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Revisão de Véspera - PGE-RJ (Residência Jurídica)

O documento aborda a improbidade administrativa, destacando que entes públicos podem propor ações e acordos de não persecução civil. A Lei 14.230/2021 é mencionada, enfatizando a necessidade de dolo para a tipificação de atos de improbidade e a irretroatividade de suas disposições. Também são discutidas sanções e direitos relacionados a concursos públicos e a devolução de valores pagos indevidamente aos servidores.
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Revisão de Véspera - PGE-RJ (Residência Jurídica)

O documento aborda a improbidade administrativa, destacando que entes públicos podem propor ações e acordos de não persecução civil. A Lei 14.230/2021 é mencionada, enfatizando a necessidade de dolo para a tipificação de atos de improbidade e a irretroatividade de suas disposições. Também são discutidas sanções e direitos relacionados a concursos públicos e a devolução de valores pagos indevidamente aos servidores.
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Direito Administrativo

Prof. Rodolfo Penna


@Rodolfo.penna
Examinadores
ALICE BERNARDO VORONOFF DE MEDEIROS;
AMANDA COLCHETE PINTO;
DENIS MOREIRA MONASSA MARTINS;
HELOÁ PAULA DA SILVA MENDES GOMES;
MARCUS VINÍCIUS CARDOSO BARBOSA;
NATHALIE CARVALHO GIORDANO MACEDO
Improbidade Administrativa

Prof. Rodolfo Penna


@rodolfo.penna
Informativo 1066
Improbidade Administrativa

• Os entes públicos que sofreram prejuízos em razão de atos de improbidade também


estão autorizados, de forma concorrente com o Ministério Público (MP), a propor ação e
a celebrar acordos de não persecução civil em relação a esses atos. ADI 7042/DF,
relator Min. Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em 31.8.2022; ADI 7043/DF,
relator Min. Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em 31.8.2022.
• No tocante ao polo passivo, não deve existir obrigatoriedade de defesa judicial do
agente público que cometeu ato de improbidade por parte da Advocacia Pública, pois
a sua predestinação constitucional, enquanto função essencial à Justiça, identifica-se
com a representação judicial e extrajudicial dos entes públicos. Contudo, permite-se
essa atuação em caráter extraordinário e desde que norma local assim disponha.
Informativo 1065
Improbidade Administrativa

“É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação dos atos de


improbidade administrativa, exigindo-se — nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA — a presença do
elemento subjetivo — DOLO;
2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 — revogação da modalidade culposa do ato de
improbidade administrativa —, é IRRETROATIVA, em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da
Constituição Federal, não tendo incidência em relação à eficácia da coisa julgada; nem
tampouco durante o processo de execução das penas e seus incidentes;
Informativo 1065
3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa culposos
praticados na vigência do texto anterior da lei, porém sem condenação transitada em
julgado, em virtude da revogação expressa do texto anterior; devendo o juízo competente
analisar eventual dolo por parte do agente;
4) O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é IRRETROATIVO, aplicando-se
os novos marcos temporais a partir da publicação da lei.” ARE 843989/PR, relator Min.
Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em 18.8.2022
Improbidade Administrativa
Dolo

Art. 1º (...) § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar


o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a
voluntariedade do agente.
Improbidade Administrativa
Dolo específico

§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção,


promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente
haverá improbidade administrativa, na aplicação deste artigo, quando for
comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter
proveito ou benefício indevido para si ou para outra pessoa ou entidade.
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos de
improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis especiais e a
quaisquer outros tipos especiais de improbidade administrativa instituídos
por lei.
Improbidade Administrativa
Sanções
Perda dos bens Perda da Suspensão dos Multa civil Proibição de
e valores função pública direitos contratar e
políticos receber
benefícios

Art. 9º Sim Sim Até 14 anos Equivalente ao Até 14 anos


acréscimo
patrimonial
Art. 10 Sim, se houver Sim Até 12 anos Equivalente ao Até 12 anos
valor do dano
Art. 11 Não Não Não 24 vezes o Até 4 anos
valor da
remuneração
Improbidade Administrativa
Perda da função pública
Mesma qualidade e natureza
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II
do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e
natureza que o agente público ou político detinha com o poder público na
época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese do
inciso I do caput deste artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos
demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da
infração.

Dispositivo suspenso em medida cautelar na ADI 7236

Rodolfo Penna
Improbidade Administrativa
Suspensão dos Direitos Políticos
Contagem retroativa de tempo fictício

Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos


políticos, computar-se-á retroativamente o intervalo de tempo entre a
decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória (§ 10).

Dispositivo suspenso em medida cautelar na ADI 7236

Rodolfo Penna
Improbidade Administrativa
Atenção! E quando uma única conduta ofender simultaneamente os artigos 9º, 10 e 11 da
Lei nº 8.429/92?

(...) É possível que uma só conduta ofenda simultaneamente mais de um dos artigos 9º, 10
e 11 da Lei de Improbidade, hipótese em que prevalecerá a sanção mais grave. Aplica-se
nesse caso o princípio da subsunção, segundo o qual a conduta e a sanção mais grave
absorvem as de menor gravidade. (...) (STJ - AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL: AREsp
722364 DF 2015/0130571-7, DJ 29/06/2015, Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES)

Rodolfo Penna
Improbidade Administrativa
São cabíveis medidas executivas atípicas de cunho não patrimonial no cumprimento de
sentença proferida em ação de improbidade administrativa.
STJ. 2a Turma, REsp 1.929.230-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 04/05/2021
(Info 695).

Desse modo, o STJ entendeu que, sendo cabível a aplicação de medidas executivas
atípicas em ações meramente patrimoniais, com mais razão o uso dos meios atípicos na
ação de improbidade administrativa, pois se tutela a moralidade e o patrimônio público.

Rodolfo Penna
Improbidade Administrativa
Lembre-se que, no âmbito do cumprimento de sentença regido pelo CPC,
é possível a adoção de meios executivos atípicos, desde que:
→ existam indícios de que o devedor possui patrimônio expropriável (bens
que podem ser penhorados);
→ essas medidas atípicas sejam adotadas de modo subsidiário;
→ a decisão judicial que a determinar contenha fundamentação adequada
às especificidades da hipótese concreta;
→ sejam observados o contraditório substancial e o postulado da
proporcionalidade.
(STJ. 3a Turma. REsp 1788950/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
23/04/2019)

Rodolfo Penna
INDISPONIBILIDADE DOS BENS
Ação deRedação
Improbidade
original Administrativa Redação com a lei 14.230/2021

Periculum in mora presumido. Ausência de Deve demonstrar, no caso concreto:


necessidade de demonstração. Bastava a a) Perigo de dano irreparável ou de risco ao
mera demonstração do fumus boni iuris (STJ). resultado útil do processo (periculum in mora);
Entendia-se que se tratava de tutela de b) Probabilidade da ocorrência dos atos
evidência (STJ). descritos na petição inicial (fumus boni iuris).

Somente após a oitiva do réu em 05 dias,


salvo quando o contraditório prévio puder
comprovadamente frustrar a efetividade da
Poderia ser decretado sem oitiva do réu.
medida ou houver outras circunstâncias que
recomendem a proteção liminar, não podendo
a urgência ser presumida.
Podia recair sobre bens suficientes para
Não assegura pagamento de multa, apenas o
assegurar o valor de eventual multa a ser
ressarcimento ao erário e a perda dos bens
aplicada (além do ressarcimento e perda dos
acrescidos ilicitamente.
bens ilicitamente acrescidos).
Agentes Públicos

Rodolfo Penna
Concurso Público
Súmula Vinculante 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao
servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
Concurso Público
Aptidão física
Concurso Público
É vedada a realização de novo teste de aptidão física em concurso público no caso de
incapacidade temporária, salvo previsão expressa no edital (AgRg no RMS 043913/BA);

Entretanto, deve haver a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja
grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do
concurso público (STF) (RE 630733/DF).
Direito à nomeação
RE 837.311:

1) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas do edital;


2) quando houver preterição na nomeação, por não observância da ordem de classificação;
3) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do
certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por
parte da administração.
Direito à nomeação
Resumo
Direito subjetivo à nomeação
⮲ Aprovado dentro do número de vagas definidas no edital;
⮲ Passa a figurar dentro das vagas do edital em razão da desistência de candidato mais bem
classificado;
⮲ Caso haja preterição da ordem de classificação, ainda que em virtude de contratações
precárias, neste último caso desde que comprovada da existência de cargos vagos e
inequívoca manifestação da Administração Pública pela necessidade da contratação.
⮲ Manifestação inequívoca da Administração quanto à necessidade de contratação;
⮲ Quando a Administração nomear o candidato mais bem classificado, ainda que fora do
número de vagas, e este manifestar desistência;
⮲ Abertura de novo concurso público, enquanto vigente concurso anterior, para os candidatos
cuja classificação seja alcançada pela divulgação das novas vagas no novo edital;
⮲ Se surgirem novas vagas durante o prazo de validade do concurso, desde que haja previsão
no edital de que as novas vagas que surgirem serão preenchidas;
Exceção ao direito subjetivo à nomeação
SituaçãoPenna
⮲ Rodolfo excepcional, demonstrados os seguintes requisitos: a) superveniência; b)
imprevisibilidade; c) gravidade; e d) necessidade.

Mera expectativa de direito à nomeação


⮲ Candidatos aprovados fora do número de vagas do edital;
⮲ Contratação de servidores temporários ou o emprego de servidores comissionados,
terceirizados ou estagiários, por si só, não caracterizam preterição na convocação e na
nomeação de candidatos advindos de concurso público;

⮲ Quando a convocação para próxima fase ou a nomeação de candidatos com posição


inferior se dá por força de cumprimento de ordem judicial;

⮲ Quando houver simples requisição ou a cessão de servidores públicos não configura


preterição da lista de classificação.
Direito à nomeação
Direito à indenização, progressão funcional e promoção em virtude da demora na
nomeação

O STF e o STJ já firmaram jurisprudência definindo que a nomeação tardia de candidatos


aprovados em concurso público não gera direito à indenização, ainda que a demora tenha
origem em erro reconhecido pela própria Administração Pública, tendo em vista que
ensejaria o enriquecimento sem causa do candidato que não realizou efetivo exercício do
cargo ou emprego público. Excepcionalmente será reconhecido direito à indenização se
comprovada arbitrariedade flagrante da Administração.
STF: RE 724347; STJ: REsp 1.238.344-MG
Sistema remuneratório
Devolução dos valores pagos indevidamente

Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo


(operacional ou de cálculo), não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei
pela Administração, estão sujeitos à devolução, ressalvadas as hipóteses em que o
servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo com
demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido. REsp
1.769.306/AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em
10/03/2021. (Tema 1009).
Sistema remuneratório
Por outro lado, os valores recebidos por força de decisão judicial precária, posteriormente
revogada, devem ser restituídos à Administração Pública, não cabendo a aplicação do
entendimento da boa-fé do servidor público, uma vez que conhecia o caráter precário da
decisão e a possibilidade de revogação ou modificação a qualquer tempo (AgRg no REsp
1408831/CE).
• Devolução de valores pagos indevidamente
• Má-fe do servidor público
• Deve devolver

• Erro de interpretação da lei


• Não deve devolver

• Erro administrativo (operacional ou de cálculo)


• Regra: deve devolver
• Exceção: não devolve se comprovar boa-fé (não tinha como conhecer o erro).
Greve
Militares

Civis

Segurança pública
Greve
Desconto da remuneração dos dias de paralização

O Poder Público deve descontar os dias de paralisação dos servidores grevistas, em


virtude da suspensão do vínculo funcional no período, permitida a compensação de
horários em caso de acordo. Somente será vedado o desconto no caso de greve
deflagrada por conduta ilícita do Poder Público (RE 693.456).
Controle legislativo

Prof. Rodolfo Penna


@prof.rodolfopenna
Ato complexo e aposentadoria
CF: Art. 71 (...) III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de
provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;
Controle Legislativo
Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos administrativos (art. 71, III)

Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se


o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação
de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade
do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
Controle Legislativo
Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da
chegada do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção aos princípios da
segurança jurídica e da confiança legítima. (RE 636553. Tema 445 da RG)
Concessões de Serviços
Públicos
Prof. Rodolfo Penna
Parcerias Público-Privadas

Concessão patrocinada Concessão Administrativa

Tarifas dos usuários + Serviços que a Administração é


contraprestação do parceiro usuária direta ou indireta. A
público. remuneração advém
exclusivamente do parceiro
público.
O objeto da concessão será O objeto da contratação poderá
sempre um serviço público. ser um serviço público ou um
serviço administrativo.
Parcerias Público-Privadas
Vedações à celebração de PPPs

§ 4º É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:


I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
I - cujo valor do contrato seja inferior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); (Redação dada pela
Lei nº 13.529, de 2017)
II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou
III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de
equipamentos ou a execução de obra pública.
Parcerias Público-Privadas
Art. 10 (...)
§ 3º As concessões patrocinadas em que mais de 70% (setenta por cento) da remuneração
do parceiro privado for paga pela Administração Pública dependerão de autorização
legislativa específica.
Parcerias Público-Privadas
Licitação para contratação de PPPs
Contratos Administrativos

Prof. Rodolfo Penna


Equilíbrio econômico-financeiro
Equilíbrio econômico-financeiro
Art. 37 (...)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.
Equilíbrio econômico-financeiro
Lei 14.133/2021
Art. 131. A extinção do contrato não configurará óbice para o
reconhecimento do desequilíbrio econômico-financeiro, hipótese em que
será concedida indenização por meio de termo indenizatório.
Parágrafo único. O pedido de restabelecimento do equilíbrio
econômico-financeiro deverá ser formulado durante a vigência do contrato
e antes de eventual prorrogação nos termos do art. 107 desta Lei.
Equilíbrio econômico-financeiro
Reajuste
Objetiva preservar o valor do contrato frente à inflação (arts. 6, LVIII).
Trata-se de modificação no valor do contrato que ocorre periodicamente e
se relaciona à perda do poder aquisitivo da moeda (inflação).

Atr. 6º (...) LVIII – reajustamento em sentido estrito: forma de manutenção


do equilíbrio econômico-financeiro de contrato consistente na aplicação do
índice de correção monetária previsto no contrato, que deve retratar a
variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices
específicos ou setoriais;
Equilíbrio econômico-financeiro
Art. 25 (...)
§ 7º Independentemente do prazo de duração do contrato, será
obrigatória a previsão no edital de índice de reajustamento de preço com
data-base vinculada à data do orçamento estimado, com a possibilidade
de ser estabelecido mais de um índice específico ou setorial, em
conformidade com a realidade de mercado dos respectivos insumos.
Art. 92. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabelecem:
V – o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a
periodicidade do reajustamento de preços e os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;
Equilíbrio econômico-financeiro
§ 3º Independentemente do prazo de duração, o contrato deverá conter
cláusula que estabeleça o índice de reajustamento de preço, com
data-base vinculada à data do orçamento estimado, e poderá ser
estabelecido mais de um índice específico ou setorial, em conformidade
com a realidade de mercado dos respectivos insumos.

Art. 136. Registros que não caracterizam alteração do contrato podem ser
realizados por simples apostila, dispensada a celebração de termo aditivo,
como nas seguintes situações:
I - variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à repactuação
de preços previstos no próprio contrato;
Equilíbrio econômico-financeiro
Periodicidade do reajuste

Lei 10.192/91
Art. 2º É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por
índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de
produção ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração
igual ou superior a um ano.
§ 1º É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção
monetária de periodicidade inferior a um ano.
Equilíbrio econômico-financeiro
Art. 3º Os contratos em que seja parte órgão ou entidade da Administração
Pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, serão reajustados ou corrigidos monetariamente de acordo
com as disposições desta Lei, e, no que com ela não conflitarem, da Lei no
8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 1º A periodicidade anual nos contratos de que trata o caput deste artigo
será contada a partir da data limite para apresentação da proposta ou do
orçamento a que essa se referir.
Equilíbrio econômico-financeiro
Lei 9.069/95 (Lei do plano real)
Art. 70. A partir de 1º de julho de 1994, o reajuste e a revisão dos preços
públicos e das tarifas de serviços públicos far-se-ão:
I - conforme atos, normas e critérios a serem fixados pelo Ministro da
Fazenda; e
II - anualmente.
§ 1º O Poder Executivo poderá reduzir o prazo previsto no inciso II deste
artigo.
Equilíbrio econômico-financeiro
Revisão

Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
II - por acordo entre as partes:
d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em
decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências
incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado,
respeitada, em qualquer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida
no contrato.
Equilíbrio econômico-financeiro
Art. 134. Os preços contratados serão alterados, para mais ou para menos,
conforme o caso, se houver, após a data da apresentação da proposta,
criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais ou
a superveniência de disposições legais, com comprovada repercussão
sobre os preços contratados.
Equilíbrio econômico-financeiro
Revisão e matriz de risco
Equilíbrio econômico-financeiro
Atualização financeira

Art. 92. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabelecem:


V – o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a
periodicidade do reajustamento de preços e os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;
Equilíbrio econômico-financeiro
Repactuação

A repactuação é um instrumento disponível para as contratações de


serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra,
tais como os serviços de limpeza e vigilância. Consiste na alteração das
cláusulas econômicas e de preço para refletir a variação dos componentes
dos custos do contrato.
Equilíbrio econômico-financeiro
Art. 92 (...)
§ 4º Nos contratos de serviços contínuos, observado o interregno mínimo
de 1 (um) ano, o critério de reajustamento de preços será por:
I – reajustamento em sentido estrito, quando não houver regime de
dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra,
mediante previsão de índices específicos ou setoriais;
II – repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva de mão de
obra ou predominância de mão de obra, mediante demonstração analítica
da variação dos custos.
REAJUSTE REVISÃO REPACTUAÇÃO
Deve estar previsto no Deve estar previsto no
Decorre da lei;
contrato; contrato;

Decorre de fato imprevisível ou


Decorre de fato previsível; previsível, mas de Decorre de fato previsível;
consequências incalculáveis;

Periodicidade mínima de 12 Não possui periodicidade


Periodicidade mínima 1 ano;
meses; mínima;

Não possui índice previamente Não possui índice previamente


Índice previamente definido no
definido. Depende do efetivo definido. Depende da efetiva
contrato;
aumento do custo; variação dos custos;

Incide apenas sobre cláusulas Incide sobre cláusulas Incide apenas sobre cláusulas
econômicas e de preços. econômicas ou regulamentares. econômicas e de preços.
Extinção do contrato
Invalidação do contrato e dever de indenizar

Art. 148 (...) § 1º Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior, a nulidade será
resolvida pela indenização por perdas e danos, sem prejuízo da apuração de
responsabilidade e aplicação das penalidades cabíveis.
Extinção do contrato
A indenização
Invalidação por culpa da Administração

Invalidação por culpa do contratado


Extinção do contrato
O STJ reconhece, ademais, que, ainda que ausente a boa-fé do contratado e que tenha
ele concorrido para nulidade, é devida a indenização pelo custo básico do serviço, sem
margem alguma de lucro. REsp 2.045.450-RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda
Turma, por unanimidade, julgado em 20/6/2023.
Extinção do contrato
Momento da invalidação
Antes da execução de qualquer parcela do contrato

Após o início da execução do contrato


Extinção do contrato
Fundamento da indenização
Parcela do contrato executado

Prejuízos
Extinção do contrato
Valor da indenização
Parcelas executadas

Danos emergentes

Lucros cessantes?
Responsabilidade Civil do
Estado

Prof. Rodolfo Penna


Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade Objetiva
Art. 37 (...)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.
Responsabilidade Civil na CF/88
Pessoas sujeitas à responsabilidade objetiva

Empresas públicas e sociedades de economia mista


Prestadora de serviços Responsabilidade objetiva
públicos
Exploradora de atividade Responsabilidade subjetiva
econômica
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade subsidiária do Estado

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento no sentido de


que, embora a autarquia seja responsável pela conservação e manutenção das rodovias,
deve ser reconhecida a responsabilidade subsidiária do Estado, pelos danos causados a
terceiros, em decorrência de sua má conservação, motivo pelo qual não há que se falar em
extinção do processo, sem resolução do mérito, por ilegitimidade passiva. (STJ. 2ª Turma.
AgRg no AREsp 203.785/RS).
Responsabilidade Civil na CF/88
Usuários e não-usuários

I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço


público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo
decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal. II - A inequívoca presença do nexo de
causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do serviço
público, é condição suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa
jurídica de direito privado (RE 591874).
Responsabilidade Civil na CF/88
JURISPRUDÊNCIA DO STJ E STF: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO

⮲ Entendimento tradicional: A responsabilidade civil do Estado por omissão deve


ser subjetiva, com fundamento da culpa anônima.
STJ ⮲ Em se tratando de atividade naturalmente perigosa, aplica-se o art. 927, parágrafo
único, do Código Civil: ainda que se trate de omissão, a responsabilidade é objetiva.
⮲ Segunda turma: adotou o entendimento do STF exposto abaixo.

⮲ Omissão específica (omissão própria): responsabilidade objetiva.


STF ⮲ Omissão genérica (omissão imprópria): responsabilidade subjetiva, com base na
culpa anônima.
Responsabilidade Civil na CF/88
STJ:
Aplica-se igualmente ao estado o que previsto no art. 927, parágrafo único, do Código
Civil, relativo à responsabilidade civil objetiva por atividade naturalmente perigosa,
irrelevante o fato de a conduta ser comissiva ou omissiva.
A regra geral do ordenamento brasileiro é de responsabilidade civil objetiva por ato
comissivo do Estado e de responsabilidade subjetiva por comportamento omissivo.
Contudo, em situações excepcionais de risco anormal da atividade habitualmente
desenvolvida, a responsabilização estatal na omissão também se faz independentemente
de culpa. REsp 1.869.046-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por
unanimidade, julgado em 09/06/2020, DJe 26/06/2020
Responsabilidade Civil na CF/88
O hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de segurança, contribuindo de forma
determinante e específica para homicídio praticado em suas dependências, responde
objetivamente pela conduta omissiva. REsp 1.708.325-RS, Rel. Min. Og Fernandes,
Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 24/05/2022.
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil por morte do preso

É objetiva a responsabilidade da adm. por morte de detento pois se trata de omissão


específica de observância do dever do art. 5º, XLIX, CF e do dever de custódia. Poderá ser
excluída se comprovar que a morte ocorreria de qualquer maneira, pois exclui o nexo
causal e a responsabilidade objetiva do Estado é fundamentada na teoria do risco
administrativo (RE 841526/RS, rel. Min. Luiz Fux, 30.3.2016).
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil por suicídio do preso

O Estado responde objetivamente pelo suicídio do detento, tendo em vista o seu dever
de zelar pela integridade física e moral dos presos (art. 5º, XLIX, CF) e em virtude do seu
dever de custódia. No entanto, o Estado poderá excluir a sua responsabilidade se
comprovar (e o ônus o prova lhe pertence) que não tinha como evitar a morte do detento.
STF. 2ª Turma. ARE 700927 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/08/2012.
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil por maus tratos de detento

É dever do Estado manter em seus presídios padrões mínimos de humanidade previstos


no ordenamento jurídico (art. 5º, XLIX, CF). Desta forma, deve indenizar os presos pelos
danos sofridos, inclusive morais, desde que comprovados, em razão da falta ou
insuficiência das condições legais de encarceramento. Como é dever do Estado promover
condições mínimas de humanidade, quando isto não é implementado há omissão
específica, sendo a responsabilidade objetiva (RE 580252, Relator(a): Min. TEORI
ZAVASCKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em
16/02/2017).
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil por roubo, furto ou sequestro nas dependências de prestadoras de
serviços público

O STF decidiu que pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público é
objetivamente responsável por crime de furto praticado em suas dependências. (STF. 1ª
Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018. Info 901).
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil do Município por danos causados pelo comércio de fogos de
artifício

Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Município por danos decorrentes
do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista a violação de um dever jurídico
específico de agir, que ocorrerá quando for concedida a licença para funcionamento sem
as cautelas legais ou quando for de conhecimento do poder público eventuais
irregularidades praticadas pelo particular. STF. Plenário. RE 136861/SP, rel. orig. Min. Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/3/2020 (repercussão geral –
Tema 366) (Info 969).
Responsabilidade Civil na CF/88
Responsabilidade civil do Estado por danos causados por agentes policiais a jornalista
em manifestação

É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da imprensa ferido


por agentes policiais durante cobertura jornalística, em manifestações em que haja tumulto
ou conflitos entre policiais e manifestantes. Cabe a excludente da responsabilidade da
culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que o profissional de imprensa descumprir
ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em que haja grave risco à
sua integridade física. RE 1209429/SP, relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgamento em 10.6.2021 (Informativo 1021-STF)
Responsabilidade Civil na CF/88
Jurisprudência

⮲ A Administração Pública pode responder civilmente pelos danos causados por seus
agentes, ainda que estes estejam amparados por causa excludente de ilicitude penal (REsp
1266517/PR).
⮲ É objetiva a responsabilidade civil do Estado pelas lesões sofridas por vítima baleada em
razão de tiroteio ocorrido entre policiais e assaltantes (REsp 1266517/PR).
⮲ O Estado não responde civilmente por atos ilícitos praticados por foragidos do sistema
penitenciário, salvo quando os danos decorrem direta ou imediatamente do ato de fuga
(AgRg no AREsp 173291/PR).
Responsabilidade Civil na CF/88
As ações indenizatórias decorrentes de violação a direitos fundamentais ocorridas
durante o regime militar são imprescritíveis, não se aplicando o prazo quinquenal
previsto no art. 1º do Decreto n. 20.910/1932 (AgRg no REsp 1479984/RS).

SÚMULA N. 647 São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e


materiais decorrentes de atos de perseguição política com violação de direitos
fundamentais ocorridos durante o regime militar.
OBRIGADO
Prof. Rodolfo Penna
Fazenda Pública
Apostas Finais

Revisão de Véspera

Prof. Igor Maciel


@ Prof Igor Maciel
Aposta 1 - Desapropriação

Existem dois tipos de desapropriação: ordinárias e


extraordinárias;

Desapropriação Ordinária – Indenização justa, prévia e em


dinheiro;
Aposta 1 - Desapropriação
# Desapropriação Ordinária

CF, art. 5º.


XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos
nesta Constituição;
Desapropriação Extraordinária
Decorrem do inadequado aproveitamento do solo urbano ou
(artigo 182, CF);

Da improdutividade do imóvel rural (Artigo 184, CF);


Desapropriação Extraordinária
Urbanístico

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano,


executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar
o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade
e garantir o bem- estar de seus habitantes.
(Regulamento) (Vide Lei nº 13.311, de 11 de julho
de 2016)
Desapropriação Extraordinária
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,
obrigatório para cidades com mais de vinte mil
habitantes, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social


quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Desapropriação Extraordinária
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas
com prévia e justa indenização em dinheiro.

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante


lei específica para área incluída no plano diretor, exigir,
nos termos da lei federal, do proprietário do solo
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que
promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
Desapropriação Extraordinária
I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial


urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da


dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos,
em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o
valor real da indenização e os juros legais.
Desapropriação Extraordinária
Rural

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse


social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que
não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia
e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no
prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Expropriação de Glebas
Sem direito a indenização;

Previsão constitucional;
Expropriação de Glebas
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer
região do País onde forem localizadas culturas ilegais de
plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho
escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas
à reforma agrária e a programas de habitação popular,
sem qualquer indenização ao proprietário e sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado,
no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
Expropriação de Glebas
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor
econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins e da exploração de
trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo
especial com destinação específica, na forma da lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de
2014)
Aposta 1 - Desapropriação
Art. 10-A. O poder público deverá notificar o
proprietário e apresentar-lhe oferta de indenização.

§ 1º A notificação de que trata o caput deste artigo


conterá:
Aposta 1 - Desapropriação
I - cópia do ato de declaração de utilidade pública;

II - planta ou descrição dos bens e suas confrontações;

III - valor da oferta;

IV - informação de que o prazo para aceitar ou rejeitar a


oferta é de 15 (quinze) dias e de que o silêncio será
considerado rejeição;
Aposta 1 - Desapropriação
§ 2º Aceita a oferta e realizado o pagamento, será
lavrado acordo, o qual será título hábil para a transcrição
no registro de imóveis.

§ 3º Rejeitada a oferta, ou transcorrido o prazo sem


manifestação, o poder público procederá na forma dos
arts. 11 e seguintes deste Decreto-Lei.
Aposta 1 - Desapropriação
Art. 10-B. Feita a opção pela mediação ou pela via
arbitral, o particular indicará um dos órgãos ou
instituições especializados em mediação ou arbitragem
previamente cadastrados pelo órgão responsável pela
desapropriação.
Aposta 1 - Desapropriação
Tese STF:

“No caso de necessidade de complementação da


indenização ao final do processo expropriatório, deverá
o pagamento ser feito mediante depósito judicial direto
se o Poder Público não estiver em dia com os
precatórios”.
Aposta 2 – Improbidade Administrativa

CF.

Artigo 37

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.
Aposta 2 – Improbidade Administrativa

Independência de Instâncias

Lei 8.429/92

Necessidade de DOLO, SEMPRE!


Aposta 2 – Improbidade Administrativa

Artigo 1º.

§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as


condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei,
ressalvados tipos previstos em leis especiais.

§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o


resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não
bastando a voluntariedade do agente.
Aposta 2 – Improbidade Administrativa

§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências


públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a
responsabilidade por ato de improbidade administrativa.

§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei


os princípios constitucionais do direito administrativo sancionador.
Aposta 2 – Improbidade Administrativa
Sujeito ativo?

Terceiro?
Aposta 2 – Improbidade Administrativa
Lei 8.429/92

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente


político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
Aposta 2 – Improbidade Administrativa
Lei 8.429/92

Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a
prática do ato de improbidade.

§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa


jurídica de direito privado não respondem pelo ato de improbidade que
venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver
participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da
sua participação.
Aposta 2 – Improbidade Administrativa

# Prescrição

# Antigamente – 5 anos do término do mandato;

# Hoje – 8 anos a contar do FATO (prática do ato);


Aposta 2 – Improbidade Administrativa

# Antiga redação

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas


nesta lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de


cargo em comissão ou de função de confiança;
Aposta 2 – Improbidade Administrativa

# Nova redação

Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei
prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato
ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a
permanência.
Aposta 2 – Improbidade Administrativa

§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo


para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o curso do
prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias
corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não
concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão.

§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será


concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias
corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante
ato fundamentado submetido à revisão da instância competente
do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
Aposta 2 – Improbidade Administrativa

§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá


ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de
arquivamento do inquérito civil.
Aposta 2 – Improbidade Administrativa
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo
interrompe-se:

I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;

II - pela publicação da sentença condenatória;

III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça


ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condenatória
ou que reforma sentença de improcedência;
Aposta 2 – Improbidade Administrativa

IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de


Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma
acórdão de improcedência;

V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal


Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma
acórdão de improcedência.

§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia


da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste
artigo.
Aposta 3 – Juizados Especiais Estaduais

# Lei 12.153/09

Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda


Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse
dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
Aposta 3 – Juizados Especiais Estaduais
§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da
Fazenda Pública:

I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação,


de divisão e demarcação, populares, por improbidade
administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre
direitos ou interesses difusos e coletivos;
Aposta 3 – Juizados Especiais Estaduais
II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito
Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações
públicas a eles vinculadas;

III – as causas que tenham como objeto a impugnação da


pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou
sanções disciplinares aplicadas a militares.
Aposta 3 – Juizados Especiais Estaduais
§ 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas,
para fins de competência do Juizado Especial, a soma de 12
(doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas vencidas
não poderá exceder o valor referido no caput deste artigo.

§ 3o (VETADO)

§ 4o No foro onde estiver instalado Juizado Especial da


Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.
Aposta 4 – Remédios Constitucionais

# Ação Popular

Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a


anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao
patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de
economia mista (....)
Aposta 4 – Remédios Constitucionais

# Ação Popular

§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita


com o título eleitoral, ou com documento que a ele
corresponda.
Aposta 4 – Remédios Constitucionais

# Ação Popular

Súmula 365-STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para


propor ação popular.
Aposta 4 – Remédios Constitucionais

# Ação Popular

Mesmo sem lesão ao erário no sentido pecuniário, de


prejuízo ao erário, a ação popular será cabível, uma vez
que visa proteger não apenas o patrimônio pecuniário,
mas também o patrimônio moral e cívico da Administração.
Aposta 4 – Remédios Constitucionais

# Habeas Data

LXXII - conceder-se-á "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à


pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo


por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Aposta 4 – Remédios Constitucionais

# Habeas Data

Súmula 02 – STJ - Não cabe o habeas data (CF/88, art. 5º,


LXXII, a) se não houve recusa de informações por parte da
autoridade administrativa.
Aposta 4 – Remédios Constitucionais

# Habeas Data

Lei 9.507/97

Art. 8°Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída


com prova:

I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais


de dez dias sem decisão;
Aposta 4 – Remédios Constitucionais

# Habeas Data

STF

O habeas data é a garantia constitucional adequada para a


obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados concernentes
ao pagamento de tributos constantes de sistemas
informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da
administração fazendária dos entes estatais.
Aposta 4 – Remédios Constitucionais

# Habeas Data

STJ

O cônjuge sobrevivente é parte legítima para propor habeas


data (tipo de processo) com o objetivo de obter informações
documentais a respeito do falecido, em caso de recusa ou
demora do órgão detentor dos registros em conceder os
documentos solicitados.
Aposta 4 – Remédios Constitucionais

Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser


impetrado por partido político com representação no
Congresso Nacional, na defesa de seus interesses
legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade
partidária, ou por organização sindical, entidade de
classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano,
Aposta 4 – Remédios Constitucionais

em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou


de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos
seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
Aposta 4 – Mandado de Segurança
Segundo o STF:

Súmula 629 – STF - A impetração de mandado de


segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes.

Súmula 630 – STF - A entidade de classe tem legitimação


para o mandado de segurança ainda quando a pretensão
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva
categoria.
Aposta 4 – Remédios Constitucionais
Litispendência e Coisa Julgada

Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença


fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo
ou categoria substituídos pelo impetrante.
Aposta 4 – Remédios Constitucionais
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos
da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
individual se não requerer a desistência de seu
mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a
contar da ciência comprovada da impetração da
segurança coletiva.
Aposta 4 – Remédios Constitucionais
Medida liminar

§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só


poderá ser concedida após a audiência do
representante judicial da pessoa jurídica de direito
público, que deverá se pronunciar no prazo de 72
(setenta e duas) horas.

STF – Liminar – Inconstitucionalidade


Aposta 4 – Remédios Constitucionais
Conforme argumentou o Min. Marco Aurélio:

“O preceito contraria o sistema judicial alusivo à tutela de urgência. Se esta


surge cabível no caso concreto, é impertinente, sob pena de risco do
perecimento do direito, estabelecer contraditório ouvindo-se, antes de
qualquer providência, o patrono da pessoa jurídica. Conflita com o acesso
ao Judiciário para afastar lesão ou ameaça de lesão a direito.

Tenho como inconstitucional o artigo 22, § 2º, da Lei nº 12.016/2009.


OBRIGADO
Prof. Igor Maciel
Direito Tributário
Prof. Felipe Duque
Prof. Felipe Duque
Prof. Felipe Duque
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2023 - TJ-SP - Juiz Substituto
Depois de muitos anos de disputa o Supremo Tribunal Federal, em 2021, colocou fim ao
conflito de competências entre Estados, que buscavam a definição pelo ICMS, e Municípios,
que defendiam a tributação pelo ISS, das operações de licenciamento ou cessão do direito de
uso de programas de computador (software). Com isso ficou definido que
Aas operações de software padronizado devem sofrer a incidência do ISS, e as do elaborado
por encomenda devem ser tributadas pelo ICMS.
Btodas essas operações, tanto de software padronizado como elaborado por encomenda,
devem sofrer a incidência do ICMS, e não do ISS.
Cas operações de software padronizado devem sofrer a incidência do ICMS, e as do
elaborado por encomenda devem ser tributadas pelo ISS.
Prof.
Dtodas essas operações, tanto de software padronizado como elaborado Felipe
por Duque
encomenda,
devem sofrer a incidência do ISS, e não do ICMS.
É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) sobre o
licenciamento ou cessão do direito de uso de programas de computador.

STF. Plenário. ADI 5576/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 2/8/2021 (Info 1024).

Prof. Felipe Duque


Não havia inciso VIII do art. 153. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

VIII - produção, extração, comercialização ou importação de bens e


serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, nos termos de lei
complementar.
Não havia § 6º do art. 153. § 6º O imposto previsto no inciso VIII do caput deste artigo:

I - não incidirá sobre as exportações nem sobre as operações com


energia elétrica e com telecomunicações;

II - incidirá uma única vez sobre o bem ou serviço;

III - não integrará sua própria base de cálculo;

IV - integrará a base de cálculo dos tributos previstos nos arts. 155, II,
156, III, 156-A e 195, V (ICMS, ISS, IBS, CBS);

V - poderá ter o mesmo fato gerador e base de cálculo de outros


tributos;

VI - terá suas alíquotas fixadas em lei Prof.


ordinária,Felipe Duque
podendo ser
específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem;

VII - na extração, o imposto será cobrado independentemente da


destinação, caso em que a alíquota máxima corresponderá a 1% (um
por cento) do valor de mercado do produto.
IPI
3º O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores;
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do
imposto, na forma da lei.

ICMS
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias Prof.
e dosFelipe Duque
serviços;
É legítima a incidência do Imposto de Transmissão Causa Mortis no inventário por morte
presumida.
[Súmula 331.]

Incidência do ITCMD sobre o plano Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) e o Plano
Gerador de Benefício Livre (PGBL) na hipótese de morte do titular do plano.
[RE 1.363.013 RG, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-5-2022, P, DJE de 23-5-2022, Tema 1.214, com
mérito pendente.]

“É vedado aos estados e ao Distrito Federal instituir o ITCMD nas hipóteses referidas no
Prof. Felipe Duque
art. 155, § 1º, III, da Constituição Federal sem a edição da lei complementar exigida pelo
referido dispositivo constitucional.”
[RE 851.108, rel. min. Dias Toffoli, j. 1-3-2021, P, DJE de 20-4-2021, Tema 825, com mérito
julgado.]
O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.
[Súmula Vinculante 32.]

Não constitui fato gerador do imposto de circulação de mercadorias a saída física de


máquinas, utensílios e implementos a título de comodato.
[Súmula 573.]

É inconstitucional a incidência do ICMS sobre o licenciamento ou cessão do direito de uso


de programas de computador.
[ADI 5.576, rel. min. Roberto Barroso, j. 3-8-2021, P, DJE de 10-9-2021.]
Prof. Felipe Duque
LC 87/1996. Constitucionalidade. Mostra-se harmônica com a CF a incidência do ICMS
sobre a prestação de serviço de transporte terrestre.
[ADI 2.669, red. do ac. min. Marco Aurélio, j. 5-2-2014, P, DJE de 6-8-2014.]
O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.
[Súmula Vinculante 32.]

Não constitui fato gerador do imposto de circulação de mercadorias a saída física de


máquinas, utensílios e implementos a título de comodato.
[Súmula 573.]

É inconstitucional a incidência do ICMS sobre o licenciamento ou cessão do direito de uso


de programas de computador.
[ADI 5.576, rel. min. Roberto Barroso, j. 3-8-2021, P, DJE de 10-9-2021.]

Prof. Felipe Duque


LC 87/1996. Constitucionalidade. Mostra-se harmônica com a CF a incidência do ICMS
sobre a prestação de serviço de transporte terrestre.
[ADI 2.669, red. do ac. min. Marco Aurélio, j. 5-2-2014, P, DJE de 6-8-2014.]

O ICMS incide sobre a tarifa de assinatura básica mensal cobrada pelas prestadoras de
serviço de telefonia, independentemente da franquia de minutos conferida ou não ao
usuário.
[RE 912.888, rel. min. Teori Zavascki, j. 13-10-2016, P, DJE de 10-5-2017, Tema 827, com
mérito julgado.]

Prof. Felipe Duque


(...) não incide o ICMS na operação de arrendamento mercantil internacional, salvo na
hipótese de antecipação da opção de compra, quando configurada a transferência da
titularidade do bem. Consectariamente, se não houver aquisição de mercadoria, mas
mera posse decorrente do arrendamento, não se pode cogitar de circulação econômica.
[RE 540.829, red. do ac. min. Luiz Fux, j. 11-9-2014, P, DJE de 18-11-2014, Tema 297, com
mérito julgado.]

Prof. Felipe Duque


A EC 33, de 2001, inseriu a alínea i no inciso XII do § 2º do art. 155 da CF, (...) Com a
alteração constitucional a lei complementar ficou autorizada a dar tratamento isonômico
na determinação da base de cálculo entre as operações ou prestações internas com as
importações do exterior, de modo que o ICMS será calculado "por dentro" em ambos os
casos.
[RE 582.461, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-5-2011, P, DJE de 18-8-2011, Tema 214, com
mérito julgado.]

Prof. Felipe Duque


O STF fixou entendimento no sentido da ilegitimidade da cobrança de ICMS sobre água
encanada, uma vez que se trata de serviço público essencial e não de mercadoria.
Precedentes.
[AI 682.565 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 23-6-2009, 2ª T, DJE de 7-8-2009.]
= RE 552.948 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 1º-6-2010, 1ª T, DJE de 6-8-2010
Vide RE 607.056, rel. min. Dias Toffoli, j. 10-4-2013, P, DJE de 16-5-2013, Tema 326
Vide AI 297.277 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 6-4-2010, 2ª T, DJE de 7-5-2010

Vs

O fornecimento de água potável por empresas concessionárias desse serviço público não
é tributável por meio do ICMS. As águas em estado natural são bens públicos e só podem
ser exploradas por particulares mediante concessão, permissão ou autorização. O
fornecimento de água tratada à população por empresas concessionárias,
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permissionárias ou autorizadas não caracteriza uma operação de circulação de
mercadoria.
[RE 607.056, rel. min. Dias Toffoli, j. 10-4-2013, P, DJE de 16-5-2013, Tema 326, com mérito
julgado.]
Vide AI 682.565 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 23-6-2009, 2ª T, DJE de 7-8-2009
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir Art. 155. (...).
impostos sobre:
§ 1º (...):
§ 1º O imposto previsto no inciso I:
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde era domiciliado o de cujus, ou tiver domicílio o doador,
Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver ou ao Distrito Federal;
domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
Não havia inciso VI do § 1º do art. 155. VI - será progressivo em razão do valor do quinhão, do legado ou da
doação;
Não havia inciso VII do § 1º do art. 155. VII - não incidirá sobre as transmissões e as doações para as
instituições sem fins lucrativos com finalidade de relevância pública
e social, inclusive as organizações assistenciais e beneficentes de
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entidades religiosas e institutos científicos e tecnológicos, e por elas
realizadas na consecução dos seus objetivos sociais, observadas as
condições estabelecidas em lei complementar.
§ 6º O imposto previsto no inciso III: § 6º (...):

II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo, do valor,
utilização. da utilização e do impacto ambiental;
Não havia inciso III do § 6º do art. 155. III - incidirá sobre a propriedade de veículos automotores
terrestres, aquáticos e aéreos, excetuados:

a) aeronaves agrícolas e de operador certificado para prestar


serviços aéreos a terceiros;

b) embarcações de pessoa jurídica que detenha outorga para


prestar serviços de transporte aquaviário ou de pessoa física ou
jurídica que pratique pesca industrial, artesanal, científica ou de
subsistência;

c) plataformas suscetíveis de se locomoverem na água por meios


próprios, inclusive aquelas cujaProf. Felipe
finalidade Duque
principal seja a
exploração de atividades econômicas em águas territoriais e na
zona econômica exclusiva e embarcações que tenham essa
mesma finalidade principal;

d) tratores e máquinas agrícolas.


Princípio da anterioridade e medidas
provisórias

Posição do Supremo
Tribunal Federal antes Data da edição da
da Emenda Medida Provisória
Constitucional nº 32

Direito Tributário
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Princípio da anterioridade e medidas provisórias
Nova redação do
artigo 62 da CF

Art. 62. [...]


§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II,
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver
sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi
editada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
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Síntese
1ª – O termo inicial do prazo da anterioridade anual é a edição/publicação da medida provisória,
quando o objeto da MP for a instituição ou a majoração de qualquer outra espécie tributária que
não impostos (ex. taxas, contribuições de melhoria e contribuições especiais).

2ª: O termo inicial do prazo da anterioridade anual é a conversão em lei da medida provisória,
quando esta última instituir ou majorar impostos, salvo aqueles ressalvados pelo §2º do artigo 62 –
que sequer se submetem à anterioridade anual (II, IE, IPI, IOF e IEG GUERRA)

3ª: O termo inicial do prazo da anterioridade nonagesimal é a edição/publicação da medida


provisória.

4ª: Em qualquer caso, o termo inicial é a conversão em lei da medida provisória, nos casos em que
a instituição ou a majoração do tributo só foi realizada no curso do processo legislativo (com
ALTERAÇÃO SUBSTANCIAL DO CONTEÚDO).

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Síntese

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ANTERIORIDADE ANUAL
E NONAGESIMAL

TRIBUTO INSTITUÍDO OU ANTERIORIDADE ANUAL ANTERIORIDADE


MAJORADO NONAGESIMAL

IMPOSTO ...da CONVERSÃO em lei ... da PUBLICAÇÃO da MP

DEMAIS TRIBUTOS ... da PUBLICAÇÃO da MP ... da PUBLICAÇÃO da MP

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SITUAÇÃO EFEITOS JURÍDICOS
TERMO INICIAL DOS 90 DIAS
MP é convertida em lei dentro dos 120 dias Publicação da MP A cobrança tem início após 90 dias da MP e
SEM alteração substancial continua normalmente após a conversão em
lei

MP é convertida em lei dentro dos 120 dias Publicação da MP O prazo para contagem dos 90 dias é
COM alteração substancial reiniciado com a publicação da lei

MP NÃO é convertida em lei (é rejeitada ou Publicação da MP O tributo será cobrado por até 30 dias.
há perda da eficácia por decurso de prazo) Caberá ao Congresso editar decreto
legislativo disciplinando se o tributo cobrado
será ou não restituído*
*Não editado o decreto legislativo em 60
dias, os valores cobrados durante a vigência
da MP permanecem devidos e não serão
restituídos.

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Juiz de Direito – FCC 2020 –

Medida Provisória pode instituir ou majorar imposto


e, neste caso, a obediência à anterioridade anual
tributária pressupõe a sua conversão em lei até o
último dia do exercício financeiro em que for editada,
para que a nova norma possa ser aplicada no ano
seguinte

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Aprofundamentos

Direito Tributário
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Anterioridade e revogação de
benefício fiscal

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Anterioridade e revogação de benefício
fiscal
O ato normativo que revoga um benefício fiscal anteriormente concedido configura aumento indireto
do tributo e, portanto, está sujeito ao princípio da anterioridade tributária.
A jurisprudência do STF concebe que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da
anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente de revogação de benefícios
fiscais.
Assim, a alteração em programa fiscal, quando acarretar indiretamente a majoração de tributos, deve
respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal.
É a posição que prevalece.
STF. 1ª Turma. RE 1053254 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 26/10/2018.
STF. 1ª Turma. RE 983821 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 03/04/2018.
STF. 2ª Turma. RE 1091378 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 31/08/2018.

Aplica-se o princípio da anterioridade tributária, geral e nonagesimal, nas hipóteses de redução ou de


supressão de benefícios ou de incentivos fiscais, haja vista que tais situações configuram majoração
indireta de tributos.
STF. Plenário. RE 564225 AgR-EDv-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2019.

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Onde caiu?

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Aprofundando

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(PGM Fortaleza 2018 CEBRASPE) O princípio da anterioridade do
exercício, cláusula pétrea do sistema constitucional, obsta a eficácia
imediata de norma tributária que institua ou majore tributo existente,
o que não impede a eficácia, no mesmo exercício, de norma que
reduza desconto para pagamento de tributo ou que altere o prazo
legal de recolhimento do crédito

Direito Tributário
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Aprofundando
Tese fixada pelo STF:
I - No caso de um tributo sujeito duplamente à anterioridade de
exercício e à noventena, a lei que institui ou majora a imposição
somente será eficaz, de um lado, no exercício financeiro seguinte
ao de sua publicação e, de outro, após decorridos noventa dias da
data de sua divulgação em meio oficial. Logo, a contar da
publicação da lei, os prazos transcorrem simultaneamente, e não
sucessivamente.
(...)
STF. Plenário. ADI 5282/PR, Rel. Min. André Mendonça, julgado em
17/10/2022 (Info 1072).

Prof. Felipe Duque


Aprofundando
Tese fixada pelo STF:
I - No caso de um tributo sujeito duplamente à anterioridade de exercício e à noventena, a lei
que institui ou majora a imposição somente será eficaz, de um lado, no exercício financeiro
seguinte ao de sua publicação e, de outro, após decorridos noventa dias da data de sua
divulgação em meio oficial. Logo, a contar da publicação da lei, os prazos transcorrem
simultaneamente, e não sucessivamente.
II - Não há desvio de finalidade no caso de lei ordinária alterar o aspecto temporal do IPVA
para viabilizar, a um só tempo, o respeito à garantia da anterioridade, inclusive nonagesimal, e
viabilizar a tributação dos veículos automotores pela alíquota majorada no exercício financeiro
seguinte ao da publicação desse diploma legal. Afinal, a finalidade da legislação é lícita e
explícita.
III - O princípio da igualdade tributária não resta ofendido na hipótese de um veículo
automotor novo submeter-se a alíquota distinta de IPVA em comparação a outro automóvel
adquirido em anos anteriores no lapso referente aos 90 (noventa) dias da noventena, em certo
exercício financeiro. Sendo assim, pela própria sistemática de tributação do IPVA posta na
legislação infraconstitucional, não se cuida de tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente.
STF. Plenário. ADI 5282/PR, Rel. Min. André Mendonça, julgado em 17/10/2022 (Info 1072).

Prof. Felipe Duque


Sanção Política

Prof. Mateus
Pontalti

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A majoração da alíquota da contribuição previdenciária do servidor público
para 13,25% não afronta os princípios da razoabilidade e
da vedação ao confisco" (Tema n. 933 do STF).

(STJ; AgInt-RE-AgInt-Rec-MS 69.097; Proc. 2022/0183754-2; MG; Corte


Especial; Rel. Min. Og Fernandes; DJE 26/10/2023)

Direito Tributário
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Nas palavras do Min. Edson Fachin:

“As sanções políticas consistem em restrições


estatais no exercício da atividade tributante que
culminam por inviabilizar injustificadamente o
exercício pleno de atividade econômica ou
profissional pelo sujeito passivo de obrigação
tributária, logo representam afronta aos
princípios da proporcionalidade, da
razoabilidade e do devido processo legal
substantivo.”
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Súmula 70-STF: É inadmissível a interdição de estabelecimento
como meio coercitivo para cobrança de tributo.

Súmula 323-STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias


como meio coercitivo para pagamento de tributos.

Súmula 547-STF: Não é lícito à autoridade proibir que o


contribuinte em débito adquira estampilhas, despache
mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.

Súmula 127-STJ: É ilegal condicionar a renovação da licença de


veículo ao pagamento de multa, da qual o infrator não foi
notificado.
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Desembaraço Aduaneiro

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Desembaraço Aduaneiro

É constitucional vincular o despacho aduaneiro ao


recolhimento de diferença tributária apurada mediante
arbitramento da autoridade fiscal.
STF. Plenário. RE 1090591, Rel. Marco Aurélio, julgado
em 16/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 1042) (Info
994 – clipping).

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Outras hipóteses

Direito Tributário
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Outras hipóteses
Segunda Turma do STF assentou que "a submissão de contribuinte a
regime fiscal diferenciado, em virtude do inadimplemento reiterado não
constitui sanção política condenada pela jurisprudência desta Corte,
quando não inviabiliza o exercício da atividade empresarial" (STF, ARE
1.084.307 AGR / SP, Rel. Ministro GILMAR Mendes, SEGUNDA TURMA,
DJe de 18/03/2019)Segunda Turma do STF assentou que "a submissão
de contribuinte a regime fiscal diferenciado, em virtude do
inadimplemento reiterado não constitui sanção política condenada pela
jurisprudência desta Corte, quando não inviabiliza o exercício da atividade
empresarial" (STF, ARE 1.084.307 AGR / SP, Rel. Ministro GILMAR
Mendes, SEGUNDA TURMA, DJe de 18/03/2019)
(STJ; RMS 65.714; Proc. 2021/0033358-6; SE; Segunda Turma; Relª Min.
Assusete Magalhães; Julg. 22/02/2022; DJE 03/03/2022)
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PRINCÍPIO DA NÃO LIMITAÇÃO AO
TRÁFEGO DE PESSOAS E BENS

Prof. Mateus
Pontalti

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PRINCÍPIO DA NÃO LIMITAÇÃO AO TRÁFEGO DE
PESSOAS E BENS
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público

1 – Fundamento

2 – ICMS e pedágios

Direito Tributário
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Natureza jurídica do pedágio

Ementa: TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. PEDÁGIO. NATUREZA JURÍDICA DE


PREÇO PÚBLICO. DECRETO 34.417/92, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
CONSTITUCIONALIDADE. 1. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de
rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo
inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica
de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição,
consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita. 2. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada improcedente. (ADI 800, Relator(a): Min. TEORI
ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/06/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
DJe-125 DIVULG 27-06-2014 PUBLIC 01-07-2014)

Direito Tributário
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Sistematização
TAXA PREÇO PÚBLICO (TARIFA)
Regime jurídico de direito público. Regime jurídico de direito privado
O vínculo obrigacional é de natureza tributária O vínculo obrigacional é de natureza contratual,
(legal), não admitindo rescisão. admitindo rescisão.
O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito O sujeito ativo pode ser pessoa jurídica de direito
público. público ou privado.
O vínculo pode nascer independentemente de Há necessidade de válida manifestação de vontade
manifestação de vontade (compulsório), desde que para o surgimento do vínculo (facultativo).
definido em lei como de utilização compulsória.

Pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva ou Somente pode ser cobrada em virtude de utilização
potencial do serviço público. efetiva do serviço público.
Prescrição regida pelo CTN Prescrição regida pelo CC
Receita derivada. Receita originária.
Sujeita-se aos princípios tributários (legalidade, Não se sujeita aos princípios tributários.
anterioridade, noventena, etc.)

Direito Tributário
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PROIBIÇÃO DAS ISENÇÕES
HETERÔNOMAS

Prof. Mateus
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Art. 151. É vedado à União:
(...)
III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios.
Exceção:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: III - serviços de
qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar (...)
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar:
III –excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior
LC 116-2003: Art. 2º. O imposto não incide sobre: I – as exportações de serviços
para o exterior do País;
Não se aplica: Aos Tratados e convenções internacionais

Direito Tributário
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Não se aplica:
Tratados e convenções internacionais

Direito Tributário
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STF. Plenário. ADI 6660/PE, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 20/6/2022 (Info 1060).

Direito Tributário
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Taxas

Direito Tributário
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❖ Fatos geradores possíveis
❖ Art. 145, II, CF:
A União, Estados, Municípios e o Distrito Federal poderão instituir os seguintes
tributos:
(…)
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos à sua disposição.

❖ Art. 77 do CTN
As taxas cobradas pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, no âmbito de
suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e
indivisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Direito Tributário
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❖ Competência

Art. 80 do CTN. Para efeito de instituição e cobrança de taxas,


consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a
Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do
Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível,
competem a cada uma dessas pessoas de direito público.

Direito Tributário
Felipe Duque
❖ Julgados
É inconstitucional lei municipal que, sob o fundamento do exercício do poder de
polícia, institui taxa em razão da fiscalização da ocupação e da permanência de
postes instalados em suas vias públicas.
Essa norma viola a competência privativa da União para legislar sobre energia (art.
22, IV, CF/88) e a competência exclusiva da União para fiscalizar os serviços de
energia e editar suas normas gerais sobre sua transmissão (arts. 21, XII, “b”; e 175,
CF/88).
STF. Plenário. ADPF 512/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/05/2023 (Info
1095).

Direito Tributário
Felipe Duque
❖ Em seu texto, o(a) candidato(a) deve versar sobre o princípio da
referibilidade tributária. A referibilidade constitui uma relação entre a
atividade estatal realizada, ou disponibilizada, pelo poder público em
contraprestação ao pagamento do tributo pelo contribuinte. Está
ligada à ideia de comutatividade e proporcionalidade entre o tributo
cobrado e a contrapartida oferecida pelo Estado. Enquanto, no caso
dos impostos, não há uma relação entre a arrecadação e a destinação
dos valores cobrados, em se tratando das taxas, é esperado que o
Estado empenhe os recursos arrecadados no serviço oferecido ou nas
atividades de fiscalização relacionadas ao tributo. Assim, a
referibilidade se manifesta de duas formas: (i) o valor cobrado deve ser
proporcional aos custos do serviço prestado ou aos custos da
fiscalização da atividade; e o produto do tributo deve ser utilizado pelo
Estado na prestação do serviço público ou na fiscalização da atividade.
O(A) candidato(a) deve, ainda, apresentar pelo menos um exemplo
Direito Tributário
Felipe Duque
❖ No quesito 2.1, são avaliados, portanto, os três elementos a seguir: (i)
explicação sobre a proporcionalidade da cobrança; (ii) explicação
quanto à vinculação da destinação dos recursos; e (iii) apresentação de
um exemplo prático. Obs.: serão consideradas corretas as respostas
que comentem o aspecto da vinculação das taxas, indicando haver
dissenso (jurisprudencial ou doutrinário) quanto à necessidade de se
destinar a taxa para um fim vinculado ou para determinada
contraprestação, desde que o faça de forma fundamentada.
Igualmente será considerada correta a resposta que adote a posição
do precedente da ADI 6145, explicando que o STF afirmou, ao tratar
das taxas para perícia e diligência, que somente a taxa prevista no art.
98, §2º, da Constituição, referente às custas e aos emolumentos, seria
vinculada. Não será considerada como correta a resposta que deixe de
comentar sobre esse aspecto da referibilidade. O texto do(a)
candidato(a) deve apresentar três dispositivos normativos adequados
Direito Tributário
Felipe Duque
❖ O(A) candidato(a) pode citar, por exemplo, o inciso II ou o § 1.º ou § 2.º do art.
145 da CF, devendo fazer a correlação entre o dispositivo citado e o princípio
em avaliação, por meio de um argumento jurídico fundamentado, coeso e
coerente. Por exemplo: a Carta Magna, nos §§ 1.º e 2.º do seu art. 145, prevê
que os impostos serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, ressalvando, todavia, que as taxas não poderão ter base de cálculo
própria de imposto. Isso se dá porque a base de cálculo e as alíquotas das taxas
devem ser calculadas com base no custo do serviço ou da fiscalização, e não da
capacidade econômica do contribuinte, o que é uma decorrência do princípio
da referibilidade, ainda que de forma implícita. Quanto ao dispositivo do CTN,
cabe menção ao parágrafo único ou ao caput do art. 77 ou ao art. 16 (nesse
segundo caso, a contrario sensu). Em relação à legislação ambiental, pode-se
citar § 2.º do art. 17-G da Lei n.º 6.938/1981. Também são admissíveis
exemplos que indiquem elementos do cálculo da taxa e expliquem que eles são
proporcionais aos custos de fiscalização ou potencial poluidor da atividade
(risco), e não à capacidade de pagamento do contribuinte.
Direito Tributário
Felipe Duque
❖ Outros dispositivos poderão ser apresentados pelo(a) candidato(a), desde que pertinentes e justificados em um destes
elementos: (i) destinação vinculada da arrecadação da taxa; ou (ii) cálculo da taxa ser proporcional ao serviço ou à
fiscalização. Para efeito de pontuação, somente será considerado um único exemplo correto por cada tipo de
legislação (CF, CTN e Lei n.º 6.938/1981). O(A) candidato(a) que apresentar mais de um exemplo em relação a cada
espécie de norma, se apresentar um ou mais exemplos equivocados, terá o desconto do quesito em valor proporcional
ao número de erros. No quesito 2.3, será avaliado se o(a) candidato(a) está familiarizado com a jurisprudência do STF
sobre o tema e com as teses jurídicas em debate. Não é necessário que o(a) candidato(a) indique numericamente o
precedente nem que apresente uma reprodução literal da ementa. Será avaliada a capacidade de compreensão, análise
e síntese das teses jurídicas e discussões estabelecidas nesses precedentes. A lista a seguir mostra exemplos de
precedentes que são pertinentes para o caso: 🕐 ARE 1085183 AgR, acerca da ilegitimidade da taxa de fiscalização de
estabelecimento (TFE) da Lei n.º 13.477/2002 do município de São Paulo 🕐 ADI 3704, acerca da destinação de
percentual das receitas públicas arrecadadas com o recolhimento de custas e emolumentos extrajudiciais do TJ/RJ ao
Fundo Especial da PGE/RJ 🕐 ADI 6145, acerca da inconstitucionalidade da taxa referente à realização de perícia e
diligências prevista na Lei n.º 15.838/2015 do estado do Ceará 🕐 ADI 5612, acerca da taxa do serviço público
adjudicatório do TJ/SP 🕐 AI 245539 AgR, acerca da ilegalidade da taxa de coleta de lixo e limpeza pública do
município do Rio de Janeiro 🕐 ADI-MC-QO 2.551, acerca da taxa de expediente do estado de Minas Gerais 🕐 ADI
5564, acerca da utilização das taxas cobradas pelo Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso 🕐 ADI 4785,
acerca da taxa de fiscalização de recursos minerais O rol precedente não é taxativo ou exauriente. A avaliação da
questão será pautada em verificar se foram indicados exemplos práticos de casos julgados pelo STF e se foi apontado
que a Suprema Corte reconhece a validade do princípio da referibilidade, cuja tese foi assim sintetizada pelo STF: “6. A
taxa é tributo vinculado cuja hipótese de incidência consiste numa atuação estatal direta e imediatamente referida ao
obrigado. Logo, trata-se de espécie tributária regida pelo ideal da comutatividade ou referibilidade, de modo que o
contribuinte deve suportar o ônus da carga tributária em termos proporcionais à fiscalização a que submetido ou aos
serviços públicos disponibilizados à sua fruição” (ADI 4785).
Direito Tributário
Felipe Duque
❖ Análise da taxa de polícia

❖ Polícia Judiciária ou Policia administrativa?

Art. 78 do CTN
Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática
de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente
à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção
e do mercado, ao exercício de atividades econônicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou
ao respeito à propriedade e os direitos individuais ou coletivos.

Direito Tributário
Felipe Duque
❖ O que significa regular exercício do poder de polícia?
❖ Art. 145, II, CF:
A União, Estados, Municípios e o Distrito Federal poderão instituir os seguintes tributos:
(…)
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição

Art. 78. (...)


Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Direito Tributário
Felipe Duque
❖ O que significa regular exercício do poder de polícia?

Recurso Extraordinário 1. Repercussão geral reconhecida. 2. Alegação de inconstitucionalidade da taxa de


renovação de localização e de funcionamento do Município de Porto Velho. 3. Suposta violação ao artigo
145, inciso II, da Constituição, ao fundamento de não existir comprovação do efetivo exercício do poder
de polícia. 4. O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder de polícia
daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a prestação potencial
do serviço público. 5. A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança
da taxa de localização e fiscalização. 6. À luz da jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a
existência do órgão administrativo não é condição para o reconhecimento da constitucionalidade da
cobrança da taxa de localização e fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o
efetivo exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente. Precedentes. (…) (RE 588322,
Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 16/06/2010, REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-164 DIVULG 02-09-2010 PUBLIC 03-09-2010 EMENT VOL-02413-04 PP-00885 RTJ
VOL-00224-01 PP-00614 RIP v. 12, n. 63, 2010, p. 243-255 RT v. 99, n. 902, 2010, p. 149-157)

Direito Tributário
Felipe Duque
❖ Aprofundamento

Direito Tributário
Felipe Duque
❖ Julgados
É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal.
A prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo
consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88.
A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de impostos (e
não por taxa).
Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio, o Município venha a
se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o rótulo de taxa.
Tese fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no
campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a
viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim.”
STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871).

O Estado-membro poderia criar uma taxa de combate a incêndio?


Também não.
Posteriormente a esse julgado, o STF pacificou que a cobrança da taxa de incêndio inclusive por
Estado-membro é inconstitucional:
STF. Plenário. ADI 2908, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 11/10/2019.
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❖ Julgados

Caso concreto: no Distrito Federal foi editada lei distrital instituindo taxa de
segurança para eventos. O fato gerador dessa taxa seria a prestação, em eventos
com fins lucrativos e promocionais, de serviços da Polícia Civil, da Polícia Militar, do
Corpo de Bombeiros Militar ou do Departamento de Trânsito.
O STF reputou inconstitucional essa previsão.
É inconstitucional a cobrança de taxa de segurança para eventos, visto que a
segurança pública deve ser remunerada por meio de impostos, já que constitui
serviço geral e indivisível, devido a todos os cidadãos, independentemente de
contraprestação.
STF. Plenário. ADI 2692/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 30/9/2022 (Info
1070).
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❖ Análise da taxa de Serviço
❖ Serviço específico e divisível
Art. 79 do CTN
Os serviços públicos a que se refere o art. 77 consideram-se:
(…)
II – específicos, quando possam ser declarados em unidades
autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade
pública;
III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização,
separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

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❖ Serviços que não podem ser remunerados por
taxas:

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❖ Segurança Pública

EMENTA: TAXA DE SEGURANÇA PÚBLICA. Por aparente ofensa ao art. 144, caput, inciso V
e § 5º da CF (…), o Tribunal deferiu medida liminar em ação direta de inconstitucionalidade
proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, para suspender, com
eficácia ex nunc e até final do julgamento da ação, a expressão ”serviço ou atividade
policial-militar, inclusive policiamento preventivo:, constante do art. 2º bem como da Tabela
V, ambos da Lei n. 6.010/96, do Estado do Pará, que institui a Taxa de Segurança (…)
Entendeu-se que, sendo a segurança pública dever do Estado e direito de todos exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio
através, entre outras, da polícia militar, só pode ser sustentada por impostos, e não por taxa.
(ADInMC n. 1.942/PA, Pleno, rel. Min. Moreira Alves, j em 05-05-1999)

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❖ Limpeza Pública

• STJ
EMENTA: TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA. TRIBUTÁRIO. TAXA DE LIMPEZA URBANA. LEI N.
6.989/96-SP (…) A taxa de Limpeza Urbana, no modo como disciplinada no Município de São
Paulo, remunera – além dos serviços de ”remoção de lixo domiciliar” – outros que não
aproveitam especificamente ao contribuinte (”varrição, lavagem e capinação”;
desentupimento de bueiros e bocas de lobo”); (…) tudo com afronta aos arts. 77, caput, e 79,
II, do Código Tributário Nacional. Embargos de divergência acolhidos. (Ediv-Resp 102.404/SP,
1a T., rel Min. Ari Pargendler. 1997)

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❖ Iluminação Pública

• Súmula Vinculante n. 41 STF


”O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante
taxa.”

• Asfaltamento
Igualmente, o STF se posicionou pela inconstitucionalidade da taxa de
pavimentação asfáltica.

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❖ Taxa de incêndio

RE 643247

"A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios,


faz-se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e,
porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação de
impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim".
(01/08/2017)

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❖ Análise da taxa de Serviço

❖ Utilização Efetiva ou Potencial


Art. 79.
Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I – utlizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) Potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos
à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo
funcionamento

Direito Tributário
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❖ Julgados

Os Estados possuem competência para dispor sobre instituição de taxas de
polícia cobradas em função de atividades tais como:
- fiscalização e vistoria em estabelecimentos comerciais abertos ao público
(casas noturnas, restaurantes, cinemas, shows);
- expedição de alvarás para o funcionamento de estabelecimentos de que
fabriquem, transportem ou comercializem armas de fogo, munição, explosivos,
inflamáveis ou produtos químicos;
- expedição de atestados de idoneidade para porte de arma de fogo, tráfego
de explosivos, trânsito de armas em hipóteses determinadas; e
- atividades diversas com impacto na ordem social, no intuito de verificar o
atendimento de condições de segurança e emitir as correspondentes
autorizações essenciais ao funcionamento de tais estabelecimentos.
STF. Plenário. ADI 3770, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
Direito Tributário
13/09/2019.
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❖ A Base de Cálculo nas taxas

1. Comutatividade: equivalência razoável


2. Impossibilidade de utilização da base de cálculo própria de imposto

• Art. 145, § 2º, da CF


As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

• Art. 77, parágrafo único, do CTN:


A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondem a imposto,
nem ser calculada em função do capital das empresas.

Súmula n.595, STF


”É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de
cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural.”

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❖ Taxas de serviços urbanos

EMENTA. TRIBUTÁRIO. TAXA DE SERVIÇOS URBANOS. LEI N. 5.386/83 (ART.


126). CAMPINAS/SP. BASE DE CÁLCULO IDENTIFICÁVEL COM A DO IPTU.
DESCARACTERIZAÇÃO JURÍDICA DA TAXA (…). A coinscidência de bases
imponíveis, referentes a exações tributárias diversas, afeta a validade
jurídico-constitucional do tributo instituído. Não se revela exigível, em
consequência, porque infringente da vedação estabelecida pelo ordenamento
constitucional (CF/69, Art. 18, § 2º; CF/88, Art 145, § 2º), a taxa de serviços
urbanos, cuja base de cálculo repouse em elementos – localização, área e
dimensões do imóvel --, que se identifiquem, em seus aspectos essenciais, com o
conteúdo da base imponível pertinente ao IPTU. (RE 120.811/SP, 1a T., Rel. Min.
Ilmar Galvão. 1993)

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❖ Taxa de Licenciamento e Importação

EMENTA. TRIBUTÁRIO. TAXA DE LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO. ART. 10


DA LEI N. 2.145/53. REDAÇÃO DADA PELO ART. 1º DA LEI N. 7.690/88. Tributo
cuja base de cálculo coincide com a que corresponde ao imposto de importação,
ou seja, o valor da mercadoria importada. Inconstitucionalidade que se declara do
dispositivo legal em referência, em face da norma do art. 145, §2º, CF/88.
Recurso não conhecido. (RE 167.992/PR, Pleno, rel. Min. Ilmar Galvão, j. em
1994).

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❖ Coincidência parcial com base de cálculo do imposto

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TAXA DE COLETA DE LIXO. BASE DE CÁLCULO. IPTU. MUNICÍPIO DE


SÃO CARLOS-SP. O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do IPTU – a
metragem da área construída do imóvel --, que é o valor do imóvel (CTN, art. 33), ser tomado em linha
de conta na determinação da alíquota da taxa de coleta de lixo não quer dizer que teria essa taxa-base
de cálculo igual à do IPTU: o custo do serviço constitui a base imponível da taxa. Todavia, para o fim de
aferir, em cada caso concreto, a alíquota, utiliza-se a metragem da área construída do imóvel, certo que a
alíquota não se confunde com a base imponível do tributo. Tem-se, com isto, também, forma de
realização da isonomia tributária e do princípio da capacidade contributiva: CF, artigos 150, II, 145, §1º.
II. RE não conhecido. (RE 232.393/SP. Pleno, rel, Min. Carlos Velloso. 1999)

❖ Súmula Vinculante n. 29 STF


É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo
própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.

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❖ A Base de cálculo e as custas processuais

❖ Tributo comutativo

Súmula n. 667 STF


”Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária
calculada sem limite sobre o valor da causa”.

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❖ Resumo

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TAXA PREÇO PÚBLICO (TARIFA)
Regime jurídico de direito público. Regime jurídico de direito privado
O vínculo obrigacional é de natureza tributária O vínculo obrigacional é de natureza contratual,
(legal), não admitindo rescisão. admitindo rescisão.
O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito O sujeito ativo pode ser pessoa jurídica de direito
público. público ou privado.
O vínculo pode nascer independentemente de Há necessidade de válida manifestação de vontade
manifestação de vontade (compulsório), desde que para o surgimento do vínculo (facultativo).
definido em lei como de utilização compulsória.

Pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva ou Somente pode ser cobrada em virtude de utilização
potencial do serviço público. efetiva do serviço público.
Prescrição regida pelo CTN Prescrição regida pelo CC
Receita derivada. Receita originária.
Sujeita-se aos princípios tributários (legalidade, Não se sujeita aos princípios tributários.
anterioridade, noventena, etc.)

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❖ Quando o serviço deve ser remunerado por tarifa ou taxa?

1. Critério da escolha política;


2. Compulsoriedade (Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77
consideram-se I - utilizados pelo contribuinte: b) potencialmente, quando, sendo de
utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa
em efetivo funcionamento;
3. Critério da natureza do serviço público:
Serviços públicos propriamente estatais: Sempre taxa

Serviços públicos essenciais ao interesse público: Taxa, desde que a lei os considere

obrigatórios

Serviços públicos não essenciais: Delegáveis; cobrados, normalmente, por tarifas

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❖ Água e Esgoto
• STJ
”Este tribunal Superior, encampando entendimento sedimentado no
Pretório Excelso, firmou posição no sentido de que a contra-prestação
cobrada por concessionárias de serviço público de água e esgoto
detém natureza jurídica de tarifa ou preço público”(EREsp 690.609/RS,
rel. Min. Eliana Calmon, 2008.

• Súmula 412. STJ


A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se
ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil.

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❖ Julgados
• É legítima a cobrança das custas judiciais e das taxas judiciárias tendo por
parâmetro o valor da causa, desde que fixados valores mínimos e máximos.
A fixação desses valores mínimos e máximos deve ser feita para se atender ao
entendimento sumulado do STF:
Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa
judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.
STF. Plenário. ADI 5688/PB, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min.
Dias Toffoli, julgado em 22/10/2021 (Info 1035).

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❖ Julgados
• É constitucional a Taxa de Registro de Contratos devida pelo exercício regular
do poder de polícia ao Detran/PR, prevista no § 1º do art. 3º da Lei nº
20.437/2020, do Paraná, observada a equivalência razoável entre o valor
exigido do contribuinte e os custos referentes ao exercício do poder de polícia.
STF. Plenário. ADI 6737/PR, Rel. Min. Carmem Lúcia, julgado em 7/6/2021 (Info
1020).

Direito Tributário
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❖ Julgados
• A atividade desenvolvida pelo Estado no âmbito da segurança pública é
mantida ante impostos, sendo imprópria a substituição, para tal fim, de taxa.
STF. Plenário. ADI 4411, Rel. Marco Aurélio, julgado em 18/08/2020 (Info 992 –
clipping).

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❖ Julgados
• O STF declarou a inconstitucionalidade de Lei do Estado do Amapá, que instituiu a Taxa de Controle,
Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Exploração e Aproveitamento de Recursos
Hídricos (TFRH).
A Corte entendeu que o valor cobrado é muito superior em relação ao custo da atividade estatal
relacionada (fiscalização das empresas que exploram recursos hídricos). Logo, não há
proporcionalidade entre o custo da atividade estatal e o valor que será pago pelos particulares pela
taxa. Isso viola as características da taxa, que é um tributo orientado pelo princípio da retributividade
e que possui caráter contraprestacional e sinalagmático.
Além disso, a lei previa que apenas 30% dos valores arrecadados com a taxa seriam utilizados em
atividades relacionadas com a política de recursos hídricos e os 70% restantes iriam para a conta
única do Tesouro Estadual. Isso demonstra o caráter arrecadatório desta taxa.
Por fim, ao onerar excessivamente as empresas que exploram recursos hídricos, a referida taxa
adquiriu feições verdadeiramente confiscatórias, dificultando, ou mesmo inviabilizando, o
desenvolvimento da atividade econômica. Houve, portanto, violação ao que prevê o art. 150, IV, da
CF/88, que proíbe que os tributos sejam utilizados com efeito de confisco.
STF. Plenário. ADI 6211/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/12/2019 (Info 962).

Direito Tributário
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❖ Julgados
A isenção do recolhimento da taxa para emissão, renovação, transferência e
expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo particular
prevista no art. 11, § 2º, da Lei nº 10.826/2003 não se estende aos policiais
rodoviários federais aposentados.
STJ. 1ª Turma.REsp 1530017-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em
21/09/2017 (Info 612).

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❖ Julgados
É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal.

Direito Tributário
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❖ Julgados
Como o tema já caiu em provas:

(IBADE - 2023 - RBPREV - AC - Procurador Jurídico Previdenciário)


A competência dos entes federados é delimitada pela Constituição. Sobre a
competência dos Municípios, é correto afirmar que: podem instituir a cobrança de
taxa de fiscalização de ocupação e permanência de postes, devida pelas
concessionárias de energia elétrica, instalados em áreas, vias e logradouros
públicos, considerando sua competência tributária e o interesse local envolvido
(errado).

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❖ Julgados

Compete privativamente à União instituir a Taxa de Fiscalização de Funcionamento


(TFF) recolhidas ao Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL), devida
pelas concessionárias, permissionárias e autorizadas de serviços de
telecomunicações e de uso de radiofrequência, anualmente, pela fiscalização do
funcionamento das estações.
Tese fixada pelo STF:
“A instituição de taxa de fiscalização do funcionamento de torres e antenas de
transmissão e recepção de dados e voz é de competência privativa da União, nos
termos do art. 22, IV, da Constituição Federal, não competindo aos Municípios
instituir referida taxa.”
STF. Plenário. RE 776594/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 2/12/2022
(Repercussão Geral – Tema 919) (Info 1078).

Direito Tributário
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❖ Julgados
É constitucional a instituição, por meio de lei estadual, de taxas de controle,
monitoramento e fiscalização de atividades de pesquisa, lavra, exploração e
aproveitamento de recursos minerários (TFRM).
A base de cálculo das taxas minerárias deve guardar razoável proporcionalidade
entre a quantidade de minério extraído e o dispêndio de recursos públicos com a
fiscalização dos contribuintes, observados os princípios da proibição do confisco e
da precaução ambiental.
STF. Plenário. ADI 4785/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 1/8/2022 (Info
1062).
STF. Plenário. ADI 4786/PA, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 1/8/2022 (Info
1062).
STF. Plenário. ADI 4787/AP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1/8/2022 (Info 1062).

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Como o tema já caiu em concursos:

(FGV – SEFAZ-MT – 2023) Estado Alfa instituiu, por lei estadual, uma taxa de controle, acompanhamento e fiscalização das atividades
de pesquisa, lavra, exploração recursos aproveitamento de minerários pertencentes à União no território estadual. A base de cálculo
da referida taxa é a tonelada de minério extraído.

Acerca desse cenário, à luz do entendimento do Supremo Tribunal Federal, assinale a afirmativa correta.

Alternativas

A)O legislador estadual criou uma taxa qualificada como taxa de serviço público, devida pela prestação de serviço público especifico
e divisível de fiscalização da extração mineral, em razão do volume de minério extraído.

B)É admissível a utilização, a título de elemento para a quantificação tributária dessa taxa, do volume de minério extraído.

C)Os recursos minerais sendo de propriedade da União, somente esta, por lei federal, pode instituir a referida taxa em razão do
exercício do poder de policia.

D)Tal taxa viola a competência privativa da União para legislar sobre tributação de atividade extrativa mineral.

E)A base de cálculo fixada, isto é, a tonelada de minério extraída, configura base de cálculo idêntica àquela de imposto, sendo
indevida tal fixação.

Gabarito:
Direito B
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❖ Julgados

É válida a cobrança das custas judiciais e emolumentos tendo por parâmetro o


valor da causa ou do bem ou negócio objeto dos atos judiciais e extrajudiciais,
desde que definidos limites mínimo e máximo e mantida uma razoável e
proporcional correlação com o custo da atividade.
STF. Plenário. ADI 2846/TO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 13/9/2022
(Info 1067).

Direito Tributário
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A cobrança do ICMS-DIFAL de empresas optantes do Simples Nacional deve ter
fundamento em lei estadual em sentido estrito.
O STF, por ocasião do julgamento do RE 970.821, fixou tese a seguinte tese
no Tema 517: “É constitucional a imposição tributária de diferencial de alíquota do
ICMS pelo Estado de destino na entrada de mercadoria em seu território devido por
sociedade empresária aderente ao Simples Nacional, independentemente da
posição desta na cadeia produtiva ou da possibilidade de compensação dos
créditos.”
Vale ressaltar, contudo, que o Tema 517 não dispensa a obrigatoriedade de lei
estadual disciplinando a cobrança do ICMS-DIFAL. Assim, ao final da tese fixada
no Tema 517, é possível acrescentar o seguinte trecho: “, desde que prevista em lei
estadual em sentido estrito.”
Em suma: a cobrança do ICMS-DIFAL de empresas optantes do Simples Nacional
deve ter fundamento em lei estadual em sentido estrito.
STF. Plenário. ARE 1.460.254/GO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/11/2023
(Repercussão Geral – Tema 1.284) (Info 1118).

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Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: TJ-SC Prova: FGV - 2024 - TJ-SC - Juiz Substituto
A sociedade Doces XXX Ltda., localizada no Estado Alfa, é conhecida por seus doces derivados
de queijo. Sabendo que o Estado Beta possui uma indústria queijeira famosa pela qualidade,
resolve comprar sua matéria-prima de fornecedores do Estado Beta.

Considerando que a Doces XXX Ltda. é optante do Simples, a respeito do recolhimento do


ICMS, é correto afirmar que:
Aem razão do tratamento favorecido às empresas de pequeno porte pela Constituição Federal,
não se admite a cobrança de diferencial de alíquota de ICMS pelo Estado Alfa da sociedade
Doces XXX Ltda. por ser ela optante do Simples;
Ba sociedade Doces XXX Ltda. é substituta tributária de seus fornecedores queijeiros por se
tratar de empresa optante do Simples, cabendo a ela o recolhimento do ICMS ao Estado Beta;
Cpara a cobrança do diferencial de alíquota de ICMS pelo Estado Alfa, basta a previsão na
legislação estadual sem necessidade de lei específica nos casos de sociedade optante do
Simples;
Da sociedade Doces XXX Ltda. terá que recolher o diferencial de alíquota de ICMS ao Estado
Alfa, desde que haja lei estadual específica determinando, mesmo sendo optante do Simples;
Ea existência de lei complementar federal autorizando a cobrança de diferencial de alíquota de
ICMS permite o Estado Beta a autuar a sociedade Doces XXX Ltda. em caso de não
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recolhimento.
É constitucional a lei estadual ou distrital que, com amparo em
convênio do CONFAZ, conceda remissão de créditos de ICMS oriundos
de benefícios fiscais anteriormente julgados inconstitucionais.
STF. Plenário. RE 851421/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
17/12/2021 (Repercussão Geral – Tema 817) (Info 1042).

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É constitucional resolução do Senado Federal que fixa alíquota do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aplicável às
operações interestaduais com bens e mercadorias importados do
exterior.
STF. Plenário. ADI 4858/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão
Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/8/2021 (Info 1025).

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É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) sobre o licenciamento ou
cessão do direito de uso de programas de computador.
STF. Plenário. ADI 5576/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
2/8/2021 (Info 1024).

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A antecipação do ICMS com substituição tributária deve se harmonizar com a lei
complementar federal que dispõe sobre a matéria (no caso, os arts. 6º e 9º da LC 87/96).
É imprescindível, ademais, que a instituição dessa substituição tributária seja feita por meio
de lei estadual em sentido estrito, com densidade normativa.
Logo, não basta que o decreto estadual atribua às empresas geradoras de energia elétrica a
responsabilidade por substituição tributária pelo recolhimento do ICMS. É indispensável que
exista lei estadual.
Mesmo que exista um convênio ICMS interestadual autorizando a substituição tributária,
como a CF/88 exige a edição de lei estadual em sentido estrito, esse convênio deve ser
submetido à apreciação da Assembleia Legislativa.
Por meio do Convênio ICMS nº 50/2019, os estados signatários acordaram em adotar, quanto
ao ICMS, o regime de substituição tributária nas operações interestaduais com energia
elétrica neles iniciadas com destino a distribuidora localizada no Estado do Amazonas.
Ocorre que não foi editada lei no Estado do Amazonas autorizando essa substituição
tributária. Logo, o Decreto nº 40.628/19 do Estado do Amazonas, ao instituir substituição
tributária relativamente ao ICMS e incorporar à legislação amazonense o referido convênio,
sem a prévia submissão desse à Assembleia Legislativa, incidiu em inconstitucionalidade
formal.
STF. Plenário. ADI 6144/AM e ADI 6624/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 2/8/2021 (Info
1024).
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A antecipação, sem substituição tributária, do
pagamento do ICMS para momento anterior à
ocorrência do fato gerador necessita de lei em sentido
estrito.
A substituição tributária progressiva do ICMS reclama
previsão em lei complementar federal.
STF. Plenário. RE 598677/RS, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 26/3/2021 (Repercussão Geral – Tema
456) (Info 1011).

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É inconstitucional a sistemática de incentivo fiscal de
ICMS às indústrias paraenses de produtos industrializados
derivados do trigo, prevista no Anexo I do Decreto
4.676/2001 do estado do Pará (Regulamento do ICMS).
STF. Plenário. ADI 6479/PA, Rel. Min. Carmen Lúcia,
julgado em 18/6/2021 (Info 1022).

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Na hipótese de lançamento suplementar de ICMS, em decorrência de
dimensionamento incorreto do crédito tributário pelo sujeito passivo
(creditamento a maior e diferencial de alíquotas), deve ser aplicado o
prazo decadencial do art. 150, § 4º, CTN, e não o art. 173, I, para o
Fisco constituir o crédito:
Art. 150 (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de
cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse
prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
STJ. 2ª Turma. AREsp 1471958-RS, Rel. Min. Assusete Magalhães,
julgado em 18/05/2021 (Info 698).

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As vendas inadimplidas não podem ser excluídas
da base de cálculo do tributo, pois a inadimplência
do consumidor final — por se tratar de evento
posterior e alheio — não obsta a ocorrência do fato
gerador do ICMS-comunicação.
STF. Plenário. RE 1003758/RO, Rel. Min. Marco
Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 14/5/2021 (Repercussão Geral
– Tema 705) (Info 1017).

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É constitucional a imposição tributária de diferencial de alíquota do
ICMS pelo Estado de destino na entrada de mercadoria em seu território
devido por sociedade empresária aderente ao Simples Nacional,
independentemente da posição desta na cadeia produtiva ou da
possibilidade de compensação dos créditos.
STF. Plenário. RE 970821/RS, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
11/5/2021 (Info 1017).

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A cobrança do diferencial de alíquota alusivo ao ICMS, conforme introduzido
pela Emenda Constitucional nº 87/2015, pressupõe edição de lei complementar
veiculando normas gerais.
É necessária a edição de lei complementar, disciplinando a EC 87/2015, para
que os estados-membros e o Distrito Federal (DF), na qualidade de destinatários
de bens ou serviços, possam cobrar Diferencial de Alíquota do ICMS (Difal) na
hipótese de operações e prestações interestaduais com consumidor final não
contribuinte do Imposto.
São válidas as leis estaduais ou distritais editadas após a EC 87/2015, que
preveem a cobrança do Difal nas operações e prestações interestaduais com
consumidor final não contribuinte do imposto. No entanto, não produzem
efeitos enquanto não editada lei complementar dispondo sobre o assunto.
STF. Plenário. ADI 5469/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/2/2021 (Info
1007).
STF. Plenário. RE 1287019/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Dias Toffoli, julgado em 24/2/2021 (Repercussão Geral – Tema 1093) (Info 1007).

Prof. Felipe Duque


Súmula 649-STJ: Não incide ICMS sobre o serviço
de transporte interestadual de mercadorias
destinadas ao exterior.
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 28/04/2021, DJe
03/05/2021.

Prof. Felipe Duque


São inconstitucionais os seguintes dispositivos da Lei Kandir (LC 87/96):
• o art. 11, § 3º, II;
• o trecho “ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular” do art.
12, I; e
• o art. 13, § 4º.
Isso porque não configura fato gerador de ICMS o mero deslocamento de
mercadorias entre estabelecimentos do mesmo titular, independentemente
de estarem localizados na mesma unidade federativa ou em
estados-membros diferentes.
STF. Plenário. ADC 49/RN, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 16/4/2021
(Info 1013).

Prof. Felipe Duque


Temas de Direito Processual
Civil

Prof. Thaís Carvalho de Souza


Normas Fundamentais
Art. 1º ao 12 –

Influenciado pelo Neoconstitucionalismo, muitos princípios constitucionais foram trazidos para


dentro do CPC;

Art. 1º, CPC O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as
normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil ,
observando-se as disposições deste Código.
Princípios
Devido Processo Legal

A noção de devido processo legal (due processo of law) diz respeito ao processo conforme não
apenas à lei, mas ao Direito como um todo. O devido processo legal é composto de uma série de
garantias processuais, como:
CF, Art. 5º, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

A doutrina distingue duas dimensões do devido processo legal:

Dimensão formal (processual): é o rol de garantias e de direitos dos jurisdicionados no âmbito


processual, cuja observância é requisito de validade do processo. É a dimensão formal que
resguarda o contraditório, o juiz natural, a publicidade, o dever de motivação das decisões judiciais –
enfim, todas as garantias processuais que integram o devido processo legal.

Dimensão material (substancial): interpretando a previsão constitucional do devido processo legal


(art. 5º, LIV, da CF), o STF e diversos autores extraem as noções de proporcionalidade e de
razoabilidade.
Ou seja, a cláusula do devido processo legal, além das garantias processuais, exige que o juiz,
administrador e legislador atuem em observância à razoabilidade e à proporcionalidade.

A previsão é hoje reforçada pelo art. 8º do CPC, que alude à proporcionalidade e à razoabilidade.

Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência
Contraditório

O contraditório é uma das garantias asseguradas pelo devido processo legal e, grosso modo,
garante que os jurisdicionados participem do processo e, por meio de suas manifestações,
efetivamente influenciem o convencimento judicial.

A doutrina costuma distinguir duas dimensões do princípio do contraditório:

Dimensão formal: concepção clássica do contraditório, pautada no binômio ciência-reação. Em sua


dimensão formal, o contraditório é observado caso as partes tivessem ciência da decisão proferida e
lhes fosse oportunizada a possibilidade de a ela reagir (interpondo recurso, por exemplo).

Dimensão substancial: concepção mais moderna do contraditório, que, além da ciência e da reação,
é composta pelo poder ou direito de influência. Trata-se da possibilidade de as partes não apenas se
manifestarem, mas de suas manifestações serem efetivamente levadas em consideração, de
influenciarem o magistrado em seu convencimento judicial. É o direito não apenas de se manifestar,
mas de ser também ouvido. Relaciona-se com o modelo cooperativo de processo (art. 6º do CPC) e
com o direito de influência (coparticipação no processo).
A garantia ao contraditório está presente na CF, no rol de direitos fundamentais, além de em
diplomas internacionais:

Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerente

O CPC/2015 reforçou o contraditório em sua dimensão substancial, incluindo diversas previsões


legais que o asseguram.

Vedação às decisões-surpresa (art. 10 do CPC): o art. 10 do CPC dispõe que ao juiz é vedado decidir
com base em fundamento sobre o qual as partes não puderam se manifestar. A regra vale para
qualquer grau de jurisdição e ainda que se trate de matéria sobre a qual o juiz deva decidir de ofício.
CPC, Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III ;
III - à decisão prevista no art. 701 .

CPC, Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de
matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Ampla defesa

O princípio da ampla defesa consagra a garantia de as partes – e, especialmente, do réu –


apresentarem defesa, inclusive solicitando a produção de provas, apresentando toda a matéria
defensiva, interpondo recursos e contando com representação técnica.

A ampla defesa está prevista constitucionalmente no mesmo dispositivo que prevê o contraditório

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes

A violação à ampla defesa muitas vezes constitui, também, uma violação ao contraditório e
vice-versa.

O traço distintivo entre ambos é de a defesa é a outra face da ação. Da mesma forma que o autor
possui direito à ação, o réu possui o direito de defender-se de forma ampla, com todas as
prerrogativas que lhe são garantidas – contestar, recorrer, ser representado por advogado, produzir
provas etc
Princípio da Adstrição

O princípio da adstrição (correlação ou congruência) está intimamente ligado com o princípio da


inércia da jurisdição, de modo que, em suma, tal princípio limita a cognição do juiz ao pedido
realizado pela parte no processo, não podendo, portanto, o juiz, decidir além ou fora do que foi
pedido.

Para a doutrina:

"[...] a resposta apresentada pelo magistrado deve se conformar com o pedido formulado pelo autor
na petição inicial, pelo réu na contestação ou pelo réu e/ou pelo terceiro reconvinte, sob pena de o
pronunciamento ser considerado extra petita, ultra petita ou citra petita, acarretando as
consequências identificadas em linhas seguintes [...]" (MONTENEGRO FILHO, Misael. Novo Código
de Processo Civil Comentado. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2018, p. 148/145).

Art 2º, CPC – O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as
exceções previstas em lei

Art 141, CPC - O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo defeso conhecer de
questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.

Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.

O limite da sentença é o pedido, com a sua fundamentação. O afastamento desse limite caracteriza
as sentenças citra petita, ultra petita e extra petita, o que constitui vícios e, portanto, acarreta a
nulidade do ato decisório.

Sentença “ultra petita” é aquela na qual o juiz concede mais do que foi pedido pelo autor; - Não
precisa ser anulada, mas o Tribunal pode reduzir o pedido;

Sentença “citra petita” é aquela na qual o juiz concede menos do que foi pedido pelo autor
(cuidado; aqui o problema é na fundamentação, pois é possível que o pedido seja julgado
parcialmente procedente…);

Sentença “extra petita” é aquela na qual o juiz concede pedido diverso daquele postulado pelo
autor. Pode dizer respeito ao pedido mediato (objeto da relação de direito material; bem da vida), ou
ao pedido imediato (tutela jurisdicional).
Princípio da Motivação

O princípio da motivação (fundamentação) das decisões está também previsto no art. 93, IX, da
Constituição Federal:

Art. 93 [...] IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à
informação;

No CPC, o princípio está previsto no art. 11:

Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.

Art. 489 [...] § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
[...]
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;".
Princípio da Cooperação

Segundo o art. 6º do CPC:

Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

A cooperação (ou colaboração) pode ser compreendida como o dever, imposto a todos que
participam do processo, de colaborar com a adequada prestação jurisdicional. Tal dever inclui a
exigência de que as partes ajam de boa-fé, de forma proba e leal durante todo o processo,
envidando esforços para que a sentença seja prolatada de forma justa, célere e efetiva.

Cooperação como modelo

O processo colaborativo é aquele em que o magistrado é paritário às partes em relação ao diálogo e


assimétrico em relação à decisão. Ou seja, é o processo jurisdicional no qual o magistrado se coloca
em posição de igualdade no tocante ao exercício do contraditório, permitindo a coparticipação das
partes na solução da controvérsia.
Justiça Multiportas e métodos adequados de solução de conflitos

Pode-se afirmar que o CPC adere ao sistema de justiça multiportas, pois incentiva a resolução de
conflitos por outros meios que não apenas a jurisdição estatal. Trata-se, inclusive, de norma
fundamental (art. 3º do CPC). Tanto meios de resolução de litígio autocompositivos quanto os meios
heterocompositivos se incluem no conceito de jurisdição multiportas, que os engloba.

Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.


§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive
no curso do processo judicial.
Há diversos métodos adequados – ou alternativos – de resolução de controvérsias, quais sejam:

Autotutela: solução do conflito mediante a imposição de uma das partes, pelo uso da força. Em
regra, é vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro, sendo inclusive crime “fazer justiça pelas
próprias mãos” (art. 345 do CP). Ex: Direito de greve (arts. 9º e 37, VII, ambos da CF);Desforço
imediato no esbulho possessório (art. 1.210, § 1º, do CC);Legítima defesa (art. 118, I, do
CC);Autoexecutoriedade dos atos administrativos;Direito de retenção (arts. 681, 708, 742, 1.219,
todos do CC).

Autocomposição: é a solução consensual do conflito, ou seja, por intermédio do consentimento dos


envolvidos na situação litigiosa. Pode ocorrer no âmbito de um processo ou extrajudicialmente. É
gênero, que abarca a transação e a submissão (renúncia ou reconhecimento do pedido) .

Mediação e conciliação: tanto a mediação quanto a conciliação são métodos autocompositivos de


resolução de conflitos, ou seja, em que as próprias partes chegam à resolução da controvérsia. Em
ambos, há a atuação de um terceiro imparcial, que auxilia as partes na resolução do conflito. Por isso,
pode-se dizer que a mediação e a conciliação constituem uma forma de autocomposição na qual há
auxílio de um terceiro para a resolução da controvérsia.
Mediação: A Lei de Mediação possui uma seção específica destinada aos conflitos envolvendo a
Administração Pública Federal Direta, suas autarquias e fundações (arts. 35 a 40 da Lei nº
13.140/2015), a qual é bastante cobrada em provas de procuradorias.

CPC, art. 165, § 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo
anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer
tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.

§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as
partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo
que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções
consensuais que gerem benefícios mútuos.

Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da


imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da
decisão informada.
Arbitragem: forma heterocompositiva de resolução de conflitos em que as partes, com base em sua
autonomia da vontade, elegem um terceiro de confiança – o árbitro – para solucionar o litígio.

A arbitragem e seu procedimento são disciplinados pela Lei nº 9.307/96 (Lei de Arbitragem). É
utilizada para a resolução de conflitos que versem sobre direitos patrimoniais disponíveis.
Além da arbitra ilidade objetiva e subjetiva, os procedimentos arbitrais em que seja parte a Fazenda
possuem requisitos adicionais.

A arbitragem deve ser de direito: a decisão arbitral pode ser proferida com base em normas jurídica
(arbitragem de direito) ou com base no senso de justiça do árbitro (arbitragem por equidade). A
arbitragem que tenha como parte a Administração Pública necessariamente deverá ser de direito,
em obediência ao princípio da legalidade.

Publicidade (arbitragem não pode ser sigilosa): uma das principais características do procedimento
arbitral, em contraposição à justiça estatal, é o sigilo. Via de regra, os procedimentos arbitrais são
sigilosos. Mas as arbitragens em que a Administração Pública é parte devem respeitar o princípio da
publicidade.
Litisconsórcio
Litisconsórcio é a cumulação subjetiva de demandas, na medida em que basta a existência plural de
autores e/ou réus para que haja a verificação do fenômeno, formando verdadeiro processo
cumulativo. (Rol exaustivo)

“Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou
passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito”.

CLASSIFICAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO
Utiliza-se normalmente os seguintes critérios para classificar o tipo de litisconsórcio:
(a) Posição processual na qual foi formado;
(b) Momento de sua formação;
(c) Obrigatoriedade ou não;
(d) Destino dos litisconsortes no plano material.
Posição processual: o litisconsórcio poderá ser ativo, passivo e misto, de acordo com a pluralidade
de pessoas na demanda (se vários autores, vários réus ou ambos).

Momento de sua formação: inicial ou ulterior, inicial se já se iniciou com as partes reunidas, e
posterior se o litisconsórcio se formou depois da propositura da ação (ex. chamamento ao processo).

Obrigatoriedade ou não: o litisconsórcio necessário ocorre quando é obrigatória a sua formação,


essa obrigatoriedade pode decorrer da lei ou da natureza da relação jurídica controvertida (quando a
eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes), enquanto no
litisconsórcio facultativo há apenas uma opção, em geral a cargo do autor.

Destino dos litisconsortes no plano material: aqui o litisconsórcio pode ser classificado em simples,
quando os litisconsortes serão tratados de forma diferente, ou unitário, hipótese em que os
litisconsortes serão tratados de forma uniforme.
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO vs UNITÁRIO

• Nem sempre o litisconsórcio necessário será unitário, embora isso ocorra na maioria das vezes.
• É importante ter em mente que a obrigatoriedade do litisconsórcio diz respeito ao momento
inicial da demanda, enquanto que a unitariedade se refere ao momento da decisão do litigio.
• Dessa forma, o litisconsórcio será necessário e unitário sempre que a citação de todos for
obrigatória e a sentença deva ser uniforme para todos os litisconsortes (caso a sentença possa ser
distinta, será necessário, mas simples).

Assim, o CPC distingue as duas classificações:

“Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação
jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser
litisconsortes."

Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de
decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes”
LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO

Litisconsórcio multitudinário se dá quando há um elevado número de litigantes facultativos na ação.

Sobre esse tipo de litisconsórcio, dispõe o CPC em seu art. 113:


“Art. 113 (...)
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida
solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar”.

- Em determinados casos, a presença de vários litisconsortes pode frustrar o atingimento dos


objetivos do litisconsórcio (ex. economia processual), de modo que o CPC possibilita ao juiz a
limitação oficiosa do número de litigantes, o que também pode ser feito após o requerimento das
partes.
LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO

Litisconsórcio multitudinário se dá quando há um elevado número de litigantes facultativos na ação.

Sobre esse tipo de litisconsórcio, dispõe o CPC em seu art. 113:


“Art. 113 (...)
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida
solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar”.

- Em determinados casos, a presença de vários litisconsortes pode frustrar o atingimento dos


objetivos do litisconsórcio (ex. economia processual), de modo que o CPC possibilita ao juiz a
limitação oficiosa do número de litigantes, o que também pode ser feito após o requerimento das
partes.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

CHAMAMENTO AO PROCESSO
O chamamento ao processo é intervenção de terceiro, criada pelo CPC/73, em que fiadores e
devedores solidários chamam ao processo o responsável principal ou os corresponsáveis, para que
assumam a posição de litisconsorte e fiquem submetidos à coisa julgada.
1- É uma intervenção de terceiro provocada, que só pode ser feita pelo réu.
2- É uma provocação opcional. O réu chama outrem ao processo se quiser.
3- só se aplica aos processos de conhecimento.
4- é uma intervenção que se funda em uma relação de solidariedade entre chamante e
chamado.

O propósito dessa intervenção é ampliar o polo passivo de modo a que eventual condenação possa
ser contra todos e aquele que vier a pagar a dívida já possa se voltar contra o outro no mesmo
processo, pois este outro também ficou submetido à coisa julgada.

O chamamento ao processo gera um litisconsórcio passivo ulterior e é um instrumento a favor da


economia processual (corrente majoritária, que deve ser adotada em prova). Esse litisconsórcio será
sempre facultativo, pois o fiador ou devedor solidário pode preferir recobrar o débito ou a
quota-parte dos demais em ação autônoma posterior. Esse litisconsórcio será unitário ou simples a
depender da divisibilidade/indivisibilidade do bem objeto da demanda.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Terceiro é aquele que não é parte no processo, que não é sujeito parcial do contraditório - seja
porque nunca foi, seja porque foi excluído da lide.

As intervenções de terceiro foram pensadas para o processo/fase de conhecimento, com aplicação


subsidiária ao processo/fase de execução

Vedações:

Nos Juizados Especiais, não se admite intervenção de terceiro. Ocorre que o art. 1.062 CPC/15
revogou parcialmente a vedação para permitir a desconsideração da personalidade jurídica.

Na ADI, ADC e ADPF não cabe intervenção de terceiro (art. 7º, Lei n. 9.868/99). Salvo, amicus curiae
Assistência

É a intervenção espontânea na qual pela qual um terceiro ingressa em processo alheio para auxiliar
uma das partes.

Pode se dar em qualquer momento da fase de conhecimento. A intervenção poderia se dar desde a
petição inicial, até o trânsito em julgado. Contudo, os atos já praticados estarão protegidos pela
preclusão e não serão repetidos, devendo o assistente a assumir o processo no estado em que se
encontra.

Saibam também que o STJ já decidiu que a assistência pode acontecer em qualquer momento
processual, desde que seja possível influenciar o resultado final da lide. Assim, o assistente não
pode intervir para fazer sustentação oral ou apresentar manifestação escrita quando já tiver
começado o julgamento do recurso especial.

Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em
que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
Assistência
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e
sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.

Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será
considerado seu substituto processual.

Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido,
desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos
controvertidos.

(...)Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir
na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido
CHAMAMENTO AO PROCESSO

O chamamento ao processo é intervenção de terceiro, criada pelo CPC/73, em que fiadores e


devedores solidários chamam ao processo o responsável principal ou os corresponsáveis, para que
assumam a posição de litisconsorte e fiquem submetidos à coisa julgada.
1- É uma intervenção de terceiro provocada, que só pode ser feita pelo réu.
2- É uma provocação opcional. O réu chama outrem ao processo se quiser.
3- só se aplica aos processos de conhecimento.
4- é uma intervenção que se funda em uma relação de solidariedade entre chamante e
chamado.

O propósito dessa intervenção é ampliar o polo passivo de modo a que eventual condenação possa
ser contra todos e aquele que vier a pagar a dívida já possa se voltar contra o outro no mesmo
processo, pois este outro também ficou submetido à coisa julgada.

O chamamento ao processo gera um litisconsórcio passivo ulterior e é um instrumento a favor da


economia processual (corrente majoritária, que deve ser adotada em prova). Esse litisconsórcio será
sempre facultativo, pois o fiador ou devedor solidário pode preferir recobrar o débito ou a
quota-parte dos demais em ação autônoma posterior. Esse litisconsórcio será unitário ou simples a
depender da divisibilidade/indivisibilidade do bem objeto da demanda.
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da
dívida comum.

Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na
contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o
chamamento.Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção
judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.
Denunciação à lide

Na denunciação à lide, o autor ou o réu trazem ao processo um terceiro que tem responsabilidade
de ressarci-lo pelos eventuais danos advindos do resultado.

É ação de regresso antecipada para a eventualidade da sucumbência do denunciante.

Características

Na denunciação à lide, há uma relação jurídica entre denunciante e denunciado E outra relação
jurídica totalmente diversa entre autor e denunciante. O denunciado (C), portanto, não tem nenhuma
relação com o autor (adversário do denunciante).
Desconsideração da personalidade jurídica – ART. 133 a 137, CPC

Decorre da teoria da desconsideração da personalidade jurídica - disregard of legal entity; teoria de


la penetración o desestimación de la personalidad.

Por meio desta, levanta-se o véu (piercing the corporate veil) protetivo da pessoa jurídica e busca-se
o patrimônio dos sócios. Seu objetivo é retirar pontualmente a autonomia patrimonial em casos nos
quais há abuso da personalidade jurídica da pessoa jurídica, utilizando-a como meio para cometer
fraudes e ocultar patrimônio. Pode-se, portanto, incluir no polo passivo e responsabilizar
patrimonialmente os sócios mesmo que esses não façam parte do título executivo exequendo.

Características

O CPC, de forma inovadora, criou um incidente só para a desconsideração da personalidade jurídica,


a ser instaurado a qualquer instante. Poderá ocorrer desde o primeiro momento do processo, na
petição inicial, quando sequer será considerado como incidente, pois o juiz analisará antes de iniciar
o processo, OU em qualquer outro momento posterior, seja em conhecimento, liquidação de
sentença ou execução (singular ou coletiva), já que os requisitos podem se fazer presentes a
qualquer instante do processo.
AMICUS CURIAE

Segundo Didier, amicus curiae (amigo da corte) é o terceiro que, espontaneamente, a pedido da
parte ou por provocação do órgão jurisdicional, intervém no processo para fornecer subsídios que
possam aprimorar a qualidade da decisão.

Amicus curiae é diferente de perito. Perícia é meio de prova, sendo que o perito submete-se às
regras de impedimento e suspeição e recebe honorários. Também é diferente de assistência.

Amicus curiae dá sua opinião sobre a causa, em toda a sua complexidade, sobretudo em questões
técnico jurídicas. Não recebe honorários e não se submete às regras de impedimento e suspeição.

Existem alguns diplomas legislativos que já previam a figura do amicus curiae, no entanto, o Código
de Processo Civil de 2015 regulou de maneira inovadora, vejamos:
AMICUS CURIAE
Para sua intervenção, há requisitos objetivos e subjetivos.

requisitos objetivos: que se trate de causa relevante, OU com tema muito específico OU que tenha
repercussão social, requisitos esses alternativos.

requisitos subjetivos: pode ser pessoa natural, jurídica ou órgão ou entidade especializada. Ademais,
é imprescindível que haja representatividade adequada, isto é, a ligação do amicus curiae com a
relação jurídica litigiosa.

A intervenção pode ser solicitada pelo ente ou pessoa interessada a ser amicus curiae, mas também
pode ocorrer de ofício pelo juízo.

O STF entende que o amicus pode pedir sua intervenção até a data em que o relator liberar o
processo para inclusão em pauta. No entanto, o STF, em decisão monocrática, já admitiu exceção a
essa regra, pois: a) existia grande relevância no caso; b) a manifestação do requerente poderia trazer
notória contribuição para o julgamento da causa.
PODERES DO AMICUS CURIAE

Antes do CPC/15, como a figura do amicus curiae era mais recorrente no controle concentrado de
constitucionalidade (Leis n.º 9.868/99 e 9.882/99), o STF decidiu sobre seus poderes. O STF entendia
os poderes do amicus curiae antes do CPC/15 da seguinte forma:

O amicus pode apresentar memoriais? SIM.


O amicus pode aditar o pedido contido na inicial? NÃO.
O amicus tem direito de fazer sustentação oral?
• Nos processos perante o STF: SIM. • Nos processos perante o STJ: NÃO.
O amicus pode recorrer contra a decisão proferida? NÃO.

Com o CPC/15, a delimitação dos poderes ficará a cargo do juiz.

“Art. 138, § 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir
os poderes do amicus curiae”.
Para sua intervenção, há requisitos objetivos e subjetivos.
Assim, nos termos do CPC/15, O juiz irá decidir pela admissão ou não do amicus curiae na demanda
e, admitindo-o, irá definir os poderes processuais do amicus curiae, não podendo ir contrariamente à
lei (ex: autorizar o amicus curiae a recorrer; retirar o prazo de 15 dias para se manifestar).
De todo modo, a tendência são os poderes definidos pelo STF (anteriormente mencionados)
continuarem.

E sobre a possibilidade de recorrer? De fato, o art. 138 e seus parágrafos dão a entender que o
amicus curiae não pode recorrer, salvo opor embargos de declaração ou recorrer do IRDR (há o
entendimento doutrinário (enunciado 391, FPPC) de que poderia recorrer dos recursos repetitivos
também).

Por fim, da decisão que que admite ou solicita, o art. 138, caput, é claro em mencionar a sua
irrecorribilidade.
PROCESSOS ESTRUTURAIS

Se desenvolveu nos EUA a partir de alguns casos no final XX referente à dessegregação das escolas
americanas - era preciso tomar uma série de providencias para que a situação consolidada se
reestruturasse.. Ex: presídios, acessibilidades, asilos.
É necessário distinguir três conceitos:

Problema (litígio/conflito) estrutural ou situação de desconformidade estruturada: uma situação de


fato em que uma desconformidade se estabeleceu. Uma configuração de uma situação de
permanente desconformidade. (Nem sempre a situação é de ilicitude). Diante da permanência do
problema ele é um problema que não pode ser resolvido com um único ato. A solução depende
necessariamente de um tempo, de uma série de providencias.

ADPF 347 – ESTADO DE COISA INCONSTITUCIONAL Nessa ação, o STF reconheceu a existência
de um “estado de coisas inconstitucional” no sistema prisional brasileiro. Isso significa que há uma
grave e massiva violação de direitos fundamentais dos presos. Entre os problemas estão celas
superlotadas e imundas, falta de água e materiais de higiene básicos, proliferação de doenças,
agressões e estupros, além da ausência de oportunidades de estudo e trabalho. O STF determinou
um conjunto de medidas para reduzir a superlotação das prisões e melhorar as condições de
encarceramento
Processo estrutural: o processo judicial que tem por objeto um problema estrutural. O processo
estrutural tem 5 características essenciais:

1.Conteúdo: se pauta em um problema estrutural.

2.Finalidade é fazer uma transição entre a situação de desconformidade atual para a situação de
conformidade desejada. Todo processo estrutural pressupõe a necessidade de construção de um
modelo de transição.

3.Deve ser organizado em duas grandes fases, ou seja, é um procedimento bifásico. Fase 1:
constatação do estado de desconformidade e determinar qual o estado desejado/Fase 2:
Implementação da determinação genérica = Isso é diferente de um fase de conhecimento e fase de
execução, pois a atividade cognitiva da segunda fase é intensa e isso não deve ocorrer na execução.
(modo/ tempo/ definição das regras de transição).

4.Essencialmente um processo flexível – Flexibilização nas intervenções do terceiro, interpretação do


pedido;

5.Consensualidade –
Decisão estrutural: Decisão que encerra a primeira fase, que constata a situação de desconformidade
e define o estado de coisas a ser alcançada. Possui uma natureza das decisões tradicionais, as não
estruturais, pois essas sempre trazem uma regra, uma prescrição de conduta. No caso da decisão
estrutural essa possui um conteúdo de princípio. Estabelece um estado ideal de coisas a serem
alcançados, sem necessariamente dizer como isso vai ser alcançado.

Como, quais regras de transição serão necessárias para se atingir isso é uma decisão para essa
segunda fase. (modo, tempo e grau de transformação)
Surgirão uma série de decisões “em cascata” para se chegar a esse estado de coisa ideal.

O nosso procedimento comum serve ao processo estrutural?

Sim, ele possui todos instrumentos de flexibilidade: atipicidade , art 356 cpc, 327,§ 2º

LINDB – ART.20, ART 23 (regime de transição – para cumprimento proporcional, equânime)


OBRIGADO
Prof. Thaís Souza
Direito Constitucional
Prof. Danniel Adriano
Efeitos da declaração de inconstitucionalidade
1) Efeitos da decisão em controle concetrado.
• Temos:
a) Erga omnes:
b) Vinculantes:

c) Retroativos (ex tunc):

d) Repristinatórios:
Efeitos da declaração de inconstitucionalidade

2) Declaração de inconstitucionalidade em controle difuso.


• Efeitos ex tunc (retroativos).
• Efeitos inter partes.

Mecanismos de ampliação dos efeitos subjetivos da decisão:

• Art. 52, X, da CF: Compete ao SF suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.

• Teoria da abstrativização
Efeitos da declaração de inconstitucionalidade

3) Modulação dos efeitos.


• O artigo 27 da Lei n.º 9.868/99 prevê que ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em
vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por
maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

• STF: Tal previsão é constitucional.


• STF: Aplica-se, por analogia, ao controle difuso.
Aplicabilidade dos Direitos Sociais

A) Panorama geral – aplicabilidade dos direitos sociais

• São, na maioria dos casos, prestacionais, o que traz maiores dificuldades (custos).

• Disputa doutrinária:
a) Primeira corrente: Não é possível extrair diretamente das normas constitucionais que veiculam
direitos sociais um direito subjetivo a uma prestação estatal.
b) Segunda corrente: Não há direito subjetivo, mas Poder Judiciário pode verificar
proporcionalidade e razoabilidade das políticas públicas já implementadas.
c) Terceira corrente (MAJORITÁRIA + STF/STJ): são direitos subjetivos garantidos prima facie,
podendo ser ponderados com dificuldades econômicas, políticas e institucionais, desde que
respeitado o mínimo existencial.
d) Quarta corrente: São sempre direitos subjetivos definitivos.
Aplicabilidade dos Direitos Sociais

B) Teoria da Reserva do Possível

C) Mínimo existencial
Organização político-administrativa

• Estado federal
Organização político-administrativa

• Competências legislativas
A) Competência legislativa exclusiva para legislar sobre assuntos de interesse local (artigo 30,
inciso I, da CF/88).
B) Competência legislativa concorrentes:
Poder Constituinte

Poder Constituinte Originário


• Conceito: É o poder de editar uma nova Constituição, criando ou recriando o Estado e o ordenamento
jurídico.

• Tensão entre a ideia de constitucionalismo e soberania. Estado de latência.


Poder Constituinte

• Titularidade:
a) Doutrina minoritária: Nação.
b) Doutrina majoritária: Povo.

• Natureza jurídica
a) Doutrina minoritária: Poder de direito.
b) Doutrina majoritária: Poder de fato.
STF (ADI 2.356-MC).
Poder Constituinte

• Características
a) Inicial (anterior): criação de nova ordem jurídica.
Obs.: Primazia estrutural e não exatamente cronológica.
Crítica: decisões não surgem do nada. Histórico-cultural.

b) Autônomo (exclusivo): não se concebe a existência de dois PCOs em uma comunidade política.
Poder Constituinte

c) Ilimitado: Não está sujeito a prescrições ou outras amarras jurídicas.


STF, AgR na ADI 4.097.
Crítica: Não existe poder ilimitado. Está limitado pela própria realidade; por direitos naturais; por
direitos humanos; por normas internacionais.

d) Incondicionado: Não está limitado por procedimento prévio de manifestação.


Crítica: Admite-se um procedimento ilegítimo? Não democrático?

e) Permanente: Pode se manifestar a qualquer tempo (estado de latência).


Poder Constituinte

Poder Constituinte Derivado


• Poder constituinte ou constituído/instituído?

• Características:
a) Derivado.
b) Subordinado.
c) Condicionado.

• Natureza jurídica: poder de direito.


Poder Constituinte

Poder Constituinte Derivado Reformador


• Conceito: É o poder de alterar o texto da Constituição então em vigor.

• Adaptabilidade x Estabilidade.

• Constituições sintéticas x analíticas.


Poder Constituinte

• Revisão Constitucional
Art. 3º do ADCT: A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional, em sessão unicameral.

Temos, expressamente:
▪ Limites formais: quórum de maioria absoluta e sessão unicameral.

▪ Limite temporal: Após cinco anos da promulgação da Constituição.


Poder Constituinte

• Emendas constitucionais.
▪ São o meio ordinário de alteração do texto constitucional.
▪ Art. 60 da CFRB/88.
▪ Limites formais:
a) Iniciativa:
I) de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II) do Presidente da República; ou
III) de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
Poder Constituinte

b) Quórum de aprovação: A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros (art. 60, §2º, da CF).

c) Promulgação pelas Mesas da CD e do SF (art. 60, §3º, da CF).

d) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 60, §5º, da CF).
Poder Constituinte

▪ Limite circunstancial: A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal,
de estado de defesa ou de estado de sítio (art. 60, §1º, da CF).

▪ Limites materiais: art. 60, §4º, da CF.


i. Forma federativa de Estado.
ii. Voto direto, secreto, universal e periódico.
iii. Separação dos Poderes.
iv. Direitos e garantias individuais.
Poder Constituinte

Obs1.: Extensão da imutabilidade.


Ampliar? Restringir?
“Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir”.
Logo, pode alterar, desde que respeitado o núcleo essencial da norma (ADI 2.024-MC)
Poder Constituinte

Obs2.: Limitações implícitas?


D. MAJ e STF: Sim.
o Titularidade do poder constituinte originário.
o Titularidade do poder constituinte derivado reformador.
o Art. 60, §4º, da CF (teoria da dupla revisão).
Poder Constituinte

Obs3.: Direitos e garantias individuais.


o Direitos e garantias individuais estão limitados ao art. 5º da CF? Ao Título II da CF/88?

o Todos direitos e normas contidos no Título II são automaticamente cláusulas pétreas?


o Só direitos e garantias individuais? Ou sociais e outros também?
o Direitos fundamentais acrescidos por emendas constitucionais são cláusulas pétreas?
OBRIGADO
Prof. Danniel Adriano

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