Caderno de Encargos212
Caderno de Encargos212
CADERNO DE ENCARGOS
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CADERNO DE ENCARGOS
Capítulo I
Disposições Iniciais
Cláusula 1.ª
Objeto
O presente Caderno de Encargos compreende as cláusulas a incluir no Contrato a celebrar no
âmbito do concurso para a realização da empreitada de “Construção de 51 Fogos – Bairro da
Fraternidade - Guarda”.
Cláusula 2.ª
Disposições por que se rege a empreitada
1- A execução do Contrato obedece:
a. Às cláusulas do Contrato e ao estabelecido em todos os elementos e documentos que dele
fazem parte integrante;
b. Ao Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro (que aprovou o Código dos Contratos
Públicos, doravante “CCP”, com a redação atualizada de acordo com o estabelecido no
Decreto-Lei nº 111-B/2017, de 31 de agosto, na sua atual redação);
c. Ao Decreto-Lei n.º 273/2003, de 29 de outubro, e respetiva legislação complementar;
d. À restante legislação e regulamentação aplicável, nomeadamente a que respeita à
construção, à revisão de preços, às instalações do pessoal, à segurança social, à higiene,
segurança, prevenção e medicina no trabalho e à responsabilidade civil perante terceiros;
e. Às regras da arte.
2- Para efeitos do disposto na alínea a) do número anterior, consideram-se integrados no
Contrato:
a. O clausulado contratual, incluindo os ajustamentos propostos de acordo com o disposto no
artigo 99.º do Código dos Contratos Públicos e aceites pelo adjudicatário nos termos do
disposto no artigo 101.º desse mesmo Código;
b. Os suprimentos dos erros e das omissões do caderno de encargos identificados pelos
concorrentes, desde que tais erros e omissões tenham sido expressamente aceites pelo
órgão competente para a decisão de contratar, nos termos do disposto no artigo 50.º do
CCP;
c. Os esclarecimentos e as retificações relativos ao caderno de encargos, quando existirem;
d. O caderno de encargos;
e. O projeto de execução;
f. A proposta adjudicada;
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g. Os esclarecimentos sobre a proposta adjudicada prestados pelo empreiteiro, se for o caso;
h. Todos os outros documentos que sejam referidos no clausulado contratual ou no caderno
de encargos.
Cláusula 3.ª
Interpretação dos documentos que regem a empreitada
1- No caso de existirem divergências entre os vários documentos referidos nas alíneas b) a h)
do n.º 2 da cláusula anterior, prevalecem os documentos pela ordem em que são aí
indicados.
2- Em caso de divergência entre o caderno de encargos e o projeto de execução, prevalece o
primeiro quanto à definição das condições jurídicas e técnicas de execução da empreitada
e o segundo em tudo o que respeita à definição da própria obra.
3- No caso de divergência entre as várias peças do projeto de execução:
a. As peças desenhadas prevalecem sobre todas as outras quanto à localização, às
características dimensionais da obra e à disposição relativa das suas diferentes partes;
b. As folhas de medições discriminadas e referenciadas e os respetivos mapas resumo de
quantidades de trabalhos prevalecem sobre quaisquer outras no que se refere à natureza e
quantidade dos trabalhos, sem prejuízo do disposto no artigo 50.º do CCP;
c. Em tudo o mais prevalece o que constar da memória descritiva e das restantes peças do
projeto de execução.
4- Em caso de divergência entre os documentos referidos nas alíneas b) a h) do n.º 2 da
cláusula anterior e o clausulado contratual, prevalecem os primeiros, salvo quanto aos
ajustamentos propostos de acordo com o disposto no artigo 99.º do Código dos Contratos
Públicos e aceites pelo adjudicatário nos termos do disposto no artigo 101.º desse mesmo
Código.
Cláusula 4.ª
Esclarecimento de dúvidas
1- As dúvidas que o empreiteiro tenha na interpretação dos documentos por que se rege a
empreitada devem ser submetidas ao diretor de fiscalização da obra antes do início da
execução dos trabalhos a que respeitam.
2- No caso de as dúvidas ocorrerem somente após o início da execução dos trabalhos a que
dizem respeito, deve o empreiteiro submetê-las imediatamente ao diretor de fiscalização
da obra, juntamente com os motivos justificativos da sua não apresentação antes do início
daquela execução.
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3- O incumprimento do disposto no número anterior torna o empreiteiro responsável por
todas as consequências da errada interpretação que porventura haja feito, incluindo a
demolição e reconstrução das partes da obra em que o erro se tenha refletido.
Cláusula 5.ª
Projeto
1- O projeto de execução a considerar para a realização da empreitada é o patenteado no
ANEXO I ao presente Caderno de Encargos.
2- A elaboração do projeto de execução obedece aos requisitos constantes do artigo 43.º do
CCP.
Capítulo II
Obrigações do empreiteiro
Secção I
Preparação e planeamento dos trabalhos
Cláusula 6.ª
Preparação e planeamento da execução da obra
1- O empreiteiro é responsável:
a. Perante o dono da obra pela preparação, planeamento e coordenação de todos os
trabalhos da empreitada, de acordo com o faseamento estipulado nas Condições Técnicas
Especiais constantes no projeto de execução, ainda que em caso de subcontratação, bem
como pela preparação, planeamento e execução dos trabalhos necessários à aplicação, em
geral, das normas sobre segurança, higiene e saúde no trabalho vigentes e, em particular,
das medidas consignadas no plano de segurança e saúde, e no plano de prevenção e gestão
de resíduos de construção e demolição;
b. Perante as entidades fiscalizadoras, pela preparação, planeamento e coordenação dos
trabalhos necessários à aplicação das medidas sobre segurança, higiene e saúde no
trabalho em vigor, bem como pela aplicação do documento indicado na alínea f) do n.º 4
da presente cláusula.
2- A disponibilização e o fornecimento de todos os meios necessários para a realização da
obra e dos trabalhos preparatórios ou acessórios, incluindo os materiais e os meios
humanos, técnicos e equipamentos, compete ao empreiteiro.
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3- O empreiteiro realiza todos os trabalhos que, por natureza, por exigência legal ou segundo
o uso corrente, sejam considerados como preparatórios ou acessórios à execução da obra,
designadamente:
a. Trabalhos de montagem, construção, manutenção, desmontagem e demolição do estaleiro;
b. Trabalhos necessários para garantir a segurança de todas as pessoas que trabalhem na obra
ou que circulem no respetivo local, incluindo o pessoal dos subempreiteiros e terceiros em
geral, para evitar danos nos prédios vizinhos e para satisfazer os regulamentos de
segurança, higiene e saúde no trabalho e de polícia das vias públicas;
c. Trabalhos de restabelecimento, por meio de obras provisórias, de todas as servidões e
serventias que seja indispensável alterar ou destruir para a execução dos trabalhos e para
evitar a estagnação de águas que os mesmos possam originar;
d. Trabalhos de construção dos acessos ao estaleiro e das serventias internas deste.
4- A preparação e o planeamento da execução da obra compreendem ainda:
a. A apresentação pelo empreiteiro ao dono da obra de quaisquer dúvidas relativas aos
materiais, aos métodos e às técnicas a utilizar na execução da empreitada;
b. O esclarecimento dessas dúvidas pelo dono de obra;
c. A apresentação pelo empreiteiro de reclamações relativamente a erros e omissões do
caderno de encargos que sejam detetados nessa fase da obra, nos termos previstos no n.º
4 do artigo 378.º do CCP;
d. A apreciação e decisão do dono da obra das reclamações a que se refere a alínea anterior;
e. O estudo e definição pelo empreiteiro dos processos de construção a adotar na realização
dos trabalhos;
f. A elaboração de documento do qual conste o desenvolvimento prático do plano de
segurança e saúde, devendo analisar, desenvolver e complementar as medidas aí previstas,
em função do sistema utilizado para a execução da obra, em particular as tecnologias e a
organização de trabalhos utilizados pelo empreiteiro.
Cláusula 7.ª
Plano de trabalhos
1 - O plano de trabalhos destina-se, com respeito pelo prazo de execução da obra, à fixação
da sequência e dos prazos parciais de execução de cada uma das espécies de trabalhos
previstas e à especificação dos meios com que o empreiteiro se propõe executá-los, bem
como à definição do correspondente plano de pagamentos.
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2 - Os ajustamentos do plano de trabalhos deverão ocorrer de acordo o estipulado no artigo
361.º do CCP.
Cláusula 8.ª
Modificação do plano de trabalhos e do plano de pagamentos
1- O dono da obra pode modificar em qualquer momento o plano de trabalhos em vigor por
razões de interesse público.
2- No caso previsto no número anterior, o empreiteiro tem direito à reposição do equilíbrio
financeiro do Contrato em função dos danos sofridos em consequência dessa modificação,
mediante reclamação a apresentar no prazo de 30 dias a contar da data
da notificação da mesma, que deve conter os elementos referidos no n.º 3 do artigo 354.º
do CCP.
3- Em quaisquer situações em que se verifique a necessidade de o plano de trabalhos em
vigor ser alterado, independentemente de tal se dever a facto imputável ao empreiteiro,
deve este apresentar ao dono da obra um plano de trabalhos modificado.
4- Sem prejuízo do número anterior, em caso de desvio do plano de trabalhos que,
injustificadamente, ponha em risco o cumprimento do prazo de execução da obra ou dos
respetivos prazos parcelares, o dono da obra pode notificar o empreiteiro para apresentar,
no prazo de dez dias, um plano de trabalhos modificado, adotando as medidas de correção
que sejam necessárias à recuperação do atraso verificado.
5- Em quaisquer situações em que se verifique a necessidade de o plano de trabalhos em
vigor ser alterado, independentemente de tal se dever a facto imputável ao empreiteiro,
deve este apresentar ao dono da obra um plano de trabalhos modificado.
6- Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 373.º do CCP, o dono da obra pronuncia-se
sobre as alterações propostas pelo empreiteiro ao abrigo dos nºs 3 e 4 da presente cláusula
no prazo de dez dias, equivalendo a falta de pronúncia a aceitação do novo plano.
7- Em qualquer dos casos previstos nos números anteriores o plano de trabalhos modificado
apresentado pelo empreiteiro deve ser aceite pelo dono da obra desde que dele não
resulte prejuízo para a obra ou prorrogação dos prazos de execução.
8- Sempre que o plano de trabalhos seja modificado, deve ser feito o consequente
reajustamento do plano de pagamentos.
Secção II
Prazos de execução
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Cláusula 9.º
Prazo de execução da empreitada
1- O empreiteiro obriga-se a:
a. Entregar dois exemplares do plano de segurança e saúde ao dono de obra, para aprovação,
no prazo de 5 dias a contar da data da comunicação da adjudicação;
b. Iniciar a execução da obra na data da conclusão da consignação total ou da primeira
consignação parcial ou ainda da data em que o dono da obra comunique ao empreiteiro a
aprovação do plano de segurança e saúde, caso esta última data seja posterior;
c. Cumprir todos os prazos parciais vinculativos de execução previstos no plano de trabalhos
em vigor;
d. Concluir a execução da obra e solicitar a realização de vistoria da obra para efeitos da sua
receção provisória no prazo de 545 dias a contar da data da sua consignação, ou da
aprovação do plano de segurança e saúde, caso esta última data seja posterior.
2- No caso de se verificarem atrasos injustificados na execução de trabalhos em relação ao
plano de trabalhos em vigor, imputáveis ao empreiteiro, este é obrigado, a expensas suas,
a tomar todas as medidas de reforço de meios de ação e de reorganização da obra
necessários à recuperação dos atrasos e ao cumprimento do prazo de execução.
3- Em nenhum caso serão atribuídos prémios ao empreiteiro pela conclusão da execução da
obra antes do prazo fixado na alínea c) do n.º 1.
Cláusula 10.ª
Cumprimento do plano de trabalhos
1- O empreiteiro informa mensalmente o diretor de fiscalização da obra dos desvios que se
verifiquem entre o desenvolvimento efetivo de cada uma das espécies de trabalhos e as
previsões do plano em vigor.
2- Quando os desvios assinalados pelo empreiteiro, nos termos do número anterior, não
coincidirem com os desvios reais, o diretor de fiscalização da obra notifica-o dos que
considera existirem.
3- No caso de o empreiteiro retardar injustificadamente a execução dos trabalhos previstos
no plano em vigor, de modo a pôr em risco a conclusão da obra dentro do prazo contratual,
é aplicável o disposto no n.º 3 da cláusula 8.ª.
Cláusula 11.ª
Multas por violação dos prazos contratuais
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1- Em caso de atraso no início ou na conclusão da execução da obra por facto imputável ao
empreiteiro, o dono da obra pode aplicar uma sanção contratual, por cada dia de atraso,
em valor correspondente a 1‰ do preço contratual.
2- No caso de incumprimento de prazos parciais de execução da obra por facto imputável ao
empreiteiro, é aplicável o disposto no n.º 1, sendo o montante da sanção contratual aí
prevista reduzido a metade.
3- O empreiteiro tem direito ao reembolso das quantias pagas a título de sanção contratual
por incumprimento dos prazos parciais de execução da obra quando recupere o atraso na
execução dos trabalhos e a obra seja concluída dentro do prazo de execução do Contrato.
4- A entidade pública contratante pode compensar os pagamentos devidos ao abrigo do
contrato com as penas pecuniárias devidas nos termos do contrato e do presente caderno
de encargos.
5- As penas pecuniárias previstas no contrato e neste caderno de encargos não obstam a que
a entidade pública contratante exija uma indemnização pelo dano excedente.
Cláusula 12.ª
Atos e direitos de terceiros
1- Sempre que o empreiteiro sofra atrasos na execução da obra em virtude de qualquer facto
imputável a terceiros, deve, no prazo de 10 dias a contar da data em que tome
conhecimento da ocorrência, informar, por escrito, o diretor de fiscalização da obra, a fim
de o dono da obra ficar habilitado a tomar as providências necessárias para diminuir ou
recuperar tais atrasos.
2- No caso de os trabalhos a executar pelo empreiteiro serem suscetíveis de provocar
prejuízos ou perturbações a um serviço de utilidade pública, o empreiteiro, se disso tiver
ou dever ter conhecimento, comunica, antes do início dos trabalhos em causa, ou
no decorrer destes, esse facto ao diretor de fiscalização da obra, para que este possa
tomar as providências que julgue necessárias perante a entidade concessionária ou
exploradora daquele serviço.
Secção III
Condições de execução da empreitada
Cláusula 13.ª
Condições gerais de execução dos trabalhos
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1- A obra deve ser executada de acordo com as regras da arte e em perfeita conformidade
com o projeto, com o presente caderno de encargos e com as demais condições técnicas
contratualmente estipuladas.
2- Relativamente às técnicas construtivas a adotar, o empreiteiro fica obrigado a seguir, no
que seja aplicável aos trabalhos a realizar, o conjunto de prescrições técnicas definidas
nos termos da cláusula 2.ª.
3- O empreiteiro pode propor ao dono da obra a substituição dos métodos e técnicas de
construção ou dos materiais previstos no presente caderno de encargos e no projeto por
outros que considere mais adequados, sem prejuízo da obtenção das características finais
especificadas para a obra.
Cláusula 14.ª
Erros ou omissões do projeto e de outros documentos e trabalhos complementares
1- O empreiteiro deve comunicar ao diretor de fiscalização da obra quaisquer erros ou
omissões dos elementos da solução da obra por que se rege a execução dos trabalhos,
bem como das ordens, avisos e notificações recebidas.
2- O empreiteiro tem a obrigação de executar todos os trabalhos complementares,
designadamente para suprimento de erros e omissões, que lhe sejam ordenados pelo
dono da obra, o qual deve entregar ao empreiteiro todos os elementos necessários para
esse efeito, salvo, quanto a este último aspeto, quando o empreiteiro tenha a
obrigação pré-contratual ou contratual de elaborar o projeto de execução.
3- Só pode ser ordenada a execução de trabalhos complementares quando se encontrarem
fundamentadamente verificados todos os pressupostos e requisitos fixados no artigo
370º do Código dos Contratos Públicos.
4- A responsabilidade das partes pelo custeamento dos trabalhos complementares é
aferida nos termos previstos no artigo 378º do CCP.
Cláusula 15.ª
Alterações ao projeto propostas pelo empreiteiro
1- Sempre que propuser qualquer alteração ao projeto, o empreiteiro deve apresentar todos
os elementos necessários à sua perfeita apreciação.
2- Os elementos referidos no número anterior devem incluir, nomeadamente, a memória ou
nota descritiva e explicativa da solução seguida, com indicação das eventuais implicações
nos prazos e custos e, se for caso disso, peças desenhadas e cálculos justificativos e
especificações de qualidade da mesma.
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3- Não podem ser executados quaisquer trabalhos nos termos das alterações ao projeto
propostas pelo empreiteiro sem que estas tenham sido expressamente aceites pelo dono da
obra.
Cláusula 16.ª
Menções obrigatórias no local dos trabalhos
1- Sem prejuízo do disposto em lei especial, o empreiteiro deve afixar no local dos trabalhos,
de forma visível, a identificação da obra, do dono da obra e do empreiteiro, com menção
do respetivo número de alvará ou número de certificado de empreiteiro de obras públicas
ou dos documentos previstos na portaria referida no n.º 2 do artigo 81.º do CCP (Portaria
nº 372/2017, de 14 de dezembro).
2- O empreiteiro deve ter patente no local da obra, em bom estado de conservação, o livro
de registo da obra e um exemplar do projeto, do caderno de encargos, do clausulado
contratual e dos demais documentos a respeitar na execução da empreitada, com as
alterações que neles hajam sido introduzidas.
3- O empreiteiro obriga-se também a ter patente no local da obra o horário de trabalho em
vigor, bem como a manter, à disposição de todos os interessados, o texto dos contratos
coletivos de trabalho aplicáveis.
4- Nos estaleiros de apoio da obra devem igualmente estar patentes os elementos do projeto
respeitantes aos trabalhos aí em curso.
Cláusula 17.ª
Ensaios
1- Os ensaios a realizar na obra ou em partes da obra para verificação das suas características
e comportamentos são os especificados no presente caderno de encargos e os previstos nos
regulamentos em vigor e constituem encargo do empreiteiro.
2- Quando o dono da obra tiver dúvidas sobre a qualidade dos trabalhos, pode exigir a
realização de quaisquer outros ensaios que se justifiquem, para além dos previstos.
3- No caso de os resultados dos ensaios referidos no número anterior se mostrarem
insatisfatórios e as deficiências encontradas forem da responsabilidade do empreiteiro, as
despesas com os mesmos ensaios e com a reparação daquelas deficiências ficarão a seu
cargo, sendo, no caso contrário, de conta do dono da obra.
Cláusula 18.ª
Medições
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1- As medições de todos os trabalhos executados, incluindo os trabalhos não previstos no
projeto e os trabalhos não devidamente ordenados pelo dono da obra são feitos no local da
obra com a colaboração do empreiteiro e são formalizados em auto.
2- As medições são efetuadas mensalmente, devendo estar concluídas até ao oitavo dia do
mês imediatamente seguinte àquele a que respeitam, se não tiver sido definida outra
periodicidade no contrato.
3- A realização das medições obedece aos seguintes critérios:
a. As normas oficiais de medição que porventura se encontrem em vigor;
b. As normas definidas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil;
c. Os critérios geralmente utilizados ou, na falta deles, os que forem acordados entre o dono
da obra e o empreiteiro.
Cláusula 19.ª
Patentes, licenças, marcas de fabrico ou de comércio e desenhos registados
1- Salvo no que respeite a materiais e elementos de construção que sejam fornecidos pelo
dono da obra, se estiver previsto a disponibilização pelo dono da obra de meios necessários
à realização da obra, correm inteiramente por conta do empreiteiro os encargos e
responsabilidades decorrentes da utilização na execução da empreitada de materiais, de
elementos de construção ou de processos de construção a que respeitem quaisquer
patentes, licenças, marcas, desenhos registados e outros direitos de propriedade
industrial.
2- No caso de o dono da obra ser demandado por infração na execução dos trabalhos de
qualquer dos direitos mencionados no número anterior, o empreiteiro indemniza-o por
todas as despesas que, em consequência, deva suportar e por todas as quantias que tenha
de pagar, seja a que título for.
Cláusula 20.ª
Execução simultânea de outros trabalhos no local da obra
1- O dono da obra reserva-se o direito de executar ele próprio ou de mandar executar por
outrem, conjuntamente com os da presente empreitada e na mesma obra, quaisquer
trabalhos não incluídos no Contrato, ainda que sejam de natureza idêntica à dos
contratados.
2- Os trabalhos referidos no número anterior são executados em colaboração com o diretor de
fiscalização da obra, de modo a evitar atrasos na execução do Contrato ou outros
prejuízos.
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3- Quando o empreiteiro considere que a normal execução da empreitada está a ser impedida
ou a sofrer atrasos em virtude da realização simultânea dos trabalhos previstos no n.º 1,
deve apresentar a sua reclamação no prazo de dez dias a contar da data da ocorrência, a
fim de serem adotadas as providências adequadas à diminuição ou eliminação dos prejuízos
resultantes da realização daqueles trabalhos.
4- No caso de verificação de atrasos na execução da obra ou outros prejuízos resultantes da
realização dos trabalhos previstos no n.º 1, o empreiteiro tem direito à reposição do
equilíbrio financeiro do Contrato, de acordo com os artigos 282.º e 354.º do CCP, a efetuar
nos seguintes termos:
a. Prorrogação do prazo do Contrato por período correspondente ao do atraso eventualmente
verificado na realização da obra, e;
b. Indemnização pelo agravamento dos encargos previstos com a execução do Contrato que
demonstre ter sofrido.
Cláusula 21.ª
Outros encargos do empreiteiro
1- Correm inteiramente por conta do empreiteiro a reparação e a indemnização de todos os
prejuízos que, por motivos que lhe sejam imputáveis, sejam sofridos por terceiros até à
receção definitiva dos trabalhos em consequência do modo de execução destes últimos, da
atuação do pessoal do empreiteiro ou dos seus subempreiteiros e fornecedores e do
deficiente comportamento ou da falta de segurança das obras, materiais, elementos de
construção e equipamentos.
2- Constituem ainda encargos do empreiteiro a celebração dos contratos de seguros indicados
no presente caderno de encargos, a constituição das cauções exigidas no programa do
procedimento e as despesas inerentes à celebração do contrato.
Secção IV
Pessoal
Cláusula 22.ª
Obrigações gerais
1- São da exclusiva responsabilidade do empreiteiro as obrigações relativas ao pessoal
empregado na execução da empreitada, à sua aptidão profissional e à sua disciplina.
2- O empreiteiro deve manter a boa ordem no local dos trabalhos, devendo retirar do local
dos trabalhos, por sua iniciativa ou imediatamente após ordem do dono da obra, o pessoal
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que haja tido comportamento perturbador dos trabalhos, designadamente por menor
probidade no desempenho dos respetivos deveres, por indisciplina ou por desrespeito de
representantes ou agentes do dono da obra, do empreiteiro, dos subempreiteiros ou de
terceiros.
3- A ordem referida no número anterior deve ser fundamentada por escrito quando o
empreiteiro o exija, mas sem prejuízo da imediata suspensão do pessoal.
4- As quantidades e a qualificação profissional da mão-de-obra aplicada na empreitada devem
estar de acordo com as necessidades dos trabalhos, tendo em conta o respetivo plano.
Cláusula 23.ª
Horário de trabalho
O empreiteiro pode realizar trabalhos fora do horário de trabalho, ou por turnos, desde que,
para o efeito, obtenha autorização da entidade competente, se necessária, nos termos da
legislação aplicável, e dê a conhecer, por escrito, com antecedência suficiente, o respetivo
programa ao diretor de fiscalização da obra. Na presente empreitada está interdita a
realização de trabalhos das 20 horas às 8 horas.
Cláusula 24.ª
Segurança, higiene e saúde no trabalho
1- O empreiteiro fica sujeito ao cumprimento das disposições legais e regulamentares em
vigor sobre segurança, higiene e saúde no trabalho relativamente a todo o pessoal
empregado na obra, correndo por sua conta os encargos que resultem do cumprimento de
tais obrigações.
2- O empreiteiro é ainda obrigado a acautelar, em conformidade com as disposições legais e
regulamentares aplicáveis, a vida e a segurança do pessoal empregado na obra
e a prestar-lhe a assistência médica de que careça por motivo de acidente de trabalho.
3- No caso de negligência do empreiteiro no cumprimento das obrigações estabelecidas nos
números anteriores, o diretor de fiscalização da obra pode tomar, à custa dele,
as providências que se revelem necessárias, sem que tal facto diminua as responsabilidades
do empreiteiro.
4- Antes do início dos trabalhos e, posteriormente, sempre que o diretor de fiscalização da
obra o exija, o empreiteiro apresenta apólices de seguro contra acidentes de trabalho
relativamente a todo o pessoal empregado na obra, nos termos previstos no n.º 1 da
cláusula 32.ª.
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5- O empreiteiro responde, a qualquer momento, perante o diretor de fiscalização da obra,
pela observância das obrigações previstas nos números anteriores, relativamente a todo o
pessoal empregado na obra.
Cláusula 25.ª
Vínculo laboral dos trabalhadores afetos à execução do contrato
1. Nos termos do disposto no artigo 419.º-A do CCP, aplicável por força do artigo 451.º nº
2 do CCP, o Prestador de Serviços obriga-se a colocar a executar o contrato
trabalhadores em regime de contrato de trabalho sem termo (para os contratos cujo
prazo seja superior a um ano).
2. O disposto no n.º 1 não se aplica aos trabalhadores com contrato a termo de
substituição celebrado nas situações previstas nas alíneas a) a d) do n.º 2 do artigo
140.º do Código do Trabalho.
3. O disposto no n.º 1 não se aplica a trabalhadores que executem tarefas ocasionais ou
serviços específicos e não duradouros no âmbito da execução da concessão.
Capítulo III
Obrigações do dono da obra
Cláusula 26.ª
Tratamento e proteção de dados pessoais
1- O empreiteiro compromete-se a assegurar cumprimento das obrigações decorrentes do
Regulamento Geral de Proteção de Dados (doravante designado RGPD) – Regulamento (UE)
2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho de 27/4 de 2016, da Lei n.º 58/2019, de 8
de agosto, que assegura a execução, na ordem jurídica nacional, do Regulamento (UE)
2016/679 do Parlamento e do Conselho, de 27 de abril de 2016, relativo à proteção das
pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação
desses dados, e demais legislação que lhe seja aplicável relativa a dados pessoais, durante
a execução do contrato, assim como após o termo da vigência do período de execução
contratual, designadamente:
a) Utilizar os dados pessoais a que tenha acesso ou que lhe sejam transmitidos pelo
Município da Guarda, única e exclusivamente para as finalidades previstas no contrato;
b) Manter os dados pessoais estritamente confidenciais, cumprindo e garantindo o
cumprimento do dever de sigilo profissional relativamente aos mesmos;
c) Cumprir quaisquer regras relacionadas com o tratamento de dados pessoais a que o
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Contraente Público esteja especialmente vinculado;
d) Pôr em prática as medidas técnicas e organizativas necessárias à proteção dos dados
pessoais tratados por conta do Município da Guarda, nomeadamente contra a respetiva
destruição, acidental ou ilícita, a perda acidental, a alteração, a difusão ou o acesso
não autorizados, bem como contra qualquer outra forma de tratamento ilícito dos
mesmos;
e) Prestar ao Município da Guarda toda a colaboração de que este careça para esclarecer
qualquer questão relacionada com o tratamento de dados pessoais, efetuado ao abrigo
do contrato;
f) Manter o Município da Guarda informado em relação ao tratamento de dados pessoais,
obrigando-se a comunicar de imediato qualquer situação que possa afetar o
tratamento dos mesmos, ou que, de algum modo, possa dar origem ao incumprimento
das disposições legais em matéria de proteção de dados pessoais;
g) Assegurar o cumprimento do RGPD e demais legislação relativa à proteção de dados,
por todos os seus colaboradores, incluindo toda e qualquer pessoa singular ou coletiva
que preste serviços ao Prestador de Serviços, designadamente, representantes legais,
trabalhadores, prestadores de serviços, procuradores e consultores,
independentemente da natureza e validade do vínculo jurídico estabelecido entre o
Prestador de Serviços e o referido colaborador;
h) Assegurar que as pessoas autorizadas a tratar os dados pessoais assumiram um
compromisso de confidencialidade ou estão sujeitas a adequadas obrigações legais de
confidencialidade;
i) Não copiar, reproduzir, adaptar, modificar, alterar, apagar, destruir, difundir,
transmitir, divulgar ou, por qualquer outra forma, colocar à disposição de terceiros os
dados pessoais a que tenha acesso ou que lhe sejam transmitidos pelo Município da
Guarda ao abrigo do contrato, exceto quando tal lhe tenha sido expressamente
comunicado, por escrito, por este ou quando decorra do cumprimento de uma
obrigação legal;
j) Adotar as medidas de segurança previstas no artigo 32º do RGPD, que assegurem a
confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a resiliência dos sistemas e
serviços de tratamento de dados pessoais e implementar um processo para testar,
apreciar e avaliar regularmente a eficácia destas medidas;
k) Prestar a assistência necessária ao Município da Guarda no sentido de permitir que
este cumpra a obrigação de dar resposta aos pedidos dos titulares dos dados, tendo
em vista o exercício dos direitos previstos no RGPD, nomeadamente o direito de
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acesso, retificação, oposição, apagamento, limitação e portabilidade dos seus dados
pessoais;
l) Garantir a eficácia de mecanismo de notificação efetivo em caso de violação de dados
pessoais para efeitos do cumprimento do previsto no artigo 33º do RGPD.
2- O empreiteiro será responsável por qualquer prejuízo em que o Município da Guarda venha
a incorrer em consequência do tratamento de dados pessoais, por parte do mesmo e/ou
dos seus trabalhadores, colaboradores, subempreiteiros ou fornecedores, em violação das
normas legais aplicáveis.
3- Os dados pessoais a tratar no âmbito do contrato são os previstos no n.º 1 do artigo 4º do
RGPD.
4- O tratamento de dados pessoais a realizar pelo empreiteiro, é efetuado de acordo com as
instruções do responsável pelo tratamento de dados, ou seja, o Município da Guarda.
Cláusula 27.ª
Preço, preço base, condições de pagamento
1- Pela execução da empreitada e pelo cumprimento das demais obrigações decorrentes do
Contrato, deve o dono da obra pagar ao empreiteiro a quantia total do valor de
adjudicação, a qual, sem prejuízo da legislação especialmente aplicável na fase de
execução da obra em matéria de trabalhos complementares, não pode exceder o preço
base de 7.434.169,78€ (preço base do procedimento), acrescido de IVA à taxa legal em
vigor, no caso de o empreiteiro ser sujeito passivo desse imposto pela execução do
Contrato.
2- Os pagamentos a efetuar pelo dono da obra têm uma periodicidade mensal, sendo o seu
montante determinado por medições mensais a realizar de acordo com o disposto na
cláusula 18.ª.
3- Os pagamentos são efetuados no prazo máximo de 30 dias após a apresentação da
respetiva fatura.
16
4- As faturas e os respetivos autos de medição são elaborados de acordo com o modelo e
respetivas instruções fornecidas pelo diretor de fiscalização da obra.
5- Cada auto de medição deve referir todos os trabalhos constantes do plano de trabalhos que
tenham sido concluídos durante o mês, sendo a sua aprovação pelo diretor de fiscalização
da obra condicionada à realização completa daqueles.
6- No caso de falta de aprovação de alguma fatura em virtude de divergências entre o diretor
de fiscalização da obra e o empreiteiro quanto ao seu conteúdo, deve aquele devolver a
respetiva fatura ao empreiteiro, para que este elabore uma fatura com os valores aceites
pelo diretor de fiscalização da obra e uma outra com os valores por este não aprovados.
7- O pagamento dos trabalhos complementares é feito nos termos previstos nos números
anteriores, mas com base nos preços que lhes forem, em cada caso,
especificamente aplicáveis, e sempre nos termos e condições do estabelecido nos
artigos 370º a 373.º e 376º e 377º do CCP.
Cláusula 28.ª
Adiantamentos ao empreiteiro
1- O empreiteiro pode solicitar, através de pedido fundamentado ao dono da obra, um
adiantamento da parte do custo da obra necessária à aquisição de materiais ou
equipamentos cuja utilização haja sido prevista no plano de trabalhos.
2- Sem prejuízo do disposto nos artigos 292.º e 293.º do CCP, o adiantamento referido no
número anterior só pode ser pago depois de o empreiteiro ter comprovado a prestação de
uma caução do valor do adiantamento, através de depósito em dinheiro ou títulos emitidos
ou garantidos pelo Estado, garantia bancária ou seguro-caução, nos mesmos termos da
caução inicialmente prestada.
3- Todas as despesas decorrentes da prestação da caução prevista no número anterior correm
por conta do empreiteiro.
4- A caução para garantia de adiantamentos de preço é progressivamente liberada à medida
que forem executados os trabalhos correspondentes ao pagamento adiantado
que tenha sido efetuado pelo dono da obra, nos termos do n.º 2 do artigo 295.º do CCP.
Cláusula 29.ª
Descontos nos pagamentos
(Só aplicável a adjudicações cujo preço seja considerado anormalmente baixo)
1- Para reforço da caução prestada aquando da celebração do contrato e com vista a garantir
o exato e pontual cumprimento das obrigações contratuais, às importâncias que o
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empreiteiro tiver a receber em cada um dos pagamentos parciais previstos é deduzido o
montante correspondente a 5% desse pagamento.
2- O desconto para garantia pode, a todo o tempo, ser substituído por depósito em dinheiro
ou títulos, garantia bancária ou seguro-caução, nos mesmos termos previstos no programa
do procedimento para a caução referida no número anterior.
3- A entidade pública contratante pode, ainda, compensar os pagamentos devidos ao abrigo
do contrato com as penas pecuniárias devidas nos termos do contrato e do presente
caderno de encargos.
Cláusula 30.ª
Mora no pagamento
Em caso de atraso do dono da obra no cumprimento das obrigações de pagamento do preço
contratual, tem o empreiteiro direito aos juros de mora sobre o montante em dívida à taxa
legalmente fixada para o efeito pelo período correspondente à mora.
Cláusula 31.ª
Revisão de preços
1- A revisão dos preços contratuais, como consequência de alteração dos custos de mão-de-
obra, de materiais ou de equipamentos de apoio durante a execução da empreitada, é
efetuada nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 6/2004, de 6 de janeiro, na
modalidade de fórmula.
2- É aplicável à revisão de preços a fórmula tipo estabelecida para obras da mesma natureza
constante na lei, podendo ser aplicada a Fórmula F01-Edifícios de habitação.
3- Os diferenciais de preços, para mais ou para menos, que resultem da revisão de preços da
empreitada são incluídos nas situações de trabalhos.
Secção V
Seguros
Cláusula 32.ª
Contratos de seguro
1- O empreiteiro obriga-se a celebrar um contrato de seguro de acidentes de trabalho, cuja
apólice deve abranger todo o pessoal por si contratado, a qualquer título, bem como a
apresentar comprovativo que o pessoal contratado pelos subempreiteiros possui seguro
obrigatório de acidentes de trabalho de acordo com a legislação em vigor em Portugal.
18
2- O empreiteiro e os seus subcontratados obrigam-se a subscrever e a manter em vigor,
durante o período de execução do Contrato, as apólices de seguro previstas nas cláusulas
seguintes e na legislação aplicável, das quais deverão exibir cópia e respetivo recibo de
pagamento de prémio na data de consignação.
3- O empreiteiro é responsável pela satisfação das obrigações previstas na presente secção,
devendo zelar pelo controlo efetivo da existência das apólices de seguro dos seus
subcontratados.
4- Sem prejuízo do disposto no n.º 3 da cláusula seguinte, o empreiteiro obriga-se a manter as
apólices de seguro referidas no n.º 1 válidas até ao final à data da receção provisória da
obra ou, no caso do seguro relativo aos equipamentos e máquinas auxiliares afetas à obra
ou ao estaleiro, até à desmontagem integral do estaleiro.
5- O dono da obra pode exigir, em qualquer momento, cópias e recibos de pagamento das
apólices previstas na presente secção ou na legislação aplicável, não se admitindo a
entrada no estaleiro de quaisquer equipamentos sem a exibição daquelas cópias e recibos.
6- Todas as apólices de seguro e respetivas franquias previstas na presente secção e restante
legislação aplicável constituem encargo único e exclusivo do empreiteiro e dos seus
subcontratados, devendo os contratos de seguro ser celebrados com entidade seguradora
legalmente autorizada.
7- Os seguros previstos no presente caderno de encargos em nada diminuem ou restringem as
obrigações e responsabilidades legais ou contratuais do empreiteiro perante o dono da
obra e perante a lei.
8- Em caso de incumprimento por parte do empreiteiro das obrigações de pagamento dos
prémios referentes aos seguros mencionados, o dono da obra reserva-se o direito de se
substituir àquele, ressarcindo-se de todos os encargos envolvidos e/ou por ele suportados.
Cláusula 33.ª
Outros sinistros
1- O empreiteiro obriga-se a celebrar um contrato de seguro de responsabilidade civil
automóvel cuja apólice deve abranger toda a frota de veículos de locomoção própria por si
afetos à obra, que circulem na via pública ou no local da obra, independentemente de
serem veículos de passageiros e de carga, máquinas ou equipamentos industriais, de
acordo com as normas legais sobre responsabilidade civil automóvel (riscos de circulação),
bem como apresentar comprovativo que os veículos afetos à obra pelos subempreiteiros se
encontram segurados.
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2- O empreiteiro obriga-se ainda a celebrar um contrato de seguro relativo aos danos próprios
do equipamento, máquinas auxiliares e estaleiro, cuja apólice deve cobrir todos os meios
auxiliares que vier a utilizar no estaleiro, incluindo bens imóveis, armazéns,
abarracamentos, refeitórios, camaratas, oficinas e máquinas e equipamentos fixos ou
móveis, onde devem ser garantidos os riscos de danos próprios.
3- O capital mínimo seguro pelo contrato referido nos números anteriores deve perfazer, no
total, um capital seguro que não pode ser inferior ao capital mínimo seguro obrigatório
para os riscos de circulação (ramo automóvel).
4- No caso dos bens imóveis referidos no n.º 2, a apólice deve cobrir, no mínimo, os riscos de
incêndio, raio, explosão e riscos catastróficos, devendo o capital seguro corresponder ao
respetivo valor patrimonial.
Capítulo IV
Representação das partes e controlo da execução do contrato
Cláusula 34.ª
Representação do empreiteiro
Durante a execução do Contrato, o empreiteiro é representado por um diretor de obra, salvo
nas matérias em que, em virtude da lei ou de estipulação diversa no caderno de encargos ou
no Contrato, se estabeleça diferente mecanismo de representação.
1- O empreiteiro obriga-se, sob reserva de aceitação pelo dono da obra, a confiar a sua
representação a um técnico com a seguinte qualificação mínima: Licenciatura em
Engenharia Civil.
2- Após a assinatura do Contrato, e antes da consignação, o empreiteiro confirmará, por
escrito, o nome do diretor de obra, indicando a sua qualificação técnica e ainda se o
mesmo pertence ou não ao seu quadro técnico, devendo esta informação ser acompanhada
por uma declaração subscrita pelo técnico designado, com assinatura reconhecida,
assumindo a responsabilidade pela direção técnica da obra e comprometendo-se a
desempenhar essa função com proficiência e assiduidade.
3- As ordens, os avisos e as notificações que se relacionem com os aspetos técnicos da
execução da empreitada são dirigidos diretamente ao diretor de obra.
4- O diretor de obra acompanha assiduamente os trabalhos e está presente no local da obra
sempre que para tal seja convocado.
5- O dono da obra poderá impor a substituição do diretor de obra, devendo a ordem
respetiva ser fundamentada por escrito.
20
6- Na ausência ou impedimento do diretor de obra, o empreiteiro é representado por quem
aquele indicar para esse efeito, devendo estar habilitado com os poderes necessários
para responder, perante o diretor de fiscalização da obra, pela marcha dos trabalhos.
7- O empreiteiro deve designar um responsável pelo cumprimento da legislação aplicável em
matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho e, em particular, pela correta aplicação
do documento referido na alínea i) do n.º 4 da cláusula 6.ª.
Cláusula 35.ª
Representação do dono da obra
1- Durante a execução o dono da obra é representado por um diretor de fiscalização da obra,
salvo nas matérias em que, em virtude da lei ou de estipulação distinta no caderno de
encargos ou no Contrato, se estabeleça diferente mecanismo de representação.
2- O dono da obra notifica o empreiteiro da identidade do diretor de fiscalização da obra que
se designe para a fiscalização local dos trabalhos até à data da consignação ou da primeira
consignação parcial.
Cláusula 36.ª
Livro de registo da obra
1- O empreiteiro organiza um registo da obra, em livro adequado, com as folhas numeradas e
rubricadas por si e pelo diretor de fiscalização da obra, contendo uma
informação sistemática e de fácil consulta dos acontecimentos mais importantes
relacionados com a execução dos trabalhos.
2- Os factos a consignar obrigatoriamente no registo da obra são os referidos no n.º 3 do
artigo 304.º e no n.º 3 do artigo 305.º do CCP.
3- O livro de registo ficará patente no local da obra, ao cuidado do diretor da obra, que o
deverá apresentar sempre que solicitado pelo diretor de fiscalização da obra ou por
entidades oficiais com jurisdição sobre os trabalhos.
Capítulo V
Receção e liquidação da obra
21
Cláusula 37.ª
Receção provisória
1- A receção provisória da obra depende da realização de vistoria, que deve ser efetuada logo
que a obra esteja concluída no todo ou em parte, mediante solicitação do empreiteiro ou
por iniciativa do dono da obra, tendo em conta o termo final do prazo total ou dos prazos
parciais de execução da obra.
2- No caso de serem identificados defeitos da obra que impeçam a sua receção provisória,
esta é efetuada relativamente a toda a extensão da obra que não seja objeto de
deficiência.
3- O procedimento de receção provisória obedece ao disposto nos artigos 394.º a 396.º do
CCP.
Cláusula 38.ª
Prazo de garantia
1- O prazo de garantia varia de acordo com os seguintes tipos de defeitos:
Cláusula 39.ª
Receção definitiva
1- No final dos prazos de garantia previstos na cláusula anterior, é realizada uma nova
vistoria à obra para efeitos de receção definitiva.
2- Se a vistoria referida no número anterior permitir verificar que a obra se encontra em boas
condições de funcionamento e conservação, esta será definitivamente recebida.
22
3- A receção definitiva depende, em especial, da verificação cumulativa dos seguintes
pressupostos:
a. Funcionalidade regular, no termo do período de garantia, em condições normais de
exploração, operação ou utilização, da obra e respetivos equipamentos, de forma que
cumpram todas as exigências contratualmente previstas;
b. Cumprimento, pelo empreiteiro, de todas as obrigações decorrentes do período de garantia
relativamente à totalidade ou à parte da obra a receber.
4- No caso de a vistoria referida no n.º 1 permitir detetar deficiências, deteriorações, indícios
de ruína ou falta de solidez, da responsabilidade do empreiteiro, ou a não verificação dos
pressupostos previstos no número anterior, o dono da obra fixa o prazo para a correção por
parte do empreiteiro dos problemas detetados, findo o qual será fixado o prazo para a
realização de uma nova vistoria nos termos dos números anteriores.
Cláusula 40.ª
Restituição dos depósitos e quantias retidas e liberação da caução
1- Feita a receção definitiva de toda a obra, são restituídas ao empreiteiro as quantias
retidas como garantia ou a qualquer outro título a que tiver direito.
2- Verificada a inexistência de defeitos da prestação do empreiteiro ou corrigidos aqueles que
hajam sido detetados até ao momento da liberação, ou ainda quando considere os defeitos
identificados e não corrigidos como sendo de pequena importância e não justificativos da
não liberação, o dono da obra promove a liberação da caução destinada a garantir o exato
e pontual cumprimento das obrigações contratuais, nos termos do artigo 295º do CCP.
Capítulo VI
Disposições finais
Cláusula 41.ª
Deveres de informação
1- Cada uma das partes deve informar de imediato a outra sobre quaisquer circunstâncias que
cheguem ao seu conhecimento e que possam afetar os respetivos interesses na execução
do Contrato, de acordo com as regras gerais da boa fé.
2- Em especial, cada uma das partes deve avisar de imediato a outra de quaisquer
circunstâncias, constituam ou não força maior, que previsivelmente impeçam o
cumprimento ou o cumprimento tempestivo de qualquer uma das suas obrigações.
23
3- No prazo de dez dias após a ocorrência de tal impedimento, a parte deve informar a outra
do tempo ou da medida em que previsivelmente será afetada a execução do Contrato.
Cláusula 42.ª
Subcontratação e cessão da posição contratual
1- O empreiteiro pode subcontratar a entidades identificadas na proposta adjudicada, desde
que se encontrem cumpridos os requisitos constantes dos nºs 3 e 6 do artigo 318.º do CCP.
2- A subcontratação na fase de execução está sujeita a autorização do dono da obra,
dependente da verificação da capacidade técnica do subcontratado em moldes
semelhantes aos que foram exigidos ao subempreiteiro na fase de formação do Contrato,
aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto nos nºs 3 e 6 do artigo 318.º do
CCP.
3- Todos os subcontratos devem ser celebrados por escrito e conter os elementos previstos no
artigo 384.º do CCP, devendo ser especificados os trabalhos a realizar e expresso o que for
acordado quanto à revisão de preços.
4- O empreiteiro obriga-se a tomar as providências indicadas pelo diretor de fiscalização da
obra para que este, em qualquer momento, possa distinguir o pessoal do empreiteiro do
pessoal dos subempreiteiros presentes na obra.
5- O disposto nos números anteriores é igualmente aplicável aos contratos celebrados entre
os subcontratados e terceiros.
6- No prazo de cinco dias após a celebração de cada contrato de subempreitada, o
empreiteiro deve, nos termos do n.º 3 do artigo 385.º do CCP, comunicar por escrito o
facto ao dono da obra, remetendo-lhe cópia do contrato em causa.
7- A cessão da posição contratual por qualquer das partes depende da autorização da outra,
sendo em qualquer caso vedada nas situações previstas no n.º 1 do artigo 317.º do CCP.
Cláusula 43.ª
Resolução do contrato pelo dono da obra
1. Sem prejuízo das indemnizações legais e contratuais devidas, o dono da obra pode resolver
o Contrato nos seguintes casos:
a. Incumprimento definitivo do Contrato por facto imputável ao empreiteiro;
b. Incumprimento, por parte do empreiteiro, de ordens, diretivas ou instruções transmitidas
no exercício do poder de direção sobre matéria relativa à execução das prestações
contratuais;
24
c. Oposição reiterada do empreiteiro ao exercício dos poderes de fiscalização do dono da
obra;
d. Cessão da posição contratual ou subcontratação realizadas com inobservância dos termos e
limites previstos na lei ou no Contrato, desde que a exigência pelo
empreiteiro da manutenção das obrigações assumidas pelo dono da obra contrarie o
princípio da boa fé;
e. Se o valor acumulado das sanções contratuais com natureza pecuniária exceder o limite
previsto no n.º 2 do artigo 329.º do CCP;
f. Incumprimento pelo empreiteiro de decisões judiciais ou arbitrais respeitantes ao
Contrato;
g. Não renovação do valor da caução pelo empreiteiro, nos casos em que a tal esteja
obrigado;
h. O empreiteiro se apresente à insolvência ou esta seja declarada judicialmente;
i. Se o empreiteiro, de forma grave ou reiterada, não cumprir o disposto na legislação sobre
segurança, higiene e saúde no trabalho;
j. Se, tendo faltado à consignação sem justificação aceite pelo dono da obra, o empreiteiro
não comparecer, após segunda notificação, no local, na data e na hora indicados pelo dono
da obra para nova consignação desde que não apresente justificação de tal falta aceite
pelo dono da obra;
k. Se ocorrer um atraso no início da execução dos trabalhos imputável ao empreiteiro que
seja superior a 1/40 do prazo de execução da obra;
l. Se o empreiteiro não der início à execução dos trabalhos complementares decorridos 15
dias da notificação da decisão do dono da obra que indefere a reclamação apresentada por
aquele e reitera a ordem para a sua execução;
m. Se houver suspensão da execução dos trabalhos pelo dono da obra por facto imputável ao
empreiteiro ou se este suspender a execução dos trabalhos sem fundamento e fora dos
casos previstos no n.º 1 do artigo 366.º do CCP, desde que da suspensão advenham graves
prejuízos para o interesse público;
n. Se ocorrerem desvios ao plano de trabalhos nos termos do disposto no n.º 3 do artigo 404.º
do CCP;
o. Se não foram corrigidos os defeitos detetados no período de garantia da obra ou se não for
repetida a execução da obra com defeito ou substituídos os equipamentos defeituosos, nos
termos do disposto no artigo 397.º do CCP;
p. Por razões de interesse público, devidamente fundamentado.
25
2. Nos casos previstos no número anterior, havendo lugar a responsabilidade do empreiteiro,
será o montante respetivo deduzido das quantias devidas, sem prejuízo do dono da obra
poder executar as garantias prestadas.
3. No caso previsto na alínea p) do n.º 1, o empreiteiro tem direito a indemnização
correspondente aos danos emergentes e aos lucros cessantes, devendo, quanto a estes, ser
deduzido o benefício que resulte da antecipação dos ganhos previstos.
4. A falta de pagamento da indemnização prevista no número anterior no prazo de 30 dias
contados da data em que o montante devido se encontre definitivamente apurado confere
ao empreiteiro o direito ao pagamento de juros de mora sobre a respetiva importância.
Cláusula 44.ª
Resolução do contrato pelo empreiteiro
1. Sem prejuízo de outras situações de grave violação das obrigações assumidas pelo
contraente público especialmente previstas no contrato e independentemente do
direito de indemnização, o co-contratante tem o direito de resolver o contrato nas
seguintes situações:
a) Alteração anormal e imprevisível das circunstâncias;
b) Incumprimento definitivo do contrato por facto imputável ao contraente público;
c) Incumprimento de obrigações pecuniárias pelo contraente público por período
superior a seis meses ou quando o montante em dívida exceda 25 % do preço
contratual, excluindo juros;
d) Exercício ilícito dos poderes tipificados no capítulo sobre conformação da relação
contratual pelo contraente público, quando tornem contrária à boa fé a exigência
pela parte pública da manutenção do contrato;
e) Incumprimento pelo contraente público de decisões judiciais ou arbitrais respeitantes
ao contrato.
2. No caso previsto na alínea a) do n.º 1, apenas há direito de resolução quando esta
não implique grave prejuízo para a realização do interesse público subjacente à
relação jurídica contratual ou, caso implique tal prejuízo, quando a manutenção do
contrato ponha manifestamente em causa a viabilidade económico-financeira do co-
contratante ou se revele excessivamente onerosa, devendo, nesse último caso, ser
devidamente ponderados os interesses públicos e privados em presença.
3. O direito de resolução é exercido por via judicial ou mediante recurso a arbitragem.
4. Nos casos previstos na alínea c) do n.º 1, o direito de resolução pode ser exercido
mediante declaração ao contraente público, produzindo efeitos 30 dias após a
26
receção dessa declaração, salvo se o contraente público cumprir as obrigações em
atraso nesse prazo, acrescidas dos juros de mora a que houver lugar.
Cláusula 45.ª
Foro competente
Para resolução de todos os litígios decorrentes do Contrato fica estipulada a competência do
tribunal Administrativo e Fiscal agregado e/ou de Círculo da área de circunscrição geográfica
da entidade adjudicante, com expressa renúncia a qualquer outro.
Cláusula 46.ª
Comunicações e notificações
1- Sem prejuízo de poderem ser acordadas outras regras quanto às notificações e
comunicações entre as partes do contrato, estas devem ser dirigidas, nos termos do Código
dos Contratos Públicos, para o domicílio ou sede contratual de cada uma, identificados no
Contrato.
2- Qualquer alteração das informações de contacto constantes do Contrato deve ser
comunicada à outra parte.
Cláusula 47.ª
Contagem dos prazos
Os prazos previstos no Contrato contam-se do seguinte modo:
a) Não se inclui na contagem do prazo o dia em que ocorrer o evento a partir do qual o
mesmo começa a correr;
b) Os prazos são contínuos, não se suspendendo nos sábados, domingos e feriados;
c) O prazo fixado em semanas, meses ou anos, a contar de certa data, termina às 24 horas do
dia que corresponda, dentro da última semana, mês ou ano, a essa data, mas se no último
mês não existir dia correspondente, o prazo finda no último dia desse mês;
d) O prazo que termine em sábado, domingo, feriado ou em dia em que o serviço perante o
qual deva ser praticado o ato que não esteja aberto ao público, ou não funcione durante o
período normal, transfere-se para o 1.º dia útil seguinte.
Cláusula 48ª
(Normas aplicáveis e Gestor do Contrato)
5. Em todo o omisso no presente caderno de encargos observar-se-á o disposto no Código dos
Contratos Públicos (CCP), aprovado Decreto-Lei nº 18/2008, de 29 de janeiro, com a
27
redação atualizada de acordo com o estabelecido no Decreto-Lei nº 111-B/2017, de
31 de agosto, na sua atual redação, e na restante legislação especialmente aplicável.
6. Sem prejuízo da sua expressa previsão no contrato, para efeitos do disposto nos artigos
96º/1, i) e 290º-A do CCP, na redação do Decreto-Lei nº 111-B/2017, de 31 de agosto, na
sua atual redação, a fase de execução do contrato será acompanhada por um gestor do
contrato.
28
ANEXO I
29
CCP- Artigo 49.º
Especificações técnicas
1. As especificações técnicas, tal como definidas no anexo VII do Código dos Contratos
públicos, devem constar no caderno de encargos e devem definir as características exigidas
para as obras, bens móveis e serviços.
2. As características exigidas para as obras, bens móveis e serviços podem também incluir
uma referência ao processo ou método específico de produção ou execução das obras, bens
móveis ou serviços solicitados ou a um processo específico para outra fase do seu ciclo de
vida, mesmo que tais fatores não façam parte da sua substância material, desde que
estejam ligados ao objeto do contrato e sejam proporcionais ao seu valor e aos seus
objetivos.
3. As especificações técnicas podem concretizar se é exigida a transmissão de direitos de
propriedade intelectual.
4. As especificações técnicas devem permitir a igualdade de acesso dos operadores
económicos ao procedimento de contratação e não devem criar obstáculos injustificados à
abertura dos contratos públicos à concorrência.
5. Em relação a todos os contratos cujo objeto se destine a ser utilizado por pessoas
singulares, quer seja o público em geral quer o pessoal da entidade adjudicante, as
especificações técnicas devem, salvo em casos devidamente justificados, ser elaboradas de
modo a ter em conta os critérios de acessibilidade para as pessoas com deficiência ou de
conceção para todos os utilizadores.
6. Sempre que existam normas de acessibilidade obrigatórias adotadas por ato legislativo da
União Europeia, as especificações técnicas devem ser definidas por referência a essas
normas, no que respeita aos critérios de acessibilidade para as pessoas com deficiência ou
de conceção para todos os utilizadores.
7. Sem prejuízo das regras técnicas nacionais vinculativas, na medida em que sejam
compatíveis com o direito da União Europeia, as especificações técnicas devem ser
formuladas segundo uma das seguintes modalidades:
a) Em termos de desempenho ou de requisitos funcionais, que podem incluir critérios
ambientais, desde que os parâmetros sejam suficientemente precisos para permitir que os
concorrentes determinem o objeto do contrato e que a entidade adjudicante proceda à
respetiva adjudicação;
b) Por referência a especificações técnicas definidas e, por ordem de preferência, a normas
nacionais que transponham normas europeias, a homologações técnicas europeias, a
especificações técnicas comuns, a normas internacionais e a outros sistemas técnicos de
referência estabelecidos pelos organismos europeus de normalização ou, quando estes não
30
existam, a normas nacionais, a homologações técnicas nacionais ou a especificações
técnicas nacionais em matéria de conceção, cálculo e execução das obras e de utilização
dos fornecimentos, devendo cada referência ser acompanhada da menção «ou
equivalente»;
c) Em termos do desempenho ou dos requisitos funcionais a que se refere a alínea a), com
referência às especificações técnicas a que se refere a alínea b) como meio de presunção
de conformidade com esse desempenho ou com esses requisitos funcionais;
d) Por referência às especificações técnicas a que se refere a alínea b), para determinadas
características, e por referência ao desempenho ou aos requisitos funcionais a que se
refere a alínea a), para outras.
8. A menos que o objeto do contrato o justifique, as especificações técnicas não podem fazer
referência a determinado fabrico ou proveniência, a um procedimento específico que
caracterize os produtos ou serviços prestados por determinado fornecedor, ou a marcas
comerciais, patentes, tipos, origens ou modos de produção determinados que tenham por
efeito favorecer ou eliminar determinadas empresas ou produtos.
9. As referências mencionadas no número anterior só são autorizadas, a título excecional, no
caso de não ser possível uma descrição suficientemente precisa e inteligível do objeto do
contrato nos termos do n.º 7, devendo, no entanto, ser acompanhada da menção «ou
equivalente».
10. Sempre que a entidade adjudicante recorra à possibilidade de remeter para as
especificações técnicas a que se refere na alínea b) do n.º 7, não pode excluir uma
proposta com o fundamento de que as obras, bens móveis ou serviços dela constantes não
estão em conformidade com as suas especificações técnicas de referência, se o
concorrente demonstrar na sua proposta por qualquer meio adequado, nomeadamente os
meios de prova referidos no artigo seguinte, que as soluções propostas satisfazem de modo
equivalente os requisites definidos nas especificações técnicas.
11. Sempre que a entidade adjudicante recorra à possibilidade, prevista na alínea a) do n.º 7,
de formular especificações técnicas em termos de exigências de desempenho ou de
requisitos funcionais, não deve excluir uma proposta que esteja em conformidade com uma
norma nacional que transponha uma norma europeia, uma homologação técnica europeia,
uma especificação técnica comum, uma norma internacional ou um sistema técnico de
referência estabelecido por um organismo de normalização europeu, quando essas
especificações corresponderem aos critérios de desempenho ou cumprirem os requisitos
funcionais impostos.
31
12. O concorrente pode demonstrar na sua proposta, por qualquer meio adequado, incluindo
os meios referidos no artigo 49.º-A, que a obra, bem móvel ou serviço em conformidade
com a norma em questão corresponde ao desempenho exigido ou cumpre os requisitos
funcionais da entidade adjudicante.
32
qualquer fase do ciclo de vida do produto ou serviço e os procedimentos de avaliação da
conformidade.
2. Entende-se por «Norma»: uma especificação técnica aprovada por um organismo de
normalização reconhecido para aplicação repetida ou continuada, cuja observância não é
obrigatória e que se enquadra no âmbito de uma das seguintes categorias:
a) «Norma internacional»: uma norma aprovada por um organismo internacional de
normalização e acessível ao público em geral;
b) «Norma europeia»: uma norma aprovada por um organismo europeu de normalização e
acessível ao público em geral;
c) «Norma nacional»: uma norma aprovada por um organismo nacional de normalização e
acessível ao público em geral.
3. Entende-se por «Avaliação Técnica Europeia»: a avaliação documentada do desempenho de
um produto de construção, em relação às suas características essenciais, em conformidade
com o respetivo documento de avaliação europeu, conforme definido no ponto 12 do artigo
2.º do Regulamento (UE) n.º 305/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 de
março.
4. Entende-se por «Especificação técnica comum», uma especificação técnica no domínio das
Tecnologias de Informação e Comunicação estabelecida de acordo com o disposto nos
artigos 13.º e 14.º do Regulamento (UE) n.º 1025/2012 do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 25 de outubro de 2012.
5. Entende-se por «Referencial técnico»: qualquer produto elaborado por organismos
europeus de normalização, que não as normas europeias, em conformidade com
procedimentos adaptados à evolução das necessidades do mercado.
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