0% acharam este documento útil (0 voto)
12 visualizações16 páginas

1403-Texto Do Artigo-5132-2-10-20180906

O artigo discute a importância da qualificação docente na prática pedagógica e as dificuldades enfrentadas pelos professores, como a precarização do sistema educacional e a falta de metodologias eficazes. A interação entre alunos e professores é destacada como fundamental para o desenvolvimento intelectual e social, e o texto propõe uma reflexão sobre a formação docente e suas implicações no ambiente escolar. A pesquisa visa contribuir para uma aprendizagem mais significativa e enriquecedora, enfatizando a necessidade de adaptação constante dos educadores às demandas sociais e educacionais.

Enviado por

Kaique Menezes
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
12 visualizações16 páginas

1403-Texto Do Artigo-5132-2-10-20180906

O artigo discute a importância da qualificação docente na prática pedagógica e as dificuldades enfrentadas pelos professores, como a precarização do sistema educacional e a falta de metodologias eficazes. A interação entre alunos e professores é destacada como fundamental para o desenvolvimento intelectual e social, e o texto propõe uma reflexão sobre a formação docente e suas implicações no ambiente escolar. A pesquisa visa contribuir para uma aprendizagem mais significativa e enriquecedora, enfatizando a necessidade de adaptação constante dos educadores às demandas sociais e educacionais.

Enviado por

Kaique Menezes
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 16

ARTIGO ORIGINAL

______________________________

QUALIFICAÇÃO DOCENTE: CONTEXTOS E PERSPECTIVAS


EDUCACIONAIS
Liamar Nunes Silveira Monteiro1
RESUMO
A influência da qualificação na prática pedagógica do docente é concretizada dentro e fora da
sala de aula, porém nem sempre os profissionais agem enfocados por essa estratégia. As razões
são diversas e provocam as problemáticas educativas cotidianas: a precarização do sistema
educacional, a falta de orientação quanto aos currículos de formação docente, que predominam
no despreparo do profissional e, principalmente, uma ausência de metodologias que viabilizem o
processo ensino-aprendizagem. O presente artigo busca refletir sobre a qualificação docente,
juntamente os contextos educacionais e perspectivas. Identificar e repensar sobre essas questões
entendendo a interação aluno-professor como fonte de desenvolvimento e crescimento intelectual
e social, por intermédio da convivência respeitosa e afetiva, que configure conhecimento
inteligente e socializado para ambos. Para o desenvolvimento do texto optou-se por uma revisão
bibliográfica de diversos autores, por intermédio de uma análise reflexiva dos problemas
enfrentados pelos docentes e discentes no cotidiano escolar. Acredita-se que a pesquisa subsidie a
reflexão de professores e alunos para a construção de uma aprendizagem mais recomendável e
enriquecedora. O comportamento e ação do professor interfere positiva ou negativamente na
vida social e escolar de seus alunos. Afinal, cabe a ele procurar conhecer as reais necessidades,
articular e criar metodologias, que despertem prazer e desejo de conhecer o conteúdo a ser
estudado.

Palavras-chave: Qualificação docente. Interação aluno-professor. Metodologias educacionais.

ABSTRACT
The influence of the qualification on the pedagogical practice of the teacher is concretized inside
and outside the classroom, but professionals do not always act focused by this strategy. The
reasons are diverse and cause the daily educational problems: the precariousness of the
educational system, the lack of orientation regarding curricula of teacher training, which
predominate in the lack of preparation of the professional and, mainly, an absence of
methodologies that enable the teaching-learning process. The present article seeks to reflect on
teacher qualification, together with educational contexts and perspectives. Identify and rethink
about these issues by understanding student-teacher interaction as a source of intellectual and
social development and growth, through respectful and affective coexistence, which sets up
intelligent and socialized knowledge for both. For the development of the text, a bibliographical
review of several authors was chosen, through a reflexive analysis of the problems faced by
teachers and students in the daily school life. It is believed that the research subsidizes the
reflection of teachers and students for the construction of a learning more advisable and
enriching. The behavior and action of the teacher interferes positively or negatively in the social
and scholastic life of his students. After all, it is up to him to seek to know the real needs,

1
Mestre em Educação, Pós-graduada em Linguística e Língua Portuguesa; Administração, Planejamento,
Inspeção, Supervisão e Orientação Educacional. Professora de Língua Inglesa, na Educação Básica, em
Monte Carmelo – MG. E-mail: [email protected]

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018


QUALIFICAÇÃO DOCENTE:

articulate and create methodologies, which arouse pleasure and desire to know the content to be
studied.

Keywords: Teacher qualification. Student-teacher interaction. Educational methodologies.

INTRODUÇÃO

A literatura que trata da didática e dos métodos de ensino é bastante ampla, porém,
sempre colocam em segundo plano as questões epistemológicas em detrimento das abordagens
técnico-instrumentais. Muitas vezes, tem ocasionado o engano de somente utilizar-se na prática
pedagógica os métodos e técnicas desassociados das abordagens teóricas, que deveriam sustentar
a ação educativa.
Tais equívocos pedagógicos são históricos e continuam sendo executados. De acordo com
Rays (1988 p. 84) o próprio sentido etimológico da palavra método tem sido distorcido.
“METHODOS de META (pelo através) e HODÓS (caminho)” não tem sido observado pelos
educadores, uma vez que estão fazendo desse elemento não um caminho e sim o fim de toda a
prática de escolarização. O método é o caminho a ser percorrido de forma consciente, organizada
e objetiva tornar o trabalho mais fácil e acertado. Assim, Rays vê a utilidade primordial da
utilização do método: “ O método traz dentro de si a ideia de uma direção com a finalidade de
alcançar um propósito [...] de forma mais segura à consecução de um propósito estabelecido.”(
1988, p. 85)
Evidentemente, a esse conceito de organização e execução do método deve estar
agregado à ideia de planejamento e replanejamento mesmo porque trazem implícitos as noções
de que podem ser superados por novas idéias ou por pequenos desajustes, que os obriguem a
reorganização. Segundo Merani (1977, p.38) os métodos “[...] estão em função da experiência
empírica, portanto, devem ser superados por novas experiências.”
A tortuosidade e obstáculos nos caminhos a serem percorridos no processo ensino-
aprendizagem dificultam o trabalho do docente, diferentes ferramentas serão utilizadas. Os
procedimentos de ensino visam motivar e orientar o educador para a compreensão dos processos
teórico- metodológicos associados ao seu meio social, cultural e econômico, tornando-o um
profissional comprometido politicamente com seus educandos.

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 97


MONTEIRO, L.M.S.

Infelizmente, as transformações sofridas pelos métodos de ensino sempre estiveram


ligadas aos fenômenos políticos, sociais e econômicos, desprezando os objetivos da educação que
é a aplicação de conteúdos de ensino capazes de produzir conhecimento para e com a vida. O que
evidencia-se, entretanto, é um programa desconectado das necessidades educativas dos alunos,
uma vez que temos presenciado no ambiente escolar um desinteresse dos alunos em relação à
sua participação no processo ensino-aprendizagem.
Há uma necessidade de buscar respostas a essas necessidades de modo que se
contextualize os saberes entre a escola e a sociedade. Algumas questões são fundamentais, para
que a metodologia do ensino de fato de efetive de forma lógica, consciente e significativa. De
acordo com Rays (1988. p. 104) “é preciso reconhecer que nem todo problema pedagógico pode
ser reduzido à problemática didático-metodológica da prática educativa.”. Muitas vezes, os
elementos que a estruturam, os modelos que a sustentam precisariam sofrer alterações, perdendo
o caráter do vício didático, que esgota apenas no tempo e no espaço escolar sem que se conceba a
ideia do todo social.
O educador é um ser social e deve conduzir seus alunos a perceberem-se parte desse
contexto. Não pode apenas transmitir pura e simplesmente o conteúdo de ensino sem conectá-lo
com o mundo ao seu redor. Nisso, reside o professor interativo e integralizador. Apesar de o
grande desafio hoje, é organizar e conceber uma didática, que minimize as discriminações
econômicas, sociais e culturais, que nascem fora das dependências da escola, no entanto, que
acabam adentrando suas portas e interferindo no processo do conhecimento. Esse processo
discriminatório é
[...] o que se manifesta entre a s tarefas propostas ao aluno durante o processo
de ensino e o nível real de seus conhecimentos, capacidade e habilidades e os
demais componentes da sua personalidade [...] Para que a contradição se
converta na força motriz da aprendizagem, o aluno tem que compreender as
dificuldades e as necessidades de superá-las; estas dificuldades têm que estar
em correspondência com suas possibilidades cognitivas e, o que é muito
importante, a contradição ... tem que ser descoberta e interiorizada pelo próprio
aluno, o que o impulsiona na busca de sua solução (CUNHA. 2005, p. 25).

A formação e qualificação docente é alvo de muitas indagações e preocupações no cenário


educativo e social. Compreender a função pedagógica da profissão docente no cotidiano do
trabalho em sala de aula e o processo natural vivido nesse contexto, conjuntamente com a
formação pedagógica adquirida ao longo da graduação, ou mesmo especialização é essencial para

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 98


QUALIFICAÇÃO DOCENTE:

tornar-se um verdadeiro profissional. Entretanto, de acordo com Cunha (2005, p.23) “ muitos
aspectos da formação do professor precisam ser mais aprofundados e definidos para que possam
sofrer uma intervenção”. Percebe-se, um desencontro entre os saberes adquiridos nos cursos de
formação docente e as reais necessidades dos alunos. A sala de aula é um espaço de troca entre
docentes e discentes, portanto, sujeito às contradições próprias da situação em que estão postos.

A CONFLUÊNCIA ESCOLA E AMBIENTE PRODUTIVO

Nesse contexto, a escola deveria trabalhar sob a ótica real observando os valores sócio-
culturais e históricos, que envolvem o processo do conhecimento dos educandos, ainda é
frequente as práticas estar longe das realidades sociais dos alunos. A instituição escolar precisa
estar atenta a todos esses fatores, pois eles acabam por determinar o trabalho, que ela desenvolve
tanto no aspecto pedagógico, quanto das representações sociais a ela atribuídas. Segundo Cunha
(2005, p. 24) “ Há toda uma confluência de fatores que determinam seu perfil e suas
manifestações”. O professor exerce um papel fundamental nesse espaço. Através de sua atuação
ética e pedagógica, o ambiente escolar pode tornar-se produtivo ou não. Ainda, segundo a autora,
“o professor em relação à escola é, ao mesmo tempo, determinante e determinado. Assim como
seu modo de agir e de ser, recebem influência este mesmo ambiente.”
Diante do exposto percebe-se a fundamental importância da troca de saberes em sala de
aula para que se efetive a aquisição do conhecimento. No entendimento de Cunha (2005) A
maioria dos cursos de formação preocupam-se em ensinar um vasto campo teórico aos seus
educandos desprezando a prática. Entretanto, o educando não pode aceitar a visão simplista do
ensino mecânico e descontextualizado, em que muitos são submetidos. Somam-se a esses fatores
as interferências internas da escola e as externas, que fazem do educador o grande mentor do
aparelho educativo, portanto, com grandes responsabilidades para as quais não estão muitas vezes
preparados.
Conhecer todas essas implicações é essencial para que o educando defina sua postura
profissional e formação intelectual. Explica Cunha (2005), que o professor é um dos elementos
mais importantes, para que o processo educativo aconteça. Por meio dele o desempenho escolar
acontece, sem ele não haveria escola e, conseqüentemente aprendizagem.

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 99


MONTEIRO, L.M.S.

A importância e significado do papel do professor não dependem


exclusivamente dele. Compreendendo a escola como uma instituição social,
reconhece-se que o seu valor será atribuído pela sociedade que a produz.
Reconhece-se, também, que a importância do papel do professor varia em
função dos valores e interesses que caracterizam uma sociedade em determinada
época. (ibid., 2005, p. 27)

Como as demandas sociais tem configurado a exigência de uma profissionalidade sempre


atualizada e coerente com as transformações culturais, políticas, econômicas, tecnológicas, enfim,
urge um perfil de homens, que trabalhem em uma visão holística. Segundo Kenski (2007), a
educação moderna coloca sobre o profissional uma grande responsabilidade, a de
profissionalizar-se cotidianamente, a fim de conseguir superar os grandes desafios impostos pela
era tecnológica. A qualificação torna-se ímpar a este profissional educador, já que sobre ele pesa
a necessidade de um conhecimento global.
Nota-se que, os padrões metodológicos antes confiáveis não podem mais sozinhos
garantir ao profissional confiabilidade e credibilidade. Os meios de comunicação colocam em
tempo recorde uma quantidade de informações e não se pode mais confiar aos métodos e técnicas
o sucesso no processo ensino-aprendizagem. É tempo de inquietação e reflexão, principalmente
na formação dos educadores e na disseminação dos conhecimentos por eles adquiridos. É preciso
que estes, saibam "aprender a aprender", buscando (re)-configurar as novas as relações sociais,
o pensar em rede, a flexibilização das estratégias de ensino-aprendizagem. A complexidade da
ação educativa carece de uma análise profunda das concepções filosóficas e teóricas, bem como
dos referenciais norteadores das diversas áreas do conhecimento.
Nesse intuito, para que a escola seja capaz de ser orientadora e formadora dentro desse
movimento de mudança, é preciso assegurar a dimensão pessoal do docente, compreender a
importância da atitude dentro do ato educativo. Presencia-se, hoje, a sociedade do conhecimento,
por isso, ser um mediador consciente e que saiba digerir o vasto campo de informações diárias,
a fim de articulá-las e moldá-las à situações cotidianas, transformando-as em conhecimento real,
o que implica em formar profissionais de educação competentes. Ressalta Gauthier, apud Hadji:
A profissionalização dos professores está na ordem do dia. Ela é vista de
maneira geral como um verdadeiro desafio, pois há urgência de superar a
situação atual, caracterizada pelo paradoxo da coexistência, por um lado, de um
exercício muitas vezes cego do ofício, fundado em concepções errôneas, que
levam a crer que basta ter talento ou bom senso ou intuição ou experiência, etc.
(2001, p.13).

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 100


QUALIFICAÇÃO DOCENTE:

Diante de tais implicações, torna-se urgente a preparação de profissionais, que atendam a


evolução permanente da sociedade. Como cita Perrenoud:
O ofício não é imutável. Suas transformações passam principalmente pela
emergência de novas competências ( ligados, por exemplo, ao trabalho com
outros profissionais ou à evolução das didáticas) ou pela acentuação de
competências reconhecidas, por exemplo, para enfrentar a crescente
heterogeneidade dos efetivos escolares e a evolução dos programas. Todo
referencial tende a se desatualizar pela mudança das práticas e, também porque a
maneira de concebê-las se transforma. (2000, p.14)

Ao longo da história da educação e formação do professor sempre houve necessidade de


que o profissional buscasse adequar-se às realidades vigentes para que a aprendizagem fluísse.
Hoje essa realidade permanece, mas percebe-se que se acentuou, já que necessita estar
amparado em métodos e técnicas eficazes, que o faça refletir sobre o resultado almejado do
ensino-aprendizagem. Uma vez, que o mundo está evoluindo, o professor precisa atualizar-se e
criar novas formas de contagiar os alunos. Tais rumos educacionais direcionam, segundo
Cunha,

O estudo do professor no seu cotidiano, tendo-o como ser histórico e


socialmente contextualizado, pode auxiliar na definição de uma nova ordem
pedagógica e na intervenção da realidade no que se refere à sua prática e à sua
formação (2005, p.33).

Evidenciar que o professor é uma peça fundamental para implantar uma nova ordem
pedagógica é antes de tudo valorizá-lo dentro de um cenário educacional tão desacreditado.
Assim, de acordo com Kulisz (2004), o docente precisa construir uma ideia, de que seu
conhecimento deve estar constantemente em aprendizado ingressando-se em uma educação
permeada pelas relações inter-pessoais e continuada, pois o sistema educacional está em
constante mudança. O profissional que desejar permanecer no mercado de trabalho na atualidade
deve sintonizar que conhecimentos antes suficientes para a boa prática em sala de aula, hoje já
não são mais suficientes e, muitas vezes torna-se desestimulantes para os discentes que estão
cercados de insumos tecnológicos atrativos e coerentes com a realidade de seu tempo. Perceber
esse fenômeno é crucial ao educador da escola contemporânea, na medida, em que pode produzir
novas metodologias condizentes com a realidade de seus discentes.

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 101


MONTEIRO, L.M.S.

Essa mudança só é proporcionada quando é garantido espaço para discussão,


troca, reflexão e planejamento cotidiano de cada instituição, bem como na
interação entre elas. Significa colocar o centro da formação no fazer pedagógico,
ou seja, no exercício permanente da ação-reflexão-ação que se desencadeia no
coletivo, a partir do trabalho realizado com as crianças e suas famílias e
comunidade, e se fundamenta no diálogo e na mediação com a
realidade.(ibid.,2004.pp. 31-32)

Neste contexto é imperioso organizar e pensar a profissionalização de maneira gradual e


não deve jamais menosprezar as experiências pessoais e as necessidades de sua clientela, para
que a escola não se torne um espaço reprodutivista do sistema econômico e político vigentes.
Conforme Cunha, “não podemos perder de vista o que o mundo capitalista tende a “comprar” a
produção intelectual que lhe interessa, interferindo, desta forma, no perfil dos profissionais
liberais, entre os quais está o professor” (2005, p. 28).
É nesse esforço de realizar um ensino que efetivamente dê conta da aprendizagem dos
alunos cotejando as condições sociais que se impõem, que o educador deve produzir sua
profissionalização. Em frente a essas constantes mudanças ele deve ser tão inovador quanto deve
ser a sua vontade de tornar-se melhor a cada dia, inovando sempre, por meio de um trabalho
investigativo. Assim, a educação terá aos poucos, conseguido atender as necessidades da
clientela, nesse e nos próximos decênios.
De um lado, na concepção de Grillo (1998), para que o trabalho do docente ganhe caráter
investigativo eficiente, faz-se necessário que ele construa referenciais e práticas pedagógicas que
estejam vinculadas a teorias que contemplem as necessidades sociais. Um referencial pedagógico
não deve estar preso apenas a currículos pré-estabelecidos, carece de vivências cotidianas e
didáticas que vão formando as bases do docente, que possibilitem o crescimento tanto de seus
alunos, quanto de seu trabalho profissional.
Por outro lado, na concepção de Freire (1998), a realidade educacional exige a
contemplação das necessidades existenciais não objetivando apenas reduzir o ato pedagógico em
uma educação bancária, na qual o professor deposita ideias e seus alunos as consomem
prematuramente, já que tal processo inviabiliza a construção da autonomia do indivíduo quanto
ao pensar, agir e transformar. No novo modelo de educação, algumas características são
fundamentais ao profissional da educação, como pode observar na fala de Kulisz (2004) ao dizer
que o professor enquanto profissional deve ser ativo, que constrói o currículo com vistas a

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 102


QUALIFICAÇÃO DOCENTE:

atender as necessidades do indivíduo mas, vai além o seu trabalho, é integralizador, pois ele
também faz parte do processo ensino-aprendizagem.
Já Zabalza (1998 apud Kulisz) recomenda, que
É importante “ que todo professor deve ser um bom conhecedor da matéria que
ensina (...) mas os conhecimentos disciplinares não bastam para um correto
exercício profissional”. E assim o autor distingue “três grandes espaços de
competência” que, complementados pelo adequado conhecimento da disciplina
ou área, definiriam o papel profissional do professor:
1. A programação, com tudo o que essa função envolve de domínio de conceitos
e técnicas para conhecer em profundidade os programas oficiais, realizar a
análise da situação, estabelecer as prioridades, elaborar um projeto formativo e
projetar a própria atuação e seu estilo pessoal de entender o ensino.
2. A orientação e guia da aprendizagem dos alunos, em que seu trabalho básico
é o de guiar a aprendizagem das crianças. E nessa tarefa básica irá intervir sua
capacidade para apresentar a informação de maneira que faça sentido para elas.
3. A avaliação de processos viabiliza o professor de construir diferentes
possibilidades necessárias para ser realmente o organizador do seu trabalho e de
sentir-se protagonista do mesmo e do seu aprimoramento profissional (2004,
pp.34- 35).

Logicamente que essa dicotomia do conhecimento da matéria remonta à fase de sua fase
de planejar a aula, pensando em como pode apresentar a informação aos alunos, de modo
interessante, primando valorizar o protagonismo profissional.

A PRECARIZAÇÃO DO SISTEMA E OS PROFISSIONAIS INICIANTES

A grande questão, hoje, é entender como a educação poderia atingir um novo patamar que
a elevasse a níveis mais responsáveis e competentes. Estamos diante de um quadro de
indagações, inquietações e busca de traços, falas e de condutas, que permitam assegurar uma
mudança qualitativa de trabalho, de salário do professor, de permanência do aluno na escola.
O que discute, atualmente, é a precarização da formação profissional dos indivíduos,
especialmente dos professores, conforme a literatura de Kulisz (2004), muitos tipos de
educadores podem ser encontrados em ação: dentre eles os pré-profissionais, que possuem
relativamente pouca ou nenhuma formação e os que têm uma vasta preparação tanto em nível de
especialização, quanto de experiência.
Aqueles que encontram-se em desvantagem profissional, necessitam de uma melhor
preparação, objetivando garantir o desenvolvimento de seus educandos e a sua própria

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 103


MONTEIRO, L.M.S.

profissionalização. Segundo estudo realizado por Libâneo algumas atitudes são necessárias ao
professor contemporâneo, dentre as quais destacam-se:
Assumir o ensino com mediação: aprendizagem ativa do aluno com a ajuda
pedagógica do professor. Atender à diversidade e respeitar as diferenças no
contexto da escola e da sala de aula. Integrar no exercício da docência a
dimensão afetiva. Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos
em valores e atitudes em relação à vida, ao ambiente às relações humanas, a si
próprios (2000, p. 28-45)

Face com a diversidade, no cenário atual, a formação de professores tem preocupado


excessivamente com três abordagens: o saber específico, o saber pedagógico e o saber político-
social, esquecendo-se da prática. Isso tem gerado um entrave no processo da aprendizagem uma
vez que os conhecimentos histórico-sociais do indivíduo são desprezados. Não pode esquecer
que o homem é sujeito desencadeador da história e, consequentemente, mentor do seu próprio
conhecimento, portador de subjetividades e singularidades. O docente constitui-se no encontro
com os saberes da ciência e da experiência. A esse respeito ressalta Freire:
A educação que se impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a
libertação não pode fundar – se numa compreensão dos homens como seres
vazios, a quem o mundo encha de conteúdos ... mas sim a da problematização
dos homens em suas relações com o mundo. (1975, p.77)

Uma nova concepção de aprendizagem nasce a partir dessa visão: a do sujeito socialmente
situado, observador do mundo que o envolve e mentor do conhecimento que deseja adquirir.
Segundo Cunha (2005, p. 31) “significa entender que aprender não é estar em atitude
contemplativa ou absorvente, frente aos dados culturais da sociedade, e sim estar ativamente
envolvido na interpretação e produção destes dados”.
A educação que desponta no mundo contemporâneo exige do professor entender que não
pode ensinar como tradicionalmente como fazia no passado, há que fazer do ato educativo uma
ação participativa, pois não dinamiza, segundo Freire, conceber que
reduzimos o ato de conhecer o crescimento existente a uma mera transferência
deste conhecimento. E o professor se torna exatamente o especialista em
transferir conhecimento. Então, ele perde algumas das qualidades necessárias,
indispensáveis, requeridas na produção do conhecimento, assim como no
conhecer e conhecimento existente. Algumas destas qualidades são, por
exemplo, a ação, a reflexão crítica, a curiosidade, o questionamento exige, a
inquietação, a incerteza – todas estas virtudes indispensáveis ao sujeito
cognoscente (1987, p.18).

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 104


QUALIFICAÇÃO DOCENTE:

Assim deve-se entender que a educação de professores carece de uma nova concepção no
processo ensino aprendizagem privilegiando o contexto histórico-social que o cerca, mesmo com
a precarização do sistema educacional. Situar-se criticamente no mundo é elemento essencial
para o desenvolvimento das aprendizagens e, portanto, necessário para aquele que deseja
desenvolver e permanecer protagonista de suas virtudes.
Também, tentar associar o conhecimento adquirido pelo educador à sua vida cotidiana é
relevante. É através desses dois eventos, que concretiza a prática pedagógica. Seu modo de ser e
de agir interfere no seu trabalho, suas experiências e sua história fazem parte do perfil que o
mesmo adquire e ao fazer uso dessa personalidade. Torna-se mais próximo dos seus discentes
estabelecendo em vínculo de conhecimento e amizade, que poderá ser determinante no seu papel
educativo.
Um item importante a considerar, e a ideia da coletividade partilhada frequentemente
apresenta como algum determinante do processo educativo. O “poder” da palavra é outra “carta
na manga”, de que dispõe o professor para efetuar seu trabalho. Berger & Luckmann (1978, p.
53) dizem que: “a expressividade humana é capaz de objetivações, isto é, manifesta-se em
produtos da atividade humana que estão ao dispor, tanto dos produtores, quanto dos outros
homens, como elementos que são de um mundo comum”.
Em princípio, a linguagem é o elemento mais importante no exercício de sua
profissionalidade. Por meio dela, que revelam as intenções e complexidades da vida e de seus
alunos, através de suas interações aprendem a ser e a estar diante de situações-problema, o que
muitas vezes, acabam capacitando-os para tarefas complexas. Na explicação de Berger &
Luckman (1978), muitos papeis são atribuídos ao aluno e ao educador “em virtude dos papéis
que desempenha, o indivíduo é introduzido em áreas específicas do conhecimento socialmente
objetivado, não somente no sentido cognitivo, mas também do conhecimento de normas, valores
e mesmo ações.” ( p. 104)

INTERAÇÃO ALUNO-PROFESSOR: UMA ESTRATÉGIA PARA UMA


FORMAÇÃO SIGNIFICATIVA

Outro elemento essencialmente fundamental no processo ensino aprendizagem é a


interação aluno-professor. Conforme Cunha (2005), não existe bom profissional sem que haja

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 105


MONTEIRO, L.M.S.

uma boa convivência professor-aluno, entretanto nenhum profissional da educação sustentaria


apenas com o rótulo de “bonzinho”. É preciso, que o profissional detenha conhecimento do
conteúdo e condições de aplicá-lo com habilidade. Esta é a condição essencial, de que o professor
necessita para assegurar aproximação e respeito do aluno. Na visão de Cunha:
A forma de ser professor é um todo e depende, certamente, da cosmovisão que
ele possui. (...) a forma de ser e de agir do professor revela um compromisso. E é
esta forma de ser que demonstra mais uma vez a não-neutralidade do ato
pedagógico (2005, p.70).

Percebe, portanto, que os valores pessoais, as atitudes de respeito e afetividade estão


entrelaçadas ao ensino sendo fundamental para a promoção do conhecimento. Dentre as
metodologias de que vale o professor, ainda segundo Cunha (2005), o melhor método é a
interação, o diálogo, entretanto as aulas atraentes, as habilidades de expressão, a indução à
pesquisa e à construção crítica acerca dos acontecimentos são elementos marcantes de um
profissional competente e produtivo. Nessa proposta mostra, que educadores preocupados em ter
a boa relação com seus alunos e permite-lhes uma efetiva participação no contexto diário da sala
de aula, conseguem a admiração e o respeito dos seus discentes, de modo que impõem e
ensinam mais e melhor.
Não há dúvida de que a relação escola-sociedade existe. É por meio dela que uma nação
pode intervir no seu processo de emancipação social e político. Não pode desprezar no processo
educativo os pressupostos políticos e sociais mesmo porque eles estão intrínsecos na formação
integral de qualquer indivíduo. Um aluno é antes de tudo, um ser social e carece dessa formação
para impor enquanto cidadão. “O ato pedagógico é um ato político” e sem perceber os
educadores “levam isto para sua sala de aula, pois atuam com gentes e são veiculadores de
ideias”. (ibid, 2005, p.103). O professor não pode e não deve estar neutro dentro desse ato,
embora, muitas vezes exerça esse papel mesmo sem perceber sua capital participação. Fazendo-o
de modo inconsciente e nem por isso menos importante na formação da sociedade, no contato
diário com o aluno cresce e leva-o a crescer. Na medida em que influencia é também influenciado
numa ciranda interrelacional, que culmina em efetiva aprendizagem como comprova Cunha:

Instala-se uma empatia entre as partes. Essa empatia, o colocar-se no lugar do


outro, leva os professores a reconhecerem que aprendem muito com os alunos,
tanto no sentido de fazer crescer o conhecimento que é posto em coletivo quanto
no de aprimoramento das relações e da cosmovisão (2005, p.107).
Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 106
QUALIFICAÇÃO DOCENTE:

Nessa influência, é possível destacar três pontos fundamentais na aquisição da


aprendizagem. “As relações que o professor estabelece com o ser e o sentir; as relações que
estabelece com o fazer” (ibid, 2005, p.106). Esses três pilares sustentam o desenvolvimento
intelectual e a produção do conhecimento. Sem esses elementos e sem um ambiente favorável à
relação professor-aluno, sem dinamismo e participação dos envolvidos não efetiva-se educação e
conhecimento. Acrescenta Cunha:

A produção do conhecimento é entendida aqui como a atividade do professor


que leva à ação, à reflexão crítica, à curiosidade, ao questionamento exigente, à
inquietação e à incerteza. É o oposto da transmissão do conhecimento pronto,
acabado. É a perspectiva de que ele possa ser criado e recriado pelos estudantes
e pelos professores na sala de aula (2005, p.111).

Essa é a condição essencial para que haja um clima de satisfação e confiança e para que o
bom professor desenvolva seu trabalho pedagógico, culminando em ensino-aprendizagem
proficiente. Consciente, de que o cenário atual é muitas vezes desmotivador. As condições de
trabalho têm dificultado o trabalho das instituições e dos educadores refletindo na má qualidade
do ensino devido à estrutura física resultante da inadequação dos espaços escolares, da falta de
material disponível para trabalhos, especialmente, de biblioteca, despreparo dos profissionais e
impossibilidade de atualização dos mesmos, que redundam na imobilidade da escola frente às
mudanças contemporâneas. Observa Cunha:

O mundo ao redor é mais atrativo que a sala de aula. A manifestação da


informação e alienação programada contribuem para o não descobrimento do
raciocínio crítico. É difícil desvendar os interesses que estão por trás das
mensagens dos meios de comunicação. Eles são tecnicamente muito mais
eficientes que a escola. (2005, p. 124)

Sabe-se, que há um universo de informações disponibilizadas pelas tecnologias modernas


e o professor precisa saber lidar com essa gama de informações, canalizando-as para o sucesso
intelectual de seus educandos. Não pode conceber os velhos padrões ditatoriais de ensino, pois o
cenário educativo é carregado de ansiedades e expectativas.
Quando o indivíduo chega à escola traz consigo muitas expectativas e espera encontrar
ali um universo de oportunidades no campo da aprendizagem e das relações interpessoais. Suas
Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 107
MONTEIRO, L.M.S.

expectativas e convicções nem sempre concretizam, algumas vezes por inaptidão do aprendiz em
adequar-se às normas da instituição ou por dificuldades de relacionar-se com os demais, e tantas
outras, por falta de alternativas da instituição e do professor para lidar com as diferentes
ansiedades.

Há um certo consenso sobre os comportamentos que se espera de um aluno e o


mesmo acontece com relação ao professor. Isto significa dizer que parte da
relação professor-aluno já é predeterminada socialmente. O modelo de sociedade
define o modelo de escola e nele está contida e ideologia dominante. (ibid.2005,
p.65)

Esta ideologia dominante é representativa de um grupo, que exerce influência e determina


os papeis sociais e esta ideologia precisa ser equilibrada pela posição profissional do professor
não permitindo, que ninguém sinta constrangido e minimizado. O verdadeiro educador aproveita
essas diferenças para canalizar o conhecimento, através da troca de informações e vivências.
Nos cursos de formação e qualificação de professores as instituições formadoras não
poderão furtar-se à necessidade de discutir a participação do aluno, do contexto e das vivências,
as quais contribuem para a integralização do profissional. A esse respeito explica Aquino:
(...) A prática docente, no seu cotidiano e contexto, como o lugar
operacionalização, reflexão e construção, por excelência, da formação do
professor. (...) A escola como espaço por excelência da construção da
ressignificação do saber docente que vai se construindo no coletivo gestado e
nascido da realidade concreta de atuação do professor (2004, p.5).

Porém, o que observa-se é um distanciamento entre os discursos acadêmicos e a realidade


sobre a qual acentuam os profissionais da educação, já que os processos de formação, às vezes,
seguem formas desvinculadas das práticas, distanciando o sujeito das situações reais de ensino.
Ao saírem das instituições formadoras os acadêmicos detêm um conhecimento científico
que, segundo Gómez (apud HENRIQUES, 2001), sustentem três pressupostos. O primeiro,
baseia na crença de que as investigações por si só sustentam os conhecimentos profissionais de
que carecem para atuarem no mercado, quando na realidade o que percebe é um afastamento
entre a investigação acadêmica e a prática cotidiana. O segundo, crer que os conhecimentos
adquiridos ao longo de formação são suficientes para que o docente enfrente os desafios da sala
de aula, e o terceiro, baseia no enfoque mecanicista, hierárquico e linear adotado pela escola, que

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 108


QUALIFICAÇÃO DOCENTE:

vê no aluno um recipiente para que o professor deposite seus conhecimentos. Segundo Gómez
Apud Henriques, a formação docente
tem produzido um tipo de conhecimento molecular, sofisticado, fracionado, que
dificilmente ajuda a orientar a prática docente e a explicar os fenômenos
educativos em sua riqueza e complexidade.” (...) por um lado, a distância entre a
investigação e o mundo da prática é muito grande e, por outro lado, o
conhecimento científico básico e aplicado só pode sugerir regras de atuação para
ambientes protótipos e para aspectos comuns e convergentes da vida escolar.
(2001, pp. 22-23).

Enfim, muito ainda tem a compreender e realizar pelos processos educativos que
envolvem especialmente a figura do profissional da educação. Não pode deixar de perceber como
as instituições formadoras de professores estão diretamente ligadas às complexidades da grade
curricular deste processo. Necessita-se, portanto, numa reflexão crítica e conjunta de toda os
setores, que estejam envolvidos na área da educação, a fim de que práticas e currículos sejam
repensados e reestruturados, visando atender às novas propostas educativas almejadas nesse
novo contexto evolutivo e tecnológico.
É imprescindível, portanto, que a escola e os professores reflitam sobre este estado de
coisas que desafiam suas capacidades e busquem reverter esta realidade. Quando melhor
entenderem a importância social do trabalho que desenvolvem, é que poderão exercer a
transformação social e pedagógica de que a sociedade necessita e espera por melhores
resultados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
As perspectivas educacionais evidenciam um processo educativo semelhante à uma
arte e submete a situação de educador como um desafio para aqueles, que vislumbram ensinar
com arte, baseando-se no conjunto de técnicas possíveis para alcançar um objetivo
primordial: o conhecimento. No momento em que o educador propõe a aceitar essa tarefa,
compromete-se com o aluno e com a qualidade daquilo que ensina. Esse profissional
comprometido com a aprendizagem considera a interação entre os sujeitos e legitima o
processo de cidadania a que todos almejam conquistar e preservar. No entanto, muitos
profissionais estão distantes dessa realidade educativa. Prova disso podem ser observadas nas
análises bibliográficas lidas ao constatar que há uma falha na formação docente ao longo dos
cursos de licenciatura, talvez por serem cursos presenciais ou EAD (Educação à distância),

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 109


MONTEIRO, L.M.S.

quando não os capacita para a compreensão de seus papeis político-sociais. O professor ao


desenvolver o ato pedagógico torna-se agente veiculador de idéias e práticas, somadas às suas
concepções culturais e familiares, que determinam em grande parte as ações de seus
educandos.
O educador é um ser social e a partir de sua história “constrói e reconstrói referencias e
práticas pedagógicas, a partir dos desafios individuais, da vivência cotidiana e, principalmente,
do trabalho coletivo” Kulisz (2004, p.31). Entender o desafio de afirmar perante seus alunos e a
sociedade como profissional é essencial para o exercício pleno da docência, mas não basta ser
educador, é preciso sintonizar-se com seus alunos, adequar-se com suas realidades, ser dinâmico,
companheiro, aberto a sugestões e, ainda, fazê-los entender que aprender não é um fardo, mas
uma satisfação de experimentar o “saber” e conhecer o sucesso.
Enfim, o modo de ser e agir do professor interfere positiva ou negativamente na vida
escolar e social de seus alunos. Incumbe a ele buscar conhecer as reais necessidades de seus
alunos, criar metodologias e estratégias, que despertem prazer e desejo de conhecer o objeto a ser
estudado e, principalmente, permitir-se a um relacionamento amigável com seu aluno mostrando-
lhe a importância de ser, estar e fazer seu conhecimento no mundo.
A perspectiva atual confirma a necessidade de qualificação constante, participando de
cursos de curta duração, especialização e, também mestrado, doutorado em educação, para
consequentemente, sintonizar a qualidade da educação com as leis novas e o mercado de
trabalho, aceleradamente em busca de satisfazer uma sociedade empresarial exigente. A cada dia,
procedimentos e equipamentos adequados às demandas de produção nos diversos segmentos
sociais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AQUINO, Kathia Marise. B. Sales. Possibilidades metodológicas para a Formação de
Profesores através da Educação a Distância. In: XXVII Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação. Porto Alegre: CD-Room, 2004.

BERGER, Peter L.; LUCKMANN, E. T.. A construção social da realidade. Petrópolis: Vozes,
1978.

CUNHA, Maria Isabel da. O Bom professor e sua prática. 15 ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 110


QUALIFICAÇÃO DOCENTE:

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: sabores necessários à prática educativa. Rio de janeiro:


Paz e terra, 1998 a.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1975.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra S/A, 1987.

GRILLO, M. et. Al. Construção social do currículo. In: Ensino, revisão crítica. 2 ed. Porto
Alegre: Sagra,1998.

HADJI, Charles. A formação permanente de professores: uma necessidade da era da


profissionalização. Pátio, Ano V, No. 17, 2001.

HENRIQUES, Edna Maria de Oliveira. A formação de Professores e a Crise da Modernidade(?):


Questões, Desafios e Interrogações. Revista do Departamento de psicopedagogia-UFV, V.13,
No.I , p.17-39, 2001.

KENSKI, V.M. Educação e tecnologias. O novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus,
2007.

KULISZ, Beatriz. Professores em cena: o que faz a diferença. Porto Alegre: Meditação, 2004.

LIBÂNEO, José Carlos Adeus professor, Adeus Professora? Novas exigências educacionais e
profissão docente. São Paulo: Cortez, 2000.

LOPES, Antonia Osima Lopes . Repensando a didática. In: LOPES, Antônia Osima; VEIGA,
Ilma Passos Alencastro Veiga(orgs) 5ª ed. Campinas, SP: Papirus,1991.

MERANI, A. L. Psicologia e pedagogia- as idéias de Henri Wallon. Lisboa, Editorial Notícias,


1997.

MINI AURÉLIO, O minidicionário da língua portuguesa 4ª edição especial para


FUNDE/PNLD 2001.

PERRENOUD, Philippe, 10 Novas Competências para ensinar. Porto Alegre. Artes Médicas
Sul, 2000.

RAYS, O. A. A questão da metodologia do ensino na didática. In Veiga, I. P. (coord.)


Repensando a didática. Campinas. Papirus, 1998.

Cadernos da Fucamp, v.17, n.30, p. 96 - 111 /2018 111

Você também pode gostar