Revisão de Véspera - PGE-RJ (Residência Jurídica)
Revisão de Véspera - PGE-RJ (Residência Jurídica)
Rodolfo Penna
Improbidade Administrativa
Suspensão dos Direitos Políticos
Contagem retroativa de tempo fictício
Rodolfo Penna
Improbidade Administrativa
Atenção! E quando uma única conduta ofender simultaneamente os artigos 9º, 10 e 11 da
Lei nº 8.429/92?
(...) É possível que uma só conduta ofenda simultaneamente mais de um dos artigos 9º, 10
e 11 da Lei de Improbidade, hipótese em que prevalecerá a sanção mais grave. Aplica-se
nesse caso o princípio da subsunção, segundo o qual a conduta e a sanção mais grave
absorvem as de menor gravidade. (...) (STJ - AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL: AREsp
722364 DF 2015/0130571-7, DJ 29/06/2015, Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES)
Rodolfo Penna
Improbidade Administrativa
São cabíveis medidas executivas atípicas de cunho não patrimonial no cumprimento de
sentença proferida em ação de improbidade administrativa.
STJ. 2a Turma, REsp 1.929.230-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 04/05/2021
(Info 695).
Desse modo, o STJ entendeu que, sendo cabível a aplicação de medidas executivas
atípicas em ações meramente patrimoniais, com mais razão o uso dos meios atípicos na
ação de improbidade administrativa, pois se tutela a moralidade e o patrimônio público.
Rodolfo Penna
Improbidade Administrativa
Lembre-se que, no âmbito do cumprimento de sentença regido pelo CPC,
é possível a adoção de meios executivos atípicos, desde que:
→ existam indícios de que o devedor possui patrimônio expropriável (bens
que podem ser penhorados);
→ essas medidas atípicas sejam adotadas de modo subsidiário;
→ a decisão judicial que a determinar contenha fundamentação adequada
às especificidades da hipótese concreta;
→ sejam observados o contraditório substancial e o postulado da
proporcionalidade.
(STJ. 3a Turma. REsp 1788950/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
23/04/2019)
Rodolfo Penna
INDISPONIBILIDADE DOS BENS
Ação deRedação
Improbidade
original Administrativa Redação com a lei 14.230/2021
Rodolfo Penna
Concurso Público
Súmula Vinculante 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao
servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
Concurso Público
Aptidão física
Concurso Público
É vedada a realização de novo teste de aptidão física em concurso público no caso de
incapacidade temporária, salvo previsão expressa no edital (AgRg no RMS 043913/BA);
Entretanto, deve haver a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja
grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do
concurso público (STF) (RE 630733/DF).
Direito à nomeação
RE 837.311:
Civis
Segurança pública
Greve
Desconto da remuneração dos dias de paralização
Art. 136. Registros que não caracterizam alteração do contrato podem ser
realizados por simples apostila, dispensada a celebração de termo aditivo,
como nas seguintes situações:
I - variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à repactuação
de preços previstos no próprio contrato;
Equilíbrio econômico-financeiro
Periodicidade do reajuste
Lei 10.192/91
Art. 2º É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por
índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de
produção ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração
igual ou superior a um ano.
§ 1º É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção
monetária de periodicidade inferior a um ano.
Equilíbrio econômico-financeiro
Art. 3º Os contratos em que seja parte órgão ou entidade da Administração
Pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, serão reajustados ou corrigidos monetariamente de acordo
com as disposições desta Lei, e, no que com ela não conflitarem, da Lei no
8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 1º A periodicidade anual nos contratos de que trata o caput deste artigo
será contada a partir da data limite para apresentação da proposta ou do
orçamento a que essa se referir.
Equilíbrio econômico-financeiro
Lei 9.069/95 (Lei do plano real)
Art. 70. A partir de 1º de julho de 1994, o reajuste e a revisão dos preços
públicos e das tarifas de serviços públicos far-se-ão:
I - conforme atos, normas e critérios a serem fixados pelo Ministro da
Fazenda; e
II - anualmente.
§ 1º O Poder Executivo poderá reduzir o prazo previsto no inciso II deste
artigo.
Equilíbrio econômico-financeiro
Revisão
Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
II - por acordo entre as partes:
d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em
decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências
incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado,
respeitada, em qualquer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida
no contrato.
Equilíbrio econômico-financeiro
Art. 134. Os preços contratados serão alterados, para mais ou para menos,
conforme o caso, se houver, após a data da apresentação da proposta,
criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais ou
a superveniência de disposições legais, com comprovada repercussão
sobre os preços contratados.
Equilíbrio econômico-financeiro
Revisão e matriz de risco
Equilíbrio econômico-financeiro
Atualização financeira
Incide apenas sobre cláusulas Incide sobre cláusulas Incide apenas sobre cláusulas
econômicas e de preços. econômicas ou regulamentares. econômicas e de preços.
Extinção do contrato
Invalidação do contrato e dever de indenizar
Art. 148 (...) § 1º Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior, a nulidade será
resolvida pela indenização por perdas e danos, sem prejuízo da apuração de
responsabilidade e aplicação das penalidades cabíveis.
Extinção do contrato
A indenização
Invalidação por culpa da Administração
Prejuízos
Extinção do contrato
Valor da indenização
Parcelas executadas
Danos emergentes
Lucros cessantes?
Responsabilidade Civil do
Estado
O Estado responde objetivamente pelo suicídio do detento, tendo em vista o seu dever
de zelar pela integridade física e moral dos presos (art. 5º, XLIX, CF) e em virtude do seu
dever de custódia. No entanto, o Estado poderá excluir a sua responsabilidade se
comprovar (e o ônus o prova lhe pertence) que não tinha como evitar a morte do detento.
STF. 2ª Turma. ARE 700927 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/08/2012.
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil por maus tratos de detento
O STF decidiu que pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público é
objetivamente responsável por crime de furto praticado em suas dependências. (STF. 1ª
Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018. Info 901).
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil do Município por danos causados pelo comércio de fogos de
artifício
Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Município por danos decorrentes
do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista a violação de um dever jurídico
específico de agir, que ocorrerá quando for concedida a licença para funcionamento sem
as cautelas legais ou quando for de conhecimento do poder público eventuais
irregularidades praticadas pelo particular. STF. Plenário. RE 136861/SP, rel. orig. Min. Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/3/2020 (repercussão geral –
Tema 366) (Info 969).
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil do Estado por danos causados por agentes policiais a jornalista
em manifestação
⮲ A Administração Pública pode responder civilmente pelos danos causados por seus
agentes, ainda que estes estejam amparados por causa excludente de ilicitude penal (REsp
1266517/PR).
⮲ É objetiva a responsabilidade civil do Estado pelas lesões sofridas por vítima baleada em
razão de tiroteio ocorrido entre policiais e assaltantes (REsp 1266517/PR).
⮲ O Estado não responde civilmente por atos ilícitos praticados por foragidos do sistema
penitenciário, salvo quando os danos decorrem direta ou imediatamente do ato de fuga
(AgRg no AREsp 173291/PR).
Responsabilidade Civil na CF/88
As ações indenizatórias decorrentes de violação a direitos fundamentais ocorridas
durante o regime militar são imprescritíveis, não se aplicando o prazo quinquenal
previsto no art. 1º do Decreto n. 20.910/1932 (AgRg no REsp 1479984/RS).
Revisão de Véspera
Previsão constitucional;
Expropriação de Glebas
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer
região do País onde forem localizadas culturas ilegais de
plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho
escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas
à reforma agrária e a programas de habitação popular,
sem qualquer indenização ao proprietário e sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado,
no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
Expropriação de Glebas
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor
econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins e da exploração de
trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo
especial com destinação específica, na forma da lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de
2014)
Aposta 1 - Desapropriação
Art. 10-A. O poder público deverá notificar o
proprietário e apresentar-lhe oferta de indenização.
CF.
Artigo 37
Independência de Instâncias
Lei 8.429/92
Artigo 1º.
Terceiro?
Aposta 2 – Improbidade Administrativa
Lei 8.429/92
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a
prática do ato de improbidade.
# Prescrição
# Antiga redação
# Nova redação
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei
prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato
ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a
permanência.
Aposta 2 – Improbidade Administrativa
# Lei 12.153/09
§ 3o (VETADO)
# Ação Popular
# Ação Popular
# Ação Popular
# Ação Popular
# Habeas Data
# Habeas Data
# Habeas Data
Lei 9.507/97
# Habeas Data
STF
# Habeas Data
STJ
STF. Plenário. ADI 5576/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 2/8/2021 (Info 1024).
IV - integrará a base de cálculo dos tributos previstos nos arts. 155, II,
156, III, 156-A e 195, V (ICMS, ISS, IBS, CBS);
ICMS
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias Prof.
e dosFelipe Duque
serviços;
É legítima a incidência do Imposto de Transmissão Causa Mortis no inventário por morte
presumida.
[Súmula 331.]
Incidência do ITCMD sobre o plano Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) e o Plano
Gerador de Benefício Livre (PGBL) na hipótese de morte do titular do plano.
[RE 1.363.013 RG, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-5-2022, P, DJE de 23-5-2022, Tema 1.214, com
mérito pendente.]
“É vedado aos estados e ao Distrito Federal instituir o ITCMD nas hipóteses referidas no
Prof. Felipe Duque
art. 155, § 1º, III, da Constituição Federal sem a edição da lei complementar exigida pelo
referido dispositivo constitucional.”
[RE 851.108, rel. min. Dias Toffoli, j. 1-3-2021, P, DJE de 20-4-2021, Tema 825, com mérito
julgado.]
O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.
[Súmula Vinculante 32.]
O ICMS incide sobre a tarifa de assinatura básica mensal cobrada pelas prestadoras de
serviço de telefonia, independentemente da franquia de minutos conferida ou não ao
usuário.
[RE 912.888, rel. min. Teori Zavascki, j. 13-10-2016, P, DJE de 10-5-2017, Tema 827, com
mérito julgado.]
Vs
O fornecimento de água potável por empresas concessionárias desse serviço público não
é tributável por meio do ICMS. As águas em estado natural são bens públicos e só podem
ser exploradas por particulares mediante concessão, permissão ou autorização. O
fornecimento de água tratada à população por empresas concessionárias,
Prof. Felipe Duque
permissionárias ou autorizadas não caracteriza uma operação de circulação de
mercadoria.
[RE 607.056, rel. min. Dias Toffoli, j. 10-4-2013, P, DJE de 16-5-2013, Tema 326, com mérito
julgado.]
Vide AI 682.565 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 23-6-2009, 2ª T, DJE de 7-8-2009
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir Art. 155. (...).
impostos sobre:
§ 1º (...):
§ 1º O imposto previsto no inciso I:
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde era domiciliado o de cujus, ou tiver domicílio o doador,
Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver ou ao Distrito Federal;
domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
Não havia inciso VI do § 1º do art. 155. VI - será progressivo em razão do valor do quinhão, do legado ou da
doação;
Não havia inciso VII do § 1º do art. 155. VII - não incidirá sobre as transmissões e as doações para as
instituições sem fins lucrativos com finalidade de relevância pública
e social, inclusive as organizações assistenciais e beneficentes de
Prof. Felipe Duque
entidades religiosas e institutos científicos e tecnológicos, e por elas
realizadas na consecução dos seus objetivos sociais, observadas as
condições estabelecidas em lei complementar.
§ 6º O imposto previsto no inciso III: § 6º (...):
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo, do valor,
utilização. da utilização e do impacto ambiental;
Não havia inciso III do § 6º do art. 155. III - incidirá sobre a propriedade de veículos automotores
terrestres, aquáticos e aéreos, excetuados:
Posição do Supremo
Tribunal Federal antes Data da edição da
da Emenda Medida Provisória
Constitucional nº 32
Direito Tributário
Felipe Duque
Princípio da anterioridade e medidas provisórias
Nova redação do
artigo 62 da CF
2ª: O termo inicial do prazo da anterioridade anual é a conversão em lei da medida provisória,
quando esta última instituir ou majorar impostos, salvo aqueles ressalvados pelo §2º do artigo 62 –
que sequer se submetem à anterioridade anual (II, IE, IPI, IOF e IEG GUERRA)
4ª: Em qualquer caso, o termo inicial é a conversão em lei da medida provisória, nos casos em que
a instituição ou a majoração do tributo só foi realizada no curso do processo legislativo (com
ALTERAÇÃO SUBSTANCIAL DO CONTEÚDO).
Direito Tributário
Felipe Duque
Síntese
Direito Tributário
Felipe Duque
ANTERIORIDADE ANUAL
E NONAGESIMAL
Direito Tributário
Felipe Duque
SITUAÇÃO EFEITOS JURÍDICOS
TERMO INICIAL DOS 90 DIAS
MP é convertida em lei dentro dos 120 dias Publicação da MP A cobrança tem início após 90 dias da MP e
SEM alteração substancial continua normalmente após a conversão em
lei
MP é convertida em lei dentro dos 120 dias Publicação da MP O prazo para contagem dos 90 dias é
COM alteração substancial reiniciado com a publicação da lei
MP NÃO é convertida em lei (é rejeitada ou Publicação da MP O tributo será cobrado por até 30 dias.
há perda da eficácia por decurso de prazo) Caberá ao Congresso editar decreto
legislativo disciplinando se o tributo cobrado
será ou não restituído*
*Não editado o decreto legislativo em 60
dias, os valores cobrados durante a vigência
da MP permanecem devidos e não serão
restituídos.
Direito Tributário
Felipe Duque
Juiz de Direito – FCC 2020 –
Direito Tributário
Felipe Duque
Aprofundamentos
Direito Tributário
Felipe Duque
Anterioridade e revogação de
benefício fiscal
Direito Tributário
Felipe Duque
Anterioridade e revogação de benefício
fiscal
O ato normativo que revoga um benefício fiscal anteriormente concedido configura aumento indireto
do tributo e, portanto, está sujeito ao princípio da anterioridade tributária.
A jurisprudência do STF concebe que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da
anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente de revogação de benefícios
fiscais.
Assim, a alteração em programa fiscal, quando acarretar indiretamente a majoração de tributos, deve
respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal.
É a posição que prevalece.
STF. 1ª Turma. RE 1053254 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 26/10/2018.
STF. 1ª Turma. RE 983821 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 03/04/2018.
STF. 2ª Turma. RE 1091378 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 31/08/2018.
Direito Tributário
Felipe Duque
Direito Tributário
Felipe Duque
Onde caiu?
Direito Tributário
Felipe Duque
Aprofundando
Direito Tributário
Felipe Duque
(PGM Fortaleza 2018 CEBRASPE) O princípio da anterioridade do
exercício, cláusula pétrea do sistema constitucional, obsta a eficácia
imediata de norma tributária que institua ou majore tributo existente,
o que não impede a eficácia, no mesmo exercício, de norma que
reduza desconto para pagamento de tributo ou que altere o prazo
legal de recolhimento do crédito
Direito Tributário
Felipe Duque
Aprofundando
Tese fixada pelo STF:
I - No caso de um tributo sujeito duplamente à anterioridade de
exercício e à noventena, a lei que institui ou majora a imposição
somente será eficaz, de um lado, no exercício financeiro seguinte
ao de sua publicação e, de outro, após decorridos noventa dias da
data de sua divulgação em meio oficial. Logo, a contar da
publicação da lei, os prazos transcorrem simultaneamente, e não
sucessivamente.
(...)
STF. Plenário. ADI 5282/PR, Rel. Min. André Mendonça, julgado em
17/10/2022 (Info 1072).
Prof. Mateus
Pontalti
Direito Tributário
Felipe Duque
A majoração da alíquota da contribuição previdenciária do servidor público
para 13,25% não afronta os princípios da razoabilidade e
da vedação ao confisco" (Tema n. 933 do STF).
Direito Tributário
Felipe Duque
Nas palavras do Min. Edson Fachin:
Direito Tributário
Felipe Duque
Desembaraço Aduaneiro
Direito Tributário
Felipe Duque
Outras hipóteses
Direito Tributário
Felipe Duque
Outras hipóteses
Segunda Turma do STF assentou que "a submissão de contribuinte a
regime fiscal diferenciado, em virtude do inadimplemento reiterado não
constitui sanção política condenada pela jurisprudência desta Corte,
quando não inviabiliza o exercício da atividade empresarial" (STF, ARE
1.084.307 AGR / SP, Rel. Ministro GILMAR Mendes, SEGUNDA TURMA,
DJe de 18/03/2019)Segunda Turma do STF assentou que "a submissão
de contribuinte a regime fiscal diferenciado, em virtude do
inadimplemento reiterado não constitui sanção política condenada pela
jurisprudência desta Corte, quando não inviabiliza o exercício da atividade
empresarial" (STF, ARE 1.084.307 AGR / SP, Rel. Ministro GILMAR
Mendes, SEGUNDA TURMA, DJe de 18/03/2019)
(STJ; RMS 65.714; Proc. 2021/0033358-6; SE; Segunda Turma; Relª Min.
Assusete Magalhães; Julg. 22/02/2022; DJE 03/03/2022)
Direito Tributário
Felipe Duque
PRINCÍPIO DA NÃO LIMITAÇÃO AO
TRÁFEGO DE PESSOAS E BENS
Prof. Mateus
Pontalti
Direito Tributário
Felipe Duque
PRINCÍPIO DA NÃO LIMITAÇÃO AO TRÁFEGO DE
PESSOAS E BENS
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público
1 – Fundamento
2 – ICMS e pedágios
Direito Tributário
Felipe Duque
Natureza jurídica do pedágio
Direito Tributário
Felipe Duque
Sistematização
TAXA PREÇO PÚBLICO (TARIFA)
Regime jurídico de direito público. Regime jurídico de direito privado
O vínculo obrigacional é de natureza tributária O vínculo obrigacional é de natureza contratual,
(legal), não admitindo rescisão. admitindo rescisão.
O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito O sujeito ativo pode ser pessoa jurídica de direito
público. público ou privado.
O vínculo pode nascer independentemente de Há necessidade de válida manifestação de vontade
manifestação de vontade (compulsório), desde que para o surgimento do vínculo (facultativo).
definido em lei como de utilização compulsória.
Pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva ou Somente pode ser cobrada em virtude de utilização
potencial do serviço público. efetiva do serviço público.
Prescrição regida pelo CTN Prescrição regida pelo CC
Receita derivada. Receita originária.
Sujeita-se aos princípios tributários (legalidade, Não se sujeita aos princípios tributários.
anterioridade, noventena, etc.)
Direito Tributário
Felipe Duque
PROIBIÇÃO DAS ISENÇÕES
HETERÔNOMAS
Prof. Mateus
Pontalti
Direito Tributário
Felipe Duque
Art. 151. É vedado à União:
(...)
III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios.
Exceção:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: III - serviços de
qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar (...)
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar:
III –excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior
LC 116-2003: Art. 2º. O imposto não incide sobre: I – as exportações de serviços
para o exterior do País;
Não se aplica: Aos Tratados e convenções internacionais
Direito Tributário
Felipe Duque
Não se aplica:
Tratados e convenções internacionais
Direito Tributário
Felipe Duque
STF. Plenário. ADI 6660/PE, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 20/6/2022 (Info 1060).
Direito Tributário
Felipe Duque
Taxas
Direito Tributário
Felipe Duque
❖ Fatos geradores possíveis
❖ Art. 145, II, CF:
A União, Estados, Municípios e o Distrito Federal poderão instituir os seguintes
tributos:
(…)
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos à sua disposição.
❖ Art. 77 do CTN
As taxas cobradas pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, no âmbito de
suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e
indivisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Direito Tributário
Felipe Duque
❖ Competência
Direito Tributário
Felipe Duque
❖ Julgados
É inconstitucional lei municipal que, sob o fundamento do exercício do poder de
polícia, institui taxa em razão da fiscalização da ocupação e da permanência de
postes instalados em suas vias públicas.
Essa norma viola a competência privativa da União para legislar sobre energia (art.
22, IV, CF/88) e a competência exclusiva da União para fiscalizar os serviços de
energia e editar suas normas gerais sobre sua transmissão (arts. 21, XII, “b”; e 175,
CF/88).
STF. Plenário. ADPF 512/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/05/2023 (Info
1095).
Direito Tributário
Felipe Duque
❖ Em seu texto, o(a) candidato(a) deve versar sobre o princípio da
referibilidade tributária. A referibilidade constitui uma relação entre a
atividade estatal realizada, ou disponibilizada, pelo poder público em
contraprestação ao pagamento do tributo pelo contribuinte. Está
ligada à ideia de comutatividade e proporcionalidade entre o tributo
cobrado e a contrapartida oferecida pelo Estado. Enquanto, no caso
dos impostos, não há uma relação entre a arrecadação e a destinação
dos valores cobrados, em se tratando das taxas, é esperado que o
Estado empenhe os recursos arrecadados no serviço oferecido ou nas
atividades de fiscalização relacionadas ao tributo. Assim, a
referibilidade se manifesta de duas formas: (i) o valor cobrado deve ser
proporcional aos custos do serviço prestado ou aos custos da
fiscalização da atividade; e o produto do tributo deve ser utilizado pelo
Estado na prestação do serviço público ou na fiscalização da atividade.
O(A) candidato(a) deve, ainda, apresentar pelo menos um exemplo
Direito Tributário
Felipe Duque
❖ No quesito 2.1, são avaliados, portanto, os três elementos a seguir: (i)
explicação sobre a proporcionalidade da cobrança; (ii) explicação
quanto à vinculação da destinação dos recursos; e (iii) apresentação de
um exemplo prático. Obs.: serão consideradas corretas as respostas
que comentem o aspecto da vinculação das taxas, indicando haver
dissenso (jurisprudencial ou doutrinário) quanto à necessidade de se
destinar a taxa para um fim vinculado ou para determinada
contraprestação, desde que o faça de forma fundamentada.
Igualmente será considerada correta a resposta que adote a posição
do precedente da ADI 6145, explicando que o STF afirmou, ao tratar
das taxas para perícia e diligência, que somente a taxa prevista no art.
98, §2º, da Constituição, referente às custas e aos emolumentos, seria
vinculada. Não será considerada como correta a resposta que deixe de
comentar sobre esse aspecto da referibilidade. O texto do(a)
candidato(a) deve apresentar três dispositivos normativos adequados
Direito Tributário
Felipe Duque
❖ O(A) candidato(a) pode citar, por exemplo, o inciso II ou o § 1.º ou § 2.º do art.
145 da CF, devendo fazer a correlação entre o dispositivo citado e o princípio
em avaliação, por meio de um argumento jurídico fundamentado, coeso e
coerente. Por exemplo: a Carta Magna, nos §§ 1.º e 2.º do seu art. 145, prevê
que os impostos serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, ressalvando, todavia, que as taxas não poderão ter base de cálculo
própria de imposto. Isso se dá porque a base de cálculo e as alíquotas das taxas
devem ser calculadas com base no custo do serviço ou da fiscalização, e não da
capacidade econômica do contribuinte, o que é uma decorrência do princípio
da referibilidade, ainda que de forma implícita. Quanto ao dispositivo do CTN,
cabe menção ao parágrafo único ou ao caput do art. 77 ou ao art. 16 (nesse
segundo caso, a contrario sensu). Em relação à legislação ambiental, pode-se
citar § 2.º do art. 17-G da Lei n.º 6.938/1981. Também são admissíveis
exemplos que indiquem elementos do cálculo da taxa e expliquem que eles são
proporcionais aos custos de fiscalização ou potencial poluidor da atividade
(risco), e não à capacidade de pagamento do contribuinte.
Direito Tributário
Felipe Duque
❖ Outros dispositivos poderão ser apresentados pelo(a) candidato(a), desde que pertinentes e justificados em um destes
elementos: (i) destinação vinculada da arrecadação da taxa; ou (ii) cálculo da taxa ser proporcional ao serviço ou à
fiscalização. Para efeito de pontuação, somente será considerado um único exemplo correto por cada tipo de
legislação (CF, CTN e Lei n.º 6.938/1981). O(A) candidato(a) que apresentar mais de um exemplo em relação a cada
espécie de norma, se apresentar um ou mais exemplos equivocados, terá o desconto do quesito em valor proporcional
ao número de erros. No quesito 2.3, será avaliado se o(a) candidato(a) está familiarizado com a jurisprudência do STF
sobre o tema e com as teses jurídicas em debate. Não é necessário que o(a) candidato(a) indique numericamente o
precedente nem que apresente uma reprodução literal da ementa. Será avaliada a capacidade de compreensão, análise
e síntese das teses jurídicas e discussões estabelecidas nesses precedentes. A lista a seguir mostra exemplos de
precedentes que são pertinentes para o caso: 🕐 ARE 1085183 AgR, acerca da ilegitimidade da taxa de fiscalização de
estabelecimento (TFE) da Lei n.º 13.477/2002 do município de São Paulo 🕐 ADI 3704, acerca da destinação de
percentual das receitas públicas arrecadadas com o recolhimento de custas e emolumentos extrajudiciais do TJ/RJ ao
Fundo Especial da PGE/RJ 🕐 ADI 6145, acerca da inconstitucionalidade da taxa referente à realização de perícia e
diligências prevista na Lei n.º 15.838/2015 do estado do Ceará 🕐 ADI 5612, acerca da taxa do serviço público
adjudicatório do TJ/SP 🕐 AI 245539 AgR, acerca da ilegalidade da taxa de coleta de lixo e limpeza pública do
município do Rio de Janeiro 🕐 ADI-MC-QO 2.551, acerca da taxa de expediente do estado de Minas Gerais 🕐 ADI
5564, acerca da utilização das taxas cobradas pelo Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso 🕐 ADI 4785,
acerca da taxa de fiscalização de recursos minerais O rol precedente não é taxativo ou exauriente. A avaliação da
questão será pautada em verificar se foram indicados exemplos práticos de casos julgados pelo STF e se foi apontado
que a Suprema Corte reconhece a validade do princípio da referibilidade, cuja tese foi assim sintetizada pelo STF: “6. A
taxa é tributo vinculado cuja hipótese de incidência consiste numa atuação estatal direta e imediatamente referida ao
obrigado. Logo, trata-se de espécie tributária regida pelo ideal da comutatividade ou referibilidade, de modo que o
contribuinte deve suportar o ônus da carga tributária em termos proporcionais à fiscalização a que submetido ou aos
serviços públicos disponibilizados à sua fruição” (ADI 4785).
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❖ Análise da taxa de polícia
Art. 78 do CTN
Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática
de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente
à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção
e do mercado, ao exercício de atividades econônicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou
ao respeito à propriedade e os direitos individuais ou coletivos.
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❖ O que significa regular exercício do poder de polícia?
❖ Art. 145, II, CF:
A União, Estados, Municípios e o Distrito Federal poderão instituir os seguintes tributos:
(…)
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição
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❖ O que significa regular exercício do poder de polícia?
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❖ Aprofundamento
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❖ Julgados
É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal.
A prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo
consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88.
A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de impostos (e
não por taxa).
Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio, o Município venha a
se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o rótulo de taxa.
Tese fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no
campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a
viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim.”
STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871).
Caso concreto: no Distrito Federal foi editada lei distrital instituindo taxa de
segurança para eventos. O fato gerador dessa taxa seria a prestação, em eventos
com fins lucrativos e promocionais, de serviços da Polícia Civil, da Polícia Militar, do
Corpo de Bombeiros Militar ou do Departamento de Trânsito.
O STF reputou inconstitucional essa previsão.
É inconstitucional a cobrança de taxa de segurança para eventos, visto que a
segurança pública deve ser remunerada por meio de impostos, já que constitui
serviço geral e indivisível, devido a todos os cidadãos, independentemente de
contraprestação.
STF. Plenário. ADI 2692/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 30/9/2022 (Info
1070).
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❖ Análise da taxa de Serviço
❖ Serviço específico e divisível
Art. 79 do CTN
Os serviços públicos a que se refere o art. 77 consideram-se:
(…)
II – específicos, quando possam ser declarados em unidades
autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade
pública;
III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização,
separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
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❖ Serviços que não podem ser remunerados por
taxas:
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❖ Segurança Pública
EMENTA: TAXA DE SEGURANÇA PÚBLICA. Por aparente ofensa ao art. 144, caput, inciso V
e § 5º da CF (…), o Tribunal deferiu medida liminar em ação direta de inconstitucionalidade
proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, para suspender, com
eficácia ex nunc e até final do julgamento da ação, a expressão ”serviço ou atividade
policial-militar, inclusive policiamento preventivo:, constante do art. 2º bem como da Tabela
V, ambos da Lei n. 6.010/96, do Estado do Pará, que institui a Taxa de Segurança (…)
Entendeu-se que, sendo a segurança pública dever do Estado e direito de todos exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio
através, entre outras, da polícia militar, só pode ser sustentada por impostos, e não por taxa.
(ADInMC n. 1.942/PA, Pleno, rel. Min. Moreira Alves, j em 05-05-1999)
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❖ Limpeza Pública
• STJ
EMENTA: TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA. TRIBUTÁRIO. TAXA DE LIMPEZA URBANA. LEI N.
6.989/96-SP (…) A taxa de Limpeza Urbana, no modo como disciplinada no Município de São
Paulo, remunera – além dos serviços de ”remoção de lixo domiciliar” – outros que não
aproveitam especificamente ao contribuinte (”varrição, lavagem e capinação”;
desentupimento de bueiros e bocas de lobo”); (…) tudo com afronta aos arts. 77, caput, e 79,
II, do Código Tributário Nacional. Embargos de divergência acolhidos. (Ediv-Resp 102.404/SP,
1a T., rel Min. Ari Pargendler. 1997)
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❖ Iluminação Pública
• Asfaltamento
Igualmente, o STF se posicionou pela inconstitucionalidade da taxa de
pavimentação asfáltica.
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❖ Taxa de incêndio
RE 643247
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❖ Análise da taxa de Serviço
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❖ Julgados
•
Os Estados possuem competência para dispor sobre instituição de taxas de
polícia cobradas em função de atividades tais como:
- fiscalização e vistoria em estabelecimentos comerciais abertos ao público
(casas noturnas, restaurantes, cinemas, shows);
- expedição de alvarás para o funcionamento de estabelecimentos de que
fabriquem, transportem ou comercializem armas de fogo, munição, explosivos,
inflamáveis ou produtos químicos;
- expedição de atestados de idoneidade para porte de arma de fogo, tráfego
de explosivos, trânsito de armas em hipóteses determinadas; e
- atividades diversas com impacto na ordem social, no intuito de verificar o
atendimento de condições de segurança e emitir as correspondentes
autorizações essenciais ao funcionamento de tais estabelecimentos.
STF. Plenário. ADI 3770, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
Direito Tributário
13/09/2019.
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❖ A Base de Cálculo nas taxas
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❖ Taxas de serviços urbanos
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❖ Taxa de Licenciamento e Importação
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❖ Coincidência parcial com base de cálculo do imposto
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❖ A Base de cálculo e as custas processuais
❖ Tributo comutativo
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❖ Resumo
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TAXA PREÇO PÚBLICO (TARIFA)
Regime jurídico de direito público. Regime jurídico de direito privado
O vínculo obrigacional é de natureza tributária O vínculo obrigacional é de natureza contratual,
(legal), não admitindo rescisão. admitindo rescisão.
O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito O sujeito ativo pode ser pessoa jurídica de direito
público. público ou privado.
O vínculo pode nascer independentemente de Há necessidade de válida manifestação de vontade
manifestação de vontade (compulsório), desde que para o surgimento do vínculo (facultativo).
definido em lei como de utilização compulsória.
Pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva ou Somente pode ser cobrada em virtude de utilização
potencial do serviço público. efetiva do serviço público.
Prescrição regida pelo CTN Prescrição regida pelo CC
Receita derivada. Receita originária.
Sujeita-se aos princípios tributários (legalidade, Não se sujeita aos princípios tributários.
anterioridade, noventena, etc.)
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❖ Quando o serviço deve ser remunerado por tarifa ou taxa?
Serviços públicos essenciais ao interesse público: Taxa, desde que a lei os considere
obrigatórios
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❖ Água e Esgoto
• STJ
”Este tribunal Superior, encampando entendimento sedimentado no
Pretório Excelso, firmou posição no sentido de que a contra-prestação
cobrada por concessionárias de serviço público de água e esgoto
detém natureza jurídica de tarifa ou preço público”(EREsp 690.609/RS,
rel. Min. Eliana Calmon, 2008.
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❖ Julgados
• É legítima a cobrança das custas judiciais e das taxas judiciárias tendo por
parâmetro o valor da causa, desde que fixados valores mínimos e máximos.
A fixação desses valores mínimos e máximos deve ser feita para se atender ao
entendimento sumulado do STF:
Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa
judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.
STF. Plenário. ADI 5688/PB, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min.
Dias Toffoli, julgado em 22/10/2021 (Info 1035).
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❖ Julgados
• É constitucional a Taxa de Registro de Contratos devida pelo exercício regular
do poder de polícia ao Detran/PR, prevista no § 1º do art. 3º da Lei nº
20.437/2020, do Paraná, observada a equivalência razoável entre o valor
exigido do contribuinte e os custos referentes ao exercício do poder de polícia.
STF. Plenário. ADI 6737/PR, Rel. Min. Carmem Lúcia, julgado em 7/6/2021 (Info
1020).
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❖ Julgados
• A atividade desenvolvida pelo Estado no âmbito da segurança pública é
mantida ante impostos, sendo imprópria a substituição, para tal fim, de taxa.
STF. Plenário. ADI 4411, Rel. Marco Aurélio, julgado em 18/08/2020 (Info 992 –
clipping).
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❖ Julgados
• O STF declarou a inconstitucionalidade de Lei do Estado do Amapá, que instituiu a Taxa de Controle,
Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Exploração e Aproveitamento de Recursos
Hídricos (TFRH).
A Corte entendeu que o valor cobrado é muito superior em relação ao custo da atividade estatal
relacionada (fiscalização das empresas que exploram recursos hídricos). Logo, não há
proporcionalidade entre o custo da atividade estatal e o valor que será pago pelos particulares pela
taxa. Isso viola as características da taxa, que é um tributo orientado pelo princípio da retributividade
e que possui caráter contraprestacional e sinalagmático.
Além disso, a lei previa que apenas 30% dos valores arrecadados com a taxa seriam utilizados em
atividades relacionadas com a política de recursos hídricos e os 70% restantes iriam para a conta
única do Tesouro Estadual. Isso demonstra o caráter arrecadatório desta taxa.
Por fim, ao onerar excessivamente as empresas que exploram recursos hídricos, a referida taxa
adquiriu feições verdadeiramente confiscatórias, dificultando, ou mesmo inviabilizando, o
desenvolvimento da atividade econômica. Houve, portanto, violação ao que prevê o art. 150, IV, da
CF/88, que proíbe que os tributos sejam utilizados com efeito de confisco.
STF. Plenário. ADI 6211/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/12/2019 (Info 962).
Direito Tributário
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❖ Julgados
A isenção do recolhimento da taxa para emissão, renovação, transferência e
expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo particular
prevista no art. 11, § 2º, da Lei nº 10.826/2003 não se estende aos policiais
rodoviários federais aposentados.
STJ. 1ª Turma.REsp 1530017-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em
21/09/2017 (Info 612).
Direito Tributário
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❖ Julgados
É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal.
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❖ Julgados
Como o tema já caiu em provas:
Direito Tributário
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❖ Julgados
Direito Tributário
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❖ Julgados
É constitucional a instituição, por meio de lei estadual, de taxas de controle,
monitoramento e fiscalização de atividades de pesquisa, lavra, exploração e
aproveitamento de recursos minerários (TFRM).
A base de cálculo das taxas minerárias deve guardar razoável proporcionalidade
entre a quantidade de minério extraído e o dispêndio de recursos públicos com a
fiscalização dos contribuintes, observados os princípios da proibição do confisco e
da precaução ambiental.
STF. Plenário. ADI 4785/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 1/8/2022 (Info
1062).
STF. Plenário. ADI 4786/PA, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 1/8/2022 (Info
1062).
STF. Plenário. ADI 4787/AP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1/8/2022 (Info 1062).
Direito Tributário
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Como o tema já caiu em concursos:
(FGV – SEFAZ-MT – 2023) Estado Alfa instituiu, por lei estadual, uma taxa de controle, acompanhamento e fiscalização das atividades
de pesquisa, lavra, exploração recursos aproveitamento de minerários pertencentes à União no território estadual. A base de cálculo
da referida taxa é a tonelada de minério extraído.
Acerca desse cenário, à luz do entendimento do Supremo Tribunal Federal, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
A)O legislador estadual criou uma taxa qualificada como taxa de serviço público, devida pela prestação de serviço público especifico
e divisível de fiscalização da extração mineral, em razão do volume de minério extraído.
B)É admissível a utilização, a título de elemento para a quantificação tributária dessa taxa, do volume de minério extraído.
C)Os recursos minerais sendo de propriedade da União, somente esta, por lei federal, pode instituir a referida taxa em razão do
exercício do poder de policia.
D)Tal taxa viola a competência privativa da União para legislar sobre tributação de atividade extrativa mineral.
E)A base de cálculo fixada, isto é, a tonelada de minério extraída, configura base de cálculo idêntica àquela de imposto, sendo
indevida tal fixação.
Gabarito:
Direito B
Tributário
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❖ Julgados
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A cobrança do ICMS-DIFAL de empresas optantes do Simples Nacional deve ter
fundamento em lei estadual em sentido estrito.
O STF, por ocasião do julgamento do RE 970.821, fixou tese a seguinte tese
no Tema 517: “É constitucional a imposição tributária de diferencial de alíquota do
ICMS pelo Estado de destino na entrada de mercadoria em seu território devido por
sociedade empresária aderente ao Simples Nacional, independentemente da
posição desta na cadeia produtiva ou da possibilidade de compensação dos
créditos.”
Vale ressaltar, contudo, que o Tema 517 não dispensa a obrigatoriedade de lei
estadual disciplinando a cobrança do ICMS-DIFAL. Assim, ao final da tese fixada
no Tema 517, é possível acrescentar o seguinte trecho: “, desde que prevista em lei
estadual em sentido estrito.”
Em suma: a cobrança do ICMS-DIFAL de empresas optantes do Simples Nacional
deve ter fundamento em lei estadual em sentido estrito.
STF. Plenário. ARE 1.460.254/GO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/11/2023
(Repercussão Geral – Tema 1.284) (Info 1118).
Prof.Felipe Duque
Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: TJ-SC Prova: FGV - 2024 - TJ-SC - Juiz Substituto
A sociedade Doces XXX Ltda., localizada no Estado Alfa, é conhecida por seus doces derivados
de queijo. Sabendo que o Estado Beta possui uma indústria queijeira famosa pela qualidade,
resolve comprar sua matéria-prima de fornecedores do Estado Beta.
Art. 1º, CPC O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as
normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil ,
observando-se as disposições deste Código.
Princípios
Devido Processo Legal
A noção de devido processo legal (due processo of law) diz respeito ao processo conforme não
apenas à lei, mas ao Direito como um todo. O devido processo legal é composto de uma série de
garantias processuais, como:
CF, Art. 5º, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
A previsão é hoje reforçada pelo art. 8º do CPC, que alude à proporcionalidade e à razoabilidade.
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência
Contraditório
O contraditório é uma das garantias asseguradas pelo devido processo legal e, grosso modo,
garante que os jurisdicionados participem do processo e, por meio de suas manifestações,
efetivamente influenciem o convencimento judicial.
Dimensão substancial: concepção mais moderna do contraditório, que, além da ciência e da reação,
é composta pelo poder ou direito de influência. Trata-se da possibilidade de as partes não apenas se
manifestarem, mas de suas manifestações serem efetivamente levadas em consideração, de
influenciarem o magistrado em seu convencimento judicial. É o direito não apenas de se manifestar,
mas de ser também ouvido. Relaciona-se com o modelo cooperativo de processo (art. 6º do CPC) e
com o direito de influência (coparticipação no processo).
A garantia ao contraditório está presente na CF, no rol de direitos fundamentais, além de em
diplomas internacionais:
Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerente
Vedação às decisões-surpresa (art. 10 do CPC): o art. 10 do CPC dispõe que ao juiz é vedado decidir
com base em fundamento sobre o qual as partes não puderam se manifestar. A regra vale para
qualquer grau de jurisdição e ainda que se trate de matéria sobre a qual o juiz deva decidir de ofício.
CPC, Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III ;
III - à decisão prevista no art. 701 .
CPC, Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de
matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Ampla defesa
A ampla defesa está prevista constitucionalmente no mesmo dispositivo que prevê o contraditório
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes
A violação à ampla defesa muitas vezes constitui, também, uma violação ao contraditório e
vice-versa.
O traço distintivo entre ambos é de a defesa é a outra face da ação. Da mesma forma que o autor
possui direito à ação, o réu possui o direito de defender-se de forma ampla, com todas as
prerrogativas que lhe são garantidas – contestar, recorrer, ser representado por advogado, produzir
provas etc
Princípio da Adstrição
Para a doutrina:
"[...] a resposta apresentada pelo magistrado deve se conformar com o pedido formulado pelo autor
na petição inicial, pelo réu na contestação ou pelo réu e/ou pelo terceiro reconvinte, sob pena de o
pronunciamento ser considerado extra petita, ultra petita ou citra petita, acarretando as
consequências identificadas em linhas seguintes [...]" (MONTENEGRO FILHO, Misael. Novo Código
de Processo Civil Comentado. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2018, p. 148/145).
Art 2º, CPC – O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as
exceções previstas em lei
Art 141, CPC - O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo defeso conhecer de
questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
O limite da sentença é o pedido, com a sua fundamentação. O afastamento desse limite caracteriza
as sentenças citra petita, ultra petita e extra petita, o que constitui vícios e, portanto, acarreta a
nulidade do ato decisório.
Sentença “ultra petita” é aquela na qual o juiz concede mais do que foi pedido pelo autor; - Não
precisa ser anulada, mas o Tribunal pode reduzir o pedido;
Sentença “citra petita” é aquela na qual o juiz concede menos do que foi pedido pelo autor
(cuidado; aqui o problema é na fundamentação, pois é possível que o pedido seja julgado
parcialmente procedente…);
Sentença “extra petita” é aquela na qual o juiz concede pedido diverso daquele postulado pelo
autor. Pode dizer respeito ao pedido mediato (objeto da relação de direito material; bem da vida), ou
ao pedido imediato (tutela jurisdicional).
Princípio da Motivação
O princípio da motivação (fundamentação) das decisões está também previsto no art. 93, IX, da
Constituição Federal:
Art. 93 [...] IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à
informação;
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.
Art. 489 [...] § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
[...]
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;".
Princípio da Cooperação
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
A cooperação (ou colaboração) pode ser compreendida como o dever, imposto a todos que
participam do processo, de colaborar com a adequada prestação jurisdicional. Tal dever inclui a
exigência de que as partes ajam de boa-fé, de forma proba e leal durante todo o processo,
envidando esforços para que a sentença seja prolatada de forma justa, célere e efetiva.
Pode-se afirmar que o CPC adere ao sistema de justiça multiportas, pois incentiva a resolução de
conflitos por outros meios que não apenas a jurisdição estatal. Trata-se, inclusive, de norma
fundamental (art. 3º do CPC). Tanto meios de resolução de litígio autocompositivos quanto os meios
heterocompositivos se incluem no conceito de jurisdição multiportas, que os engloba.
Autotutela: solução do conflito mediante a imposição de uma das partes, pelo uso da força. Em
regra, é vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro, sendo inclusive crime “fazer justiça pelas
próprias mãos” (art. 345 do CP). Ex: Direito de greve (arts. 9º e 37, VII, ambos da CF);Desforço
imediato no esbulho possessório (art. 1.210, § 1º, do CC);Legítima defesa (art. 118, I, do
CC);Autoexecutoriedade dos atos administrativos;Direito de retenção (arts. 681, 708, 742, 1.219,
todos do CC).
CPC, art. 165, § 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo
anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer
tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as
partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo
que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções
consensuais que gerem benefícios mútuos.
A arbitragem e seu procedimento são disciplinados pela Lei nº 9.307/96 (Lei de Arbitragem). É
utilizada para a resolução de conflitos que versem sobre direitos patrimoniais disponíveis.
Além da arbitra ilidade objetiva e subjetiva, os procedimentos arbitrais em que seja parte a Fazenda
possuem requisitos adicionais.
A arbitragem deve ser de direito: a decisão arbitral pode ser proferida com base em normas jurídica
(arbitragem de direito) ou com base no senso de justiça do árbitro (arbitragem por equidade). A
arbitragem que tenha como parte a Administração Pública necessariamente deverá ser de direito,
em obediência ao princípio da legalidade.
Publicidade (arbitragem não pode ser sigilosa): uma das principais características do procedimento
arbitral, em contraposição à justiça estatal, é o sigilo. Via de regra, os procedimentos arbitrais são
sigilosos. Mas as arbitragens em que a Administração Pública é parte devem respeitar o princípio da
publicidade.
Litisconsórcio
Litisconsórcio é a cumulação subjetiva de demandas, na medida em que basta a existência plural de
autores e/ou réus para que haja a verificação do fenômeno, formando verdadeiro processo
cumulativo. (Rol exaustivo)
“Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou
passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito”.
CLASSIFICAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO
Utiliza-se normalmente os seguintes critérios para classificar o tipo de litisconsórcio:
(a) Posição processual na qual foi formado;
(b) Momento de sua formação;
(c) Obrigatoriedade ou não;
(d) Destino dos litisconsortes no plano material.
Posição processual: o litisconsórcio poderá ser ativo, passivo e misto, de acordo com a pluralidade
de pessoas na demanda (se vários autores, vários réus ou ambos).
Momento de sua formação: inicial ou ulterior, inicial se já se iniciou com as partes reunidas, e
posterior se o litisconsórcio se formou depois da propositura da ação (ex. chamamento ao processo).
Destino dos litisconsortes no plano material: aqui o litisconsórcio pode ser classificado em simples,
quando os litisconsortes serão tratados de forma diferente, ou unitário, hipótese em que os
litisconsortes serão tratados de forma uniforme.
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO vs UNITÁRIO
• Nem sempre o litisconsórcio necessário será unitário, embora isso ocorra na maioria das vezes.
• É importante ter em mente que a obrigatoriedade do litisconsórcio diz respeito ao momento
inicial da demanda, enquanto que a unitariedade se refere ao momento da decisão do litigio.
• Dessa forma, o litisconsórcio será necessário e unitário sempre que a citação de todos for
obrigatória e a sentença deva ser uniforme para todos os litisconsortes (caso a sentença possa ser
distinta, será necessário, mas simples).
“Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação
jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser
litisconsortes."
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de
decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes”
LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO
CHAMAMENTO AO PROCESSO
O chamamento ao processo é intervenção de terceiro, criada pelo CPC/73, em que fiadores e
devedores solidários chamam ao processo o responsável principal ou os corresponsáveis, para que
assumam a posição de litisconsorte e fiquem submetidos à coisa julgada.
1- É uma intervenção de terceiro provocada, que só pode ser feita pelo réu.
2- É uma provocação opcional. O réu chama outrem ao processo se quiser.
3- só se aplica aos processos de conhecimento.
4- é uma intervenção que se funda em uma relação de solidariedade entre chamante e
chamado.
O propósito dessa intervenção é ampliar o polo passivo de modo a que eventual condenação possa
ser contra todos e aquele que vier a pagar a dívida já possa se voltar contra o outro no mesmo
processo, pois este outro também ficou submetido à coisa julgada.
Terceiro é aquele que não é parte no processo, que não é sujeito parcial do contraditório - seja
porque nunca foi, seja porque foi excluído da lide.
Vedações:
Nos Juizados Especiais, não se admite intervenção de terceiro. Ocorre que o art. 1.062 CPC/15
revogou parcialmente a vedação para permitir a desconsideração da personalidade jurídica.
Na ADI, ADC e ADPF não cabe intervenção de terceiro (art. 7º, Lei n. 9.868/99). Salvo, amicus curiae
Assistência
É a intervenção espontânea na qual pela qual um terceiro ingressa em processo alheio para auxiliar
uma das partes.
Pode se dar em qualquer momento da fase de conhecimento. A intervenção poderia se dar desde a
petição inicial, até o trânsito em julgado. Contudo, os atos já praticados estarão protegidos pela
preclusão e não serão repetidos, devendo o assistente a assumir o processo no estado em que se
encontra.
Saibam também que o STJ já decidiu que a assistência pode acontecer em qualquer momento
processual, desde que seja possível influenciar o resultado final da lide. Assim, o assistente não
pode intervir para fazer sustentação oral ou apresentar manifestação escrita quando já tiver
começado o julgamento do recurso especial.
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em
que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
Assistência
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e
sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será
considerado seu substituto processual.
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido,
desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos
controvertidos.
(...)Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir
na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido
CHAMAMENTO AO PROCESSO
O propósito dessa intervenção é ampliar o polo passivo de modo a que eventual condenação possa
ser contra todos e aquele que vier a pagar a dívida já possa se voltar contra o outro no mesmo
processo, pois este outro também ficou submetido à coisa julgada.
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na
contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o
chamamento.Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção
judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.
Denunciação à lide
Na denunciação à lide, o autor ou o réu trazem ao processo um terceiro que tem responsabilidade
de ressarci-lo pelos eventuais danos advindos do resultado.
Características
Na denunciação à lide, há uma relação jurídica entre denunciante e denunciado E outra relação
jurídica totalmente diversa entre autor e denunciante. O denunciado (C), portanto, não tem nenhuma
relação com o autor (adversário do denunciante).
Desconsideração da personalidade jurídica – ART. 133 a 137, CPC
Por meio desta, levanta-se o véu (piercing the corporate veil) protetivo da pessoa jurídica e busca-se
o patrimônio dos sócios. Seu objetivo é retirar pontualmente a autonomia patrimonial em casos nos
quais há abuso da personalidade jurídica da pessoa jurídica, utilizando-a como meio para cometer
fraudes e ocultar patrimônio. Pode-se, portanto, incluir no polo passivo e responsabilizar
patrimonialmente os sócios mesmo que esses não façam parte do título executivo exequendo.
Características
Segundo Didier, amicus curiae (amigo da corte) é o terceiro que, espontaneamente, a pedido da
parte ou por provocação do órgão jurisdicional, intervém no processo para fornecer subsídios que
possam aprimorar a qualidade da decisão.
Amicus curiae é diferente de perito. Perícia é meio de prova, sendo que o perito submete-se às
regras de impedimento e suspeição e recebe honorários. Também é diferente de assistência.
Amicus curiae dá sua opinião sobre a causa, em toda a sua complexidade, sobretudo em questões
técnico jurídicas. Não recebe honorários e não se submete às regras de impedimento e suspeição.
Existem alguns diplomas legislativos que já previam a figura do amicus curiae, no entanto, o Código
de Processo Civil de 2015 regulou de maneira inovadora, vejamos:
AMICUS CURIAE
Para sua intervenção, há requisitos objetivos e subjetivos.
requisitos objetivos: que se trate de causa relevante, OU com tema muito específico OU que tenha
repercussão social, requisitos esses alternativos.
requisitos subjetivos: pode ser pessoa natural, jurídica ou órgão ou entidade especializada. Ademais,
é imprescindível que haja representatividade adequada, isto é, a ligação do amicus curiae com a
relação jurídica litigiosa.
A intervenção pode ser solicitada pelo ente ou pessoa interessada a ser amicus curiae, mas também
pode ocorrer de ofício pelo juízo.
O STF entende que o amicus pode pedir sua intervenção até a data em que o relator liberar o
processo para inclusão em pauta. No entanto, o STF, em decisão monocrática, já admitiu exceção a
essa regra, pois: a) existia grande relevância no caso; b) a manifestação do requerente poderia trazer
notória contribuição para o julgamento da causa.
PODERES DO AMICUS CURIAE
Antes do CPC/15, como a figura do amicus curiae era mais recorrente no controle concentrado de
constitucionalidade (Leis n.º 9.868/99 e 9.882/99), o STF decidiu sobre seus poderes. O STF entendia
os poderes do amicus curiae antes do CPC/15 da seguinte forma:
“Art. 138, § 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir
os poderes do amicus curiae”.
Para sua intervenção, há requisitos objetivos e subjetivos.
Assim, nos termos do CPC/15, O juiz irá decidir pela admissão ou não do amicus curiae na demanda
e, admitindo-o, irá definir os poderes processuais do amicus curiae, não podendo ir contrariamente à
lei (ex: autorizar o amicus curiae a recorrer; retirar o prazo de 15 dias para se manifestar).
De todo modo, a tendência são os poderes definidos pelo STF (anteriormente mencionados)
continuarem.
E sobre a possibilidade de recorrer? De fato, o art. 138 e seus parágrafos dão a entender que o
amicus curiae não pode recorrer, salvo opor embargos de declaração ou recorrer do IRDR (há o
entendimento doutrinário (enunciado 391, FPPC) de que poderia recorrer dos recursos repetitivos
também).
Por fim, da decisão que que admite ou solicita, o art. 138, caput, é claro em mencionar a sua
irrecorribilidade.
PROCESSOS ESTRUTURAIS
Se desenvolveu nos EUA a partir de alguns casos no final XX referente à dessegregação das escolas
americanas - era preciso tomar uma série de providencias para que a situação consolidada se
reestruturasse.. Ex: presídios, acessibilidades, asilos.
É necessário distinguir três conceitos:
ADPF 347 – ESTADO DE COISA INCONSTITUCIONAL Nessa ação, o STF reconheceu a existência
de um “estado de coisas inconstitucional” no sistema prisional brasileiro. Isso significa que há uma
grave e massiva violação de direitos fundamentais dos presos. Entre os problemas estão celas
superlotadas e imundas, falta de água e materiais de higiene básicos, proliferação de doenças,
agressões e estupros, além da ausência de oportunidades de estudo e trabalho. O STF determinou
um conjunto de medidas para reduzir a superlotação das prisões e melhorar as condições de
encarceramento
Processo estrutural: o processo judicial que tem por objeto um problema estrutural. O processo
estrutural tem 5 características essenciais:
2.Finalidade é fazer uma transição entre a situação de desconformidade atual para a situação de
conformidade desejada. Todo processo estrutural pressupõe a necessidade de construção de um
modelo de transição.
3.Deve ser organizado em duas grandes fases, ou seja, é um procedimento bifásico. Fase 1:
constatação do estado de desconformidade e determinar qual o estado desejado/Fase 2:
Implementação da determinação genérica = Isso é diferente de um fase de conhecimento e fase de
execução, pois a atividade cognitiva da segunda fase é intensa e isso não deve ocorrer na execução.
(modo/ tempo/ definição das regras de transição).
5.Consensualidade –
Decisão estrutural: Decisão que encerra a primeira fase, que constata a situação de desconformidade
e define o estado de coisas a ser alcançada. Possui uma natureza das decisões tradicionais, as não
estruturais, pois essas sempre trazem uma regra, uma prescrição de conduta. No caso da decisão
estrutural essa possui um conteúdo de princípio. Estabelece um estado ideal de coisas a serem
alcançados, sem necessariamente dizer como isso vai ser alcançado.
Como, quais regras de transição serão necessárias para se atingir isso é uma decisão para essa
segunda fase. (modo, tempo e grau de transformação)
Surgirão uma série de decisões “em cascata” para se chegar a esse estado de coisa ideal.
Sim, ele possui todos instrumentos de flexibilidade: atipicidade , art 356 cpc, 327,§ 2º
d) Repristinatórios:
Efeitos da declaração de inconstitucionalidade
• Art. 52, X, da CF: Compete ao SF suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
• Teoria da abstrativização
Efeitos da declaração de inconstitucionalidade
• São, na maioria dos casos, prestacionais, o que traz maiores dificuldades (custos).
• Disputa doutrinária:
a) Primeira corrente: Não é possível extrair diretamente das normas constitucionais que veiculam
direitos sociais um direito subjetivo a uma prestação estatal.
b) Segunda corrente: Não há direito subjetivo, mas Poder Judiciário pode verificar
proporcionalidade e razoabilidade das políticas públicas já implementadas.
c) Terceira corrente (MAJORITÁRIA + STF/STJ): são direitos subjetivos garantidos prima facie,
podendo ser ponderados com dificuldades econômicas, políticas e institucionais, desde que
respeitado o mínimo existencial.
d) Quarta corrente: São sempre direitos subjetivos definitivos.
Aplicabilidade dos Direitos Sociais
C) Mínimo existencial
Organização político-administrativa
• Estado federal
Organização político-administrativa
• Competências legislativas
A) Competência legislativa exclusiva para legislar sobre assuntos de interesse local (artigo 30,
inciso I, da CF/88).
B) Competência legislativa concorrentes:
Poder Constituinte
• Titularidade:
a) Doutrina minoritária: Nação.
b) Doutrina majoritária: Povo.
• Natureza jurídica
a) Doutrina minoritária: Poder de direito.
b) Doutrina majoritária: Poder de fato.
STF (ADI 2.356-MC).
Poder Constituinte
• Características
a) Inicial (anterior): criação de nova ordem jurídica.
Obs.: Primazia estrutural e não exatamente cronológica.
Crítica: decisões não surgem do nada. Histórico-cultural.
b) Autônomo (exclusivo): não se concebe a existência de dois PCOs em uma comunidade política.
Poder Constituinte
• Características:
a) Derivado.
b) Subordinado.
c) Condicionado.
• Adaptabilidade x Estabilidade.
• Revisão Constitucional
Art. 3º do ADCT: A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional, em sessão unicameral.
Temos, expressamente:
▪ Limites formais: quórum de maioria absoluta e sessão unicameral.
• Emendas constitucionais.
▪ São o meio ordinário de alteração do texto constitucional.
▪ Art. 60 da CFRB/88.
▪ Limites formais:
a) Iniciativa:
I) de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II) do Presidente da República; ou
III) de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
Poder Constituinte
b) Quórum de aprovação: A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros (art. 60, §2º, da CF).
d) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 60, §5º, da CF).
Poder Constituinte
▪ Limite circunstancial: A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal,
de estado de defesa ou de estado de sítio (art. 60, §1º, da CF).