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Slides - Negociação Coletiva

A negociação coletiva é um método essencial de resolução de conflitos no Direito do Trabalho, permitindo que as partes envolvidas cheguem a um acordo. Existem duas principais formas de negociação coletiva: a convenção coletiva de trabalho, que envolve sindicatos, e o acordo coletivo de trabalho, que pode ser celebrado entre sindicatos e empresas. A legislação estabelece limites e condições para a negociação, incluindo a vedação à ultratividade e a prevalência do acordado sobre a lei em certos casos.
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A negociação coletiva é um método essencial de resolução de conflitos no Direito do Trabalho, permitindo que as partes envolvidas cheguem a um acordo. Existem duas principais formas de negociação coletiva: a convenção coletiva de trabalho, que envolve sindicatos, e o acordo coletivo de trabalho, que pode ser celebrado entre sindicatos e empresas. A legislação estabelece limites e condições para a negociação, incluindo a vedação à ultratividade e a prevalência do acordado sobre a lei em certos casos.
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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO

AULA 5
Prof. Flávio Dantas
ASSUNTO:

Negociação Coletiva
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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Negociação Coletiva  é o principal método de solução de conflitos e de


pacificação social disponível no âmbito do Direito do Trabalho, notadamente, porque
encerra a participação direta dos indivíduos interessados no conflito.

 É um método de autocomposição (as próprias partes envolvidas no conflito de


interesses põem fim ao mesmo).

 Diferença entre autocomposição e heterocomposição.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Convenção Coletiva de Trabalho VS Acordo Coletivo de Trabalho

 O art. 611 da CLT define convenção coletiva de trabalho como:

“Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo


qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e
profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas
representações, às relações individuais de trabalho”.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

Acordos Coletivos (§ 1º do mesmo art. 611) :

“§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais


celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente
categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no
âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.”

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

ACORDO COLETIVO DE TRABALHO = EMPRESA(S) + SINDICATO DOS


TRABALHADORES

CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO = SINDICATO DA CATEGORIA


ECONÔMICA (PATRONAL) + SINDICATO DA CATEGORIA PROFISSIONAL
(TRABALHADORES)

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Natureza Jurídica dos Instrumentos Coletivos de Trabalho:

 Os instrumentos coletivos ACT e CCT são fontes formais autônomas do Direito do


Trabalho.

 Legitimação para a negociação coletiva:

 são legitimados para celebrar CCT os sindicatos representativos de empregadores e


empregados de determinada categoria, ao passo que são legitimados para celebrar
ACT o(s) próprio (s) empregador (es), independentemente da participação de seu
sindicato representativo, e o sindicato dos trabalhadores.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Legitimação: Exceção. A única ressalva tem lugar na hipótese de não ser a


categoria organizada em sindicato:

“Art. 611, § 2º, da CLT: “As Federações e, na falta desta, as Confederações


representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções
coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas,
inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações.”

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Os instrumentos coletivos são solenes, exigindo a forma escrita

“Art. 613. (...)

Parágrafo único: As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem


emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou
as empresas acordantes, além de uma destinada a registro.”

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA
 Conteúdo necessário nas convenções coletivas  devem ter:
 designação dos sindicatos convenentes ou dos sindicatos e empresas acordantes, prazo
de vigência,
 categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos dispositivos,
 condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência,
 normas para a conciliação das divergências surgidas entre os convenentes por motivos
da aplicação de seus dispositivos,
 disposições sobre o processo de sua prorrogação e da revisão total ou parcial de seus
dispositivos,
 direitos e deveres dos empregados e empresas e penalidades para sindicatos
convenentes, os empregados e as empresas, em caso violação de seus dispositivos.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Vigência:

§ 1º - As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega


dos mesmos no órgão referido neste artigo.

 Ressalte-se que a vigência será contada da mera entrega e não do registro ou do


arquivamento.

 Nesse sentido, jurisprudência do TST:

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA
 “(...) II - RECURSO DE REVISTA. 1. CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO.
REGISTRO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. VALIDADE. TURNO
ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO
MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. 1.1. O depósito das convenções e dos acordos
coletivos no Ministério do Trabalho e Emprego não tem outra finalidade senão conferir
publicidade a esses instrumentos normativos perante terceiros interessados. A ausência
da formalidade não gera a nulidade das cláusulas normativas, mas, sendo o caso,
infração administrativa. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. (TST,
Relator: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 30/10/2013, 3ª
Turma).”

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Publicidade

“§ 2º - Cópias autênticas das Convenções e dos Acordos deverão ser afixados de


modo visível, pelos Sindicatos convenentes, nas respectivas sedes e nos
estabelecimentos das empresas compreendidas no seu campo de aplicação,
dentro de 5 (cinco) dias da data do depósito previsto neste artigo”.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Duração do ACT ou CCT:

“§ 3º Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo


coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a
ultratividade. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)

o Prazo máximo de 2 anos.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA: Antes da Lei 13.467/17


 Aderência dos dispositivos da norma coletiva aos contratos de trabalho: Teorias sobre
a ultratividade.

 1ª corrente (teoria da aderência irrestrita): Defende que os dispositivos da norma


coletiva aderem permanentemente aos contratos de trabalho, não podendo mais ser
suprimidos, nos termos do art. 468 da CLT.

 2ª corrente (teoria da aderência limitada pelo prazo): em sentido contrário ao da 1ª


corrente, defende que as normas coletivas surtem efeitos apenas no prazo de vigência,
sendo que seus dispositivos não aderem aos contratos de trabalho.

 3ª corrente (teoria da aderência limitada pela revogação ou ultratividade): posição


intermediária. Defende a aderência das cláusulas da norma coletiva, cujo prazo já
expirou, apenas até que sobrevenha nova norma em sua substituição (posição
atualmente adotada pelo TST na Súmula nº: 277.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA: Após da Lei 13.467/17

 A Lei 13.467/17 alterou a redação do §3º do art. 614 da CLT para fazer
constar expressamente a vedação a ultratividade, vejamos:

• Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo


de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. (Redação dada
pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)

o O TST deverá rever a súmula 277.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Prorrogação (art. 615):

É o processo pelo qual se estende o prazo de vigência do instrumento coletivo,


mantendo-se as mesmas cláusulas.

• O prazo máximo de dois anos, inclui a possível prorrogação, de forma que o


instrumento coletivo original, somado ao decorrente da prorrogação, não poderão
somar, no total, mais de dois anos de vigência. É a mesma ideia da prorrogação do
contrato por prazo determinado(OJ 322 da SDI-1 do TST).

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Revisão: é a alteração das cláusulas da norma coletiva durante sua vigência. Pode ser total
ou parcial.
Denúncia: é a comunicação de uma parte à outra no sentido de que não mais pretende
cumprir a norma coletiva negociada, e surtirá efeito apenas se a outra parte com ela
concordar.
 Revogação: é o desfazimento, seja ele total ou parcial, da norma coletiva, por mútuo
acordo das partes.
 Em todos os casos (prorrogação, revisão, denúncia e revogação), o rito a ser seguido é o mesmo
previsto para a aprovação de um instrumento coletivo, isto é, autorização prévia da assembleia,
registro e arquivamento na SRTE e efeitos em três dias, contados do referido registro.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Extensão do instrumento coletivo:

seria o aproveitamento de suas cláusulas para outra base, diferente


daquela representada. Por ausência de previsão legal, o instrumento
copiado é considerado norma coletiva nova, sujeitando-se ao rito imposto
pela CLT.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Efeitos do ACT e da CCT:


 As regras jurídicas vinculadas pelo instrumento coletivo produzem efeitos erga
omnes em relação à categoria profissional. Atinge, inclusive, os não sindicalizados.

 As cláusulas contratuais surtem efeitos inter partes, notadamente entre as partes


convenentes.

 As normas coletivas aplicáveis às categorias diferenciadas somente obrigarão o


empregador se ele se fez representar quando da origem do instrumento coletivo.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA

 Hierarquia entre ACT e CCT:


 Como regra, prevalece o que for mais benéfico.

 Exceção: Após a Lei 13.467/17 que alterou a redação do art. 620 da CLT, a fim de impor
que a "o acordo coletivo sempre prevalecerá sobre convenção coletiva" - em contradição
ao princípio da norma mais favorável.
 Para que se possa identificar a norma mais benéfica, há, basicamente, dois critérios:
• Critério da acumulação: fragmenta o texto de cada uma das normas, tomando
isoladamente o que é mais benéfico ao empregado. É criticado porque liquida a
noção de direito como sistema;
• Critério do conglobamento: toma a norma mais favorável no conjunto, ou, ainda,
no conjunto de cada instituto. É o critério utilizado pela doutrina e pela jurisprudência
no Brasil.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA
 Art. 611-A. [reforma trabalhista 2017]

 Regra: A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm


prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem
sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)  Negociado
prevalecendo sobre o legislado.

 Exceção: Art. 611-B: Constituem objeto ilícito de convenção coletiva


ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a
redução dos seguintes direitos: (Incluído pela Lei nº 13.467, de
13.7.2017)

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA: Limites 1/6

 Limites a Negociação coletiva:

• Princípio da Adequação Setorial Negociada:

o Só pode transacionar direitos de indisponibilidade apenas relativa e não aqueles


de indisponibilidade absoluta (não pode haver renúncia de direitos).

o Necessidade de uma contrapartida  redução de salários com redução de


jornada ou alguma vantagem ao trabalhador.

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA: Limites 1/6

 Limites a Negociação coletiva:

o Direitos de indisponibilidade absoluta:

“São aqueles que constituem o chamado patamar civilizatório mínimo, ou seja,


aqueles direitos que constituem interesse público (normas de proteção à saúde
do trabalhador), por garantir a dignidade do trabalhador. Ex.: Dir. constitucionais
dos trabalhadores (exceto aquele que a CF expressamente prevê a possibilidade
de flexibilização)."

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA: Limites 2/6

 Limites a Negociação coletiva:

 Norma coletiva poderá flexibilizar direitos nos casos expressamente assegurados por
norma heterônoma (lei).

 A norma coletiva poderá flexibilizar direitos nos casos expressamente previstos em lei
(ex.: redução de salários; compensação de horário de trabalho; aumento da jornada em
turnos ininterrupto de revezamento).

 A norma coletiva poderá flexibilizar direitos patrimoniais disponíveis.

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