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Aula 02 - Clima e Arquitetura - 02

O documento aborda a bioclimatologia aplicada à arquitetura e urbanismo, enfatizando a importância de harmonizar construções com o clima local para garantir conforto e eficiência energética. Destaca a necessidade de estratégias passivas para aproveitamento de recursos naturais e a influência de fatores climáticos na arquitetura autóctone. Além disso, apresenta as diferentes zonas climáticas e suas características, ressaltando a diversidade climática do Brasil.

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Aula 02 - Clima e Arquitetura - 02

O documento aborda a bioclimatologia aplicada à arquitetura e urbanismo, enfatizando a importância de harmonizar construções com o clima local para garantir conforto e eficiência energética. Destaca a necessidade de estratégias passivas para aproveitamento de recursos naturais e a influência de fatores climáticos na arquitetura autóctone. Além disso, apresenta as diferentes zonas climáticas e suas características, ressaltando a diversidade climática do Brasil.

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CLIMA E ARQUITETURA

Professora Anna Christina Miana

Aula 03– Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


“A arquitetura e essencialmente uma arte: uma
arte visual, uma arte plástica, uma arte espacial.
Porem devesse perceber que a experiência da
arquitetura é recebida por todos os nossos
sentidos e não unicamente pela visão. Assim, a
qualidade do espaço é medida pela sua
temperatura, sua iluminação, seu ambiente, e o
modo pelo qual o espaço e servido de luz, ar e
som, deve ser incorporado ao conceito do espaço
em si” - Louis Kahn.

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


A Arquitetura bioclimática visa harmonizar as construções ao
clima local. Está focada principalmente na questão energética,
valorizando sempre as soluções que privilegiam a iluminação
e ventilação natural, evitando gastos com iluminação artificial
e ar condicionado (ou aquecimento).

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Clima e Arquitetura

Adequar a arquitetura ao clima significa construir


espaços que possibilitem ao homem condições de
conforto.

Cabe à arquitetura, tanto amenizar as sensações


de desconforto impostas por climas muito rígidos,
como também propiciar ambientes que sejam tão
confortáveis como os espaços ao ar livre em climas
amenos.

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


ARQUITETURA

Arte de projetar de forma a atender as


exigências humanas e
funcionais do indivíduo

“o homem é o centro da minha arquitetura”


Alvar Alto

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Objetivos da
“Arquitetura Eco-eficiente”

1
Busca de qualidade ambiental dentro dos edifícios e
nos espaços abertos

2
Eficiência energética (máximo de qualidade
ambiental com o mínimo de consumo de energia)

3
Redução do impacto ambiental dos edifícios e das
cidades
Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo
Como Atingir Esses Três Objetivos
Principais da Arquitetura
“Eco-eficiente”??

ARQUITETOS - ENGENHEIROS

PROJETO DAS EDIFICAÇÕES


PLANEJAMENTO URBANO – DESENHO DA CIDADE

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Decisões de Projeto

ESTRATÉGIAS PASSIVAS????
QUAIS?????

Estratégias passivas de aproveitamento


dos recursos naturais e consequente
controle das condições ambientais

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo
Arquitetura Autóctonas

As características das zonas climáticas mundiais


configuraram formas arquitetônicas autóctonas
próprias de cada situação geográfica.

O clima não tem sido o único elemento que influencia


a arquitetura, também temos que considerar a
topografia, os materiais regionais, assim como os
costumes, a organização familiar, ou seja, as
relações sociais de certo povo.

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


O Clima

O clima é o estudo médio do tempo para o determinado


período ou mês em uma certa localidade. Também, se refere
às características da atmosfera inseridas nas observações
contínuas durante certo período.

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


CLIMA x TEMPO
CLIMA TEMPO
Condição média do tempo Variação diária das
de uma região (30 anos) condições atmosféricas

ELEMENTOS DE CONTROLE – VARIAÇÕES CLIMÁTICAS


✓ Proximidade à água ✓ Altitude

✓ Barreiras montanhosas ✓ Correntes oceânicas

Aula 03– Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


AS ESCALAS CLIMÁTICAS
MACROCLIMA

MESOCLIMA

MICROCLIMA

Aula 03– Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


ARQUITETURA E CLIMA

Estude o clima e o local


antes de traçar o 1°
rabisco do projeto

P/ arquitetura, os dados climáticos mais


significativos são:

1 – Radiação solar
2 – Temperatura do ar
3 – Umidade relativa
4 – Precipitações atmosféricas
5 – Nebulosidade

Aula 03– Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Climas no Mundo
Existem variados tipos de divisões climáticas, tanto a nível
mundial, e também no próprio país, por isso vamos começar
analisando 4 grandes zonas climáticas (CLASSIFICAÇÃO
CLIMÁTICA DE A.N.STRAHLER ):

CLIMA FRIO

CLIMA TEMPERADO

CLIMA QUENTE ÚMIDO

CLIMA QUENTE SECO

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Círculo Polar Ártico

Trópico de
Câncer

Equador

Trópico de
Capricórnio

Círculo Polar Antártico

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Clima Polar

Iglu
Habitação da cultura Esquimó
construída com blocos de gelo
das neves, material isolante e
abundante nestas regiões no
inverno.
O interior do iglu consegue
através do calor gerado por
uma fogueira e pelo corpo
humano produzir temperatura
adequada aos seus usuários

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Clima Polar
• Perdas de calor por convecção são
muito altas ,

• Devido às baixas temperaturas


exteriores deve-se reduzir ao
máximo a trocas entre ambientes
externos e internos,

• Fechamentos de grande resistência


térmica

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Clima Frio

Noruega |casas suspensas evitar contato com a neve

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Clima Frio

Canadá – isolamento térmico, vidros para entrada de radiação

Iluminação Zenital e Alta inércia térmica

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Clima Frio

Islândia | espaços externos não sombreados


e suspensos, casas suspensas, evitam
contato com a neve, telhados inclinados

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Clima Frio

Islândia | isolamento térmico, cobertura


vegetal, cores escuras

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Clima Frio

Isolamento térmico, cobertura vegetal

Instituto de Arqueologia Pré-Histórica

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Mesmas estratégias do
clima polar

• Perdas de calor por


convecção são muito
altas ,

• Devido às baixas
temperaturas exteriores
deve-se reduzir ao
máximo a trocas entre
ambientes externos e
internos,

• Fechamentos de
grande resistência
térmica

Necessidades de
captação de radiação
solar

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Clima Temperado

França | grande inércia térmica


China | telhados escuros, casas próximas

Romênia | casas coladas

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Clima Temperado
Praças descobertas para inverno Vegetação de folhas caducas
em espaços públicos

China | vegetação inércia térmica,


Estruturas removíveis de proteção aberturas pequenas

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Clima Temperado

Estufa Espanha Itália |venezianas e toldos

Varandas, proteções externas


Uso da Madeira | casas coladas

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Clima Temperado

Varandas sobre janelas que avançam sob a fachada | Barcelona

Janelas que avançam para captar a radiação solar |


Barcelona

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Clima Temperado

Vegetação – inércia térmica, aberturas pequenas

Alemanha:
Vegetação e Toldos
Ruas cobertas para o verão - França

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Norte da Espanha e Portugal
Construções para armazenar e conservar as colheitas. Respondendo a uma mesma
necessidade, a arquitetura é sem dúvida diferente de uma região para outra, e espelha a
variedade dos materiais disponíveis e a criatividade dos agricultores que construíram.

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo
.variações climáticas
mais suaves, mas
opostas, entre as
diferentes estações do
ano,

.captação de radiação
solar para aumentar a
temperatura interna
durante o inverno,

.exige a proteção contra


a radiação durante o
verão,

.as respostas
arquitetônicas variadas

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Clima Quente Úmido

Casas sobre palafitas

Tailandia

Rio Amazonas Costa Rica

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Clima Quente Úmido
Oca
As chamadas Ocas utilizam para sua confecção:
palha de palmeiras, cipós e galhos construindo
habitações para 50 a 70 habitantes.

Abriga funções de repousar, cozinhar e trabalhar,


com conforto e segurança.

Permite aeração do ar quente e proteção contra


chuvas, calor e frio, em virtude da alta inclinação da
cobertura e da capacidade isolante térmica da
palha e materiais que as compõem .

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Clima Quente Úmido

materiais leves | pouca inércia térmica

Casas índigenas | Brasil

Panama | Bambu

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Laos

Guatemala | taipa Índia

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Filipinas Tailândia

Amazônia

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


.escassas variações diárias
e anuais de temperatura,

.radiação e umidade
elevada.

.as perdas térmicas do


edifício são praticamente
nulas durante todo o dia quer
seja por convecção, radiação
ou evaporativas,

. não existe possibilidade


de se aproveitar o
resfriamento por evaporação

. perdas por radiação são


muito pequenas.

. sombreamento e
ventilação

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


Clima Quente Seco
- uso de cores claras
- proximidade entre as casas

Capadócia - Turquia
Santorini - Grécia
Marrocos

Granada - Espanha

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Clima Quente Seco
aproveitamento da
ventilação natural

Arquitetura Subterrânea
Guadalquivir Espanha

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Clima Quente Seco
Inércia térmica | arquitetura subterrânea

Arquitetura Subterrânea
Guadalquivir Espanha

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Clima Quente Seco

Jerusalem | Ruas Cobertas

Marrocos | ruas
sombreadas e estreitas Sombreamento das ruas

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Clima Quente Seco

Torre de Ventilação Aproveitamento da


Alhambra Granada ventilação natural

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Clima Quente Seco

Marrocos

Tunisia | resfriamento evaporativo

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Clima Quente Seco

Pátios Sombreados | Água

Alhambra Granada

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Clima Quente Seco

África – Arq. subterrânea


Arizona

África - Região desértica

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Clima Quente Seco

Proteção Janelas , venezianas | Alhambra Granada


Marrocos

Iêmem | sombreamento das janelas

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.Diferenças térmicas entre o Clima Quente Seco
dia e a noite, amplitude
térmica, impede a dissipação
de calor por convecção
durante o dia e provoca um
grande esfriamento pela noite

.Fator baixo de umidade Amplitude térmica


permite que as perdas de
calor por evaporação sejam ΔT=Tmax-Tmin
muito altas todo o tempo.

.Tmr alta, o organismo não


pode se esfriar por radiação

Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo


• Construção de edifícios que
retardem as transferências
térmicas e evitem a
radiação solar sobre eles.

• Acelerar a taxa de
resfriamento interna nas
noites de verão

• Minimizar a penetração de
poeira

• Boa ventilação nas noites


de verão

• Aumentar temp.internas,
relativas as externas no
inverno

• Uso da vegetação para


sombreamento

• Uso de cores claras,


menor absorção da radiação
Aula 03 – Bioclimatologia aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo
CLIMA DO BRASIL
Mapa climatológico simplificado do Brasil (IBGE, 1978).

Quente semi-úmido
Quente seco
Temperado
Quente úmido

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CLIMA DO BRASIL

✓ Clima bastante variado

Imenso território

Localização entre 2 trópicos

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Zoneamento Bioclimático Brasileiro
O Brasil possui 8 “Zonas Bioclimáticas” (NBR 15220/2005):

→ Cada zona apresenta características climáticas


específicas e exige estratégias construtivas
diferenciadas para alcançar níveis adequados de
conforto térmico no interior das edificações.

Exemplo de cidades :
▪ Zona Bioclimática 1: Caxias do Sul - RS
▪ Zona Bioclimática 2: Ponta Grossa - PR
▪ Zona Bioclimática 3: Florianópolis - SC
▪ Zona Bioclimática 4: Brasília - DF
▪ Zona Bioclimática 5: Santos - SP
▪ Zona Bioclimática 6: Goiânia - GO
▪ Zona Bioclimática 7: Picos - PI
▪ Zona Bioclimática 8: Belém - PA

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CLIMA DO BRASIL
Mapa climatológico simplificado do Brasil (IBGE, 1978).

Quente semi-úmido
Quente seco
Temperado
Quente úmido

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• LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano e PEREIRA, Fernando.
Eficiência Energética na Arquitetura . PW Editores, São Paulo, 2014
• GONZÁLEZ, F. Javier Neila e FRUTOS, César Bedoya . Técnicas
arquitetônicas y constructivas de acondicionamiento ambiental. Ed.
Munilla - Lería, 1997.
• GAUZIN-MULLER, Dominique. Arquitetura Ecológica, 29 ejemplos
europeos. Ed. Gustavo Gilli, 2002
• Aula Alessandra Prata.

Sites:

1. www.aiatopten.org
2. www.fosterandpartners.com
3. www.inmet.gov.br/
4. www.labeee.ufsc.br
5. http://www.usp.br/fau/pesquisa_sn/laboratorios/index.html

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Obrigada!
Profa. Dra. Anna Christina Miana
[email protected]

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