0% acharam este documento útil (0 voto)
3K visualizações248 páginas

Fear Me, Love Me - Lilith Vincent

O romance 'Fear Me, Love Me' gira em torno de Vivienne, que busca recuperar seu irmãozinho das garras de Tyrant Mercer, um homem cruel que governa a cidade. Enquanto ela é forçada a jogar os jogos distorcidos de Tyrant, carrega um segredo que pode mudar tudo. O livro explora temas sombrios, incluindo obsessão, violência e relacionamentos complicados, prometendo uma narrativa intensa e provocativa.

Enviado por

Raiane Souza
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
3K visualizações248 páginas

Fear Me, Love Me - Lilith Vincent

O romance 'Fear Me, Love Me' gira em torno de Vivienne, que busca recuperar seu irmãozinho das garras de Tyrant Mercer, um homem cruel que governa a cidade. Enquanto ela é forçada a jogar os jogos distorcidos de Tyrant, carrega um segredo que pode mudar tudo. O livro explora temas sombrios, incluindo obsessão, violência e relacionamentos complicados, prometendo uma narrativa intensa e provocativa.

Enviado por

Raiane Souza
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 248

SINOPSE

Tyrant Mercer não concede desejos. Ele cobra dívidas e está aqui para me
reclamar.
Tudo que eu queria era meu irmãozinho de volta do homem que o roubou.
Minha família está em dívida com Tyrant, um homem que eles odeiam, e me
renegam quando os olhos do diabo se desviam para mim. Agora não há
nada nem ninguém para me proteger do homem cruel que governa esta
cidade nas sombras.
Mas Tyrant não vai me arrastar pelos cabelos ainda. Ele vai me atormentar
primeiro.
Tyrant exige que eu jogue seus jogos distorcidos. Ele acha que vou
desmoronar para sua diversão, mas carrego um segredo que é maior do que
nós dois. Um segredo que agora está nas mãos do pior homem possível.
Tudo o que ele deseja sou eu. Tudo o que ele exige é tudo. Tyrant me dará
tudo o que sempre quis - tudo o que tenho a dizer é que o desejo...
Mas um desejo é uma maldição quando concedido pelo próprio diabo.

Nota do autor: Fear Me, Love Me é um romance MF independente com


temas sombrios, reprodução forçada, somnofilia, diferença de idade, um
mocinho alfa ciumento e possessivo e uma heroína virgem doce, mas forte.
A história é suja e deliciosa, então leia a seu critério. Esteja ciente de que
este livro contém representações de cortes e automutilação.
UMA NOTA AOS LEITORES

Caros leitores, estou absolutamente emocionada em trazer a vocês


mais um buquê ambulante de bandeiras vermelhas em um terno sexy com
um pau grande. O que estamos fazendo aqui? Por que somos assim?
Quando ele vem? Como eu, você provavelmente já consultou sua história
fictícia de paixão e notou um número alarmante de desastres lindos.
Suponho que remontam à primeira vez que você se sentou ereto no sofá em
frente à TV ou ao seu livro e pensou em alguém que acabou de cometer um
crime: — Ele. Estou obcecado por ele.

Se eles não queriam que nos apaixonássemos pelos vilões, por que os
tornaram tão gloriosos? Jafar. Capitão Gancho. Kylo Ren. Lucius e Draco
Malfoy. Scar. O Fantasma da Ópera. Sesshoumaru. Depois, há meu favorito e
primeira paixão: Jareth, o Rei dos Duendes.

Jareth. Jareth. Suas roupas são deslumbrantes. Seus sorrisos são


diabólicos. Seu cabelo está cheio de segredos e seu pau está à mostra. O
homem sabe como transformar um sequestro em um acontecimento. Eu
não estava pronta para o “romance de máfia, mas dê-lhe vibrações de
Labirinto” para me dar um tapa na cara, mas assim que isso aconteceu,
peguei meu laptop e comecei a digitar.

Fear Me, Love Me é uma carta de amor para todos que sempre
quiseram que o vilão ficasse com a garota. Não há traição ou
compartilhamento. Tyrant é um homem de uma mulher só e é obcecado por
Vivienne. Existem temas sombrios, violência, reprodução, dubcon,
obscenidade, somnofilia, jogos de sangue, sexo menstruada, cordas,
mordaças e jogos de faca. Esteja ciente de que este livro contém
referências e representações de cortes e automutilação e lembranças de
tentativa de agressão sexual.
Se tudo isso soa como sua ideia de diversão, vire a página, feche os
olhos, faça um pedido, e Tyrant Mercer virá e levará você embora, agora
mesmo.
PARTE I
AGORA
CAPÍTULO UM
VIVIENNE

— Quem é meu melhor garoto? Quem é o homenzinho mais adorável


do mundo? — Eu coloco Barlow no quadril e ele ri com o jeito alegre de um
garoto de dezesseis meses sem nenhuma preocupação no mundo. Eu sorrio
junto com ele e esfrego a ponta do meu nariz contra o dele enquanto faço
perguntas bobas de bebê. Seus dedos encontram a fina corrente de ouro em
volta do meu pescoço, e ele brinca com ela enquanto eu salpico suas mãos
gordinhas de beijos.
Samantha, minha madrasta, está olhando de relance entre mim e o
relógio na parede da cozinha como se estivesse medindo os segundos que
passo com meu meio-irmão e invejando cada um deles. No momento,
Samantha está ocupada preparando o jantar, então absorvo o máximo de
abraços que posso.
— Onde estão as colheres medidoras? — Samantha suspira
exasperada, abrindo e fechando gavetas e portas de armários.
Eu me viro e abro uma gaveta. — Elas estão aqui... ah. — O que
costumava ser a gaveta dos utensílios de cozinha agora está cheia de jogos
americanos.
— Mudei tudo há meses. — diz minha madrasta, irritada, seu tom me
dizendo que estou irritando-a por tentar ajudar. Ela procura dentro de um
armário e tira de lá um conjunto de colheres de plástico em um anel. — Aqui
estão elas.
Esta é a casa onde cresci, mas desde que me mudei para estudar na
Universidade Henson no ano passado, isso se voltou contra mim. As coisas
nunca estão onde eu esperava que estivessem, as paredes foram pintadas
com cores diferentes e meu quarto se tornou um depósito para o
equipamento fotográfico de Samantha e para o equipamento de golfe de
meu pai. Às vezes durmo lá nos feriados, mas ir para a cama é como correr
em uma pista de obstáculos. Quando estou deitada no escuro, todas as
coisas de papai e Samantha pairam sobre mim, ressentidas e julgando minha
presença. Samantha tenta fingir que ainda sou bem-vinda. Papai raramente
se incomoda.
Como se pensar nele o tivesse chamado para casa, a porta da frente se
abre e ouvem-se passos no corredor.
— Sou eu. — papai chama com uma voz alegre.
Samantha se apressa e tira Barlow de mim. Seu sorriso é tenso e sua
risadinha é forçada quando ela diz: — Rápido, dê-me ele. Você vai deixá-lo
muito nervoso antes de dormir.
Olho para o relógio na parede. Ainda não são quatro horas e sei que
Barlow só vai dormir às seis. Fico com uma dor vazia nos braços, onde meu
meio-irmão costumava estar, e observo melancolicamente enquanto
Samantha o coloca em sua cadeira alta e se vira para cumprimentar papai. A
temperatura da sala cai, e não é só porque não estou mais abraçando
Barlow. Gosto de Samantha e ela gostava de mim. Ênfase no gostava.
Depois do que aconteceu no ano passado, raramente tenho permissão para
ficar com Barlow e nunca mais me pedem para ser babá.
Papai entra na cozinha carregando sacolas da loja de ferragens local, e
a raiva explode em seu rosto quando ele me vê parada ali. — O que você
está fazendo aqui?
Faço um gesto impotente para Barlow. — Eu só estava…
Papai olha para Samantha e seu queixo se contrai. Com paciência
exagerada, ele coloca as sacolas de compras na mesa da cozinha enquanto
se dirige ao filho com carinho genuíno. — Olá amigo. Você teve uma boa
tarde? Você foi bom para a mamãe? — Ele sorri e beija o menino, fazendo
cócegas em sua bochecha.
Engulo um nó na garganta. Claro que Barlow merece, mas o que eu
não daria por um décimo do mesmo carinho.
Papai e Samantha conversam sobre o trabalho que ele acabou de
fazer, e então ele não consegue mais ignorar a filha. — Eu perguntaria se
você tem se comportado bem naquela sua faculdade, mas sei que não devo
esperar nada além de mentiras de você.
A dor de suas palavras esfola minhas costelas. Quase estendo as duas
mãos para segurar meu segredo e fazer a dor parar. Em vez disso, respiro
em meio à dor.
Eu não sou uma mentirosa.
Eu não sou.
— Estou indo bem. — eu sussurro, brincando com os punhos de renda
da minha camisa. É uma que eu mesmo fiz com renda vintage que encontrei
em um brechó, enfeitada com flores cheias de pétalas. No dia em que eu
estava exibindo-a alegremente pela primeira vez, papai riu de uma forma
desagradável e disse: — Quem quer andar por aí usando uma cortina velha?
Eu. Eu quero. Essa renda provavelmente já esteve pendurada na sala
de alguma senhora frágil, quando ela morreu, sua filha ou neta a lavou,
dobrou e doou para caridade. Muito antes disso, a velha era uma jovem e
estava apaixonada por alguém, ela devia estar comprando uma renda tão
romântica. Ela pensou na pessoa que amava enquanto costurava as cortinas
e espiava esperançosamente através delas, esperando que seu amado a
visitasse. Ela admirou as flores rendadas contra o céu sombrio de Henson.
Estou vestida com sua felicidade e seu desgosto. Estou vestida com a
esperança dela. Há tão pouco disso ultimamente que estou desesperada por
cada pedaço que consigo encontrar.
Papai e eu nos encaramos. Há tanta coisa que ele quer dizer, mas
posso senti-lo segurando as palavras. Não sei se ele não está dizendo porquê
não quer ou se está esperando o momento certo. Depois que ele cruzar essa
linha, não há como voltar atrás.
Ele se afasta abruptamente de mim e eu solto silenciosamente o ar
que queimava em meus pulmões. Estou desesperada para manter a paz
para que ele me permita passar alguns minutos por semana com Barlow.
Estar perto do meu irmão é tudo que eu quero. Não há nada tão importante
quanto à família, e Barlow é o único que me ama de verdade. Não sei por
quanto tempo mais isso vai continuar enquanto ele estiver sendo criado por
duas pessoas que me odeiam, eu não sei.
Papai anda pela cozinha, abrindo e fechando o armário e a geladeira
enquanto pega um copo de água e bebe. Então ele larga o copo com tanta
força que quase se estilhaça.
— Você deve ter muito trabalho para fazer, Vivienne. — Samantha
olha desesperadamente para minha mochila em cima do balcão. Ela acha
que está sendo sutil, mas entendo o que ela quer tão claramente como se
estivesse gritando: Saia da minha casa, através de um megafone.
— Sim, muitos. — eu digo, pegando minha mochila com relutância. —
Esta noite acho que vou esboçar os anjos de pedra no túmulo...
Samantha me dá um breve sorriso e imediatamente se afasta. — Bem,
isso não seria legal? Owen, hoje à noite, depois do jantar, precisamos revisar
os extratos do cartão de crédito…
Dou um beijo no topo da cabeça de Barlow, inalo seu doce perfume de
bebê e vou até a porta da frente.
A voz irritada do meu pai me invade assim que abro a porta. — Por
que você continua deixando ela entrar aqui? Ela estava segurando Barlow,
não estava? Eu disse que ela não é confiável.
Ele nem está tentando manter a voz baixa para que eu não o ouça.
Num tom mais suave, posso ouvir Samantha implorando a ele.
A humilhação toma conta de mim. Fecho a porta atrás de mim e
desapareço de suas vidas por mais uma semana. Se eu passar pela mente
deles nesse meio tempo, os pensamentos não serão felizes. Neste
momento, Samantha vai dizer ao papai que se ele não quiser que eu venha,
ele mesmo terá que me dizer. Papai bate as coisas e grita, mas ele é um
covarde e não quer dizer isso na minha cara. Ele quer que eu pare de vir
para que ele possa fingir que não é o cara mau. Estou fingindo não perceber
o que ele quer para poder continuar vendo meu irmão.
Resta-me apenas esperar que, com o tempo, o que aconteceu no ano
passado comece a se desvanecer em nada, pelo menos para eles. Posso
voltar a ser uma consideração tardia em vez de uma passiva. Exatamente
como era há quatro anos, quando eu tinha quinze anos.
Toco minhas costelas brevemente enquanto um espasmo de dor passa
por mim.
Costumava doer ser um pós-escrito na vida de papai e Samantha, mas
agora olho para trás, para aqueles primeiros meses nesta casa, com
saudade.
O vento frio do outono açoita as folhas ao longo da rua, há no ar o
cheiro forte de uma geada que se aproxima. O verão definitivamente
acabou. Coloco uma capa sobre os ombros para me manter aquecida, minha
bolsa de couro marrom balança suavemente contra minha coxa enquanto
ando. Henson costuma ser sombria e chover com frequência, mas, por
enquanto, o céu está limpo e as calçadas secas.
Poucos minutos depois, chego a um arco de pedra e um portão de
ferro forjado com letras que dizem Cemitério East Henson. Ao passar pelo
portão aberto, vejo que não há muitas pessoas por perto nesta tarde fria de
domingo. Há sepulturas modernas e brilhantes e canteiros de rosas vistosos
com flores coloridas e perfumadas na frente do cemitério. Mais atrás e mais
perto da igreja estão as sepulturas mais antigas. Adoro estar ali, entre as
lápides desbotadas e cobertas de musgo, onde flores silvestres crescem
entre os túmulos.
Sento-me de pernas cruzadas na grama alta, pego meu caderno de
desenho e contemplo o anjo de pedra à minha frente. Ela tem cento e
quarenta anos e está deitada sobre um caixão com a cabeça apoiada nos
braços, como se chorasse com o vestido longo aberto ao seu redor. O tecido
é intrinsecamente dobrado como se tivesse sido tecido de seda em vez de
esculpido em pedra. Suas asas abertas estão descoloridas e esfareladas nas
pontas, mas ainda consigo distinguir muitas das penas cuidadosamente
esculpidas.
As pontas dos meus dedos formigam quando pego meu lápis e começo
a desenhar, estou corada de excitação e felicidade pela primeira vez hoje.
Estou estudando design e história da arte na Universidade Henson e
desenho sempre que não estou costurando. Ganhei uma bolsa de estudos.
Não havia nenhuma maneira de meu pai ter condições de me mandar para
uma faculdade, e certamente não para uma tão prestigiada e cara como
Henson, mesmo que ele pudesse pagar, ele nunca teria gasto tanto comigo.
Mamãe também nunca criou um fundo para a faculdade para mim. Morei
com ela em Los Angeles durante os primeiros quatorze anos da minha vida,
ela estava muito perturbada pelo álcool e pelas drogas para se lembrar de
colocar comida na geladeira, quanto mais pensar no meu futuro. Quando
mamãe teve uma overdose e morreu, papai me buscou no Serviço de
Proteção à Criança e me trouxe aqui para Washington para morar com ele e
sua nova esposa.
Lembro-me de como ele ficou chocado por eu ter crescido enquanto
ele não estava olhando. Ele ficava dizendo coisas como: — Vivienne, uau.
Você é tão alta. Lembro-me de quando você estava de nos meus joelhos — e
— Você já está na nona série? — E assim por diante, como se eu o tivesse
enganado de alguma forma, ou como se tivesse crescido nas costas dele só
para assustá-lo. Ele poderia ter vindo visitar-me uma ou duas vezes. Não é
como se ele não soubesse onde mamãe e eu morávamos.
Em Henson, papai era estranho, mas acolhedor, Samantha era
agradável e gentil. Eles não me disseram que me amavam ou se esforçaram
para se interessar pela menina pequena, séria e de cabelos escuros que de
repente estava no meio deles. Eu não me importei, pois podia ouvi-los
conversando sobre seus dias enquanto nos sentávamos juntos à mesa de
jantar. Outras pessoas enchiam a casa de barulho, ligavam a televisão e
deixavam os sapatos na porta da frente. Havia uma lista de compras colada
na geladeira, e as coisas escritas nela apareceriam dentro de um ou dois dias
depois. Eu nunca tinha feito parte de um nós antes. Um nós. Uma família.
Ninguém nos chamou de família em voz alta, mas aceitei a ideia como um
gato de rua maltratado e torci para que fôssemos uma.
Fiquei quase feliz por um tempo. Quase.
Então, quando eu tinha quinze anos, tudo deu errado. As coisas
ficaram sombrias dentro da minha cabeça depois disso, mas encontrei
maneiras de deixar a escuridão sair silenciosamente para que eu nunca
incomodasse mais ninguém. Nunca devo incomodar mais ninguém. Devo
estar grata pelo que tenho porque sei que as coisas poderiam ser muito,
muito piores.
Levei muito tempo para me acostumar com o frio e a chuva em
Henson. As estradas tranquilas e a casa barulhenta. Eu estava acostumada
com as coisas sendo ao contrário. Estradas barulhentas enquanto a casa ou
apartamento em que mamãe e eu morávamos era triste e silencioso.
Mamãe fez o possível por mim, declarando repetidas vezes que ficaria limpa,
mas o canto de sereia das drogas e do álcool sempre a puxava para trás, e
ela consumia qualquer substância que fosse mais fácil e barata de conseguir.
Foi assim que mamãe e papai se conheceram, anos atrás. Um casamento
feito no vício. Papai se livrou do vício alguns anos depois, mas mamãe nunca
o fez e, no final, isso a matou.
Hoje em dia, papai é bastante confiável, até que de repente ele deixa
de ser. Nunca tenho certeza do que irá desencadear uma de suas farras e
Samantha também não. Provavelmente é estresse no trabalho, ou uma
saudade dos bons e velhos dias ruins, ou ambos. Um dia ele é um bom
marido e um pai interessado em Barlow, no dia seguinte, ele desaparece e
volta para casa três dias depois com os olhos vermelhos, cheirando a uísque
velho ou vodca. Nunca fica fora de si com as drogas, mas o álcool já é ruim o
suficiente. Papai chora, pede desculpas e promete a Samantha que nunca
mais fará isso. Samantha sabe que sim, mas ela sempre o perdoa.
No ano passado, ele passou a maior parte de uma farra em um clube
no lado decadente da cidade, acumulando uma conta exorbitante, graças às
bebidas de primeira qualidade e às mesas de jogos ilegais. Vinte e nove mil
dólares gastos em três dias. Papai só tinha seis mil no banco e escolheu o
clube errado para festejar e depois perdeu a conta.
Alguém bateu na porta e ele queria seu dinheiro.
Alguém com um olhar azul de aço e um temperamento implacável.
Sua fúria era um caminhão de vinte toneladas fora de controle, e eu pisei
direto em seu caminho. Minha reflexão tardia sobre a vida se transformou
em um pesadelo, mas meu erro não foi atrair toda a raiva impiedosa do
Tyrant Mercer sobre mim para salvar minha família.
Meu erro foi acreditar que minha família me agradeceria pelo meu
sacrifício.
O anjo de pedra surge na página do meu caderno de desenho, junto
com seu vestido e a hera que cresce no caixão e se enrola em seus pulsos.
Encontro-me inclinando-me cada vez mais sobre a página até perceber por
que estou lutando para ver o que estou fazendo. O sol se pôs enquanto eu
desenhava. O crepúsculo está se transformando rapidamente em noite, e os
túmulos ao meu redor estão desaparecendo na escuridão.
Com uma maldição sussurrada, arrumo minhas coisas
apressadamente. O portão principal provavelmente já estará trancado, mas
se eu correr, conseguirei sair pelo portão dos fundos perto da igreja. A paz
que senti enquanto desenhava o anjo de pedra desaparece, substituída pela
memória de Samantha tirando Barlow de mim. Mais cedo ou mais tarde,
eles vão me dizer que não querem mais que eu apareça. Posso sentir isso,
tão inevitável quanto o cair da noite.
Estou tão consumida por esse pensamento triste que, quando me
levanto e me viro em direção ao portão dos fundos, não percebo que há
alguém na minha frente até quase esbarrar nele. Eu me movo para o lado
para contorná-lo, apenas para descobrir que o caminho está bloqueado por
outra pessoa. Uma terceira figura aparece atrás de mim.
Achei que estava sozinha na parte antiga do cemitério, mas de repente
há três garotos me cercando. Eles têm mais ou menos a minha idade,
dezoito ou dezenove anos, e usam roupas escuras. O de aparência mais
cruel, vestindo um suéter preto, levanta a mão com um sorriso desagradável
e me mostra o que há nela.
Uma faca.
Não é tão impressionante quanto algumas facas que segurei. A lâmina
tem um formato atarracado e não é notável, e o gume afiado não sussurra
como um amante ou zumbe uma nota sedutora quando a luz incide sobre
ela. O garoto que segura a faca nem parece saber controlar uma arma
daquelas ou entender o que ela pode fazer.
Ele aponta o queixo para o garoto de camiseta azul parado à minha
esquerda. — Dê a ele sua bolsa.
Aperto minha mochila com força contra o peito e balanço a cabeça.
Não me importo com dinheiro porque não tenho nenhum, mas meu
caderno está repleto de milhares e milhares de horas de devaneios e
desejos.
— Eu disse para dar a ele. — rosna o menino, brandindo a faca na
minha cara.
É nesta parte que devo começar a sentir medo? As lâminas deixaram
de me assustar á muito tempo. — Não tenho nada de valor. Apenas meu
caderno de desenho, você não pode ficar com ele.
O garoto abre um sorriso maior e percebo, com uma sensação de
desânimo, que ele não se importa com o que eu tenho. Ele só está
interessado em tirar coisas de mim.
Um vento frio e silencioso sopra pelo cemitério que escurece
rapidamente, sei que estamos completamente, totalmente sozinhos.
— Agarre os braços dela. — ele ordena ao garoto à minha direita, que
é um garoto de cabelos acobreados e uma camiseta branca suja.
O camiseta branca agarra meu braço e eu me afasto dele, meu
coração batendo descontroladamente, abro a boca para gritar. Suéter Preto
rosna de raiva. Ele se lança sobre mim com a faca, e o fogo explode em uma
linha incandescente ao longo da parte de trás do meu antebraço.
Minha pele está rasgada, revelando carne viva e rosada. É sempre
assim quando você corta rapidamente. O sangue demora um pouco para
preencher a ferida. Há um momento em que o universo fica parado e o
mundo para, então o inevitável líquido espesso e vermelho rubi brota. Eu
torço meu braço para frente e para trás no brilho azul profundo do
anoitecer, extasiada pelo fluxo brilhante. Pequenos rios de sangue escorrem
pelo meu braço e caem em uma lápide.
— Agora você conseguiu. — eu sussurro.
— O quê? — pergunta camiseta branca. Ele e Camiseta Azul não
parecem tão interessados em me machucar quanto Suéter Preto.
— Você quebrou a regra.
— Que regra?
Estendo o braço como se isso explicasse tudo. — Eu estou sangrando.
Camiseta branca franze a testa. — Então?
— O que você é? Uma coisa-hemo? — Camiseta azul pergunta.
Seu amigo dá um soco em seu ombro. — Cara, não há necessidade de
insultos. Basta dizer lésbica.
O camiseta azul dá um soco mais forte. — Idiota. Hemo, não homo.
Aquela doença que significa que você não consegue parar de sangrar.
— Não sou hemofílica. — digo a eles.
— Ela é uma vadia morta se não fizer o que lhe mandam. — Suéter
Preto diz, um sorriso desagradável em seus lábios, ele corta o ar em minha
direção. Ele está ansioso para colocar esse assalto, estupro ou o que quer
que seja, de volta aos trilhos.
Meu pulso está tão acelerado que me faz sentir enjoada, mas não é
desses garotos que tenho medo. Como esses idiotas ousam zombar de mim
com algo tão estúpido como aquela faca? É uma faca de merda, mas ele não
a merece.
Eu a quero.
Agarro a lâmina e Suéter Preto a afasta de mim, mais por choque do
que por habilidade. Meus dedos apenas roçam a borda da lâmina e se
fecham no ar vazio.
Seus olhos se arregalam. — O que há de errado com você, sua vadia
maluca?
Ele não percebeu?
Tudo.
Está tudo errado comigo.
— Vai se foder. — eu rosno e corro para a lâmina novamente. Quase
consegui. Meu coração bate de alegria.
Uma mão agarra meu pulso na escuridão, uma mão com o dobro do
tamanho da minha e adornada com tatuagens e anéis. Eu congelo no lugar e
olho para ele.
Uma voz profunda e implacável logo atrás de mim rosna: — Vivienne.
Você sabe que não tem permissão para brincar com facas.
Os três garotos olham em choque quando um homem dá um passo à
frente, seus olhos azuis claros estreitados, sua mandíbula barbeada mais
apertada do que o aperto que ele tem em meu pulso, e suas narinas
dilatadas em fúria. Ele paira sobre mim em um terno preto como carvão,
como se o próprio diabo tivesse surgido de uma dessas sepulturas.
Eu o reconheço instantaneamente. Todos nós reconhecemos.
Ele olha para meu braço sangrando e depois nos meus olhos de forma
acusadora.
Eu olho de volta. Não me culpe. Eu não fiz isso.
A regra que esses garotos quebraram?
Só posso sangrar por ele.
O governante desta cidade. Não o prefeito. Não o chefe de polícia.
Não os velhos ricos que moram na Wysteria Avenue. O homem que governa
esta cidade nas sombras. Todo mundo sabe disso, mas ninguém tem
coragem de dizer isso em voz alta.
Ele levanta meu pulso e lambe lentamente meu antebraço, olhando-
me nos olhos. O sangue se acumula em sua língua e ele passa pelos dentes.
Ele sorri para mim. Um sorriso vermelho e infernal.
Tyrant Mercer.
No ano passado, ele roubou meu irmãozinho para forçar meu pai a
pagar pela bebida e pelo jogo. Eu não podia deixar Barlow sofrer pelos erros
do meu pai, então fui atrás de Tyrant e Barlow e roubei meu irmão de volta.
Tyrant nunca recebeu seu dinheiro e agora estou em dívida com ele. Eu não
tenho dinheiro, então Tyrant decidiu que pode brincar comigo sempre que
quiser.
Tento tirar meu pulso de seu aperto, mas Tyrant está me segurando
com muita força. Ele segura minha nuca, me puxando para ele, sua boca
manchada de sangue procurando a minha. O rico aroma de groselhas e
cedros no inverno gruda em suas roupas. Eu resisto a ele e quase perco o
equilíbrio, mas bem a tempo, evito bater em seu peito. Minha mão livre
acaba agarrando minha saia.
Um sorriso malicioso se espalha pela boca de Tyrant, revelando seus
dentes manchados de sangue. — Com medo de me tocar, anjo?
Claro que estou. Tocar neste homem é perigosamente viciante. Mais
viciante que facas. Tyrant parece uma obra de arte ou o sonho de um
fotógrafo. Ele tem um rosto brutal esculpido no melhor mármore e um
corpo alto, largo e musculoso que é predatório em sua beleza. Depois, há o
fato de o homem saber se vestir. Tyrant não usa roupas. Ele as traz à vida. O
paletó que envolve seus ombros musculosos parece ter se formado
instantaneamente em torno de seu corpo com lã italiana e milagres.
E sua pele. Eu costumava pensar que não havia nada no mundo mais
maravilhoso ao toque do que cetim amanteigado, chiffon de seda fino e
veludo grosso tecido do céu noturno. Agora eu sei que nada se compara à
pele quente e palpável de Tyrant, adornada com tatuagens intrincadas que
cobrem seu corpo, suas mãos, sobem por sua garganta e até decoram suas
maçãs do rosto e acima de suas sobrancelhas.
Seu sorriso se alarga e meu olhar se fixa nele. Essa boca dele pode
acariciar e punir com beijos. Seus lábios e língua podem arrastar segredos do
meu corpo e fazê-lo fazer coisas que eu nunca imaginei que fossem
possíveis. Às vezes me pergunto se inventei Tyrant com pedaços de tecido,
desespero e sonhos febris.
Ou pesadelos febris, porque este homem é a minha ruína.
Tyrant segura meu pulso com força e se vira para os garotos. Com uma
voz fria e ameaçadora, ele pergunta: — Quem a cortou?
Todos nós olhamos para a faca que o Suéter Preto está segurando. Até
ele parece surpreso ao vê-la em sua mão e a esconde nas costas. O terror
está fazendo com que o branco apareça ao redor de seus olhos. Ele mostra a
faca novamente e abre e fecha a boca. — Hum…
— Dê para mim. — ordena Tyrant.
O garoto obedece instantaneamente, deixando cair à faca na mão de
Tyrant e enxugando a sua na parte de trás da calça. Ele está tentando
encontrar uma maneira de salvar sua vida. Uma desculpa. Ele nem em seus
sonhos mais loucos esperava que Tyrant Mercer se materializasse neste
cemitério quando ele estava intimidando uma garota desprotegida.
Tyrant examina gotas do meu sangue na lâmina. — Isso não pertence
a você. — ele diz ao garoto, depois se vira para olhar para mim enquanto
lambe o sangue da lâmina. — Isso é meu, não é, anjo?
Não é justo que ele pareça tão delicioso com meu sangue cobrindo
seus dentes. Eu nunca concordei que ele é dono do meu sangue, mas Tyrant
decidiu que sim, e isso é tudo que importa para ele.
— Mas você pode pegar isso de volta. — Tyrant vira a faca na mão
para segurar a ponta, levanta-a por cima do ombro e a arremessa. A faca
voa pelo ar em um borrão de metal brilhante e se enterra na garganta de
Suéter Preto. Os olhos do menino ficam impossivelmente arregalados. Ele
apalpa a garganta e depois puxa a lâmina.
Grande erro. O sangue escorre pelo seu suéter. Ele faz um som
gorgolejante e mais sangue borbulha de sua garganta e escorre por seus
lábios. Um momento depois, ele cai no chão e fica ali imóvel.
Eu provavelmente deveria cobrir meu rosto e gritar, mas em vez disso,
estou olhando para o garoto morto com surpresa e interesse. Todo aquele
sangue é uma visão fascinante.
Seus amigos gritam em estado de choque. Camiseta Azul agarra
Camiseta Branca e o puxa como se ele estivesse prestes a começar a correr.
Ambos estão tendo reações normais a um garoto morto repentinamente.
Tyrant tira uma arma do paletó e aponta para eles. — Se vocês derem
mais um passo, depois que eu matar vocês dois, matarei suas famílias.
Os meninos ficam onde estão, choramingando e olhando horrorizados
para o amigo morto.
Satisfeito, Tyrant se vira para mim e me arrasta ainda mais para perto
de seu corpo musculoso pelo meu pulso ensanguentado. Um sorriso maligno
se espalha por seus lábios e ele murmura: — Já faz muito tempo, Vivienne.
Como está minha garota favorita em Henson?
Meu sangue está vazando entre seus dedos e escorrendo por seu
pulso. Respiro fundo e digo, com toda a força que consigo: — Me solte,
Tyrant.
O sorriso do Tyrant fica frio e seus olhos brilham, me avisando para ser
legal com o homem que me salvou. No mesmo tom ronronante, ele diz: —
Mas, anjo, quero falar com você.
— Eu não quero falar com você. Eu não quero ver você. Eu não quero
tocar em você. — Tento arrancar meu pulso dele, mas seu aperto em mim é
como ferro.
— É mesmo? — ele pergunta, a ameaça se espalhando por suas
feições. — Nesse caso, diga-me, Vivienne. Como está seu irmãozinho?
CAPÍTULO DOIS
TYRANT

No segundo em que menciono Barlow, medo e ódio passam pelos


olhos de Vivienne. Ela não precisa se preocupar. Perdi o interesse pela
criança há muito tempo, quando apareceu alguém muito mais atraente.
Mas estou com raiva.
Depois da primeira vez que a toquei, havia uma deliciosa mancha de
sangue dela na minha carne. Por todo o meu pau. Fui muito claro sobre as
regras. Ela só pode sangrar quando eu a faço sangrar.
Posso sentir o gosto do sangue de Vivienne em minha boca, intenso e
doce. Minha garota está mais linda do que nunca, com as bochechas coradas
ao luar e o desafio brilhando em seus olhos verdes. Ela não estremeceu ao
ver o sangue ou o garoto morrendo. Nem um grito nem uma ânsia de
vômito quando o matei. Vivienne Stone não sabe disso, mas ela tem um
núcleo de aço puro.
Ela é exatamente o que eu desejo em uma mulher. Ela é tudo que
preciso na mãe dos meus filhos. Conheço seus segredos mais profundos e
obscuros. Sua alegria e sua tristeza. A dor dela. Na maioria das vezes, sua
vida tem sido de dor. Ela continua a deixá-la cheia de dor, para minha fúria.
Vivienne não estenderá as duas mãos e pegará o que deseja, então terei que
pegar para ela.
Barlow é a chave do seu coração. Tudo o que ela precisa dizer é:
Tyrant, eu quero Barlow, e irei buscar o irmão dela e levarei os dois para
minha mansão, onde viveremos felizes para sempre.
Mas ela tem que me pedir primeiro. Ouvirei de seus próprios lábios
que ela me quer, nos quer. Cada momento furioso da minha vida é passado
obcecado por uma maneira de fazer Vivienne me pedir o que ela deseja, e
hoje acho que descobri a resposta. Tenho vontade de penetrar 20
centímetros em sua boceta apertada desde que pensei nisso.
Abaixo minha boca em direção a seus lábios tentadores. Ela respira
suavemente e sua boca se abre, seus olhos ficando turvos.
Há um movimento atrás dela e eu olho para cima. Um homem
sombrio, de terno escuro, se aproxima de nós por qentre as árvores.
Solto Vivienne e aceno para meu motorista. — Você está ferida. Vá
com Liam e me juntarei a você em um momento.
Vivienne cobre o corte no braço com a mão. — Posso cuidar disso nos
dormitórios.
Meus dentes cerram com força e eu me irrito: — Eu disse, vá com
Liam, ou você continuará testando minha paciência?
Vivienne olha para meu motorista, que estende o braço e mostra onde
um SUV Cullinan preto está esperando logo depois dos portões do
cemitério. Relutantemente, ela o segue.
Ainda estou com minha arma apontada para os dois garotos restantes
e pergunto a eles, observando Vivienne se afastar e entrar no banco de trás
do meu carro: — Vocês três vieram por acaso por aqui esta noite ou alguém
lhes disse para machucar minha mulher?
— N-nós não sabíamos que ela era sua mulher. — um deles gagueja.
— Sentimos muito.
Através da cerca de ferro forjado coberta com ramos de hera, vejo
Liam fechar a porta para Vivienne e ficar de sentinela com as mãos cruzadas
na frente dele.
Volto minha atenção para os garotos. — Foi isso que eu perguntei a
vocês?
O garoto ruivo se esforça para responder. — Desculpe, hum, senhor.
Sr. Mercer Não sabemos de nada. Foi tudo ideia de Bryn.
Bryn deve ser o cadáver aos nossos pés. Eu me pergunto se matei o
único que poderia me dizer algo útil.
— Bryn não nos contou nada. Ele apenas disse para virmos com ele e
iríamos mexer com uma garota.
— Uma garota. Então é isso que ela é. Uma garota. — Eu rio e coço a
têmpora com o cano da arma. Achei que tinha todas as ameaças em torno
de Vivienne sob controle, mas, aparentemente, estava errado. Os garotos se
olham nervosamente.
Aponto a arma para eles novamente e levanto-a até a altura de seus
olhos. — Virem-se.
Ambos começam a choramingar e implorar para mim.
— O que foi que eu disse? Virem-se agora, ou depois que eu atirar em
vocês, suas famílias também morrerão.
Com as mãos para cima, eles ficam de joelhos enquanto soluçam e
imploram para mim.
— Nunca fizemos nada assim antes.
Verifico as balas da minha arma. — O quê, estuprar uma garota em um
cemitério?
Não conheço esse Bryn, então ou ele guarda rancor de mim de longe,
ou alguém lhe disse para chegar até mim através de Vivienne. Quero matar
esses dois pedaços de lixo por pensarem que podem encostar o dedo na
minha garota, mas talvez eles possam ser úteis para mim.
Primeiro eu quero sangue. O meu código significa que eles não podem
ficar impunes.
— Nós não íamos...
Disparo quatro tiros em rápida sucessão. Os dois garotos caem para
frente, agarrando as pernas e gritando de dor. Mais tarde, talvez eu tenha
perguntas para eles sobre esse Bryn. Por enquanto, eles podem contar a
todos como Tyrant Mercer matou seu amigo por machucar sua garota.
— Vão. Arrastem-se. Se eu voltar e vocês ainda estiverem aqui, as
próximas balas estarão em seus crânios.
Ofegando em agradecimento, eles rastejam desajeitadamente pelo
caminho, deixando um rastro de sangue por onde passam.
Volto para o meu carro e coloco a arma no porta-luvas, fora do alcance
de Vivienne. Não há necessidade de tentar minha amada a fazer algo tolo
como mirar em mim. Então aceno para Liam dar uma volta e entro na parte
de trás do Cullinan.
Vivienne está sentada no amplo banco traseiro, o braço ferido apoiado
no peito. Sua franja escura está caindo em seus olhos, e a jaqueta curta que
ela usava caiu de seus ombros e está se acumulando atrás dela. A blusa de
renda creme arruinada e a saia curta plissada enfatizam sua frágil inocência,
mas sei o quanto minha garota é durona. Como é perigosamente esperta.
Por um momento, apenas a vejo. Ansiando por ela. Quando a luz
automática do teto se apaga, estendo a mão e ligo-a novamente.
— Você os poupou. — ela sussurra.
Eu não os poupei. Garanti que todos nas ruas de Henson soubessem
disso pela manhã e entendessem que Vivienne Stone é a garota do Tyrant.
Até mesmo olhar para ela de maneira errada é perigoso para sua saúde.
Mas ela pode acreditar que eu estava sendo misericordioso, se ela
quiser.
Agarro a ponta da manga dela, passando os dedos pela renda rasgada.
Reconheço uma das criações de Vivienne com um suspiro de pesar. — Você
fez isso, não foi? É adorável. Desculpe. Aqueles idiotas arruinaram seu lindo
trabalho.
— É apenas uma cortina velha. — ela murmura.
— Não, não é. — Estendo a mão embaixo do banco do motorista,
retiro um kit de primeiros socorros e coloco-o no banco ao meu lado. — Dê-
me seu braço. — Quando ela não se move, estendo a mão e gentilmente,
mas com firmeza, puxo seu braço sobre meu colo.
Há um corte na borda do antebraço, não profundo, e não atingiu nada
vital.
— Não acho que precise de pontos.
Ela estuda meu rosto. — Você é médico agora?
— Já estive perto de um ou dois ferimentos.
Usando uma tesoura, cortei a manga rasgada de sua blusa e depois
limpei cuidadosamente o ferimento e o sangue em seu braço com um
algodão embebido em desinfetante. Vivienne sibila de dor quando a ferida
arde, mas ela me deixa fazer isso.
— Eu sei, anjo. — murmuro com ternura. — Estou quase terminando.
Nunca consigo ser carinhoso com ninguém. Sempre que digo às
palavras que estou quase terminando, geralmente é porque estou
torturando alguém até a morte.
— O que você quer?
Começo a enrolar uma bandagem em volta do braço dela e digo com
um tom áspero na voz: — Obrigada por salvar minha vida, Tyrant.
— Você está me perseguindo. — ela acusa. — Onde quer que eu vá,
sinto que estou sendo observada e você continua aparecendo. Se não é você
que está me observando, então há um estranho do outro lado da rua,
rondando o campus ou na biblioteca quando estou tentando estudar. Você
está me deixando louca.
Estou deixando ela louca? Ela é tão adorável e requintada, mas ainda
assim não é minha esposa e não está grávida do meu bebê.
Ainda.
Termino de cuidar do corte em seu braço e prendo o curativo. Agora
que ela está melhor, posso machucá-la um pouco mais.
Inclinando-me para mais perto dela com um olhar que a faz se afastar
de mim, eu esbravejo: — Você quebrou minhas regras.
— Eu não entendia naquela época. Eu não estava pensando direito. —
Ela coloca a mão na porta como se fosse abri-la.
— Eu não faria isso, Vivienne. Sua família nunca pagou sua dívida.
Vivienne congela e seu peito começa a subir e descer em pânico. —
Deixe Barlow em paz.
Minha mão envolve sua cintura e a puxo de volta para mim. Seu
cabelo cai para o lado, expondo seu pescoço esguio. Quantas vezes eu
fantasiei em colocar minha mão em volta da garganta dela e apertá-la
enquanto a fodo?
— Dê-me uma razão pela qual eu deveria.
Sua boca está tão perto da minha que posso sentir sua respiração. Ela
sabe o que eu quero. Eu sei o que ela quer.
Vivienne olha para meus lábios. — Você lambeu todo o meu sangue
como se fosse mel.
— Mais doce que mel. Você sempre gostou da minha língua, anjo. —
Inclino minha boca sobre a dela e empurro minha língua com força em sua
boca. Eu a beijo com força até sentir seu corpo inteiro derretendo no meu e
seu pulso trovejando sob meus dedos. Vivienne engasga e suas mãos
apertam minha camisa.
Isso mesmo, anjo. Toque-me. Como eu senti falta de você me tocando.
Quando interrompo o beijo, ela fica sem fôlego. — Você cheira a
sangue. Você tem gosto de sangue.
— Seu. Meu sabor favorito. Mas você só deveria sangrar por mim,
anjo. Essa era a regra.
— Eu não pedi para eles me cortarem.
Ela estava em um cemitério ao anoitecer, parecendo uma ninfa da
floresta com lábios carnudos e coxas nuas. Há muitos homens maus nesta
cidade para ela andar assim sem proteção. Vivienne será punida por agir de
forma tão imprudente.
— Não dê desculpas. — rosno e alcanço sua saia para agarrar sua
calcinha. Ela agarra meu pulso para me impedir, mas eu puxo a calcinha
branca pelas coxas até que ela fique torcida em volta dos joelhos. — Você
saiu à noite quando sabe que não é seguro nesta cidade para garotas
bonitas vagarem sozinhas.
— Tyrant, por favor. — ela choraminga, se contorcendo em meu
aperto.
Vou dar a ela o Tyrant, por favor.
Eu a viro para que ela fique de bruços no amplo assento de couro e
empurro a saia para cima. Respiro fundo e meu pau fica duro só de olhar
para sua bunda suculenta. Cristo, a bunda dela é tudo. Pego um punhado e
aperto, abrindo sua boceta. Ela é rosa e convidativa e me dá água na boca.
— Tire suas mãos...
Eu levanto minha mão e a abaixo com um tapa forte. Vivienne grita e
sua bunda treme de forma atraente. Colocando-a em meu colo, eu a seguro
em minhas coxas e bato nela novamente. E de novo. Vivienne grita de
indignação e tenta se afastar de mim, mas ela não vai a lugar nenhum até
que tenha sua dose, e eu também.
Vivienne adora machucar.
Adoro fazê-la chorar.
Somos uma combinação feita no inferno. Sua bunda fica vermelha e
arde. Ela fica tão sexy assim, com a calcinha enrolada torcida em volta das
coxas e a saia levantada enquanto ela fica cada vez mais molhada a cada
segundo. Meu anjo manchado cuja auréola está escorregando enquanto ela
é excitada pelo diabo. Arranhei minhas unhas em sua pele vermelha e crua,
Vivienne geme e arqueia as costas.
Quando ambos respiramos com dificuldade, abro os lábios da sua
boceta e admiro a visão da sua entrada apertada, ainda mais úmida e rosada
do que antes. — É hora de eu contar a todos que você é minha garota. Então
eles vão te deixar em paz. Todos eles têm pavor de mim, meu anjo.
— Não conte a ninguém, por favor. — ela diz, com a voz abafada no
assento de couro.
— Oh, você prefere ser meu segredinho sujo? — Murmuro, passando
meus dedos por seu sexo molhado e escorregadio, apenas provocando sua
entrada.
— Não há nada para manter em segredo. Eu não...
Empurro dois dedos em sua boceta, até a segunda junta. Vivienne
grita e apoia as mãos na porta do carro. Enfio meus dedos nela e gemo com
seu aperto em meus dedos, que agora estão brilhando e molhados. —
Nenhum segredo? Abra mais os joelhos para mim, anjo. Deixe-me foder
você com os dedos bem e profundamente.
Como a boa garota que ela é, Vivienne abre as pernas para mim e se
arqueia ao meu toque, gemendo: — Por favor.
Eu torço meus dedos dentro dela. Encharcada e inchada. — Essa é
minha boa putinha.
Vivienne geme novamente e aperta meus dedos. — Posso fingir que
isso não aconteceu amanhã. Posso fingir que não disse isso. Assim como eu
faço todas as vezes.
Não aconteceu? Como ela ousa. — É mesmo? — Eu digo friamente. —
Então vou me certificar de que depois desta vez você não possa fingir.
Há um momento de silêncio assustador. Vivienne sabe que não faço
ameaças inúteis.
— O que você quer dizer, Tyrant? — ela choraminga.
Eu retiro meus dedos dela, agarro sua coxa e a viro de costas. Essa
calcinha está saindo. Eu a arranco das pernas dela, jogo no chão do carro,
em seguida, apoio as mãos em cada lado da cabeça dela. — Que visão doce
você era na janela antes, enquanto abraçava seu irmão mais novo.
Vivienne não percebe o quão sexy ela fica fazendo as coisas mais
simples. Quando ela passa a ponta do lápis no lábio inferior macio enquanto
faz uma pausa no meio do desenho para pensar. Quando ela junta todo o
seu cabelo escuro e pesado nas mãos e o torce e transforma em uma longa
trança. E especialmente quando ela abraça seu irmãozinho, tão protetora e
amorosa, com uma expressão calorosa e doce no rosto.
— Você está me perseguindo. — ela sussurra, com os olhos
arregalados.
Claro que estou. É minha função saber tudo o que acontece nesta
cidade, principalmente quando se trata de Vivienne. Sua agenda é lotada
durante a semana com aulas, estudos e costura, ela preenche os sábados
com museus, galerias e brechós. Domingo de manhã ela lava roupa, mas as
tardes de domingo são longas e vazias. Domingo à tarde é quando ela pode
fazer algo perigoso.
— Eu preciso ver mais de você. — Alcanço o botão na gola de sua
blusa.
Vivienne agarra minha mão com as dela e balança a cabeça
desesperadamente. — Não, por favor.
— O que você está escondendo de mim? — Eu pergunto, um tom em
minha voz.
— Nada.
— Vivienne. — rosno em advertência.
— Nada de novo.
— Então me mostre.
Lentamente, Vivienne me solta e desabotoa os botões da frente. Ela
mantém a blusa fechada por um momento, então estremece como se
estivesse com dor e a abre.
Deixo meu olhar percorrer seu torso, observando cada detalhe.
Devorando a visão dela. Ela está usando um sutiã triangular que acho que
ela mesma fez com um tecido fino e transparente. Imagino-a costurando a
delicada renda e ajustando-a cuidadosamente aos seios. Seus mamilos estão
se destacando nitidamente sob o tecido transparente. Passo meus dedos
pelo seu peito e pelo umbigo e ela treme ao meu toque. Sua carne está
quente. Passo meus dedos sobre suas costelas, ela engasga e tenta fechar a
blusa, mas não deixo.
Cobrindo suas costelas há dezenas e dezenas de cicatrizes horizontais,
todas brancas e enrugadas. Nenhuma delas está vermelha e inchada e não
há curativos. Nada novo. Os monstros não têm uivado para ela e a arrastado
para a escuridão com eles ultimamente. Eu sou o maior monstro da vida
dela agora.
— Diga o que você disse da primeira vez. — sussurra Vivienne,
cobrindo o rosto com as mãos, como se tivesse medo do que verá em meus
olhos.
— Vivienne. Olhe para mim.
Ela hesita e depois abaixa as mãos com medo. Seguro seu queixo em
minha mão e a faço olhar profundamente em meus olhos para que ela possa
sentir o quanto estou falando sério. — Você é a garota mais linda que eu já
vi.
O peito de Vivienne se agita em um soluço.
Com dedos trêmulos, ela estende a mão e me puxa para ela e beija
minha boca desesperadamente. Essa é a minha garota. Esse é o meu maldito
anjo de garota. Eu a beijo lentamente, devorando avidamente o máximo que
posso. Saboreando o sabor doce dela e a maneira desesperada como ela
entrega sua boca à minha.
Encontro o botão da saia plissada, abro-o e deslizo a roupa pelas
pernas. Ela está nua embaixo de mim, exceto por seu lindo sutiã, eu puxo as
taças para baixo até que seus mamilos saltem, apertados e rosa escuro.
Abaixando a mão entre nós, desabotoo o cinto e a calça, enfio a mão
na cueca e tiro meu pau para fora.
— Alguém mais tocou em você? — Eu exijo.
Ela balança a cabeça.
Eu saberia se tivessem, mas a fera furiosa e ciumenta está rugindo
dentro de mim, e preciso ouvir isso dela. Que nenhum dos garotos da
faculdade dela entrou no quarto dela. Agarrou a bunda dela nos corredores.
Tentou tocar no que é meu. Eu tenho que saber que ela não gostaria que
ninguém tocasse no que é meu.
— Você é só para mim, anjo. Eu matei aquele idiota que cortou você,
se alguém tocar em você, vou colocar uma bala na cabeça dele.
As palmas das mãos de Vivienne estão pressionadas contra meu peito
e suas coxas abraçam meus quadris. O olhar melancólico em seus olhos diz
que ela sempre quis apenas a mim.
— Você acredita em mim?
— Sim, Tyrant. — ela sussurra.
O sangue corre ainda mais forte para o meu pau.
Vivienne explora minhas roupas, abrindo lentamente cada botão da
minha camisa. Ela a tira dos meus ombros junto com meu paletó. Sento-me
e sacudo a roupa enquanto ela acaricia meu torso, os dentes afundados no
lábio inferior.
— Eu nem sei por que você gosta de mim, eu sou uma bagunça. Estou
arruinada. — Vivienne olha para si mesma e seus olhos de repente se
enchem de lágrimas.
Eu lambo as lágrimas de seu rosto. Se um anjo consegue olhar para um
monstro como eu com tanta suavidade no coração, então esse monstro vai
fazê-la acreditar que é linda.
— Gostar de você? Eu não gosto de você. Estou obcecado por você.
Vivienne pisca para tirar as lágrimas dos olhos. Ela tentar explorar
todas as tatuagens no meu torso. Os músculos do meu peito e braços. As
cavidades entre minhas costelas. A linha dura de músculos ao longo do osso
do meu quadril. Vivienne entende o mundo através dos dedos e sou sua
coisa favorita de tocar.
— Adoro quando você me toca. — gemo, apertando meu pau para
cima e para baixo. — Depois disso, todos saberão que você pertence a mim.
Ela balança a cabeça, sua expressão angustiada. — Minha família
odeia você. Eles não podem saber que estou saindo com você.
A família de Vivienne não dá a mínima para ela e logo eles se
importarão menos ainda.
— Você deixa eu me preocupar com sua família. — Agarro a base
grossa do meu pau e passo a cabeça sobre os lábios internos molhados de
Vivienne até ficar coberto por sua pele escorregadia.
— Eu não entendo por que você está aqui. Não fazemos sentido
juntos. — diz ela desesperadamente, extasiada pela visão da minha cabeça
larga brincando sobre seu clitóris enquanto me movo lentamente para
frente e para trás.
— Fazemos todo o sentido, anjo. Não se preocupe com mais ninguém.
Todos eles vão entender quando meu bebê começar a aparecer na sua
barriga.
Se Vivienne não pedir Barlow para começar nossa família, então vou
foder meu próprio bebê dentro dela agora mesmo.
Os olhos de Vivienne se abrem em alarme. — O que você acabou de
dizer? Tyrant, você não pode...
Eu empurro em sua boceta com um movimento rápido.
Eu posso, e vou, porra.
CAPÍTULO TRÊS
VIVIENNE

A intrusão repentina e brusca do Tyrant me faz gritar. Agarro seus


ombros, minhas unhas cravando em seus músculos, respiro
desesperadamente em meus pulmões. Ele é tão grosso, eu sempre tenho
dificuldade ao receber um pouquinho dele de cada vez, quanto mais ele
inteiro de uma vez.
Seu corpo delicioso e pesado me prende ao assento e ele começa a me
penetrar.
Merda. Merda. Eu pretendia tomar a pílula. Comprar um preservativo.
Fazer alguma coisa. Tyrant sempre aparece tão de repente e arranca minhas
roupas que não tenho tempo para pensar em nada além dele.
Empurro minhas mãos contra seu peito e tento sair de baixo dele, mas
ele é forte demais para mim e não há para onde ir no banco de trás do carro.
— Tyrant, pare. Eu disse que não estou tomando nenhum...
Ele se afasta e soca ainda mais fundo em mim, eu grito em estado de
choque. Ele é tão grosso, meu canal interno queima quando ele o força a se
esticar. Minha bunda ainda está vermelha por causa da surra. Sexo com ele
dói, mas ele sabe que adoro quando dói. Ele me fode com força, uma mão
segurando minha coxa aberta e a outra apoiada na minha cabeça.
— Você não está tomando nenhum anticoncepcional. Eu sei. Eu quero
assim. Vou foder meu bebê em você, Vivienne. Aqui. Agora. Se você lutar
comigo, eu vou te segurar e fazer você aceitar.
Tyrant disse todo tipo de coisas malucas enquanto fazíamos sexo, mas
esta é a mais maluca.
— Você não pode... — Paro e gemo quando a dor ardente se
transforma em prazer. Isso sempre acontece com Tyrant. O golpe forte de
seu pau se transforma em um deslizamento aveludado que faz meu interior
aquecer. Não temos muito espaço no banco de trás, mas ele parece não
precisar. Tyrant tem um pé apoiado no chão de seu carro enquanto bombeia
seu pau em mim. Ele segura a parte de trás da minha cabeça e a levanta,
fazendo-me olhar para mim mesma empalada nele.
— Olhe para você sendo fodida. — ele diz entrecortado, entrando e
saindo de mim. — Meu anjo sempre está lindo, mas ela é ainda mais bonita
cheia do meu pau.
Suas palavras sujas provocaram um espasmo em meu íntimo,
distraindo-me por alguns segundos de sua ameaça de colocar um bebê
dentro de mim. O bebê do Tyrant. Um doce menino ou menina para amar e
proteger. Ele quer isso comigo? Sério?
— Quero você inchada com meu bebê, um anel no dedo e morando na
minha casa, onde posso protegê-la. — diz ele, puxando-o totalmente para
fora. Ele me abre com os dedos e olha para o meu canal, e então afunda os
dentes no lábio inferior com um gemido antes de se enfiar de volta dentro
de mim novamente. — Tão rosa e perfeita para eu foder. Quem é a boa
menina do Tyrant?
Gemo baixinho e fecho os olhos. Sua voz profunda e hipnótica está me
fazendo perder a cabeça.
— Vá em frente, me diga. Quem é a putinha boazinha do Tyrant?
— Eu. — gemo, envolvendo minhas pernas em volta de seus quadris e
cedendo a ele. Com minhas mãos pressionadas contra sua barriga
musculosa, posso sentir o movimento de seu corpo enquanto ele enfia seu
pau em mim.
— Sinta como você está apertada em volta de mim.
Obedientemente, eu me abaixo entre nós para envolver meu dedo e
polegar em torno de se pau molhado enquanto ele entra e sai da minha
boceta. Ele é tão grosso que as pontas dos meus dedos não se encontram do
outro lado.
Arrasto meus dedos para cima e sobre meu clitóris, esfregando-me e
ofegando de alegria enquanto o prazer dobra. Nada mais importa agora.
Apenas Tyrant e o que ele está fazendo comigo. Estou quase chorando de
novo, ele está me fazendo sentir tão bem.
— Eu adoro quando você se toca para mim. Você está se masturbando
no travesseiro e gemendo meu nome? — Tyrant me dá um sorriso
malicioso. Ele tem tanta certeza de que estou me masturbando por causa
dele. Se eu não estivesse tão excitada, odiaria que ele estivesse cem por
cento certo.
Meu orgasmo começa a aumentar, mas paro de me tocar antes que
ele possa me dominar.
Tyrant pega minha mão e chupa meus dedos molhados. — Porra, você
tem um gosto delicioso. Você vai gozar para mim?
Sua língua parece criminosamente boa se movendo contra meus
dedos.
— Eu quero que dure. — Estar aqui com ele significa que meu mundo
está cheio de cor e luz, o que é irônico, considerando que estou sendo
fodida pelo homem com o coração mais sombrio de Henson.
— Então tenha outro orgasmo. E outro. Goze quantas vezes quiser,
anjo. Não vou parar de te foder até que você esteja uma bagunça bem
molhada.
Eu me abaixo e me toco novamente, meus olhos colados no rosto
lindo e ameaçador do Tyrant. Ele me fala sobre meu primeiro orgasmo,
observando meus dedos circulando meu clitóris enquanto seu pau grosso
entra e sai de mim.
— Anjo, quando não estou com você, estou constantemente pensando
em me enterrar em sua boceta rosa apertada. Você vai gritar se eu entrar
pela sua janela à noite e te foder enquanto você dorme? Você
provavelmente irá. Você é uma gritadora, então terei que amordaçá-la
primeiro. Se o bebê não vir desta vez, eu vou te pegar enquanto você estiver
com frio e não puder me impedir.
Eu suspiro e tiro meus dedos, mas ainda vou gozar. Eu não deveria
incentivá-lo a falar dessa maneira gozando, porque então ele poderia
realmente fazer isso, e eu realmente não serei capaz de pensar em
anticoncepcional se estiver inconsciente.
Mas é tarde demais e não há nada que eu possa fazer para impedir o
que está prestes a acontecer. Minha boceta aperta o pau grosso do Tyrant.
Minhas costas arqueiam e meu sangue superaquece de prazer. Ele me fode
durante o meu orgasmo, está apenas começando a desaparecer quando
outro se levanta e toma conta de mim, mais profundo e mais forte desta
vez.
— Eu posso sentir você, anjo. Essa é minha garota. Ordenhe meu pau.
— ele geme.
Nossos clímax ocorrem juntos até que não sei onde termina um e
começa outro. A próxima coisa que sei é que estou gritando seu nome e
arranhando seus ombros, implorando por mais. Que ele me foda mais
fundo. Me penetre com mais força.
Tyrant apoia ambas as mãos em cada lado da minha cabeça e soca em
mim. — Jesus, porra, garota. Eu vou gozar.
— Por favor, Tyrant. — eu gemo.
Um sorriso malicioso se espalha por seu rosto, estou longe demais
para registrar por que ele está me olhando daquele jeito.
Então eu me lembro.
Todos eles vão entender quando meu bebê começar a aparecer na sua
barriga.
— Espere. Tire. Tire.
Tyrant continua socando com longos golpes de seu pau. Sua respiração
está pesada e suas bochechas ficam vermelhas. — Eu alguma vez tirei?
Eu não estava pensando direito naquelas outras vezes. Nunca penso
com clareza perto do Tyrant. Lucidez aparece horas depois que ele se foi,
trazendo sua melhor amiga, Vergonha. Então entra o Bom Senso com um
1
suspiro pesado e me diz para tomar de um Plano B .
— Não, mas...
— Fique quieta enquanto eu fodo meu bebê em você.
Estou tentando ao máximo me mover, mas ele não deixa. Ele empurra
minha outra coxa até meu peito e abre mais minhas pernas, aprofundando
seus golpes. Minhas mãos voam para me apoiar nos assentos de couro. Ele
realmente vai fazer isso. Os músculos de seu estômago estão ondulando sob
suas tatuagens. Sua respiração está pesada. Uma mecha de cabelo loiro cai
sobre sua testa. Ele parece magnífico.
— Oh, porra, sim, anjo, — Tyrant geme, com os olhos semicerrados.
Ele mal se afasta antes de empurrar forte e profundamente novamente. —
Essa. É. Minha. Boa. Garota. — Ele enfatiza cada palavra com outro impulso.
Ele termina com um gemido de luxúria e se enfia tão profundamente
dentro de mim que fica pressionado contra meu colo do útero. Há uma
sensação pesada e líquida dentro de mim, me pergunto se ele está se
poupando e não se masturbando só para esse momento.
As janelas do carro estão embaçadas ao nosso redor. O ar cheira a
sexo. Tyrant envolve seus braços firmemente em volta de mim e me aperta.
Então ele se senta e sorri preguiçosamente para mim. — Que tipo de
diamante você quer no dedo?
Eu olho para ele.
— Rosa? Amarelo? Que tal uma esmeralda? Um que combine com
seus olhos. Você sabe qual é a coisa mais sexy? Mulheres em longos vestidos
de noiva brancos com barriga de bebê.
— Saia de cima de mim.
Tyrant olha para meus mamilos. Eles parecem pequenos convites cor
de rosa aparecendo por cima do meu sutiã desse jeito. Ele também deve
pensar assim, porque se apoia nos cotovelos e suga um deles na boca. —
Espere um minuto.
— Esperar minuto?
Tyrant arrasta seus quadris um centímetro para trás e empurra seu
pau para dentro de mim novamente. Com meu mamilo ainda em sua boca,
ele diz: — Quero ter certeza de que você está grávida.
O pânico e o desejo me invadem.
— Sou uma estudante do segundo ano. Tenho dezenove anos. — digo
a ele.
Tyrant chupa meu mamilo novamente. — Mm. Atraente e fértil.
— E você tem... espere, eu nem sei quantos anos você tem.
— Trinta e quatro.
Jesus. Quinze anos mais velho que eu, um criminoso endurecido, e seu
pau ainda está alojado dentro de mim. Estou fazendo ótimas escolhas de
vida.
— Você provavelmente já tem uma família escondida em algum lugar.
— acuso. — É isso? Eu sou sua segunda?
Ele balança a cabeça e lambe meus seios com a língua. — Eu nunca
quis uma família até ver você com um bebê nos braços. Porra, isso fez algo
comigo. — ele respira, subindo pelo meu corpo para capturar minha boca
com a dele.
Eu amoleço sob seu beijo faminto, me perguntando se isso é verdade.
Eu fiz esse homem perigoso de repente querer uma família? Meu estômago
se agita com a ideia.
Uma voz que soa suspeitamente como o Bom Senso responde: Então
você vai ter o filho dele? Alguém que é um buquê de bandeiras vermelhas
vivendo uma vida feita de bandeiras vermelhas?
Lentamente, Tyrant sai de mim, admirando a visão de seu pau ainda
duro pingando com minha umidade e sua porra. Ele reúne todo o líquido do
seu pau com o polegar e o indicador, toda a umidade que está escorrendo
pela minha boceta, lenta e cuidadosamente o empurra de volta para dentro
de mim. Observo seu rosto com espanto. Sua expressão é dura e resoluta.
Ele se enfia de volta na calça e a levanta e se acomoda confortavelmente no
assento de couro, ainda me segurando com a mão. — Fique de costas, anjo.
Quero você cheia da minha porra por mais alguns minutos.
Minhas bochechas esquentam e fico hiperconsciente dos olhos do
Tyrant em meu corpo nu. Seus dedos acariciam preguiçosamente meu
cabelo, ele puxa minhas pernas sobre suas coxas e segura confortavelmente
meus tornozelos com uma de suas grandes mãos.
Resignando-me a dar ao Tyrant o que ele quer agora e consertar essa
bagunça mais tarde, deixei minha cabeça cair para trás no assento de couro.
Como minha vida ficou tão louca?
A vergonha apareceu depois do Bom Senso para acrescentar sua
opinião. Como poderia um homem como ele querer uma bagunça
desesperadora como você para sempre? Você é apenas uma lixeira para ele.
Ele diz que vai gozar em você, e você apenas abre as pernas.
Puxo as taças do sutiã sobre os mamilos e procuro minha blusa
rasgada e ensanguentada. Segurando-o, vejo que está completamente
arruinada.
— Era especial para você, não era? — Tyrant pergunta.
Concordo com a cabeça, mas me sinto patética por estar triste por
causa de uma blusa. Uma criança que está chateada porque alguém pisou
em seu projeto de arte.
— Sinto muito, anjo. — Tyrant parece estar realmente falando sério.
Ele estende a mão para trás do assento, abre uma bolsa e tira uma
camiseta preta do tipo que os homens musculosos costumam usar para ir à
academia. Ele a veste e faz um excelente trabalho exibindo seus músculos e
as tatuagens nos ombros e bíceps. Tyrant é definitivamente um daqueles
homens mosculosos.
— Vou usar isso. Você pode usar minha camisa para ir para casa.
Ele a tira do paletó e a entrega para mim. Meus dedos curiosos
acariciam o tecido, analisando a contagem de fios. Os materiais. Parece
muito nova e cara. Tyrant continua acariciando meu cabelo enquanto eu
estudo a roupa. Seu polegar acaricia meu tornozelo.
Adoro que ele compre boas camisas. Alguém que parece tão bonito
quanto ele deve usar roupas que complementem sua aparência atraente.
Não me importo com a marca ou com o estilista, mas adoro a costura
perfeita nos ombros. Os botões pretos escuros. A bela alfaiataria.
Quando olho para cima, há um sorriso nos lábios de Tyrant. Por um
momento, acho que ele está rindo de mim, mas, embora se divirta comigo
observando sua camisa tão de perto, seus olhos são gentis.
— Estou ficando com ciúmes da minha camisa, anjo. Eu gostaria que
você me admirasse metade disso.
Sento-me, visto a camisa e abotoo-a. Admiro-o mil vezes mais do que
esta camisa, que representa noventa e nove por cento dos meus problemas.
A camisa do Tyrant é tão boa quanto parece e cheira exatamente como ele.
Um cheiro frio, forte e perigoso. Lâminas de barbear e vento gelado vindo
de uma montanha arborizada, coberta de frutas escuras. A camisa fica
enorme em mim, eu rolo os punhos para trás, passando pelos pulsos.
Só então, sua porra começa a escorregar de mim. Eu grito e cruzo as
pernas com força.
Um sorriso malicioso cruza os lábios de Tyrant e ele estende o braço
ao longo do banco de trás atrás de mim. — Não se preocupe com isso
vazando. Você já deve estar grávida.
— Estou preocupada com o seu carro. — O couro preto é impecável. É
um crime fazer bagunça nele.
— Então me deixe limpar você. — Tyrant abre o console central e pega
alguns lenços de papel.
Percebo que ele mesmo pretende me limpar e tento pegar os lenços.
— Eu posso fazer isso.
Ele segura os lenços fora do meu alcance. — Claro que você pode. Mas
eu quero fazer.
Ele quer? Ninguém nunca quis cuidar de mim. Eles só fazem isso de má
vontade. Ainda estou olhando para ele em estado de choque quando ele
passa um braço em volta da minha cintura, me puxando para cima de suas
coxas fortes, com as costas contra seu peito largo.
Seus lábios estão contra minha orelha. — Abra suas pernas para mim.
Cautelosamente, faço o que ele pediu.
Ele me abre com os dedos e lentamente me enxuga com os lenços.
Meus cílios tremulam e respiro fundo. Isso parece ainda mais íntimo do que
fazer sexo com ele.
Quando ele afasta a mão, ambos vemos que há uma mancha de porra
no seu dedo médio. Ele o segura nos meus lábios. — Chupe.
Abro a boca e ele enfia o dedo dentro. Meus lábios se fecham ao redor
dele, e eu sinto seu gosto, almiscarado e doce. Ele está me observando com
foco de laser enquanto meus olhos estão semicerrados.
— Você já pensou em ter meu pau na sua boca, anjo? — ele murmura
com voz rouca, seu hálito quente em meu ouvido. — Acho que você
pareceria maravilhosa com a boca cheia de mim. Veja como você está
relaxada só com o meu dedo.
Ficamos assim por tanto tempo, meu corpo quente e líquido em seus
braços enquanto ele fode minha boca com o dedo. Eu quero adormecer
assim. Quero que ele me abrace à noite toda enquanto seu dedo estiver na
minha boca. Sua outra mão está acariciando minha barriga, tão grande e
quente enquanto ele me segura perto. Adormeço em pensamentos
calorosos e relaxados.
Eventualmente, percebo que estive abraçada a ele por um tempo
embaraçosamente longo e quase adormeci. Tiro seu dedo da minha boca e
me sento. — Desculpe. Você deve querer ir. Vou pegar minhas coisas.
— Eu não quero estar em nenhum lugar além daqui.
Encontro minha calcinha e a coloco, sem olhar para ele.
— Um dia desses, farei você acreditar que desejo cuidar de você, anjo.
Um dia destes, o meu cérebro não entrará em curto-circuito ao ver o
Tyrant Mercer. Esse dia não pode chegar em breve.
Uma vez vestida com a camisa do Tyrant enfiada na saia plissada,
coloco a mão na maçaneta da porta. — Você não precisa se preocupar com
seu fetiche se transformando em algo real. Vou consertar isso como fiz das
outras vezes.
Os olhos do Tyrant se estreitam. — Com licença?
— Vou à farmácia cuidar do nosso erro. — Terei que enfrentar o olhar
crítico do farmacêutico mais uma vez. Acho que desta vez irei para um lugar
diferente para não virar do avesso de vergonha.
— O que você quer dizer com como fez das outras vezes? Você tomou
o Plano B?
— É claro que tomei. — digo a ele, a confusão crescendo em meu
peito.
Tyrant passa as mãos pelos cabelos e xinga em voz alta, a raiva
brilhando em seus olhos.
As pessoas não querem ficar presas a você depois de conseguirem o
que desejam. Todas as coisas que ele disse e fez agora foram apenas
conversa sobre sexo. Não foram?
Pela expressão indignada no rosto de Tyrant, estou começando a
questionar isso.
Tyrant se aproxima até me pressionar contra a porta. — Ouça com
atenção, Vivienne. Se você for a um médico ou a uma farmácia, se pelo
menos olhar para um Plano B, eu saberei e ficarei muito zangado com você.
CAPÍTULO QUATRO
TYRANT

A linda boca de Vivienne se abre. — Minha vida é uma bagunça. Eu


sou uma bagunça. Ficar grávida é a última coisa que preciso.
É exatamente o que ela precisa, porque assim que eu tiver meu bebê
dentro dela, ela começará a correr para mim em vez de se afastar de mim.
Sou o único homem que pode protegê-la e amá-la e dar-lhe tudo o que falta.
— Então você não deveria ter me deixado ver você com um bebê nos
braços. — Abro a janela e grito por Liam. Um momento depois, ele senta no
banco do motorista. — Leve-nos ao dormitório da Srta. Stone.
— Sim, senhor.
Enquanto o carro se move, Vivienne se afasta de mim no banco e se
abraça. Começa a chover e as gotas batem nas janelas. Tudo é escuridão lá
fora, ocasionalmente iluminada por postes de luz. A área ao redor da
Universidade Henson é sombriamente gótica, com ocasionais cafés e
livrarias de segunda mão fechados à noite.
Quando chegamos ao dormitório dela, ela tenta sair do carro sem se
despedir.
Eu agarro seu braço bom e a puxo de volta para mim. — Dê um beijo
de boa noite no seu namorado. — Eu rosno as palavras como uma ameaça.
— Você não é meu...
Bato minha boca na dela. Ela está certa, eu não sou o namorado dela.
Eu sou o amante dela. Seu perseguidor. Seu obcecado futuro marido e pai
de seus filhos. Eu sou o único que se importa com ela, mas não deveria ser o
único. Como se atrevem as outras pessoas em sua vida a negligenciá-la tanto
e torná-la tão infeliz. O pensamento me deixa com tanta raiva que estou
rosnando quando interrompo o beijo. — Vá para dentro, onde é seguro. Há
pessoas más nessas ruas..
Vivienne me lança um olhar que diz que sabe tudo sobre as pessoas
más em Henson e sai do meu carro com os lábios avermelhados, a bunda
avermelhada e o interior coberto com minha porra. Eu a observo até que ela
digite o código da porta e esteja em segurança dentro de seu prédio.
— Estacione à frente. Quero visitar as farmácias por aqui. Você
poderia providenciar para que aquele corpo seja recolhido e descartado
enquanto eu estiver fora?
— Sim, senhor. E isso já está feito, senhor.
Liam dirige pela rua e meu olhar cai no banco do carro. Vivienne
deixou uma mancha do seu gozo e do meu no couro. Eu sorrio para mim
mesmo. Essa garota vai estar grávida e completamente protegida por mim
em pouco tempo. Chega de dormitórios de merda e de economizar para
comprar seus materiais de arte. Liam pode levá-la para a aula, e ela pode ter
um conjunto completo de quartos em minha casa para sua criatividade, se
for isso que ela quiser. Entre ter meus filhos. Eu não quero apenas um.
Quero que ela fique grávida quase constantemente por cinco anos. Isso
servirá para começar, então poderei pensar em ter um pouco mais.
Liam para perto de uma farmácia, assobiando para si mesmo, saio do
carro. Está escuro e a temperatura despencou, e não vejo outra alma,
exceto o jovem atrás do balcão.
Lá dentro, vou até o balcão com as mãos nos bolsos e a postura
relaxada. Eu sempre me sinto tão bem depois de foder Vivienne. A maneira
como aquela garota goza no meu pau? Estou viciado. Sabendo que ela está
seguramente escondida dentro de seu quarto cheia da minha porra? Melhor
ainda.
— Plano B, por favor. — digo ao jovem farmacêutico. Oliver - seu
crachá diz Oliver - tem manchas nas bochechas e a iluminação neon
esverdeada não está ajudando em nada sua pele. Ele deve ter se formado há
cerca de seis minutos, pela aparência dele.
Oliver olha para mim, seu olhar entediado. Sua expressão de repente
se transforma em choque e depois medo enquanto seus olhos percorrem
meu rosto sorridente, meu cabelo penteado para trás e meus braços e peito
tatuados em minha regata de ginástica.
Oliver engole em seco. — Hum. Há quanto tempo você e sua parceira
fizeram sexo desprotegido?
Olho para o meu relógio. — Cerca de quinze minutos atrás.
O farmacêutico está olhando para algo na minha garganta. Passo os
dedos e vejo sangue seco.
— Ah, isso? Não é o sangue dela. Pelo menos não todo. Não se
preocupe, estou limpando as coisas. — Meu sorriso se alarga. — Eu não
gostaria que Henson tivesse uma má reputação.
Uma pequena piada entre ele e eu.
O farmacêutico não ri.
Estou brincando, mas sem mim, Henson estaria na merda. O prefeito
desta cidade é corrupto e a polícia também. Os policiais estão tão ocupados
aceitando subornos e limpando a bunda dos homens que deveriam estar no
comando que não têm tempo para manter os ladrões de carros, traficantes
de drogas e assaltantes na linha, ou cuidar dos psicopatas, assassinos em
série, e estupradores que são atraídos para Henson porque pensam que
aqui encontrarão uma presa fácil.
Mantenho o crime em Henson organizado. Se não fosse por mim, as
coisas seriam caóticas, mas sou agradecido pelo meu serviço? Claro que não.
Todo mundo tem medo de mim.
Que é exatamente o que eu quero deles.
O farmacêutico olha fixamente para o teclado. — Sua parceira já
tomou o Plano B antes?
Meu sorriso se alarga. — Ela não é minha parceira. Ainda. Por alguma
razão, essa coisinha doce parece ter medo de mim. Você tem alguma dica de
namoro?
Oliver murmura. — Desculpe, não sou bom com garotas. Há, hum,
sangue na sua boca.
Passo a língua pelos dentes, lembrando-me do sabor doce e metálico
do sangue de Vivienne e da expressão de choque em seus olhos quando eu
lambi e engoli. Eu quis dizer o que disse há ela semanas atrás. O sangue dela
é só para mim.
— Sem dicas? Apenas o Plano B, então.
Oliver coloca o pacote no balcão na minha frente e eu olho para ele.
Vivienne tomou essa porra de pílula várias vezes nas minhas costas. Eu a
pego e a amasso em meu punho, a bandeja plástica de comprimidos dentro
dela estalando e rachando. Destruindo completamente o comprimido e
transformando-o em pó.
Deixo-o de volta no balcão. — Obrigado. Agora me dê todo o seu
estoque.
Oliver me dá um olhar confuso. — O quê? Por quê?
— Porque eu quero.
O farmacêutico hesita, mas apenas por uma fração de segundo antes
de se virar e retirar uma caixa cheia de pacotes de comprimidos e colocá-la
sobre o balcão.
— Quanto tempo você levará para reabastecê-los? — pergunto,
jogando o pacote destruído na caixa e colocando tudo debaixo do braço.
— Cerca de uma semana.
Será tarde demais para Vivienne tomar a pílula do dia seguinte.
Perfeito. Pego minha carteira, coloco uma pilha de notas no balcão e me
viro.
O jovem farmacêutico não consegue evitar que a desaprovação
profissional transpareça em sua voz quando ele me chama: — Existem
formas mais seguras e eficazes de controle de natalidade se você e sua
parceira desejarem prevenir a gravidez.
— Prevenir a gravidez? Ela não vai tomar isso. Estou queimando-os. —
Viro-me e procuro no bolso uma cópia da foto universitária de Vivienne e
coloco-a no balcão. — Se esta jovem entra aqui querendo comprar
anticoncepcionais, você diz a ela que não tem nada para vender. Você não
pode ajudá-la. Sem pílulas anticoncepcionais. Sem preservativos. Sem
espermicida. A menos que... — eu chamo o homem para mais perto, e ele se
inclina em minha direção. Eu esbravejo na cara dele: — A não ser que da
próxima vez você queira que seja o seu sangue em cima de mim?
O farmacêutico recua e balança a cabeça rapidamente.
Eu sorrio para o jovem. — Acho que não.
Há um estande ao lado da porta com uma série de rostos de desenhos
animados, de tristes a felizes, e a pergunta: Como foi sua experiência hoje?
Eu apunhalo o rosto sorridente verde com o dedo ao sair. — Excelente
atendimento ao cliente. Tenha uma ótima noite, Oliver.

Visito cinco farmácias ao redor da universidade e depois encerro a


noite. Quando volto para o carro, jogo meia dúzia de sacolas cheias de
comprimidos do Plano B no porta-malas. Espero que nenhum casal jovem
cometa erros nos dormitórios da Universidade Henson durante a próxima
semana, ou seus bebês serão cortesia de Tyrant Mercer.
Conforme entro no banco de trás, minha noite fica cada vez melhor.
Ainda posso sentir o cheiro do sexo que fiz com Vivienne e recebo uma
mensagem de texto de um dos meus executores que eu estou esperando há
meses.
Localizado Lucas Jones. Porão da Yancy Street.
Lucas fodido Jones, o pedaço de merda que estou morrendo de
vontade de colocar em minhas mãos há meses. Aperto meu telefone em
vitória e digito uma resposta rápida, dizendo ao meu homem que ele fez um
trabalho maravilhoso e que haverá vinte mil extras em seu salário este mês.
Liam está esperando ansiosamente no banco do motorista pelas
minhas instruções. — Leve-nos ao clube da Yancy Street.
— Sim, senhor. — Ele liga o SUV e faz meia-volta, em direção ao lado
oeste de Henson.
Não consigo evitar meu sorriso malévolo enquanto me acomodo no
banco. — Matteo encontrou Lucas Jones.
— Essa é uma notícia maravilhosa, senhor.
Quinze minutos depois paramos em uma rua com uma oficina
mecânica, um armazém elétrico e uma lanchonete fechada durante a noite.
Entre a lanchonete e o armazém há uma porta de metal pesado e sem
descrição, arranhada e amassada por anos de entrada e saída de clientes.
O clube da Yancy Street foi o terceiro que abri, aos 21 anos de idade.
Foi minha sede durante anos antes de me mudar para um clube mais
sofisticado da Larch Avenue, mas ainda tenho muito carinho por este lugar,
e os cômodos do porão estão em uso constante. Não gosto de derramar
muito sangue no clube da Larch Avenue. É uma merda tirá-lo dos tapetes
caros. Mas o piso de concreto aqui? Alguns baldes de água jogados sobre
eles e é como se ninguém tivesse morrido.
Quando me aproximo da porta de metal, o segurança me vê pelo olho
mágico e se abre. — Boa noite, Sr. Mercer.
A música vem do corredor junto com o som de pessoas conversando e
rindo. Oficialmente, este lugar é um bar administrado legalmente, mas são
as salas de jogos ilegais que ganham dinheiro. As pessoas ganham e perdem
dezenas de milhares de dólares aqui todas as noites. Principalmente perde,
pois todos sabem que as coisas pesam a favor da casa. Pessoas como o pai
de Vivienne. Foi neste clube que ele arruinou a família e por isso conheci
minha amada.
Aí descobri toda a dor que ela sentia na pele por causa da família.
E um homem chamado Lucas Jones.
Lá embaixo e através de uma porta trancada, o porão está escuro e
silencioso, exceto por um gotejamento constante ecoando no concreto e
pelo zumbido e oscilação de uma velha lâmpada de néon. Jones está
amarrado a uma cadeira no meio da sala, espancado e ensanguentado e
vestido com uma camiseta esfarrapada. O cabelo arenoso está caindo em
seus olhos. Ele levanta a cabeça e espia através dele enquanto me ouve
aproximar-se através das sombras.
— Quem está aí? — ele chama com a voz trêmula.
Eu entro na luz e sua boca se abre. Ele se recosta na cadeira,
balançando a cabeça. — Não. Por favor. Por favor.
Nós nunca nos conhecemos. Eu nem contei a ele por que ele está aqui.
Aparentemente, sua consciência culpada o está consumindo porque me ver
confirmou seus piores temores.
Ele vai morrer esta noite e será doloroso.
Sem pressa, tiro meu paletó e penduro-o em um gancho. Há uma
corrente pesada no chão, os elos quase do tamanho dos meus punhos. Eu a
pego e começo a girar alguns centímetros com a mão direita, cada vez mais
rápido, até que ela fique girando como um borrão.
Jones está choramingando e balançando a cabeça. — Por favor, Sr.
Mercer. Eu não...
A primeira coisa que quero é que ele cale a boca. Eu bato a pesada
corrente em seu rosto com tanta velocidade que dentes e sangue explodem
de sua boca. A cabeça de Jones vira para o lado e sangue escorre em seu
colo enquanto ele choraminga e soluça.
Apreciando a visão dele tão miserável pela dor, passo a corrente
lentamente entre os dedos e giro-a novamente. Não é uma das minhas
armas típicas, mas é muito satisfatória para a pessoa certa. A corrente é
pesada o suficiente para causar muitos danos dolorosos, mas não tão brutal
a ponto de matar minha vítima com apenas alguns golpes. Vou prolongar
isso o máximo possível. Fazer ele sofrer como Vivienne sofreu.
Usando a corrente, quebro os braços e as costelas de Jones. Arranco
uma orelha. Desloco um dos olhos da órbita. Ele pensou que poderia
escapar impune das coisas que fez na minha cidade. Quando quebro sua
tíbia, é gratificante saber que ele nunca mais voltará a andar.
Ele grita toda vez que os elos pesados atingem seu corpo. Ofegante de
dor, ele grita: — Por que você está fazendo isso?
Não preciso me explicar para um pedaço de carne.
Outro golpe quebra seu nariz e lacera sua bochecha, e ele se
desequilibra na cadeira e cai de lado. A dor o faz desmaiar por alguns
minutos e ele perde o controle, urinando no chão. Quando ele acorda, estou
de pé sobre ele com a corrente ensanguentada em ambas as mãos. Ele
realmente chora por sua mãe. Patético.
Com sua respiração agonizante e gorgolejante, ele sussurra: — Uma
delas era sua filha? Sua namorada?
Eu me apoio em sua garganta e me inclino para perto. — Ela é a mãe
dos meus filhos. Apodreça no inferno, seu pedaço de merda. Reze para que
eu não morra tão cedo, porque quando eu seguir você até lá, vou rasgar sua
alma em pequenos e dolorosos pedaços enquanto você grita em agonia pelo
resto da eternidade.
Eu levanto a corrente, girando-a novamente, e então bato em seu
crânio.
Lentamente, a luz do olho bom que lhe resta desaparece. Estou
coberto de suor e respingos de sangue. Ver meus inimigos morrerem
normalmente melhora meu humor pelo resto do dia, mas não sinto nada
além de ódio fervilhante pelo cadáver caído no chão de concreto.
Não é o suficiente.
Não posso desfazer o que já foi feito, e isso é uma agonia.
— Liam. — eu grito, e jogo a corrente de lado.
Liam entra na sala com uma bacia com água e uma toalha no braço, eu
lavo as mãos e o rosto. A água rapidamente fica vermelha. Conto isso a
Vivienne ou não? Quando estivermos juntos com meu anel em seu dedo,
meu bebê em sua barriga e o resto do meu plano dando certo, eu contarei a
ela. Minha doce e feroz menina deixará o passado para trás e estará pronta
para o nosso futuro.
Sorrio de satisfação ao lembrar que meu bebê já pode estar na sua
barriga.
— Alan Merrick está no clube esta noite e deseja se encontrar com
você. — anuncia Liam.
Sacudo a água ensanguentada dos meus dedos e os empurro pelo
cabelo. Merrick. Merrick. Ah, sim, um dos membros do conselho municipal.
Duvido que eu esteja interessado no que ele tem a dizer, mas não estou
ocupado demais para mandá-lo se foder.
No andar de cima, no bar principal, sento-me na minha mesa habitual
e o barman me manda um uísque. Menos de três minutos depois, um
homem de terno cinza e gravata azul barata tenta se aproximar, mas um
segurança se interpõe em seu caminho. Alan Merrick me dá um sorriso
esperançoso.
Inclino a cabeça e o segurança o deixa passar. À medida que ele se
aproxima e me avista na penumbra, seu sorriso obsequioso vacila.
Olho-me no espelho em frente à minha mesa. Estou usando minha
regata preta de ginástica. Há respingos de sangue na minha garganta e nos
braços. A fumaça do charuto envolve meu rosto manchado de sangue. Eu
sorrio para o meu reflexo. Faz bem às pessoas lembrar que estou sempre
pronto e disposto a sujar as mãos.
Merrick limpa a garganta. — Eu peguei você em um momento ruim,
Sr. Mercer?
Bato meu charuto na borda do cinzeiro. — Estou me divertindo muito.
— Aponto para uma cadeira diante de mim e ele se senta.
O vereador não perde tempo em ir direto ao ponto. — Você está
pensando em se casar, Sr. Mercer?
Meu sorriso se alarga quando me lembro de ter me enfiado
profundamente dentro de Vivienne enquanto ela chegava ao clímax no meu
pau.
Um diamante enorme e maldito. Esse será o anel de noivado dela. —
Ora, na verdade, eu estou.
Sua expressão se ilumina. — Isso é maravilhoso, porque tenho a
mulher certa para você. — Ele começa a cantar louvores a alguma filha dele,
mas o sorriso desapareceu do meu rosto e já não estou ouvindo.
— ...e se você gostar do som dela, posso marcar um encontro para
você. O que você acha, Sr. Mercer?
Foi um erro ele se sentar à minha mesa e falar comigo como se
Vivienne Stone não existisse.
— Qualquer família que me queira como genro deve ser louca. — Eu
fumo meu charuto e deixo a fumaça enrolar em meus lábios. — Ou
desesperada.
Merrick força uma risada desdenhosa. — Não há desespero, Sr.
Mercer. Sou um homem ambicioso. Tenho certeza que você pode entender
isso, dado quão parecidos somos.
Ele e eu não somos nada parecidos. Construí tudo o que tenho com
minhas próprias mãos ensanguentadas. Parece que ele espera roubar o
poder para si por meio de votos de casamento e do futuro de sua filha.
— Você quer ser o prefeito. — eu falo, examinando meu charuto.
Merrick alisa a gravata com um sorriso modesto. — Minhas únicas
aspirações são servir o povo de Henson.
Ele não consegue nem ser honesto sobre uma simples pergunta.
— E como vou ajudá-lo a se tornar prefeito? — Quando ele abre a
boca para protestar, aponto meu charuto para ele. — Não perca meu
tempo. Seja franco comigo ou vá se foder.
Merrick limpa a garganta e balança a cabeça. — Você tem negócios
legítimos. Tenho interesses comerciais legítimos. Podemos ajudar uns aos
outros. Podemos nos tornar mais próximos. Minha filha mais velha tem
dezenove anos e é muito bonita.
Ele estende o telefone. Não olho para a tela, embora presumivelmente
ela mostre uma imagem de sua filha.
— Não estou interessado. — digo a ele com firmeza.
— Mas você deve querer uma família, Sr. Mercer. Um homem da sua
idade sem filhos? Você não viverá para sempre.
Até recentemente, eu teria rido na cara dele. Todos esses anos, nunca
quis uma família. Meu próprio pai desapareceu quando eu tinha quatorze
anos, esvaziando as contas bancárias e nos deixando na miséria. Éramos
apenas minha mãe lutando, eu e quatro irmãos mais novos. Mamãe não
podia trabalhar por causa das vozes em sua cabeça, então perdemos nossa
casa e nos mudamos para um estacionamento de trailers que era gelado e
estava infestado de ratos e escória humana. Encontrei trabalho como
entregador e depois como executor da turma que costumava comandar o
lado sombrio de Henson. Eu me saí tão bem que assumi o comando aos
dezoito anos em um golpe violento com um grupo de homens leais nas
minhas costas. Desde então, meus dois irmãos se casaram. Um trabalha na
construção, o outro no setor imobiliário. Uma das minhas irmãs é atriz e a
outra administra minhas finanças. Sujei as mãos para que eles não
precisassem fazer isso.
Ao longo dos meus vinte anos, nunca quis uma família porque já havia
criado uma.
Todo esse tempo, fui dono de mim mesmo, uma mulher e filhos só
teriam me atrasado. As mulheres estão sempre chorando e odeiam ver
sangue e violência. Então conheci Vivienne, uma mulher que agarra facas
pela lâmina e pode ser tão feroz quanto eu e, ao mesmo tempo,
dolorosamente inocente. Quem diria que essa era minha kryptonita. Eu com
certeza não sabia.
Merrick me oferece seu telefone novamente. — Basta olhar para uma
foto dela. Ela é linda.
Eu bato na mesa sem olhar para a tela. Ele poderia estar me
mostrando uma orgia de modelos da Victoria's Secret e eu não estaria
interessado. Em circunstâncias diferentes, eu poderia ter considerado a filha
de um assassino, de um homicida ou de um golpista, mas não estou me
aproximando de um político. Há uma maldita linha.
Balanço a cabeça para o segurança, um sinal para tirar esse homem
daqui, ele avança para ficar atrás de Merrick. Meu companheiro se levanta
com uma expressão de raiva contida.
— Minha coelhinha vai ficar arrasada. Ela estava decidida a se casar
com você.
Sua coelhinha não é problema meu. Não confio em ninguém além de
mim mesmo para tomar decisões sobre meu futuro. Mesmo que eu
confiasse em algumas pessoas, não confiaria no maldito Alan Merrick.
A questão do meu casamento e do meu futuro está resolvida. Vou ter
Vivienne ou ninguém.
CAPÍTULO CINCO
VIVIENNE

Quando acordo de manhã, olho com saudade para minha máquina de


costura que está amontoada em um canto do meu minúsculo quarto.
Pedaços de uma blusa de poeta estão espalhados nas costas de uma
cadeira, esperando o momento em que eu possa costurá-los. São cinco e
meia, e Carly ou Julia vão martelar nas paredes e me dizer para parar com
isso se ouvirem o chunk chunk chunk da minha máquina de costura antes
das sete da manhã. Tenho sorte das minhas duas únicas amigas dormirem
uma de cada lado do meu quarto porque, caso contrário, os dormitórios
pareceriam incrivelmente solitários, então faço o meu melhor para manter o
barulho baixo.
Ou vou deitar na cama e pensar no Tyrant Mercer e me preocupar por
estar grávida, ou vou me levantar e encontrar uma maneira de me distrair.
Acabo sentada no chão, de short de pijama de seda e blusa,
costurando a mão a bainha de uma saia longa creme. É meu tipo de roupa
favorito. Romântico o suficiente para parecer que estou vestindo uma
fantasia, mas não tão estranha a ponto de as pessoas olharem para mim e
se perguntem se eu errei o caminho da feira renascentista.
Todo o meu corpo está dolorido. Meu antebraço do corte da faca.
Meus braços e ombros, onde foram agarrados e contidos. Minha boceta da
foda brutal e profunda de Tyrant. É impossível não pensar em Tyrant e nas
coisas que ele disse, e minha mão passa pela minha barriga. Imagino usar
essa saia por cima da barriga do bebê. O tecido é cortado em viés para que
tenha alguma elasticidade. Na minha mente, uma mão maior cobre a minha
na elevação. Uma mão ornamentada com tatuagem com um pesado anel de
prata no dedo mindinho. Sinto uma presença atrás de mim, como se o
colchão contra o qual estou apoiada tivesse se transformado no próprio
Tyrant, e imagino-o dando um beijo faminto na minha nuca.
Volto a costurar com tanta pressa que enfio a agulha na lateral do
dedo indicador. — Ai.
Sugando a gota de sangue que se formou, a ansiedade gira em minha
barriga enquanto me lembro do que o Tyrant rosnou para mim na noite
passada. Você só pode sangrar para mim. Aqui estou eu quebrando suas
regras novamente.
Ele não precisa saber, não poderia descobrir, mas quebrar essa regra
novamente aumenta minha ansiedade. Pegando meu telefone, digito uma
mensagem e a envio. Não espero uma resposta às 6 da manhã, mas ela
chega quase imediatamente.
Eu: Estou sangrando.
Tyrant: Estou indo para os dormitórios.
Eu: Espere. Foi um acidente. Eu me espetei com uma agulha de
costura.
Tyrant: Mostre-me.
Tiro uma foto do pequeno ferimento e envio para ele. Sua resposta
volta um momento depois.
Tyrant: Boa garota por me contar.
Tyrant: Garota má por ter ido à farmácia ontem à noite. Vou puni-la
por isso.
Meus olhos se arregalam. Tyrant sabe disso? Como ele sabe? Quando
saí novamente, às onze e meia, as ruas estavam desertas. Eu tinha certeza
de que ninguém estava olhando quando entrei na farmácia tarde da noite. O
farmacêutico não ajudou. Ele alegou que o estoque de plano B tinha
acabado. Quem fica sem plano B num distrito universitário onde os jovens
cometem erros a torto e a direito?
Pensando bem, o farmacêutico estava suando. De repente, percebo
quem provavelmente comprou todas as pílulas do Plano B.
Eu leio a mensagem do Tyrant e sinto uma emoção. Eu vou te punir
por isso. Ele sabe o que eu desejo. Um pouco de dor para me equilibrar.
Meu braço estava latejando ontem à noite, mas foi ele me colocando sobre
os joelhos e me batendo que me deu a pura felicidade do alívio e me deixou
corajosa o suficiente para revelar meu corpo repulsivo e cheio de cicatrizes
para ele. Eu gostaria que houvesse uma maneira de explicar à minha família
que Tyrant é o único homem monstruoso o suficiente para ver além da
minha feiura. Se soubessem que eu conversei com ele, me proibiriam de ver
Barlow novamente. Se eles descobrissem que ele estava tentando me
engravidar... Estremeço só de pensar no que papai faria.
Afastando esse pensamento horrível, pego minha costura mais uma
vez e me encosto ao colchão.
Gosto de estar aqui no meu quartinho, silencioso e isolado do mundo.
Enquanto trabalho, o sol surge no horizonte e brilha através das folhas
douradas da enorme e velha árvore do lado de fora da minha janela. Os
quadros de cortiça fixados nas minhas paredes estão cobertos de retalhos
de tecido e desenhos que espero transformar em figurinos para as aulas ou
roupas para eu usar. Na minha cama há uma colcha costurada com dezenas
de tecidos diferentes. Ouros pálidos, cremes e roxos. Todos os tecidos
usados e roupas velhas que cortei e reaproveitei. Nunca tive coisas boas
enquanto crescia, então, em vez disso, as faço. Eu cuido delas. Eu me perco
nelas enquanto minha agulha entra e sai do tecido.
Estou tão absorta em meu trabalho que não percebo o quão tarde
está ficando até que olho para meu telefone e percebo que só tenho quinze
minutos para me arrumar e ir para a aula. Eu suspiro em estado de choque e
fico de pé.
Onze minutos depois, saio voando do dormitório enquanto visto um
suéter de tricô vintage pela cabeça. Tenho um tutorial de história da arte
esta manhã e minha tutora, Colleen, me olha com tristeza quando entro
correndo na sala de aula e encontro meu lugar.
Durante todo o ano passado ela me repreendeu por nunca chegar na
hora certa às aulas. Sem dúvida ela está emocionada por eu estar de volta
para outro semestre mais avançado.
Estamos nos concentrando na arte do pós-guerra nas próximas
semanas, meus colegas e eu observamos enquanto ela mostra fotografias de
pinturas de Lucian Freud, Francis Bacon e Frida Kahlo na grande tela na
frente da sala.
— O que Kahlo está tentando dizer com esta peça? — Colleen
pergunta à classe.
A sala está mergulhada em uma apatia de é muito cedo para isso.
Cometo o erro de olhar nos olhos de Colleen, ela aproveita a
oportunidade para me punir pelo meu atraso. — Vivienne. O que você acha?
Eu não acho. Eu sei. A pintura se chama O cervo ferido e retrata um
cervo com cabeça e chifres de Frida Kahlo correndo por uma floresta. O
peito e a lateral do cervo são perfurados por flechas.
— Ela está nos contando sobre o que é a vida.
Colleen me dá um aceno encorajador. — Por favor, continue. O que
Kahlo está dizendo sobre a vida com esta peça?
Olho para as flechas enterradas no flanco do cervo. O sangue flui em
seu pelo, liberando a dor. Provando que ela existe. — A dor é uma prova de
que estamos vivos.
Espero que Colleen acene com a cabeça ou faça algum comentário
brando antes de prosseguir, mas ela hesita e sua expressão fica perturbada.
É o mesmo olhar que ela me lançou depois que escrevi um ensaio no
semestre passado sobre a violência implícita nas naturezas mortas das
frutas. Como posso não ver derramamento de sangue em fotos de ameixas
cortadas e facas cobertas de suco vermelho e pegajoso?
— Poderíamos argumentar que a dor não é prova de que estamos
vivos. O amor sim. — diz Colleen.
O riso borbulha na minha garganta e sai da minha boca. Essa é boa. O
amor nos faz sentir vivos? Estive dolorosamente consciente de que estou
viva durante toda a minha vida, sem ter uma consciência amorosa. Além
disso, quando foi à última vez que mencionamos o amor neste tutorial?
Cada pintura que estudamos é sobre tragédia, sangue, violência, desespero.
Em outras palavras, a vida.
As coisas são assim, não como fingimos que são em cartões de
aniversário, em anúncios de celulares ou em filmes de Natal. É por isso que
estou estudando história da arte. Todo o desespero. Hashtag identificável.
Colleen não ri comigo. Nem ninguém na classe.
— Oh, você está falando sério. — Olho para a esquerda e para a direita
e percebo que todos estão me lançando olhares estranhos. Eu revelei muito
sobre mim por engano? Todo mundo está percebendo que eu sou esquisita?
Abraço minhas costelas com os dois braços. Parece que todas as minhas
cicatrizes cuidadosamente escondidas estão de repente à mostra. Minha
tutora parece mais preocupada do que nunca.
— Kahlo pintou O Cervo Ferido perto do fim de sua vida. — entoa um
estudante atrás de mim, que parece entediado. — Ela havia sido traída pelo
marido e sentia dores crônicas devido a um acidente de ônibus quando era
mais jovem. Ela estava testemunhando o colapso de seu corpo envelhecido.
As flechas representam o sofrimento dela.
Colleen se apressa em elogiar o aluno pela resposta, mas não consigo
ver como ela é significativamente diferente da minha. A vida é sofrimento?
Foi o que eu disse.
A aula continua, mas ainda estou repassando o que Colleen disse
sobre o amor ser uma prova de que estamos vivos. Não me senti muito
amada quando minha mãe me deixou sozinha numa casa escura e vazia por
horas e dias a fio. Não há amor no escuro.
No final do tutorial, Colleen me pede para ficar para trás. Ela se inclina
contra a mesa enquanto eu fico sem jeito na frente dela, segurando minha
mochila.
— Há alguma coisa incomodando você, Vivienne?
O sorriso perverso do Tyrant brilha diante dos meus olhos. — Nada
diferente do habitual.
Ela cruza os braços e suspira. — Estou preocupada com você. Suas
interpretações da intenção artística estão ficando cada vez mais sombrias.
— Você está falando sobre O Cervo Ferido? Foi apenas uma resposta.
— Cada ensaio que você escreveu para mim é sobre a dor, ou como o
sofrimento é a única emoção em que se pode confiar.
Eu franzo a testa para ela. — Isso não é verdade. Escrevi uma redação
sobre a alegria expressa em Ophelia de Millais.
— Vivienne. — Colleen suspira, parecendo exasperada. — Sua tese era
que ela estava feliz porque estava prestes a morrer. Se você usasse roupas
pretas e delineador pesado, eu presumiria que você era uma romântica
torturada ou estava passando por uma fase niilista, mas estou preocupada
que isso seja algo sério.
Eu não sou uma garota gótica, então ela vai interferir na minha vida?
Isso parece injusto.
— Você já pensou em conversar com alguém?
Eu respondo sem pensar. — Um terapeuta? Mas estou bem agora.
Colleen levanta as sobrancelhas.
Merda. Eu disse que estou bem agora. Acabei de me denunciar ao
admitir que tive problemas no passado. Calor e energia percorrem meu
corpo. Colleen está tentando criar problemas quando o que eu quero é ser
deixada em paz. Não vou me matar se é disso que ela tem medo. Tenho
muitos objetivos e planos para o futuro. Nunca me cortei tão fundo que não
haja como voltar atrás.
Do lado de fora da sala de aula, vejo Carly e Julia acenando para mim
por cima do ombro de Colleen. Esqueci que deveríamos tomar café juntas,
mas fico instantaneamente aliviada por ter um motivo para ir embora.
— Desculpe, preciso ir. — Agarro a alça da minha mochila e saio da
sala. Colleen chama meu nome, mas eu a ignoro e caminho rapidamente
pelo corredor com minhas amigas.
— O que estava acontecendo lá? Sua tutora está incomodando você?
— Carly pergunta com uma carranca preocupada.
Visões de facas estão dançando em minha mente. Lembro-me de
como me senti feliz no cemitério, ao pegar a faca daquele garoto. Eu
gostaria de tê-la agarrado e cortado a palma da mão.
Coloco meu cabelo atrás da orelha. — Não é nada. Ela simplesmente
não gosta da minha interpretação de suas pinturas favoritas. — Forçando
um sorriso e um tom mais alegre, acrescento: — O sol apareceu. Vamos
sentar na grama enquanto tomamos nosso café.
Durante todo o dia, finjo para mim mesma que os olhares
questionadores e críticos de Colleen não me incomodam, mas eles se
agarram ao meu corpo como uma névoa da qual não consigo me livrar. Ela
queria saber se algo estava me incomodando, e eu poderia ter contado a ela
sobre Tyrant. Eu poderia ter dito, Tyrant Mercer me forçou a entrar em seu
carro e me fodeu, não tenho certeza se disse que queria que isso
acontecesse. Ele não se importa se eu quero que isso aconteça. Isso teria
feito seus olhos hipócritas se arregalarem, ela o teria denunciado
imediatamente à faculdade e à polícia. Mas Tyrant não é o problema.
Eu sou o problema.
Todo mundo sabe que pessoas confusas se encaixam como ímãs.
Minha bagunça é uma merda de garota triste. A bagunça do Tyrant são
vísceras e balas. Ele está se alimentando das minhas vulnerabilidades, mas
não foi ele que as causou. Ele é a única coisa boa que meu dano me deu. O
resto foi sangue, dor, lágrimas e solidão. Minha bagunça me deu um homem
lindo que me segura e me fode com força, eu deveria ser uma boa garota e
abrir meus braços para o sofrimento em vez de para ele?
O homem quer um filho. Talvez eu devesse dar um a ele.
— Criança malvada. — sussurro para mim mesma, subindo as escadas
até meu dormitório e balançando a cabeça. Todo mundo sabe que você não
deve se render nem um pouco ao bandido. — Criança perversa e malvada.
Pego meu caderno de desenho e sento de pernas cruzadas no chão. A
lápis esboço a figura de uma garota que se parece comigo, só que tem a
barriga inchada de grávida e os seios maiores. Ela está com a mão na
barriga.
O desenho parece bom, mas não é perfeito. Está faltando algo com o
qual venho sonhando, e adiciono outra mão maior sobre a da garota. Uma
mão masculina e tatuada.
Fico olhando para o desenho por alguns minutos, depois o jogo de
lado e esfrego as mãos no rosto. O que me faria sentir melhor seria pegar
minha caixinha e fazer alguns cortes na minha carne. Ao pensar nas lâminas,
sinto o fantasma de uma mão forte e tatuada em volta da minha garganta, e
ela aperta com força. Tyrant não gostaria de encontrar cortes recentes em
meu corpo. O único sangue que devo derramar é por ele. Eu o imagino
forçando a ponta de uma faca sob meu queixo enquanto abre o zíper da
braguilha, rosnando para eu ficar quieta ou ele cortará minha garganta. A
umidade e o calor aumentam entre minhas pernas. Meus dedos deslizam
sobre minha barriga e envolvem a parte interna da minha coxa, antes de
deslizarem para dentro da minha calcinha. Eu gemo e me contorço contra
meus dedos.
Não demoro muito para gozar, mas o clímax parece vazio e eu
também. A parte mais frustrante é que sei exatamente de quem estou
sentindo falta, e ele não apenas me deixa satisfeita, ele me empurra para
um precipício terrível e então me segura em seus braços fortes.
Tyrant não está aqui, então me deito na cama, puxo os cobertores
sobre a cabeça e fecho os olhos.
Durante o sono, tenho uma vaga consciência da sensação de algo
sendo forçado dentro de mim. Algo grosso que me estica, e eu gemo
baixinho enquanto meu cérebro sonhador me mostra Tyrant apoiado acima
de mim em minha mente. O homem perigoso que me persegue está me
fodendo com muito cuidado em meus sonhos.
Tyrant se afasta e empurra mais fundo, sacudindo meu corpo. Parece
tão vívido. A dor-prazer é tão aguda e doce.
Isso é um sonho, certo? Eu me levanto através de camadas de sono,
meus cílios tremulando. Estou paralisada pelo meu cérebro sonolento e pelo
forte calor e peso no meu corpo.
Uma voz profunda e rouca murmura em algum lugar acima da minha
cabeça: — Shh. Volte a dormir, anjo. É apenas um sonho.
Só estou sonhando que o pau grosso do Tyrant está bombeando para
dentro e para fora de mim. Enchendo-me até me esticar e depois relaxando
novamente. Deve ser porque adormeci me masturbando para ele. Meus
olhos se fecham e eu adormeço novamente. Sonhar com Tyrant é tão bom
que minha respiração fica pesada e um prazer doloroso preenche meu
corpo.
Movo minha mandíbula, mas não consigo abrir a boca. Há algo me
amordaçando. Quando me contorço um pouco, tentando tirar o lençol ou o
que quer que seja da boca, descubro que não consigo porque minhas mãos
estão presas atrás das costas.
Há uma respiração pesada sobre minha cabeça. — Oh, porra, sim,
anjo. Tão apertada. Uma garota tão boa.
Abro os olhos, mas não consigo dizer se ainda estou sonhando ou não
porque está muito escuro. Eu tento dizer, Tyrant? Mas sai como... Mm-mm?
— Eu mal podia esperar até você acordar. Eu vi essa boceta e tive que
começar a foder você. — Tyrant geme enquanto trabalha seu pau mais
fundo, então dá uma risada suave e maliciosa. — Depois que tirei suas
roupas. E amordacei você. E amarrei você. Com tantas pessoas neste prédio,
eu não poderia permitir que você gritasse. Todos podem correr para ajudá-
la antes que eu termine com você.
Eu me contorço contra minhas amarras. Esfrego minha bochecha no
travesseiro para tirar a mordaça da boca. Não funciona e não consigo me
mover. Estou presa de bruços com as coxas abertas. Os joelhos do Tyrant
estão entre minhas coxas, forçando-me a ficar mais aberta enquanto ele
enfia seu pau em mim. Suas mãos estão em cada lado da minha cabeça, e
meu corpo afunda cada vez mais no colchão a cada impulso.
Sua respiração está ficando mais difícil, ele esbraveja em meu ouvido:
— Você é tão bonita, minha putinha indefesa. Toda amarrada e pegando
meu pau.
O prazer toma conta de mim com suas palavras degradantes e eu
derreto no colchão.
Use-me. Faça-me sentir que minha existência tem um sentido, mesmo
que eu seja apenas um buraco para você foder. Minha janela está aberta e
um vento fresco sopra ali dentro. Tyrant deve ter subido na árvore e
invadido pela janela. Há câmeras em todo o edifício. O homem realmente é
louco.
Meu corpo se funde nas cordas que me prendem. A mordaça entre
meus dentes parece que mora ali. Meus olhos ficam com as pálpebras
pesadas.
Tyrant geme baixinho enquanto sente meu corpo se render. Ele coloca
a mão no meu cabelo e o segura com força brutal. — É isso, anjo. Apenas
relaxe e deixe-me possuir você. Vou gozar bem fundo dentro de você e
manter minha porra lá.
Esqueci de tentar tomar outra pílula do Plano B, e Tyrant está prestes
a gozar em mim novamente. Quando eu me contorço e luto, ele só me fode
com mais força.
— Ainda brigando comigo sobre isso? Você não vai a lugar nenhum.
Você vai ficar aí deitada e tomar meu pau e pensar em quão melhor sua vida
será quando você pertencer a mim, total e completamente. Fui
misericordioso até agora, Vivienne, e você nem me agradeceu. Agora
terminei. De. Ser. Misericordioso. — Ele enfatiza essas palavras com
estocadas violentas de seu pau.
Misericordioso? Ele chama de misericordioso virar minha vida de
cabeça para baixo? Minha vida estava tranquila antes de ele invadir minha
casa e roubar Barlow. Agora está caótica, estou afundando cada vez mais no
caos com cada golpe de seu pau grosso. Meu núcleo está ardendo de prazer
ao redor dele. Estou apertando e apertando seu pau e quando ele sente, ele
solta um gemido vitorioso.
— Você adora quando sou cruel com você, anjo. — ele diz em meu
ouvido. — Você me ama controlando cada pequena coisa em sua vida. Eu
sou o único que pode proteger você. Eu sou o único que se importa com
você. Sente meu pau? Sente essas cordas? Você está tão protegida.
Tyrant força meus joelhos a se afastarem mais e seu pau vai mais
fundo, eu me desfaço ao redor dele.
Quando chego ao clímax, ele soca em mim mais rápido e com mais
força do que nunca, fazendo a cama tremer e bater contra a parede. Tyrant
não parece se importar em ser ouvido agora. Ele goza com um impulso
brutal de seu pau e uma maldição rosnada.
Ele para, mas não se afasta, e passa os dedos sobre o local onde
estamos unidos.
— Tão cheia de mim, anjo. Meu pau, minha porra. Linda.
Uma sensação calorosa toma conta de mim e fecho os olhos.
Tyrant sai e me abre. Ele esfrega o polegar sobre meus lábios
repetidas vezes, como se estivesse admirando a visão. — Oh, porra, sim.
Essa é uma boceta bem usada. — Então ele se enfia de volta dentro de mim
novamente. — Fique quieta. Desta vez vou engravidar você.
No silêncio que se segue, ouço uma batida na minha porta e alguém
chama: — Vivienne? Você está bem aí?
Sinto Tyrant olhar em direção à porta. É Julia lá fora. Se ela entrar aqui
e vir Tyrant, não será bom para ela. Não sei o que Tyrant faria com alguém
que tentasse impedi-lo de fazer exatamente o que deseja.
Tyrant enfia um dedo na minha mordaça e a afasta da minha boca. —
Grite por ajuda se quiser.
Um homem invadiu meu quarto, me amarrou e começou a me foder
enquanto eu dormia. Eu deveria estar gritando por ajuda.
— E-eu estou bem. Desculpe pelo barulho. — eu falo, parecendo mais
do que um pouco trêmula e sem fôlego. — Eu estava apenas, hum, fazendo
ioga.
— OK. Falo com você mais tarde. — Passos recuam pelo corredor.
Tyrant ri baixinho. — Sou ioga agora?
Suas mãos estão apoiadas em cada lado da minha cabeça, observo a
veia grossa em seu braço e os músculos de seu antebraço flexionando.
— Posso ter a mordaça de volta, por favor? — Sinto falta da plenitude
reconfortante em minha boca.
— Claro que pode, anjo. — ele murmura amorosamente e coloca a
mordaça de volta no lugar. Meus olhos se fecham lentamente. Felicidade.
Amarrada, com a boca cheia e presa pelo pau do Tyrant é o mais seguro que
já me senti em muito tempo.
— O que é isso?
Abro um olho quando sinto a cama se mover. Tyrant se abaixou e
pegou algo do chão. É o meu caderno, que deixei aberto com o desenho da
minha barriga de grávida e a mão dele cobrindo a minha. Eu não poderia
estender a mão e arrancá-lo dele, mesmo que quisesse.
— Anjo, isso é lindo pra caralho. — ele respira.
Sinto o pau do Tyrant inchar dentro de mim. Ele larga o caderno e
agarra meus quadris, indo mais fundo. Ele nem saiu e vai de novo.
Abaixando-se sobre os cotovelos, ele enfia a mão por baixo do meu corpo e
a ponta do dedo roça meu clitóris.
Com os lábios na minha orelha, ele geme com uma voz dolorosamente
excitada: — Vou fazer tudo perfeito para você, anjo. Você e esse bebê terão
tudo o que quiserem. Tudo o que você precisa fazer é me dar sua vida e
alma quando eu pedir. Você está pronta para isso? Nunca me questione.
Nunca duvide de mim. Faça tudo o que eu disser e eu lhe darei tudo o que
você quiser.
Eu gemo contra a mordaça, sua voz e seus dedos me levando ao
prazer.
Tyrant ri baixinho e passa a língua pela minha garganta. — Claro que
você vai. Você é a boa menina do Tyrant, não é?
A boa menina do Tyrant está sendo fodida impotentemente no
colchão. Minha boceta está apertando avidamente seu pau. Estou
choramingando contra a mordaça.
Eu sou sua boa menina.
Eu sou sua boa menina.
Eu amo ser sua.
Ele me fode com tanta força que minha cama bate contra a parede,
mas estou envolvida demais para me importar. Deixe todos ouvirem. Não
importa mais quando pertenço ao homem mais perigoso de Henson. Todos
eles vão descobrir. Todos eles vão me julgar. O mundo não pode me virar às
costas mais do que já o fez. Tyrant sempre estará ali para mim e ele é tudo
que preciso.
Meu núcleo se ilumina e eu grito no travesseiro. Tyrant crava os
dentes em meu ombro com um grunhido enquanto suas estocadas ficam
mais fortes e urgentes. Um líquido quente jorra entre minhas coxas. Sou
uma bagunça escorregadia da minha própria umidade e de dois orgasmos
do Tyrant.
Ele se levanta e olha para baixo entre nós, respirando pesadamente.
— Você deveria me ver enterrado dentro de você, anjo. Estou coberto de
nós. — Satisfeito com a visão, ele me fode lentamente com seu pau ainda
duro. — Estou tão profundamente dentro de você. Eu quero estar ainda
mais profundo.
Os tremores secundários do meu orgasmo e seus movimentos me
fazem gritar contra minha mordaça enquanto ouço os sons molhados de
suas estocadas. Ele acaricia meu cabelo, traça a longa linha da minha coluna
com o dedo indicador e passa a mão por baixo de mim para apertar meus
seios.
— Toda minha. — ele sussurra. — Não faça nada que me deixe com
raiva, e sempre será assim, anjo.
Abro um olho e levanto uma sobrancelha interrogativa. Deixá-lo
irritado como?
— Exatamente. Você nem saberia como. Isso deve bastar. — Ele puxa,
afrouxa as amarras dos meus pulsos e a mordaça em volta da minha boca e
me cobre com um cobertor. Inclinando-se sobre mim, ele sussurra em meu
ouvido: — Se eu soubesse que era tão fácil entrar aqui e te foder enquanto
você dorme, eu teria feito isso há meses.
Um arrepio ilícito passa por mim enquanto me pergunto se ele fará a
mesma coisa esta noite. Na noite seguinte. E na noite seguinte.
— Você deve levar alguns minutos para se desamarrar. Deite-se aí e
pense em mim e em nosso bebê, anjo. Estarei profundamente dentro de
você o dia todo.
Ouço um barulho atrás de mim na janela, então ele desaparece.
CAPÍTULO SEIS
VIVIENNE

No sábado de manhã, acordo com um suspiro de choque que, para


variar, não tem nada a ver com Tyrant. O baile de fantasias da universidade
será daqui a uma semana e eu, uma estudante de design, não tenho fantasia
para vestir.
Jogo os cobertores de lado e corro até meu caderno de desenho,
aliviada por ter algo urgente para me distrair durante todo o fim de semana.
Escolher um modelo, encontrar ou criar um molde, comprar o tecido,
costurar e fazer o vestido sob medida.
O baile é para comemorar os cento e cinquenta anos da Universidade
Henson. O Departamento de Artes Cênicas dirige o comitê, então é claro
que o baile é um baile de máscaras, e o salão de baile será ricamente
decorado para a ocasião. Parte da faculdade é uma antiga mansão do século
XIX e tem um salão de baile de verdade, onde imagino que as debutantes
davam suas primeiras voltas esperançosas na pista de dança.
Eu já sabia do baile há meses, mas não sabia o que vestir. Eu sei que
muitas garotas estão alugando vestidos de baile volumosos com argolas ou
comprando macacões, rabos e orelhas colantes ao corpo online. Muitos dos
meninos usarão smokings, capas do Zorro ou fantasias de Halloween.
Viro as páginas do meu caderno de desenho, implorando
silenciosamente para que a inspiração surja. Essa é a única coisa com a qual
eu deveria ser capaz de lidar facilmente, mas minha ansiedade está
dobrando a cada segundo.
Olho com medo e saudade para o lugar onde minha caixinha de dor e
liberdade está escondida.
Balanço a cabeça e olho com determinação para as páginas do
caderno. Eu não preciso fazer isso. Faz muito tempo que não faço isso.
Nunca mais preciso fazer isso e ainda assim não joguei a caixa fora. Por
alguma razão, não consigo levar a caixa até a lixeira e jogá-la lá dentro.
Alguma compulsão sempre me impede e sussurra: Tem certeza de que quer
fazer isso?
Você deveria mantê-la.
Apenas por precaução.
Meu olhar cai sobre o anjo de pedra choroso que eu estava
desenhando no domingo passado, antes de ser atacada no cemitério. Quase
terminei o desenho e o anjo se destaca em delicado lápis cinza na página
branca. Até incluí o nome gravado no caixão de pedra. Cecelia Henson, filha
do fundador da Universidade Henson. Ela morreu tragicamente aos vinte
anos e dizem que sua família nunca superou a perda. Eles encarregaram o
anjo de pedra de lamentar perpetuamente pela filha perdida.
Passo os dedos pela foto, com inveja de Cecelia por vivenciar um amor
que dura há mais de cem anos.
— Anjo. — eu sussurro.
O estranho apelido que Tyrant me concedeu. Deus sabe por quê. Não
pareço nem ajo de maneira angelical. Sou uma pessoa ansiosa e agitada na
maior parte do tempo, cheia de inseguranças. Cada vez que Tyrant
desaparece da minha vida, tenho cada vez mais certeza de que é a última
vez que o vejo. Algum dia, em breve, ele se cansará de mim e então se
esquecerá de mim como todo mundo.
Não consigo tirar os olhos do meu desenho. Talvez eu pudesse
comparecer ao baile de máscaras como um anjo. Um anjo de pedra
chorando com lágrimas de cristal na minha máscara. Se eu conseguir
encontrar o tecido certo para o vestido…
Pego meu telefone e mando uma mensagem para Julia e Carly.
Eu: Alguém está livre para vir fazer compras comigo? Acho que já
decidi minha fantasia.
Carly: Finalmente!! Eu gostaria de poder, mas tenho que estudar.
*soluçando*
Julia: Estou com a família, mas estou muito animada para ver sua
fantasia. Vai ser épica.
Carly: Podemos ver agora?
Eu mando uma mensagem para elas com uma foto do meu desenho,
ambas respondem com entusiasmo e emojis de coração e anjo.
Energizada pela excitação delas, fico de pé, pego minha necessaire de
banho e vou para o banheiro comunitário. Está tudo bem que elas não
possam vir. Gosto de fazer compras sozinha porque isso significa que posso
sonhar acordada.
Vinte minutos depois, estou vestida com uma saia curta de corte A e
um blazer vintage, uma blusa branca e sapatos marrons, com uma boina lilás
sobre meus longos cabelos escuros para dar um toque de cor. Minha
mochila bate na minha coxa enquanto desço a rua correndo. Há um ônibus
que me leva para onde estou indo, mas estremeço ao pensar em gastar
quase cinco dólares na viagem de ida e volta, quando mal tenho dinheiro
para comer. O céu está nublado e folhas molhadas e alaranjadas estão
grudadas na calçada, e mais folhas caem ao meu redor quando atravesso a
rua.
Minha loja de tecidos favorita às vezes tem liquidações nas pontas dos
rolos, cruzo os dedos nas luvas quando entro no prédio e começo a caça por
algo etéreo e angelical. Não demora muito para que eu encontre um
deslumbrante georgette branco prateado que flui por entre meus dedos
como água.
Eu verifico o preço no rolo. Noventa dólares por jarda. Há quarenta e
dois dólares na minha conta bancária. Mesmo que eu quisesse comprar o
Plano B na outra noite, percebi, quando verifiquei meu saldo mais cedo, que
não teria condições de pagar.
É muito difícil engravidar, certo? As mulheres sofrem durante meses,
até anos, para engravidar. Não sei se esse pensamento alivia meu coração
ou o torna mais pesado. Se eu estivesse grávida, não teria escolha a não ser
aparecer na porta do Tyrant e tornar a mim e ao meu bebê sua
responsabilidade.
Oh sim? Diz uma voz desagradável em minha mente. E dar a ele a
oportunidade de rir na sua cara e te rejeitar, embrulhada em um laço de
cetim? Ele não quer cuidar de você. Ele está simplesmente com tesão e seu
fetiche é sexo desprotegido.
Com tristeza, coloquei o tecido de volta e saí da loja. Acho que estou
voltando ao meu truque habitual de transformar cortinas velhas em roupas.
Há um brechó na mesma rua, neste bairro rico, muitas vezes há
doações de boa qualidade que posso reciclar. Lá dentro, meus dedos
dançam em terninhos e blusas, camisetas e jeans. Provavelmente há peças
aqui e ali que caberiam em mim, mas vou direto para o fundo da loja, onde
estão os móveis para casa. Há uma pilha de cortinas e edredons em uma
grande lixeira, eu mergulho com as duas mãos. Cortinas de chita de
poliéster. Uma rede azul. Meus dedos roçam algo macio e brilhante, embora
não consiga ver, instintivamente agarro-o e puxo-o para fora.
Não consigo acreditar no que estou tocando. O que estou vendo.
Cetim de seda branco, finamente tecido e cintilante com sutis fios
prateados. E em grande quantidade. Não tanto quanto um conjunto de
cortinas, mas duas peças muito longas e estreitas.
A voluntária da loja, uma senhora idosa com óculos pendurados no
pescoço em uma corrente de ouro, olha por cima do meu ombro. — Não é
adorável? Uma organizadora de casamentos aposentada trouxe todos os
seus adereços e acessórios para doar na semana passada. Acho que essa
peça deveria ficar pendurada em um arco onde os noivos fazem seus votos.
— É lindo. — murmuro, acariciando o tecido. Parece angelical. Até ao
toque é angelical.
Verifico a etiqueta de preço e vejo que são dez dólares. Meu coração
dispara. Todo esse tecido lindo por dez dólares? É um roubo. Eu mordo meu
lábio. Esta é uma loja de caridade e me sentirei culpada mais tarde se não
disser algo.
Mostro a voluntária a etiqueta de preço. — Tem certeza de que o
preço está correto? É seda.
— Sim, mas tem um formato tão estranho, e quantas pessoas
precisam para decorar um arco? Fiquei me perguntando como vamos nos
livrar disso.
É estranho, mas eu poderia fazer funcionar. Talvez algo com tiras e
sem costas para não usar muito tecido. Não há cicatrizes nas minhas costas
ou nos braços. Fiz todos os meus cortes nas costelas, onde eu poderia passar
os braços em volta deles e segurá-los com firmeza.
Compro o tecido e saio da loja, sem acreditar na minha sorte.
Enquanto estou andando pela rua, meu telefone toca, quando o pego,
vejo que é meu pai. A felicidade brilha através de mim. Papai não me ligou
desde que me mudei para os dormitórios Henson. Talvez este seja um sinal
de que ele está pronto para consertar nosso relacionamento.
Pressiono o botão aceitar chamada e tento parecer despreocupada e
casual, ao contrário do desespero e da necessidade que sinto de repente. —
Oi, pai, como vai...
— O que diabos há de errado com você, Vivienne? — Sua voz está
tremendo de fúria.
Paro na rua, minha mente disparada. Há muita coisa errada comigo,
mas seu tom faz parecer que há uma coisa específica a que ele está se
referindo. — Desculpe o que você quer dizer?
— Venha para casa. Agora. — Papai desliga.
Sinto uma sensação fria e pesada na barriga quando me viro e ando na
outra direção, em direção a casa. Meus passos se arrastam, desesperados
para evitar o confronto que me espera ali. Eu até hesito e quase corro para o
outro lado várias vezes. Se eu não tiver minha família como âncora, o que
acontecerá? Estarei à deriva e sozinha. Meu pai não é exatamente um pai e
Samantha tem sido uma madrasta medíocre, mas sou irmã do Barlow.
Adoro ser irmã do Barlow. Nunca tive ninguém para admirar, confiar ou
amar incondicionalmente, e quero desesperadamente ser essa pessoa para
ele.
No momento em que viro na minha rua, paro com um suspiro de
horror e começo a tremer.
Como eles poderiam saber? Ninguém deveria saber sobre nós.
Espalhadas na frente da casa, em letras laranja neon de um metro de
altura, estão duas palavras.
Puta do Tyrant.
O sangue corre em meus ouvidos. Meu corpo parece úmido.
Ele me disse essa palavra repetidas vezes enquanto me fodeu.
Essa é a minha boa putinha.
Quem é a putinha do Tyrant?
Minha putinha indefesa.
Saindo de seus lábios, as palavras pareciam proibidas e decadentes.
Sua puta. Dele. Ele me amava molhada e ofegante por mais.
Desta vez, as palavras parecem cruéis. Um tapa brutal na cara. Alguém
sabe que estou dormindo com Tyrant quando deveria ser segredo.
Papai tem um balde de água com sabão aos pés e esfrega
agressivamente a tinta com uma esponja, mas é inútil. A tinta é indelével e
serão necessários produtos químicos fortes para removê-la.
Ele olha por cima do ombro e me vê, e seu rosto se transforma de
raiva. — Quem fez isto?
A voz do papai é alta o suficiente para todos os vizinhos ouvirem. Sinto
cortinas se mexendo ao meu redor. Eles provavelmente estão se
contorcendo desde que o sol nasceu e revelou esta linda pichação.
— Não sei. — sussurro, desejando que ele parasse de gritar comigo na
rua.
— Você tem visto aquele pedaço de merda?
Sinto como se tivesse levado um tapa. Eu sinto que ele acabou de me
chamar de merda. — Não o chame assim.
Os olhos de papai se arregalam e suas narinas dilatam, e sua expressão
se enche de justa indignação. — Eu sabia. Você estava saindo com aquele
homem quando jurou que não havia nada acontecendo entre vocês dois.
— Podemos simplesmente entrar? — Eu imploro, colocando meu
cabelo atrás da orelha.
— Você quer entrar na minha casa quando você é uma mentirosa
imunda e está envolvida com um criminoso? — Ele aponta para a pichação.
— Você está dormindo com ele? Você é uma das prostitutas dele?
Meu peito dói. Suas palavras parecem mais cruéis que facas.
— Diga-me que você odeia aquele homem e poderá ver Barlow. Jure
que só de pensar nele tocando você faz sua pele arrepiar. Prometa que
chamará a polícia se o vir novamente.
Há movimento no canto do meu olho. Samantha veio até a janela com
Barlow nos braços e sua expressão é acusatória enquanto ela olha para mim.
Olho para meu irmãozinho com saudade.
Papai aperta a esponja com tanta força que a água escorre por sua
perna. — Escolha. Seu irmão ou aquele bastardo mesquinho.
Não entendo por que tenho que escolher um ou outro. Tyrant nunca
machucou Barlow. Nunca machuquei Barlow. O único que machucou esta
família foi meu pai.
— Nada disso teria acontecido se você não tivesse contraído uma
dívida no clube dele. — sussurro entre lágrimas.
O rosto de papai se transforma de zangado em incandescente, e ele
grita a plenos pulmões: — Não receberei resposta em minha própria
propriedade. Você é tão ingrata, Vivienne. Depravada. Você me dá nojo. Eu
coloquei um teto sobre sua cabeça quando sua mãe, um desperdício de
espaço, morreu. Desculpei sua estranheza, sua falta de vontade de se
encaixar nesta família, mas agora você foi longe demais. Não é seguro você
ficar perto de nós.
Minha estranheza? Minha falta de vontade de me encaixar? Eu não
estava tentando ser a esquisita da família. Eu estava tentando não ocupar
muito espaço na vida deles. Causar quaisquer problemas. Eu estava com
medo da irritação do papai. O desdém da Samantha. Que eles pudessem
ficar cansados de mim e me expulsar. O único que sorriu para mim foi
Barlow, mas agora até ele está sendo tirado de mim.
Dou um passo à frente, alcançando desesperadamente meu pai. — Eu
queria me encaixar. Se eu achasse que você gostava de me ter por perto...
Ele recua bruscamente. — Você vive em um mundo de faz de conta, e
sempre viveu, agora isso está tornando você perigosa. Vá embora. Saia da
minha frente.
Meu peito se agita em um soluço. — Pai. Por favor, não faça isso.
Ele fala devagar e alto, como se estivesse falando com uma pessoa
muito estúpida. — Eu. Não. Quero. Você. Aqui. Vivienne. Nunca. Mais.
Cada palavra me atinge como uma bala.
— Mas Barlow. — eu sussurro em meio às lágrimas. Posso sobreviver
se papai e Samantha não quiserem falar comigo, mas também não posso
perder meu irmão. Ele e eu passamos por tantas coisas juntos. Se eu não
puder visitá-lo, ele é tão jovem que vai se esquecer completamente de mim.
Não terei família alguma ao meu lado. — Eu sou irmã dele.
— Fique longe de Barlow. Eu não tenho filha. — Papai joga a esponja
no balde de água com sabão e entra furiosamente em casa, batendo a porta
atrás de si.
O silêncio que me rodeia é o som mais solitário que já ouvi.
Não sei como consigo voltar para os dormitórios, mas de alguma
forma consigo, porque a próxima coisa que sei é que estou de joelhos perto
da minha cômoda, puxando a de baixo para poder chegar à caixa escondida
embaixo.
A dor. É muita. Eu preciso deixar ela sair.
Abro a caixa e meus dedos trêmulos pegam uma faca fina e
pontiaguda que foi afiada até ficar com um gume perversamente brilhante.
Quero enfiar a faca no meu braço. Minha coxa. Qualquer lugar que sangre.
Tenho controle suficiente sobre meus sentidos para tirar minha blusa e
então procurar um lugar limpo em minhas costelas. Não existe porque estão
marcados com dezenas de cicatrizes. Não importa se eu passar por cima das
antigas. Ainda vou sangrar. E ainda vou doer.
Enquanto seguro a lâmina contra as costelas, ouço um grito
entrecortado e passos correndo. — Vivienne. Não.
Uma mão se fecha em torno da minha na faca, e sou arrastada de
volta contra um peito largo. Estamos brigando com a faca, eu para
aproximá-la, ele para afastá-la. Tyrant é muito mais forte do que eu, depois
de um minuto inteiro de luta, toda a luta sai de mim, e eu fico solta em seu
aperto, ofegante.
A voz de veludo negro do Tyrant está em meu ouvido. — Diga-me o
que foi, anjo. Você não sente nada ou sente demais?
— Demais. — eu choro. — Papai disse... Papai disse... — Não consigo
nem pronunciar as palavras.
— A pichação. — ele rosna. — Vou encontrar quem fez isso e vou fazê-
lo pagar. Seu pai te renegou?
Concordo com a cabeça, lágrimas angustiadas escorrendo pelo meu
rosto. — Não tenho mais permissão para ver Barlow.
Tyrant não diz nada, mas posso sentir a raiva percorrendo seu corpo.
Com a mão ainda sobre a minha, ele força a lâmina em sua direção. As
mangas da camisa estão arregaçadas, revelando os músculos e tatuagens
em seu antebraço.
A faca está indo direto para sua carne.
— Tyrant, não. — eu grito desesperadamente.
— Se você precisar sangrar, então eu sangrarei por você.
Tyrant é uma obra de arte perfeita e não pode se manchar com minha
miséria. — Mas seu braço. Suas tatuagens.
— Foda-se meu braço. Foda-se minhas tatuagens.
Ele me força a cortá-lo. Uma longa e brilhante linha vermelha na borda
de seu antebraço. Começo a tremer, mas Tyrant está firme como uma rocha.
O sangue jorra e escorre por seu braço, pelos dedos e pinga em minhas
coxas.
Quando termina, Tyrant tira a faca dos meus dedos inertes, joga-a de
lado, depois passa o braço ileso em volta da minha cintura e me segura
contra ele. Nós dois observamos seu antebraço sangrando
abundantemente, sangue vermelho vivo escorrendo pelas tatuagens pretas.
Seus lábios estão contra minha orelha. — Sua dor é minha dor. Está
dentro de mim. Está fluindo para fora de mim. Estou sangrando por você,
para que você não precise sangrar.
Tyrant beija meu pescoço, respiro fundo e fecho os olhos.
Ele continua me beijando e sinto um pouco da dor dentro de mim
desaparecer. Sua ereção é uma vara grossa contra minha bunda, e minha
boceta aperta em resposta. Preciso da doce dor de seu primeiro e forte
impulso. Tyrant sabe que preciso disso. Ele me vira e me empurra de costas.
Enquanto ele desabotoa minha saia e puxa ela e minha calcinha pelas
pernas, ele pergunta: — Você comprou esse sutiã ou fez?
— Eu comprei...
Ele agarra pelo meio e puxa. A renda rasga e ele sai em pedaços
esfarrapados. Com a mandíbula cerrada, ele desabotoa a camisa e a calça e
a tira. Seu pau grosso e duro está sendo segurado com força em seu punho
coberto de sangue. Enquanto ele me abre com os dedos, posso sentir como
já estou molhada.
Tyrant reúne saliva em sua língua e cospe em meus lábios internos. Ele
aperta o punho e o sangue de seu corte escorre e espirra no meu clitóris.
Ele me lança um olhar de aço. — Eu vou foder minha saliva em você.
Meu sangue em você. Minha porra em você. Tudo de mim, anjo. Você está
tão longe de estar sozinha. Eu vou sufocar você, porra.
Com um impulso, ele me empala com seu pau inteiro. Eu suspiro de
choque, dor e prazer, e seguro seus ombros musculosos.
Tyrant geme como se estivesse tão desesperado para sentir isso
quanto eu. Com a mão coberta de sangue, ele aperta meu peito, espalma
minha barriga e depois segura meu queixo, enquanto me soco com seu pau
e deixa manchas de sangue em todo o meu corpo.
Ele enfia o polegar na minha boca, enquanto chupo, sinto o gosto de
seu sangue.
Segurando seu pulso, afasto sua mão e suspiro: — Sou demais para
todos. Você vai me deixar também.
Seu ritmo punitivo não vacila. — Cale a porra da boca.
— Você irá. Todo mundo sempre me deixa. Sou estranha. Eu sou
louca.
Tyrant pega a faca ensanguentada, coloca-a na minha mão e depois
agarra meu pulso e segura a lâmina em sua garganta. — Você realmente
acha que estou com medo de você? Anjo, não tenho medo de nada. Agora,
segure essa lâmina aqui enquanto eu te fodo, se você não gozar, você pode
cortar minha garganta.
CAPÍTULO SETE
TYRANT

Eu a forço a segurar a faca exatamente onde ela está enquanto me


enfio profundamente dentro dela. Posso ver por que ela adora facas. Nunca
me senti tão bem antes. Saber que ela está nua e desprotegida me deixa
absolutamente selvagem, e o cheiro de sangue está me deixando louco. Ela
está decorada com meu sangue, meu anjinho vulnerável.
Seus olhos estão enormes e assustados. — Que diabos está fazendo?
— Eu vou te soltar. Se você afastar a faca do meu pescoço, eu a tirarei
de você e me apunhalarei no coração.
— Você está louco? — ela sussurra.
Eu sorrio malevolamente e levanto o queixo, expondo minha garganta
para ela. — Você deixará nosso bebê órfão de pai antes mesmo de ele
nascer?
Lentamente, solto seu pulso e ela mantém a faca onde está.
— Essa é a porra da minha boa garota. — Arrasto meu polegar ao
longo do corte em meu braço até que esteja molhado do meu sangue e
depois aplico em seu clitóris. Masturbando-a com isso. Dando prazer a ela
com isso. A picada da lâmina contra minha garganta está fazendo minhas
bolas doerem. Eu quero mais.
— Corte-me, anjo. Faça-me sangrar.
Ela balança a cabeça. — Eu vou matar você. Não sei onde é seguro.
— Eu disse para me cortar. — rosno na cara dela.
Vivienne dá um pulo de medo, a faca atinge minha clavícula e afunda
no músculo do meu ombro.
— Jesus, porra. — A dor arde em minha carne e fecho os olhos com
força. Vivienne puxa a faca com um suspiro horrorizado e um líquido quente
escorre pelo meu peito e cai sobre ela. — Se você abaixar essa faca eu vou
te matar, porra.
Vivienne coloca a lâmina de volta na minha garganta com a mão
trêmula.
Abro os olhos e vejo que seus seios macios e bonitos estão salpicados
de gotas gordas de sangue. O sangue está escorrendo pelo meu peito. Eu
gemo e empurro seus joelhos até os ombros, batendo ainda mais fundo. Ela
choraminga enquanto eu a fodo mais perto de seu clímax, enquanto meu
sangue escorre sobre ela. Quando ela goza, a faca cai de seus dedos. Eu a
pego do ar antes que ela possa machucá-la e a apunhalo com a ponta no
chão, ao lado de sua cabeça, enquanto meu próprio orgasmo me atravessa.
Depois, tudo fica em silêncio, exceto pela nossa respiração ofegante.
Vivienne olha ao redor. — Parece uma cena de crime aqui.
Meu sangue está por todo o corpo dela. Meu corpo. Suas roupas e sua
mochila. Há gotas no carpete. Ela diz cena do crime. Eu digo uma foda muito
boa.
Mantenho-a de costas durante mais alguns minutos com o meu pau
enterrado profundamente dentro dela e depois puxo lentamente para fora
dela. Nunca me cansarei de vê-la transbordando minha porra. Ela é uma
garota tão boa por não brigar comigo desta vez e ficar ali cheia da minha
semente.
Há lenços umedecidos e curativos em sua caixa de corte, eu os pego e
começo a limpar meu braço. A ferida coagulou, limpo o sangue e enrolo uma
gaze em volta dela. Não sei por que Vivienne ficou tão perturbada com a
ideia de um ferimento ou cicatriz em meu corpo. Há cicatrizes de brigas
antigas, esfaqueamentos e até mesmo um ferimento de bala na coxa. Meus
nós dos dedos tatuados estão marcados por linhas brancas por terem sido
cortados nos dentes de outros homens. Adoro que agora terei uma cicatriz
que me fará pensar nela.
Vivienne se senta e abraça os joelhos, me observando. — Como você
soube que deveria vir aqui?
Ela é uma garota inteligente. Ela vai descobrir.
— Você ouviu falar da pichação na minha casa e sabia o que papai
faria. — ela adivinha.
Pego outro lenço umedecido, olho para meu sangue espalhado por
seu corpo nu e mudo de ideia. Gosto do meu sangue em cima dela. Em vez
disso, pego um caderno e uma caneta da mesa dela, apoio as costas no
colchão e o caderno no joelho e começo a escrever. Apenas uma frase ou
duas, e então arranco a tira de papel, dobro-a e coloco-a na caixa de
recortes dela. Então eu faço isso de novo. E de novo.
— O que você está fazendo? — Vivienne pergunta.
Eu não respondo. Eu simplesmente continuo escrevendo e rasgando.
— Você não gosta que eu tenha essa caixa.
Não é que eu não goste. Eu preferiria que ela não precisasse disso,
mas minha garota precisa de coisas sombrias para lidar agora, e não vou
tirar isso dela. Outras pessoas já tiraram tanto. Logo ela não precisará mais
da caixa porque ela me tem.
Eu serei sua coisa sombria, anjo.
— Por que você simplesmente não joga fora? — ela pergunta.
Continuo escrevendo. Poucos minutos depois termino, fecho a tampa
da caixa e coloco-a de volta no esconderijo.
Tomando seu rosto entre minhas mãos, eu digo a ela: — Porque você
só vai comprar outra. Pelo menos quando você abrir esta, você verá que
alguém se importa se você está ou não sangrando.
— Tyrant. Eu quero meu irmão. — ela sussurra, com lágrimas
enchendo seus olhos.
Ela me disse isso uma dúzia de vezes. Com raiva. Desesperadamente.
Desafiadoramente. Mas nunca tão quebrada quanto parece agora. Molhei
os lábios, me perguntando se finalmente chegou a hora de oferecer a ela
tudo o que ela deseja.
Eu posso pegar o irmão desse modo.
Eu seguro sua mandíbula e a faço olhar para mim. — Essa é Henson.
Minha cidade. Eu vou consertar tudo para você, anjo. Tudo que você precisa
fazer é confiar em mim. Você confia em mim?
Vivienne suga lentamente o lábio inferior, olhando para mim.
Ela ainda não tem certeza? Então continuarei convencendo-a. Vivienne
precisa começar a pensar no nosso futuro.
Pego algo no bolso, mostro a ela e coloco em seu travesseiro.
Então pressiono minha boca na dela em um beijo faminto. — Seja uma
boa garota para o Tyrant e faça o teste. Estou ansioso para saber se vou ser
papai.
Deixo os dormitórios pelas escadas e pela porta da frente, atraindo
vários olhares arregalados de estudantes aleatórios. Não importa se eles me
reconhecem e me denunciam a segurança. No momento em que Vivienne
me contar que está grávida, vou tirá-la deste lugar e levá-la para casa. Posso
imaginar o momento. Eu posso sentir o gosto. Tudo vai mudar e ela
finalmente será minha.
Mas isso fica para mais tarde.
Agora vou fazer algo a respeito de todas aquelas lágrimas que ela
derramou.
Quanto mais me aproximo da residência dos Stone, mais forte minha
raiva aumenta. Quando estou estacionado do outro lado da rua, a casa
parece silenciosa. A noite caiu e a estrada está às escuras, exceto por pontos
intermitentes de iluminação pública. Puta do Tyrant ainda está rabiscado na
frente da casa, e isso faz meu sangue ferver enquanto me pergunto quem
está fazendo de tudo para machucar minha mulher.
Olho para a casa durante quarenta minutos, então um carro desce a
rua e entra na garagem dos Stones. É Owen Stone, ele está sozinho quando
sai do carro, pega uma lata de tinta no porta-malas e vai até a pichação
rabiscada em sua casa.
Saio do meu SUV e me aproximo dele silenciosamente. Não falo até
estar um metro atrás dele. — Fazendo manutenção em casa?
Stone se vira e seus olhos se arregalam de medo. Ele começa a recuar,
mas não há para onde ir. — Eu tenho seu dinheiro. Eu vou te dar seu din...
Eu o agarro pela frente da camisa e o puxo para mim, rosnando. —
Você é um mentiroso, Stone. Você não tem merda nenhuma.
— Terei ele em breve. A qualquer momento.
Ele não poderia pagar o que me deve, o que deve a Vivienne, nem se
cagasse ouro maciço pelo resto da vida.
— Você sabe como eu lido com pessoas que não pagam suas dívidas?
Primeiro eu quebro as pernas deles. Então eu corto suas gargantas. Você
sabe por que não fiz isso com você?
Ele engole em seco.
— Eu disse você sabe?
— V-V-Vivienne? — ele gagueja.
Como se fosse uma maldita pergunta.
Eu puxo meu punho e bato em seu rosto. Quando ele cai no chão,
afasto o pé para trás e o chuto no estômago. Seu gemido é quase
satisfatório.
De pé sobre ele, me pergunto onde vou infligir mais dor.
— Vou conseguir seu...
Eu o chuto novamente, desta vez nas bolas. Não quero a porra do
dinheiro dele. Quero que ele pare de punir a filha quando ela já está se
punindo o suficiente. Eu o quero morto. Ele e a porra da esposa dele, e nada
me impedirá de dar a Vivienne tudo o que ela quer.
Inclinando-me, agarro Stone, coloco-o de pé e o empurro de cara na
pichação.
— Você é um covarde, Stone. Um pedaço de escória. Eu também tive
um pai mesquinho como você e nada nunca era culpa dele. Estou aqui para
lhe dar uma lição. De quem é a culpa de você me dever dinheiro?
— Minha, mas eu não... ahh.
Agarro seu braço e torço-o bem atrás das costas quando ouço o mas.
— Pare de choramingar. — eu esbravejo, torcendo seu braço cada vez
mais forte. — Você acumulou essa dívida no meu clube e roubei seu filho
para motivá-lo a pagar. Vivienne não fez parte disso até tentar ajudar as
pessoas que a odeiam, resgatando seu irmão. Um anjo que veio até a porta
do diabo. Eu a vi, tão doce e perfeita com um bebê nos braços, e meu pau
ficou duro. Eu comi sua filha. Eu a comi tantas vezes, e agora vou ficar com
ela porque ela é minha. A questão é: estou tirando seu filho de você
também? Barlow Mercer. Isso soa bem, você não acha? Que família feliz nós
três formaremos. Quanto tempo levará para ele chamar Vivienne e a mim
de mamãe e papai e esquecer que já teve dois pedaços de merda como
pais?
— Não, por favor, deixe-nos...
— Eu disse pare. Porra. De. Choramingar. — Eu empurro seu braço
ainda mais alto. Há um crack. Stone solta um grito horripilante, e não posso
deixar de sorrir com a bela dor em sua voz. Quando eu o solto, ele cai no
chão. Dou um passo para trás e aprecio vê-lo rolando como o verme que é.
— Meu braço, meu braço. — ele geme, agarrando-se. — O que você
quer de mim?
Endireito os punhos da minha camisa e piso em seu pescoço. Cada vez
mais forte até ele começar a engasgar. — Há uma pessoa me impedindo de
matar você neste exato segundo. Eu odeio vê-la chorar, e agora ela choraria
por causa do seu cadáver, mesmo que você não mereça. Se meu anjo vier
até mim chorando por algo que você fez de novo, da próxima vez não
quebrarei seu braço. Vou quebrar a porra do seu pescoço e sua esposa vai
levar uma bala.
Stone dá uma resposta sufocada que considero significar que ele me
entende, então levanto o pé com relutância. Não vou matá-lo esta noite.
Mas logo.
Farei com que Vivienne me ame tanto que ela mal sentirá um tremor
quando eu finalmente matar seu pai e sua madrasta. Até lá, terei que
aguentá-los respirando o mesmo ar que ela nesta cidade.
Viro-me e caminho de volta pela rua escura. Cabe a Stone o que
acontecerá a seguir. Se minha garota está sorrindo, eu estou sorrindo, e eles
viverão um pouco mais. Se ela continuar chorando, terei que resolver esse
problema rapidamente para ela. Espero de todo o coração que Owen Stone
estrague tudo logo, porque matar ele e sua esposa e jogá-los em covas
rasas?
Mal posso esperar.
CAPÍTULO OITO
VIVIENNE

Eu trabalho como um demônio a semana toda para deixar minha


fantasia pronta para o baile, e quando não estou medindo, cortando,
costurando, desfazendo e costurando novamente, estou pendurando
decorações no salão de baile com o comitê de decoração para deixar tudo
pronto para a grande noite. O comitê escolheu um tema clássico de baile de
máscaras, inspirado em O Fantasma da Ópera e nos bailes de máscaras
venezianos. Vários enormes lustres de cristal estão pendurados no teto alto,
enfeitado com faixas coloridas e centenas de luzes de fadas.
Na terça-feira, peguei emprestadas algumas asas de anjo do
departamento de teatro para combinar com meu vestido inacabado.
Na quarta-feira, estou chorando no meu quarto porque não consigo
fazer o tecido de seda fluir como quero sobre meu corpo.
Na noite de quinta-feira, finalmente consegui acertar o vestido - e
então entro em pânico quando me lembro de que ainda não comecei a fazer
a máscara.
Na sexta-feira, estou colando freneticamente lágrimas de cristal em
uma máscara branca como pedra com um halo de hera dourada.
Quando chega à tarde de sábado, minha fantasia está pronta como
nunca e eu me sento para me maquiar. Estou tão exausta que mal pensei
em Tyrant e nas coisas que ele disse na última vez que o vi. Agora que tenho
um momento para respirar, as coisas que ele disse voltam rapidamente.
Seja uma boa garota para o Tyrant e faça um teste de gravidez. Estou
ansioso para saber se vou ser papai.
Olho para a gaveta da mesinha de cabeceira onde guardei o teste de
gravidez. Eu realmente poderia estar grávida. Não menstruo há mais de três
semanas, mas não sei exatamente quando esperar porque pode ser
imprevisível.
Eu quero estar grávida? Imagino o rosto de Tyrant enquanto coloco
meus braços em volta de seu pescoço e sussurro para ele que vamos ter um
bebê. Seus olhos prateados brilham e um sorriso se espalha por seus lindos
lábios. Ele vai me beijar e sussurrar em meus lábios que nunca amou
ninguém antes, mas ele ama tanto a mim e ao nosso bebê que mal consegue
respirar.
Meus olhos ardem e minha garganta queima. Ser amada tanto é
impossível. Esse tipo de amor abrangente só existe nos filmes, mas por mais
desesperador que seja, minha mente foge sozinha, imaginando Tyrant se
ajoelhando e me pedindo em casamento com um anel de diamante.
Observando-me caminhar pelo corredor em direção a ele para segurar
minhas mãos nas suas mãos fortes. Tirando um véu branco do meu rosto e
me beijando. Acariciando minha barriga. Segurando nosso bebê. Jurando
que nunca mais estarei sozinha, que nosso filho e eu sempre, sempre
seremos sua família.
É um sonho tão lindo. Não pode ser real. Eu me repreendo por ser tão
sentimental. Tyrant não é o tipo de homem dos filmes Hallmark. Se ele quer
um filho, é porque ele quer um filho, não porque ele me quer.
Amanhã. Vou fazer o teste amanhã. Não me sinto grávida, então
tenho bastante certeza de que será negativo. Quando eu perceber que é
negativo, poderei tirar Tyrant da minha mente para sempre e seguir com
minha vida.
A menos que eu ligue para ele e diga que deu negativo. Faço uma
pausa, a esponja de maquiagem branca que estou usando para me fazer
parecer uma estátua pressionada contra meu pescoço, me perguntando se
devo contar ao Tyrant os resultados, mesmo que sejam negativos. Se eu
fizer isso, talvez ele apareça e tente fazer algo para que eu esteja grávida.
Encontro meu olhar no espelho e percebo que estou corando.
Às sete, estou pronta para o baile e encontro Carly e Julia lá fora, no
corredor. Carly está vestida como uma médica da peste do século XVI, com
um espartilho preto, uma saia longa e esvoaçante e uma enervante máscara
de nariz adunco. Julia está vestindo um macacão e máscara Poison Ivy verde
e roxo, com luzes brilhantes em seus cabelos cacheados e despenteados.
Nós nos entusiasmamos com as roupas uma da outra por vários minutos,
todas declarando que as outras duas montaram os melhores e que as delas
não são nem de longe tão bonitos ou interessantes.
A gola do meu vestido precisa ser alisada, quando passo os dedos pelo
tecido, eles passam por um caroço na nuca. Franzindo a testa, esfrego o
local e sinto algo se movendo sob minha pele.
— Vivienne? — Carly me pergunta enquanto coloca seu espartilho no
lugar. — Há algo errado com sua fantasia?
— Não, eu só pensei... você sente alguma coisa aqui? — Levanto meu
cabelo e me afasto dela, apontando para o local.
Carly toca. — Talvez haja alguma coisa aí. — ela diz, mas não parece
ter certeza.
— Você tem um implante anticoncepcional? — Julia pergunta.
Não tenho implante anticoncepcional. Eu provavelmente deveria ter
um. A realidade de repente cai sobre mim, eu passo violentamente de não
acreditar que estou grávida para entrar em pânico pensando que possa
estar. O que diabos vou fazer se o teste for positivo? Eu não posso ter um
filho. Não posso. Sempre que estou perto do Tyrant, anseio pelo momento
em que ele me fode, me enchendo de porra, mas essa não é uma razão
sensata para começar uma família com um homem.
— Não parece um implante anticoncepcional. É duro, como metal. —
diz Carly.
Eu toco o caroço, franzindo a testa. O que diabos poderia ser?
Eu balanço minha cabeça. Agora não é hora de descobrir isso. —
Vamos, vamos nos atrasar.
Quando entramos no salão de baile da Universidade Henson, ele está
repleto de magia. A música toca sob os lustres acesos e a luz dourada salpica
os dançarinos que se movem em uma profusão de cores, seda, lantejoulas,
veludo, glamour e segredos. Mal reconheço alguém por trás das máscaras
enquanto me movo no meio da multidão.
Depois de alguns momentos, viro-me para Julia e Carly para exclamar
como todos estão lindos, apenas para descobrir que as perdi entre todos os
dançarinos. Eu viro para um lado e para outro, tentando encontrar uma
médica da peste e uma Poison Ivy. Só que não as encontro. Encontro outra
pessoa, que é instantaneamente reconhecível, apesar da máscara.
A multidão se afasta e lá está ele.
O próprio diabo.
Ele está vestindo preto sobre preto. Uma gravata preta e camisa com
um terno preto, com as mãos casualmente nos bolsos enquanto ele sorri
para mim com um sorriso malicioso. Seus olhos estão cobertos por uma
máscara preta decorada com chifres pontiagudos e brilhantes.
Meu coração bate forte no peito. Três garotas se movem na frente
dele enquanto atravessam a pista de dança, quando procuro por ele
novamente, ele se foi. O diabo desapareceu.
Pego minha saia com as duas mãos e corro em direção ao local, minha
cabeça virando para um lado e para outro enquanto procuro a figura
esquiva.
Um braço envolve minha cintura e sou puxada para trás contra um
peito largo com um baque surdo. Eu suspiro e seguro o pulso do homem.
Um pulso tatuado. O cheiro de groselha preta, cedro e sangue enche meu
nariz. Estou nos braços do Tyrant e todos aqui podem ver e depois contar
para minha família. Sinto uma onda de pânico até me lembrar de que
estamos ambos mascarados. Esta noite podemos ser quem quisermos.
Fazermos o que quisermos.
Viro-me lentamente em seu abraço e envolvo meus braços em volta
do pescoço de Tyrant. — Eu deveria saber que você viria, e como o diabo.
Ele abre seu sorriso para mim novamente. — Eu também sou um anjo,
só que ultimamente tenho sido trancado do lado de fora do céu. Que tal
você me ajudar a encontrar o caminho de volta?
Há algo estranho em seus olhos. Quando as luzes piscam em seu rosto,
percebo que ele está usando lentes de contato e seus olhos estão vermelhos
demoníacos.
— Por que você iria querer encontrar o caminho de volta?
Sua cabeça se aproxima da minha e ele murmura contra meus lábios:
— Se é onde você está, anjo, eu arrombarei a porra da porta.
A música muda e aumenta. Tyrant envolve seus braços em volta de
mim e me puxa contra ele. Nesta aglomeração de corpos e com máscaras
cobrindo nossos rostos, posso fazer algo que nunca ousei antes. Estar com o
Tyrant abertamente. Tocar nele. Adorá-lo. Dançamos juntos, com nossos
olhares fixos. Meu corpo está quente, agradável e leve em seus braços.
Estou flutuando em um oceano quente com ele e um grupo anônimo de
pessoas.
Os lábios do Tyrant roçam os meus e eu me pego sorrindo. Seus dedos
traçam minha nuca, circulando bem sobre o caroço.
O sorriso morre em meus lábios. — Você sente isso? Fiquei me
perguntando o que é.
— Sinto o quê?
Seus dedos estão bem em cima da protuberância. Ele não pode deixar
de sentir. É apenas minha imaginação ou há um brilho nos olhos vermelhos
do Tyrant?
Algo está preso em uma caixa no fundo da minha mente. Tem
chocalhado a noite toda, desesperado para sair. Estou perdendo algo
importante. — Eu…
Há uma gargalhada atrás de mim, que ecoa em meus ouvidos, ficando
cada vez mais estridente. Alguém chama meu nome. Tyrant olha por cima
do meu ombro, agarra meu pulso e me puxa no meio da multidão, e a voz
desaparece atrás de nós.
Olho por cima do ombro enquanto ele me arrasta. — Espere, acho que
ouvi meu nome.
Mas Tyrant não espera. Ele me puxa para a beira da pista de dança e
depois sai através das pesadas cortinas de veludo e chega ao terraço onde
está escuro e o ar é fresco e leve.
Ele me empurra contra a grade do terraço e me prende com os braços.
— Esqueça todos os outros. Escute-me. — Sua expressão e tom são
subitamente urgentes. — Estou cansado de esperar que você peça.
— Pedir o quê?
Tyrant agarra meus pulsos. — Tudo. Posso te dar tudo o que você
quiser. Tudo que você tem a dizer é eu desejo.
O que eu quero é Barlow e que o mundo nunca mais me machuque.
Tyrant poderia muito bem me prometer à lua.
Seus olhos se estreitam por trás da máscara. — Você acha que não
posso lhe dar o que você deseja, mas posso. Tudo o que você precisa fazer é
dar um nome e o diabo começará a trabalhar.
— Mas então o diabo seria meu dono.
— De corpo e alma. — ele concorda, acariciando meus pulsos com os
polegares. — Mas você realiza o desejo do seu coração. Uma troca justa,
não acha? Diga, Vivienne. Eu gostaria que o Tyrant Mercer me desse o
desejo do meu coração. Diga as palavras e tudo o que você quiser será seu.
Você acordará de manhã e toda a sua vida será diferente.
Meu coração dói de saudade. Ele está me prometendo à lua, e
enquanto ela paira sobre nós, prateada e luminosa, de repente parece estar
ao nosso alcance.
— Eu desejo…
Um sorriso malicioso se espalha pelo rosto de Tyrant. Há perigo e
sangue naquele sorriso. Por um momento, por cima de seu ombro, o salão
de baile fica vermelho sinistro e os dançarinos de repente estão gritando e
se contorcendo como se estivessem presos nas profundezas do inferno.
Por que parece tão sinistro que Tyrant esteja me oferecendo tudo que
eu quero em uma bandeja de prata? Este não deveria ser o momento mais
romântico da minha vida?
— Às vezes tenho medo de você. — sussurro.
Ele se inclina e seus lábios sobem pela minha orelha. — Bom.
Há alguém por trás do Tyrant. Uma figura vem em nossa direção, o
luar deslizando sobre seu rosto espancado e machucado. Seu braço está em
uma tipoia e ele se move como se fosse doloroso andar. O rosto do homem
está tão inchado que mal o reconheço, mas quando o faço, engasgo de
choque. — Pai?
Papai me vê nos braços do Tyrant e seu rosto se transforma em
desgosto. — Eu sabia que encontraria você aqui com ele. — Ele aponta para
seu corpo destruído com a mão boa. — Você vê o que ele fez comigo,
Vivienne? Você vê o que acontece quando você escolhe um monstro em vez
de sua própria família? Nossas vidas estão arruinadas e é tudo culpa sua.
CAPÍTULO NOVE
TYRANT

Vivienne empalidece e seus dedos estão cravados em meus ombros


enquanto ela olha horrorizada para o pai. Ela quase disse as palavras. Eu
estava tão perto de tudo que anseio, e então apareceu esse pedaço de
merda, colocando todos os seus crimes aos pés da filha. Owen Stone
arruinou a própria vida.
— Pai, o que aconteceu com você? — Vivienne chora. Ela tenta ir até
ele, mas não deixo que ela saia do meu abraço.
Stone olha para ela. — Como se você não soubesse. Seu namorado
fodido aqui me bateu.
Vivienne balança a cabeça. — Tyrant não faria isso.
Eu sorrio e dou um beijo em sua têmpora, logo atrás da máscara. Oh,
meu anjinho. Ainda acreditando que tenho um pingo de consciência só
porque sou doce com ela. Ela é tão vulnerável e de coração mole, mas essa é
uma das coisas que amo nela. O mundo a tratou com crueldade, mas ela não
perdeu a inocência.
— Pergunte a ele. Vá em frente, pergunte a ele. — Stone exige
enquanto eu dou a ele um sorriso satisfeito.
— Tyrant é misericordioso. — insiste Vivienne. — Ele deixou Barlow
voltar para casa, para nós. Ele não exigiu que você devolvesse o dinheiro
dele. Ele odeia me ver sofrendo, então sei que ele não machucaria minha
família.
Odeio ver Vivienne sofrendo, então tenho que matar a família dela.
Assim que ela pedir, assim que ela estiver morando em segurança comigo,
cortarei a garganta de Stone.
— Você está iludida, Vivienne. Ele roubou Barlow. Ele me bateu. Ele já
matou Lucas. Encontraram o corpo não muito longe de um dos clubes do
Mercer. Ele foi espancado até a morte. Isso é por sua causa também, não é?
As mãos de Vivienne apertam meus ombros depois de ouvir aquela
pequena notícia. Envolvo meus braços em volta de sua cintura, acalmando
sua surpresa acariciando suas costas nuas. Lucas Jones gritou, molhou-se e
chorou por sua mãe enquanto eu o espancava até a morte com uma
corrente pesada. Que momento maravilhoso foi aquele. Quase tão
maravilhoso quanto será matar Stone e sua esposa e depois tomar Barlow
para nós.
— Pai. — Vivienne diz com a voz trêmula. — Eu sempre quis ser sua
filha e irmã de Barlow. Como você pode dizer que tudo é culpa minha?
— Você é a próxima, Vivienne. — Stone a avisa. — Ele vai bater em
você até ficar roxa no momento em que você o deixar com raiva. Ele é um
animal.
— Meu anjo sabe que eu não tocaria nela com violência. — Passando
meu polegar ao longo de sua mandíbula, eu sorrio. — A menos que ela
queira.
— Você é um bastardo doente. — acusa Stone.
— Pai, não fale assim com o Tyrant. — Vivienne diz ao pai.
Dou a Vivienne um sorriso de admiração. Minha gatinha está
mostrando suas garras para me defender.
— Por que você se importa se eu sou um bastardo doente ou não? —
pergunto a Stone. — Você renegou sua filha e eu estou juntando os cacos.
— Acaricio a nuca de Vivienne, bem acima do caroço em seu pescoço. Não
posso deixar de acariciar aquele lugar encantador. — Não se preocupe, anjo.
Eu disse que sempre cuidarei de você, e cuidarei.
Vivienne esfrega a nuca. — O que é isso? — Ela está franzindo a testa
para mim, eu não pareço culpado porque com certeza não me sinto culpado.
— Tyrant, você sabe o que é esse caroço, não é?
Não há mais razão para esconder isso. Depois desta noite, ela voltará
para casa comigo para sempre. Já é hora de ela entender o quanto estou
falando sério sobre ela.
— Sim. Eu sei o que é. — digo calmamente. — É um rastreador.
Seus olhos se arregalam. — Como você sabe disso?
— Porque eu coloquei aí.
— Você o quê? Quando?
— Na noite em que você dormiu na minha cama e nos meus braços.
Sua mão se afasta do seu pescoço e ela sai do meu abraço. — Por
favor, me diga que você está brincando.
Vivienne viu minha casa obsessivamente segura. Ela ouviu o que eu
digo a ela quando a fodo. Minha possessividade. Meu desejo por ela. Não
escondi quem sou da minha mulher. Pode ser um leve choque descobrir até
onde irei para protegê-la, mas ela entenderá que isso foi necessário em
breve.
— Esta cidade está cheia de víboras e preciso saber onde você está o
tempo todo para poder mantê-la segura. — Pego sua mão e a puxo de volta
em meus braços. Ela está tremendo enquanto murmuro: — Todas aquelas
vezes que você precisou de mim, você não estava feliz por eu estar lá? Eu
não poderia ter deixado você sair do meu lado sem saber que poderia
chegar até você a qualquer momento. Você me acha tão descuidado a ponto
de perder meu cordeirinho de vista?
Por cima do ombro, Stone está olhando para ela com desgosto. —
Aproveite seu psicopata. Vocês dois se merecem. — Ele se vira e manca
pelas portas.
A raiva explode em meu peito, eu quase o sigo, preparado para
quebrar seu outro braço e seu estúpido pescoço também, mas não vou
deixar Vivienne aqui sozinha.
Eu me viro e a puxo contra mim mais uma vez. — Seu pai pode
apodrecer no inferno, e sua madrasta também, mas não se preocupe, anjo.
Você não vai perder Barlow. Eu cuidarei de tudo. Você quer que eu faça isso
por você, não é?
Vivienne olha para mim, perplexa. — O que você quer dizer com
cuidar de tudo?
— Você não precisa saber todos os detalhes sangrentos. Se você
quiser Barlow, é só me pedir, e eu irei buscá-lo para você.
— Buscar Barlow? Como? Roubá-lo de novo? Papai e Samantha ficarão
com o coração partido.
Depois de tudo o que aconteceu, ela deve ter percebido que não
posso deixar essas pessoas viverem. Eles a deixaram muito infeliz. —
Corações que não batem, não podem se partir.
Vivienne engasga e balança a cabeça. — Tyrant, você não pode estar
falando sério. Papai não me quer, mas por mais que isso doa, não quero que
ele ou Samantha sejam mortos.
Seguro seu rosto entre as mãos e digo com urgência: — Estou falando
sério. Sempre acabaria assim no momento em que vi aquelas cicatrizes em
seu corpo. Eles as colocaram lá. Eles machucaram você. Eles vão pagar por
cada corte, então eu vou pegar Barlow e levá-lo para casa, para nós.
Vivienne tira minhas mãos do rosto e se afasta de mim, respirando
rápido. — Você está louco? Você não pode matá-los só para que possamos
levar o filho deles.
— Eles machucaram você?
Ela levanta a mão e toca as costelas. Seu abdômen. Todas as cicatrizes
que ela carrega por causa deles. A dor está gravada em sua testa enquanto
ela se lembra de toda a sua solidão, de toda a crueldade deles. — Sim, mas…
— Você algum dia os perdoará?
— Não, mas…
— Então eles têm que morrer.
Vivienne deixa cair à mão. — Tyrant, não. Se você realmente acha que
eles merecem a morte por me negligenciarem, então você é um monstro.
Suas asas de anjo brilham ao luar. Sua auréola brilha sobre seus longos
e gloriosos cabelos. Ela é tudo que um demônio como eu deseja.
Dou um passo em direção a ela. — Um monstro? É monstruoso querer
formar uma família com você? Estou lhe dando tudo o que você sempre
quis. Você mesmo disse, essas pessoas nunca fizeram você se sentir
pertencente. Eu posso fazer isso por você. É a única coisa que quero.
Vivienne se afasta de mim e a raiva toma conta de mim. Como ela
ousa tentar escapar enquanto eu ofereço seus sonhos em uma bandeja de
prata? Estendo a mão e agarro sua garganta e arrasto-a para perto.
— Você pertence a mim. — eu esbravejo, ela luta contra meu aperto,
segurando meu pulso com as duas mãos.
Isso mesmo. Agarre-se a mim, anjo. Eu nunca vou deixar você ir.
— Tyrant, por favor. — ela choraminga.
Ela não precisa ter medo. Eu não vou sufocá-la. Só preciso ter certeza
de que ela não vai fugir. — Você é a única que importa para mim. Diga-me
que você me ama e que tudo o que você deseja será seu. Diga, anjo. Diga, eu
te amo, Tyrant. Então todos os seus desejos serão uma ordem.
Lágrimas enchem seus olhos. — Você é louco. Por que não vi isso
antes? Foi preciso que você usasse essa máscara para eu ver sua verdadeira
face.
Eu a puxo em meus braços e a seguro com força. — Isso é quem eu
sou, mas sempre serei gentil com você, anjo. São todos os outros que
deveriam estar com medo. Seja uma boa menina e diga que me ama, porra.
Vivienne choraminga e luta por um momento e depois desiste. Seu
corpo suaviza contra o meu e ela respira estremecendo.
Um sorriso se espalha pelo meu rosto e eu a aperto contra o meu
corpo. — É isso, anjo. Viu como isso é fácil?
Seus braços envolvem minha cintura. Sua bochecha cai contra meu
peito. Ela está me acariciando. Sentindo-me. Meu anjo sempre gostou de
me tocar, e meus olhos se fecham enquanto o calor cai em cascata pelo meu
corpo.
Suas mãos deslizam por baixo do meu paletó, quando ela encontra o
que procura, ela a tira e se afasta de mim.
Abro os olhos e vejo que estou olhando para um cano de metal.
Minha arma.
Ela roubou a porra da minha arma.
Vivienne aponta a arma para mim com as mãos trêmulas. — Eu não
vou a lugar nenhum com você. Eu vou te matar antes de deixar você
machucar mais alguém.
Eu a observo com os olhos semicerrados. Calculando. Eu poderia
arrancar a arma dela antes que ela tivesse a chance de disparar. O aperto
dela é terrível. Acho que ela nunca segurou uma arma antes.
Não há razão para tirar isso dela. Meu anjo não vai me machucar. Ela
não tem isso nela.
Abro meu paletó, dando a ela uma visão clara do meu coração. —
Então atire em mim. Eu nunca vou deixar você ir e vou destruir todos que já
te machucaram, então me matar é sua única opção se quiser me impedir.
A arma treme em suas mãos. Seus olhos brilham com lágrimas.
Ela não atira.
Vivienne não tem nenhuma violência no coração, exceto contra si
mesma.
Agarro a arma e ela soluça e a afasta de mim. Mirando no ar, ela puxa
o gatilho e um tiro explode na escuridão, fazendo-a estremecer.
Isso deveria me assustar? Um tiro de advertência não vai me fazer
recuar. Estendo a mão para Vivienne novamente, ela grita de angústia e joga
a arma por cima do terraço, no jardim abaixo.
— Nunca mais chegue perto de mim, Tyrant. Não quero mais ver você.
Ela corre em direção ao salão de baile e eu corro em direção a ela e
erro. A raiva explode dentro de mim e eu rugo: — Anjo, não fuja de mim.
Você me ama, porra.
Ela se posiciona na soleira, delineada contra os dançarinos naquele
vestido prateado, com suas asas angelicais abertas. — Eu não amo você,
Tyrant. Eu nunca poderia amar alguém como você.
Agarro a mão dela, mas seus dedos finos deslizam pelos meus e ela
desaparece na multidão. Corro para dentro e me viro ali mesmo, espiando
por cima das cabeças dos dançarinos, através de plumas, asas e adereços de
cabeça. Vivienne não está à vista.
A frustração e a raiva me consomem. Eu nunca poderia amar alguém
como você.
Nunca?
Nunca me amar?
Depois de tudo que fiz por ela?
Despeito e raiva rugem em meu coração. Prometi a lua à Vivienne e
ela a jogou na minha cara. Eu lutei por ela, sangrei por ela, me fiz sentir por
ela. Não pensei em nada além dela desde o momento em que nos
conhecemos, e ela acha que pode me deixar de lado?
Decidir sozinha que acabou?
Isso nunca acabará.
Eu a terei ou acabarei com este mundo e com todos que nele vivem.
Lá fora, algo branco e brilhante está caído na escada. Eu o pego e viro
em minhas mãos. A máscara de anjo de Vivienne. Ela estava fugindo de mim
tão rápido que ela caiu, ou ela a arrancou na sua pressa.
Eu a jogo para longe de mim com um grunhido de raiva e desço os
degraus. Eu vou encontrá-la. Ela não pode se esconder de mim por muito
tempo quando eu coloquei a porra de um rastreador nela.
CAPÍTULO DEZ
VIVIENNE

Corro pelas ruas desertas, cega pelas lágrimas e pelo peso esmagador
do desespero em meu coração. Achei que havia alguma bondade em Tyrant.
Achei que ele era só um pouco maluco. Um pouco violento. Um pouco
obcecado e desequilibrado.
Papai me dizendo que tudo de ruim que aconteceu com nossa família
é tudo culpa minha, matou meu último resquício de amor por ele, minha
última e lamentável esperança que tive de ganhar sua aprovação, mas será
que Tyrant realmente acredita que eu quero ele e Samantha mortos pela
dor que eles me causaram? Fico imaginando os dois mortos no chão da
cozinha e Barlow chorando entre os corpos ensanguentados.
Barlow não pode ficar órfão por minha causa. É muito cruel. Um bebê
precisa de seus pais.
Na porta da frente do meu dormitório, estou ofegante enquanto
coloco o código na fechadura. Ela abre com um bipe, mas dou uma olhada
furtiva para trás antes de cruzar a soleira. A rua está deserta. Nada do
Tyrant. Ainda.
Mas ele deve estar me seguindo, o que significa que não posso ficar
aqui. Não posso contar com a ajuda e proteção da minha família, o que
significa que provavelmente deveria deixar Henson, pelo menos por um
tempo. Preciso de um pouco de espaço para respirar depois de tudo o que
aconteceu. Não confio em mim mesma para não ceder à perigosa sedução
do Tyrant no momento em que ele me empurra contra a parede e bate sua
boca na minha. Estou muito viciada naquele homem.
Os próximos dez minutos serão críticos se eu quiser escapar para onde
ele não possa me alcançar. Subo correndo, pela primeira vez na vida,
quando chego ao meu quarto e retiro minha caixa de corte, não estou
pensando na doce agonia e na liberação de sangue e dor.
Procuro o caroço na parte de trás do pescoço, pressiono-o e seguro no
lugar. Com o fio afiado da faca, faço um pequeno corte na carne e tento
espremer o rastreador. Uma gota de sangue escorre pelas minhas costas,
mas o rastreador não se move. Dessa vez corto mais fundo, estremecendo
quando a faca corta minha carne. Depois de cavar dolorosamente com as
unhas, agarro algo pequeno e duro e o retiro.
Em meus dedos cobertos de sangue há um pequeno pedaço de
plástico com um chip eletrônico embutido. Deixo-o cair na minha mesa e
olho para ele com horror. Aí está. A prova inegável de que Tyrant tem
monitorado cada movimento meu desde a primeira noite em que nos
conhecemos.
Pego um salto alto e uso a ponta de metal para esmagar o rastreador
em uma bagunça irreconhecível de plástico lascado e metal retorcido e
depois o jogo pela janela.
Minha nuca está sangrando e procuro um curativo na caixa de corte,
mas, em vez disso, tiro um pequeno pedaço de papel. A caixa está cheia
deles. Pequenas notas dobradas.
Demoro um momento para lembrar o que são. Tyrant as colocou em
minha caixa de corte na última vez que esteve aqui, mas eu estava muito
envolvida em uma névoa pós-sexo e violência para me perguntar o que ele
estava fazendo.
Desdobro o bilhete e leio sua caligrafia elegante e inclinada. Leio outro
e outro.
Diga a palavra e eu os farei sangrar por você.
Se alguém te machucar, farei com que ele sofra dez vezes mais.
Facas cortam fundo, mas minha obsessão por você corta mais fundo.
Sua dor não controla você. Eu controlo.
As notas flutuam dos meus dedos trêmulos para o chão. Por que eu
não conseguia ver o que estava na minha frente o tempo todo? Não é um
homem intrigantemente perigoso, mas um psicopata. Minha solidão fazia
sua obsessão parecer romântica. Meu dano o transformou de vilão em
herói. Eu deveria saber que me apaixonaria pelo primeiro homem tóxico que
aparecesse em meu caminho e que as palavras doces que ele me disse sobre
começar uma família não foram nada doces. Ele me segurou e me fodeu
contra a minha vontade, e meu coração distorcido confundiu isso com amor.
Dane-se meu pescoço sangrando. Eu não ligo. Eu só quero sair daqui.
Pego uma mochila e começo a colocar roupas e produtos de higiene pessoal
dentro dela. Tiro minha fantasia de baile de máscaras e visto jeans e um
suéter. Meu rosto e minhas mãos estão brancos como um fantasma por
causa da maquiagem, mas não tenho tempo de lavá-los agora.
Minha faca está no carpete e paro um momento para prendê-la na
parte interna do pulso com bandagens, dentro da manga. Você nunca sabe
quando pode precisar de uma arma.
Com a mochila no ombro e a mão na porta, dou uma última olhada no
meu quarto. Este tem sido meu lugar feliz desde que comecei a faculdade.
Neste quarto, me senti mais segura e mais eu mesma do que jamais me
senti morando com mamãe ou com papai e Samantha. Todas as minhas
coisas favoritas estão nas paredes. Desenhos. Fotos. Amostras de cores e
tecidos. Dói muito deixar tudo para trás.
Respiro fundo e endureço meu coração. Se eu ficar, Tyrant continuará
a machucar e ameaçar minha família porque acha que tem uma chance
comigo.
E se eu estiver grávida? E então?
Volto correndo para a cabeceira da cama, pego o teste de gravidez que
Tyrant comprou para mim e o enfio na mochila.
Deixando meu quarto e os dormitórios para trás, saio para a escuridão
prateada de uma noite de lua cheia. A estação rodoviária fica a cerca de um
quilômetro e meio de distância, e é para lá que vou. Não sei para onde vou,
mas comprarei a passagem mais barata para o ônibus que chegar mais cedo
e me levar mais longe. Depois disso, não sei. Quase não tenho dinheiro,
então tentarei conseguir um emprego e encontrar uma maneira de colocar
um teto sobre minha cabeça.
No ponto de ônibus, contemplo os ônibus barulhentos e fedorentos,
me perguntando se estou tomando a decisão certa. Talvez eu devesse ficar
em Henson e ir à polícia. Dizer a eles que tenho um perseguidor. Tyrant é
poderoso, mas a polícia pode fazer algo para me proteger, não é?
Mordo o lábio, hesitando no meio-fio. Não tenho certeza sobre a
polícia. Tyrant está bem debaixo do nariz deles há décadas, pelo que ouvi,
eles nunca lhe emitiram uma multa por excesso de velocidade.
Devo saber tudo antes de tomar uma decisão que afete meu futuro.
Estou cuidando apenas de mim mesma ou também tenho um bebê para
proteger?
Os banheiros são sujos e cheios de vazamento, sou atingida pelo
cheiro azedo de urina velha. Sentada no vaso sanitário, em um cubículo
vazio, pego o teste e leio as instruções. Faça xixi deste lado, espere três
minutos. Parece bastante fácil.
Pouco tempo depois, estou segurando o teste nos dedos enquanto
espero que ele se revele, meu telefone na outra mão para poder ficar de
olho no tempo. Os segundos parecem passar rastejando. Eu não estou
grávida. Não tenho como estar grávida. Tenho muitas coisas com que me
preocupar, como Tyrant e o que ele está fazendo neste momento.
Provavelmente destruindo meu dormitório de raiva porque o rastreador
parou.
Depois de três minuciosos minutos, olho para o teste e examino a tela.
Eu suspiro em estado de choque, e o teste cai dos meus dedos no chão de
concreto.
Oh, porra.
Oh, porra.
Penso em pegar o teste e verificá-lo novamente, mas qual seria o
sentido?
Estou grávida.
Vou ter um filho do Tyrant Mercer.
Por um longo tempo, fico olhando cegamente para a pichação na
parte de trás da porta da cabine, até que o barulho das engrenagens e o
barulho do motor de um ônibus lá fora me trazem de volta para mim
mesma. Tenho que correr. Me afastar do Tyrant antes que ele descubra
sobre o bebê e fique ainda mais louco. Ele faria com que seu filho fosse igual
a ele. Se ele descobrir que estou grávida, provavelmente tentará tirar meu
filho de mim assim que ele nascer.
Sentindo-me desconectada do meu próprio corpo, pego o teste e jogo-
o no lixo, visto a calça jeans e dou a descarga. Isso não parece real. Tenho
apenas dezenove anos. Eu não posso ter um filho.
Eu não preciso ter esse bebê.
Eu ainda quero esse bebê?
Num piscar de olhos, ao pensar em me livrar dele, imediatamente sei a
resposta. Eu quero esse bebê. Eu estava meio apaixonada pela ideia quando
Tyrant estava me fodendo sem proteção. Eu estava brincando com fogo de
propósito e nem me esforcei tanto para conseguir um plano B quando um
farmacêutico me disse que o estoque estava esgotado.
Ser mãe significa finalmente ter uma família. Minha família. Alguém
que eu possa amar incondicionalmente. Protegerei esta criança de todas as
maneiras que mamãe, papai ou Samantha nunca me protegeram.
Lavo as mãos e jogo água no rosto, seco-as no suéter e volto para o ar
fresco. Preciso de um horário de ônibus e depois preciso sentar e fazer um
plano.
— Onde você pensa que está indo, anjo?
Eu congelo, o medo percorrendo minha espinha. Quero correr, mas
Tyrant falou tão perto de mim que conseguiu estender a mão e me agarrar
em menos de um segundo. Lentamente, me viro e o vejo encostado na
parede, a metade superior do corpo nas sombras.
— Como você me achou? Eu tirei o rastreador.
Tyrant se afasta da parede e caminha em direção à luz. As lâmpadas
de neon tremeluzentes destacam suas maçãs do rosto. A curva cruel de sua
boca. Aqueles olhos escuros e ameaçadores. Ele tirou as lentes de contato
vermelhas e a máscara com chifres, mas ainda parece o diabo. — Você se
esqueceu de verificar se estava sendo seguida quando saiu do dormitório.
Você não é uma pessoa naturalmente ardilosa, Vivienne. É inútil tentar se
esconder de mim.
Meus ombros caem. Esqueci-me de olhar ao redor pelo menos uma
vez.
Tyrant olha desconfiado para os banheiros. — Por que você demorou
tanto aí?
Meu estômago embrulha. Lembrando o que Tyrant acabou de dizer
sobre eu não ser naturalmente ardilosa, eu me forço a fazer o melhor
desempenho da minha vida. Da forma mais indiferente que posso, digo a
ele: — Eu estava tentando tirar essa maquiagem.
— Ainda está no seu rosto.
— Eu disse tentando. Preciso de removedor de maquiagem.
Ele se aproxima até estar pairando sobre mim. Sua altura e força
sempre me fizeram sentir segura. Excitada. Ligada. Há uma aura
ameaçadora sobre ele esta noite, e percebo o quão facilmente ele poderia
me destruir sem suar a camisa.
— Como você ousa fugir de mim? — ele ferve.
— Fiquei com medo. Eu ainda estou. — Respiro fundo e decido, pela
primeira vez na vida, pedir o que quero.
Exigir.
— Eu quero que você me deixe em paz. Para sempre. Não quero mais
ver você.
— Vivienne, você só está me deixando mais irritado.
Sua expressão brutal faz meus joelhos tremerem. Há tanta violência
em seu coração, e ele vai liberar tudo isso sobre mim. — Tyrant, por favor,
deixe-me ir. Preciso de algum espaço para pensar.
Suas mãos envolvem lentamente meus cotovelos e ele me puxa em
sua direção.
— Vou lhe dar uma última chance de vir de boa vontade. Não esqueça
que eu te amo, Vivienne. Nunca amei nenhuma mulher antes. Se você jogar
isso de volta na minha cara, ficarei com muita raiva. — Ele acaricia minha
bochecha com as costas dos dedos e seus olhos se estreitam em fúria.
Uma ultima chance? Isso parece ameaçador. Isso parece mortal.
Isso pode me matar, mas tenho que falar a verdade. — Eu não sou real
para você. Eu sou apenas uma obsessão.
Tyrant agarra meus braços com tanta força que posso sentir
hematomas. — Você está escolhendo eles em vez de mim?
A traição final. Ficar do lado da minha família ao invés dele.
Eu balanço minha cabeça. — Não, Tyrant. Eu não os escolho. Estou
escolhendo Barlow. Ele tem que ficar com sua família. Ele é inocente em
tudo isso e quero o melhor para ele.
— Eles não amam você. — ele rosna. — Eles desprezam você.
Cravo as unhas nas palmas das mãos e me esforço para não soluçar. —
Eu sei disso.
— Então não entendo por que você está sendo tão teimosa, a menos
que queira sofrer.
— Eu não quero sofrer. Só não quero que ninguém morra.
— Nem sempre conseguimos o que queremos. Ou melhor, você não
pode. Estou pegando o que é meu.
Ele olha por cima do meu ombro e acena para alguém que não consigo
ver. Atrás de mim, um saco cai sobre minha cabeça e aperta com força. Sou
levantada por braços fortes e pendurada em um ombro. O ombro do Tyrant.
Posso sentir seu terno caro sob meus dedos. Estou prestes a gritar quando
ele dá alguns passos e me empurra para um amplo assento de couro.
Alguém entra ao meu lado e a porta bate. Um momento depois, minhas
mãos e pés estão amarrados com braçadeiras. Eu nem tive tempo de enfiar
a mão na manga para pegar minha faca.
Fiquei esparramada sobre o couro, no mesmo lugar onde Tyrant me
segurou e me fodeu. Fui tão estúpida e agora é tarde demais. Dancei com o
diabo e agora ele nunca mais vai me deixar ir.
— O que você quer de mim? — Eu choramingo, minha voz abafada
pelo saco.
— Você me deve. — ele ferve.
— Eu nunca peguei nada de você. A única coisa que você me comprou
foi um teste de gravidez.
Tyrant ri enquanto o carro se afasta, e o som é cruel e frio. — Eu
sangrei por você, anjo. Essa é uma dívida maior do que dinheiro, e serei
totalmente reembolsado até a última gota.
PARTE II
ANTES
CAPÍTULO ONZE
VIVIENNE
DEZ MESES ANTES

— Julia, estes são simplesmente deslumbrante.


Tiro os olhos da costura em meu colo e vejo que Carly está
examinando uma dúzia de fotografias em preto e branco espalhadas sobre
uma mesa na frente de Julia. Estamos na sala comum quase vazia numa
tarde de sábado, tentando fazer algum progresso em nossos projetos de
história da arte. O trabalho é sobre a história local de Henson, estou
empenhada em recriar o vestido de debutante com miçangas usado por
Cecelia Henson em 1921. Um retrato dela usando o vestido está pendurado
na entrada principal da universidade. Estudei a pintura e encontrei desenhos
do vestido, desenhado especialmente para ela, nos arquivos da
universidade.
Carly está pintando um mapa de Henson como era no ano de 1900, e
Julia está fotografando jardins em Henson que foram plantados pela
primeira vez no final do século XIX e início do século XX.
Julia arruma uma de suas fotografias ao lado da impressão de uma
foto muito mais antiga. — Vou expor minhas fotos ao lado dessas do
passado, para que as pessoas vejam o quanto os jardins mudaram. Ou não
mudaram.
— Vai ficar lindo. — digo a ela, acrescentando cuidadosamente uma
conta prateada ao corpete do vestido de Cecelia e amarrando o fio.
— Você sabe de quem é o jardim que eu realmente gostaria de
fotografar? — Julia pergunta com um sorriso travesso.
— Nem diga o nome dele. — diz Carly, entendendo imediatamente.
— Por que, ele aparecerá e matará todos nós? Tyrant Mercer é apenas
um homem e ouvi dizer que seu jardim é lindo.
Lindo e mortal, se os rumores forem verdadeiros. Aparentemente,
Tyrant adora prender as pessoas no labirinto de seu jardim e caçá-las por
esporte.
— Sim, mas não muito velho porque ele mesmo fez, então não é bom
para o seu projeto. — digo a ela, olhando a hora no meu telefone. — Eu
tenho que ir. Eu disse ao papai e à Samantha que voltaria para jantar.
Guardo minha costura e digo a Carly e Julia que voltarei mais tarde,
levo-a para cima, pego minha mochila e meu casaco e saio dos dormitórios e
atravesso o terreno da universidade. São apenas quinze minutos a pé até
minha casa.
Um vento frio bagunça meu cabelo enquanto caminho pela rua. A
temperatura está fresca, mas o céu está limpo, é o tipo de tarde de inverno
que faz com que o fardo pesado e invisível da vida pareça mais leve. Por um
tempo, pelo menos.
Estou envolta em meu casaco, antecipando uma noite com papai,
Samantha e meu irmãozinho, Barlow. Ele nasceu há seis meses e é o bebê
mais adorável que já existiu. Há um macacão de bebê na minha mochila, que
eu mesma costurei para Barlow. É feito de algodão branco felpudo e todo
estampado com patinhos amarelos. Mal posso esperar para vesti-lo na hora
de dormir e colocá-lo no berço. Só de imaginá-lo, a felicidade e o calor
inundam-me.
Quando chego a casa onde papai e Samantha moram, que foi minha
casa por quatro anos, até me mudar para o dormitório em Henson, lembro a
mim mesma que Barlow pode estar cochilando. Entro em silêncio, em vez de
abrir a porta e dizer: Sou eu.
Enquanto deixo minha mochila no sofá e tiro o casaco, ouço vozes
vindas do corredor. Do meu pai, da Samantha e de outro homem. Com um
solavanco, me pergunto se é Lucas. Faz algum tempo que não o vejo, mas
suspeito que ele ainda venha aqui de vez em quando. Vê-lo faz todas as
cicatrizes em minhas costelas doerem, e então eu quero acrescentar mais.
O homem que fala tem uma voz mais profunda que a de Lucas, e não é
uma que eu reconheça.
De repente, Samantha grita, estridente e chorosa. — O que você quer
de nós?
Eu congelo, a poucos metros do cabideiro. Nunca ouvi Samantha
parecer tão aterrorizada antes. Quem está em nossa casa?
Entro nas sombras ao lado do cabideiro e olho cuidadosamente ao
redor. Daqui posso ver a cozinha. Papai está parado ao lado da mesa de
madeira, segurando uma concha como se estivesse mexendo uma sopa.
Samantha está atrás dele, perto da pia, segurando-a para se apoiar. Ambos
estão com os olhos arregalados de medo enquanto olham para um homem
de terno preto. Um homem surpreendentemente alto e musculoso, com
ombros largos, pernas longas e pés grandes, calçados com elegantes sapatos
de couro. Seu cabelo fino e louro está dramaticamente penteado para trás
em seu rosto anguloso, revelando olhos frios, sobrancelhas malévolas e
traços acentuadamente bonitos. Há um leve sorriso em seus lábios, como se
ele soubesse que sua mera presença nesta cozinha suburbana está
aterrorizando meu pai e minha madrasta.
Ele sabe disso.
E ele está gostando.
Só cruzei o caminho dele uma vez, anos atrás, mas sei exatamente
quem é esse homem. Todos em Henson conhecem esse homem.
Tyrant Mercer.
Oficialmente, ele é dono de um clube e empresário, mas não
oficialmente? Não há nenhum assassinato, agressão, roubo, jogo ilegal ou
esquema de falsificação em Henson que não haja rumores de estar ligado a
ele de alguma forma. Ele governa os locais escuros e úmidos do ponto fraco
desta cidade. Então, o que ele está fazendo na nossa cozinha?
Barlow está sentado em sua cadeira alta, com seus grandes olhos azuis
olhando inocentemente para Tyrant, sem entender que está olhando para
um assassino. Para horror de papai e Samantha, e meu, Tyrant levanta a
mão tatuada e passa o dedo indicador pela bochecha rechonchuda de
Barlow.
— Um bebê tão lindo. Você deve estar muito orgulhoso.
Quase grito: Não toque nele, mas paro bem a tempo. Tenho que
chamar a polícia antes que o Tyrant perceba que estou aqui. Olho para o
sofá onde deixei minha mochila.
— Saia ou chamaremos a polícia. — Samantha diz a ele com a voz
trêmula.
Tyrant ri. — Fique à vontade, Sra. Stone, mas se o fizer, seus pais vão
ligar para uma funerária em seguida. Para seu marido, para você e para seu
bebê.
Estremeço e esqueço de tentar pegar meu telefone na bolsa.
— Você não machucaria um bebê. — Samantha sussurra horrorizada.
Tyrant finge parecer perplexo e aponta para Barlow. — O que, esse
bebê? — Ele levanta Barlow da cadeira alta e o acomoda contra o quadril
enquanto Samantha cobre a boca de horror. Tyrant sorri para Barlow,
revelando dentes brancos e fortes, minha pele se arrepia. — Que
homenzinho doce ele é. Você acha que seria difícil para alguém como eu
machucar um bebê? Eu nunca tentei antes. Há uma primeira vez para tudo.
Samantha grita e se joga sobre Barlow com as duas mãos, mas papai a
segura. Ela cai de joelhos, soluçando, Tyrant a observa com aquele sorriso
cruel e zombeteiro no rosto.
— Os bebês são tão indefesos, não são? Olha, ele já confia em mim. —
Tyrant balança um dedo indicador tatuado contra a bochecha de Barlow, e
Barlow envolve-o com sua mão gordinha de bebê e olha fascinado para a
tatuagem.
Tenho que cobrir a boca com as duas mãos para não cair no choro.
— Owen, faça alguma coisa. — Samantha grita.
Papai abre e fecha a boca, quando fala, sua voz é persuasiva. — Por
favor. O que você quer de nós?
Tyrant deixa de sorrir e a cozinha fica ainda mais fria. — O que você
acha que eu quero?
— Eu não tenho o dinheiro.
Oh, não, Tyrant também não. No passado, papai devia dinheiro a
bancos, credores, sua família, vários amigos, mas endividar-se com um
criminoso perigoso como este homem? No que papai estava pensando? Ele
provavelmente não estava pensando e estava em uma de suas bebedeiras.
Achei que, com um novo bebê e uma família que dependia dele, papai iria
querer deixar isso no passado e ser um homem melhor.
— Owen, por favor. Você não fez isso. Quanto? — Samantha pergunta
com a voz trêmula.
— Você não contou para sua esposa? — Tyrant zomba. — Seu marido
me deve vinte e nove mil. Normalmente eu não iria pessoalmente cobrar
uma quantia tão pequena, mas o Sr. Stone me xingou de alguns nomes
quando os seguranças o expulsaram do meu clube na Yancy Street.
Aparentemente sou um idiota? — Ele arqueia uma sobrancelha
questionadora para papai.
O horror que sinto ecoa no rosto de Samantha. Vinte e nove mil, e ele
insultou Tyrant Mercer aos homens que trabalham para ele.
— Temos economias. A conta conjunta… — Samantha para quando
papai balança a cabeça, dizendo a ela que o dinheiro acabou. Ele deve ter
bebido e jogado fora. Lágrimas brotam de seus olhos. — Owen, como você
pôde?
O silêncio é esmagador.
Tyrant olha entre eles. — Não há mais ideias? Então talvez isso o
motive. Você pode ter seu pirralho de volta quando eu tiver meu dinheiro.
— Ele segura uma das mãos de Barlow e o faz acenar para seus pais. —
Tchau, mamãe e papai. Vou para casa com o Papai Tyrant.
Com uma risada, ele se vira em direção à porta. Em minha direção. Eu
rapidamente recuo para as sombras.
Samantha grita e tenta agarrar seu bebê, mas Tyrant tira uma arma do
paletó e aponta para a cabeça dela, sua expressão zombeteira se tornando
feroz.
— Afaste-se, porra. Não tenho piedade de você e não tenho piedade
desta criança. Se eu não receber meu dinheiro, destruirei suas vidas e o que
sobrar será uma bagunça encharcada de sangue. No momento, ninguém
ficou ferido, mas se eu ainda estiver esperando nesta hora na próxima
semana, isso vai mudar. — Ele dá um beijo na têmpora de Barlow e sorri
para eles mais uma vez. — Pedaço por pedaço.
Eu tenho de fazer alguma coisa. Não posso chamar a polícia. Eu não
tenho uma arma. Papai não tem tanto dinheiro e eu também não. A única
esperança de Barlow é se alguém invadir a mansão impenetrável do Tyrant,
pegá-lo e fugir novamente. A casa do Tyrant tem muros altos e
provavelmente mais sistemas de segurança do que um cofre de banco.
Assim que Barlow estiver lá dentro, não haverá nada que nós ou alguém
possamos fazer para tirá-lo de lá.
Olho por cima do ombro em direção à porta da frente. O carro preto
brilhante na frente deve ser o carro do Tyrant. Roubar Barlow de Tyrant será
muito mais fácil se a pessoa que está roubando só tiver que sair daquela
mansão, e não entrar nela também.
Viro-me e corro o mais silenciosamente que posso pelo corredor.
— Você é um monstro. — Samantha soluça atrás de mim enquanto eu
saio pela porta e a fecho atrás de mim.
Com o sangue rugindo em meus ouvidos, corro para o carro do Tyrant,
esperando com toda a força do meu desespero que ele o tenha deixado
destrancado. Para minha surpresa e alívio, a porta traseira se abre quando
puxo a maçaneta e entro.
Há um casaco no banco de trás do carro, longo, escuro e feito de lã.
Mergulho no chão do carro e me cubro com a roupa, e sou envolvida por um
aroma perfumado, mas frio. Isso enche meus pulmões a cada respiração que
respiro e percebo que estou respirando o cheiro do Tyrant Mercer. A lã em
meu rosto é quente e macia. Eu deveria estar sentindo nada além de terror
neste momento, mas estou distraída com a sensação deste homem e seus
gostos. Caro. Sutil. Perigoso.
A porta do lado do motorista bate, o motor dá partida e sinto o carro
começar a se mover.
Minhas mãos apertam a lã com horror. O que eu fiz? Como é melhor
que eu tenha sido sequestrada junto com meu irmão? Minha respiração fica
cada vez mais rápida. Tyrant vai me ouvir se eu continuar assim. Mordo o
interior da minha bochecha e a dor corta todo o barulho na minha cabeça.
Por enquanto, Tyrant não sabe que estou aqui, o que significa que tenho
vantagem.
Eu gostaria de ter trazido um martelo, uma agulha de tricô, qualquer
coisa que pudesse usar como arma. Não sei o quão capaz sou de machucar
outra pessoa, mas se for para salvar Barlow, acho que poderia pegar o que
estiver em mãos e usá-lo contra o Tyrant. Imagino-me pegando uma
luminária ou um vaso de flores e quebrando-o na cabeça dele. Isso poderia
funcionar, embora eu me sinta mal só de pensar em machucar alguém, até
mesmo um criminoso como o Tyrant.
— Sem lágrimas? Não estou assustando você, pequeno Barlow? —
Tyrant diz, me pergunto se ele está com meu irmão no colo enquanto dirige.
Barlow faz um som de bebê falando que eu sei que significa que ele
está curioso sobre alguma coisa.
— Você está tentando me ajudar a dirigir? — Tyrant solta uma risada
suave. — Você é um rapazinho confiante. Esperemos que o seu pai consiga o
meu dinheiro dentro do prazo. Eu odiaria que algo ruim acontecesse com
um bebezinho inocente.
Não há um pingo de misericórdia em sua risada. Tyrant não pensará
duas vezes antes de machucar Barlow se ele não conseguir o que deseja,
então por que eu deveria me preocupar se é errado machucá-lo? Um
monstro como ele não merece continuar respirando. Não sentirei um pingo
de remorso enquanto ele estiver sangrando aos meus pés.
CAPÍTULO DOZE
TYRANT

Percebo que alguém está escondido na parte traseira do meu carro


quando ainda estou a oito quarteirões da minha casa. Meu casaco
escorregou do banco de trás para o chão, que não foi onde o deixei quando
saí do carro.
Estou dirigindo com uma mão só, com uma mão em volta do bebê
para mantê-lo no colo. Minha mão livre segura o volante enquanto meus
olhos se estreitam para a estrada à frente. Poderia ser um assassino? Há
muitas pessoas que me querem morto. Ou é a filha de Merrick? Meu
pequeno perseguidor irritante. A irritação toma conta de mim com o
pensamento. Meus homens me disseram que a garota Merrick tem
aparecido em meus clubes, na esperança de chamar minha atenção. A
última coisa que preciso é de uma idiota desesperada e fraca que queira me
fazer boquetes incompetentes e gastar meu dinheiro, eu cortarei minha
própria garganta antes de ficar ligado para o resto da vida a um político.
Ao virar à direita, olho para a traseira do meu carro. À medida que as
luzes da rua se movem pelo casaco, vejo um pé aparecendo na extremidade.
Um pé fino em uma sapatilha pontuda.
Não é um assassino. Se for a filha do Merrick, vou arrastá-la para sua
casa pelos cabelos e cortar-lhe a garganta na frente do pai. Ao entrar no
longo e sinuoso caminho que leva até minha casa, os portões de ferro
forjado se abrem, revelando jardins com sebes altas. Minha casa com suas
colunas brancas e janelas compridas se ergue ao fundo.
— Ligue para a governanta. — digo para o software de
reconhecimento de voz do meu telefone, quando Angela atende, digo a ela
para me encontrar perto do meu carro. A garagem está separada da casa,
por um longo passeio pelo jardim, por um atalho por uma passagem
subterrânea e uma porta trancada.
As portas da garagem se fecham e estaciono em um lugar vazio.
Angela, uma mulher na casa dos cinquenta anos e usando um elegante
vestido cinza com gola de renda branca, está esperando por mim.
Abro a porta e saio com o bebê nos braços. — Leve isso para casa.
— Sim, Sr. Mercer. — Angela nem pisca quando aceita a criança das
minhas mãos e a carrega até casa pelo atalho. Eu pedi a ela para fazer coisas
mais estranhas do que isso no passado. Uma vez ela teve que alimentar um
leopardo por uma semana. Na maioria dos dias ela tem que limpar manchas
de sangue das minhas roupas. Como todas as outras pessoas que eu
emprego, ela é bem paga e extremamente leal.
A porta da garagem range ao fechar, agora estamos trancados juntos,
minha pequena passageira clandestina e eu.
Finjo que vou até casa digitando o código do atalho e abrindo e
fechando a porta. Então coloco minhas costas contra ela e espero. A luz
automática da garagem se apaga e a única iluminação é a lua entrando pela
claraboia.
Vários minutos se passam e então ouço o som de alguém se mexendo
dentro do meu carro. A porta do passageiro se abre e um pé cauteloso
alcança o chão. Como um coelho assustado saindo de sua toca, uma garota
de cabelos escuros espia. Com cuidado exagerado, ela fecha a porta
silenciosamente atrás de si e olha ao redor. Ela parece ter dezoito ou
dezenove anos e está usando um vestido curto e claro que parece ter sido
feito há cerca de cinquenta anos. A camiseta pequena e desbotada por baixo
foi lavada centenas de vezes ou mais. Seus sapatos são antiquados, mas
fofos. Tudo nessa garota é elegante e bonito, mas vintage ou de segunda
mão, até o laço de cetim creme em seus longos cabelos.
Duvido que esta seja a filha do Merrick. As fotos que vi enquanto ele
balançava o telefone na minha cara são de uma loira glamorosa e muito
moderna.
Lentamente enfio a mão no paletó e abro uma faca. As meninas não
precisam ser ameaçadas com armas. Eles têm mais medo de facas,
especialmente as garotas bonitas que se preocupam com seus lindos rostos.
Quando seu olhar se volta para mim, sorrio na escuridão. Ela engasga ao ver
o brilho dos meus dentes.
Dou um passo à frente em direção à luz, girando a faca nos dedos. —
Bem, Olá. Quem diabos é você?
A garota está com a boca aberta, por um momento, fica congelada em
estado de choque. Então, com uma voz surpreendentemente determinada,
ela se endireita e diz: — É meu irmão que você pegou.
O irmão dela? Esta é a filha de Owen Stone. Não vi mais ninguém na
casa, então ela deve ter se escondido de mim e escutado nossa conversa, a
putinha traiçoeira.
Coloco a ponta da minha lâmina sob seu queixo, forçando-o para cima.
— Você invadiu minha propriedade. O que você achou que iria fazer aqui?
Há medo em seus olhos iluminados pela lua, mas ela permanece
calma. — Eu ia roubar meu irmão de volta, é claro.
Coloco um pouco de pressão na faca, o suficiente para ameaçar
romper a pele e enfiá-la em sua garganta. Para minha surpresa, a Srta. Stone
estende a mão e envolve a lâmina com a mão.
— Se eu puxar, vou cortar sua mão. — aponto.
— Mas você não será capaz de cortar minha garganta se eu segurar
assim. Não me importo se você me machucar, mas me importo se você me
matar, porque assim não haverá ninguém para salvar Barlow.
Meu olhar cai para sua boca bonita e exuberante. Que garota estranha
ela é, segurando minha lâmina como se nunca tivesse tido medo de uma
faca e não fosse começar agora. — O quanto você o quer?
A Srta. Stone engole contra a lâmina e ela corta sua pele. Uma única
gota de sangue escorre por sua garganta e penetra no decote de sua
camiseta. Giro a lâmina novamente e outra gota escorre por sua pele
perfeita. Minha língua se move contra o céu da boca enquanto imagino
agarrá-la com força pelos cabelos e lambê-las.
— Você... você pode me ter em vez disso. Vou trocar de lugar com
ele.
— Você percebe que seu pai não tem dinheiro e que, no final da
semana, eu matarei você. — Eu me inclino em direção a ela, sorrindo
friamente. — Acho que vou caçar você por esporte. Você deve ter um grito
lindo.
A respiração assustada da Srta. Stone fica um pouco mais rápida. —
Tudo bem. Só não machuque Barlow. Vou trocar de lugar com ele.
Meu olhar desliza pelo seu corpo. Tão imprudente para alguém tão
jovem e bonita. — Não parece uma troca justa. Você por um bebê precioso?
Mamãe e papai amam você tanto quanto ele?
A Srta. Stone estremece. — Eles ficarão... motivados a conseguir o
dinheiro para você se tiverem Barlow de volta.
Eu rio suavemente. — Você está dizendo que eles não dão a mínima
para você? Então nunca receberei meu dinheiro.
— Barlow é apenas um bebê, por mais que você esteja rindo, não tem
graça. Não trate isso como um jogo estúpido.
A fúria toma conta de mim. Ela entrou aqui e agora está sendo
atrevida? Se ela está tão desesperada para morrer, então vou jogá-la no
labirinto de caminhos e sebes ao redor da minha casa e observá-la correr até
a exaustão. Com as paredes que se movem e os portões que se trancam e
destrancam, é impossível para qualquer pessoa entrar ou sair sem a minha
autorização.
— Um jogo, você disse? — Eu pergunto friamente. — Eu adoro jogos.
Você poderá ter seu irmão de volta se conseguir descobrir onde ele está
escondido. Vou te dar uma chance justa. Vou até te contar que ele está na
minha casa. Alcance-o e vocês dois poderão ir para casa.
A língua da Srta. Stone brinca com o canto do lábio enquanto ela
considera isso. — A casa nesta propriedade? Qual é a pegadinha?
— Não há pegadinha. Vou deixar a porta da frente destrancada para
você.
— Isso deve ser fácil. — diz ela, incerta, largando minha faca.
Eu rio suavemente. É o que ela pensa, porra. Abaixo a faca, pego meu
telefone e ligo para meu chefe de segurança. — Feche os portões um, três,
quatro, sete, nove e dez. Abra dois, cinco, seis, oito, onze, doze e treze.
Configure-os para serem trocados aleatoriamente a cada quinze minutos.
Um momento depois, um som mecânico preenche o ar. O terreno que
leva à minha casa é uma série de jardins murados dentro de jardins
murados. Um labirinto que posso modificar abrindo e fechando treze
portões. Quando você é o homem mais odiado de Henson, precisa adotar
uma abordagem criativa em relação à segurança. Ainda bem que fiz isso,
caso contrário, essa linda passageira clandestina poderia ter fugido para
onde quisesse.
— Você tem quarenta e oito horas. — Olho para o meu relógio. —
Começando agora.
— Mas você deu uma semana ao papai e à Samantha. — ela exclama.
Pego meu telefone e pressiono a tela. A porta da garagem sobe e o
portão no final da rua se abre. Há um vislumbre tentador da rua além. —
Não gostou? Saia. Esta é sua única chance de sair daqui viva, e seria sensata
aproveitá-la. Assim que o portão fechar... — Dou-lhe um sorriso frio. — Você
é minha. Você e seu irmão.
A Srta. Stone olha ansiosamente para a liberdade, mechas de seu
cabelo escuro soprando em seu rosto.
Ela balança a cabeça e se vira para mim. — Não vou embora sem
Barlow. Não seremos seus se eu conseguir encontrá-lo, e não me importo
com o que aconteça comigo. Faça o seu pior.
Eu me inclino até que meus lábios estejam tentadoramente próximos
aos dela e murmuro: — Eu pretendo. Tique-taque, Srta. Stone.
Deixando-a parada ao lado do meu carro com sangue na garganta,
digito o código na porta trancada e saio pelo atalho até a casa, fechando-a
firmemente atrás de mim.
Enquanto caminho pelo corredor, examino as gotas de sangue na
ponta da minha faca. Então eu a lambo.
A Srta. Stone é uma garota bonita e tem um sabor delicioso. É uma
pena que ela não viverá além dos próximos dois nasceres do sol.
CAPÍTULO TREZE
VIVIENNE

Quarenta e oito horas para trazer meu irmão de volta e o tempo está
correndo.
Saio da garagem e olho em direção a casa. Ela fica em uma colina com
jardins ornamentais que se inclinam em direção a ela. Jardins complicados,
com sebes e muros densos. O homem que está mantendo Barlow em
cativeiro detém todo o poder e não vai jogar limpo. Tento não pensar no
fato de que Barlow está em perigo neste exato momento. Se ele chorar
demais ou gritar muito alto, o que impedirá Tyrant Mercer de perder a
paciência e machucar meu irmão?
Ouço passos atrás de mim e me viro, esperando ver Tyrant marchando
em minha direção com aquela faca na mão.
Não é Tyrant. Em vez disso, um homem na casa dos cinquenta anos,
com barba escura e uma camisa branca elegante, surge na garagem e fecha
a porta com código de acesso firmemente atrás de si. Ele me ignora
enquanto entra no Cullinan preto, sai da garagem e estaciona perto de uma
cerca viva. Ainda ignorando minha presença, ele pega um balde, uma
esponja e um frasco de detergente e cera e começa a limpar o carro
escrupulosamente limpo do Tyrant.
Suponho que não seja incomum que jovens sangrando apareçam nos
terrenos da propriedade do Tyrant. Não mereço uma primeira olhada, muito
menos uma segunda. Por mim tudo bem. Não quero que ninguém fique no
meu caminho enquanto tento chegar até Barlow.
Ando pela garagem e entro no jardim. Um gramado imaculado vai até
um alto muro de pedra coberto aqui e ali com hera e arbustos perenes
crescendo nos canteiros de flores. Na verdade, ainda não estou no labirinto,
então deve haver uma porta em algum lugar, se estiver fechada, esperarei
que ela se abra. Só estarei esperando quinze minutos no máximo.
Só que não há porta. Pelo menos não para onde estou olhando. A
parede de pedra é ininterrupta. Nenhuma porta óbvia, e também nenhuma
escondida. Apenas pedra. Mesmo caçar entre a hera não me leva a lugar
nenhum.
Poucos minutos depois, ouço um barulho estridente vindo de dentro
do labirinto e congelo, esperando com a respiração suspensa que uma porta
se abra, mostrando-me o caminho a seguir. Nada acontece. Tyrant disse ao
segurança que os portões deveriam mudar de configuração a cada quinze
minutos, mas se não houver um portão aqui, como devo entrar? A menos
que ele tenha me enganado e me impossibilite de prosseguir.
Com um suspiro de frustração, viro-me e volto para a garagem, me
perguntando se perdi alguma coisa lá. A porta pela qual Tyrant desapareceu
ainda está firmemente trancada e não parece que seja por ali que eu deva ir.
Estou hesitando ao lado do Cullinan negro quando uma voz fala, me
fazendo pular.
— Posso ajudá-la com alguma coisa, senhorita? — O homem que lava
o carro está me observando com uma expressão de preocupação no rosto.
Ele torce a esponja e sacode a água das mãos. Ele tem olhos amigáveis e
uma barba confiável. Não tenho certeza de como uma barba pode ser
confiável, mas a dele é. Limpa, mas espessa e de cor marrom brilhante.
Se alguém não me ajudar, provavelmente ficarei presa aqui para
sempre. — Olá. Hum. Talvez você possa, se não for muito incômodo. A
propósito, meu nome é Vivienne. — acrescento apressadamente,
percebendo que não me apresentei.
— Prazer em conhecê-la, Srta. Vivienne. Sou o motorista do Sr.
Mercer, Liam Summers. — Ele me oferece um aceno educado. — Há algo
que você precisa?
Aponto para a mansão. — Estou tentando chegar na casa do Sr.
Mercer. Ele disse que o caminho até lá é difícil, mas não consigo nem
encontrar o caminho para poder começar.
O Sr. Summers olha para a casa e é minha imaginação ou há um brilho
de preocupação em seus olhos?
Eu recuo, erguendo as mãos. — Espere. Deixa para lá. Você não
deveria me ajudar. O Sr. Mercer provavelmente irá puni-lo.
O motorista bufa. Não sei dizer se é diversão, escárnio ou
concordância. — Volte.
— Desculpe?
O motorista mergulha a esponja no balde de água com sabão e aplica-
a novamente no carro. — Volte.
— Eu não estou desistindo.
O homem encolhe os ombros e continua ensaboando o carro do
Tyrant.
Fico ali por mais alguns minutos, esperando que algo aconteça. A única
coisa que acontece é que o Sr. Summers termina de ensaboar o carro,
enxagua-o com uma mangueira elétrica, coloca-o de volta na garagem e
desaparece pela porta trancada.
Um vento frio sopra pela entrada, me fazendo estremecer. Envolvo
meus braços em volta do meu corpo e percebo que deixei meu casaco em
casa. Estou congelando e com fome também. O que vou fazer, ficar aqui
esperando que minhas quarenta e oito horas acabem? Talvez seja uma ideia
melhor fugir do terreno e buscar ajuda para Barlow de alguma outra forma.
Não tenho certeza se chamar a polícia é uma boa ideia, mas talvez papai ou
Samantha já tenham pensado em alguma coisa. Eu não quero desistir. Eu
odeio desistir. Eu não enfrento projetos de costura terrivelmente difíceis
apenas para jogá-los de lado quando se tornam desafiadores.
Volto para o muro de pedra e o exploro tanto com as mãos quanto
com os olhos. Eu faço isso de novo. E de novo.
Nada. Sem porta. Não consigo entrar no labirinto. Tyrant me enganou
fazendo parecer que era possível, ele provavelmente está me observando
agora através de uma câmera CCTV e rindo de mim.
A decepção é uma pedra fria na minha barriga, me viro e desço a
calçada. Se há uma maneira de entrar, não consigo encontrá-la. Tyrant
venceu esta rodada, mas não vou desistir de Barlow. Ainda tenho uma
semana para encontrar outra maneira de recuperá-lo.
Não sei o que me faz olhar para a esquerda quando estou no meio da
entrada, mas olho.
E eu paro em estado de choque.
Ali, entre alguns ciprestes esguios e rodeado de roseiras, há um portão
de metal aberto. Além do portão, posso ver sebes, vasos de pedras
ornamentais e uma fonte de água.
Um jardim. O jardim do Tyrant.
Mal posso acreditar no que vejo. Por um segundo, não confio na
maneira como o portão parece me convidar para entrar. Não parece seguro.
Mas é claro que não é seguro. Passar por esse portão significa me aproximar
do Tyrant, mas também é um passo mais perto de chegar a Barlow. Antes
que os quinze minutos acabem e o portão se feche sozinho, eu corro para
ele.
A temperatura parece mudar quando estou no jardim. O vento não
sopra tão forte e me sinto um pouco mais quente. Um pouco mais
esperançosa. Ando lentamente pelos jardins, admirando sua beleza
enluarada. Quem poderia imaginar que um homem como Tyrant, com o
coração cheio de trevas, dinheiro e violência, seria dono de um jardim tão
lindo como este. Lembro-me de pinturas renascentistas. Os pré-rafaelitas.
Roma Clássica. Viro à esquerda perto de uma cerca viva, à vista se abre e
vejo pela primeira vez a casa do Tyrant. É tão bonita quanto o terreno, com
colunas brancas e janelas compridas através das quais posso vislumbrar
espelhos e lustres dourados.
Alguém está parado em uma das janelas do segundo andar. Uma
figura alta com ombros largos, iluminada por trás. Ele parece estar
segurando algo em seus braços.
A raiva corre através de mim quando percebo que é meu irmão. Não
consigo ver o rosto do Tyrant daqui, mas seu sorriso provavelmente é de
regozijo enquanto ele me observa.
Enquanto estou olhando para Tyrant, um portão à minha esquerda se
abre. Atravesso o portão e corro pelo caminho do jardim, sem conseguir
impedir que um sorriso de satisfação se espalhe pelo meu rosto. Dois
portões já foram, faltam onze.
Não sei por que entrei em pânico. Isso é muito fácil.
CAPÍTULO QUATORZE
TYRANT

Eu rio enquanto me afasto da janela, balançando o bebê em meus


braços. Percebi o sorriso em seu rosto quando ela passou pelo segundo
portão. Depois de ficar irremediavelmente presa e desperdiçar tanto tempo
precioso, ela tropeçou no primeiro portão por acidente e agora pensa que já
resolveu todo o meu labirinto. O que a Srta. Stone não sabe é que não são
apenas os portões que mudam. Assim que ela desaparecer em um corredor,
as paredes se moverão. Marcadores como lâmpadas e outras decorações
mudam. Me divertir projetando um jardim que confundiria qualquer pessoa
que não entendesse seus segredos. Acho divertido ver as pessoas
tropeçando nele, irremediavelmente perdidas.
Eu faço cócegas na bochecha de Barlow. — Vamos observar sua irmã
nos monitores de segurança? Não demorará muito até que ela comece a
chorar de pura frustração porque está irremediavelmente perdida e mal
posso esperar para ver isso acontecer.
Saio da sala de estar e atravesso o corredor até uma sala menor cheia
de monitores. A maioria deles não mostra nenhum movimento, mas no três,
lá está a garota, movendo-se pelo meu jardim, a cabeça virando para a
esquerda e para a direita enquanto caminha.
Seu cabelo escuro cai pelas costas e seu vestido claro brilha a luz da
lua, fazendo-a parecer uma ninfa perdida vestida com seda de aranha e luz
das estrelas. Ela já é linda, mas ficou linda no meu jardim. Logo ela estará
bonita e morta na grama, com a garganta e o vestido brilhando de sangue.
Seus braços e pernas estarão esparramados. Suas coxas serão macias e
suaves contra meus dedos. Imagino que a Srta. Stone deixará para trás um
belo cadáver. Enquanto isso, observarei como ela se esgota em meu
labirinto, tomarei nota de onde ela se enrola e dorme, e depois irei até lá e
brincarei com a menina de olhos de boneca. Com as mãos amarradas e uma
mordaça entre os dentes, ela não poderá gritar.
Eu gemo e me movo, e tenho que ajustar minha calça, que de repente
fica apertada em volta do meu pau endurecido. Eu me pergunto quão
molhada ela ficará quando eu a lamber. Quão forte ela vai chorar enquanto
eu a forço a ficar excitada contra sua vontade. Aposto a minha sorte que se
a foder, haverá sangue por todo o meu pau depois daquela primeira
estocada.
Imaginar tudo isso não ajuda em nada a acalmar minha ereção
violenta.
Olho para Barlow com os olhos semicerrados. — Acho que sequestrei
o irmão errado. Sua irmã e eu poderíamos nos divertir mais, você não acha?
Barlow olha para mim com olhos arregalados e confiantes. Ele dá um
tapinha no meu queixo com a mão gordinha, bem em cima das minhas
tatuagens, e não consigo evitar de rir. — É uma coisa boa que você não
consiga entender uma palavra do que estou dizendo.
Olhando para os monitores, fico satisfeito em ver que ela está indo na
direção completamente errada. Pela maneira como ela continua se virando,
eu diria que ela estava completamente confusa mais uma vez.
— Sua irmã ainda não passou do terceiro portão. — murmuro para
Barlow. — É quase como se ela não estivesse tentando pegar você de volta.
Barlow agarra um punhado da minha camisa antes de olhar em volta,
inquieto. Ele se contorce contra mim, fazendo barulhinhos de frustração, e
eu percebo o que está prestes a acontecer. Já faz muito tempo que segurei
um dos meus irmãos quando eles tinham essa idade, mas não dá para
esquecer.
Barlow começa a chorar. Lamentos grandes e de boca aberta em
volume para acordar os mortos. Ele pode não ter reação de medo a
estranhos, mas não há nada de errado com seus pulmões.
Angela entra correndo na sala, com os braços estendidos e uma
mamadeira quente de fórmula nas mãos. — Eu estava vindo procurá-lo, Sr.
Mercer. Vou tirá-lo de suas mãos para que você possa...
Viro meu corpo de forma protetora para que ela não possa tirar o
bebê de mim. — Ah-ah. Eu posso fazer isso. — Arranco a mamadeira de seus
dedos. Eu gostava de fazer isso antigamente. Esqueci o quanto senti falta
disso. — Você recebeu tudo o mais que eu solicitei?
Fraldas. Macacões. Lenços. Um berço. Angela assente, observando
com surpresa enquanto coloco Barlow em meus braços. — Tudo está
montado no quarto do corredor. Um pequeno berçário adequado. Devo
dizer que é adorável ter um bebê em casa.
— Não se acostume com isso. Barlow só está aqui porque o pai dele
me deve dinheiro.
Angela estende a mão e faz cócegas em sua bochecha. — Mesmo
assim. Agora que ele está aqui, percebo que esta casa precisa de um bebê.
Já é hora de você se casar, Sr. Mercer.
Eu balanço meu queixo para a porta. — Vá. Você tem trabalho a fazer.
Angela sai da sala, mas volta um momento depois com um pano
branco e limpo que coloca sobre meu ombro. — Assim você pode fazê-lo
arrotar sem se preocupar com sua bela camisa.
Barlow termina a mamadeira e eu a devolvo para Angela antes de
colocar o bebê no ombro. — Estava com fome, não é carinha? — Barlow
responde um momento depois com um arroto que parece fazer todo o seu
corpinho tremer.
Angela sorri para mim. — Você tem um talento natural. Você será um
pai maravilhoso um dia.
Abro a boca para dizer a ela que duvido que serei pai, já que nunca
conheci uma mulher que não me irrite muito, mas estou distraído com as
contorções de Barlow. Ele foi alimentado e arrotou, mas ainda não está feliz.
— Você precisa ser trocado? É isso?
— Eu posso fazer isso por você, Sr. Mercer. — Está claro que minha
governanta está morrendo de vontade de tirar o bebê de mim e fazer
barulho por causa de Barlow.
Eu deveria simplesmente entregá-lo, mas estou relutante em entregá-
lo nas mãos capazes de Angela.
Eu o roubei. Ele é meu bebê.
Passo por Angela e carrego Barlow pelo corredor até o berçário
improvisado.
Ela corre atrás de mim. — Sr. Mercer, tem certeza de que não precisa
de ajuda?
— Eu nunca te contei que tenho quatro irmãos mais novos? Já fiz isso
mil vezes. — Deito o bebê no trocador e examino seu macacão com a testa
franzida. — Já faz algum tempo. Posso estar um pouco enferrujado. Deixe-
me ver…
Depois de algumas tentativas erradas e alguns punhos cerrados e
resmungos de Barlow, consigo trocar sua fralda molhada e colocá-lo em um
macacão novo.
A expressão preocupada de Angela se transforma em um sorriso. —
Olhe para isso. Tenho pensado ultimamente que você tem a idade ideal para
ser pai. Não tão jovem a ponto de ficar com a cabeça quente. Nem tão velho
que não tenha energia para correr atrás deles. Esta casa grande precisa de
uma mulher e de bebês, e você também.
Não preciso de uma mulher nem de bebês. Preciso do meu maldito
dinheiro. — Esta é uma situação com reféns, Angela. Pare de ficar
cacarejando.
— Ahh, como você quiser chamar, você fica lindo segurando um bebê.
— diz ela, olhando para mim com ternura. — Se ao menos a linda senhorita
lá no jardim pudesse ver você assim.
Eu me vejo no espelho do outro lado da sala. Meu cabelo está caindo
na minha testa. Minha camisa está amarrotada. Barlow está segurando a
corrente de prata em volta do meu pescoço. A linda senhorita do jardim
arrancaria meus olhos se tivesse oportunidade.
— Eu me pergunto o que ela está fazendo agora. — Olho para Barlow
em meus braços. — Vamos descobrir, certo?
De volta à sala de segurança, a Srta. Stone anda em círculos, ficando
mais agitada a cada segundo. Sorrio maldosamente para os monitores,
apreciando a maneira como ela passa as mãos nos cabelos. Retrocedendo e
duvidando de seus movimentos. Preocupando-se com aquele lábio inferior
macio entre seus dentes.
Já não basta observá-la de longe enquanto meu jardim a atormenta.
Eu mesmo quero atormentá-la.
Em meus braços, Barlow está ficando com sono. Seus olhos estão
semicerrados e seus movimentos estão diminuindo. — Aqui. Eu volto em
breve.
Com cuidado, eu o coloco nos braços de Angela, e seu rosto se espalha
de alegria enquanto ela o abraça. Deixo-a arrulhando para o bebê
sonolento.
Como prometi a Srta. Stone, minha porta da frente está destrancada, e
deixo-a assim enquanto saio para o ar fresco da noite. Usando o aplicativo
de segurança do meu telefone, abro várias portas do jardim e as fecho atrás
de mim. Posso ouvi-la avançando, vindo nesta direção.
Olho ao redor para uma estrutura de pedra com bancos brancos. Um
arco com rosas trepadeiras. Um muro baixo que ela verá no momento em
que virar a esquina. Onde eu gostaria que ela me visse?
A parede. Eu me estico, com as costas apoiadas nos tijolos, os
tornozelos cruzados frouxamente. Minhas roupas são pretas e eu me
escondo nas sombras enquanto fico imóvel como pedra.
A Srta. Stone aparece na esquina e lança um olhar desanimado sobre o
que parece ser outro beco sem saída. Ela mal tenta localizar o portão
escondido ao meu lado antes de se virar e voltar por aonde veio.
— Você é péssima nisso. — falo baixinho, mas minha voz viaja no ar
parado da noite. A Srta. Stone dá um pulo e se vira. A princípio ela não me
vê, depois sorrio e meus dentes devem brilhar na escuridão.
Sua expressão se transforma de medo em desgosto. — Você me
lembra do Gato Cheshire, fazendo essa pose. É clichê.
Essa garota tem uma língua afiada para quem está tão desesperado e
com medo. Fico onde estou, apreciando a visão dela encobrindo seus
arrepios com falsas bravatas. — Você me feriu. A seguir você me dirá que
meu jardim é pouco original.
Ela olha lentamente ao redor. — É claro que você assistiu O Iluminado
muitas vezes, ou talvez tenha lido a história sobre o Minotauro e o Labirinto
e adorou a ideia de ser o monstro no labirinto. O labirinto faz você se sentir
inteligente? Enigmático? Odeio dizer isso, mas você não é tão complicado
quanto pensa. Você é apenas um bandido.
Eu deixei essa garota com raiva e agora ela está prestes a matar. —
Oh, você leu um livro de mitos e assistiu a um filme. Parabéns pelo seu
diploma de literatura.
— História da arte e design, na verdade. Você sabe o que sempre
acontece com o monstro no labirinto? Ele é morto.
Eu sorrio e deixo meu olhar percorrer seu corpo. — Eventualmente.
Mas ele fode primeiro uma virgem em sacrifício. — Para minha alegria, suas
bochechas ficam vermelhas no ar frio. — Você não é tão corajosa quanto
finge ser.
— Pelo menos não sou um valentão patético e grandioso que está
mais apaixonado por si mesmo do que qualquer um jamais estará por ele. —
ela retruca. — Você não é interessante. Você não é charmoso. Você não é
bonito.
— Eu nunca afirmei ser nenhuma dessas coisas.
Ela dá uma expiração curta e aguda. — Todo mundo em Henson fala
sobre você dessa maneira. Isso me deixa louca.
— Mas você é sábia demais para acreditar em tudo isso. — eu digo.
— Claro. E agora vejo que estava certa o tempo todo.
— Oh não. Ums pequena universitária ninguém pensa que sou
arrepiante. Hashtag soluçando.
Ela cerra os punhos nas têmporas e faz um barulho frustrado. — Não
acredito que estou tendo essa conversa estúpida. Estou deixando você me
distrair. — Ela se vira e começa a se afastar, mas um momento depois ela
volta correndo, interesse e excitação brilhando em seus olhos verdes. —
Não, espere. Se você está aqui significa que eu estava indo no caminho
certo.
Merda. Eu dei a resposta.
Isso é cringe. Ou uma vibe ruim. Ou básico. O que quer que digam os
jovens de dezoito anos da minha equipe.
Enquanto ela procura a porta escondida, eu procuro uma maneira de
distraí-la. — Seu pequeno Bradley tem o grito mais irritante.
A Srta. Stone imediatamente interrompe sua caça e volta seu foco
para mim. Quase sorrio de alegria. Ela é muito divertida de manipular.
— Barlow? Por que ele está chorando? Você está machucando ele?
Por favor, deixe-me vê-lo. Ele deve estar com fome agora e precisa ser
trocado também. Quem vai fazer isso?
— Ele estava. Eu fiz isso.
A Srta. Stone pisca. — O quê?
— Eu o alimentei. Eu o troquei. — Eu dou a ela meu sorriso mais frio.
— Quando você e sua família morrerem, acho que vou adotá-lo. Criá-lo para
ser igual a mim.
Ela me olha em estado de choque e então balança a cabeça
lentamente. — Você realmente não vai fazer isso. O choro dele vai te deixar
nervoso, então você vai perder a paciência e machucá-lo.
— Provavelmente. É melhor você se apressar e ir até ele. Caso
contrário, será tudo culpa sua quando algo terrível acontecer.
Prevejo que ela gritará comigo e terá um colapso total aos meus pés.
Será maravilhoso quando isso acontecer. A qualquer segundo agora.
Só que a Srta. Stone não grita nem soluça. Ela se aproxima e pressiona
as mãos implorando contra meu peito. Estou descansando no topo da
parede e nossos olhos estão no mesmo nível.
— Por favor. — ela sussurra, sua expressão sincera faz as palavras
desagradáveis que eu estava prestes a dizer congelarem na minha garganta.
— Você não entende. Não posso perder Barlow. Ele é inocente em tudo isso.
Ele é a única coisa boa que tenho. Eu morrerei se algo acontecer com ele.
Desvio o olhar e olho para as mãos dela. Mãos tão pequenas e bonitas.
Ela está me tocando da mesma forma que uma mulher toca seu amante
logo antes de se inclinar para beijá-lo. Se eu estivesse sem camisa, seria
como ela me tocaria quando estivesse implorando para que eu a fodesse. Eu
me imagino capturando suas mãos contra meu peito e batendo minha boca
na dela.
Seus olhos verdes são enormes e líquidos enquanto ela me suplica. —
Leve-me em vez dele. Eu não vou responder. Bem, vou tentar não fazer isso,
mas você é muito irritante e... — Ela respira fundo para se acalmar. — Eu
prometo que não vou responder. Farei o que você quiser. Por favor, por
favor, deixe Barlow ir.
O que há na Srta. Stone, perigosamente à beira das lágrimas e
implorando por seu irmão, que está me excitando tanto? Meu olhar se
arrasta seu corpo até seu lindo rosto. Quero colocar a mão em seu cabelo e
passar a língua em seus lábios, mas mantenho minhas mãos com força no
colo.
Eu nunca quis uma mulher. Minha própria mulher. A mãe dos meus
filhos. Uma coisinha linda e feroz para foder meus bebês, que os protegerá
até os confins da terra e vice-versa. Não conheci nenhuma mulher em quem
eu confiasse para ser tão superprotetora quanto eu. A Srta. Stone
implorando por seu irmãozinho e correndo até a exaustão para salvá-lo é a
coisa mais quente que já vi.
— Sr. Mercer? — ela sussurra quando eu não digo nada.
Eu deveria distrair e atormentar a Srta. Stone, e não o contrário. —
Acabei de tirar duas horas do seu limite de tempo. Você ainda tem quarenta
e um.
Ela tira as mãos do meu peito e se afasta de mim. — O quê? Por quê?
— Por me irritar. — rosno.
A raiva se espalha por seu rosto. — Seu desgraçado.
— Xingamentos? Lá se vão mais quatro. Continue falando e
continuarei tirando horas.
— Não é justo se você continuar mudando as regras.
— Quem disse que tudo isso seria justo? Estou deixando você jogar o
jogo. Estou lhe dando uma chance. Não sou misericordioso?
Os olhos da Srta. Stone brilham e ela realmente perde a paciência. —
Você é um idiota sedento de poder que espera que todos rolem aos seus
pés por puro medo. Sim, Sr. Mercer, Obrigada Sr. Mercer. Eu não tenho
medo de você. Você é um valentão, assim como todos os tiranos. Assim
como o seu nome. Você sabe o que acontece com os tiranos? Eles são
derrubados. Os seus regimes acabam. Suas estátuas são demolidas. Leia um
pouco de história.
Oh, essa garota é tagarela. Levanto-me e passo por ela como se a
estivesse deixando para trás, mas estou apenas fingindo que vou. Eu me
viro, agarro-a pelo pescoço e bato-a na parede. A Srta. Stone engasga e seus
olhos ficam enormes. Ela agarra meu pulso e luta contra mim, mas não vai a
lugar nenhum.
Minha mão aperta impiedosamente sua garganta esbelta. Um pescoço
tão lindo. Muito sufocável.
— Você está fazendo tudo certo para me fazer perder a paciência. —
rosno entre dentes, meu nariz a poucos centímetros do dela. Anseio por sua
lamentável rendição como oxigênio. Ela é tão pura. Tão boa. Eu odeio isso.
— Ninguém pediu para você entrar furtivamente em minha casa e realizar
um resgate ousado. Se você vai apenas reclamar, você deveria desistir e ir
para casa.
Desesperadamente, a Srta. Stone balança a cabeça.
— Por que não? — Eu exijo. Vou descobrir seus botões e apertar cada
um deles até que ela esteja chorando aos meus pés e perca para mim.
— Porque... — ela resmunga devido ao aperto que tenho em sua
garganta. — Porque você não abandona a família. Por favor, não consigo
respirar.
Eu quero vomitar. Você não abandona a família? Que honra. Que
admirável. Que merda total. As pessoas abandonam a família o tempo todo.
Ela provavelmente foi abandonada de uma forma ou de outra. Seu pai teve
outro filho bem mais de uma década depois que ela nasceu. Substituiu-a por
uma nova família. Ela deve estar com raiva disso.
Na verdade, vou provar que sim.
— Você é uma criança patética. — Eu a deixo ir e atravesso meu
labirinto, atrás de mim, ouço sua respiração ofegante. Um momento depois,
a porta escondida se abre com um zumbido mecânico. Há um grito de
choque e depois o som de passos se afastando.
Puta merda. Ela passou pelo quarto portão. Continuo andando, com
raiva de mim mesmo e também dela.
Srta. Stone não está aqui por lealdade ou amor. Outra coisa a está
motivando e vou descobrir o que é. No mínimo, descobrirei que ela não é a
irmã sempre adorável que finge ser. Ninguém gosta tanto de um meio-
irmão. Ela teve pensamentos ciumentos e mesquinhos, e eu vou descobrir
quais são eles e jogá-los na cara da Srta Perfeita.
O melhor lugar para descobrir seus segredos é no quarto dela, então
entro no carro e vou até a casa dela.
A residência dos Stone está às escuras e o carro não está na garagem.
Eu me pergunto onde estão Owen Stone e sua esposa. Presumivelmente em
algum lugar tentando conseguir meu dinheiro, se eles souberem o que é
bom para eles.
Na pressa de fazer o que lhes pedi, deixaram a porta dos fundos
destrancada, então não preciso nem quebrar uma janela para entrar. O
jantar foi deixado na mesa da cozinha e esfriou. Um copo está quebrado no
chão. Um casaco está caído no corredor, eu o pego e inspiro o perfume das
flores da primavera.
Jogo a roupa fora com nojo. Eu não deveria precisar saber qual é o
cheiro daquela garota. Ela está no meu labirinto, focada em sua missão, eu
estou aqui para desenterrar sujeiras sobre ela.
No andar de cima, encontro o quarto dela no final do corredor. Lá está
sua cama arrumada, seus romances, sua mesa coberta de bugigangas e
papéis. Descubro que o nome dela é Vivienne e reviro as sílabas agradáveis
na minha cabeça. Claro que ela tem um nome bonito. Quão previsível.
Há caixas de papelão e lixo aleatório que não pertence a ela, como
tacos de golfe, empilhados no meio do quarto. Vivienne dorme aqui às
vezes, mas ela não mora aqui. Presumivelmente, ela mora na Universidade
Henson. Espero que ela não tenha levado consigo tudo o que é importante,
mas o que procuro não é o tipo de coisa que uma jovem levaria para a
faculdade.
Na terceira gaveta de sua mesa encontro o que procuro. Os diários da
adolescência de Vivienne, e eu os tiro de lá com um sorriso no rosto. Dentro
dessas capas, devo descobrir todos os pensamentos desagradáveis que ela
já teve sobre a nova esposa de seu pai, a gravidez e a injustiça de ser
substituída e negligenciada por causa de um novo bebê. São três diários, o
primeiro começando há cinco anos, quando ela se mudou para Henson aos
quatorze anos. Virando as páginas e lendo a letra cursiva de Vivienne,
murmuro: — Que segredos você tem para mim, Srta. Stone?
Palavras como Henson, faculdade, clima e amigos saltam à minha
mente. Tedioso. Irrelevante. Eu quero reclamações. Eu preciso de rancor.
Um nome familiar chama minha atenção, quando paro para ler a
anotação, um sorriso se espalha pelo meu rosto. Quando termino duas
páginas, estou sorrindo de alegria. Isso não é o que eu esperava. Não tem
nada a ver com Barlow, sua madrasta ou mesmo seu pai, mas o que descobri
no diário de Vivienne é muito mais humilhante do que qualquer coisa que
eu esperava.
Fecho o diário e vou até a porta, rindo enquanto saio de casa e volto
para o meu carro. Isso vai destruir Vivienne.
CAPÍTULO QUINZE
VIVIENNE

— Que diabos? — Eu sussurro, olhando para as águas serenas e


paradas que refletem a luz prateada da lua.
Um lago. Tyrant Mercer tem um lago em sua propriedade.
Não é um lago grande, é verdade, mas é grande demais para ser
chamado de lagoa. Você poderia entrar em um barco e remar através dele, e
levaria vários minutos para chegar ao outro lado. De todos os rumores que
ouvi sobre Tyrant ao longo dos anos, ninguém jamais mencionou que o
terreno de sua casa é grande o suficiente para abrigar um lago e um
labirinto.
Que ele mantém um zoológico de tigres, leões, cobras venenosas e
outros predadores? Eu ouvi esse boato e estou imensamente grata porque
até agora nada aqui ameaçou me matar, exceto o próprio Tyrant. Há
também o boato de que ele matou cinco homens em um dia, quando o
carro em que viajavam espirrou água lamacenta em cima dele, estragando
um de seus ternos. Posso imaginar como um incidente há quatro anos pode
ter se transformado nesse boato específico. O boato mais notório sobre
Tyrant Mercer é muito maior do que leões e tigres e a matança de estranhos
que estragam seus ternos de lã italianos.
É o boato de que ele matou o próprio pai.
Algumas versões da história dizem que, aos nove anos, ele encontrou
seu pai fazendo sexo com uma mulher que não era sua mãe e
imediatamente atirou em sua cabeça. Outra versão é que, já adulto, Tyrant
localizou o pai que o abandonou quando criança e o matou com as próprias
mãos. Acontece que sei que a história da destruição do terno tem um fundo
de verdade, o que me faz pensar se o mesmo vale para o boato do
patricídio. Olho para a superfície serena do lago, me perguntando se ela
esconde alguma sucuri, crocodilo, piranha ou outro predador.
Não estou usando relógio, então não sei quanto tempo se passou
desde que entrei no labirinto do Tyrant, mas parece que já se passaram
muitas, muitas horas. Meu corpo está cansado e com frio, e ainda falta
muito pela frente para chegar à casa. Preciso descansar um pouco.
Uma casa de barcos é visível entre os juncos e as árvores à minha
esquerda. Pode ser uma boa ideia tentar tirar uma soneca lá se a porta
estiver destrancada.
Quando me aproximo e tento a maçaneta, a porta emperra um pouco,
mas abre. Lá dentro está iluminado pelo luar que entra pelas janelas, parece
que as vigas provavelmente estão cheias de teias de aranha, mas o piso de
madeira está seco e não muito empoeirado.
Sento-me no canto com as costas apoiadas na parede e os braços em
volta dos joelhos. Mesmo longe daquele labirinto, não me sinto segura. Esta
é a casa do Tyrant, ele pode chegar até mim sempre que quiser. Deitar no
chão e abaixar a guarda parece um convite para que algo terrível aconteça.
Já deve passar da meia-noite e meus olhos ardem de cansaço.
Lentamente, contra a minha vontade, minha cabeça balança para frente.
Vou apenas descansar minha cabeça nos joelhos por um momento...
— Querido diário, você não vai acreditar no que aconteceu hoje. Eu
mal acredito nisso.
Minha cabeça se levanta ao som de uma voz profunda e exultante
interrompendo meu sono. Olho ao redor confusa, me perguntando onde
diabos estou. Estou sentada em um chão de madeira. Ouve-se o som de
água batendo lá fora.
O Labirinto do Tyrant Mercer. A casa de barcos. Barlow. Eu me lembro
disso agora. Meu estômago se enche de pavor quando percebo que não
estou sozinha. Alguém está se movendo nas sombras, pela voz zombeteira,
sei exatamente quem é.
— Meu coração ainda está acelerado e minhas mãos suam enquanto
escrevo isto.
Tyrant Mercer sai das sombras em minha direção com um sorriso
zombeteiro nos lábios e um livro rosa na mão grande e tatuada. Por alguma
razão bizarra, ele está segurando um dos meus diários de adolescente e
lendo-o em voz alta.
Isso não pode estar acontecendo.
Ainda estou dormindo e tendo um pesadelo.
— Nunca haverá um dia mais maravilhoso do que este enquanto eu
viver. Que o dia 17 de julho marque a ocasião do melhor dia da minha vida.
Estarei pensando nesses momentos até morrer.
Meu corpo fica quente e frio quando percebo qual anotação ele está
lendo. Eu tinha quinze anos quando escrevi essas palavras. Os eventos
daquele dia - e, pior, a forma como eu me entusiasmei com eles - são
excruciantes de lembrar, considerando onde estou agora. Já é bastante ruim
o que está nessas duas ou três primeiras páginas, mas a confissão que
escrevi depois? É a última coisa que quero que alguém saiba, prefiro
amarrar pedras nos tornozelos e me jogar no lago do Tyrant do que fazer
com que ele descubra meu segredo mais vergonhoso.
Eu me levanto lentamente, minhas palmas pressionadas contra a
parede atrás de mim enquanto minha mente se acelera. Tyrant tem quase o
dobro do meu tamanho. Não há nenhuma maneira de eu conseguir arrancar
esse diário dele, e ele provavelmente está morrendo de vontade de que eu
tente. Se eu não estiver aqui, se me recusar a ouvir, ele perderá o interesse
em ler em voz alta.
Fingindo que estou entediada com essa nova reviravolta e não em
pânico interior, vou até a porta com o que espero ser uma expressão
indiferente no rosto.
Quando tento a maçaneta, descubro que ela está trancada.
— Ah-ah, Vivienne. Você não vai sair daqui tão facilmente e aquela
porta não tem um cronômetro.
Eu me viro e vejo que Tyrant tem um molho de chaves pendurado em
seu dedo indicador.
Engulo uma onda de ansiedade. — Você pode ficar com meu diário.
Fiquei à vontade, leia o quanto quiser se estiver interessado nas divagações
de uma adolescente. Terminei meu cochilo e agora vou voltar para o seu
labirinto. Estou trabalhando, lembra? Não tenho tempo para isso.
Tyrant enfia as chaves de volta no bolso com um sorriso malicioso. —
Você fará o que eu quiser, Vivienne, agora mesmo você vai ouvir cada
detalhe glorioso desta fascinante anotação do diário.
Não a anotação inteira. Por favor, Deus, não.
Meu desespero deve aparecer em meu rosto. Tyrant ri, levanta meu
diário e continua lendo.
— Tem estado tão quente nas últimas semanas. Quente demais para ir
para casa e incomodar papai e Samantha até a hora do jantar. Se eu chegar
atrasada, eles não se importam muito. Acho que eles preferem quando eu
não estou por perto, para que possam conversar sobre o que mais os
entusiasme, que é começar sua própria família. Eles não precisam esconder
o fato de que querem um filho. Eu não sou ciumenta. Estou animada. Adoro
bebês e sempre quis uma irmã ou irmão mais novo. Se Samantha tiver um
bebê, haverá todo tipo de coisa para eu fazer para ajudar, como lavar
roupinhas de bebê, amassar frutas e vegetais para a comida do bebê e
cantar para o pequenino dormir. Será maravilhoso se Samantha conseguir
engravidar.
Uma pontada passa por mim com a lembrança. A expectativa que
senti de que Samantha pudesse engravidar. A alegria quando descobri que
ela estava. Depois que Barlow nasceu, por horas inteiras, consegui esquecer
a coisa terrível que aconteceu quando eu tinha quinze anos. Nunca pensei
que conseguiria superar toda aquela dor, mas Barlow salvou minha vida, e é
por isso que não vou desistir de tentar recuperá-lo de Tyrant Mercer. Barlow
me salvou e agora vou salvá-lo.
Tyrant vira a página e continua lendo. — De qualquer forma, esta noite
eu estava sentada à beira da fonte no grande parque. Esse lado do parque
costuma ser bem tranquilo, mas você ainda pode ouvir o trânsito na estrada
principal. Eu estava gostando da maneira como a brisa quente soprava da
fonte nas minhas costas e observando uma pessoa ocasional passar.
— A cerca de doze metros de mim, uma linda garota com um vestido
justo cor de coral estava parada na calçada como se estivesse esperando por
alguém. Ela tinha a minha idade ou talvez um ano mais velha, mas não
éramos parecidas em nenhum outro aspecto. Eu nunca teria coragem de
usar um vestido tão justo. Eu nunca teria permissão para usar um vestido
tão justo, mas estava imaginando vividamente como ficaria em algo tão
ousado.
Tyrant olha para mim, com a cabeça inclinada para o lado enquanto
avalia meu corpo. — Aquele vestido sexy cor coral? Não combinaria com
você, pequena ingênua.
Estreito os olhos com ódio. Isso foi desnecessário. Agora sei que tal
roupa me faria parecer uma menininha brincando de se vestir com as roupas
sofisticadas da mãe, mas me dê um tempo. Eu estava pensando sobre isso
em meu diário e tinha quinze anos.
Aproveitando que ele está me irritando, Tyrant sorri e continua lendo.
— A fonte estava vazando e havia uma poça na estrada...
— Espere. — eu chamo. Tyrant faz uma pausa e levanta uma das
sobrancelhas para mim. — Eu sei o que acontece a seguir. Você sabe o que
acontece a seguir. Por que estamos perdendo tempo com isso?
— Por que eu me lembraria de algo sobre eventos que você escreveu
em seu diário? Estou ansioso para descobrir o que acontece a seguir. Não
me interrompa novamente ou tirarei seis horas do seu limite de tempo.
Cerro os dentes e cerro os punhos. Eu o odeio tanto.
— A fonte estava vazando e havia uma poça na estrada bem perto de
onde a garota estava. Nesse momento apareceu um carro, pela forma como
diminuiu a velocidade, pensei que fosse o carro que a menina estava
esperando. De repente, ele desviou, acelerou e passou direto pela poça,
espalhando água suja da estrada em toda a garota. Ela engasgou em estado
de choque e pulou para trás, mas era tarde demais. Seu vestido estava
estragado, seu cabelo estava pingando e sua maquiagem também. Ela não
podia fazer nada além de olhar para si mesma em estado de choque e
desespero enquanto todos os homens no carro riam dela.
— Eles estavam tão ocupados rindo que não notaram alguém
atravessando a estrada com um olhar assassino. Ele apareceu do nada,
enfiou a mão pela janela do carro e puxou o motorista para fora do carro.
Simplesmente arrancou uma pessoa inteira pela janela do carro e a jogou no
chão. O motorista era jovem, tinha apenas dezenove ou vinte anos, e
provavelmente era muito estúpido se achasse engraçado sair por aí
humilhando garotas na rua. Mas ele não era estúpido demais para saber que
havia cometido um grande erro ao ver quem estava parado perto dele, mais
furioso do que um touro com uma bandeira vermelha agitada na cara.
— Agarrei a borda da fonte com as duas mãos, sabendo que deveria
fugir, mas meu coração batia forte e eu precisava saber o que aconteceria a
seguir. Reconheci o homem de terno preto. Tyrant Mercer, ele estava
furioso.
— O homem que estava no chão tentou fugir, mas assim que se
levantou, Tyrant deu-lhe um soco, um golpe brutal que fez o motorista cair
no chão, inconsciente. Um dos outros homens saltou do carro e tentou
correr, mas Tyrant sacou uma arma e atirou na coxa dele. O estalo da arma
ecoou nos prédios. Na estrada. O sangue estava espalhado por toda parte. O
tiro deveria ter feito as pessoas correrem, mas de repente todos estavam
cuidando da própria vida.
— O último homem saiu do carro segurando uma faca. Ele e Tyrant se
encararam por um momento. Atacar ou fugir? Seus dois amigos estavam
sangrando na estrada, mas aparentemente esse homem pensou que poderia
derrotar Tyrant porque, um momento depois, ele atacou.
— Tyrant tirou a faca dele e esfaqueou o homem na coxa, logo acima
do joelho. Agarrando o cabo, ele a forçou contra seu joelho até que o
homem gritou de dor. “Peça desculpas ou arranco sua rótula e você ficará
engatinhando pelo resto da vida”.
— O homem tremia de dor e olhava para a faca cravada em sua perna,
mas conseguiu pedir desculpas aos tropeços. “Sinto muito. Não farei isso de
novo.”
— Não se desculpe comigo, idiota. Diga que sente muito para ela.
— A garota do vestido coral pingando estava parada na calçada,
observando o desenrolar da cena.
— Sinto muito, sinto muito, sinto muito.
— Mas não foi o suficiente para Tyrant, ele torceu a faca até o homem
gritar novamente. “Você pode fazer melhor do que isso”.
— “Eu disse que sinto muito!” O homem gritou.
— Tyrant puxou a faca e se endireitou enquanto o homem segurava
sua perna. Era um dia escaldante, mas Tyrant nem sequer suara. Havia
sangue em suas mãos e pingando da faca.
— Aparentemente, Tyrant não ficou satisfeito com o pedido de
desculpas, ou talvez ainda tivesse alguma raiva para lidar, porque se
inclinou, agarrou a orelha esquerda do homem e cortou-a em um borrão
prateado e um jato de sangue.
— O homem gritou mais alto do que antes, uma mão agarrada à
lateral da cabeça. Tyrant empurrou a orelha pingando na boca do homem,
empurrando-a tão fundo que ele engasgou.
— Não vou me lembrar do seu rosto. Mas vou me lembrar de um
marica sem orelha. Cruze meu caminho novamente e quebrarei todos os
ossos do seu corpo e enterrarei você vivo.
— Então ele se aproximou e deu aos outros dois homens o mesmo
tratamento. Aquele que estava inconsciente não percebeu quando Tyrant
cortou sua orelha, enquanto seu amigo vomitou atrás dele. Aquele com uma
bala na coxa tentou se levantar e correr, mas caiu novamente quando Tyrant
se aproximou com a faca.
— Não, não, n-aah!
— Schk. Splat. Tyrant jogou a orelha no asfalto e depois jogou a faca
na outra direção.
— Finalmente, ele se aproximou da garota, e a fúria em seu rosto se
transformou em preocupação. Ele tirou o paletó e envolveu-o em volta dela.
Ela estava chorando e ele manteve o braço firmemente em volta da cintura
dela, confortando-a com as mãos ensanguentadas. Ele a colocou no carro e
eles partiram juntos.
— Fiquei olhando para eles por um longo tempo. Eu nem notei os
homens ensanguentados mancando de volta para o carro e indo embora. A
maneira como ele a segurou. A única coisa que importava para ele era o fato
de ela estar chorando. Quem ela era para ele? Quem era ele para ela? Se
eles estavam em um encontro, ele a beijou?
Tyrant encontra meu olhar por cima do meu diário. — Como você é
invejosa. Devo satisfazer sua curiosidade e dizer quem ela é?
— Isso foi há muito tempo. Eu não me importo com quem ela é.
Seu sorriso se alarga. — Mentirosa. Você se importava naquela época
e se importa agora. Posso ver isso escrito em todo o seu rosto.
No entanto, Tyrant não diz nada. Ele está gostando do fato de eu estar
presa em um furacão de emoções.
— O nome dela é Camila. Era seu aniversário de dezesseis anos e eu a
levaria para jantar.
— Você era um homem adulto e estava namorando uma garota de
dezesseis anos? Nojento.
— E ainda assim você esperava que eu namorasse você. Você esperava
que eu fizesse todo tipo de coisa com você. — diz ele, seu olhar acariciando
meu corpo.
— Você é nojento. — eu sussurro, minhas unhas cavando nas palmas
das mãos. Ao mesmo tempo, estou imaginando Tyrant beijando aquela
garota de vestido coral, suas mãos deslizando sobre ela, os dedos
empurrando possessivamente a fenda cor de pêssego de sua bunda.
— O que quer que você esteja imaginando, pare. Camila é minha irmã.
Eu pisco de surpresa. A visão de Tyrant beijando aquela garota
desaparece. Irmã dele? Sinto-me aliviada e depois irritada comigo mesmo
por sentir tal coisa. É bom que nem uma grama desse alívio, nem um indício
dele, esteja aparecendo em meu rosto.
— Você está satisfeita por ela ser minha irmã. — Tyrant diz com um
sorriso malicioso.
— Eu não poderia dar a mínima para quem ela é.
— Você é uma mentirosa, Vivienne. — ele diz e volta a ler meu diário,
tentando encontrar onde parou.
Minha pressão arterial aumenta. Não mais. Isto não pode continuar.
— Posso lhe contar o resto. —digo a ele rapidamente. — Vou dizer
isso em voz alta para que você possa desfrutar da minha completa e
absoluta humilhação pessoalmente, em vez de no meu diário. Eu... —
Engulo em seco, porque mesmo tendo que dizer isso, eu realmente não
quero. — Eu me toquei pensando em você. — digo apressadamente. — O
primeiro orgasmo que tive, estava pensando em você. Cheguei em casa
depois de ver você espancar aqueles homens e isso me excitou. — O calor
irrompe em minhas bochechas. Nunca admiti esse segredo vergonhoso para
ninguém. Eu gostaria que o chão me engolisse, mas me forço a olhar para
Tyrant. — Agora você sabe todas as coisas humilhantes daquele dia. Você
está feliz? Terminamos?
Tyrant me estuda com os olhos semicerrados por um longo tempo. Em
suas mãos, meu diário começa a fechar. Apenas por um milímetro no início.
Depois outro e outro. Sinto um alívio. Ele está perdendo o interesse, ou
estou fazendo com que ele perceba como é nojento examinar as fantasias
sexuais de uma adolescente.
— A maioria das adolescentes fantasia sobre estrelas pop e
lobisomens atormentados. — diz ele. — O que fez uma boa garotinha como
você se apaixonar por um idiota violento como eu? Não foi bonito o que fiz
com aqueles homens. Você deveria estar vomitando. Você ao menos
estremeceu? Sentiu-se um pouco enjoada?
Nem uma vez, mas o por que não é da conta dele.
Tyrant espera, com as sobrancelhas levantadas. — Nada a dizer? Então
continuarei lendo.
Meu coração salta para a garganta. Ele não pode continuar lendo. Não
pode. Eu mantive o que está escrito naquele diário enterrado por tanto
tempo que tenho mais medo dele do que de qualquer coisa que Tyrant
possa fazer comigo. Seus dedos se movem para virar a página e perco meu
último resquício de autocontrole. Com um grito de desespero, corro pela
casa de barcos e tento arrancar o diário de seus dedos.
Ele o segura fora do meu alcance, sua expressão confusa. — Você está
em pânico, Vivienne. O que poderia haver nestas páginas que seja pior do
que aquilo que já li em voz alta? Do que você já me contou? Você se tornou
minha perseguidora e eu não sabia disso? Você roubou meu lixo? Limpou os
sucos da sua boceta no meu portão da frente?
Se ao menos fosse algo estúpido assim. Lágrimas brotam em meus
olhos enquanto tento arrancar o diário de seus dedos, e minha voz falha. —
Eu já te contei tudo. Não há mais nada sobre você. Por que você está
fazendo isto comigo?
O diário está irremediavelmente acima da minha cabeça. Agarro-me à
manga do seu terno, tentando puxar seu braço para baixo, mas ele não se
move nem um centímetro. Seria mais fácil arrancar uma estrela do céu.
— Por quê? Porque estou me divertindo muito.
Um soluço sobe pela minha garganta. Diversão.
Olho em volta em busca de uma arma com os olhos turvos de
lágrimas. Algo afiado ou algo pesado e contundente. Qualquer coisa. Isto é
uma casa de barcos, mas não há nem um remo com o qual eu possa bater
na cabeça dele. Não tenho nada para impedir Tyrant, então só posso me
afastar dele, fechar os olhos e tapar os ouvidos. Se ele quiser ler, não vou
ouvir. Eu não estou aqui. Estou longe, sentada no chão do meu dormitório
com algo lindo e sedoso no colo que estou costurando com agulha e linha.
Uma mão forte agarra meu pulso e o afasta da minha orelha.
— Você vai ouvir. — Tyrant rosna. — Você invadiu minha casa. Você
invadiu minha privacidade. É a sua vez de saber como é isso. Pare de ser um
maldito bebê e agir como se eu estivesse destruindo sua vida com as
bobagens que você escreveu sobre mim há quatro anos.
Posso sentir os ossos do meu pulso se chocando uns contra os outros
em seu aperto. Tento me afastar, mas é inútil. Estou presa a ele.
— Onde eu estava? Oh sim.
Ele lê em voz alta minha descrição detalhada de como me masturbei
pensando nele. Como eu pensei que seria ser beijada por ele. Tocada por
ele. Fodida por ele. O mais importante de tudo, adorada por ele.
— Pare, por favor. — eu gemo, torcendo meu braço enquanto luto
para fugir.
Tyrant continua sem piedade. — Acho que o que mais gosto é
fantasiar sobre ele machucando Lucas. Talvez eu não devesse, mas ver
Tyrant defender a garota de vestido coral me faz pensar o que ele faria se eu
contasse a ele o que aconteceu. — Tyrant desacelera, sua expressão alegre
desaparecendo enquanto suas sobrancelhas se juntam. — Ele é o único que
acreditaria em mim. Eu nunca pediria a alguém para machucar Lucas, mas
pensar nisso não é tão terrível, não é? Não sei o que me dói mais, o que
aconteceu ou que papai não acreditou em mim.
Toda a malícia desapareceu do rosto do Tyrant, e ele está franzindo a
testa para o meu diário. Ele não vai parar agora. Ele vai ler cada palavra. A
luta sai de mim, mas ele ainda está segurando meu pulso. Caio em suas
mãos, uma marionete sustentada por um único fio.
— Ele disse que devo ter entendido mal o Lucas, mas depois o ouvi
conversando com a Samantha e ele disse que eu estava mentindo. Ele
conhece Lucas há anos e Lucas nunca faria algo assim. Além disso, Lucas é
bonito e sempre tem mulheres caindo em cima dele, então o que ele iria
querer comigo?
— Eu chorei e chorei quando ouvi isso. Minhas entranhas pareciam
estar pegando fogo. Foi pior do que todas as vezes que mamãe se esqueceu
de mim. É pior do que encontrar seu cadáver, frio e coberto de vômito. Achei
que não poderia me sentir mais sozinha do que naquele momento. Não
pensei que pudesse haver algo mais assustador no mundo do que isso.
— Preciso parar de pensar em tudo isso e de escrever tudo, mas não
consigo parar. Lucas apareceu novamente esta noite. Preciso da minha caixa
para fazer a dor parar. Já existem tantos cortes. Às vezes, quando me vejo no
espelho do banheiro, fico apavorada com o que vejo. Eu não sei como parar.
Sinto que vou cortar e sangrar até não sobrar nada de mim.
Tyrant fica em silêncio, mas seus olhos ainda estão se movendo,
absorvendo cada coisa humilhante e dolorosa que coloquei na página. O
silêncio é insuportável. Ele sabe tudo sobre o meu segredo e é o único que
sabe. Eu deveria ter queimado aquele diário para que ninguém pudesse
encontrá-lo.
Enquanto ele continua lendo, ele lentamente solta meu pulso. Fujo
para o outro lado da casa de barcos, encosto-me a parede e deslizo até ficar
sentada no chão, com os braços firmemente em volta dos joelhos. Eu quero
que o mundo acabe. Eu quero morrer.
Tyrant abaixa a mão e meu diário fica pendurado ao seu lado. Ele olha
para frente por um momento. Então ele se vira para mim. — Lucas quem?
Quando não respondo, ele se aproxima e fica na minha frente. Olho
para seus pés grandes, calçados com sapatos engraxados.
— Eu perguntei, Lucas quem?
— Não é da sua conta.
Tyrant se agacha até o nível dos meus olhos. Ele levanta meu diário e
lê em voz alta: — Quero que o Tyrant me corte e deixe sair toda a feiura.
Mais fundo do que eu me cortei. Eu sou uma covarde. Ele poderia fazer isso
muito melhor do que eu. Isso parece ser da minha conta.
Balanço a cabeça, meus dedos cerrados nos joelhos. — Eu não me
importo com o que eu disse quando tinha quinze anos. Eu não estava
falando com você. Eu estava falando com uma ideia sua. Você me machucou
tanto quanto pôde. Tire duas, seis ou doze horas do meu prazo, destranque
a porta e deixe-me ir procurar Barlow.
— Lucas. Quem.
Essas duas palavras martelam meu cérebro e não aguento mais. Eu me
levanto e grito. Eu grito cada palavrão que consigo pensar com toda a força
dos meus pulmões. Meus dedos estão no meu cabelo, puxando o mais forte
que posso. A dor é a única coisa que desejo.
— Vivienne. Não. — Tyrant agarra meus pulsos e me força a parar. Ele
prende minhas mãos contra seu peito, então eu arranho sua garganta com
as unhas até sentir umidade sob meus dedos. Se eu não puder me
machucar, vou machucá-lo até que ele me deixe ir.
— Você só quer o nome dele para poder me dizer que não acredita em
mim também. — grito para ele enquanto luto para frente e para trás em seu
aperto de ferro. — Eu não estou te dando esse poder. Você já roubou todo o
resto de mim. Não vou deixar você pegar mais nada.
O diário caiu aos nossos pés, e vê-lo aberto daquele jeito e exibindo
todos os meus segredos parece obsceno, eu gemo com a visão. Tyrant o
chuta e ele desliza para um canto escuro onde não podemos vê-lo.
Eu o enojei. Ele. Tyrant Mercer, que mutila e mata pessoas para viver.
— Olhe para mim. — ele ordena.
— Não me toque. Te odeio.
Ele solta um dos meus pulsos e levanta meu queixo, me forçando a
olhar para ele. Sua beleza severa é enfatizada pelas sombras, e seus olhos
azuis brilham com uma fúria fria. — Mostre-me o que você está
escondendo.
— Eu não estou lhe dando o nome dele.
Ele olha para minhas costelas e percebo com horror o que ele quer
dizer. Ele não quer apenas um nome. Ele quer ver minhas cicatrizes.
— Nunca. — Não há nenhuma maneira no inferno de que isso esteja
acontecendo. Nunca as mostrei a ninguém antes. Nem a um amigo. Nem a
um garoto. Nem mesmo a um médico. Tyrant pode ser capaz de retirar
meus segredos do meu diário, mas ele não pode ter o que está em meu
corpo também.
— Você pediu minha ajuda. — diz Tyrant. — Você implorou para que
eu soubesse tudo sobre sua dor há quatro anos. Isso não é muito tempo. As
coisas não podem ter mudado tanto. Então me mostre.
— Eu tinha quinze anos. Muita coisa muda em quatro anos.
— Oh sim? Como seu pai de repente acreditando em você quando
você diz a ele que o amigo dele é um predador?
Quero cuspir na cara dele. Eu grito novamente e luto em seu aperto.
Quando eu tinha quinze anos, estava infeliz o suficiente para me consolar
com uma fantasia sobre Tyrant, mas esse homem não é o salvador de
ninguém. Ele é um criminoso violento que roubou meu irmão e aterrorizou
minha família por causa de uma dívida de jogo. As cicatrizes são minha
feiura e não as compartilho com ninguém. Se eu mostrar a ele, estarei
entregando a ele o poder de me fazer sentir ainda mais inútil do que já me
sinto.
— Vivienne. Mostre-me.
— Um piscar dos seus olhos será suficiente para você me dizer que sou
nojenta. Não estou lhe dando esse tipo de poder.
— Você realmente acha que depois de tudo que vi e fiz, qualquer
coisa que você possa me mostrar será demais para mim?
Um nó surge na minha garganta. Nunca escrevi isso no meu diário,
mas é o que sempre esperei, que um homem tão monstruoso como ele nem
sequer hesitasse. Tyrant não teria que se preparar psicologicamente para
me dizer que não importava para ele que eu tivesse cicatrizes. Ele não
esperaria que eu fosse servilmente grata a ele por ser capaz de suportar me
ver. Ele nem veria minhas cicatrizes. Essa era a fantasia.
— Preciso chegar até Barlow. — choramingo.
— O relógio parou aqui.
Eu aperto meus olhos fechados. Agora ele para o relógio? Por que a
primeira pessoa que descobriu minhas cicatrizes foi ele? O amor avassalador
que tive pelo Tyrant está gravado nessas cicatrizes. Minhas fantasias sobre
ele estão gravadas em meu corpo.
— Por favor, pare de me atormentar. Deixe-me falhar no seu labirinto
e depois matar minha família. Será mais fácil para eu suportar.
— Não se trata de atormentar você.
Lágrimas se acumulam em meus cílios e eu as enxugo. — Então não
entendo por que você quer que eu as mostre a você.
— Porque eu realmente achei que você era perfeita.
Eu olho para ele. — O quê?
— Eu odeio perfeição. — Tyrant segura meu queixo com sua mão
grande e quente. Sua voz aveludada me acaricia. — Você queria que eu te
machucasse. Mostre-me o que você gostaria que eu fizesse melhor.
Isso parece uma sedução, ou o que sempre imaginei que deveria ser
uma sedução. Fazer qualquer coisa que Tyrant queira é um erro, mas nesta
casa de barcos escura, com ele parado em cima de mim, falando de forma
tão persuasiva, sinto-me perigosamente tentada.
— Eu não estou te mostrando nada. — eu sussurro.
— Você tem tanta certeza disso? — Tyrant abaixa a cabeça tão perto
que sinto seus lábios sobre os meus enquanto ele murmura: — Eu acredito
em você, anjo.
Eu acredito em você.
As lágrimas que se acumularam em meus cílios escorrem pelo meu
rosto. Tyrant roça sua boca na minha novamente, e eu respiro de forma
instável. Nunca fui beijada antes, mas meus lábios parecem saber o que
fazer e se separam para ele. Ele parece surpreso com minha rendição. Então
ele sorri, olha para mim com os olhos semicerrados e inclina sua boca
avidamente sobre a minha. Ele me beija lentamente, e não é um beijo
inocente. Ele abre meus lábios e passa a língua em minha boca, me
acariciando.
Isso é perigoso.
Eu fui longe demais.
Eu não me importo com o que ele fará a seguir, se ele continuar
acreditando em mim.
Quando ele interrompe o beijo, ele passa os dentes pelo lábio inferior,
como se estivesse gostando do meu sabor.
Então ele espera.
— Você achou que eu era perfeita porque queria salvar meu irmão, e
isso te irritou tanto que você foi procurar meu diário. Agora você sabe que
estou muito longe de ser perfeita. Estou completamente quebrada e nunca,
jamais serei reconstruída. Ninguém vai descobrir essas cicatrizes pelo resto
da minha vida, mas como você já sabe, tudo bem. Deixe-me olhar em seus
olhos enquanto você vê algo que ninguém mais verá.
Antes que eu possa mudar de ideia, agarro a barra do vestido, puxo-o
pela cabeça junto com a camiseta e jogo-o de lado. Aterrorizada com o que
acabei de fazer, olho para frente, para as marcas de unhas ensanguentadas
que deixei na clavícula do Tyrant. O ar frio da noite toca minha pele e eu
estremeço. Estou diante do homem mais perigoso de Henson, se não de
todo o estado, com um sutiã de renda triangular e calcinha minúscula, com
cada uma das minhas cicatrizes à mostra.
Mas eu fiz isso agora.
É tarde demais para voltar atrás.
Lentamente, levanto meu queixo e olho em seu rosto.
Instantaneamente, sei que cometi um grande erro. Os olhos do Tyrant
estão cheios de horror pelo que fiz comigo mesma. Coisas que nunca
poderei desfazer. Coisas que provavelmente farei repetidas vezes porque
sou fraca demais para parar. Não há um punhado de cicatrizes. Existem
dezenas e dezenas delas, por todo o meu abdômen, desde abaixo dos seios
até o osso púbico.
A raiva toma conta do rosto de Tyrant e ele agarra meus braços. —
Vivienne, o que diabos há de errado com você?
— Eu não sei. — eu sussurro, minha voz tremendo de lágrimas. Ele
está bem na minha frente e tento me afastar dele, mas ele está me
segurando com muita força. Eu me condeno por isso todos os dias. Eu não
preciso de sua repulsa também. — Me solte, por favor. Eu quero sair.
Tyrant me dá uma sacudida e agora está gritando comigo. — Por que
você fez isso? O que possuiu você?
Novas lágrimas escorrem pelo meu rosto e começo a soluçar. — Eu sei
que sou nojenta. Você não precisa olhar para mim.
— Não me refiro às suas cicatrizes. — Sua mandíbula pulsa de raiva e
seus olhos azuis estão queimando. — Aquelas pessoas. Seu pai. Sua
madrasta. Eles fizeram isso com você, e você está aqui se matando tentando
salvar o filho deles. Você está completamente louca?
CAPÍTULO DEZESSEIS
TYRANT

— Quando você me viu em sua casa, por que não saiu do seu
esconderijo e me disse para matá-los? — exijo a Vivienne.
— Tyrant, você está me machucando. — ela choraminga, lutando
contra meu aperto.
Percebo que estou apertando os braços de Vivienne com tanta força
que estou deixando hematomas em sua pele macia. Não sei o que esperava
ver quando Vivienne tirasse o vestido, mas não estava preparado para a
raiva pura que tomou conta de mim ao ver suas cicatrizes. Agora estou
descarregando toda a minha raiva em uma garota nua, chorando e
assustada.
Respiro fundo e afrouxo meu aperto, mas não a solto. Eu não deveria
ter dito: Que porra há de errado com você, porque é obviamente algo que
ela se perguntou repetidas vezes.
Tento novamente e abaixo a voz para não gritar mais com ela. — Por
que você os está ajudando a recuperar seu filho? Por que você está sofrendo
ainda mais por essas pessoas?
Vivienne leva alguns momentos para se recompor enquanto enxuga as
lágrimas do rosto. — Porque eu tenho que salvar Barlow. Papai e Samantha
devem estar enlouquecendo de preocupação.
— Você deveria estar pulando de alegria porque alguém finalmente os
estava machucando como eles merecem.
De todos os olhares assustados que Vivienne me deu, este deve ser o
mais horrorizado de todos.
— Olhe-me nos olhos e diga que eles não merecem isso. — exijo.
— Eles não merecem que seu filho seja roubado, e Barlow não merece
ser arrancado de sua família e usado como peão.
Procuro na expressão de Vivienne qualquer sinal de que ela não
acredita no que está dizendo, mas ela está falando sério em cada palavra.
Caramba, que merda. Eu não vou aceitar isso. — Admita que você está
gostando que eles finalmente estejam sendo punidos pelo que fizeram com
você.
Vivienne olha para mim como se eu fosse louco. — Eu não sinto nada
disso! Tudo o que senti desde que acabei no seu labirinto foi uma ansiedade
de revirar o estômago.
— Você gostou do que eu fiz com aqueles homens que humilharam
minha irmã. Seu pai e sua madrasta merecem muito pior.
— Só de acordo com você. — Ela olha para mim em silêncio por um
momento. — Você matou seu pai, não foi?
Sinto uma onda de surpresa com sua pergunta repentina e então rio
baixinho. Faz anos que não penso nessa lembrança tão querida. — Eu fiz
aquele homem chorar pela mãe, e ela já estava morta há vinte anos. Como
você sabe disso?
— Eu ouvi um boato. Por que você fez isso?
Vivienne está tremendo diante de mim de calcinha. Ela parece tão
vulnerável, de repente me sinto tão excitado. Deve ser toda essa conversa
sobre violência.
Pego seu queixo em minha mão e sorrio, meus lábios próximos aos
dela. — Não gosto quando as pessoas me abandonam, anjo. Isso me deixa
louco.
— Muitas coisas parecem deixar você louco.
Seus mamilos estão se destacando em pequenos pontos através da
renda branca, seus braços estão enrolados protetoramente em torno de
suas costelas. Não sou estranho à violência e já ouvi falar de automutilação,
mas nunca vi isso por mim mesmo. Na minha experiência, as pessoas fazem
de tudo para não sangrar e não sentir dor.
Vivienne me nota olhando para suas cicatrizes. — Eu nunca mostrei a
ninguém antes. — ela sussurra. — Como… como parece?
— Mova seus braços.
Ela os deixa cair e eu dou uma boa olhada nela. Passo meu dedo
indicador sobre sua clavícula e desço sobre seu peito. Ajusto um de seus
mamilos através do sutiã de renda, ela faz um som ofegante que vai direto
para o meu pau. Essa garota ficaria deslumbrante presa embaixo de mim
enquanto eu a fodo no meu colchão. Quero sua umidade inocente em todos
os meus dedos. Revestindo meu pau.
— Tyrant, por favor. — ela choraminga. — Apenas me diga como
parece.
Suas cicatrizes? Não sei. Estou muito paralisado ao vê-la.
— Você é realmente sexy pra caralho. — eu digo com voz rouca.
O rosto de Vivienne se transforma em desgosto. — Não me trate com
condescendência. Não minta para mim. — Ela empurra meu peito com as
duas mãos, eu deixo que ela faça isso porque essa garota só dirigiu violência
contra si mesma. Ela deveria infligir tudo a mim porque eu posso aguentar.
Quando ela termina de me empurrar, dou um passo em sua direção
mais uma vez e a tomo em meus braços. — Eu não estou mentindo.
— Você me disse que eu não sou sexy há apenas dez minutos. — ela
diz, enquanto eu planto beijos ao longo de sua clavícula e até sua garganta.
— Eu disse que você não ficaria sexy com aquele vestido coral, não
que você não fosse nada sexy. Seu corpo fica incrível em... coisas mais
suaves. Você é como uma fada. — Passo o dedo por baixo da alça de renda
do sutiã. — Um anjo. Você é linda e não estou mentindo para você. O fato
de que ninguém viu essas cicatrizes além de mim? — Eu cantarolo minha
apreciação contra sua garganta. — Isso me faz querer ser o seu primeiro.
— Você é tão mentiroso. — ela me diz. — Você dirá qualquer coisa
para vencer. Não estou esquecendo-me de Barlow.
Isto é muito maior do que Barlow. Ela não deveria estar pensando em
Barlow agora. Ela só deveria estar pensando em mim.
Eu agarro sua garganta e aperto, seus olhos se arregalam.
Carinhosamente contra seus lábios, murmuro: — Eu poderia machucar você,
anjo. Eu poderia fazer você sangrar com uma estocada forte e profunda.
Desta vez, Vivienne não tenta agarrar meu pulso e puxar minha mão.
Seus olhos verdes estão cheios de medo e desejo, o que é a coisa mais sexy
que já vi.
Eu sorrio e passo a língua em seus lábios. — Que boa garota você é. —
Levanto minha mão até suas costelas, mas ela grita de horror e se afasta de
mim.
— Não toque em minhas cicatrizes. Eu não posso suportar se você
tocá-las.
— Mas eu quero sentir você.
— Eu me sinto nojenta. — ela choraminga.
— Vou te fazer uma promessa. — eu sussurro, meus lábios pairando
sobre os dela. — Vou tocar seu corpo e a única coisa que qualquer um de
nós sentirá é o quanto queremos foder.
Vivienne ainda parece assustada, mas não me impede quando coloco a
mão nela e acaricio suas costelas. Ela está quente e seu coração bate
descontroladamente. Passo os nós dos dedos sobre sua barriga e ela
engasga contra a mão que envolvi em sua garganta.
— Hum, assim é melhor. Quem é a boa menina do Tyrant? —
Murmuro, passando um dedo pelo interior de sua calcinha. Vivienne está
tão envolvida com o que estou fazendo com que ela sinta que não responde.
Aperto sua garganta com mais força. — Diga.
— Hum... eu? — Vivienne pergunta incerta.
— Isso mesmo, anjo. Eu adoro ser doce com minha garota. —
Empurro meu dedo mais fundo dentro de sua calcinha até que ele deslize
entre os lábios de sua boceta.
Desliza facilmente.
Cristo. Ela está tão molhada.
Vivienne fica na ponta dos pés e seus cílios tremulam enquanto eu
acaricio seu clitóris. Pressiono minha testa na dela e gemo: — Oh, porra.
Você está encharcada para mim. Nunca senti nada parecido. Quantas vezes
em sua vida você ficou tão molhada e excitada para mim?
— Centenas. — ela confessa em um sussurro.
— Que bom que finalmente estou aqui para poder fazer algo a
respeito de toda a sua doce e gotejante frustração.
Eu a pego em meus braços e a carrego até a porta, destrancando-a
enquanto ela se segura em mim, e a levo para fora, para a noite. Conheço
cada curva em meu jardim, cada lugar escondido, encontro um lugar isolado
e a deito na grama.
Há luz das estrelas suficiente para eu ver seu lindo corpo. Eu me
inclino sobre ela, apoiando as mãos na grama perto de sua cabeça.
— Beije-me. — eu ordeno.
A respiração de Vivienne é superficial e rápida, suas pupilas estão
dilatadas na escuridão. — Eu não sei como. Não deveríamos fazer isso.
Ignoro essa segunda parte. — Sim, você sabe. Beije-me.
Tentativamente, Vivienne coloca as mãos nos meus ombros, levanta o
queixo e pressiona a boca na minha. Um beijo tímido. Deslizo meus dedos
em sua calcinha e acaricio seu clitóris.
Vivienne geme e inspira profundamente, abrindo mais a boca e me
dando um beijo excitado, do tipo foda-me-daddy. Eu gemo contra seus
lábios enquanto sua língua se move contra a minha, e então arranco sua
calcinha pelas pernas e a abro com meus dedos. Quebrando nosso beijo
febril, olho para seu sexo escorregadio e brilhante, minhas bolas doem com
a visão. Ela é tão bonita, eu anseio por transar com ela mais do que jamais
quis qualquer coisa na minha vida.
— Quero dizer. Não podemos fazer isso. Você está mantendo meu
irmão em cativeiro.
Eu preciso colocar minha boca nela. Desço por seu corpo até estar
entre suas coxas e dou uma longa lambida nela. Deliciosa pra caralho.
Encontro seu clitóris com minha língua e massageio-o lenta e firmemente.
Vivienne afunda de volta na grama, fechando os olhos enquanto
respira de forma instável e deixa as coxas abertas. — Isso é incrível... — Suas
costas arqueiam. Ela geme tão docemente para mim. Então ela se senta com
um suspiro. — Tyrant, isso é uma loucura.
— Deixe-me fazer isso por você, anjo. Ninguém nunca fez você se
sentir bem e eu não suporto isso.
A cabeça de Vivienne cai para trás com um grito enquanto eu continuo
lambendo-a, logo ela não parece mais estar pensando em nada. Finalmente
ela choraminga: — Você não deveria dizer algo como, eu te darei seu irmão
se você dormir comigo?
Eu rio suavemente. Por que negociar o que ela está tão ansiosa para
me dar? Além disso, se eu tiver Barlow, ficarei com ela. Vivienne não irá a
lugar nenhum sem ele.
Ela enterra os dedos no meu cabelo. Acaricia minhas orelhas. Envolve
as pernas em volta dos meus ombros. — Nada disso conta. — ela insiste sem
fôlego. — Não tem nada a ver com o motivo de eu estar aqui. Isso é entre
você, eu e o que escrevi em meu diário quando tinha quinze anos. Depois
disso, voltarei a procurar Barlow.
Eu sorrio e lentamente chupo seu clitóris. Ela pode dizer a si mesma o
que quiser. Eu sei por que estou fazendo isso. Um lindo anjo ficando
excitado por eu estar batendo em alguns marginais é a melhor coisa que já
ouvi.
Sento-me, tiro o paletó e começo a desabotoar a camisa. Enquanto
faço isso, Vivienne estende a mão e coloca a mão no meu pau através da
minha calça. Eu gemo e fecho os olhos quando ela me toca. Seus dedos
deslizam ao longo do meu pau e sentem a ponta grossa ao redor da cabeça.
— Você é uma coisinha ousada.
— Eu sou uma coisinha estúpida. — ela sussurra e desata meu cinto.
Calor e desejo bombeiam através de mim enquanto ela desabotoa
minha calça e empurra a mão dentro da minha cueca para agarrar meu pau.
Ela realmente quer que eu transe com ela.
Observo sua mão pequena e esbelta se movendo no meu pau. Ela
acaricia minha barriga e depois meu peito. Ela tira minha camisa dos meus
ombros e me olha maravilhada enquanto passa as mãos pelo meu torso. —
Você é tão bonito.
Eu ri. — Eu?
— Sim, você. Foi o que pensei no momento em que te vi. Não ria de
mim.
Eu me inclino e a beijo, puxando seu corpo nu para mais perto do
meu. — Estou rindo porque estou surpreso. Você quase me viu matar três
homens e ainda me acha lindo.
— Talvez isso também tenha sido lindo. — diz ela, depois pega meu
rosto entre as mãos e me beija.
Não esqueci a coisa terrível que aconteceu com ela e que tornou a
violência tão atraente para ela. Voltaremos a isso mais tarde, eu vou ferrar
esse Lucas de tal forma que ele vai desejar nunca ter nascido.
Mais tarde. Neste momento, preciso tanto dela que acho que vou
explodir.
Pego meu pau na mão e alinho-o com a boceta dela, olho para ela. —
Você me quer?
Ela balança a cabeça rapidamente.
Estou olhando diretamente nos olhos dela enquanto afundo metade
do meu pau nela. Vivienne grita e agarra meus ombros, prazer e dor
brilhando em seu rosto. Lentamente, eu saio dela e há uma mancha
vermelha de sangue no meu pau. Passo o polegar sobre ele, gemendo com a
bela vista.
— Você só pode sangrar por mim de agora em diante, anjo. Você me
ouviu? Só por mim. — Eu afundo nela mais uma vez e empurro de novo e de
novo, cada vez mais fundo, fazendo-a se esticar ao meu redor.
Suas lamúrias se transformam em gemidos. Seus dedos não estão mais
cerrados sobre mim de dor, mas se suavizaram e me acariciam.
— Você é tão grosso. — ela sussurra, olhando para baixo e me
observando transar com ela.
— Muito grosso?
Vivienne balança a cabeça e respira: — Perfeito. Eu amo a maneira
como seu corpo se move. Você é tão forte. Eu deveria ter medo de você,
mas não tenho.
Eu sorrio e a beijo, nossas bocas abertas e sem fôlego a cada beijo.
Cada impulso.
Vivienne estende a mão, toca meu rosto e diz, pensativa: — Não me
sinto feia quando estou com você.
Essa é a coisa mais linda que alguém já me disse. — Como você está se
sentindo?
Ela traça meu queixo, meus lábios, enquanto pensa cuidadosamente
em sua resposta. — Como se nada de ruim tivesse acontecido.
Seu cabelo brilhante está espalhado ao seu redor na grama. Suas
bochechas estão coradas. A cada investida, cada centímetro de mim é
enterrado dentro dela. Quando recuo, sua umidade está brilhando nas veias
do meu pau. É aqui que eu deveria estar. Bem aqui, porra. Lambo a ponta do
meu polegar e deslizo sobre seu clitóris, fazendo-a gritar. — Foi assim que
você se tocou pensando em mim? — Eu o esfrego em círculos lentos,
observando o prazer brilhar em seu rosto.
Ela agarra meus ombros, suas unhas cravando em meus músculos. —
Sim. Sim, Deus, exatamente assim.
Seu clitóris incha com o meu toque, ela fica ainda mais escorregadia
enquanto deslizo para dentro e para fora dela.
— Você vai gozar no meu pau, anjo?
Ela morde o lábio e balança a cabeça, os braços em volta do meu
pescoço. — Tyrant. Oh, Deus, Tyrant, por favor.
Seus músculos internos são fortes. Quando ela chega ao clímax, ela
aperta com tanta força que quase empurra meu pau para fora dela, mas eu
não deixo. Eu soco nela com mais força enquanto ela grita de prazer.
Envolvo meus dois braços em volta de seu corpo e enterro meu rosto em
seu pescoço enquanto meu próprio orgasmo sobe pelo meu pau e a enche
até explodir.
Eu me afasto lentamente e beijo sua boca ofegante enquanto ainda
estou enterrado profundamente dentro dela. Vivienne está deitada de
costas, com os braços sobre a cabeça, os olhos fechados, todo o corpo
entregue ao meu. Minha virgem angelical, cheia de pau e porra, sem
nenhuma preocupação no mundo.
Essa foi à experiência mais incrível da minha vida. A dela também, pelo
que parece.
Por mais que eu queira ficar onde estou, saio e visto Vivienne com
minha camisa, apertando-a firmemente em volta dela para que o ar da noite
não possa tocá-la. Então visto a calça e os sapatos e jogo o paletó amassado
sobre um ombro.
Vivienne está com os braços em volta dela enquanto me observa eu
me vestir com olhos enormes e luminosos. — E agora?
Estendo minha mão para ela. — Venha até a casa. Barlow sente sua
falta.
CAPÍTULO DEZESSETE
VIVIENNE

Estou andando de mãos dadas com Tyrant por seu labirinto. Isto deve
ser um sonho. Adormeci na casa de barcos e minha mente evocou a coisa
mais excitante e improvável que poderia imaginar. A qualquer momento,
abrirei os olhos e encontrarei um Tyrant completamente vestido e
zombeteiro parado diante de mim e me dizendo que meu tempo acabou.
Ele para quando chega à porta da frente de sua mansão e se vira para
mim, e a expressão em seu rosto é tudo menos zombeteira. Ele segura meu
rosto e me beija.
Estou uma bagunça escorregadia dentro da minha calcinha. Ele me
ajudou a colocá-la, mas agora sua porra está escorrendo lentamente de
mim.
Eu transei com o Tyrant.
Eu transei com o Tyrant.
Isso é muito louco para compreender e não entendo como aconteceu,
mas no momento não consigo processar nada porque Barlow está aqui. Vou
resgatar meu irmão.
— Consegui chegar à sua casa antes do limite de tempo. Se eu entrar,
significa que ganhei.
— Acho que fodemos com as regras, anjo. Mas claro, você venceu. —
Ele agarra minha mão com a sua mão enorme e forte e me puxa escada
acima e para dentro de sua casa.
Há um grande hall de entrada e uma escadaria ampla. Tyrant me leva
para cima e por um corredor. Espio os quartos, as salas de estar, uma sala de
segurança com monitores CCTV, finalmente, um quarto com trocador,
apetrechos para bebês e um berço.
No berço, dormindo profundamente e sendo vigiado por uma mulher
mais velha em uniforme de empregada, está Barlow.
Eu suspiro e corro. Meu irmão parece ainda mais adorável e pacífico
do que nunca. Quero pegá-lo e abraçá-lo, mas também não quero acordá-lo.
— Você pode ir para a cama agora, Angela. Vamos levar o bebê para o
meu quarto. — Tyrant diz à mulher.
Angela assente e se levanta. — Obrigada, senhor. — Ela lança apenas
um leve olhar em minha direção, sem um pingo de julgamento em seus
olhos, mas meu rosto fica vermelho quando percebo que não estou vestindo
nada além da camisa do Tyrant e que provavelmente há grama saindo do
meu cabelo bagunçado.
Vamos levar o bebê para o meu quarto. Espere, isso significa...
Tyrant agarra as alças do berço com uma mão, eu com a outra, nos
leva para fora do quarto e pelo corredor. Ele coloca o berço em uma mesa
perto da janela enquanto eu olho ao redor do quarto. Para a cama enorme.
O guarda-roupa à direita. O homem parece amar suas roupas.
— Acho que ele está acordando. — Tyrant se vira para mim, o luar
iluminando seus ombros nus e tatuagens com prata. — O que você está
esperando? Pegue-o.
— Realmente? — Dou um passo hesitante em direção a Barlow, a
esperança crescendo dentro de mim. Isso é bom demais para ser verdade.
Tyrant cruza os braços sobre o peito e me observa. No berço, Barlow
se mexe, esfregando as mãozinhas nas bochechas rechonchudas e abrindo
os olhos. Meu coração dá um salto e não consigo mais me conter. Estendo a
mão para Barlow e o seguro com força em meus braços.
Eu o balanço para frente e para trás, lágrimas de felicidade enchendo
meus cílios. — Ei, garoto. Eu senti tanto sua falta.
Sua fralda parece seca, ele está usando um macacão novo com corujas
que não reconheço. Devo agradecer ao Tyrant por cuidar tão bem de
Barlow? Ou devo ficar com raiva porque ele o roubou? No quarto de Tyrant
com Barlow em meus braços, tenho meu irmão só para mim pela primeira
vez. Tyrant quer que eu o segure. Posso dizer isso pela intensidade em seus
olhos. Ninguém vai me dizer que estou atrapalhando ou ficar ressentido por
passar tempo com ele.
Continuo embalando Barlow nos braços até ele adormecer. Quando
olho para cima, vejo que Tyrant ainda está olhando para nós com olhos
famintos. Devorando-me. Como se ele não se cansasse da minha aparência
e estivesse prestes a explodir e fazer alguma loucura.
— Por que você está olhando assim para mim? — Eu sussurro.
Tyrant tira um Barlow adormecido dos meus braços e o coloca
cuidadosamente de volta no berço antes de me puxar para seus braços e
bater sua boca na minha. Seu beijo é selvagem e faminto, ele enfia a língua
na minha boca ao mesmo tempo em que arranca a camisa do meu corpo.
— Anjo. — ele diz entre beijos. — Eu preciso foder você de novo. Você
está dolorida?
Meus mamilos roçam seu peito, de repente, estou ainda mais excitada
do que estava em seu labirinto. Não podemos fazer sexo de novo tão cedo,
podemos? Aparentemente podemos porque o pau de Tyrant está duro e
pressionando contra minha barriga, minha boceta está doendo com a
necessidade dele afundar cada centímetro de si dentro de mim.
— Não sei. Não me sinto dolorida.
Ele desliza dois dedos dentro de mim, eu vejo estrelas e gemo seu
nome. Se dói, não sei dizer, porque ser preenchida por ele é incrível.
Meus braços envolvem o pescoço do Tyrant. Ele me levanta contra ele
enquanto nos beijamos freneticamente, minhas pernas envolvem seu torso.
Ele me leva até a lateral do quarto e caímos desajeitadamente contra uma
mesa lateral enquanto ambos desabotoamos sua calça. Dou uma olhada em
seu pau antes que ele se segure e me empale até o fim.
— Foda-se. — grito a plenos pulmões antes de ofegar de consternação
e tapar a boca com a mão. — Oh não, Barlow.
— Ele é muito jovem para saber o que está ouvindo. Olhos em mim
enquanto eu te fodo, anjo.
Tyrant se afasta e empurra para dentro de mim novamente. Não
preciso que me digam duas vezes. O rosto bonito e brutal do Tyrant está a
poucos centímetros do meu, eu me agarro a ele enquanto ele me fode. A
mesa bate na parede e provavelmente estamos acordando todos na casa.
Tyrant me pegou. Tudo que eu quero é ele. Eu alterno entre beijá-lo e
observar seu pau deslizar para dentro e para fora de mim.
Meu sexo hipersensível responde tão rápido à maneira primitiva como
ele está me penetrando. Meu corpo corre antes que eu possa compreender
o que está acontecendo. Enterro meu rosto em seu ombro e mordo sua
carne contra meu grito de prazer quando gozo. Tyrant agarra meu cabelo,
me segurando com força enquanto ele me soca mais rápido e mais forte,
sua carne queimando, até que seu orgasmo o atinge e seu ritmo se torna
irregular e depois diminui.
Nós dois estamos respirando com dificuldade enquanto nos
separamos.
— Não consigo evitar quando você fica assim. — diz ele, passando o
polegar sobre minha boca molhada.
Estou tão atordoada com o sexo que não tenho ideia do que ele está
falando. — Assim como?
— Segurando Barlow. Isso faz algo comigo.
— Faz o quê?
Em vez de responder, ele me pega e me leva até sua cama, que é
enorme, com lençóis macios e cinza. Muitas pessoas não se importam com
bons tecidos. Este homem conhece qualidade. Quando estou acomodada
nos lençóis, ele se deita na cama comigo e puxa as cobertas sobre nós, me
segurando firmemente contra ele. Minhas mãos estão pressionadas contra
seu peito musculoso, de repente me sinto tímida pela forma intensa como
ele está olhando para mim. Não tenho ideia de por que isso está
acontecendo ou o que Tyrant quer de mim. Não posso ficar porque tenho
que sair com Barlow. É uma loucura que Tyrant pense que eu vou... o quê?
Aconchegar-me contra seu corpo pelo resto da noite e adormecer?
Aparentemente é exatamente isso que Tyrant quer, porque ele está
passando os dedos pelo meu cabelo e relaxando a cabeça no travesseiro.
— Tão linda. — ele murmura. O estrondo suave em sua voz faz com
que faíscas quentes se espalhem por mim. — Eu machuquei você?
Eu me contorço um pouco as pernas, tentando sentir se há algum
ponto dolorido. Há uma dor profunda em meu âmago, mas é prazerosa.
— Sim e não.
Ele estuda meu rosto e então um sorriso lento se espalha por seus
lábios. — Sim, mas você gostou?
Exatamente isso. De repente, sou dominada pela timidez e passo meus
braços em volta de seu pescoço, me aproximo mais e me coloco sob seu
queixo. Dormirei, mas só algumas horas até de manhã, depois levarei Barlow
para casa. Isso é mais seguro do que carregar um bebê pela cidade no meio
da noite.
Sinto uma pontada de culpa ao pensar em papai e Samantha
preocupados com Barlow.
Tyrant beija o topo da minha cabeça e uma onda de calor e sonolência
toma conta de mim. Deitar nos braços do Tyrant é o mais seguro e
confortável que já me senti, e adormeço.
Acordo algum tempo depois com a sensação de minhas pernas sendo
movimentadas. Estou de lado abraçada a um travesseiro, e alguém empurra
meus joelhos em direção ao peito. Entre minhas coxas parece tão
escorregadio, me lembro sonolenta de que estive fazendo sexo com Tyrant.
Algo macio e abrupto desliza contra a parte interna dos meus lábios e
depois empurra para dentro. Em algum lugar acima da minha cabeça, Tyrant
geme.
— Mmf. — gemo no travesseiro, abraçando-o com mais força, mas
estou com muito sono para abrir os olhos. Há uma sensação deliciosa de
alargamento quando aquele objeto grosso penetra dentro de mim e eu
gemo no travesseiro.
— Shh, anjo. Eu não podia esperar até de manhã. Apenas durma. —
Puxa. Impulso. Puxa. Impulso. — Você parece tão perfeita com os olhos
fechados. Dormindo profundamente. Tão indefesa. — Sua voz está áspera
de desejo.
O objeto grosso é o pau do Tyrant.
— Você é insaciável. — eu sussurro no travesseiro. Eu levanto meus
joelhos para que ele possa ir ainda mais fundo.
— Você deveria ver o que eu posso ver daqui. Sua boceta parece
incrível cheia de mim.
Gemo em resposta às suas palavras sujas e minha mão serpenteia
entre minhas coxas. Passo meus dedos sobre seu pau grosso entrando e
saindo de mim, em seguida, puxo-os para cima e sobre meu clitóris,
circulando lentamente.
— Eu não vou deixar você ir, anjo. — ele sussurra, me socando com
mais força. — Você é toda minha. Barlow também. Vou ficar com vocês dois
porque foda-se todo mundo e o que eles querem. Quero vocês.
Quero dizer a ele que ele é louco, que não pode nos manter, que não
somos dele, mas a maneira rude com que ele está me fodendo e o prazer
que estou sentindo me fazem gemer: — Sim, Tyrant, por favor, por favor.
Uma mão aperta minha garganta e segura com força. O sangue corre
para o meu cérebro. É uma luta puxar ar para os meus pulmões, esse pouco
de pânico faz meu orgasmo acelerar, ainda mais forte do que antes.
— Oh, porra, sim, anjo, eu adoro quando você goza no meu pau. —
Tyrant sussurra com os dentes cerrados, me penetrando com tanta força
que me faz ver estrelas, e então ele geme com sua liberação.
Tyrant lentamente solta minha garganta e recua antes de sair de mim
e arrastar os dedos ao longo da minha fenda escorrendo. — Eu amo te foder
sem nada. Fazer bagunça nessa boceta é minha nova coisa favorita.
Estou tão exausta e pesada de prazer que tudo que posso fazer é ficar
ali deitada enquanto Tyrant me admira, me acaricia com os dedos e brinca
com a porra que vaza de mim, empurrando-a de volta. Seus dedos fazem
ruídos enquanto ele entra e sai lentamente da minha boceta e cantarola de
satisfação. Eu gemo baixinho e me deleito com o peso da mão que ele tem
no meu quadril. Ninguém nunca me admirou antes. Eu nunca quis que
ninguém olhasse para mim antes.
— Quanto tempo eu dormi? — Eu sussurro.
Tyrant demora para responder. Ele está muito ocupado perseguindo
uma gota de porra pela minha coxa, puxando-a de volta para cima e
empurrando-a para dentro de mim. — Cerca de uma hora.
— Você dormiu?
Tyrant ri de uma forma que me diz que ele absolutamente não dormiu.
— Você está se divertindo aí atrás? — Eu pergunto enquanto ele
continua brincando com minha boceta.
— O melhor momento da minha vida, anjo.
Em seu berço, Barlow se mexe e emite um grito estridente. Levanto a
cabeça e começo a abrir os olhos.
— Eu vou. — Tyrant diz imediatamente, saindo da cama e vestindo a
calça novamente. — Acho que ele está com fome. Você fica na cama.
Ouço o som de seus passos descendo as escadas. Em que noite louca
isso se transformou. Tyrant Mercer foi preparar uma mamadeira de fórmula
para meu irmão mais novo.
Aconchego o travesseiro mais perto e fecho os olhos. Como tudo
parece pacífico e aconchegante. Imagino como Tyrant, Barlow e eu não
teríamos que sair desta casa por dias a fio se eu ficasse. Que pensamento
lindo, só de estarmos aqui juntos cuidando do bebê. Não que eu vá fazer
isso. É muito bom pensar nisso. Como todas as coisas malucas que Tyrant diz
enquanto fazemos sexo. Sinto uma pequena dor na nuca e eu a esfrego.
Devo ter me machucado em minha aventura pelo labirinto do Tyrant.
Adormeço novamente, pouco tempo depois, quando ouço um
barulho, Tyrant está parado perto da janela enluarada, ainda sem camisa,
com Barlow nos braços. Sua testa geralmente feroz está relaxada enquanto
ele olha para o bebê, que está confortavelmente aninhado em seus braços
tatuados. Tyrant murmura para o bebê enquanto o alimenta com uma
mamadeira, mudando seu peso lentamente de um lado para o outro.
É assustador como Tyrant fica bem fazendo isso. Há uma atração forte
e inexplicável dentro de mim. Que família perfeita formaríamos, nós três.
Um pensamento estúpido. Um pensamento impossível. Barlow não é
filho do Tyrant e eu não sou a mãe dele. Papai e Samantha devem estar
loucos de preocupação enquanto estou aqui transando com um
sequestrador e bancando uma família feliz.
Deito-me novamente, mas desta vez meus olhos estão abertos e me
sinto bem acordada. Barlow deve ter terminado a mamadeira e adormecido,
pois ouço Tyrant colocá-lo de volta no berço e então sinto o outro lado da
cama afundar.
Uma mão forte agarra meu ombro e me rola de costas. Tyrant está
pairando sobre mim na escuridão.
— Quem é Lucas? — ele murmura, e diz isso tão baixo que, por um
momento, não percebo que ele me fez uma pergunta.
O pânico faz minha barriga revirar. — Não se preocupe com isso.
Tyrant fica em silêncio por tanto tempo que acho que ele decidiu fazer
o que eu pedi, no fundo da minha mente, sinto uma pontada de decepção.
— Não, Vivienne. Você não me diz o que eu fazer e não se preocupe.
Vou saber o sobrenome dele por você. Quero ouvir a história toda, então
vou encontrar esse Lucas e qualquer outra pessoa responsável por
machucar você, e vou fazê-los sangrar. — Sua boca captura a minha em um
beijo. — Assim como você sempre quis que eu fizesse.
Tyrant não pode consertar nada. Ficarei com essas cicatrizes para
sempre, as de fora e as de dentro.
— Por favor, não me faça falar mais sobre isso. As últimas horas foram
tão preciosas que não quero estragar tudo arriscando ver um lampejo de
dúvida em seus olhos. Não serei capaz de suportar se você não acreditar em
mim.
Tyrant ri baixinho, seus dentes brilhando na escuridão. — Acreditar em
você? Eu não vou acreditar em você.
A dor arde em meu coração. — Então por que...
— Vou reordenar o universo reordenando a porra dos seus órgãos.
Vou bagunçar tanto suas entranhas, olhos e unhas que será necessária uma
equipe de investigadores de cena de crime para identificar quem ele era e
uma dúzia de produtos de limpeza para tirar todo o sangue. Esse Lucas e
qualquer outra pessoa que a tenha machucado? É como se estivessem
mortos.
CAPÍTULO DEZOITO
TYRANT

Vivienne olha para mim com olhos enormes. Minha pequena ninfa
perfeita deitada na minha cama. Totalmente nua. Toda minha. Uma emoção
possessiva passa por mim sabendo que a tenho e a coisa com que ela mais
se importa no mundo. Meu pau começa a endurecer ao pensar que ela
nunca me deixará enquanto eu tiver Barlow. Jesus Cristo, eu poderia transar
com ela novamente, e só se passaram vinte minutos desde a última vez que
gozei em seu calor molhado e apertado.
Suas lindas mãos voam até meus ombros e apertam. — Foi há muito
tempo. Não quero desenterrar o passado. Por favor, podemos simplesmente
esquecer isso?
— Isso não é sobre o que você quer. Isso é sobre o que você precisa.
Você precisava de mim há quatro anos e eu não fazia ideia. Mas estou aqui
agora.
— Lembra quem eu sou? Sou filha de Owen Stone. Devemos muito
dinheiro a você.
— Você não me deve nada, anjo. É seu pai quem está em dívida
comigo, embora eu tenha o filho e a filha dele sob meu teto, não enviarei
nenhum cobrador de dívidas atrás dele. Se ele souber o que é bom para ele,
ficará longe de nós para sempre. — Eu me inclino, coloco um de seus
mamilos na boca e chupo.
Vivienne engasga e enterra os dedos no meu cabelo. — Papai não
vai...
Sento-me e silencio-a com um dedo sobre os lábios. — Garota bonita,
responda à pergunta. Preciso saber tudo o que aconteceu com você.
Ela me lança um olhar desesperado e depois cobre o rosto com um
gemido. — Eu odeio querer te contar tudo. Eu culpo aquele diário estúpido
e todas aquelas fantasias que tive sobre você.
— Você precisa me deixar corresponder a todas as expectativas que
você tinha de mim. — digo, pegando-a no colo e sentando-me com as costas
apoiadas na cabeceira da cama. — Se eu conhecesse você naquela época,
teria felizmente assassinado qualquer um por você.
Vivienne toca minha bochecha, acariciando-a com o polegar. — Você é
mais louco do que todas as minhas expectativas.
Eu espero, observando-a em silêncio.
Finalmente, ela suspira, coloca a cabeça em meu ombro e diz com
tristeza: — Há uma razão pela qual eu fiquei sentada na beira daquela fonte
por horas e horas na noite em que você encontrou com sua irmã. Eu não
queria ir para casa. Papai e Samantha ficaram bravos comigo por causa de
algo que aconteceu algumas semanas antes. Tudo estava indo tão bem.
Quase tive um bom ano.
Eu franzir a testa. — Um bom ano? Acho que está faltando alguma
coisa, anjo.
— Oh. Morei com minha mãe até os quatorze anos. Em Los Angeles. —
Há uma expressão preocupada em seus olhos.
— Acho que você precisa voltar e me contar tudo desde o início.
Vivienne olha para Barlow em seu berço. Ele ainda está dormindo. —
Da minha infância?
— Não importa quão longe você precise ir para me dar uma visão
completa.
— OK. Mas diga-me se estou entediando você ou demorando muito.
— acrescenta ela, em dúvida.
Coloco meus braços em volta dela, amando a sensação de seu corpo
nu contra o meu na minha cama. — Você não vai me aborrecer. E não poupe
detalhes.
Vivienne passa as pontas dos dedos pelas tatuagens no meu peito e
começa a falar com voz suave. Ela me conta que nasceu de pais viciados e
sabia desde muito jovem que era um erro. Seu pai se livrou do vício e a
deixou. Deixou a porra da filha para trás. A raiva queima em meu coração
quando me lembro de meu próprio pai fazendo mais ou menos o mesmo
comigo e com meus irmãos e irmãs. Vivienne me conta sobre uma infância
cheia de negligência, escuridão, solidão e medo. Queimando-se tentando
cozinhar quando havia comida. Passando fome quando não havia nada.
Estar sozinha em uma casa enorme e vazia. Evitar passar fome demais ou
parecer muito negligenciada na escola, para que ninguém soubesse como as
coisas realmente estavam ruins. Depois, o horror de descobrir o cadáver de
sua mãe e perder seu último resquício de esperança de que alguém, mesmo
a ruína de alguém, neste mundo se importasse com ela.
Então seu pai veio buscá-la, com relutância pelo que parecia, Vivienne
mudou-se da caótica Los Angeles para a tranquila e suburbana Henson. Não
parece que ela fosse particularmente amada, mas para alguém como
Vivienne, que só conhecia o desespero, sua nova vida parecia um conto de
fadas.
Coloco Vivienne debaixo do queixo para que ela não veja minha
expressão furiosa e fique olhando para frente. Sinto onde isso vai dar e não
gosto nem um pouco.
— Tentei não causar problemas. — diz Vivienne. — Realmente tentei,
mas acho que cometi muitos erros porque papai sempre perdia a paciência
comigo e Samantha parecia muito exasperada. Não é culpa deles. Eles
estavam tentando ter um bebê e nada estava funcionando.
Claro que não era. — Prossiga.
— Conheci um amigo do papai que sempre aparecia lá em casa. Ele e
papai assistiam futebol juntos. Passavam noites fora.
Este deve ser o Lucas que ela mencionou.
— Tyrant, você está bem? Seus músculos de repente ficaram duros.
Respiro fundo, mas não consigo relaxar. — Não se preocupe comigo.
Estou ouvindo.
— Esse homem foi legal comigo, eu acho. Ter a atenção de alguém era
algo novo. Eu estava com muita fome de qualquer atenção, e acho que ele
percebeu. — Ela cobre o rosto e geme. — Isso não é patético? Nada disso
teria acontecido se eu não estivesse tão desesperada para que alguém
gostasse de mim.
Eu a seguro o mais forte que posso, sem realmente esmagar suas
costelas ou interromper sua respiração. — Este é o Lucas?
Ela assente. — Logo depois de completar quinze anos, uma noite saí
de fininho para ir a uma festa. Eu nunca tinha feito isso antes e passei por
momentos terríveis, então meu amigo me deixou sem carona para casa,
então tive que caminhar. Eu estava morrendo de ansiedade por ficar sozinha
no escuro. Isso me lembrou de quando era criança. Enquanto eu caminhava
por uma rua escura, um carro parou ao meu lado e era Lucas. Fiquei tão
aliviada que pulei direto e imediatamente confessei tudo para ele. Eu saí
sem permissão. Eu passei por momentos terríveis. Eu estava presa no lado
errado da cidade. Ele me disse que me levaria para casa e que tudo ficaria
bem.
Ela engole em seco.
— Só que ele não fez isso. Ele dirigiu até uma passagem subterrânea e
estacionou lá, me dizendo que só queria conversar. Cada vez que eu
perguntava se poderíamos ir, ele mudava de assunto e as coisas começavam
a ficar assustadoras. Lembro que estava tão confusa com o que estava
acontecendo que não conseguia me concentrar, e então a próxima coisa que
percebi foi que ele empurrou meu assento para trás e subiu em cima de
mim.
Posso imaginar isso na minha cabeça. A Vivienne, de quinze anos,
vulnerável e com medo, enquanto um homem coloca as mãos sobre ela e a
trata como um pedaço de carne. Uma sensação doentia e de raiva revira
minhas entranhas.
— Eu podia senti-lo rasgando minhas roupas, ele era tão assustador
que congelei. Uma parte do meu cérebro estava me dizendo para me fingir
de morta e deixar acontecer, mas outra parte de mim estava gritando. De
repente me lembrei de que se você for atacada, você deveria atacar os olhos
deles. Então enfiei meus dedos em seus olhos. Ele se afastou e eu tive
espaço suficiente para alcançar a porta, abri-la e sair. Não parei de correr
até sentir que meus pulmões estavam prestes a explodir.
Deslizo minha mão em seu cabelo e a balanço contra mim, vendo
aquela aterrorizada garota de quinze anos em minha mente. Ter duas irmãs
mais novas significa que fiquei acordado imaginando as piores coisas
acontecendo com elas. Vi em primeira mão a crueldade dos homens para
com as mulheres. Que história horrível, que não ficou melhor pelo fato de
Lucas não ter realmente conseguido o que se propôs a fazer.
— Você contou ao seu pai sobre isso? — Eu pergunto.
Vivienne assente, enxugando as lágrimas do rosto. — Eu não queria
porque eles eram muito amigos, mas o Lucas veio para casa uma semana
depois para assistir futebol. Eu o vi parado na minha sala e entrei em pânico.
Eu estava tão assustada. Eu não conseguia respirar e Samantha quase
chamou uma ambulância. Depois que Lucas foi embora, eles arrancaram a
verdade de mim. — Ela hesita e sinto sua mão apertar meu ombro. — Papai
ficou com tanta raiva de mim.
— Raiva de você? — Eu exclamo. Eu ficaria furioso se visse minha filha
entrando em pânico ao ver um de meus amigos, mas não com ela.
— Ele me disse que eu estava enganada e que Lucas não faria isso.
Então ele me perguntou se eu inventei isso porque estava preocupada em
ter problemas por ter saído de casa escondida.
A ginástica mental envolvida para fazer uma pergunta tão ridícula é
surpreendente. Vivienne não é uma encrenqueira e se culpa por tudo, você
pensaria que o próprio pai dela poderia perceber isso. — Lucas continuou
indo a sua casa?
— Sim. E toda vez que ele fazia isso... — Ela toca as costelas.
Eu exalo pesadamente. Então e por isso. Cada vez que ela via Lucas,
ela era inundada de sofrimento e medo, e tinha que desabafar.
— Eu não pude evitar. Era a única coisa que me fazia sentir sã.
Pego a mão dela e dou um beijo em sua palma. Depois de tudo que ela
passou com a mãe, ser atacada por um amigo da família e ter seu trauma
jogado na cara foi muita dor. É claro que ela tinha que desabafar de alguma
forma.
— Quando foi a última vez que você se cortou?
— Pouco antes de me mudar para ir para a faculdade. Tenho um
quarto só meu, e mesmo sabendo que Lucas não pode entrar, ainda tenho
minha caixa de corte. Só por precaução. — ela confessa em um sussurro.
A ideia de mandar ela e o irmão de volta para aquela casa de merda é
demais até para minha consciência manchada de sangue. Fico olhando para
o berço por um longo tempo, meu cérebro funcionando a cem quilômetros
por segundo.
— Fique.
Vivienne olha para mim surpresa. — O quê?
— Fique. Você nunca estará sozinha aqui. Você e Barlow.
— Eu não posso fazer isso.
— Por que não? Você me quer. Posso fazer você se apaixonar por
mim. Tudo o que você precisa está aqui, se não estiver, eu compro para
você.
Vivienne me encara como se tivesse brotado duas cabeças em mim. —
Fazer eu me apaixonar por você?
Passo meus dedos ao longo de sua garganta, murmurando baixinho: —
Sim, obrigo você. Eu prometo que você vai gostar.
— A razão pela qual eu quero tanto você é porque tenho medo de
você, por um bom motivo. Você sabe como todo mundo em Henson chama
você?
— Como eles me chamam?
— Um monstro.
Eu deslizo meus lábios sobre os dela. — Claro. Eu sou um monstro.
Mas existem monstros vivendo dentro da sua cabeça, Vivienne. Eles dizem
que tudo o que aconteceu com você é culpa sua. Se você ficar, vou garantir
que eles tenham muito medo de mim para lhe dizer isso de novo.
Suas mãos apertam meus bíceps. Há tanto desejo em seus olhos. —
Como você faria isso?
— Era uma vez, eu tinha os mesmos monstros, meus irmãos e irmãs
também. Eu afugentei todos eles.
— Tyrant. — ela sussurra. — Isso é impossível.
Não, para mim não é. E ela pode ter um terapeuta ou algo assim. Não
há nada de errado em cuidar da cabeça. O importante é que Vivienne fique
comigo e bem longe daqueles idiotas que ela chama de família.
Dou um beijo em seu nariz, seguro-a e deito nos lençóis com ela,
colocando os cobertores em volta de nós. — Vou me preocupar com o que é
possível. Você simplesmente vai dormir.
— Mas...
— Durma.
Vivienne me observa por um momento e depois fecha os olhos.
Lentamente, seu corpo relaxa e sua respiração se aprofunda. Minha mulher
adormece em meus braços e meu coração negro parece estranhamente
cheio. Amanhã farei o que faço de melhor, que é desmontar e montar tudo
de novo. Fiz isso com minha família quando meus irmãos e irmãs eram
pequenos e minha mãe não podia cuidar de nós. Fiz isso com Henson
quando assumi o comando e joguei fora todos os canalhas que não seguiam
minhas regras. Agora vou fazer isso por Vivienne. Vou fazer isso por mim
também. Minha vida precisa ser destruída e reconstruída do zero, assim
como a dela. Quando eu terminar, nossas peças vão se encaixar
perfeitamente. As dela. As minhas. As de Barlow. Porque foda-se se vou
devolvê-lo para aquelas cobras.
Fecho os olhos e Vivienne é um peso quente contra meu peito.
O sono é profundo e sem sonhos.
Horas depois, sou acordado pela luz do sol entrando pelo quarto. Sem
abrir os olhos, estendo a mão para Vivienne. O espaço ao meu lado está
vazio. Confuso, levanto a cabeça e olho em volta, mas ela não está aqui.
Meu quarto está silencioso e imóvel.
O pânico toma conta de mim e pulo da cama e pego o berço, apenas
para encontrá-lo vazio. Talvez Vivienne esteja apenas no banheiro ou na
cozinha com Barlow. Verifico o banheiro da suíte, visto a calça e corro pelo
corredor para verificar o quarto que estava usando como berçário, mas
também está vazio. Assim como todos os banheiros. Quando pergunto,
nenhum dos meus funcionários viu Vivienne esta manhã.
Fico na janela e olho para o jardim onde Vivienne ficou presa há
apenas algumas horas. Prometi o mundo à Vivienne e agora ela não está em
lugar nenhum. Ela se foi.
CAPÍTULO DEZENOVE
VIVIENNE

Já passou uma hora do amanhecer quando subo os degraus da frente


de casa com Barlow nos braços. Saí da casa do Tyrant antes do sol nascer.
Meus pés descalços estão doloridos e enlameados, sinto uma dor profunda
dentro de mim. Uma dor que é diferente daquela que tenho certeza que
sentirei em meu âmago mais tarde, depois que Tyrant com três fodas me
tirou a virgindade no espaço de algumas horas.
Quando levanto a mão para bater na porta da frente, engulo o nó na
garganta. Eu estava bem dentro do prazo que ele me deu. Ganhei Barlow de
volta de forma justa.
Ganhei, mas me sinto vazia.
Ouve-se o som de passos vindo pelo corredor e a porta da frente é
aberta. Papai fica ali com os olhos vermelhos, por um momento, sua
expressão fica confusa. Como se ele tivesse esquecido que moro aqui
quando não estou na faculdade.
Então seu olhar cai para Barlow e ele solta um grito entrecortado.
— Quem é? — Samantha chama, sua voz é alta e estressada quando
ela se aproxima de nós. Seus olhos estão vermelhos de tanto chorar e ela
está usando as mesmas roupas de quando Tyrant levou Barlow na noite
passada.
Samantha grita quando vê que estou segurando o filho deles e corre
para arrancá-lo dos meus braços. Ela está chorando enquanto balança
Barlow para frente e para trás. Papai está olhando para o filho em estado de
choque com a mão no ombro de Samantha, perguntando sem parar: — Ele
está bem? Você está bem, Barlow? — Barlow começa a gritar porque o
barulho e as emoções são demais para ele.
Ninguém olha para mim, então entro, fecho a porta e fico aqui me
sentindo como uma convidada indesejada.
Finalmente, Samantha volta seu olhar choroso para mim. — Como
você o recuperou de Mercer?
Esta é a parte que eu temia, mas reuni meu juízo e resolvo manter
minha explicação simples. — Cheguei em casa ontem à noite e estava
escondida no corredor quando Tyrant levou Barlow. Saí correndo e entrei no
carro dele, e ele foi até sua casa porque não me viu. Esperei até que Tyrant
dormisse, então agarrei Barlow e corri.
Papai e Samantha me olham surpresos.
— Quando Tyrant acordar, ele provavelmente ficará muito bravo,
então espero que você tenha conseguido o dinheiro dele. — digo ao papai.
Papai olha com medo para Samantha e meu coração afunda. Eu
conheço esse olhar. Ele não tem o dinheiro. Eu me pergunto se suportei a
noite mais louca da minha vida por nada e Tyrant vai entrar aqui a qualquer
momento e levar Barlow de volta.
Samantha franze a testa para mim e enxuga os olhos. — Vivienne, o
que você está vestindo? Essas roupas são de homem?
Olho para mim mesma. Estou vestida com uma camiseta preta enorme
e um moletom. Coisas que roubei do guarda-roupa do Tyrant. — Eu caí em
um lago, então roubei algumas roupas secas do Tyrant.
Esta é a parte em que me agradecem por trazer Barlow de volta. Não
preciso da gratidão infinita deles, mas apenas um pequeno reconhecimento
pelo que passei seria bom. Papai está esfregando os olhos, cansado e dando
um sorriso triste ao filho. Samantha ainda está franzindo a testa para mim,
como se estivesse tentando entender o que acabei de dizer a ela.
Eles não vão dizer obrigado ou que fiz uma coisa boa para nossa
família.
Um nó estúpido e triste surge na minha garganta.
— Vou tomar banho. — eu sussurro, e passo por eles em direção às
escadas.
Só então, a campainha toca. Nós três nos viramos para a porta da
frente ao mesmo tempo e meu coração começa a disparar. É Tyrant. Tem
que ser. Não consigo ver o contorno de ninguém através do vidro fosco, mas
ele se moveu para trás ou para o lado e vai entrar assim que alguém abrir a
porta.
— O que você vai fazer, Owen? — Samantha pergunta em um sussurro
assustado.
A expressão de papai é furiosa quando ele vai até a mesa do corredor,
abre uma gaveta e tira uma arma.
Minha boca se abre. — Pai, você não pode...
Ele coloca um dedo nos lábios e me silencia.
Observo, com o coração na boca, enquanto papai se move em direção
à porta da frente com a arma nas costas. Ele vai matar Tyrant, ou mais
provavelmente, Tyrant vai ver a arma e matar papai.
Papai gira a maçaneta da porta da frente e a abre lentamente, e não
consigo evitar. Eu grito um aviso para Tyrant. — Ele tem uma arma!
Não há ninguém lá fora. Papai se vira e olha para mim. — Você está do
lado de quem?
Estou do lado de ninguém morrer na minha porta.
Samantha aponta para papai. — Owen, há algo no tapete.
Ele olha para baixo e pega um envelope grande e em branco. Parece
conter alguns papéis ou cartões, deve haver algumas folhas porque o
envelope tem quase meia polegada de espessura. Com uma expressão
perplexa, papai volta para dentro, fecha a porta e guarda a arma de volta na
gaveta.
Então ele abre o envelope. Sua carranca instantaneamente se
transforma em surpresa, então seus olhos se estreitam. — Vivienne. O que é
isso? — Sua voz soa estranha, como se ele estivesse prestes a perder a
paciência.
Vou até o lado dele e olho as fotos, e Samantha também.
Instantaneamente, ela engasga.
Ao olhar para os retângulos brilhantes, sinto como se tivesse levado
um soco no estômago. Perdi a capacidade de respirar em meus pulmões. As
fotografias são do Tyrant.
Eu e Tyrant.
Fazendo sexo no jardim dele ontem à noite.
São dezenas de fotos. Dezenas. Papai continua examinando-as, uma
após a outra. Em todas as fotos, estou beijando Tyrant. Envolvendo minhas
pernas em volta dele. Tocando seu rosto. Gritando de prazer. Sua beleza
selvagem se suavizou em adoração enquanto ele olha para mim ou observa
seu pau afundar dentro de mim. Até a maneira como ele me abraça é
brutalmente adorável. Seu aperto em minhas coxas ou quadris é firme e
possessivo.
As últimas fotos são as piores. Tyrant me pega nos braços e me leva
para casa. Meus braços estão em volta de seu pescoço. Nossas cabeças
estão próximas e as fotos são mais íntimas e emocionais do que qualquer
foto de casamento que já vi. Estamos olhando nos olhos um do outro e
parecemos que estamos apaixonados.
— Você vai explicar isso? — Papai pergunta entre dentes, brandindo
as fotos para mim.
— Eu… — Formar palavras de repente é impossível. Minha pele está
quente e depois gelada. — Eu…
— Ele forçou você também? — Papai pergunta sarcasticamente. —
Apresse-se e responda, Vivienne, antes que você possa inventar uma
mentira.
— Eu não sou mentirosa. — consigo sussurrar, mas pareço muito
culpada.
— Realmente? Porque sua explicação para Samantha sobre como você
recuperou Barlow não incluiu você abrindo as pernas para o maldito Tyrant
Mercer.
Eu respiro trêmula. — Eu fiz o que eu tinha que fazer. Eu nunca quis…
— Mas não sou mentirosa e não posso dizer às palavras que eu nunca quis
que isso acontecesse, porque não é verdade. Eu queria tanto Tyrant. Eu
ainda o quero. Se eu tivesse feito o que ele pediu, estaria segura e aquecida
em seus braços agora, em vez de enfrentar o julgamento do meu pai.
Fique. Você nunca estará sozinha comigo.
Ouço as palavras sinceras de Tyrant em minha cabeça e anseio por
seus braços ao meu redor.
Papai levanta a voz e caminha em minha direção. — Não vou fazer isso
com você de novo, Vivienne. Desta vez eu tenho provas, então não se
preocupe em mentir para mim. Essas fotos não mostram Tyrant forçando
você a fazer sexo com ele. Não há nada de forçado nisso. É como quando
você se jogou em Lucas. Admita.
Ele está gritando na minha cara, eu estremeço e não consigo
responder porquê estou muito emocionada.
— Eu sabia. — Ele joga as fotos em mim e elas se espalham pelo chão.
Olho para uma fotografia minha com as mãos pressionadas contra o
peito nu de Tyrant enquanto olho para ele. Adorando o homem que tirou
minha virgindade. Quem poderia ter feito isso? O próprio Tyrant? Com que
propósito? As fotos são tiradas de um ângulo um pouco acima de nós e
ficam granuladas, como se o fotógrafo tivesse que ampliar a distância.
Tyrant usa CCTV em seu labirinto. Eu vi a sala, mas não parecem fotos
tiradas de um vídeo de segurança. Seja quem for o responsável, o objetivo
deles era me humilhar na frente do papai e da Samantha. Tyrant deve estar
furioso comigo por ter fugido com Barlow, mas não acredito que ele faria
algo assim. Não parece ser a maneira dele de punir alguém.
Preciso do conforto de um abraço com meu irmão. Eu me aproximo de
Barlow, mas Samantha se afasta para o outro lado da sala com ele.
Uma forte dor de perda se abre em meu peito. — Por que você não
me deixa segurar Barlow? Eu não vou machucá-lo. Arrisquei tudo para trazê-
lo para casa, para você.
Samantha balança a cabeça e se afasta de mim. — Eu não quero você
aqui, Vivienne. Você está escondendo alguma coisa.
Papai me lança um olhar de nojo. — Volte para seus dormitórios. Não
podemos olhar para você agora.
— Mas quando posso voltar? — Eu sufoco, tentando segurar minhas
lágrimas.
— Quando você estiver pronta para contar a verdade sobre o que
aconteceu ontem à noite. Estamos tão cansados de suas mentiras.
A injustiça de tudo isso está fazendo meu estômago apertar de
desespero. Recolho minha mochila e meu casaco nos lugares onde os deixei
ontem à noite. Não sei o que dizer a eles. Eu só queria meu irmão de volta e
então tudo saiu do controle.
Papai e Samantha não se despedem quando saio de casa e entro no ar
frio da manhã.
Estou no meio da rua quando alguém me agarra, me empurra contra
um carro com seu corpo enorme e rosna em meu ouvido: — Peguei você,
sua pequena ladra.
CAPÍTULO VINTE
TYRANT

O doce perfume de Vivienne floresce ao nosso redor enquanto eu a


esmago contra meu carro. O alívio flui através de mim. Ela está de volta em
meus braços, onde deveria estar. Ela roubou a porra do meu refém, mas
neste momento não consigo nem sentir raiva disso.
Eu a viro para mim e descubro que há lágrimas escorrendo pelo seu
rosto. Vivienne me abraça e soluça no meu peito. Ela está chorando?
— O que... — Abro a porta traseira do meu carro e a levanto para
dentro, entro atrás dela e fecho a porta atrás de nós. Liam está no banco da
frente e sai dirigindo pela rua.
Tomando o rosto de Vivienne em minhas mãos, pergunto: — O que
aconteceu? Porque você esta chorando?
Ela está chorando tanto que mal consegue pronunciar as palavras. —
Papai e Samantha me disseram para ir embora. Eu trouxe Barlow de volta
para eles e... e...
Eu enxugo as lágrimas de seu rosto. Stone e sua maldita esposa. Passei
a noite toda fazendo essa garota sorrir e abrir seu coração para mim, e
aqueles idiotas a reduziram a uma bagunça chorosa novamente em questão
de minutos. Imagino vividamente a traqueia de Stone sob meu pé enquanto
esmago a vida dele.
— Alguém tirou fotos de nós fazendo sexo no seu labirinto ontem à
noite. Eles entregaram as fotos em minha casa. Quem faria uma coisa
dessas?
— Fotos nossas? Como? Onde elas estão?
— Eu as deixei para trás. Não sei como elas foram tiradas. Já era
bastante humilhante que outras pessoas nos vissem quando pensávamos
que estávamos sozinhos. Eu não disse que não queria você, mas então papai
me disse para não fingir novamente que fui forçada.
Uma sensação mortal e gelada toma conta de mim.
Fingir que ela foi forçada. Stone jogou isso na cara dela quando ela se
matou tentando levar Barlow de volta para eles? Aposto minha fortuna que
eles nem sequer agradeceram a Vivienne por roubar Barlow de volta para
eles. Ela não me pergunta se eu tirei as fotos, então ela deve entender que
eu nunca seria tão mesquinho. Agora não, de qualquer maneira. Roubar o
diário dela e lê-lo em voz alta para ela foi muito mesquinho, mas eu nunca
teria feito isso se soubesse da história dela. Ver aquelas cicatrizes em seu
corpo mudou tudo.
Novas lágrimas escorrem por seu rosto e seu rosto se contorce. —
Samantha não me deixou segurar Barlow. Tenho a terrível sensação de que
nunca mais me deixarão vê-lo. — Vivienne começa a chorar muito.
Terei minha vingança contra aqueles dois, será sangrenta e brutal
além de qualquer coisa que eles possam imaginar. Seguro os ombros de
Vivienne e a forço a olhar para mim. — Peça-me para consertar isso para
você.
Vivienne enxuga a umidade do rosto. — Você não pode consertar isso.
Ninguém pode. Tudo o que posso fazer é voltar na próxima semana e torcer
para que papai e Samantha tenham se acalmado o suficiente para me deixar
segurar Barlow novamente.
Ela está errada. Posso consertar isso num piscar de olhos. Eu estreito
meus olhos significativamente. Vamos, anjo. Você pode descobrir o que
estou oferecendo. Você sabe exatamente o tipo de homem que eu sou.
— Diga, eu gostaria que o Tyrant Mercer me desse o desejo do meu
coração.
O desejo de seu coração é seu irmão.
Um lar.
Meu eterno amor e lealdade.
Vivienne olha para mim com uma expressão confusa, incapaz ou sem
vontade de entender o que estou oferecendo. É demais para ela agora
contemplar a morte deles? Tudo bem. Ela vai se recuperar em breve,
quando eu tiver conquistado todo o seu coração e eles tiverem destruído
todo o seu amor por eles.
— Sinto muito, Tyrant. Não posso te pedir nada. Ontem à noite você
realizou a fantasia de uma garota de quinze anos, mas você e eu... não posso
continuar tomando uma decisão perigosa após a outra. Tudo não pode
continuar desmoronando ao meu redor ou eu também desmoronarei.
— Vivienne, você não fez nada de errado. Nada disso é culpa sua.
— Então por que essas coisas continuam acontecendo comigo? — ela
pergunta entrecortada. — Por favor, deixe-me ir. Eu quero ir para casa.
Sinto um baque de alarme. Vivienne está com muita dor agora e quer
voltar para seu dormitório para poder se cortar. Só sobre meu cadáver
ensanguentado que ela vai ficar sentada sozinha em seu quarto com uma
lâmina nas mãos, chorando enquanto se corta.
Eu a empurro contra a porta do carro, pairando sobre ela, então ela
tem que inclinar a cabeça para trás para me olhar nos olhos. — Há algo que
você deveria saber sobre mim, Vivienne. Não desisto quando quero alguma
coisa. Vou dobrar o mundo até ele quebrar e reorganizá-lo do jeito que eu
quero que seja.
— Não vou a lugar nenhum com você. — diz ela. — Você não pode me
obrigar.
Sim, posso, mas se eu forçá-la a vir comigo, serei o vilão e a razão pela
qual ela nunca poderá ver Barlow. Vivienne precisa perceber por si mesma
que nunca fará essas pessoas felizes e então será toda minha.
Passo um dedo sob seu queixo. — Você não precisa ir a lugar nenhum
comigo. Eu já possuo você.
Os olhos de Vivienne se arregalaram. — O quê?
— Você pode ir para casa, mas você é minha propriedade. Eu possuo
cada centímetro de você. Ninguém machuca o que é meu, nem mesmo
você. Estou falando muito sério sobre isso.
— Espere, você está me deixando ir ou não?
Deixei escapar uma risada sombria. — Deixando você ir? Em Henson,
onde tudo e todos me pertencem? Onde cada pessoa que te observa de um
carro, de uma esquina, de um ponto de ônibus trabalha para mim? Anjo,
você não estará a mais de três metros de alguém conectado comigo de
agora em diante.
Graças ao rastreador que injetei em sua nuca enquanto ela dormia,
sempre saberei onde ela está. Meu Deus, como me excitou fazer isso e ver a
pequena protuberância sob sua pele. Eu tinha que transar com ela
novamente naquele momento, e foi o que fiz. Eu me enfiei até as bolas
dentro dela antes que ela pudesse acordar. Agora, graças a esse rastreador,
estou sempre dentro dela e posso chegar até ela num piscar de olhos.
Não vou contar isso a ela, no entanto. Vivienne faria algo bobo com
sua faca se soubesse que ele estava ali.
— Nem pense em deixar Henson. Posso e irei encontrar você em
qualquer lugar a qualquer hora. Se você fugir, vou arrastá-la de volta para cá
e puni-la. Você não sai de Henson. Essa é a sua primeira regra.
Ambas as sobrancelhas dela se erguem. — Eu tenho regras?
Não estou respondendo perguntas estúpidas. Claro que ela tem
regras.
— Você vai para a aula. Você visita seu irmão. Se você estiver
sofrendo, me ligue. Se quiser conversar, me ligue. Se precisar que eu te
foda, me ligue. Desbloqueie seu telefone e dê para mim. — Estendo a mão e
espero.
— Não vamos precisar conversar ou foder, obrigada. — ela me diz
balançando a cabeça.
— Desbloqueie seu telefone e me dê, ou irei até sua casa, roubarei
Barlow e faremos tudo de novo.
— Papai tem uma arma.
Eu rio suavemente. — Eu também, e sei como usar a minha. Ele sabe?
Ela pensa sobre isso por um momento, suspira, depois pega o
telefone, digita o código e me entrega. Ligo para meu próprio telefone,
deixo tocar uma vez, desligo e devolvo para ela.
— Finalmente, a regra mais importante de todas. — Seguro seus
ombros em minhas mãos e me inclino para perto. — Você só pode sangrar
por mim, anjo. Você quer se machucar, gritar e sofrer? — Eu deslizo meus
lábios sobre os dela. — Eu vou fazer você sofrer.
Vivienne me observa com os olhos semicerrados, como se o que
acabei de dizer fosse à coisa mais atraente que ela já ouviu. Ela olha para
minha boca por um longo tempo e então parece sair de um transe e se
sacudir. Ela se dirige a Liam, que está dirigindo todo esse tempo e fingindo
não nos ouvir. — Você poderia, por favor, me levar aos dormitórios da
Universidade Henson?
Liam encontra meu olhar pelo espelho retrovisor e eu aceno.
— Claro, Srta. Stone. Estaremos lá em cinco minutos. — diz Liam,
girando suavemente o volante.
Paramos em frente aos dormitórios e Vivienne se vira em direção à
porta para sair. Eu a puxo de volta para mim.
— Mais uma coisa antes de você ir. Dê-me o sobrenome de Lucas.
Ela balança a cabeça. — Apenas deixe o passado enterrado, por favor.
Eu agarro sua garganta, não sou gentil com isso, e esbravejo em seu
rosto. — Eu disse para me dar o maldito nome dele.
Ela se contorce contra meus dedos. — Você não tem outras coisas
com que se preocupar? E quanto ao papai e sua dívida?
— E tudo que acabei de te contar? Você é minha, e isso significa fazer
o que eu digo, caso contrário, vou fazer você se arrepender muito.
Vivienne engole em seco na minha mão. — Lucas Jones. Não sei onde
ele mora.
Lucas Jones. Finalmente. Não importa que ela não saiba onde ele
mora. Se ele ainda estiver respirando, eu o encontrarei, mesmo que ele
tenha saído da cidade. Eu seguro a garganta de Vivienne e inclino minha
boca sobre a dela. Boa garota. Eu cuidarei desse idiota e Vivienne perceberá
que sua família é um patético desperdício de espaço e os eliminará de seu
coração.
Se ela pensa que alguma coisa acabou entre nós, está muito
enganada. Sou dono de Vivienne Stone, agora e para sempre.
Eu paro o beijo e esbravejo: — Você já é minha. Não se esqueça disso
e não quebre minhas regras.
— Ou o quê? — Ela pergunta, sem fôlego olhando nos meus olhos.
— Tente não descobrir, anjo.
CAPÍTULO VINTE E UM
VIVIENNE

Três semanas se passaram desde minha aventura pelo labirinto do


Tyrant e minha vida está tranquila.
Estranhamente tranquila.
Nunca me sinto sozinha. É paranoia ou Tyrant estava dizendo a
verdade quando disse que alguém sempre estaria me observando? As
pessoas olham para mim quando compro mantimentos. Passos me seguem
pelas ruas escuras. Mesmo aqui embaixo, no porão vazio da biblioteca,
enquanto tento me concentrar em uma redação, sinto os olhos de alguém
na minha nuca.
No domingo passado, voltei para casa pela primeira vez desde que
Tyrant roubou Barlow e o devolvi. Samantha não pareceu surpresa ao me
ver na soleira da porta, mas também não ficou satisfeita em me ver.
— Por favor, deixe-me ver Barlow. — implorei. — Você sabe que eu
faria qualquer coisa pelo meu irmão.
Sua expressão suavizou-se e ela cedeu. — Tudo bem. Mas não fique
muito tempo.
Segurei Barlow nos braços em frente à janela da sala, balançando-o
suavemente e murmurando palavras suaves. Papai entrou na sala e ficou
atrás de mim. Concentrei-me em Barlow e fingi não saber que havia alguém
ali.
— Você não tem vergonha. — Sua voz estava cheia de repulsa. Sem
esperar minha resposta, ele saiu de casa e bateu a porta atrás de si. Eu não
conseguia nem ficar com raiva dele. Fiquei pateticamente grata por ele não
ter ordenado que eu saísse e nunca mais voltasse.
Quando voltei para meu dormitório, meu coração doeu tanto com a
hostilidade de papai e Samantha que cheguei a pegar minha caixa de corte.
Sentei-me no chão, segurando a caixa que contém uma lâmina, um
antisséptico e band-aids. Segurando com força. Querendo tanto usá-la.
Senti a presença do Tyrant ao meu redor e sabia que não era uma
ameaça vã de que ele faria algo terrível se descobrisse que eu tinha me
cortado. Eu tinha o número de telefone dele e poderia ligar para ele se
quisesse, mas isso também parecia perigoso. Com o coração dolorido,
coloquei a caixa fora de vista e peguei meu bloco de desenho.
Desenhei obsessivamente por horas. Plantas. Estátuas. Labirintos.
Tyrant dormindo em sua cama, como estava antes de eu pegar Barlow e sair
sorrateiramente de sua casa. Desenhar me acalmou até que finalmente
desmaiei no chão e dormi dez horas seguidas.
Agora, este artigo não vai a lugar nenhum rapidamente. Preciso
consultar um artigo de jornal, levanto-me da mesa e caminho entre as
estantes. É noite de sexta-feira, e o subsolo, com seus livros empoeirados e
a antiga coleção de microfichas de jornais, está totalmente deserto.
Ou então eu acho.
Estou procurando o Journal of Italian Renaissance Studies quando uma
mão grande e tatuada agarra meu pulso. Por um momento fico olhando
para ele, paralisada em estado de choque, sentindo um hálito quente na
nuca. Então Tyrant me gira e me empurra contra as estantes.
Ele está de pé sobre mim com toda a sua beleza tatuada, vestido de
preto com um sorriso malicioso em seus lindos lábios. Sua voz aveludada se
entrelaça em meus sentidos. — Senti sua falta, anjo. Você sentiu minha
falta?
Seus lábios roçam os meus e meus cílios tremulam. Estou hipnotizada
ao vê-lo. O cheiro dele. Seu toque. Ele agarra a bainha do meu vestido e
começa a puxá-lo para cima.
Seguro suas mãos e tento empurrá-las para baixo. — O que você está
fazendo?
— Preciso saber se você está seguindo minhas regras.
Ele quer olhar para mim aqui mesmo na biblioteca para verificar por si
mesmo se não há cortes recentes em meu corpo. Olho em volta
desesperadamente. Alguém pode entrar. — Por favor, não olhe para mim.
Tyrant, não.
Ele estreita os olhos. — O que você está escondendo de mim,
Vivienne? Eu te contei minhas regras. É melhor você não tê-las quebrado.
— Eu não me machuquei, eu juro. Alguém pode ver.
— Não há ninguém aqui. Não vou deixar ninguém ver minha garota. —
Ele lentamente levanta meu vestido e acaricia minhas costelas. Meu
abdômen. Todas as minhas velhas cicatrizes. Ele dá um beijo na minha
garganta com um zumbido de desejo. — Boa menina. Já faz uma eternidade.
Eu preciso te foder, anjo.
Eu agarro seu braço, meus olhos se arregalam. — Estamos na
biblioteca.
— Eu adoro bibliotecas. — Ele aperta meus seios e então sua mão
mergulha direto na minha calcinha e ele geme quando seus dedos deslizam
em minha entrada. — Sempre tão molhada para mim. Eu tenho sonhado
com essa boceta.
Tyrant acaricia meu clitóris até meus cílios tremerem e meus joelhos
dobrarem, mas ele me pega e me segura contra ele, e força um dedo dentro
de mim.
Eu gemo em seus braços. Nada é melhor do que estar cheia de Tyrant.
— Você é tão... — Ele olha para baixo e então respira fundo, suas
pupilas dilatando de repente e um sorriso curvando seus lábios. — Oh, anjo.
Que surpresa deliciosa.
— O que é uma surpresa?
Ele tira a mão da minha calcinha e seu dedo médio está brilhando com
sangue até a terceira junta. O horror me percorre com a visão. Devo ter
acabado de menstruar. Sangue de cortes é uma coisa, mas sangue da
menstruação? Ele não pode ver isso, muito menos tocá-lo.
Eu suspiro e tento me afastar, vergonha inundando meu corpo. — Eu
vou ao banheiro. Desculpe. Eu não sabia.
Tyrant não me deixa sair de seu abraço de ferro e agora ele está
sorrindo maliciosamente. — Ir ao banheiro? Afastar sua linda e
ensanguentada boceta de mim? Não vou deixar você ir a lugar nenhum até
que tenhamos todo esse sangue no meu pau.
Ele não pode estar falando sério.
Tyrant roça seus lábios nos meus e sussurra sedutoramente: — Você
está sangrando para mim, anjo. Preciso fodê-la com força e fazer com que
nós dois fiquemos sujos com o seu sangue.
O calor floresce em minhas bochechas e o desejo aperta meu núcleo.
— Não podemos fazer isso. Aqui não.
— Sim, aqui.
Meus joelhos estão bambos quando ele me abaixa no tapete e tira
minha calcinha pelas pernas. Minhas mãos apertam sua camisa. Eu deveria
correr, mas não posso soltar esse homem. — Por favor, não. Isso é tortura.
— Ah, anjo. — ele murmura, um sorriso zombeteiro nos lábios. — Eu
amo seu lindo sangue. Vou te foder aqui mesmo, talvez você chore, fique
vermelha, me odeie, mas ainda assim vou fazer você gozar. — Tyrant me
vira para que eu fique de quatro e depois me abre com os dedos. — Deixe-
me olhar para você.
Enquanto ele explora minha boceta e o sangue que escorre de mim e
escorre pelas minhas coxas, meus joelhos tremem e enterro o rosto nos
braços. Como deve ser a visão? Certamente Tyrant não consegue achar todo
esse sangue menstrual excitante.
— Eu me perguntei se você estava grávida depois da última vez. Teria
sido interessante. — Tyrant parece intrigado com a ideia.
Eu me perguntei se também estava grávida, foi por isso que tomei o
Plano B quando recobrei o juízo no dia seguinte.
— Porra, isso é tão lindo. — ele murmura, acariciando minha umidade
por todo o corpo.
— Você tem camisinha? — Eu choramingo, levantando a cabeça
enquanto ele empurra dois dedos grossos dentro de mim. Não posso deixar
de gemer o nome dele. — Tyrant. Tyrant, por favor.
— Foder você enquanto uso camisinha? Meu anjo só me tem sem
nada. Aposto que você tem um gosto bom quando está sangrando.
Eu suspiro e meus olhos se abrem. Tento me afastar dele, mas ele
segura meus quadris com força e me fode com mais força com os dedos. —
Tyrant. Você não pode.
— Continue gritando assim. Traga todos correndo para que possam
dar uma boa olhada em você assim.
Eu rapidamente fechei minha boca.
Tyrant tira os dedos de mim e um momento depois eles são
substituídos por sua língua quente e escorregadia. Ele lambe meu sexo, meu
clitóris e até enfia a língua dentro de mim. Fecho os olhos com força e gemo,
horrorizada e excitada ao mesmo tempo.
— Oh, porra, sim. — ele respira e dá um tapa em mim novamente.
Olho para trás. Há sangue em seu lábio inferior, ele o suga na boca e
engole como se eu fosse deliciosa.
— Você é louco. — eu choramingo.
— E você está prestes a ser fodida com tanta força que vai me sentir
por uma semana. — Ele segura meu quadril com firmeza e ouço o tilintar de
seu cinto e depois o zíper. Algo assustadoramente grosso - ele sempre foi
tão grosso assim? - é empurrado no meu canal apertado e depois desliza
bruscamente para dentro de mim. Eu grito e apoio minhas mãos contra as
estantes de livros.
Tyrant amaldiçoa baixinho e investe profundamente, repetidamente.
Ele parece estar gostando tanto da visão do nosso sexo quanto da sensação,
porque posso sentir seus dedos enquanto ele os torce em seu pau. — Porra,
sim, Vivienne. Sua danadinha está sangrando. Você está menstruando em
cima de mim.
Meus músculos internos convulsionam de prazer com suas palavras
sujas.
Um momento depois, ele começa a me foder de verdade, e tenho que
engolir meu gemido. Estou tão sensível e macio lá embaixo que cada
impulso parece que ele está me empalando através do meu corpo.
— Oh, olhe isso. — diz Tyrant com prazer ao sair de dentro de mim.
Acho que ele está falando sozinho até ele agarrar meu cabelo e me forçar a
me virar para ele. — Eu disse, olhe para isso.
Por cima do meu ombro, seu pau ereto está coberto de meu sangue.
Brilhando com isso. Vermelho vivo em todo o seu pau.
— Você já viu algo mais bonito? — ele pergunta. Quando ele chama
minha atenção, ele acrescenta: — Que putinha. — e empurra para dentro de
mim mais uma vez.
Dou um grito e agarro a prateleira, mas isso não impede que meus
joelhos queimem no carpete. — Você está tornando isso constrangedor de
propósito.
Tyrant dá uma risada desagradável. — Poderíamos estar na minha
cama. Em vez disso, você está com queimaduras nos joelhos e sangrando
pelas coxas na biblioteca da faculdade. Boas garotas que ficam na minha
cama e obedecem a todas as minhas regras ficam com o bom Tyrant.
Garotas más que fogem ficam com o Tyrant malvado. Continue me
provocando, anjo, porque eu adoro ser cruel com você.
O Tyrant malvado está me fodendo com tanta força e profundidade
que chega a doer, mas ainda assim estou apoiada na estante para que ele
possa continuar a socar em mim. A dor é divina. Eu o desejo tanto.
— Olhe para você arqueando as costas para mim. Você também ama o
Tyrant malvado, não é?
— Eu... ah... preciso... — falo entre gemidos. A ameaça de que vou
senti-lo por uma semana não foi à toa. Depois que a dor passar, ainda me
lembrarei de cada minuto doloroso em que fui fodida na biblioteca. — Oh,
Deus, Tyrant, por favor, não pare. — eu choramingo sem parar. — Por favor,
Tyrant, por favor.
Quando chego ao clímax, ele geme e agarra meus quadris com dedos
pegajosos e ensanguentados. — Sua boceta me ama. — diz ele, gemendo
com seu próprio orgasmo. Ele bombeia dentro de mim várias vezes e depois
sai lentamente de mim.
Tento me sentar, mas ele me empurra para baixo de novo.
— Não tão rápido. Eu quero ver isso.
Não sei o que ele quer dizer até que ele enfia os polegares em mim e
me abre. Nada acontece por um momento, então um fluido quente jorra de
mim e escorre pelas minhas coxas.
— Oh, porra, sim. Seu sangue e toda a minha porra, escorrendo pela
sua linda pele. Que bagunça pegajosa e bem fodida você está. — ele diz
com um murmúrio de apreciação, então bate na minha bunda, me fazendo
pular.
Minhas bochechas estão tão quentes de vergonha e excitação que sei
que meu rosto está vermelho brilhante. Eu me pergunto se ele vai me deixar
no chão, nas estantes, uma bagunça de sangue e porra.
Tyrant finalmente me deixa sentar e eu me ajoelho, meu corpo
estremecendo de prazer e horror. Isso foi uma loucura. Eu não acho que
algum dia voltarei mentalmente ao meu próprio corpo depois de ser enviada
simultaneamente para o céu e para o inferno na ponta de seu pau.
Para minha surpresa, ele me ajuda a ficar de pé, tira o sobretudo preto
e me envolve com ele. — Tem um banheiro aqui. Vamos.
É um banheiro acessível com espaço para nós dois, ele me empurra
para dentro e fecha a porta atrás de nós. Pego uma toalha de papel, mas ele
agarra meu pulso.
— Eu vou fazer isso.
Minha testa se enruga de confusão. — Primeiro você me chama de
puta e agora quer me limpar?
— Não é qualquer puta. Minha putinha. — Tyrant tira o sobretudo do
meu corpo e dá um tapinha na pia. — Coloque suas mãos aqui, garota
bagunceira.
Coloco minhas mãos na pia. Quando sua mão desliza sobre minha
bunda, não posso deixar de empiná-la para ele.
Nós nos olhamos no espelho enquanto ele puxa meu vestido até a
cintura, e eu me deleito com a visão do homem de quem senti tanta falta
por semanas. Usando toalhas de papel úmidas, ele limpa todas as manchas
de sangue da parte interna das minhas coxas. Ele é cuidadoso com isso,
trabalhando lenta e metodicamente e usando uma dúzia ou mais de toalhas
de papel. Cada toque é estranhamente carinhoso.
Observo seu lindo rosto através dos cílios, sentindo um aperto
estranho no coração. — Achei que você tivesse vindo aqui para me
atormentar.
Tyrant dá um beijo em minha garganta. — Eu tenho que deixar você
com algo doce para se lembrar de mim. Querido Diário, Tyrant é cruel e
perverso, então por que eu o amo tanto?
— Eu não mantenho mais um diário.
Tyrant sorri enquanto joga fora um monte de toalhas de papel, eu
percebo por quê. Eu não disse que não o amava.
— Você está escrevendo isso na sua cabeça. Querido diário, Tyrant
adora limpar minha boceta depois de destruí-la totalmente. Espere aqui um
momento.
Eu me olho no espelho enquanto ele está fora. Quando aperto minhas
coxas, já posso sentir a dor que ele me deixou. Afundo os dentes no lábio
inferior e sorrio para o meu reflexo. Bom.
Tyrant volta com um absorvente interno que deve ter tirado da minha
bolsa. Estendo a mão para pegá-lo, mas ele o segura longe de mim. — Eu
vou fazer isso.
Eu olho para ele com espanto. — Realmente? Você sabe como?
Ele desembrulha o absorvente. — Eu tenho irmãs. Você acha que eu
não brinquei com essas coisas quando estava entediado no banheiro e me
perguntando como funcionavam? Na verdade, nunca fiz isso antes, mas
posso descobrir.
Apertando minha bunda com uma mão e abrindo minha boceta, ele
empurra o aplicador em mim enquanto olha nos meus olhos, me fazendo
ofegar. — Mmm. Essas coisas são muito mais divertidas quando você as
coloca na garota bonita que acabou de foder. Obrigada, Tyrant. — ele me
diz, tirando o aplicador e empurrando o absorvente mais fundo com o dedo.
— Obrigada, Tyrant. — eu sussurro, olhando em seus olhos azuis.
Ele me vira e me beija com força, separando meus lábios e enfiando a
língua em minha boca, eu me rendo ao seu beijo.
— Você está pronta para dizer, eu te amo, Tyrant, por favor, me leve
para casa?
Por um momento, me permito entrar nesse devaneio. Ser a garota de
Tyrant. Permitir que ele me adore noite e dia. Viver com ele. Amá-lo.
Mas nunca mais verei Barlow se eu for para casa com Tyrant.
— Papai e Samantha me deixaram ver Barlow novamente. — digo
lentamente, e estremeço, esperando que Tyrant diga algo duro ou grite
comigo.
Ele me observa por um momento, suspira, depois passa a mão no meu
cabelo e esfrega minha nuca. Então ele beija minha testa. — Eu sei. Seu
irmãozinho é importante para você.
— Ele é tudo para mim.
Tyrant continua esfregando círculos lentos e hipnóticos em minha
nuca, antes de me beijar uma última vez e mais uma vez me ajudar a vestir
seu sobretudo. — Use este casaco. Seu vestido está coberto de sangue.
— Obrigada — digo, olhando para ele e me perguntando se deveria ter
dado uma resposta muito diferente. — Você está bravo por eu estar
escolhendo Barlow?
— Você acha que sim, não acha? — Ele me beija enquanto ainda estou
tentando entender o que isso significa.
Não parece que ele acha que está perdendo.
Ele afunda os dentes em meu lábio inferior e depois o lambe com a
língua. Quando ele se afasta, seus olhos brilham de malícia. — Lembre-se
disso. Você é a garota do Tyrant. Você segue minhas regras, ou eu vou te
punir.
PARTE III
AGORA
CAPÍTULO VINTE E DOIS
TYRANT

Com um rifle de caça brandido na mão direita, olho em volta para as


três vítimas desarmadas presas em meu labirinto.
Owen Stone. Samantha Stone. Vivienne Stone.
Marido e mulher estão lado a lado, ela tremendo e chorando, ele
olhando para mim com uma mistura de medo e desafio. E a linda filha de
Stone?
Vivienne está afastada do pai e da madrasta, o rosto uma máscara
pálida e as unhas cravadas nas palmas das mãos. Ela não fala comigo nem
olha para mim.
Esperei meses e meses por essa garota. Meses. E para quê? Em vez de
correr para mim quando o último vínculo com sua família foi rompido, ela
fugiu de mim. Será que ela não percebeu que esperar que esses laços se
rompessem para que eu pudesse ficar com ela era a única coisa que me
impedia de matar todos eles?
Tiro várias balas do bolso e coloco-as no rifle, sem pressa, deixando-os
saber que cada bala é para eles. A Sra. Stone começa a soluçar ainda mais, e
não consigo evitar o sorriso que se espalha pelo meu rosto.
— Aqui estamos nós de novo, Vivienne. No meu labirinto, você corre
perigo de vida enquanto Barlow está enfiado são e salvo no meu quarto.
Você se lembra do meu quarto, não é? — Carrego uma bala na câmara com
um som sinistro e apoio o rifle no ombro. — Que chance maravilhosa eu te
dei da última vez e você a desperdiçou.
Vivienne mantém os olhos desviados, mas não parece chorosa. Ela
parece silenciosamente furiosa. — Posso te perguntar uma coisa, Tyrant?
— Pergunte, anjo. — respondo, zombando dela com seu apelido
carinhoso.
— Foi você quem pichou minha casa. Você enviou nossas fotos para
papai e Samantha. Estou certa?
Eu a observo com os olhos semicerrados. — Você quer me transformar
em seu monstro?
— Eu não tenho que transformar você em nada. Por um tempo, eu...
— Seu rosto se contrai e ela respira dolorosamente. — Eu realmente pensei
que você... — Ela limpa os olhos com raiva. — Deixa para lá. Não importa
agora.
Precisamente. Nada disso importa mais.
— Se você não me ama, Vivienne, você pode me temer em vez disso.
— Eu dou uma boa olhada nos três. — Estou farto da família Stone. Fujam
do meu labirinto ou matarei todos vocês. Quanto mais vocês continuarem
correndo, mais tempo continuam respirando.
Samantha engasga e agarra o pulso do marido, mas Owen Stone está
olhando para mim com olhos cheios de ódio.
— Você realmente não vai nos deixar escapar. Você vai nos caçar por
esporte. — Stone se vira para sua filha, furioso com ela: — Isso é tudo culpa
sua.
As palavras voam dos meus lábios antes que eu possa me conter. —
Culpa da Vivienne? A culpa é da Vivienne, porra? Quanto dinheiro você me
deve, vinte e nove mil, mais juros? A única pessoa responsável pela morte
de Owen Stone é o próprio Owen Stone.
Por um momento encontro o olhar chocado de Vivienne e tenho que
me forçar a desviar o olhar dela.
Samantha está torcendo as mãos, lágrimas escorrendo pelo rosto
enquanto ela choraminga: — Meu bebê. Por favor, não machuque meu
bebê.
— Machucá-lo? Eu vou ficar com ele. Ele é meu filho agora, não seu.
Samantha chora ainda mais.
— Vamos. Vamos sair daqui. — Owen Stone agarra o braço da esposa
e a arrasta por um caminho no jardim antes de desaparecer em uma cerca
viva, deixando a filha para trás. Vivienne os observa partir sem a menor
surpresa no rosto por eles a terem abandonado.
Então ela se vira para mim.
Olhamos um para o outro através de uma estreita extensão de
gramado sob outra lua prateada. Suas palavras quando eu a estava
sequestrando na rodoviária voltaram para mim.
Eu nunca peguei nada de você. A única coisa que você me comprou foi
um teste de gravidez.
Eu a observo, minha cabeça inclinada para o lado. Interessante que ela
tenha tocado nisso. Porque ela fez o teste ou porque não fez?
Dou um passo à frente e tiro a mochila do seu ombro com força e
depois me afasto, apontando o rifle para ela. — Vá. Ou atiro em você aqui e
agora.
Ela hesita por um momento, como se quisesse dizer alguma coisa,
então fecha a boca e corre na direção oposta de Stone e sua esposa. Em
direção a casa.
Ela vai tentar resgatar Barlow novamente.
Quando estou sozinho, apoio a arma contra um banco de mármore e
vasculho sua mochila, tirando roupas, uma escova de dentes e um par de
sapatos. O teste de gravidez não está aqui. Talvez esteja no dormitório dela.
Olho na direção em que Vivienne desapareceu. Ela ainda estará
tentando encontrar o caminho através do meu labirinto por horas. Todos
eles irão. Tenho muito tempo para procurar respostas.

Depois de entrar pela janela de Vivienne, faço uma busca completa em


seu dormitório. Eu verifico a cama dela. Sua mesa de cabeceira. O lixo. Cada
gaveta. Dentro de todos os seus sapatos. Entre as páginas dos livros
didáticos. Sob roupas descartadas e pilhas de tecidos dobrados.
Nenhum teste. Suponho que ela poderia ter feito o teste nos
banheiros comunitários, se é que o fez.
Vou até a janela e olho para a noite enluarada, lembrando-me de
como Vivienne estava quando saiu do banheiro da rodoviária.
Perdida em pensamentos. Chocada com alguma coisa. Os resultados
de um teste de gravidez que ela acabara de fazer?
Fico ali por vários minutos, deixando o ar frio da noite tomar conta de
mim. Houve algo significativo naquele momento, e não vou parar de pensar
nisso até que eu tenha investigado aquele banheiro por mim mesmo.
Vinte minutos depois, estou do outro lado da cidade, estacionando na
rodoviária. O lugar está deserto e tenho que quebrar o cadeado da porta do
banheiro para entrar.
Existem apenas dois cubículos e um deles tem uma lata de lixo.
Em cima do lixo está um teste de gravidez virado para baixo. Eu o pego
e viro, meu sangue latejando em meus ouvidos. Eu olho para a janela
indicadora.
Vivienne vai ter meu filho.
Eu vou ser pai.
Vivienne vai ter meu filho e ela não me contou. Estávamos frente a
frente agora há pouco. Estávamos frente a frente nesta rodoviária. Qual era
o plano dela, fugir da cidade e fazer o quê? Ter meu bebê em segredo? Se
livrar dele? Não, ela não faria isso, mas estava planejando esconder meu
filho de mim. Meu maldito filho.
Enfio o teste de gravidez no bolso e volto para o carro. Ela não pode
fugir de mim agora. Eu a tenho exatamente onde quero, grávida e presa em
meu labirinto.
Quando volto para a estrada principal e corro em direção à minha
casa, murmuro para a estrada escura à frente: — Você deveria ter me
deixado salvá-la, Vivienne.
Ela não me deixou salvá-la, e eu levo isso para o lado pessoal.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
VIVIENNE

Viro à esquerda através de um arco de rosas trepadeiras e depois


desço correndo um caminho, e depois viro à direita na estátua de uma
mulher de toga. Já estive no labirinto do Tyrant antes, mas nada parece
familiar. Levo apenas alguns minutos para perceber que estou
irremediavelmente perdida.
Desesperadamente, tento me lembrar de para que lado o Tyrant me
levou quando ele estava me levando da casa de barcos até sua mansão, mas
não acho que tenhamos passado por esta parte de seus terrenos, ou se o
fizemos, eu também estava muito confusa sobre o sexo, ou muito
apaixonada por Tyrant para olhar para qualquer coisa além dele.
A lembrança de seu rosto severamente lindo olhando para mim com
tanta ternura naquela noite faz meu coração doer e minha garganta
queimar. Ele é o pai do meu bebê e esta noite ele me olhou com tanta frieza
ao declarar que iria me matar. É melhor continuar tentando escapar ou me
entregar à sua mercê pelo bem do nosso filho?
Não sei o que fazer, então continuo correndo. Há tantas curvas à
esquerda e à direita que nem sei se já passei por esses caminhos antes.
Estou olhando por cima do ombro depois de dobrar uma esquina. Quando
me viro para frente, estou olhando diretamente para Tyrant.
Ele está parado em uma extensão de grama, segurando o rifle de caça
e com uma expressão cheia de fúria. — Peguei você.
Ele levanta a arma e aponta para mim. Seu dedo está no gatilho,
quando olho para o cano da arma, ele se assemelha a um túnel preto sem
fim.
Cubro minha barriga protetoramente e grito: — Tyrant, não faça isso.
Não meu bebê.
As palavras saem da minha boca antes que eu possa me conter. Tenho
que proteger a vida que cresce dentro de mim. Olho para cima com medo
porque agora Tyrant sabe que estou grávida de seu filho.
Tyrant abaixa a arma e não há um pingo de surpresa em seu rosto. —
Não é seu bebê. Meu bebê. — Ele fala com os dentes cerrados, enfia a mão
no bolso e joga algo aos meus pés. O teste de gravidez que deixei no lixo do
banheiro do ponto de ônibus.
— Quando você ia me contar sobre isso? — Ele espera, mas eu não
respondo.
Eu o observo, me perguntando se ele vai jogar a arma de lado e jurar
ser um homem melhor agora. Que ele estava errado quando colocou o
rastreador no meu pescoço e que vai deixar minha família ir e poderemos
ser uma família de verdade.
Mas Tyrant não diz nada disso e não abaixa a arma.
— Há poucos dias eu fantasiei em estar grávida. — confesso em um
sussurro. — Contar a você que estou grávida. Estar com você para sempre.
Na verdade, pensei que este seria um momento feliz para nós.
— Não dá para perceber? Estou em êxtase.
Um arrepio percorre minha espinha. Dói olhar para ele quando ele
está tão letalmente furioso. — O que vai acontecer agora?
Ele pensa sobre isso por um momento. — Poderíamos ter feito isso da
maneira bonita. Eu prometi a você um anel. Eu prometi tudo a você,
inclusive sua liberdade, se você ficasse ao meu lado para sempre, mas isso
não foi bom o suficiente para você.
— Não se esqueça de fechar os olhos para você assassinar minha
família.
— Eles não valem nada, Vivienne, e você sabe disso. — ele retruca.
Começo a andar de um lado para o outro, passando os dedos pelos
cabelos. Não consigo ver nenhuma saída para isso. Ele nunca vai me deixar ir
agora que sabe que estou grávida. — Você vai me matar depois que eu der à
luz ao nosso filho? Você vai fingir que esse bebê e Barlow são irmãos e você
é o pai e criá-los você mesmo?
Tyrant me dá um sorriso malicioso. — Parece atraente. Sou bastante
bom com crianças, não acha?
Meu estômago embrulha. Ele é bom com crianças. Percebi isso
pessoalmente, naquelas breves horas em que cuidamos juntos de Barlow, e
pensar nisso só me faz sentir ainda mais infeliz. Poderíamos ter tido algo
maravilhoso juntos como uma família de verdade. Dói tanto que nunca
teremos.
Cada respiração que eu arrasto em meus pulmões é dolorosa.
Meu peito parece estar em um torno.
Não consigo ar suficiente.
— Vivienne?
Manchas pretas dançam diante dos meus olhos. Estendo a mão
instável para tentar agarrar uma árvore. Uma cerca viva. Qualquer coisa.
Estou em pânico. Estou enlouquecendo, assim como fiquei quando vi Lucas
depois que ele tentou me estuprar.
Tyrant está ao meu lado e suas mãos seguram minha cintura.
Segurando-me. Por um momento ele quase parece meu salvador. De
repente, ele me agarra pelos cabelos e me obriga a ficar de joelhos. Para
minha surpresa, ele pega o cinto com a mão livre e o desamarra, puxando
para fora seu pau grosso.
Estou em pânico e ele está com uma ereção?
— Abra a boca. — ele rosna.
— Você está... — Eu respiro ofegante e dolorosamente em meus
pulmões. — Você vai me forçar a chupá-lo enquanto estou tendo um ataque
de pânico?
— Isso não é para mim. Isto é para você. Abra a porra da sua boca.
— Do que você está falando...
Tyrant aproveita a oportunidade enquanto estou falando para enfiar
seu pau nos meus lábios. Meus olhos se arregalam. Eu me preparo para ele
empurrar agressivamente, repetidamente, me punindo por esconder a
gravidez dele e fugir.
Só que ele não faz isso. Ele apenas fica ali, segurando meu cabelo com
seu pau enfiado até o fundo da minha garganta.
— Você precisa de algo em sua boca para se acalmar. Meu dedo. Uma
mordaça. Meu pau. Você relaxa quando sua boca está cheia. — Ele segura
meu cabelo com força enquanto se senta lentamente em um banco e me
puxa entre suas pernas. — Chupe-me e acalme-se.
Eu olho furiosamente para ele, minhas unhas cravando em suas coxas.
Não posso cuspi-lo porque ele está me segurando com muita força, mas logo
ele vai ficar mole e entediado comigo porque me recuso a chupá-lo.
Mas com o passar dos minutos, Tyrant não amolece e também não
parece frustrado. Seu aperto em meu cabelo afrouxa um pouco para um
aperto seguro. Minha boca cheia me faz sentir estranhamente serena. Sem
perceber o que estou fazendo, meu corpo relaxa contra suas coxas.
Tyrant faz um barulho de satisfação no fundo da garganta e murmura:
— Assim é melhor. É assim que gosto de ver minha garota.
Por mais irritada que eu queira me sentir por ser forçada à submissão,
meu corpo continua derretendo contra a minha vontade. Minha bochecha
está apoiada em sua coxa e abraço sua perna enquanto ele acaricia meu
cabelo. Ele está me fazendo usar seu pau como chupeta e está funcionando.
Sinto-me sonolenta. Eu me sinto drogada.
— Você ainda os está ajudando, Vivienne. — Tyrant diz suavemente.
— Você está tentando salvar Barlow, quando o fizer, tentará salvá-los
também.
Eu balanço minha cabeça. Mesmo que eu quisesse ajudar papai e a
Samantha, eles não querem a minha ajuda. Eles me deixaram para trás e
estão tentando sair do labirinto sem mim.
— Você não vai tentar salvá-los? — Tyrant pergunta. — Então o que
você quer?
Eu gostaria que o Tyrant Mercer me desse o desejo do meu coração.
Empurro seu pau mais fundo na minha boca, e ele geme quando bate
no fundo da minha garganta. Minhas mãos estão pressionadas contra sua
barriga enquanto eu recuo e o deslizo mais profundamente. Isso é ainda
melhor do que o dedo ou a mordaça. Eu deveria estar chupando seu pau o
tempo todo porque ele é incrível na minha boca, enorme, quente e grosso.
Continuo até que ele geme e empurra em minha boca.
Eu me afasto e olho para ele na escuridão enluarada. Um fio de saliva
conecta meu lábio inferior à ponta do seu pau.
Não falamos, mas mil palavras passam entre nós naquele silêncio.
Agarro suas coxas e me levanto. Ele me ajuda a tirar a calça jeans e o
suéter, então eu monto em seu colo, puxo minha calcinha de lado e afundo
em seu pau.
Nós nos abraçamos e gememos ao mesmo tempo.
Ele.
Eu quero Tyrant.
Ele é o desejo do meu coração.
Aconteça o que acontecer a seguir, tenho que ser dele.
— Porra, sim, anjo. — Tyrant diz com uma voz gutural enquanto eu me
levanto e afundo em seu pau de novo e de novo. — Eu senti falta de você
tão apertada em volta do meu pau. Ordenhe-me e eu vou gozar
profundamente dentro de você.
Gemo contra sua boca e estou quase soluçando. — Eu também senti
sua falta. Eu preciso muito de você.
Tyrant passa o braço em volta da minha cintura, me levanta e me deita
na grama. Ao se afastar, ele dá beijos carinhosos em minha barriga, seus
lábios roçando minhas cicatrizes. Ele não se importa com minhas cicatrizes e
nunca se importou.
Ele beija minha barriga de novo e de novo. — Estou tão
profundamente dentro de você, anjo. Você é minha, para sempre. Você e
esse bebê. — O bebê crescendo dentro de mim. Seu bebê.
Ele se senta, pega seu pau na mão e empurra dentro de mim tão
rápido e profundamente que eu grito alto e forte.
— Você sabe que sou obcecado por você, não é? — Ele rosna
enquanto soca impiedosamente em mim. — Nada mudou. Vou colocar
aquele rastreador de volta no seu pescoço. Você vai dizer: Obrigada, Tyrant.
Eu ainda possuo você. Seu sangue. Sua respiração. Sua boceta. Tudo.
— Por favor, Tyrant. — eu imploro, segurando seus ombros como se
minha vida dependesse disso. Se é assim que ele quer me tornar dele, então
darei isso a ele. Seu rastreador na minha nuca para me manter segura. Seu
pau na minha boca quando preciso me acalmar. Com cada estocada de seu
pau, ele me empurra cada vez mais perto do orgasmo. Cravo minhas unhas
e grito quando meu clímax me atinge. Tyrant rosna e me puxa contra ele
com os dois braços, empurrando mais fundo a cada onda de seu próprio
orgasmo.
Lentamente, ele se levanta e nós dois estamos respirando com
dificuldade.
— Você me dará o desejo do meu coração? — Eu sussurro, pegando
seu rosto em minhas mãos.
— Anjo, eu te darei qualquer coisa.
— Nunca mais quero ver papai e Samantha. — Hesito por um
momento e então digo. — Mas eu não quero que eles morram.
Os olhos de Tyrant se estreitam enquanto ele considera isso. — Eu
quero Barlow. Ele é nosso.
— Eu... — Mordo meu lábio.
Tyrant agarra minha garganta, cravando os dedos e rosna: — Você
também o quer. Diga! Diga-me que você quer Barlow e que não vai desistir
dele.
Agarro-me desesperadamente ao pulso do Tyrant. Ele não está
apertando com força, mas está me dizendo que esta é uma linha dura para
ele. Piedade para papai e a Samantha, mas vamos ficar com Barlow. Eu
quero muito meu irmão. Eu não quero desistir dele.
Ouve-se o som de passos e vozes. Papai e Samantha estão vindo para
cá.
Tyrant tira a camiseta e rapidamente a coloca pela minha cabeça, me
pega nos braços e pega o rifle. Quando papai e Samantha viram o corredor,
estou sentada no colo de Tyrant. Ele está com um braço em volta de mim e
uma mão segurando a arma que está apoiada no chão. Ele olha para eles
com olhos frios. Todos os seus músculos estão rígidos enquanto me agarro a
ele.
Papai para e a repulsa toma conta de seu rosto. Pela primeira vez, não
abaixo a cabeça de vergonha nem digo a mim mesma que sou nojenta e que
tudo que quero e preciso é errado. Envolvo meus braços com mais força em
torno de Tyrant e olho para papai.
Ainda observando papai com um olhar gelado, Tyrant dá um beijo
lento em minha garganta, me dizendo silenciosamente que está orgulhoso
de mim.
— Estou vendo como é. — diz papai lentamente, observando Tyrant.
— Você tem algum tipo de obsessão estranha pela minha filha. Tudo bem,
farei um acordo com você. Você pode ficar com ela, nós pegaremos Barlow
e iremos todos para casa, de forma justa. Dívida paga.
— Você desistiria da sua filha assim? — Tyrant pergunta.
Os lábios do papai se curvam em um sorriso de escárnio. — Com
prazer. Minha filha nos quer mortos só para poder ficar com Barlow.
Minha boca se abre em indignação. — O que eu fiz que faria você
acreditar que sou tão sem coração? Vocês me renegaram, mas eu lutei por
suas vidas.
— Não se preocupe em tentar negar. — retruca papai. — Sua amiga
me contou tudo sobre seu plano quando a encontrei no baile.
— Minha amiga? Não tenho uma amiga que inventaria tais mentiras
sobre mim.
— Julia alguma coisa. Julia Merrick.
Sou atingida por uma onda gelada de choque. Julia disse isso? Julia,
uma das duas únicas amigas que tenho no mundo, tem conversado com
meu pai sobre mim pelas minhas costas? Eu nunca falei com ela sobre
Tyrant. Não consigo pensar em nenhum motivo para ela me trair daquele
jeito. Eu nunca a machuquei de forma alguma. Nós nos conhecemos desde o
ensino médio. Não é verdade. Não pode ser verdade.
Tyrant me agarra ainda mais forte. — Você acabou de dizer Merrick?
De repente, ele se levanta e me coloca de pé, e coloca o rifle em
minhas mãos. — Não deixe eles chegarem perto de você. Fique aqui. Preciso
ir ver alguém e já volto.
Ele sai na escuridão e desaparece num corredor.
Papai o segue com os olhos e depois se vira para mim com a testa
franzida. — Que história é essa?
Balanço a cabeça, perplexa. — Não sei.
— Onde quer que ele tenha ido, ele simplesmente voltará e nos
matará. — Samantha chora.
Papai dá um passo em minha direção, para pegar a arma, mas eu
aponto para ele e digo, com uma calma surpreendente: — Não chegue mais
perto, ou eu atiro em você.
Se ele acredita que eu o quero morto, então ele tentará me machucar,
e não posso deixá-lo machucar meu bebê. Eu vou matá-lo se ele tentar
alguma coisa.
Sua expressão é de indignação, mas ele para no meio do caminho. —
Vivienne, eu sou seu pai.
Eu não respondo. Eu não pertenço mais às vidas deles e não preciso
deles. Vou formar minha própria família.
— Então você transou com ele e agora fará qualquer coisa que ele
disser? — Papai diz. — Aquele homem ia caçar você por diversão. Todos nós
o ouvimos dizer isso.
Penso nisso por um momento e balanço a cabeça. — Tyrant nunca iria
me machucar. Ele queria nos forçar a ter essa conversa. Você nunca me quis
por perto, não é, pai?
Papai olha para mim, mas não responde. Suponho que seja uma boa
ideia não irritar a garota que segura o rifle de caça.
— E nós? — Samantha treme. — Ele vai nos machucar?
— Ele quer muito machucar vocês dois. — Dói na minha garganta falar
essas palavras, mas eu as digo mesmo assim. — Tyrant vai deixar vocês dois
irem. Ele queria matar vocês, mas eu o convenci a poupar suas vidas.
Evito cuidadosamente qualquer menção a Barlow.
— Como você pode ter certeza de que ele cumprirá sua palavra? —
Papai pergunta.
— Meu desejo é a única coisa que o convenceu a poupar vocês,
porque eu pedi, ele te odeia muito. Além disso... — Sinto uma onda de
felicidade quando finalmente digo as palavras em voz alta e com um sorriso
no rosto. — Temos um futuro maravilhoso pela frente. Vou ter um filho
dele.
As expressões chocadas nos rostos de papai e Samantha não têm
preço.
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
TYRANT

Quando volto ao centro do labirinto, Vivienne está onde a deixei trinta


minutos atrás, bem afastada do pai e da madrasta e segurando o rifle com
uma expressão feroz no rosto.
Que boa garota. Ela não deixou aquelas víboras chegarem perto dela.
Sua boca se abre em choque quando ela vê quem estou arrastando
pelos seus cabelos loiros brilhantes. Julia Merrick. Filha de Alan Merrick, o
vereador que está me assediando para casar com a filha dele.
Eu jogo a garota amarrada e choramingando na grama aos meus pés.
Vivienne dá um passo à frente para ajudá-la, mas estendo a mão, barrando
seu caminho. — Não. Fique onde está.
— Mas ela é minha amiga. — diz Vivienne.
— Essa vadia não é sua amiga. — eu grito. Eu me inclino e arranco a
fita adesiva da boca de Julia Merrick, ela engasga de dor. — Por que você
está perseguindo Vivienne?
Lágrimas escorrem pelo rosto da garota. Ela está tremendo de medo e
mal consegue pronunciar as palavras. — Eu não entendo o que está
acontecendo. Eu não fiz nada com Vivienne. Você é… você é Tyrant Mercer?
Que pequena atriz ela é.
Ela se vira para Vivienne. — O que está acontecendo? Por que você
tem uma arma? Por favor, me ajude.
Julia apelando para minha mulher faz a raiva tomar conta de mim, eu
dou um tapa forte no rosto dela. Ela grita e se esparrama pela grama. Ela
machucou Vivienne e isso não ficará impune.
Vivienne vira olhos ansiosos para mim. — Tyrant, ela já está com medo
de você. É necessário bater nela?
É mais do que necessário. É a única coisa que importa agora.
Pego uma faca e mostro para a garota Merrick. — Vou perguntar de
novo e então começarei a fatiar esse seu lindo rosto. Por que você está
perseguindo Vivienne?
A garota Merrick funga e choraminga por um momento. Ela encontra
os olhos de Vivienne e depois desvia o olhar novamente. Finalmente, ela diz
em voz baixa: — Meu pai me obrigou a fazer isso.
Vivienne solta um grito de choque.
Fico ao lado da jovem, fervendo de fúria enquanto ela admite tudo.
Ter pintado com spray Puta do Tyrant na casa de Vivienne depois de me ver
saindo pela janela de Vivienne e saindo do dormitório. Perseguindo-me
tantas vezes que ela estava lá na noite em que prendi Vivienne em meu
labirinto e tirando fotos de nós fazendo sexo. Julia conseguiu subir em uma
árvore fora dos meus muros e apontar uma lente telescópica para nós. Ela é
fotógrafa amadora e usou sua própria câmara escura para revelar as
imagens e entregá-las na casa da família de Vivienne.
— Achei que você só estivesse interessada em fotografar jardins. —
Vivienne diz fracamente. Ela ficou pálida enquanto ouvia que sua suposta
amiga tinha a dizer. — Por que você faria coisas tão horríveis comigo?
Eu espero com os olhos semicerrados. Não dou a mínima para o que
Julia Merrick tem a dizer. Anseio por seu sangue e seus gritos, mas Vivienne
merece uma resposta. — Você tem mais um segundo para começar a falar,
ou eu começo a fatiar.
Julia se encolhe com medo da minha faca. — Porque eu não tive
escolha. Papai me disse que era meu dever casar com o Sr. Mercer. Ele fez
sua parte ao me ofertar e eu tinha que fechar o negócio. Todos nós temos
que fazer a nossa parte para promover a carreira política do papai para que
ele possa se tornar prefeito, depois governador, por fim, presidente. Eu...
pensei em abordar o Sr. Mercer e flertar com ele, mas estava tão nervosa e
não sabia do que ele gostava. Achei que se descobrisse mais sobre ele seria
mais fácil, então, quando descobri que ele era obcecado pela minha amiga...
— Ela para, miseravelmente.
— Você tinha que tirar Vivienne da competição. — eu finalizo.
— Achei que Vivienne iria evitar você quando a família dela lhe
dissesse para desistir de você. Eles te odiaram tanto depois que você roubou
o irmão mais novo dela. Mas as fotos não funcionaram e eu estava
começando a ficar desesperada. Não tive escolha. — diz Julia, me
implorando. — Eu não queria machucar Vivienne, mas…
Sinto uma onda de raiva quando percebo o que ela está dizendo. É
pior do que perseguir e humilhar Vivienne. Muito pior. — Os três meninos
que a atacaram no cemitério. Você disse a eles para fazerem isso.
— Julia, você não fez isso. — Vivienne chora.
A garota Merrick começa a soluçar. — Eu não queria que eles
matassem Vivienne. Achei que talvez a assustassem e a afastassem, hum,
dos homens.
Eu me inclino e agarro a frente de sua camiseta, brandindo a faca em
seu rosto. — Você queria que eles a estuprassem tão brutalmente que ela
ficaria traumatizada demais para me amar? Você é uma vadia fodida.
— Eu tive que fazer isso. — ela chora, com os olhos tão arregalados de
medo que os brancos estão aparecendo por toda parte. — Papai me
perseguia dia e noite para que isso acontecesse. A única vez que ele falava
comigo era para me dizer que eu deveria ser útil a ele, caso contrário, eu
perderia minha herança, meus pagamentos da faculdade e minha mesada.
Meu futuro e meu lugar na família estavam em risco. — Ela hesita e
acrescenta num tom desafiador: — Tive um bom motivo para o que fiz,
porque a família vem em primeiro lugar. Pelo menos eu não disse a alguém
para estuprar minha própria filha por causa de uma dívida de alguns
milhares de dólares.
Todo esse tempo, Julia concentrou-se em mim, mas agora olha para
alguém por cima do meu ombro. Atrás de mim, Owen Stone inspira
profundamente.
Mas. Que. Porra.
Eu lentamente solto Julia e me viro. A expressão de Stone está cheia
de culpa e alarmada, que ele rapidamente tenta sufocar com confusão.
— Julia, do que você está falando? — Stone dá uma risada nervosa.
Owen Stone, o homem que se ressente tanto de sua filha que pode
descartá-la como um trapo velho. Owen Stone, o homem viciado em jogos
de azar e com tantas dívidas que sua própria esposa não conhece o estado
de suas finanças. Owen Stone, cujo amigo tentou estuprar Vivienne. Que
não acreditou nela quando ela contou a ele o que aconteceu, e que a
machucou tanto ao chamá-la de mentirosa que seu corpo e alma suportarão
as cicatrizes até o dia em que ela morrer.
Owen Stone, que está suando frio e culpado bem diante dos meus
olhos.
CAPÍTULO VINTE E CINCO
VIVIENNE

Tenho acompanhado a conversa entre Tyrant e Julia com o coração na


boca, horrorizada demais com o que estou ouvindo para dizer uma palavra.
Julia parece patética enquanto soluça todas as coisas horríveis que fez nas
minhas costas nos últimos dez meses, enquanto fingia ser minha amiga. Já
tive amigos que se viraram contra mim antes, fofocaram pelas minhas
costas, me trocaram por pessoas mais interessantes, mais ricas e mais
bonitas. Nunca imaginei que alguém iria me odiar tanto a ponto de enviar
três pessoas para fazer uma das coisas mais cruéis que você pode fazer com
uma pessoa, a não ser matá-la.
Tudo isso já era chocante o suficiente, mas ouvir suas últimas palavras
deixou minha mente branca de choque.
Pelo menos não disse a ninguém para estuprar a minha própria filha
por causa de uma dívida de alguns milhares de dólares.
Nunca contei a Julia sobre quase ter sido estuprada por Lucas Jones.
Nunca contei a ninguém, exceto a papai e Samantha, Tyrant descobriu por si
mesmo. Se o que Julia está dizendo for verdade, isso significaria que papai
pediu dinheiro emprestado ao amigo, como não conseguiu pagá-lo, disse a
Lucas para fazer o que quisesse comigo como pagamento.
Viro-me para olhar para papai, balançando a cabeça, sem querer
acreditar no que Julia está dizendo. Esperando ver indignação em seu rosto
e que ele fale palavras veementes de negação.
Papai está olhando para Tyrant com medo, ele ficou pálido e começou
a suar. O rifle cai dos meus dedos inertes e bate na grama aos meus pés.
— Pai — eu digo com a voz quebrada. — Não. Por favor, não. Diga que
não é verdade.
— Ele não pode. — Tyrant diz com os dentes cerrados. — Você pode,
Stone?
O centro do labirinto está totalmente silencioso. Um vento frio sopra
na grama, fazendo todos os pelos finos dos meus braços se arrepiarem.
Recorro a Julia em busca de respostas. — Como você poderia saber
alguma coisa sobre o que aconteceu comigo quando eu tinha quinze anos?
Minha suposta amiga não consegue olhar nos meus olhos. Ela está
sentada na grama com as mãos amarradas nas costas e olha para o chão. —
Uma noite, eu estava na sua casa, escondida no mato, tentando descobrir se
as fotos que deixei no capacho tinham funcionado e você não estava mais
vendo Tyrant. Seu pai estava bebendo cerveja na varanda com alguém. Um
homem. Eu não sei quem. Eles estavam falando sobre a dívida do Sr. Stone
com o Sr. Mercer. O amigo disse que o Sr. Stone não poderia nem oferecer
você ao Tyrant porque você gritaria e lutaria demais, assim como fez com
ele. O Sr. Stone respondeu que não funcionaria de qualquer maneira porque
o Sr. Mercer já havia transado com você.
Uma sensação de nojo revira minhas entranhas. Imagino papai e Lucas
bebendo cerveja casualmente enquanto discutem como sou difícil de
estuprar.
Tyrant se dirige a Julia com os olhos semicerrados de ódio. — Você
sabia que alguém havia tentado estuprar Vivienne e disse àqueles três
meninos para fazerem a mesma coisa porque sabia que era a coisa mais
traumatizante que poderia acontecer com ela.
Julia funga. — Achei que era a única maneira de ajudar meu pai.
Há um momento de silêncio enojado, então papai explode: — Pelo
menos essa garota entende a lealdade familiar. Vivienne não tinha nada
antes de vir morar conosco. Nós demos tudo a ela, então ela deveria ter
deixado Lucas fazer o que ele precisava fazer com ela e então seguir em
frente com sua vida.
Tudo o que ele precisava fazer. Balanço a cabeça, incrédula com as
palavras cruéis do meu pai.
Uma voz inesperada fala do meu outro lado. É Samantha, e ela está
olhando para papai com quase tanto horror quanto eu. — Owen, diga que
não é verdade. Você não disse a Lucas para fazer isso com sua própria filha,
disse?
Papai olha para ela com surpresa e depois com aborrecimento. — Não
finja estar do lado de Vivienne. Você me contou tantas vezes como Vivienne
te irrita. Dessa forma ela poderia ter sido útil para nós.
— Temos um filho. — chora Samantha. — Como posso saber que você
não vai oferecê-lo a alguém para pagar uma dívida? Sempre devemos
dinheiro às pessoas porque você não consegue colocar sua família em
primeiro lugar e obter ajuda. Tentei ignorar isso pelo bem do nosso
casamento, mas se você vai tratar seus filhos de maneira tão insensível, não
posso mais fazer isso.
— Não pode mais fazer o quê? — Papai pergunta com raiva.
Samantha respira fundo. Ela está abalada, mas endireita os ombros. —
Nosso casamento. Não quero você perto de Barlow. Estou me divorciando
de você e garantirei que você nunca mais o veja sem supervisão.
Papai encara Samantha por um longo momento. Sua mandíbula está
tremendo. Uma veia lateja em sua têmpora. De repente, ele se lança sobre o
rifle que está aos meus pés. Eu suspiro e chuto em direção ao Tyrant antes
que papai possa alcançá-lo. Tyrant pega a arma.
Aproveitando enquanto estamos todos distraídos, Samantha vira-se e
foge para trás de uma sebe e podemos ouvi-la correr pelo labirinto.
Papai sai atrás dela, com assassinato em seus olhos injetados. — Volte
aqui, sua vadia ingrata. Você não vai tirar meu filho de mim.
Eu o persigo. Não posso deixar meu pai fora da minha vista. Ele pode
escapar e não tive tempo para me vingar. Preciso que ele se machuque
depois do que fez comigo.
Tyrant me chama. — Vivienne, você... — Ele interrompe, rosnando: —
Oh, não, você não vai, sua vadia. Você não pode fugir de mim tão
facilmente.
Julia também deve ter tentado lutar pela liberdade. Continuo
perseguindo os outros dois. Tyrant pode lidar com Julia, papai e Samantha
não podem escapar.
Há diversas curvas rápidas, eu os perco em meio às sebes estreitas e às
estátuas de pedra. Virando-me no mesmo lugar, ouço passos acima do som
da minha própria respiração áspera. Ouço um grito e corro naquela direção,
mas continuo me perdendo e seguindo sempre no mesmo caminho. Acho
que nunca serei capaz de resolver o labirinto do Tyrant.
Finalmente, viro a corredor e vejo papai em cima de Samantha. Papai
lentamente solta sua garganta e se levanta. Os olhos de Samantha estão
arregalados e fixos. Lágrimas escorreram por suas bochechas e têmporas
enquanto ela lutava para dar seu último suspiro.
Ela está morta.
Por mais que ela me odiasse, sinto uma pontada de tristeza por minha
madrasta. — Que tipo de maníaco você é?
Papai se aproxima de mim com o rosto corado e os olhos
avermelhados. — Você fodeu aquele homem e planejou roubar meu filho, e
me chama de maníaco? Você é tão louca quanto a vadia da sua mãe,
Vivienne.
— Minha mãe era doente e negligente, mas nunca foi cruel. — choro.
— Deveria ter sido você quem morreu no chão sujo, não ela. — A bile sobe
pela minha garganta ao ouvi-lo falar sobre mamãe. Ela estava o mais longe
possível de ser a Mãe do Ano, mas em seus momentos de lucidez ela chorou
e me disse que eu merecia coisa melhor e que era uma boa filha. Que ela me
amava. Ela estava irremediavelmente perdida em seu vício e eu era jovem
demais para saber como ajudá-la, mas ela ainda me amava.
Papai, entretanto? Ele é perverso. Ele está além da ajuda. Eu gostaria
de nunca ter perdido um segundo tentando ganhar sua aprovação. Há ódio
em meus olhos quando olho para ele. Ele está acabado e sabe disso. Ele
nunca vai sair daqui vivo.
— Eu vou matar você também. — papai rosna. — Você não merece ser
feliz com aquele pedaço de merda. Você não merece ser feliz de jeito
nenhum.
Não recuo nem tento fugir quando papai se aproxima de mim e
envolve minha garganta com as duas mãos. Dou uma longa olhada no rosto
do meu pai, guardando na memória cada detalhe desse momento, caso eu
seja tola o suficiente para me sentir culpada por isso mais tarde. Seus dedos
se apertam e é difícil respirar. Pontos começam a dançar nas bordas da
minha visão.
— Vivienne. — Tyrant parece em pânico. Ele virou o corredor e me viu
com as mãos do meu pai em volta da minha garganta, e há um rugido
assassino quando ele corre em nossa direção, mas não é necessário. Cansei
de implorar pela vida do papai e também não preciso que o Tyrant o mate
por mim.
Enfio a mão na manga, arranco a faca que está colada em meu
antebraço e enfio-a na lateral do pescoço de meu pai.
Seus olhos se arregalam. Ele faz um som sufocado. Arranco a faca e o
sangue espirra por toda a estátua de um sátiro tocando flauta.
O aperto de papai em minha garganta afrouxa. Ele se afasta de mim e
coloca a mão sobre o ferimento e depois olha para a palma da mão, incapaz
de acreditar no que está vendo. — Você me esfaqueou?
Levanto a camiseta do Tyrant e mostro ao meu pai todas as cicatrizes
que cobrem minhas costelas e abdômen. — Você vê isso?
— Você me esfaqueou? — A cor está se esvaindo rapidamente de sua
pele. Seus cílios tremulam e acho que ele vai desmaiar a qualquer momento
devido à perda de sangue. — Ajude-me, Vivienne. Você não pode me deixar
morrer assim.
— Você quer que eu te ajude, mesmo que você nunca tenha me
ajudado? — Falo alto e claro para que ele possa me entender em seus
últimos momentos. — Essas cicatrizes? Elas são meu amor pelo Tyrant. Meu
amor por Barlow. O amor deles por mim. Você não vai mais ficar no meu
caminho e me dizer o que eu mereço ou não. Eu mereço tudo. E você
merece morrer.
Papai me encara com olhos arregalados e vidrados. Então ele cai no
chão, seus joelhos batendo forte antes de tombar para frente e ficar ali
imóvel enquanto o sangue encharca a grama.
CAPÍTULO VINTE E SEIS
VIVIENNE

Uma figura alta e forte se aproxima e envolve seus braços em volta de


mim. — Anjo, você está bem?
Tyrant toca minhas mãos ensanguentadas. Me toca inteira em busca
de lesões. Acaricia e depois beija as marcas vermelhas na minha garganta.
Olho para a faca ensanguentada em minha mão e a jogo de lado. Papai
morreu e a Samantha também. Lucas já está morto e Julia será punida.
Estou bem?
Sim, pela primeira vez na minha vida, estou. Todas as cordas invisíveis
que impediam minha felicidade foram arrancadas. Seguro o rosto de Tyrant
em minhas mãos pegajosas e ensanguentadas. — Você estava certo, Tyrant.
Você sabia que eles eram pessoas terríveis desde o início, mas eu ainda os
protegi.
Tyrant olha para mim, seus olhos brilhando. — Diga isso de novo.
— Dizer o quê? — Então eu percebo o que ele quer dizer. — Você
estava certo, Tyrant.
— Sim, eu estava certo. — ele diz. — Owen Stone não conseguiu se
recompor pela esposa e pelo filho recém-nascido, e você sofreu durante
anos por causa dele. Aprendi tudo o que precisava saber sobre esse idiota
na primeira noite em que o conheci. Eu deveria ter colocado uma bala nele
naquele momento. — Ele respira com dificuldade pelo nariz, parecendo
furioso. Então sua raiva diminui. — Mas estou feliz que você o tenha
matado. Apunhalou-o na garganta com a faca com a qual você se machucou
por causa dele. Esse é o meu tipo de justiça.
— Obrigada. — eu sussurro, envolvendo meus braços em volta dele.
— Lamento ter demorado tanto para perceber a verdade.
Tyrant fica em silêncio por um longo tempo. Finalmente ele diz: —
Você é ferozmente protetora com as pessoas, anjo. Isso é o que eu amo em
você. Mas adoro ouvir você dizer que eu estava certo.
— Eu protegi as pessoas erradas. Acho que não acreditava que
merecesse algo melhor do que a forma como me tratavam. Talvez houvesse
sinais de que Julia também era minha inimiga, e eu simplesmente não os vi.
Ele segura meu rosto entre as mãos e estreita os olhos para mim. — E
agora?
— Estou feliz que papai esteja morto. Foi bom matá-lo depois de tudo
que ele fez. Eu queria que ele soubesse o porquê, então mostrei minhas
cicatrizes.
— Essa é minha garota corajosa. — Tyrant murmura e me beija. Então
ele agarra minha mão e me conduz por seu labirinto. — Venha comigo. Há
mais uma coisa com a qual precisamos lidar antes de podermos ter um
pouco de paz.
Voltamos ao centro do labirinto onde Tyrant deixou Julia amarrada a
um banco. Ele usa a faca para cortar as amarras e depois recua.
Ela lentamente se levanta, olhando para nossas mãos unidas enquanto
diz taciturnamente: — Acho que não tenho chance com você então.
— Obviamente. — Tyrant diz a ela com uma voz de aço, apertando-me
ainda mais. — E você nunca teve. A escolha nunca foi entre Vivienne e outra
mulher. A escolha era Vivienne ou ninguém.
— Onde estão o Sr. e a Sra. Stone? — Julia pergunta, olhando ao
redor.
— Papai matou Samantha. — digo a ela. — Eu matei papai.
— E eu pensei que minha família era uma bagunça. — Julia murmura,
enxugando as lágrimas. — Eu te contei a verdade sobre tudo que fiz e por
quê. Eu sei que não há muita chance de isso acontecer, considerando o quão
brava você deve estar comigo, mas, por favor, deixe-me ir.
Julia fez coisas terríveis e depois as admitiu, sem nem mesmo tentar
esconder seus erros. Não faz sentido para mim. — Por que você revelou a
verdade tão rapidamente? Você nem tentou proteger seu pai.
— Porque ela é uma covarde. — Tyrant diz. — Ela é corajosa quando
está se escondendo nas sombras e se esgueirando pelas suas costas, mas no
momento em que você a arrasta para a luz, ela desmorona como a vadia
covarde que é.
Julia vira o rosto para longe de Tyrant. — Tudo bem. Eu sou uma
covarde. Mas já lhe ocorreu que não gostei de fazer as coisas que fiz com
Vivienne? Foi um ano de esquemas e intrigas, eu queria que isso acabasse
mais do que ninguém.
— Oh, coitada de você. — Tyrant murmura.
Olho para o homem que amo e depois para Julia. — Tyrant quer matar
você e quer matar seu pai também. Você quase me destruiu, então não
posso dizer que tenho muita simpatia por você. — Observo-a por um
momento, imaginando como me sentirei se a visse morrer. Eu não acho que
me importo com o que acontece com ela de qualquer maneira. — Vou lhe
oferecer uma chance que você provavelmente não merece, e se você
estragar tudo, não vou me importar se Tyrant atirar em você na rua. Pegue
sua família e deixe Henson à meia-noite desta noite. Não quero nunca mais
ver você. Se você ainda estiver aqui depois disso, então a culpa é sua pelo
que vai acontecer com você.
Esperança e alívio iluminam o rosto de Julia, e ela dá um passo em
minha direção. — Vivienne, obrigada.
Julia tenta me abraçar, mas Tyrant bloqueia seu caminho, mostrando
os dentes para ela. — Afaste-se, porra.
Ela hesita e realmente tem a ousadia de parecer irritada com ele.
— Achei que você fosse minha amiga. — explodi. — Eu nunca teria
machucado você só porque meu pai queria algo de você. Eu teria morrido
primeiro.
Julia revira os olhos um pouquinho e murmura: — É claro que você
teria.
Como eu não vi isso? Julia Merrick é uma vadia egoísta.
Tyrant faz uma ligação em seu telefone, pedindo a um de seus
seguranças que escolte Julia para fora do labirinto. Quando ele chega, minha
ex-amiga lança um último olhar de inveja para nós, percebendo o controle
forte e protetor que Tyrant tem sobre mim enquanto estou o mais próxima
possível dele.
— O que você vai fazer agora? — ela me pergunta.
Eu acaricio a manga de Tyrant enquanto ele olha furioso para ela. —
Vou ficar aqui com Tyrant e vou ter um filho dele. E eu prometo a você, serei
muito, muito feliz.
Nós nos viramos e a deixamos para trás. Ninguém mais importa.
Ninguém além de nós dois, Barlow e nosso bebê. De mãos dadas, entramos
juntos na casa, ao longo dos caminhos tortuosos e sinuosos e através de
portões e arcos de pedra.
Tento memorizar o caminho que estamos seguindo e gravar em minha
mente vários aspectos do jardim, mas logo me sinto confusa e perdida. —
Você vai ter que me ensinar todos os segredos do labirinto. Já me sinto
perdida.
Tyrant arqueia uma sobrancelha perversa para mim. — Todos eles?
Mas então não poderei persegui-la por diversão. Que tal eu te ensinar
apenas o suficiente para tornar as coisas interessantes?
A maneira como ele está sorrindo para mim faz o calor percorrer meu
corpo. Gosto da ideia dele de interessante. Dou uma última olhada no
jardim. O labirinto onde me apaixonei por Tyrant. O lugar onde finalmente
aprendi a verdade sobre tudo. — Acabou mesmo?
— Nunca acaba para nós. Está apenas começando.
Viro-me para ele e digo às palavras que ele queria ouvir e que eu
ansiava dizer. — Eu gostaria que Tyrant Mercer roubasse meu coração para
sempre.
Ele pega meu queixo em sua mão. — Você vai me dar esse precioso
coração banhado a ouro para cuidar sempre? — Ele pressiona uma mão
grande e quente contra minha barriga. — Você e nosso bebê, e Barlow
também?
Lágrimas de felicidade brotam dos meus olhos. Eu tenho Tyrant, nós
temos meu irmão e temos esse bebê. Não tive nada por tanto tempo e
agora minha vida está cheia de amor. Somos uma família.
— Somos todos seus para sempre. Todos nós. — digo a ele, e ele
inclina sua boca sobre a minha em um beijo ansioso.
Eu o beijo de volta, meu homem lindo e feroz.
Encontramos Angela no quarto de Tyrant perto da janela, vigiando
Barlow enquanto ele dorme, e ela se levanta com um sorriso encantado ao
nos ver. — É a linda senhorita que esteve aqui antes. Bem vinda de volta.
Tyrant olha para mim, ainda segurando minha mão com força. — Isso
mesmo, é a Srta. Stone. Em breve será a Sra. Mercer e a mãe deste
pequenino. — Ele coloca a mão sobre minha barriga.
Angela sorri de alegria. — Você quer dizer que está acontecendo?
Você vai ser pai? Eu sabia que vocês dois formariam uma linda família.
Vamos precisar preparar tantas coisas para um bebê em casa. E esse bebê?
Vamos ficar com esse bebê também? — Ela olha para Barlow, que começou
a acordar com o som de nossas vozes.
— Oh sim. Vamos ficar com esse bebê. Ele é nosso.
A alegria corre através de mim quando finalmente me atinge. Barlow,
meu querido irmãozinho, nunca mais será tirado de mim. Vou até ele, o
pego e abraço-o contra meu peito antes de colocá-lo de volta. Samantha
estava certa em temer que papai usasse Barlow como tentou me usar. Estou
tão aliviada que ele esteja seguro aqui conosco.
Angela lança um olhar afetuoso para Barlow e se dirige para a porta.
— Estarei na cozinha logo pela manhã se você precisar de alguma coisa para
o bebê. Não se sobrecarregue, Srta. Stone. Você deve cuidar de si mesma
agora que está grávida. — Ela dá a Tyrant um olhar severo. — Seja gentil
com sua noiva. Chega de jogos de perseguição no seu jardim enquanto a
Srta. Stone está grávida.
Quando ela nos deixa sozinhos, Tyrant se vira para mim com um brilho
nos olhos.
— Sem perseguição? E se você andar rapidamente? Ouvi dizer que o
exercício é bom para mulheres grávidas.
Eu inclino meu queixo para que meu homem perigoso possa
reivindicar meus lábios. — Eu também ouvi a mesma coisa.
Tyrant me beija completamente, rindo suavemente entre os beijos. —
Eu não posso acreditar que finalmente tenho você. Você e ele. — Com um
sorriso, ele se vira para Barlow e o tira do berço. — Você pode dizer papai?
— Ele aponta para si mesmo e diz lentamente: — Papai. Pa-pai.
Barlow está olhando para Tyrant com grandes olhos azuis. As feições
sinistras e as tatuagens do meu amante sempre fascinaram meu irmão mais
novo. De repente, Barlow abre um sorriso encantado e exclama: — Pa!
Tyrant sorri ainda mais. — Isso mesmo. Eu sou seu pai. Quem é um
garoto inteligente?
Não posso deixar de sorrir enquanto os observo. — Suponho que não
há problema em ensinar Barlow a chamar você de papai? Isso não vai
confundi-lo?
Tyrant me dá um olhar malicioso. — Por que ele não deveria me
chamar de papai? Este é meu filho. — Ele coloca uma mão possessiva na
minha barriga. — Este é meu bebê. — Ele se inclina e me beija. — E esta é
minha mulher.
Meu coração palpita. Todos nós pertencemos ao Tyrant. — Devíamos
contar a verdade a Barlow eventualmente. Ele poderia crescer e alguém
poderia dizer algo só para machucá-lo.
Tyrant reflete sobre isso enquanto balança Barlow para frente e para
trás em seus braços. — Quero que nossos dois filhos saibam que sou o pai
deles e você é a mãe deles, então que tal isso? Eventualmente, podemos
dizer a Barlow que seus pais biológicos morreram em um terrível acidente,
mas antes de morrerem, eles imploraram à irmã e ao marido dela que o
criassem como se fosse nosso.
Eu gentilmente brinco com um dos cachos de Barlow. Uma história
como essa é provavelmente mais gentil que a verdade, nunca deixaremos de
dar a Barlow todo o amor e proteção que ele merece. Eu me aninho ao lado
de Tyrant, passando meu braço em volta de sua cintura e segurando a
mãozinha de bebê de Barlow com a outra. — Isso parece perfeito.
Tyrant coloca Barlow cuidadosamente de volta no berço e depois se
vira para mim, segurando meu rosto nas mãos.
— Olhe para você, meu anjo encharcado de sangue. — ele murmura
entre beijos. — Você é a única que é perfeita. A maneira como você matou
aquele pedaço de merda? — Seus dentes afundam em seu lábio inferior. —
Minha linda e assassina mulher grávida. Nunca vi nada mais sexy.
Tyrant tira a calça, tira a camiseta de mim e me puxa contra ele. Gemo
ao sentir seu corpo pressionando contra o meu. Ele me pega nos braços e
me leva para a cama antes de encher meu corpo com seus beijos e língua.
Enquanto ele chupa lentamente meu clitóris com minhas coxas
enroladas em seus ombros, respiro com dificuldade e pergunto: — Você foi
tão paciente comigo. Por que você esperou tantos meses quando poderia
simplesmente ter me levado?
— Porque você estava protegendo Barlow, amando Barlow,
precisando de Barlow, e eu adorei ver você assim. Eu estava faminto por isso
e sabia que, se fosse inteligente e paciente, poderia roubar vocês dois. Anjo,
o jeito que você o protege deixa meu pau duro.
Tyrant se senta, captura minha mão e a envolve em seu pau grosso. Há
uma onda de umidade entre minhas pernas, então eu o puxo para mais
perto e empurro a cabeça larga de seu pau pelos meus lábios internos. Com
um impulso e um grito áspero meu, ele está enterrado dentro de mim.
Tyrant é minha faca e eu sou sua bainha. Ele corta fundo e eu estou livre.
Meu amante se move em um ritmo constante, a palma da mão
cobrindo minha barriga. Embalando nosso bebê. Sentindo seu pau entrando
e saindo de mim. Estou paralisada por seu lindo rosto, iluminado como prata
pela luz da lua que torna seus olhos azuis brilhantes como mercúrio.
Ele murmura para mim de forma persuasiva enquanto segura meu
cabelo. — Você está me aceitando tão bem. Veja como você está perfeita
cheia do meu pau.
Eu choramingo ao som de sua voz.
— É isso. Você está gemendo tão lindamente para mim.
Sua voz é hipnótica e faz meu clímax subir tão rápido e feroz que ele
arranca um grito áspero dos meus lábios. Ele aumenta a velocidade de suas
estocadas, me socando avidamente até que seu próprio orgasmo o invade e
ele goza dentro de mim.
Meu corpo está pesado de prazer e exaustão enquanto ele sai
lentamente de mim e passa os dedos pelo meu sexo, sorrindo para si
mesmo enquanto gira sua porra sobre minha boceta.
— Ainda não consigo acreditar que você está grávida. — ele murmura
com um sorriso. — E eu só tive que ameaçar metade dos farmacêuticos de
Henson para não lhe dar anticoncepcionais. Uma menina tão boa por ter
aceitar minha semente tão bem. — Ele beija minha barriga logo acima do
meu osso púbico.
Eu sorrio e brinco com seu cabelo. — Oh sim. Eu sou uma garota tão
boa por fugir de você e te desafiar por meses e meses. Tirar o rastreador do
meu pescoço e não contar que estou grávida.
— Bem, você sabe que eu adoro a perseguição. — Tyrant sai da cama
e vai para o banheiro. Ele volta um momento depois com um pano úmido,
um tubo de antisséptico e um curativo. — Você se machucou quando tirou
aquele rastreador do pescoço, anjo. Deixe-me limpar você.
Eu rolo de barriga e afasto meu cabelo, deixando Tyrant me limpar e
fazer um curativo.
Passamos por tanta coisa juntos em tão pouco tempo. Penso em
casais fofos sorrindo um para o outro e dizendo coisas como: Quando está
certo, você simplesmente sabe. Para nós, é mais como, quando está tão
deliciosamente fodido, você simplesmente sabe.
— Você já me pediu para ficar, eu concordei, e você ainda colocou um
rastreador em mim.
— Eu sabia que você fugiria. Você ainda era muito doce e inocente, e
eu precisava ser capaz de mantê-la segura até que você fosse minha.
— E agora? — Murmuro, minhas pálpebras pesadas fechadas
enquanto a exaustão toma conta de mim.
Ele beija minha têmpora suavemente. — Durma, anjo. Você é tão linda
quando está dormindo, e eu quero observar você.
Somente Tyrant poderia dizer algo tão assustador e fazer soar como
uma canção de amor.
Fecho os olhos e adormeço, quente e segura em seus braços.

Há uma sensação de algo sendo empurrado em meu dedo. Eu ouço


uma cuspida e um gemido, algo macio e contundente esfregando a umidade
em volta da minha boceta.
— Porra, sim, anjo. — alguém diz com uma voz pesada de luxúria.
Meus olhos se abrem com um suspiro e agarro os ombros musculosos.
O homem mais lindo que já vi está enfiando seu pau duro em mim. Abrindo-
me com uma queimadura deliciosa. Suas tatuagens se movem por seu peito
musculoso e abdômen com cada movimento de seu pau. Seus olhos estão
com pálpebras pesadas e ele está olhando para mim como se eu fosse a
coisa mais linda que ele já viu. Meu cabelo emaranhado. Meu corpo
manchado de sangue. Até minhas dezenas de cicatrizes finas e brilhantes.
Isso é um sonho? Por que estou fazendo sexo com o Tyrant?
Antes que eu possa me orientar, sou distraída pela visão de algo
grande e brilhante em meu dedo anelar, e o choque faz com que tudo volte
à tona. Estou com Tyrant. Estou na cama dele e estou grávida.
— Tyrant! O que há no meu dedo?
— Estamos noivos. — Ele roça meus lábios nos dele e continua
movendo os quadris em um ritmo constante e tenso.
Eu olho para ele por baixo dos meus cílios. — Você deveria ser
romântico e se ajoelhar, não me emboscar no meio da noite. E se eu disser
não?
— Com meu pau tão fundo dentro de você, meu bebê em sua barriga,
e com você presa dentro do meu labirinto? Apenas tente.
A ameaça em sua voz faz minha boceta apertar ainda mais nele.
Ele tira, me vira de bruços e empurra dentro de mim novamente, a
brutalidade desse novo ângulo me fazendo gritar. — Se você tentar fugir, eu
vou te encontrar e te arrastar de volta para cá. — Ele pega algo brilhante da
mesa de cabeceira e o segura na mão.
É uma hipodérmica com uma agulha grossa.
Eu suspiro em estado de choque e tento me sentar. — O que você
está...
Tyrant captura meus pulsos com uma mão e os prende nas minhas
costas, me forçando a recuar. — Você vai ser minha esposa, e minha esposa
não tem escolha. O anel é para que todos saibam que você é minha e para
que você saiba que pertence a mim. Isto é para mim. Estes são meus votos
de casamento. Fiquei quieta.
Tyrant enfia a agulha sob a pele da minha nuca, alguns centímetros
acima do local onde colocou a última, ela arde. Dói tanto que não tenho
ideia de como dormi da última vez.
Com a agulha ainda em meu pescoço, Tyrant puxa para trás com os
quadris e empurra mais fundo em mim, ele geme de prazer. — Você sente
isso?
— Sim. — eu gemo em resposta.
Tyrant mói seu pau em mim e diz com uma voz pesada e cheia de
luxúria: — Sim, você quer, porra. — Ele adora que eu possa sentir o
rastreador sendo forçado em minha carne.
Ele tira a agulha com um suspiro áspero de satisfação e a coloca de
volta na mesinha de cabeceira. — Se esse rastreador apagar ou você retirá-
lo, punirei minha esposa até que ela implore por misericórdia. Você me
entendeu?
— Sim, Tyrant. — eu gemo, uma sensação pesada e prazerosa
inundando meu corpo. Cada centímetro de mim pertence a ele.
Ele dá uma risada sombria enquanto suas mãos pousam em cada lado
da minha cabeça. — Continue fazendo tudo o que eu digo e serei seu marido
dedicado que vive apenas para te fazer feliz. Eu sou seu servo. Estou sob seu
comando.
À medida que ele empurra cada vez mais fundo enquanto estou presa
embaixo dele, parece o contrário. Gemo no travesseiro, arqueando as costas
para que ele possa me foder mais profundamente.
— Tudo o que faço é por você. — ele ofega em meu ouvido. — Eu vivo
para você. Eu morro por você. Nunca vou deixar você ir e nunca vou revelar
todos os meus segredos. Quando você descobrir por si mesma, será tarde
demais. O monstro no labirinto terá suas garras muito profundas em seu
coração.
Tyrant continua assim, me ameaçando e me elogiando, me
prometendo o mundo, mas apenas se ele estiver me segurando forte em
seus braços o tempo todo.
— Quem é a boa menina do Tyrant?
É a pergunta mais fácil que já respondi. — Eu. Sempre eu.
Ele me fode com mais força, fazendo meu pulso acelerar e o prazer
explodir pelo meu corpo. — Isso mesmo, meu doce anjo. Agora me mostre o
quanto você me ama e goze para o Tyrant.
Eu grito e cravo minhas unhas no colchão quando chego ao clímax. Eu
o temo. Eu o amo. Eu pertenço a ele. Para sempre.
CAPÍTULO VINTE E SETE
TYRANT

— Para os noivos. — diz Ace, erguendo sua taça de vinho.


— Em breve seremos marido e mulher. — digo ao meu irmão,
pegando a mão de Vivienne com um sorriso e erguendo minha própria taça
para o brinde. Vamos nos casar pela manhã e a festa nupcial está reunida
em torno da mesa de jantar da minha casa. Meu padrinho, Ace, junto com
Vivienne e suas damas de honra, Carly e Camilla.
Vivienne e minha irmã mais nova tornaram-se próximas nos últimos
meses. Certa noite, durante o jantar, Vivienne contou a Camilla tudo sobre
ter testemunhado o incidente com os homens que arruinaram seu
aniversário de dezesseis anos e depois sobre eu ter batido neles.
— Você se apaixonou por ele naquele momento? — Camilla
perguntou a Vivienne, e Vivienne admitiu com um sorriso tímido que sim.
Camilla me lançou um olhar carinhoso e disse: — Aquele momento me fez
amar ainda mais meu irmão.
Desde então, elas compartilharam muitos bolos, compras e sessões de
trabalho, Vivienne estudando, enquanto Camilla faz o balanço dos meus
livros contábeis. Elas espalham seus livros, laptops, recibos e padrões de
costura nesta mesa de jantar e fazem companhia uma à outra.
Frequentemente, Carly se junta a elas, ouço conversas e risadas enquanto
elas se revezam brincando com Barlow quando estou em outro lugar da
casa.
Vivienne levanta uma taça de vinho cheia de limonada e bate na de
todos, antes de tomar um gole com um sorriso nos lábios. Ela está usando
um vestido corpete claro e brilhante que revela sua barriga de quatro
meses. Eu não me canso de vê-la com aquela barriga adorável e sexy
aparecendo. Espero que o vestido de noiva caiba bem no corpo. Não sei
porquê ela não me deixou vislumbrá-la usando-o. Ela diz que dá azar.
Carly termina seu gole de vinho e pergunta à minha noiva: — Você
ouviu as notícias sobre Julia Merrick e sua família?
Eu rio baixinho enquanto me sirvo de um prato de camarão com alho
antes de passá-lo para minha irmã. Camilla me lança um olhar curioso
enquanto coloca camarão no prato.
— O que aconteceu? — Vivienne pergunta a ela.
Com o brilho nos olhos de alguém prestes a contar uma história
realmente boa para um jantar, Carly olha ao redor da mesa para ter certeza
de que tem a atenção de todos, o que ela tem. — Bem. Meu Deus. Tudo
aconteceu com eles. Primeiro, a esposa do Sr. Merrick o abandonou. Parece
que ele estava tendo um caso com sua assistente e alguém enviou por e-
mail a Sra. Merrick capturas de tela de suas conversas de texto e selfies sujas
que eles compartilharam.
As sobrancelhas de Vivienne sobem em sua testa, mas Carly ainda não
terminou. Eu me recosto na cadeira com um sorriso nos lábios para ouvir.
— Então o IRS veio atrás do Sr. Merrick e o prendeu por sonegar seus
impostos, e os federais também o estão investigando por ligações com
gangues criminosas em todo o estado. Isso já era ruim o suficiente, mas
então o irmão de Julia, Damien, foi espancado por um ex-amigo que
descobriu que Damien havia agredido sua irmã. A irmã levou provas à
polícia, mas a polícia de Henson não fez nada. Alguém finalmente a
convenceu a falar com sua família sobre isso. Foi demais para Julia, que fez
um discurso retórico online sobre como seu irmão e seu pai não fizeram
nada de errado e todos estavam sendo perseguidos sem motivo. Sua
postagem foi repleta de tanto ódio e xingamentos que sua nova
universidade a expulsou. Então ela ficou bêbada e passou o sinal vermelho.
Agora ela está no hospital com a pélvis quebrada.
E duas pernas quebradas. O acidente de carro não teve nada a ver
comigo, mas acho que é minha parte favorita.
Vivienne se vira para mim com as duas sobrancelhas levantadas. — É
muita má sorte para uma família só.
Brinco com a haste da minha taça de vinho. — Não sei. Você poderia
dizer que eles fizeram isso com eles mesmos. Eles fizeram a própria sorte.
— Eu nunca gostei de Damien. — diz Carly com um estremecimento.
— Ele era tão assustador, especialmente perto de garotas bêbadas em
festas. Ele sempre tentava separá-las de seus amigos.
— Isso parece ser o fim das aspirações políticas do Sr. Merrick. —
observa Ace. — Eu nunca gostei dele. Tão viscoso.
Ele me oferece a saladeira e eu aceito. — Isso é o suficiente sobre os
Merrick ou você vai arruinar meu apetite. Quem quer saber dos nossos
planos para a lua de mel?
Todos querem, e Vivienne descreve a casa de praia no Havaí que
alugamos por duas semanas.
Depois do jantar e quando todos já foram para casa, depois de nos
dizer para dormirmos bem antes do grande dia de amanhã, sento-me na
cama e observo Vivienne tirar os brincos em frente à penteadeira. Ela tirou o
vestido e está usando uma combinação de cetim.
— Tyrant... — ela diz lentamente, de uma forma que me diz que ela
está prestes a dizer algo que eu não vou gostar.
— O que é? — respondo, ficando tenso, mas minha voz está
cuidadosamente equilibrada.
— Coloquei flores no túmulo de Samantha hoje.
Eu relaxo lentamente. Isso é tudo? — Você fez isso, anjo?
— Eu estava triste por ela e pela maneira como ela morreu. Ela não
era boa para mim, mas amava Barlow como eu amo Barlow. Eu queria dizer
adeus.
Adeus me parece um sentimento excelente. — Tudo o que você
precisar para deixar o passado para trás. — digo a ela, passando os dedos
pela parte de trás de seus ombros.
Vivienne fica em silêncio por um momento e então pergunta: — Você
destruiu a família de Julia, não foi?
Encontro seu olhar no espelho. Eles se safaram sem problemas. Eu
queria matá-los, e talvez ainda queira. Depende do quanto as lembranças
deles me irritam e se eu acredito que eles estão sofrendo o suficiente para
continuar respirando. — Eles se destruíram. Eu apenas empurrei as coisas na
direção certa. Você vai me dizer que eu errei ao fazer isso?
Um sorriso aparece em seus lábios. — Não. Eu não vou. Vou dizer
obrigada, Tyrant. Estou aliviada por eles não estarem vivendo felizes para
sempre em outro lugar. Você estava certo.
Eu fico de pé, atravesso o quarto e rosno enquanto a puxo para mais
perto. — Porra, me dá tesão ouvir você dizer isso.
— Você estava certo, Tyrant.
— Mm-mm. — eu murmuro em agradecimento, beijando sua
garganta. — O que mais eu adoro ouvir?
Ela estende a mão para trás e acaricia minha nuca com os dedos. — Eu
sou a boa menina do Tyrant. Eu sou a puta do Tyrant. Por favor, por favor,
me foda com força.
Eu a levanto em meus braços e a carrego em direção à cama. —
Qualquer coisa pela minha mulher.

A igreja está repleta de luz e flores enquanto espero impacientemente


no altar, com as mãos entrelaçadas. Os bancos estão cheios de familiares,
amigos e pessoas mais próximas, além de suas esposas e filhos. Eu gostaria
que houvesse mais pessoas aqui do lado da noiva, mas a família dela está
toda morta, e ela está com falta de uma de suas duas amigas desde que Julia
e sua família deixaram a cidade.
Camilla e Vivienne estão cada vez mais próximas uma da outra. Elas
têm quase a mesma idade e têm muito em comum. Ela está transformando
minha família em sua família também. Hoje em dia, minha governanta
Angela e meu motorista Liam estão mais do lado dela do que do meu. Na
semana passada, Angela me repreendeu quando Vivienne bateu
acidentalmente com o cotovelo no batente da porta. Quando indiquei que
não estava em casa, ela me disse que eu deveria estar lá. Beijei o hematoma
da minha mulher com um sorriso, dizendo-lhe que arrancaria o batente da
porta se ela quisesse. Angela pensou seriamente se deveríamos fazer isso
por uma hora.
Meu irmão Ace é meu padrinho e está ao meu lado. Ele deve notar o
quão forte estou apertando minhas mãos quando ele comenta: — Nunca vi
você nervoso antes. Com medo de que ela não venha?
— Não. Eu estou impaciente. Eu sei que ela está aqui. — Minha noiva
tem um rastreador no pescoço e coloquei meu telefone no bolso para tocar
no momento em que ela estivesse a quinze metros de mim. Tocou há dez
minutos. Onde ela está?
Do outro lado da igreja, as portas duplas se abrem, mas apenas o
suficiente para Camilla passar e correr pelo corredor em minha direção com
seu suave vestido violeta de dama de honra. Todos na igreja se viram para
olhar para ela com expectativa, mas então todos voltam às suas conversas
murmuradas quando percebem que não é a noiva.
Camilla vem até mim e sussurra: — Está tudo bem. Vivienne está
fazendo ajustes de última hora no vestido em uma das salas laterais. Ela está
ansiosa para que tudo esteja perfeito para você.
Olho para o corredor da igreja, para as grandes portas duplas.
Ansiosa? Minha mulher está grávida. Ela não pode ficar ansiosa com nada.
Passo por minha irmã e caminho pelo corredor, meus passos ecoando nos
azulejos. Um murmúrio de consternação percorre a igreja, mas os
convidados não são da minha conta; Vivienne é.
Empurro as portas duplas, vejo uma porta que dá para um lado e a
abro.
Vivienne se vira com um suspiro. Sua saia se espalha ao seu redor e
seu corpete brilha. Há uma pequena protuberância onde está sua barriga,
seu cabelo escuro está preso com cachos emoldurando seu rosto e um longo
véu branco cai em cascata por suas costas.
Minha respiração fica presa na garganta. Vivienne sempre foi linda,
mesmo quando eu estava ressentido por ela ser tão perfeita. Mesmo
enquanto soluçava com todo o coração. Usando uma máscara de baile.
Cheia de medo. Coberta de sangue. Especialmente quando coberta de
sangue. Mas agora, vendo ela tão lindamente vestida e sabendo que é para
mim?
Vivienne aperta as mãos na saia e sua voz está angustiada. — Oh, não,
Tyrant, dá azar você me ver antes do casamento. — Seus olhos estão
enormes e preocupados, e há uma linha entre as sobrancelhas.
Dou uma rápida olhada nela, mas ela parece imaculada para mim. —
Qual é o problema?
Os olhos de Vivienne se arregalam e ela não consegue pronunciar
nenhuma palavra. — Eu…
Dou um passo à frente e seguro a lateral de seu pescoço e acaricio sua
mandíbula com o polegar enquanto olho para ela. — Você é a mulher mais
linda que já vi.
Um pequeno sorriso aparece em seus lábios. — Por que você está
dizendo essas palavras enquanto parece tão feroz?
Olho para trás e vejo que Carly, Camilla e o padre também estão
parados na porta nos observando. Preciso ficar sozinho com minha noiva. —
Todos, saiam.
Camilla afasta os outros dois e fecha a porta atrás deles.
Volto-me para minha noiva com os olhos semicerrados. — Você está
mexendo no seu vestido e ficando nervosa enquanto carrega meu bebê?
— Achei que faltava um cristal aqui... — Ela pega uma dobra de tecido,
mas eu agarro sua mão e a coloco em sua barriga, cobrindo-a com a minha.
— Você está tão linda que estou ficando duro.
Um rubor escandalizado irrompe em suas bochechas. — Tyrant,
estamos na igreja. — Um momento depois, ela não consegue evitar sua
curiosidade enquanto alcança minha calça e sente meu pau. Sua curiosidade
se transforma em surpresa e deleite enquanto ela acaricia meu pau duro.
Eu sei como acalmar os nervos da minha noiva. Pego meu cinto e
desfaço a calça. — De joelhos, anjo. Encha essa linda boca com meu pau.
Ela afunda no chão, com a saia espalhada ao redor dela, e leva meu
pau na boca. Lentamente, seus olhos se fecham enquanto ela chupa. Não
para frente e para trás, apenas me segurando em sua boca e movendo sua
língua contra mim.
Afundo em uma cadeira e a puxo entre meus joelhos. — Isso é
simplesmente lindo, anjo. Você é tão linda com os olhos fechados e os lábios
em volta de mim.
Vivienne geme baixinho e relaxa o corpo, completamente perdida na
sensação de sua boca cheia, de sua segurança entre minhas pernas. Não há
nada para ela pensar ou se preocupar agora. Afago o cabelo e a bochecha de
Vivienne. Eu estou com ela.
Ela fica assim por dez minutos, me mamando, apertando minhas
coxas, flutuando em calor e paz. Minhas bolas começam a doer. As pessoas
na igreja provavelmente estão ficando inquietas. Eu não dou a mínima.
Quando você vê sua mulher prestes a se atacar com uma faca porque está
com muita dor, momentos como esse são ainda mais preciosos.
Finalmente ela se mexe e sua sucção torna-se proposital. Tesão.
Normalmente fico encantado por ela me fazer um boquete quando acaba de
aquecer o meu pau, mas hoje me levanto e puxo-a para os seus pés.
Então pego um punhado de seu vestido e começo a puxá-lo para cima.
De repente, Vivienne procura um relógio, mas não há nenhum. —
Tyrant, há quanto tempo estamos aqui? Vamos nos casar agora.
— Todos eles podem esperar. — Por baixo do vestido de noiva, ela usa
um fio-dental de renda branca e cinta liga. — Santa merda. — murmuro em
voz baixa, arrastando meu dedo pela costura de seu sexo sobre o tecido.
— Estamos na igreja. — ela geme novamente.
— Eu disse Santa merda, não foi? Coloque as mãos contra a parede. —
Eu a viro e ela faz o que eu mando, puxo seu vestido todo para cima para
descobrir sua bunda e puxo sua calcinha de lado. Seus lábios estão brilhando
de umidade.
— Você está tão inchada e escorregadia, anjo.
— Você sabe que aquecer seu pau na minha boca faz isso comigo.
Vivienne se estica para trás para me ajudar com a calça, e sua mão
mergulha para agarrar meu pau no momento em que desabotoo o zíper. Ela
me massageia de cima a baixo, gemendo baixinho. Minha noiva grávida com
seu lindo vestido branco. Com fome de mim.
— Oh, eu sei disso. — Agarro a base do meu pau, alinho-o em sua
entrada e empurro dentro dela.
— Tyrant. — ela grita alto e apoia a mão na parede enquanto eu
empurro. — Tyrant, oh meu Deus, Tyrant. Por favor, por favor, por favor.
— Todo mundo lá fora pode ouvir a noiva sendo fodida sem sentido.
— digo em seu ouvido com um sorriso malicioso.
Vivienne engasga de horror e seus gritos se transformam em apenas
um gemido abafado.
Posso dizer pela maneira como ela respira e geme que não demorará
muito até que ela chegue ao clímax. Ela consegue segurá-lo por cerca de
uma dúzia de estocadas e então se esquece novamente enquanto seu
orgasmo a atravessa. Senti-la gozar ao meu redor me leva ao limite, envolvo
ambos os braços em volta de sua barriga e coloco minha cabeça em seu
ombro, segurando firme minha mulher enquanto gozo dentro dela.
Lentamente, levanto minha cabeça. — Dá azar foder a noiva antes da
cerimônia ou só ver a noiva?
Vivienne sorri tonta e coloca o fio dental de volta no lugar. — Visto
que já estou grávida, não creio que isso faça diferença de qualquer maneira.
Não estamos nas boas graças de ninguém depois das coisas que fizemos.
Eu a viro para mim e tomo seu rosto em minhas mãos. — Você está
em minhas boas graças, anjo. Sempre. Como você está se sentindo? Você
quer abraçar minha perna e chupar meu pau por mais algum tempo? — Isso
geralmente a ajuda quando ela está ansiosa. Estou obcecado com quão fofa
ela fica quando me usa como chupeta.
Vivienne sorri e balança a cabeça, não há nenhum traço de
preocupação em seus olhos. — Estou bem agora, obrigada.
Eu sorrio e dou um beijo na ponta do seu nariz, e depois cubro seu
rosto com o véu de renda. — Maravilhoso. Vamos nos casar.
Passando o braço dela pelo meu, eu a acompanho em direção à porta.
O padre voltou para frente da igreja, mas Camilla e Carla estão nos
esperando lá fora. Camilla balança a cabeça para mim, exasperada, e Carla
tem um sorriso escandalizado nos lábios enquanto entrega o buquê para
Vivienne.
A música começa e todas as cabeças se viram na igreja enquanto as
damas de honra começam sua lenta caminhada pelo corredor.
Vivienne está se deleitando com a música e todos os sorrisos
enquanto seguimos lentamente atrás delas. De repente, ela começa a rir e
sussurra para mim: — Espere. Você deveria estar lá em cima para que eu
possa caminhar em sua direção.
Eu sorrio para ela, encantado em vê-la com um humor tão doce e
alegre. Eu sei quão nervosa ela estava hoje e com tantas pessoas olhando
para ela. — Eu te acompanho até lá. Não quero que você fique sozinha e
ficarei com ciúmes se alguém fizer isso.
À medida que nos aproximamos lentamente da enorme cruz dourada
acima do altar, ela fica na ponta dos pés e sussurra para mim: — Sua porra
está nas minhas coxas.
Eu sorrio ainda mais. — Exatamente onde eu quero quando me casar
com você.
Quando chegamos ao padre na frente da igreja, dou-lhe um aceno
educado e depois me viro para Vivienne e tiro o véu.
Suas bochechas estão coradas. Sua barriga está pressionando meu
abdômen. Seus olhos são os mais brilhantes que já vi. Não acredito que vou
passar o resto da minha vida com Vivienne. Ela toca meu rosto e depois se
vira e examina as primeiras filas até ver Barlow. O irmão dela - agora nosso
filho adotivo - está no colo de Angela e acena com a mãozinha de criança
para Vivienne quando ela acena para ele.
Minha noiva se volta para mim com o sorriso mais lindo e feliz de tirar
o fôlego.
— Quem é a linda mulher do Tyrant? — Eu sussurro contra seus lábios.
Vivienne sorri novamente e passa os braços em volta do meu pescoço.
— Eu.
Não me lembro do que acontece durante o resto da cerimônia. Eu já
disse meus votos e ela também.
EPÍLOGO
VIVIENNE

A maternidade do hospital parece quase um hotel, e temos nosso


próprio quarto privativo com cama de casal. Não é a cama de casal mais
confortável do mundo, pois é uma cama de hospital, mas ainda assim, tem
espaço para o Tyrant dormir aqui comigo e é isso que importa.
Passa das sete da manhã e nosso filho Huck tem quinze horas de vida.
Ele está deitado no trocador enquanto Tyrant mantém os antebraços
apoiados em cada lado dele. Tyrant está olhando para Huck com muita
atenção. Cada pequena coisa que o bebê faz, ele absorve. Acho que meu
marido não se mexeu desde que a enfermeira terminou de pesá-lo e trocá-
lo, há dez minutos.
— Ele é tão perfeito. Eu não sabia que ele seria tão perfeito. Olhe para
os dedos dele, Vivienne. Seus cílios. Eles são tão pequenos. Como ele é
possível?
Tyrant mal dormiu a noite toda. Ele está vestindo moletom e nada
mais, e a visão do meu homem perigoso com o peito nu coberto de
tatuagens, extasiado pela visão do nosso bebê, me faz sorrir. Estou apoiada
nos travesseiros, por mais exausta que esteja após o trabalho de parto e o
nascimento, não sinto nem um pouco de sono.
Tyrant olha para cima, me pega olhando para ele e sorri para mim.
Pegando nosso filho nos braços, ele o carrega e desliza para a cama comigo.
Com um braço em volta de mim e outro em volta de nosso filho, ele nos
mantém próximos.
— Você é incrível, anjo. Não acredito que você foi capaz de fazer isso.
Você é tão forte e linda. Você é incrível. — Ele dá um beijo na minha boca.
— Como você está se sentindo?
Há uma pequena linha entre suas sobrancelhas enquanto ele olha para
mim, e eu sei o que ele está perguntando. Toda a equipe médica viu as
cicatrizes em minha barriga quando eu estava dando à luz. Tyrant sabe o
quanto foi difícil para mim revelá-las ao meu obstetra no início da gravidez,
mas ficou cada vez mais fácil. Lentamente, as cicatrizes se esticaram e
mudaram à medida que minha barriga crescia cada vez mais. À medida que
mudaram, ficou mais fácil parar de pensar nelas como “minhas cicatrizes”,
em vez disso, ver a evidência do nosso bebê crescendo dentro de mim.
— Eu estava tão envolvida com tudo o que estava acontecendo que
nem pensei sobre isso. — digo a ele com sinceridade. É por causa do amor e
apoio de Tyrant, dos meus novos amigos e da nova casa, dos meus estudos,
além de consultas regulares com um terapeuta, que a menina que estava
tão sozinha e com medo está se tornando uma memória distante. Estou me
curando. Estou crescendo. Todos nós estamos. Nós quatro.
— Olhe para ele. Ele é perfeito. — eu sussurro, olhando para o nosso
bebê. — Não posso acreditar que esta é a nossa vida agora. Você, eu, Barlow
e Huck.
— Falando em Barlow, Angela estará aqui com ele a qualquer minuto.
— Maravilhoso. Mal posso esperar para ele conhecer Huck.
Enquanto esperamos, abraçamos nosso bebê adormecido e discutimos
o futuro. O trabalho e os planos do Tyrant para Henson. Meus estudos, aos
quais retornarei em quatro meses. A promessa do Tyrant de me engravidar
novamente o mais rápido possível.
— Precisamos de uma garota se você vai costurar todos aqueles
vestidinhos adoráveis que vi você desenhando. — ele ressalta com um
sorriso.
É verdade. Tenho desenhado roupas de meninas. E roupas de
meninos. Roupas fantásticas e de faz de conta. Fantasias para dias de
fantasia, festas e peças de teatro. Vestir-se é um dos momentos mais
despreocupados que já passei, e as crianças também adoram.
— Uma garota seria adorável... — eu começo a dizer, então paro com
uma risada quando vejo o brilho determinado nos olhos de Tyrant. — Você
tentará o seu melhor assim que pudermos. Eu posso dizer.
— Você sabe que vou. — ele murmura e roça seus lábios nos meus.
Há uma batida na porta. Tyrant se levanta e coloca Huck em seu berço
antes de abrir a porta para Angela, que carrega Barlow nos braços.
Tyrant pega nosso filho nos braços e o levanta no ar. — Homenzinho,
sentimos sua falta. Venha e dê um beijo na mamãe.
Estendo os braços para Barlow e ele se aconchega em mim. Eu senti
muita falta dele.
Nossa governanta tem um sorriso no rosto ao se aproximar do bebê
adormecido. — Sra. Mercer, ele é tão lindo. Você é tão forte. Bom trabalho.
— Ela sorri para mim e me dá um beijo na testa. — Voltarei em algumas
horas para buscar Barlow. Estamos deixando tudo perfeito para você em
casa.
— Obrigada, Angela. Estamos muito gratos. — digo a ela com um
sorriso enquanto ela sai do quarto.
Quando estamos sozinhos, Tyrant pergunta a Barlow: — Você gostaria
de conhecer seu irmão?
— Sim, Papa! — Barlow diz ansiosamente, Tyrant o pega e o leva até o
bebê adormecido.
Observo meu marido, meu filho e meu bebê, pensando em todos os
desejos que coloquei em meu diário quando tinha quinze anos. Todos os
meus sonhos e fantasias ofegantes que tive sobre Tyrant. Sobre ser feliz e
protegida.
Observo Tyrant e Barlow olhando juntos para nosso novo bebê, há um
sorriso em meus lábios. Às vezes vale a pena desejar felicidade com tudo o
que você tem.
— Tyrant? — Eu chamo e meu marido olha para mim. — Eu te amo.
Um sorriso surge em seu rosto e ele estende o dedo indicador para
acariciar minha bochecha. — Anjo, eu também te amo.

FIM
Notas
[←1]
Como é chamada uma marca de Pílula do dia seguinte.

Você também pode gostar