200794 – Pavimentos de Estradas I
CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES:
DETERMINAÇÃO DO Rmin
Prof. Carlos Eduardo Troccoli Pastana
[email protected]
(14) 3422-4244
AULA TEÓRICA 12
Adaptado das Notas de Aula do Prof. Milton Luiz Paiva de Lima
RAIOS MÍNIMOS PARA CURVAS
HORIZONTAIS:
A escolha do raio a ser adotado para uma
determinada curva de um traçado depende da
análise de diversos fatores, cujos principais,
limitam os mínimos valores dos raios a serem
adotado:
1. Estabilidade dos veículos que percorrem
a curva com grande velocidade;
2. Mínimas condições de visibilidade.
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 2
CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE:
• Todo veículo em movimento curvilíneo é
forçado para fora da curva pela força
centrífuga (Fc). Esta força é compensada
pela componente do peso do veículo (P)
devido à superelevação da curva e pelo
atrito lateral (Fa) entre os pneus e a
superfície do pavimento.
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 3
FORÇAS ATUANTES NUM
VEÍCULO EM CURVA:
Fc α P.sen α
Fc.sen α
α
P.cos α
P
α
Horizontal
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 4
FORÇAS ATUANTES NUM
VEÍCULO EM CURVA:
y
N
1. Equação de equilíbrio de forças, no eixo x,
Fc.co
sα
paralelo ao da pista de rolamento:
Fc . cos P.sen Fa
CG
α P.sen α
Fc.sen α
Fa (1)
Fc
x
α
P.cos α Força Centrífuga Força de atrito
P
α
Força peso
2. A Força centrífuga que atua sobre o veículo,
nas condições representadas, pode ser
calculado por:
m.v 2 P.v 2
Fc (2)
R g.R
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 5
FORÇAS ATUANTES NUM
VEÍCULO EM CURVA:
y
3. A força de atrito (Fa) pode ser calculada,
N considerando a metodologia convencional
Fc.co
da física (mecânica) classica por:
sα
α
CG
P.sen α
Fc.sen α
Fa Fa f ( P. cos Fc .sen ) (3)
Fc
x
α
P.cos α Força de contato entre o
P
α pneu e o pavimento
Coeficiente de atrito entre pneu
e o pavimento.
4. A componente da força centrífuga normal ao
pavimento resultará muito pequeno perante
ao componente da força peso, podendo ser
desprezada. Portanto, simplificando:
Fa f .P cos (4)
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 6
FORÇAS ATUANTES NUM
VEÍCULO EM CURVA:
y
5. Substituindo as expressões (2) e (4) já vistas na
N equação de equilíbrio das forças que atuam
lateralmente(1) sobre o veículo, na seção
Fc.co
sα transversal, tem-se, no plano paralelo ao da pista:
CG
α P.sen α
Fa
Fc.sen α
Fc
P.v 2
. cos P.sen f .P. cos
x
α (5)
P.cos α
P
g.R
α
6. Dividindo todas as parcelas por P.cosα, chega-se a:
v2
tan f (6)
g.R
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 7
FORÇAS ATUANTES NUM
VEÍCULO EM CURVA:
y 7. Mas, a superelevação é calculada pela
N expressão:
e tan
Fc.co
sα
(7)
CG
α P.sen α
Fa
Fc.sen α
Fc 8. Em (6), entrando com a velocidade (V)
x
α
em km/h e (R) em metros e substituindo g
P.cos α = 9,8 m/s2, temos:
P
2
α
V
R
3,6
9,8.(e f )
Desenvolvendo:
V2
R (8)
127.(e f )
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 8
VALORES MÁXIMOS ADMISSÍVEIS
PARA SUPERELEVAÇÃO E
COEFICIENTE DE ATRITO:
Adotando-se simultaneamente os valores
máximos admissíveis para a superelevação e
para o coeficiente de atrito transversal, pode-se
calcular o valor do raio mínimo admissível, para
uma dada velocidade. A expressão para cálculo
de Rmin é a seguinte:
V2
Rmin (9)
127.(emáx f máx )
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 9
VALORES LIMITES DA SUPERELEVAÇÃO:
Os valores máximos adotados para a
superelevação são determinados, no
Brasil, em função dos seguintes fatores:
• Condições climáticas, isto é, freqüência
de chuvas;
• Condições topográficas do local;
• Localização: área rural ou urbana;
• Velocidade média do tráfego.
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 10
VALORES LIMITES DA SUPERELEVAÇÃO:
A superelevação é limitada a emin = 2%. O DNER resume
na tabela abaixo os valores de emáx.
emax CASOS DE EMPREGO
12% Máximo absoluto em circunstância específicas.
10% Máximo normal. Adequado para fluxo ininterrupto. Adotar
para rodovias Classe “0” e Classe “I” em regiões planas e
onduladas
8% Valor superior normal. Adotar para rodovias Classe “I” em
regiões montanhosas e rodovias das demais classes do
projeto.
6% Valor inferior normal. Adotar para projetos em áreas
urbanizadas ou em geral sujeitando o tráfego a reduções
de velocidade de parada.
4% Mínimo. Adotar em situações extremas, com intensa
ocupação do solo adjacente.
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 11
VALORES MÁXIMOS DO COEFICIENTE DE
ATRITO:
A força de atrito aparece com conseqüência do
atrito transversal entre o pneu e o pavimento,
sendo o produto da força normal pelo
coeficiente de atrito.
O coeficiente de atrito aumenta à medida que é
solicitada, até um valor máximo, quando o
veículo começa a deslizar.
V(km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
fmáx 0,20 0,18 0,16 0,15 0,15 0,14 0,14 0,13 0,12 0,11
Valores Máximos Admissíveis do Coeficiente de atrito transversal. (Fonte: DNER)
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 12
VALORES MÁXIMOS DO COEFICIENTE DE
ATRITO:
A AASHTO1 recomenda as equações (10) e (11), com V
em km/h, para os seguintes intervalos de velocidades e
resumo na tabela de valores máximos admissíveis.
• Para 30 ≤ V < 80 km/h V
f máx 0,19 (10)
1600
• Para 80 ≤ V ≤ 120 km/h V
f máx 0,24 (11)
800
V(km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
fmáx 0,17 0,17 0,16 0,15 0,15 0,14 0,13 0,12 0,10 0,09
Valores Máximos Admissíveis do Coeficiente de atrito. (Fonte: AASHTO)
(1) Associação Americana dos Funcionários State Highway e Transporte
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 13
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
Do rearranjo das equações abaixo podemos
tirar as seguintes conclusões:
o o
3600 3600
G R
DESENVOLVENDO
.R .G
e
2
V
R
127.(e f )
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 14
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
Desenvolvendo:
V2 V 2 .G
e f e K .G f (12)
g.R g.1145,92
Equação de uma reta que indica que a
Constante = K
superelevação é proporcional a G (grau
da curva) e ao coeficiente de atrito.
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 15
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
Para um dado valor do coeficiente de atrito
transversal f , a superelevação é proporcional
a G (grau da curva), ou seja, se fixarmos f ,a
relação entre e e G é linear.
e K .G f
Constante
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 16
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
1. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DA
SUPERELEVAÇÃO NO TRECHO CIRCULAR:
CRITÉRIO 1
• Oferece o máximo conforto possível aos
veículos que trafegam na Vp (Velocidade de
Projeto);
• O coeficiente de atrito transversal f = 0.
2
Vp
e K G onde K
g.1145,92
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 17
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
1. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DA
SUPERELEVAÇÃO NO TRECHO CIRCULAR:
CRITÉRIO 1
emax e (%) B C
e K1 G 1
K1
A G (graus)
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I
Gmax 18
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
1. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DA
SUPERELEVAÇÃO NO TRECHO CIRCULAR:
CRITÉRIO 1
emax e (%) B C
e K1 G 1 e K1 G f
K1
A D G (graus)
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I
Gmax 19
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
1. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DA
SUPERELEVAÇÃO NO TRECHO CIRCULAR:
CRITÉRIO 2
• Oferece o máximo conforto possível aos
veículos que trafegam na Vm (Velocidade
Média de Operação);
• O coeficiente de atrito transversal f = 0.
2
Vm .G
e
g.1145,92
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 20
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
1. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DA
SUPERELEVAÇÃO NO TRECHO CIRCULAR:
CRITÉRIO 2
emax e (%) B E C
2
1
K1 K2
A D G (graus)
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I
Gmax 21
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
1. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DA
SUPERELEVAÇÃO NO TRECHO CIRCULAR:
CRITÉRIO 3
• A superelevação será adotada de maneira
que o ponto caia sempre sobre a diagonal
maior do paralelogramo.
• Oferece maior conforto que os critérios 1 e 2
para veículos abaixo da Vm (Velocidade
Média de Operação);
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 22
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
1. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DA
SUPERELEVAÇÃO NO TRECHO CIRCULAR:
CRITÉRIO 3
• Critério adotado pelo DERSA nos projetos
das rodovias Imigrantes e Bandeirantes.
• A superelevação (e) e o coeficiente de atrito
transversal (f ) variam sempre na mesma
proporção.
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 23
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
1. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DA
SUPERELEVAÇÃO NO TRECHO CIRCULAR:
CRITÉRIO 3
emax e (%) B E C
2
1 3
K2
A K3 D G (graus)
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I
Gmax 24
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
1. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DA
SUPERELEVAÇÃO NO TRECHO CIRCULAR:
CRITÉRIO 4
• Conhecido como método da AASHTO.
• Maior conforto para os veículos que
trafegam próximo da Vm (Velocidade Média
de Operação) nas curvas horizontais de
raios grandes ou de raios pequenos.
• Critério mais utilizado em projetos de
estradas.
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 25
PARALELOGRAMO DOS VALORES
ACEITÁVEIS PARA A SUPERELEVAÇÃO
1. CRITÉRIO PARA ESCOLHA DA
SUPERELEVAÇÃO NO TRECHO CIRCULAR:
CRITÉRIO 4
y
emax e (%) B E C tg2
2 4
1 3
A K3 D G (graus)
L/2 L/2
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I
Gmax 26
EXERCÍCIO
Dados V = 60 km/h e emáx = 10% , traçar o paralelogramo
dos valores aceitáveis de e = f(G). Traçar as retas e
curvas correspondentes aos
CRITÉRIOS 1, 2 e 3. 2
V .G
e f
145.531,80
CRITÉRIO 1
Sabemos que, pelo CRITÉRIO 1, o coeficiente de atrito
pneu x pavimento (f= 0), temos a condição máxima de
conforto para os veículos que trafegam na velocidade
de projeto (V), portanto:
2
(60) .G
e 0
145.531,80
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 27
CRITÉRIO 1
EXERCÍCIO
Dados V = 60 km/h e emáx = 10% , traçar o paralelogramo
dos valores aceitáveis de e = f(G). Traçar as retas e
curvas correspondentes aos
CRITÉRIOS 1, 2 e 3. 2
V .G
e f
145.531,80
CRITÉRIO 1
Sabemos que, pelo CRITÉRIO 1, o coeficiente de atrito
pneu x pavimento (f= 0), temos a condição máxima de
conforto para os veículos que trafegam na velocidade
de projeto (V), portanto:
2
(60) .G
e e 0,025.G20 0
145.531,80
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 28
CRITÉRIO 1
EXERCÍCIO
Dados V = 60 km/h e emáx = 10% , traçar o paralelogramo
dos valores aceitáveis de e = f(G). Traçar as retas e
curvas correspondentes aos
CRITÉRIOS 1, 2 e 3. 2
V .G
e f
145.531,80
CRITÉRIO 1
Se quisermos o atrito máximo, teremos uma reta paralela à
primeira.
V 60
f máx 0,19 0,19 0,1525
1600 1600
e 0,025.G 0,1525
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 29
CRITÉRIO 1
EXERCÍCIO
Dados V = 60 km/h e emáx = 10% , traçar o paralelogramo
dos valores aceitáveis de e = f(G). Traçar as retas e
curvas correspondentes aos e 0,025.G
CRITÉRIOS 1, 2 e 3. e 0,025.G 0,1525
e (%)
emax = 10
5 10 G (graus)
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 30
CRITÉRIO 1
EXERCÍCIO
Dados V = 60 km/h e emáx = 10% , traçar o paralelogramo
dos valores aceitáveis de e = f(G). Traçar as retas e
curvas correspondentes aos e 0,025.G
CRITÉRIOS 1, 2 e 3. e 0,025.G 0,1525
e (%)
emax = 10
5 10 G (graus)
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 31
1. Estabilidade dos veículos que percorrem
a curva com grande velocidade;
2. Mínimas condições de visibilidade.
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 32
CONDIÇÕES MÍNIMAS DE VISIBILIDADE
NA CURVAS HORIZONTAIS
Percurso do olho
do motorista
R1
Obstáculo R1
visual
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 33
CONDIÇÕES MÍNIMAS DE VISIBILIDADE
NA CURVAS HORIZONTAIS
DP2
M
8 R
Definindo-se o valor de
M, calcula-se o valor do
Raio R que será
igualado a Rmin.
DP2
Rmin
M 8 M
2
V
DP 0,7.V
255.( f L i)
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 34
PARA A ENTREGA DA PRIMEIRA PARTE DO
TRABALHO
• Adotar o raio mínimo para o CRITÉRIO 1,
velocidade de projeto (V ) e emáx = 8%.
• Compará-lo com os raios mínimos
definidos pela Tabela 2 - Portaria n. 19 de
10/01/1949 para as diversas regiões e adotar o
que satisfaça as condições de estabilidade e
visibilidade.
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 35
PARA A ENTREGA DA PRIMEIRA PARTE DO
TRABALHO
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 36
24/03/2017 200794 - PAVIMENTOS ESTRADAS I 37