A Teoria de
Descartes
Trabalho realizado por António Leitão, Bianca Barros, Matilde Castro,
Matilde Ferreira e Miguel Azevedo
1. Conceitos principais
(Dicionário)
Fundamento
- Base e princípio de algo, regras ou leis básicas que regulam
determinada coisa.
Conhecimento
Podemos considerar que o conhecimento é uma dada relação entre um
sujeito (quem conhece) e um objeto (aquilo que é conhecido)
Conhecimento a priori
● É conhecimento cuja justificação se faz apenas pensando, sem recorrer
à experiência mas através da intuição ou da dedução.
Conhecimento a posteriori
● É o conhecimento derivado da experiência e dos
sentidos
Definição tradicional de
conhecimento
O conhecimento é uma
crença verdadeira e
justificada.
—Platão
Ceticismo:
Perspetiva filosófica que defende que o conhecimento não é
possível. Pode ser radical ou moderado.
Ceticismo radical:
● Defende que não existe realmente conhecimento e que aquilo a que
chamamos conhecimento não passa de uma ilusão.
Ceticismo moderado:
● Defende que o conhecimento é possível mas devemos questionar certas
crenças.
Os conceitos de
Descartes
Dúvida metódica:
● É uma dúvida voluntária (é exercida e não sofrida), não é psicológica,
mas sim um meio/método de chegar à certeza.
Cógito:
● Ideia clara e distinta ou seja, com uma verdade evidente e indubitável.
● “Penso, logo existo.”
Crença básica:
● Uma crença será básica se a sua verdade for completamente
evidente e não necessitar de uma justificação exterior, pois auto
justifica-se devido a essa enorme evidência.
Argumento
Ideia usada para tentar persuadir o interlocutor.
Argumento cético dos
enganos sensoriais
● Não devo confiar nas informações fornecidas pelos sentidos, já que é
verdade que os sentidos me enganam.
Argumento do sonho
● Não podemos garantir com certeza que toda a vida não seja um sonho
(duvidar da realidade).
Racionalismo
Considera a razão como fonte principal do
conhecimento.
Razão
● Capacidade de raciocínio.
Qual é a tese
principal de
René
Descartes?
Descartes procurou refutar o ceticismo radical e estabelecer os
fundamentos da ciência e do conhecimento em geral.
Para tal, tentou encontrar uma crença totalmente certa
(indubitável) e básica (que se auto justifique).
Por outras palavras, Descartes quis provar que o conhecimento é
possível.
O que Descartes
fez para
encontrar o
conhecimento?
Metodologia
Procura de uma
Questiona todas as crenças
crença indubitável através da dúvida metódica
Dúvida dos sentidos
Apresenta o
e das crenças argumento dos sonhos
René Descartes
Comprova a Comprova através do
existência de Deus argumento de marca
A existência de um
Garantia da verdade Deus perfeito garante
a verdade das ideias
À Procura de um
fundamento
● Como já sabemos, Descartes tinha como objetivo refutar o ceticismo. Para isso,
tentou estabelecer os fundamentos das ciências e do conhecimento geral
através da procura de uma crença verdadeira e básica (ou seja, tentou procurar o
conhecimento).
● Para atingir tal objetivo, recorreu à dúvida metódica:
→ Este método consiste em duvidar de todas as crenças, mesmo aquelas dadas
como factos, de forma a alcançar uma ideia base indubitável. Este método iria
permitir refutar o argumento cético da regressão infinita da justificação.
O que é a dúvida metódica?
Sendo um método, tem alguns critérios:
Voluntária Teórica Hiperbólica
Exercida e não sofrida Não é utilizada no Considera todas as
nosso dia a dia, pois dúvidas plausíveis ou
iríamos perder sensatas
demasiado tempo
Argumento dos Sentidos
● Descartes deparou-se com dúvidas que incidem em crenças derivadas dos
sentidos, rejeitando-as, recorrendo a um argumento parecido ao argumento cético
dos enganos sensoriais - não confia nos sentidos, pois se estes já o enganaram,
poderão voltar a enganá-lo. Logo, não os pode considerar fidedignos.
No entanto, é mais difícil duvidar da observação de coisas próximas. Como tal,
questiona a fiabilidade dos sentidos, apresentando o Argumento dos Sonhos.
Argumento do Sonho
● Este é composto pelo questionamento da realidade (De que maneira
conseguimos garantir que não estamos a sonhar neste momento?),
pondo em causa as crenças empíricas.
Duvidar da Matemática e o Deus Enganador
● Poderíamos tratar como certeza a verossimilhança da matemática?
● Esta tem, aparentemente, fundamentos inquestionáveis mas, em contrapartida,
Descartes coloca a possibilidade de existir um Deus enganador que manipula os
seus pensamentos e coloca em causa quer as crenças a posteriori, quer as
crenças a priori.
O cogito
● No entanto, nem mesmo um Deus enganador poderia enganar-nos relativamente
à nossa existência: se pensamos (mesmo que erradamente), então existimos -
pois o pensamento requer um pensador (ser pensante).
● Descartes chega assim à sua primeira certeza - o cogito (“Penso, logo existo.”).
O Impasse
Com o cogito, o Deus enganador não consegue enganar o sujeito pensante acerca da
sua existência, mas nada garante que não o engane em relação a outras ideias, como a
matemática ou o seu corpo.
Descartes encontra-se então num impasse, estando numa posição solipsista, pois não
consegue ter certeza nenhuma além da sua existência provada pelo cogito.
Argumento de Marca
● A possibilidade de todas as outras crenças serem falsas leva-o a aperceber-se de
uma ideia especial. A ideia de Deus (a ideia do perfeito), que tem que ser real, já
que um ser imperfeito como os seres humanos (com dúvidas e incertezas) não
poderiam possuir a ideia de um ser perfeito (já que o imperfeito é incapaz de criar
o perfeito) - argumento de marca
● Com este argumento, a hipótese do génio maligno fica anulada e já não há razão
para duvidar da verdade das outras crenças que tinham sido suspensas pela
dúvida metódica.
Conclusão:
Descartes conclui assim que Deus (provado perfeito) tem a função
de recusar a hipótese do génio maligno e garantir a verdade das
ideias claras e distintas.
● Com isto, o ceticismo está refutado, através das etapas descritas
pelos elementos apresentados.
Principais críticas
ao pensamento de
Descartes
Pontos principais
Incoerência Raciocínio circular
Pois passa da certeza do Já que a existência de Deus e o critério
cogito à certeza de Deus das ideias claras e distintas
pressupõem-se mutualmente
Cogito como base para Exclusão de outras
o conhecimento formas de conhecimento
Mesmo que o cogito seja uma ideia Exclui outras formas de saber
indubitável, não conseguiu justificar
como o conhecimento prático e
adequadamente nenhuma outra crença e,
a intuição
portanto, não se poderá dizer que refutou
corretamente o ceticismo.
Obrigado
;)