação, com comunicação ao Procurador-Geral de Justiça. Penal.
Art. 17 - Se houver notícia de outras provas relevantes, poderá
Capítulo IV o membro do Ministério Público requerer o desarquivamento dos autos.
Da Publicidade
Capítulo VI
Art. 13 - Os atos e peças do Procedimento Investigatório Das Disposições Especiais
Criminal são públicos, nos termos desta Resolução, salvo disposição legal
em contrário ou por razões de interesse público. Art. 18 - Ressalvadas as substituições decorrentes de faltas e
Parágrafo único - A publicidade consistirá: impedimentos legais, caberá ao membro do Ministério Público que detenha
I - na expedição de certidão, mediante requerimento da parte a respectiva atribuição:
diretamente interessada, do Poder Judiciário, do Ministério Público e de I - receber, após protocolo e distribuição, as representações,
outros órgãos públicos; „• notícia-crime e peças informativas;
II - na concessão de vistas dos autos, nos termos^do inciso I II - instaurar e presidir o Procedimento Investigatório
deste artigo; Criminal.
III - na extração de cópias, nos termos do inciso I deste artigo; § 1° - O conflito de atribuições será dirimido pelo Procurador-
IV - na prestação de informações ao público em geral, a critério Geral, nos termos da Lei Orgânica respectiva.
do presidente do Procedimento Investigatório Criminal, observados o §2° - É admitida a atuação simultânea no mesmo Procedimento
princípio da não culpabilidade e as hipóteses legais de sigilo. Investigatório:
Art. 1 4 - 0 sigilo das investigações poderá ser decretado I - de mais de um membro do Ministério Público;
pelo presidente do Procedimento Investigatório Criminal, por decisão II - entre membros do Ministério Público da União e dos
fundamentada, quando a elucidação do fato exigir, observadas as garantias Estados;
legais do investigado e de seu advogado.
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§3° - Incumbe ao Procurador-Geral: Investigatórios Criminais, remetendo, anualmente, ao Centro de Apoio
I - instaurar e presidir o Procedimento Administrativo Operacional Criminal, para fins estatísticos e de conhecimento.
Investigatório, pessoalmente ou mediante delegação, quando a autoridade Art. 22 - Os membros do Ministério Público deverão promover,
noticiada ou investigada gozar de prerrogativa de foro em razão da função, no prazo de 06 (seis) meses, se for o caso, a conversão, em Procedimento
conforme disciplinado na Constituição da República e nas Constituições Investigatório Criminal, das peças informativas em trâmite.
Estaduais; Art. 23 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua
II - expedir e encaminhar as requisições e notificações, quando publicação, revogando- se as disposições em contrário.
tiverem como destinatários: PUBLIQUE-SE, REGISTRE-SE.
a) Chefe do Poder Executivo da União ou dos Estados; São Luís (MA), 15 de setembro de 2004.
b) Ministros de Estado ou Secretários Estaduais;
c) membros do Congresso Nacional ou das Assembleias
Legislativas;
d) membros dos Tribunais de Contas da União e dos
Estados; RAIMUNDO NONATO DE CARVALHO FILHO
e) membros do Supremo Tribunal Federal ou dos Tribunais Procurador-Geral de Justiça
Superiores, ou ainda dos órgãos do Poder Judiciário em segundo grau de
jurisdição;
f) membros do Ministério Público no último grau da carreira
ou que atuem perante o Poder Judiciário em segundo grau de jurisdição.
Capítulo VII
Das Disposições Finais e Transitórias
Art. 19 -Na instrução do Procedimento Investigatório Criminal
aplicam-se, no que couber, as normas do Código de Processo Penal e a
legislação especial pertinente, asseguradas as prerrogativas previstas na
Lei 8.906/94. g
Art. 20 - A qualquer momento da investigação, diante de abuso
ou omissão do membro do Ministério Público, apurado em procedimento
próprio, mediante decisão fundamentada e aprovada previamente pelo
Conselho Superior do Ministério Público, o poderá o Procurador-Geral de
Justiça designar outro membro do Ministério Público para o Procedimento
Investigatório Criminal.
Art. 21 - Cada Promotoria de Justiça ou Procuradoria da
Justiça manterá controle atualizado do andamento de seus Procedimentos
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