Introdução
O presente trabalho da disciplina de Botânica Sistemática tem como tema Sistemas de
Classificação Botânica e visa apresentar os sistemas de classificação, descrevê-los e demonstrar
alguns exemplos dos sistemas em referência.
De princípio é importante realçar que na antiguidade o homem viu-se na necessidade de
classificar as plantas e deste modo acabaram surgindo vários sistemas que fazem parte de dois
períodos distintos, nomeadamente: o período descritivo e o período de sistematização. Deste
ponto, nota-se a imensidão da descrição desses sistemas e a exemplificação dos mesmos e,
para tais efeitos, este trabalho se encarrega de trazer conteúdos que respondam ao tema.
Objectivos
Geral
Conhecer os sistemas de classificação botânica
Específicos
Identificar os sistemas de classificação botânica;
Descrever os sistemas de classificação botânica;
Apresentar exemplos de sistemas de classificação botânica.
Definição da botânica
A Botânica é um dos ramos da Biologia que se preocupa com o estudo das plantas. A palavra
portuguesa "Botânica" vem do grego "botané", que significa “planta”.
Sistemas de Classificação botânica
BARROSO et al., (2002) define classificação como a ordenação das plantas obedecendo
categorias hierárquicas, segundo os vínculos de parentesco naturais ou graus de parentesco e
de acordo com um sistema de distribuição.
Devido a imensidão do mundo natural, o homem por seu instinto classifica-o com o intuito de
compreende-lo e estar a par do meio que o rodeia.
O agrupamento de plantas começou na antiguidade onde o homem o fez através de sistemas
de classificação com finalidade de impulsionar o seu estudo. Acredita-se que no período pré
científico a classificação botânica era feita de forma irregular e visava atender exclusivamente
às necessidades da compreensão do mundo natural e não eram empregues métodos
cientificos.
Olhando para os métodos dominantes na área da sistemática botanica, assim como as ideias
que emergiram, pode se dividir o desenvolvimento historico da classificação botânica em dois
periodos nomeadamente: período descritivo e o período de sistematização.
1. Periodo descritivo
Este período foi marcado pelo surgimento de sistemas assentados em bases no hábito das
plantas, que as reuniam em herbáceas, arbóreas, subarbustivas e arbustivas.
Nesta época, os botânicos não estruturaram os sistemas de classificacao, porém, graças a
intuição, eles conseguiram agrupar plantas em grupos naturais. Um dos aspectos marcantes do
período foi a classificação das plantas de acordo com a aparência.
Neste período, predominava o método da descricao que consistia na observação das plantas
para posteriormente, através das aparencias e dos hábitos das mesmas, poder-se fazer o
agrupamento de acordo com as semelhanças observadas.
O principal botânico marcante desta época foi Theophrastus (370-285 a.C.), considerado pai da
botânica. Este que revolucionou a área com a criação de um sistema que tinha como foco o
hábito das plantas. Outros autores também marcaram esta época e dentre eles encontramos
Magno, Aristóteles, Discórides e Plínio.
2. Período de sistematização
Neste período surgiram sistemas que podem ser classificados em: artificiais, naturais e
filogenéticos.
2.1. Sistemas artificiais
Estes sistemas surgiram no século XVIII e neles o agrupamento das plantas era feito pelos
aspectos morfológicos que podem ser facilmente reconhecidos em todos os vegetais. Estes
sistemas não consideram o factor de afinidade entre os organismo.
Nesta época, houve destaque de dois sistemas. O primeiro foi o sistema de Andrea Caesalpino
que se fundamentava em frutos e sementes e o segundo foi o sistema de Lineu "Sistema
Sexual" que foi bastante usado pela sua simplicidade.
2.2. Sistemas naturais
Estes sistemas surgiram entre os séculos XVIII e se estenderam até ao século XIX. Os sistemas
de classificação natural também tinham como base a morfologia, porém estes dispunham de
mais informações/características pois se baseavam na busca de afinidades entre os grupos.
Neste sentido, as plantas eram organizadas em grupos, todos tendo como aspectos comuns os
caracteres morfológicos e anatómicos.
Aqui encontramos:
Sistema de Antonine Laurent de Jessieu - se baseava no agrupamento de plantas com
base em suas semelhancas, com a presença de Cotilédones e a presenca de embriao
Sistema de Lamarck - este sistema baseava-se na transmissão de características
adquiridas para os descendentes
Sistema de Candolle - que distinguia as plantas vasculares e separava as Talófitas
Sistema de Bentham & Hooker que continua sendo utilizado nos herbários
2.3. Sistemas Filogenéticos
Estes sistemas surgiram no século XIX e parmanecem em uso no nosso quotidiano. Os sistemas
Filogenéticos baseiam-se no uso de informações das espécies envolvidas, procurando relacioná-
las de acordo com afinidade em descendência e ancestralidade.
Existem vários sistemas Filogenéticos, porém, dentre eles destacam-se os sistemas de
classificação estruturados por Engler, Eichler, Wettstein, Hutchinson, Bessey, Dahlgreen e
Tippo.
2.3.1. Sistema de Engler
Adolf Engler (1844 - 1930) desenvolveu um sistema que foi usado durante muito tempo como
um dos melhores sistemas pela sua universalidade. Apresentado em 1892, este sistema baseia-
se exclusivamente nos aspectos morfológicos, inspirou a elaboração de vários livros de botânica
e foi o mais utilizado por décadas.
2.3.2. Sistema de Cronquist
Arthur Cronquist desenvolveu um dos sistemas usados actualmente. Este sistema ocupa-se da
classificação sistemática das angiospermas. Cronquist levou em conta a composição química, a
filogenia e a morfologia para o caso da formação dos grupos vegetais e propôs novos arranjos,
extinguindo uns e criando outros em alguns casos e, noutros casos propôs a mudança da
nomenclatura taxonómica.
2.3.3. Sistema de Classificação APG
Este sistema foi criado por um grupo de Biológos nos EUA que se dedicava a classificação das
angiospermas em 1998. O sistema é controverso e não usual pós não se baseia totalmente em
evidencias, no entanto, busca fazer análises cladísticas dos segmentos do DNA de 3 genes nos
quais: 2 dos cloroplastose um dos ribossomas. Este sistema opta por separar famílias de
espécies há muito definidas e submerge-as às outras famílias e por outra não usa nomes já
definidos na botânica.
Conclusão
Feito o presente trabalho, pôde -se concluir que vários são os sistemas de classificação botânica
que foram empregues no campo da classificação. Dentre os sistemas existentes, alguns
entraram em desuso e outros permanecem em uso no nosso quotidiano. Por fim, pôde-se
concluir que devido a necessidade do homem classificar as plantas no passado, as classificações
passaram por várias etapas nas quais as primeiras foram instintivas e sem bases científicas,
porém com o avançar do tempo foram emergindo outros sistemas com bases científicas.
Bibliografia
CRONQUIST, A. (1981) An integrated system of classification of flowering plants. New York:
Columbia University Press.
BARROSO, G. M. et al (2002) Sistemática de angiospermas do Brasil. 2. ed. Viço-sa: Editora UFV.
Schleder, E. J. et al. (2020). introdução a Taxonomia e Sistemática Vegetal.