Dinastia Messina - Amanda Bortotti
Dinastia Messina - Amanda Bortotti
DINASTIA MESSINA
Está é uma oba de ficção. Nomes, personagens, lugares e situações são frutos da imaginação deste
autor e usados como ficção. Qualquer semelhança com a realidade ou fatos reais é mera coincidência.
Será que Lorenzo Messina vai aceitar se casar como seu pai se casou? O
Matteo entregará sua filha por um contrato? O Giuliano aceitará que a
Giulia faça as escolhas que a Marie fez?
Personagens tão intensos que passam da tela para a vida real em apenas
um capítulo. Tomam suas próprias decisões sem permitir que ninguém os
conduza, nem mesmo sua Autora, que nada mais é do que apenas quem vos
conta essa história!
Capítulo 1
Olhando para o céu, para as nuvens e estrelas, sou tomada por uma
sensação de angústia diante da vastidão que me encara.
É como se eu enxergasse além dos meus olhos, olhando direto para o
universo e ele me olhasse de volta, me puxando para o abismo que me
encara prestes a me devorar, um sentimento estranho, insignificância
misturado com receio, uma solidão silenciosa aos ouvidos, mas barulhenta
no coração, gritando no meu interior, dizendo que existem bilhões de
pessoas nesse planeta e entre tantas não existe uma sequer que se importe
comigo!
Não que eu seja carente, não acho que sou, é apenas a realidade e
mesmo que às vezes nós a ignoremos, ela sempre nos lembra que está bem
aqui, lado a lado conosco.
Tudo que encaro todos os dias não significa nada para nenhuma dessas
pessoas, me pego imaginando o que mulheres da minha idade fazem nesse
exato momento enquanto eu caio num abismo escuro e tão profundo que
nunca tem fim, por mais que eu aceite e não lute para sair, deixando meu
corpo cair em queda livre sem gritar ou espernear, ele nunca acaba... Fico
dia após dia esperando meu corpo se chocar com o chão, acabando assim
com essa vida totalmente desnecessária, entretanto sempre acordo antes!
__ Elena? –– duas batidas na porta e ela se abre.
__ Te acordei? Desculpa, mas ele quer que você desça para o café da
manhã. –– diz a empregada e imediatamente me sento na cama preocupada.
–– Mas ontem... Eu pensei que...
__ O Sr. Rossi saiu hoje de manhã, ele não volta tão cedo. –– ela diz
com pesar e me sinto até tonta com a notícia.
Me levanto rapidamente, mesmo não querendo ir, não me atrevo a
recusar, muito menos a me atrasar, da última vez que tentei fingir que não
me sentia bem e recusei, ele me deixou três dias sem comer absolutamente
nada, quase morri, pois, até a água eu só podia beber um copo por dia.
Então coloco uma roupa qualquer, faço minha higiene e desço rápido
para a sala de jantar.
Apesar de não querer estar aqui, não consigo evitar um contentamento
diante da mesa farta de coisas que fazem meus olhos até brilharem pois é
extremamente raro eu ter a oportunidade de comer tão bem assim!
Entretanto, toda a empolgação diante de tanta fartura é lançada para
longe pelo meu receio, pois os olhos negros do homem que me dá medo não
me dão trégua.
__ Aproveite, tão cedo você não terá a mesma oportunidade. –– ele diz e
me sento bem longe dele, na última cadeira, mas ele me encara com sangue
nos olhos e rapidamente me levanto pois entendi o recado e me sento ao seu
lado.
Começo a comer e mesmo querendo comer tudo de uma vez feito uma
esfomeada, que literalmente sou, me comporto e tomo meu café da forma
mais elegante que consigo.
__ Hoje meu pai saiu e nós teremos a casa só para nós dois! Se você se
comportar e for uma boa menina, amanhã poderá estar nessa mesa
novamente. - Ele diz de forma estranha passando as costas dos dedos no
meu braço de forma lenta, subindo para meu ombro e desce para o meu seio
e o apalpa e imediatamente afasto suas mãos e me encarando com raiva ele
me dá um tapa forte, fazendo meu rosto queimar e um gosto amargo de
impotência surgir em mim.
Ele se levanta com fúria e num momento de raiva quebra tudo que está
na mesa passando seus braços que levam tudo ao chão e inevitavelmente
lamento tanto desperdício!
Quando ele sai da minha vista, rapidamente me levanto e vou para o
meu quarto ainda com fome, arrependida de não ter comido mais, até pensei
em pegar algo do chão, mas tinha cacos misturado com líquidos parecendo
mais uma lavagem de porcos, porém ainda sinto fome.
Passo a maior parte do tempo no quarto, só posso sair quando me chamam o
que só acontece quando meu tio sai de casa e seu filho Antônio fica
sozinho, mas como no episódio que acabou de acontecer, ele tem segundas
intenções comigo e isso me dá calafrios, pois sinto que ele está prestes a ir
além e sinceramente não entendo o que o impede! Sei que é seu pai, mas
não entendo o motivo, já que é nítido que eles não se importam comigo!
A comida para mim é racionada, no café da manhã elas me trazem um
pedaço pequeno de pão e uma xícara de chá, no almoço é sempre uma sopa
e no jantar a mesma sopa, porém mais rala. Me sinto fraca e sempre estou
com fome.
As empregadas não ousam me dar comida extra, pois uma um dia fez e
depois foi demitida, então quando posso descer e vejo aquela mesa farta,
me pergunto o porquê me odeiam tanto!
(...)
Desde que acordei estou sentindo um medo fora do normal. Ontem foi
tudo muito estranho, o Antônio passou dos limites e ainda me deixou
confusa com as coisas que disse. Ele já fez coisas do tipo e não foram
poucas vezes, já tentou passar a mão em mim, me beijar, e inúmeras vezes
acordei com ele aqui no quarto me olhando; uma vez ele me trouxe uma
bandeja farta no almoço, colocou na mesinha e tentou me beijar, eu recusei
e ele a levou embora, foi ali que percebi o que ele queria, mas não, eu nunca
trocaria minha dignidade em troca de comida!
Não consigo deixar de lembrar das suas palavras, ele disse que eu tinha
até hoje para me decidir e não sei o que tem a ver, mas hoje é meu
aniversário, faço vinte e três anos e os últimos anos aqui foram os piores
anos da minha vida!
Mesmo quando eu morava no orfanato, não tinha afeto algum, vivia com
regras severas que a meu ver eram piores comigo, sentia como se eu fosse
punida todos os dias e não fazia ideia do porquê! Mas ainda assim eu
preferia ter continuado lá!
__ Elena acorda. Seu tio está te chamando. – diz a empregada, me
fazendo arregalar os olhos de surpresa.
__ Como assim? Pra quê? – pergunto até com medo da resposta, mas ela
nega com pesar, me dizendo sem palavras que não faz a menor ideia do
motivo.
Vou até a sala de negócios do meu tio, sala essa que eu nunca entrei
antes, na verdade mal conheço a casa! Nunca tive permissão para sair do
quarto, assim que cheguei já recebi instruções para não sair do quarto para
absolutamente nada.
__ Sente-se. ‒‒ ele diz sem nem mesmo me olhar e só pelo fato de estar
na presença dele, meu corpo já treme de medo.
‒‒ É o seguinte... – diz e me encara.
__ Daqui três dias você vai conhecer seu marido e...
__ Quê? Como assim? O Sr. nunca disse nada...
__ Se quiser continuar com os dentes na boca não me interrompa
novamente! – ele rosna me fazendo engolir em seco.
__ Você tem três dias para ficar apresentável, nada pode dar errado, para
o seu bem é bom que fique sempre calada...
__ Não, eu não quero, não vou! Pode me matar de fome, eu tenho
princípios! ‒‒ reúno toda a minha coragem e digo firme.
__ Eu não vou me casar com um estranho e nada que o Sr. faça me fará
mudar de ideia!
__ Você pensa que é alguma coisa? ‒‒ ele me pergunta com deboche.
__ Sou sua sobrinha. ‒‒ digo baixo com respeito.
__ Você não passa de um estorvo! Saber que você existe me causa
náuseas, filha de uma vagabunda psicopata com um estuprador de merda,
que infelizmente era meu irmão! Você é um fruto podre!
Sinto como se ele tivesse me dado um soco no estômago com toda a
força, tão forte que atingiu todos os meus órgãos, mas em especial o meu
coração!
__ Então por que você me tirou do orfanato? ‒‒ pergunto entre as
lágrimas.
__ Porque eles precisam pagar pelos seus atos. ‒ Ele diz calmo, como se
suas palavras fossem nada, mesmo que para mim fossem tudo.
— Mas eles já não pagaram com suas vidas?
__ Não estou falando de seus pais, eles fazem um favor para a
humanidade não existindo mais, estou falando da família do seu futuro
marido. Eu jurei que eles pagariam pela morte do meu pai, e só por isso eu
te tirei daquele lugar, senão fosse isso você mofaria lá, ninguém te tiraria de
lá, porque só de olhar para essa sua cara já dá medo misturado com nojo,
pois você é a cópia da sua mãe. Eu me certificarei que os Messina te
encarem todos os dias para se lembrarem dela!
Saí da sala arrasada e me arrastei para o quarto. Eu não sabia nada sobre
os meus pais e muito menos que eu era apenas algo para ser usado nas mãos
do meu próprio tio, mas tudo faz sentido, afinal desde que cheguei ele mal
me olha e as regras absurdas junto com a miséria que é reservada apenas a
mim, mesmo eles sendo ricos, já deixa claro que ele não me vê como parte
da família.
Agora as palavras do Antônio fazem sentido, mas ele deve ser louco de
pensar que conseguiria se casar comigo, tamanha a raiva que o pai dele, que
é meu próprio tio, sente de mim!
Depois de muito chorar e me lamentar, me lembrei do dia que fui
avisada que seria adotada pelo irmão do meu pai biológico. Fiquei
extasiada, era algo fora da realidade, uma criança jamais é adotada por
alguém da família, pelo menos não com a idade que eu já tinha.
Lembro que fiquei muito feliz, pensei que eu teria um lar, faria parte de
uma família; esse é o sonho de qualquer órfão, ter um lar, ser amado por
alguém, mas conforme o tempo vai passando, os anos vão chegando,
crianças vem e vão, vamos vendo os bebês serem quase divididos ao meio,
tamanha a procura por eles e nós que vamos ficando, vamos entendendo a
realidade nua e crua, é então que a esperança se torna amargura!
Mas eu consegui, lembro que foi o que pensei... Eu sairia daquele lugar,
sairia das garras da madre que parecia me odiar, ela preferia ver o próprio
Diabo a me ver, e eu saí vitoriosa por ter conseguido, mesmo que ela
sempre tivesse me dito que ninguém me queria, que eu jamais sairia
daquele lugar, ela dizia que ia se certificar que eu jamais fosse adotada...
__ Você pensa que com esses traços do capeta vai encantar os visitantes?
Nunca! Eu não vou deixar você jogar seu feitiço neles e tirar a chance de
alguém que realmente mereça ir para um lar!
Ela sempre me escondia quando as pessoas iam visitar o orfanato, ela
sempre dizia que eu fiz algo e me punia, até que me acostumei e cheguei até
a acreditar nela por muitos anos, até ficar mais velha e enfrentá-la, o que
despertou ainda mais sua fúria, que chegou a convencer um padre a fazer
um exorcismo em mim, dizendo que eu estava possuída e eles literalmente
o fizeram, foi horrível!
Me amarraram por dias, jogavam água benta em mim, me batiam e
rezavam em volta de mim, eu pedia água e eles me davam água benta para
beber, o que é horrível, eu cuspia e vomitava, pois por passar dias sem
comer meu estômago estava sensível ao extremo! Mas isso para eles era
confirmação da possessão!
Enfim, comi o pão que o diabo amassou naquele inferno de lugar e
quando pensei que estava livre, percebi logo depois que eu apenas tinha
mudado de prisão e ao que tudo indica, estou prestes a mudar novamente,
quem sabe para uma muito pior... E agora percebo que a madre, na verdade,
tinha razão!
Capítulo 3
(...)
(...)
Desde o dia em que conversei com aquele homem, que eu não posso
nem chamar de tio, não vi mais ele e nem o Antônio. Ele tinha me dito que
eu me casaria em três dias e já se passou um mês e até agora nada na minha
vida mudou, apenas minha situação aqui.
A empregada me manda descer para as refeições e também preciso ficar
no sol durante uma hora todos os dias, as refeições são fartas e segundo a
empregada, preciso ganhar peso e estar em forma para que eles me aceitem,
mas não sei se isso é bom ou ruim!
O que sei é que qualquer coisa é melhor que passar fome trancada no
quarto ou ter um homem nojento me assediando.
__ Você deve ser a Elena, sou Marta, vim te ajudar para o casamento. ‒‒
diz uma mulher muito elegante entrando na sala enquanto eu almoço, mas
suas palavras quase me fazem engasgar.
__ Calma, você só vai ser apresentada a família dele, o casamento será
apenas daqui a alguns dias!
Ela me leva para o quarto e abre uma mala, dizendo que foi o máximo
que conseguiu com o que meu tio estava disposto a pagar.
As horas vão se passando e ela vai me arrumando enquanto outras
mulheres ajudam.
Fizeram minhas unhas e cabelo e escolheram para mim um vestido prata
bem provocativo que me deixou até mesmo um pouco vulgar, mas nunca
antes eu tinha me visto assim, tão bem vestida e muito menos percebido
como meu corpo é bonito!
__ Uau, você está linda! ‒‒ diz a Marta e percebo que esse é o primeiro
elogio que recebo na minha vida.
Depois de horas com toda aquela arrumação enfim acabamos e ela se
despede, dizendo que provavelmente no dia do casamento nos veremos
novamente!
Eu fico na sala onde encontro o Antônio que quase cai quando me vê e
imediatamente vem até mim, o que me faz gelar de medo.
__ Meu pai conversou com você, te contou que ele está te usando para
se vingar pela morte do meu avô, mas novamente eu te digo, se você quiser
eu posso mudar sua vida.- olho para o homem estranho a minha frente, que
não é nem um pouco bonito e atraente, ou talvez eu não consiga encontrar
beleza no homem que passou dos limites comigo várias vezes e sem a
minha autorização, sem contar as vezes que me bateu, então prefiro encarar
um casamento com um estranho que pode ser um velho ranzinza ou até
mesmo um homem como o Antônio e não me importo, só quero sumir
desse lugar!
__ Eu jamais aceitaria ser sua por vontade própria. –‒ digo já me
arrependendo em seguida com o tapa forte que ele me deu que corta me
lábio fazendo um pouco de sangue escorrer para o meu queixo.
__ Você vai exatamente assim! –‒ ele diz e sai, comigo indo atrás dele.
(...)
Chegamos no local e logo vejo o pai dele que me olha com desdém e ao
mesmo tempo com orgulho por estar podendo me usar.
Algumas pessoas me encaram com pena e outras me julgam com olhares
que eu nem mesmo consigo compreender.
Me sinto um peixe fora d’água, sou uma completa estranha para essas
pessoas e mesmo assim elas têm um julgamento ao meu respeito?
Logo um burburinho começa onde todos cochicham e olho para trás e
vejo algumas pessoas entrar, um homem que me dá medo na espinha de
mãos dadas com uma mulher que exala superioridade, intimidando todas
essas pessoas que estão aqui, junto com eles tem um outro homem, também
muito bonito, que pela aparência idêntica ao homem mais velho posso dizer
que é filho dele, mais uma mulher loira, também extremamente linda e uma
jovem!
Lorenzo
Assim que entramos na sala todos sem exceção nos reverenciam com
seus olhares, marca registrada da minha família, a intimidação, coisa de que
não abrimos mão!
Eu sinceramente nunca dei muita importância para esses eventos então
não me atento muito para as moças ao meu redor, mas uma me chama a
atenção por ser completamente diferente de todas as outras aqui, talvez por
ser a única ruiva no local, mas sou interrompido pela minha mãe que se
sente mal e quase não consegue se segurar nas próprias pernas.
__ Mãe o que foi? O que você tá sentindo? ‒– pergunto assim que a
arrastamos para um banco.
__ Matteo, eu tô vendo coisa, aquela menina... É a Vaiola? –– ela diz
atordoada e meu pai perde a compostura diante da minha mãe totalmente
desequilibrada, coisa que é raro!
__ Ane se acalme, estão todos olhando! ‒– meu pai diz e logo minha tia
já chega resolvendo a situação.
__ Meus queridos telespectadores, podem voltar seus olhares para a
criaturinha a ser apresentada, até parece que nunca viram uma Messina com
queda de pressão! ‒– ela diz e todos desviam seus olhares dos meus pais,
para nosso alívio.
Subimos para um dos quartos com a minha tia dizendo que minha mãe
está com tontura, que talvez estivesse grávida e isso foi o bastante para se
espantarem e acreditarem nela, que lhes deu um assunto muito mais
interessante!
__ Matteo pelo amor de Deus, não me diga que...
__ Sim Ane. ‒– ele diz e minha mãe me encara incrédula e não sei se ela
está com medo ou com raiva.
__ Matteo, pelo amor de Deus, não... Qualquer uma, menos ela, por tudo
que é mais sagrado! ‒– ela implora quase que se jogando aos pés do meu
pai que me encara, como se me dissesse que era isso que ele queria evitar.
__ Ane eu não posso, foi oficializado perante o Conselho, agora é
aceitar! ‒– ele diz de forma firme com ela que se acaba de chorar.
__ Mas eu não posso conviver com ela na minha casa, eu não posso... –
Ela implora desesperadamente, o que corta meu coração pois nunca vi
minha mãe se humilhar assim.
Eu não tinha ideia de que essa tal de Vaiola era tão significativa para
minha mãe, pelo estado lamentável que ela se encontra nesse momento,
posso dizer que entendo a raiva do meu pai que o levou até mesmo a me dar
um tapa, coisa que ele nunca tinha feito antes.
Eu não fazia ideia de que aceitar um casamento qualquer traria tanto
sofrimento à minha mãe.
__ Ane, presta atenção! ‒– meu pai diz firme levantando-a do chão sem
paciência, olhando bem nos olhos dela.
__ A Vaiola está morta e decomposta, aquela garota não é ela, já está
feito. Isso é coisa dos nossos inimigos para nos desestabilizar e se você não
se recompor, eles vão perceber que conseguiram. Você pode estar mal, mas
aqui não é o lugar, então lava esse rosto, se recompõe e desce lá como a
mãe do noivo e esposa do Capo inabalável que você sempre foi! ‒‒ ele diz
de forma autoritária, não da forma que ele sempre fala com ela, mas como
ele fala conosco, então a coisa é muito mais séria do que parece!
Ele me manda descer e chamar minha tia e assim eu faço, depois vou em
direção ao meu tio e ao Filippo que já me entrega um copo de whisky.
__ A coisa tá feia, não está? ‒‒ meu tio pergunta e eu concordo.
__ Isso é pra você aprender a escutar sua família, se você me ouvisse
naquele dia, nada disso estaria acontecendo, sua mãe não estaria surtada,
mas você preferiu me dar um soco, e aliás você precisa treinar mais, seu
soco não fez nem cócegas! — ele diz e sai.
Não entendo como meu tio pode brincar numa hora dessas, mas sim ele
tem razão se eu tivesse o escutado nada disso estaria acontecendo!
__ Bom pelo menos ela é gostosa, imagina se fosse uma feiosa. — O
Filippo diz e só agora eu olho para ela, mas a preocupação não me permite
ver beleza alguma nela.
Capítulo 6
Tem algo estranho no ar, pois assim que a família em questão chegou
logo começaram cochichos e olhares, e a mulher quase desmaiou, eu tentei
não olhar, mas foi inevitável.
__ Olá! –‒ diz uma jovem e dou até um sorriso para ela, pois é a
primeira pessoa que fala comigo desde que cheguei há horas atrás.
__ Oi, me chamo Elena e você?
__ Alice Messina. –‒ ela diz estendendo a mão para mim que aceito o
cumprimento.
__ Você não sabe nadinha sobre nós? –‒ ela me pergunta e nego sem
entender por que eu deveria saber algo sobre eles.
__ Sou filha caçula do Capo!?- ela diz e nego.
__ O que é Capo? –– pergunto realmente sem saber e ela põe a mão na
testa e nega como se eu fosse uma estúpida.
Mas antes que ela possa me responder uma moça chega perto de nós, a
mesma moça que entrou com a família há pouco.
__ Olá, sou Aurora Messina ‒– ela diz e me estende a mão em
cumprimento, sorrindo amigavelmente.
__ Sua irmã? ‒– pergunto e a Alice concorda fazendo uma pequena
careta.
__ Tá preparada para entrar pra nossa família? – ela me pergunta e eu
arregalo os olhos sem querer.
__ Você não sabia que vai se casar com meu irmão? ‒– a Aurora me
pergunta e nego sem graça.
__ Bom, você pode se considerar sortuda, ele é o homem mais bonito
que eu já vi na vida, mas isso pode não ser tão bom, afinal chove mulher na
horta dele e ele não consegue segurar o negócio dentro das calças, mas isso
é herança de família, se outras mulheres sobreviveram você também vai.
Não sei o que pensar, nem o que responder. Antes que eu diga algo a
Alice puxa um homem que estava passando e ele fica bem de frente comigo
e percebo ser ele, o homem de quem elas estavam falando que aliás é muito
parecido com a Alice.
__ Lorenzo Messina, seu futuro esposo. – Alice diz e fico paralisada
olhando para o homem sem expressão alguma na minha frente.
Meu peito sobe e desce com as batidas descontroladas do meu coração
por estar diante dele que é muito bonito, mas extremamente intimidador,
seu cheiro é tão bom que chega a me deixar constrangida só por senti-lo, é
como se eu estivesse invadindo seu espaço, fazendo algo errado apenas por
inalá-lo!
De repente ele me encara com mais intensidade e de alguém sem
expressão, ele passa para raiva e me olha como se fosse me matar, fico tão
assustada que até recuo um passo para trás e ele se vira e sai, só aí percebo
que eu nem respirando estava e solto o ar que estava preso em meus
pulmões.
__ Nossa que mal humorado, não liga não! ‒– a Aurora diz e sai me
deixando com a Alice que me olha de forma estranha.
__ O que aconteceu agora pouco? – pergunto mais pra mim do que pra
ela.
__ Outro dia eu te explico, agora se prepara. –– ela diz e olha para o lado
onde uma mulher vem na nossa direção.
__ Essa também é sua irmã? ‒‒ pergunto antes da mulher chegar.
__É a minha mãe. –– ela diz e gelo novamente.
__ Disfarça essa cara ou ela vai te comer viva. –– ela diz baixinho e logo
a mulher está na minha frente me encarando.
Ela não diz nada, eu até tento um sorriso, porém ele é quase
imperceptível, e olhando para ela não sei o que ela pensa sobre mim, mas
coisa boa não deve ser, seu rosto está totalmente sem expressão e apenas
sua presença já causa em mim um medo que nunca senti antes!
Ela passa a mão no meu cabelo como se olhasse a qualidade dos fios,
segura meu queixo, vira meu rosto de um lado para o outro, ainda me
encarando sem expressão. Olho em volta e todos estão parados
hipnotizados, olhando para a cena, até que ela me manda abrir a boca e
mostrar meus dentes e não consigo disfarçar meus olhos que se enchem de
lágrimas, pois acabei de entender o que ela está fazendo.
__ Eu não sou uma mercadoria. –– Digo baixo e desvio o olhar para
baixo e ela aperta meu queixo com muita força, parece que está com raiva.
__ Mãe! ‒– Alice diz em forma de súplica.
__ Cala a boca! ‒‒ ela diz para a Alice e com força continua apertando
meu maxilar.
__ Faz o que ela mandou. –‒ diz uma voz que me assusta e olho para
trás dela e vejo meu tio e sem opção, eu abro a boca e ela leva a mão nos
meus lábios e verifica meus dentes como se eu fosse eu animal prestes a ser
comprado.
__ Não chega nem aos pés do meu filho. –‒ ela diz e solta meu queixo
com força quase me derrubando, se vira e sai.
Nesse momento olho à minha volta e vejo todos me olhando, mas meus
olhos pousam em um olhar em especial, o olhar do filho dela, sem
expressão me encarando enquanto leva o copo à boca. Não aguentando
mais a humilhação gratuita, saio em direção à porta que entrei e ando sem
rumo em direção a estrada.
Lorenzo
Meu pai, orientado pela minha tia decide ir embora, ele não me disse
nada, mas vi na cara dele que está com medo da minha mãe, percebi, pois,
meu pai não sabe disfarçar seus sentimentos, diferente da minha mãe que se
ela não quiser que alguém saiba o que ela pensa, nunca saberemos, por isso
que ela conseguiu descer como se nada tivesse acontecendo!
É algo raro ver meu pai assim, então confesso que me arrependi do que
fiz, eu não queria desestabilizar minha família, porém meu pai errou em não
me deixar a par dos planos do Rossi, se ele não tivesse me escondido algo
tão importante não estaríamos nessa situação!
Eu não dou a mínima para esse casamento, por isso aceitei, minha única
intenção é manter minha família no poder soberano perante a organização,
sempre vi meu Capo fazendo coisas horrendas pela organização, coisas
essas que meu pai jamais faria... Então percebi muito cedo que nossas
vontades e desejos não são algo que podemos colocar como opção e se
todos no Conselho fazem isso, por que comigo, que sou filho dele, seria
diferente!?
__ Lorenzo! ‒‒ me chama Alice vindo na minha direção.
__ O papai pediu para te avisar que ele quer que você leve a Elena hoje
mesmo para casa. ‒‒ ela diz e eu quase engasgo.
__ Como assim hoje mesmo? Ele tá louco? Cadê ele? ‒‒ digo
procurando meu pai com os olhos.
__ Ele já foi, mas me mandou te dizer e pela cara dele se você chegar lá
sem ela, você é um homem morto!
__ Ele deve ter bebido demais, a mãe vai ter um infarto, ela sabe disso?
__ Não sei se você percebeu, mas a Elena apanhou antes de chegar aqui,
o rosto dela estava machucado, talvez fosse por isso, o papai sabe que a
família dela só a tem como uma mercadoria, assim como a cena que a
mamãe protagonizou. – Ela diz e sai.
Meu pai deve estar ficando louco, não é possível! Ainda mais querer que
eu mesmo a leve, por que não um dos nossos homens?
Olho para os lados e não vejo a garota e nem minhas irmãs! Bem que ela
poderia fugir, seria ótimo e nos evitaria mais problemas!
Vou até minha tia, que está com a Giulia ao seu lado que me encara com
desdém e pergunto se ela a viu.
__ Acho que fugiu, eu teria fugido se me obrigassem a casar com você,
como você pode deixar sua mãe humilhar a coitada daquele jeito? ‒‒ a
Giulia me pergunta revoltada.
__ Ah você queria que eu tivesse impedido? Seria um ótimo show pra
essa gente, você não acha? Todos perceberem que minha mãe está fora de
controle. Agora, você a viu ou não?
Ela aponta para a porta e eu saio, fazendo uma nota mental para não me
esquecer de ter uma conversa com meu pai amanhã para ele me explicar o
porquê quer matar minha mãe do coração!
Pergunto para nossos homens que estão na entrada e eles dizem que uma
ruiva passou por eles minutos atrás e foi em direção à estrada, enquanto ele
fala outro traz meu carro, entro e vou na direção que ele me explicou e logo
a vejo andando sem rumo e me pergunto o quão idiota ela é, onde ela acha
que vai chegar andando a pé e sozinha!?
__ Entra! ‒‒ digo assim que paro o carro ao seu lado e ela até se assusta
e continua me olhando paralisada.
__Você tem algum problema mental? ‒‒ pergunto tirando-a do transe,
mas ela apenas segue andando parecendo estar ofendida com minha
colocação, o que apenas me irrita.
__ Você vai entrar ou vou ter que descer e te pegar à força? ‒‒ pergunto
andando um pouco mais com o carro.
Ela entra e bate à porta com força, enquanto eu ainda estou parado a
encarando olhando para a petulância dessa menina! Só nesse momento vejo
que ela até que não é feia, sua beleza é distinta, não temos ruivas por aqui, e
por ironia do destino sempre foi meu tipo preferido de mulher.
Seus traços são meigos, seus olhos expressivos chamam atenção por sua
cor mel esverdeado, seu cabelo ondulado de um ruivo natural e seu olhar
inocente fazem meu pau ganhar vida.
__ Para de me olhar assim! Sua mãe me odiou então estou livre para ir
embora. Ela mesmo disse que essa égua não está adequada para seu
precioso filhinho! ‒‒ diz magoada, e vejo que ela entendeu bem, minha mãe
a comparou a um cavalo quando é comprado, mas mal sabe ela que se
minha mãe pudesse a mataria só para se ver livre dela, mas não pode.
__ Sim, ela te odiou, nenhum de nós queria isso, mas já está feito. Fique
longe dos olhos da minha mãe e talvez ela deixe você continuar com os
seus. ‒‒ digo e arranco com o carro sabendo que minhas palavras a
deixaram ainda mais assustada.
__ Pra onde você está me levando? ‒‒ pergunta confusa com sua voz
meiga que me dá até raiva.
__ Pra casa.
Chegamos e estranhamente a Alice está na porta esperando e assim que
descemos do carro ela chama a Elena que vai, ela segura em sua mão e a
puxa escadas acima quase que correndo e tenho uma leve impressão que ela
está aprontando.
Quando entro na sala, encontro meu pai que me encara como se fosse
me matar e acabo de entender o que a filha da mãe da Alice acabou de
fazer.
__ Por que você quis trazê-la, já não nos trouxe problemas suficientes?
‒‒ ele pergunta puto da vida.
__ Espera aí, não me culpe, ela me disse que você estava ordenando que
eu a trouxesse, disse que você estava exatamente com essa cara, e que se eu
não fizesse seria um homem morto! ‒‒ ele ainda está puto, mas conhece
bem a filha que tem.
__ Vou subir agora mesmo e dar uma lição nela, ela passou
completamente dos limites! ‒‒ digo, sabendo que ele jamais deixaria.
__ Não! Provavelmente ela tem uma razão para ter feito isso. ‒‒ diz me
deixando de queixo caído.
__ Pai, você se ouviu? Ela mentiu para mim e pra você, ela não pode
fazer isso!
__ Vou falar com a Diana e ela não vai sair do quarto até o casamento,
na verdade se ela quisesse ficar sempre lá seria ótimo!
Depois da conversa com o meu pai subo e entro no meu quarto e vejo
ela sentada na cama com a Alice que me olha pedindo desculpas com o
olhar.
__ Vai para o seu quarto e me espere lá. ‒– digo e ela sai com medo, mas
não com mais medo que a criatura que está sentada na minha cama.
__ Não era pra você ter vindo, foi um erro, então para o seu bem não
saia do quarto e mantenha a porta trancada. ‒– digo indo até o closet, não
esperando resposta da parte dela, na verdade quanto mais calada ela
permanecer, melhor pra mim.
Tomo um banho demorado enquanto penso na encrenca que me meti.
Sempre achei que meu pai que escolheria a mulher que eu fosse me casar,
afinal ele que aprova os casamentos dos futuros membros do Conselho,
nunca imaginei que ele enrolou tanto porque estava esperando eu escolher
alguém, ou pior, pensando que eu escolheria a Paulina, eu jamais faria isso,
sei que casamentos são negócios e ela não traria benefício nenhuma para os
nossos! Diferente da família Rossi que tem uma indústria de tecnologia
muito famosa e são riquíssimos, além de serem membros da organização
por várias gerações, assim como a minha família!
Pensei muito antes de aceitar a proposta, não tomei a decisão
precipitadamente, tenho meus planos e na hora certa os colocarei em
prática!
Saio do banho pelado, mas aí vejo o corpo pequeno deitado na minha
cama de costas para mim e pego a toalha e coloco na cintura e antes mesmo
que eu termine a porta se abre e a Paulina entra, a Elena na mesma hora se
assusta e se levanta.
__ Não é o que você está pensando. ‒– digo calmo percebendo que ela
está me fuzilando com os olhos.
__ Como assim Lorenzo? Você já a trouxe e já até...
__ Quem é você? ‒– a Elena pergunta e a Paulina vai até ela com raiva.
__ Eu sou a namorada dele! ‒– ela diz entre os dentes e eu não sei se
dou risada ou a tiro do quarto.
__ Paulina vai embora, está tarde e não entre mais assim, agora as coisas
são diferentes eu já te disse. – Digo indo para o closet e só escuto ela saindo
pois bateu à porta com tanta força que até tremeu as paredes.
Quando saio com uma calça de moletom encontro a criatura me olhando.
__ Você não vai trocar de roupas? ‒– pergunto mais para provocar.
__ Eu não tenho nada aqui...
__ Vai tomar banho e depois pegue uma das minhas camisas no closet,
você andou muito deve estar suja. ‒– digo e vou para a cama, e depois de
alguns segundos ela entra no banheiro.
Capítulo 7
Elena
Três dias se passaram e hoje mal consegui dormir, estou acordada desde
as 4 horas da manhã. O Lorenzo não trocou mais nenhuma palavra comigo
desde o incidente no closet.
Fiquei presa no quarto e não tive nem mesmo vontade de sair, ele só
chegava bem tarde, tomava banho e dormia.
A Alice vem todos os dias conversar comigo e acredito que nunca gostei
tanto de alguém como gosto dela, mesmo ela só tendo quatorze anos, ou
quase quinze como ela mesma diz, é uma garota muito madura e parece se
importar com o meu bem estar.
Ela me trouxe algumas roupas novas e produtos de higiene e sempre traz
coisas gostosas para nós comermos juntas e acredito que isso deve ser
amizade.
__ Elena acorda. –‒ Ela diz me sacudindo e percebo que acabei
dormindo.
__ É hoje, o casamento, logo eles estarão chegando, você precisa tomar
banho. –‒ ela diz puxando as cobertas, na intenção que eu saia logo da
cama.
__ Eles quem? ‒– pergunto indo para o banheiro.
__ O pessoal do salão ué, minha família não admite que você esteja
menos que deslumbrante.
Não sei se isso é um bom sinal ou não, só sei que estou muito nervosa.
Quando saio do banho encontro muitas pessoas no quarto, entre elas a
Aurora deitada na cama comendo uvas, tem uma pequena mesa repleta de
frutas, sucos e água, acho que ainda não me acostumei com tantas comidas
à minha disposição.
__ Olá criança, pode me chamar de titia! ‒– diz uma mulher linda, mas
tão nova que estranhei a parte da titia.
__ Ela é nossa tia Marie, não precisa chamar de titia ela tá exagerando,
essa é Giulia nossa prima. — diz Alice e a Marie manda a menina me
cumprimentar e a chama de filha, me deixando perplexa.
Devido ao meu espanto ela me explica que tem 41 anos e que teve filhos
cedo, assim como a prima dela que tem 42 anos, a mãe da Alice, minha
futura sogra que me odeia, ela não está no quarto e confesso que estou
morrendo de medo de sair e encontrar com ela.
__ Você vai ter que sair, mais cedo ou mais tarde, não tem como fugir
dela. Apesar dela não gostar nem um pouquinho de você, ela é uma mulher
incrível, a mais bondosa que eu já vi em toda a minha vida. –‒ diz a Marie
acariciando meu rosto com um sorriso verdadeiro e isso aqueceu um pouco
meu coração.
__ Eu não entendo o que fiz...
__ Você não fez nada, mas sua mãe sim, ela só precisa de tempo para
entender que vocês não são a mesma pessoa. –‒ ela diz e logo me chamam
para fazer depilação e as meninas também se empolgam para me
acompanhar e dão muitas risadas do meu sofrimento pois é a primeira vez
que faço isso e parece que estão me torturando.
Enquanto estou me recuperando da dor, a Marie escolhe roupas para
mim, me dizendo que eu preciso de um guarda roupas urgente.
Ela compra absolutamente tudo que a mulher oferece e minha cabeça de
gente que nunca viu dinheiro imagina a fortuna que vai ser essa conta.
Passamos a tarde inteira nos arrumando e até as meninas se arrumaram
aqui e confesso que esse foi o dia mais agradável da minha vida, eu ri com
as brincadeiras delas, com as coisas que a Marie diz, nós almoçamos aqui
em um clima muito agradável, e na verdade eu queria que esse dia nunca
acabasse.
‒‒ Uau você está incrível!
Me olho no espelho e meu queixo até cai tamanha a beleza refletida
nele, nunca pensei que eu poderia ficar tão bonita como agora, nem parece
ser eu.
__ Oh criança, você é tão linda! –‒ a Marie diz segurando minha cintura
por trás de mim, que estou me olhando no espelho.
Logo todos saem e ficamos apenas eu e ela. Nos sentamos na cama e ela
pega minha mão e me olha nos olhos.
__ Criança, você sabe o que te aguarda? – pergunta e eu nego já
querendo chorar.
__ Não tenha medo, você é linda e ninguém pode te afetar, daqui a
pouco você será uma Messina e esse nome tem um poder extraordinário,
que impede qualquer um de te machucar. –‒ diz de forma meiga, parece que
pode sentir minhas dores, medos e receios.
__ Menos a Ane. –‒ Digo entre o choro pois não aguentei.
__ A Ane é a melhor pessoa desse mundo, ela só está sofrendo com
fantasmas do passado, você se parece muito com sua mãe fisicamente, mas
só um pouco que fiquei com você vi que interiormente vocês são o oposto,
então, apenas mostre isso para ela.
Logo somos interrompidos por uma batida na porta e um homem entra.
–‒ Vamos Diaba, está na hora!
__ Leve ela até o altar Giulliano. –‒ Ela diz e ele concorda sorrindo,
então saímos os três e só de passar pela porta o medo me consome.
Saímos da casa e vejo como é lindo, apesar de estar lotado de pessoas, o
que me assusta, pois da última vez que as vi passei uma vergonha sem
tamanho.
Logo paramos em frente a uma porta enorme e ele estende seu braço
para mim com um sorriso verdadeiro que por um segundo me acalma um
pouco.
__ Não tenha medo, o Lorenzo é um bom homem e tem caráter, apenas
passe logo por isso, e não se esqueça de dizer sim. –‒ ele diz e logo as
portas se abrem e meu medo retorna, minhas pernas vacilam diante da
quantidade de pessoas me encarando e agradeço a Marie por pedir para ele
me acompanhar pois sozinha eu não conseguiria dar sequer um passo.
Quando meus olhos vão para o altar, vejo o Lorenzo seu pai e sua mãe, o
pai dele apesar de ser intimidador não me causa tanto medo quando a mãe,
ela me fulmina com os olhos, mesmo eu não ousando encara-la, sinto seu
olhar queimar minha pele que chega até a esquentar, é como se ela me
alertasse com os olhos para eu sair correndo enquanto posso, já o Lorenzo
não tem reação alguma, parece estar alheio à situação como se não estivesse
prestes a se casar.
Ele não me intimida, talvez pelo fato de já temos conversado um pouco
e até dividimos a cama por três noites.
O Giulliano me deixa no altar e o Lorenzo apenas se vira para o padre
me ignorando completamente o que me faz sentir ainda mais vergonha, a
cerimônia é muito rápida em questão de minutos dizemos o sim e logo
acaba.
A parte do sim senti até medo de dizer e a Ane me matar aqui mesmo,
nem a parte do beijo aconteceu pois o padre não mandou, não sei se fico
com mais vergonha ou aliviada.
Assim que acaba eles simplesmente começam a conversar como se eu
não estivesse aqui e sinto uma vontade gigantesca de chorar, logo as
pessoas saem da cerimônia, percebendo que acabou e continuo parada no
mesmo lugar desde que pisei aqui.
Sinto uma mão no meu braço que me puxa com força para o lado e
quando encaro, vejo o Antônio me olhando feio e meu medo de apanhar
aparece.
__ Por que você não voltou pra casa comigo naquele dia? Você tinha que
já vir igual uma cadela no cio? –‒ pergunta furioso apertando os dentes e é
nítido que está se esforçando para não perder a cabeça.
__ Eu fui obrigada não...
__ Você já transou com ele? – Pergunta agressivamente, como se não
podendo me ferir fisicamente está fazendo moralmente, cuspindo fúria e me
sinto muito mais que constrangida e tento sair, mas ele segura meu braço,
fincando suas unhas grandes em mim com tanta força que meus olhos
derrubam as lágrimas que tanto lutei para segurar.
__ Você tá me machucando! –‒ digo totalmente à mercê dele até que ele
me solta para meu alívio.
Quando me viro depois de me recuperar vejo o Lorenzo, seus olhos
estão em mim, mas não sei se é por isso que o Antônio me largou.
Ando sem rumo pela festa, onde vejo as pessoas se divertem enquanto
me sinto só, humilhada e me pergunto o que eu fiz para merecer ser tratada
assim!?
Para alguém que passou anos lendo romances escondido, ter um
casamento tão humilhante e solitário é terrível; não teve um livro que li, que
faltou amigos no casamento, ou um beijo e arroz ao alto, junto com várias
pessoas desejando aos noivos parabéns, onde a noiva sempre foi o centro
das atenções, não que eu esperasse tudo isso casando nessas condições, mas
tão humilhada assim eu nunca pensei que seria.
Me sento em uma mesa vazia e fico olhando para a toalha da mesa
admirando os desenhos, tentando levar minha mente para longe desse lugar
já que meu corpo eu não posso, até que alguém se senta na minha frente e
quando levanto meus olhos vejo a Ane e ela me encara sem expressão.
__ O que você quer de nós? –‒ ela me pergunta com uma taça na mão
levando o líquido na boca como se estivesse bem, mas a Marie já me disse
que ela não se sente bem na minha presença.
__ Eu...eu não quero nada.
__ Oh tadinha, você é tão pura, tão meiga, tão... tão ruiva! –‒ quando ela
diz isso sua fúria aparece e todos os sentimentos ruins que eu já estava
sentindo transbordam de dentro de mim
__ O você quer de mim? –‒ pergunto já chorando e ela me olha bem no
fundo dos meus olhos.
__ Não quero ter que conviver com você, eu queria muito que você
morresse! – responde sem nem pensar e bate a taça na mesa com tanta força
que a quebra e por um incrível que pareça consigo me sentir pior então me
levanto.
Não estou surpresa pelas palavras dela, só entendi que ela me odeia sem
tamanho e que nada que eu faça vai mudar isso. Sem ter o que fazer ou para
onde ir, eu simplesmente passo pelas pessoas e vou em direção a casa, subo
as escadas lentamente enquanto a cachoeira de lágrimas desce pelos meus
olhos, todos naquela festa parecem querer me humilhar senão com palavras,
com olhares, como se esperassem que eu pagasse por algo que nem sei o
que é.
Eu pediria desculpas se soubesse, faria algo para tentar me redimir,
porém não me dão essa opção, o horrível é saber que você não significa
nada para absolutamente ninguém, não apenas nada, mas nada de bom, pois
eu significo sim para muitas pessoas, significo ódio, raiva, vingança e tudo
de ruim que possa existir para alguém, e eu acredito sem sombra de dúvidas
nas palavras da Marie quando ela disse que a Ane era a melhor pessoa do
mundo, então se eu faço mal a uma pessoa como ela, não faz sentido algum
viver!
Capítulo 8
(...)
Assim que chegamos, o médico vem até mim e diz que ela está acordada
e fico surpreso, olho para a minha irmã que me parece já saber e me
pergunto como ela sempre está a um passo à nossa frente?
Entramos no quarto e sinto pena ao ver o estado em que ela se encontra.
É a primeira vez que a vejo depois do acontecido, eu não quis entrar para
vê-la nenhuma das vezes que estive aqui.
__ Você merece umas palmadas! ‒– a Alice diz chegando perto dela e eu
vou para o sofá e me sento.
__ Você tá bem? ‒‒ ela pergunta para a Alice que a encara com raiva.
__ Por que você fez isso? –– Alice pergunta magoada.
__ Porque seria melhor assim, evitaria muitas coisas. –– ela sussurra
com dificuldade.
__ Ninguém se importa Alice, lamento vocês estarem passando por isso,
não era essa a minha intenção, dar trabalho.
__ Eu me importo Elena, você não pensou em mim? Mesmo que
ninguém além de mim se importe, ainda assim sou alguém! ‒‒ a Alice diz e
sai segurando as lágrimas e meu coração corta, pois eu não percebi que
minha irmãzinha tinha crescido.
Saio do quarto de hospital e vou atrás da minha irmã que já está me
esperando no carro e mesmo que eu pergunte, ela não diz nada e nem me
encara.
Elena
(...)
Elena
A vergonha deu lugar ao relaxamento, nunca ninguém me viu nua ou me
tocou assim, muito menos me deu banho como ele está fazendo agora.
Quando percebi eu já estava deitada de costas sobre o peito dele e
minhas mãos nas suas coxas e suas mãos lavando gentilmente meus seios,
os envolvendo em seus grandes dedos e até estou envergonhada, mas a
sensação é tão reconfortante, ele está sendo tão gentil ao me tocar que não
consigo recuar, nem mesmo não gostar.
Ele não tem pressa nos meus seios, parece que os está medindo, porém
sua massagem está me causando calafrios no estômago, algo que nunca
senti. Logo ele desce para a minha barriga, até parece que sabe o que está se
formando ali tentando apaziguar a situação com as próprias mãos.
Não me atrevo a abrir os olhos e muito menos tentar sair pois está muito
bom aqui, relaxante. Logo ele vai descendo mais a mão e a sensação
estranha no meu estômago aumentando, mas ele volta a mão para a minha
barriga e por mais que eu fique aliviada pois ele estava prestes a lavar
minha intimidade, eu queria que ele... Continuasse? Meu rosto queima
quando percebo isso e dou graças por estar de costas para ele.
Ele continua a lavar minha barriga, mas logo desce de uma só vez e
coloca a mão na minha vagina, inevitavelmente meu corpo deu um leve
pulo, mas seu braço que está em volta do meu ombro e segurando meu seio,
me aperta um pouco mais, como se me reconfortasse.
Ele passa a mão na minha vagina como se brincasse com os dedos e
quando percebo ele já até colocou um dedo em mim, mas tão delicadamente
que mal percebi, meu corpo está tão relaxado que me confunde, a dor que
começa a se formar no meu estômago, não sei se é de fome ou medo, só sei
que perece ter pássaros aqui dentro e um calor fora do comum toma conta
de mim e quando percebo minhas mãos estão apertando suas coxas grandes
e minhas pernas estão mais abertas ainda, e fui eu mesma quem as abriu?!
Capítulo 10
(...)
Faz horas que meus homens estão procurando a Paulina e nada, ela se
enfiou na floresta e menos de 5 minutos depois meus homens estavam aqui
me trazendo a notícia.
Eu não acreditei que ela fosse mesmo atentar contra a própria vida,
senão teria enfiado ela num carro e a mandado para casa.
__ Eu aviso a Diana, pra ligar para a família dela? ‒– o Francisco me
pergunta.
— Não, continuem procurando.
Vendo que já está muito tarde, vou até a cozinha e a cozinheira me diz
que levou comida para a Elena e isso me deixa mais tranquilo. Só de pensar
que eu poderia tá fodendo com ela agora e a Paulina além de me atrapalhar
ainda me traz dor de cabeça, me faz querê-la viva só para eu dar uma lição.
Sou despertado dos meus pensamentos com o meu telefone tocando.
__ O que aconteceu, por que ela entrou na floresta? ‒– pergunta o
Filippo no telefone.
__ Ela entrou no meu quarto e bateu na Elena, e eu devolvi. ‒– digo indo
para a porta da frente.
__ Mas você não tá casado só no papel, por que se intrometer?
__ Ela não tem direito de tocar na Elena, nem ela nem ninguém, o que te
faz pensar que eu admitiria? ‒‒ pergunto vendo meus homens fazerem sinal
para mim então desligo e vou até eles.
Um deles a traz nos braços até mim inconsciente e sua perna está
coberta de sangue.
__ Algum animal a mordeu, mas quando chegamos ele fugiu. ‒‒ o
homem diz ofegante.
__ Leve-a para a casa do meu pai...
__ Ela perdeu muito sangue senhor, precisa de um médico com urgência.
Decido deixá-lo a levar para um dos quartos e logo um médico local
chega para tratar sua ferida, depois eles me dizem que o médico pediu para
deixá-la em observação, disse também que ela não vai acordar por pelo
menos um dia.
Não me agrada a ideia de ela ficar aqui, mas também não me incomoda
muito. Depois de tudo estar resolvido, vou para o quarto e vejo a Elena já
dormindo com a coberta até o pescoço.
Apenas quando me deito é que percebo que estou extremamente
cansado, hoje o dia foi estressante e não duvido nada que minha mãe
apareça aqui por causa da Paulina.
Me viro para o lado e encaro as costas da Elena e penso que talvez ela
esteja bem chateada com o que aconteceu, ela não merece apanhar é uma
moça frágil e isso está estampado em sua testa. Ela não é como as mulheres
que estou acostumado a conviver.
Com esse pensamento eu entendo as palavras do meu pai quando me
disse que as mulheres da nossa família eram únicas, pois são como tratores,
saem passando por cima de tudo que estiver atrapalhando sua caminhada,
minha mãe chega a me dar medo pois nunca sei o que ela é capaz de fazer,
ao mesmo tempo que é frágil pode ser sanguinária, já minha tia sei do que
ela é capaz pois já vi com meus próprios olhos e o fato do meu pai e meu
tio não se espantarem, mostra que a fama dela é verdadeira, e as meninas as
seguem crescendo igual a elas
Mas a Elena é o oposto de tudo isso, ela é frágil, já a vi chorando várias
vezes, coisa que não vejo com frequência nas mulheres à minha volta. Não
sei explicar, mas sinto uma vontade que cresce a cada dia de protegê-la.
(...)
Acordo e a Elena não está na cama, pensando no fato da Paulina ainda
estar aqui e eu não confiar nela, me levanto e apenas faço minha higiene e
já saio do quarto, então percebo que nem uma camiseta coloquei, estou
apenas com uma calça de moletom, quando me viro para voltar com a
intenção de me trocar escuto a voz da minha mãe e desisto da ideia indo
rápido para as escadas.
__ Pai cadê ela? ‒‒ pergunto para o meu pai que está na sala, já indo
para a sala de jantar.
__ Fala o que você fez dessa vez? –‒ minha mãe grita para a Elena que
está sentada a mesa aparentemente estava tomando café.
__ Eu...
__ Fala!!!- minha mãe grita furiosa e vai para perto dela que nem sequer
olha para a minha mãe.
__ Eu não fiz nada, eu não sei do que você está falando. –‒ Ela diz e
pega a xícara, mas minha mãe dá um tapa na xícara a jogando longe e não
consigo acreditar que ela está fazendo isso, essa não é a Antonella que eu
conheço.
__ Mãe, já chega!
__ Ah é claro você é uma coitada que se joga da janela para me fazer
parecer culpada!
__ Não eu não fiz... – a Elena diz se levantando e toca na minha mãe que
fica descontrolada com o toque e a empurra, mas ela tropeça na cadeira e
cai para trás.
Imediatamente eu vou ao seu auxílio e meu pai puxa minha mãe com
força para fora e por incrível que pareça ela vai sem dizer nada.
__ Você tá bem? –– pergunto a ajudando a se levantar e se sentar
novamente e ela concorda.
__ Eu não fiz isso, eu não...
__ Eu sei, todos sabem. –– digo e pego outra xícara e dou a ela.
Saio da sala de jantar e vou para a sala de estar e encontro meu pai
furioso com minha mãe.
__ Você tá louca Antonella? Você disse que só queria ver a Paulina, você
não tem o direito de fazer o que fez!
__ Ela me tocou!!!- ela grita para ele que a olha não acreditando que
essa é a justificativa dela.
__ Leve a Paulina embora, ela veio aqui, ninguém foi atrás dela pra você
querer culpar a Elena! –– digo e ela me olha desacreditada.
— Você a está defendendo!?
__ Eu bati na Paulina, não a Elena!
__ O quê?? Você bateu na Paulina? Ela só tem dezesseis anos e ama
você, se entregou a você! –– ela diz furiosa.
__ Sabemos bem que ela não é nenhuma menininha, ela que foi atrás,
ele é homem, eu me preocuparia se ele a rejeitasse. ‒– diz meu pai.
__ Eu te ensinei a ser homem, eu sempre te disse que não se bate em
mulheres...
__ E eu o ensinei a não só bater como matá-las se for preciso! A Paulina
passou dos limites e você a está defendendo! — meu pai a corta e ela fica
chocada com suas palavras.
__ Chega!!!!- grito e minha mãe se assusta.
__ Vão embora e a levem com
vocês! –‒ digo para eles e saio.
Meu pai manda um dos homens levar a Paulina e eles vão embora
imediatamente, acredito que minha mãe deve estar com sérios problemas
internos, porque para meu pai chegar a falar com ela como fez, as coisas
ainda não estão boas.
Capítulo 11
(...)
Hoje a Alice disse que viria passar o dia comigo e estou ansiosa para ter
a sua companhia e quando escuto o barulho do carro já vou correndo para a
entrada e a vejo descendo do carro, não só ela, mas a Aurora, Giulia e a
Marie e automaticamente me lembro do dia do casamento e em como foi
bom passar o dia com elas e isso já me deixa feliz.
Elas me abraçam calorosamente e é tão bom receber abraços que eu não
quero que acabe.
__ Nossa você está ainda mais linda, ganhou uns quilinhos, acho que
está grávida! — diz a Marie empolgada e todas já me olham com os olhos
arregalados.
— Impossível. –– digo e vou com elas para o sofá.
__ Quê?? Não me diga que vocês ainda não transaram? — a Marie
pergunta me fazendo corar.
__ Mãe! ‒‒ a Giulia a repreende.
__ Sexo é muito bom, para de ser boba menina! ‒ ela diz e me dá um
tapinha no ombro.
__ Só quando se é casada, antes disso só traz dor de cabeça, os segundos
de prazer não valem a pena viu! –‒ diz repreendendo as meninas com os
olhos.
Elas logo deixam esse assunto de lado e começamos a conversar e dar
muitas risadas até que chegam algumas mulheres carregando várias malas e
não entendo.
__ Compras! Não sabíamos se você estava disposta a ir até as lojas então
trouxemos as lojas até você. –‒ a Aurora diz sorrindo na maior empolgação
e logo começa o desfile quando algumas mulheres que são modelos,
desfilam para escolhermos as roupas.
__ Eu quero esse! –‒ Aurora diz eufórica.
__ Não, são todos para a Elena, você já tem roupas demais! ‒‒ diz a
Giulia a repreendendo.
Fico sem graça de escolher pois devem ser muito caras, na verdade tudo
isso deve ser muito caro, afinal eu nem sabia que as lojas iam até as casas,
mas elas percebendo que não escolho nada, começaram a escolher por mim.
Depois das compras foi a vez do salão e é minha parte favorita, menos a
parte da dor na depilação, que além da cera depois teve o lazer, pois já fazia
meses desde a última vez que eu tinha feito, no fim é muito bom, ter as
unhas feitas, massagem, limpeza de pele e cabelo, tudo extremamente lindo.
__ Deve ser incrível ser ruiva naturalmente, eu já tingi o cabelo, mas
minha mãe quase me matou. — diz a Aurora.
Quando ela diz isso, me perguntei se era por ela ter tingido ou por ser a
cor escolhida.
__ Sua mãe me odeia. — Digo frustrada.
__ Ela não te odeia, ela odeia sua mãe.
__ Mas eu nem conheci minha mãe, como ela pode descontar em mim?
__ Minha mãe é uma pessoa boa, mas ela precisou matar sua mãe com
os dentes para proteger o Lorenzo. — diz a Alice e fico paralisada.
__ Alice, quem te contou isso? — pergunta a Marie surpresa.
__ Eu só sei tia.
A Marie muda de assunto dizendo que esse não é o momento de falar
sobre isso e que não vai estragar a nossa tarde com uma conversa tão
desagradável, mas me disse que um dia me contaria tudo.
Por mais assustada que eu tenha ficado preferi seguir seu conselho e
deixar a nossa tarde fluir agradavelmente, afinal nunca recebi visitas muito
menos tive amigas assim.
No almoço ela pediu para fazerem vários pratos de comida japonesa e eu
amei, comi muito enquanto nós riamos e conversávamos sobre vários
assuntos.
A noite chegou que nem percebi e elas logo se despediram dizendo que
da próxima nós que iríamos até as lojas e em um restaurante tailandês.
Vendo o carro se afastar não pude deixar de sorrir por elas serem tão
legais comigo, não se importando com o passado como a Ane.
Só de pensar nela já me lembro das palavras da Alice e minha alegria já
ameaça se esvair, mas logo afasto esse pensamento e subo para o quarto
afim de tomar um banho relaxante, para fechar minha noite com chave de
ouro.
Depois do banho de horas do qual saí até com os dedos enrugados,
passei o óleo corporal que a Marie me deu, dizendo que comprou no Brasil
e diz fazer milagres com a pele, realmente fica muito macia e cheirosa e
nem um pouco oleosa.
Saio do banheiro e vou para o closet e decido por pura curiosidade
colocar a camisola que fez sucesso lá embaixo pois as meninas queriam
muito, mas a Marie não deixou que elas também comprassem.
Coloco a calcinha que é minúscula e encaro meu corpo no espelho
percebendo o porquê elas queriam tanto, ela é mágica, pois estou
irreconhecível apenas com a calcinha em meu corpo.
Coloco também o sutiã e me olhando no espelho sinto algo novo, estou
sensual, me sentindo linda e com um certo poder. admiro meu corpo como
nunca fiz antes e logo pego também a camisola e coloco vendo o quão
transparente ela é, mesmo que preta como as demais peças, posso mesmo
estando com ela ver meu corpo perfeitamente.
Quando solto meus cabelos, vejo olhos azuis intensos me encarando e
meu corpo dá um pulo de susto, pois eu não o vi chegar!
__ Eu não vi...- antes que eu termine de falar ele vem na minha direção
me beijando de forma intensa e fico tão surpresa que não sei o que fazer,
mas não consigo pará-lo, até tento, mas além dele ser mais forte, não estou
lutando com todas as minhas forças, porque na verdade estou gostando.
Ele me leva para a cama me deita e continua a me beijar, porém com
mais delicadeza e retribuo o beijo da maneira que posso, pois essa é apenas
a segunda vez que beijo alguém em toda a minha vida.
O beijo intenso, vai fazendo meu corpo relaxar e quando penso nas
minhas mãos elas já estão passeando pelas suas costas grandes e minhas
pernas abertas com seu corpo entre elas, me recuso a abrir meus olhos e
sinto seus lábios descerem para meu pescoço tirando toda a minha sanidade.
Sua boca desce mais e mais e quando percebo ele já tirou minha
camisola e também meu sutiã, estou apenas de calcinha com ele chupando
meus seios fazendo gemidos saírem da minha boca.
Ele desce mais e beija minha barriga onde se forma um criadouro de
borboletas, loucas para serem libertadas e seus beijos nelas não ajudam,
cada beijo na minha barriga é como lenha na fogueira.
Mas ele para tudo e confesso que me sinto um pouco envergonhada pois
estou toda desgrenhada praticamente nua e com as pernas bem abertas,
porém ele se levanta rapidamente e apenas apaga a luz, não entendo, será
que ele se arrependeu e vamos dormir?
Então ele volta para a cama e continua os beijos na minha barriga e
percebo que eu nem mesmo deixei de sentir as sensações gostosas que aqui
estavam, e ele desce lentamente, o que me causa um certo receio pois ele
está quase lá e dou uma leve recuada o que o faz parar lentamente e subir
beijando meu corpo, até chegar na minha boca.
Ele me beija tão gentilmente que perco toda a vergonha e abraço seu
corpo o trazendo mais para mim, e nesse momento minha mente viaja no
seu corpo explorando suas curvas, e não quero parar, por mais que recuei
não era a minha intenção que ele parasse, quero senti-lo.
Logo sinto seus dedos na minha intimidade e pelo fato dele estar me
beijando não sinto tanta vergonha e consigo relaxar e logo sinto seu
membro passear pela minha entrada.
É bom, a sensação é muito boa, mas não posso deixar de sentir uma
expectativa estranha pois sabemos onde isso vai dar e eu não sabia que
estava tão preparada para isso como estou agora.
Lorenzo
Coloco só a cabecinha do meu pau e sinto ela recuar, mas está tão
entregue ao prazer que sei que ela não quer parar e o fato dela ser intocada e
estar perdida no prazer a baixo de mim me deixa louco de vontade de me
enterrar nela, mas vou ser gentil.
Vou colocando bem aos poucos, ouvindo seus gemidos se
intensificarem; estou com receio de colocar tudo, mas não consigo me
controlar e logo me enterro todinho dentro dela.
Tiro meus lábios dos seus com dificuldade, ela está com eles entre os
dentes, mas preciso ver seu rosto enquanto a tomo, a faço minha mulher.
Por mais escuro que esteja, a iluminação de fora me deixa ver seu rosto
perfeitamente e mesmo que eu esteja concentrado não deixo de me
movimentar dentro dela.
Vendo que ela está gostando tanto quanto eu, sua apertada vagina se
acostumou ao meu tamanho e sua virgindade já é minha, começo a me
movimentar com um pouco mais de força.
__ Tudo bem? — pergunto deixando beijos em seus lábios.
__ Tá machucando? — pergunto e ela resmunga negando sem abrir os
olhos.
Levanto meu tronco um pouco, mas sem sair de dentro dela e continuo.
Agora olhando para seu corpo tão à minha mercê que me sinto com ainda
mais vigor e começo até meter um pouco mais forte.
Estou me segurando para não gozar, mas está quase impossível, então
me abaixo novamente e continuo só que dessa vez esfrego o eixo do meu
pau contra seu clitóris para dar prazer a ela também, que como eu, já está
quase chegando lá, logo começa a gemer mais alto e apertar meus braços e
logo percebo que sua bucetinha se contrai ainda mais e me pergunto como
pode ser possível, ficar ainda mais apertada do que já é, e assim eu a
acompanho, apertando até sair absolutamente tudo dentro dela.
Capítulo 12
Ele está caído em cima de mim e meus braços cansados em suas costas
e a ardência na minha intimidade começa a ser perceptível, mas a segundos
atrás eu nem senti nada.
Ele sai de dentro de mim e a ardência aumenta o que me faz soltar um
pequeno gemido involuntário de dor.
__ Você tá bem? — me pergunta se sentando da cama e ainda bem que
está um pouco escuro pois estou morrendo de vergonha.
__ Sim. –‒ Respondo baixo querendo que ele saia logo do quarto.
__ Espere aqui. –‒ diz e vai em direção ao banheiro e meus olhos quase
caem com a beleza de seu corpo, mesmo com pouca luz ainda posso ver.
Percebo que eu ainda não tinha reparado como ele é lindo, e seu corpo em
forma, eu me pegava o espiando sempre que tinha oportunidade, mas assim
com tanta intimidade envolvida, posso ver o quanto ele é atraente e
impossível de resistir.
Logo ele volta com uma pequena toalha nas mãos e não entendo, mas
ele se deita ao meu lado e me vira para ficar de lado, de costas para ele,
então abre minhas pernas e coloca uma toalha úmida e quente na minha
intimidade, até dei uma leve recuada, mas não está incomodando muito pelo
contrário senti um alívio instantâneo com isso.
Logo ele pega a coberta e nos cobre e me puxa fazendo conchinha em
mim e se deita.
Parece que... Vai dormir aqui!?
Devido ao conforto na minha parte íntima e o aconchego dos seus braços
eu relaxo e logo começa a cair uma chuva forte lá fora que me faz ter ainda
mais vontade de fechar os olhos e apenas aproveitar esse momento.
(...)
Acordo e percebo que o Lorenzo ainda está aqui, seus braços estão
pesados sobre mim e sua respiração profunda no meu pescoço.
Sem o acordar me levanto e quando dou alguns passos em direção ao
banheiro sinto dor em volta dos músculos da minha vagina.
Entro no chuveiro e vejo que na minha coxa tem um pouco de sangue e
imagino que a cama deve estar suja também e só esse pensamento me faz
corar de vergonha.
Saio do banho rápido e me arrumo mais rápido ainda já saindo do
quarto, fazendo tudo na ponta dos pés, indo em direção a sala de jantar
percebo que estou com vergonha de ter que encará-lo.
Assim que desço as escadas vejo um homem deitado no sofá da sala,
todo esparramado enquanto mexe no celular.
— Oi, bom dia... Ah desculpa é que estou esperando faz tempo. –‒ Ele
diz se levantando.
__ Sou Filippo Messina. –‒ diz estendendo a mão e aceito o
cumprimento.
__ Você é? — pergunto.
__ Sou primo do Lorenzo, vim buscá-lo, temos problemas familiares
para resolver. Cadê ele?
__ Ele ainda está dormindo e...
__ Então vou acordá-lo.- ele diz se dirigindo às escadas e eu
imediatamente penso nos lençóis e tento o impedir me colocado na frente
dele.
__ Não, melhor você esperar aqui, você já tomou café da manhã? —
pergunto tentando disfarçar e ele me olha estranho, como se tentasse
adivinhar o porquê não quero que ele suba.
__ Ele tá bem né? Você não matou ele não, né?
Antes que eu pudesse responder à pergunta muito estranha que ele me
fez, escuto um bom dia vindo de trás de mim e acredito que fiquei corada só
por ouvir sua voz grossa.
__ Até que enfim! Vamos, se esqueceu do nosso compromisso hoje? —
o primo dele pergunta e vou para a sala de jantar sem nem olhar para trás
como se pudesse passar desapercebida.
Entretanto assim que me sento o Lorenzo também vem para a mesa com
o seu primo atrás dele o acelerando, dizendo que já estão muito atrasados.
__ Não vou sair correndo acabei de acordar, me deixe tomar café em
paz. — O Lorenzo diz é nesse momento me encara com um olhar tão suave
que faz até a vergonha ir embora.
__ Você dormiu bem? — ele me pergunta com ênfase na palavra bem e
me lembro da toalha que ele umedeceu para aliviar minha dor e esse gesto
foi tão carinhoso que faz meu coração dar um suspiro.
__ Sim e você? — pergunto e ele responde que dormiu muito bem e isso
significa que ele gostou?
__ Pronto Lorenzo? — o rapaz pergunta inquieto e ele revira os olhos e
me diz que precisa sair e que talvez não volte para o jantar e apenas balanço
a cabeça concordando vendo-o se levantar.
Porém ele vem até a mim e me dá um beijo nos lábios e o resto de mim
que estava recomposta termina de se derreter quando me entrego ao seu
pequeno, mas muito significativo beijo.
Logo depois ele sai com o primo que ficou espantado vendo-o me beijar
e me pergunto se o que estou vivendo é real? Eu me casei com um estranho
sem nem o conhecer, mas que é lindo, carinhoso e atencioso?
Lorenzo
Saio logo com o Filippo antes que ele me faça perguntas perto da Elena,
que já fugiu logo que acordou e pela cara de vergonha que ela estava no
café, meu primo é bem capaz de deixá-la ainda mais desconfortável.
__ O que foi aquele beijo? — ele pergunta assim que entramos no carro.
__ Você nunca beijou, ou nunca me viu beijar alguém? — pergunto
ironicamente saindo com o carro.
__ Então vocês estão de boa? Nossa você deu muita sorte ela é linda,
imagina se você se ferrasse igual o Antônio; seu pai jogou um casamento
com uma idosa, eu não aceitaria!
Pensando por esse lado eu dei muita sorte. O Antônio que é primo da
Elena, está de casamento marcado com a sobrinha de uma família bem
tradicional que são nossos aliados a anos, mas a moça tem quase a idade da
minha mãe, não que ela seja velha só tem 42 anos, mas nunca a vimos.
__ Ela nem é tão velha assim, você exagera. — Digo.
__ Cara, uma mulher que não casou até essa idade, no nosso meio deve
ser igual a Gertrudes.
__ Sua madrasta? — pergunto zombando pois dizem que ela é
apaixonada pelo pai dele.
__ Deixa minha mãe ouvir isso, ela te dá uns tapas! Meu pai deu foi
sorte, minha mãe é linda pra caralho.
__ Seu pai não deu sorte ele a escolheu, sorte quem teve foi o meu pai.
__ É, mas quem não teve sorte foi você, já que gostou da menina e sua
mãe a odeia, não é à toa que estamos indo para o almoço de aniversário dela
e você tá sem sua belezinha, sinto muito cara.- diz com sarcasmo e
internamente não deixo de lamentar, pois não tenho a intenção de largar a
Elena em uma casa trancada e sozinha como minha mãe espera e a noite de
ontem me fez gostar ainda mais dela, a tendo em meus braços totalmente
entregue a mim, toda aquela delicadeza em cada toque, fica difícil
abandoná-la.
__ Oi querido! — diz minha mãe assim que entro na sala.
__ Você demorou muito, perdeu o café da manhã. — Ela diz e vai para a
cozinha.
Me sento no sofá ao lado do meu pai e meu tio que encara minha tia que
acaba de passar pela porta atrás de mim. Ela vai até ele e dá um beijo
intenso segurando em seu queixo.
__ Ah pai, para com isso. — diz o Filippo com cara de nojo.
__ Foi ela que me beijou! — ele se justifica assim que ela larga sua
boca.
__ Pai já não bastou hoje de manhã?
___Filippo você é hétero, não é? – meu tio pergunta assim que minha tia
sai da sala.
__ Você tem dúvidas? — ele responde.
__ Então você faz sexo e eu dentro da minha própria casa não posso
fazer?
__ Tá, mas não precisa de escândalo, ela é minha mãe caralho! — ele
diz fingindo estar enojado e com cara de vítima.
O Filippo é como um predador, sai atacando toda mulher que vê pela
frente, meu tio que deve ter algum problema de cabeça, acha o máximo,
meu pai diz não se surpreender pois meu tio era assim também.
Eu sempre fui mais reservado, porém sempre me diverti muito, mas
nunca gostei que notícias da minha vida privada fossem divulgadas, sempre
gostei de privacidade, já meus primos e meus tios não se importam.
(...)
Hoje é aniversário da minha mãe e ela faz questão que toda a família
esteja reunida aqui em casa, desde o café da manhã até o jantar e essa é a
primeira vez que eu chego atrasado.
Ficamos conversando na sala um bom tempo antes do almoço e percebi
que meu pai estava um pouco tenso, mas não consegui entender o porquê.
Sentamos todos na mesa para o almoço especial, a mesa está cheia com
toda a nossa família reunida e por mais agradável que seja ver meus primos
fazendo piadas engraçadas tirando de nós sorrisos e gargalhadas, não
consigo me sentir totalmente confortável pois a Elena está sozinha e isso
não me parece certo.
Esse sentimento não significa que eu gosto muito dela, acredito ser
apenas pena, pois sei o valor da minha família e imagino que não ter uma
seja extremamente solitário. E depois de investigar um pouco a vida dela
tive ainda mais pena, pois nunca teve ninguém que fosse sequer um pouco
gentil com ela, muito pelo contrário, ela esteve sempre rodeada de grandes
filhos da puta.
__ Perai, cadê a Elena? Ela não vai descer? — pergunta a minha tia e
todos se calam.
__ Ela não veio, o Lorenzo não a trouxe. — diz a Alice e todos me
olham esperando respostas.
__ Por que será!?- pergunto com sarcasmo e continuo a comer.
__ Não era pra trazer, ele não ia estragar nosso momento familiar. — diz
minha mãe e também continua a comer normalmente como se quisesse
encerrar o assunto, mas minha tia coloca os talheres com força na mesa e
encara minha mãe furiosa.
__ Ela é parte da família agora, Antonella.
__ Marie! — meu tio a repreende, mas ela o ignora.
__ Então vamos anular esse casamento! — ela diz e quase engasgo.
— Ótimo! Você sabe como? — minha mãe pergunta firme e ela
concorda.
Nesse momento a Alice sai da mesa com raiva e a Aurora e Giulia vão
atrás dela.
__ Eu conversei com alguns anciões e como o casamento não foi
consumado podemos sim cancelar, desde que outro membro da família se
case com ela. — Minha tia diz e me parece miragem, não acredito nos meus
ouvidos.
__ Filho, sério que o casamento não foi consumado? — minha mãe me
pergunta com ternura e até alívio.
__ Lorenzo você ainda não transou com ela? — meu pai pergunta
furioso batendo na mesa.
__ Eu não a quero na nossa família de jeito nenhum...
__ Mas eu quero! Ela se casa com o Filippo e está tudo resolvido. —
Minha tia diz a cortando.
__ Já chega!!!- grito e me levanto.
__ Primeiro, vocês não decidem nada da porra da minha vida! Meu
casamento não vai ser cancelado porra nenhuma e mãe entenda de uma vez
por todas que a Elena agora é minha mulher e da próxima vez que você me
fizer um convite, ela vem junto! — digo e saio vendo minha tia mais que
satisfeita e minha mãe perplexa quase tendo um infarto!
Capítulo 13
(...)
Deitada em seu peito, fazendo círculos com meus dedos em seus pelos
peitorais, consigo sentir as batidas calmas do seu coração, enquanto
compartilhamos de uma calmaria gigantesca que me traz uma sensação de
paz absoluta.
__ Me fala mais de você... – pergunto quebrando o silêncio.
__ Especificamente?
__ Ah não sei...Só quero saber mais. -— digo e dou uma levantada me
deitando em cima do seu corpo, o encarando, recebendo um sorriso
sorrateiro.
__ Vejamos, sou lindo, charmoso...
__ Entendi a parte do vaidoso.
__ Vaidoso? Quem usa essa expressão hoje em dia, eu diria mais
convencido. — diz se divertindo.
__ É, isso é o que acontece quando se cresce num convento. — Digo
lamentando divertidamente.
__ Como foi crescer num lugar assim? — me pergunta enfiando os
dedos no meu couro cabeludo, colocando meus cabelos de lado.
__ Bom, como eu só conheço essa forma de viver não sei exatamente,
mas o que posso afirmar é que não é nada feliz, não desejo para criança
alguma, qualquer outra coisa deve ser melhor, ou talvez seja só o meu modo
de pensar.
__ Foi você que quis fazer isso? — diz e leva os dedos para a minha
cicatriz na nuca e apenas nego com a cabeça.
— Quem fez?
Por mais que nós estejamos nos encarando face a face e seus olhos
estejam em mim não consigo entender o porquê de saber mais. Toda vez
que alguém descobria e me perguntava eu via horror, ou compaixão em seus
olhos, mas não vejo nada nele, é como se fosse apenas uma simples
pergunta é isso é tão novo para mim, que não sinto aquele bolo tão familiar
na garganta quando decido contar.
__ Foi a madre superior. –‒ Digo baixo, esperando um olhar de pena,
mas não ele não demonstra isso e na verdade nenhum outro sentimento.
__ Por quê? — pergunta me encarando com mais intensidade, porém
não me sinto intimidada.
__ Porque ela dizia que eu era a personificação do pecado, sua idolatria
e religiosidade a cegaram, só isso.
__ Quando começou?
__ Desde que me lembro... Eu tinha uns 3 anos talvez.
__ Desgraçada! — diz e eu acabo rindo
__ Ninguém nunca ousou usar tais palavras para se referir assim à madre
superior. — Digo ainda rindo e ele acaba deixando um leve ar de
divertimento sair de seus lábios.
__ Um dia vamos fazer uma visita a ela. — diz fazendo meu sorriso
desaparecer.
__ Ela não pode mais te fazer mal.- fala como se me reconfortasse.
__ Eu não quero vê-la, não tem nada que eu queira naquele lugar, eu só
tive sofrimento lá, não pretendo voltar, não me obrigue a isso por favor. –‒
Digo e tento me levantar, mas ele me impede.
__ Você é livre agora, ninguém pode te obrigar a nada que você não
queira e principalmente, ninguém pode te fazer mal algum, eu não
admitiria. — diz e sela nossos lábios.
Ele rapidamente intensifica o beijo e como estou em cima do seu corpo
ele me puxa um pouco mais para cima, me incentivando a me sentar em
cima dele e assim eu faço, deixando-o me preencher dessa maneira.
Confesso que lá no fundo sinto um pouco de vergonha, pois estou muito
exposta, porém suas mãos pressionando meu quadril, me incentivando a me
movimentar, junto com a sensação de ser preenchida até o estômago me
fazem querer ir além.
Com sua ajuda eu me entrego ao momento, fechando os olhos, me
concentrando no meu corpo, sentindo a dor no meu útero, porém
percebendo que o prazer o consome e quando menos espero estou indo mais
e mais rápido o que o leva a fechar os olhos e morder os lábios e não
preciso ter experiência nenhuma para saber que ele está gostando tanto
quanto eu.
Nesse momento me sinto com um certo poder sexual pois estou no
comando da situação e com uma ousadia até então desconhecida por mim,
decido me soltar, e como no livro que li, onde um homem do século
passado dizia que seu prazer aumentava descontroladamente quando a
mulher deixava os gemidos saírem de sua boca, decido também deixar os
que tanto segurei saírem, deixando-o ciente do prazer que sinto, me
entregando a liberdade de expressar. E assim que os deixo sair da minha
boca, ele abre os olhos e posso ver luxúria e desejo misturado com uma
satisfação arrebatadora e quando meus olhos percebem o efeito que causei
nele, meu corpo reage se entregando ainda mais.
(...)
Me levanto da cama com dificuldade, foi difícil sair dos braços fortes do
homem esparramado na cama, que até suspira enquanto dorme. Colocando
um robe, não consigo deixar de admirar seu corpo nu, me lembrando das
coisas absurdamente maravilhosas que fizemos horas atrás e isso faz com
que eu me sinta bem, principalmente quando me lembro de todos os meus
medos e receios com esse casamento.
Saio do quarto e vou para a cozinha, não estou acostumada a tanto
exercício e percebo que realmente o sexo é algo cansativo que suga todas as
minhas energias.
Faço um suco e preparo um lanche e também uma tigela com frutas e
cereais e depois de comer, decido levar algo para o Lorenzo pois se eu estou
assim, ele também deve estar com fome e não quero que ele fique doente ou
algo do tipo.
Entro no quarto e ele está deitado mexendo no celular, porém assim que
me vê com a bandeja na mão me encara com as sobrancelhas erguidas.
__ O que foi, ninguém nunca te trouxe comida na cama? — pergunto
colocando a bandeja na cama.
__ Não seria eu, quem deveria te trazer isso? — pergunta pegando o
copo de suco.
__ Deveria, mas você estava até roncando, então tive que ir eu mesma.
— Digo e vou para o banheiro tomar um banho.
Quando estou embaixo do chuveiro sem pressa alguma de sair vejo ele
vindo, abraçando meu corpo, deixando leves mordidas no meu ombro.
Capítulo 14
(...)
(...)
(...)
Lorenzo
Logo que escutei a porta ser aberta, foi quando a Paulina disse já
chorando no meu ouvido que estava com câncer e fiquei paralisado, pois
quando ela entrou ameacei bater nela se entrasse no meu quarto novamente.
Então depois de acalmá-la enquanto chorava, imaginei que a Elena
estaria chateada, mas que iria para o quarto da Alice, então deixei a Paulina
me explicar sua condição, mas depois de um tempo ouvi a Alice dar um
grito com a minha mãe e já imaginei que a Elena precisasse de mim.
__ Paulina, sinto muito, mas preciso ver o que tá acontecendo. –‒ digo
colocando minha calça de moletom e saio ouvindo a Alice bater à porta
com tanta força que faz as paredes tremerem.
__ O que foi isso? — pergunta meu pai saindo do quarto rapidamente e
minha mãe aparecer no corredor.
__ Eu não tive culpa, não a obriguei, ela saiu porque quis! — minha mãe
diz e já me preocupo.
__ Mãe cadê a Elena? — pergunto temendo a resposta e imediatamente
a Alice abre a porta do quarto e sai.
__ A mamãe a colocou para fora!!!- ela grita e minha mãe nega.
__ Antonella você enlouqueceu? — meu pai dá um grito e vou
imediatamente para fora e quando abro a porta não vejo nada além de uma
chuva tão forte que chega a estar caindo gelo e meu coração se desespera.
Elena
(...)
Acordo com um espirro forte e sinto meu peito doer muito e o calor do
quarto totalmente branco e luxuoso, faz com que eu me pergunte o que
aconteceu e onde eu estou.
__ Até que enfim você acordou. — diz a Marie entrando no quarto.
__ Marie, onde estou? –‒ pergunto tentando me levantar e ela me ajuda
e já me entrega uma xícara quente e quando levo na boca e o líquido do chá
desce na minha garganta, sinto uma dor terrível que me leva a fazer uma
careta a engolir.
__ Você está doente, com pneumonia, teve febre e a garganta está
totalmente inflamada. O que aconteceu, por que você estava lá fora? É
inverno e além da chuva forte ainda está um frio de cortar, se nosso
funcionário não tivesse te encontrado, você com certeza estaria morta.
Lorenzo
Não aguento nem olhar na cara da minha mãe e não entendo o que ela
faz aqui, mas preferi não dizer nada pois se eu falar com ela vou perder a
paciência e não quero que isso aconteça.
Minha tia desce, mas nos ignora e minha mãe não satisfeita vai até ela e
a segura pelo braço.
__ O que ela te disse Marie? — minha mãe pergunta e ela se vira.
__ Que fez a escolha que você deu a ela, e eu teria feito a mesma coisa.
— Ela diz a última parte me olhando com desdém e não entendo nada então
decido subir.
Quando entro no quarto vejo ela sentada na cama com uma bolsa de soro
ligada no cateter em sua mão e meu ser se enche de culpa.
__ Elena o que aconteceu? — pergunto assim que entro no quarto, mas
logo minha mãe entra também e a Elena abaixa o olhar magoada.
__ Você quer acabar com a minha vida? Acabar com a minha família?
— minha mãe pergunta nervosa e pela primeira vez vejo a Elena encará-la
sem medo.
__ Mãe, saia!
__ Não! Você não vê que ela está manipulando as coisas para eu perder a
cabeça? — minha mãe diz com os olhos cheios de lágrimas e essa é a
primeira vez que a vejo prestes a chorar e isso também mexe comigo.
__ Eu manipulando as coisas? Você me odeia desde o primeiro momento
que me viu, não me suporta sei lá porquê e age como se eu fosse culpada de
algo? Desculpa se novamente sua tentativa de me matar falhou! — a Elena
cospe essas palavras para a minha mãe que se enche de raiva.
__ Você tentou se matar duas vezes para me culpar!!!
__ Quando eu perguntei o que eu poderia fazer por você, você disse que
queria que eu morresse, você me colocou para fora, para morrer na chuva e
eu quero te culpar!?- a Elena diz e minha mãe começa a chorar.
__ Ela é exatamente igual a mãe dela, já não basta ela ter roubado seu
pai de nós, me fazendo comer o pão que o diabo amassou, me humilhando
dentro da minha própria casa...
__ Antonella vamos embora! — meu pai diz furioso aparecendo na
porta.
__ Tá vendo, mais uma vez Matteo você permite que eu seja
desrespeitada dentro da minha casa e na casa da minha própria prima, tudo
por culpa do fantasma da Vaiola, que mesmo depois de morta mandou seu
secretário!
__ Ah então o nome dela era Vaiola, nem disso eu sabia, como posso ser
tudo isso? — a Elena pergunta magoada.
__ Você está vencendo então! — minha mãe diz.
__ Vencendo? Você acha que eu queria ver o Lorenzo nu com aquela
Paulina nos braços? Não, então eu preferi sua segunda opção e sair, se você
chama isso de vencer então eu venci sim, mas não você e sim a humilhação.
— A Elena diz entre o choro, magoada e se deita dando as costas para nós.
Minha mãe se calou e me encarou como se me perguntasse se isso é
verdade e eu até tentei ir até a Elena, mas ela cobriu a cabeça, então
esgotado de toda essa discussão e percebendo que não tem como conversar
agora, decido sair do quarto.
Capítulo 17
Faz uma semana desde que a Elena saiu na chuva a mando da minha
mãe, que deu a ela a opção de ir para o quarto, onde eu estava com a
Paulina ou a rua, e ela escolheu sair. A Elena contou para a minha tia.
Fiquei puto com a minha mãe, mas mexeu comigo vê-la chorando,
acusando meu pai de novamente deixar que a amante dele a humilhasse e
conhecendo o relacionamento deles tão bem quanto conheço, decidi
investigar e descobri tudo com o meu tio.
E apesar da tentativa do meu tio de defender meu pai, justificando suas
ações, não pude deixar de julgá-lo como um tremendo filho da puta.
Depois de tudo que minha mãe passou, entendo seu desequilíbrio
quando vê a Elena, pois meu tio me mostrou uma foto da mãe dela e as duas
são parecidíssimas e sinto remorso por ter trazido tanto aborrecimento do
passado para o casamento até então perfeito dos meus pais.
Entro no escritório encontrando meu pai bebendo em frente ao notebook
e quando me vê ele simplesmente finge que não estou aqui.
__ Pai, eu sinto muito, não sabia que esse assunto era tão delicado para
vocês. — Digo pegando um copo de whisky e me sento no sofá e depois de
pensar um pouco enquanto circula o dedo no seu anel de Capo ele me
encara.
__ Não sinta.
— Eu não queria ver seu casamento em crise...
__ Meu casamento não está em crise, sua mãe é assim mesmo, sempre
foi, você que nunca percebeu. — diz me deixando confuso.
__ Mas eu nunca vi você gritar com ela como venho vendo desde que
me casei.
__ É que nunca fiz na frente de vocês, ela sabe a hora de discutirmos,
mas casamento é assim mesmo Lorenzo, e eu sou assim, sua mãe sabe e
sempre soube lidar com meu temperamento. Mas, não posso negar que a
Elena mexeu com ela...
__ Eu sei, se eu soubesse não tinha casado, ou pelo menos não teria me
envolvido tanto. –‒ Falo frustrado e ele levanta e enche meu copo.
__ Lorenzo esse assunto não atrapalha nosso relacionamento de forma
alguma, sua mãe não tem dúvidas dos meus sentimentos, mas ela está em
conflito com ela mesma, pois sabe que agiu errado com a menina...
__ Sabe?
__ Sim, e se tem um casamento em crise aqui é o seu, não o meu. — diz
me fazendo refletir.
__ Você se apaixonou pela garota o que é inevitável, ela é linda e meiga,
era intocada até você colocar suas mãos nela, isso faz as mulheres se
apegarem à gente e se bem tratadas elas são um poço de amor e doçura,
coisa que na nossa profissão é quase como um refúgio, então não se culpe
por isso, apenas viva a sua vida, não deixe sua mãe atrapalhar isso.- diz e
fico impressionado pois nunca tive uma conversa assim com o meu pai e
percebo o quão esclarecedor ele foi tirando um peso dos meus ombros.
__ E por mais que sua mãe fique dizendo que ela se parece com a mãe
dela, não é verdade. A mãe da Elena era uma víbora, falsa, manipuladora,
uma mulher totalmente amarga, impossível de se gostar ou apaixonar e só
de olhar pra Elena já vejo como ela é decente, então não acredite quando
sua mãe disser essas coisas, mas acredito que ela não fará mais isso. –‒ ele
diz e continua...
__ Sua mãe passou completamente dos limites colocando a menina pra
fora de casa e ela sabe disso.
__ Sabe? Ela disse?
__ Não disse, mas eu a conheço muito bem para saber que ela ficou mal
com isso, pois a culpa era sua.
— Minha?
__ Lorenzo sabe por que sua mãe sofreu tanto com a mãe da Elena?
Porque eu dei asas para uma cobra, deixando-a se arrastar aqui dentro dessa
casa, não me importando com os sentimentos da sua mãe, na verdade se tem
algo que a machucou, não foi a mãe da Elena foram as minhas atitudes. —
diz e me pergunto se meu pai traiu minha mãe.
__ Eu não a traí, mas eu também não a defendi e para as mulheres dá no
mesmo. Escuta o que seu pai diz, a Paulina é uma cobra que vai te foder,
isso é tudo culpa dela, para de dar ouvidos pra essa menina, ela vai te trazer
problemas.
__ Ela disse que está com câncer, será que é verdade?
__ Eu acho que não, mas se tiver o problema é dela, vou mandá-la
embora assim que eu puder.
Foi bem esclarecedora a conversa com o meu pai e saí do escritório
aliviado. Parecia que me entregar ao que sinto pela Elena era como trair a
minha mãe, quanto mais eu me envolvia mais machucada minha mãe ficava
e o fato dela ser uma mãe maravilhosa e muito amiga, me fazia se sentir um
traidor.
Assim que saio do escritório encontro minha mãe descendo as escadas e
podendo sentir seu ar triste vejo que, o que meu pai disse faz sentido e
percebo que pensei conhecer minha mãe muito bem, mas na verdade não a
conheço como ele.
__ Mãe você tá bem? — pergunto pegando na mão dela e ela logo
coloca um sorriso forçado no rosto dizendo que está tudo bem, mas sei que
não está.
Saio de casa e vou para a casa da minha tia, mesmo que eu não tenha
mais conversado com a Elena desde o dia que ela e minha mãe lavaram a
roupa suja, me mantive informado de absolutamente tudo sobre ela, pelo
meu primo que cobrou bem caro pelas informações.
Chego encontrando o médico na sala já arrumando suas coisas para sair.
__ Bom dia doutor, como ela está? — pergunto e ele me cumprimenta.
__ O senhor é?
__ Sou marido dela. — Digo não gostando muito do seu
comportamento.
__ Ah sim, me desculpe senhor, bom, a paciente está evoluindo, mas
ainda precisa de repouso e continuar os cuidados, ainda bem que a
pneumonia foi tratada prontamente, senão prejudicaria o andamento da
gravidez, parabéns o senhor vai ser pai. — diz e sai me deixando
paralisado.
Pai? Eu?
Subo as escadas meio aéreo afinal acabo de descobrir que vou ser pai e
entro no quarto vendo-a mexer no celular e quando olho sua figura ruiva
distraída, percebo o quanto eu estava com saudades dela.
__ Oi. — Digo chamando sua atenção e ela me olha, mas imediatamente
continua a olhar para o celular, a fim de me ignorar?
__ Elena o médico me disse que você...
__ Não espero nada de você, não se preocupe com isso. — diz ainda
mexendo no celular.
__ Você acha que eu abriria mão do meu filho? — digo me sentando na
poltrona à sua frente.
__ Lorenzo eu preciso descansar, você pode sair por favor. — diz
desligando o celular e se vira.
__ Elena precisamos conversar, você não pode ficar aqui para sempre,
precisa voltar pra casa. — Digo e ela se vira para mim e me encara tão
magoada que corta meu coração.
__ Eu não vou voltar pra casa da sua mãe, não vou colocar meu filho em
risco, se eu soubesse que estava grávida tinha subido e assistido seu
momento íntimo.
__ Não é o que você pensa...
__ Não importa, a Marie disse que posso ficar o quanto eu quiser e até
me ofereceu um emprego quando eu melhorar, não preciso de você.
__ Você vai voltar comigo assim que o médico disser que você pode sair
daqui. — Digo me levantando.
— Eu não vou!
__ Está decidido. — Digo saindo do quarto frustrado pois eu queria
conversar com ela, falar sobre a gravidez e até me desculpar, porém ela não
quer me ouvir e nem minha presença e isso é uma merda.
Chego na sala e encontro minha tia, que parece também querer me
ignorar, mas mesmo assim me sento no sofá a sua frente e a encaro.
__ Eu vou levá-la para casa assim que o médico permitir. — Digo firme
para ela saber que não vou aceitar que a Elena fique aqui.
__ E você acha que eu não sabia disso? Você é igualzinho seu pai. — diz
tirando o esmalte da unha com os dentes.
__ Pare de colocar ideias na cabeça dela, ela não vai trabalhar, não
precisa disso.
__ Tem mulheres que gostam de trabalhar Lorenzo, isso as ajuda a ser
algo além da sombra de um homem e a Elena precisa ocupar a cabeça dela,
se ela quiser e vier até mim, vou aceitá-la sim. — Ela diz me fazendo rir.
__ Tia, você quer aceitar a Elena como uma das suas Amazonas?
__ Por que não? Ela tem todos os requisitos necessários...
__ A Elena não é como vocês, nunca vi uma mulher tão meiga como ela
e quero que ela continue assim.
__ Você acha que fui sempre assim Lorenzo? Que eu sempre matei com
prazer? Ou que sua mãe gostou quando matou a mãe da Elena, quebrando
os ossos da mão dela para se soltar de uma corrente mesmo que perdesse
toda a pele da mão quando puxou, deixando a pele pendurada para em
seguida cortar suas veias, nervos e tendões com os dentes? — pergunta me
calando.
__ Pois te garanto que não! Sua mãe era meiga, mas teve que ser forte
pois seu pai ainda não sabia separar o marido do Capo. Eu, é claro que era
um pouquinho diferente dela, sabia lutar e matar, mas não pensei que sabia
ser estuprada, ficar completamente abandonada, mas pasme, eu sabia!
Então você tem razão a Elena é meiga, porém isso fez com que todos se
aproveitassem dela. Eu mandei investigarem e ela já sofreu tanto quanto a
gente. — diz e levanto uma sobrancelha para ela me explicar melhor.
__ A biscate da madre superior do convento, que a torturava, desde
sempre, a escondia quando recebiam as pessoas dispostas a adotar crianças,
a Elena era linda seria adotada assim que qualquer um colocasse os olhos
nela, mas ficou dezoito anos escondida no orfanato. Uma vez quando ela
tinha seis anos ficou dois meses presa numa espécie de solitária, onde era
jogado um prato de uma pasta para ela comer e um pano molhado com água
para ela chupar e não morrer de sede, quase morreu quando saiu, ficou
semanas numa cama, sabe por quê? Porque a madre queria que ela fizesse
jejum para que o demônio saísse, mas ela só tinha 6 anos! — Ela diz
indignada e até encosto minhas costas no sofá pois a coisa era pior do que
pensei.
__ E tem muitas outras coisas horrendas, uma das últimas foi um
exorcismo onde ela tentou por dias expulsar um demônio da Elena, isso
junto com outras freiras e alguns padres, sete dias sem comer, amarrada
numa cama bebendo água benta. Até aquele filho da puta decidir que a
usaria para sua vingança e aí, ser ele a aprisioná-la. Então Lorenzo meu
querido, a Elena é perfeita para o meu exército de mulheres!
Capítulo 18
Antonella
Faz três dias desde que visitei a Elena e desde então não voltei mais,
ela não quis me ver, mandei mensagens e ela nem mesmo visualizou.
Não pensei que ela poderia ficar tão magoada como ficou, mas acredito
que seja por causa da gravidez, a Diana disse os hormônios deixam as
mulheres mais sensíveis então prefiro acreditar nisso.
Entretanto, hoje o médico me avisou que a Elena poderia sair da cama e
até já tinha feito isso a alguns dias, então ele não via problemas em ela
voltar para casa.
Mesmo que eu não queira forçá-la a nada, não vou permitir que ela fique
na casa dos meus tios mais do que o necessário, ela é minha esposa e seu
lugar é ao meu lado, com ou sem mágoas.
Assim que acordo já saio de casa para ir buscá-la, liguei para o meu tio,
pedindo para ele avisar minha tia, e também avisei a Elena, que novamente
não visualizou.
Meu tio me pediu para deixá-la ficar mais um pouco e até mesmo para
eu ir visitá-la mais vezes até que ela queira vir por vontade própria, mas eu
apenas repeti para ele avisá-la.
Quando passo pela sala já vejo meus pais indo para a sala de jantar.
__ Bom dia, já vai sair? — pergunta minha mãe.
__ Sim, vou buscar a Elena. — Digo e fico concentrado nela para saber
qual será sua reação, pois dependendo, vou direto para um hotel.
__ Ótimo, vamos esperar vocês para o café então. — Ela diz
naturalmente e sai, me deixando confuso.
__ Nem queira saber. — diz meu pai percebendo minha confusão e saio
de casa.
Quando entro na casa deles logo minha tia aparece na ponta da escada
me impedindo de continuar a subir.
__ Ela já vai descer!
__ Eu vou ajudar com...
__ A Giulia já está fazendo isso, não se incomode. Venha aqui. — Ela
diz sentando no sofá e batendo ao seu lado para eu me sentar com ela.
__ Seja paciente com ela, se ela está tão magoada é porque te ama, caso
contrário não se importaria, quando ela estiver recuperada deixe ela vir
aqui, ela é sua esposa, não sua propriedade! E depois caso ela queira, me
deixe treiná-la.
Ela disse muitas coisas, mas eu parei de ouvir quando ela disse que a
Elena me amava, por isso se magoou. Sei que ela gosta de mim, mas nunca
falamos de amor, na verdade nunca conversamos sobre nossos sentimentos.
Sou despertado dos meus pensamentos com ela descendo as escadas e só
consigo olhar para seu rosto meigo e o bico que ela está, apenas me faz
querer beijá-la.
__ Venha me visitar sempre, estou aqui ao seu lado, como vizinha, tia e
para qualquer coisa que você precisar. — Minha tia diz depois de abraçá-la,
até parece que somos os inimigos e a estou levando para a morte.
Saio de perto e espero na entrada e logo ela sai da casa fechando a porta
de vidro atrás dela, mas minha tia e a Giulia estão do lado de dentro me
encarando.
__ Me dá a bolsa. — Digo pegando a grande bolsa da mão dela.
__ Eu posso carregar. –‒ ela reluta, mas eu a ignoro e pego da mão dela,
colocando no banco de atrás depois de abrir a porta do carro para ela.
Saio das terras dos meus tios pois consigo até sentir os olhares daquelas
duas para mim, mas assim que chego em frente à minha casa, travo as
portas do carro e me viro para ela.
__ Você não pode continuar me ignorando. –‒ Falo encarando sua figura
tão meiga e frágil, que torna impossível ser duro com ela.
__ Não estou te ignorando, só estou na minha, acredito que é melhor
agirmos assim de agora em diante e outra coisa, eu prefiro dormir em outro
quarto assim...
__ Nem fodendo! Você vai dormir no nosso quarto, nada vai mudar. —
Falo já alterado e saio do carro furioso.
Abro a porta para ela, mas minha raiva não passou e posso ver o medo
em seu rosto, mas não consigo deixar de sentir raiva.
As palavras dela me deixaram puto. Ela tá com intenção de continuar
com isso? Nunca, melhor ela esquecer!
Entramos em casa e percebo a tensão nela, então pego sua mão, mas não
estou nem um pouco calmo. A puxo em direção à sala de jantar e ela me
puxa pela mão me parando.
__ Não, eu tomo café no quarto. — diz tentando se manter firme, mas
posso ver que está com medo.
__ Todos estão nos esperando para tomar café, apenas se acalme que vai
dar tudo certo. — Digo firme e mesmo ela tentando me puxar, sou mais
forte e ela não tem nenhuma chance.
Tive que levá-la até o seu lugar quase que à força enquanto todos nos
encaram e depois que ela enfim se senta, me sento também, recebendo
olhares de todos na mesa.
__ Tudo bem Elena? — pergunta a Aurora e a Elena continua com a
cabeça baixa por alguns segundos, até que ela levanta e concorda com a
Aurora, que me olha feio.
__ Gente está tudo bem, ela só não queria tomar café e eu insisti, só isso.
–‒ digo e me sirvo de café preto.
__ Elena? — minha mãe a chama e todos os olhares agora são para ela,
principalmente o meu furioso olhar de quem está a alertando para não
terminar de foder com a porra da situação!
__ Tome seu café da manhã, essa é a refeição mais importante do dia,
principalmente quando se está grávida. — Ela diz calma e fico perplexo,
assim como todos na mesa, até mesmo a Elena.
Depois de alguns segundo a Elena se serve e começa a tomar café para
meu alívio e o da minha mãe também, que vi em seu olhar que estava
esperando que a Elena não a ouvisse, mas ainda bem que ela não o fez e
está comendo normalmente.
__ Alice não está? — pergunta a Elena para a Aurora e me sinto aliviado
por estarmos todos aparentemente fazendo uma refeição decente.
__ Ela está visitando a minha mãe, volta semana que vem. –‒ responde
minha mãe antes mesmo que a Aurora abra a boca e olho para o meu pai
que está com um leve sorriso no rosto.
__ Elena, como você reagiu quando descobriu a gravidez? Você está
feliz? — pergunta a Aurora toda empolgada e percebo que quero muito que
ela responda essa pergunta.
__ Aurora, ela acabou de descobrir, ainda precisa se acostumar com a
ideia, não seja invasiva. — diz minha mãe e a Elena não responde nada,
apenas continua a comer e isso me incomodou, achei estranho a fala da
minha mãe e a reação da Elena, essa história de se acostumar não me cheira
bem.
__ Obrigada, vou subir. –‒ diz a Elena depois de um tempo e sai da
mesa, mas estou satisfeito pois ela comeu o suficiente.
__ Parabéns dona Antonella, você foi muito gentil com ela. — diz a
Aurora.
__ Vamos, temos trabalho a fazer. - diz minha mãe para a Aurora e as
duas saem da mesa.
__ O que foi aquilo? — pergunto e meu pai dá uma risadinha.
__ Sua mãe se redimindo.
__ Espero que ela continue assim. — digo me levantando indo para o
quarto.
Abro a porta do quarto e escuto o barulho do chuveiro e assim que entro,
vejo a Elena de costas levanto os cabelos e meu coração dispara no peito,
com vontade de abraçá-la. Meu pau também se manifesta assim que meus
olhos vão para suas curvas, morrendo de vontade de apertar essa bunda
gostosa.
__ Pode me deixar tomar banho? — ela diz assim que se vira e nesse
momento vejo uma barriguinha que aquece meu coração, pois eu não tinha
percebido que ela já fosse tão perceptiva.
__ Quantos meses? Já dá para ver...
— Quatro. — diz e se vira.
Saio do banheiro impressionado com o que acabei de ver, ela tem uma
barriguinha saliente de mulher grávida e isso despertou em mim novamente
aquela sensação boa, igual quando se é criança e sabe que logo vai ganhar
um presente.
Espero sentado na poltrona pacientemente até que ela saia do banho e
logo a porta é aberta, ela sai enrolada em uma toalha e já vai para o closet e
devido a sua relutância decido dar um pouco de espaço para ela, mesmo que
minha vontade seja entrar lá e obrigá-la a me deixar ver sua barriga por
horas.
Capítulo 20
(...)
Mesmo relutante ela desceu para o café da manhã e quando chegamos na
mesa todos já estavam sentados. Minha intenção em acordar mais cedo era
para chegarmos primeiro, para ela se sentir mais confortável, mas o sexo
me impediu de sair da cama, porém valeu a pena.
__ Elena, você tá melhor? — pergunta a Aurora e ela apenas concorda
sorrindo.
__ Então vamos sair, fazer umas compras e...
__ Não, estamos em conflito, então nada de sair da propriedade. — Meu
pai diz e a Aurora até murcha.
__ Tem tantas coisas aqui em casa Aurora, por que você não leva a
Elena para conhecer a casa, a piscina por exemplo. –‒ diz minha mãe o que
me deixa contente.
__ É pode ser. — Aurora responde.
__ Lorenzo, vamos, temos trabalho a fazer. –‒ Meu pai diz se
levantando e olho para a Elena que mesmo se esforçando não consegue
disfarçar que está com receio de ficar sozinha.
__ Vai, nós vamos ficar bem. — diz a Aurora e eu saio depois de dar um
leve aperto em sua mão.
Elena
Assim que ele vira as costas e sai da sala fico ainda mais desconfortável,
porém entendi o aperto em minha mão, ele quis dizer que está tudo bem e
isso é reconfortante.
__ Você gosta de nadar? – Aurora me pergunta.
__ Na verdade eu não sei, nunca nadei. –‒ digo e elas me olham
surpresas.
__ Como assim? Você nunca entrou em uma piscina? — ela pergunta e
eu nego.
__ Então você já tem algo para fazer Aurora, ensine a Elena a nadar,
natação é um ótimo exercício para grávidas. — diz a Ane e a encaro sem
entender o porquê ela mudou tão bruscamente de comportamento.
Depois do café, subi com a Aurora para o quarto dela, onde ela disse que
precisávamos encontrar um biquíni para mim.
__ Mas está frio, não é melhor esperar o verão?
__ Boba, a piscina é aquecida. — Ela diz abrindo seu closet e tira vários
biquínis, todos com etiqueta e escolho um entre tantos minúsculos e ela diz
ser perfeito.
Não sei porquê, mas sempre que ela gosta de uma roupa eu acredito
nela, talvez por ela ser tão elegante e estar sempre muito bem arrumada.
Descemos para a piscina e fico impressionada com o tamanho da sala
quentinha com uma piscina enorme, onde sai até vapor da água.
Depois de colocar o biquíni me sinto nua, quase não tenho coragem de
sair do enorme vestiário.
__ Você está linda, mas eu não tenho coragem de sair, vai que alguém
entra aqui, é muito pequeno. — Digo para a Aurora que me olha dos pés a
cabeça.
__ Ficou perfeito em você. Oh, sua barriguinha já aparece! — ela diz
sorrindo e não consigo não sorrir também ao colocar a mão na minha
barriga.
Convencida por ela, entro na piscina sentindo meu corpo relaxar com a
água quentinha me envolvendo.
__ Nossa que delícia. — Digo para ela que também entra.
Ela começa a me dizer o que fazer e vou fazendo tudo, enquanto ela
comemorava dizendo que sempre foi ótima professora em tudo, me fazendo
rir é claro.
__ Você é tão engraçada, me lembra uma colega do convento. — Digo
tentando nadar até ela.
__ Minha mãe diz que tenho o senso de humor da minha tia, o que não é
verdade já que ninguém chega aos pés dela para nada, e eu jamais serei algo
abaixo de alguém!
__ Além de engraçada você também tem uma autoestima e tanto. —
Afirmo e ela vem na minha direção sorrindo.
__ Somos mulheres, isso já é incrível. Então precisamos nos valorizar,
caso o contrário estaremos na merda.
__ Não entendi a última parte.
__ Se você não se amar completamente, ninguém mais vai Elena, os
homens são idiotas, basta abrir as pernas que perdem a razão, dê o que eles
querem e pronto. Nós não, somos muito mais inteligentes.
__ Pare de colocar ideias na cabeça dela, Aurora. –‒ diz uma voz
feminina.
Assim que olhamos vemos a Paulina, minha paz e relaxamento se vão na
mesma hora e me pergunto o que ela ainda faz aqui?
__ Estamos num momento particular, você não tá vendo Paulina? —
pergunta a Aurora naturalmente enquanto nada até a borda da piscina.
Então a tal estraga prazeres tira o vestido e já estando com trajes de
banho pula na piscina e vem nadando até mim, o que me causa um mal
estar tremendo.
Ela surge da água bem na minha frente e me encara com seus olhos
escuros e intensos, cheios de ameaças.
__ Paulina deixa as meninas continuarem, não seja inconveniente. — diz
a Ane de forma branda e na mesma hora ela desvia o olhar para a Ane, mas
não o mesmo que lançou em mim.
__ Tia, eu só queria me aquecer com elas, não queria atrapalhar.
Tia?
__ Eu sei querida, mas elas não parecem querer sua companhia, então
venha. — Ela diz com tanta ternura que me faz mal.
Penso em dizer algo, porém não sai fácil da minha boca.
__ Eu sinto muito pelo câncer, qual tipo que é? — pergunto.
Eu realmente sinto, porém ainda tenho raiva.
__ Do que você está falando? — ela me pergunta depois de recuperar a
compostura em segundos.
__ O Lorenzo me disse que você contou para ele que está com câncer,
por isso estava chorando no nosso quarto. — Digo percebendo que alguém
mentiu.
Ou ele para mim, ou ela para ele.
__ O quê, como assim Paulina? — a Ane pergunta preocupada.
__ Eu nunca disse isso pra ele, foi essa a desculpa que ele te deu? — diz
me fazendo ficar furiosa e magoada ao mesmo tempo.
__ Então você está dizendo que o Lorenzo mentiu para a Elena, Paulina?
— a Ane pergunta de forma firme e olho para a Aurora que dá um
sorrisinho um tanto diabólico que eu não entendo.
__ Tia, eu não estou mentindo. — Ela diz saindo da piscina e a Ane sai
da sala.
__ Vem, saia logo! — diz a Aurora me chamando saindo da piscina e eu
mesmo magoada e confusa, vou com ela.
Ela me puxa para fora da sala, aparentemente atrás da Paulina que
chama a Ane apressadamente parecendo implorar para que ela lhe dê
atenção, enquanto a Ane continua a andar e mesmo curiosa estou receosa,
pois estamos molhando a casa inteira indo atrás das duas, além de estarmos
de biquíni.
Até que chegamos na sala onde está o Lorenzo e o pai dele saindo do
escritório, quando eles nos veem não dizem nada, mas encaram a situação
preocupados.
O Lorenzo me olha como se me perguntasse se está tudo bem e estou
com raiva por ele ter mentido para mim e apenas ignoro seu olhar.
__ Tia, por favor não! — diz a Paulina pegando no braço da Ane que
olha apenas para o Lorenzo.
__ O que aconteceu? — o pai dele pergunta um tanto furioso para ela.
__ Lorenzo, o que a Paulina te falou naquele dia no seu quarto?
Lorenzo
Não entendo por que minha mãe está me fazendo essa pergunta, mas
pela cara da Elena e toda essa cena, acredito que não seja uma guerra entre
minha mãe e ela e pelas súplicas da Paulina e a cara da minha mãe, posso
dizer que ela a irritou.
__ Que ela estava com câncer. — Digo pegando a toalha da mão da
Diana entregando para a Elena que está pingando junto com a minha irmã e
a Paulina.
__ Paulina, Paulina... — minha mãe a repreende.
__ Por que você perguntou? — pergunta meu pai já com voz firme.
__ Porque ela deu a entender que você mentiu! Até perguntou para a
Elena se foi essa a sua desculpa para estar com ela. — diz a Aurora e meu
sangue sobe.
Tiro meus olhos da Elena e quando coloco na Paulina, ela já está vindo
até mim.
__ Ela queria me humilhar por isso eu disse isso, mas não foi assim a
Aurora está exagerando, me perdoa, eu te amo! — ela diz, mas isso só me
irrita mais.
Aperto seu pescoço com apenas uma mão e força o suficiente para
levantá-la do chão, ignorando as súplicas da minha mãe que tenta tirar
minhas mãos dela desesperadamente.
__ Fique longe dela! — digo e a jogo para longe de mim enquanto ela
tosse com as mãos no pescoço tentando respirar.
Meu pai apenas continua indo para o quarto e minha irmã encara a
situação dizendo que ela procurou por isso, enquanto minha mãe tenta
ajudar a Paulina.
Mas o que me interessa é o olhar temeroso da Elena enquanto olha para
as duas no chão.
__ Vem. –‒ digo puxando-a de volta para a piscina.
Ela vem meio que paralisada, talvez com um pouco de medo, mas eu
jamais faria algo assim com ela, na verdade nem com a Paulina, porém ela
me tira do sério e não consigo me controlar.
Tiro minhas roupas e entro de cueca na piscina estendo minha mão para
a Elena que me encara ainda em choque e vem devagar até estar na água
comigo.
Chego bem perto dela e abraço seu corpo encarando seu olhar cheio de
perguntas.
__ Não precisa ter medo, eu nunca faria isso com você. –‒ digo dando
um beijo calmo em seus lábios.
__ Eu pensei que você tinha mentido pra mim... – diz e me abraça ainda
mais e a sensação é ótima.
Viro seu corpo abraçando-a de costas enquanto acaricio sua barriga, ela
deita a cabeça no meu ombro e relaxa o corpo sobre o meu.
__ Eu não mentiria pra você, não preciso mentir.
__ O que vocês tinham? — me pergunta e se vira me abraçando com as
pernas e levo meus braços segurando seu corpo.
__ Nada de importante...
__ Mas ela gosta de você, ela mesmo disse. — diz me encarando
tentando ver além das minhas palavras.
__ Ela é só uma adolescente, só transei com ela, mais nada. — Digo e
beijo seus lábios.
__ E você o que sente por mim? — pergunto a fazendo corar.
__ É, eu até que gosto de você. — diz e me beija ainda mais.
Passeio minhas mãos pela sua bunda que ficou perfeita nesse biquíni.
Quando a vi assim na sala, toda molhada, tive até ciúmes do meu próprio
pai vendo-a com tão pouca roupa.
Ela para o beijo e me olha sorrindo e me perco nesse sorriso lindo que
ela tem, quase me esquecendo que tenho que trabalhar.
__ Eu não quero que você ande pelada pela casa, ninguém pode ficar
olhando o que é meu. — Digo e ela ri.
__ Fui arrastada pra lá, sua família é sempre assim tão intensa? —
pergunta deitando a cabeça no meu ombro.
__ Sim se acostume, mas lamento te dizer que essa agora é sua família
também. — Digo e ela não diz nada, mas dá um beijo no meu pescoço e
minha mente poluída já imagina ela beijando outro lugar e meu pau já sobe.
__ Lorenzo, precisamos ir. — diz meu pai aparecendo na sala sendo um
enorme estraga prazeres.
A Elena quase pula do meu colo com a voz do meu pai, mas eu não
deixo que ela saia.
__ Cinco minutos já estarei pronto. — Digo com a Elena se escondendo
no meu pescoço e ele sai.
__ Que vergonha. Vamos sair logo! — diz, mas assim que olho seus
olhos dou um intenso beijo nela, louco para ouvir seus gemidos gostosos.
__ Vamos, mas quando eu voltar se prepara. — Sussurro em seu ouvido
mordendo o lóbulo da sua orelha.
__ O que você tem em mente? — pergunta me surpreendendo, pois está
jogando meu jogo.
__ Vou te comer até você dizer chega. — Digo olhando nos seus olhos a
vendo corar, porém deixa um sorriso de divertimento sair de seus lábios.
Capítulo 22
Faz alguns dias que venho passando o muito tempo fora com o meu pai
para resolvermos nossos problemas na organização, porém está difícil obter
informações, então hoje eu pedi uma reunião apenas entre mim, ele e meus
tios para ver se consigo convencer meu pai a mudar de estratégia.
__ Pai sabemos quem está por trás disso e se continuarmos a agir dessa
forma nossos inimigos se fortalecem e nos veem como oponentes, coisa que
não somos pois somos muito mais fortes, eles não podem pensar que há
alguma chance se vierem contra nós. — Digo e meu pai já não gosta pois
sabe minha opinião.
__ Qual a sua sugestão? — pergunta meu tio.
__ Atacar.
— Não! — diz meu pai.
__ Seja mais específico. — diz minha tia.
__ Vamos acabar com os Rossi de forma brutal, para que sirva de lição
e...
__ Não temos provas de que os ataques vêm deles. — Meu pai me corta.
__ Foda-se, eles são nossos inimigos, atacá-los vai desestabilizar
qualquer um que estiver contra nós e mesmo que não sejam eles por trás do
ataque, estão conspirando contra nós faz tempo.
__ É isso é verdade. – diz meu tio.
__ Lorenzo, eu não gosto de agir assim, gosto de trabalhar com provas.
Com provas ninguém vai contestar nada, gostando ou não.
__ E eu prefiro trabalhar com sangue pai, com medo ninguém contesta
nada também e quem não estiver conosco sabe que terá o mesmo fim. Já
passou da hora de fazer uma limpa nesse Conselho.
__ Puta que pariu! Ele saiu uma mistura de mim com você. –‒ Meu tio
diz e leva um tapa da minha tia.
__ Bom Matteo, não gosto de derramamento de sangue, mas ele tem
razão, essas buscas não deram em nada, eles não falam e não podemos fazer
torturas por serem conselheiros, mas eu me lembro que meu pai dizia, que
eles só existem para te aconselhar quem manda e tem mordomias é você,
aquelas cadeiras servem para estar ao seu lado, não para serem protegidos
ou irem contra você, como vem acontecendo. — Ela diz e ele não responde
apenas pensa.
__ Pai, me deixe comandar essa operação. — Digo e ele me olha com as
sobrancelhas erguidas.
__ Sozinho nunca, nós sempre trabalhamos juntos.
Depois da reunião que eu acredito ter sido bem sucedida pois meu pai
não negou, e isso já é muito e significa que ele está pensando, fomos para
casa.
Subo direto para o meu quarto e encontro minha ruiva barriguda deitada
na cama até suspirando, enquanto dorme pesado.
Saio do quarto e vou até a cozinha, abro a geladeira e encaro a Diana
enquanto encho um copo de suco.
__ Ela almoçou?
__ Sim, comeu bem e está tomando todas as vitaminas que o médico
receitou. –‒ Responde me deixando aliviado pois nos últimos dias eu mal
fiquei em casa.
__ Ela está fazendo as refeições no quarto? — pergunto e ela nega.
__ Na sala, com sua mãe e a Aurora.
Volto para o meu quarto aliviado e surpreso ao mesmo tempo pois não
pensei que as coisas entre elas se resolveriam tão rápido.
Vou até ela e me sento ao seu lado na cama e não resisto ao impulso de
acariciar seu belo rosto.
__ Voltou cedo. –‒ Ela diz ainda com os olhos fechados.
__ Hoje é um dia especial, temos um jantar para ir na casa da minha tia.
— Digo e ela abre os olhos e me dá um sorriso preguiçoso.
__ Faz tempo que não as vejo.
__ A Alice também está chegando...
__ Sério? Ela não responde minhas mensagens...
__ Ela está sem celular, por isso não respondeu...
__ Ainda bem, pensei que ela estava chateada comigo. — diz aliviada.
Ela se levanta e vamos para o banheiro tomar banho juntos e na banheira
começaram aquelas preliminares bem quentes.
A beijo intensamente pegando-a no colo e vou saindo com ela de dentro
da banheira até a bancada da pia e para minha surpresa ela não contesta,
apenas me beija segurando meu pescoço.
A deito na bancada e em pé admiro seu corpo perfeito com a barriga
saliente que me faz ser um homem melhor cada vez que olho para ela.
Passo meu pau pela sua entrada, batendo com ele no seu clitóris já um
pouco inchado pelos estímulos na banheira.
Coloco bem devagar vendo como ela se contorce quando eu a penetro e
isso me deixa louco.
Vou metendo, mais e mais forte vendo seus seios se balançarem com o
impacto e parece que quanto mais eu meto mais eu quero meter e caralho,
ela é gostosa demais!
Levanto mais suas pernas sem deixar de meter e depois de cuspir no seu
clitóris começo a deslizar meus dedos freneticamente, fazendo ela gemer
alto me impulsionando a ir mais forte e ainda mais rápido com os dedos, até
que sinto que ela vai gozar...
__ Me diga... Fala quando for gozar...
__ Eu vou! Estou. – diz entre seus gemidos altos e aperto mais me
abaixando, levando minha boca até a sua.
(...)
Chegamos na casa do meu tio e acredito que hoje será uma noite
daquelas pois minha família inteira reunida sempre acontece alguma coisa.
Quando entro na sala de mãos dadas com minha bela mulher, todos os
olhares são voltados para nós.
Fico orgulhoso pois a Elena está deslumbrante com o vestido que eu
mesmo comprei para ela.
Um vestido vermelho com uma fenda na perna direita, mangas longas e
um decote longo que acaba no começo do seu estômago, revelando muito e
ao mesmo tempo pouco.
Mesmo grávida o vestido ficou sensual e elegante ao mesmo tempo, seu
corpo está cada dia mais perfeito e a barriga maior, porém ainda pequena o
suficiente para não estragar o efeito sensual do vestido.
Gosto de mostrar o que eu tenho, não entendo esses homens que
escondem suas belas mulheres, como se com apenas o olhar outros homens
pudessem tocá-las.
É óbvio que eu não deixaria a Elena vulgar, apenas deslumbrantemente
linda.
Já os cabelos soltos ondulados e a maquiagem foram por conta dela, que
me surpreendeu ficando ainda mais bela.
Assim que entramos na sala a Aurora já a puxa para o meio das
mulheres e vou até meu pai e os outros homens.
__ Filho da puta sortudo. — diz o Filippo me dando uns tapinhas nas
costas.
__ É mais um Messina que se casou com uma linda mulher. — diz meu
tio.
__ E no escuro, puxou o pai. — diz meu pai orgulhoso, o que me faz rir.
__ Bom, agora só falta seus filhos,
Giulliano.
__ Não tio, só falta o Luca. — diz o Filippo e meu tio olha para ele
como se fosse matá-lo.
__ Eu espero que você não esteja aprontando, ou te darei uma surra, ou
melhor, te caso com a primeira doida que aparecer, já tô doido pra fazer isso
não me force. — O Giulliano diz puto e o Filippo dá uma risadinha
brincando com fogo.
__ Filippo, não apronte, já não basta a sorte que você teve, mas que
quase fez sua mãe infartar. — Meu pai o alerta e ele tira o sorriso do rosto e
sai.
O meu primo é muito mulherengo e há alguns meses acabou
engravidado uma moça, o que fez minha tia ter um começo de infarto e
levando em consideração o fato dela ser muito nova, significa que o susto
foi grande, mas felizmente para todos nós, a moça teve um aborto
espontâneo e o Filippo respirou aliviado, mas isso não impediu meu tio de
dar uns tapas nele.
Elena
Aurora me puxa e dou graças a Deus pois todos estavam olhando para
nós quando entramos e eu não sabia onde enfiar a cara.
__ Uau, você está linda! — Aurora me diz assim que paramos numa
roda onde estão todas as mulheres.
__ Foi o Lorenzo que escolheu o vestido. — Digo e todas ficam
surpresas menos a Ane, não consigo decifrar sua reação, está neutra.
__ Ele sempre teve bom gosto. — a Marie diz sorrindo.
__ Sua barriga está enorme, eu não tinha percebido. — diz a Giulia
vindo até mim passando a mão na minha barriga.
__ Oh meu Deus, chutou! — ela diz empolgada e todas colocam a mão
também, porém a Ane continua no lugar dela.
__ Vem mãe, venha sentir. — diz a Aurora e nessa hora a Marie a encara
com curiosidade e eu pensei que ela não viria, mas veio.
Ela estende a mão para a minha barriga e as outras tiram suas mãos
dizendo que não sentiram nada, e realmente meu bebê só deu um chute
quando a Giulia colocou a mão e nada mais.
A Ane pousa a mão e nesse momento meu bebê se contorce na minha
barriga e essa a primeira vez que isso acontece então não sei se está tudo
bem com ele e meu semblante já muda, sinto medo, enquanto ela coloca as
duas mãos sentindo tudo.
__ Será que ele está bem? — pergunto preocupada.
__ Sim, ele ainda não tinha feito isso? — ela me pergunta e nego.
__ Bom, então ele já gosta da vovó. — diz a Marie e a Ane dá um
sorriso verdadeiro, antes de se afastar.
Nos sentamos no sofá em um clima até agradável, confesso que fiquei
um pouco receosa pois o Lorenzo tinha me dito que além da família dele
inteira o que já me deixa um pouco tensa, ainda teriam alguns amigos mais
próximos e logo me lembrei da apresentação e só isso já bastou para eu
preferir ficar em casa, mas ele recusou, disse que fazia questão que eu
estivesse não só nesse momento, mas em todos os eventos que eles fossem
convidados e me disse para me acostumar pois sua família recebia muitos
convites.
Porém, até que está agradável, as meninas não me deixaram sozinha
nem por um minuto e a Ane está normal conversando com todos de forma
bem amigável.
Tive medo da reação dela comigo em público, mesmo que ela esteja me
tratando normal, como se nada tivesse acontecido, ainda assim fiquei
receosa, pois uma coisa é estar em casa e outra é estar na presença de toda a
família e estranhos.
Entretanto, apesar de ela fingir que nada aconteceu entre nós, ela até que
me trata bem, não que faça algo de forma direta, ou tem por mim carinho
como tem pelos filhos, o que chega a dar inveja pois ela realmente é
perfeita para eles, extremamente carinhosa, amiga e faz tudo para que eles
estejam bem e confortáveis. Porém, isso não se estende até a minha pessoa,
mas ela indiretamente até que cuida de mim, manda a Diana preparar coisas
saudáveis para eu comer, preparou uma escala de refeições na qual eu me
alimento de três em três horas, acabando assim com os enjoos terríveis que
eu tinha no começo e a médica que me visita para as consultas semanais,
me disse que quando sai do meu quarto, tem que repassar todas as
informações e evoluções para ela, então mesmo que seja apenas por causa
da criança, ainda assim ela se preocupa e eu até que gosto disso, pelo menos
já é mais do que tudo que eu já tive.
Capítulo 23
Elena
Antonella
Por mais que eu tente não ser invasiva, não consigo deixar de tentar
descobrir o que me corrói por dentro.
O medo de que o Lorenzo tenha alguma das atitudes que o Matteo teve
comigo no começo.
Por mais que eu tenha detestado esse casamento e esteja fazendo um
esforço enorme para separar as coisas, eu sempre tive medo do meu filho
ser um monstro sexual igual o pai dele foi um dia, e independente de quem
se case com ele, eu nunca desejaria algo assim para ninguém, nem mesmo
para a minha pior inimiga.
Mas, pelo brilho nos olhos da garota ao falar dele, vejo que meu filho
não só foi um cavalheiro, como fez tão bem feito que ela se apaixonou por
ele.
Meu filho também se apaixonou por ela e esse foi o motivo pelo qual eu
decidi tratá-la bem; isso e o fato de eu quase tê-la matado injustamente.
Mas, meu pedido sincero de desculpas bastou para limpar minha
consciência pesada e o resto faço pelo meu neto, cuidando dela como se eu
cuidasse de uma filha, afinal não posso deixar que meu neto seja
negligenciado por alguém que não faz a menor ideia de como se comportar
numa gravidez.
Mas, confesso que saber que ela está apaixonada pelo meu filho me
deixa contente e não posso deixar de lamentar o fato de que se ela não fosse
fruto de uma vingança contra mim, eu estaria muito feliz pelo meu filho e
vibrando por saber que vou ser avó, mas o fato de ser com ela me impede
de estar completamente feliz, diferente do Matteo que está tão bobo que até
me impressiona.
Capítulo 24
(...)
Acordo com o meu celular tocando e percebo que nem as roupas eu tirei,
me lembro que eu ia ligar para a Elena quando entrei no quarto, porém
acabei apagando com o celular na mão.
__ Fala. –‒ digo quando atendo a ligação do meu pai.
__ Como foi o primeiro contato com o Andreas?
__ Como esperado.
__ Cuidado, nunca confie demais em ninguém! Não se esqueça que
apenas a sua família é sua amiga, mais ninguém!
__ Obrigada pelo conselho de sempre. — Respondo e ele dá uma
risadinha nasal do outro lado da linha.
Sim, ele sempre me disse isso, desde que eu me entendo por gente.
__ Pai, a Elena está bem? Aconteceu alguma coisa enquanto eu não
estava? — pergunto tentando não parecer muito preocupado.
__ Você quer saber se sua mãe fez algo? Não, ela continua se
comportando muito bem e a Elena está ótima, acabei de passar pela sala
onde as meninas estavam com ela sentindo o bebê se mexer, ela estava com
um sorriso de orelha a orelha. — Ele diz me tranquilizando e continuamos a
conversar mais um pouco.
Depois da ligação mando uma mensagem para a Elena e como ela não
responde de imediato, eu vou para o banho.
Quando saio do banheiro encontro o Filippo sentado na sala do meu
quarto mexendo no celular e me pergunto se ele não tem mais o que fazer
para vir me ver tão rápido.
__ Cara, você não tem ideia de que dia é hoje?
__ Dia que você está longe dos olhos protetores da sua mãe e pode
dormir depois das dez da noite? — falo e me sento na cama pegando meu
celular.
__ Vai tomar no cú! Hoje é o dia do famoso leilão clandestino! – ele diz
empolgado.
— E daí?
__ E daí que temos que ir, será aqui. Cada ano acontece em um país
diferente e apenas uma vez por ano e justo quando estamos aqui, me parece
muita coincidência, acho que o destino está reservando algo para nós. —
Diz com um largo sorriso no rosto.
__ Mas temos negócios a tratar hoje com o Andreas e também não
estamos com os convites, ou você estava pretendendo entrar de penetra?
__ Somos convidados todos os anos e nunca viemos acha mesmo que
precisamos estar com os convites na mão?
Olho a mensagem que mandei para a Elena e ela me mandou um texto
enorme em resposta, dizendo que estava preocupada, que eu deveria ter
ligado quando cheguei ou depois e não apenas mandar mensagem e fiquei
boquiaberto com sua sinceridade, mas não me agrada que ela me cobre
tanto assim, então não respondi nada.
Detesto ser cobrado, sei das minhas obrigações não preciso ser lembrado
de nada, ela ser minha esposa não dá o direito dela me mandar textão me
lembrando disso.
Antes de saímos do hotel, o Andreas me mandou o local onde ele queria
nos levar e checando com o Francisco, descobri que é exatamente onde o
Filippo queria ir, o tal do leilão.
Não sou muito fã de leilões, muito menos clandestinos, mas o bom de ir
nesse local é que ele consegue reunir quase toda a máfia mundial, então há
grandes chances de fazer negócios, como também a chance de ver todos os
inimigos é altíssima, mas vale o risco.
Entramos na grande sala onde tem várias mesas e um palco estilo
passarela, toda a decoração combina com o nome do evento, Opala Dark,
tudo é escuro, das cortinas até os guardanapos e ironicamente muitos dos
figurinos dos homens que vão chegando.
Assim que entramos, uma mulher muito bonita perguntou nossos nomes
e depois nos levou à uma mesa que estava reservada em nome da Cosa
Nostra e me pergunto se meu pai já participou desse leilão no passado.
__ Tá vendo, eu disse que deveríamos vir, eles sempre nos esperam. —
diz o Filippo se fazendo de idiota.
__ Espero que você não saia daqui devendo nada.
Capítulo 25
Acho que nunca vi tantas máfias reunidas para um evento, nem pensei
que fosse possível, a maioria aqui se odeia, mas estou ansioso para saber
como funciona o leilão.
Meu pai que me contou sobre isso quando recebemos um convite no ano
passado e fiquei louco para vir, mas é óbvio que ele não permitiu.
Meu pai se esquece que sou um homem e dono do meu nariz, por ele ser
tão bacana e gente boa, eu não consigo dizer isso a ele sem ser em tom de
brincadeira, mas ele parece não entender a verdade por trás das palavras, ou
finge não entender.
O Lorenzo não viria nem fodendo se os planos do Andreas fossem
outros, meu primo é focado demais para não comparecer a um encontro;
ainda bem que ele será o próximo Capo, pois se fosse eu, estaríamos todos
fodidos.
__ Desculpem, sei que desfrutar da minha companhia na mesma mesa
seria uma honra para vocês, mas as regras são claras, cada máfia na sua
mesa. — diz o psicopata do Andreas, sorrindo mostrando seus dentes
branquíssimos e depois sai.
__ Será que ele não cansa as mandíbulas de tanto sorrir? — pergunto
para o Lorenzo que revira os olhos.
Logo as luzes se apagam e me recosto na cadeira com meu copo de
bebida na mão, na intenção de ver o show começar.
Uma mulher de meia idade e muito elegante aparece no palco e vem
andando sorrindo e acenando até a ponta do mesmo, que fica bem em frente
à nossa mesa.
__ Será que foi proposital a posição da mesa? –‒ falo alto demais.
__ Bom, nossa família é uma das mais ricas, acredito que sim.
__ Ou, os Messina gastavam sem dó. — Digo e ele concorda apenas
levantando a sobrancelha e voltamos a atenção para o palco.
__ Boa noite senhores, é uma honra revê-los em mais um Opala Dark,
espero que gostem dos produtos que preparamos para esse ano e garanto
que esse será inesquecível! Não hesitem em dar os melhores lances, pois
podemos conquistar coisas raras, basta pagar por elas. –‒ Ela diz com um
largo sorriso nos lábios vermelhos pelo batom exagerado e me pergunto pra
quê tanto mistério para um leilão!?
As coisas vão sendo expostas uma a uma e os lances são bem mais
baixos do que eu pensava que seria, também não vejo muita disputa entre os
arrematantes.
A maioria das coisas são obras de arte famosas e históricas, joias com
pedras raras e até alguns carros, segundo eles, tudo é legal.
__ Mais chato do que pensei. — Digo bebendo meu quarto copo de
whisky.
__ Acredito que o melhor eles deixam para o final. Você não está
bebendo demais? — o Lorenzo me pergunta e nego.
__ Você esqueceu que também fui treinado para não me embebedar?
__ E realmente funcionou?
__ Infelizmente sim. — Digo e logo nossa atenção volta para o palco
com a presença da mulher.
__ Senhores, enfim chegamos ao momento mais aguardado, aproveitem
o show! — ela diz e sai do palco.
Nesse momento as luzes se apagam e em segundos uma luz branca
aparece no palco, iluminando uma mulher descalça com os braços para trás,
com uma saia longa preta, um top preto transversal e um turbante também
preto que cobre toda a sua cabeça impossibilitando que seu cabelo apareça,
ela está com os braços para trás e tem mais mulheres atrás dela, mas seu
corpo as cobre. Ela tem também uma pedra preta colada no meio da testa e
pelo calmo som da melodia arrisco dizer que é árabe.
Ela coloca os braços para frente onde segura em suas mãos o que
parecem ser velas acesas dentro de um pequeno vidro.
Cada movimento de seus braços, também são feitos pelas mulheres atrás
dela, e quando ela abre os braços e os levanta as outras fazem da mesma
forma e ambas estão segurando os mesmos objetos, porém juntas com os
braços sincronizados formam a imagem daquele deus do povo indiano com
vários braços, que agora não me lembro o nome.
Me parece ser três mulheres e uma delas parece estar de vermelho.
Com os braços assim e primeira mulher que está na frente, começa a
mexer os quadris de um lado para o outro lentamente conforme a música e
logo ela passa para o lado revelando as outras duas.
Tem mais uma exatamente como ela, são gêmeas e suas roupas e
performance são a mesma, o que se destaca e a de vermelho que está no
centro, um pouco mais para trás, virada para a parede com os braços
pousados de forma delicada na cabeça, enquanto as outras duas estão em
sincronia, uma na direita e outra na esquerda, mexendo seus ventres de
forma lenta e sincronizada com a música, viradas não para a plateia, mas
uma para a outra, parecendo estar concentradas nelas mesmas.
As duas dão uma volta em torno de seus próprios corpos, virando para a
plateia, levantam seus braços ainda segurando as velas e mexendo seus
ventres de forma sensual, mesmo sem sensualidade alguma e vão se
abaixando, apagam suas velas e as colocam no chão.
Cada movimento das duas é idêntico!
Elas se levantam e vão até a mulher de vermelho, seguram cada uma de
um lado da sua saia e a puxam, fazendo assim a mulher se virar e vir para a
frente ficando em destaque, no mesmo momento que as duas vão para trás.
Ela já vem dançando uma dança do ventre lenta e mesmo sem mostrar
nada, pelo fato da sua roupa cobrir seu corpo deixando apenas a barriga,
braços, olhos e cabelos de fora, ainda assim é sensual.
Ela está com um véu, numa espécie de máscara que revela apenas seus
olhos e a grande joia no alto de sua testa.
Há joias em seus pulsos, pescoço e tornozelos.
Ela se movimenta lindamente, parece nem estar pisando no chão, seus
movimentos são hipnotizantes, suas mãos, braços, ventre e pernas bailam
livremente como se não houvesse ossos em seu corpo e mesmo que as
outras duas mulheres estejam fazendo alguns movimentos atrás, é
impossível prestar atenção nelas.
A música é lenta e sofrida, mas juntamente com os movimentos dela,
totalmente sensual.
Ela continua dançando, vindo mais para a frente, bem perto do fim do
palco onde fica nossa mesa e depois de se curvar elegantemente abaixando
o tronco sem parar a dança, se levanta e retira a máscara, revelando um
rosto lindo, um olhar sério e distante, como se a melodia estivesse a
hipnotizado.
Ela continua a dançar a mais bela dança do ventre que eu já vi, vai se
afastando até estar junto com as mulheres.
Agora ela que está na frente e as outras atrás, escondidas por seu corpo,
relevando apenas seus braços e novamente se movimentam em sincronia.
Nesse momento parece que vejo não uma dançarina, mas a própria deusa
de vários braços encarnada nessa bela mulher.
Elas se remexem lentamente com os braços das três mulheres que
seguem o ritmo da música.
Nesse momento a que está atrás dela começa a alisar seu corpo, passeia
suas mãos pelo seu ventre, vai abaixando de forma bem sensual, até que em
um movimento rápido as três se separam, mas a que estava passando a mão
nela retira dois pedaços da sua saia, mas ainda assim não revela
praticamente nada.
Estou ficando louco de tensão e tesão, é diferente de tudo que meus
olhos já viram e nunca me vi assim tão concentrado numa dança.
Ela continua se mexendo conforme a música, como se me provocasse,
como se exibisse o mistério do seu corpo e em um movimento rápido retira
seu cinto, o jogando ao lado.
Estou numa expectativa de que ela fique nua, que quase estou subindo lá
para ajudá-la a ir mais rápido.
A remoção do cinto revelou um pouco mais abaixo de seu ventre,
mesmo sendo pouco, ainda assim revela mais, e isso já é alguma coisa.
E ela continua sua dança, agora com uma perna para fora da saia
remexendo os quadris, tronco e braços, enquanto eu quase mudo de cadeira
para ver se vejo mais pela fenda da saia.
E ela dança girando segurando em cada mão, mais um pedaço de sua
saia e se vira de costas para mim, e andando, ela retira os pedaços que
segurava e eu me pergunto quanto pano tem nessa maldita saia?
Ela para de costas para nós, entre as duas mulheres que estão
parcialmente ajoelhadas, elas seguram em sua saia e tiram o pano vermelho,
enquanto ela tira o tecido vermelho do top, tudo isso ainda de costas, me
fazendo quase ter um infarto precoce.
Quando ela se vira, está com uma espécie de sutiã e uma calcinha todo
feito com joias em prata, iguais às do pescoço e testa.
Ela levanta seus braços, movimentando seu tronco feito uma serpente,
desce uma de suas mãos pelo seu corpo como se estivesse se acariciando,
enquanto vai se abaixando no mesmo momento em que as duas mulheres
que estão quase que coladas nela se levantam, escondendo seu corpo.
As luzes se apagam me tirando da hipnose e em questão de segundos se
acendem novamente, porém revelando um palco vazio, com apenas a
apresentadora se dirigindo até ele.
__ Espero que tenham gostado do show! Esse é nosso produto final, ela
está totalmente intocada, sendo preparada desde sempre para um de vocês!
Esse ano decidimos que teríamos algo, um pouco mais profissional, então
garanto a vocês que essa é sem sombra de dúvidas a garota mais experiente
que poderiam encontrar, pois ela foi preparada para acompanhar, entreter,
fala vários idiomas, dança, faz massagem entre tantas outras qualidades e o
mais importante no que nos dedicamos muito, é especialista em satisfazer.
__ Dou meio milhão! — diz um homem e me pergunto se realmente
ouvi direito.
__ Sério que estão leiloando aquela mulher? — pergunto para o meu
primo e ele dá uma risadinha.
__ Você acha que a dança era o quê? Entretenimento? Pensou que ela
estava dançando pra você? — diz com sarcasmo.
__ Ela estava só se vendendo sozinha.
__ Ela estava olhando pra mim você não percebeu? — pergunto e ele dá
risada.
__ O senhor Messina disse 750 mil? — diz a moça apontando para o
Lorenzo que estava rindo e ele concorda levantando a plaquinha.
__ Você vai comprá-la?
__ É óbvio que não, só estou esquentando as coisas! — ele diz se
divertindo.
__ 800 mil! — diz o Andreas.
__ 1 milhão! — digo e o Lorenzo me encara como se perguntasse se
estou louco.
__ 1 milhão e 300 mil! — diz o Andreas e posso ver a moça do leilão
com os olhos arregalados e todos o encaram também surpresos.
__ 2 milhões! — digo fazendo o Lorenzo se engasgar com a bebida e a
moça me olhar perplexa, juntamente com todos, enquanto o Andreas me dá
um sorrisinho e levanta as mãos em rendição.
__ Filippo, você enlouqueceu? Era só para subir os lances não fazer uma
loucura dessas! — o Lorenzo me repreende irritado, mas o ignoro.
__ Mais alguém? — ela pergunta e todos negam então com um sorriso
enorme, ela me encara.
__ Vendido para o senhor Messina! — ela diz dando palminhas de
felicidade.
Capítulo 26
(...)
Chegamos no hotel e assim que entramos no meu quarto ela fica parada
olhando para o nada, então vou para o banheiro para que ela possa respirar
um pouco.
Tomo banho calmamente, levo meu pensamento na Arya dançando no
leilão me seduzindo, numa atração magnética que me levou à loucura de
comprá-la.
Logo saí do chuveiro onde eu bati uma punheta pensando nela. Sei que
posso me satisfazer de verdade, pois ela é minha agora, mas o fato dela ter
apenas dezesseis anos, faz com que pareça ser errado, ela tem praticamente
a idade da Alice, não está aqui porque quer, foi comprada.
Saio do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e vejo ela parada
exatamente no mesmo lugar que estava quando entrei no banheiro.
__ Você ficou parada aí todo esse tempo? — pergunto e ela apenas
concorda com a cabeça.
Pego na minha mala uma calça de moletom e volto para o banheiro,
coloco e depois vou até ela.
__ É melhor você tirar essa roupa, está um pouco quente, não acha? —
pergunto e ela concorda e então tira o pano que cai no chão a deixando nua.
Esqueci que ela estava assim.
__ Vá para o banheiro e tome um banho. –‒ Digo e ela vai nua com
meus olhos a acompanhando e meu pau se levantando.
Ligo para a recepção e peço para me mandarem a loja de roupas
feminina do hotel e rapidamente batem na porta, abro encontrando uma
mulher sorridente com duas malas no chão.
Nesse momento a Arya sai do banheiro enrolada numa toalha com os
cabelos loiros escuro, molhados e vejo que ela é ainda mais linda do que
parecia.
__ Vou sair te dando trinta minutos para você vesti-la de forma
adequada. — Falo para a mulher que concorda e vai até a Arya, antes de
sair pego uma camiseta e digo para a mulher que ela não tem absolutamente
nada e a mulher sorridente diz que fará um ótimo trabalho.
Saio e vou para o quarto do Lorenzo que aprendeu a fechar a porta. Bato
e logo ele abre.
__ Pensei que estaria se divertindo com sua prostituta de ouro. — diz
indo para o bar pegar uma garrafa de whisky.
__ Não estou com pressa, mas qual o motivo dessa cara?
O conheço o suficiente para saber que algo o está incomodando.
__ Nada demais, apenas a Elena, não sei como lidar com ela. — diz me
fazendo rir.
__ Você tem homens armados até o pescoço querendo acabar com o
reinado do seu pai, um plano em andamento, no qual tem que convencer
nosso Capo a te deixar assassinar metade da Itália e o que tira sua paz é não
saber lidar com sua esposa?
__ Parece que sim, mas você está exagerando. — diz e se senta no sofá
parecendo estar pensativo.
__ Então vamos lá, o que sua bela esposa fez para te deixar assim? –‒
pergunto pegando a garrafa da mão dele, virando na boca.
__ Nada, ela só ficou chateada por eu não ter contado sobre a viagem,
ela ficou sabendo no jantar na sua casa, não disse nada, porém esqueci de
avisar que cheguei, aí ela aproveitou para falar um monte de coisas que a
estavam engasgando. –‒ diz numa mistura de frustração e cansaço.
__ E você?
__ Eu não respondi, ela ainda não me ligou e também não mandou mais
nada.
__ Lorenzo você tem noção que se apaixonou, não tem?
__ Como não se apaixonar? Ela é linda e meiga, era intocada até o
casamento e tenho-a todos os dias na minha cama, é impossível não sentir
algo. –‒ diz me fazendo pensar que realmente casamento é uma grande
furada.
Depois de mais um pouco de conversa, bebemos até ele ficar bêbado, o
que é difícil, ele bebe igual um alcoólatra no fim do mundo e nunca fica
bêbado, mas hoje acredito que ele se deixou embebedar.
Volto para o quarto e assim que abro a porta vejo a Arya sentada na
cama, mas imediatamente se levanta ficando de pé, olho no meu relógio e já
passa das 4 da manhã.
__ Você ficou até agora esperando? — pergunto e ela concorda com os
olhos vermelhos de sono.
__ Então vá dormir. –‒ digo apontando para a cama e ela vai, se deita
debaixo o edredom antes mesmo que eu apague a luz, depois disso eu caio
na cama e não vejo mais nada.
(...)
(...)
Dia de voltarmos para casa e não sei o que vou precisar fazer, mas não
vou deixar que a Arya seja de mais ninguém.
Os dois últimos dias que ficamos mais íntimos, fizemos sexo várias
vezes por dia e mesmo que nós tenhamos lutado para ver quem controla a
ação, ainda assim foi delicioso.
O Lorenzo me pergunta quando pousamos para qual dos nossos bordéis
eu ia mandá-la, para quem sabe um dia ele fosse fazer uma visitinha.
__ Faça uma visitinha para a puta que o pariu! — digo saindo do carro.
__ Você é tão emocionado que já se apaixonou!? Não se esqueça que
tecnicamente ela é minha, fui eu que paguei, ela está no meu nome. — Ele
diz para me irritar e o ignoro saindo.
__ Não esqueça que temos mais reuniões! — diz de longe pois já estou
me afastando e entrando no meu carro, onde mandei meus homens
colocarem a Arya.
__ Vamos para casa. — Digo e ela concorda com um pequeno sorriso.
Eu não posso levá-la para a minha casa, primeiro que meus pais me
matariam por tê-la comprado e segundo que sem dúvidas a levariam para
um dos bordéis assim que eu virasse as costas, então vou deixá-la na casa
que foi do meu avô, minha mãe se recusa a pisar lá e meu pai também não
iria, já dei muitas festas lá e eles nem ficaram sabendo, os funcionários são
antigos e não se importam muito com quem eu levo lá.
Chego com ela e já subo para o quarto principal, estou cansado da
viagem e o Lorenzo que não me espere para reunião nenhuma.
Ele trabalha dia e noite porque vai ser o Capo, eu não! Então não vou
acabar de chegar de viagem e já sair para reuniões chatas pra caralho.
__ Esse é seu quarto, agora está tarde, mas amanhã a empregada te
mostra a casa, você está com fome? — pergunto tirando minhas roupas.
__ Não, jantei no avião. — Ela responde passando a mão na cama.
__ Ótimo, também não estou, então vem, vamos tomar banho. — Digo e
vou para o banheiro com ela atrás de mim.
Tomamos banho e mesmo que ela se esforce para se mostrar indiferente,
ela cora de vergonha toda vez que a vejo nua e isso me excita.
Capítulo 28
Elena
Fico olhando o telefone tocar com o nome dele na tela até a chamada ser
cancelada pela segunda vez e sabendo que ele só está me ligando porque
provavelmente a mãe dele já deu a notícia, não me dou ao trabalho de
atender, até porque chorei muito e ainda estou chorando, não quero que ele
perceba e sinta pena de mim.
Se fosse mais cedo, quando fiz papel de idiota mandando mensagem
mesmo quando ele ficou tanto tempo sem nem mesmo se dar ao trabalho de
saber como estou, eu até que atenderia, mas ele visualizou e não me
respondeu.
Passei a tarde toda trancada no quarto me acabando de chorar, até me
levantei e fui para o banheiro tomar um banho para ver se melhoro minha
cara antes do jantar, não que eu vá descer, mas só o fato de encarar até
mesmo a empregada com essa cara, já me deixa pior.
Depois do banho me sento na cama e fico pesquisando mais sobre o
problema de coração da minha filha até que batem na porta e me levanto
para atender.
Quando destranco a porta, dou de cara com a Paulina e isso me deixa
ainda pior, mas antes que eu feche a porta ela força e entra.
__ Saia do meu quarto agora. — Digo firme, mas ela vai até a cama e se
senta.
__ Fecha essa porta e para de ser idiota, tenho algo para te contar. — Ela
diz, mas continuo parada com a porta aberta.
Eu não quero ouvir nada que venha dessa menina, ela é a última pessoa
que eu quero ver agora.
__ É sobre o Lorenzo, ele tem uma terceira pessoa, você quer mesmo
que eu vá embora? — ela pergunta e fico muito agitada, mas tento manter a
calma quando meu bebê se remexe dentro de mim, então fecho a porta e
mesmo sabendo que ela é uma grande mentirosa e sem dúvida alguma está
mentindo, decido deixá-la falar para que ela vá embora o quanto antes.
__ O Lorenzo já chegou há mais de uma semana, mas ainda não voltou
para casa, sabe por quê? Porque ele estava se divertindo com uma puta
virgem que ele comprou. — Ela diz com raiva, porém apenas respiro fundo
sem paciência alguma para isso, sei que ele não faria algo assim.
__ Você não acredita em mim não é, então ouve esse áudio aqui. — Ela
diz e se senta ao meu lado com o celular no aplicativo de mensagem e
coloca um áudio para eu ouvir.
No áudio uma mulher diz que o Lorenzo pagou dois milhões de euros
em uma virgem de dezesseis anos que estava sendo leiloada na Alemanha e
depois de ouvir o áudio ela me mostra na conversa uma foto do cheque,
frisando o nome no cheque que está escrito Lorenzo Messina.
Não quero admitir, mas está difícil não acreditar.
__ Por que você tá me mostrando isso? — pergunto tentando não
demonstrar que está me afetando.
__ Porque ele está nos enganando! — ela diz furiosa e agitada, andando
de um lado para o outro no quarto.
__ A esposa dele sou eu, não você.
__ Mas o amor dele é meu. Eu aceito seu casamento porque sei que ele
fez pela máfia, mas essa aqui eu não posso aceitar, ele a comprou por uma
verdadeira fortuna, ela deve ser linda de morrer, que ódio! — ela diz
frustrada com raiva e desespero.
__ Eu não acredito, ninguém venderia virgens num leilão. — Digo me
fazendo de indiferente.
__ Você é idiota ou se finge? É claro que vendem! E esse leilão é famoso
por ter umas meninas perfeitas que são treinadas para satisfazer um homem
de todas as formas possíveis, falam vários idiomas, são elegantes e tudo
mais que um homem pode querer, não é à toa que valem uma verdadeira
fortuna. — Ela diz fazendo com que eu me sinta muito mais inferior do que
já sou e quando percebo que desde que ele chegou lá não me procurou mais,
meu desespero interior se multiplica.
__ Quando aconteceu esse suposto leilão? — pergunto como quem não
quer nada.
__ No dia que ele chegou lá. – Ela me responde e eu até me sento
novamente, mas fingi que é minha barriga que está me incomodando e não
meu coração sangrando.
__ Ainda não acredito em nada do que você diz, vai embora. — Digo na
tentativa que ela saia para que eu possa chorar.
__ Você sabe que eu tenho razão, hoje eu vou verificar com meus
próprios olhos.
__ Como?
__ Eu sei onde ele a colocou. Ele deu uma das mansões da família para
ela morar enquanto você fica aqui onde ninguém te suporta, mas enfim, eu
vou conhecê-la hoje, depois do jantar. Te espero na porta da frente, se
algum dos seguranças perguntar, é só dizer que você vai dar uma volta que
eles não vão te impedir. — Ela diz indo até a porta, mas se vira para mim
antes de passar pela mesma.
__ É a sua chance de ter provas, não seja tão idiota. — diz e sai.
Assim que ela sai eu tranco a porta e vou para a minha cama e solto todo
o choro que eu segurei para não me humilhar ainda mais.
Por mais que tudo faça sentindo, parece impossível que aquele homem
tão cuidadoso e carinhoso, teria coragem de fazer isso comigo.
Porém tudo bate, o nome dele no cheque, o fato do leilão ter sido no dia
que ele chegou lá, que aliás eu briguei com ele justamente por ele nem
mesmo me avisar que chegou e depois daquele dia nunca mais ele mandou
mensagem ou me ligou.
Juntando tudo me sinto derrotada, porém meu coração ainda me diz que
não, ele não teria coragem.
Pego meu telefone e dígito uma mensagem para ele, perguntando se ele
comprou algo em um leilão.
Porém, apago a mensagem e saio do aplicativo, não tenho coragem de
mandar a mensagem e também se ele realmente fizesse, ele me contaria?
As dúvidas estão me matando e mesmo que eu esteja jantando decidida a
esquecer esse assunto e fingir que nada está acontecendo, é impossível.
Decido ir mesmo sabendo que não é uma boa ideia, mas eu preciso saber
a verdade, preciso ir e ver que não existe mulher nenhuma e só assim meu
coração vai sossegar e meu corpo relaxar!
Depois de quase uma hora que o jantar acabou, coloco uma bota e um
casaco e vou descendo devagar para que ninguém escute, passo pelo quarto
da Ane e escuto risadas altas, as meninas não estão em casa, foram visitar
uma amiga nos Estados Unidos, então sem dificuldade consigo passar sem
ser percebida.
__ Está tudo bem? — me pergunta a Diana e levo um susto tremendo
que até dou um gritinho.
__ Calma Elena, pelo amor de Deus você não pode se assustar assim, a
Ane me contou sobre o estado da bebê. –‒ ela diz preocupadíssima vindo
até mim.
__ Eu estava indo tomar um ar e me assustei, só isso. –‒ Digo tentando
manter a calma.
__ Lá fora? Por que não vai para a sacada do seu quarto? Já está tarde.
__ Eu quero sair um pouco, vou dar uma volta lá fora, eu preciso
respirar. –‒ Digo e ela parece acreditar em mim e concorda.
__ Sim, vai te fazer bem, só tome cuidado.
Saio e o vento gelado até que me faz bem, realmente sair do quarto é
algo muito bom.
__ Bu! — a Paulina diz me dando um baita susto que me deixa vermelha
de nervoso.
__ Pra quê fazer isso? Não vê que estou grávida?!- digo furiosa a vendo
revirar os olhos.
__ Vamos!
Capítulo 30
Saímos sem que nenhum dos seguranças nos visse, pelo que percebi ela
tem um amigo entre eles, e foi ele que saiu dirigindo com nós duas no
banco de trás do carro de vidros escuros.
Confesso que quando entrei no carro e ele saiu dos portões, senti um frio
na espinha e me arrependi profundamente, sei que ela não me suporta e é
minha inimiga.
Sair dos portões sem ninguém saber, foi como se eu tivesse deixando a
segurança e me enfiado por vontade própria na armadilha do inimigo.
__ Eu quero voltar. — Digo e ela me olha nervosa.
__ Não, agora que saímos nós vamos até o final.
__ A Diana sabe que eu ia sair com você, se eu não voltar, ela vai contar
para eles.
__ Senhora, se quiser mesmo voltar eu dou a volta e te levo. — Ele diz
me deixando mais tranquila.
__ Não seja idiota Elena, já estamos chegando. — Ela diz e logo aponta
para uma casa enorme dizendo que é lá onde a moça vive.
O rapaz diz para ficarmos no carro que ele vai nos colocar lá dentro.
Assim ficamos, enquanto assisto ele conversar com outros seguranças.
Logo ele volta e abrem o portão pra ele entrar e quando entramos vejo
como a casa é linda e meu coração fica dando umas fisgadas enquanto
minha pele treme de ansiedade.
Ele nos diz que precisamos entrar rápido e não demorar lá dentro
também.
__ Vem, vamos. — Ela diz e entramos na grande sala.
Logo uma jovem desce as escadas com uma camisola transparente,
quando ela chega perto o suficiente, vejo que está sem nada por baixo,
consigo ver seu corpo nu, guardado apenas por uma camisola branca que na
verdade não guarda nada.
Ela parece um anjo de tão linda que é, parece ter uns quatorze anos, seu
rosto é perfeito, seu corpo, sua pele, só de olhar pra ela já me sinto mal e
enjoada.
__ Qual o seu nome? — Paulina pergunta.
__ Arya e o seu? — ela diz e até sua voz é angelical.
__ Não importa. Você foi comprada no leilão? — ela pergunta e a
menina responde apenas concordando com a cabeça.
— Quem te comprou?
__ O Senhor Messina, por quê? Tem algum problema, ele está lá em
cima tomando banho, posso chamá-lo...
Minha vontade é subir e olhar na cara dele, mas quando percebo a
Paulina já está me puxando para fora e num piscar de olhos estamos no
carro.
A voz da garota não sai da minha cabeça, ela é linda e se realmente tem
todas aquelas qualidades que a Paulina falou, realmente ele virou a cabeça
por ela.
Sinto minha pele queimar com a humilhação de ver com meus próprios
olhos que não chego nem aos pés daquela garota perfeita.
Lorenzo
(...)
Enfim chego em casa e no caminho conversando com o meu pai, ele
disse que não estaria em casa quando eu chegasse, já que as meninas estão
viajando e eu chegando para ficar com a Elena, ele levaria minha mãe para
jantar fora pois já fazia um bom tempo que eles não saiam sozinhos.
Achei bom ter a casa apenas para nós dois, pois estou com saudades da
Elena, do seu corpo, seu rosto meigo e delicado, seu toque. Sonhei com ela
todas as noites, uns sonhos bons, outros ruins, na verdade estou ansioso
para vê-la.
A casa está silenciosa e isso é algo raro, mesmo reclamando deles eu
amo estar em casa, estar com todos eles, ficar fora tanto tempo assim é
ruim, fazer as refeições sozinho soa estranho, minha mãe sempre fez
questão de nos reunirmos na mesa para tudo.
Entro e vou direto para o quarto, com uma inquietação totalmente nova
tomando conta do meu peito que a cada passo meu fica mais forte.
Entro no quarto e a Elena está sentada na cama, quando me vê ela me
encara com surpresa, mas logo me preocupo, pois, seu rosto está banhado
em lágrimas.
__ O que aconteceu? — pergunto preocupado indo até ela que logo se
levanta estendendo a mão para eu não me aproximar.
__ Sai daqui. — diz e eu não entendo.
__ Eu acabei de chegar Elena, o que aconteceu, por que você tá
chorando? — pergunto ignorando suas palavras e sua resistência.
__ Você sabe, só saia. — Ela diz tentando passar por mim, mas eu a
seguro com força, forçando-a a me encarar.
__ Me diz por que você tá chorando? — pergunto mais firme pra ver se
assim ela fala.
__ Porque sou uma idiota de acreditar em você. Me sinto uma tola por
sofrer por você! — ela grita enquanto chora e não consigo entender.
__ Tudo isso por eu não ter respondido sua mensagem? — pergunto
quase que indignado por ela estar tão descontrolada assim por causa de algo
tão pequeno.
__ Eu estava trabalhando e...
__ Para de mentir pra mim! Você quer mesmo saber ??- grita soltando o
braço da minha mão.
__ Estou assim porque você não se deu ao trabalho de me responder, de
falar comigo, você não se importa comigo, você diz que estava trabalhando
tanto a ponto de não poder mandar uma mensagem!? Então você não parou
para comer, beber, dormir, nada, não é? Mas se fosse só o fato de eu ser um
nada pra você estaria tudo bem, a idiota aqui ainda estaria disponível pra
você, mas minha filha é doente, vai ter que fazer um transplante de órgão
quando nascer! E não que você se importe, mas isso acabou comigo! — ela
grita a última frase com mais intensidade e não sei nem o que falar, eu não
sabia de nada disso.
__ E enquanto eu estava aqui sozinha e preocupada com a minha filha,
você estava com sua amante perfeita! — Grita com muita raiva e nego com
a cabeça sem entender do que ela está falando.
__ Você não comprou uma moça num leilão? Não assinou aquele
maldito cheque? — me pergunta gritando.
__ Sim, mas...
Antes que eu consiga continuar ela me dá um tapa tão forte no rosto que
vejo até estrelas e instantaneamente meu sangue sobe.
Com os olhos fechados respiro fundo e tento ao máximo me controlar
para não quebrar a mão dela para que ela nunca mais faça uma coisa dessas,
pois eu não me responsabilizo em conseguir me controlar novamente.
Saio do quarto furioso, com vontade de socar a cara de alguém e vou
direto para o escritório. Entrando, vou até o espelho e vejo seus cinco dedos
no meu rosto e caralho, eu não esperava que ela fizesse isso, por muito
pouco eu não devolvi o tapa.
Ainda bem que me contive, pois ela está grávida e segundo suas
palavras entre os gritos, me parece que o bebê, que descobri naquela
discussão ridícula ser uma menina, tem algum problema de saúde.
Sinto uma mistura dentro de mim, de alegria pois vou ser pai de uma
menina, mas também sinto culpa por ter sem querer demonstrado
indiferença com ela, sinto preocupação com o estado da minha filha, além
de não saber absolutamente nada e ainda sinto raiva e confusão, como ela
sabia do leilão?
Decido ligar para a minha mãe agora mesmo para que ela me explique o
que minha filha tem, mas sou interrompido com a porta se abrindo e
pensando ser a Elena volto o telefone no gancho.
Para a minha frustação é apenas a Paulina e se ela soubesse como estou,
nem se atreveria a entrar aqui.
__ Oi, você está bem? Deu para ouvir os gritos. — diz vindo até mim.
__ Paulina, saia.
__ Meu Deus, ela bateu em você? — diz vindo até mim tentando colocar
a mão no meu rosto.
__ Como ela ousa fazer isso? Você devolveu? Não? Eu vou ensinar uma
lição! — ela diz e seguro seu braço com força, força demais.
__ Se você encostar um dedo sequer, seja num fio de cabeça dela, eu vou
te matar sem pensar duas vezes! Você entendeu? — pergunto apertando
muito e ela concorda com medo estampado nos olhos então a solto.
Ela vai até a mesa de bebidas e segundos depois traz um copo de whisky
para mim.
__ Toma, beba tudo, você está muito estressado precisa relaxar. — ela
diz me entregando o copo e eu o viro na boca vendo-a se afastar e sair.
É impressionante como a Paulina consegue me tirar do sério! Eu já falei
várias vezes que seja lá o que ela pense que tínhamos já acabou e não vai
mais acontecer, porém ela não entende e está sempre no meu caminho.
Com certeza descontei na Paulina um pouco da raiva que estou sentindo,
apertando o braço dela até machucar e ela gemer de dor.
Eu não gosto de fazer isso, mas não consigo me controlar, por isso saí do
quarto deixando a Elena lá, mesmo que eu queira muito explicar e até
estava disposto, o fato dela me dar um tapa me deixou cego de raiva e até
agora não entendo o que me levou a não machucá-la.
Me lembro do que eu ia fazer antes da Paulina vir testar minha paciência
e pego o telefone afim de ligar para a minha mãe, para que ela me explique
melhor o estado da minha filha.
Tiro o telefone do gancho, porém sinto meu braço pesado e parece que o
telefone é ainda mais pesado que meu braço.
Sinto uma tontura e como se tudo fosse ficando mais lento tenho
dificuldade até para levantar o mesmo, até os números do telefone se
embaralham, tornando uma missão impossível digitá-los.
__ Desgraçada...
Capítulo 31
(...)
(...)
Saio do banho depois de horas de sexo incrível com a minha Arya que
fica um pouco mais na banheira.
Saio secando meu cabelo e dou de cara com o meu pai entrando no
quarto e com certeza estou vermelho, azul, verde, sei lá.
__ Então é aqui que você tá se escondendo? — ele me pergunta puto
andando pelo quanto.
__ Pai o que você tá fazendo aqui a essa hora? — pergunto procurando
uma cueca pois estou pelado e quando encontro, rezando para a Arya
permanecer no banheiro, ela simplesmente aparece no quarto de toalha.
__ Filippo, você ficou louco? — meu pai pergunta assim que coloca os
olhos nela e eu já o puxo para fora do quarto.
__ Pai, não é o que você tá pensando...
__ Você trouxe uma garota para a casa do seu avô? O quarto do seu avô?
Esse lugar é sagrado pra sua mãe se ela descobre, ela vai matar você e a
garota! — ele diz puto descendo as escadas comigo indo atrás dele.
__ Pai, ela não é uma garota qualquer, eu...
__ Eu sei que não. Ou você acha que eu não saberia que você pagou uma
fortuna por ela? Você não tem responsabilidade mesmo, eu avisei sua mãe,
mas ela não me escutou. Agora chega de brincar de casinha, vou mandar
alguém levar essa menina para algum dos bordéis pra ver se recuperamos o
dinheiro perdido.
__ Pai, será que dá pra você me escutar? — falo perdendo a paciência, o
fazendo parar.
__ Eu gosto dela...
__ Você gosta de qualquer uma Filippo, não seja emocionado, você é
novo demais para gostar de alguém. — Diz me deixando puto.
__ Pai, eu tô apaixonado por ela, você não entende? Eu gosto mesmo
dela, quero me casar com ela. Não só quero como vou. — Digo e ele fica
parado me encarando.
Meu pai sai dizendo que a criança do Lorenzo morreu e estão todos
muito mal, ele só diz isso e sai, sem falar nada sobre o que eu disse para ele.
Porra, o Lorenzo deve estar arrasado com a perda do bebê, me lembro
que na noite que ficamos bebendo ele falava da criança feliz da vida, e meu
primo mais parece membro da família Adams, nunca sorri, sempre quer
matar alguém ou torturar nunca demonstra seus sentimentos, então para ele
falar das duas com empolgação junto com um sorriso, significa que ele
estava feliz com a ideia de ser pai.
__ Está tudo bem? — ela pergunta me abraçando por trás e pego sua
mão levando até minha boca deixando um beijo.
__ Você vai fazer o que ele disse? — me pergunta ainda me abraçando.
__ Vem cá. — Digo indo até o sofá e me sento com ela no meu colo.
__ Você sabe que eu gosto de você não sabe? — pergunto e ela concorda
com a cabeça.
__ Por que você se entregou a mim assim? Seja sincera comigo. —
Pergunto acariciando seu rosto e ela enfia sua cabeça no meu pescoço.
__ Porque você me tratou tão bem que tive medo de você me devolver,
então decidi te mostrar as coisas que me ensinaram a fazer, mas você me
surpreendeu e ... Fez amor comigo. — diz envergonhada e me lembro bem
da primeira vez, não fiz amor com ela, não naquele dia.
__ Eu só fui carinhoso, só isso. — Digo acariciando sua cabeça.
__ Eu sei que pra você era só carinho, mas pra quem nunca teve nada,
um simples carinho era muito mais que amor. – Ela diz agora me olhando
com um pequeno sorriso.
__ Não me leve para o bordel por favor, eu não quero ser de mais
ninguém sou sua. — diz quase chorando e meu coração se aperta.
Como pude me apaixonar assim tão rápido!?
__ Você não será de mais ninguém, você é minha. — Digo recebendo
dela um largo e verdadeiro sorriso, seguido por um beijo apaixonante, mas
não é um beijo que me causa desejos sexuais e sim sentimentos ainda mais
profundos.
(...)
Chego na casa do meu tio onde está quase toda a nossa família e logo o
Luca vem até mim perguntado o que eu estou aprontando dessa vez.
__ Você não tinha voltado com a vovó para Nova York?
__ Depois das coisas que vem acontecendo o papai me abrigou a voltar,
disse que se eu não voltasse iria me buscar pessoalmente. — Ele diz
revirando os olhos e cai no sofá frustrado.
Meu irmão é o típico adolescente rebelde, não quer saber de trabalhar
conosco, diz que não suporta a máfia e quer ser lutador, então treina dia e
noite para ficar forte e entrar nas categorias de pesos, mesmo minha mãe
detestando, pois ela nos quer de terno e gravata, fazendo reuniões.
Admiro meu irmão pois ele só tem dezesseis anos e já conseguiu até
participar de algumas competições e é o jovem mais focado que conheço.
Eu na idade dele só pensava em transar, sair e me divertir, até meu pai
começar a pegar no meu pé e me obrigar a passar pela porra da iniciação
que eu considero como uma tentativa de assassinato! Brincadeira, na
verdade eu gosto de matar, também como não gostaria se eles vêm nos
ensinando a fazer isso desde que me entendo por gente.
__ Até que enfim, pensei que eu ia ter que voltar lá. — Meu pai diz me
repreendendo, mas o ignoro.
__ Cadê o Lorenzo? — pergunto para eles, percebendo que a coisa tá
mais feia do que parece.
__ Tá no quarto, desmaiado, parece que foi drogado. — diz a Giulia.
Subo para o quarto dele, vendo que ele está jogado na cama, literalmente
o jogaram aqui, então vou até ele e dou uns tapas na cara dele que balbucia
algumas palavras, mas nada coerente e não tenho dúvidas de que está
dopado.
Conheço o Lorenzo como ninguém, até mais que meu tio, sei que ele
pode beber até quase o coma alcoólico, mas ainda assim não ficaria tão
vulnerável, ele dorme com um olho aberto e outro fechado, desde sua
iniciação que foi feita da forma mais filha da puta que existe.
Ele estava supostamente de férias numa ilha, mas era tudo armação,
quando ele acordou durante a noite tinha três caras tentando matá-lo, nunca
vi um cara tão assustado.
Consegui invadir o sistema de filmagens onde eles sempre assistem as
iniciações ao vivo e fiquei puto, pois o Lorenzo não esperava que fosse
naquele dia.
Ele matou muitas pessoas, basicamente eles colocaram na ilha inteira
pessoas que foram condenadas à morte, mas avisaram que eles tinham uma
chance, bastava sair vivo da ilha, onde apenas um sairia vivo.
Eram muitas pessoas, não tinham armas disponíveis eram apenas as
coisas da mansão e quando o Lorenzo caiu do segundo andar, meu coração
quase saiu pela boca e eu olhava a cara do meu tio e meu pai nas filmagens
e não via expressão de medo, nem mesmo na minha mãe e depois daquele
dia minha visão sobre eles mudou bastante.
Enxerguei um lado sombrio e mórbido naqueles que eu pensei
cegamente que nos protegeriam de tudo e todos, mas não, eu estava errado,
pois naquele momento que vi o Lorenzo no chão sem conseguir se levantar
enquanto levava socos e mais socos depois de cair de uma altura daquelas,
vi que eles testaram nossos limites ao máximo, nos dando apenas duas
opções... Ou somos homens fortes, ou não sobreviveremos.
Por isso sei que o Lorenzo jamais se drogaria dessa forma, pois desde
aquele dia ele nunca mais conseguiu nem dormir de verdade.
__ Pai, já colheram uma amostra de sangue para ver o que deram pra
ele? — pergunto descendo as escadas.
__ Sim, estamos esperando os resultados.
__ E a Elena? — pergunto para a minha mãe.
__ Acredito que ela ainda nem saiba, quando saímos ela ainda estava
desacordada, ia fazer a cirurgia para tirar o bebê, coitadinha, ainda bem que
a Ane está com ela. — Ela diz lamentando muito e é impossível não se
comover.
__ Com certeza alguém armou alguma coisa. — Digo e meu pai
concorda dizendo...
__ Estamos assistindo as filmagens das câmeras de segurança.
__ Olha se preparem pois quando o Lorenzo acordar e souber que além
de o terem drogado, ainda empurraram a Elena da escada e em relação ao
bebê então, não sei se ele vai conseguir se controlar.
O meu tio sai do escritório com uma expressão de raiva com o notebook
na mão, e minha mãe já se levanta do sofá indo até ele.
__ Conseguiu ver o que aconteceu? — ela pergunta e ele concorda.
Nos sentamos para ver a filmagem da sala, nela o Lorenzo chega em
casa e já sobe as escadas, e acelerando o vídeo vemos que em menos de dez
minutos depois ele desce e vai para o escritório, logo a Paulina aparece
também entrando no escritório e saindo chorando logo depois, mas o
estranho é que segundos depois ela aparece com uma mulher, e as duas
entram pela cozinha.
__ Parece uma prostituta. –‒ diz meu pai.
Logo depois de apenas algumas troca de palavras, a Paulina volta para o
escritório e sai de lá com o Lorenzo aparentemente muito bêbedo, quem não
o conhece diria isso, ela parece até que o carrega, arrastando seu corpo, com
dificuldade.
Ela vai com ele até o sofá, e a todo momento ela o acaricia e quando eles
se sentam, ela dá um beijo demorado nele.
__ Eu disse que essa menina ia dar problemas. — diz minha mãe
enojada com a forma íntima que ela agarra o Lorenzo.
Apesar do infortúnio, eu não consigo deixar de pensar que é isso que
acontece quando se é bom de cama, ele deve ter comido essa menina muito
bem comido, pra ela ter se prestado a isso.
Mas, estranhamente logo a Paulina sobe as escadas e a outra moça se
senta no colo do Lorenzo e começa a beijá-lo da mesma forma estranha que
a Paulina fazia, apenas com menos paixão, eu diria que com mais safadeza.
logo após isso, a câmera mostra a Elena se espatifando escada abaixo e
minha mãe até coloca a mão tapando a boca, pois mesmo sabendo o que
aconteceria, ainda assim é horrível de ver.
__ Puta merda! — diz meu pai e meu tio diz que ainda não acabou.
Com a Elena ainda se mexendo no chão a moça se assusta e sai correndo
para a cozinha, a Paulina desce as escadas correndo, para perto da Elena
com as mãos na boca e aparenta estar perplexa sem saber o que fazer, então
ela simplesmente corre para a cozinha também, enquanto o Lorenzo,
continua do mesmo jeito.
__ Meu Deus Matteo! Você acha que foi a Paulina? — Pergunta minha
mãe chocada depois de tudo que viu.
__ Tenho certeza.
__ Mas ela parecia estar preocupada quando desceu as escadas, será que
a Elena não escorregou?
__ Pela velocidade que ela caiu, sem dúvidas foi empurrada. — diz meu
pai e meu tio concorda.
__ E agora, o que você vai fazer com ela? — pergunto para o meu tio.
__ Nada, vamos fingir que não sabemos de nada, quando o Lorenzo
acordar ele decide o que fazer.
__ Tio, você sabe que ele vai matá-la sem piedade né?
__ Não espero menos que isso dele. — ele me responde se levantando.
__ Matteo, ela é só uma menina, mesmo que tenha feito isso, deve ter se
arrependido, melhor nós mesmos resolvermos, manda alguém sumir com
ela e pronto. — diz minha mãe e não entendo o porquê de tanta
misericórdia repentina da parte dela.
__ De jeito nenhum. Isso é um problema dele, então ele é quem vai
resolver.
Capítulo 33
(...)
Enquanto ela dorme, eu saio do quarto com a Marie que veio me trazer
notícias do Lorenzo e quando eu pergunto o que aconteceu na minha casa
naquele dia, ela me olha de forma estranha.
__ Bom Ane, não tenho certeza, mas achamos que foi a Paulina quem
armou para isso tudo acontecer. — Ela diz me deixando perplexa e
desacreditada.
__ Marie, vocês têm certeza disso? Eu sinceramente não consigo
acreditar que a Paulina faria uma coisa dessas. — Digo realmente não
acreditando.
Tenho a Paulina como uma filha, ela chegou em casa quando era só uma
menina, pouca coisa mais velha que a Alice e sempre foi tão atenciosa e
muito amorosa, mesmo que ela tenha se apaixonado pelo Lorenzo, ainda
assim não acho que ela seria capaz de algo assim.
__ Certeza não temos, a câmera do corredor dos quartos estava desligada
há meses, mas a da sala mostra a Elena caindo com força. Segundo o
Giulliano ela foi empurrada, só um tropeço naquela escada enorme e larga
não faria ela cair até o chão da sala daquele jeito. –‒ Ela diz me fazendo
respirar fundo, refletindo que se for verdade eu tenho mais culpa do que
pensava ter.
__ Depois da queda a Paulina desce as escadas e para perto da Elena, ela
parece estar chocada com a cena, mas corre para a cozinha, não ajuda a
Elena e desde então ninguém mais a viu.
Ouvir tudo isso me deixou ainda pior, pois se a Paulina realmente fez
isso, significa que eu abri as portas da minha casa para a assassina da minha
neta e só esse pensamento já me deixa inquieta.
__ Parece que estou em um pesadelo que não acaba. — Digo frustrada.
__ Sim, você está péssima, precisa comer alguma coisa. — Ela diz,
porém, nego, não estou com fome e nem tenho ânimo para me alimentar
sendo que a Elena não aceitou comer nada até agora.
__ O Lorenzo ainda está sob o efeito do remédio, tudo nas imagens
indica que a Paulina deu o remédio que fez ele dormir até agora...
__ O exame deu positivo? — pergunto e ela concorda.
__ Ele ainda vai dormir por mais uns dois dias. Estou preocupada com o
que vão fazer com a Paulina, Ane, apesar das atitudes dela é só uma
menina. — Ela diz preocupada.
— O que você acha que vão fazer com ela?
__ Vão torturá-la.
__ Mas vão perguntar primeiro não vão? — pergunto e ela nega.
__ Vão perguntar já batendo nela, e se ela negar vão bater até ela
confessar, já vi pessoas confessarem só para se livrarem da dor. Se ela for
culpada, que seja, mas e se não for?
Fiquei ainda mais preocupada depois da minha conversa com a Marie,
não quero que machuquem a Paulina, eu gosto muito dela, sempre a tratei
como uma filha, mas se ela realmente fez o que eles pensam que fez,
merece sim ser punida, porém acredito que deve ser algo diferente do que
eles estão acostumados a fazer, afinal ela não é adulta ainda.
Os dias que se passaram, eu fiquei todo o tempo ao lado da Elena, mas
em nenhum momento ela falou comigo ou com alguém, nem mesmo com a
Marie que vem visitá-la, mal se senta na cama, só fica deitada, até para
tomar banho ela não se levantou e nem mesmo questionou quando as
enfermeiras me diziam que teriam que dar o banho na cama, então achei
melhor cancelar, disse que se pudesse eu preferia que esperassem.
__ Elena, hoje você precisa tomar banho, nós vamos pra casa, se você
quiser pode tomar banho lá também, mas acho melhor você já tomar aqui e
quando chegar pode ir direto descansar. — Digo, mas ela não responde
nada e continua deitada.
Vou até o banheiro e ligo o chuveiro, pego a cadeira de rodas de banho e
volto para o quarto, depois de arrumar as coisas para o banho.
__ Vem, vamos para o banheiro, eu te ajudo. — Digo tentando levantá-
la, mas ela parece não querer minha ajuda, porém tenta sair da cama
sozinha e quando salta da cama para ir andando para banheiro, quase cai.
Eu a ajudo, a levando para a cadeira de rodas e ela se senta. Eu já sabia
que depois de três dias deitada e sem comer absolutamente nada, apenas
bebendo água, e vivendo no soro, ela não conseguiria se manter de pé.
Tiro sua camisola com dificuldade, com ela tentando me ajudar e a ajudo
a tomar banho. Lavo seus cabelos ruivos sem pressa alguma, e depois de
limpa, digo que vou deixá-la um pouquinho debaixo do chuveiro.
Saio do banheiro e ligo para o segurança, pedindo para ele nos pegar no
quarto em meia hora, mas ele me diz que Matteo está vindo para nos buscar.
Ajudo a Elena a sair do banho e se trocar, colocando apenas um vestido
e um casaco.
__ Eu pedi uma sopa, se você quiser entrar em casa andando é melhor
comer um pouco. — Digo e entrego a sopa para ela que sem dizer nada
come tudo e eu até penso que talvez ela queira mais, porém acho melhor
não.
Quando ela está terminando de comer o Matteo chega e fico até com
pena do meu marido, ele queria tanto essa criança, o conheço bem para
saber que ele está tão mal quanto a gente, a barba grande, a roupa um pouco
desgrenhada, sinais de que ele nem dormindo direito está; se tem algo que
tira a paz do Matteo é problemas com os nossos filhos, principalmente em
relação ao Lorenzo.
Ele sem graça não sabendo o que dizer, acena com a mão para a Elena,
que apenas levanta a sobrancelha para ele retribuindo o cumprimento e isso
já é algo grande pois para mim, nem isso ela fez desde que acordou há dias
atrás.
Fomos para casa em um clima muito ruim, a Elena não disse
absolutamente nada, olho para ela e só vejo tristeza e não consigo deixar de
pensar que o Lorenzo não está ajudando em nada.
Como ele pode não ir ao hospital? Ele precisava ter ido, precisa estar ao
lado dela nesse momento. Por mais que eu faça o meu melhor, sinto que não
é o suficiente, e se eu que sou sua mãe sinto que ele a está ignorando,
imagina ela.
Assim que chegamos, ela abre a porta e tenta inutilmente sair do carro,
mas eu a ajudo e escorada em mim, ela anda devagar até as escadas da
entrada da casa.
Já na porta estão as meninas, a Marie, Diana e a Giulia, mas não vejo o
Lorenzo e olho para o Matteo perguntando com o olhar e ele nega, me
deixando ainda mais furiosa com o Lorenzo.
Depois de alguns abraços na Elena, ela sobe com as meninas para o
quarto, mas elas não ficam com ela, dizem que ela quer ficar sozinha e
descansar, isso me preocupa, mas é compreensível depois de tudo o que ela
passou.
__ Matteo, cadê o Lorenzo? — pergunto entrando no escritório com ele.
__ Está trabalhando. — diz me deixando indignada.
__ O Quê? Como assim trabalhando? — pergunto furiosa.
__ Matteo ele não pode ser tão insensível assim, tudo que ela passou e
ele vai trabalhar? Onde eu errei? — falo mais pra mim do que pra ele.
__ Ele acordou ontem de manhã, ficou arrasado com tudo o que
aconteceu e saiu atrás da Paulina. — diz me fazendo gelar.
__ Você disse que ele estava trabalhando...
__ Ane não se envolva, há mais coisas envolvidas nisso tudo e até a
organização então deixa ele fazer o que tem que ser feito.
Saio do escritório e mando uma mensagem para a Marie perguntando
sobre o que o Matteo me disse e ela diz que o Lorenzo está no subsolo com
a Paulina e fico paralisada com a notícia.
Só entrei lá uma vez na minha vida pra nunca mais, o lugar é um
matadouro particular.
Saio de casa até tremendo, só de pensar em entrar num lugar como
aquele, porém não posso deixar que a Paulina seja punida assim, e no fundo
eu não acredito que aquela menina meiga pode ser capaz de fazer algo tão
maldoso com uma grávida. Mesmo ela não gostando da Elena, a criança é
minha neta, ela não faria algo assim com a minha netinha.
Entro seguindo pelo corredor, e quanto mais eu ando, mais o cheiro se
intensifica, me deixando enjoada e com muita vontade de vomitar.
Quando chego, já começo a ouvir o choro da Paulina e isso me faz andar
mais depressa, percebendo que esse lugar é muito pior do que eu me
lembrava.
__ Lorenzo! — o chamo indignada quando vejo a Paulina pendurada na
parede, apenas de calcinha e toda machucada, sem dúvidas apanhou muito.
__ Tia, me ajuda, me tira daqui!!!- ela suplica chorando horrores e vou
até ela imediatamente para tirá-la dessa situação.
__ Pare com isso agora mesmo, Lorenzo! — digo tentando inutilmente
soltá-la, mas são algemas e nada que eu faça com minhas mãos irá ajudá-la.
Me viro para ele e no momento que meus olhos caem sobre os dele me
assusto, é como se não fosse meu filho e sim um monstro a me encarar, vejo
ódio e raiva transbordarem do seu olhar e percebo que não conheço meu
filho como pensei conhecer e esse pensamento me causa medo.
__Lorenzo, não se resolve as coisas assim filho, por favor me deixe
resolver. — Digo indo até ele, mas ele me barra com a mão e sai, nunca
antes meu filho me impediu de tocá-lo e isso me assusta.
__ Tia me ajuda! — ela pede chorando e procuro pelo lugar as chaves e
nada, não encontro.
__ Paulina, você precisa me contar a verdade. — Falo percebendo que
não vou achar nada que a solte dali.
__ Tia, eu não aguento, tá doendo muito... – ela chora sentido e vejo
seus pulsos inchados pois estão sustentando o peso do seu corpo.
__ Se você não conversar comigo, não poderei te ajudar. Me fala o que
aconteceu! — digo até com raiva pois não poder fazer nada me deixa
furiosa.
__ Tia eu não fiz aquilo, não a empurrei da escada, eu não fiz tia, eu não
faria, você tem que acreditar em mim, você precisa me ajudar, não fui eu!
__ Xi, eu acredito em você, não se esforce, vou te tirar daí. — Digo e ela
me olha com gratidão e então saio quase que correndo do lugar.
Saio sentindo um turbilhão de sentimentos no meu peito, tantas coisas
novas para mim, não sabendo nem como confrontar meu próprio filho.
Chego na sala e já encontro o Lorenzo conversando com o Matteo e não
acredito que o Matteo está apoiando tudo isso.
__ Lorenzo, você vai soltar a Paulina agora mesmo! — digo temendo
que meu filho não me escute.
__ Ela vai ficar lá o tempo que for necessário e você não está mais
autorizada a entrar lá. — O Lorenzo diz me deixando perplexa.
__ Quem você pensa que é para me dar ordens? — pergunto indignada.
__ As coisas vão mudar mãe, se acostume. — diz saindo e olho para o
Matteo que não diz absolutamente nada.
__ O que você tá fazendo Matteo, colocando essas coisas na cabeça
dele? Você tem que pará-lo!
__ Não estou fazendo nada, absolutamente nada. — Ele me responde
saindo e fico tão indignada com sua postura, que nem sei o que fazer ou
para onde ir, me sinto perdida e de mãos atadas.
Vou até a cozinha peço para a Diana um alicate e mesmo não fazendo a
menor ideia de como se usa, eu saio com ele nas mãos e vou até a entrada
do subsolo.
__ Ei você! — chamo um dos homens que vem mais que depressa na
minha direção.
__ Venha comigo. — Falo indo para o subsolo e já na entrada encontro
dois homens parados na porta e assim que me veem, eles entram na frente,
me impedindo de passar.
__ Vocês só podem estar malucos se acham que vão me impedir de
entrar. — Falo indignada e com muito mais raiva que antes.
__ Vai, vamos entrar! — falo para o homem que veio comigo, porém ele
não sai do lugar.
__ Senhora, temos ordens para não te deixar entrar. — diz o Francisco
aparecendo com mais dois homens.
__ Quem deu a ordem, meu filho? Ele não manda aqui, quem manda sou
eu, pergunte para o Matteo se posso ou não entrar!
__ A nossa ordem é seguir as ordens do seu filho, desculpe, mas a
senhora não vai entrar.
Saio soltando fogo pelas ventas, tremendo de raiva e logo a Diana vem
tentando me amansar, pedindo pelo amor de Deus para eu não me envolver,
mas minha vontade é matar o Matteo por dar poder para o Lorenzo até
mesmo mandar em mim.
__ Matteo, vamos agora mesmo soltar a Paulina! — digo entrando no
quarto com toda a minha raiva.
__ Não! — ele diz tranquilamente saindo do banho.
__ Eu não aceito um não! Ela me disse que não fez aquilo, a Marie disse
que vocês não têm certeza, eu confio na Paulina, se você não retirar essa
ordem ridícula que o Lorenzo colocou, eu vou ser obrigada a atirar naqueles
homens e entrar à força. — Falo puta de raiva por ele me dizer um não,
como se eu pedisse algo banal.
__ Atire em quem você quiser! Estou farto de passar a mão na sua
cabeça. Você não vê que aquela maldita matou nossa neta, uma Messina,
acabou com a Elena e o Lorenzo, nem sei se esse casamento poderá ser
salvo e você, ao invés de se preocupar com eles que estão destruídos, fica
perdendo seu tempo com essa maldita menina, que só fez o que fez porque
você deu corda. Quantas e quantas vezes eu disse que ia mandar essa
menina pra bem longe, pois estava escrito na testa dela que ia aprontar feio,
mas eu fui ouvir você e agora olha no que deu, olha o que nos custou!
Capítulo 34
Não me sinto bem nem de falar sobre esse assunto, sinto uma culpa
horrível a cada minuto que passa, culpa essa que me corrói por dentro,
sugando até mesmo o ar que respiro.
Sei que eu não falar com a Elena pode parecer que sou indiferente, mas
não é isso, muito pelo contrário.
Quando a Paulina me disse um sim, senti uma mistura de raiva com
alívio. Alívio por existir mais um culpado além de mim e raiva por ter
permitido que alguém machucasse a Elena e minha filha.
Quando acordei e meu pai me contou me mostrando em seguida a
filmagem eu vi o significado do desespero, pois eu queria entrar na imagem
queria ajudá-la, e o fato de não conseguir me esmagava o coração.
Tentei várias vezes entrar no quarto e conversar com ela, mas nunca
consegui, pelo menos não enquanto ela estava acordada.
__ Vamos, temos trabalho a fazer. — Digo e o Filippo me acompanha.
Nós vamos no meu carro e sinto que quanto antes eu acabar logo com
isso, melhor, quem sabe assim vou conseguir me sentir melhor e talvez eu
consiga entrar no quarto da Elena, pois aí terei o que falar, sinto que só
minhas desculpas não são o suficiente.
— O que estamos fazendo na casa dos Rossi?
__ Vamos levar o Antônio para dar uma voltinha. — Digo e ele me olha
assustado.
__ Só nós dois? Sem os seguranças?
__ Anda!
Saio do carro e já na porta do filho da puta, eu meto o pé arrombando e
entro, onde logo algumas empregadas aparecem assustadas.
__ Cadê o Antônio? — pergunto com ódio nos olhos e elas morrendo de
medo fazem sinal para as escadas.
Falo para o Filippo ficar de olho nelas e me esperar, enquanto subo as
escadas. Vou andando no corredor e logo começo a ouvir uns gemidos e
andando até eles, entro num dos quartos e vejo o filho da puta comendo
uma ruiva que cavalga em cima dele.
__ Sai. — Digo depois de atirar na cabeceira da cama fazendo os dois
quase morrerem de medo.
Quando a mulher se levanta assustada ela tira a peruca ruiva, saindo
correndo enquanto o desgraçado fica imóvel na cama.
Olho para as paredes onde tem algumas fotos da Elena espalhadas e uma
foto enorme na parede, onde ela está dormindo e conhecendo ela como
conheço, principalmente enquanto dorme, não tenho dúvidas de que ela
estava dopada.
Juntando as peças, a peruca do tamanho exato do cabelo da Elena, as
fotos e a prostituta, sinto ainda mais nojo desse desgraçado.
__ Você tava transando fingindo estar com a minha mulher? – pergunto
furioso e ele vai se levantando com medo da arma.
__ Lorenzo calma, eu posso explicar. — diz e abaixo a arma.
__ Você tem três minutos para me encontrar lá embaixo. — Digo saindo
pois só de saber o que ele estava fazendo, mesmo que não envolvesse
diretamente a Elena ainda assim é difícil de engolir que alguém além de
mim pense nela dessa forma.
Ele logo desce as escadas e no mesmo momento seus homens entram na
sala e ele me parece estar aliviado e sua cara de coitado lá em cima, dá
lugar à superioridade, que ingenuamente ele pensa ter.
__ Sai da minha casa Lorenzo. — Ele diz descendo as escadas, parece
que criou coragem depois que viu os homens.
__ Responda minha pergunta. — Falo furioso.
__ Você quer mesmo saber? Sim eu gosto de foder pensando nela. Ela é
minha, na verdade sempre foi, eu só quis fazer as coisas de forma correta
por consideração a ela, mas você decidiu levá-la depois da apresentação.
Sabe, eu ia fazê-la minha naquela noite, mas ainda assim você deveria
considerar esse casamento, eu aceito-a mesmo não sendo mais virgem, não
importa, eu gosto dela o suficiente para passar por cima disso.
Não acredito que ele tenha a coragem de me dizer tudo isso assim de
cara limpa.
Com muito autocontrole eu me seguro para não esfolar a cara dele aqui
mesmo.
__ Você não vai sair daqui vivo Lorenzo. — diz colocando as mãos na
cintura me mostrando ser o verdadeiro idiota que sempre pensei que ele
fosse.
__ A Paulina me disse que você a fez pensar que eu comprei a moça no
leilão, e olha Antônio, você é mais imbecil do que pensei.
__ Não, idiota é você, eu fiz tudo certo e cheguei onde eu queria, afinal
sem a criança, a Elena pode me amar e...
Não aguentando mais ouvir vou até ele e dou um soco com muita força
com o qual ele desmaia por alguns segundos e quando ele acorda
percebendo que seus homens o estão carregando para o porta malas do meu
carro, se desespera.
Capítulo 35
Sinto meu corpo tão pesado e ainda sinto tanto sono que não me atrevo
a me mexer, meu primeiro pensamento é o sonho que tive, um sonho muito
bom e na verdade não sei se estou totalmente acordada.
Meu sonho era a casa que vivi antes de conhecê-lo, lembro da minha
rotina, das saídas escondidas do meu quarto, também relembro meu trajeto
até aquele noivado, onde o vi pela primeira vez naquele lugar.
Tudo de bom que aconteceu depois do nosso encontro, antes que tudo de
ruim começasse, lembranças da nossa história em sua melhor fase, como se
a minha imaginação me permitisse reviver tudo no meu sonho, eu estava
obcecada com a ideia de retornar à casa de campo, procurando o quarto na
intenção de abrir a porta e encontrar os momentos que vivemos lá, e mesmo
acordada, ainda posso sentir a tormenta em procurá-lo.
Na verdade, desde que ele se foi naquela viagem, todos os meus
pensamentos tem sido para aquele tempo que vivemos bem e felizes, como
se forçasse o passado a se tornar o presente, aberto à felicidade!
Me lembro de acordar e meu primeiro pensamento são as lembranças de
estar no pé da escada, vendo algo que doeu muito mais do que pensei que
doeria.
Me sento na cama e logo vejo o Lorenzo me olhando da poltrona e como
essa é a primeira vez que o vejo depois de tudo, fico paralisada, mas a
tristeza vem com tudo, então desvio o olhar para o relógio vendo que são 4
horas da manhã.
Percebo que sim, eu estava dormindo e volto a deitar cobrindo meu rosto
com a coberta como se me escondesse do seu olhar.
__ Elena, sei que deveria ter vindo antes enquanto você estava acordada,
me desculpe, eu, eu sinto muito, sinto por tudo. - Ele diz pausadamente e só
de ouvir sua voz já sinto meu coração acelerar e doer.
Não me atrevo a sair debaixo das cobertas e não vou conversar com ele,
muito menos responder suas desculpas esfarrapadas.
Ele nunca se importou comigo ou com a nossa filha, e até uma amante
ele teve tempo de arrumar mesmo eu já estando grávida.
Sobre a noite em que caí da escada, a Ane me disse que ele foi drogado
e armaram para ele. Ela me perguntou várias vezes se eu caí sozinha ou se
fui empurrada, mas eu não respondi, além de ser algo terrível para se dizer
em voz alta, ainda assim machuca muito falar do que aconteceu.
Para falar a verdade eu não me lembro bem do que aconteceu, só me
lembro da cena e de estar caindo escadas abaixo, mas em meus sonhos a
Ane me empurra da escada, às vezes ela e outras até o próprio Lorenzo, me
fazendo acordar com um medo fora do comum e pior que tudo, acordo
procurando meu bebê.
__ Oi... Bom dia! –‒ diz a Alice entrando no quarto e me viro
percebendo que não vi o Lorenzo sair, na verdade nem sei se foi real, afinal
sempre o vejo aqui falando comigo em meus delírios e com isso percebo
que provavelmente fiquei presa numa mistura de sonhos com pensamentos
por horas, dias talvez.
__ Bom dia Alice, obrigada. — Digo me referindo à bandeja de café da
manhã que ela trouxe, como sempre faz.
__ Elena, eu sei que deve ser muito difícil pra você tudo o que aconteceu
e está acontecendo, mas você precisa voltar a viver. - diz com ternura e é
impossível não se comover com suas palavras ditas tão gentilmente,
entretanto ainda dói.
__ Eu agradeço sua preocupação comigo, agradeço de coração, mas
ainda prefiro ficar aqui, não acho que estou pronta para encarar a realidade.
— Digo acariciando sua mão.
__ Meu irmão está sofrendo Elena, minha...
__ Alice, eu ainda tô magoada com ele, com tudo, vou ser sincera com
você, sinto que ele é o culpado e... – Digo já querendo chorar, mas diferente
das outras vezes que ela tentou conversar comigo, ela me corta e percebo
que ela vai ir até o fim dessa vez.
__ Elena, meu irmão não tem culpa de nada. Eu sei de tudo o que
aconteceu, sei do leilão, da sua saída com a Paulina, sei de tudo. — Ela diz
um pouco mais séria e só de lembrar de tudo já me sinto mal.
__ Então você sabe o porquê ele tem mais culpa do que você pensava.
— Digo tentando fingir que o assunto não me atinge.
__ Elena, nós somos uma máfia, minha família trabalha com tudo
quanto é tipo de coisas ilícitas que você possa imaginar, estão querendo
acabar com o meu pai por isso o Lorenzo viajou às pressas, e lá ele não
comprou ninguém, foi o Filippo, aquela casa que você foi com a Paulina, é
da tia Marie, a moça nunca esteve com o meu irmão, ela é do Filippo, o
Lorenzo pagou pra ele, mas assim que chegaram ele devolveu o dinheiro, a
Paulina armou pra você e todos acham que ela te empurrou da escada, ela
aparece na filmagem da câmera de segurança. O Lorenzo errou em não
conversar com você, mas ele nunca te traiu, nunca, ele gosta de você de
verdade. — Ela diz me deixando confusa, tentando juntar as peças na minha
cabeça que até dói.
__ Alice, desculpa, mas é difícil de acreditar... Se o que você diz é
verdade por que ele nunca se explicou? já faz semanas e ele nunca veio até
mim negar nada. — Falo já chorando, não consigo nem pensar sem sofrer,
pior ainda falar.
__ Ele está ocupado demais se vingando de todo mundo, até mesmo
descontando as frustações nos nossos inimigos.
Fico confusa com tudo o que ela me disse, com sentimentos
controversos dentro do meu peito, não sabendo se como, ou se choro.
__ Elena, eu juro que vou provar pra você, eu não te contaria se não
tivesse investigado primeiro. Vamos fazer assim, se esforce para melhorar,
sei que não está sendo fácil, mas se apegue em tudo que eu te disse e saia
desse quarto, quando você estiver preparada e pronta eu vou te provar e
acredito que a dor no seu peito vai se amenizar. — Ela diz e apenas suas
palavras já me fizeram melhor.
Ela me abraça e percebo que ela não é apenas a jovem que eu pensava
ser, ela é muito mais madura que eu e pensando assim me sinto muito mais
segura em acreditar que ela tem razão e só de ter um pingo de esperança
que essa dor diminua já me sinto um pouco melhor.
(...)
Acordo com a luz do sol entrando pela janela e vendo como o céu está
lindo, me recordo de outros tempos, onde eu pensava que minha vida era
sofrida, e mal sabia eu que até aquele momento nem saber o real significado
de sofrimento eu sabia.
__ Licença. - diz a Ane entrando no quarto e me sento.
__ Elena como está se sentindo? Tá afim de tomar o café conosco hoje?
— me pergunta com um sorriso sentando na minha cama, ainda de
camisola.
__ Acho que ainda não...
__ Elena, todos esperam ansiosos para que você saia do quarto, vai, nos
dê essa alegria. — diz pegando na minha mão e penso em como as coisas
podem mudar tanto.
__ Por que Ane? — pergunto realmente sem entender o porquê minha
presença os alegraria.
__ Porque você faz parte da nossa família, o Lorenzo te ama e se você
descer ele estará feliz também.
__ Não sei, talvez eu desça, não vou prometer nada, ainda estou me
acostumando com a ideia...
__ Tudo bem, mas daqui quatro dias teremos um evento importante, será
aqui em casa então é impossível que você fique no quarto, toda a família
precisa estar presente, isso é necessário, você consegue fazer isso por mim?
— me pergunta preocupada e digo que vou tentar e isso já basta para ela
entender e sair do quanto.
Ela mudou comigo, mudou completamente; ela cuida de mim com
carinho, diferente de como fazia antes. Pensei que com tudo o que
aconteceu e a perda da bebê, ela voltaria a me tratar mal, mas não
aconteceu, não sei se ela se sente culpada, mas eu gosto do cuidado que ela
tem comigo.
Depois de tudo o que aconteceu me sinto mais aberta para ela e não me
importo se ela faz isso por culpa ou querer fazer o que o filho dela não faz,
eu apenas aceito, mas não estou disposta a sair do quarto hoje.
Capítulo 36
Os dias tem sido mais difíceis do que pensei que seriam, e mesmo eu
me vingando nada em mim mudou. Pensei que fazendo meus inimigos
pagarem por tudo que me fizeram, faria com que a tormenta dentro de mim
passasse, mas mesmo que ela se amenizasse enquanto eu os via sangrar e
gritar de dor, ainda assim depois voltava pior, e temo que não passe.
Fiz a Paulina confessar tudo o que fez e mesmo sabendo que ela
realmente se arrependeu, ainda assim vou seguir com meu plano e usar não
só ela, mas todos os envolvidos como um grande exemplo para aqueles que
sequer pensem em tramar algo contra mim novamente.
A Elena não parece nada com aquela menina que se casou comigo, está
arisca, não me ouve, se bem que eu sempre vou tarde da noite, mas ainda
assim, as vezes a pego acordada, encarando o nada e mesmo que eu entre e
me sente na sua frente ela nem sequer pisca os olhos, é como se não
estivesse ali e minha vontade era pegá-la a força, fazer um filho com ela
novamente, só para ver a alegria voltar para seus olhos.
Entretanto, não consigo nem tocar nela, sinto que ela está mais frágil do
que já era e isso me frustra internamente, sinto que falhei com ela, falhei
com a minha filha, falhei como pai, como marido, pois tenho medo de que
ela nunca volte a ser o que era.
__ Bom dia filho, que bom que decidiu tomar café conosco hoje. — diz
minha mãe se sentando na mesa com o meu pai.
Eu não decidi nada, apenas pensei demais e não vi a hora passar, por isso
não vim antes de todos.
__ A Elena me disse que talvez desceria para o café quem...
__ Ela fala com você? — pergunto e ela concorda lamentando.
__ Ela não fala com você? — ela me pergunta e apenas tomo meu café,
vendo a Alice entrar na sala.
__ Lorenzo é normal a Elena agir assim, deixe o tempo curar as feridas
dela. — diz meu pai e o encaro pois nunca o vi falar sobre os sentimentos
de outras pessoas.
__ No caso da Elena, o tempo não vai curar nada, ela precisa de
explicações, precisa ouvir pedidos de desculpas isso sim. — A Alice diz
fazendo com que nos três a encaramos esperando que ela diga o que sabe.
__ Filha se você sabe de alguma coisa tem que nos dizer. — diz meu pai
e ela para de tomar café e nos encara.
__ Eu não entendo como vocês não enxergam as coisas claras. A Elena
viu o Lorenzo com outra, foi empurrada da escada, antes disso, viu a noiva
do Filippo, pensando que o Lorenzo a tinha comprado, pois quem pagou foi
ele, e ninguém além de mim conversa com ela sobre isso?
__ Você conversou com ela sobre isso? — pergunto preocupado e ao
mesmo tempo curioso.
__ Alguém tinha que conversar não acha? Você não tem coragem de
entrar no quarto de dia.
__ Se falar assim comigo de novo te dou uns tapas. — Digo firme, com
vontade de cumprir minhas palavras.
__ Alice, respeite seu irmão!
__ Estou mentindo pai? — ela pergunta pegando uma maçã e sai da
mesa.
Mesmo que eu concorde com a Alice não posso fazer nada agora, hoje é
o dia do evento e tenho muitas coisas para pensar e resolver ao mesmo
tempo, nossa vida depende disso.
Elena
Hoje a Ane me acordou dizendo que não tenho como escapar, o evento
será no fim da tarde e preciso comparecer.
A Pressão de ter que sair me deixa ansiosa, não de uma forma boa, mas
ruim.
A Alice me diz que um salão já está aqui, mais precisamente no quarto
da Aurora, ela quase que implora para eu ir até lá, diz que vai me fazer bem
e que vou gostar de estar com as meninas.
__ Vai Elena, como nos velhos tempos, você sempre gostou tanto. – diz
com as mãos juntas implorando e mesmo sem um pingo de vontade eu
aceito, só para fazê-la feliz e vejo que deu certo pois ela até pula de alegria
me fazendo sorrir também.
__ Então vai tome um banho, vou te esperar aqui. — Ela diz empolgada
deitando na cama e vou para o banheiro.
É tão difícil me lavar e saber que não tem um bebê na minha barriga, eu
amava tanta minha bebê, tinha tantos planos e projetos, tantos sonhos de
nós três sozinhos na casa de campo, felizes e sem ninguém para nos
atrapalhar.
__ Elena tá demorando muito! — ela diz do quarto e decido tentar não
pensar nisso e saio do banho enrolada na toalha, mas quando entro no
quarto não vejo a Alice e sim o Lorenzo saindo do closet.
__ Desculpa eu vim pegar um terno. — Ele diz sem graça e paralisada
ao vê-lo sinto meu peito inquieto tentando conter meu coração.
Saio do meu momento de paralisia e passo por ele entrando no closet e
sentindo seu olhar em mim, não sei nem o que estou procurando.
__ Elena, eu... – ele diz e paro o que estou fazendo e ainda de costas
para ele, espero para ouvir o que ele tem a me dizer.
__ Eu sinto muito, eu... eu – ele gagueja e isso me faz pensar que ele não
sabe o que dizer pois não tem desculpas para justificar seus sentimentos e o
fato dele só dizer algo por ter entrado sem querer me magoa ainda mais.
__ Será que você sente mesmo? Tem certeza que sente alguma coisa? —
pergunto, mas não tenho coragem de encara-lo e não obtendo resposta
decido que é melhor ele sair.
__ Pode ir, você já fez o que veio fazer então vá. — Digo pegando uma
roupa e quando me viro ele já não está e ingenuamente eu pensei que ele
ainda estava, mas me enganei e penso que talvez ele nem mesmo me ouviu
o mandando sair, talvez tenha ido bem antes.
Chego no quarto da Aurora e quando elas me veem entrando parece que
sou um fantasma, mas logo o susto passa para alegria e a Marie vem até
mim dizendo que é ótimo que eu tenha decidido me juntar a elas.
A Ane também está e isso é novo para mim, pois nas outras vezes ela
nunca esteve, mas devido ao fato de estarmos tentando nos entender, não
me sinto mal pela presença dela.
__ Deixe o cabelo dela solto, vai combinar com o vestido que eu
comprei. — diz a Ane e todas dizem um nossa, fingindo estarem surpresas
com o fato dela ter me comprado um vestido, porém me parece que só eu
fiquei chocada com o quanto ele é bonito.
__ É lindo Ane, eu nem sei o que dizer... -falo passando minha mão pelo
vestido.
Ele é curto com mangas compridas todo prateado e me parece que é
aberto nas costas, simplesmente lindo.
__ É quase parecido com o meu, olha. — diz a Aurora, já vestindo o seu
vestido e me preocupo pois se o dela é curto, será que o meu também é?
__ Mas o seu é um pouco mais comprido Elena, como você é casada não
é adequado usar um como o da Aurora. — diz a Marie e dou graças a Deus.
Tento pular a parte da depilação, mas elas não deixam me dizendo que
quanto mais eu fizer, menos dor eu vou sentir a cada procedimento e até que
não deixa de ser verdade.
Às mulheres começam a me arrumar enquanto as meninas falam e falam
pelos cotovelos e conforme minhas unhas vão mudando, ganhando cores e
meu cabelo uma aparência bem melhor, sinto algo bom dentro de mim e
consigo até soltar um sorriso para a Alice que parece perceber que estou
gostando do que vejo no espelho.
Depois de cabelo e unhas feitas elas me ajudam a colocar o vestido e
mesmo não sendo tão curto quando o da Aurora, ainda assim não estou
acostumada a usar algo que mostre tanto.
__ Me sinto pelada. — Digo e elas riem dizendo que é bobagem.
__ Você está linda, sente-se para a maquiagem — diz a maquiadora e
assim eu faço.
Percebendo que estamos todas finalizando, sinto o receio dentro de mim,
eu não saio do quarto a semanas e agora vou aparecer num evento e de
maneira tão exposta como estou agora.
A Aurora percebendo meu nervosismo espera no quarto comigo, todas já
desceram, e acho que fiquei aqui até agora só para ver se elas esquecem de
mim.
__ Eu preciso mesmo descer? — pergunto e ela vem para perto de mim
e segura em minhas mãos.
__ Você mais do que qualquer uma de nós precisa. – diz sorrindo.
__ Aurora não sei se consigo, encarar todas essas pessoas...
__ Você é uma Messina agora, está na hora de aprender nosso
segredinho. — diz indo até o closet e volta com um perfume na mão.
__ Primeiro, que não damos a mínima pra esses filhos da puta lá
embaixo, somos superiores a eles, somos a Porra da família que fica no topo
da pirâmide, a elite. Segundo, mesmo quando estamos destruídas,
colocamos o nosso melhor sorriso na cara e fingimos não nos importar,
fingindo que nada pode nos atingir, e com essa máscara tudo fica mais fácil.
— Ela diz e dá um beijo na minha bochecha depois de passar o perfume no
meu pescoço.
__ Pronto, agora vamos humilhar essa gente com a nossa beleza. — diz
me puxando para fora do quarto.
Ela me faz rir com sua fala no corredor dizendo o quanto somos
perfeitas e que a beleza é um escudo para uma mulher e que isso eu tinha de
sobra e quando chego na ponta da escada o medo e as lembranças até
tentam me dominar, mas a Aurora segura no meu braço e descemos as
escadas juntas.
Quando saímos da casa para o jardim onde está acontecendo a festa,
vejo tantas pessoas diferentes e me sinto tão pequena que chega a ser
reconfortante pois não preciso encarar a família dele.
__ Quem são essas pessoas? –‒ Pergunto enquanto andamos pelo jardim.
__ São estrangeiros, tem amigos, mas também inimigos por isso todo
cuidado é pouco. — Ela diz e me pergunto o porquê alguém convidaria
inimigos para uma festa?
__ Não pense muito sobre isso, você sabe quem somos não sabe?
__ Acho que sim, a Alice me contou alguma coisa.
__ Estou animada. — Ela diz muito empolgada e acabo rindo da sua
empolgação.
__ Acho que essa é a oportunidade perfeita para eu arrumar um
admirador. — diz para me fazer rir.
__ Você é linda, não teriam muitos homens se jogando aos seus pés? —
pergunto, aceitando o copo que o garçom nos ofereceu.
__ Sim, mas mulheres bonitas sofrem, os homens realmente
interessantes parecem não as querer de verdade, é como se eles nem
tentassem, pois tem certeza que receberiam um não. -—ela diz frustrada e
se não fosse em forma de desabafo eu pensaria que ela está brincando.
__ Chega a ser difícil de acreditar.
__ Você é linda Elena, e teve um casamento arranjado. Queria eu ter essa
sorte, de encontrar um cara bonitão e os pais dele o obrigasse a casar
comigo. — Ela diz e caímos na gargalhada e percebo que foi ótimo ter
saído do quarto.
Logo a Giulia se juntou a nós e o garçom novamente nos oferece mais
do champanhe, dizendo que o teor alcoólico é baixíssimo, então aceito o
segundo copo.
__ Para de se preocupar com homens Aurora, olhe para mim, não dou a
mínima e eles parecem estar hipnotizados em mim. — diz a Giulia e
realmente, olhando em volta vejo dois homens com os olhos posados nela.
__ Eu não me preocupo, na verdade, eu só queria ter um rapaz novinho
que me pegue de jeito. — Ela diz e a Ane chega bem na hora, antes que eu
pudesse fazer sinal para ela avisando.
__ Seu pai e seu irmão, vão te pegar de jeito se ouvirem você falar uma
coisa dessas. — A Ane diz tranquilamente e ela dá de ombros rindo.
__ Mãe na minha idade você já tinha dois filhos!
__ Eu era casada, normal.
Às conversas seguem animadas e eu participando delas. O fato delas
serem muito alegres me faz rir sem perceber e agora vendo o quão
agradável está, percebo que posso sim viver a vida de uma forma mais leve
e isso é muito reconfortante, afinal passei mais de dois meses trancada no
quarto remoendo e alimentando minha dor.
Capítulo 37
Saio com o Lorenzo até meio atordoada com tudo o que acabou de
acontecer. Estou com tantas coisas dentro de mim que sinto como se minha
mente estivesse longe tentando entender tudo o que aconteceu.
Assim que entramos na sala, encontramos o pai dele e seu tio, então vejo
a oportunidade perfeita para eu poder respirar.
__ Eu vou subir rapidinho, tá bom. — Falo e ele me encara, como se me
perguntasse se vou mesmo descer.
__ Eu vou descer, só preciso subir um pouco. –‒ Digo e ele concorda
soltando minha mão e mais que depressa eu subo.
Vou rápido para o quarto e quando entro, respiro profundamente
encostada atrás da porta. Tiro minhas sandálias e vou para o banheiro me
olhando no espelho.
Ele acabou de queimar a Paulina viva!? Não só ela, mas o Antônio
também?
Ainda posso ouvir os gritos do touro gigante e me lembro que até meu
tio entrou no negócio.
Mas o pior de tudo é que não estou com pena deles e nem me sentindo
mal por isso e acredito que devo ter sérios problemas.
São vidas!
Fui ensinada a vida inteira que devemos amar as pessoas como nós
amamos a nós mesmos, e chego a conclusão de que talvez eu realmente seja
do mal como a madre dizia.
__ Você tá bem? — ele me pergunta e me assusto.
__ Não eu não tô bem. — Digo imediatamente e me assusto comigo
mesma pois eu não sou assim, escondo meus sentimentos e meus medos,
mas agora estou falando sem nem pensar.
__ Me diga o que tá te fazendo mal. — ele diz se sentando na cama.
__ Nada e esse é o problema, eu não estou mal por aquelas pessoas, isso
é errado! — digo exasperada e ele parece sorrir.
__ Como você pode sorrir sabendo disso? Sou mal!
__ E daí? — diz me deixando irritada e ao mesmo tempo confusa.
__ Bom sou sua esposa, isso não te incomoda? — pergunta ainda mais
confusa.
__ Você acha que sou bom? — me pergunta é não entendo.
__ É?
__ Sou, muito bom, mas só para quem merece. — diz e vem até mim me
beijando.
__ Elena, você tem que entender que malvada são pessoas como aqueles
que fizeram tudo aquilo conosco, eles pagarem pelos seus erros, é o mínimo
que precisamos para seguir em frente. E você não ter pena deles é natural.
— diz parando o beijo e suas palavras me deixam mais calma.
__ Por que você não me contou as coisas antes, por que me deixou
pensar que não se importava? — pergunto ainda em seus braços sentindo
meu coração calmo e seguro para esse momento.
__ Eu não conseguia, me perdoa, eu não sabia como lidar com tudo o
que estava acontecendo. — diz parecendo confuso e se eu não visse o que
aconteceu lá embaixo, diria que ele não está sendo sincero, mas vendo o
quanto ele se esforçou para fazer os culpados pagarem, me mostra o quanto
ele se importava, pois enquanto eu me acabava de sofrer, ele foi atrás de
justiça pela nossa filha.
Ele me beija apaixonadamente, e quando me lembro dele dizendo que
me amava, mal sabendo ele que aquelas palavras me encheram de algo
muito além do amor que eu sentia por ele, me entrego ao beijo, sentindo
suas mãos passearem pelo meu corpo.
Porém seu celular toca sem parar, o que nos faz parar o beijo que de tão
envolvente já estávamos em cima da cama e nos sentamos.
__ Fala Filippo! — ele diz e se levanta, arrumando suas roupas.
__ Tá já estou descendo. — diz e confesso que fiquei com uma pontinha
de desapontamento pois pensei que a festa para nós dois tinha acabado.
__ Vamos, tem alguém que quero que você conheça. — diz e junto as
sobrancelhas me perguntando quem.
__ Vamos! — fala pegando minhas sandálias e se senta colocando nos
meus pés e percebo que eu estava com saudades dessas coisas pequenas que
ele fazia para mim.
Depois de retocar o batom e estarmos apresentáveis novamente, vamos
andando de mãos dadas pelo corredor e descemos as escadas encontrando
seu primo, com uma moça de costas para nós e a Alice.
Quando chegamos perto o suficiente e a moça se vira, vejo que ela é a
menina do leilão e maquiada e com roupas é ainda mais linda.
__ Elena, essa é a Arya. — diz a Alice de forma ansiosa, antes que eles
mesmo a apresentem.
__ Nós já nos conhecemos. — Digo e ela me estende a mão.
__ Mas não dá forma correta Elena, eu sinto muito se fiz você pensar
errado, é que naquela época eu chamava o Filippo se senhor e ele também é
um Messina, então... me desculpe. –‒ Ela diz segurando minha mão e isso
me deixa desconfortável então a solto discretamente.
__ Elena, Arya e eu vamos nos casar, o Lorenzo me emprestou o
dinheiro, mas eu já devolvi viu fica tranquila...
__ Você vai o que Filippo? –‒ pergunta a Marie entrando na sala e ele
juntamente com a Alice parecem estar com medo dela, menos a moça que
parece nem saber quem ela é.
__ Amor ela que é a sua irmã? –‒ ela pergunta, mas parece estar tão
empolgada em conhece-la que não espera a resposta e já se joga nos braços
da Marie a abraçando, recebendo um abraço nada amigável em troca.
__ Ela é a minha mãe. — Ele diz e ela solta da Marie com medo e olho
para o Lorenzo que segura o riso.
__ Acho melhor você me explicar tudo direitinho Filippo! –‒ a Marie
diz o puxando para a cozinha e percebo que a menina fica desesperada sem
ele por perto.
__ Eu sabia que não era uma boa ideia! E agora? Ela vai me mandar
para um bordel, eu não posso, não posso! — ela diz para a Alice que parece
ter pena dela.
__ Ela não vai ficar tranquila. — Alice diz e a puxa para a saída.
Eu já sabia a verdade sobre a moça, a Alice tinha me contado isso e todo
o resto, talvez seja por isso que estou mais confortável com o Lorenzo, pois
apesar da indiferença que ele demonstrava nunca me traiu ou mentiu e isso
já foi um grande alívio.
__ Pronto, esclarecido? — Lorenzo me pergunta se sentando no sofá,
parecendo cansado e me sento ao seu lado.
__ Como assim ninguém sabe dessa moça?
__ Até agora só meu tio sabia, mas depois dessa ele vai ter que se virar
para resolver as coisas.
__ Mas se ele gosta dela qual o problema? — pergunto realmente não
entendendo o porquê de tanto mistério.
__ Ela não é apropriada, não traria benefício nenhum para a nossa
família, não tem dinheiro algum ou família, além de ser uma espécie de
prostituta, ou seja, não é nada favorável. — diz e sinto pena por ela ama-lo
em meio a tantos obstáculos.
__ Mas ela não tem os 2 milhões? — pergunto o fazendo rir.
__ O dinheiro fica com o antigo dono dela, ela era uma espécie de
escrava. — Responde me deixando perplexa.
__ Elena você é tão ingênua que faz eu querer te levar no meu bolso
para que não se machuque. — diz me puxando, selando nossos lábios e
acabo sorrindo da sua colocação.
__ Porra mãe é tão difícil assim você aceitar as coisas? — o Filippo diz
saindo da cozinha com a Marie irritada atrás dele.
__ Você tem suas obrigações Filippo, você escolheu isso, agora aceite
pagar o preço! — ela diz e o Giulliano aparece na sala.
__ Vocês são tão egoístas! Se casaram por amor, dando um foda-se para
tudo e todos e nós temos que seguir as regras? — ele diz e me parece que
ela se cala por não ter o que falar e já me sinto constrangida por estar aqui
ouvindo a discussão familiar deles.
__ As coisas eram diferentes Filippo, eu já tinha mais de 30 anos, já
estava no meu cargo, sabia muito bem o que queria e podia sustentar
minhas escolhas. — O Giulliano diz da forma mais seria que já o vi falar.
__ Então você acha que não tenho condições? Trabalho nessa Porra pra
que pai?
__ Vão lavar a roupa suja na casa de vocês! — diz o Matteo saindo do
escritório e me sinto mal pela sua fala de praticamente os expulsarem daqui,
mas eles parecem nem ligar.
__ Vai Filippo atrás da sua paixonite, antes que alguém a encontre e
pense em sequestra-la. — o Lorenzo diz, fazendo ele sair quase que
correndo enquanto o Giulliano revira os olhos e a Marie sai furiosa.
A Ane entra na sala depois que todos saem e sua aparência é de cansaço,
e sabendo como ela gostava da Paulina, não consigo deixar de sentir um
pouco de pena dela.
A Alice me contou o quanto a mãe dela estava chateada e decepcionada
com a Paulina e para pior a situação, ela meio que perdeu o controle das
coisas por causa disso tudo e mesmo que eu tenha sentido ciúmes por ela
gostar mais dela do que de mim, ainda assim tenho pena.
__ Lorenzo, vai se despedir dos convidados. — Ela diz para ele, se
sentando confortavelmente ao meu lado e ele me encara como se
perguntasse se está tudo bem e confirmo.
__ Meu filho é um homem, mais um piscar de olhos e ele faz tinta anos
e ainda o vejo como aquele bebê lindo, que me mudou para sempre. –‒ Ela
diz pensativa o vendo sair.
__ Te mudou para melhor? — pergunto e ela parece pensar.
__ Talvez... Você tá se sentindo bem? — me pergunta e penso o que
dizer a ela.
__ Se eu disser que sim, você vai achar que sou insensível?
Às palavras apenas saem da minha boca e me pergunto, o porquê eu
disse a verdade, não era mais fácil apenas dizer um sim?
__ Quando o Lorenzo era bebê, não tinha nem um aninho, invadiram a
casa e sem eu perceber tiraram ele do berço e quando vi que meu bebê não
estava lá, me senti sufocada, como se não houvesse ar para me manter viva,
foi a pior sensação do mundo. Até hoje consigo me lembrar da dor que foi
passar por aquilo... Enfim, me lembro que eu era bem novinha, inocente,
já amava o Matteo e minha família, nunca tive coragem de fazer mal a uma
mosca, mas quando os vi com o Lorenzo e sabia dos planos deles de
fazerem mal ao meu filho, que eu cuidava com todo o carinho do mundo,
me transformei e matei todos eles com minhas próprias mãos e depois
quando parei para refletir, cheguei à conclusão que eu faria tudo de novo e
de novo, quantas vezes fosse necessário...
Fico ouvindo seu desabafo e não consigo deixar de pensar na minha mãe
que segundo os outros me disseram, foi morta por ela e a curiosidade que
nunca saiu da minha cabeça resolve aparecer com força!
__ Igual você fez com a minha mãe? — pergunto quando ela se cala e só
agora ela me encara, mas não sei decifrar como ela se sente ao falar disso,
pois ela não demonstra sentimentos.
__ Sua mãe me fez muito mal, ela era a maldade em pessoa, quase fez o
Matteo se suicidar, e eu só não fiz o mesmo porque tinha o Lorenzo
pequeno que precisava de mim. Ela não se importava com você, nunca te
pegou no colo, deu carinho, ou te deu amor, ela não era capaz de transmitir
isso para ninguém, usava todos que estavam ao redor dela, descobri mais
tarde que ela era uma psicopata diagnosticada. — Ela diz e por incrível que
pareça não sinto absolutamente nada pela minha mãe, pensei que quando eu
soubesse a verdade iria doer, mas não sinto nada.
__ E como ela morreu? Como fui parar no orfanato, por que ninguém da
família dela me quis? Sempre me fiz essas perguntas me sentindo rejeitada.
— Digo e ela me olha com pena.
__ Eu a matei, mas foi por sobrevivência, ela ia me matar e me disse que
depois mataria o Lorenzo, eu sabia que seria eu ou ela, não tive escolha. —
diz seria, apenas me contando, mas mesmo sem demonstrar sentimentos
uma lágrima cai de um de seus olhos e ela a limpa rapidamente.
__ Eu sinto muito por tudo que você passou, mas mesmo se ela tivesse
viva sua vida não teria sido diferente. – diz terminando de limpar os olhos.
__ A família dela não era muito diferente, foram eles que armaram para
invadir a casa, então todos foram mortos, não sobrou ninguém. Quem te
levou para o orfanato foi o Giulliano, procurou o melhor, e além disso ele
sempre pagou para que você fosse bem cuidada e tivesse uma boa
educação, sempre recebendo informações sobre você, ele é um homem
incrível. — Ela diz me deixando impressionada com a atitude dele e
aliviada, pois ninguém me procurou, porque ninguém existia, não por falta
de interesse como a madre me dizia.
__ Como você se sente agora sabendo de toda a verdade? — Pergunta
pegando na minha mão.
__ Não sei explicar, mas de certa forma me sinto melhor, sua história é
muito melhor do que as que me contavam. — Digo e ela vira um pouco a
cabeça como se não entendesse.
__ A madre mentiu e muito pra você, não é? — me pergunta e eu
concordo.
__ O que é dela tá guardado, fica em paz. — Ela diz apertando minha
mão de forma reconfortante.
__ Mas, voltando ao começo da conversa, eu sei como se sente em
relação ao que aconteceu hoje e é muito normal não sentir pena deles. —
diz sorrindo e sorrio também, pois é bom saber que não sou tão má assim e
nem a única a sentir isso.
A chamam na cozinha e ela sai, o garçom me traz mais uma taça e
mesmo eu nem sabendo quantas já bebi nessa noite, depois de todas as
revelações de hoje, bebo sem medo.
Saber toda a verdade não me fez mal, muito pelo contrário, me sinto
aliviada pois minha família não prestava e minha mãe nunca me amou. Sem
dúvidas é melhor não ter uma mãe, do que ter e ela não te querer.
Depois de todo o amor que senti pelo meu bebê, eu consigo entender o
que levou a Ane a fazer o que fez, qualquer uma faria o mesmo para
defender seu filho.
Acho que passei tanto tempo sofrendo e recebendo o desprezo das
pessoas pelas atitudes da minha mãe, que mesmo sem conhecê-la, sinto a
maldade dela no ar; não sinto raiva dela ou a culpo, apenas não sinto nada.
Capítulo 39
Pensei que os dias não passariam nunca, desde o evento no qual todos
saíram respeitando nosso nome como nunca antes, eu e a Elena estamos
bem e me sinto leve, como se o peso do mundo saísse das minhas costas.
Entretanto, ela estava no primeiro dia da menstruação e me disse isso
rindo alto, bêbada e mesmo sendo um balde de água fria, vê-la rindo e
falando tudo o que pensava, me fez um bem do caralho.
No outro dia ela acordou com uma ressaca das bravas, e eu é claro,
cuidei dela com o maior carinho do mundo.
Dormi com ela abraçada em mim todos esses dias e me surpreendi com
o quanto consegui dormir de verdade e até sonhos eu tive. Não me lembro
da última vez que consegui dormir tão bem assim.
Saio do quarto deixando-a dormindo pesado, onde passei horas
observando seu sono e cada sorriso que ela dava enquanto dormia me
levava a sorrir também.
__ Caiu da cama? — pergunta meu pai saindo do quarto dele também.
__ Sim e parece que não fui o único, não é?
Chegamos na mesa de café e tomamos apenas um café preto. Eu porque
vou esperar a Elena para tomarmos café juntos, já meu pai me parece
preocupado.
__ O que foi pai, o que tanto te preocupa?
__ Acho que teremos problemas por causa dos Rossi. — diz preocupado
e não entendo como poderia.
__ Por quê?
__ A filha do velho é casada com o irmão do Andreas, ou seja, se ela for
importante o suficiente para ele, podemos perder o apoio dos alemães e isso
não é nada bom.
__ Mas o Andreas veio e trouxe o exército com ele como prometido, viu
o velho morrer e não fez nada, além de aproveitar a festa. — Digo e ele fica
pensativo.
Não era a minha intenção matar o velho daquele jeito, mas ele me
deixou furioso e juntando a forma que ele tratou a Elena por tantos anos,
acabei perdendo a cabeça.
Mas morrer, ele já iria de qualquer jeito pois eu já tinha meus planos
para ele, o filho da puta só me fez adiantar.
__ Você sabe que eu já pretendia acabar com todos os Rossi, certo? —
pergunto e ele me encara.
__ Demorei um pouco para entender, mas foi um bom plano, arriscado
pois ela poderia não ser como esperávamos e você poderia ter se
apaixonado mesmo assim. — diz me fazendo rir.
__ Se ela não fosse tão linda eu não teria me apaixonado. Meu plano
inicial era matar até mesmo ela, mas não saiu como planejei. Enfim, logo
vou tomar conta do patrimônio deles!
__ Tomara que a filha dele não reivindique nada. — diz e logo minha
mãe se senta na mesa dizendo que já passou em todos os quartos acordando
todo mundo e a Alice aparece toda descabelada, perguntando o que
aconteceu enquanto minha mãe ri.
__ Hoje é domingo, quero tomar café da manhã com toda a minha
família. — Ela diz e a Alice bufa se sentando ao lado dela na mesa.
Segundos depois a Aurora e Elena aparecem também preocupadas e um
pouco desajeitadas e tento conter uma risada vendo que meu pai também
está segurando o riso.
__ Não era nada a mamãe só quer companhia para o café de domingo.
— diz a Alice e elas parecem respirar aliviadas e se sentam.
__ Mãe, eu nunca tomei café num domingo tão mal arrumada como
agora, só por isso o papai vai me deixar passar uma tarde inteira no
shopping. — A Aurora diz fazendo minha mãe rir.
__ Você já gastou mais do que poderia Aurora, desse jeito vou à
falência. – diz meu pai terminado sua xícara de café.
__ Então me pague para sair com você, igual o Lorenzo.
__ Ah pai, ela acha que meu trabalho é te acompanhar, interessante. —
Digo me divertindo.
__ Não é justo a tia Marie é rica, desde que era uma adolescente, a
mamãe também, por que eu não?
__ Você está muito equivocada. Eu me lembro de uma vez que gastei
dez mil dólares e minha mãe quase infartou, isso alguns meses antes do
meu casamento com seu pai, a Marie não era milionária, ela tinha uma
mesada bem controlada pelo meu tio, a sua é três vezes maior que a dela. —
Minha mãe diz e a Aurora a encara como se não acreditasse.
__ Ela tinha um apartamento de três andares com dezoito anos. —
Aurora diz indignada.
__ Foi o tio Giulliano que deu pra ela ué, arrume um namorado rico e
mais velho que ele vai te dar também. — Alice diz fazendo meu pai quase
engasgar.
__ Alice, pare de falar bobeiras! – diz minha mãe, vendo que meu pai
não gostou do seu conselho.
Depois do café que apesar do meu pai quase perder o bom humor, pois
ele morre de medo das meninas arrumarem namorados, ficamos numa boa.
Andei com a Elena pelo jardim e por toda a propriedade. Fomos até o
centro da cidade e almoçamos com o Filippo e a Arya que mais parecem
um casal, estou vendo a hora do meu tio o casar com alguém só para essa
história de amor precoce acabar.
Levei a Elena em vários lugares e andei tudo que nunca tinha andando
na minha vida!
E quase no fim da tarde, voltamos para casa encontrando minha mãe na
sala onde assim que nos vê já pergunta se almoçamos e diz que parecemos
cansados.
__ Mãe, somos adultos! — digo e ela fica um pouco sem graça.
__ Oh desculpe, eu... Eu...
__ É brincadeira Ane, na verdade estou morrendo de sede. — Elena diz
enquanto me sento no sofá.
Gosto de vê-la mentindo apenas para agradar minha mãe, que a leva
para a cozinha afim de que ela tome um suco natural, toda empolgada,
dizendo que eu não sei de nada.
A forma como minha mãe vem tratando a Elena me tirou um peso
enorme das costas, é muito importante para mim que ela seja boa para a
Elena, acho que tenho receio da Elena me pedir para nos mudarmos, pois
não sei se consigo negar algo que ela me peça, mesmo que eu ame morar
aqui e não tenha a mínima intenção de sair!
Meu tio entra pela porta com uma cara nada boa e nós vamos para o
escritório onde meu pai já está.
__ E aí, já está sabendo? — ele pergunta e meu pai concorda.
__ Lorenzo a máfia alemã está vindo em peso para a Itália. — Meu pai
diz receoso e até me sento para não cair.
__ Porra! — digo frustrado.
__ E qual é a situação? O que eles querem, já falaram algo? — pergunto.
__ Não, mas o irmão do Andreas não está vindo, talvez seja mais fácil
negociar só com ele. — diz meu tio.
__ Bom, não tem negociação, já está feito, eles tramaram para matar
minha esposa, não tem sentido eles quererem comprar briga de defunto. –
Digo determinado a não negociar.
__ Talvez eles queiram os bens dos Rossi. — Meu tio diz.
__ Já estão todos no nome da Elena, eles não têm mais nada, foi
transferido ainda em vida pelo inútil do Antônio, que na verdade não foi tão
inútil assim. — falo e meu tio me olha surpreso e digo até orgulhoso.
(...)
O Andreas está vindo para a nossa casa, meu pai não gostou nem um
pouco pois ele não gosta de tratar de assuntos de trabalho em casa e muito
menos com um provável inimigo.
__ Bom, o fato dele estar vindo em apenas um carro, mostra que ele não
quer guerra não acha? — pergunto para o meu pai e meu tio concorda
comigo.
__Sim, mas devemos sempre esperar o pior. — Ele diz se levantando,
indo em direção à porta.
Nós o acompanhamos até a entrada da casa, minha mãe sabendo que o
Andreas viria para a nossa casa, mandou arrumarem uma tenda no jardim
com poltronas confortáveis e uma mesa repleta de frutas e outras comidas
para um belo café da tarde, apenas para que meu pai fique mais tranquilo
apesar de ter estranhos dentro de casa.
__ É, ela caprichou. — diz meu tio comendo as frutas enquanto nós
vamos para as poltronas.
__ Cuidado tio, ouvi minha mãe dizer que envenenaria as frutas. — diz a
Alice aparecendo do nada e meu tio cospe o que estava comendo, tentando
vomitar desesperadamente, o que nos faz rir.
__ Não seja idiota Giulliano. Você acha que a Ane faria isso sem que nós
soubéssemos? — diz meu pai fazendo-o olhar feio para a Alice, mas logo
dá um belo sorriso pra ela e me pergunto se meu tio tem algum tipo de
problema.
__ Ah, minha garota! — ele diz bagunçando o cabelo dela que ri.
__ Tio, vai estragar meu penteado! — ela reclama correndo dele para o
colo do meu pai que está sentado.
__ Você gostava quando eu fazia isso. — Ele diz voltando a pegar as
uvas, jogando-as para o alto, afim de que caiam em sua boca, falhando na
maioria das vezes.
__ Agora cresci, sou uma mulher, não vê? — ela pergunta deitando a
cabeça no ombro do meu pai.
__ Bom, você continua um carrapato grudada no seu pai, isso é coisa de
criança. — Ele diz e ela bufa.
__ Concordo! — digo para provocá-la.
__ Que colocação horrível, me chamar de carrapato, papai me defenda?
— ela diz acariciando o rosto dele com tanto carinho que pelo seu olhar,
nesse momento ela conseguiria até que ele deserdasse todos nós, dando
todos os seus bens para ela.
Manipuladora nata!
__ Giulliano, nunca mais chame minha menina assim...
__ Ou você? — ela pergunta para ele, me fazendo rir.
__ Ou eu te dou uma surra Giulliano. — Ele diz, recebendo dela um
sorriso enorme seguido por um monte de beijos no rosto, arrancando do
meu pai algo raro, risadas.
Ele estava uma pilha de nervos a minutos atrás, mas ela sabe como
amansá-lo rapidinho e isso chega até a me deixar preocupado, pois
conforme ela cresce vai cada vez mais tendo meu pai nas mãos.
Ainda bem que ela é uma menina de bom coração, pura e meiga, pois do
contrário estaríamos todos fodidos!
O carro do Andreas passa pelo portão e meu pai pede para a Alice nos
deixar a sós e ela sai, logo ele desce do carro e vem sorrindo na nossa
direção com três dos seus homens.
Pela cara dele não me parece que está aqui para arrumar brigas.
__ Nossa, que recepção! — ele diz sorrindo indo para as frutas as
pegando e só depois vem nos cumprimentar sorrindo demais para o meu
gosto.
__ O que o traz aqui? Por que você está no meu país com tantos
homens? — pergunta meu pai e ele se senta sorrindo e fico me perguntando
se ele não cansa as mandíbulas?
__ Temos muito o que conversar e vocês sabem disso. — diz deitando
em um dos sofás, apoiando sua cabeça em seu braço comendo o cacho de
uvas tranquilamente.
Se eu fosse ele ficaria mais esperto!
Capítulo 40
Aurora
Chego em casa até meio tonto devido à tarde detestável que tive, eu
deveria ter ouvido a Marie e ficado em casa com ela.
Só de pensar na possibilidade da minha filha ter alguma relação íntima
com aquele filho de uma grande puta, meu sangue já sobe.
Se ele pelo menos fosse da idade do Lorenzo seria menos pior, mas o
Andreas tem mais de trinta anos, está com a cabeça a prêmio e mais parece
um psicopata do caralho.
__ Senhor as crianças saíram, a senhora está te esperando no quarto. —
diz a empregada e apenas concordo acenando.
Um carro para na porta da sala, por tudo ser de vidro vejo que é o
Filippo e como ele está com um conversível vejo a menina que bagunçou a
cabeça dele e se eu estava com raiva fico ainda mais.
__ Filippo, você deve estar querendo me desafiar andando com essa
menina como se fosse um troféu! — digo puto, mas ele me ignora subindo
as escadas correndo.
Eu já tenho problemas o suficiente, aí me aparece o Filippo com essa
menina e como se não fosse o bastante o desgraçado do Andreas com mais
essa.
__ Cheguei, mas já tô saindo pai. — Ele diz descendo com um papel na
mão.
__ Vê se não me apronta cara, eu já tô fodido o suficiente pra você além
de não me ajudar ainda me trazer mais problemas! — falo e é a mesma
coisa de nada, já que ele me ignora saindo de casa mesmo assim.
Subo as escadas rápido na intenção de encontrar minha Diaba que
ironicamente consegue me acalmar rapidinho.
Entro no quarto não a encontrando e já vou para o banheiro afim de
tomar um banho relaxante e tirar um pouco da tensão do meu corpo.
Sai do banho e já vejo minha Diaba na cama com uma lingerie sexy e
provocativa, a luz está baixa, quase deixando o quarto no escuro e uma
música peculiar tocando baixa.
__ Ah Diaba...
Vou até ela já sem a toalha e meu pau já duro pois só a vendo assim já
fico no ponto de fodê-la até não conseguir sentar.
Mas quando chego perto ela me para com o pé envolto por uma meia
preta que vai até o alto das suas coxas me deixando louco para tirá-la com a
boca.
Ela, para me enlouquecer, começa a massagear os seios com uma cara de
puta safada e vai descendo a mão para a buceta deliciosa e mesmo
acariciando devagar ela começa a gemer baixinho e não aguentando a
pressão no meu pau, o estimulo para ajudá-lo a não gozar sozinho.
Ela coloca a calcinha de lado mostrando sua bucetinha, chupa os dedos e
os coloca lá novamente, me levando ao delírio apenas por olhar minha cena
preferida, ela se masturbando.
__Dá uma lambidinha dá, só pra lubrificar... – ela diz gemendo enquanto
movimenta os dedos de um lado para o outro e sem precisar falar
novamente eu já caio de boca, fazendo com que ela até arqueie seu corpo de
prazer.
Seguro sua bunda com minhas mãos afim de trazê-la para mais dentro da
minha boca chupando com vontade, sentido cada lambida fazer o tesão
aumentar, e chupo segurando sua buceta na minha boca.
__ Chega, não quero gozar na sua boca... Sai... – ela suplica em gemidos
que são ignorados por mim, eu nunca iria começar e parar.
Chupo querendo arrancar dela um orgasmo à força, mesmo ela relutante,
tentando inutilmente me parar.
Quando sinto que ela está gozando na minha boca, continuo a chupar,
mesmo sabendo que machuca pois está inchado e muito sensível, mas eu
quero que ela sinta essa dor prazerosa.
Quando ela para de tentar lutar e cai cansada na cama eu a viro de quatro
com brutalidade, rasgo sua calcinha e a preencho com força, ouvindo-a
gemer alto, com uma mistura de dor e prazer!
Meto com força, segurando seus quadris, puxando sua bunda contra o
meu pau, estocando fundo, enquanto ela grita e como punição pelo
escândalo que ela está fazendo, dou tapas fortes em sua bunda, capa tapa
deixa a marca da minha mão na sua pele e mais desejo de meter até chegar
no útero.
Eu amo ouvir ela gritar que tá gostoso, que é assim que ela gosta de ser
comida.
Que tesão da porra!
Não demora muito para gozarmos juntos e meu corpo cair exausto em
cima do corpo dela.
Assim que recupero o fôlego caio para o lado e segundos depois ela se
levanta, vai para cima de mim, com a bunda quase na minha cara e começa
a me chupar, com o rabo todo vermelho para cima e não resistindo ao prazer
que sinto quando ela coloca todo o meu pau até o fundo da sua garganta,
passo a língua em toda a sua bunda, acariciando onde eu bati, chupando sua
buceta encharcada com meu gozo, que eu detesto, mas não resisto em
chupar essa buceta gostosa, ainda mais quando ela coloca na minha cara.
Quando meu pau já está estalando de tanto prazer com ela me chupando,
ela se levanta e senta nele, sentando lentamente com aquela cara de safada
que só ela tem.
Levo minhas mãos para seus seios enquanto ela se movimenta para
frente e para trás, num ritmo lento e torturante, com os olhos fechados e
dentes fincados no lábio de forma sensual e aqui deitado, relaxado, num
tesão da porra, vendo minha mulher gostosa pra caralho cavalgando em
mim, não consigo deixar de me lembrar do quanto sou sortudo por ela ser
insaciável.
(...)
(...)
Lorenzo
(...)
De repente abro meus olhos e percebo que cochilei, mas vendo que está
tudo do mesmo jeito eu permaneço deitada, pensando no sonho ruim que eu
tive.
__ Confortável? — Pergunta uma voz grave de homem que me faz
sentar na cama lentamente, mesmo que por dentro eu esteja quase
infartando.
__ Não muito. — Digo fingindo estar calma, olhando para o homem
sentado na poltrona quase que ao meu lado e não me lembro dessa poltrona
estar aqui quando cheguei.
__ Posso saber o que uma mulher que não comi está fazendo na minha
cama? — pergunta me deixando paralisada.
__ Vim fazer uma proposta e... – Digo tentando me levantar, mas ele faz
um sinal com a mão para eu ficar como estou.
__ Você não manda em mim. — Digo calma, colocando a mão dele de
lado e me levanto sim.
Arrumo meu vestido e percebendo que estou sem meus sapatos eu os
pego e me sento na cama de forma elegante.
__ É o seguinte, minha prima nunca se casaria com você, tire seu
cavalinho da chuva. — Digo colocando meus sapatos da forma mais
sensual possível.
__ Mas, nós não queremos guerra...
— Nós quem?
A voz dele é tão grossa e amedrontadora que minha autoestima se
reprime, preferindo que ele fique calado.
__ Nós, mulheres Messina. — Digo me levantando indo até bem perto
das suas pernas e cruzo os braços em frente dele que permanece sentado na
poltrona, mas me olha dos pés à cabeça.
__ Então você é uma Messina, hum interessante...- diz soltando o ar do
charuto para o lado, mas sem deixar de me olhar.
__ Sou Aurora Messina...
__ E o que uma Messina está fazendo no meu quarto, mais
precisamente, na minha cama? — diz de forma provocativa e cruza as
pernas, e uma delas encosta na minha panturrilha.
__ Vim fazer um acordo. — Digo firme colocando minhas mãos no
encosto da poltrona, bem perto dele que ergue as sobrancelhas.
__ Como eu já disse minha prima não aceitará se casar com você, mas
minha irmã está disposta a fazer essa caridade.
__ Ah, ela está? — pergunta de forma provocativa e percebo que ele está
caindo na minha.
__ Amanhã, você vai propor ao meu pai um casamento com ela, quando
ela fizer dezoito anos. — Falo e me abaixo segurando nos braços da
poltrona, ficando bem perto dele, como se eu o fosse beijar, ciente de que
meu decote está o hipnotizando.
__ Até lá, volte para o buraco de onde saiu. — Digo de forma bem
sensual movendo meus lábios bem devagar, enquanto ele se concentra na
minha boca até que vou para seu ouvido.
__ Combinado? — pergunto sussurrando encostando bem de leve minha
boca em seu ouvido e ele apenas acena com a cabeça quando volto a
encará-lo quase encostando meus lábios nos seus.
Ando em direção à porta de forma elegantíssima, sabendo que o deixei
sem fala e de pau duro, pois eu pude ver o volume em suas calças quando
terminei de falar.
Quando saio do quarto dou de cara com vários homens que me olham
como se eu fosse uma puta e quando um põe a mão no meu seio, eu bato na
cara dele e abro novamente a porta atrás de mim, entrando de costas,
quando me viro vejo o Andreas fechando o zíper da calça com pressa.
__ Seu... Seu segurança me tocou. — Digo indignada e ele vem até mim
e me encara com a mão no seio e abre a porta onde encontramos todos os
seguranças que assim que o veem olham assustados.
__ Quem? – ele me pergunta, mas ainda olhando para os homens.
__ O com a cara vermelha. — Digo e vejo um sorrisinho quase
imperceptível no canto de sua boca.
__ Você decide o que fazer com ele. — Ele diz e o homem me olha feio,
acho que ainda pensa que sou uma qualquer e isso me irrita.
__ Arranque a mão dele. — digo e ele me olha impressionado e os
homens com medo, então saio passando por eles e vou em direção à saída,
não quero que ele saiba que tenho um quarto aqui.
Quando chego no saguão do hotel, vejo a Alice sentada num sofá e vou
até ela quase que correndo, respirando aliviada por ter passado logo por
aquilo.
__ Alice deu certo...
__ Não fale nada aqui, vamos embora. — Ela diz se levantando.
__ Mas e as minhas coisas?
__ Você tem 5 minutos para ir no banheiro e se trocar. — Ela diz
entregando minha bolsa e mais que depressa eu pego e vou para o banheiro
e rapidamente me troco, voltando a ser uma moça normal.
Lorenzo
Deitado com a Elena nos meus braços passeando os dedos no meu peito
me sinto muito bem e meu corpo relaxado como há muito eu não sentia.
__ Nesse tempo que ficamos... Distantes, você saiu com alguma outra
mulher? — me pergunta como quem não quer nada, como se caso minha
resposta fosse um sim, não a incomodaria.
__ O que você acha? — pergunto beijando sua cabeça.
__ Não faço a menor ideia. - diz pensativa.
__ Se eu disser que dormi com outra, o que você vai sentir? –‒ pergunto
a deixando um pouco desconfortável.
__ Dor... E decepção. — diz sem nem pensar, para minha surpresa.
__ Por que dor?
__ Porque dói saber que o homem que você ama dividiu a cama com
outra. — Ela diz sem receios e como é a primeira vez que ela diz que me
ama, fico surpreso.
Eu já sabia que nossos sentimentos eram recíprocos, mas ela nunca disse
que me amava assim, na minha frente.
__ Pois fique sabendo que desde o nosso casamento, eu nunca estive
com outra mulher e você é a única que eu quero na minha cama. — Digo e
me viro ficando por cima dela que sorri de forma meiga, parecendo estar
aliviada.
__ O dia que você tocar em outra mulher nunca mais você toca em mim.
— Ela diz firme e percebo que de uns tempos pra cá, ela mudou bastante,
talvez seja a convivência com minha mãe e irmãs.
__ Isso é uma ameaça? — pergunto rindo, mordendo seus lábios.
__ É uma promessa.
Em meio a esse clima de amor e ameaças, beijo sua boca com mais
ferocidade e aproveitando que a luz está apagada e a noite já caiu, vou
descendo beijando seu pescoço e chupando sua pele já arrepiada de desejo.
Vou descendo para seus seios e os chupo recebendo dela gemidos de
prazer apenas por eu chupar suas auréolas e chupo como se eu fosse uma
criança querendo leite.
Vou descendo bem devagar pela sua barriga e posso sentir que ela está
um pouco tensa, mas aí subo de novo para seus seios e vou descendo e
subindo fazendo com que ela relaxe e apenas curta.
Desço deixando pequenos beijos pela lateral de sua barriga, quadris e
vou descendo para a coxa, joelho e pernas, até chegar no seu delicado pé
onde chupo seu dedo e volto beijando, mas dessa vez a parte de dentro de
sua perna, quando chego na coxa, vou beijando de forma mais e mais suave,
subindo meus beijos até chegar no meu objetivo, e cuidadosamente apenas
deixo beijos suaves para que ela perca o receio.
Vou descendo meus beijos, sentindo seu corpo relaxar nas minhas mãos
e conforme vou beijando da sua coxa para sua buceta, aos poucos ela vai
gostando e gostando, até que começa a gemer baixinho, quase que
escondido, para que eu não perceba que ela está gostando muito.
Deixo minha língua sair da minha boca e dou uma discreta lambida na
sua entrada, percebendo que ela está toda molhadinha e sem mais receios
enfio minha língua recebendo dela um gemido mais alto e rapidamente ela
já está perdidinha de prazer enquanto eu como sua buceta com a boca.
Capítulo 44
Ignoro meu celular mesmo sabendo que é meu pai me ligando, pela
milésima vez e penso que ele é bem capaz de vir aqui, mas a Elena
esparramada na cama nua e a luz do sol entrando pela janela me dá uma
vontade de não sair do quarto e estender a noite de ontem para o dia inteiro
de hoje.
Puxo o edredom para cobrir seu corpo e ela chega mais perto de mim e
me abraça não só com os braços, mas também com as pernas.
__ Você não vai sair daqui. — diz preguiçosamente ainda com os olhos
fechados.
__ Infelizmente eu tenho que trabalhar, gostosa. — Digo apertando a
bunda dela que nem liga, apenas dá um sorrisinho.
__ Eu nunca te peço nada, vamos dormir até a hora do almoço pelo
menos. — diz abrindo os olhos sonolenta e ela me impedindo de sair da
cama, toda peladinha se esfregando em mim, tá fazendo meu pau ficar duro.
__ Já passou da hora do almoço bebê. — Digo beijando a boca dela, mas
somos interrompidos pela porta se abrindo e a Elena quase se enfia debaixo
do edredom.
__ Porra Lorenzo, preciso vir até aqui pra você atender o caralho do
telefone? — meu pai pergunta entrando no quarto e vai para o closet.
A Elena me olha perplexa e eu não aguento e dou risada da cara dela e
do fato dele estar puto chegando ao ponto de entrar aqui assim.
__ Vai, põe a roupa. — Ele diz nos pés da cama me jogando as roupas e
não estou acreditando que ele tá fazendo isso.
__ Pai eu tô pelado. — Digo e minha mãe que passava pelo corredor
olha a cena já que ele deixou a porta aberta e entra no quarto.
__ O que é isso Matteo?
__ O Lorenzo precisa descer agora, estou esperando há tempo demais.
— Ele diz e ela me olha querendo rir, então segura na mão dele e o puxa
para fora fechando a porta.
__ Meu Deus! Não acredito que acabei de passar por isso! – Elena diz
muito envergonhada querendo se levantar, mas eu a puxo e me deito em
cima dela prendendo suas mãos no alto da cabeça, a impossibilitando de
sair.
__ Ele vai voltar aqui, vai logo ver o que ele quer. — Ela diz, mas eu a
calo com meu beijo e sem enrolação, a preencho com meu pau.
__ Lorenzo... Para... – ela geme na minha boca se perdendo entre o
prazer e a razão.
(...)
Entro no escritório onde estão meus tios, a Giulia, o Andreas com alguns
homens dele, até mesmo o Francisco e meu pai e só de olhar pra cara dele
sei que está puto da vida comigo.
__ Eh que demora do caralho Lorenzo, tava fodendo né, só pode! — diz
meu tio impaciente.
__ Estava e da próxima vez que me atrapalharem, eu nem apareço. —
Digo e minha tia dá uma risada negando com a cabeça.
__ Bom, já que seu filho terminou de trepar, vamos ao que interessa. —
diz o Andreas virando o copo de whisky na boca.
__ Minha sobrinha não aceitou se casar com você Andreas, ela vem
treinando para a organização e não vai abrir mão disso para ir brincar de
casinha na Alemanha. — diz meu pai e o Andreas sorri olhando para a
Giulia que o encara quase que voando no pescoço dele.
__ É uma pena, eu me apaixonei quando ela quebrou meu dedo. — Ele
diz levantando o indicador.
__ Mas nós temos uma proposta para o seu pai e...
__ Matteo, eu vou aceitar o não da sua sobrinha, mas só tem uma
proposta que nos fará sair dessa de forma amigável. — Ele diz
amigavelmente enchendo novamente o copo de whisky.
__ Diga! — diz minha tia não dando a mínima para ele.
__ Casamento!
Esse cara deve ser muito idiota ao pensar que isso dará certo!
__ Sei que você deixa suas meninas escolherem e admiro, então quero
que você me dê a sua filha em casamento. — Ele diz fazendo meu pai quase
se engasgar e a raiva ser evidente.
Percebo, vendo meu pai tentar manter a calma, que ele está na posição
que meu tio estava e por conta disso terá que ter muito jogo de cintura para
não perder a cabeça, pois se ele não conseguir, além de uma guerra externa,
teremos a família dividida, pois meus tios não vão aceitar que ele livre
minhas irmãs, quando não livrou a Giulia.
__ Andreas, nós de uns dias para conversarmos sobre o assunto...
__ Não Lorenzo, já esperei demais.
Aurora
Estou aflita com a situação no escritório, já não bastava a aflição que foi
esperar o Lorenzo transar. Só de pensar no meu irmão fazendo isso me
causa ânsia.
__ Alice eu... – minha mãe entra com tudo no quarto e rapidamente a
Alice fecha o notebook e mesmo que eu esteja entregando tudo, minha irmã
disfarçou bem e minha mãe nem percebeu que estamos fazendo algo errado.
__ Aurora olha esse vestidinho lindo que eu comprei pra você. — Ela
diz me entregando o vestido verde com flores coloridas tomara que caia.
__ Anda, coloca. — Ela diz empolgada, então tiro minhas roupas e sutiã
e coloco o vestido me olhando no espelho admirando minha beleza.
__ Nossa, você está linda, eu sabia que ficaria perfeito! – ela diz me
olhando com tanta ternura que até me abraça por trás.
Minha mãe é um poço de carinho!
O vestido é curto e tomara que caia, mas não é muito apertado, é bem
verão e deixa minhas pernas bem à mostra. Ela solta meu cabelo, mas logo
alguém bate na porta e quando minha mãe diz para entrar é o Lorenzo e nós
estranhamos.
__ Aurora, o pai está te chamando no escritório.
Quando ele diz isso todo o sangue do meu corpo se esvai, me sinto até
com uma leve tontura.
Olho para a Alice que também está com medo e lamenta com o olhar e
sabendo que tô fodida eu vou, descalça mesmo.
Eu não costumo irritar meu pai, muito menos me intrometer nos
assuntos do trabalho dele, pois todos sabemos que podemos tudo,
absolutamente tudo, menos irritar meu pai.
Aquele desgraçado deve ter contado para ele que fui até o hotel e
provavelmente meu pai quer saber da minha boca, para não me matar
injustamente, mas de qualquer forma eu morro.
__ Aurora, você tá estranha, tá tudo bem? — o Lorenzo me pergunta
quando descemos as escadas.
__ Acho que minha pressão caiu. — Falo me concentrando nos degraus
da escada e quando entro no escritório e vejo todos, fico paralisada, então
olho para o Andreas que me dá uma piscadela e quando olho para o meu pai
esperando sua fúria, não encontro, ficando confusa, pois meu pai não sabe
disfarçar nada, principalmente a raiva.
__ Aurora, você certamente sabe sobre o pedido para casamento com a
Giulia do Andreas. — Ele diz e aponta para o Andreas, pensando que eu
não o conheço?
__ Bom filha, a Giulia recusou, e ele fez a proposta para se casar com
você...
__ Eu? — pergunto mais para o Andreas do que para o meu pai.
__ Quer dizer pai, eu? — pergunto para o meu pai que estranha, mas não
dá importância.
Ainda bem!
Mas pera aí, ele não contou sobre a minha visita e ainda não pediu a
Alice em casamento?
Que filho da puta! Eu não esperava por isso!
__ Filha, você não é obrigada a aceitar, assim como a Giulia não aceitou.
– Meu pai diz e fico tão chocada por ter sido pega de surpresa que até vou
para o sofá e me sento.
__ Bom Andreas, como eu disse minha filha não aceitou e a outra é
muito novinha, talvez possamos falar sobre isso daqui a alguns anos, mas
agora, já que você quer assim, te dou trinta minutos de vantagem, apenas
pelo fato de estarmos na minha casa e arrancar sua cabeça aqui seria imoral,
não por você, mas sim pela minha família. Em trinta minutos meu país
estará fechado e cada homem seu morrerá até o fim da...
__ Eu aceito! — digo e meu pai continua falando sem perceber.
__ Você o quê? — ele pergunta se levantando bruscamente incrédulo.
__ Eu aceito me casar com ele, mas tenho minhas condições! Primeiro,
você tem trinta minutos para sair do meu país com seus homens e assinará
um contrato no qual você se compromete a colocar todos os seus homens à
disposição da minha família sempre que meu pai solicitar! Segundo, toda
vez que alguma máfia estrangeira se levantar contra a Cosa Nostra, a sua
organização vai na frente, se colocando como escudo, deixando bem claro
que será nosso aliado, independente do que aconteça! – falo firme olhando
para o Andreas, deixando a mulher poderosa que nem existe, me dominar.
__ Eu aceito, então temos trinta minutos para nos casar aqui e já
estarmos no avião. — Ele diz olhando no relógio em seu pulso.
__ Aurora você ficou louca? — o Lorenzo me pergunta e o ignoro
saindo do escritório e quando a porta se fecha atrás de mim, sinto que vou
ter um infarto de tão acelerado que está meu coração.
Quando sinto a maçaneta da porta se mexer saio quase que correndo
para as escadas e quando entro no quarto da Alice fecho a porta e me
encosto nela respirando fundo, ela me olha com os olhos esbugalhados e sai
da cama correndo e me abraça, me pegando de surpresa.
__ Você foi tão corajosa! — ela diz ainda me abraçando e sinto um
conforto enorme quando envolvo meus braços em torno dela retribuindo o
abraço.
__ Eu tô morrendo de medo, agi por impulso, não quero mortes nem
guerra, mas não sei o que fazer, eu...
__ Calma! — ela diz me soltando.
— Por que você fez isso?
__ Porque não quero mais passar por aquilo, sei que a Giulia tinha seus
motivos, mas eu sempre soube que talvez um dia o papai pudesse me
propor isso, a tia Marie sempre me alertou. — Digo me sentando na cama.
__ Sim, ela sempre conversou sobre isso comigo também e sobre a
importância disso, mas você ainda pode matar o Andreas depois, eu vou te
ajudar. — diz me fazendo rir até que somos interrompidas pelo meu pai
abrindo a porta bruscamente e depois fechando.
__ Aurora por que você disse que aceitava, eu não tinha a intenção de te
fazer passar por isso nunca! — ele diz atordoado e nunca vi meu pai assim
antes.
__ Pai, eu não estou sendo obrigada, eu quero me casar com ele e fazer
essa aliança, não quero que você resolva as coisas matando tantas pessoas...
__ Você tá fazendo isso porque ficou impressionada com o que eu disse
para o Andreas, mas filha, não precisa...
__ Pai, nós sempre soubemos que um dia teríamos que nos casar e não
seria por amor. — A Alice diz e ele nos olha com uma mistura de culpa
com ternura, quase chorando e isso corta meu coração.
Eu abraço meu pai e a Alice faz o mesmo e acabo de me arrepender por
não ter passado mais tempo nos braços fortes do homem que mais amo
nessa vida, que me parece estar chorando.
Depois de um longo abraço a Alice diz brincando que é para eu parar,
pois ele é só dela, apenas para amenizar a situação e meu pai dá uma
risadinha limpando as lágrimas.
__ Quando foi que você cresceu, se tornou uma mulher que eu não
percebi? — ele pergunta limpando minhas lágrimas de forma tão carinhosa
que me leva até a fechar meus olhos.
__ Pai eu... – o Lorenzo diz entrando o quarto, mas quando vê nosso
momento de carinho se cala com pesar.
__ Você vai mesmo se casar com o Andreas só por conveniência? — ele
me pergunta ainda não acreditando.
__ Você não se casou por conveniência e está vivo até hoje!?- pergunto e
ele concorda e vem me abraçar também.
É tão bom ter o carinho dos homens da minha vida que me sinto muito
mais forte, confiante e se eu tinha alguma dúvida de que fiz a coisa certa
não tenho mais.
Depois de todo o carinho com meus irmãos e meu pai, chega à parte
mais difícil minha mãe, e meu pai sabendo disso já sai com ela assim que a
mesma aparece no quarto e fica confusa com todo o nosso carinho.
Minha tia aparece no quarto e me abraça com ternura dizendo estar
orgulhosa de mim e me garantindo que eu não preciso me preocupar pois
eles vão garantir que me tratem bem. Ela me diz que infelizmente eu tenho
que ir agora com o Andreas, mas ela já até tratou das coisas do casamento e
em alguns dias eles estarão na Alemanha para o meu casamento.
Vou para o meu quarto e lá está minha mãe sentada na minha cama
chorando com uma peça de roupa minha, como se eu tivesse morrido e isso
me dá muita pena, pois ela sempre me disse que eu me casaria por amor,
nem que fosse a última coisa que ela faça em toda a vida dela.
__ Mãe... – falo a abraçando enquanto limpo as lágrimas dela que caem
feito cachoeira.
Capítulo 45
Ver minha mãe chorar tão sentida assim me mata por dentro e eu
queria muito poder mudar as coisas só para ver novamente o sorriso que
estava no rosto dela há pouco.
__ Por que filha... Não precisa disso! — ela diz chorando tanto que
chega a me causar mal.
__ Mãe, nós estamos predestinadas a isso desde que nascemos. — Digo
com carinho.
__ Não, você não, seu pai me prometeu e eu fiz de tudo para que você
não se envolvesse com isso, filha.
__ Eu sei mãe, e te agradeço, eu pude paquerar, flertar, desfilar e até
trabalhar, mas eu sou filha de um Capo, nossa família vive disso e isso
nunca mudaria mãe, independente de tudo que você fizesse, eu nunca iria
poder ver alguém na rua, me envolver, namorar e me casar, pois poderia ser
alguém apenas querendo prejudicar nossa família, eu sempre tive medo
mãe...- digo vendo ela tentar limpar as lágrimas tentando se mostrar forte.
__ Mãe se o meu pai propôs esse casamento para a Giulia e pra mim, ele
sabe que o Andreas não é nenhum louco, eu confio nele, ele jamais me
colocaria em risco. - Digo e ela concorda.
__ Eu sei filha, sei que seu pai sabe o que faz, mas não era isso que eu
queria pra você. — diz sorrindo entre as lágrimas e só de olhar pra esse
sorriso, posso imaginar o que ela sonhou para mim e não tenho dúvidas de
que é algo lindo e maravilhoso.
__ Mãe, você nunca me perguntou o que eu sonhei para mim, ou o que a
Alice sonha para ela, eu já estou traçando meu destino, mas a Alice ainda é
jovem e merece sua ajuda. — Digo e ela concorda me abraçando forte.
Minha tia entra no meu quarto e começa a arrumar minha mala, dizendo
que é só para um dia, amanhã minhas coisas estarão lá e isso faz minha mãe
chorar ainda mais.
Depois de muito carinho com a minha mãe e toda a minha família, até
mesmo a Elena veio no meu quarto me abraçar, dizendo que sem dúvidas eu
me sairia muito bem pois sou a mulher mais forte que ela conhece, me
fazendo rir.
Me arrumo e desço as escadas com a máscara de forte e com as palavras
da Elena me dizendo que eu era uma Messina e deveria colocar um belo
sorriso no rosto, assim eu desço linda e plena, com a minha mãe ao meu
lado, encontrando todos na sala.
__ Vinte minutos atrasada, quebrou nosso contrato. — o Andreas diz
olhando no relógio me deixando com raiva.
__ Andreas, escuta bem minhas palavras, se você machucar minha filha
ou deixá-la desconfortável, mesmo que seja depois do casamento, eu jogo
essa porra pra casa do caralho e te queimo vivo naquele maldito touro! —
meu pai o ameaça como nunca o vi ameaçando alguém antes.
__ Se ele sequer pensar, eu o mato enquanto dorme papai, não se
preocupe. — Digo abraçando meu pai que me aperta forte num abraço.
(...)
Antonella
Uma das coisas mais difíceis que tive que fazer foi ver minha filha sair
de casa para se casar com um estranho, parecia que eu estava revivendo o
passado, mais precisamente o meu passado.
O Matteo conversou comigo a noite inteira e mesmo que pouco, me
aliviei em suas palavras que me garantiu que ele é um bom homem, caso
contrário não entregaria nossa garota. Levando em consideração que ele
nunca colocou nossa família em risco, ou mentiu para mim, preferi acreditar
nele.
Meu medo era que ela passasse pelo que eu passei, porém, a Marie
muito calmamente me lembrou que ela é filha do Matteo Messina e homem
nenhum que o conhece seria tão imbecil a ponto de comprar guerra com ele
ainda mais depois de um contrato milionário de casamento como esse, o
qual qualquer máfia no mundo inteiro sonha em conseguir.
Independente da minha tristeza e decepção, tenho um compromisso que
não posso deixar para depois.
Encontro a Elena na sala ainda muito apreensiva com o dia de hoje e o
medo que ela exala me faz ter ainda mais força para continuar.
__ Ane, ainda não estou convencida disso, acho melhor deixar pra lá...
__ Tem algumas coisas que quero que você saiba antes de sairmos. —
Falo saindo com ela para o carro.
Já no carro e com a Marie dirigindo começo a contar para ela tudo que
descobrimos sobre a madre superior do convento o que faz a Elena se
encher de compaixão pelas crianças que ainda sofrem com essa lunática e
depois de contar tudo, ela me diz que precisamos intervir e era isso que eu
queria dela.
Chegamos no local e pego na mão dela que está muito tensa, mas meu
gesto a faz sorrir para mim de forma meiga então a abraço, dizendo que
hoje é o dia de libertar a garotinha ruiva do convento, o que a faz dar uma
risadinha.
__ Olá senhora Messina, é um enorme prazer recebê-las! — diz a madre
superior geral que é uma grande amiga minha, já que estamos sempre
trabalhando juntas em obras sociais, obras essas que pretendo incluir a
Elena que já mostrou grande interesse e vocação.
A madre Rosário aceitou com prazer me mostrar o convento, já que ela é
responsável superior de todos os conventos e orfanatos.
Entramos e a Elena parece perdida em pensamentos, porém está firme e
decidida a continuar.
Antes de tudo, ela nos diz que vamos conhecer a madre que cuida do
local, então somos conduzidas para uma sala onde esperamos com um belo
chá.
__ Tô ficando impaciente já, quando posso quebrar a cara da ordinária?
— Marie me pergunta e a Elena arregala os olhos.
__ Brincadeirinha querida! — ela diz tranquilizando a Elena.
Logo a madre Rosário entra com mais três senhoras e quando elas se
sentam na nossa frente ela parece ficar petrificada com a presença da Elena.
__ Senhora essas são...
__ Madre, peço desculpas, mas não fui sincera com o real motivo dessa
visita. — Falo e ela me olha atenta, se sentando à nossa frente, parecendo
até perceber o terror nos olhos da mulher ao me olhar.
__ Eu sou Antonella Messina, essa é minha prima Marie Messina,
esposa do Giulliano Messina, você o conhece muito bem, não é? —
pergunto para a mulher à minha frente que mal consegue abrir a boca.
__ Essa é Elena Messina, esposa do meu filho mais velho e herdeiro de
um império... É, o mundo dá voltas, heim! — falo e ela olha para a Elena
perplexa.
__ Senhora, eu não sei o que ela te disse, mas é mentira! Ela é
mentirosa, sempre foi, a senhora não sabe o demônio que abriga e...
__ Cale-se!!!- grito batendo na mesa fazendo todas, inclusive a Elena,
darem um pequeno pulo e dos seus olhos o medo transborda, menos a
Marie é claro.
__ Lave sua boca com sabão antes de falar de um Messina, sua imunda!
— digo com raiva, essa mulher teve o azar de me ver no dia de hoje, onde
tenho tanta raiva dentro de mim e ninguém para extravasar.
__ Madre vim fazer uma denúncia. Meu marido investiu milhões nesse
lugar para garantir a educação e bem estar da Elena que morou aqui por
dezoito anos, mas não recebeu nem mesmo o básico que as outras crianças
recebem! Nosso advogado investigou e deduzimos que todo esse dinheiro
foi para a conta dessa mulher que além de estar rica, ainda trabalha com
tráfico de crianças!- a Marie diz entregando os documentos para a Madre
Rosário que mais que depressa os pega e quando vê as fotos coloca as mãos
na boca tamanho o espanto com o conteúdo, onde fiz questão de pegar até
as piores fotos, de crianças que foram até mesmo parar em sites de
pornografia infantil, tudo com a ajuda da mulher que sabia que a Elena
custaria muito dinheiro, mas graças ao Giulliano não poderia ser mais uma
de suas mercadorias.
Essa mulher me enoja e o fato dela se jogar nos pés da madre pedindo
perdão, dizendo que se arrependeu e que Deus já a perdoou me faz ter ainda
mais raiva, então me levanto bruscamente, vou até ela arrancando seu véu
com toda a minha força e a puxo pelo cabelo.
__ Senhora, por favor aqui é a casa de Deus, não leve para esse lado! —
a madre Rosário se apressa desesperada com a minha atitude.
__ Levar para esse lado? Minha nora passou a vida inteira sendo
espancada por essa vagabunda nojenta, mesmo que eu esfole a cara dela no
chão, ainda será pouco! — falo com tanta raiva que sinto minha boca
salivar de ódio.
__ Olha pra mim, sua desgraçada! — falo entre os dentes com minha
mão segurado em seus cabelos com toda a minha força, forçando-a a me
encarar e ver o medo em sua face me faz pensar em quantas vezes que ela
fez isso com a Elena e sabe-se lá quantas outras crianças.
__ O que você tá sentindo agora é o que crianças indefesas sentiram! —
Falo e cuspo na cara dela.
Mesmo a humilhando não me sinto satisfeita, muito pelo contrário sinto
impotência!
Devido ao horror dos demais e a Marie que percebendo minha
frustração, me disse para irmos para o plano B, então decidi largá-la.
(...)
Chegando em casa converso com o Francisco explicando para ele a
situação e peço para que ele procure um bordel especial para ela que espera
no porta malas, de preferência o bordel mais barato, deixando claro que os
serviços dela deve ser oferecido por no máximo 5 euros.
Capítulo 46
(...)
Acordo e vendo que ele não veio para a cama, olho no relógio e vejo que
são quase nove horas da manhã.
Será que ele veio e eu nem percebi? Isso é bom, pois significa que ele
não vai voltar atrás com sua palavra de esperar.
Desço para o café da manhã e o Axel me diz que o Andreas saiu com o
pai dele e os irmãos, a Ângela está com a Mia na biblioteca então seríamos
só nos dois e achei ótimo.
Um pouco de normalidade cai bem!
Conversamos bastante sobre muitas coisas e ele me disse que não se
envolve nos assuntos profissionais do pai e os irmãos, diz que prefere viver
a vida normalmente, como um ser humano normal e se eu já tinha gostado
dele, sabendo disso gosto mais ainda, pois me identifico.
Depois do café e o fato da casa estar mais vazia, aproveito para dar uma
explorada por aí percebendo que eles não são nada bons com decoração de
ambiente, já que é tudo bem escuro e antigo, fora o fato de ser tudo rústico,
com peles e cabeça de animais empalhados para todos os lugares.
Sem querer acabo entrando na biblioteca e encontro muitas estantes
enormes de livros, parecendo que ela tem uma escada que desce levando a
outra parte que mais parece uma mini escola e escuto a voz da Ângela,
então me escondo entre as prateleiras, vendo através de uma brecha entre os
livros.
__ Vou falar só mais uma vez! — ela diz de forma autoritária para a
menina que parece querer chorar.
__ O que está escrito aqui? — ela pergunta pausadamente, sem
paciência alguma.
__ Mamãe eu...
__ Cale a boca!!!- ela grita batendo na mesa e até eu me assustei.
__ Está escrito mamãe aqui? — pergunta entre os dentes e a menina
nega deixando as lágrimas caírem.
__ E eu já disse que não sou a maldita da sua mãe! Não me chame
assim! — ela diz furiosa puxando o cabelo da menina que chora em silêncio
concordando.
__ Meu Deus mulher, você é louca? — pergunto saindo de trás da
prateleira e ela até dá um gritinho de susto.
__ Você não tem o direito de entrar aqui, saia! — diz furiosa.
__ E quem limitou o meu espaço? Você? — pergunto e ela bufa.
__ Mas eu vou sim e vou levá-la comigo, vamos Mia! — a chamo, mas
a menina me olha com medo e não sai do lugar.
__ Saia, ela não quer ir com você! — ela diz e eu até tenho vontade de
sair pois só a presença dessa mulher me enoja, mas não posso deixar a
menina aqui apanhando com ela. Vou até a menina e a pego no colo, vendo
que ela está com tanto medo que está tremendo.
Saio da biblioteca com ela no colo ouvindo os gritos da Ângela atrás de
mim e quando chego na sala com a menina no colo, encontro o Andreas e o
pai dele, que me olham sem entender.
A Mia, vendo o Andreas, desce do meu colo e corre para o colo dele.
__ Essa intrometida não me deixou continuar a aula com a Mia, diga
para ela não entrar na biblioteca pois sou eu que uso o lugar! — ela diz para
o pai do Andreas que a encara como se perguntasse se ela fala sério.
__ Vamos Mia, a aula ainda não acabou! — ela diz e a menina enfia a
cabeça no pescoço do Andreas como se estivesse se escondendo.
__ Não, ela estava torturando a menina, por isso eu a peguei, não...
__ Cale a boca! Mia venha agora mesmo! — ela diz firme e a menina
mesmo triste vai com ela, sem nem mesmo me olhar e fico incrédula com a
cena das duas saindo da sala.
__ Mas...
__ Aurora, não chegue perto da minha filha! — o Andreas diz e sai, me
deixando perplexa e magoada pois eu só queria ajudar.
__ Não tente mudar as coisas tão rápido assim. - o pai dele me diz em
forma de alerta, como se soubesse que só quero ajudar.
Volto para o meu quarto me sentindo mal pois além de saber que ela está
judiando da menina, o Andreas ainda me diz para não chegar perto da filha
dele, filha essa que até esse momento ninguém nunca me disse que existia.
Decido não sair do quarto, pois me senti mal por ter me intrometido,
mesmo que com boas intenções, ainda me sinto envergonhada e sabendo
que eu não vou jantar pois ninguém vai vir trazer, depois do banho, vou até
a cozinha, no caminho vejo a sala de jantar e mesmo sem que eles me
vejam, vejo que a Mia está jantando com eles, faço um prato e como lá
mesmo, com as empregadas assustadas me olhando.
__ Senhora é mais apropriado que a senhora coma na mesa de jantar. - A
empregada diz cheia de dedos.
__ Qual o seu nome? – pergunto
__ Florença, senhora.
__ Meu nome é Aurora, me chame assim tá bom e comer na cozinha é
bem mais gostoso, não acha? — pergunto pegando a coxa de frango com a
mão e ela sorri com as outras empregadas dando uma risadinha, mas
imediatamente param quando o Andreas entra na cozinha e se senta na
minha frente.
A empregada coloca um prato de comida para ele, que começa a comer e
me olhar. Eu continuo a comer com a mão até que me irrita a presença dele.
__ Por que tá comendo aqui? — me pergunta também comendo a coxa
com a mão.
__ Sua filha está na mesa, você não me mandou ficar longe dela!?- digo
fingindo ser indiferente.
__ Não leve para o coração. — diz em tom de brincadeira e continua a
comer até que termino e coloco meu prato na pia, lavo minhas mãos na pia
da cozinha mesmo e saio, indo para o quarto.
Chego no quarto e coloco a camisola, escovo os dentes e cabelos e antes
mesmo que eu saia do banheiro o Andreas entra, tirando as roupas e liga o
chuveiro.
Saio do banheiro quase que correndo e vou para a cama me cobrindo já
com um frio na barriga, torcendo para ele manter a palavra e não avançar os
limites comigo.
Fico vendo vídeos bobos do TikTok e quando percebo ele já vem
deitando e nem vi se ele está com, ou sem roupas.
Desligo meu celular e no completo escuro me cubro até o pescoço
sentindo-o me puxar para perto dele, tento não contestar e fingir que não tá
acontecendo nada, mas logo sinto seu membro ereto na minha bunda e me
mexo tentando sair.
__ Quanto mais você se mexe, mais me excita. — Sussurra no meu
ouvido, me abraçando pela cintura.
__ Ainda não somos casados, a cerimônia...
__ Eu já disse que vou esperar você estar pronta, mas quero um pouco
de brincadeira, pelo menos um beijo daquele de ontem... – sussurra vindo
pra cima de mim e mesmo no escuro posso ver que ele está me encarando
como se esperasse eu o beijar.
__ Espero que você tenha palavra. — Digo colocando minha mão em
sua nuca, o puxando para um beijo no qual sou eu quem quase o está
engolindo e até que gostei da sensação de pegá-lo de surpresa.
Confesso que não está tão ruim assim o beijo longo e intenso que
estamos trocando, e vendo que quanto mais eu domino o beijo, mais eu
gosto e me sinto no controle da situação, como se quanto mais eu mostrar
que sei o que tô fazendo, mas ele vai entender que sou eu quem decide até
onde vamos.
Ele passeia as mãos pelo meu corpo e sobe minha perna apertando
minha coxa e até pela minha panturrilha e pé ele passeia a mão, até que
decido ser mais ousada e dar o cheque mate nele.
Sem parar o beijo e nem sabendo como consegui fazer isso, eu o deito
na cama e fico por cima, percebendo que ele está surpreso com a minha
ousadia e desço o beijo lentamente para seu queixo, enquanto ele aperta
todo o meu corpo por dentro da camisola, até que ele a tira fazendo um frio
se formar no meu estômago.
O negócio está bom, por mais que eu esteja sentada em cima do órgão
dele que me cutuca por cima da calcinha, ele não está tentando me penetrar
e isso me deixa relaxada, com seus toques me causando sensações
prazerosas.
Ele se senta, me pegando de surpresa, chupa e beija entre meus lábios e
pescoço, e vai descendo, até que começa a chupar meu seio, onde eu até
tento pará-lo, mas além de não conseguir quando ele me chupa, eu acabo
soltando um gemido que o faz me apertar ainda mais.
Em um movimento rápido, ele me levanta e me joga na cama, ficando
por cima novamente, mas continua a chupar meus seios me fazendo
contestar, mas quando abro a boca para pedir que ele pare, minha voz sai
como gemidos que apenas o faz chupar mais forte e vai descendo para a
parte inferior dos meus seios.
Com uma das mãos ele aperta minha coxa e leva a mão para a minha
vagina e mesmo que eu tente fechar as pernas não consigo e me surpreendo
percebendo que estou gostando da sensação nova que estou sentindo.
Ele vai descendo chupando minha barriga com uma mão massageando
meus clitóris e outra no meu seio, enquanto minha dignidade me manda
puxá-lo e assim eu tento, mas ele não vem e eu também não quero, até que
do nada, sem eu acreditar ele coloca a língua na minha vagina, e a sensação
de que tem borboletas voando desesperadamente no meu estômago me
fazem encurvar com as sensações alucinantes que estou sentindo com ele
me chupando e tirando minha calcinha.
Ele sobe me beijando deixando na minha boca um gosto doce e peculiar
da minha vagina, que por incrível que pareça é bem excitante.
Me beijando, percebo que ele coloca a mão no órgão e posiciona
passando na minha vagina, fazendo aquela sensação alucinante querer
voltar.
__ Você disse que ia esperar...- digo gemendo com a boca na dele.
__ E esperei... Esperei você ficar pronta e agora você está... Tá
molhadinha... – diz com uma voz rouca e tão sensual que me faz até chupar
seu lábio com meu beijo.
Não me reconheço!
__ Não podemos... a cerimônia... Não somos casados
__ Só a cabecinha... – sussurra colocando um pouquinho e eu acabo
gemendo alto na boca dele que dá uma levantadinha para me ver melhor e
mesmo quase não conseguindo ficar com os olhos abertos posso ver sua
cara de luxúria e desejo.
__ Porra que buceta apertada... Só mais um pouquinho... – diz se
movimentando lentamente me deixando louca.
__ Tô doido pra te foder até você não conseguir andar! — diz chupando
meu lábio enquanto luto para abrir os olhos.
__ Quer que eu continue? Fala... Me pede...
__ Quero... Eu quero... – sussurro na boca dele que enfim coloca tudo,
fazendo uma dor forte se formar na minha vagina que me faz fincar minhas
unhas em seus braços.
__ Machucou? — pergunta sem se mexer.
__ Sim, tá doendo...
__ Tenta relaxar a musculatura que já vai passar. — diz beijando meu
pescoço massageando meu seio sem se mexer lá embaixo e aos poucos a
dor vai diminuindo e volto a sentir prazer com ele voltando a se
movimentar lentamente.
Estou sentindo tanto prazer que puxo o tronco dele para mais perto do
meu quase que num abraço e minhas pernas passeiam pelas suas. Com os
olhos fechados e os movimentos lentos de entra e sai, sinto algo muito
maior do que tudo que já senti, se formar na minha pelves e uma vontade de
gemer ainda mais alto, que eu não consigo controlar, apenas tento tapar
minha boca no seu pescoço e quando ele começa a colocar mais rápido e
com um pouco mais de força, me perco no prazer até que ele me segura
empurrando com força e depois de segundos relaxa o corpo caindo em cima
de mim.
Ele estica o braço e acende o abajur, levantando o tronco, abro os olhos e
olho para ele que está todo suado e me sinto envergonhada por tudo o que
fizemos.
__ Vai doer um pouquinho. –‒ diz e tira o membro de dentro de mim,
colocando na minha barriga, onde vejo que está com sangue e apesar da
vergonha me pergunto como tudo isso coube dentro e mim?
Quando ele se levanta e me sento sinto uma ardência terrível e quando
me levanto sinto um líquido sair de dentro de mim e na mesma hora coloco
minha mão, vendo uma mistura do que parece ser clara de ovo na cor de
leite condensado, com sangue e olhando para os lençóis, vejo também
bastante sangue e me assusto, sempre pensei que eu seria daquelas que
quase não sangram na primeira vez, mas vejo que não.
__ Também está surpresa? — ele pergunta aparecendo e tira os lençóis
da cama, vendo que até o colchão está sujo e quase morro de vergonha me
enrolando no edredom que ele jogou no chão.
__ Agora sim eu acredito que você era virgem. — diz em tom de
brincadeira virando para mim que estou preocupada pois nunca ouvi falar
que saía tanto sangue assim.
__ Se você não fosse eu ia te devolver.
__ Você... Você disse que ia esperar, nós não casamos ainda, e se
acontece alguma coisa que impeça o casamento? — digo furiosa e ele
parece nem ligar.
__ Na verdade ainda estou pensando se quero mesmo me casar com
você.
__ Cretino!
__ Agora vai tomar banho que vou mandar virem trocar o colchão e
entregar o lençol para o meu pai, pra no dia do casamento a gente mostrar
pra todos que você realmente era virgem. — Ele diz pegando o telefone na
mesinha.
Eu acreditando nele corro para impedi-lo e acabo deixando o edredom
cair.
__ Faz isso e eu mato você enquanto dorme! — digo pegando o telefone
o colocando no gancho e ele me pega por trás, me amassando nele e aperta
meu corpo no dele, chupando meu pescoço parecendo ainda querer fazer
sexo comigo.
__ Não me provoca gata, vai lavar a bucetinha antes que eu acabe te
comendo assim mesmo. — diz me soltando e vou para o banheiro trancando
a porta atrás de mim.
Entro no chuveiro e a água faz minha intimidade arder, e pensando sobre
isso, acho que o motivo é o tamanho do órgão dele, esse é o motivo pelo
desastre que foi o pós sexo na minha primeira relação sexual.
Entretanto, o ato em si foi muito bom, senti muito prazer e queria que
tivesse durado mais, as carícias e todo aquele contato pele com pele causa
uma sensação de luxúria e desejos que eu nunca experimentei antes.
Termino o banho e saio de roupão vendo que a cama já está devidamente
arrumada e ele não está no quarto, o que ao mesmo tempo que é
reconfortante, é também decepcionante e não entendo o porquê de estar
sentindo isso.
Me deito na cama e vejo que ao lado da cabeceira tem um copo de água
e um comprimido e me lembro muito bem que não estava e mesmo que eu
pense que talvez seja para mim, prefiro não beber até que ele volte para o
quarto e me diga se é para mim ou não.
Acordo com a luz do sol entrando pela janela e como é a primeira vez
que isso acontece desde que cheguei, fico até mais contente.
Percebo que o Andreas não dormiu aqui e aparentemente está tudo como
estava antes quando fui dormir.
Onde será que ele dorme? Até hoje ele nunca dormiu aqui, mas me disse
que esse era seu quarto.
Quando saio da cama, sinto uma dor forte no pé da barriga, e quando me
sento para fazer xixi quase não aguento a ardência e corro para o chuveiro,
tomo banho e me lavo novamente.
Volto para a cama e como estou com muita dor, decido deitar com um
travesseiro pressionando minha barriga e acabo sentindo sono novamente.
Acordo de novo e de novo, sem a menor vontade de sair da cama e ainda
deitada vejo o copo de água e mais dois comprimidos, mas apenas me viro
para o canto e fecho meus olhos.
Acho que estou um pouquinho decepcionada com a minha primeira vez.
Por mais que fosse nessas circunstâncias, eu pensei que ele pelo menos
estaria por perto.
A Elena me contou como foi a primeira vez dela com o meu irmão e
achei que ele foi um belo cavalheiro com ela, esperando por semanas, e
ainda a ajudando com um pano quente para amenizar a dor, sem contar os
cuidados que ele teve na semana inteira. Me lembro que eu disse que queria
que a minha fosse assim também, com alguém que se preocupasse comigo,
mas já passa das dezoito horas e desde ontem ele nem se deu ao trabalho de
me perguntar como estou me sentindo, ou se foi bom para mim.
Capítulo 48
Acordo com uma fome fora do comum, mas sinto meu corpo pesado e
percebo que estou nua. Me mexo com dificuldade sentindo um braço
pesado em cima de mim e quando me viro vejo o Andreas de olhos abertos
me encarando.
__ O que aconteceu, como eu vim parar aqui? — pergunto e ele me puxa
pra mais perto dele e sinto que ele também está nu.
__ Eu te trouxe, você estava bêbada e me implorou pra subir com você,
mesmo eu querendo aproveitar a festa que me custou uma fortuna. — diz
me deixando confusa, tentando buscar na minha mente algo que me faça
lembrar disso.
__ Cadê minha família, que horas são? — pergunto confusa.
__ Seus pais e seus tios foram para o hotel, o restante está todo aqui. —
diz me deixando aliviada.
__ Eu não transei com você, eu com certeza me lembraria. — Digo,
percebendo que não estou com dor nenhuma e ele sorri me puxando para
me deitar embaixo dele, sentindo seu órgão em mim e o fato do meu ser
estar gostando de estar aqui com ele, me faz mal.
__ Sim, eu não transei com você, mesmo com você me provocando. —
diz me beijando e vai descendo beijando meu pescoço me fazendo começar
a sentir tesão e desejo.
__ Sai, não vou fazer sexo com você! — digo tirando-o de cima de mim
que sai frustrado, mas sem contestar.
__ Gata não precisa ter ciúmes, eu sou seu marido, elas não passam de
prazer! — diz me deixando enojada e me levanto, não dando a mínima por
estar nua.
__ Então vai procurar prazer na cama delas, não tô afim de dividir
homem com ninguém! Quem me garante que essas mulheres não tem
alguma doença!? – falo e ele ri.
__ Você não quer me dividir é isso? — pergunta convencido me
deixando furiosa.
__ Sabe Andreas, acho que ainda não caiu sua ficha, sou uma Messina!
Mulher demais pra homens como você, acho que você deveria ter casado
com uma mulher qualquer do seu nível, assim como seu irmão fez. Você só
teve sorte de apostar grande e conseguiu seu contrato de ouro, mas isso
acabou! — digo o calando e humilhando ao mesmo tempo.
__ Como assim acabou? — pergunta vindo atrás de mim no closet.
__ Nosso casamento é só um contrato, transamos antes do casamento e
acabou, não vai ter mais intimidade entre nós, não posso correr o risco de
pegar alguma doença, já que a qualquer momento pode aparecer alguém
mais interessante que você, propondo um contrato mais vantajoso, então
vou me manter saudável. Pode continuar sua vida normalmente, transando
com outras que não dou a mínima, apenas finja que não estou aqui! – digo
colocando o robe e saio do quarto me sentindo bem pra caramba ao dizer
isso.
Me sinto um pouco culpada por ser tão esnobe, mas ele tem que
entender que não sou uma mulher qualquer para ele me tratar como me
tratou.
É um absurdo um homem ter uma mulher como eu, e sair com
prostitutas que são pagas para satisfazê-los, isso significa que eu valho
menos do que elas e isso é humilhante.
Talvez eu esteja exagerando, mas independente do tempo que nos
conhecemos, ele deveria pelo menos estar empolgado comigo, mas sua
atitude fez com que eu me sentisse uma qualquer, e isso sei que não sou.
Chego na cozinha e pego na geladeira algumas coisas, faço um prato e
como tudo, bebendo uma latinha de cerveja, não que eu goste, mas estou
com sede e fome.
Depois de comer e ir ao banheiro da sala decido procurar minha prima,
já que ainda é madrugada, vou dormir com ela coisa que eu sempre amei
fazer.
Vou para o meu quarto e encontro o Andreas ainda deitado na cama,
com uma cara horrível.
__ Qual o quarto da minha prima? — pergunto com os braços cruzados.
__ É melhor você não ir, mas ela está na porta da frente. — diz ainda
mal humorado e saio do quarto, entrando bem devagar no quarto da frente.
Vou até a cama na ponta dos pés e chegando lá me assusto ao ver a
Giulia deitada com os seios de fora com o Max abraçado nela.
Os dois estão intimamente abraçados e dormindo parecendo estar
cansados e até coloco minha mão na boca para não ouvirem minha
respiração acelerada.
Saio do quarto quietinha, perplexa com a cena que acabei de ver.
Entro no quarto e fico uns segundos encostada na porta ainda em choque
com o que vi.
Olho para a cama e está vazia, então pensando que o Andreas já saiu do
quarto, vou para a cama tiro meu robe e me deito ainda confusa, pensando
no que aconteceu para a Giulia acabar na cama de um homem assim.
__ Eu disse pra você não ir. — Ele diz saindo do closet e vem para a
cama apagando a luz e me viro para o outro lado afim de dormir logo.
Ele me puxa para seu corpo e eu tento me soltar, mas ele é muito forte e
me prende com força usando os braços e pernas para me prender.
__ Não vou servir pra te esquentar, não me trate como sua prostituta! —
digo nervosa e ele vem pra cima de mim e ainda me prendendo liga o abajur
olhando bem no fundo dos meus olhos.
Ele me beija e não retribuo, tento tirá-lo de cima de mim a todo custo e
ele além de não ceder, ainda rasga minha calcinha e a puxa jogando longe.
__ Não faz isso, eu já disse que não vou transar com você! — digo puta
da vida.
__ Eu sei, relaxa não vou transar com você. — Ele diz me beijando com
mais calma e conforme vou relaxando ele vai diminuindo o aperto.
__ Você não é uma prostituta... Eu sei que você é uma mulher de outro
nível, não vou te tratar como as trato nunca. — Sussurra me beijando o
pescoço, seu órgão está encostando na minha entrada e ele cuidadosamente
me penetra, sem eu esperar, pois, ele disse que não ia fazer isso.
__ Você... Disse que não ia... – tento dizer em meio ao que estou
sentindo.
__ E não vou... – sussurra se movimentando enquanto me beija devagar
acariciando meu rosto, como se tocasse algo raro.
__ Tô fazendo amor com você...- quando ele diz isso meu corpo relaxa
ainda mais e como se eu me abrisse para ele, sinto que ele me penetra mais
forte.
__ Eu nunca fiz isso com uma mulher qualquer... Você é gostosa...
Audaciosa... Todo mundo te queria naquela festa... Eles me invejavam...
Você é minha... Não vai ser de mais ninguém...
Todas as suas palavras me fazer gostar ainda mais do ato, me deixam
com mais desejos e me fazem gemer a cada cutucada dentro de mim.
__ Você não me merece. –‒ Digo gemendo.
__ Eu sei...
__ Você me deixou sozinha... Sabendo que eu precisava de você por
perto... – digo mordendo o lábio dele com força.
__ Eu sei... Será que ainda dá tempo de voltar atrás?
__ Não, não dá! — digo e o empurro deitando-o na cama, mas ele não
sai de dentro de mim me segurando pela cintura e fico por cima, sentindo
uma dor forte no pé da barriga que me impede de me mexer e com um
desejo mais forte ainda, então ele prevendo que não consigo, se senta e a
dor diminui.
__ Ainda não, vai te machucar...- sussurra abraçando meu corpo
mexendo minha cintura, me impulsionando a ir para frente e para trás e
assim eu faço sentindo muito mais prazer que antes o que me faz gemer na
boca dele enquanto o abraço com meus braços e pernas e ele segura firme
na minha bunda me ajudando.
Logo sinto como se meu corpo fosse explodir, como se minha vagina
estivesse se derretendo e um fio de energia passasse por todo o meu corpo.
__ Tá quase gozando...
O desejo de sentir mais disso, me faz sentar e me esfregar com mais
força e mais rápido, enquanto escuto ele dizer pra eu continuar, que tá
gostoso e continuo sentindo a energia no meu corpo aumentar e aumentar
até que uma explosão se liberta de dentro de mim.
__ Isso grita! — sussurra me vendo gritar e gemer ao mesmo tempo e
me sinto preenchida quando ele diz que gozou até a última gota dentro de
mim.
Caio exausta deitada sobre o corpo dele que deita na cama e apenas joga
a coberta em cima de nós e mesmo ele ainda dentro de mim, meus olhos
pesam e logo vejo tudo escuro.
Abro os olhos e por incrível que pareça ainda estou em cima dele, mas
ele não está mais dentro de mim e dou uma levantada na cabeça vendo que
ele está dormindo e eu nunca o vi acordar aqui, então saio de cima dele e
me deito no meu canto, mas logo sinto suas mãos me puxando pra perto do
seu corpo e ele faz conchinha em mim.
Mesmo estranhando, eu me sinto confortável, é bom ter um pouco de
carinho depois do sexo.
Ele leva o braço para o meu peito me abraçando forte e até me pergunto
se ele está acordado, mas como ele não saiu ainda, acredito que ele está
dormindo, então me pego admirando a mão enorme, grossa e áspera que ele
tem.
Passo horas na cama e nada dele levantar e eu também não quis sair
daqui, até que ouço a porta se abrir e me viro cobrindo meus seios e vejo a
Mia de camisola cor de rosa, que fica olhando para nós sem dizer nada. Tiro
o braço pesado dele de cima de mim, vendo que ele está desmaiado e
coloco meu robe disfarçadamente e a chamo com a mão e me surpreendo,
pois ela vem até o meu lado, com a boneca na mão.
__ O que você quer? — sussurro ainda deitada e ela aponta para ele.
__ Você quer seu pai? — pergunto e ela concorda então vou para mais
perto dele e levanto a coberta para ela deitar ao meu lado.
Ela pensa bem, olha para mim, para a cama e para o pai dela roncando
de leve e ela vem e se deita timidamente.
Eu a cubro e me aconchego nele que novamente me puxa para mais
perto, e eu faço o mesmo com ela grudando seu corpinho no meu, assim
como eu fazia com a Alice quando era criança.
Andreas
(...)
Passei quinze dias com meus pais e familiares num hotel resort onde eles
estavam hospedados e o Andreas, não se opôs à eu ir, quando meu pai
avisou que não voltaria na casa dele no dia seguinte ao casamento, mas ele
não me acompanhou, apenas mandou o Max que só foi para ficar na bota da
Giulia.
Foi maravilhoso, fazia muito tempo que nós não tirávamos umas férias
assim e na hora da despedida praticamente deixei meu coração com eles,
mas meu pai disse que posso ir vê-los toda vez que eu tiver vontade, além
de me prometer que as meninas viriam me ver também.
Depois de me despedir deles, aproveitei e passei em um shopping, onde
comprei algumas coisas que eu precisava, pílula anticoncepcional, além de
uma boneca e brinquedos para a Mia.
Quando chegamos na casa dele, o Max me ajuda com as malas, já que
comprei bastante coisas, mas logo um funcionário vem ajudar.
Entramos e não tem ninguém nos esperando e me surpreendo pois na
minha casa quando chega alguém a família inteira vem receber, fico um
pouquinho desapontada, mas tudo bem.
__ Desculpa Aurora, minha família não é muito cordial. — Ele diz e
vejo a Mia na ponta da escada sentada com a boneca.
__ Nossa ninguém veio me receber, estou chateada com isso. — Digo
piscando para o Max que percebe o que estou fazendo.
__ Eu trouxe presentes, é uma pena, acho que vou voltar. — Digo
olhando disfarçadamente pra ela que vem vindo, desce as escadas e se senta
no sofá.
__ Ah Aurora, olha aí, a Mia veio nos receber não é Mia? –‒ ele
pergunta se sentando ao lado dela que concorda com a cabeça, parecendo
tímida.
__ Sério? Jura que você veio me receber? — pergunto sorrindo, fazendo
um teatrinho, para ela pensar que estou eufórica por ela estar me recebendo
aqui.
Não que eu não esteja contente!
__ Sim. — Ela diz baixo e me abaixo depois de tirar um embrulho da
minha mala.
__ Então, você tem que ser recompensada, olha o que eu trouxe pra
você! — digo entregando empolgada as caixas para ela que olha para o Max
até ele concordar e pega timidamente os presentes da minha mão.
__ Mas, não é meu aniversário, nem Natal...- ela diz receosa e me
pergunto como uma criança pode dizer uma coisa dessas diante de um
presente!?
__ Não importa, eu não ligo, mas tem uma condição! Eu tenho que
poder brincar também, você tem que ir no meu quarto para tomarmos um
chá! — digo e ela sorri, pega os embrulhos e me dá um sorriso enorme.
Subo para o quarto, depois de alguns minutos na sala, percebendo que a
todo momento a Mia estava por perto.
__ Mia, você pode me ajudar levando minha bolsa? – pergunto e ela
concorda indo pegar minha bolsa que propositalmente deixei no sofá.
Subo as escadas levando a mala com dificuldade e ela ao meu lado com
a minha bolsa, entramos no meu quarto e me deito no sofá exausta,
enquanto ela me encara como se esperasse algo de mim.
__ Pode abrir a mala Mia, tudo nela é pra você. — Falo, mas ela parece
não acreditar.
__ Abra! — digo sorrindo e ela timidamente abre minha mala com
dificuldade.
Fico me perguntando se ela não é de ganhar muitos presentes, já que eu
na idade dela, já sabia abrir malas melhor até que meus pais, já que todas as
vezes que eles chegavam, eu corria para encontrar as coisas que eles
traziam para mim e meus irmãos.
Ela vai abrindo, tirando os embrulhos um a um e quando enfim tira
todos, começa a desembrulhar e sua surpresa em ganhar tantos presentes,
me deixa feliz, pois eu sei o que ela está sentindo, ainda me lembro bem
quando era eu quem os recebia.
__ Tia, isso tudo é pra mim... Tem certeza? — me pergunta com tanta
meiguice que me faz querer enchê-la de cosquinhas e beijos, por ser tão
fofa assim.
Bom, de uma estranha eu subi para categoria de tia, já é um avanço e
tanto. –‒ Penso sorrindo.
__ É tudo seu Mia! — digo descendo do sofá e me sento ao lado dela
que me encara com muito carinho.
__ Obrigada tia! — ela diz largando tudo se levanta e me dá um abraço
tão gostoso que me faz um bem danado.
Quando ela enfim termina de abrir todos, ela os organiza com a minha
ajuda, fazendo da sala uma verdadeira bagunça, mas as risadas que ela me
faz dar são maravilhosas.
__ Tia, como vamos arrumar tudo isso? — me pergunta quando eu me
canso de brincar e me deito no tapete da sala.
__ Não vamos. — Digo rindo e ela concorda como se estivéssemos
planejando fugir, o que me faz rir ainda mais.
Quando ela começa a bocejar e seus olhos ficam mais pequenos, eu digo
que está na hora de dormir e ela concorda. Tiro minhas botas e vou com ela
até seu quarto. Como essa é a primeira vez que entro aqui, fico
impressionada com o fato de não ser um quarto infantil.
O quarto é de um adulto normal, e fico me perguntando se o povo dessa
casa tem algum problema cognitivo, pois só isso para explicar ter uma
criança em casa e a tratarem como um adulto.
Levo-a até o banheiro e quando peço para ela escovar os dentes, percebo
que ela não tem esse costume, além de ficar surpresa, ela ainda não sabe
bem como fazer, e agora de surpresa fico até preocupada.
__ Mia, você tem babá? — pergunto e ela nega.
Meu Deus, como assim?
__ Quem cuida de você?
__ Eu, a tia Ângela disse que já sou grande e consigo. — diz terminando
de escovar os dentes e vai colocar o pijama.
Olhando em volta vejo que além dela ter pouquíssimos brinquedos,
também tem poucas roupas e fico com pena dela, ninguém cuida, ninguém
se importa? É o que parece!
Ela vai para a cama e fica sentada, como se esperasse por algo, então me
lembrando que ela gostou de dormir comigo aquele dia, me deito ao seu
lado na cama e percebo que era isso mesmo que ela queria.
Ela fica me encarando, então eu a puxo para mais junto a mim, e abraço
seu corpinho pequeno.
__ Tia...
__ Oi.
__ Você não parece uma bruxa. — Diz me fazendo rir.
__ Ainda bem não acha?
__ Tia, é verdade que sua mãe é uma bruxa?
Isso tem cara de ser coisa de algum adulto!
__ Não Mia, ela é uma mãe maravilhosa, você vai gostar dela, ela faz
doces maravilhosos e vai fazer só pra você comer!
__ Tia...
— Oi.
__ Eu queria ter mãe também... –‒ sussurra cortando meu coração.
Minha mãe é tudo pra mim, imagino como deve ser horrível não ter isso!
Não sabendo o que dizer, eu desligo o abajur, mas por pouco eu não
perguntei para ela sobre a mãe.
Acordo vendo o Andreas me carregar no colo e mesmo que eu ache
estranho, não me oponho.
__ Olá pra você também. — Digo com os olhos fechados com ele
passado comigo pela porta do meu quarto.
__ Olá gata. — diz e dá uma mordidinha na minha boca, como se fosse
me beijar, mas aí ele me coloca na cama e percebo que ele ainda está
vestido, como se tivesse acabado de chegar, não muito diferente de mim.
Me sento na cama vendo-o passar pela sala olhando para a bagunça que
eu e a Mia deixamos e ir para o banheiro.
Me levanto tirando meu suéter e vou para o banheiro onde ele está.
Quando entro vejo ele no chuveiro pelado e pela primeira vez pude admirar
seu corpo grande e musculoso e seu órgão mesmo não estando totalmente
ereto é enorme, olhar pra ele já me dá um frio no estômago.
Mesmo com um pouco de vergonha e receio decido tomar banho
também, então sem deixar a vergonha transparecer vou tirando minhas
roupas bem devagar e ando em direção ao chuveiro, e entre meus passos
lentos percebo a surpresa bem evidente no rosto dele.
Eu até que poderia ligar o chuveiro ao lado do dele, mas minha vontade
de provocar me faz entrar no mesmo que ele, o empurrando com meu
corpo, mais precisamente minha bunda, mas ele me segura, abraçando meu
corpo e apenas o seu toque, me faz ter calafrios.
Me viro ficando de frente pra ele, também abraçando seu corpo,
passando minhas mãos pelos seus músculos os conhecendo melhor.
__ Por que você não estava aqui para me receber? — pergunto
mordendo seu queixo de leve.
__ Alguém precisa trabalhar nessa casa. — diz com a voz um pouco
rouca, como se apenas pequenas mordidas já o excitassem.
E pelo seu membro crescendo na minha barriga, vejo que realmente
excita.
__ Não gostei... – falo descendo minha boca para o seu pescoço
deixando nele beijos com mordidas.
__ Por que...
Vou beijando em forma de chupadas e desço para o seu peito, de forma
bem lenta enquanto minha mão vai descendo até seu órgão.
__ Porque eu pensei que meu marido estava ansioso pra me ver
chegando...- digo enfim chegando com a minha mão no seu órgão,
recebendo dele um beijo com uma mistura de gemido, percebendo que o
simples fato de eu colocar minha mão ali o deixa com muito tesão.
Sinto seu órgão enrijecido na minha mão que nem mesmo consegue o
envolver tamanha a grossura, então vou massageando para trás e para frente
e quando dou uma apertada na minha mão ele me prende na parede e me
levanta, me pegando no colo como se eu fosse uma pena de tão leve.
Ele me beija como um louco e sem espera alguma me penetra, me
fazendo gritar em forma de gemido, o que o deixa ainda mais feroz.
(...)
__ Por que a Mia não tem babá? — pergunto saindo do closet depois de
colocar minha camisola de renda branca curta e transparente, o vendo
deitado de barriga para cima, pelado.
__ Não se preocupe com ela. — diz não querendo falar no assunto,
olhando fixo para o meu corpo, já que a camisola não cobre nada e estou
sem calcinha.
__ Amanhã eu quero ir na cidade, preciso de dinheiro. — Falo me
deitando e ele apaga a luz.
__ Eu não sou rico, então nada de gastos desnecessários. — diz me
deixando até assustada.
Ele vem para junto de mim, me abraçando de costas, enfiando a mão por
dentro da minha camisola, mais precisamente a levando para o meio das
minhas pernas.
__ Então vou pedir ao meu pai...
__ Isso, gaste o dinheiro dele. — diz no meu pescoço acariciando minha
amiga, mas não com a intenção de fazer mais sexo, já que passamos a
madrugada inteira no banheiro transando e o dia já está clareando, ele está
apenas fazendo carinho mesmo.
__ Dinheiro, não... Vou pedir para arrumar um marido que consiga me
manter! — falo o fazendo rir alto.
Logo percebo sua respiração mais pesada, e por incrível que pareça ele
dormiu com a mão pousada na minha vagina entre minhas pernas me
abraçando; estou tão confortável e relaxada que logo meus olhos pesam e
me entrego ao sono também.
Capítulo 52
Andreas
Ela sai da sala me deixando puto, não pelo fato dela mandar a menina
embora, eu até gostei pois me pareceu que ela estava com ciúmes, mas eu já
estava com raiva dela aparecer praticamente nua na sacada, se eu vi até a
polpa de sua bunda meus homens também viram.
Mas ela dizer na frente de todos que vai transar com outros homens, me
fez ter vontade de bater nela.
__ Filho, se acalme, não perca a cabeça com ela! — diz meu pai me
entregando um copo de cachaça.
__ É difícil pai, muito difícil, estou a ponto de dar uma surra nela, fazer
o que o Matteo não fez! — digo o deixando preocupado.
__ Errada ela não tá Andreas, se ela não te nega sexo, por que transar
com outras? — me pergunta o Max me deixando mais irritado ainda.
__ Ela é bonita filho, você tem sorte, faça o que ela quer...
__ Não pai, ela é linda, um mulherão da porra, e tem cara de ser boa de
cama...
__ Cale a boca, me respeite, não fale da minha mulher na minha frente
assim e nem fale essas coisas sobre ela! — digo vendo-o rindo por ter
conseguido me irritar.
__ Max, respeite seu irmão! — diz meu pai de forma autoritária.
Fomos para a mesa de jantar onde está ela e o Axel tomando café, ele
diz algo que a faz rir o que me irrita ainda mais, se ela teve a coragem de
me propor aquilo, deve pensar em outros homens e sem dúvidas meu irmão
é um deles, já que ele é um predador sexual.
__ O que é tão engraçado assim? — pergunta o Max, o que eu não tive
coragem de perguntar.
__ Ele disse que eu deveria ter dado a bonequinha para ele se divertir. —
Ela diz e olho para o meu irmão vendo que é verdade.
Quando eles começaram a ter esse tipo de conversa?
__ Ela é rara, de uma tribo indígena, eu entendo seu interesse. — Digo
para o meu irmão, justamente para provocá-la.
__ Verdade, você deveria ir buscá-la, já que vai ficar sem sexo por uma
semana! — diz fazendo meu pai engasgar com o chá e meus irmãos darem
risada.
__ Não precisa ter ciúmes Aurora, é fácil ser bonita quando se é rara,
mas ser linda quando se é comum é privilégio. - diz o Axel e penso se eu
entendi direito, ou ele a chamou de linda na minha frente?
__ Sim, veja você, loira de olhos claros, como muitas mulheres, mas sua
beleza vinda da sua mãe e personalidade do seu pai a tornam única, você
deixa qualquer mulher no chinelo! — o Max diz me fazendo sentir algo
muito ruim dentro de mim.
__ Mas não se compara com a beleza da sua prima, me desculpa! — ele
diz depois de encontrar meu olhar furioso.
__ Pra ela eu aceito ficar em segundo lugar. — Ela diz rindo e não me
aguentando mais, eu me levanto da cadeira com raiva e a puxo comigo pelo
braço.
__ Nos dê licença! — ela diz comigo a puxando para fora da sala com
brutalidade e entro com ela no banheiro quase que à força, sentindo uma
raiva gigantesca dentro de mim.
__ Não me tire do sério! — digo pausadamente, entre os dentes tentando
conter minha raiva que ultrapassou meus limites.
__ Por que, você quer sua putinha de volta? — ela pergunta com raiva,
parecendo não ter medo de mim e isso é perigoso, pois se eu visse medo,
talvez parasse.
__ Foda-se ela!
__ É isso mesmo, se você comer outra eu...
__ Tá com ciúmes? — pergunto controlando minha raiva, ainda
prendendo-a com força contra a parede.
__ E se eu tiver? — diz me encarando e a possibilidade de ela estar com
ciúmes de mim me deixa excitado então tomo sua boca com uma mistura de
desejo e raiva, com muita sede dela que retribui na mesma proporção,
pulando no meu colo me beijando com força.
Levanto seu vestido e puxo a calcinha dela com força ouvindo o tecido
se rasgar e com pressa abro minha calça e a preencho, empurrando mais e
mais pra dentro dela quase quebrando a parede.
Sento-a na bancada da pia e continuo metendo, rasgo seu vestido no
tórax revelando seus seios grandes e durinhos que pulam para a minha boca,
e ela começa a gemer e seus gemidos vão ficando mais altos.
Eu até volto a beijá-la para abafar os gemidos, mas ouvir me deixa louco
de desejo, então metendo um foda-se, eu deixo sua boca livre para
expressar o que sente.
Ela passeia as pontas dos pés pelas minhas coxas enquanto segura meu
pescoço e me puxa para me encarar. Olho fixamente em seus olhos azuis
que me encaram com desejo, luxuria e um monte de coisas que nem quero
me aprofundar.
__ Me diz... – ela diz gemendo
__ Dizer o quê caralho...- falo me movimentando lentamente dentro
dela, com meu pau deslizando devido ao fato dela tá molhadinha de prazer.
__ Diz que você não vai procurar por outra... – ela geme me acariciando
e ao mesmo tempo me levando à loucura.
__ Eu só quero você porra, será que você não vê... Só quero você...- digo
e ela sorri maliciosamente apertando meu pau com a buceta e me pergunto
se as virgens mudaram tanto assim, pois antigamente mal sabiam abrir as
pernas.
__ Assim eu gozo, gata...
Logo ela começa a ter um orgasmo e deixo meu prazer se intensificar,
vou metendo mais forte segurando sua bunda contra mim enquanto ela
geme alto, tentando abafar o gemido no meu peito e logo estamos os dois
gozando juntos.
Continuo assim com ela até nossa respiração se normalizar, então saio de
dentro dela e a tiro de cima da pia a colocando no chão.
Ela pega o pedaço de calcinha do chão e percebendo que ela vai jogar do
lixo, eu pego da mão dela e coloco no meu bolso.
__ Safado! —diz se limpando e eu guardo meu pau e fecho minha calça
vendo que ela está se olhando no espelho vendo o vestido todo rasgado.
__ Eu acabei de comprar, olha o que você fez! — diz e vou atrás dela no
espelho, levantando seu cabelo revelando sua nuca.
__ Eu detestei. Não quero que vejam suas pernas, elas são minhas! —
digo e ela se vira ficando de frente para mim com o corpo bem grudadinho
no meu.
__ Você é possessivo demais sabia? — diz chupando meu lábio.
__ Se até meus irmãos não conseguem disfarçar ao te olhar, imagina os
outros. — Falo chupando a boca dela também.
__ Esse é o preço que se paga por ter uma mulher como eu. — diz na
minha boca e me beija intensamente e mesmo que o desejo esteja no ar, esse
beijo é diferente.
Abraço sua cintura e ela com uma mão abraça a minha e outra acaricia
minha bochecha, mas logo penso com mais clareza e paro o beijo, afinal
não vamos transar, então, nada de beijos.
__ Vamos, estamos atrasados. — Digo tirando minha jaqueta entregando
para ela se cobrir, já que o vestido foi destruído com sucesso.
__ Vamos? — me pergunta confusa.
__ Você não acha que eu deixaria minha filha sozinha com você!?- digo
e percebo que lá no fundo, quase imperceptível ela se magoou, mas não vou
vacilar quando o assunto for a Mia.
Capítulo 53
(...)
Andreas
Dessa vez passar tantos dias fora de casa não foi tão fácil como era
antes, não consigo deixar de pensar na Aurora e às vezes até sonho com ela.
Mesmo depois de tantos dias, ainda estou incomodado com a última vez
que estive com ela, na qual fiquei cego de raiva por ela ter desaparecido
com a Mia.
Quando cheguei em casa a Mia me mostrou o dente, dizendo que elas
estavam no dentista pois ela estava com dor no dente. Minha raiva passou e
percebi que fiz besteira, me arrependi de não ter perguntado primeiro, mas
eu nunca tinha saído com a Mia antes, foi a primeira vez, eu não estava
confortável com a situação, ainda acontece aquilo.
Entretanto, ela merecia um pedido de desculpas, então esperei na sala,
incomodado com a demora, mas meus homens me explicaram que
precisaram comprar um sapato novo, pois eu a tinha empurrado com força,
o que quebrou a sandália dela.
Fiquei tão arrependido por ter feito isso que nem dormir à noite eu
consegui, já que ela entrou e subiu correndo magoada, parecia até que tinha
chorado.
Porra! Pra mim está sendo difícil lidar com ela, não estou acostumado
com isso, faz muitos anos que não preciso ter cuidado ao me relacionar com
alguém, eu só comia as mulheres e pronto, não tinha essa de tratá-las bem,
não passava de sexo, no máximo por algumas noites, ou até aparecer
alguém mais interessante, nunca namorei justamente para não precisar me
esforçar, porém a Aurora balançou minha vida e essa não era a minha
intenção quando decidi me casar.
Chego em casa e antes mesmo de parar eu carro vejo a Mia me
esperando sentada nos degraus da entrada e assim que paro, ela já vem
correndo ao meu encontro, feliz e sorridente.
__ Papai, eu estava morrendo de saudades! — diz me surpreendendo, ela
sempre corre para mim, mas nunca fala muito.
__ Eu também estava, com muitas saudades da minha menina! — digo
beijando a cabeça dela e estranhamente ela desce do meu colo e corre para
dentro de casa e desaparece.
Entro na sala e encontro meu pai e o Axel sentados, me junto a eles e
conversamos por algumas horas e o deixei atualizado sobre tudo, enquanto
por dentro eu estava ansioso para ver a Aurora que em nenhum momento
apareceu na sala.
Depois de um bom tempo conversando subo e com uma ansiedade nova
dentro de mim, entro em nosso quarto devagar e a vejo de toalha, virada
para a cama, parece estar escolhendo qual roupa usar.
Entro e tranco a porta e nesse momento ela percebe a minha presença,
mas não diz nada apenas continua o que estava fazendo, então a abraço por
trás e percebendo que ela não me xinga ou recua eu a viro para mim,
encontrando seu olhar meigo, do qual eu tive tanta saudade.
Beijo sua boca suavemente e ela leva os braços para o meu pescoço me
puxando para mais junto dela e isso é o bastante para eu entender que ela
está com tanta saudade quanto eu e me quer tanto quanto a quero.
Já em cima da cama em meio ao beijo desesperado vou abrindo a toalha
enquanto ela abre minha calça tirando meu pau para fora. Eu até quero ir
mais devagar, porém a última vez que fiz sexo foi com ela e no banheiro, o
que me faz não conseguir me segurar.
Quando ela tira meu pau para fora e prende as pernas em mim, eu a
penetro como se minha vida dependesse disso, sentindo a sensação mais
prazerosa que existe, a preencher por completo!
Estar dentro dela causa calafrios em mim, meu cérebro entra em estado
de relaxamento instantâneo, parece que todos os meus problemas não
existem mais, sinto que estou no lugar certo, lugar esse que se encaixa
perfeitamente comigo e vai muito além do sexo, pois nunca senti essa
conexão tão profunda durante o sexo com ninguém.
Vou metendo, sentindo meu pau deslizar por dentro dela, que está
molhada de prazer, gemendo na minha boca, acariciando minhas coxas com
os pés, arranhando minhas costas, chupando meus lábios, enquanto chama
meu nome, gozando na minha pica sem nem precisar de muito estímulo,
fazendo seu orgasmo apertar meu pau, o que me faz gozar em seguida.
__ Isso tudo era saudade? — pergunta acariciando meu rosto, me
fazendo rir.
Nos levantamos e tomamos um banho rápido, pois eu caí na bobeira de
dizer que sua prima e sua irmã estavam vindo, o que a deixou
extremamente feliz e empolgada, dizendo até que ia cozinhar e me
perguntei se é uma boa ideia.
Ela sai do quarto me dando um selinho e vou para o quarto da Mia, me
surpreendendo ao entrar, ela empolgada começa a mostrar tudo, incluindo o
termo tia em toda frase que sai da boca dela.
Fiquei impressionado com a reforma do quarto, tudo é rosa, tem
brinquedos e livros para todos os lados, ela me contou sem querer que elas
fizeram quase tudo juntas, e pelo receio depois de ter me contado, percebo
que a Aurora levou a sério o que eu disse naquele dia.
Conforme vou conversando com a Mia, ela vai me contando tudo que
fez quando eu não estava e me parece que a Aurora ficou com ela o tempo
todo.
Aurora
Axel sai da mesa dizendo que está passado mal, o que era esperado, já
que comeu feito um desesperado, mas não o julgo, também comi muito
mais que o normal quando vi que a comida dela realmente é deliciosa.
A Alice vai atrás do meu pai fazendo perguntas sobre a organização, o
que é bem estranho pois ela é só uma menina, mas vindo do Matteo nada
me surpreende.
__ Bom, nós também já vamos indo, estou precisando de um longo
banho! — diz a prima dela com uma cara de safada, com o meu irmão feito
um bobo atrás dela.
Eu não tinha ideia de como ela era safada assim, deu pro meu irmão no
casamento, não quero nem imaginar o que o pai dela vai fazer quando
descobrir, ou pior, a mãe dela.
__ Tia, você não fez sobremesa? — a Mia pergunta pra ela que sorri.
__ Ah meu amor, fiquei tão concentrada no macarrão que esqueci, você
me perdoa? — ela responde de forma tão meiga que posso ver nos olhos da
minha filha que está encantada com a Aurora.
Como pai eu fico feliz de ver que ela gosta da minha filha e parece fazer
de tudo para agradá-la, mas tenho meus receios com mulheres que se casam
com homens que já tem filhos e foi por isso que eu fiquei todos esses anos
sem me relacionar sério com alguém.
Subimos e vou com a Mia para o quarto dela que me pede para me deitar
ao seu lado um pouco e como fiquei semanas fora de casa trabalhando,
decido ceder e ficar mais um pouco com ela.
__ Papai a tia Aurora pode ser minha mãe? — ela me pergunta me
deixando desconfortável.
__ Não filha, ela é sua madrasta. — Digo e só essa palavra já me
incomoda.
__ Mas madrastas são ruins, mas ela não é ruim... Eu gosto tanto dela
papai...
Fico aliviado por a minha filha gostar da mulher com quem me casei,
mas ao mesmo tempo preocupado.
Meu casamento com ela, apesar de ter sido à moda antiga, por contrato,
o pai dela incluiu que a hora que ela quiser pode se separar e como ela é
geniosa, não me surpreenderia se um dia ela me disser que quer o divórcio.
Mas esse pensamento não me agrada nem um pouco!
__ Ela também gosta de você Mia, talvez nem todas as madrastas sejam
más. — Digo e vejo a porta sendo aberta e ela entra surpresa por eu estar
aqui.
__ Ah desculpa, eu não sabia que você estava aqui. — diz saindo e antes
que eu diga para ela entrar a Mia a chama.
__ Vem, você veio contar a história? — a Mia pergunta e ela concorda
sem graça e mesmo eu sabendo que deveria deixá-las a sós, com a história
que me parece que elas já tinham combinado, eu não o faço e permaneço
deitado ao lado da Mia.
__ Vem tia, tem espaço pra você também! — ela diz empolgada e
mesmo com receio a Aurora se deita ao lado dela e abre o livro.
Ela começa a contar a história, fazendo vozes engraçadas e característica
para cada um dos personagens e me pergunto, se ela é mesmo assim, como
não a encontrei antes?
Minha filha dá risada junto com ela e percebo que não me lembro de já
ter visto a Mia gargalhar desse jeito.
__ Então o lobo, pegou a vovozinha!!! -ela diz assustando a Mia com
cosquinhas, que ri sem parar subindo em cima de mim, com a Aurora
tentando pegá-la que se joga do outro lado, me fazendo rir também e a
Aurora não se aguenta e começa a rir sem parar.
__ Você definitivamente não pode contar histórias para ela dormir. —
Digo e ela que estava perto demais de mim me dá um selinho e volta a rir.
A espontaneidade com que ela me beija e o fato de vir fazendo isso com
frequência me intriga, não sou do tipo de homem que beija sem segundas
intenções.
__ Vem, agora é sério, vou acabar a história! — ela diz e a Mia volta
para o nosso meio e se concentra na história longa que nunca acaba, até que
meus olhos pesam e olho para a Mia vendo que ela já dormiu.
__ Ufa, foi difícil! — ela diz se levantando e me levanto também
cobrindo a Mia que dorme pesado.
Entramos no quarto e vou direto para o chuveiro e depois de um banho,
saio do banheiro encontrando o quarto escuro e ela já deitada mexendo no
celular.
__ Tudo bem? — ela pergunta atendendo o celular.
__ Sim, elas já estão dormindo. — Responde para a pessoa do outro
lado.
Menos a safada da sua prima! — penso me secando.
__ Nossa pai, eu tinha me esquecido disso, sou uma péssima filha!
Me deito e puxo seu corpo para o meu levando minha mão para dentro
da sua camisola vendo que ela está sem calcinha e o fato dela não se
incomodar com a minha mania de estar sempre com a mão na sua bucetinha
quando estamos na cama, me deixa excitado.
__ Eu vou falar com ele, sim ele não vai negar isso a vocês! - diz e torço
para não ser mais viagens em família, já fiquei tempo demais sem esse
corpinho.
__ Eu te amo, sim você ainda é o homem da minha vida!
O relacionamento que ela tem com ele é invejável. Mas o fato dela dizer
que ele é o homem da vida dela me deixou enciumado, ela é minha esposa,
eu deveria ser esse homem.
Ela desliga o telefone e me pega de surpresa montando em cima de mim
me beijando e esfregando a buceta no meu pau.
Nós já transamos à tarde e ela quer mais sexo? Eu acho ótimo, mas
quando ela ficou tão safada assim que eu não vi!?
Talvez seja o fato de ter ficado tanto tempo sem sexo e também me
lembro de não a ter satisfeito corretamente mais cedo.
Ela se senta em mim e tira a camisola e estico minha mão até o abajur o
acendendo, não perco isso por nada.
Eu cuidadosamente a penetro percebendo que ela sentiu uma dorzinha
então eu a puxo para se deitar no meu corpo e ela faz, relaxando e
rebolando em mim, estrangulando meu pau com a buceta.
__ Se fizer isso de novo eu não aguento e gozo. — Digo mordendo a
boca dela.
__ Aurora eu...- a irmã dela diz acendendo a luz e como na velocidade
da luz ela se deita saindo de cima de mim.
Ainda bem que estávamos com a coberta por cima.
__ Ah, foi mal eu... Volto amanhã! — ela diz sem graça, apagando a luz
e saindo.
__ Que estraga prazeres! — ela resmunga desanimada, mas eu a pego e
agora comigo por cima a penetro gostosinho, mas ela dá uma recuada, o que
me deixa um pouco preocupado.
— Tá machucando? — pergunto e ela concorda.
__ Faz devagar.
Bem lentamente vou me movimentando dentro dela, com cuidado para
não machucar e também não deixando todo o meu peso cair sobre ela, que
rapidamente se entrega ao prazer relaxando e sinto que posso até ir
normalmente, mas está tão bom assim que continuo.
Às vezes eu me esqueço que ela não é experiente no sexo, devido a
safadeza que ela tem, acabo fazendo com força, mas sei que não posso, ela
precisa de tempo para se acostumar ao meu tamanho.
Pego-a me encarando enquanto leva a mão para o meu rosto e a beijo
vendo que ela não fecha os olhos, então sinto algo diferente, nesse papai e
mamãe gostoso, nos beijando com os olhos fixos um no outro e sua outra
mão me aperta as costas e sua boca segura a minha quando ela enfim
começa a gozar, mas sem deixar de me olhar nos olhos ou beijar minha
boca, então vou mais forte e sem entender como, logo já estou gozando
também.
__ Andreas Finkler, fazendo amor, interessante! — diz comigo ainda em
cima dela e não sabendo o que dizer, apenas me deito na cama.
(...)
Acordo ouvindo a voz da Mia e vejo que ela está no meio da cama, a
televisão está ligada passando desenhos e a Aurora não está aqui, mas eu
nem me levantar posso pois estou pelado.
__ Bom dia papai! — ela diz me beijando no rosto, toda feliz.
__ Por que você tá tão feliz filha? — pergunto sorrindo vendo a
empolgação dela.
__Porque ontem foi o dia mais feliz da minha vida! — diz com as mãos
juntas do rosto.
__ Por quê?
__ Eu dormi com você e ela, como uma família! — ela diz quebrando
meu coração e a Aurora sai do banheiro de roupão.
__ Mia, agora que seu pai acordou, tá na hora de você escovar os dentes
para irmos tomar café da manhã! –‒ ela diz entrando no closet e a Mia
concorda desligando a televisão e vai correndo.
Fico mais um pouco na cama, pensando na felicidade da minha filha e
vejo a causadora dessa felicidade aparecer com uma calça de montaria,
botas e um belo decote, fazendo minha ereção matinal aparecer.
__ Vamos, já está tarde! — diz indo para a frente do espelho prendendo
o cabelo, então me levanto e vou até ela a ajudando com a gargantilha.
__ Onde você pensa que vai assim, com esses peitos de fora? —
pergunto segurando seus peitos vendo o quão grandes e firmes são.
__ Vou andar de cavalo com o Max e as meninas, incluindo a Mia. —
diz e vou para o banheiro.
__ Mas a Mia vai com ele, não precisa se preocupar! — ela se apressa
em dizer.
Será que ela já me conhece tão bem assim para saber que eu ia dizer
não?
Tomo banho e me arrumo, eu queria poder desmarcar meu compromisso
e acompanhar essa montaria, mas não posso.
Chego na sala de jantar e encontro meu pai rindo de algo que a Mia diz
junto com meu irmão Axel e Aurora rindo também, e não consigo deixar de
admitir que ela é ainda mais linda sorrindo.
__ Cadê o Max, ele não vai te levar para montar? — pergunto.
__ Ele já foi com a Giulia, nem esperaram e a Alice ainda nem acordou.
– Ela me responde e fico tempo demais olhando para ela.
__ Seu irmão vai levá-las, nós precisamos sair em dez minutos! — meu
pai diz se levantando da mesa e meu irmão concorda se levantando também.
__ Cuidado com a Mia, ela ainda não sabe montar. — Digo limpando o
canto da boca dela.
__ Eu vou. - diz retribuindo meu olhar.
__ Mama. — A Mia diz e para.
__ Tia eu posso te chamar de mamãe? — a Mia pergunta me fazendo
quase infartar e vejo que a Aurora também é pega de surpresa.
__Mia... Você... – tento dizer algo, mas nem sei o que falar.
__ Pode meu amor, mas eu não sei se sou boa nisso, ainda tô
aprendendo, será que você consegue ter paciência e me ensinar? — ela diz
se virando para a Mia que concorda com ela, se levanta, dá um beijo nela e
um abraço, de olhos fechados e depois sai dizendo que vai ajudar o Axel
com o cavalo.
__ Desculpa, sei que você não quer, mas eu não pude dizer não, mas
olha eu sei o meu papel, não vou tentar ocupar o espaço da mãe dela e... —
Ela diz, mas eu a calo com meus lábios a beijando com carinho, vendo a
sinceridade nela ao tentar me acalmar e se explicar, pensando que eu não
queria que ela dissesse aquilo.
Ocupar um lugar que nunca existiu seria impossível!
__ Obrigado. — Digo depois de parar o beijo.
__ Mas você não precisa fazer isso, ela entenderia se você dissesse não.
— Digo sabendo que não é verdade.
__ Se ela pediu é porque gosta de mim assim, então como eu disse não
acho que sou boa nisso, mas posso tentar. — diz me fazendo sorrir.
__ Você é de longe a melhor mãe que já vi, acho que vou até aproveitar e
fazer uns filhos com você, tô precisando de herdeiros, homens! — falo me
levantando e ela dá risada.
__ Eu não quero ter filhos, biológicos, acabaria com o meu corpinho
lindo. –‒ a forma como ela diz me deixa em alerta.
__ Você tá tomando remédio? — pergunto preocupado.
__ Com certeza, não queremos uma gravidez indesejada! Queremos? —
me pergunta agora séria.
__ Não, não queremos! — digo o que realmente sinto, mas confesso que
lá no fundo eu tenho vontade de ter mais filhos sim.
Entretanto, apesar da surpresa e uma leve frustração, saber que ela se
previne me deixou aliviado, mal tenho tempo para a minha filha e agora
com ela, mais uma criança sem dúvidas eu não daria conta.
(...)
Hoje é o dia que antecede o aniversário da mãe dela, que eu fui obrigado
a comparecer, ela disse que o pai dela exigia a minha presença e não tive
escapatória.
__ Querido, peça a comida não estou com coragem de descer para jantar.
— Ela diz deitada na grande cama de hotel com a Mia ao seu lado mexendo
no celular dela.
Enquanto ligo para a recepção pedindo o jantar, o celular dela toca e
como é uma chamada de vídeo, percebo que é a mãe dela.
__ Olha quem tá aqui do meu ladinho! — ela diz e a Mia sorri dando
tchau para a tela do celular.
__ Oi Mia, você tá cuidando bem da minha filha? — a mãe dela
pergunta.
__ Tô sim vovó, eu até fiz massagem nos pés dela. — Ela diz fazendo
todos rirem, até eu dou uma risada.
__ Aurora, não abuse! Mia quando ela chegar vou dar umas palmadas
nela.
__ Não vovó, não faz isso com ela não! — ela diz e a Aurora dá um
beijo na bochecha dela.
__ Ouviu mãe, nada de me bater! Mãe, peça para a Diana fazer torta de
morango que a Mia ama, e eu quero de atum, e pêssego também.
__ Filha atum? Você não está grávida não, né Aurora? Se eu não for a
primeira a saber, nunca vou te perdoar!
Paro de respirar com a pergunta da mãe dela!
__ É óbvio que não, né mãe!
__ Eu também quero de framboesa. — A Mia diz.
__ A vovó mesma que vai fazer pra você meu amor, então cheguem
cedo!
Fiquei preocupado, mas como ela toma anticoncepcional todo dia não
me importo muito com isso.
Ver a Mia rir com a mãe dela e as três entrosadas conversando, faz com
que eu me sinta feliz.
Faz três meses que a Mia vem chamando-a de mãe e confesso que até aí
tudo bem, mas quando ela saiu perguntando para a família inteira da Aurora
o que eles eram dela, já que a Aurora era sua mãe, eu quase pedia desculpas
para eles, mas a Aurora sempre respondia junto com eles incluído minha
filha na família dela de tal forma que até a mãe dela se refere à Mia como
neta, o que ela ama.
Depois de jantar a Aurora já deita novamente e a Mia acompanha
deitando no meio da cama e liga a televisão, saio para uma reunião no
restaurante do hotel e quando volto duas horas depois vejo a Aurora
dormindo pesado abraçada na Mia que ainda assiste e faz sinal para eu não
fazer barulho.
__ Não faz barulho, a mamãe tá cansada, deixa ela dormir. — diz
sussurrando para mim que acabo rindo e depois de me trocar, me deito ao
lado delas e desligo a televisão.
__ Papai, você me ama? — ela me pergunta me abraçando.
__ Mais que tudo nessa vida!
__ E você ama a mamãe? — pergunta me deixando sem saber o que
dizer.
__ Eu amo a mamãe, papai, obrigada por me dar uma mamãe tão
perfeita! — ela diz beijando meu peito e me abraça para dormir.
Acordo com a Aurora arrumando as malas e sua camisola está apertada
no seu corpo, me deixando com o pau duro, se estivéssemos sozinhos eu a
pegaria agora mesmo, mas minha filha dorme ao meu lado.
(...)
(...)
Caio exausta na cama, respirando tão forte que sinto que vou infartar
devido as batidas intensas do meu coração.
Transamos como loucos, de várias posições, e até no chão e sofá do
quarto, parecíamos dois loucos por prazer.
Fazia muito tempo que não conseguíamos pois além do trabalho dele, a
Mia precisa muito de mim e o fato de eu ter que cuidar de tudo em relação à
casa também, mas o Andreas conversou com a Joana, dobrando o salário
dela para cuidar de tudo isso para mim, o que foi ótimo!
__ Gata, o que tá acontecendo com você? Quase me matou na cama! —
ele diz beijando minhas costas, já que estou deitada de bruços.
__ Vontade, isso que tá acontecendo comigo, vontade de fazer sexo e
meu marido não me satisfez. — Digo já com os olhos fechados.
__ Eu te chamei pra sair, você que não quis, eu não ia transar na casa do
seu pai nem sob tortura! — diz e dou uma risadinha já me entregando ao
sono.
Acordo com muita fome, desço indo para a cozinha e na sala vejo o
Francisco, o que eu acho muito estranho.
__ Francisco o que aconteceu? Meu pai tá aqui? - pergunto já
preocupada.
__ Não Aurora, está tudo bem, eu só vou acompanhar o Andreas em um
trabalho, só isso! – ele diz me tranquilizando e logo o Andreas desce e eu
vou para a cozinha, mas fico preocupada como sempre que ele precisa
trabalhar assim.
Me sento na mesa da cozinha com um prato de comida e refrigerante,
logo ele aparece e se senta na minha frente.
__ Vou ter que viajar, você vai ficar bem? — pergunta pegando na
minha mão.
__ Se eu disser que não, você fica? - pergunto sabendo a resposta.
__ Você vai cuidar da minha filha? Eu posso demorar...
__ Eu vou cuidar da nossa filha, mesmo que você nunca mais volte! -
digo ofendida.
__ Você a ama mesmo...
__ Sim, sou a mãe dela, como não amaria? - digo e ele se levanta para
sair, mas eu com o coração apertado o chamo e me levanto indo até ele e o
abraço.
__ Promete que vai voltar pra mim, pra sua família? Nós precisamos de
você. –‒ Digo ainda abraçada a ele que segura meu rosto e me olha nos
olhos.
__ Eu amo você Aurora. Pode me esperar que logo estou de volta! –‒
diz e me dá um selinho demorado saindo em seguida.
(...)
Andreas
Eu não via a hora de poder voltar para casa, estou com muitas saudades
da Aurora e da minha filha, pela primeira vez na minha vida eu entendo o
significado de deixar a família em casa.
Fiquei preocupado quando vi a mensagem do meu segurança dizendo
que tiveram que deixá-la sair e ir até uma farmácia pois ela insistiu dizendo
que era uma situação importante, mas como eu já estava em um voo para
casa decidi não perguntar já que ela parece bem, pelo menos nas imagens
das câmeras de segurança da casa.
__ Estou ansiosa para ver a Mia, será que ela se lembra de mim? –‒ Ela
pergunta e olho para a mulher que um dia eu amei e hoje não sinto
absolutamente nada.
__ Espero que você tenha entendido que as coisas mudaram, eu me casei
e minha esposa é a mãe da Mia, você não vai bagunçar a cabeça dela, na
verdade eu ainda não estou convencido de que você deve vê-la.
__ Você prometeu, e eu tenho o direito de ver minha filha...
__ Você perdeu o direto quando decidiu ir embora! –‒ digo já sem
paciência.
__ Eu estava doente, viciada, não foi culpa minha Andreas e você sabe,
se você não tivesse se metido com isso tudo ainda seríamos felizes.
Mesmo sabendo que não estou fazendo o certo, não posso negar isso à
minha filha, mas meu combinado com a Miranda é que ela não vai falar
nada para a Mia e se ela não a reconhecer, ela vai sumir das nossas vidas e
nunca mais voltar.
É complicado, eu não posso simplesmente fingir que ela não existe e
seguir em frente.
Conheço a Miranda desde que eu era um garoto e quando tínhamos
dezesseis anos começamos a namorar, ela engravidou algumas vezes e teve
abortos espontâneos, mas a cinco anos atrás ela teve a Mia, apenas por eu
estar bêbado demais e acabei fazendo sexo com ela.
Quando casei com a Miranda eu já tinha me envolvido na máfia, mesmo
que ela tenha me implorado para continuarmos a morar no Interior e viver
como pessoas normais.
Muitos anos antes da Mia nascer nosso relacionamento já ia de mal a
pior e muitas coisas aconteceram, mas há três anos eu decidi que deixaria o
passado para trás e esqueceria que ela existe.
Entretanto, tinha boatos de que ela estava trabalhando para a máfia russa
e o pior, como prostituta vendendo o corpo em troca de drogas, mas preferi
não ir a fundo para saber se era verdade ou não, na verdade não me
importei.
Espero que a Aurora consiga entender que não posso simplesmente dizer
um não pois a Mia sempre me pediu para conhecer a mãe dela e mesmo que
eu quisesse dar isso a ela eu não podia.
Ela me implorou ajuda quando me viu lá e eu ajudei, pagando a dívida
dela com eles, mas ela me lembrou que muito do que eu tenho ainda é dela
e que era mãe da minha filha, e mesmo eu não concordando, meu pai me
disse que a Mia é quem tem que decidir isso e não eu.
Fiquei e ainda estou em uma sinuca de bico!
Entramos na propriedade e meu coração bate acelerado no peito, uma
mistura de saudades, ansiedade e medo.
Eu me peguei rezando, o que nunca fiz, mas rezei pedindo sei lá pra
quem me ajudar e fazer minha mulher entender!
Antes de parar o carro vejo a Aurora e a minha filha na porta e sinto uma
alegria gigantesca dentro de mim.
__ Não diga nada, lembre-se que você é uma estranha. –‒ Digo e ela
concorda lamentando.
__ E principalmente, não se esqueça de que essa casa não é mais sua.
__ Quando você deixou de me amar? - me pergunta com tom
entristecido.
__ Muito antes de você ir embora! - digo saindo do carro e minha filha
corre na minha direção e pula nos meus braços e a Aurora vem também até
o carro e coloco a Mia no chão e a envolvo em meus braços com força,
deixando o cheiro de seus longos cabelos me embriagar.
__ Ah meu amor, eu quase morri de saudades. — Ela diz analisando
meu rosto e ouvi-la me chamado assim é muito bom e reconfortante.
__ Mãe? –‒ a Mia diz para a Miranda quando ela se abaixa perto da
minha filha e olho para a Aurora que sai do meu abraço e me olha confusa
como se me perguntasse se é verdade, e minha filha ter reconhecido a
Miranda me deixa no estreito.
__ Sim querida, você reconheceu a mamãe! –‒ ela diz abraçando a Mia
que fica tão confusa quanto a Aurora.
Entramos e eu quase tive que puxar a Aurora para dentro pois ela estava
tão perplexa que mal conseguia andar e incrivelmente não disse nada e
vindo dela, isso é sinal de alerta.
__ Miranda, que surpresa te ver aqui! –‒ diz o Max quando chegamos na
sala e tanto ele quanto o Axel, parecem estar apreensivos com a presença
dela.
__ Oi meninos, eu disse que voltaria, aqui estou eu! — ela diz se
sentando no sofá e a Aurora desvia o olhar para ela e me olha com um
milhão de perguntas.
__ Voltou? — ela pergunta e temo uma situação constrangedora.
__ Vamos subir Aurora, lá eu te explico. — Digo, mas ela não vem de
imediato e continua a encarar a Miranda.
__ Tudo bem, vamos Mia, está na hora de dormir. –‒ Ela diz estendendo
a mão para a Mia que vai com ela na mesma hora.
__ Eu acabei de chegar, deixa que eu a levo para o quarto. — A Miranda
diz, mas a Aurora já está subindo com a Mia ignorando o pedido da
Miranda.
Vou para o meu quarto, tomo um banho, e só depois de quase uma hora
fazendo a Mia dormir ela aparece e liga na cozinha, pedindo para a Joana
dormir no quarto da Mia e trancar a porta por dentro, para que ninguém
entre.
Miranda!
Ela vem até mim e se senta na cama me olhando e mesmo eu sabendo
que ela está nervosa, parece estar disfarçando muito bem.
__ O que foi aquilo, quem é aquela mulher e por que a Mia a chamou de
mãe? E por que ela tá aqui e eu não estava sabendo de nada? – ela pergunta
furiosa, confusa e magoada tudo ao mesmo tempo.
Conto para ela que encontrei a Miranda por acaso e ela estava
trabalhando como escrava sexual da máfia russa e me implorou ajuda e
levando em consideração que eu a conheço desde a infância, paguei a
dívida.
__ Tá, mas o que ela faz aqui? Aqui em casa? — Pergunta nervosa.
__ Ela me pediu para ver a Mia e combinamos que se a Mia não a
reconhecesse ela iria embora. — Digo com receio, pegando na mão dela.
__ Por quê? A Mia não precisa dela e aqui é nossa casa, não me sinto
confortável com ela aqui! — diz muito magoada e entristecida, quase
chorando e isso corta meu coração.
__ Fomos casados por mais de quinze anos, essa casa está no nome dela,
não tínhamos separação de bens, mas amanhã eu vou resolver isso e ela vai
embora. –‒ Digo puxando-a para um abraço e com os olhos cheios de
lágrimas, ela não diz mais nada e me abraça retribuindo meu beijo.
Capítulo 56
(...)
Aurora
Saio de casa e vou até o celeiro que é onde o Max me disse que o
Andreas está, entrando lá o vejo com um garanhão que é a coisa mais linda.
__ Como ele é lindo! Qual o nome dele? — pergunto me aproximando,
acariciando o cavalo.
__ Aquiles, sim ele tem seu charme.
__ Por que um haras? Você não precisa disso! Ou o submundo não está
mais tão lucrativo? — pergunto olhando em volta, vendo que ele tem
muitos cavalos de corrida.
__ Não tenho mais tantos lucros, tive até que me casar com uma moça
rica, acredita! — diz me abraçando por trás beijando meu pescoço.
__ Coitada dessa moça então. –‒ Falo sorrindo, me virando e o beijando.
Em meio ao nosso beijo ardente e apaixonado, não consigo deixar de
pensar no quanto somos diferentes, apesar das semelhanças, porém é
exatamente isso que me atrai nele, o desejo sexual aumenta e a luxúria que
queima sobre a minha pele quando ele me toca, se tornou algo viciante.
Ele me levanta e vai comigo até o fim do celeiro e me deita sobre uma
pilha de feno, desabotoa o cinto e abre a calça jeans, deixando seu membro
pular para fora com uma cara de cafajeste e daqueles prostitutos deliciosos
que vemos nos filmes, o que me leva a lamber os lábios.
Ele me beija ferozmente, leva a mão para a minha calcinha e puxa com
força fazendo o tecido se rasgar, e esse lance de rasgar a calcinha é muito
excitante!
Estou ansiosa para senti-lo dentro de mim, o clima está tão gostoso, em
meio ao ambiente xucro e selvagem que não quero mais preliminares, só
quero ser preenchida e sem muitas delongas, ele me preenche, o que me
leva imediatamente a perder o sentido sobre o externo, só sinto meu corpo,
meu prazer e a necessidade de que ele vá mais forte e com mais vontade.
Ele vai metendo e falando safadezas no meu ouvido, me levando à
loucura, o medo de que alguém apareça e nos veja assim também faz tudo
ficar mais sexy.
Meu corpo, se enrijecesse, principalmente a parte do ventre, virilha e
pernas com uma forte tensão, até que sobe uma onda de calor muito grande
e um frio na minha barriga, uma euforia toma conta de mim.
E ele me acompanha, num vaivém alucinante, metendo com força,
chegando ao ápice de prazer junto comigo.
Sinto como se tivesse morrido e retornado de alguma forma, porque
após toda tensão e euforia, uma sensação de tranquilidade profunda toma
conta de todo o meu ser, todos meus músculos relaxam, sinto o corpo solto
e palpitações em todo ele, se eu estivesse na minha cama, provavelmente
dormiria.
Ele tira o órgão de dentro de mim, aponta para o lado, onde um jato forte
do líquido esbranquiçado vai direto para o chão, enquanto sua testa pinga
suor e o rosto avermelhado de pura safadeza e ainda me dá um sorrisinho
ofegante.
Ele guarda o órgão, fecha a calça e me ajuda a me levantar, enquanto
percorro meus olhos para o lugar afim de encontrar minha calcinha.
__ Minha calcinha...
__ Está bem guardada. — diz tirando-a do bolso a levando para o nariz.
__ Assim vou precisar de um estoque. — Falo ajeitando meu vestido.
__É pra isso que eu faço trabalho extra, pra poder rasgar as suas
calcinhas! –‒ diz me fazendo rir.
Ele me convida para dar banho no cavalo e aceito, então vou para o meu
quarto me trocar e depois de me lavar, eu coloco uma roupa bem
confortável e desço, porém no caminho penso que a Mia ia adorar fazer isso
conosco.
Fico incomodada de fazer algo que sei que ela adoraria, sem a chamar
para participar, mas por mais que eu queira chamá-la, não acho que devo,
eu decidi deixá-la passar um tempo com a Miranda.
__ Amor você não acha melhor deixarmos para amanhã? A Mia vai ficar
sentida, eu...
__ Outro dia nós fazemos isso com ela, agora vem me ajudar. — diz e
mesmo com a consciência pesada e sabendo que com a Mia seria muito
mais divertido, ainda assim eu sigo suas instruções.
__ Uau, a água é morna! — digo surpresa e ele concorda sorrindo.
__ Por que cavalos? — pergunto molhando o animal.
__ Sempre foi meu sonho ter um haras, eu gosto de animais. — diz
esfregando o bicho que parece querer encostar a cabeça nele em forma de
carinho.
__ Eu também gosto, mas com restrições. — Falo e ele ri.
__ Não ria! —- digo jogando água nele que tenta roubar a mangueira de
mim.
Brincamos muito enquanto lavamos o cavalo, foi muito divertido,
mesmo que ele tenha me deixado toda molhada.
Ele me ensinava indo por trás do meu corpo se esfregando em mim, ao
mesmo tempo que dizia coisas indecentes no meu ouvido, tais como “
nossa, você assim tão molhadinha, eu adoraria abaixar e chupar sua
bucetinha bem aqui em plena luz do dia” “ Imagina eu te fodendo com
força aqui e agora” “ qualquer dia vou te levar para o meio dessa mata e te
comer até você gritar e só vou parar quando você perder a voz” Essas entre
outras tantas coisas depravadas, das mais sujas possíveis que me deixaram
excitada.
Saio do banheiro me sentindo exausta, morrendo de vontade de dormir,
só não supera a fome que estou sentindo.
Depois de passarmos a tarde inteira dando banho no cavalo, onde
brincamos, nos molhamos e flertamos muito, ainda terminamos transando
no banheiro, em todos os lugares do banheiro, até mesmo no chão eu fiquei
de quatro enquanto ele metia tão forte que até fiquei com receio por causa
da gravidez, estava gostoso, mas ele não parava, mesmo eu pedido para ele
ir com calma, ele simplesmente se transformou naquele banheiro, nunca
transamos com tanto frenesi como hoje.
Senti muito prazer, foi algo extraordinário, eu pensei que estava fazendo
xixi, mas depois percebi que era um tipo de orgasmo.
Fizemos até mesmo sexo anal, ele me chupou deliciosamente e quando
meu clitóris parecia ter se derretido, ele me penetrou, mas não na frente e
sim atrás, doeu um pouco, mas eu estava gostando, então logo comecei a
sentir muito prazer, algo fora do comum, meu corpo parecia querer
explodir, foi tão forte que até câimbras senti nas pernas.
Ligo na cozinha e peço para a Joana me mandar o almoço no quarto, ou
o que sobrou dele na verdade, pois estou com tanta fome, depois de trocar o
almoço por sexo bruto.
__ Já estamos preparando a janta você não quer esperar? — ela pergunta
do outro lado da linha.
__ Não consigo! — digo e ela ri.
— königsberger klopse foi servido no almoço...
__ O que é isso? Nunca fui muito de variar na gastronomia.
__Almôndegas com molho de raízes acompanhadas de alcaparras, às
vezes as almôndegas são feitas com carne de porco, mas a que a Florença
fez é vitela, inclui cebolas, pães, ovos e legumes de acompanhamento. —
diz e já sinto minha boca encher de água.
__ Hum parece delicioso, quero isso mesmo, com batatas rústicas,
batata-baroa, e outros legumes e pão também.
Ela ri dizendo que vou ganhar uns vinte quilos e diz que logo estará
pronto.
__ Quem vai comer tudo isso? — ele pergunta saindo do banheiro,
secando os cabelos, pelado e seu corpo é tão bem definido que fico tempo
demais admirando, até que ele sai sorrindo pois com certeza percebeu
minha satisfação.
__ Estou faminta, vou comer tudo sozinha.
Coloco uma camiseta longa, um short e passo hidratante no meu corpo,
com a intenção de comer e não sair mais do quarto hoje e ele parece
compartilhar da minha ideia pois só colocou a calça de moletom e uma
camiseta.
Devoramos toda a comida saboreando cada pedacinho, sem muita
conversa, mas com um silêncio agradável, uma sensação boa de aconchego
e cumplicidade.
Não sei se é por causa da gravidez, mas sinto uma necessidade imensa
de estar com ele, de sentir sua pele na minha, seus toques, sua presença, por
isso o meu dia foi tão incrível, estamos juntos o dia inteiro e isso é muito
reconfortante.
Depois da refeição, escovo os dentes e me deito na cama, quando ele sai
do banheiro já deita me abraçando, vendo o que estou fazendo no celular,
que não é nada demais.
__Conversou com a Mia? — ele me pergunta e desligo o celular.
__ Sim e ela me pediu para eu te convencer a deixar a Miranda ficar
mais tempo — digo esperando para ver a reação dele.
__ E você disse o quê? –‒ pergunta, me frustrando, pois, eu esperava
que ele já dissesse um não.
__ Disse que ia conversar com você!
__ E o que você acha disso? — me pergunta e não sei se ele está falando
do pedido da Mia ou da permanência da Miranda.
__ Eu não gosto nem um pouco de saber que ela está aqui, tenho ciúmes
sim, até agora não entendi o porquê de você ter deixado essa mulher voltar
depois de tudo que ela fez. — Falo desabafando, não sou do tipo que fica
guardando nada para mim, se me incomoda eu logo falo.
__ Não tem motivo algum pra você ter ciúmes dela, ela não significa
nada para mim...
__ Mas já significou e só de saber que você a amou, já fico enjoada! —
digo o deixando desconfortável.
__ Se você soubesse o quanto a Miranda já me fez mal, conseguiria me
entender, mas de qualquer forma eu vou mandá-la embora amanhã mesmo.
— diz apagando o abajur.
__ Eu imagino Andreas, e juro que eu queria muito vê-la partir, mas a
Mia iria sofrer mais uma vez, então deixe essa mulher ficar por um mês,
acho que é o suficiente para a Mia se cansar dela. — Digo com dor no
coração pois eu não quero isso.
Quero expulsar a Miranda daqui humilhada, enxotar aquele corpo que
um dia ele tocou, quero que ela se sinta rejeitada, desemparada, desprezada,
esses são os meus pensamentos para a aquela que teve a sorte de ser a mãe
da Mia.
Entretanto, isso tudo faria mal a Mia, que já sofreu demais por causa
dessa mulher insignificante, e mesmo tendo coragem o suficiente para
colocar tudo isso em prática, pela Mia, vou fazer o sacrifício não só de
poupar a Miranda, como também de conviver com ela.
Capítulo 58
Andreas
__ Eu estava no seu casamento, mas provavelmente você não se lembra
de mim, foram tantas pessoas! –‒ ele diz tentando disfarçar ao olhar para
ela.
__ Sim, eu não me lembro. — Ela diz ainda no meu colo e desde que a
vi já tive uma ereção!
Posso ver a inveja estampada na cara do meu primo, mas não o julgo,
também teria inveja do cara que tivesse uma mulher linda e elegante como
ela.
__ Querido, depois do almoço, você consegue umas horinhas para
assistirmos um filme com a Mia? — ela pergunta sussurrando no meu
ouvido e com o pescoço à mostra além de ter vontade de morder, ainda
sinto o perfume maravilhoso que ela usa.
Não sei se ela está fazendo intencionalmente, mas está sexy pra
caramba, se eu não tivesse com visita a levaria para o quarto agora mesmo!
__ O que você pede assim que eu não faço? — digo e ela sorri me dando
um selinho e se levanta me dando a visão da sua bunda desenhada no
vestido.
__ É, tá difícil se controlar cara! — diz o Axel e coloco uma almofada
no meu colo para esconder meu pau que não entende que não posso comer
ela toda vez que a vejo.
__ Ainda não acredito que você conseguiu essa proeza! — meu primo
diz e nós olhamos para ele.
__ Não quis dizer que ela é uma proeza, eu me refiro ao Messina ter
aceitado, desculpa! — diz tentando se explicar.
__ Relaxa Frank, eu sei que ela chama a atenção. — Digo e ele respira
aliviado concordando sem graça.
__ Sim as mulheres da família dele são um espetáculo, aquela Marie se
eu tivesse a chance de ter quinze minutos com ela eu já morreria feliz! —
meu pai diz, nos fazendo rir.
__ É pai, você morreria rapidinho com o Giuliano arrancando sua
atenção. — diz o Max.
__ Ou infartando! — diz logo em seguida o Axel e acabamos rindo
ainda mais.
__ É, mas de nós, só o Andreas teve a chance de ter uma mulher dessas,
o que você fez cara pra convencer o homem? — meu primo me pergunta
realmente curioso.
__ Eu só pensei com a cabeça de cima amigo! — digo e ele concorda
comigo.
Nós fomos para a mesa de jantar e a Miranda já estava, eu tinha até me
esquecido que ela estava aqui, mas infelizmente sou lembrado toda vez que
saio do quarto.
__ Miranda, que surpresa você aqui! — diz o Frank e ela sorri sem
graça.
__ Andreas, você não tem medo da sua esposa fazer alguma coisa com a
Miranda? — ele me pergunta e a Miranda parece debochar do que ele diz.
__ Eu não. Quem tem que ter medo é ela! — digo vendo a Miranda me
olhar com desdém e descontentamento.
Não sei porquê. Talvez pelo fato de a Aurora estar com a Mia hoje!
__ Medo de uma fedelha? — ela pergunta para ele.
__ Miranda, ela é uma Messina, você devia...
__ Grande porcaria esse nome, até parece que ela é alguém da realeza!
— ela diz irritada.
Estou com uma vontade de rir!
__ Bom, o Andreas a trata como uma rainha! — diz meu irmão para
provocar.
__ Eu a tirei praticamente de um castelo, não poderia ser diferente. —
Digo enchendo meu copo, vendo que a Miranda está quase perdendo a
linha.
__ Tá, mas Miranda, tenha cuidado, dizem coisas horríveis sobre as
mulheres Messina, elas são sanguinárias, matam com as próprias mãos, e
tudo começou com a mãe dela, depois do casamento a fama deles cresceu
pra porra, então todo cuidado é pouco, né! – ele diz realmente preocupado,
mas só a deixa mais irritada.
__ É porque o Andreas come um caminhão de merda por ela! E foda- se
a mãe dela e ela, é fácil ser assim quando se tem um monte de segurança
para fazer o trabalho sujo, com tanta gente à disposição até eu sou
sanguinária! — Ela diz já nervosa.
__ Não Miranda, isso que as torna diferentes, elas que matam, fazem
questão de sujar as mãos, a mãe dela matou a amante do marido com o
dente, estando algemada, a tia dela matou cinquenta homens sozinha
quando tinha dezoito anos e ela treina as meninas desde pequenas, ela tem
até um nome para isso é, qual é mesmo Andreas?
__ Amazonas. — diz a Aurora entrando na sala.
Linda como sempre e todo esse papo tá me deixando excitado!
__Ah... Aurora... Não vimos você aí. — Ele diz sem graça.
__ Eu estava comentando com eles sobre as façanhas da sua família. —
Ele diz e ela está normal, acho que não ouviu ele tentando salvar a pele da
Miranda.
Será que ela teria coragem de fazer as coisas que a mãe dela já fez? O
meu amor por ela e a forma que ela me trata dizem que não!
__ Aurora eu sempre tive dúvidas se seu pai treinou você e sua irmã. —
Ele pergunta e eu percebo que também tenho essa dúvida.
__ Não, mas a minha mãe e minha tia sim. -—ela diz e ele paralisa.
Meu primo me olha com receio e acabo rindo da cara dele fazendo com
que a Aurora me encare como se não entendesse a piada.
__ Mas a sua prima teve treinamento, daquele... -meu pai diz também
curioso.
__ Militar? – ela pergunta e ele concorda.
__ Sim, ela leva jeito para a coisa e se interessou desde pequena então
minha tia a treinou e muito bem, não é Max?
Meu irmão concorda com um sorrisinho malicioso e ela meio que o
repreende com o olhar.
__ Peraí, mas precisa levar jeito para ser treinado, desculpa minhas
perguntas, mas a minha irmã ela gosta muito de lutar, porém tenho receio
dela se machucar!
__ Quando disse que ela leva jeito, estou me referindo a matar, não é pra
todo mundo, eu mesma só tenho coragem de matar uma pessoa, o Andreas,
tem que ter gatilhos sabe, o dela é raiva o meu é amor! — ela diz e ele
acredita, vendo isso o Axel começa a rir e todos acabam na risada, menos a
Miranda que se levanta e sai.
Logo começamos a conversar divertidamente sobre coisas parecidas
como essas e a idiotice e curiosidade do meu primo nos levam a risadas.
__ Olha Frank, tô começando a achar que você é fã da minha mãe, heim!
— ela diz e ele sorri envergonhado.
Será que é?
Ela brinca com ele dizendo que vai pedir ao Matteo para marcar um
encontro entre os dois o que o faz se desesperar implorado para que ela não
faça isso.
O almoço foi muito divertido e Mia ficou até o final, em nenhum
momento me pareceu que ela queria ficar com a Miranda, mesmo quando o
almoço acabou, como ainda ficamos sentados conversando, ela continua
aqui, sentada no colo da Aurora enquanto apenas mexia no celular com a
cabeça apoiada em seu peito.
Depois do almoço ela disse que ia tirar um cochilo antes do assistirmos
o filme que eu tinha prometido, enquanto isso fiquei ainda mais um pouco
conversando com meu primo para terminarmos de resolver alguns assuntos
sobre propriedades das nossas famílias.
Ainda assim recebi alguns problemas para resolver e até seria necessário
que eu saísse, mas quando eu pensei em sair já a vi descendo as escadas
com a Mia dizendo que iam preparar as pipocas, então remarquei minhas
visitas para amanhã, vou tirar o resto do dia para elas.
Capítulo 59
Andreas
Passo pelos portões da minha casa um pouco apreensivo, a Miranda me
ligou do telefone residencial quase gritando dizendo que a Aurora demitiu
as empregadas incluindo a Florença e eu achei bom pelo menos ela saiu do
quarto, pois ela passa tempo demais trancada nele.
Entro na sala e a Miranda já vem na minha direção vermelha de raiva.
__ Andreas, a Aurora passou completamente dos limites, eu não posso
nem pisar na cozinha! — ela diz desesperada, porém a ignoro indo em
direção às escadas.
__ Vai lá, diga pra Joana que eu posso entrar lá! — ela diz vindo para a
minha frente.
__ Andreas, nem água eu posso pegar na cozinha, se você não for lá,
elas vão continuar com isso! — ela diz querendo me parar, mas eu passo
por ela e continuo.
Abro a porta do meu quarto e escuto um alto barulho vindo do banheiro
e quando entro vejo a Aurora abaixada na privada vomitando muito, então
eu amarro seus cabelos mesmo ela fazendo gestos para eu sair.
__ Você não tá bem, vou te levar ao médico. — Digo vendo-a se
levantar e ir para a pia quase se arrastando.
__ Eu tô mal mesmo, estava sendo envenenada sabe-se lá por quanto
tempo! — diz escovando os dentes.
__ Como assim?
__ A Miranda estava fazendo a minha comida e você não fez nada,
como você pode permitir uma coisa dessas? — pergunta magoada, mas
fecha a porta do banheiro com força me deixando para fora.
Eu não sabia que Miranda vinha cozinhando, não sou do tipo que se
preocupa com essas coisas aqui em casa, mas se a Miranda estava
cozinhando e ninguém além da Aurora vomitou, talvez ela esteja
exagerando.
Vou para o quarto da Mia e a encontro deitada na cama olhando para as
estrelas desenhadas no teto e quando me vê ela vem correndo e pula no meu
colo.
__ Papai, você demorou muito dessa vez, eu senti sua falta! — ela diz no
meu colo.
__ O papai precisou ir para um lugar longe dessa vez, mas estou aqui e
quero saber tudo o que aconteceu enquanto eu estava fora. –‒ Falo me
sentando com ela em sua cama.
__ Eu sinto saudades da mamãe, mas eu não posso ir vê-la... Papai ela
dorme muito... Será que ela tá acordada agora, você me leva pra ver a
mamãe? –‒ ela me pede baixo, como se não quisesse que alguém ouvisse.
Eu até gostaria de ir para o quarto com a Mia, mas a Aurora estava
muito nervosa e talvez ela desconte na Mia, então não acho que seja uma
boa ideia.
__ Papai, acho que a mamãe tá chateada comigo, pelas coisas que eu
fiz...
__ Mia, a mamãe está dodói, por isso ela dorme bastante, ela não tá
chateada com você, ela sempre me diz que te ama e que você é especial, ela
só precisa de um tempo pra melhorar. — Digo, mas ainda assim ela parece
se sentir culpada.
__ Pai eu sei que a culpa é minha, eu não queria magoar a mamãe, eu só
não quero que a minha mãe vá embora!
Conversa muito madura para o meu gosto!
__ Mia, você não fez nada, não quero mais que você diga isso, assim
que ela acordar vou te chamar e você vai ver que isso não tem
fundamento...
__ Papai, acho que a vovó faria bem pra mamãe, se ela for lá, ela
melhora! — diz e concordo.
__ O que você acha de passarmos uns dias na casa da família dela? —
pergunto imaginando que ela vai pular de alegria como sempre fazia, mas
vejo medo no rostinho da minha filha.
__ Não papai eu não quero ir, por favor papai, não, quero ficar, não
quero ir! — ela praticamente implora me deixando confuso.
__ Mia, você adora ir lá, o que aconteceu?
__ Eu não quero que a minha mãe vá embora, papai, não me leva e
também não vai, não viaja de novo, por favor!
Saio do quarto da Mia preocupado, ela parece estar com medo de me
perder e também se sente culpada, mas não me disse muita coisa para me
ajudar a entender melhor o que se passa com ela.
Talvez eu a tenha negligenciado ficando tanto tempo fora, pensei que a
Aurora cuidaria dela como vinha fazendo, mas parece que ela não fez isso e
pior, deixou para a Miranda fazer!
Entro no quarto e vejo a Aurora na cama deitada de barriga para cima,
ainda de robe e me preocupo pois ela parece estar desmaiada.
Vou até ela e a chamo e nada, verifico sua respiração e está normal,
então eu a arrumo na cama e cai da sua mão um frasco de remédios, pego e
leio a descrição na embalagem que está em italiano e nunca vi esse
remédio, mas foi prescrito para ela pois está em seu nome.
Ligo para a mãe dela que me atende rispidamente, pergunto sobre o
remédio e ela me diz que a Aurora está com depressão, me pergunta que
espécie de marido eu sou para não ter percebido isso, dizendo que com
certeza sou dos piores, e se ela não fosse Antonella Messina eu a mandaria
ir à merda!
Pergunto se é normal ela estar desmaiada na cama e a mãe dela diz que
sim, diz que ela pode tomar esses calmantes, mas devo ficar de olho para
que ela se alimente bem e não durma mais de 14 horas.
14 horas?
(...)
Alguns dias de passaram e cada vez que vejo a Aurora apagada na cama,
me vejo obrigado a tomar uma decisão mais séria.
Pensei muito sobre o que a Mia me disse que a Antonella faria bem a
Aurora, e liguei para ela pedindo para que ela venha passar uns dias aqui
em casa cuidando da filha, mas ela disse que não podia, quando insisti ela
disse que o Matteo era quem não deixava, e se dependesse dela já estaria
aqui há meses atrás.
Hoje eu liguei para a mãe dela mais uma vez, pedindo para ela vir pelo
menos visitar e ela me implorou aflita para que eu mandasse a Aurora para
a casa dela para que ela possa cuidar da filha dela e neguei, porém agora
sentando na poltrona, vendo que são quase quatro da tarde e ela ainda
dorme, cheia de olheiras vejo que vou ser obrigado a ceder pelo bem da
Aurora.
__ Bom dia. –‒ Ela diz depois de abrir os olhos e ficar um tempo me
encarando.
__ Boa tarde. — Digo e ela se senta na cama, parecendo estar muito
cansada mesmo tendo dormido por tanto tempo.
__ Eu estava pensando e... O que você acha de passar uns dias na casa
do seu pai? — pergunto e ela me encara.
__ Você vai comigo? — pergunta e nego.
__ Tenho coisas para resolver aqui e a Mia também não quer ir...- digo e
ela desvia o olhar.
__ Eu já venho pensando sobre isso. — diz e se levanta indo para o
banheiro.
Saio do quarto e entro no escritório, com a intenção de fazer algumas
ligações e adiantar o trabalho de duas semanas em dois dias, e coisa de uma
hora depois que entro eu volto para o quarto e vejo uma mala e ela saindo
do banheiro com alguns produtos na mão indo até a bolsa.
__ Já? Eu pensei em te levar amanhã, não posso sair hoje eu...
__ Não precisa se incomodar, meu irmão vai vir me buscar, já deve estar
chegando. — Ela diz parecendo estar distante e isso me incomoda muito.
__ Precisa mesmo ser hoje? Daqui uns dias consigo...
__ Pra que esperar mais tempo!?- diz me cortando e vou até ela,
segurando seu rosto, fazendo ela me olhar nos olhos, coisa que não fez
desde que eu entrei aqui.
__ Por que eu sinto que você está me deixando? — pergunto e ela me
puxa para um beijo profundo e apaixonado, cheio de sentimentos e
perguntas não respondidas, um beijo que manda sinais para o meu coração,
sinais de que eu estou diante do grande amor da minha vida.
Quando paramos o beijo, devido a uma batida na porta, abro os olhos
vendo que seus olhos estão segurando lágrimas, mas ainda assim ela não diz
nada e sai em direção a porta.
__ Senhora, seu irmão chegou. — diz a Joana e ela responde que vai se
despedir da Mia.
Desço as escadas com a mala dela e encontro na minha sala o Lorenzo
em pé, todo engravatado e seu cheiro toma conta do lugar.
Como esses italianos conseguem estar a todo momento, vestido como se
estivessem indo para um baile de gala!?
__ Senta, ela já vem. — Digo me sentando e ele manda seu capanga
pegar a mala.
__ Quanto antes eu for embora, melhor! — ele diz e continua parado
enquanto estou me sentindo mal, pois parece que estou mandando-a
embora, mesmo que não seja isso, pois pretendo ir ao seu encontro em no
máximo dois dias e ficar lá o tempo que for necessário para vê-la sorrindo.
Cerca de vinte minutos depois ela desce, vai até ele que pega sua bolsa,
e simplesmente sai porta a fora sem nem mesmo me olhar e vendo isso, o
arrependimento bate forte!
Capítulo 60
Faz dois dias que estou aqui e ainda me sinto péssima, na verdade me
sinto muito pior do que eu estava. Sinto que ainda estou lá, quando está
escuro até finjo estar deitada na minha cama e que logo ele vai estar ao meu
lado, o que é claro me faz chorar de raiva.
Minha mãe trouxe a médica no mesmo dia e não para de me chamar de
irresponsável por não ter iniciado o acompanhamento, mas eu não ligo,
sentia que estava tudo bem com a criança.
O Andreas não para de me ligar, mas me recuso a atender, ainda estou
chateada por ele ter me mandado embora ao invés de fazer isso com a
Miranda, mesmo sabendo que não foi bem assim, ainda prefiro alimentar a
minha raiva acreditando nisso.
Meu pai liga aqui no meu quarto e me diz que precisa falar comigo no
escritório, então eu saio pela primeira vez do quarto.
Entro no escritório vendo-o atrás da sua mesa, concentrado olhando e
circulando o dedo em volta do seu anel de Capo, anel esse que foi de todos
os homens que já ocuparam esse cargo e sinto uma certa apreensão por estar
aqui, pois da última vez que entrei nesta sala, eu estava disposta a largar
tudo para salvar o meu casamento.
__ Aurora, já dei uns dias para você refletir, agora preciso saber o que
você pretende fazer. — Ele diz e me sento na cadeira, pensando que nem
cheguei a planejar nada.
__ Pai, eu não sei...
__ Aurora, você não vai conseguir esconder a gravidez por muito tempo.
— diz e fico surpresa pois eu tinha certeza que ele não sabia.
__ Sua mãe até que tentou, mas eu a conheço muito bem, e
principalmente, conheço meus filhos!
A forma que ele fala, faz com que eu perceba a gravidade da situação
pois meu pai está sério demais e isso me assusta.
__ Você pretende voltar para a Alemanha? — pergunta e nego.
__ Você acha que vai esconder a criança até quando?
__ Eu não estou escondendo, só não contei e também não pretendo
voltar!
__ Você quer tê-lo onde então, aqui? — pergunta me deixado ofendida.
Por que não posso ter meu bebê aqui?
__ Aurora, você é minha filha eu sempre vou te aceitar, mas essa criança
é dele e não se tira um filho de um pai, logo ele vai ficar sabendo e não terá
nada que eu possa fazer em relação a isso, você tá me entendendo? — diz
percebendo que fiquei ofendida, e o fato dele dizer que não pode me ajudar
a ficar com o meu bebê, me deixa muito assustada pois eu não pensei assim.
__ Pai, eu o amo, mas eu não posso viver daquele jeito, tô cansada, mas
não sei o que fazer... - falo desabafando e ele parece entender.
__Presta atenção, você tem três escolhas: a primeira é voltar pra lá, e
continuar aceitando essas coisas absurdas calada, coisa que nem mesmo
uma mulher comum aceitaria, mas não deixa de ser uma opção, afinal é o
que você já vem fazendo. — Ele diz e isso é algo que já estou cansada de
fazer, não tenho forças para voltar e viver a mesma vida.
__ A segunda é, contar sobre a gravidez e dizer que você não vai aceitar
mais a Miranda lá, se colocar em seu lugar e parar de ficar sofrendo pelos
cantos por algo tão insignificante como isso!
__ Pai você não entende, se fosse fácil assim, eu já teria feito! — digo o
cortando.
__ Aurora você é uma Messina, mas parece ter se esquecido disso, como
você pode deixar uma mulher qualquer com o passado da Miranda te
abater? Mas enfim, diga para ele o que você quer, é assim que adultos
resolvem as coisas, aí você volta e nunca mais permita que coisas assim
aconteçam novamente!
__ Pai, a Miranda é mãe da Mia e eu não vou tirar isso dela, não posso
ser eu a responsável pela partida dela mais uma vez, eu me apeguei a ela,
não consigo magoar...
__ Aurora, isso não é problema seu, ele deixou-a entrar, ele se vira para
ela sair, você não tem que pensar na filha da Miranda, sendo que nem ela,
que é mãe pensou assim, jogue o problema do Andreas no colo dele e deixe
que ele lide com isso!
__ Qual a terceira opção? — pergunto já que as duas anteriores são
impossíveis para mim.
__ Acabar com esse relacionamento! Você se muda até a criança nascer
e depois eu vou criar dizendo ser do seu irmão! — ele diz e fico um
pouquinho decepcionada com as únicas opções para a solução da minha
vida, pois nenhuma me deixaria feliz.
__ Te dou até à noite para me responder!
Saio do escritório e me tranco no quarto pensando muito sobre o que
fazer, mesmo que na verdade eu já saiba, talvez eu só esteja criando
coragem para pôr em prática.
Na verdade eu já sabia que não voltaria mais, quando o Andreas me
ligou insistentemente no dia que eu cheguei aqui e resolvi atender com o
coração quase saindo pela boca pensando ser ele, porém era a Mia o que me
deixou contente, mas quando perguntei se ela estava com saudades de mim
ela disse “ um pouco” e logo ouvi a Miranda no fundo dizendo “o papai está
nos esperando para o cinema em família” aquilo me machucou ainda mais,
mesmo que eu saiba, que tem grandes chances de ser armação da Miranda
pois acho difícil o Andreas aceitar isso, ainda assim a Mia estava perto dela,
então deve ser verdade, e o fim da picada foi a Mia me contar que a Flora
tinha feito meu bolo favorito, ou seja, foi só eu sair que ele fez tudo que a
Miranda queria.
Entro no escritório e meu pai parecendo já saber da minha decisão tira
da gaveta uma caixa de aparelho celular e me entrega.
__ Se essa for mesmo a sua decisão, não fale com eles, nem mesmo com
a menina, me entregue seu celular e já arrume suas malas. –‒ ele diz e
concordo pegando o celular, mas sinto que estou indo contra o que
realmente quero e sinto.
Antes de ficar inacessível eu ligo para a Joana, que é a pessoa em quem
eu confio a Mia, pedi para ela cuidar bem da Mia, eu disse que não ia voltar
e que ninguém conseguiria falar comigo, mas antes eu pedi para falar com a
Mia.
__ Joana vou ligar daqui uns minutos no telefone residencial.
— Ok! — ela responde do outro lado da linha.
Eu sei que falei com ela quando cheguei, mas não consigo ir embora
sem falar com ela primeiro.
__ Alô? — ela pergunta e já sinto vontade de chorar.
__ Oi meu amor...
__ Mamãe, eu tô com saudades de você, vem embora logo por favor! —
ela diz e começa a chorar o que me faz chorar também.
__ Filha, a mamãe te ama, você sabe disso não sabe? — pergunto
chorando, ouvindo o choro dela também.
__ Mamãe, quando você volta? — ela pergunta tentando parar de chorar.
__Mia, sabe quando a mamãe olha pro céu e agradece... Eu agradeço por
ter tido uma filha tão maravilhosa como você, obrigada...- digo tentando
conter meu choro.
__ Mamãe eu te amo, que dia, que dia você volta? –‒ ela pergunta
novamente se esforçando muito para parar de chorar.
__ Eu te amo Mia... Tchau.
__ Tchau mamãe.
Andreas
(...)
Chego na casa do Matteo e assim que paro meu carro os vejo parados na
porta de entrada, mas a única pessoa que eu queria ver não está, então entro,
passando por eles e subo para o quarto dela, vendo que não tem ninguém
além de algumas empregadas arrumando o quarto vazio e quando pergunto
por ela, elas me dizem que viajou.
Desço e encontro os olhares da família dela, uns de raiva e outros com
decepção, o único que não me julga, ironicamente é o Matteo.
__ Vem! — ele me chama para o escritório e nem me sentar eu consigo,
parece que meu peito vai explodir se eu não conseguir falar com ela.
__ Matteo, eu preciso conversar com ela, preciso saber porque ela ligou
praticamente se despedindo da Mia, eu...
__ Andreas, acabou!
__ Quê? Acabou o quê? — pergunto morrendo de medo da resposta
dele.
__ Ela viajou pra longe, não quer mais continuar casada com você. —
diz me fazendo sentar.
Quando ela decidiu isso?
__ Você que decidiu isso, mandando-a de volta pra mim.
__ Eu não fiz isso, eu só fiz o que sua mulher sugeriu, para o bem da
Aurora, eu só não vim junto porque você sabe muito bem que ando ocupado
resolvendo as suas pendências! — digo já nervoso.
__ Ela decidiu quando você escolheu colocar a sua ex pra conviver com
ela debaixo do mesmo teto.
__ Eu mando a Miranda embora agora mesmo, ligo lá agora, eu...
__ Andreas, a minha filha se magoou com você e...
__ Eu a amo e ela sabe disso, não acredito em você, eu venho fazendo
de tudo pra que ela se sinta bem e feliz, coisas que eu nunca fiz na vida, ela
não tem dúvidas do meu amor! — digo convicto das minhas palavras.
__ Pode até ser, mas minha filha esperava mais de você ao resolver a
situação...
__ Eu pensei que deixando-a vir, faria bem a ela! –‒ digo desesperado.
__ Andreas, o problema da Aurora era a Miranda e como você resolveu
o problema dela? Mandando-a embora e não a Miranda, você parece não
conhecer as mulheres!
Fico angustiado com sua última frase, pois eu não fiz isso, não a mandei
embora, muito menos escolhi a Miranda, mas não sei se o que ele diz é o
que ele pensa ou se ela disse isso a ele, porém ouvindo ele falar, até parece
que realmente fiz isso!
__ Matteo você me conhece sabe que eu não fiz isso, sabe que eu queria
vir com ela, mas não pude, então me ajuda, me deixa falar com ela! –‒
suplico para ele quase que me humilhando e por incrível que pareça ele
pega o telefone e me entrega.
__ Oi pai. –‒ Ela diz do outro lado da linha e me levanto já desesperado
pois não sei o que dizer e tenho medo de perguntar e ouvir algo ruim.
__ Aurora, estou aqui na casa do seu pai, onde você está, me diz que
estou indo aí...
__ Andreas acabou. –‒ Ela diz baixo, e sinto como se me dessem um
soco no estômago.
__ Aurora para com isso, eu amo você, volta pra casa, eu vou resolver
tudo pelo amor de Deus! –‒ digo já sentido as lágrimas rolarem.
__ Acabou, eu...
__ Amor não fala isso, me diz onde você tá, eu vou te buscar, ou melhor,
vamos tirar férias eu fico aí com você o tempo que você quiser, mas não faz
isso! –‒ digo e ouço ela desligar depois de me ouvir.
Fico com o telefone na mão e limpo minhas lágrimas me sentindo muito
mais mal do que pensei que eu fosse capaz de me sentir um dia e o
arrependimento de tê-la deixado sair de casa naquele dia, não é pior do que
o arrependimento de ter sido eu a propor isso a ela.
__ Andreas vai viver sua vida, nosso acordo vai continuar, não vou
misturar as coisas.
__ Me diz onde ela está, eu preciso me explicar, eu juro que antes de
chegar lá...
__ Como pai dela eu sinto vontade de te dar um soco por deixar minha
filha nessas condições e te digo que a conheço muito bem, quando ela
decide algo, não volta atrás, ela se foi e não vai mais voltar pra você e se ela
quer assim, não vou aceitar que você a persiga, mas como homem eu digo
pra você tentar esquecer, aproveita que a mãe da sua filha está de volta e
vive bem com ela pelo bem dos seus filhos.
__ Eu odeio a Miranda, sinto em dizer que infelizmente o maior
arrependimento da minha vida foi ter tido uma filha com ela, mesmo
amando minha filha eu preferia não ter sido pai, ao carregar esse fardo! –‒
digo e saio muito pior do que entrei.
Capítulo 61
Aurora
Os dias parecem se arrastar, cada hora parece ser uma eternidade, então
me sinto mais e mais desanimada e nem meu bebê se mexendo dentro de
mim me deixa contente.
Um dia antes de chegar aqui minha mãe me arrastou para o hospital,
nem me disse onde íamos, mas depois de ver meu bebê na tela do monitor
senti um amor imenso, ouvir as batidas do coraçãozinho agitado dele foi tão
mágico que despertou em mim um amor que até então não existia.
Estou curiosa para saber como ele é, como ele vai se comportar, se vai
ser um bebê bonzinho igual a Alice, ou um bebê chato igual eu fui, segundo
diz a minha mãe.
Toda semana a médica vem até aqui fazer o acompanhamento
gestacional, pois segundo minha mãe se dependesse de mim, eu não faria
mais nada e ela tem razão.
Meu pai me deixou aqui mesmo, na Alemanha, ele disse que não tinha
lugar melhor do que perto do Andreas, que aliás me partiu o coração
terminar com ele, foi a coisa mais difícil que já fiz na vida.
Eu o amo! Dizer para o homem que você ama para ele te esquecer é
difícil demais, porém esse é o melhor caminho para nós dois.
Com tanto tempo vago, tive tempo para ler muito, além de muitos vídeos
e relatos sobre separação, e cheguei a conclusão que as pessoas tem que
levar em consideração todos os contras antes de um relacionamento, é claro
que o meu casamento não foi em circunstâncias normais, pois vivemos em
um mundo próprio e muito obscuro segundo nosso próprio estilo de vida e
nesse caso acordos nupciais são normais.
Entretanto, amor é outra coisa e eu sendo filha de um dos homens mais
poderosos do nosso mundo tive o privilégio de poder me separar, coisa que
muitas mulheres não tem, então, percebo que não posso me relacionar com
um homem que tem pendências de relacionamentos anteriores, admito que
não sou madura o suficiente para conseguir lidar com isso.
Nunca mais na minha vida vou me envolver com um homem que tenha
filhos e muitas mulheres compartilham dessa decisão, algumas por não
gostarem de crianças, outras por querer toda a atenção do homem e não as
julgo, porém, não é o meu caso.
O meu problema é a mulher por trás dessas crianças, isso eu vi que não
posso suportar!
Eu nunca me importei com a existência da Mia, muito pelo contrário,
como eu não queria ter filhos, o fato dele já ter uma filha, tirava de mim
aquela cobrança de engravidar, pois ele já passou por isso e sabia que ter
uma criança não era só flores.
Na verdade eu aprendi a amar a Mia como se ela fosse minha, me
compadeci da solidão dela, o pai ausente, a carência dela, o abandono da
mãe, me senti mal por ela, pois eu sabia o quanto estavam em falta com ela,
pois tudo que ela não tinha, eu tive e da melhor forma possível, eu sentia a
dor dela pois eu sempre soube o valor que a minha família tinha para mim,
e eu a comparava muito com a Alice, que vi nascer, e todo aquele amor que
ela tinha de todos nós...
Entretanto a Miranda existia, eu nunca tive curiosidade sobre a mãe da
Mia, ou sobre o passado do Andreas, mas a Miranda veio para me mostrar
que a vida não era um conto de fadas, onde no mesmo capítulo que você
apresenta os personagens você já os declara felizes para sempre, não,
quando a história é vida real ela tem muitos e muitos capítulos pela frente.
Eu sabia que a Miranda não significava nada para o Andreas, mas ela é a
mãe da filha dele, sempre estaria no nosso caminho e pior, vivendo
conosco, pois era isso que a Mia queria. O pai dela nunca deixaria a
Miranda levar a Mia e coberto de razão, então como a criança poderia ter a
mãe se não fosse naquelas circunstâncias?
No fundo eu não o culpo 100% pois ele não teve muita escolha, afinal a
Mia tinha o grande sonho de conhecer a mãe dela, aquela mulher
maravilhosa e sorridente das fotografias, que na cabecinha dela, era
perfeita! E como dizer o contrário para uma criança tão frágil como ela?
Eu vi que cada dia que passava a Miranda ganhava mais espaço, e nada
que eu fizesse mudaria isso, não que eu não pudesse fazer algo pois eu
poderia, não tenho dúvidas de que o Andreas faria qualquer coisa que eu
pedisse, porém a única coisa que eu queira era me ver livre da Miranda,
pensei que com o passar dos dias a Mia veria que sou melhor que ela, pois
sei que sou, pensei que ela sentiria a minha falta e logo a imagem que ela
tinha da Miranda desapareceria, pois sei como as crianças são observadoras
e a Mia é esperta, ela saberia que a mãe não a amava como eu.
Entretanto, foi o contrário, ela preferia a Miranda, estava sempre
trancada no quarto com ela, tudo que eu fazia a Miranda começou a fazer,
ela literalmente ocupou o lugar dela de mãe, e eu fui percebendo que as
coisas eram muito mais complicadas do que eu pensei e quando a Mia
passou a chamá-la de mamãe, meu lado ciumento que eu tanto tentei
esconder desabrochou e até no Andreas eu comecei a descontar minha
frustração.
Foi ali que entendi aquela expressão que diz “O amor machuca” pois eu
mesmo tendo o poder de acabar com aquilo, deixava a situação se estender
por amor a Mia, mesmo que me machucasse.
E chegou uma hora que percebi que eu estava sobrando naquela relação
entre as duas, e bastou um olhar mais minucioso ao meu redor, as
empregadas amando a Miranda, o pai do Andreas tão familiarizado com ela,
os irmãos que não a viam como uma estranha como eu via, e o Andreas,
entre a cruz e a espada, não sabendo se agradava a mim ou a filha dele, e foi
só eu enxergar tudo isso para perceber que o melhor era eu me retirar e ele
propondo que eu fosse ficar uns dias com a minha família foi o empurrão
que faltava para eu me decidir.
Fácil? Nem um pouco! Já faz dois meses e eu ainda não me acostumei a
dormir sem ele ao meu lado, a não precisar esperá-lo voltar do trabalho, e
todos aqueles mimos, vindo de um homem bruto, um homem sem piedade
na rua, de mãos grossas e rude, tentando ser alguém melhor para agradar
uma mulher delicada como eu.
Sorrio ao lembrar da vez que ele saiu para resolver algo da organização,
mas tinha me prometido trazer um certo chocolate artesanal e minha mãe
me disse que a tia Marie contou, que ele tinha acabado de quebrar duas
costelas ao executar o trabalho, e ela tentando levá-lo para o hospital, mas a
preocupação dele era o chocolate; ele até foi para o hospital, mas só depois
de comprar o que eu pedi.
Como não amar um homem desses? Impossível!
Capítulo 62
Miranda
Andreas
Estou no centro da cidade pensando se volto pra casa ou fico num hotel,
porque lá além de ter lembranças boas demais para serem só lembranças,
ainda tem minha filha me pedindo para ver a Aurora e todo aquele clima de
cemitério que me cansa.
__ Fala! — digo atendendo a Antonella no primeiro toque.
Ela nunca mais me ligou, acho estranho!
__ Andreas, a Aurora está com você? — Pergunta preocupada e até dou
uma risada.
__ É alguma brincadeira? — pergunto.
__ Andreas ela sumiu, eu não consigo falar com ela...
__ Talvez ela não queira falar com você, ela é boa nisso. — Digo, mas
estou sim preocupado.
__ Andreas, é sério! Alguma coisa aconteceu, a localização do celular
dela está perto da sua casa, parece ser naquela mata, pelo amor de Deus já
faz três dias, alguma coisa tá acontecendo com a minha filha, eu sinto! –‒
ela diz começando a chorar e já começo a dirigir mais rápido.
__ O Matteo sabe disso, o que ele disse? — pergunto.
__ Ele acha que ela foi ver a Mia escondido, mas ele está com raiva dela
por isso e me disse pra deixar que ela sabe o que faz, mas acabei de ver que
a localização é aí e ele não chegou ainda, não consigo falar com ele, eu
sinto que alguma coisa aconteceu, eu não posso ir correndo, me ajuda! –‒
ela implora me deixado preocupado.
__ Me manda a localização dela que vou encontrá-la! –‒ digo e desligo e
em segundos ela me manda e vejo que realmente é em frente a minha casa,
mas lá é mata e um matadouro de bois abandonado, o que ela estaria
fazendo lá?
Vendo que só tem mais algumas horas de luz eu corro e paro o carro na
beira da estrada, ligo para os meus homens virem me ajudar e vou seguindo
a localização sentindo a adrenalina percorrer meu sangue e em questão de
cinco minutos eles vem até mim que não parei de andar.
Eu conheço muito bem esse lugar, cresci aqui, mas é perigoso para quem
não conhece e ainda mais alguém como ela que nunca deve ter se enfiado
numa floresta.
O que me deixa mais preocupado é o fato do celular dela não se mover, e
isso me dá quase certeza de que ela não está lá, apenas o celular, afinal o
que ela faria três dias aqui?
Estou tentando montar cenários na minha cabeça que justifiquem ela vir
até aqui sozinha e não encontro, pelo menos não os que ela estaria ali por
vontade própria.
__ Senhor, tem projéteis de bala aqui! –‒ ele diz assim que chegamos no
local que foi abandonado e eles encontram vários o que me preocupa ainda
mais pois aqui não é uma área de disparos.
__ Senhor! –‒ outro me chama e vou até ele vendo uma poça de sangue
seca que faz meu coração bater acelerado e me lembro das palavras da mãe
dela de que algo estava errado, pois ela é mãe e sentia isso.
Sigo o sangue seco e os rastros que vão até uma espécie de celeiro e
entro ainda seguindo o sangue até que me deparo com a visão que me
paralisa por segundos.
Vejo-a no chão parecendo estar desacordada com a calça e calcinha
abaixada, deitada numa poça de sangue seco. Essa visão me deixa com um
misto de sentimentos nunca sentidos antes.
Saio do meu transe e me abaixo vendo se ela está viva e para o meu
alívio está.
__ Aurora! O que aconteceu com você? –‒ pergunto emotivo tentado
acordá-la até que ela abre os olhos, mas com dificuldade.
__ Senhor, eu...
__Saia, vai buscar ajuda! –‒ digo já muito abalado e tento levantar a
roupa dela vendo que ela está suja e o pensamento de que provavelmente
ela foi estuprada me deixa furioso.
__ Me ajuda...- ela diz baixo e vou até seu rosto deixando um selinho em
seus lábios a acalmando.
__ Eu tô aqui, tá tudo bem, você está segura agora. - Falo tentando não
chorar o que é difícil pois vê-la nesse estado é esmagador para mim.
__ Aqui. –‒ Ela murmura baixinho tentando levar a mão até zíper da
jaqueta.
__ Calma, aqui? –‒ digo fazendo o que ela parecer querer, pensado que
talvez ela esteja machucada.
Abro o zíper devagar e vejo algo que me choca.
__ Porra! –‒ digo perplexo quando abro o zíper e vejo um bebê com a
boca no seio dela
__ Pega...Pega ele. –‒ ela diz e eu ainda em choque pego a criança
levantando e vendo que é um menino, todo sujo e no umbigo tem o que
parece ser um canivete amarado e olhando a mão dela segurando no que
parece ser o resto do cordão umbilical e toda a cena me choca.
__ Aurora, você o teve aqui? Ele é meu? É isso? –‒ pergunto chocado,
sem saber o que fazer.
__ Sim... Me ajuda...- diz com dificuldade e não sei o que fazer apenas
tiro minha jaqueta e enrolo a criança que não chora apenas me encara com
seus olhos azuis e sinto alegria, mas ainda assim estou em choque.
__ Senhor, a ajuda está a caminho! — diz um homem entrando e quando
em vê com o bebê, fica mais em choque que eu.
__ Vem aqui, segure-o! –‒ digo e entrego a criança para o homem que
sai com ele e depois tento subir a roupa dela, mas vejo que seus dedos estão
enrolados no restante do cordão que parece ainda estar dentro dela, então
me lembro que existe uma placenta e provavelmente deve ser isso que ela
estava tentando fazer.
Tiro o cordão da mão dela e abro suas pernas e puxo, mas parece não
sair tão fácil como parecia.
__ Tira isso de mim...- ela diz abrindo os olhos e depois parece perder as
forças novamente e isso me deixa desesperado para ajudá-la.
Nunca vi um parto, a não ser de éguas, mas não deve ser muito
diferente. Mesmo com a adrenalina à flor da pele decido fazer isso.
Tento várias vezes puxar e nada, então vou enfiando meus dedos e sinto
um odor forte o que me preocupa e percebo que preciso tirar isso dela, pois
está apodrecendo lá dentro, então enfio a minha mão e ela grita alto e
quando sinto algo gelatinoso, seguro e puxo com ela gritando e chorando,
destroçando meu coração, até que finalmente sai de dentro dela e realmente
estava começando a apodrecer, o que pode, se já não causou alguma
infecção.
__ Senhor, eles chegaram! –‒ ele diz entrando, então coloco a calça dela
e a pego nos braços e levo para fora a colocando em cima da maca e eles
imediatamente saem com ela.
(...)
Confesso que estou apreensivo por ter decidido tudo enquanto ela
ainda dormia, pois tem grandes chances de ela acordar e decidir que vai
embora e não tem muito o que eu possa fazer, além de separar meu filho
dela e isso é algo que eu não quero fazer de maneira nenhuma.
Sei o quanto a Mia sofreu com a ausência da mãe dela, mesmo que seja
uma como a Miranda, não quero que meu filho passe por isso, eu não quero
passar por isso, não quero perder a Aurora, mas não tivemos a chance de
conversar nem antes e nem agora, tudo que eu sei foi o pai dela que me
falou, então me sinto de mãos atadas para resolver a situação, pois não sei
exatamente quais motivos a levaram embora.
Ela ter ido mesmo estando grávida e não ter me contado sobre a
gravidez me entristece, tanto pelo fato dela ter me escondido isso e por eu
não ter percebido, mas o pior é eu saber que se não fosse o ocorrido, ela
ainda estaria longe de mim e tudo por minha causa, então no fundo eu nem
consigo ter raiva dela ou culpá-la de nada, já que eu fui o culpado da sua
ida.
Cheguei em casa apreensivo, a Aurora estava grogue e não resistiu a ir
para o quarto. A Antonella, depois de acomodá-la, fez várias exigências as
quais eu estou fazendo o meu melhor para cumprir e deixar tudo o mais
perfeito possível.
__ Eu tenho um filho, um menino! — digo para mim mesmo, me
sentando no sofá levando minhas mãos até meus cabelos.
__ Parabéns. — O Matteo diz sentado ao meu lado mexendo no celular.
__ Você teve sorte por ter um menino, meu filho vai ter gêmeos, dois
meninos, meu sangue é forte até na genética, só veio homens! — ele diz
orgulhoso e nesse momento vejo a Giulia entrar na sala ainda com aquele
macacão de combate e a Antonella desce as escadas com meu filho no colo
e um sorriso no rosto.
__ Tia me deixa ver esse guloso que engordou a mãe dele! — ela diz e
só o fato de saber qualquer coisa sobre a Aurora na gravidez me deixa
curioso.
__ Ele é lindo, perfeito, um verdadeiro Messina! — ela diz entregando o
bebê para a Giulia que deixa a postura de matadora de lado e se derrete ao
olhar para o meu filho.
__ Ele é um Finkler! — digo me levantando e nesse momento a Miranda
entra na sala e não sei se a mato ou impeço que eles a matem.
__ O que tá acontecendo aqui? — ela pergunta confusa se referindo a
eles estarem aqui e a Giulia vem até mim e me entrega meu filho e como
essa é a primeira vez que o pego depois daquele momento, reparo melhor
nele, vendo o quanto ele é lindo e se parece com a mãe.
A Antonella vai na direção da Miranda e dá um tapa tão forte que o
barulho do tapa ecoa pela sala e devido à força que ela usou, a Miranda cai
no chão.
__ Meu Deus mulher, você é louca? — a Miranda diz do chão tentando
se levantar e vem na minha direção com o medo estampado na cara.
__ Não adianta se esconder atrás dele não, porque mesmo que ele queira
te proteger nada e nem ninguém vai te livrar das minhas mãos!- ela diz para
a Miranda que se enfia atrás de mim e nesse momento vejo a Mia no alto da
escada e vou até ela com a Miranda indo comigo como um rato medroso,
mas paro e olho para trás quando a Miranda segura na minha camisa e vejo
um laço no pescoço dela que é segurado pela Giulia e fico surpreso pois ela
começa a puxar a Miranda, parece que ela a laçou e isso é algo que eu
nunca vi antes, pelo menos não na vida real.
__ Andreas me ajude, eles vão me matar! — ela diz com dificuldade
pois o laço está apertado.
__ E quem disse que me importo? — falo tirando seus dedos da minha
roupa e vejo a culpa e o medo nos olhos dela.
Giulia
(...)
Entro no quarto da Mia com o bebê e desde que tudo aconteceu, essa é
a primeira vez que vejo minha filha, isso além de já ter ficado fora por três
semanas seguidas e agora vendo o quanto ela parece perdida e confusa me
sinto um péssimo pai.
A chamo para a cama e ela se senta como se esperasse ansiosa para
saber quem é a criança que carrego em meus braços.
Olho para o bebê que dorme, olho para a minha filha e vejo que eles não
são nem um pouco parecidos. A Mia se parece comigo, seus olhos e cabelos
são castanhos enquanto meu filho é muito branco e tem apenas uns poucos
fios de cabelos loiros.
__ Papai... Hum...- ela resmunga olhando para ele.
__ Mia, esse é seu irmão. — Digo e ela arregala os olhos incrédula.
Explico para ela que a Aurora estava grávida e sou sincero com ela
quando digo que eu não sabia, nem desconfiei e enquanto eu falava, me
peguei lembrando dos vômitos e mau humor e agora tudo faz sentido,
menos o fato de não ter aparecido barriga alguma, pois pelas minhas contas,
levando em consideração que a obstetra disse que o parto só adiantou uma
semana, ela provavelmente estava com quase seis meses de gestação.
Como pude não perceber!?
Ah eu me lembro bem que brigávamos muito naquelas últimas semanas
e por isso mal fazíamos sexo, além do fato que eu passava dias e até
semanas fora trabalhando, ou melhor fugindo.
__ Papai, ele é tão lindo! — ela diz encantada pegando a mãozinha
minúscula dele.
__ Sim, ele é filha! — falo admirando meu menino que mesmo o
conhecendo tão pouco e não ter tido a chance de me preparar para isso, sei
que já o amo.
__ Papai eu posso pegar ele? — ela pergunta ansiosa e só nesse
momento percebo que estou sozinho com ele a tempo demais para a
segunda vez que seguro um bebê no colo e talvez ele esteja com algum
problema pois ainda não chorou e nem abriu os olhos.
__ Filha melhor não, nem eu sei o que estou fazendo, não sei cuidar de
um bebê e tô começando a achar que tô fazendo algo errado. — Digo me
levantando e ela ri.
__ Ah papai não seja bobo, você cuidou de mim, não se lembra!?- ela
diz e nesse momento eu concordo com ela dizendo que não me lembro, mas
na verdade estou mentindo, para não dizer a ela que eu a peguei no colo
pela primeira vez com mais de três anos de idade, apenas para que ela
parasse de chorar por falta da Miranda e apenas pelo fato do meu pai a
pegar e colocar no meu colo à força e só ali foi que eu comecei a ser o pai
dela.
A culpa me faz abaixar e abraçar minha filha que não entende o que
estou fazendo e muito menos desconfia do homem que a ama, mas que no
passado a rejeitou, ela inocente apenas retribuiu sendo o poço de carinho
que é.
__ Papai agora que a mamãe voltou, eu posso ir vê-la, eu quero muito
papai!
__ Ela ainda está dormindo, quando ela acordar eu chamo você, não
vamos assustá-la, então é melhor esperar ela estar pronta, tá bom? —
pergunto e ela concorda, mas posso ver a ansiedade da espera no rostinho
dela.
Na verdade, eu estou com medo da Aurora querer ir embora, ou que ela
não me queira mais, me sinto insuficiente para ela, antes dela ir, eu fiz de
tudo para ser um cara romântico pensando que era isso que ela queria, mas
nada disso foi o suficiente, então me sinto sem armas, sem cartas na manga,
estou numa guerra desarmado e com um coração apaixonado, o que é uma
péssima condição!
Também tenho receio da Aurora estar magoada com a Mia por ter feito
ela pensar que preferia a Miranda, pois ela não sabe que a desgraçada da
Miranda armou, usando minha filha, que mesmo tão pequena se apossou da
culpa, o que foi muito difícil para mim, mas ainda assim consegui reverter
uma pouco a situação.
Na verdade, me sinto esgotado de tantos acontecimentos desastrosos na
minha vida amorosa, que sempre recaiu sobre minha filha e se a Aurora não
me perdoar, vai recair também sobre meu filho.
Não quero que as coisas sigam assim!
Parado na porta do meu quarto eu fico apreensivo sem saber se entro ou
não, e quando o medo de ouvir um não me toma e decido não entrar, meu
filho começa a fazer umas caretas e se mexe querendo chorar, então sem
escolha decido entrar.
__ Ah, que susto homem! — diz a Antonella abrindo a porta do quarto e
dando de cara comigo.
Então depois de susto ela fecha a porta atrás dela e pega o bebê das
minhas mãos com tanta facilidade que me assusta.
__ Oh meu Deus que homenzinho tão fofo, a vovó ama tanto! –‒ ela diz
carinhosamente cheirando o pescocinho dele.
__ Andreas, infelizmente vou ter que voltar para a minha casa, minha
nora está entrando em trabalho de parto e precisa muito de mim mais que a
Aurora, você vai cuidar bem dela? — diz e me pergunta séria.
__ Não tenha dúvidas!
__ Eu sei que você ama a minha filha, tá escrito na sua testa, por isso
estou indo, mas eu volto assim que puder. — Ela diz entregando o bebê
para mim novamente.
__ Ela sabe se virar bem, mas vai precisar muito da sua ajuda e também
que você seja paciente. — diz beija a bochecha do bebê que fica ainda mais
impaciente e sai.
Entro no quarto com ele começando a chorar e para a minha surpresa ela
está sentada na cama.
__ Me dê! — diz estendendo as mãos e vou até ela e o coloco em seu
colo, ela o pega ansiosa para tê-lo nos braços.
Ele parece eufórico ao ser colocado nos braços dela e mesmo com ele
choramingando, ela o beija pacientemente com os olhos fechados e fico me
perguntando se ela vai ter coragem de abandoná-lo, pois o carinho que ela
demostra ao inalar o cheiro dele é algo que nunca vi antes.
__ Calma, a mamãe vai te dar...- diz da forma mais carinhosa do mundo
e abaixa a camisola deixando o seio enorme para fora e coloca o bico na
boca dele que começa a sugar e apertar com a pequena mão.
__ Ele é lindo, não é? — ela me pergunta acariciando a cabecinha dele,
hipnotizada.
__ Sim ele é.- digo me sentando na beirada da cama, assistindo a cena
tão vidrado nele quanto ela.
Aurora
Andreas
Ela fecha a porta do banheiro e pela primeira vez na vida me sinto usado
por uma mulher e me pego lembrando das vezes que fiz isso com pessoas
que tinham sentimentos por mim.
Saio do quarto e volto para o quarto de hóspedes que eu estou usando
desde que ela chegou. Vou para o banheiro e me lavo, depois vou para o
meu escritório pensativo.
Me sento e mesmo me esforçando para me concentrar no trabalho, ainda
assim minha cabeça não sai da Aurora nua sentada em mim me beijando e
todo aquele tesão, com ela morrendo de vontade e eu me segurando para
não foder com força.
Eu nunca tive tanta paciência na hora do sexo antes, nem mesmo quando
ela era virgem, porém tive medo de machucar afinal ela acabou de ter um
bebê, o meu filho e mal nos vemos.
Depois do dia que conversamos e eu disse para ela que aceitaria se ela
quisesse ser livre e ir embora, achei melhor dar espaço pra ela, deixá-la à
vontade para quem sabe assim ela decidir ficar, confesso que na verdade
estou morrendo de medo que ela decida partir, já que não me quer mais.
Meu pai me garantiu que ela não vai, senão por mim, pelo nosso filho,
mas eu não sei se a criança é o suficiente para ela ficar e mesmo já tendo
pensado em tudo, não tem nada que eu possa fazer para que ela fique, só o
que me resta é esperar com o coração na mão.
__ Andreas! — Max me chama já entrando no escritório.
__ Temos visita. — Ele diz animado e vou com ele para a entrada e vejo
um carro estacionar e uma velha amiga sair.
__ Nossa, faz tempo que ela não vem aqui...
__ Desde que se declarou pra você, que por pura burrice não aproveitou.
— Ele diz me lembrando do ocorrido.
__ Eu jamais faria isso com ela!
__ Acho que ela gostaria de fazer isso com você, mas quando eu digo
aproveitar, eu falo de casar, você deveria ter casado com ela. – Ele diz e
desce a escada para cumprimentá-la que o abraça apertado.
__ Meu Deus, como você mudou Andreas, a paternidade te rendeu uns
músculos heim! –‒ ela diz sorrindo vindo na minha direção.
__ Mercedes! — digo e ela pula no meu abraço como fazia quando
éramos jovens.
__ Até que enfim você se lembrou de nós! — diz meu pai e ela o abraça
também.
Nós entramos e vejo que ela trouxe apenas uma pequena mala, mas pelo
fato dela ter sumido já é alguma coisa.
Nós nos conhecemos desde criança, ela brincava com o Axel e acabou
se apaixonando por mim, que até dei uns beijinhos nela quando criança,
mas só.
Porém há alguns anos atrás ela começou a vir cada vez mais, ajudava
com a Mia e estava sempre por perto, até que um dia ela entrou no meu
quarto, eu estava saindo do banho, de toalha e ela de camisola, já era tarde
da noite, ela veio até mim e me beijou, eu não queria, pois ela é como uma
irmã para mim, mas ela estava sem calcinha, foi muito rápido e quando vi
eu já estava dentro dela, na parede mesmo e quando acabou ela cometeu o
erro de dizer que me amava e queria ser minha, eu a larguei e disse que isso
seria impossível, que eu não queria me relacionar sério com ninguém, ela
me encarou, chorou e saiu do meu quarto, quando acordei ela já tinha ido
embora.
__ Eu a chamei, pois, três éguas estão perto de dar cria. — Meu irmão se
explica.
__ Mas eu também vim para conhecer seu filho e ver a Mia, já faz tanto
tempo que não a vejo. — Ela diz sorridente e fico aliviado pois ela parece
ter superado o que aconteceu.
__ Eu vou buscar...
__ Eu vou com você, quem cuida dele?
__ A mãe dele! — diz o Max e me parece que ela não sabia disso.
__ Ah sim, eu pensei que você tinha se separado. — Ela diz tentando
disfarçar.
__ Casamentos para nós são meio difícil de acabar, mas vai logo
Andreas. - diz meu pai e subo para pegar meu filho.
Bato na porta e quando entro encontro a Aurora na poltrona com meu
filho no colo mamando e a Mia ao lado dela brincando com os pezinhos do
meu filho fazendo a Aurora rir e eu pagaria qualquer quantia para que essa
cena nunca acabasse.
__ Bom dia papai, acredita que ele sorriu pra mim?? A mamãe disse que
foi o primeiro sorriso dele, e foi pra mim papai! — ela diz eufórica toda
feliz e olho para o meu filho que mama com os olhos azuis abertos.
Me sento de frente e fico observando-a amamentar e o brilho que ela
exala ao fazer isso me hipnotiza, eu nunca vi uma mulher amamentar antes
e também nunca vi a Mia ter isso de mulher alguma, então me sinto
fascinado.
__ Aurora, uma amiga da minha família está lá embaixo ela veio
resolver algo com os cavalos e me pediu para conhecê-lo e vim buscá-lo,
ele já terminou? — pergunto e percebo que quando eu disse amiga ela
parou de sorrir.
__ Que amiga papai?
__ A tia Mercedes, você se lembra dela? — pergunto e a Mia concorda.
__ A tia Me?
__ Sim.
__ Tá bom pode levá-lo, o café da manhã já está pronto? — ela pergunta
me entregado o bebê.
__ Quando subi elas já estavam arrumando a mesa. - Digo vendo-a
pegar o bebê conforto e me entregar.
__ Depois coloque ele aqui, eu vou tomar café.
Saio do quarto com a Mia e assim que chego na sala a Mercedes vem até
mim e pega meu filho o levantando.
__ Meu Deus que criança linda! Ele tem olhos azuis? É tão branquinho,
a coisa mais linda que já vi, não se parece nada com você. — diz admirada.
__ Sim ele se parece com a mãe dele. - digo bobo pois meu filho é
realmente muito lindo.
__ Então ela deve ser bonita...
__ Sim, ela é. — digo e logo vejo meu pai e irmãos olhando para trás e
me viro vendo a Aurora descer as escadas, linda e deslumbrante.
__ Aurora você tem certeza que tá bem pra andar pela casa? — pergunto
preocupado, indo até ela.
__ Até umas horas atrás você não estava preocupado enquanto transava
comigo. — Ela diz me deixando sem graça pois acho que todos ouviram.
Ela passa por mim e vai até a Mercedes e pega o bebê do colo dela.
__ Aurora essa é a Mercedes, nossa amiga de infância, ela veio fazer o
parto das éguas. — O Max se apressa a falar.
__ Muito prazer Aurora. — Ela diz estendendo a mão e a Aurora
primeiro olha para a mão dela e quando eu penso que ela vai fazer a
vergonha de ignorar ela aceita o cumprimento.
__ Já estava na hora de você sair do quarto, o resguardo já acabou e você
andar faz bem. — diz meu pai indo até ela e pega meu filho no colo com
um largo sorriso.
__ Sim sogro, eu segui o seu conselho. — Ela diz e me pergunto quando
ele começou a dar conselhos para ela?
__ Sogro? — a Mercedes pergunta sorrindo como se não entendesse.
__ Você não sabe a definição da palavra? — a Aurora pergunta e fico
sem graça, mas não tanto quanto a Mercedes.
__ Vamos tomar café! — diz meu pai indo para a sala de jantar com meu
filho no colo e todos nós o acompanhamos.
A Aurora se senta no meu lugar ao lado do meu pai, talvez pelo fato dele
ainda estar com o bebê, então eu me sento ao lado dela e a Mercedes na
nossa frente ao lado do Max como ela sempre fez.
Há uma tensão no ar, a Mercedes está um pouco intimidada com a
presença da Aurora que está atacando, e nem sei o porquê, talvez ciúmes.
__ Cadê a Mia Andreas estou morrendo de saudades dela. - A Mercedes
me pergunta sorrindo e percebo que a Aurora fica incomodada e começo a
achar muito bom a Mercedes ter vindo.
__ Ela foi ver o pônei que dei a ela de presente, todas as manhãs ela vai
lá.
__ Ah que lindo, os pôneis são muito amorosos, ótimo presente.
__ Você é veterinária? — a Aurora pergunta chamando a atenção da
Mercedes que apenas concorda com um sorriso orgulhoso.
__ Sou sim, e você qual sua profissão? — ela pergunta para a Aurora.
__ Eu era modelo, quem sabe um dia eu volto para as passarelas. — Ela
responde e a Mercedes dá uma risadinha.
__ Olha, eu sinceramente não considero isso uma profissão, podemos
dizer que é um tipo de hobby ou algo assim. – a Mercedes diz e já estou tão
apreensivo quanto meu pai e meus irmãos.
__ Interessante...- diz a Aurora e continua tomando seu café
concentrada.
__ Desculpe, mas eu acho que as mulheres têm que trabalhar, ser
autossuficientes, independentes, chega de ficarmos nas sombras de homens,
sendo apenas o apoio deles. –‒ Ela diz empolgada e sei que ela não quis
provocar a Aurora, mas não pensou antes de falar.
__ Existem dois tipos de mulheres Mercedes, e acredito que estamos de
lados opostos, mas compartilho dos seus pensamentos, também acho que já
passou da hora das mulheres serem independentes...
__ Então por que estamos de lados opostos?
__ Porque não preciso estudar ou me especializar em nada...
__ Ah, todo mundo precisa estudar!
Elas estão apenas conversando, mas estou com medo do rumo dessa
conversa.
__ Eu gosto de não fazer nada. — a Aurora diz e meu irmão dá risada.
__ Eu amo não fazer nada! — diz o Axel e meu pai diz que homens que
não fazem nada são vagabundos, o que nos faz rir.
__ Aurora, siga meu conselho e estude, trabalhe para ter seu próprio
dinheiro!
A Mercedes volta para o assunto e vejo que a Aurora está prestes a dar
um coice nela e eu até quero mudar de assunto, mas a Mercedes está
insistindo nisso.
__ Mercedes, eu venho de uma família muito rica, não se preocupe, meu
futuro está garantido. — A Aurora diz gentilmente me surpreendendo.
__ Eu jamais pensaria como você, eu nunca dormiria em paz assim.
__ Como eu disse venho de umas das famílias mais ricas do mundo, e
ainda me casei com um homem também muito rico, quando todo esse
dinheiro começar a acabar, eu me preocupo com isso. — A Aurora diz e o
Axel cai na risada.
__ Porra, por que eu não nasci mulher pra poder dizer isso! - ele diz e
acabamos rindo.
__ Sim, aí você faz um filho com um homem rico e está com o futuro
garantido! — a Mercedes diz e prefiro não pensar que ela está se referindo a
Aurora.
__ É verdade Axel, veja como eu fui esperta dei logo um menino para o
Andreas, que mulher não estaria louca para sequer tentar! — a Aurora diz
entrando na brincadeira e na provocação da Mercedes.
__ Querido, você deveria me agradecer com joias, ouro, muito ouro,
assim como fazem os homens indianos! — ela me diz sorrindo e acabo
rindo pois sei que por dentro ela está morrendo de ódio e só dizendo essas
coisas para provocar a Mercedes.
__ Nossa eu detesto joias, acho essas mulheres indianas tão fúteis!
__ Não diga isso, é a cultura delas, e a minha também, meu pai me deu o
primeiro diamante quando eu fiz um ano de idade, e quando me casei com o
Andreas eu perguntei pra ele se ele me trataria como uma rainha pois era
assim que meu pai me tratava. — Ela diz e não sei se dou risada ou tento
esconder a vergonha.
__ E o que ele disse? — pergunta o Max rindo.
__ Disse que nunca em toda a vida viu uma mulher tão linda como eu,
que minha beleza não necessitava de joia alguma, mas me cobriria com as
pedras mais preciosas do mundo, só para me ver sorrindo. — Ela diz e
acabo rindo e até meu pai começa a rir, menos a Mercedes é claro.
__ É verdade gente, pode rir, mas é verdade! — ela diz rindo também.
__ Ele nunca diria isso, você está brincando. - A Mercedes diz e a
Aurora para de rir.
__ Você o conhece tão bem assim, Mercedes?
__ Sim, eu o conheço!
__ Eu disse isso, era só pra ela ficar quieta, mas eu disse! — digo vendo-
a se levantar e pegar meu filho do colo do meu pai e se sentar novamente.
__ Então você mudou muito Andreas, muito mesmo! — a Mercedes diz
e me parece ter um duplo sentido sua frase.
__ Ele se casou, não é mais um homem disponível, isso muda um
homem não acha? — ela pergunta e a Mercedes concorda sorrindo.
Logo a Aurora se levanta e vai para a cozinha enquanto conversamos
normalmente e depois ela se senta na sala brincando com o meu filho e a
Mia que traz notícias sobre o pônei.
__ Eu pensei que a Florença tinha voltado. - a Aurora me diz.
__ Ela nunca mais pisou nessa casa desde o dia que você a demitiu. –‒
Digo e ela parece surpresa.
Depois do almoço que preferi almoçar sozinho para não encarar as
alfinetadas daquelas duas, sou informado que a Aurora está no portão
aguardando autorização para sair e meu coração até bate mais rápido.
__ Onde ela vai? — pergunto.
__ Senhor eu não sei, mas ela tem uma mala no banco de trás. — O
homem diz do outro lado da linha e até me sento.
__ Posso liberar? ela está ficando impaciente senhor.
__ Pode! — falo e desligo.
Como ela teve coragem de ir sem me dar pelo menos adeus!?
Saio do escritório arrasado e subo encontrando meu filho no quarto com
a Joana, o pego e ela sai.
Olho para o meu menino que me encara e meu coração dói, pois não sei
o que vou fazer quando ele começar a chorar por ela.
(...)
Desço as escadas com o meu filho e a vejo entrando na sala com alguns
dos meus homens que sobem com malas.
__ Você... Eu pensei...
__ Que eu tinha ido embora? — pergunta parada me olhando.
__ Por quê? Mal a Mercedes chegou e você já quer se livrar de mim?
__ É claro que não!
__ Até parece que vou embora e deixar meu bebê pra trás, nunca! —ela
diz o pegando e vejo sua roupa toda molhada.
Ela se senta no sofá e coloca o seio na boca dele que suga com vontade,
ele já estava com fome e eu desesperado.
__ Ah droga! — ela diz com o seio esguichando o que molha todo o
meu filho que deixou o bico cair.
__ Preciso de um absorvente de peito pega aí na minha bolsa! –‒ diz e
eu pego a bolsa e abro na frente dela que aponta o que é, então eu abro e ela
troca me entregando o outro pingando leite.
A Mercedes entra na sala me tirando a concentração que eu estava no
meu filho todo molhado de leite e nos peitos grandes da Aurora.
__ Oh meu Deus ele está encharcado, você deveria contratar uma babá.
— Ela diz e pela primeira vez a Aurora a olha feio.
__ Eu não gosto de babás, Mercedes. — Digo e ela sorri.
__ É eu me lembro bem, a Mia nos deu um baita trabalho.
__ Aurora eu posso te ajudar a cuidar dele, eu...
__ Não preciso da sua ajuda, faça apenas o seu trabalho que é cuidar dos
animais, que do meu filho cuido eu! — ela diz deixando a Mercedes muito
constrangida e depois se levanta e sobe.
__ Meu Deus Andreas onde você encontrou essa mulher tão agressiva,
ela é pior que os cavalos! — ela diz me fazendo rir internamente.
__ Não diga isso a ela se não quiser levar um coice! — digo e saímos em
direção ao celeiro.
Capítulo 67
Aurora
Mas que droga, pra quê eu fui falar isso a ele? Às vezes eu sou tão idiota
que tenho vontade de me bater!
Arrumo minhas roupas, meu cabelo e vou ver a Mia, ela está na aula
com o professor, então vou aproveitar que o Andreas está com o bebê para
ver como ela está.
__ A senhora chegou bem no final. — diz o professor assim que entro na
biblioteca.
__ E como ela está indo? — pergunto arrumando o cabelo da minha
menina.
__ Ótima, ela aprende muito rápido!
Fico mais um pouco conversando com o professor e depois vou com a
Mia para o jardim, nós colhemos umas flores e até mesmo algumas poucas
frutas.
Até que olho em direção ao celeiro e vejo a Mercedes com o Andreas e
sinto um ciúme fora de mim quando o vejo rindo para ela, mas o pior é ela
levar a mão na barba dele, isso me deixa irada.
__ Mia o que você acha de dar essas flores ao papai? — pergunto e ela
se empolga com a ideia.
Quando chegamos perto, confirmo o que eu já sabia, ela não gosta da
minha presença.
__ Papai, eu trouxe essas flores pra você! — a Mia diz entregando as
flores e ele se abaixa para pegar e dá um beijo nela.
Olho para a Mercedes me perguntando o que se passa na cabeça de uma
mulher para querer se meter com um homem casado e com filhos!?
Logo a Mia sai correndo e me pego aqui sem saber o que falar com os
dois me encarando.
__ Eu queria ver os animais que você está cuidando Mercedes. - Digo a
primeira coisa que vem na minha cabeça e eles parecem ter acreditado em
mim.
__ Tudo bem Aurora, quando eu for vê-los amanhã eu te chamo. — Ela
diz e ele me encara e cruza os braços.
__ Pronto Aurora? Quer mais alguma coisa? – o filho de uma puta me
pergunta.
Ele está querendo que eu saia!?
__ Não querido. — Digo e saio sorrindo, mas por dentro estou furiosa!
Entro na sala e encontro meu sogro com o meu filho e ele parece
perceber minha raiva e me chama para sentar ao seu lado.
__ Minha filha o que você viu que te deixou assim? - ele me pergunta
um pouco preocupado.
__ Nada sogro, não vi nada! –‒ digo tentando disfarçar e pego meu bebê
do colo dele, que me dá um sorrisinho e isso já é o suficiente para eu me
acalmar.
__ Agora ele sorri à toa! –‒ digo e vejo que o pai do Andreas está bobo
com o neto.
__ Igual o pai dele, ria de tudo! Eu sou muito grato por você ter me dado
um neto Aurora, o Andreas pode não ser de falar muito, mas ele também
está muito feliz.
__ Ah, aí está o pequeno Afonso neto! –‒ diz o Max entrando na sala
__ Você teve tanto azar de ter esse nome feio! — ele diz para o meu
filho que sorri.
(...)
Aproveito que o Andreas pegou o bebê e ligo para a minha mãe, estou
precisando desabafar, ontem eu fiquei tão estressada que nem para o café eu
desci hoje.
__ Até que enfim lembrou que tem mãe! — ela diz assim que atende o
telefone.
__ E como estão os gêmeos?
Ela fala toda boba dos bebês, minha mãe e toda a minha família então
pulando de alegria com a chegada de dois meninos.
Eles também estão felizes com o meu bebê, sempre me ligam e já
vieram me visitar três vezes, até mesmo meu pai está sempre me ligando e
perguntando do bebê, mas meu filho é um Finkler ele não herda meu
sobrenome, o que é uma pena.
__ Me conta como andam as coisas por aí, a Mercedes já foi embora?
__ Mãe, ela não foi embora e ainda está doida pra tomar o meu lugar! —
digo frustrada.
__ Que lugar Aurora? Mãe das crianças você sempre será.
__ Ela não quer as crianças, quer o pai delas!
__ Você disse que ela é uma boa pessoa, sua irmã não tinha pesquisado
sobre ela, qual o problema então? Isso é bom, se ele ficar com ela, você
pode ir embora com o bebê se ela der um menino pra ele.
Fico indignada com as palavras da minha mãe, ela acha normal essa
besteira que diz!?
__ Mãe, não é assim não, nós ainda somos casados!
__ Aurora, você tem que parar de marcar bobeira isso sim, o seu
problema com ele era a Miranda e ela está morta, ou você para de resistir e
conserta seu casamento, ou vai ter sim que assisti-lo seguir em frente, e não
adianta chorar depois não!
Ainda fico mais um pouco conversando com a minha mãe, e até admito
que ela tem razão, mas não é tão fácil quanto parece, eu não posso
simplesmente chegar nele e dizer, pronto agora eu te quero!
O foda é ter a Mercedes dando sopa pra ele, porque diferente da
Miranda, ela é boa e verdadeira, todo mundo aqui gosta dela e até ele se
sente à vontade com ela por aqui e a trata bem, ela é independente, bonita,
gosta de animais assim como eles e até caçar juntos eles já foram esses dias.
Parece que ela tem muito mais a ver com ele do que eu, e o pior de tudo,
tá escrito na testa dela que o ama.
(...)
Ele passa praticamente o dia inteiro com o bebê, só pediu para a Joana
me trazer ele para mamar e depois levar de volta, o que já não é um bom
sinal, pois ele gosta de me ver amamentar, me sinto mal, pois nem vir aqui
ele veio mais, apenas de manhã, e enquanto eu estava na sacada pude vê-lo
com a Mercedes várias vezes, e até o som das risadas altas eu ouvi,
enquanto eu fico aqui servindo como a vaca que alimenta o filho dele.
__ Aurora? — ele me chama e saio da sacada entrando no quarto.
__ Bom, fiquei com ele o dia inteiro pra você descansar, eu vou sair,
então se precisar de alguma coisa meu pai estará aqui. — Ele diz colocando
o bebê no berço.
__ Você vai onde sábado à noite? — pergunto cruzando os braços.
__ Vou sair para jantar com o Max e a Mercedes. — diz me deixando
chateada, mas disfarço.
__ Em pleno Dia dos Namorados, você vai levar a Mercedes para jantar
fora, que romântico Andreas. — Digo me sentando no sofá e começo a
mexer no meu celular como quem não quer nada.
__ O Max vai junto e hoje é Dia dos Namorados só na Itália, aqui ainda
está muito longe. — diz me ignorando e sai não dando a mínima pra mim e
isso me deixa decepcionada.
Vendo que meu bebê está dormindo me sinto inquieta andando de um
lado para o outro, até que começo a pensar que preciso saber se realmente o
Max vai com eles ou não.
Vou até o quarto do Max e bato até ele me mandar entrar, preciso ter
certeza de que o Andreas não está indo em um encontro com a Mercedes,
ou eu não durmo em paz!
__ Vim te pedir um favor! — digo entrando no quarto, vendo-o
mexendo no notebook.
__ Você vai sair hoje? A Giulia me disse que viria, mas ela queria que o
Andreas fosse buscá-la no aeroporto eu...
__ Não, hoje eu tenho algumas coisas pra fazer, porém é aqui em casa,
vou estar aqui, mas por que ela não vai vir de helicóptero? — pergunta
parecendo não ter percebido nada.
Filho da puta! O Andreas está mentindo pra mim!
__ Ela está vindo de outro país. Mas tá bom, eu vou falar que se ela for
mesmo vir hoje você busca, se for amanhã o Andreas vai. — Digo indo
para a porta.
__ Se for amanhã eu busco também, é só me avisar! — ele diz e
agradeço saindo e no corredor eu vejo a desgraçada da Mercedes toda
sorridente.
__ Oi eu...- ela diz, mas eu a ignoro e entro no meu quarto morrendo de
raiva dela e do meu marido mentiroso que vai levar uma mulher para jantar
e essa mulher não sou eu!
Depois de me revirar na cama de um lado para o outro várias vezes e
ficar concentrada na localização do Andreas, pois eu tenho no meu celular a
localização exata do celular dele, até que tenho uma ideia e sinto que é mais
que justo que eu também jante fora.
Então eu tomo banho, lavo meus cabelos depois os escovo os deixando
ondulados e faço uma maquiagem e por mais que eu esteja melhor por não
ficar em casa cuidando dos filhos dele enquanto ele se diverte com outra
mulher, eu ainda sinto meu interior inquieto por sequer ele querer fazer algo
assim.
Coloco um vestido azul Royal justo que valoriza muito meu belo decote,
coloco também algumas joias e uma sandália média bem delicada.
Olho no meu celular e o Andreas já saiu de casa, então ligo para a Joana
que me confirma que ele saiu com a Mercedes.
Que ódio!
__ Mamãe eu já estou pronta! — ela diz entrando no meu quarto e
finalizo arrumando meu bebê.
__ Filha, lembre-se que você vai ter que se esconder para passarmos do
portão, tá bom? — pergunto e ela concorda.
Saio com eles sem que ninguém nos veja, no carro eu coloco meu bebê
no assoalho deitado em um cobertor, peço para a Mia também se esconder e
com os bancos bem para trás e o fato dos vidros serem bem escuros está
perfeito!
__ Abra o portão logo, estou com pressa! — digo no portão para o
homem que vem até mim, mas ele faz uma ligação, afinal esse portão não
se abre sem a autorização do Andreas.
__ Avisa seu patrão pra voltar cedo, em duas horas o bebê vai acordar e
é bom que ele esteja lá. — Digo e o homem nem precisou dizer, pois o
Andreas ouviu bem.
Eles liberam o portão para o meu alívio, e assim que saio e ando um
pouco, paro e sem sair do carro coloco a Mia no cinto e o bebê na
cadeirinha.
__ Mamãe o papai não vai gostar de mentira. — Ela diz preocupada.
Ele é um mentiroso, merece isso!
__ Filha, depois a mamãe explica pra ele, não se preocupa. — Digo e
vou seguindo a localização dele e logo chegamos no centro da cidade e em
um restaurante italiano, onde além de estar lotado, ainda tem uma placa
desejando feliz dia dos namorados.
Estou com tanta raiva que minha vontade é entrar lá e dar um belo tapa
na cara dele!
Paro o carro e pego meus filhos, todos me olham pois parece ser um dia
para dois, mas ainda assim, não tô nem aí.
Entro e o garçom me conduz a uma mesa que é próxima à deles e o
clima romântico desse lugar me deixa ainda mais nervosa e com raiva, mas
eu disfarço.
__ Ora, ora, ora! — digo, parando no caminho para a minha mesa.
__ Aurora, o que você faz aqui? E com as crianças? – ele pergunta
surpreso, mas não me parece nervoso.
__ Decidi sair com os meus filhos, só não imaginava que você estaria
aqui. — Digo sorrindo, mas ele entendeu o que quero dizer.
__ Senta aqui, me dê ele! — ele diz se levantando.
__ Não eu não quero atrapalhar o clima. — Digo e ele me ignora
chamando o garçom e percebo que ele insistir para eu ficar, deixou a
Mercedes com uma cara péssima, pior até que a minha aparição repentina.
Então fico!
O garçom nos conduz até outra mesa com quatro lugares e fui a primeira
a me sentar e a Mercedes se sentou na minha frente e rezei para a Mia
sentar ao lado dela e assim minha filha fez, recebendo um sorrisinho
forçado da Mercedes.
__ O Max não pode vir, ele teve um imprevisto. — diz o Andreas se
sentando ao meu lado e vejo que ele está falando a verdade.
Então o Max está tramando para juntar os dois.
Traíra!
Aproveito que ele está com o bebê no colo e como com gosto, já que
estou em um restaurante italiano aproveito e faço muitos pedidos, a Mia
também se acaba de comer.
O clima não está nada bom, a Mercedes está calada e o Andreas
desconfortável, ou seja, eu consegui o que eu queria, que era acabar com a
noite dos dois.
__ Aurora? — alguém me chama e eu me viro vendo um grande amigo.
__ Murilo, o que você faz aqui? — pergunto me levantando e dou um
abraço apertado nele.
__ Uau, você tá um espetáculo! — ele diz me fazendo dar uma rodada e
rir, como sempre.
__ Esse é o Pablo. — diz me apresentando um gay muito bonito e nós
nos cumprimentamos.
__ Ouvi muitas histórias sobre sua beleza, e vejo que não era exagero
dele! –‒ ele diz me fazendo rir, até que o Andreas pigarreia chamando nossa
atenção e quando olho pra ele, sua cara está péssima.
É bom fazer os outros sentirem ciúmes, não é? Agora tá sentindo na
pele!
__ Meninos, esse é o Andreas, Mercedes e esses são meus filhos.
__ Esses são Murilo e Pablo! — falo apresentando todos.
__ Então é verdade, sua mãe me disse, mas eu não acreditei. Afinal você
nunca quis se casar comigo, nem eu implorando. — diz o Murilo me
fazendo rir e a cara do Andreas fecha ainda mais.
Eles se despedem e vão para a mesa e percebo que o Andreas não
percebeu que o Murilo é gay e os dois são um casal, afinal o Murilo é um
homem comum, não é do tipo que deixa perceber, diferente do Pablo.
Depois do momento de ciúmes do Andreas, me senti muito melhor,
então quando vi que o Murilo passou por mim em direção ao banheiro e
tocou meu ombro, apenas como mais um cumprimento, eu decidi usar isso
para fazer ainda mais ciúmes no Andreas e logo depois que o Murilo passa
eu decido ir ao banheiro também.
__ Com licença. — Digo me levantando e o Andreas me olha
desacreditado e até com raiva.
Pego minha bolsa e vou elegantemente para a toalete, entro e me olho no
espelho, me achando ainda mais linda depois dos comentários do Murilo.
Quando eu for para a Itália vou agradecer a ele por me ajudar ainda que sem
querer.
Antes dele chegar, eu estava começando a me arrepender de ter vindo,
pois o Andreas estava muito desconfortável e a Mercedes me ignorando, ou
seja, me senti um peixe fora d’água.
Espero um bom tempo, quero que o Andreas sinta minha falta e quem
sabe pense que estou com o Murilo e até venha me procurar.
Retoco meu batom vermelho pela quinta vez, fazendo um belo contorno
nos meus lábios, até que levo um susto quando a porta e aberta com tudo.
__ Ei!!! Pra quê entrar assim!?- falo vendo-o entrar, depois trancar a
porta e me olhar feio.
__ Aquele filho da puta acabou de voltar pra mesa, demorou demais,
você veio fazer o quê atrás dele? — pergunta nervoso encostando seu corpo
no meu, me prendendo na bancada.
__ Você se importa? –‒ pergunto sussurrando na boca dele, o
provocando.
__ Aurora, Aurora, você tá brincando com fogo, brincando com coisa
séria! –‒ diz na minha boca, mas não me beija.
__ E se eu estivesse aqui com ele e daí? Você trouxe uma mulher para
um encontro! — digo já nervosa, mas ele ataca minha boca me beijando
com força e brutalidade.
Ele me vira de costas e me deita na bancada segurando meu cabelo com
força e pela enorme parede espelhada posso ver absolutamente tudo o que
ele está fazendo.
__ Se você se comporta igual uma vagabunda, vou te tratar feito uma!
–‒ diz nervoso, com uma mistura de raiva e desejo, levantando meu vestido,
rasga minha calcinha e a coloca no bolso e nesse momento ele tira do bolso
uma camisinha o que me deixa furiosa!
__ Seu desgraçado! Por que você tem uma camisinha? –‒ grito com
raiva sentindo-o apertar mais forte meu cabelo e minha cabeça contra o
mármore, me impossibilitando de levantar.
Ele me ignora, abre o preservativo com a boca e coloca facilmente,
cospe na mão, passa na minha vagina e me penetra com tudo.
Quando ele entrou em mim doeu, mas não posso negar que está gostoso,
essa mistura de raiva com prazer me deixou muito excitada, mas também
estou magoada pois ele pretendia levar a Mercedes para a cama ou ainda
pretende, não sei!
__ É assim que você quer que eu te trate, feito uma puta! –‒ ele diz entre
os dentes metendo com muita força, porém quanto mais força ele usa mais
eu gosto, então dou um sorrisinho.
Ele sorri negando com a cabeça e ainda metendo forte, dá uns tapas
muito forte na bunda que queima minha pele e assim que ele tira a mão,
posso ver pelo espelho que ficou a marca dos seus tapas.
__ Aurora não me provoque, eu não sei brincar! –‒ diz metendo com
mais força ainda, me fazendo se perder em meio ao prazer e meus gemidos.
__ Esse cu tá me convidando, caralho! –‒ diz e quando eu começo a
sentir o orgasmo sinto ele me penetrar atrás e uma dor terrível se formar e
eu até o mando parar, mas ele continua metendo e leva a mão para o meu
clitóris que já estava inchado e logo começo a sentir prazer novamente e ele
percebendo continua mais forte, tanto na penetração quanto nos dedos e
logo sinto o orgasmo me dominar e meu interior querer que ele continue,
sem parar!
__ Que delícia gozar no seu cuzinho apertado! –‒ diz parando, beijando
minhas costas depois de gozar e sai, parecendo que está arrancado minhas
entranhas com as próprias mãos!
Ele tira o preservativo e joga no lixo, enquanto pego o pacotinho de
lenços umedecidos e vou para um dos banheiros me limpar, sentindo toda a
minha intimidade dolorida, mas não tanto quando onde ele bateu.
Saio da cabine vendo que ele ainda está aqui, lavo minhas mãos, retoco
me batom e o encaro vendo a bela marca que deixei ao chupar seu pescoço.
__ É, parece que estraguei sua noite! –‒ falo, mas ele não diz nada então
vou saindo com ele vindo atrás de mim.
__ Ah, só pra você saber o Murilo é gay, e eles são um casal. –‒ Digo
andando e vou para a mesa onde vejo a Mercedes com uma cara péssima
segurando meu filho.
Me sento sentindo minha bunda doer muito e pela cara que fiz, vejo que
o Andreas percebeu pois parece estar preocupado.
Vejo a Mercedes olhar para o pescoço dele onde está a marca que ele
parece nem ter percebido ainda.
Eu até queria continuar aqui mais um pouco, mas não estou me sentindo
muito bem e para piorar estou soltando gazes involuntários, o que me
preocupa, então decido acabar a noite antes que eu passe vergonha!
__ Filha você já comeu a sobremesa? –‒ pergunto e a Mia concorda.
__ Bom, então nós vamos embora, não quero estragar a noite de vocês.
–‒ Digo me levantando e consigo ver que a Mercedes gostou da ideia.
__ Você não vai pedir a sobremesa? –‒ o Andreas me pergunta um
pouco preocupado.
__ Não tô me sentindo bem, meu corpo está doendo. –‒ digo a verdade e
vejo a preocupação dele aumentar.
__ Então vamos embora! –‒ ele diz se levantando e está estampado na
cara da Mercedes o quanto ela queria ficar.
Eu adorei ele decidir ir embora e principalmente o fato dele estar
preocupado comigo, mesmo que seja ele o causador das minhas dores!
Saímos para a entrada do restaurante e enquanto esperamos o manobrista
trazer o carro que eu vim, sinto-o colocar seu terno nas minhas costas e eu
para conter meu sorriso de satisfação, beijo meu bebê que dorme no meu
colo.
O carro para e ele pega o bebê do meu colo e o coloca na cadeirinha e
quando vou para o lado da frente tenho a leve impressão que a Mercedes
estava esperando para entrar ao lado dele, afinal era só ela entrar atrás com
a Mia, porém eu já abri a porta e entrei.
__ Você tá bem Aurora, precisa de um médico? Eu devo ter te
machucado! — ele diz enquanto dirige, se esquecendo que temos
companhia.
__ Eu tô bem amor, só preciso de banho e cama. — Digo e ele olha com
pena de mim e coloca a mão em cima da minha que eu tinha colocado na
coxa dele, entrelaça nossos dedos e leva minha mão até à boca, deixando
um selinho nela.
Me derreto com a preocupação dele e todo o carinho, imaginando o que
a Mercedes está pensando no banco de trás do carro.
Chegamos e ele primeiro abre a porta para eu sair e até me dá a mão
para me ajudar, então espero que ele pegue o bebê, me entregando e pega a
Mia no colo já que ela está dormindo.
Subimos e fiz questão de esperar por ele, para que a Mercedes não tenha
nem mesmo a oportunidade de dar um boa noite a ele.
Capítulo 68
Ela vai para o banheiro e eu troco meu filho que dorme pesado, coloco
um pijama e fralda seca, o colocando no berço em seguida.
A Aurora sai do banho com uma cara péssima, coloca uma camisola
curta e se deita na cama. Eu pego um remédio para dor na gaveta da
cabeceira e entrego pra ela com um copo de água e depois de tomar ela já
parece cair no sono.
Vou para o banheiro, tomo um banho pensando na noite de hoje, será
que ela sabia onde eu estava ou foi apenas coincidência!?
De qualquer forma quando a vi com as crianças levei um susto, primeiro
por ela ter conseguido sair com eles sem os homens no portão perceberem,
segundo porque eu disse que meu irmão estaria lá, mas não estava e ainda
marcou em um restaurante italiano em pleno dia dos namorados, ou seja,
pareceu que eu estava em um encontro com a Mercedes.
Minha vontade era ir embora na mesma hora que meu irmão avisou que
não ia conseguir ir, mas a Mercedes estava empolgada demais para eu jogar
um balde de água fria nela.
Eu não quero magoar a Mercedes e nem a Aurora, que aliás me deixou
tão louco de ciúmes que fiz besteira batendo nela daquele jeito, além do
sexo anal que ela não estava preparada o que fez ela sentir dor, mas porra eu
disse pra ela não me provocar assim, eu não sou bom com essas
brincadeiras, não sei me controlar!
Quando vi aquele idiota elogiando-a sem parar, girando o corpo dela
como se estivessem dançando só para ver melhor de todos os ângulos, já
fiquei puto, aí ele passa encostando nela e ela vai praticamente com ele para
o banheiro e ainda demora!?
Ah não! Fui atrás pronto para matar o desgraçado, mas aí percebi que ela
só estava me provocando e fiquei cego de tesão, que juntou com a raiva que
sempre insiste em não me deixar tão rápido, pronto, agi feito um louco e a
tratei como uma qualquer, coisa que ela não é e nunca vai ser!
Saio do banho vendo-a esparramada na cama, coloco uma calça de
moletom e como ela está com a camisola bem levantada vejo a marca da
minha mão com meus cinco dedos na bunda dela.
Porra, como eu fui capaz de fazer isso? Ela é tão delicada, sua pele é tão
macia quanto um pêssego, eu devo ser um animal mesmo!
Saio do quarto e vou ver a Mia, que também está jogada na cama, então
eu a cubro, apago a luz e volto para o meu quarto com a Aurora, mas
quando estou entrando vejo a Mercedes sair do meu outro quarto.
__ Eu estava te procurando. — Ela diz sem graça e não sei se é por estar
saindo do meu quarto, ou por eu estar entrando no da Aurora.
__ Aconteceu alguma coisa? — pergunto ainda com a mão na maçaneta
da porta.
__ Nada, depois a gente conversa, boa noite. — diz e sai.
Entro no quarto, apago a luz e me deito na cama, percebendo que senti
falta de dormir aqui.
Eu poderia e até deveria ir para o meu quarto, mas ela estava mal e sei
que meu filho dá trabalho à noite, então mesmo que ela não goste de me ver
aqui amanhã, vou ficar!
Para a minha surpresa assim que me deito ela vem para junto de mim
deitando no meu peito, envolvendo o braço e a perna em mim, me
abraçando com o corpo. Eu a abraço também e aqui me sinto bem pra
caralho, arrependido de muita coisa, mas ainda assim me sinto bem.
Acordo no meio da noite com ela sentada na beirada da cama no escuro
e me preocupo até que me levanto e vejo que ela está apenas amamentando
meu filho que está dormindo; me pergunto se dormi tão pesado assim para
não ter escutado ele chorar.
__ Tá tudo bem, você tá se sentindo melhor? — pergunto e ela apenas
concorda comigo.
Sinto que estou suando de calor, então tiro minha calça e volto para
debaixo do edredom e depois de amamentar, ela volta para a cama e se
deita, virada para o outro lado.
Não resisto e puxo seu corpo para mais junto do meu e ela além de não
reclamar ainda se vira para mim, leva a mão para o meu rosto em forma de
carinho e me beija me surpreendendo.
Eu a beijo ardentemente, me controlando muito para não subir em cima
dela e transar novamente, mas aí ela vem pra cima de mim e tira a camisola
e era o que faltava para eu perder o controle, puxar a calcinha dela até
rasgar e penetrar sem dificuldades, pois ela está molhadinha de tesão.
Ela rebola no meu pau me levando ao delírio, então ela se abaixa e me
beija sem deixar de se movimentar em mim.
__ Eu amo você seu desgraçado, da próxima vez que você levar outra
mulher que não seja eu para qualquer lugar, eu vou matar você! — diz
mordendo meu lábio e ouvir isso me faz querer amá-la ainda mais.
Num movimento rápido eu deito-a na cama e fico por cima, sem tirar
meu pau de dentro dela, seguro suas mãos no alto da cabeça e deixo leves
beijos em seus lábios e rosto.
__ Você é a única mulher que eu quero por perto...
__ Você levou uma camisinha Andreas, porra você queria comer
aquela...- não a deixo terminar de falar, a beijo.
__ Eu achei no bolso da minha calça por engano...Eu juro amor... eu só
quero você! — digo e continuo a fazer amor com ela como já não fazemos
há muito tempo.
Fizemos amor até o dia clarear, meu filho acordou resmungou e nem
mesmo isso nos parou, foi surreal parecia que eu estava num sonho, nós
resolvemos ali muitas pendências enquanto ela falava que me amava muitas
vezes, o que além de me tirar um peso enorme das costas, ainda me deixa
aliviado, pois eu a amo e não estava conseguindo aceitar e nem mesmo
imaginar uma separação!
__ Acorda Andreas, seu filho tá chorando e não tenho forças para
levantar. — Ela resmunga com os olhos fechados, mas estou bem acordado,
então me levanto e vou até o berço e quando me vê ele sorri e faz até uma
gracinha que melhora ainda mais meu humor.
Eu o pego, troco a fralda encharcada, coloco apenas um body levinho e
o trago para o meio da cama e me deito.
Ele parece impaciente então eu o viro para ela que está virada para mim
e ele parece desesperado por ela, puxando sua camisola.
Coloco ele bem perto dela e tiro o peito enorme para fora da camisola,
onde ele desesperadamente abocanha enquanto ela dorme tranquila.
Depois de mamar, eu o coloco no meu peito e bato em suas costas
levemente até ele arrotar, assim como vi na internet e ele solta um belo
arroto quando já está até dormindo.
(...)
Depois do nosso banho, onde eu, ela e o nosso pequeno tomamos banho
juntos, eu saio, me seco e tiro-o do chuveiro com ela saindo também.
Nos trocamos e logo a Mia apareceu feliz da vida por ter saído ontem
para jantar, o que me rendeu uns cabelos brancos, mas até que valeu.
Descemos os quatro para o café da manhã onde já estavam todos na
mesa; nos sentamos e fico com meu filho, mas logo meu pai me pede ele
dizendo que já terminou o café e a Mia diz que vai comer com a Joana na
cozinha.
__ Que sorriso grande Andreas, faz tempo que você não sorri assim logo
cedo! — diz o Axel insinuando que aconteceu o que de fato aconteceu.
__ Ele tá feliz pois vamos visitar minha família, ele tá sentindo falta do
sogro dele. — a Aurora diz me fazendo rir.
__ Vamos é? — pergunto e ela concorda e me dá um selinho rápido.
__ Ah então vocês voltaram de vez? — o Max pergunta e todos estão
contentes menos a Mercedes e não a julgo por isso.
__ Na verdade Max, nós voltamos desde o dia que voltei pra cá...
__ Então vocês estavam... Vivendo como um casal? — o Axel pergunta
e não entendo o porquê ele quer saber isso, o que me incomoda, pois, minha
mulher não tem papas na língua.
__ Você quer saber se nós estávamos transando? –‒ ela pergunta pra ele
que concorda e eu belisco a coxa dela.
Por que ela tem que ser tão aberta assim?
__ Bom, seu irmão esperou o resguardo acabar, mas assim que acabou,
bem você sabe!
__ Chega de falar da minha vida pessoal, Axel não faça essas perguntas!
— digo e meu irmão ri.
__ É melhor assim, vocês tem um filho pra cuidar e temos um nome pra
zelar! — diz meu pai também querendo acabar com o assunto.
__ Fico feliz por vocês! — diz o Max e vejo sinceridade nele.
__ Sério? Se você acha que devemos ficar juntos, por que tramou para
juntar ele e a Mercedes? –‒ a Aurora pergunta me fazendo engasgar com o
café.
__ Eu não fiz isso, eu não tive essa intenção! –‒ ele diz sem graça e
vejo-a olhar para mim, me acusando com os olhos de ter mentido.
__ Calma, eu não marquei encontro nenhum, foi ele sim, mas isso não
significa que ele não goste de você! –‒ tento me justificar e ouço o Axel
rindo o que me dá raiva.
__ Nossa Aurora pra quê tudo isso se vocês já estão bem? Tem mesmo
necessidade de você querer esfregar na cara de todos? –‒ a Mercedes
pergunta e se ela estava nervosa fica ainda pior e até meu pai sai da mesa
com meu filho, acho que ele já conhece bem a Aurora!
__ Eu não quero esfregar nada na cara de ninguém, apenas na sua, para
que você crie vergonha e não fique dando em cima de homens casados, pai
de família e procure alguém que esteja disponível! –‒ ela diz e tanto eu
quanto meus irmãos não sabemos onde enfiar a nossa cara.
__ Eu não fiz isso, nós somos amigos, eu...
__ Olha Mercedes eu não tenho nada contra você, vou até permitir que
você fique até terminar o seu trabalho, mas se coloque no seu devido lugar e
se tocar no meu marido outra vez, ou ficar pela casa entrando nos quartos
procurando por ele novamente, você vai ter uma inimiga e não me queira
como uma pois você vai se arrepender! –‒ ela diz me deixando boquiaberto
e sai da mesa nos deixando sem graça.
__ Nossa, depois dessa acho melhor eu ir embora! –‒ a Mercedes diz e
meu irmão a segura.
__ Não Mercedes, você fica, a Aurora passou dos limites e o Andreas
vai conversar com ela! –‒ ele diz e me pego encurralado.
Como ela sabia que a Mercedes entrou no meu quarto?
__ Ela é assim mesmo Mercedes, é o jeito dela e o Max colocou lenha
na fogueira marcando um encontro entre vocês dois, a Aurora além de ser
louca e não saber o que é perder, ainda ama o Andreas, você queria matar a
Mercedes, Max? — o Axel pergunta e meu irmão parece perceber que fez
merda!
__ Olha Mercedes desculpa por ela, mas acho que são os hormônios da
maternidade que a deixou mais agressiva, mas ela não está com raiva de
você, isso eu garanto! — digo me levantando e saio da mesa indo para o
quarto.
Encontro-a na sacada olhando para a floresta e me encosto na porta com
os braços cruzados, até que ela se vira e me olha com raiva e ao mesmo
tempo que tenho medo, sinto amor.
__ Tá, eu sei que passei dos limites, mas ela me provoca desde o
primeiro dia que chegou aqui, além de ficar se oferecendo pra você! — ela
se justifica vindo para mim que a envolvo em meus braços.
__ A Mercedes não é uma ameaça, ela é só uma amiga de infância,
talvez por isso pareça que ela tem intimidade conosco, mas ela cresceu
brincando com o Axel aqui em casa, é só isso! — digo para acalmá-la, mas
sei que a Mercedes a provocou várias vezes e sim, ela tinha esperanças de
ter algo comigo, mas isso eu guardo apenas para mim.
__ Hoje a pediatra obstetra vai vir ver o Afonso e também trazer algum
anticoncepcional. — diz saindo dos meus braços entrando no quarto.
__ Ótimo, não queremos mais filhos, pelo menos pra mim está perfeito
assim, quem sabe daqui uns quinze anos! — falo atendendo meu celular e é
justamente os seguranças me avisando que a médica chegou.
Eu vou atrás do meu filho que ficou com o meu pai e depois de procurar
em todo lugar, o encontro na cozinha com a Joana no maior papo e
conhecendo meu pai como conheço, se ela der mole ele pega, se já não
estiver pegando.
Levo meu filho para o quarto onde a médica já está e ela conversa com a
Aurora justamente sobre as opções de contraceptivos.
__ Vou querer esse chip, pelo menos não preciso me preocupar por anos.
— Ela diz aliviada.
__ Tudo bem, eu posso colocar hoje mesmo, só preciso que você faça
um teste e está tudo certo! — a médica diz sorrindo.
Enquanto a Aurora vai para o banheiro fazer o teste, fico acompanhando
a médica que rapidamente examina meu filho o que o faz rir.
__ Ai meu Deus!!!- ela grita do banheiro e vou correndo ver o que
aconteceu e ela está em pé chorando.
__ O que foi Aurora? Você se machucou? — pergunto procurando
algum ferimento e a médica vem rápido e pega o negócio que ela segura.
__ Grávida de duas semanas, parabéns vocês vão ter outro bebê!
(...)
Faz dois dias que descobrimos que ela está grávida e nunca me vi tão
assustado quanto naquele momento, a médica logo foi embora vendo a quão
chocada a Aurora estava e por isso eu tive que disfarçar o meu nervosismo.
Porra, eu não queria ter mais um bebê, ela acabou de dar a luz, nosso
filho não tem nem dois meses e já a engravido de novo!
E pelas minhas contas foi na primeira vez, a duas semanas atrás quando
nosso filho fez um mês de vida.
O médico me disse que seria muito difícil que ela engravidasse de novo,
ele disse que precisaria de muito tratamento e mesmo assim não seria nada
garantido, eu não tive nem coragem de contar isso a ela, estava esperando o
melhor momento.
Ela ainda está perplexa, chorou horrores e até me xingou, cheguei até a
pensar que ela não ia querer que eu dormisse aqui, mas não, na hora de
dormir ela se enganchou em mim e dormiu pesado, diferente de mim que
acordei a noite inteira e agora estou aqui ninando meu filho, vendo-a dormir
quase pelada, pensando que agora somos cinco, pois ali tem mais uma
criança minha.
Acordo com a luz da manhã entrando no quarto, depois de dormir
pouquíssimas horas e vejo-a deitada com o nosso filho deitado no nosso
meio mamando.
__ Bom dia amor. –‒ Digo vendo-a concentrada em mim.
__ Andreas, eu tô morrendo de medo de ter outro bebê, não dou conta de
cuidar nem desse, eu não quero ter que contratar babás agora! — diz
frustrada.
__ Eu tô aqui não tô? Então daremos conta de cuidar deles! — digo me
abaixando e vou até a barriga dela deixando alguns beijos ali.
__ Jura que não vai enjoar de mim com três crianças pra cuidar? —
pergunta preocupada me fazendo rir.
__ Eu não poderia estar mais feliz, ganhei uma mãe pra minha filha e
mais duas crianças, quem sabe vem mais um menino para o meu pai ficar
ainda mais feliz e se oferecer para o cargo de babá! — falo fazendo-a rir.
Aurora
Hoje decidimos descer para o café da manhã e contar para todos sobre o
nosso mais novo momento.
Meu Deus, outra criança!
Quase tive um enfarto quando vi o resultado do teste, eu estava muito
feliz em poder me prevenir por tanto tempo que foi como um balde de água
fria, sem contar que fiquei me recriminando por não ter tomado pílula do
dia seguinte.
__ Bom dia família! — o Andreas diz e fico surpresa, ele nunca os
cumprimenta assim.
__ Nossa, qual o motivo de tanta empolgação? — o Max pergunta e ele
sorri.
__ Vou ser pai novamente! — ele diz fazendo todos ficarem paralisados.
__ O quê? — a Mercedes pergunta com os olhos arregalados.
__ Não foi planejado, apenas nos descuidamos e acabei engravidando de
novo! — falo e o pai dele me olha sorrindo com os olhos brilhando.
__ Mas eu confesso que estou com medo, nós não queríamos isso! —
digo com sinceridade, antes que alguém me julgue irresponsável assim
como minha mãe quando eu contei.
__ Graças a Deus, o Andreas vai se encarregar de garantir o futuro dos
Finkler! — diz o Axel em tom de brincadeira.
__ Ah meu filho eu estou tão feliz que nem sei como expressar, vocês
vão me dar mais um menino? — o pai dele pergunta e dou risada.
__ Acho mais provável que venha uma menina sogro.
__ Eu sei que será outro menino. Você está de quantas semanas? — ele
me pergunta.
__ Duas semanas pai.
__ Quando o Andreas tinha um mês a mãe dele engravidou de novo
exatamente igual a você Aurora, aí veio o Max, depois o Elias, um atrás do
outro, só o Axel que nasceu anos depois! — ele diz e fico impressionada
com o fato deles terem a mesma diferença de idade que meus filhos terão.
A felicidade do pai dele me fez muito bem e vejo que ele também ficou
mais feliz depois de contar, eu não pensei que mais uma gravidez traria
tanta alegria para essa casa, e lamento não ter recebido todo esse carinho
quando engravidei do Afonso, se eu soubesse teria contado e talvez isso
tivesse evitado ter passado por tanta coisa!
Capítulo 69
(...)
Chegamos na propriedade do pai dela e me lembro da última vez que
estive aqui onde as circunstâncias eram completamente diferentes e eu
quase me ajoelhei, implorando para ele me levar até ela.
Agora, estou dirigindo com ela ao meu lado, grávida com um sorriso
enorme no rosto, a Mia no banco de trás e meu filho na cadeirinha.
Realmente o mundo dá voltas!
Eu detesto a mania que eles têm de estar todos na porta esperando o
carro chegar, porém gosto quando chego em casa e ela e a Mia estão me
esperando.
Assim que para o carro, ela desce e corre para os braços do pai dela, eu
abro a porta de trás para a Mia e tiro meu filho da cadeirinha, mas logo a
Antonella já o pega dos meus braços; nós nos cumprimentamos e entramos.
Depois de toda a recepção, subimos para o antigo quarto dela, onde já
tinha um pequeno berço para o meu filho.
__ Até que enfim estamos a sós! — falo me sentindo aliviado por não ter
tantas pessoas ao meu redor.
__ Minha família é grande, mas nem sempre foi assim, no começo era só
meu pai e meu tio, agora somos muitos, logo será a nossa família, quando
nossos filhos crescerem e se casarem. — Ela diz se sentando no meu colo
depois de colocar meu filho no berço.
__ Os meninos sim, a Mia jamais! — digo fazendo-a rir.
__ Casar com a filha dos outros você pode, agora a sua você quer
segurar?
__ Com certeza, não gosto nem de pensar nisso!
__ Meu pai também dizia isso, mas enfim, talvez seja outra menina é
melhor você não criar expectativas! — diz beijando minha boca de leve.
__ Seu pai me disse que é um menino, ele disse que todos os netos dele
serão meninos, eu prefiro acreditar nele. — Falo e ela ri alto jogando a
cabeça para trás.
Ela me beija intensamente e levo minha mão para dentro do seu vestido
e já sinto sua calcinha começar a molhar, o que me deixa excitado, mas me
lembro que estou na casa do Matteo e paro o beijo e me levanto.
__ Ah Andreas, para com isso, nós vamos ficar alguns dias, você tem...
__ Seu pai disse que queria falar comigo! –‒ falo indo para a porta, mas
ela corre e a tranca tirando a chave.
__ Aurora, Aurora, não seja safada, pelo menos não aqui! –‒ falo a
repreendendo, mas ela sorri maliciosamente e abaixa as duas alças do
vestido.
Permaneço encostado na porta, não acreditando que ela vai fazer isso!
Mas sim, ela deixa o vestido cair revelando a lingerie nas cores preto
com dourado, que abraça seus lindos e fartos seios de forma perfeita com a
calcinha minúscula e provocante, o conjunto ideal para arrancar de um
homem sua dignidade!
Ela vem até mim lentamente sensualizando e quando chega em mim
apenas me encara com o olhar mais sedutor que já me deu e
inesperadamente ela lambe os meus lábios enquanto eu me seguro para não
comê-la aqui e agora, em plena luz do dia.
Entretanto, ela desce me lambendo e um calor diferente me domina,
quando ela morde meu pau já duro por cima do tecido o que me faz fechar
os olhos e apenas sentir o que me parece que ela vai fazer.
Sim, ela abre a minha calça deixando meu pau sair e caralho, ela passa a
língua nele, começando da cabeça e descendo até minhas bolas já inchadas.
O fato dela nunca ter me chupado faz tudo ficar delirante, parece que o
tempo parou nesse momento.
Ela me chupa, conseguindo colocar tudo na boca, me surpreendendo,
foram pouquíssimas mulheres que conseguiram esse feito, e para a minha
alegria, a que decidi passar o resto da minha vida também consegue e ainda
de forma sensual.
Sem precisar fazer absolutamente nada, eu estou quase gozando e
mesmo querendo gozar na boca dela, eu a levanto e tomo sua boca, jogo-a
na cama, tiro sua calcinha e meto gostoso.
(...)
Giulia
(...)
Max
Ela pisca pra mim e sai me deixando de pau duro, me perguntando onde
se esconde tanto fogo?
__ Você só pode tá se drogando, não sei se é pior o irmão dela ficar
sabendo ou o noivo! — o Andreas diz se sentando na poltrona.
__ Você bem que poderia ter saído e voltado mais tarde! — falo indo
para o banheiro me recompor.
__ Você acabou de transar com ela no avião, eu fui obrigado a ouvir os
gritos dela dizendo que tava gostoso e mais um monte de coisas que nem
posso repetir e agora te pego quase trepando com ela de novo? Cara é
sério, ela vai casar com aquele maníaco do Oleg, ele pode nos causar
problemas se descobre que você tá comendo a noiva dele! — diz atendendo
o telefone que está tocando.
Eu sei que ele tem razão e fiquei bem decepcionado quando soube que
ela vai casar com o Oleg, o cara que acabou com a paz do meu irmão e a da
minha família, além de ser um homem nojento, mas não tenho outra escolha
a não ser estar aqui, temos um acordo de cumplicidade com a família dela
que nos trouxe muitos benefícios, afinal meu irmão se tornou o único genro
de um dos homens mais temidos e respeitados do nosso mundo, o que nos
abriu muitas portas e duplicou nosso patrimônio, entretanto tudo tem um
preço a ser pago.
O meu preço é ver a mulher que tô gostando se casar com um estuprador
de merda, e o pior é eu ter que vir e ajudar a sair tudo como planejado!
(...)
Depois de dançar com esse verme, inclusive tive que me segurar para
não quebrar a mão dele, não vi mais o Max, e o fato de que entre tantos
homens apenas ele me interessar, me deixa preocupada.
Me sento em uma mesa onde está minha mãe e minha tia e conheço
essas duas muito bem para saber que estão odiando estar aqui.
__ Giulia, você entendeu bem o que eu disse, você tem que...
__ Mãe, você já me explicou e desenhou um milhão de vezes, relaxa eu
sei o que tô fazendo, não é a primeira vez que engano um idiota! — digo e
ela apenas revira os olhos.
__ Filha, eu era igual você, até descobrir na pele que nunca se subestima
um inimigo! — diz e meu pai chega por trás dela fazendo massagem em seu
ombro.
__ Marie, eu já te disse que temos tudo sob controle, ele não é o Ruslan
e a Giulia não é você, que só escutava a si mesma, isso você não contou a
ela, contou? — ele pergunta e ela bufa.
__ Não importa, só espero que você esteja preparado pra entrar em
guerra caso as coisas não saiam como o esperado, pois dessa vez quem vai
decapitar alguém sou eu! — ela diz virando o copo de champanhe.
__ Eles não têm bebidas de verdade nesse lugar? – pergunta indignada e
acabo rindo dela.
Me levanto e saio para ir ao banheiro, até que chego na porta e quando
entro, alguém entra comigo e fecha a porta, quando me viro fico paralisada
e nenhuma palavra sai da minha boca por alguns segundos.
__ Valentim?
__ Eu estava morrendo de saudades de você! — ele diz me beijando e o
empurro, o afastando.
__ O que você faz aqui? E como você tem coragem de aparecer depois
de tudo o que você me fez? — pergunto indignada e ele parece não saber do
que estou falando.
— Gio eu não...
__ Não me chame assim! — falo nervosa e firme o que o assusta.
__ Eu não tô entendendo você Giulia! —diz mudando seu tom.
__ Então vou te explicar, nunca mais me procure, seu mentiroso de
merda! — falo e dou um tapa na cara dele que fica furioso, mas não revida.
__ Agora eu sei quem você é! — digo e saio do banheiro dando da cara
com o Max que sorri pra mim, mas aí o Valentin sai do banheiro e o sorriso
dele desaparece e eu me pego querendo explicar, mas aí eu me lembro que
não devo satisfação a ele, então saio passando por ele e volto para o fim da
festa, onde meu pai já estava me procurando.
__ Siga com o plano e pelo amor de Deus, não subestime ninguém aqui,
em alguns dias nós voltaremos e logo tudo acaba, até lá se comporte e não
se esqueça que meus olhos estão em você mocinha! — ele diz beijando
minha testa e minha mãe me abraça forte, me dizendo que na dúvida é para
eu matar, e não me preocupar que depois eles se viram com o resto, me
fazendo rir é claro.
__ Eu te amo filha! — ela diz beijando meu rosto e vai.
Voltamos para o hotel e enquanto meu irmão e o Andreas estão numa
conversa cheia de entrosamento, eu e o Max estamos calados e bem longe
um do outro.
Vou para o meu quarto e depois de um banho eu me deito me sentindo
mal, ter visto o Valentin me trouxe um turbilhão de sentimentos negativos.
Eu namorei com ele por quase dois anos, ele foi meu primeiro homem,
eu pensava que ele era um soldado da organização, pois era o que ele me
dizia, e me pedia para não contar sobre nós, pois meu pai não aceitaria que
a filha dele namorasse um simples soldado, então eu nunca comentei para
ninguém, fiz o que ele mandou e guardei segredo, eu o amava e esperava
ansiosa os meses que ele desaparecia, dizendo que estava em missões
secretas, me sinto idiota só de lembrar.
Até que ele começou a mudar comigo, me tratar mal, e começou a me
menosprezar e mesmo eu sendo jovem, ter sido criada por uma mulher tão
forte quanto a minha mãe, me impediu de aceitar e foi quando ele me deu o
primeiro tapa.
Eu sinto vergonha de mim mesma por ter passado por isso!
Eu o perdoei, nessa e nas outras vezes, e em todas as vezes que ele me
empurrava ou me apertava com força deixando em mim hematomas, que eu
dizia para as pessoas que ganhei nas lutas que eu já fazia, enquanto eu me
recriminava por ser explosiva demais, que era o que ele me dizia depois das
brigas, que meu jeito era que o fazia perder a cabeça.
Eu o amava demais para não correr atrás dele depois de cada briga, com
medo de que ele encontrasse outra pessoa e me deixasse de uma vez, mas
eu era jovem demais para entender como as coisas funcionavam.
Até que o Filippo descobriu e deu uma surra nele, depois de me entregar
a ficha do indivíduo, onde dizia que ele era espião russo, ou seja ele estava
infiltrado no nosso meio e só se aproximou de mim para obter mais
informações, porém naquela época eu não sabia de nada, era menor e ainda
não tinha entrado para a organização.
É claro que eu sabia que ele poderia estar por aqui, mas depois de tantos
anos eu pensei que ele já estivesse morto, e estaria se não fosse o meu amor,
pois implorei ao meu irmão para deixá-lo viver e eu nunca soube de fato se
ele me ouviu ou não, pois nunca conversamos sobre isso.
Faz quase cinco anos que eu venho trabalhando no anonimato aqui na
Rússia, e nunca ouvi falar dele, talvez esse nem seja seu nome, mas ao vê-lo
eu percebi que não consegui deixar o passado para trás, não digo que ainda
o amo, não, mas me senti mal, como se o passado voltasse e aquela menina
boba também.
Depois de perceber que já passa das duas da manhã e eu ainda estou aqui
pensando em como fui idiota, lembrando de coisas tão bobas, mas que para
mim eram sinais de amor, como o fato dele ter esperado mais de um ano
para termos relações sexuais, e hoje vejo que na verdade ele era péssimo na
cama, mas para mim ele era tudo.
Minha primeira experiência sexual me faz lembrar da última, o Max
vem na minha cabeça, e bem que Alessandra, uma amiga muito experiente
no assunto, tinha razão quando disse que os homens mais velhos são
melhores na cama, pois ele despertou em mim um lado que até então era
desconhecido, talvez por isso eu tenha dormido com ele mais vezes do que
deveríamos pois segundo a minha mãe, sexo demais com o mesmo homem
sempre acaba em paixão e paixão em perdição, mas os conselhos estranhos
da minha mãe eu deixo de lado, e penso no que o Max estará fazendo
agora? Eu o deixei pensar que estava me pegando com o Valentin no
banheiro.
Saio do meu quarto e vou para o quarto dele, entro sem bater já que
comprei o cartão da camareira, e quando entro o vejo sentado na cama
mexendo no notebook.
__ Eu vi a luz acesa e pensei que talvez você também estivesse sem
sono. –‒ Falo indo até ele que só me olhou quando abri a porta, depois
voltou a focar no que estava fazendo.
__ O que faz aqui? Seu acompanhante já foi embora? — pergunta e me
deito na cama ao lado dele.
__ Ele não é meu acompanhante, eu não fiz nada com ele no banheiro,
ele entrou à força. — Digo, mas ele não parece acreditar.
__ É melhor você voltar para o seu quarto.
Ele me ignorar e estar tão frio comigo, que já estou sensível, me faz ficar
ainda pior, mas tento disfarçar.
__ O que você tá fazendo? — pergunto, mas ele abaixa a tela como se eu
o estivesse atrapalhando e isso me deu vontade de chorar.
Daqui a alguns dias vou ficar menstruada e a TPM me deixa sensível pra
caramba. E eu literalmente odeio isso!
Então me levanto da cama para eu não passar ainda mais vergonha e
ando até a porta, mas aí ele se levanta rápido e segura no meu braço, o que
faz meus olhos encherem de lágrimas e eu as limpo rapidamente.
__ Oh Giulia, desculpa, eu fui um idiota, vem cá! — diz me puxando de
volta para a cama e vou sem falar nada, mesmo que minha vontade seja ir
embora.
__ Porra, você tá chorando? Desculpa Giulia, eu nunca mais vou te tratar
assim, porra eu só faço merda! — diz me abraçando e eu acabo rindo
enquanto limpo minhas lágrimas.
__ Tá tudo bem, eu só estou sensível só isso!
__ Você tá grávida? Ai meu Deus, é meu? — pergunta desesperado.
__ Não, eu não estou grávida, é o contrário, estou de TPM. — Falo, mas
ele não parece acreditar e nem entender.
__ Desculpa gata, mas eu fui criado pelo meu pai e só tenho irmãos,
então não sei muito bem o que isso significa. — diz de forma fofa e eu
quase beijo a boca dele por isso.
__ Eu vou ficar menstruada daqui a alguns dias e sempre antes disso fico
sensível, tem mulheres que ficam nervosas, outras impacientes, é coisa de
mulher! –‒ falo e só agora ele entende e a cara que ele faz como se tivesse
acabado de descobrir algo muito importante me faz rir.
__ Ah, isso explica muita coisa! — diz e na mesma hora penso na minha
prima, os deixando de cabelos brancos com a falta de paciência dela na
TPM.
__ Mas a parte mais interessante da TPM, é que todas as mulheres, sem
exceção, ficam loucas por sexo! — falo e ele sorri maliciosamente, então eu
o beijo já subindo nele, mas ele não avança e para o beijo, me fazendo
estranhar.
__ Olha gata não me leva a mal não, mas eu não curto pegar ninguém
que um homem já pegou em um tão curto espaço de tempo! — diz me
fazendo pensar, então eu ainda sentada no colo dele resolvo explicar, apenas
por ter achado nobre sua atitude, isso prova o quanto ele se valoriza.
__ Bom, eu namorei o Valentin quando eu tinha quinze anos, ele era um
filho de uma puta, e eu não o vejo há mais de cinco anos, até que entrei no
banheiro e ele entrou junto, eu dei um tapa na cara dele e sai do banheiro,
dando de cara com você. — Falo e ele se levanta, vai até o bar e pega duas
bebidas e me entrega uma.
__ Então me explica melhor essa história de namorar assim tão nova. —
diz me fazendo juntar as sobrancelhas.
Pra quê ele quer saber?
__ Por que eu te contaria? — pergunto me deitando e bebendo de forma
infantil a bebida que ele me deu.
__ Porque se isso for verdade, você não deve ter contado para muitas
pessoas, então deve estar na hora de você desabafar! — diz me fazendo
pensar em quais motivos me levariam a contar a minha maior vergonha.
__ Eu não vou te contar mais coisas, nem fodendo!
__ Então vou ser obrigado a perguntar ao Valentin! — diz tão
naturalmente que me sento.
__ Você o conhece? — pergunto surpresa.
__ É claro, por que você acha que eu não gostei de te ver com ele? —
diz me fazendo ficar perplexa pois eu procurei como louca algo sobre ele e
nunca descobri nada.
__ Me conta de onde você o conhece, o que ele realmente faz, tudo, eu
quero saber tudo! — falo indo até o bar e encho meu copo.
__ Eu vou te contar tudo o que você quer saber, mas só depois que você
me contar o que aconteceu entre vocês dois. — Ele diz e mesmo não
querendo falar sobre minha idiotice adolescente, eu decido contar pois
minha curiosidade fala mais alto que minha desonra!
Conto tudo pra ele, desde o começo e em nenhum momento ele parece
me julgar o que me dá ainda mais coragem para falar, eu só omiti alguns
fatos, como as agressões mais sérias, porém o fato dele me tratar feito uma
idiota apaixonada eu conto, vendo o quanto eu era tola.
__ E seu pai não desconfiou de nada? — ele me pergunta a única coisa
que não cogitei quando decidi contar, pensei que ele me faria outras
perguntas, tipo como me senti fazendo papel de trouxa e tudo mais, essas
coisas.
__ Eu sei fazer as coisas escondido!
__ Então você realmente não estava transado com ele no banheiro, mas
você saiu com algum outro cara desde que chegamos aqui?
__ Que pergunta estranha! Eu não saí com ninguém! — falo, não
entendendo o que isso tem a ver com a história que acabei de contar.
Então ele vem para cima de mim me beijando desesperadamente,
abrindo meu roupão revelando meu corpo nu, beijando a minha boca,
descendo para o meu pescoço e desce para os meus seios, os chupando com
um pouco mais de força o que me deixa excitada, até que ele desce para a
minha barriga e vai descendo me levando ao delírio e quando chega na
minha amiga, ouvindo a súplica do meu corpo que implorava por mais do
que ele me deu no avião.
Chupada! Eu estou desde aquele dia louca para que ele me chupasse
novamente!
Ele me puxa contra sua boca, eu me apoio nos cotovelos, para poder ver
ele me chupando o que me deixa ainda mais excitada.
Não me preocupando com mais nada e dando um foda-se para os
demais, eu liberto a cachorra que tem dentro de mim me permitindo gemer
deliciosamente alto, enquanto seguro em seus cabelos, levantando meu
quadril colocando a buceta ainda mais na boca dele, exatamente onde eu
quero que ele chupe mais, gritando quando ele entende o que eu quero.
(...)
Acordo sentindo meu corpo pesado, querendo ficar aqui deitada mais
um pouco, porém tenho compromissos que me impedem de colocar o sono
em dia.
__ Bom dia senhorita. — Ele diz aparecendo na minha frente todo
arrumado e esse social esporte o deixa deliciosamente sexy.
__ Eles estão nos esperando, você tem quinze minutos para estar pronta.
— diz colocando o relógio no pulso.
__ Essas noites têm acabado comigo, você não sabe brincar! — falo me
levantando, me enrolo no lençol e vou para a porta.
__ Você vai sair assim? — ele pergunta, mas eu já estou saindo e quando
fecho a porta dou de cara com Andreas que me olha desacreditado.
Minha mãe garantiu que o andar inteiro fosse ocupado apenas por
integrantes da organização, disfarçados é claro, além das câmeras de
segurança que foram todas desligadas, então no andar estamos seguros
longe dos olharem dos russos.
Vou para o meu quarto e já entro no chuveiro, vendo as marcas na minha
bunda dos tapas que ele me deu, fora os roxos nos meus seios das chupadas
intensas.
Ele é muito bruto na cama, o sexo com ele é selvagem demais, porém
viciante. Ele chupa meu corpo inteiro, me faz ter orgasmos bem antes da
penetração, quando ele me chupa parece um animal faminto lambendo os
lábios.
Faz exatamente cinco dias que eu venho dormindo com ele toda noite,
na verdade fazemos tudo, menos dormir e por isso estou morta de cansaço,
sem energia alguma, já que estou indo dormir todos os dias por volta das
sete ou oito da manhã.
Hoje vamos almoçar com um homem muito importante, ele era
conselheiro do Ruslan e permanece no Conselho até hoje, é muito influente,
um cara que precisamos manter por perto, até entender qual é a dele.
Quando meu irmão disse que o Oleg não iria, respirei aliviada, só a
presença dele já me enoja, só aceitei esse casamento porque não seria
consumado, pois se esse homem fizesse sexo comigo, sem dúvidas eu teria
tétano na vagina.
Coloco um vestido champanhe médio, de mangas longas que não
evidência muito meu decote, já que o Max encheu meus seios com seus
chupões e até me pergunto se não foi proposital!?
Coloco um scarpin, deixo meus cabelos soltos e antes que eu consiga
terminar de me arrumar o Filippo abre a porta do quarto, me chamando e
quando saio do banheiro vejo os três na sala do meu quarto.
__ Porra Giulia faz meia hora que estamos esperando caralho! — ele diz
pegando meu celular e minha bolsa, me acelerando.
Assim que entramos no carro eu pego minha bolsa e começo a tentar me
maquiar.
__ Caralho pra que tanto balanço? — digo percebendo ser impossível
me maquiar aqui.
__ Ninguém mandou dormir até tarde, vê se começa dormir mais cedo,
de preferência no seu quarto! — o Filippo diz e ligo um alerta pois se ele já
não sabe, está desconfiado.
__ A minha cama é desconfortável, prefiro a do Max! — falo e o
Andreas até comete uma infração no trânsito que faz os outros carros
buzinarem, o Max me olha incrédulo e o Filippo confirma as minhas
suspeitas, ele já sabe!
__ Vamos ver o que o nosso pai vai achar disso! — diz com um tom
sério, o que não é muito a cara dele.
__ Olha Filippo eu...- o Max tenta dizer, mas o Andreas o corta.
__ Chegamos! — ele diz e eu já abro a porta do carro e saio.
Entramos no prédio onde fica o restaurante que vamos almoçar, e o
clima está bem tenso quando entramos os quatro no elevador, então eu deito
a minha cabeça no peito do Max, encarando meu irmão.
O Andreas fica vermelho e o Filippo me encara sem expressão negando
com a cabeça, mas eu sei que ele está querendo rir.
__ Nós estamos apaixonados, nos declaramos ontem, agora somos
namorados! — falo abraçando o Max sentindo seu coração disparado.
Não somos namorados e nem nos declaramos, só estou brincando com o
Max e meu irmão já percebeu.
O Andreas olha feio para o irmão, tão feio que parece querer matá-lo.
__ Vai Max assume! — falo abraçando-o com mais força.
__ Então você tirou a pureza da minha irmã? — o Filippo pergunta com
cara feia.
__ Vai fala, ficou mudo?
__ Eu... eu. — Ele engasga e não aguento e começo a rir e o Filippo
também, os dois nos olham confusos.
__ Calmo Max.- falo dando um selinho nele.
__ Você tinha que ver sua cara de medo! Cara você acha que eu sou tão
idiota assim? — diz o Filippo parando de rir alto.
__ Eu já sou bem grandinha para meu irmãozinho, controlar meus
relacionamentos você não acha? — falo com os braços em volta do pescoço
dele que me olha desacreditado pela brincadeira.
__ Sim eu não a controlo, já meu pai não é tão compreensível assim, só
para você saber! — meu irmão diz e as portas do elevador se abrem.
O Filippo sempre foi meu cúmplice em tudo, já meu pai não é muito
mente aberta para essas coisas, ele é muito controlador e se não fosse a
minha mãe, ele não me deixaria nem pôr a cara na rua.
Um garçom nos acompanha para uma mesa redonda com muitos
lugares.
__ Nossa acabei de acordar, eu preciso de café da manhã e não comida,
vou acabar vomitando! — falo para o Max ao meu lado que descansa sua
mão na minha coxa.
Ele chama o garçom e pede ovos com bacon e um suco natural e me dá
uma piscadela tudo enquanto acaricia minha coxa carinhosamente.
O que me prende ao Max é o fato dele ser um homem tão rústico, do
campo, mas ao mesmo tempo é um poço de delicadeza comigo, com
simples gestos ele parece cuidar de mim e isso é algo que eu nunca tive, o
fato de eu ter sido ensinada e ser forte e pisar nos homens, faz com que eles
estejam sempre arredios comigo, e eu até que gosto desse domínio todo,
mas com o Max é diferente, ele parece não ter medo de ser ele mesmo
comigo, ele não levantou barreiras para se defender de mim, talvez seja por
isso que eu não consigo ser rude com ele.
Logo o homem chega, com mais três rapazes e quando reparo bem neles,
vejo que um deles é o Valentim o que me faz ficar paralisada internamente,
e reúno todo o meu autocontrole para não demonstrar.
Eles nos cumprimentam e o desgraçado do Valentin também se senta ao
meu lado.
O homem de meia idade se apresenta e apresenta seus filhos entre eles o
Valentim, e espero estar conseguindo disfarçar meus sentimentos.
Os homens começam a conversar e o Filippo também está disfarçando
muito bem e vez ou outra ele me pergunta com os olhos se estou bem e
concordo para não o preocupar.
Max
(...)
Max
(...)
(...)
(...)
Max
Já faz semanas que estamos aqui, estou com muitas saudades da Aurora
e dos meus filhos. Segui o conselho do Matteo e deixei que ela ficasse na
casa dele até que eu voltasse da Rússia, pois lá ela tem a mãe dela que
ajudaria com as crianças e a gravidez, já que ela não foi muito responsável
na gravidez anterior, fazendo pouquíssimas visitas ao médico.
Entretanto, depois de conversar com ela pelo telefone, e ouvi-la começar
a chorar sem motivo algum, dizendo apenas que sente minha falta, decidi ir
passar a noite com ela.
Se eu sair agora, chego lá pelas 21 horas, tempo suficiente para sanar um
pouco das saudades que sinto dela e ver com meus próprios olhos se
realmente ela está bem.
Acho que depois da nossa reconciliação, nunca mais fiquei tanto tempo
longe dela, por isso esse trabalho está me matando.
__ Aconteceu alguma coisa? — meu irmão pergunta depois de entrar no
meu quarto.
Mandei uma mensagem pedindo para ele vir com urgência e pela rapidez
vejo que ele não estava com a senhorita problema.
__ Vou viajar para a Itália, já avisei o Filippo, volto em dois dias! — falo
colocando meu relógio no pulso.
__ Aconteceu alguma coisa com as crianças, a Aurora está bem?
__ Estão todos bem, só vou passar um tempo com eles. — Falo o
deixando surpreso.
__ Você vai viajar quase 10 horas só para vê-los? — pergunta admirado
e concordo.
__ Fique de olho na encrenca, não de pau duro com ela, apenas de olho!
— falo saindo o deixando para trás.
Estou começando a me preocupar com o meu irmão, ele foi se apaixonar
logo pela filha do Giulliano! Eu não quis assustá-lo, mas fiquei sabendo que
ele arrancou o pau de um cara que dormiu com ela, não gosto nem de
pensar no que pode acontecer quando ele descobrir que meu irmão come a
filha dele a ponto do hotel inteiro ouvir os gritos!
Ela não é nenhuma menina inocente, já saiu com outros caras, o que é
compreensível porque ela é linda, uma morena de olhos azuis com um
corpão da porra, que anda por aí sensualizando, quem resistiria?
Confesso que a quis desde a primeira vez que coloquei meus olhos sobre
ela, nunca tinha visto uma mulher lutar como ela.
Nós a vimos em ação pela primeira vez junto com o Filippo, quando eu
fiz meu primeiro contato com os Messina, para me ajudarem contra a
Bravta e o Matteo nos mandou apenas os dois e o Lorenzo, o que me fez rir
e muito, já que eram apenas três jovens com uma fama e tanto, mas não
deixavam de ser jovens.
Porém eles não deixaram a desejar, ela apareceu com o famoso macacão
preto de couro, e botas altas com salto agulha, vários coldres nas pernas e
cintura, com muitas armas, muito bem maquiada, rabo de cavalo e batom
vermelho, é difícil ver mulheres assim, principalmente indo para o
confronto vestida assim.
Realmente matavam a sangue frio, nenhuma bala era desperdiçada, cada
tiro disparado era um homem morto, e sempre na cabeça, ficamos todos de
pau duro!
Foi aí que pensei que ela seria perfeita para um sexo selvagem, então
tentei seduzi-la, mas levei um belo fora, ela disse que eu não fazia o tipo
dela, o que me fez rir.
Já no casamento do Lorenzo, passei a mão no rosto dela, que segurou
meu dedo e o quebrou, dizendo que eu não tinha entendido, então ela ia
explicar...
__ Não gosto de caipiras, muito menos homens da caverna, você cheira
a cavalo, com certeza deve estar acostumado a comer as éguas do seu
quintal. Se encostar em mim de novo, será o seu pescoço! — disse
quebrando meu dedo.
Fiquei impressionado e tomei como um desafio, até que vi minha loira
dormindo na minha cama de hotel, toda esparramada.
Me lembro que ali eu pensei, que aquela mulher tinha que esquentar
minha cama! Aí ela acordou, se assustou, mas não teve medo, muito pelo
contrário, ela queria me seduzir e até aí tudo bem, as mulheres sempre
querem me seduzir.
Entretanto, ela disse que era filha do Matteo, e porra! A filha de um
homem como ele me seduzindo, querendo influenciar minha decisão, me
dizendo com quem eu iria me casar, foi algo único, e mesmo a proposta
dela sendo boa, pois a irmã não era de se jogar fora, eu decidi que ela seria
minha!
Aí ela saiu toda sensual, depois entra novamente, quando eu já estava
pronto para me aliviar, dizendo que meu soldado passou a mão nela, fique
incomodado, como eles ousam se nem eu fiz isso!?
Eu a quis testar, ouvi dizer que as mulheres da casa dele eram
impiedosas, então queria ver se era isso tudo mesmo! Até que ela diz para
arrancar a mão do homem, que ficou pasmo pois ela falava sério, fiquei
impressionado, com ela saindo poderosa, me deixando de queixo caído!
Sem dúvidas eu fiquei de quatro por ela ali mesmo!
Pensei, por que insistir em dobrar a filha do Giuliano, que só me traria
problemas e uma ejaculação precoce, se eu poderia me casar com a filha do
próprio Matteo Messina!
Eu só não esperava que ela iria dominar meu ser, tomar meu coração pra
ela, ser dona da minha alma e de toda a minha lucidez, nunca pensei que
aquela mulher de aparência forte fosse tão frágil e delicada, que mesmo no
início iria me fazer ter paciência e ser delicado pela primeira vez na minha
vida!
A nossa primeira noite, ela toda inexperiente, me desejando
genuinamente, seu corpo precisando de tempo para se acostumar com o
meu, o sangue da pureza na minha cama e no meu corpo, fez nascer em
mim a necessidade de cuidar de alguém além da minha filha.
Eu amei a Aurora da forma mais pura que um homem pode amar uma
mulher e hoje a amo muito mais, e não tenho dúvidas de que sem ela, sou
um nada!
Meu celular vibra e vejo uma mensagem do meu irmão, me perguntando
o que acho dele conversar com o Giulliano, o que me faz lembrar do nosso
problema.
Eu apenas respondo que quando eu voltar nós conversamos sobre o
assunto, mas estou ficando cada vez mais preocupado com isso, pois não sei
como o pai dela vai reagir, além de não sentir que ela quer isso, já tive
experiência com isso, e sei que aquela ali é difícil de se amarrar.
(...)
(...)
Depois de muita farra enfim consegui fazer meu filho dormir, fiz questão
de fazer eu mesmo, pois já nem me lembrava como era bom, quando
terminei e o coloquei no berço, a Mia já estava dormindo, então eu a levei
com a Aurora para um quarto todo infantil que a Aurora diz ter reformado
para ela, mas ela dorme mais com a Aurora do que lá.
Fiquei contente de ver que eles estão bem, mas fiquei com ainda mais
vontade de voltar para casa e dessa vez não vou ficar fora tão cedo.
Voltamos para o quarto e tomei um banho rápido, quando saio, vejo-a
deitando na cama, então eu vou para debaixo do edredom com ela, sentindo
seu corpo nu, o que me faz dar uma risadinha maliciosa, pois ela já até tirou
a roupa.
Tiro o edredom, vendo seu corpo perfeito e foco na barriga de cinco
meses, que já está grandinha, então me abaixo um pouco, e a beijo,
envolvendo minha mão em sua circunferência.
__ Nós estávamos com saudades de você! –‒ diz levando sua mão para
cima da minha.
Sinto meu bebê se mexer dentro dela, o que me causa uma satisfação
sem tamanho, impossível de narrar.
Eu nunca senti isso antes, nem do nosso filho, muito menos da Mia, eu
nunca mais toquei a Miranda depois que ela engravidou, a não ser quando
dei uma surra nela.
__ Eu vi o sexo do bebê, não aguentei quando a médica perguntou se eu
queria saber! -diz me fazendo encará-la surpreso.
__ É você tinha razão, teremos mais um menino.
__ Porra, eu sabia! — falo eufórico subindo, beijando a boca dela feliz
como nunca.
Nosso beijo se intensifica, estamos sedentos de saudades com muito
desejo reprimido.
Vou descendo meus beijos, levando a minha boca nos peitos enormes
sentindo o gosto do leite, ouvindo seus gemidos contidos e se estivéssemos
em casa, sem dúvidas eu pediria para não se conter.
Passo pelo meu filho o beijando e chego na minha parte preferida e antes
mesmo que eu comece, ela já me dá uma chave de coxa, prendendo as
pernas no meu pescoço, me puxando contra a sua bucetinha gostosa pra
caralho!
Depois de dar um orgasmo a ela, subo, e a pego de ladinho, li que essa
era a melhor posição, não quero machucar meu filho, ainda mais depois que
vi como sua barriga está grande.
Seguro seu corpo, levanto sua perna e vou colocando só a cabeça,
deixando entrar só metade do meu pau, o que não é o suficiente para nos
satisfazer, é claro que quero enfiar tudo, mas estou com receio.
__ Mais... Quero mais. –‒ ela geme rebolando no meu pau, indo contra
mim, colocando mais dentro dela.
Como resistir? Impossível!
__ Devagar, não quero machucar o bebê...- falo e ela para.
__ Eu não fiquei quase dois meses sem te sentir, pra você vir e me dar só
a metade! — diz montando em mim.
__ Assim pode te machucar...
Ela não dá a mínima, senta no meu pau bem aos poucos, mas percebo
que ela não consegue ficar confortável, então a deito na cama com as pernas
para o alto presas em meu braço direito contra meu peito, puxo um
travesseiro o colocando embaixo da sua bunda elevando seu tronco para um
encaixe perfeito e vou metendo num ritmo lento e prazeroso, colocando
quase tudo.
__ Não tenha pressa, você vai sentar no meu pau a vida inteira! — falo
mordendo seu pé, metendo com força, mas com a certeza de que ela só está
sentindo prazer.
Aurora
(...)
Giulia
Pra quê que eu fui falar isso, ele começa a meter freneticamente, batendo
na minha bunda com muita força e quase pedi para parar, cada tapa vem
com uma ardência terrível além do aperto no meu coro cabeludo, com ele
puxando ainda mais forte.
Sei que ele gozou pois vejo o gozo escorrer por entre minhas coxas, mas
ele não para, continua me comendo com brutalidade e basta mais um pouco
para eu ter meu segundo orgasmo.
Quando gozo escandalosamente, pois nem me controlar consigo, devido
aos tapas fortes e investidas fortíssimas, ele sai, deixando meu corpo cair
exausto, porém me coloca de lado e vem ajoelhado e já sei que vai
machucar.
Essa posição me dá a impressão que entra tudo, mas deixo, então ele me
puxa penetrando e começa a meter, apertando minha pele com força, ainda
batendo na minha bunda, puxando meus seios e os apertando.
Sinto uma mistura de dor e prazer, mas não tenho forças para parar, meu
corpo está mais gostando do que reclamando, então levo minha mão ao meu
clitóris, mas ele tira e dá tapas fortes ali, no mesmo ritmo das estocadas o
que me faz gritar e gemer.
Ele mete forte, me chamando de vagabunda, dizendo palavras sujas
enquanto bate no meu clitóris, me comendo como nunca antes, fazendo a
minha raiva se dissipar e meu prazer ser a única coisa que importa nesse
momento.
(...)
Ele sai de dentro de mim depois de gozar e vai para o banheiro, o que
me deixa um pouquinho pensativa. Mesmo transando loucamente, ele
sempre terminou fazendo amor comigo num papai e mamãe bem
calminhos, acariciando os lugares onde batia, nunca disse que era amor,
mas eu sei bem a diferença.
Dessa vez ele apenas sai me deixando aqui assim, então me lembro que
vi uma vadia nessa cama e me levanto, arrumo minhas roupas e ele volta do
banheiro com um olhar frio.
__ Eu não fiz sexo com ela, mas se tivesse feito, também não seria da
sua conta...
__ Você acabou de me comer e me diz essas coisas? — pergunto
surpresa e internamente magoada.
__ Volte para o seu quarto e nunca mais entre sem ser convidada e se
você fizer alguma coisa com a Natalya, vou cobrar de você, ela está sob
minha proteção! — fala indo até a porta e abre, fazendo com que eu me
sinta uma puta.
__ Eu não sou uma puta pra você me mandar sair quando termina de se
aliviar! –‒ falo fechando a porta com força, o impedindo de sair.
__ Sim, você não é, por isso não vamos mais fazer isso, essa foi a última
vez, não me procure mais, se você precisar de alguma ajuda chame seu
irmão ou o Andreas! –‒ diz abrindo a porta e saindo me deixando pasma.
Vou atrás dele vendo que ele entrou no quarto do Andreas, então bato na
porta indignada pois ele não pode estar falando sério!
__ Fala! –‒ diz o Andreas saindo do quarto e fechando a porta.
__ Eu não quero falar com você! –‒ falo irritada.
__ E ele não quer falar com você! –‒ diz com sarcasmo.
__ Se ele não sair, eu vou entrar! –‒ falo e ele ri.
__ O que você quer? Sexo? Ele acabou de te comer que eu ouvi daqui.
__ Cala a boca, seu babaca! — falo o cortando.
__ Olha Giulia, deixe meu irmão em paz, você deu um fora nele ontem e
agora quer o quê aqui? Volta para o seu trabalho que você ganha mais. Meu
irmão acordou pra vida, ele entendeu que você não é mulher pra casar, você
é apenas pra se divertir, mas ele cansou de diversão, então deixa o cara
procurar alguém que quer o mesmo que ele! — diz e dou um belo tapa na
cara dele antes de sair.
Chego no meu quarto arrasada com tudo o que aconteceu, primeiro que
perdi a noite de sono pensando nas coisas que falei para o Max, segundo
que ver ele com outra me cegou, terceiro que ele me expulsar daquele jeito
depois de fazer sexo comigo fez com que eu me sentisse uma puta, e para
terminar de estragar o Andreas diz que não sou uma mulher pra casar e que
o Max entendeu isso, e mesmo eu sabendo que ele estava apenas querendo
me atingir, o modo como o Max me tratou apenas confirmou suas palavras!
Fiquei péssima, passei o resto do dia no quarto me sentindo mal por tudo
o que aconteceu de manhã, me arrependendo de ter entrado naquele maldito
quarto.
O foda é que toda vez que fico mal assim, acaba refletindo na minha
saúde, pois já começo a me sentir não só mal internamente, mas fisicamente
também.
Tomo um banho e vejo as marcas no meu corpo, que me faz lembrar não
só do sexo, mas também da última vez que ele fez isso, que diferente de
agora, cuidou de mim a noite inteira como se eu fosse uma criança.
O que ele queria de mim, namorar? Eu aceitaria isso, mas ele tinha que
conversar, ter paciência, não jogar um casamento no meu colo assim, eu não
estou preparada para isso e no fundo sei que nunca estaria, eu jamais
largaria minha família para ir viver como a Aurora vive, não sou assim,
minha natureza é livre.
Porra, eu sabia que ia dar merda desde a primeira vez que dei pra ele!
__ Entra! — falo depois de baterem na porta e meu irmão entra todo
arrumado.
__ Giulia, o que aconteceu? Você esqueceu que temos um importante
passo para dar hoje? — me pergunta e lamento pois eu tinha me esquecido.
__ Eu não tô bem, não vou conseguir...
__ Giulia, não dá pra parar nessa altura do campeonato, não tem como
você se ausentar, precisamos de você, um dia de descuido pode jogar tudo
para o ralo! — ele diz pegando um vestido me entregando.
Vendo que não tenho outra escolha, me levanto e coloco um vestido
qualquer, um sapato e saio com ele, sentindo meu estômago revirar.
Minha vontade era não sair do quarto, não quero ter que ver o Max,
muito menos o Oleg, que aliás não me viu o dia inteiro e nem sei como ele
acordou.
Chego no salão onde está acontecendo uma celebração de noivado, que é
o motivo ou melhor a desculpa para estarmos ainda no hotel e eu não ter ido
morar com o Oleg. Conversamos para esperar o casamento, aí sim iríamos,
mas isso nunca vai acontecer.
Sinto meu corpo pesado, querendo cama e vou para uma mesa
segurando nos braços do Filippo que percebeu que realmente não estou
bem.
Eu passei por um transplante de pâncreas, logo depois da minha
iniciação, onde eu perdi o meu. O transplante foi um sucesso, porém eu me
sinto mal as vezes, minha imunidade não é mais como antes, mas os
médicos dizem que é comum, nada para se preocupar, apenas cuidar, e só o
fato de eu não ser mais dependente de remédios já é grande coisa.
__ Eu te forcei, não é? Droga! — ele diz, mas eu nego.
__ Eu só preciso que você drogue o Oleg e deixe comigo, eu fico com
ele a noite inteira. — Meu irmão diz saindo e pego na minha bolsa alguns
remédios, depois de pedir uma água para a garçonete.
__ Ah, olha a minha esposinha aí! O que aconteceu com você,
desapareceu! — ele diz chegando perto demais.
__ Nada, eu só não estava bem por isso preferi meu quarto. — Falo e ele
me puxa antes que eu possa fugir.
__ Oleg, onde estamos indo? — pergunto com ele me puxando para o
palco.
__ Oleg, não! — falo quase caindo nos pequenos degraus.
Até que não tem para onde fugir, pois estamos em destaque e eu com
vontade de vomitar e deitar.
__ Meus amigos! — ele diz pegando o microfone e segurando firme na
minha mão, praticamente a apertando para eu não fugir.
__ Quero dar meus parabéns aos futuros noivos, junto com a minha
esposinha linda, olhem, olhem para ela e sintam inveja de mim! — ele diz
me exibindo como um troféu e vejo o Max junto com Andreas olhando tudo
de longe.
__ Já chega Oleg! — falo tentando soltar sua mão, mas ele se coloca na
minha frente e segura no meu pescoço com força dizendo que vou esperar.
Minha vontade de matá-lo está num nível altíssimo!
__ Se fizer isso novamente vou arrancar suas bolas com as minhas
mãos! — falo entre os dentes e ele ri alto.
__ Ouviram isso? Ela disse que tá com vontade de pegar nas minhas
bolas! — diz me fazendo fervilhar de ódio.
__ Oh querida, calma, ainda está cedo! — diz colocando sua boca em
mim me beijando, tentando enfiar a língua na minha boca e mesmo
querendo o matar não posso pois preciso que pensem que somos um casal
normal.
__ Abra a boca e me beije, a não ser que queira que eu te foda na frente
de todo mundo! — diz me ameaçando e como sei que ele é capaz abro a
boca deixando ele enfiar a língua, com todos aplaudindo, então com toda a
dignidade bem longe de mim, ele para e enfia a mão no meu cabelo o
puxando com força, encarando meus olhos cheios de lágrimas.
__ Vejam como ser um bom marido, é isso que vocês têm que ver na
cara das suas mulheres, medo! — diz segurando minha cabeça pelos meus
cabelos e nesse momento dou meu melhor sorriso e começo a rir, o que o
irrita.
Então ele me solta, me empurrando sentido às escadas e vem atrás de
mim, mas um homem o chama e ele vai, me deixando ir, então eu corro
para o banheiro e começo a vomitar e chorar de raiva ao mesmo tempo.
__ Você tá bem? — escuto o Max me perguntar, mas continuo olhando
para a privada então fecho a porta da cabine com força.
__ Giulia, você tá bem? — pergunta novamente.
__ Eu tô péssima! Tá feliz agora? — grito depois de dar descarga e saio
o vendo parado na porta.
__ Tá fazendo o quê aqui? Já não basta ter me humilhado mais cedo? Ah
não, você deve ter gostado do que viu! — falo lavando minha boca
incessantemente.
__ Eu não quis fazer aquilo, foi você que disse que só me queria para
sexo...
__ Foda-se o que eu disse, eu fui lá pra conversar com você, mas tinha
alguém esquentando sua cama!
__ Giulia eu me abri com você e você me mandou ir embora, o jeito que
te tratei é como as mulheres são tratadas quando os caras só dão sexo a elas,
foi você que me disse que queria isso! — diz me deixando ainda pior.
__ Max, some daqui! — falo me recompondo e saio do banheiro.
Volto para a minha mesa encontrando meu irmão e o Andreas.
__ Giulia, se você vacilar é aquilo que acontece, ele não pode ficar por
aí sem a droga, vão estranhar quando ele fizer o pronunciamento! — diz
meu irmão preocupado.
__ Cadê o desgraçado? — falo e o Filippo vai atrás dele.
__ Precisamos acabar com isso logo...
__ Ah é fácil falar né! — falo cortando o Andreas indignada pois sou eu
quem está fazendo tudo.
__ Entenda uma coisa, se você o deixar andar por aí sem aquilo, além
dele acabar com nossos planos, ainda vai te pegar a força, então para o seu
próprio bem, acabe logo com isso! — diz e seu irmão senta na mesa.
__ Cadê a Natalya Max, está te esperando no quarto? — pergunto para
provocar.
__ Sim! — diz me deixando paralisada e com um ciúme fora do comum
surgindo dentro de mim.
__ Eu acho que você deveria casar com ela, além de ser uma mulher
muito bonita, é novinha e não tem nada nem ninguém, vai ser uma boa
esposa e te dar muitos filhos! — o Andreas diz me cegando de raiva.
__ Mandou me chamar, querida! — diz o Oleg se sentando ao meu lado,
então já com a minha luva eu acaricio seu rosto passando a droga nele que
fecha os olhos, então depois de perceber que fez efeito, eu pego mais e
passo nas narinas dele que inala forte, ficando com as pupilas dilatadas
quase que de imediatamente.
__ Vamos Oleg, vamos dar um oi decente pra essa gente. — Falo e ele
se levanta, então eu falo algumas coisas no ouvido dele que concorda.
__ Tem certeza? Ele vai saber falar? — pergunta meu irmão, segurando
no meu braço.
__ Eu não estou com ele há quase vinte dias sem fazer nada, além de
estarmos com pressa, afinal o Andreas precisa voltar para a Aurora, você
pra sua namoradinha e o Max pra sua futura noiva! — digo e saio de braços
dados com o Oleg.
Capítulo 77
(...)
Depois do dia que a Giulia matou a Natalya dentro da minha casa, ela
nunca mais apareceu e achei melhor assim.
Fiquei mal com o que aconteceu pois eu fui o culpado, envolvi a Natalya
nisso tudo mesmo que tenha sido sem intenção. Sim, no começo eu a usei
para fazer ciúmes na Giulia e depois a subestimei, pensando que ela não
faria nada contra a Natalya já que eu ia me casar com ela.
Eu não sentia nada pela Natalya além de pena e uma vontade enorme de
mantê-la segura, meu pai e o Andreas deram graças a Deus, e meu pai teve
a coragem de me dizer que a atitude da Giulia era sinal de que ela me
amava e eu deveria ir atrás dela.
Meu pai pensou que foi amor que a fez fazer aquilo, mas não, na
verdade não passou de vingança, ela não me ama e também não sabe perder,
apenas não aceitaria que eu me casasse com a mulher que ela suspeitava
que tive algum envolvimento enquanto estávamos “juntos”!
Olhando para trás, eu não sei se hoje eu aceitaria me casar com a Giulia,
percebi que não sou nada parecido com o meu irmão e pai, não acho que
uma mulher tão cruel quanto a Giulia me faria feliz, pois eu passaria a vida
inteira preocupado com os seus ciúmes e temendo que ele se transformasse
em matança.
Apesar da vida que levo me obrigar a encarar a morte face a face e
muitas vezes ser eu o seu próprio ceifeiro, nunca gostei de matar mulher.
Sempre as vi como um ser superior e ao mesmo tempo frágil, na verdade
sempre as amei, ainda que fosse apenas por uma noite, eu as venerei!
Mas esses meses foram bons porque entendi que a Giulia estava certa
quando me disse que não tinha amor entre nós e é verdade, pois eu soube
recentemente que ela estava saindo com um cara e isso não me afetou em
nada, acho que todo o fascínio que eu tinha por ela acabou quando vi o
quanto ela é mimada e só pensa nela mesma, passando por cima de tudo e
todos para ter o que quer e quando não consegue, atinge as pessoas sabendo
que nada vai acontecer pois ela carrega esse maldito nome que
infelizmente, tem poder!
Meu irmão está aliviado pois não corre mais o risco da Aurora descobrir
o que ele fez com a Natalya, e quando penso nela, eu vejo como as pessoas
podem ser cruéis, afinal ela passou a vida inteira sendo usada para
beneficiar os outros e mesmo que eu a tenha enterrado dignamente e às
vezes levo flores, estou sempre me lembrando quando ela me disse que fui
a melhor pessoa que passou pela sua vida, ainda assim, sinto que falhei com
ela!
Andreas
(...)
Max
Estou no altar com medo dela ter desistido, não que eu esteja querendo
me casar, porém isso seria muito constrangedor.
Essa foi a segunda vez que eu a vi depois do casamento do meu irmão,
que aliás eu nem reparei nela, e já fiquei impressionado com a braveza com
que ela entrou no escritório, parecia que ia matar o Matteo, e ali eu entendi
quando meu irmão me disse que ela era ele na versão feminina, pois eu já o
vi com raiva e foi exatamente igual.
__ Vinte minutos de atraso, será que ela desistiu? — pergunto para o
Andreas que dá risada.
__ Bom, dizem que dá azar ver o vestido antes do casamento.
__ Ajudou muito! — falo e finalmente ouvimos a marcha nupcial e meu
coração disparado de ansiedade.
Enfim ela aparece com o Matteo, muito linda uma noiva tradicional com
um vestido branquíssimo cheios de pedras brilhantes que ilustram uma
jovem e bela princesa e mesmo que eu a encare ela não me olha, nem
mesmo quando chega no altar.
O casamento acontece e quando eu penso que vai pular o pode beijar a
noiva, o padre diz, pegando não só a mim, mas a ela de surpresa.
__ Você é idiota ou o quê? Eu não fui clara o suficiente? — ela diz para
o padre com ódio o deixando todo desconcertado.
É mais durona do que imaginei!
__ Eu os declaro marido e mulher, e, e só isso! — ele diz constrangido e
ela sai como se fugisse de uma aula chata no colegial.
__ Desculpe Max! — diz a Antonella toda preocupada.
__ Fica em paz ele gosta de desafios! — diz meu irmão levando um
beliscão da Aurora.
__ Max, eu estou feliz por sermos cunhados duas vezes, mas se você não
for gentil com ela eu arranco suas bolas! — ela diz e sai fazendo o Matteo
dar um leve sorriso.
__ É mais fácil minha filha te magoar! — ele diz, me fazendo ficar ainda
mais receoso.
__ Será que fiz uma boa escolha? — falo preocupado e tanto ele quanto
o Andreas parecem se divertir do meu desespero.
__ Bom, quando a esmola é demais, o santo desconfia! — meu irmão
diz saindo e o Matteo nega sorrindo.
__ Ela é um diamante, só que bruto! — ele diz segurando no meu ombro
e sai.
Me sento na mesa do meu pai que está com a Joana e a empregada dos
Messina, Diana, cuidando das crianças e me sinto incomodado pois já faz
algumas horas que estou casado e nunca troquei uma palavra sequer com a
minha esposa.
Eu não queria me casar assim, mas não há muitos argumentos com o
meu pai, e a única coisa que me livraria desse casamento seria se ele não
soubesse, já que ele se orgulha de ter casado o Andreas com uma das filhas
do Matteo, mesmo que ela fosse horrorosa, ele me obrigaria a casar com
ela.
__ Pensei que você já estaria a caminho de casa essas horas. — diz o
Andreas sentando na mesa, pegando o bebê do colo do meu pai que se
levanta com as duas nos deixando a sós.
__ Tá com medo? — ele pergunta rindo, enquanto vemos ela e a Aurora
conversar.
__ Ela ainda não trocou palavra alguma comigo. — Digo percebendo
que isso está me deixando incomodado.
__ Sabe... Quando o Matteo propôs, eu joguei o Axel, mas o Matteo me
disse que ela o mataria na primeira noite, disse que ela ameaçou matar
qualquer homem que se casasse e iam culpar a ele, por isso ele te escolheu.
— diz me fazendo o encarar.
Meu irmão ou meu inimigo?
__ E você só me conta agora? — falo indignado por ele me esconder
isso.
__ Ah Max, pra quem dominou a filha do Giulliano, essa menina aí não
é nada. Mas um conselho, o casamento tem que ser consumado hoje!
Não sei quem é mais idiota, meu irmão por aceitar uma coisa dessas ou
eu por só saber agora!
Meus pensamentos são interrompidos pela Giulia que se senta na minha
mesa bem de frente para mim.
__ Quanto tempo Max! — ela diz pegando uma taça de champanhe da
bandeja do garçom e o Andreas sai, me deixando a sós com ela.
__ Sentiu minha falta? — pergunta me fazendo rir e ela acaba rindo
também.
__ Depende, você sentiu a minha? — pergunto.
__ Quando eu era obrigada a usar um vibrador, sim! — diz rindo, me
fazendo rir também.
__ Você não mudou nadinha, não é? — falo e ela concorda.
__ Fazer o quê, se sou uma mulher amante do sexo bem feito. — diz
exalando safadeza.
__ Eu confesso que fiquei surpresa quando você aceitou o casamento,
ela é muito nova, não pensei que fosse seu tipo, mas você é homem, qual
dispensaria uma moça tão linda e intocada!?
__ Sim, quem dispensaria? — falo e viro o conteúdo do meu copo vendo
um homem vir até ela a chamando, ela se despede e sai.
Não quis dar assunto para ela, não me sinto confortável perto dela,
talvez eu não resista ao seu charme, ela é uma predadora nata, sabe seduzir
um homem, principalmente aqueles que já provaram do seu veneno!
Meu pai diz que já está na hora de irmos e passei bastante tempo aqui
pensando e depois de como vi a Alice se comportar, sei bem a forma que
vou ter que agir com ela.
(...)
Ela não quis se despedir de ninguém, pelo menos eu não vi, ela
simplesmente entrou no helicóptero e ficou me ignorando a viagem inteira,
além de seguir com a Aurora para a minha casa sem nem olhar para trás.
Entro em casa vendo-a subir quase que correndo com a Aurora e o idiota
do meu irmão querendo rir.
__ Pai, fala sério, te deu uma crise de riso quando você fez o Andreas?
— pergunto e meu pai revira os olhos.
__ Max, vai lá comer a sua novinha e a mantenha ocupada, quero minha
esposa só pra mim! — ele diz para me irritar subindo as escadas.
__ Max, o casamento tem que ser consumado, não seja burro de esperar,
isso só daria tempo para ela se livrar de você. — Meu pai diz saindo e fico
me perguntando se tenho cara de bobo para eles pensarem que uma menina
poderia me enganar tão facilmente assim!?
Subo para o quarto e lá está ela olhando para o vidro na sacada, eu me
sento depois de pegar uma cerveja no balde de gelo que estava aqui quando
cheguei.
__ Quer uma bebida? — pergunto e ela se vira para mim.
__ Bebidinha mais desqualificada! — diz se sentando à minha frente e
pela primeira vez posso ver sua beleza de perto.
__ O que você bebe? — pergunto e ela se levanta vai até o balde e pega
a garrafa de champanhe, abre e se senta na minha frente novamente
bebendo no bico.
__ Maneira mais desqualificada de beber não existe. — Digo, mas ela
não liga.
__ Olha, não sei o que meu pai te disse, mas é verdade, minha intenção é
sem dúvidas ficar viúva em tempo recorde! — diz e seguro o riso.
__ Ele disse que você era doce. — Minto.
__ Então te enganou, sou como uma cobra que vai te picar assim que
tiver a oportunidade!
Ela tenta me intimidar, mas por incrível que pareça isso apenas me
excita!
__ Você é virgem, Alice? —pergunto virando a latinha de cerveja sem
deixar de olhar para ela e percebo que a deixei desconfortável.
__ Uma menina tão determinada como você sem dúvidas já deve ter
dominado muitos homens por aí! — falo e ela parece não saber o que
responder.
__ Você não me parece ser do tipo que se guarda pra ninguém! — falo,
pois, percebi que o assunto a deixou sem palavras.
__ Sim, eu não sou virgem, já transei várias vezes! — diz tentando
manter a postura, mas sei que está mentindo.
__ Ah que bom, fico mais aliviado em saber que você já tem
experiência. — Falo me divertindo com a cara dela.
__ Você transava com o filho do jardineiro? — pergunto a deixando
ainda mais desconfortável e surpresa.
__ Sim, sim, eu transei muito com ele, por anos!
Me seguro para não rir!
__ Então tá bom Alice, chega de conversa por hoje, estou cansado
demais, precisamos dormir amanhã meu dia será longo. — Falo me
levantando e ela se levanta rápido também, parecendo não fazer a menor
ideia do que fazer.
Tiro minhas roupas de costas pra ela e mesmo não vendo tenho certeza
que está paralisada, me deito na cama e a vejo parada igual uma estátua não
sabendo para onde ir.
Apago a luz deixando o quarto escuro e me levanto, indo até ela que
parece ter perdido a língua.
__ Estou aliviado que você seja experiente, pois precisamos consumar o
casamento. — Sussurro levando minhas mãos para o seu rosto, trazendo sua
boca para a minha, enfiando minha língua na boca dela, que não parece
saber muito bem o que fazer e isso junto com a sua inexperiência e toda
aquela marra, me deixam de pau duro.
A beijo suavemente no rosto e pescoço, levando minhas mãos para abrir
seu vestido, quando enfim está aberto, sinto o tecido descer pelo seu corpo
enquanto me seguro para não jogá-la na cama.
O tesão que sobe pelo meu corpo é difícil de narrar, o calor do desejo
desenfreado me domina e mesmo que eu precisasse, sei que não pararia.
__ Abra a boca Alice, me mostre o que você sabe fazer...- sussurro e ela
segura no meu pescoço e me beija fazendo com que a lascívia tome conta
de mim.
A pego no colo enquanto nos beijamos, eu acompanho seu ritmo
raivoso, de alguém que não aceita ser dominada.
A deito na cama e desço meus beijos para o seu corpo tenso, tiro o sutiã
agradecendo a lua por sua luz que me permite ver os seios fartos e ainda
assim tão delicados que chega a passar em mim um fio de culpa.
Entretanto minha culpa desaparece por completo quando passo a língua
neles o que me faz perder completamente a noção de certo ou errado.
Desço para a sua barriga, com ela incomodada com meus beijos em seu
caminho da felicidade.
Subo e beijo sua boca novamente e ela até que me beija também, então
desço minha mão para a sua intimidade acariciando por cima do tecido.
Puxo a calcinha para o lado delicadamente sentindo seus poucos pelos e
depois de uma estimulada lenta, sem pressa alguma, junto com os beijos
cada vez mais quentes, coloco meu dedo aos poucos, entrando e saindo,
sem deixar de estimular o clitóris com a palma da minha mão, a fazendo
perder o ritmo da língua.
Ela aos poucos vai relaxando, molhando meus dedos, me entregando o
resultado dos meus toques, sentindo o prazer que proporciono.
Quando ela solta um pequeno gemido, desço beijando seu corpo até
chegar na bucetinha e mesmo ainda estando um pouco envergonhada, ela
me deixa chegar lá e me delicio com ela se perdendo de prazer comigo a
chupando prazerosamente em seu local mais íntimo.
Passo a língua debaixo até o clitóris e o chupo, repetindo o processo
várias vezes, com minhas mãos acariciando seu corpo, até que sinto seus
músculos se enrijecerem e ela tentar fechar as pernas, mas eu a chupo com
mais intensidade prendendo seu clitóris na minha boca, batendo minha
língua freneticamente nele, sem deixar de acariciar seu corpo, apertando sua
bunda.
Até que ela goza na minha boca apertando os lençóis com as mãos e
faço questão de chupar sua entrada, sugando seu gosto doce como mel.
Subo lambendo seu corpo inteiro especialmente seus seios deixando
leves mordidas ao redor, sugando, ou melhor mamando intensamente seus
bicos os deixando mais enrijecidos, até chegar em sua boca a beijando,
dividindo com ela o sabor da minha boca.
Seu corpo está mole e suas pernas ainda abertas, então me encaixo entre
elas e seguro meu pau o passando na sua entrada encharcada.
__ Que bucetinha deliciosa você tem...
Vou colocando a cabeça do meu pau bem aos pouquinhos, e quando
percebo que não aguento mais eu a penetro, a preenchendo todinha me
engolindo com a buceta, vendo seu corpo entregue a mim e seus olhos se
recusando a se abrirem.
__ Porra...Nunca comi uma buceta tão apertada assim... — Acabo
pensando alto.
Praticamente não me mexo, afim de não gozar e nem a machucar.
__ Alice, você tá bem? Tá gostando? — pergunto sussurrando em seu
pescoço louco pra gozar.
__ Tá doendo? - pergunto me movimentando lentamente.
__ Se você não falar não vou saber... Não quero te machucar...- sussurro
beijando sua boca de leve.
__ Um pouco.
__ Quer que eu pare? — pergunto lambendo o lóbulo da sua orelha,
sabendo que não, eu não consigo parar!
__ Fala... Quer parar...- falo metendo gostosinho, sentindo suas mãos
segurarem minhas costas e isso já é um ótimo sinal.
Meto gostoso, num papai e mamãe delicioso, no qual ela geme sem nem
perceber e recebo seus gemidos como comandos no meu corpo para eu
continuar.
__ Você já fez isso? — pergunto sem parar o vaivém, olhando para ela
toda derretida de prazer embaixo de mim.
__ Fala Alice, abre os olhos, fala que ninguém nunca te comeu antes. —
sussurro e começo a aumentar o ritmo e ela a gemer mais.
__ Fala pra mim...
__ Nunca fiz isso... Você é o primeiro. — Ela sussurra e a beijo
novamente metendo mais forte e não me seguro mais, ouvir sua confissão
me fez perder o controle do meu corpo, então a preencho todinha com a
minha porra!
Me enfiando no seu pescoço, tentando respirar normalmente, pois estou
quase perdendo o controle, virando-a de quatro e metendo do jeito que
realmente gosto.
__ Tudo bem? — pergunto a encarando e ela apenas concorda.
__ Será que fui melhor que o jardineiro?
__ Idiota! — responde me empurrando para eu sair de cima dela.
Capítulo 80
Acordei muito cedo, talvez pelo fato de estar num lugar totalmente
estranho, porém permaneci na cama, não quero ter que ver a cara do idiota
do meu marido.
Nunca vou admitir, mas ontem eu estava morrendo de medo do sexo, eu
estava torcendo para ele ser como o Lorenzo e esperar, assim como a Elena
nos contou, porém a tia Marie já me disse para não contar com isso, porque
depois das ameaças que fiz ao meu pai, das quais o Andreas ficou sabendo,
ia sem dúvidas alertar o irmão.
Na verdade, não existe homem como o meu irmão!
Entretanto, confesso que me surpreendi, quando vi que não tinha como
escapar da consumação, temi, pensei que ele iria me pegar à força e já ir
logo para o sexo, mas ele até que foi muito atencioso, não senti muita dor,
não posso negar que foi prazeroso.
Já não sou nenhuma menina ingênua e como todos me julgam, acho que
sou madura até demais, e isso foi a minha ruína, era melhor ter me feito de
boba igual minha irmã e quem sabe assim eu teria escolha.
Acho que minha família nunca soube lidar comigo, meu pai idealizou
em mim uma menininha indefesa e minha mãe, a bonequinha que ela
poderia se divertir depois dos filhos já grandinhos.
Eles nunca entenderam que eu queira algo diferente, queria ser diferente
daquilo que eles já tinham determinado para a minha vida.
É claro que eu ter agido pelas costas do meu pai não foi o correto, mas
eles preferiram ignorar tudo que minha coragem fez de bom para a nossa
família, focando apenas na parte que desobedeci às regras!
Isso tudo me deixa triste, e até mesmo com vontade de chorar, me sinto
incompreendida, como se minha voz não fosse ouvida, por mais que eu fale
e tente me justificar, é como dar remédio a defunto.
Me sinto só, mesmo que eu sempre estivesse disponível para todos,
disposta a fazer qualquer coisa para ajudar a minha família, sinto que hoje
não tem ninguém por mim! Pois ninguém além da tia Marie teve coragem
de enfrentar meu pai para me defender.
__ Bom dia! — ele diz me assustando, pois já está ao pé da cama, não
percebi que ele entrou no quarto, então rapidamente limpo minhas lágrimas.
__ Bom dia. — Falo tentando disfarçar e muito sem graça pois eu estava
tão envolvida nos meus pensamentos que não percebi sua presença.
__ Alice, é o seguinte...- diz sentando na cama, parecendo estar com
pena de mim.
Ódio!
__ Sei que você não queria isso, e confesso que eu também não, fui tão
pressionado quanto você, mas já está feito, chorar não vai adiantar nada...
__ Eu não tô chorando por isso! — falo irritada o cortando e me levanto
indo para o banheiro e fecho a porta.
Não gosto que me vejam assim! Pareço frágil, uma fraca, coisa que não
sou.
Fico trancada no banheiro um bom tempo, tomo banho sem pressa,
pensando na minha vida e que só tenho duas opções, ou eu me torno uma
esposa iguais às mulheres fúteis que tanto detestei, ou mato um homem,
coisa que eu nunca fiz e que até então não me parece ser um monstro, acho
que se ele tivesse me estuprado ontem, tornaria as coisas bem mais fáceis
para esse plano, mas caso eu crie coragem para matá-lo, acho que estragaria
a amizade e aliança que meu pai tem com eles, e a vida de muita gente,
principalmente da minha irmã.
Tantas dúvidas e perguntas, onde meu interior me diz para, pelo menos
uma vez na minha vida, eu pensar só em mim.
Saio do banheiro de roupão e o vejo ainda sentado na poltrona mexendo
no notebook e me pergunto o que esse cara ainda faz aqui? Tomara que ele
não pense que vou dividir o quarto com ele tão fácil assim, está enganado!
__ Eu preciso de privacidade! — falo indo para o closet e começo a
escolher uma roupa.
__ Como eu disse, precisamos conversar! — diz saindo do quarto então
aproveito e coloco minha lingerie, vendo que a maioria das minhas roupas
íntimas foram trocadas por novas, mais especificamente bem provocativas,
o que me irrita, com certeza isso é coisa da minha mãe.
Não entendo como uma mulher que foi obrigada a casar com um homem
como o meu pai, tem a capacidade de fazer isso, mas aí me lembro que ela
permitiu essa situação então, o que eu esperava não é?
Escuto a porta se abrindo então rapidamente coloco a primeira lingerie
que vejo e um moletom, faço um coque no cabelo e saio do closet
encontrando-o em pé no meio da sala.
__ Fala! — falo cruzando meus braços encarando o homem vestido de
forma estranha, com jeans, jaqueta e botas.
Sempre vi os homens da minha família usarem roupas sociais
praticamente todos os dias, então para mim isso é estranho, hoje é segunda
feira, ele não vai trabalhar?
__ Alice, como eu tentei dizer, eu não queria isso, então entendo a sua
frustação, mas já está feito, não há como voltar atrás...
__ Eu ainda posso te matar. — Digo fingindo estar me decidindo, como
se eu tivesse o controle da minha vida.
__ Sim, você poderia tentar e caso conseguisse, o máximo que ganharia
é uma má fama para o seu pai, acabar com a vida da sua irmã, dos seus
sobrinhos e com a maior aliança que seu pai já teve. — diz tranquilamente e
dou um cínico sorriso para não concordar com ele, pois a melhor coisa a se
fazer com essa verdade é ignorá-la!
__ Bom Alice, o que estou tentando dizer é que não quero ter uma
guerra com você diariamente, por isso não vou te forçar nada, nem cobrar,
acredito que você já é bem grandinha e sabe das obrigações de uma mulher
casada...
__ Não pense que vou estar à sua disposição como uma puta de pernas
abertas a hora que você quiser! — falo com raiva só de me imaginar num
papel desses.
__ Estou falando de comportamento, não de sexo! Enfim, amanhã eu
viajo para Massachusetts, vou tirar uns dias de férias, se você quiser pode
vir comigo, ou ficar aqui com a sua irmã, minha família vai te tratar muito
bem, e desde que você não se meta em encrenca com nenhum jardineiro por
aí, estará tudo certo, e caso queira, peço para o Andreas te levar para visitar
seus pais e se quiser ficar lá até eu voltar, por mim tudo bem.- diz enquanto
escutamos seu celular tocar sem parar.
__ Preciso sair, tenho algumas coisas para resolver antes de ir. — diz
saindo depois de olhar o celular.
Fico meio confusa e me sento no sofá analisando. Ele me disse que não
vai fazer sexo comigo? Que vai viajar de férias e posso escolher ficar? O
que na verdade pareceu que era o que ele queria, já que não deu muitos
detalhes da viagem.
Estou estranhando esse comportamento de bom moço dele, afinal os
homens são todos uns cretinos que só pensam em sexo!
Desço para o café da manhã e já encontro todos na mesa, menos o Max e
isso até que é bom, afinal fizemos sexo e é só olhar para ele que já me
lembro da noite passada.
__ Pode sentar ali! — diz a Aurora toda sorridente e não entendo qual o
motivo da alegria dela.
Será que depois da primeira noite dela aqui, alguém nessa casa ficou tão
contente assim!? Com certeza não, afinal minha irmã sempre foi sem noção.
__ Bom dia Alice, desculpa, eu estou tão empolgada de ter você aqui,
que até esqueci as boas maneiras. — Ela diz sorridente e apenas a encaro
preguiçosamente.
Melhor nem responder!
__ Sim, estamos todos muito felizes pelo seu casamento com o meu
filho, espero que você se sinta em casa. — diz o velho Finkler e apenas
mostro meus dentes pra ele, forçando um sorriso para não dizerem que sou
mal educada.
Não é que eu não goste dele, afinal sempre que vim aqui ele além de me
tratar bem, ainda me tirava muitas dúvidas sobre a máfia, coisa que meu pai
nunca quis nem me ouvir falar, só não estou no meu melhor momento.
__ Cadê o Max? — pergunta o velho e o Andreas dá de ombros, e agora
o encarando, percebo que teria sido mais fácil se eu me casasse com ele,
pois a cara de ordinário que ele tem, é perfeita para um primeiro
assassinato!
__ Bom dia! — diz o Max aparecendo na sala e se senta ao meu lado.
Eu continuo comendo sem dar a mínima para as regras de etiqueta,
como com as mãos, quem sabe eles me devolvam para o meu pai, acabo
sorrindo imaginado a cara dele me recebendo de volta.
__ Você vai mesmo viajar Max? Uma lua de Mel. Andreas por que você
não me levou quando nos casamos? — pergunta a minha irmã parecendo
uma boba apaixonada, o que me faz revirar os olhos.
__ Bom querida, alguém nessa casa precisa trabalhar e infelizmente sou
eu, mas quem sabe daqui uns meses nós vamos. — Ele diz todo carinhoso,
o que me surpreende, afinal nunca o vi falando tão carinhosamente com ela,
talvez seja pelo fato da minha família ser tão intimidante.
__ Você é o filho mais velho ué, vai herdar o trono, tem que trabalhar
mais mesmo!
__ Cala a boca Axel! Seu irmão trabalha muito porque você trabalha
pouco! — diz o velho e já gostei da forma carinhosa que ele trata os filhos.
__ Sim Aurora vou viajar, mas a Alice não vai, ela vai ficar com vocês,
ou se ela quiser ficar na casa do seu pai, por mim tudo bem. — Ele diz e ela
fica aliviada e me pergunto quando ele decidiu isso?
Depois do café, subi com a Aurora para o quarto dela, levando o Afonso
já que ela está com uma barriga enorme. Entramos com a Mia, que está
feliz da vida comigo aqui, já que ela gosta de mim, pois sempre andava
atrás de mim quando a Aurora ia nos visitar.
__ E aí como foi sua primeira vez? — ela me pergunta sentando na
poltrona, colocando os pés para cima.
__ Por que você quer saber? — pergunto me sentando no sofá dando um
brinquedinho para o bebê.
__ Não seja ignorante, sou sua irmã, quero saber se ele foi gentil, se
cuidou de você, essas coisas...
__ Eu não preciso de cuidados Aurora.
__ Fala logo Alice!
__ Foi normal, eu preferia que não tivesse acontecido. — Digo vendo o
Afonso jogar o brinquedo longe.
__ Menino! — o repreendo já que ele fica jogando o brinquedo no chão
toda hora para eu pegar, será que ele pensa que sou trouxa? Mas ele apenas
ri de mim o que me faz rir também.
__ Eu troquei suas lingeries por novas, você viu? E também comprei
uma cartela de anticoncepcionais...
Tinha que ser!
__ Aurora eu já tomei, você acha mesmo que eu ia confiar em você, que
mal casou e já está na segunda gestação? — falo concentrada na brincadeira
com o bebê.
__ Nossa, você é tão grossa, sabia? Eu só queria ajudar! — ela diz
magoada e sinto por ter dito isso, mas foi impulsivamente.
Sei que ela ficou mal por ter engravidado duas vezes, além do fato da
minha mãe já tê-la condenado o suficiente!
__ Desculpa, mas eu não preciso! — falo entregando o bebê para ela que
sorri mais que satisfeita, com o meu raro pedido de desculpas.
Max
Conversei com o Andreas e meu pai e já que vou ter que fazer as
viagens no lugar do meu irmão quando o filho dele nascer, decidi tirar umas
férias pois sabe-se lá quando vou poder fazer isso novamente.
Tia Agnes irmã da minha mãe mora em Massachusetts e nós sempre
íamos lá quando éramos mais novos, porém com o passar dos anos e o
nosso envolvimento com o trabalho fez as visitas diminuírem, mas diferente
dos meus irmãos, eu consegui dividir minha vida e sempre que posso, passo
um tempo lá, sendo apenas um cara normal.
Acordei cedo, não estou acostumado a dormir no quarto de hóspedes,
então mal consegui dormir, sem falar que perdi horas pensando na Alice ou
melhor, meu problema!
Acredito que só essa noite é que caí na real de que entrei numa situação
difícil e muito longe dos planos que eu tinha para mim. Eu não queria um
casamento com alguém que planeja me matar a todo minuto que me olha,
acho que estou velho para esse tipo de aventura. No primeiro dia até que foi
gostoso brincar com fogo, o sexo foi extraordinariamente prazeroso, ela foi
a primeira virgem que transei, ainda posso sentir a sensação de penetrá-la,
quase saí de órbita, e eu até que poderia fazer sexo com ela todas as noites,
mas sexo não é tudo e não sou o tipo de homem que força alguém a fazer o
que não quer, ainda mais a mulher que é minha esposa.
Pensei a noite inteira e decidi que vai ser bom esses meses que vou
passar fora, pois ela vai se acostumar com o ambiente e eu vivendo a minha
vida normalmente.
Decido me levantar e já me arrumo pegando apenas alguns objetos
pessoais.
Chego na sala de jantar e me surpreendo ao ver a Alice já aqui, pois
ainda é muito cedo, todos ainda estão dormindo.
__ Bom dia! — falo
__ Bom dia. — Ela me responde.
Assim que me sento, ela se levanta, pois já estava terminado e a vejo
arrumada e muito bonita, acredito que ela deve ser igual a Aurora, que está
sempre pronta para um baile de gala.
__ Alice, a mamãe disse que você ainda não falou com eles, não atende
as ligações e nem responde as mensagens! — escuto a Aurora dizer lá da
sala.
__ Não estou afim de conversar com eles. — Ela responde e entrando na
sala vejo a Aurora ainda de robe.
__ Você não vai se despedir? — ela pergunta e a Alice apenas continua
sentada no sofá com as pernas cruzadas não dando a mínima para a Aurora.
Despedir?
__ Aonde você vai? — pergunto percebendo que ela vai a algum lugar.
__ Vou com você. — diz me fazendo ficar paralisado por alguns
segundos.
Eu não tinha planos de levá-la comigo! A convidei apenas por educação,
para que ela não pensasse que estou fugindo, não cogitei nem por um
minuto que ela fosse aceitar.
Meu pai sai do escritório para me acompanhar até à saída e fica tão
surpreso quanto eu quando a vê pronta para me acompanhar, mas ele apenas
dá um sorrisinho e pisca para mim.
__ É Max, suas férias vão ser divertidas! — diz o Andreas descendo as
escadas.
Saímos e coloco sua pequena mala no porta malas, me perguntando o
que deu na cabeça dela por querer me acompanhar, mesmo eu deixando
claro que ela estava livre até mesmo para voltar pra casa dos pais dela,
enquanto eu estivesse fora.
Capítulo 81
(...)
Faz uma semana que estamos aqui e por incrível que pareça estou
gostando de viver assim, a vida é completamente diferente, uma mudança
tão radical que mais parece miragem, porém é real.
Às vezes o Max faz a comida, mas na maioria das vezes eu peço no
Warren, ele passa mais tempo fora do que aqui, e até estou começando a me
acostumar com ele.
Ele me respeita e não tentou nada comigo, muito pelo contrário, ele
dorme no outro quarto e está sempre vestido, o mais nu que ele fica é sem
camisa, o que já estou até acostumada, mas às vezes me pego pensando no
que ele faz todas as noites quando sai.
Hoje ele deixou um bilhete antes de sair dizendo que mais tarde voltaria
para irmos na cidade, para eu comprar roupas, deve ser pelo fato que passei
a usar mais as roupas dele do que as minhas, mas eu até que gostei das
camisetas largas que me permitem até ficar apenas com uma calcinha por
baixo de tão grandes que são.
__ Cheguei!
Vou para a sala curiosa atrás da voz feminina, encontrando uma moça
alta, loira, com um vestidinho branco e chinelos, com algumas sacolas de
supermercado, já indo para a cozinha, e assim que me vê me olha
espantada, como se não soubesse quem sou eu.
__ Oi, sou Suzana, e você quem é?
__ Alice.
__ O Max está, Alice? – a forma com que ela pergunta e se comporta
arrumando as coisas que parece ter comprado, faz parecer que eu sou a
intrusa aqui.
__ Não Suzana, ele saiu, você quem é? — pergunto.
__ Suzana! — diz o Max entrando em casa e vai até ela, deixando um
beijo no rosto dela que ainda me encara.
__ A Suzana é minha prima. Suzana, a Alice e eu nos casamos...
__ Meu Deus! — ela diz o cortando, larga as sacolas e vem até mim me
analisando.
__ Desculpe, pensei que ele... Ah deixa pra lá, nossa a mamãe vai adorar
te conhecer! — ela diz me abraçando enquanto eu o encaro analisando o
afeto desnecessário da parte dessa estranha.
__ Suzana, assim você vai assustá-la! — ele diz se sentando na bancada
e ela me larga se desculpando.
Ele vai tomar banho me deixando com ela, que arruma a cozinha
enquanto fala pelos cotovelos.
__ Alice estou falando demais, desculpe é que fiquei empolgada, o Max
não comentou nada e você é tão novinha, seus pais...
__ Suzana, vou levar a Alice na cidade, você pode voltar outra hora! –‒
ele diz aparecendo na sala com uma roupa despojada, jeans, camiseta e
tênis.
__ Você vai assim? –‒ ele me pergunta olhando para a minha roupa, que
é basicamente uma camiseta grande.
Vou para o quarto e me troco colocando um vestido azul de Alcinhas e
uma sandália, deixo meus cabelos soltos e já me sinto normal novamente,
diferente de como venho me vestindo.
Chego na sala e a Suzana ainda está aqui e quando me vê ela abre um
sorriso vindo até mim.
__ Você é linda, o azul te cai bem, combina com seus olhos. –‒ Ela diz a
mesma coisa que minha mãe.
__ Obrigada Suzana.
__ Bom, agora vamos! –‒ ele diz se levantando do sofá e saímos os três
de casa.
__ Alice, te vejo domingo no churrasco! –‒ ela diz entrando no seu carro
e apenas concordo dando um tchau com a mão para ela.
__ Desculpe, é que ela ficou um pouco empolgada demais com você. –‒
Ele diz saindo com o carro.
__ Sua família é toda assim? –‒ pergunto e ele concorda lamentando.
__ Mas eles não costumam invadir as casas assim, só ela, talvez você a
veja novamente na semana que vem quando ela voltar...
__ E no domingo? — pergunto.
__ Não, é melhor eu ir sozinho.
Bom me parece que ele não quer que eu conheça a família dele e na
verdade é até melhor, pois se todos forem como a Suzana, ao fim da tarde
estarei exausta de tantos abraços.
Ele apenas me deixou em uma loja, dizendo que tinha algumas coisas
para resolver, e me encontraria em duas horas naquele mesmo lugar e saiu
me deixando sozinha com um cartão Black na mão e confusa pelo fato de
ter tantas pessoas ao meu redor.
No começo tive medo, mas conforme fui comprando, experimentando as
roupas e sapatos, fui me soltando, sentindo o gosto doce da liberdade e
quando encontrei o Max, senti até um certo apreço por ele estar me dando
tanta liberdade.
Nós entramos em um restaurante e começamos a almoçar em silêncio,
até que minhas perguntas começam a incomodar meu ser, tornando
impossível ignorá-las.
__ Max, por que você me deixa assim tão solta? — pergunto o fazendo
me encarar surpreso.
__ Eu não te deixo solta, só não posso ficar o tempo todo ao seu lado...
__ Tá, mas e se eu me meter em encrenca? Ou sei lá, alguém me
reconhecer...
__ Alice, acho que você tá estranhando não ter todos os homens do seu
pai no seu pé, e como eu disse, aqui somos pessoas normais. — diz e me
concentro na minha comida, pensando que talvez ele tenha razão, eu estou
estranhado a mudança brusca de vida.
(...)
Hoje passei o dia inteiro aqui, indo da praia para a sala, assistindo um
filme atrás do outro e por mais confortável que seja essa paz, não pude
deixar de pensar na minha família hoje, sábado, fazendo almoços
exorbitantes e todas aquelas risadas escandalosas da minha tia.
Com esse pensamento pela primeira vez me senti só, ainda mais sabendo
que o Max está com os amigos dele sabe-se lá aonde e vai chegar alegre por
conta da bebida e da farra, isso se vier pra casa hoje!
Nessas duas semanas que estamos aqui, confesso que me acostumei com
ele, e até gosto quando ele está aqui e cozinha enquanto conversa comigo
sobre coisas banais, e às vezes até me faz rir de alguma bobeira que diz,
tenho que reconhecer o quanto ele é divertido.
__ Oi! — diz a Suzane entrando me fazendo dar um pulo de susto.
__ Desculpa, eu esqueço de bater na porta, estou tão acostumada a
apenas entrar...
Ela está toda arrumada, com botas texanas e até mesmo um chapéu,
parece que está pronta para uma festa country.
__ Tudo bem Suzana, só me assustei. O que você faz aqui a essa hora?
__ Bom, o Max já esteve conosco algumas vezes e minha família ficou
te esperando, o que aconteceu? — ela pergunta sentando ao meu lado,
levando a minha garrafa de vinho à boca.
__ Nada, eu só não quis ir. — Minto pegando minha garrafa de volta.
Ele nunca me convidou, talvez saiba que eu não aceitaria ir.
Começamos a conversar e ela até que parece ser legal e divertida, me
contou um pouco mais sobre eles, principalmente sobre a adolescência do
Max, o que me levou a risadas.
__ Você é muito nova Alice, como acabou se casando com um cara igual
o Max? Desculpa, é que estou curiosa.
__ Nada de especial, são só negócios. — Digo e ela ri, dizendo que
entende bem que negócio é esse e a deixo pensar assim.
__ Alice, na verdade vim te buscar, você já não foi nos encontros de
família, então vai comigo para o Warren! — diz levantando virando o
restante da garrafa.
__ Ah Suzana eu não sei se é uma boa ideia, o Max...
__ O Max está lá se divertindo com várias mulheres penduradas no
pescoço dele, enquanto você bebe e assiste filmes dos anos 90, bora, vamos
nos divertir!
Fiquei um pouco incomodada com o fato dele ter mulheres penduradas
em seu pescoço, segundo o que ela disse, afinal ele não me contou nada
sobre isso, não conversamos sobre essas coisas, mas o que me fez aceitar,
foi o fato de eu parecer uma boba que fica em casa enquanto o suposto
marido se diverte.
Um mulher Messina não é a boba de ninguém, ainda mais eu!
Com a ajuda da Suzana que me contou que hoje é uma noite temática,
me arrumei, coloquei uma bota texana que ela trouxe dizendo que já
imaginava que eu não tinha uma e até um chapéu ela me trouxe, então
coloquei um jeans apertado cintura alta com o cinto que ela trouxe, uma
blusinha preta de manga comprida que valoriza meu decote, que segundo a
Suzane merece aparecer.
Me olho no espelho vendo a maquiagem forte, meus cabelos longos
escuros, meus peitos mega valorizados, parecendo que sou outra pessoa,
nunca me vesti assim de forma tão provocativa.
__ Uau! Você está linda! — diz a Suzana depois de reforçar a própria
maquiagem também.
Fomos e já na entrada vejo vários carros e sinto um friozinho na barriga,
pois nunca sai assim praticamente sozinha muito menos para estar no meio
de tanta gente e como uma estranha.
__ Suzana, será que é uma boa ideia? — pergunto já com receio de
descer do carro.
__ Relaxa Alice, todos são conhecidos e o Max está lá, você é esposa
dele tem que estar aqui também, afinal a noite é de diversão! — diz
animadamente e decido acreditar nela.
Capítulo 82
Alice
Vou vendo as pessoas me olharem, mas estou com vontade de rir, então
aceno para elas dando tchau enquanto ele me carrega para fora do lugar,
possesso de raiva, mas mal sabe ele que estou gostando de tirá-lo do sério.
Ele me coloca dentro do carro e bate a porta com força, depois entra e
sai com o carro cantando pneu, até que não aguento e começo a rir da cara
de bravo que ele está.
__ Vou te mandar para a Alemanha amanhã cedo! — diz furioso.
Ele assim com raiva é bem mais interessante do que com cara de idiota,
talvez seja o álcool pois é claro que estou um pouco bêbada, mas não muito,
estou alegre, porém ciente de absolutamente tudo.
__ Você vai me mandar pra casa para poder ficar livre com a sua
amante? — pergunto tentando fingir que estou magoada.
__ Ela não é minha amante, é só uma amiga.
__ Então por que não posso ter amigos assim também? Eu queria
terminar a minha noite com alguns dos seus amigos, ou melhor nossos
amigos...
__ Você tá louca? — diz furioso parando o carro com tudo, o que me faz
até bater a cabeça por estar sem o cinto, mas não muito forte, porém abri a
porta e saio do carro, na estrada escura, que cruza um milharal.
__ Alice, você machucou? — pergunta preocupado saindo do carro
vindo até mim que estou com a mão na testa, mas eu entro na plantação e
começo a correr.
A sensação de estar aqui é surreal, correndo em um milharal no meio da
noite sentindo as folhas baterem em mim, estou me sentindo um pássaro
livre!
__ Alice! — ele grita vindo atrás de mim, parecendo estar preocupado,
mas continuo andando rápido, até que paro pois não escuto mais a sua voz e
ele aparece batendo com tudo em mim me levando ao chão, caindo em cima
de mim.
__ Caralho menina, você quer nos matar? — pergunta furioso tentando
se levantar, mas eu o seguro pelo colarinho e beijo sua boca sentindo a
adrenalina tomar conta do meu corpo.
Ele me beija também, bastou eu tomar a iniciativa para ele mostrar o que
já queria recomeçar, o que não terminamos no banheiro.
Eu quero sexo!
Enquanto o beijo tiro sua jaqueta e camisa enquanto ele tira as minhas
roupas, ambos desesperados.
__ Porra, você é louca! — diz beijando meu pescoço descendo para os
meus seios, enquanto aperto sua bunda avantajada.
Ele me penetra rápido, sem muita demora, devido ao nosso desespero
para irmos logo ao ato, e não posso negar o quanto estou deslumbrada,
envolvida em meio ao prazer e adrenalina, entusiasmada para sentir esse
prazer delicioso, do qual até hoje não consegui me esquecer.
Me sinto corrompida por essas razões tentadoras, seduzida pela luxúria
dessa libertinagem que devido ao ambiente instigador, mais parece um
acasalamento.
Fico por cima dele, o que me leva ao prazer absoluto, uma satisfação tão
indescritível, que sem dúvidas a palavra não corresponde à expressão da
verdade.
Rebolo no pau dele vendo em sua cara que está arrebatado de prazer,
dou um tapa na cara dele e vou levantando apertando seu pau com minha
vagina e desço rebolando, repetindo o processo mais e mais quando percebo
o quanto ele está gostando, pois, até gemendo ele está.
Até que sinto uma efervescência de sentimentos, a excitação em nível
incontrolável, onde meus seios parecem formigar assim como minhas
pernas, meus batimentos cardíacos disparam, meu ventre se contrai, mas
ainda assim continuo, como se buscasse mais e mais desse prazer até que
ele eleva um pouco meu quadril e começa meter forte o que me faz gemer
alto até que sinto tudo relaxar, depois de atingir o pico mais alto do prazer.
__ Caralho gatinha, que sentada foi essa!?- diz ofegante quando eu caio
exausta em seu peito respirando forte, parecendo que meu peito vai
explodir.
Depois de alguns minutos deitada no peito dele, sentindo sua respiração
se normalizar aos poucos, assim como a minha. Nos levantamos e sinto
escorrer o líquido quente e pegajoso de dentro de mim.
(...)
Acordo aos poucos sentindo o peso do mundo nas minhas costas, até que
percebo que o mundo é apenas o Max com o braço e a perna jogadas em
mim.
Percebo que estamos pelados e começo a lembrar da noite de ontem e
não sentir vergonha é impossível, já que provavelmente fiquei bêbada, o
que não deveria acontecer, ou... Será realmente que fiquei bêbada? Já que
me lembro de tudo.
Me levanto vendo-o desmaiado na cama, de bruços pelado e posso ver
seu membro já que suas pernas estão um pouco abertas e olhando assim, me
pergunto como consegui sentar em tudo isso aí? Minha vagina sem dúvidas
é mais funda do que imaginei.
Vou para o banheiro e depois de um belo banho, onde tirei até folhas e
terra do meu cabelo, saio enrolada na toalha e vou para a cozinha, estou tão
faminta que sem dúvidas até comida eu comeria se me oferecessem agora!
Meu telefone toca e vou até a bancada vendo o nome da Suzana
aparecer, mesmo a conhecendo pouco já me familiarizei com ela.
__ Acordou de ressaca? — pergunta rindo e acabo rindo também
negando.
__ E você conseguiu chegar em casa inteira?
__ Meu marido veio me buscar...
__ Marido?
__ Sim Alice, marido e duas filhas, mas depois eu te conto melhor,
espero vocês hoje na casa da minha mãe para o churrasco, não deixe ele te
segurar em casa enquanto o bonitão aproveita, você viu ontem né, se você
não tivesse lá, ele teria levado outra pra casa!
Ficamos conversando mais um pouquinho até ela começar a gritar
dizendo que as crianças estavam colocando fogo no banheiro, antes mesmo
dela conseguir desligar o telefone.
__ Bom dia criança! — ele diz aparecendo só de cueca indo direto para a
geladeira.
__ Se sou criança você é o quê? — pergunto mordendo a pizza que
encontrei na geladeira.
__ Dormiu bem? — pergunta depois de virar a garrafa de refrigerante na
boca.
__ Não muito. — Falo encarando o olhar intenso dele para mim.
__ Bom, eu te pedi para ir pro seu quarto, mas você insistiu em dormir
comigo...- diz se debruçando na bancada, pegando o meu pedaço de pizza.
__ Mentiroso, eu me lembro de tudo, em nenhum momento eu fiz isso...
__ Ah, se lembra, é?
O sorrisinho safado dele quase me fez rir, então tento sair rápido antes
que ele veja, mas não consigo. Ele me segura trazendo meu corpo para o
seu bruscamente e beija a minha boca e me surpreendo comigo mesma por
não resistir, muito menos o afastar.
Quando percebo já estou sem toalha e com as pernas em volta do seu
corpo, com ele me carregando no colo para o quarto, enquanto me beija...
(...)
Chupo sua bucetinha toda molhada, com ela tentando levemente fechar
as pernas, mas eu a impeço, passando a língua em tudo, sentindo o gosto
doce e único que ela tem, enfiando dois dedos já com dificuldade de tão
apertada que ela é.
Subo beijando seu corpo perfeito, me acabando nos peitos naturais mais
durinhos que já conheci, me sentindo um menino empolgado com o
brinquedo novo.
__ Você me faz perder a razão... – sussurro mordendo levemente sua
orelha, sentindo sua pele se arrepiar.
Suas pernas já continuam bem receptivas para me receber e caralho, eu
acabei de sair de dentro dela e ainda sinto muito aperto ao entrar
novamente.
Eu só desci, para ter certeza que ela estava excitada, pois estava muito
apertado quando entrei, senti meu pau estrangulado, como se vestisse uma
camisinha bem menos que a ideal, me surpreendendo com ela molhadinha
de pura excitação, e mesmo agora molhada não só naturalmente, mas
também com a minha saliva, ela ainda me estrangula.
As muitas vezes que transei com ela de ontem para hoje, tive que me
segurar para não gozar instantaneamente, pois nunca na minha vida entrei
em uma buceta tão apertada como essa.
Quando ela começa a gemer mais alto e intensamente, beijo sua boca
para abafar o gemido e basta algumas estocadas mais forte para eu gozar
tudinho dentro dela a acompanhando, sentindo o relaxamento imediato,
tomando o maior cuidado do mundo para não esmagar a criatura pequena
embaixo de mim.
(...)
Não consigo pregar os olhos, diferente da Alice que está até babando no
meu peito e me pergunto o que está acontecendo? É ela, a filha mais nova e
problemática do Matteo Messina, que está aqui apenas com a minha
camiseta, abraçada ao meu corpo dormindo pesado, no sofá da tia Agnes.
Acho que ainda estou confuso com as coisas, afinal faz apenas duas
semanas e meia que começamos a conversar, que também é o tempo que
temos de casamento, porém ainda assim é difícil de acreditar.
O que mais me deixa intrigado é o fato dela ser tão nova e inexperiente e
ter me dado um chá de buceta tão bem dado no meio do mato, a ponto de
me deixar feito um tapado deitado no chão, tentando me lembrar quem era
eu e onde eu estava.
Nunca, nunquinha, jamais, em nenhum momento da minha vida, em
tempo nenhum, de modo algum, em nenhuma circunstância, alguém
conseguiu fazer isso comigo!
O fogo que ela tem, a disposição para transar qualquer hora e lugar
também me deixa louco, nem parece a mesma. Fico fora de mim, nem
mesmo me reconheço, afinal eu estava quase comendo ela no
estacionamento quando chegamos.
Sempre fui muito centrado, nunca fiz coisas imprudentes assim,
principalmente perto da minha família.
É impossível não a comparar com a Giulia, o fogo desenfreado deve ser
de família, agora entendo o motivo do meu irmão ter ficado de quatro pela
Aurora tão rápido, ainda bem que nossa casa tem paredes grossas de pedras
que impossibilitam ouvirmos barulhos uns dos outros.
Vejo meu celular acender a luz pela quarta vez e como estou sem um
pingo de sono, me levanto com cuidado e o pego na mesa de centro.
-Oi
-Tá acordado? — outra mensagem
... Giulia digitando
Ela me mandou duas mensagens e estranho, nunca mais conversei com
ela.
-Sim, tudo bem? Aconteceu alguma coisa? — mando a mensagem e ela
não manda mais nada o que me preocupa, ela é meio louca vai saber no que
se meteu!
Como ela ainda está online mando um áudio, perguntando onde ela está,
se está tudo bem, mas novamente ela começa a digitar.
-O que você tá fazendo agora? — ela pergunta.
-Estou com a sua prima dormindo nos meus braços, por quê? — mando
a mensagem e ela digita e depois para por alguns segundos, continuo
encarando o celular, até que ela começa a digitar novamente
-Está tudo bem, só estou entediada, tô em casa bebendo, mas segura...
Cuida dela, viu! — ela responde e só mando um boa noite e quando me viro
vejo a Alice me olhando.
__ Ela está bem? — me pergunta sentando na cama e concordo, me
perguntando se ela sabe que tive um breve caso com a prima dela.
Volto para a cama depois que ela se virou para o canto dando as costas
para mim e abraço seu corpo inalando o cheiro bom dos seus cabelos
negros.
__ Max...
__ Fala. — Digo levando minha mão para dentro da sua camisa apenas
para acariciar seu seio...
Gosto de fazer isso com ela!
__ Eu sei que você é um homem maduro e as circunstâncias do nosso
casamento não foram das melhores, mas eu acho que devemos conversar
melhor, é que eu, ah...
__ Alice, eu não tenho mais nada com a Giulia, muito antes do nosso
casamento...
__ Eu sei disso, mas as outras mulheres, se você quiser, eu não vou ligar,
só peço que você use preservativo com elas, ou comigo...
__ Eu não sou assim Alice, não sou esse tipo de homem. — Falo com a
consciência limpa, se tem algo que nunca fiz é trair ninguém, ainda mais
agora que estou casado, mesmo que ela não quisesse transar comigo, eu já
estava me convencendo da ideia de ficar sem sexo.
__ Então que tipo de homem você é, Max Finkler? — pergunta virando
para mim e mesmo em meio à escuridão, posso ver um sorrisinho em seu
rosto.
Talvez tenha gostado da resposta.
__ Depende, você quer saber de antes ou de agora?
__ De agora, o que passou não me interessa. — Responde me
surpreendendo, afinal que mulher não quer saber das aventuras de um
homem?
__Agora, tenho uma mulher insaciável na flor da idade, ou seja, tenho
um problema diário que vai me custar muito tempo e esforço para dar
conta! — falo e ela dá uma gargalhada tão espontânea que até leva a mão na
boca e arregala os olhos, lembrando que estamos no meio da noite e não
queremos acordar a casa inteira.
__ Sabe Max, eu não sei se você vai aguentar apagar esse meu fogo...
Por isso eu não queria o casamento, um homem mais jovem teria muito
mais disposição...
__ Alice, Alice...
__ Eu já estava doida pra trepar, eu queria um novinho que não perdesse
o fôlego...
Não a deixo nem continuar, vou mostrar pra ela o que um novinho
jamais poderia fazer!
(...)
(...)
Alice
(...)
Acho que não me lembro de ter sentido tanto medo quanto hoje quando
vi a Emma pronta para atacar a Alice pelas costas com uma garrafa
quebrada e se a Alice não tivesse sido rápida, teria acertado a cabeça e
depois o seu rosto.
A Alice por instinto levantou as mãos, o que segundo o médico, a salvou
de uma desfiguração, mas suas mãos e braços ficaram muito machucados.
Nesse momento ela está levando os pontos e eu aqui fora como um covarde
não conseguindo encará-la.
O médico me chama dizendo que posso entrar na sala e vou o
acompanhado, até entrar e vê-la deitada com os braços e mãos enfaixados.
__ Obrigada Max. -ela diz assim que me aproximo, depois que o médico
saiu da sala.
Obrigada?
__ Alice me perdoa, eu nunca deveria ter te deixado sozinha, isso é tudo
culpa minha, eu...
__ Max, eu estou bem, foram só alguns cortes, graças a Deus que você
foi atrás de mim e pude perceber pela sua cara que tinha algo errado, se não
fosse você eu estaria deformada agora e isso sim seria um grande problema!
— diz o final fazendo gracinha, que me faz dar um pequeno sorriso, mas
ainda me sinto mal por isso ter acontecido, afinal foi culpa minha.
__ Tá sentindo dor? — pergunto e ela nega.
__ Eu vou ficar bem Max, o problema é que vou precisar de ajuda para
quase tudo por alguns dias...
__ Eu vou te ajudar, vou te dar banho e comida! –‒ falo fazendo-a rir e
meu telefone toca, vejo que é a Antonella, talvez por ela ter mandado
mensagem e eu não ter respondido, afinal falo com ela todo dia, já que a
Alice a ignora.
__ Sua mãe. –‒ Digo mostrando o celular para ela que parece não gostar.
__ Por que ela tá te ligando? Você contou pra ela? — pergunta
preocupada e até um pouco nervosa.
__ Não! Mas converso com ela, que sempre está preocupada com você,
ela é sua mãe se preocupa com o seu bem estar. Eu não respondi a
mensagem justamente porque não sabia o que falar, por isso ela está
ligando.
__ Melhor assim, ela é capaz de vir até aqui, ou não... Não sei mais,
atende o telefone, vou falar com ela. — diz e aceito a chamada e a ajudo a
segurar o aparelho.
__ Oi mãe.
__ Alice? O que custa você atender as minhas ligações? Eu e seu pai
estamos preocupados com você! — ela diz furiosa e posso ouvir pois estou
perto o suficiente e me pergunto se é mesmo necessário que ela brigue com
a filha, mesmo depois de tanto tempo esperando que ela aceite conversar.
__ Era isso que você queria saber, por isso está enchendo o saco do Max
a essa hora?
__ Ela não enche meu saco, Alice!
__ O Max está aí com você? Ao seu lado? — ela pergunta surpresa.
__ Sim, ele está, mais alguma coisa?
__ Você está bem, filha? Como estão as coisas entre vocês? Estão se
dando bem?
__ Está tudo bem, boa noite! — ela diz e me entrega o telefone e escuto
a mãe dela falar um boa noite frustrada e desligar.
Nós vamos embora e fiquei com mais pena ainda dela, por estar tão
impossibilitada de fazer coisas simples como abrir a porta do carro, ou tirar
uma peça de roupa.
Quando chegamos em casa, a ajudei a tirar as roupas e até mesmo os
sapatos. Entrei com ela na banheira, depois de tirar as talas dos
machucados, vendo que a quantidade de pontos é grande.
Já na banheira, ela se sentou na minha frente de costas para mim, então a
puxei para mais junto a mim e lavei seu corpo inteiro, me concentrando
para não levar para o lado sexual.
Beijo sua nuca, vendo sua pele se arrepiar e então ela se vira para mim,
prendendo meu corpo com as pernas, levando os braços cuidadosamente
para o meu pescoço, me encarando com seus intensos olhos azuis, que mais
parecem o mar impassível e profundo ao mesmo tempo, como se eu
pudesse enxergar através desse olhar até mesmo o movimento pacato das
águas.
__ Max, eu não queria voltar pra casa, queria morar aqui pra sempre...-
diz me dando um selinho e sei o que ela está sentindo pois sempre que estou
aqui, sou tentado a não voltar.
__ Eu também queria, dormir e acordar com esse barulho de mar, ver
crianças correndo na areia me chamando de pai, me pedindo para livrá-las
dos abraços da tia Agnes...- falo fazendo-a rir.
__ Então vamos ficar...
__ Você tem certeza? Até a parte das crianças?
__ No futuro talvez sim, mas agora tenho tantos planos não me vejo
cuidando de crianças, não sou como a minha irmã, eu quero viver...
__ Eu sei que você quer voar e serei o primeiro a aplaudir seu voo, não
vou mentir pra você, eu quero muito ter filhos, já não tenho mais vinte anos,
mas posso esperar mais alguns anos. — Digo e ela me beija calmamente,
exalando sentimentos que afloram, tornando-os claros e evidentes, o que faz
meu coração bater mais forte.
(...)
(...)
Alice
(...)
Desço com ela encontrando minha irmã na sala com o bebê e a Mia que
correu para abraçar minha mãe.
__ Oi irmã! — a Aurora diz parecendo estar magoada e nos sentamos no
sofá.
__ Aurora não implique com a sua irmã, ela acabou de chegar e o
Andreas me disse que ela até cuidou das crianças pra você. — diz minha
mãe, pegando o bebê do colo dela.
__ Eu sei, mas ela mal falou comigo desde ontem, queria saber o que foi
que eu fiz? Não tenho culpa se você não quer esse casamento! — ela diz
ofendida, mas não foi minha intenção.
__ Aurora, eu estava cansada, assim que o Andreas ligou avisando,
saímos correndo, inclusive eu vim de chinelo, ainda fiquei horas no hospital
esperando o Max, por isso não conversei com você. — Falo e ela parece
compreender.
__ Vocês parecem estar bem, parece que ele acalmou a sua raiva. — Ela
diz com malícia e minha mãe segura o riso.
__ É, estamos!
Fomos almoçar depois de visitar o pai do Max, que estava com a Joana
ao seu lado o tempo todo. Ele ficou muito feliz com a visita da minha mãe e
pareceu um pouco desapontado por não ser a tia Marie, já saquei o quanto
ele a admira ou melhor, venera.
Meus pais ficaram para o almoço e a Ângela se recusou a sentar na mesa
com eles que não deram a mínima para isso, o que é bem típico da minha
família.
__ Mãe, é melhor você indicar outra pessoa para cuidar das crianças, já
que a Joana está ocupada demais para isso. — Falo e minha mãe concorda.
__ Mas quando ele melhorar, quero que ela volte a cuidar das crianças,
ela é perfeita com eles! — diz a Aurora e reviro os olhos para a sua fala
egoísta.
__ Eles estão namorando Aurora, acho que ela subiu de cargo agora. —
Falo os fazendo rir e ela parece entender.
__ Meu Deus, agora a Joana pode ser até sua madrasta Andreas...
__ Não gosto muito da ideia. — Ele a corta.
__ Ela é uma boa pessoa, a Diana a conhece há décadas, é viúva, e teve
que trabalhar muito cuidando dos filhos dos outros para formar seus
próprios filhos, se eles quiserem um relacionamento, dê uma chance, ela
merece. –‒ Minha mãe diz e ele parece ter ficado pensativo.
O almoço segue tranquilo, quando terminamos, meu pai ainda continua
com o Andreas e o Max na mesa conversado enquanto minha mãe atende o
pedido da Mia e vai para a cozinha com a Aurora fazer uma torta de
framboesa, a preferida de todos nós.
À tarde eles vão embora, dizendo que já estão tempo demais longe dos
gêmeos e nos fazendo rir quando dizem que não confiam no Lorenzo e na
Elena para cuidar dos bebês sozinhos que aliás até choram sentindo a falta
dos dois.
A Aurora parece ter ciúmes do carinho excessivo que meus pais
demonstram com os bebês do meu irmão, não entendendo que eles moram
juntos e isso fortalece muito o vínculo, assim como o Sr. Finkler com o
bebê dela, mas isso já é natural dela, que sempre teve ciúmes do meu pai
comigo.
Tomei um banho demorado e até esperei que o Max aparecesse e se
juntasse a mim, mas ele passou muito tempo com o seu pai no quarto dele.
Saio do banho, coloco uma camisola especial um pouco mais sensual e sem
calcinha, passo um hidratante cheiroso no meu corpo e fico na cama
esperando ele chegar.
Acordo com ele beijando minhas costas e percebo que acabei dormindo
enquanto esperava por ele e cada beijo que ele deixa na minha pele vem
como comandos de prazer para o meu corpo.
__ Desculpa a demora princesa...- cada palavra é acompanhada de um
beijo na minha pele que me arrepia.
Me viro vendo que ele já tomou banho e está nu, com os cabelos úmidos
e um calor sobe por entre minhas pernas então o envolvo em meus braços
beijando sua boca com sede do seu gosto e saudades da nossa junção de
corpos perfeita e mais que satisfatória.
Ele me beija na mesma intensidade e começa a descer seus beijos para
os meus seios, os chupando como se arrancasse por eles totalmente o meu
equilíbrio.
Continua descendo sem pressa, beijando meu corpo e mesmo a luz
estando acesa, não consigo pará-lo quando chega entre minhas pernas, as
abrindo deixando beijos suaves ao olhar para a minha vulva toda exposta,
fazendo meu corpo queimar em uma mistura de prazer e vergonha.
Então ele me olha, coloca a língua enorme para fora da boca e passa na
minha vagina sem tirar de mim os olhos cheios de desejos, então fecho
meus olhos me entregando ao prazer, tentando conter a vergonha, quando
ele se concentra em chupar meu clitóris fazendo com que meu corpo se
afunde na cama com o prazer aumentando.
Ele parece me penetrar com os dedos e com o polegar massageia meu
clitóris com movimentos circulares alternando com a língua, fazendo com
que pequenas fisgadas de choque explodam no meu ventre.
Minha respiração vai ficando irregular, consigo perceber exatamente
tudo que acontece com o meu corpo, principalmente a minha vagina que
parece se derreter e explodir ao mesmo tempo, me sinto como um sorvete
se derretendo, enquanto tento não gemer e nem fazer barulho, ao me
contorcer fechando as pernas tamanha a intensidade do clímax.
Ele vem subindo beijando meu corpo carinhosamente, até chegar na
minha boca onde deixa leves beijos, porém enfio minha língua em sua boca
puxando sua cabeça para um beijo extraordinariamente, delicioso.
__ Você já está melhor? –‒ pergunta beijando meu pescoço.
__ Melhor e com saudades. –‒ Falo sentindo a luxúria tomar conta da
minha lucidez.
__ Saudades do meu pau? –‒ pergunta me penetrando, fazendo sair um
longo gemido da minha boca.
__ Você tava com saudades disso? –‒ pergunta em forma de sussurro
levantando o tronco nos possibilitando assim ver nossos órgãos se
conectando.
Max
(...)
Acordamos e o sexo mais uma vez nos fez chegar atrasados para o café
da manhã onde todos pareciam já estar acabando.
__ Hum, os dois com os cabelos molhados, parecem ainda estar em lua
de mel. — Diz a Aurora fazendo a Alice corar algo que é raro e meu irmão
ri piscando para mim, como se dissesse que tenho sorte, o que realmente vi
que tenho.
__ Pelo amor de Deus, essa casa virou um lugar de promiscuidade? — a
Ângela faz a infeliz pergunta para o pateta do meu irmão que abaixa a
cabeça.
__ Ângela, cala a sua boca, ninguém te convidou para estar aqui, na
verdade sua presença polui o ambiente! –‒ diz a Aurora fazendo o clima
esquentar e vejo meus irmãos calados diante das ofensas de suas próprias
esposas.
__ Andreas, peça para a sua esposa respeitar a minha...
__ Eu estou aqui Elias! Sua esposa não respeita ninguém, por isso eu
não a respeito! — ela rebate.
__ Aurora...
__ Andreas se você abrir a boca para defender essa aí, eu pego meus
filhos e volto para a casa do meu pai! — ele até tenta, mas ela o cala.
__ Eu não fico nem mais um minuto nessa casa! — a Ângela diz se
levantando e meu irmão vai atrás dela, dizendo que vai voltar para a casa
deles.
__ Graças a Deus! — diz a Aurora respirando aliviada e o Axel rindo
feito uma hiena desenfreada.
__ Aurora, seu comentário foi totalmente desnecessário. — A Alice
enfim abre a boca, recebendo um olhar de indignação da minha geniosa
cunhada.
__ Alice, você está chegando agora não sabe de nada, ela é insuportável,
essa casa fica até leve sem ela.
__ Ela já estava aqui quando você chegou e...
__ Alice, ela nos odeia pelo que o Lorenzo fez, não a defenda!
__ Se alguém matasse nosso pai, você agiria diferente? — pergunta
calando a Aurora que até abriu a boca para dizer algo, mas se calou.
Gostei do posicionamento da Alice, afinal se ela viesse para confrontar
como a Aurora faz, estaríamos brigando com frequência, já que não sou
como meus irmãos.
Capítulo 86
(...)
(...)
Desde que cheguei aqui ontem de manhã eu não saí de perto dele. Meu
pai teve que intervir quando tentaram me proibir de deitar na cama junto
com o Max, que é onde estou desde que entrei no quarto, deitada ao seu
lado na cama de hospital, com os olhos vidrados nele, esperando
ansiosamente que ele acorde.
__ O bebê do seu irmão nasceu, é escandaloso igual aos pais, a Ângela
foi quem fez o parto, foi a coisa mais feia que já vi na vida, eu nunca vou
permitir você assistir quando for a nossa vez. — Falo sentindo as lágrimas
caírem dos meus olhos cansados de quem não os pregou por dois dias.
__ Alice, você precisa comer. — diz meu pai acariciando meus cabelos.
__ Pai vai pra casa, estou bem. — Falo apertando sua mão.
__ Só saio daqui o dia que você sair...
__ Eu só saio o dia que ele for junto! — falo sentindo as lágrimas
simplesmente rolarem dos meus olhos.
__ Licença...- diz minha mãe entrando no quarto.
__ Matteo, o bebê já pode receber visitas, vai lá visitar, o Andreas está aí
fora. — Ela diz e ele ainda continua por alguns minutos acariciando meus
cabelos, depois dá um beijo na minha testa e sai.
__ Filha, eu trouxe roupas pra você tomar banho e a Joana mandou sua
janta...
__ Não quero! — falo a cortando.
__ Alice, você já não come há dois dias, não pode continuar assim! Ele
pode demorar dias para acordar, ou até semanas, meses!
Meu desespero aparece novamente e o choro fica intenso e desesperador,
porque ela dizer essas palavras em voz alta, parece dar ao destino essa
possibilidade, o que eu estava evitando até pensar, mesmo sabendo que é
um fato.
Matteo
Mal saí e já escuto o choro alto da Alice que me faz voltar para o quarto
e ver minha filha aos prantos chorando alto feito uma criança, negando
abraçando o Max que para meu interno desespero parece continuar na
mesma, me cortando o coração.
__ O que aconteceu? O que você fez? — pergunto para a Antonella que
parece não saber o que fazer ou o que me dizer, então tento acalmar a Alice
me abaixando e abraçando minha filha, que mais parece uma garotinha
indefesa e totalmente machucada.
Se tem algo terrível, pior que tudo nesse mundo, é ver meus filhos
sofrerem e pior ainda é ver minha garotinha desolada, e não haver nada que
eu possa fazer para mudar isso.
Depois de acalmá-la dizendo que sim ele vai acordar assim que estiver
melhor e que não vai demorar, ela começa a se acalmar enquanto meu
interior se inquieta pois se isso não acontecer, posso perder a minha filha e
absolutamente tudo isso na vida dela é minha culpa.
Saio do quarto depois de obrigá-la a beber uma água que havia um leve
calmante, vejo o Andreas sentado ao lado da Antonella, também parecendo
abatido.
__ Alguma novidade? — pergunto e ele nega.
O Max levou quatro tiros, assim que fiquei sabendo, mandei meus
homens intervirem, mataram todos e os trouxeram para o hospital onde eu
já os esperava com a melhor equipe médica.
O médico me disse que o Max foi colocado em coma induzido, pois os
ferimentos eram graves e quando ele foi para a sala de cirurgia, até para eu
me preparar para o pior o médico me disse, porém, a cirurgia foi um
sucesso, mas agora é esperar que ele acorde do coma que entrou depois da
cirurgia, que segundo os médicos pode durar dias, meses ou anos e não sei o
que será de mim se minha filha permanecer naquele estado até ele acordar.
Quando escolhi o Max para se casar com a Alice, foi uma medida
desesperada para eu não perder de vez a minha filha, que foi a única pessoa
na face dessa terra que ousou me desafiar cara a cara, o que me colocou em
uma situação difícil pois nunca precisei passar por isso, até que fiz alguém
tão arrogante quanto eu. Bem que meu pai dizia que um dia nasceria
alguém com a minha petulância.
E nasceu!
Fiz uma longa busca, até encontrar alguém perfeito para ela, maduro o
suficiente para lidar com suas birras, do nosso meio e ao mesmo tempo
calmo e compreensivo.
Eu estava relutante com a diferença de idade, afinal eu entregaria minha
filha caçula para um homem na idade dele?
Entretanto o que me fez mudar de ideia foi a forma que ele tratou a
Giulia e suas infantilidades e até meu irmão concordou que ele seria um
ótimo partido, mas ele não iria interferir no relacionamento que eles
pensavam ser clandestinos, porém nós sabíamos e apenas estávamos
esperando o desenrolar.
Meu irmão prefere deixar as coisas acontecerem, diferente de mim que
já resolvi a vida dos meus três filhos, me evitando problemas futuros.
O cuidado que o Max tinha pela filha do Oleg, mesmo sem
compromisso ou uma família para ter que dar satisfação, foi o que me fez
decidir, isso e a vida dupla que ele levava nos Estados Unidos, pois eu sabia
que isso seria desafiador para a Alice e mesmo me doendo, deixei-os ir sem
a minha interferência em absolutamente nada.
Agora aqui estou eu angustiado para que ele saia dessa e decida que foi
um sinal divino para que ele se mude para Massachusetts e deixe essa vida
de lado, para o bem da minha filha que sem dúvidas o ama.
O bebê da Aurora tem alta e até fico com ele um pouco nos meus braços
vendo que dessa vez os traços são do pai, pai esse que me deixa orgulhoso
pois sei o quanto ele ama a minha filha e faz de tudo para mantê-la bem e
segura.
O Lorenzo me contou as circunstâncias do nascimento, quando eu só o
tinha mandado buscar a Alice, e ele acabou fazendo a Aurora entrar em
trabalho de parto o que me rendeu uns cabelos brancos.
Ele me ligou desesperado, me mantendo informado que a teimosa da
minha filha não queria ir para o hospital e gritava pelo Andreas que estava
levando pontos por também ter levado um tiro só que nada grave; ele saiu
correndo quando eu disse o que tinha acontecido, nem as notícias do irmão
tive tempo de contar.
Enfim, apesar da preocupação que sinto em relação ao Max e a Alice,
estou satisfeito com os meus genros, são homens mais que capazes, fazem
minhas filhas felizes, e são leais a mim e mesmo que eles perdessem todo o
dinheiro que têm, eu os colocaria dentro da minha casa se fosse necessário,
para morarem debaixo do meu teto e confesso que isso até me traria alegria,
pois eu teria minha família inteira debaixo das minhas asas.
A Elena foi a minha maior surpresa, ela é a filha que ficou em casa, faz
companhia para a Antonella, a entendendo como ninguém, realmente a trata
como uma mãe e até com muito mais carinho que as meninas, o que é um
conforto para ela que apesar de geniosa, sempre fez de tudo para manter a
harmonia e bem estar de todos.
A cereja do bolo foi meus netos, Enrico e Vincenzo Messina, a garantia
da continuidade do meu nome, dois seres que me trouxeram uma alegria
gigantesca, me fizeram rir como há anos eu não ria, os vendo começar
andar pela casa, à volta dos brinquedos espalhados, as mamadeiras e noites
mal dormidas, tudo com ainda mais gozo, então sim eu tenho um carinho
paterno enorme pela Elena por ter nos proporcionado essa alegria, além de
fazer do Lorenzo um homem feliz, com o amor estampado na testa.
Capítulo 87
Volto para o lado do Max depois de tomar banho, apenas por ter
negociado com a minha mãe, pedindo para ela ir embora e me deixar
sozinha pelo resto do dia pelo menos.
Me deito com o coração aflito, sentindo a esperança dentro de mim lutar
feio com a razão que insiste em nos desanimar, jogando na minha cara que
já vão fazer duas semanas e nada dele acordar.
__ Acho que fui condenada ao fracasso, eu nunca tive sorte... Até te
conhecer de verdade, eu sentia que era bom demais pra ser verdade, não
trago sorte para as pessoas ao meu lado. — Falo sentindo as lágrimas que
ultimamente tem sido minhas companheiras, voltarem.
__ Eu te amo tanto Max, não consigo nem pensar em continuar vivendo
sem você, sei que é egoísmo, talvez você estivesse melhor sem mim, se eu
não tivesse aparecido na sua vida talvez... Ah Max, eu amo você...
__ Eu também te amo. — Sussurra me fazendo levantar assustada e
encaro seus olhos intensos procurando meu olhar, o que me faz chorar ainda
mais ao dar selinhos em seu rosto agradecendo mentalmente por Deus ter
ouvido minhas primeiras súplicas e trazido o amor da minha vida
novamente.
Devido ao barulho do aparelho que começou a apitar mais alto, a sala é
invadida por médicos e enfermeiros que me pedem para descer da cama, o
que eu faço os deixando trabalhar, com meu coração sambando no peito,
uma mistura de inquietação com surpresa e felicidade ao mesmo tempo,
rezando para não ser um sonho.
Mesmo descendo da cama, continuei segurando sua mão, até me
pedirem para me afastar, no momento que me pai entra na sala parecendo
estar abismado, porém aliviado.
Ele me pede para sair da sala, já que pela terceira vez o médico me pede
para dar espaço a eles, então mesmo não querendo, eu vou com o meu pai
para o corredor.
__ Ei, o que foi? – ele pergunta me ajudando a sentar na poltrona.
__ Nada, foi só uma tontura. — Falo vendo tudo dar uma leve
escurecida e voltar segundos depois.
Meu pai preocupado chama um médico e pede para me
examinarem, mesmo eu dizendo que não é necessário já que foi apenas uma
tontura, a mesma que venho sentindo há dias quando me levanto, só não
disse nada para que ele não se preocupasse como agora.
Sou conduzida para uma sala, onde eu insisti que não queria ir, pois
estou ansiosa por notícias do Max, mas meu pai não me deixa argumentar e
sou abrigada a vir, então penso que é melhor fazer o quanto antes.
Depois de fazer os exames que meu pai pediu, entro no quarto, vendo o
Andreas em pé ao lado dele que está sentado na cama, o que me parece
surreal, pois sonhei acordada em vê-lo assim.
Ele me estende a mão e mais que depressa eu vou até ele, envolvendo
meus braços em seu tronco, enfiando meu rosto no seu pescoço, afim de
esconder minhas lágrimas, porém ele me puxa, as seca, me olhando
profundamente, dizendo muitas coisas com o olhar, coisas essas que
enchem meu ser de amor.
__ Obrigada por não ter saído do meu lado e ter me mantido informado
sobre tudo. — diz e dou um sorrisinho.
__ Será que estou sonhando? — digo e ele apenas sela nossos lábios e
mais uma vez uma lágrima grossa desce de um dos meus olhos.
(...)
Faz alguns dias que o Max acordou do coma, o que chocou os médicos
que disseram para ele, que já não tinham esperança, pois depois de sete dias
em coma, meses à frente era garantido, o que me chocou pois me
esconderam isso.
Nos exames que fiz apareceu uma anemia, resultado dos dias que fiquei
no hospital praticamente sem me alimentar, passando horas e horas deitada
deprimida, então estou tomando remédios e meu pai mandou trazerem a
Diana para ficar aqui cozinhando até eu estar bem novamente.
O Max tentou me convencer a ir embora, mas eu neguei e ficamos juntos
no hospital todos esses dias, porém hoje ele teve alta e estamos a caminho
de casa.
Ele anda com a ajuda do Andreas e uma bengala e na sala encontramos
toda a sua família que estava ansiosa para o dia que ele voltasse para casa.
Assim que ele senta no sofá seu pai vai até ele com a cadeira de rodas, já
que ele precisa dela desde o acidente, e parece estar tão emotivo que sinto
até pena, pois ele insistiu muito para o levarem até o hospital, porém o
Andreas negou, o que o fez se revoltar e até se recusar a sair do quarto e
conversar com qualquer um que não fosse a Joana.
__ Meu filho, você quase matou seu velho pai de susto, eu não posso te
perder Max, nunca mais faça isso comigo! — ele diz pegando na mão do
Max e o fato dele estar segurando as lágrimas e abrindo o coração, me faz
sentir sua dor pois eu a compartilho.
__ Eu também levei um tiro, viu pai! Ele não se jogou em frente da bala,
só aconteceu. — diz o Andreas sentando ao lado do Max, encarando o pai
que ainda parece estar com raiva dele.
__ Meu Deus Max, tanto tempo em coma, nós estávamos aflitos! Mas
me diz uma coisa, o que tem do outro lado? O que você via ou sentia? —
Aurora pergunta realmente curiosa e ele me olha e dá um sorrisinho.
__ Eu não cheguei a ir do outro lado...
__ Graças a Deus! — penso alto e todos me olham.
__ Eu estava lá, ouvindo a Alice me pedir para acordar todo dia, me
contando tudo o que acontecia e quando ela saía, eu sentia medo. — diz me
olhando profundamente, como se falasse apenas para mim.
__ Então você ouvia tudo o que diziam? — ela pergunta.
__ Não, eu só ouvia a Alice, por isso tinha medo quando ela não falava
ou quando eu não escutava sua respiração, ou seu choro, eu não sabia se
ainda estava vivo. — Suas palavras fazem meus olhos se encherem de
lágrimas.
__ Vamos subir, você já se esforçou demais por hoje! — digo limpando
minhas lágrimas e ele concorda sorrindo e o Andreas o ajuda a se levantar e
subir os degraus pacientemente.
Eu sugeri que ficássemos em um dos quartos daqui, para que ele não
suba as escadas, mas o fisioterapeuta disse que esse exercício seria bom
para ele, subir e descer uma vez por dia pelo menos por enquanto, pois suas
pernas não foram afetadas pelos tiros.
__ Se precisar de alguma coisa, me chame. — O Andreas me diz saindo
do quarto.
__ Enfim, sós! — falo me sentando à sua frente.
__ Já tomou seu remédio? — me pergunta e só agora me lembro que
tinha esquecido, então me levanto indo até minha bolsa o procurando.
__ Eu detesto esse remédio, olha o tamanho do comprimido! — falo
mostrando para ele o tamanho absurdo do remédio para anemia.
__ Se não fosse tão teimosa e tivesse se alimentado, não precisaria disso
agora! — diz enquanto luto para engolir o comprimido.
__ Eu não conseguia comer sabendo que você estava daquele jeito, na
verdade Max, precisamos conversar sobre isso, não sei se aguento aquilo
novamente...- falo me sentando ao seu lado, ele pega minha mão e leva até
os lábios.
__ Eu fui sincero lá embaixo, se não fosse você eu não teria acordado,
ouvir suas histórias me fez bem, me dava vontade de acordar, ver a criança
escandalosa do meu irmão...
__ Você ouviu tudo? — pergunto até um pouco preocupada pois sei que
falei demais.
__ Eu te amo Alice, casar com você foi a melhor coisa que já fiz na vida.
Lá deitado naquela escuridão, totalmente impossibilitado, tive tempo para
pensar na minha vida inteirinha, buscando na minha memória tudo que já
fiz de ruim, sua voz me chamando e com isso eu pensava em tudo que já fiz
de bom e sem dúvidas nada se compara a você. Eu já te amava, muito antes
disso, voltei de Massachusetts já te amando. — diz me fazendo chorar, mas
dessa vez é de felicidade.
__ Então você ouviu minhas súplicas para nos mudarmos pra lá? -—
pergunto e ele concorda sorrindo.
__ Seus sonhos são os meus...
Não o deixo terminar de falar, o beijando, com saudades da sua boca,
saudades do que somos.
Max
Hoje o dia será cheio, a casa está lotada e meu interior está inquieto
com uma empolgação que nunca senti antes na minha vida.
__ Licença...- diz minha tia entrando no quarto, com um largo sorriso no
rosto, vendo minha mãe e a Elena babando no meu vestido de noiva.
__ Nunca imaginei que justo você faria algo assim! — ela diz
arrumando minha grinalda.
__ Faço minhas as suas palavras Marie, de todos os meus filhos, a Alice
seria a menos provável...
Há alguns meses atrás, antes mesmo do Max ter sofrido aquele
“acidente” eu disse a ele se poderia pedir algo e ele disse que tudo o que ele
pudesse fazer por mim, ele faria e até o que não pudesse tentaria e sua
reposta só me fez o amar ainda mais, mesmo que naquela época eu ainda
nem soubesse que aquilo que eu sentia era amor...
Enfim, disse a ele que eu queria ter um casamento de verdade, eu queria
sentir algo bom ao me vestir de noiva, queria ir para o altar procurando seu
olhar enquanto sorria, queria o beijo, jogar o buquê, trocar as alianças,
daminhas, eu queria tudo que não tive quando fui obrigada a me casar com
ele.
Aquele foi um dos piores dias da minhas vidas, gritei com a minha mãe,
com a Aurora, discuti com o meu pai, ignorei meu irmão, fui rude com a
Elena que é uma pessoa de quem eu gosto muito, descobri um passado
terrível não só da minha tia mas de toda a minha família, é um dia que eu
literalmente queria apagar da minha memória.
Eu queria mudar as coisas e ele disse que ficaria feliz se fizéssemos tudo
novamente, porém da maneira correta, então aqui estamos nós, prestes a nos
casar verdadeiramente.
__ Eu não podia ter aquela cerimônia como lembrança, mereço algo
verdadeiro. — Falo vendo a tia Agnes entrar e quando me vê, ela coloca a
mão na boca e seus olhos se enchem de lágrimas.
__ Ah minha filha, você está linda! — diz levando as mãos para o meu
rosto.
__ Obrigada tia. — Falo sentindo meu peito se encher de ainda mais
alegria por eles estarem aqui.
Convidamos a família dele que veio de Massachusetts, não só eles, mas
também alguns amigos como o Warren e a Mercedes que ficaram surpresos
e muito felizes assim como todos nós; eles chegaram há dois dias, pois
como nosso casamento vai ser segundo as tradições italianas, todos se
reúnem no local dias antes.
Minha mãe ficou empolgadíssima, nunca a vi tão ansiosa para um
evento com nos preparativos.
Decidimos fazer a cerimônia na casa dos meus pais, primeiro porque
quero me lembrar daqui como algo bom, não só apenas com a recordação
do nosso primeiro casamento, mas também esse que será inesquecível além
de que sendo aqui, os convidados que não sabem sobre a vida que o Max
realmente tem, não desconfiariam de nada, afinal é apenas a casa da minha
família.
Minha mãe cedeu seu quarto para eu me arrumar junto com todas as
mulheres da família pois é o maior quarto que temos e me surpreendi com o
meu pai por ter aceitado, afinal ele detesta que estranhos entrem em seu
quarto, mas ela disse que ele nem mesmo contestou.
__ Mãe, meu véu, cadê? — pergunto e ela sorri.
__ Você não pode se ver no espelho com todo o traje pronto, dá azar.
__ Bobeira mãe! — diz a Aurora terminado o penteado.
__ Não é bobeira, o casamento da sua irmã é tradicional então temos que
seguir todas as regras antigas! –‒ diz minha avó balançando o pequeno
Adam no colo.
Estou muito feliz e também aflita, da última vez que fiquei assim foi
quando esperei a Aurora dar à luz.
Meu Deus estou suando de ansiedade, será que é normal toda essa
adrenalina? Estou comparando-a a um parto! Jesus!
Mesmo disfarçando, estou ansiosa e muito nervosa para que tudo dê
certo e saia como imaginei, então ontem ficou bem difícil fechar os olhos,
além de ter passado horas conversando com o Max por mensagem, já que
pela tradição o noivo não pode ver a noiva no dia anterior ao casamento,
apenas no altar o que foi a coisa mais difícil de todas, então por isso acordei
muito cansada, exatamente o oposto do que planejei, minha sorte é que a
adrenalina não deixa espaço para o sono.
A tia Agnes entra novamente com a Suzana trazendo o buquê que o Max
escolheu, feito com rosas numa mistura de cores entre branco envelhecido e
tons de rosa claro com alguns galhos que formam uma espécie de coração,
lindo, meigo, delicado e fico ainda mais feliz não só por ser lindo e ter
surpreendido nós todas, mas por ter sido escolhido por ele.
__ Ah graças a Deus, eu estava aflita de medo, homens não sabem
escolher buquês. — diz minha mãe respirando aliviada nos fazendo rir,
afinal ela foi relutante em deixar o Max escolher o buquê, nisso ela queria
burlar a tradição.
__ É Ane, parece que ele se saiu bem. — diz minha tia brincando do seu
desespero.
Antes de fechar o vestido, minha mãe coloca na minha cinta liga a fita
azul, que é um dos cinco objetos que não podem faltar em um casamento
italiano, coisa que minha mãe e tia nem se lembravam mais, ainda bem que
para a minha avó todas essas coisas sempre foram muito importantes, por
isso ela foi a pessoa que mais se emocionou quando eu disse meus planos
de casamento.
Acho que minha avó nunca se acostumou com a vida que nossa família
leva e o rumo que as coisas levaram, diferente da minha mãe, a tia Marie e
até mesmo meus irmãos.
__ Bom, a vovó tem algumas surpresas pra você. - diz minha avó vindo
até mim com uma caixinha nas mãos e um sorriso estampado no rosto
repleto de sentimentos.
Minha avó ficou encarregada de providenciar os objetos, que na tradição
são cinco, um objeto novo: que simboliza a nova vida que está se iniciando.
Um objeto velho: que simboliza o passado que jamais deve ser
esquecido com a chegada de uma nova vida.
Um objeto emprestado: que simboliza o afeto das pessoas queridas que
se mantém perto nessa passagem do velho para o novo, que o ideal é que
seja emprestado por uma pessoa muito querida do casal.
Um presente: que simboliza o afeto das pessoas queridas e uma coisa
azul, que sempre é usado uma fita que no caso minha mãe já providenciou.
__ Eu vou te emprestar. — Ela diz abrindo a caixa e vejo uma tiara de
pedras que faz não só a mim, mas todas nós ficarmos boquiabertas e minha
mãe vem para perto e deixa as lágrimas caírem, assim como minha tia que
está quase falhando em segurá-las.
__ Isso era da sua bisavó minha mãe, e mesmo que sua mãe tenha
casado por um contrato infeliz, que não tinha nada de tradicional ou bom
naquele dia, ela ainda assim usou essa tiara e sua tia Marie também quando
se casou com o Giuliano, assim como eu quando me casei com o seu avô.
–‒ Ela diz sorrindo, mas limpando as lágrimas que caem.
__ Eu também usei, mas não sabia que todas vocês tinham usado. - diz a
Aurora e minha avó concorda.
__ Sim! Eu sei que falhei muito com todas vocês, mas eu sempre fiz
questão de estar em seus casamentos, trazendo a tiara que foi da minha mãe,
que não só ela usou no casamento, mas a minha avó, eu sempre sonhei em
ver uma de vocês seguindo a tradição então pelo menos isso eu tentava
manter...
__ Mas, parece com... –‒ diz a Elena confusa e minha tia sorri
concordando.
__ Sim Elena, você também usou, é a mesma que te emprestei. –‒ diz a
tia Marie e fica claro o quanto a Elena ficou grata a ela por ter feito isso.
__ Mas chega de choro, vamos ao que interessa! –‒ ela diz limpando as
lágrimas depois de colocar a tiara na minha cabeça, no lugar da grinalda.
Minha avó faz sinal para a tia Agnes e ela sai voltando em seguida com
o meu sogro entrando com dificuldade apoiado no andador e quando me vê
vestida assim e com cara de choro, seus olhos se enchem de lágrimas e ele
estende o braço para me abraçar e assim eu faço vendo o quanto ele está
emocionado.
__ Oh minha filha, você não sabe a alegria que esse velho está, eu queria
que você pudesse ver como está meu coração porque sinto que por mais que
eu fale, vocês nunca vão entender. –‒ diz na sua simplicidade limpando as
lágrimas e sorrindo para mim.
__ Isso aqui é pra você. –‒ diz e a tia Agnes o ajuda a abrir.
__ Oh meu Deus! –‒ falo abismada com o conjunto de colar e brincos
que são a coisa mais linda e delicada que já vi.
__ São diamantes? –‒ pergunta a Aurora e ele concorda.
__ São diamantes azuis, eram da minha esposa, mãe dos meninos, eu
venho guardando há mais de trinta anos...
__ Eu não posso aceitar, o senhor tem outras noras, eu...
__ Eu faço questão que você aceite! Sim, tenho outros filhos, mas
nenhum passou o que o Max passou e nenhuma das minhas noras fez por
eles o que você fez, sou muito grato, sei que ela ficaria muito feliz em saber
que essa joia agora é sua.
Não sei o que dizer, não posso recusar, apenas olho para a minha irmã
que sorri para mim em concordância.
Sinto-me lisonjeada e não acho que mereço, porém me sinto muito mais
que importante por entre todas ele achar que eu mereço e isso me deixa
grata.
__ Não tenho palavras para agradecer, obrigada prometo não
decepcionar. — Falo o abraçando com muita ternura.
__ Eu sei que não irá.
__ Bom, minha querida, esse é o objeto antigo, para que vocês não se
esqueçam do passado.- diz minha avó e o senhor Finkler sai com a ajuda da
tia Agnes e antes que eu termine de limpar minhas lágrimas de felicidade
com a Aurora me abraçando dizendo que está feliz por mim e eu mereço o
presente, meu pai entra e quando o vejo com os olhos marejados, corro para
seus braços que me envolvem de forma única, como se toda a tensão que
venho carregando há dias não fosse mais tão importante.
__ Também tenho algo pra você. — Ele diz e tento me recompor.
Ele abre uma pequena caixinha de joias e quando vejo meus olhos quase
saltam, não acreditando no que veem.
__ Pai, seu anel eu...- falo confusa não entendendo bem ao ver um anel
idêntico ao seu anel de Capo, o qual ele passará para o Lorenzo.
__ Você sabe que todos os homens da nossa família que herdaram a
liderança da organização, usaram esse anel...- diz me mostrando o anel em
seu dedo e concordo.
__ E ele será do seu irmão como manda a tradição, mas eu mandei
fazerem um idêntico pra você, pois ele simboliza muito mais que liderança,
ele representa credibilidade, quem o carrega não ganha apenas o comando,
seu portador é digno de total confiança, onde todos tem certeza da sua
sinceridade, lealdade e competência, sabendo que nunca falhará para com
nossos próprios princípios esteja ele onde estiver e mesmo que você não
seja a futura liderança da Cosa Nostra, é tão digna quanto seu irmão e
qualquer outro homem que já sentou naquela cadeira antes de mim.
Suas palavras me fazem derramar grossas lágrimas pois tiram um peso
enorme do meu coração que eu nem mesmo sabia que carregava, levando
com elas qualquer vestígio de mágoas e incertezas que já existiram dentro
de mim e aqui nos braços do meu pai que chora comigo, em meio a todo
esse clima de um casamento feliz, percebo que eu nunca quis ser ele ou
estar no lugar do meu irmão, eu só queria que eles enxergassem o meu amor
pela nossa família e tudo que somos com muito orgulho de tudo que já
fomos, ainda que nosso passado não seja um mar de rosas, é o que somos
e é o que nos fez chegar até aqui.
__ Agora só falta alguém. — Minha avó diz nos interrompendo indo até
a porta.
__ Não abra os olhos, heim! — ela diz ajudando o Max a entrar no
quarto com os olhos fechados nos fazendo rir.
__ Meu Deus mãe, se ele olhar quebramos a tradição! — diz minha mãe
surpresa por ele estar aqui.
__ Não aguentei mais ficar longe. — Ele diz quando minha tia pergunta
o que ele faz aqui.
__ Vó, você vez uma fila lá fora? — pergunta a Giulia e ela concorda.
__ Alice, eu trouxe o presente, espero que você goste. — Ele diz depois
de me dar um selinho e tira do bolso um saquinho de veludo, abre e joga em
sua outra mão uma pulseirinha prata com pedras brilhantes em forma de
pingentes e entre elas um em especial no formato de uma casinha e parece
ser tão simples que me faz sorrir ainda mais o ajudando a colocar em mim.
__ Sério que não posso abrir os olhos? Como vou ver sua reação!?
__ Não precisa ver.- digo levando sua mão para o meu coração que bate
descontroladamente no peito.
__ É simples, mas tem muito mais valor que a joia em si...- diz
colocando no meu pulso sem pressa.
__ Esse pingente significa nosso futuro daqui pra frente...
__ Você comprou uma...- o corto e ele concorda.
__ Uma casa? Jura? — pergunto maravilhada pois isso significa muito
para mim.
__ Não uma casa, nosso novo lar já que eu não posso te levar para
Massachusetts, para morarmos na beira da praia, ouvindo o som do mar e o
barulho dos pássaros que sei que é o que você queria, prometo te fazer
feliz...
__ Muito lindo, mas deixe para os votos! — diz minha mãe já com os
olhos cheios de lágrimas assim como os meus.
Max
Elisa me lembra de não abrir os olhos, até sentir as mãos na Alice nas
minhas então subo minhas mãos até seu rosto e selo nossos lábios, sentindo
o gosto das suas lágrimas.
__ Você tá chorando de alegria, sim? — pergunto para descontrair e ela
ri.
__ Sim meu amor, eu nunca estive tão feliz como agora. — Responde
beijando meu rosto.
Me pergunto como posso sentir tudo isso no peito, como posso amá-la
tanto assim em tão pouco tempo, chega a me parecer surreal.
Sou levado para fora do quarto, mesmo que eu reclame o fato do Matteo
poder ficar lá e no corredor ainda encontro meu pai tentando descer as
escadas com a ajuda da tia Agnes que o xinga, o chamando de velho
birrento.
__ Pai, não era pra você subir aqui. — Falo o pegando no colo, mesmo
contra a sua vontade.
__ Eu consigo sozinho, me coloque no chão, odeio quando vocês fazem
isso, me faz parecer um velho inválido! — diz furioso e quando chegamos
na sala o coloco no chão.
__ Tá vendo Max, ele não muda, sempre reclamando, devia agradecer
por ter pessoas que se preocupam com você! — a tia Agnes diz irritada e
acabo rindo pois os dois são assim o tempo todo.
__ Meu Deus, vou enlouquecer se passar mais um dia com essa mulher!
— diz ele, indo a passos de tartaruga com ela o ajudando.
__ Tomara que meu pai não fique assim, senão estaremos fodidos. — diz
o Lorenzo aparecendo com um bebê no colo que está com terno e gravata, o
que o deixa muito bonitinho e até me volta a vontade de ter filhos.
__ Seu pai ainda tem muito chão pela frente, mas do jeito que ele é pode
esperar essa reclamação toda, ele lembra muito meu pai quando era mais
novo. — Falo e ele faz o sinal da cruz enquanto vamos andando até o
Matteo e o Andreas que pareciam estar falando de nós.
__ O que foi? — o Lorenzo pergunta e o menino assim que vê o Matteo
estende os braços se jogando em seu colo.
__ Nada demais, eu só estava dizendo como você desembolsou para
trazer toda a família Buscapé pra cá. — diz o Andreas.
__ Matteo! — chama o Giulliano e o Matteo vai até ele com o Lorenzo.
__ Para de falar mal da nossa família! — o repreendo.
__ Cara, você deveria ter deixado o Matteo pagar já que foi a filha dele
que inventou isso, já pagamos o primeiro casamento.
O Matteo se ofereceu para pagar o casamento dessa vez, já que a
Antonella é quem se apossou da responsabilidade de planejar e sairia muito
mais caro que da primeira vez, já que a Alice fez questão de trazer toda a
minha família de Massachusetts além de vários amigos, porém eu recusei,
ele já disponibilizou sua casa não só para o casamento, mas para hospedar
todos por dias, então arquei com todos os gastos sozinho, o que na verdade
não faz muita diferença.
O Giulliano organizou uma espécie de despedida de solteiro, onde eu e
todos os homens fomos para uma das boates da família dele e até o Matteo
foi junto, passamos a noite inteira bebendo como se não houvesse o
amanhã, foi muito divertido, tinha mulheres e muitas strippers, mas pelo
menos nós que somos casados não subimos com nenhuma, apenas
aproveitamos a noite jogando e apostando alto, onde o Filippo até perdeu
uma Ferrari para mim, diferente de alguns dos meus amigos que se
acabaram com tantas putas bonitas.
O Warren até se apaixonou por uma delas, dizendo que ia pedi-la em
casamento e mudar a vida dela, o que nos rendeu muitas risadas.
__ Se ela quiser casar todo ano eu não me importaria, só quero que ela
esteja feliz.
__ Você se apaixonou mesmo, não é? Nunca te vi assim por mulher
nenhuma, nem pela senhorita encrenca, falando nela, como vai a relação de
vocês nesse triângulo amoroso, afinal não dá pra ignorar a presença dela. —
Ele diz olhando para a Giulia numa conversa animada com a Suzana e
Marianne.
__ Não existe triângulo nenhum, eu e a Giulia já nos resolvemos há
muito tempo, nunca teria dado certo...
__ Tá, mas você gostava dela, até em casamento você pensou!
__ Eu gostava, mas era atração física afinal ela é muito bonita, porém o
que tenho com a Alice vai muito além de desejo, o jeito dela de ser me
fascina a forma como ela lida com as coisas me faz admirá-la, me sinto
honrado por ter ficado com a mais sensata mulher dessa família.
Realmente a Alice é única, mesmo me esforçando nunca encontrei nela
toda aquela resistência e eloquência que todos diziam sobre ela, muito pelo
contrário ela parece ter herdado o melhor de todos os Messina.
Eu disse isso ao Matteo quando ele me chamou para conversar semanas
atrás, querendo me perguntar como iam as coisas, mais precisamente como
ela estava se comportando, me senti um professor quando o pai quer saber
se o filho se comporta bem ou mal.
Fiquei surpreso por perceber que tanto ele quanto a Antonella não
compreendem a Alice quando é tão óbvio que ela apenas é justa!
Com ela não tem meio termo, não importa as circunstâncias, nunca a vi
defendendo coisas erradas ou procurando confusões desnecessárias, posso
até dizer que ela é a sensatez em pessoa e devido a sua pouca idade além de
ser impressionante sem dúvidas confunde seus pais.
Por isso que vejo que jamais eu seria feliz com a Giulia, que é o oposto
da Alice e fico feliz até por ela ter percebido isso e ontem quando eu saí
para comprar o buquê, ela se convidou para ir junto, na hora eu me senti
desconfortável e até neguei, mas ela disse que já tinha pedido para a Alice
que concordou, então eu mandei uma mensagem para confirmar, pois se
tem algo que não quero é entrar em confusões desnecessárias, muito menos
na véspera do meu casamento.
A Alice me respondeu que sim, estava sabendo e confiava tanto em mim
quanto na prima, então fomos, mesmo eu não gostando muito da ideia, não
só eu como parte da família quando nos viram saindo no mesmo carro.
Porém lá, todo o desconforto se dissipou quando a vi empenhada em me
ajudar a escolher o mais lindo buquê, já entrando na loja dizendo que queria
o melhor e mais lindo pois sua priminha ia casar e não merecia menos que
isso, depois nos divertimos andando de loja em loja até eu ver um que me
chamou atenção e ela percebendo, disse que também tinha gostado, então
encomendei.
Depois fomos almoçar, rimos bastante e foi muito agradável. Ela me
perguntou se eu amava a Alice e eu respondi que a amava como nunca tinha
amado ninguém em toda a minha vida, recebendo dela um largo e
verdadeiro sorriso, dizendo que estava feliz por nós e que não tinha dúvidas
de que eu faria da Alice a mulher mais feliz do mundo, e com isso
deixamos o passado completamente para trás.
Ela me disse que estava namorando um homem e dessa vez ela sentiu
algo diferente, mas tinha medo de ser pressionada a largar tudo e também
tinha receio do pai dela não aceitar e me pediu um conselho sobre o que ela
deveria fazer, se valia a pena deixar a vida que ela tanto lutou para trás e eu
disse que ela deveria seguir o coração, pois o tempo passa rápido, a máfia
sempre estaria ali para ela pois é o que sua família faz há centenas de anos,
mas um grande amor só acontece uma vez na vida.
(...)
Todos os convidados se acomodam, depois vamos para o altar, a
Antonella, o Andreas e eu que espero ansioso para vê-la, depois de passar
tanto tempo assim longe dela.
O sorriso no rosto de todos aqui, minha família inteira vibrando de
felicidade assim como a dela, faz eu me lembrar do primeiro casamento que
mais parecia um velório, como se ela tivesse indo para a forca e
inevitavelmente penso em como a vida dá voltas, nos levando longe onde
nunca imaginaríamos estar e ao mesmo tempo no mesmo lugar, pois foi
exatamente aqui onde nos casamos contra a nossa vontade e agora tudo
aquilo parece nem ter acontecido, como se toda essa felicidade fosse a única
coisa que nos cabe agora.
E esses últimos dias foram essenciais para eu entender o motivo dela
querer esse casamento. Eu aceitei sem pensar duas vezes, isso não seria
nenhum sacrifício, afinal dinheiro é o que não nos falta, mas não pensei que
seria algo assim tão significativo para nós dois, porém, sinto que hoje vendo
a felicidade nos olhares, ter minha família reunida, ver a ansiedade e
felicidade da Alice, construindo assim como eu novas e maravilhosas
lembranças, vejo o quanto isso é importante para nós dois.
__ Não sei não, mas ela tá demorando muito, acho que pensou bem e
decidiu fugir você é muito careta. — diz o Andreas e mesmo achando uma
grande bobeira a parte que ele me chama de careta me faz ficar preocupado
pois só ela me chama assim.
__ Calma Max, a Alice está mais que decidida, seu irmão só está te
pregando peças. — diz a Antonella com um sorriso no rosto limpando uma
sujeira invisível do meu terno, o que me acalma instantaneamente pois se
tem alguém aqui que não saberia disfarçar essas coisas é ela, então se a
Alice fosse fugir ou desistisse, ela não estaria assim tão calma.
A marcha nupcial começa a tocar e todos os convidados se levantam e
me seguro para não chorar quando me viro e a vejo entrando com o Matteo,
que sorri tanto quanto ela e que assim que encontra meu olhar não desvia
mais dele e o misto de sentimentos dentro de mim faz minhas mãos suarem
e a inquietação de que ela chegue logo aqui, me faz ficar agoniado.
Quando ela chega, o Matteo me entrega sua mão e depois de quase
beijá-la na boca, eu deixo um beijo em sua mão, vendo que mesmo
parecendo impossível, ela conseguiu ficar ainda mais linda do que já é.
O padre dá início em suas palavras enquanto estamos ajoelhados em
confortáveis almofadas e fico impressionado com a paciência dela ao olhar
para o padre esperando pacientemente que ele fale em seu próprio ritmo.
__ Eu, Max Finkler, prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria
e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida com todo o
meu amor. — Falo depois de ficar frente a frente com ela segurando suas
mãos, colocando a aliança e mesmo sendo algo tão de praxe, ainda assim
me emocionei, pois, cada palavra resume meus sentimentos.
__ Eu, Alice Messina, prometo te amar e respeitar, na alegria e na
tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida até meu último
suspiro.
Ela coloca a aliança no meu dedo e deixa um beijo em cima da aliança
assim como eu fiz ao colocar, não percebendo o quanto essas palavras
penetram meu coração, indo além da minha alma, que grita dentro de mim
dizendo que a amarei para todo o sempre.
__ Eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva! — o padre diz e
ela vem me beijar com a intenção de se jogar nos meus braços, porém a
seguro num beijo curvando seu corpo para trás a surpreendendo depois de
dizer que a amo, arrancando de todos aplausos empolgados com nosso beijo
pra lá de impressionante.
__ Uau! — diz a Antonella quando terminamos e todos nos aplaudem de
pé felizes e tão sorridentes quanto nós dois.
Depois de recebermos todos os convidados que vinham ao altar nos
cumprimentar, o que nos deixou exaustos, ela subiu para se trocar e fui atrás
rezando para ela estar só.
__ Mãe, preciso da sua ajuda. — Ela diz saindo do closet com um
vestido nas mãos e quando me vê já dá um sorriso malicioso como se
soubesse o que quero aqui.
__ Você é rápido, heim! — diz vindo até mim e me envolve em um beijo
suave que aos poucos vai ficado mais ousado.
__ Você queria ajuda para tirar o vestido? — pergunto depois de ter
certeza, que vestida assim nem seu corpo consigo encontrar embaixo de
tanto pano.
__ Deveria ser a minha mãe, mas já que você está aqui...- diz virando,
então eu a ajudo com muito custo tirar o vestido pesado, revelando seu
corpo perfeito envolto por uma lingerie branca extremamente sensual, com
direito a espartilhos, cinta liga, meias e tudo mais, o que faz meu pau
acordar rapidamente.
Tudo isso é meu! Porra acho que ainda não me acostumei a ter uma
mulher tão linda e sensual.
Quando ela enfim se livra do vestido, se vira para mim, me olhando com
aquele olhar de predador faminto como se avisasse a presa que não tem
escapatória, esse é seu fim!
Ataco sua boca indo com ela para a beirada da cama mesmo, e sem
mais delongas desço beijando seu corpo por cima da lingerie que me excita
ainda mais, porque além de ser sensual pra caralho, ainda me impossibilita
de sentir sua pele.
__ Não podemos demorar, estão nos esperando...- diz em meio ao
gemido quando eu mordo sua bucetinha, colocando a calcinha para o lado,
chupando gostoso enquanto ela geme e me prende com as coxas.
Chupo sem pressa, sabendo que a estou enlouquecendo, enfiando a
língua na sua entrada já sentindo seu gosto doce, meu sabor preferido e
quando ela está quase gozando subo, abro minha calça e coloco meu pau
pra fora, já enfiando em sua apertada vagina, que o comporta inteirinho,
meu lugar preferido, onde eu esqueço quem sou, onde estou, porque vivo, o
tempo e espaço não importam e basta estar dentro dela para meu peito
acelerar suplicando espaço como se o amor que sinto por ela se expandisse
de tal forma, que amplificasse não só em meu peito mas em todo o
ambiente, roubando até mesmo o ar dos meus pulmões, me impedindo até
mesmo de respirar, o que não há um pingo de necessidade, afinal aqui só
existo para ela.
Descemos juntos para a festa e até me sinto constrangido quando vejo a
roda de homens onde não só meu irmão me olha tempo demais, como
também o Matteo, pois está mais que óbvio o que estávamos fazendo
trancados há tanto tempo no quarto.
Mesmo que eu confessasse que me sinto constrangido por ter acabado de
transar na cama dele, ninguém acreditaria em mim, afinal nem eu
acreditaria e juro que eu jamais faria algo assim, mas quando estou sozinho
com ela, um lado novo e totalmente irracional que eu nem sabia que existia,
simplesmente toma conta de mim!
Começo a conversar com eles, fingindo que nada aconteceu e não me
parece que ele deseje me matar, menos mal.
__ Parabéns Max, estou muito feliz por você ter entrado para a nossa
família! — diz o Giulliano me entregando um copo de whisky, quando
ficamos a sós.
__ Ou a sua sobrinha entrou para a minha. — Falo e ele ri.
__ Então a graça não é limitada apenas ao Andreas!
__ Acho um pouco difícil ela continuar sendo uma Messina, a Aurora se
adaptou muito bem! — digo e ele concorda.
__ Sim, mas não se iluda, meu irmão nunca permitiria que suas filhas
saiam verdadeiramente debaixo das suas asas, principalmente a Alice, acho
que ele se preocupa por ela ser o único ser nesse planeta que não tem medo
dele! — diz me fazendo rir.
Todos esses meses me fizerem entender que na verdade o Matteo se
preocupa muito mais com Alice, provavelmente por ela ser muito parecida
com ele, que sabe que toda essa fúria para uma mulher não é tão
conveniente como para um homem, mas aprendi a amansar a fera.
__ Não me importo com isso, não sou do tipo dominador muito menos
ciumento...
__ Que bom Max, eu fico feliz e se você não tivesse se casado com a
minha sobrinha, eu até diria que é uma pena você não ter me pedido a mão
da Giulia! — diz me fazendo quase engasgar, sorte que consegui disfarçar
muito bem.
Eu sei que ele sabe, mas nunca falei sobre isso com ele assim tão
diretamente, porém pensando que ele está lamentando, até que fico um
pouco mais relaxado.
__ Eu tentei, mas sua filha é difícil, hoje vejo que foi melhor assim.
__ Difícil é pouco, ela é uma diabinha igualzinha à minha diaba! — diz
estranhamente e sua esposa pega a última parte.
__ Diaba? Falando de mim? — ela pergunta e acabo rindo do apelido
carinhoso com que ele se refere a ela.
Capítulo 89
Hoje estou sozinha, o Max foi na casa do pai dele que fica apenas a
alguns quilómetros daqui. Devido ao fato dele ser ativo na máfia alemã, não
podemos nos mudar para longe, muito menos para Massachusetts como eu
queria, porém confesso que aqui está mais que perfeito e hoje mesmo quase
que não o deixei sair da cama.
Nossa lua de mel foi na Escócia, eu tinha contado a ele, lá no começo,
quando ainda estávamos em Massachusetts que meu livro preferido era a
viajante do tempo, um romance onde a protagonista é transportada para 200
anos no passado depois de conhecer Invernes, uma cidade da Escócia e eu
tinha muita vontade de conhecer esse lugar afinal passei anos amando os
personagens, e ele me disse que um dia eu iria e já me lembro de ter ficado
contente por suas palavras, imagina a minha felicidade quando ele me
contou já no avião que estávamos indo para lá!
Foi maravilhoso, umas das experiências mais emocionantes que já vivi,
afinal eu parecia sentir o que os personagens sentiam, foi mágico, mesmo
que a maioria das pessoas não entendessem, como minha irmã que achou
um absurdo, pois para ela lua de mel tinha que ser em Paris, ilhas Maldivas,
Bali, entre outros destinos sugeridos por ela, que sem dúvidas não
chegariam aos pés da Escócia e todas as emoções que senti naquele lugar ao
lado de um homem tão incrível que me faz amá-lo, cada dia mais com
atitudes como essas.
Depois da lua de mel, viemos direto para essa herdade que está na sua
família há gerações.
A casa é linda, me apaixonei assim que passamos pelos portões onde
uma longa estrada de terra com lindas árvores em volta nos leva para uma
mansão com uma enorme varanda em volta da casa que mais parece estar
no meio de uma grande floresta, tudo muito branco e aconchegante.
Me apaixonei e já no primeiro dia me senti em casa quando acordei e
abri a enorme vidraça que dá lugar a uma sacada tão grande quanto o
quarto, fazendo ambos serem quase um cômodo só, além de dar uma bela e
vasta vista da floresta que fica na propriedade.
Já no primeiro dia ele disse que seriamos nós a estrear a cozinha e foi
cozinhar comigo o ajudando e já adorei pois estávamos sozinhos, numa
casa linda e aconchegante sem ninguém para nos interromper.
Namoramos na cozinha, sala, na escada em todos os quartos da casa e
até mesmo na varanda e sem dúvidas na sacada, o que foi libertador e
arrisco dizer que aqui é até melhor que nos nossos primeiros dias juntos.
Me levanto tomo banho e apenas coloco o robe, desço indo para a
varanda com uma xícara de chá sentindo o vento gelado, porém
aconchegante me envolver.
Me sento na espreguiçadeira com uma manta e paro para pensar em
como amo esse lugar.
Desde que cheguei aqui não senti falta de Massachusetts como eu sentia
antes, sinto que estou no lugar certo, coisa que nunca senti antes.
Mesmo amando minha família disposta a fazer tudo para vê-los bem e
felizes, sempre senti que faltava algo em mim, nunca me senti
completamente feliz como me sinto agora.
O barulho do carro me tira dos meus pensamentos. O Max desce e vem
até mim com um sorriso no rosto e quando chega perto me dá um beijo,
praticamente deitando em cima de mim.
__ Tudo isso é saudades? — pergunto sorrindo depois do beijo ardente
que ele me deu.
__ Toda vez que saio de perto de você, sinto saudades. — diz levantando
a manta e quando percebe que estou pelada, coberta apenas pelo robe, me
olha surpreso.
__ Estava te esperando...
__ Safadinha...- sussurra beijando meu pescoço, descendo seus beijos
para os meus seios.
__ Vamos subir. — Sussurra com a voz já embargada de prazer.
__ Não! Eu quero aqui. –‒ falo deitando a espreguiçadeira, sabendo que
é perigoso, já que estamos com funcionários extras instalando um novo
sistema de segurança pela floresta.
Ele entra debaixo da manta comigo e abre o robe praticamente me
deixando nua, leva a mão por entre minhas pernas acariciando minha
vagina que só de sentir sua mão já pulsa de desejo.
Ele brinca com os dedos me penetrando enquanto me perco de prazer
gemendo em sua boca, vendo seu olhar intenso, concentrado em mim, até
que ele tira o dedo o levando à boca.
__ Sua buceta é a coisa mais deliciosa que já chupei, Alice. — Murmura
depois de chupar os dedos que penetrou em mim.
Ele abre a calça e me penetra deliciosamente devagar, enfiando o rosto
no meu pescoço me falando o quanto sou apertada, dizendo que minha
buceta é dele e depois de falar coisas depravadas diz que sou o amor da vida
dele.
__ Alice, temos 40 homens a mais andando por aí e você me propõe
sexo na varanda? — diz minutos depois de chegarmos ao clímax.
__ Eu gosto de aventuras, amor...- falo manhosa deixando selinhos em
seus lábios o fazendo rir.
__ Vamos tomar banho! — diz se levantando, fechando meu robe e me
ajuda a levantar.
Subimos e depois do banho onde saí primeiro coloco uma roupa mais
quente, um suéter, calça legging e meias altas, o que o fez rir quando saiu
do banho e me viu assim.
__ O que foi? Não tenho planos de sair de casa hoje! — falo penteando
meus cabelos com ele vindo até mim, apenas com uma toalha enrolada na
cintura me abraçando por trás, beijando meu pescoço.
__ Você tá linda meu amor, mas você não tinha convidado sua cunhada
para jantar? – pergunta me deixando espantada por ter esquecido.
__ Eu convidei o Filippo também, e seus irmãos!
__ Qual deles? — pergunta preocupado.
__ Todos, inclusive a Evelyn...
Ele me olha surpreso e bem preocupado pois desde que ela foi deserdada
todos viraram as costas para ela que tinha quase a minha idade, porém
quando o pai deles sofreu o acidente, ela ligou preocupada e eu atendi,
desde então converso com ela e até já saímos para jantar com a Aurora que
se deu muito bem com ela.
Minha irmã disse que o Andreas até aceita a irmã na casa deles, mas sem
o marido, o que é claro ela nunca aceitou, porém o Max nunca me disse
claramente que aceitaria o rapaz, mas também nunca negou, então os
convidei.
__ Meu Deus! Como fui esquecer?
__ Você anda muito ocupada ultimamente, com o trabalho e as aulas é
normal se esquecer.
Faz alguns meses que comecei a treinar artes marciais, simplesmente
acordei e tinha uma mulher lá embaixo para me treinar, tudo porque um dia
há muito tempo atrás eu disse para o Max que meu pai nunca me permitiu
treinar e muito menos usar minhas habilidades de tecnologia, na verdade lá
eu não podia nem tocar no assunto.
Com o Max já é o oposto, um dia o Andreas apareceu aqui eufórico
dizendo que precisava da minha ajuda e eu estranhei afinal o que eu poderia
fazer para ajudá-lo, vestido como se tivesse acabado de sair de uma guerra e
com o supercilio cortado.
Ele me disse que o Max comentou que sei fazer absolutamente tudo que
diz respeito à tecnologia de invasão e espionagem o que era até um certo
exagero, mas em minutos coloquei no celular dele a localização de um
espião chinês e de toda a equipe, o que o deixou de boca aberta.
___ Cada ponto vermelho é um deles? — me lembro dele perguntar e eu
concordar.
___Cunhada nunca foi tão fácil fazer assim, se eu tivesse vindo antes
não teria perdido tanto tempo! — ele disse empolgado e me senti útil além
de não precisar agir escondido.
Depois disso ele me procurou sempre, antes mesmo de sair já me pedia
os dados e eu já mandava a localização, hotel, quarto, até vídeos das
câmeras de segurança o que os deixava chocados, isso quando eu não
brinco com ele ligando lá relatando até seus pequenos movimentos o que
sempre o impressiona; sem contar que ele me pagou por isso.
Simplesmente fiquei perplexa quando vi a transferência para a minha
conta e quando vi o nome da empresa Finkler perguntei para o Max, que
disse que eu estava sendo paga, afinal sem mim sairia muito mais caro e
arriscado, além de que depois que comecei a ajudar, eles começaram não só
a ter vantagens como estão sempre um passo à frente dos inimigos, o que
me abriu um leque de possibilidades, já que agora eu participava ativamente
e era muito bem paga por isso.
Lembro que liguei para a tia Marie na mesma hora contando, meu peito
explodiu de felicidade, afinal eu além de estar ajudando pois é mais que
óbvio que não quero minha nova família correndo mais riscos que o
necessário, ainda acabei arrumando um emprego e não pararam de chegar
informações e nomes para eu investigar, não só dos alemães como também
da Cosa Nostra, o Lorenzo vem me pedindo as mesmas informações e
assim que entrego ele me faz transferências que me deixa boquiaberta.
Tudo isso porque o Max é incrível e vê minhas qualidades e sempre está
as enaltecendo em público, exaltando minhas habilidades até mesmo para o
meu pai, que chegou a me dizer que foi burro por não ter as aproveitado
antes, o que vindo de um homem turrão quanto ele é mais que um elogio, e
só o fato deles me procurarem pedindo esses dados já é sinal de que
valorizam meu trabalho.
Agradeci a minha avó por ter acreditado em mim e me ajudado, sem ela
eu não teria aprendido tudo isso, meu pai nunca aceitaria, ela mentiu para
os meus pais, pois eu fiquei algumas semanas lá estudando com um homem
procurado pelo FBI, que ficou impressionado por uma garota de 14 anos o
ter encontrado, afinal eu já sabia algumas coisas e estava na cola dele há
quase dois anos, então ele me treinou em troca do meu silêncio, já que usei
meu nome e a influência da minha família para persuadi-lo, afinal só
alguém como ele iria me ensinar o que eu realmente precisava saber.
Quando visitei minha família há algumas semanas, ficando lá por dois
dias, contei tudo para minha tia sobre minha vida e principalmente meu
trabalho e ela ficou impressionada por eu estar participando e até me disse
que meu pai comentou em uma reunião o quanto eu estava ajudando os
Finkler com minhas habilidades, e que o Lorenzo até sugeriu contratar
meus serviços e essa parte me fez rir pois eles realmente me levam a sério
agora.
Ela disse que os conselheiros disseram que talvez eu não os ajudasse, já
que minhas habilidades acrescentaram uma certa fama sobre a máfia alemã,
pois como não sabem sobre mim dizem que eles estão com infiltrados em
todos os lugares e todas as máfias, o que significa que estão mais fortes que
as outras, afinal não é para qualquer um conseguir persuadir dessa forma.
Fiquei perplexa pois eu não sabia o quanto meu trabalho era importante
e isso explica os pagamentos altos que venho recebendo, mas o que fez meu
coração amolecer instantaneamente, foi ela contar que meu pai disse aos
conselheiros que antes de ser uma Finkler, eu era uma Messina, que eu
carrego o sangue dele e um anel como o dele, levantando o dedo deixando
todos boquiabertos pois sabem o significado disso e disse que o Lorenzo
tinha carta branca para me pedir qualquer coisa relacionado a qualquer
assunto da organização, pois ele confiava em mim de olhos fechados.
É estranho pensar no meu pai na plenitude de sua personalidade, pois ele
vai de oito a oitenta em toda e qualquer situação, ao mesmo tempo que ele é
a pior pessoa do mundo, cruel da forma mais horrenda que possa existir,
sem compaixão alguma ele pode ser o amor encarnado e isso é difícil de
digerir.
Com o meu trabalho eu vi coisas que me perturbaram e confesso que
tive medo de não conseguir nem olhar mais para a cara dele...
Uma vez me pediram a localização de um traidor e o encontrei em uma
ilha remota no Reino unido, porém tinha uma esposa e um filho adolescente
e entreguei para eles não só a localização, mas também imagens em tempo
real da casa, pois eu consigo hackear qualquer drone que estiver ao alcance
de transmissão. Então levei um até lá e até eu mesma me surpreendi com
isso pois era uma ilha, mas o que filmei foi um homem com seu filho e sua
esposa vivendo felizes e mesmo terminando meu trabalho, levei o drone
novamente para seu dono que estranhou ele ter sumido e depois aparecido,
porém depois de um pouco carregado voltei e continuei filmando a Cosa
Nostra chegar em questão horas depois que dei a localização.
Colocaram meu pai no viva voz com o homem e ele depois de rir
dizendo que serviria a cabeça do homem para os porcos, ordenou que
matassem os três e passei dias sonhando com ele dizendo aquelas palavras,
além de ter vários pesadelos, porém fui me acostumando pois o Max fazia
coisas parecidas e até piores, como matar uma mulher grávida.
Percebi que meu pai tinha razão quando me disse que essa vida não é
fácil e que nós não fazíamos ideia do que ele precisava fazer para que nossa
Dinastia continuasse de pé.
Hoje já me acostumei e até achei isso errado, mas como sempre o Max
me vendo pensativa demais, me acalmou e me fez encarar a realidade.
Aceitei que somos assim e nenhuma culpa ou remorso vai mudar isso.
Capítulo 90
O Max decidiu cozinhar, foi um desafio afinal ele nunca cozinhou para
tantas pessoas como hoje, mas eu sabia que ele se sairia bem, afinal sua
comida é maravilhosa.
Estou ansiosa pois essa é a primeira vez que recebemos visitas aqui em
casa. No começo minha intenção era ser apenas nós, a Elena e meu irmão,
mas sei que minha irmã ficaria chateada então decidi convidá-la, aí o
Filippo ficou sabendo e disse que também queria vir, então decidi convidar
os irmãos do Max também e fazer não um jantar formal e sim algo mais
descontraído no jardim.
A Ângela ficou surpresa, mas aceitou, depois do dia que ela nos salvou
fazendo o parto da Aurora a convivência que já estava calma, ficou ainda
melhor, já que ela ajudava a cuidar do bebê como se fosse dela e acabou
que ela e minha irmã se entenderam, não são melhores amigas, afinal a
Aurora é rancorosa, porém vivem amigavelmente o que fez a relação do
Elias e do Andreas voltar a ser como antes.
__ Cheguei! — diz o Andreas entrando na cozinha com o bebê no colo e
a Mia que corre para me abraçar.
__ Ah não Max, você virou dona de casa? — ele pergunta vendo o Max
com um avental, o qual ele retira pois já não precisa mais dele.
__ Levando em consideração que você virou babá, estou no lucro! — ele
diz pegando o bebê do colo do Andreas o levantando, cheirando sua
barriguinha o fazendo rir e não posso deixar de admitir que ele seria um
ótimo pai.
__ Já que você está de mãos vazias, leve isso lá pra fora. — Falo
colocando uma travessa nas mãos do Andreas e ele mesmo reclamando, vai.
A Aurora entra na cozinha me ajudando, com o Afonso andando atrás
dela, o que é a coisa mais linda, já que ele está andando há poucos meses.
Eu pedi pra ela vir mais cedo para nos ajudar já que seria eu e o Max
que íamos fazer tudo, então ela já está aqui há algumas horas, enquanto o
Andreas ficou com as crianças em casa.
Antes de terminarmos de arrumar as coisas, o Axel já chega com a Maia,
sua namorada, que fez o senhor Finkler querer matá-lo dizendo que ele não
tem o direito de escolher nada, porém ele se aproveitou que o pai está
praticamente inválido e o Andreas disse que não tá nem aí pra ele e não ia
perder tempo atrás de um casamento vantajoso pois todos sabem que ele
praticamente não participa da máfia.
Com todos já aqui, é impossível não rir muito com o Filippo que faz
muita graça e até sugeriu uma brincadeira boba de adivinhar o filme com
mímicas, é obvio que o Max, Andreas, Elias e o Lorenzo não aceitaram
participar, mas estão se acabando de rir com nossas performances, até a
Elena entrou na brincadeira, nos deixando boquiabertos, a Ângela então, eu
juro que não esperava.
__ A fuga das galinhas? — o Lorenzo pergunta para o Filippo que está
ridiculamente engraçado fazendo mímica.
__ Vai se fuder Lorenzo, você nem tá brincando! — ele responde nos
fazendo rir ainda mais.
__ Nossa, estou passando mal de tanto rir! — digo para o Max me
sentando em seu colo.
__ É, quem diria. Eu te subestimei. — diz me dando um selinho.
__ Alice, sua vez! — a Elena me chama e me levanto para ir, porém vejo
a Evelyn vir andando na nossa direção com o marido e sua filhinha.
Faço sinal para a Aurora que já vai na minha frente até ela, abraçando-a
e percebo o quanto ela parece estar tensa pois essa é a primeira vez que seu
marido está no mesmo local que seus irmãos desde que ele deixou de ser
um capanga dos Finkler.
__ Demorou, heim! — digo abraçando-a e no abraço ela sussurra que o
Jakob não queria vir e foi uma luta para convencê-lo, afinal ela não queria
vir sozinha.
__ Olá Jakob, seja bem-vindo. — Falo estendendo a mão para ele que
aceita o cumprimento e curva a cabeça, fica nítido que ele ainda se
comporta como um funcionário e ela parece perceber.
Depois de os cumprimentarmos e a menina que é muita linda e se parece
muito com os tios, vamos andando até onde todos estão e a cara do Andreas
e do Elias me deixa envergonhada, porém o Max parece perceber e
imediatamente se levanta e estende a mão para o rapaz que o cumprimenta
surpreso e então ele olha para a sua irmã e sorri, ela o abraça apertado e me
sinto satisfeita pois eu sei o quanto ele sentia pelo acontecido.
A Aurora dá um beliscão no Andreas que se levanta a contra gosto e
cumprimenta o Jakob que fica extremamente intimidado pela presença tão
imponente do cunhado.
A Mia já chama a menina para brincar e as duas correm para dentro de
casa. A Evelyn também abraça carinhosamente o Andreas que mesmo se
fazendo de durão não consegue disfarçar o alívio, afinal ele matou a mãe
dela.
__ Evelyn você ainda não conhece a Ângela, esposa do Elias. — Digo e
a Ângela vem até ela dando um abraço verdadeiro.
__ Uau Evelyn, da última vez que te vi parecia uma garça, uns quilinhos
te fizerem bem! — diz o Axel trazendo uma cerveja para o Jakob, nos
fazendo rir com o seu comentário.
__ Eu ainda posso te bater, viu Axel! — ela diz bagunçando o cabelo
dele e tudo ficou bem agradável.
O Elias não cumprimentou o Jacob apenas levantou a sobrancelha em
cumprimento, mas não se opôs quando a Evelyn sentou em seu colo e o
abraçou.
O Axel junto com o Filippo ficaram conversando bastante com o Jakob,
o Lorenzo, Max, Elias e o Andreas tinham assunto que não acabava, depois
até os outros homens entraram na conversa o que nos deixou aliviadas.
__ Oi!!!- diz minha tia na chamada de vídeo que a Arya fez pra ela.
__ Dá oi pra mamãe, meu amor, dá! –‒ ela diz para a bebê do Filippo
que ficou com eles na Itália.
__ Ah meu amor a mamãe tá morrendo de saudades. - a Arya diz já com
os olhos cheios de lágrimas.
__ Ah não, ela já vai chorar? –‒ diz a Aurora e a repreendo.
__ Arya, não chore sua boba, olha como ela tá alegre brincando com a
vovó! Você quer ir com a mamãe quer? — minha tia diz com voz infantil
nos fazendo rir.
Elas conversam mais um pouco e minha tia pede para ver todos. Ela está
com um sorriso de orelha a orelha, parecendo estar encantada com a bebê
que grita a chamando de vovó arrancando de nós muitas risadas.
__ Ah amor, fiquei com saudades das crianças. — a Elena diz frustrada
sentando no colo do Lorenzo que enche seu pescoço de beijos e o fato dele
fazer isso assim tão naturalmente na frente de todos, me deixa surpresa,
afinal ele não era assim.
__ Bom pelo menos a menina sai com o Filippo e a Arya, e meus filhos
que não conseguem ficar longe do meu pai. –‒ Ele diz para o Andreas que
ri dizendo que ele está exagerando.
__ É sério! Não posso viajar com eles a menos que meu pai esteja junto,
eles choram chamando por ele. É um tal de quero o vovô entre os gritos que
me desespera! — ele diz e a Elena concorda.
__ O lado bom é que eles adoram isso, a Ane cuida deles como se
fossem dela, então podemos aproveitar já que não tivemos tempo no
começo do casamento. Saio tranquila sabendo que estão sendo bem
cuidados. — a Elena diz carinhosamente.
Hoje ela tem uma ótima relação com a minha mãe, melhor até que eu e a
Aurora, fico feliz pois apesar dos pesares minha mãe merece ter alguém
como a Elena ao lado dela.
A noite segue agradavelmente, o Max consegue fazer com que todos se
interessem pelo jogo de cartas, o que faz a alegria e risadas altas voltarem.
Os homens, a Evelyn e a Arya jogam sem parar e a Arya juntamente
com o Andreas são tão bons quanto o Max.
__ Meninas, já que eles estão entretidos no jogo vocês vêm comigo! —
digo e elas me acompanham até a cozinha que está uma bagunça.
__ Eu não vou arrumar nada, estou aqui desde cedo trabalhando! — a
Aurora diz pegando a garrafa de vinho indo para a mesa da cozinha.
__ Faz tanto tempo que não lavo louça, será que ainda me lembro? —
pergunta a Elena arregaçando as mangas para lavar a louça.
__ Não precisa levar! — diz a Maia procurando algo entre os armários
até que encontra e nos mostra uma máquina de lavar louças, me
surpreendendo, pois, nem eu sabia que existia.
Ela com a ajuda da Elena coloca tudo na máquina e ela me ensina a
ligar, a Ângela e eu arrumamos a cozinha e depois nos sentamos na mesa
bebendo o vinho e beliscando os queijos que trouxemos para dentro.
__ Mamãe, o bebê acordou. — diz a Mia entrando na cozinha com a
filha da Evelyn e a Aurora vai com elas.
__ É, quem diria que estaríamos aqui. - diz a Ângela enchendo sua taça.
__ Eu que o diga! — diz a Elena.
Elas conversam sobre os Rossi, a Ângela pacientemente conta tudo que
a Elena quer saber sobre eles, afinal o irmão dela é o pai da Elena.
A Ângela não parece ter boas lembranças dele, mas acredito que a Elena
já esteja acostumada com a história dos seus pais, porém fico contente pois
ela merece saber tudo que deseja para quem sabe assim virar de vez essa
página.
__ Ele dormiu novamente. — diz a Aurora aparecendo com o Afonso no
colo morrendo de sono.
__ Meninas eu quero agradecer por terem me convidado, sei que a
família de vocês é muito tradicional e não me aceita muito bem, mas foi
uma noite muito agradável. — diz a Maia realmente agradecida pois dá pra
perceber o quanto ela gosta do Axel.
__ Maia, essa família é tradicional e machista, então diferente da
Evelyn, eles vão te aceitar rapidinho! — diz a Aurora e concordamos com
ela, afinal está coberta de razão.
Max
Me canso de ganhar do meu irmão, surpreso pela Arya ser tão boa no
jogo assim, mas pensando em seu passado já era de se esperar. Vendo-a com
o Filippo penso em como pode ser possível ele ter se apaixonado por uma
mulher como ela, se meu irmão comprou dezenas de moças naquele leilão e
nunca se apegou a nenhuma delas!
__ Já está na hora de jogarmos pra valer, vamos apostar dinheiro! — diz
o Andreas, porém percebo o desconforto no rosto da minha irmã e
principalmente do marido dela.
__ Dinheiro não! Mas quem perder, bebe! — falo enchendo um copo de
whisky.
__ Assim o Filippo vai perder de propósito! — reclama o Elias que já
está até um pouco bêbado.
Eles aceitam e começamos a jogar. A Alice conversou comigo sobre a
situação financeira da minha irmã. Ela me disse que o Jakob estava
trabalhando de segurança em um supermercado, que esse foi o único
trabalho que ele arrumou, pois, meu pai se esforçou para fechar as portas
para ele.
Meu pai pensou que na miséria minha irmã voltaria para casa e me
pergunto se ele a aceitaria com uma criança nos braços, porém ela nunca
voltou e até começou a trabalhar nesse mesmo mercado.
Eu até conversei com o Andreas, que não quis nem me ouvir, disse que
não viraria as costas pra ela, mas não aceitava o marido que para ele é, ou
era não sei, um traidor.
Eu ofereci dinheiro, porém ele não aceitou e por isso ela recusou, e
levando em consideração que o Andreas é o segundo na organização não
posso fazer mais que isso, afinal meu pai ainda é o Capo, pelo menos até ele
passar o cargo para o Andreas.
(...)
(...)
Entro no escritório e já estão meus irmãos e meu pai, até olho no relógio
para ver se me atrasei pois eles parecem já estar aqui há um tempo, mas
estou até adiantado.
__ Perdi alguma coisa? — pergunto e meu pai nega apontando para a
cadeira à sua frente e a cara dos meus irmãos me deixa em alerta.
__ Bom, como vocês podem ver eu já não sirvo para nada, estou preso
nessa porcaria de cadeira de rodas! — ele diz e lamento ver meu pai assim
parecendo tão debilitado.
__ Tenho duas coisas para anunciar a vocês...
__ Duas? — pergunta o Andreas e ele concorda.
__ Eu vou me casar novamente. — diz nos deixando perplexos.
__ Você não acabou de falar que tá inválido? — pergunta o Elias, o
irritando.
__ Sim, mas ainda estou vivo, meu coração ainda bate! Enfim, vou me
casar com a Joana...
__ A empregada da Aurora? — pergunta o Elias surpreso, acho que ele é
o único que não sabia sobre os dois.
__ Já estamos juntos desde que ela chegou aqui e se você não percebeu,
ela já não é mais empregada faz tempo, enfim, vamos nos casar e...
__ Pai, talvez ela queira apenas te dar um golpe, você já tá muito velho
pra essas coisas. — diz o Axel e seguro o riso.
__ Foda-se, que venha o golpe então! Ela me faz bem, gosta de mim.
__ Tudo bem desde que você se case com separação de bens. — diz o
Elias o deixando furioso.
__ E se eu quiser dar tudo que tenho pra ela?
__ Você não pode, nós não deixaríamos! — o Elias rebate, o fazendo rir.
__ Vou me casar com comunhão de bens, metade de tudo que tenho será
dela quando eu morrer...
__ Pai, você tá caducando!
__ Elias não passei mais de cinquenta anos trabalhando pra chegar na
velhice e não ter nem o direito de decidir o que faço com o meu próprio
dinheiro! Vocês trabalham, estão construindo sua própria independência
financeira...
__ Pai, eu não trabalho, não tenho nada realmente meu! — o Axel diz
preocupado.
__ Tudo que seus irmãos foram conquistando está no nome deles, os
casamentos trouxeram muitas vantagens financeiras. Se você pretende
mesmo se casar com uma veterinária vá em frente e comece a trabalhar!
__ A Mercedes é veterinária também e ninguém nunca reclamou! — ele
rebate ofendido.
__ Ela nunca foi pretendente para seus irmãos!
O que meu pai diria se soubesse que tentei convencer o Andreas a se
casar com a Mercedes?
__ Max, como eu disse, vou me casar e com isso saio do comando da
máfia e também pretendo passar alguns anos viajando, fazendo o que nunca
pude fazer.
__ E o que eu tenho a ver com isso? — pergunto não entendendo o
porquê ele se referiu apenas a mim.
__ Você vai assumir o comando. Você será o meu sucessor, o Capo!
Olho para ele perplexo, esperando ele dizer que está brincando comigo,
então olho para os meus irmãos que me encaram, esperando minha reação e
quando minha ficha cai, que percebo que ele fala sério me levanto.
__ O Andreas é mais velho que eu pai, ele é seu primogênito e sucessor!
__ Vocês têm apenas meses de diferença, dois meses do ano vocês
chegam a ter a mesma idade, isso pra mim é irrelevante! Já está decidido,
podem sair. — Ele diz e meus irmãos saem, menos o Andreas que continua
sentado.
__ Pai, não é justo com o Andreas, ele passou a vida inteira ao seu lado,
é mais capaz que eu...
__ Eu não me importo Max, tenho minha família, não posso ficar
dividido entre eles e o trabalho.
__ Eu também vou ter filhos Andreas, assim como o pai teve e todos os
outros Capos, não estou preparado pra isso! — falo frustrado.
__ Já está decidido Max! Nunca trabalhamos sozinhos e não vai ser
agora que vamos trabalhar, seu irmão vai continuar fazendo o que sempre
fez, na verdade o que você mais vai ter que fazer é pensar, deixa o trabalho
sujo nas mãos de quem é pago pra isso!
__ Max, você foi preparado pra isso dá mesma forma que eu, só nunca
tinha pensado sobre isso antes e te garanto que agora com a Alice
trabalhando conosco as coisas são bem mais fáceis. Relaxa irmão, estamos
juntos! — o Andreas diz saindo da sala, parecendo estar aliviado.
__ Ele tem razão! Eu nunca disse que o Andreas seria meu sucessor, fiz
questão de treinar os dois da mesma maneira para que o futuro se
encarregasse de decidir. Eu sei que o Andreas sempre esteve mais em
campo, mas você é sem dúvidas o mais qualificado!
Capítulo 91
Estamos todos na mansão dos Finkler pois hoje é o dia que o Max será
oficialmente apresentado como o Capo da maior máfia do país que domina
todo o território alemão, onde sua família está no poder há quatro gerações
e todos os outros Capos antes dele permaneceram no poder por décadas.
Me lembro bem do dia que ele chegou em casa branco igual um papel,
sentou no sofá e ficou pensativo. Eu nunca o tinha visto tão confuso antes e
quando ele me disse o motivo, tive que me conter para não demonstrar tanta
preocupação quanto ele.
__ Nossa, não me lembro te já ter visto tanta gente assim! — diz a Elena
descendo as escadas linda como nunca e posso até ver a barriguinha que ela
pensa não aparecer.
__ Esse é um evento que leva uma geração para acontecer e quando
acontece reúne toda a máfia e os aliados para reconhecer o novo líder. —
Digo e ela parece compreender o porquê de tanta gente diferente.
__ Minha mãe estava preocupada com você, até quando vai esconder
isso dela? — pergunto e ela deixa os ombros caírem.
__ Não vou mais esconder, por isso coloquei esse vestido. Isso se o
Lorenzo já não contou, ele estava ansioso para sair gritando.
Ela está grávida novamente, mas por incrível que pareça estava
morrendo de medo de contar para os meus pais, pois achava que eles não
iam gostar por ela ainda ter as crianças pequenas e deixar toda a
responsabilidade para meus pais.
O que ela não percebeu é que meu pai e minha mãe, se apossaram dos
meninos com a desculpa de que eles deveriam conhecer o mundo e meu
irmão que nunca pôde fazer isso por ser o sucessor, se aproveitou e os
invejo pois passaram quase dois anos viajando o mundo. Todo mês eles iam
para um país diferente, enquanto isso meus pais reviviam os velhos tempos
quando éramos crianças.
Conversei com ela e disse que eles iriam vibrar de felicidade, para o meu
pai a Elena poderia engravidar todo ano, por pelo menos uns vinte anos
consecutivos, os filhos do meu irmão são a continuidade do nosso nome
então reconheço que meu pai tem razão.
O Afonso passa correndo no nosso meio com uma fantasia de Flash e
logo o Andreas aparece um pouco eufórico procurando por ele que nos
deixa de cabelos em pé pois todo dia é um super-herói diferente.
Vemos o Lorenzo abaixado conversando com o Vincenzo que cruza os
braços e faz bico então acompanho a Elena até eles.
__ O que foi, meu amor? — ela pergunta para ele que abraça suas
pernas.
__ O papai não me deixa casar com a vovó! — ele diz, me fazendo rir.
__ Filho, você não pode casar com a vovó, ela é minha mãe. — Meu
irmão diz com carinho.
__ Você casou com a minha mãe, pai! — ele diz calando meu irmão que
segura o riso assim como nós, até que meu pai chega com o Enrico e ele
corre para os braços do meu pai, com a minha mãe vindo logo atrás.
__ Matteo, o Mohamed quer conhecer os meninos! — ela diz arrumando
a gravata do Enrico que está a coisa mais linda do mundo, assim como o
Vincenzo afinal eles são idênticos e sempre estão com roupas iguais.
__ Calma estamos em um impasse aqui, mas o papai tem uma notícia
maravilhosa pra vocês! — meu irmão diz fazendo a Elena o repreender pois
ela demorou tanto para criar coragem e ele vai simplesmente contar aqui e
agora.
__ Que notícia, papai? — pergunta o Vincenzo deixando a marra de lado
me surpreendendo.
__ Vocês vão ter uma irmãzinha! — ele diz empolgado e meus pais até
se emocionam, vejo a felicidade nos olhos do meu pai que brilham.
__Que notícia maravilhosa! — meu pai diz vibrando junto com os
meninos que pulam de alegria.
__ É uma menina você já sabe o sexo, está de quantos meses? — minha
mãe pergunta eufórica.
__ Não sabemos o sexo nem nada, a Elena não quis começar o
acompanhamento sem você, mãe. — ele diz fazendo minha mãe se
emocionar, seus olhos se enchem de lágrimas junto com o sorriso enorme
que ela ostenta.
__ O que vocês acham? Os meninos ainda vão fazer 5 anos, vocês já
fazem muito cuidando deles, fiquei preocupada, na verdade ainda estou, não
quero dar mais trabalho... - a Elena diz aflita e minha mãe vai até ela
acariciando seu rosto.
__ Querida, você não sabe o quanto isso nos deixa felizes. Os meninos
são nosso tesouro, não existe presente no mundo melhor do que os netos
que você está nos dando. Por nós vocês teriam pelo menos mais uns 4
bebês; engravide quantas vezes você desejar, não se preocupe com nada,
estarei sempre ao seu lado! — minha mãe diz e a Elena já com os olhos
cheios de lágrimas a abraça.
Deixo minha família no momento perfeito deles e vou tirar o Adam de
debaixo da mesa onde ele se enfiou.
Eu já disse para a Aurora prender esse menino no berço, pelo menos
hoje, já que ele vive se escondendo, mas ela diz que o Andreas não quer
nem ouvir falar em fazer isso.
__ Cadê sua mãe, heim? — pergunto e ele aponta para a porta, então vou
com ele atrás dela.
__ Você fica linda com um bebê no colo, sabia?
Vou até o Max que hoje está ainda mais lindo, não sei se é a energia do
momento, afinal ele agora é o Capo, mas sinto que ele está mais sério e isso
o deixa charmoso.
__ Como está se saindo sendo um Capo no meio dessa gente? —
pergunto e ele me encara semicerrando os olhos.
__ Não ignore a minha fala, mocinha! — diz me dando um beijo, porém
o pequeno Adam separa nossos rostos.
__ Feio. — Ele diz nos fazendo rir.
__ Tá vendo amor, você ainda quer filhos para não poder nem mesmo
me beijar? — pergunto já saindo de perto dele antes que ele diga que sim,
ele quer mesmo assim.
Faz dois anos que estamos casados e todo dia alguém me lembra que
preciso engravidar, como se eu não pudesse ou tivesse algum problema que
me impeça de ser mãe, porém, sou eu que não quero, pelo menos não agora,
tomo anticoncepcional desde o primeiro dia de casamento.
Confesso que hoje estou mais familiarizada com a idade do que a meses
atrás.
Entretanto o Max por outro lado é louco para ouvir de mim que vamos
ter um bebê e infelizmente depois da façanha do pai dele entregando a
liderança da máfia, sei que cada dia mais serei mais pressionada a isso, mas
não por ele que apesar de deixar claro o que quer, sempre me diz que sou
nova e que podemos esperar pelo menos mais uns dez anos e isso para mim
é mais que o suficiente.
__ É Alice quem diria que o destino ia nos passar a perna assim.- diz
minha irmã pegando o pequeno Adam do meu colo e a encaro não
entendendo o que ela quer dizer.
__ Já parou para pensar que se o sogro não tivesse guardado segredo
sobre a sucessão, eles me casariam com o Max e depois o papai te obrigaria
a casar com o Andreas, ou talvez o Max e a Giulia tivessem ficado juntos já
que ela poderia continuar trabalhando se fosse esposa do Capo.
__ Nunca pensei sobre isso, mas a Giulia não quis algo sério com o Max
por não querer deixar a Cosa Nostra, do jeito que você fala a faz parecer
interesseira.
__ Ela é interesseira! Ela só faz o que é bom pra ela, pensando só nela e
está mais que certa, afinal vai se casar por amor, tudo bem que ele não é do
nosso meio, mas ela gosta dele, vai entender! — ela diz saindo com o
pequeno em seu colo e me deixa aqui pensativa.
A Giulia se apaixonou por um empresário durante um evento onde ela
foi representar nossa família, que apesar do trabalho ilegal, possui grandes
negócios legais no ramo da indústria naval.
Ela começou namorar ninguém mais ninguém menos que o herdeiro da
empresa Ferrero, um dos homens mais ricos da Itália e até já estampou a
capa da Forbes que o considerou o mais introvertido dos irmãos Ferrero, e o
descreveu como alguém magro, bem vestido e com uma risada cativante,
confesso que ele parece mais um apresentador de game show, do que um
bilionário dono de uma fábrica.
Meu tio não gostou nem um pouco da ideia, mas ela já é bem grandinha
e não precisa mais da autorização dele, porém como ele não é do nosso
meio, ela teve que escolher entre o amor e máfia, o que a fez surtar e
diferente da minha tia que ironicamente se viu no mesmo impasse e
escolheu os dois, a Giulia teve que se decidir e surpreendendo a todos, ela
escolheu Dario Ferrero.
Minha tia então fez questão de passar para ela a presidência das
indústrias navais e com a ajuda do seu noivo ela está se saindo muito bem
como CEO das indústrias Messina e comendo Nutella até dizer chega. Rio
do meu pensamento.
A atenção de todos é chamada para o centro do jardim onde está o
senhor Finkler e seus filhos. Me aproximo ficando ao lado da Aurora e da
Ângela ouvindo o pai dele discursar e depois de nos emocionar com seu
discurso encerrando meio século de liderança, para começar uma nova, é a
vez do Max discursar também.
__ Bom meus amigos, não preciso dizer muito, meu pai já falou tudo. Só
quero que saibam que não teremos muitas mudanças afinal meu pai liderou
com a nossa ajuda e pretendo continuar fazendo assim! — ele diz me
deixando orgulhosa e estou até emotiva o vendo assim.
__ Em relação aos conselheiros, continuam sendo meus irmãos e meu
pai que enquanto viver será meu líder. Porém sim, tenho uma mudança para
anunciar...- ele diz deixando todos surpresos inclusive a mim pois não me
disse nada.
__ A pessoa que vai liderar ao meu lado, na minha ausência, meu braço
direito, que a partir de hoje vai administrar essa organização junto a mim,
será a minha esposa, Alice Finkler!
Epílogo
Alice
Logo começa a chover e meu pequeno Max, como todos chamam meu
filho, corre do pai dele dizendo que não vai entrar e me acabo de rir já na
sacada da nossa casa em Massachusetts.
Entro depois de ver o Max correndo com ele nos braços, vindo em
direção à casa e depois do banho, ele se joga no sofá da sala com o controle
da televisão no último volume, assistindo desenho infantil e antes mesmo
do banho já começo a preparar o jantar enquanto o Max toma banho.
Apesar da nossa correria do dia a dia, com o trabalho, onde me divido
ajudando também meu pai, sempre tiramos férias e no mínimo duas vezes
por ano nós passamos semanas aqui, coisa que o Massimo adora pois ele é o
caçula da família e tem toda a atenção e mimos de todos na casa da tia
Agnes.
Logo ele não será mais o caçula pois daqui dois meses nossa princesa
Lavínia nasce, sem contar que a Aurora também está grávida, só que de
quatro meses e é outro menino. Por incrível que parece o Massimo está
ansioso para conhecer a irmãzinha.
Quando olho para trás, não me arrependo de nada, tudo que fiz me
trouxe até aqui, até esse momento. Tive meus filhos quando me senti
preparada para isso, madura o suficiente para ter certeza de que namoramos
e aproveitamos nosso casamento ao máximo, só eu e ele, até que vimos a
necessidade de incluir crianças nisso, mas confesso que quando vi o Max
derramando lágrimas de felicidade, me senti culpada por fazê-lo esperar
tanto.
Entretanto tenho um marido tão maravilhoso ao meu lado que nunca me
cobrou nada, nem mesmo me pressionou. Mesmo querendo muito ser pai,
ele dizia que eu era muito nova e que teríamos a vida inteira pela frente.
Hoje vejo que o Max mudou a minha vida, me tirou de um estado
lamentável, onde eu nem sabia quem eu era ou para onde eu queria ir,
olhando para trás vejo que eu era uma menina perdida tentando ser tudo,
para preencher o nada que existia dentro de mim e ele com todo o seu
cuidado, carinho e amor, me mostrou o quanto eu podia ser feliz, sem
precisar ter medo de abrir a boca e dizer o que eu queria para mim. Ele
trouxe leveza aos meus devaneios me permitindo sonhar, imaginar e até
mesmo fantasiar me lembrando a todo momento que eu tinha asas e podia
sim voar.
O amor é libertador, aquele que me ama reconhece meus direitos de
exercer minha vontade sabendo que esse amor me mantém dentro dos
limites da dignidade e tudo isso aprendi com o tempo, vendo meu marido
agir comigo, suas falas que muitas vezes não chegam nem aos pés de suas
atitudes que me surpreendem manhã após manhã.
__ Querida? — ele pergunta me tirando dos meus pensamentos.
__ Estava longe? — pergunta sorrindo.
__ Na verdade eu estava exatamente aqui, onde mora o meu coração. —
Falo sorrindo cortando os legumes e ele parece não entender e com razão.
__ O Elias me ligou, eles conseguiram, voltam pra casa amanhã. — diz
me deixando extremamente feliz.
A Ângela constatou que realmente não pode e nunca poderá ter filhos,
nem mesmo por inseminação, não podendo carregar uma criança em seu
corpo, o que a fez desabar e chorar descontroladamente, o que deu muita
pena, já que minha irmã já tinha dois filhos e ela nenhum.
Para ajudá-la a se sentir melhor e útil, a Elena a incluiu em seus projetos
sociais que ela e minha mãe trabalham o ano inteiro, organizando eventos e
leilões beneficentes para arrecadar fundos para uma instituição que minha
família patrocina no Quênia, onde crianças morrem de fome e sede pois a
saúde é precária.
Minha mãe já fazia doações para entidades carentes, mas a Elena levou a
sério e fez disso seu trabalho quando meu irmão deu a ela total domínio
sobre tudo que foi dos Rossi. Ela fundou uma comunidade de amparo, com
orfanato, oficinas profissionalizantes e até um hospital nessas terras que
eles compraram e tudo é mantido pelos lucros das empresas Rossi,
juntamente com as ações que ela e minha mãe promovem, que fizeram o
local ficar até famoso pela infraestrutura, pois oferecem até mesmo
laqueadura para as mulheres que chegam diariamente do país inteiro.
A Ângela mergulhou de cabeça pois tem muitas crianças que precisam
de amor e carinho que não tem nem mesmo um lar e foi aí que ela conheceu
o Malik, um bebê de colo que na verdade já tinha quase dois anos, que
sofria com o abandono e desnutrição, e como ela mesma disse, foi amor a
primeira vista. Ela o adotou e hoje ele já tem 4 anos e é amado por eles e
toda a nossa família. No começo meu sogro estranhou, afinal não é um filho
de sangue, mas com o tempo ele aprendeu a amar o Malik e o mima da
mesma forma que faz com todos os outros netos, inclusive quando todos se
reúnem ele faz questão de ensinar as crianças a atirar com arco e flecha,
dizendo que é a hora perfeita para eles aprenderem a ter boa mira.
Recentemente a Ângela disse que se encantou com uma menina de 5
anos e tentou adotá-la, mas estava mais difícil pois recentemente o governo
legalizou o Instituto, mas pelo que o Max disse, eles conseguiram.
Bem que a tia Marie disse que era questão de tempo para liberarem, ela
sempre sabe de tudo e está mais que satisfeita com a filhinha do Filippo que
é a sensação da casa deles.
Meus tios seguem satisfeitos, a Giulia apesar de ter largado a Máfia
casou com um homem muito rico e poderoso que a ama desesperadamente.
O Filippo trabalha como nunca na máfia, fez uma bela fama entre as
máfias pelas suas habilidades das quais meu tio se orgulha muito, além de
ter se casado com a mulher que ama, que inclusive chama minha tia de mãe,
além de ter dado a neta que eles tanto amam.
O Luca se tornou um grande campeão de UFC e todas as vezes que ele
luta, todos nós vamos assistir, é muito engraçado pois meu tio perde a
cabeça e chama o oponente de tudo quanto é nome, além de ficar chamando
a equipe inteira para a briga.
Ele fica literalmente eufórico, minha tia diz que desconfia que ele quer
lutar, só que não tem idade, o que o deixa puto, mas no final dá tudo certo,
meu primo sempre se esforçou para isso e hoje tem o apoio de todos, fama,
mora sozinho em Nova York numa cobertura de dar inveja. Todo mês
estampa capas de revistas com uma mulher diferente, como vi ontem no
The New York times “O solteirão mais cobiçado ataca de novo” fico vendo
cheia de orgulho, querendo dizer “ele é meu primo” minha tia ficou viciada
em revistas de fofoca, sua justificativa é que eles investigam melhor que
ela, já que seu filho não conta nada sobre sua vida particular. Ela liga
sempre que vê algo do tipo na revista e ele sempre diz que falam demais,
que é só uma conhecida.
Como diz meu pai... Não espere menos de um Messina!
Quem sabe um dia ele encontra alguém, segundo o Max, o Axel era do
mesmo jeito, até que a Maia apareceu e ele simplesmente enfrentou o pai
para ficar com ela, sua sorte foi ser justo na transição onde o Max assumiu.
Meu sensato marido disse que o Axel já não ajudava em nada, então não
faria sentido exigir nada dele, então seguiu o exemplo dos meus tios e
deixou o Axel responsável pelas ações automobilísticas da família, ou seja
ele cuida do que é legal, já que a Maia não faz ideia de quem somos.
É arriscado, mas não temos muita escolha a não ser ceder e se deu certo
com a Giulia por que não daria com ele? Entretanto até agora ele se saiu
muito bem, até subiu o valor das empresas no mercado, surpreendendo a
todos que diziam que ele não servia para nada, segundo suas próprias
palavras.
A Evelyn voltou para o convívio da família, inclusive trabalha comigo,
mais precisamente na questão de segurança. Ensinei a ela muitas coisas e
me surpreendo com sua evolução e segundo o Max foi uma das melhores
coisas que fizemos, já que ela nos ajuda muito, e seu marido também
trabalha para nós, não mais como capanga e sim liderando grandes grupos
de homens em missões.
Meu sogro não assume, mas sei que está satisfeito, pois nem mesmo
reclamar ele reclamou quando o Max o avisou sobre eles.
Não sei como, mas minha irmã me disse que ele incluiu a Evelyn em seu
testamento com uma generosa quantia, não só ela, mas também todos os
filhos sem exceção! Mesmo não sabendo como ela ficou sabendo disso,
fiquei feliz em saber.
Olho para o Max já dormindo com sua mine versão abraçado nele e
sinto uma satisfação sem tamanho no meu peito, afinal nossa família é
linda.
Tenho orgulho da minha origem, dos meus pais que entre trancos e
barrancos conseguiram chegar até aqui e só de pensar que minha mãe foi
Prometida ao Capo que era o próprio demônio, ou melhor o tinha, porém
com o tempo se libertou de tanta maldade deixando o amor penetrar,
amando minha mãe e nossa família da forma mais genuína possível e graças
a esse amor chegamos até aqui, firmes e abundantes.
Minha tia que Entre o Amor e a Máfia teve a audácia de escolher os
dois, amando meu tio tão intensamente a ponto de enfrentar o mundo para
ficarem juntos, os fez mudar para melhor e sabendo de tudo que a geração
dos meus pais e tios passaram, entendo a nossa força, nossa união que é
algo único, afinal quando os casamentos chegam, as filhas se vão, porém
conosco foi o aposto, nos casamos e de certa forma aumentamos a família
Messina, nossos maridos se tornaram como filhos dos meus pais e nosso
convívio, estirpe e linhagem continuam diariamente.
Sim! Matteo Messina tem razão quando diz que nosso sangue nos une de
forma mágica, tão magnético que consegue ser capaz de ir muito além do
sangue. Seja onde for, com quem estivemos, onde moramos, com quem
casamos ou até mesmo qual nome carregamos, sempre seremos lembrados
como um Messina!
Agradecimentos
Quero agradecer a todos que acompanharam a trilogia, me dando apoio e ajudando a complementar
cada personagem, fazendo deles um sucesso. Todas as leitoras que com suas mensagens de incentivos
e a forma como se apegaram aos personagens indo na minha loucura, dando vida a cada um deles. E
hoje sinto como se em algum lugar do mundo está essa família, vivendo sua vida eloquente, mas
cheia de amor e lealdade. Enfim, vocês me ajudaram a continuar criando os livros e é por isso que
chegamos até aqui, com toda essa família maravilhosa da qual sentimos que fazemos parte!
Paramos por aqui? Não! Logo trarei um novo Romance Dark.
Me aguardem!
Outra Obras
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Sinopse
Romance Dark
Antonella é uma jovem que aos 10 anos de idade foi prometida ao atual Capo da Máfia Siciliana a
Cosa Nostra, e agora aos 18 anos está a caminho da Itália para se entregar ao seu destino com grande
pesar no coração, pois é uma jovem que ama romances e está a caminho do inferno ao lado do
demônio em pessoa, mais conhecido como il demone de tutti i capotasti (o demônio de todos os
capos) Pois nunca antes a Cosa Nostra teve um Capo tão cruel como o grande Matteo Messina.
Athena: Nos Braços de um Desconhecido
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Sinopse
Romance Proibido
Saí de casa há três anos, com apenas 17 anos e a convicção de que nunca mais voltaria... Hoje,
porém, me vejo obrigada a retornar, e a pedir ajuda para a pessoa de quem eu mais quis distância, a
minha mãe!
Além da minha mãe não me ajudar, ainda acabei caindo nos braços de um homem 14 anos mais
velho que eu, que me levou à loucuras na cama, que me fez descobrir, com ele, prazeres
inimagináveis e quando percebi que estava completamente apaixonada, e me permiti amá-lo,
descubro que ele, na verdade, é meu padrasto!
Me chamo Athena, e até já me senti a própria deusa grega em seus braços fortes, mas hoje sou apenas
Athena, a grande tola!
Entre o Amor e a Máfia ( livro 2 trilogia os Messina)
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Sinopse
Marie é uma jovem de 18 anos que se preparou a vida inteira para um dia suceder seu pai e se tornar
a primeira mulher a ocupar um cargo no Conselho da Cosa Nostra a maior Máfia siciliana, mas não
contava que se apaixonaria por Giulliano Messina 13 anos mais velho, irmão e braço direito do Capo.
Será que esse amor vai permitir que ela alcance seu objetivo?
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