SAÚDE COLETIVA
PRÁTICAS INTEGRATICAS EM SAÚDE: INCLUSÃO
E COMUNIDADE
Determinantes Sociais da Saúde
Prof. Damaris Aparecida Rodrigues
Créditos:
Profa. Vanessa Rizato
Prof. José Martins P. Neto
Fernandópolis, 2024
O QUE CONTRIBUI PARA QUE AS
PESSOAS TENHAM SAÚDE?
O QUE FAZ COM QUE AS PESSOAS
ADOEÇAM?
O QUE É TER SAÚDE?
• Do ponto de vista etimológico, ‘saúde’ em português, ‘salud’ em castelhano, ‘salut’ em
francês e ‘salute’ em italiano possuem a mesma derivação: salu.
• Proveniente do latim, esse termo designava o atributo principal dos inteiros, intactos,
íntegros.
• Segundo o conceito de 1947 da Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde é
definida como:
“Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e
não apenas a ausência de doença ou enfermidade.”
O QUE CONTRIBUI PARA QUE AS PESSOAS TENHAM SAÚDE?
• Os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, água, ar, clima,
habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares e sociais) podem causar doença, se
agem com determinada intensidade, se pesam em excesso ou faltam, se agem sem
controle.
Em 1998 a OMS acrescentou em a palavra espiritual
Artigo 3° da Lei 8080/1990 ( que regulamentou
o SUS)
Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde
como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento
básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o
lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. (Redação dada pela Lei nº 12.864, de
2013).
•O QUE É DOENÇA?
Quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o
prazer, enfim os valores e sentimentos expressos pelo corpo
subjetivo que adoece.
•O QUE FAZ COM QUE AS PESSOAS ADOEÇAM?
Os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, água,
ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares e
sociais) podem causar doença, se agem com determinada
intensidade, se pesam em excesso ou faltam, se agem sem
controle.
Portaria de Consolidação n° 4, 28/09/2017
• Doença: enfermidade ou estado clínico, independente de
origem ou fonte, que represente ou possa representar um
dano significativo para os seres humanos; (Origem: PRT
MS/GM 204/2016, Art. 2º, III)
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
• Representa o conjunto de relações e variáveis que produz e
condiciona o estado de saúde e doença de uma população, que se
modifica nos diversos momentos históricos e do desenvolvimento
científico da humanidade.
• Portanto, não é um conceito abstrato.
• Define-se no contexto histórico de determinada sociedade e num
dado momento de seu desenvolvimento, devendo ser conquistada
pela população em suas lutas cotidianas.
DETERMINAÇÃO SOCIAL DO PROCESSO
SAÚDE E DOENÇA
• As condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da
população estão relacionadas com sua situação de saúde.
• “Os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos
e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de
saúde e seus fatores de risco na população”.
• Os debates sobre o conceito de Determinantes Sociais da Saúde
(DSS) iniciaram-se nos anos 70/80 a partir do entendimento de
que as intervenções curativas e orientadas para o risco de adoecer
eram insuficientes para a produção da saúde e da qualidade de
vida em uma sociedade.
• Por sua vez, a Lei nº 8.080/90 define que a saúde tem como
fatores determinantes e condicionantes, entre outros:
• Nas últimas décadas, tanto na literatura
nacional, como internacional, observa-se um
extraordinário avanço no estudo das relações
entre a maneira como se organiza e se
desenvolve uma determinada sociedade e a
situação de saúde de sua população
(ALMEIDA-FILHO, 2002).
• Esse avanço é particularmente marcante no
estudo das iniquidades (desigualdades na
saúde) em saúde, ou seja, daquelas
desigualdades de saúde entre grupos
populacionais que, além de sistemáticas e
relevantes, são também evitáveis, injustas e
desnecessárias (WHITEHEAD, 2000).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) cria, em 2005, a Comissão
sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CDSS) com o objetivo de
promover, em âmbito internacional, um reconhecimento sobre a
importância dos determinantes sociais na situação de saúde de
indivíduos, populações e sobre a necessidade do combate às
iniquidades em saúde por eles geradas.
Essa comissão foi incumbida de recolher, sistematizar e sintetizar
evidências sobre os determinantes sociais e o seu impacto sobre as
desigualdades na saúde, assim como de produzir recomendações
para ação sobre os mesmos.
Para ela, “os determinantes estruturais e as condições de vida
cotidianas constituem os determinantes sociais da saúde e são
responsáveis pela maior parte das desigualdades na saúde dentro
e entre países”.
Em abril de 2008, a CNDSS, por meio da publicação do seu relatório
final intitulado “As Causas Sociais das Iniquidades em Saúde no
Brasil”, recomenda que a atuação sobre os determinantes sociais deva
ser baseada em três pilares fundamentais:
1- Melhorar as condições de vida cotidianas — as circunstâncias em que as pessoas
nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem.
2- Abordar a distribuição desigual de poder, dinheiro e recursos — os motores
estruturais das condições de vida referidas — nos níveis global, nacional e local.
3 - Quantificar o problema, avaliar a ação, alargar a base de conhecimento, desenvolver
um corpo de recursos humanos formado sobre os determinantes sociais da saúde e
promover a consciência pública sobre o tema.
POR
PORQUE
QUE CONHECÊ-LOS?
CONHECÊ-LOS? Estabelecer uma hierarquia
de determinações entre os fatores
mais gerais de natureza social,
econômica, política e as mediações através
das quais esses fatores incidem sobre
a situação de saúde de grupos e pessoas, já
que a relação de determinação não é uma
simples relação direta de causa-efeito.
O estudo dessa cadeia de
mediações permite também identificar onde
e como devem ser feitas as
intervenções, com o objetivo de reduzir
as iniquidades de saúde, ou seja,
os pontos mais sensíveis onde
tais intervenções podem provocar
maior impacto.
•Vários modelos foram propostos para estudar os
determinantes sociais e a trama de relações entre os
diversos fatores estudados através desses diversos
enfoques.
•Um adotado pela CNDSS é o modelo de Dahlgren e
Whitehead que inclui os DSS dispostos em diferentes
camadas, desde uma camada mais próxima dos
determinantes individuais até uma camada distal, onde
se situam os macrodeterminantes.
Os indivíduos estão na base
do modelo, com suas características individuais de
idade, sexo e
fatores genéticos que, evidentemente, exercem
influência sobre seu potencial e suas condições de
saúde.
Na camada imediatamente externa aparecem
o comportamento e os estilos de vida individuais.
Esta camada está situada no limiar entre os fatores
individuais e os DSS, já que os comportamentos, muitas
vezes entendidos apenas como de responsabilidade
individual, dependentes de opções feitas pelo livre arbítrio
das pessoas, na realidade podem também ser considerados
parte dos DSS, já que essas opções estão
fortemente condicionadas por determinantes sociais -
como informações, propaganda, pressão dos pares,
possibilidades de acesso a alimentos saudáveis e espaços
A camada seguinte destaca a influência das redes comunitárias e de apoio, cuja maior ou menor riqueza expressa o nível de
coesão social que, como vimos, é de fundamental importância para a saúde da sociedade como um todo.
No próximo nível estão representados os fatores relacionados a condições de vida e de trabalho, disponibilidade de
alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e educação, indicando que as pessoas em
desvantagem social correm um risco diferenciado, criado por condições habitacionais mais humildes, exposição a condições
mais perigosas ou estressantes de trabalho e acesso menor aos serviços.
Finalmente, no último nível estão situados os macrodeterminantes relacionados às condições econômicas, culturais e
ambientais da sociedade e que possuem grande influência sobre as demais camadas.
Distinguindo conceitos
Desigualdades - diferenças sistemáticas na situação de
saúde de grupos populacionais;
Iniquidades - as desigualdades na saúde - evitáveis,
injustas e desnecessárias (Whitehead);
Determinantes sociais de saúde – são as condições
sociais responsáveis pelas iniquidades.
INIQUIDADES
• Desigualdades decorrentes das condições sociais em que as
pessoas vivem e trabalham.
Exemplos:
- Probabilidade 5 vezes maior de uma criança morrer antes de
alcançar o primeiro ano de vida pelo fato de ter nascido no nordeste
e não no sudeste.
- Probabilidade de uma criança morrer antes de chegar aos 5 anos
de idade é 3 vezes maior pelo fato de sua mãe ter 4 anos de estudo e
não 8.
- O bacilo de Koch causa a tuberculose, mas são os determinantes
sociais que explicam porque determinados grupos da população são
mais suscetíveis do que outros para contrair a tuberculose.
COMBATER as Iniquidades
DETERMINANTES SOCIAIS E PROMOÇÃO
DA SAÚDE
• Os determinantes sociais podem ter um efeito positivo na saúde
(melhora, promoção da saúde e da qualidade de vida) ou negativo
(riscos, doenças e agravos).
• Substituição da abordagem comportamental individual por
abordagem ampla dos problemas de saúde: ações sobre os
determinantes, com caráter coletivo, criação de políticas públicas,
capacidade dos indivíduos e de comunidades em mudar seus estilos de
vida e condições de saúde;
•Estratégias combinadas: individuais, ambientais e políticas.
DISTINÇÃO ENTRE PROMOÇÃO DA SAÚDE E
PREVENÇÃO DE DOENÇAS
OBRIGATÓRIO
• LEITURA DO ARTIGO ROSS, 2007 (POSTADO NO CLASS)
• ASSISTIR AO DOCUMENTÁRIO ILHA DAS FLORES (LINK NO CLASS)