TERAPIA MANUAL: POMPAGEM
PROFA. FÁTIMA REYS
INTRODUÇÃO
TERAPIA MANUAL
• Área da fisioterapia que utiliza um conjunto de recursos
terapêuticos manuais no tratamento de pacientes,
diante de uma visão global do organismo.
• A maior parte dessas técnicas pode ser utilizada tanto
como recursos diagnósticos quanto terapêuticos,
beneficiando o paciente.
INTRODUÇÃO
TERAPIA MANUAL
Dentre tantos recursos manuais, destacam-se:
– Massagem Tradicional Clássica – Effleurage,
– Pompagem articular e muscular,
– Mobilização articular e tração – Maitland,
– Inibição muscular,
– Técnicas miotensivas,
– Crochetagem,
– Massagem transversa de Ciriax,
– Mobilização neural,
– Osteopatia.
INTRODUÇÃO
TERAPIA MANUAL
• As terapias manuais puras - as mãos do
terapeuta são seus únicos instrumentos de
trabalho, necessitando de máxima precisão nos
movimentos executados.
p. ex. Maitland e a Osteopatia
INTRODUÇÃO
TERAPIA MANUAL
• Utiliza-se apenas as mãos, geralmente.
• Quando utilizam algo mais:
Exemplos:
– elásticos,
– bastões,
– bolas de diversos tamanhos,
– calços,
– Para o RPG - maca especial onde o paciente
fará as posturas para o trabalho de cadeias.
POMPAGEM ARTICULAR E MUSCULAR
• Técnica da terapia manual, de fácil aplicação no tecido
conjuntivo (fáscia) que traz benefícios quase imediatos
aos pacientes.
• As manobras consistem na realização de uma distensão
terapêutica na fáscia muscular associada a movimentos
respiratórios.
POMPAGEM ARTICULAR E MUSCULAR
• Pensada pelo osteopata norte-americano Cathie, e
desenvolvida e publicada por Marcel Bienfait, na
França. Pode ser utilizada no tratamento de pessoas
com alterações .
– Ortopédicas, Reumatológicas, Neurológicas, Posturais e Pós-
operatório.
• Pois é capaz de tensionar lenta, regular e
progressivamente um seguimento corporal. Isso
coloca sob tensão todo e qualquer tecido elástico aí
contido.
PRINCIPAIS EFEITOS DA POMPAGEM:
• Ação articular – age sobre a rigidez e a limitação de ADM,
facilitando a mobilização articular, a recuperação funcional e
restaura a frouxidão fisiológica.
– Musculatura e Tecidos Fasciais - relaxam permitindo uma melhor
biomecânica da articulação, gerando uma redução na produção
de colágeno, permitindo que as fibras de elastina se concentrem
e fiquem armazenadas em forma de energia potencial, que se
transforma em energia térmica, acarreta a fluidificação da
substância amorfa, transformando-a posteriormente em energia
cinética
• Resultado: Aumento da amplitude de movimento, do
tecido conjuntivo, que após o retorno da posição inicial.
PRINCIPAIS EFEITOS DA POMPAGEM:
• Dor: gera ativação dos sistemas opióides endógenos que
irão se ligar aos receptores aferentes das articulações e
tecidos miofasciais promovendo o efeito analgésico.
– Por meio das mobilizações articulares (p. ex. tração)
ocorrerão alterações nos mesmos receptores, excitando os
motoneurônios levando ao efeito analgésico.
PRINCIPAIS EFEITOS DA POMPAGEM:
• Desempenho Funcional: importante recurso utilizado
como facilitador do movimento.
– Permite a fisiologia ligamentar e facilitar o ganho de
amplitude em todos os planos de movimento devido a ação
calmante.
• Aumento da circulação local e melhora da nutrição
dos tecidos.
PRINCIPAIS OBJETIVOS DA
POMPAGEM:
- Reestabelecimento da elasticidade e comprimento das
fáscias,
- Relaxamento muscular,
- Estimulação da circulação,
- Aumento do espaço articular e
- Nutrição das cartilagens.
INDICAÇÕES DA POMPAGEM:
Em casos de:
• Contraturas musculares não agudas,
• Estase líquida (ausência de movimento do líquido
intersticial),
• Encurtamentos e tensões musculares,
• Dores musculares não agudas e
• Disfunções miofasciais em geral.
- Frequência : Duas vezes / semana
- 50 min. de duração,
- Totalizando 15 sessões.
Etapa 1: Avaliação: ADMs e Comprimento muscular do pescoço (Gonio) e Dor (EVA);
Etapa 2: Tto: Tração Manual Mantida por 10 min e Pompagem (trapézio,
esternocleidomastóideo, escalenos e semiespinhais da cabeça);
Etapa 3: Reavaliação do paciente.
EVA:
Inicial - escore de 5 (cinco),
Final - 0 (zero).
MÉTODO: 11 indivíduos diagnosticados com dores torácicas decorrentes de maus
hábitos posturais, somente do sexo feminino, com idade entre 20 à 36 anos
AVALIAÇÃO: Teste Dedo ao Solo e a EVA
CONCLUSÃO:
A pompage dorsal foi eficaz, para a amostra apresentada, tanto para analgesia e
mobilidade vertebral, por meio da correção de encurtamentos musculares .
CONTRAINDICAÇÕES DA POMPAGEM:
Em casos de:
• Estiramento muscular ou ligamentar,
• Contraturas musculares agudas e
• Rupturas ligamentares e fasciais.
TÉCNICA DA POMPAGEM
Deve ser realizada em 3 tempos:
1) Tensionamento do segmento a ser tratado – realizado de
forma lenta, regular e progressiva;
2) Manutenção do tensionamento em torno de 10 a 20
segundos de acordo com o objetivo;
3) Retorno à posição inicial que também deve ser realizado de
forma lenta.
Observação: o tensionamento do segmento deve ser executado nas
fases expiratórias do ciclo respiratório.
A RESPIRAÇÃO DO PACIENTE
- Para uma boa eficácia da técnica da pompagem, é
necessário que o paciente saiba realizar o movimento
respiratório de uma maneira correta.
- O fisioterapeuta deve estar atento ao padrão respiratório
do paciente e na maioria das vezes, ensinar como realizá-
lo.
- Para isso, o fisioterapeuta orienta que o paciente posicione
uma mão sobre tórax e a outra na região abdominal.
A RESPIRAÇÃO DO PACIENTE
POMPAGEM ARTICULAR E MUSCULAR
• Por ser indicada para tensão muscular, contraturas
musculares, dores musculares e disfunções miofasciais deve-
se entender adequadamente o significado de fáscias.
• FÁSCIAS: Membranas de tecido conjuntivo fibroso para a
proteção de um órgão ou de um conjunto orgânico ou tecido
conjuntivo de nutrição (BIENFAIT, 1999).
“FÁSCIA” – derivada do latim: “banda”
Membrana do tecido conjuntivo que envelopa todo o corpo e suas partes,
assegurando-lhes sustentação.
O MENOR TENSIONAMENTO, ATIVO OU PASSIVO,
REPERCUTE SOBRE O CONJUNTO → Noção de
Globalidade
GLOBALIDADE = UNIDADE
MÚSCULO-APONEURÓTICA:
“O MÚSCULO NÃO É CONSIDERADO COMO
UMA ENTIDADE FUNCIONAL, MAS COMO UM
ELEMENTO CONSTITUTIVO DE UM
CONJUNTO.”
1 - Tecido Conjuntivo Fibroso = formado por
aponeuroses, tendões, septos intra e
intermusculares, etc;
2 - Funções: Transmite, Coordena, Distribui as
tensões sobre o esqueleto passivamente móvel;
3 - Musculatura = formada pelo tecido contrátil
muscular;
BIENFAIT (1999) - Elemento motor que realiza os movimentos
(incluído no tecido fibroso).
Fáscias Superficiais:
- Rica em tecido conj. Frouxo,
- Embebida em linfa intersticial,
- Sede de intensa atividade metabólica,
- Funções importantes: nutrição celular e
eliminação.
“É o ponto de partida de todos os vasos
linfáticos periféricos.” (BIENFAIT, 1999)
Fonte: CIPORKIN, H.; PASCHOAL, L.H. Atualização Terapêutica e Fisiopatogênica da Lipodistrifia
Ginóide (LDG) “Celulite” São Paulo: Santos, 1992, p.53.
SOUCHARD (1989)
BIENFAIT (1999)
Aponeuroses superficiais
Fáscias Profundas:
Localização anatômica:
- Abaixo da superficial,
- Desdobra-se fundindo-se com os
tendões, ligamentos e ossos.
Características:
- Tecido conjuntivo denso e sem
gordura,
- Espessura variável,
- Firme e rígida.
Fáscias Subserosa ou Visceral:
Localização anatômica:
- Localização profunda,
- Envolve as membranas serosas que
recobrem as vísceras, nervos e
vasos.
Características:
- Tecido conjuntivo variável,
- Forma a camada fibrosa das
membranas serosas que cobrem as
vísceras (pleura, peritônio,
pericárdio, etc).
FUNÇÕES DAS FÁSCIAS:
- Principal agente mecânico da coordenação motora;
- Envolvimento/Invólucro aponeurótico (contém a
musculatura e vísceras);
- Proteção;
-Mobilidade contínua dos tecidos (ritmo respiratório =
movimento de tecidos e vísceras – estimula a circulação
de fluídos);
- Nutrição tecidual;
PATOLOGIAS DA FÁSCIA
Alterações Circulatórias = edema = tensões anormais =
dores, estase, diminuição de movimentos;
• Tensões Anormais = dores pelo sistema músculo-
aponeurótico = que é rico em receptores sensitivos;
• Artrose = densificação/calcificação e degeneração cartilagem
articular (má nutrição);
• Encurtamentos e Retrações do sistema músculo-
aponeurótico
POMPAGEM
BIENFAIT (1999)
POMPAGEM “são tensionamentos e relaxamentos
sucessivos, suaves e progressivos dos segmentos corporais
É o procedimento de tratamento das fáscias por excelência.”
(ÂNGELASANTOS)
“É um procedimento que agirá em todo o tecido conjuntivo de
revestimento.” (BIENFAIT 1999)
POMPAGEM POMPAGEM
É um “puxar-relaxar” sucessivos, suaves e constantes
OBJETIVOS DA POMPAGEM:
- DEVOLVER A ELASTICIDADE FISIOLÓGICA DOS TECIDOS
CONJUNTIVOS;
- Liberar bloqueios e estases circulatórias***;(aum circul. pré-linfática)
- Reduzir contraturas, encurtamentos e retrações;
- Promover descompressão articular;
TÉCNICA DA POMPAGEM
Protocolo Bienfait
1- Tensionamento – Alongar lenta, regular e progressivamente
“Tudo deve ser feito em silêncio”
2- Manutenção da Tensão
Objetivos:
A) Circulatório: terapia permite o retorno imediato
B) Muscular: bastante tempo (máx possível)
C) Articular: 15 a 20 seg
TÉCNICA DA POMPAGEM
Protocolo Bienfait
3 - Tempo de Retorno
Objetivos:
A) Circulatório: o mais lento possível
B) Muscular: retorno bastante lento
C) Articular: acessório (opcional)
ATIVIDADE PARA A SALA DE AULA
Construir um MAPA MENTAL sobre
CONCEITO
TECIDO
TIPOS CONJUNTIVO FUNÇÕES
CÉLULAS E
FUNÇÕES
PRÓXIMA AULA PRÁTICA : POMPAGEM
PRINCIPAIS REGIÕES A SEREM
APRESENTADAS:
• COLUNA CERVICAL
• ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO (ECOM);
• TRAPÉZIO;
• TEMPOROMANDIBULAR (ATM);
• INTERCOSTAIS;
• PEITORAIS;
• DIAFRAGMA;
• CADEIA MUSCULAR POSTERIOR (MMII);
• QUADRÍCEPS;
• COLUNA LOMBAR.
POMPAGEM PARA A COLUNA CERVICAL
Paciente: posicionado em decúbito dorsal e
orientado a relaxar a coluna cervical.
Fisioterapeuta: posiciona uma das mãos
próximo ao processo espinhoso da primeira
vértebra torácica (T1) e a outra sob os
processos espinhosos cervicais. Durante as
expirações, realiza o movimento de
tensionamento do segmento no sentido
cefálico.
Final da manobra: manutenção entre 10 e 20
segundos.
Retorno à posição inicial: de forma lenta.
(PEREIRA JÚNIOR e ALMEIDA, 2016)
POMPAGEM PARA O ECOM
Paciente: posicionado em decúbito dorsal.
Fisioterapeuta: posiciona a cabeça do
paciente em inclinação lateral com rotação,
evidenciando o ECOM. Uma das mãos do
terapeuta é posicionada fixando o osso
esterno e a outra no ventre muscular .
Durante as expirações o terapeuta realiza o
movimento de tensionamento do segmento
até seu limite.
Final da manobra: manutenção entre 10 e 20
segundos.
Retorno à posição inicial: de forma lenta.
(PEREIRA JÚNIOR e ALMEIDA, 2016)
POMPAGEM PARA O ECOM
POMPAGEM PARA O TRAPÉZIO
Paciente: posicionado em decúbito dorsal
e inclinação lateral da cabeça.
Fisioterapeuta: posiciona uma mão na
região da transição entre o occipital e as
primeiras cervicais, e a outra mão na face
anterior da linha articular do ombro.
Final da manobra: manutenção entre 10 e
20 segundos.
Retorno à posição inicial: de forma lenta.
POMPAGEM PARA A
TEMPOROMANDIBULAR (ATM)
Paciente: posicionado em decúbito dorsal.
Fisioterapeuta: posiciona os dedos
indicadores na região da mandíbula do
paciente e os polegares nas ATM´s. Após,
realiza movimento deslizando os
indicadores em direção às ATM´s e
polegares deslizando inferiormente em
direção às mandíbulas, como se estivesse
realizando movimento de ‘contar dinheiro’.
Final da manobra: manutenção entre 10 e
20 segundos.
Retorno à posição inicial: de forma lenta.
(PEREIRA JÚNIOR e ALMEIDA, 2016)
POMPAGEM PARA INTERCOSTAIS
Paciente: posicionado em decúbito dorsal.
Fisioterapeuta: realiza a palpação das
costelas até encontrar os espaços intercostais,
onde o músculo está situado. Posiciona-se
seus polegares e realiza o movimento de
tensionamento em sentidos opostos, durante
as expirações do paciente, até o limite do
músculo.
Final da manobra: manutenção entre 10 e 20
segundos.
Retorno à posição inicial: de forma lenta.
(PEREIRA JÚNIOR e ALMEIDA, 2016)
POMPAGEM PARA O PEITORAL MAIOR
Paciente: posicionado em decúbito dorsal,
com abdução dos braços a 90° bilateralmente.
Fisioterapeuta: posiciona suas mãos um
pouco abaixo do oco axilar do paciente e
realiza o movimento de tensionamento do
segmento no sentido caudal, em direção ao
músculo, durante as expirações do paciente,
até o limite da estrutura.
Final da manobra: manutenção entre 10 e 20
segundos.
Retorno à posição inicial: de forma lenta.
(PEREIRA JÚNIOR e ALMEIDA, 2016)
POMPAGEM PARA O PEITORAL MENOR
Paciente: posicionado em decúbito dorsal, com
o braço abduzido entre 100° e 120°.
Fisioterapeuta: posiciona-se uma mão no
oco axilar e a outra próxima ao mamilo
(mãos cruzadas).
Final da manobra: manutenção entre 10 e
20 segundos.
Retorno à posição inicial: de forma lenta.
(PEREIRA JÚNIOR e ALMEIDA, 2016)
POMPAGEM PARA O DIAFRAGMA
Paciente: posicionado em decúbito dorsal.
Fisioterapeuta: realiza a palpação do
músculo. Polegares posicionados na porção
média unilateral do músculo e realiza-se o
movimento de tensionamento do segmento
no sentido oposto dos dedos durante as
expirações do paciente.
Final da manobra: manutenção entre 10 e 20
segundos.
Retorno à posição inicial: de forma lenta.
(PEREIRA JÚNIOR e ALMEIDA, 2016)
POMPAGEM PARA A CADEIA
POSTERIOR (MEMBROS INFERIORES)
Paciente: posicionado em decúbito dorsal,
com flexão do quadril e extensão do joelho.
Fisioterapeuta: realiza o movimento de
flexão do quadril, mantendo a extensão de
joelho e realizando dorsiflexão de
tornozelo.
Final da manobra: manutenção entre 10 e
20 segundos.
Retorno à posição inicial: de forma lenta.
(PEREIRA JÚNIOR e ALMEIDA, 2016)
POMPAGEM PARA O QUADRÍCEPS
Paciente: posicionado em decúbito lateral,
com flexão e o quadril neutro.
Fisioterapeuta: realiza a extensão do
quadril e a flexão do joelho.
Final da manobra: manutenção entre 10 e
20 segundos.
Retorno à posição inicial: de forma lenta.
(PEREIRA JÚNIOR e ALMEIDA, 2016)
POMPAGEM PARA A COLUNA LOMBAR
Paciente: posicionado em decúbito dorsal
(posição de rã).
Fisioterapeuta: posiciona uma das mãos na
região lombar do paciente e durante as
expirações, a mão será retirada no sentido
caudal.
Final da manobra: manutenção entre 10 e
20 segundos.
Retorno à posição inicial: de forma lenta.
(PEREIRA JÚNIOR e ALMEIDA, 2016)
REFERÊNCIAS
BIENFAIT, M. Estudo e tratamento do esqueleto fibroso: fáscias e
pompages. 4 ed. São Paulo: Summus Editorial, 1999.
BIENFAIT, M. Os desequilíbrios estáticos: fisiopatologia, patologia e
tratamento fisioterápico. São Paulo: Summus Editorial, 1995.
CLAY, J. H.; POUNDS, D. M. Massoterapia Clínica: Integrando anatomia
e tratamento. 2 ed. Barueri: Manole, 2008.
PEREIRA JÚNIOR, N. S; ALMEIDA, R. M. MANUAL DE RECURSOS
TERAPÊUTICOS MANUAIS. 1 ed. Paraíba: Ed. UFPB, 2016.
VASCONCELOS, G. S.; MANSOUR, N. R.; MAGALHÃES, L. F. Recursos
Terapêuticos Manuais. Porto Alegre: SAGAH, 2021.