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Aula - Estado Novo (1937-1945l

O Estado Novo, instaurado por Getúlio Vargas entre 1937 e 1945, foi marcado pela centralização do poder, censura e controle da informação, além da promoção de uma identidade nacional através da cultura e do trabalhismo. Durante esse período, Vargas implementou políticas que buscavam valorizar o trabalhador e nacionalizar a educação, enquanto o Brasil se envolveu na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados. A crescente insatisfação popular levou à redemocratização e à deposição de Vargas em 1945, mas ele retornou ao poder em 1950, enfrentando crises políticas até seu suicídio em 1954.

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O Estado Novo, instaurado por Getúlio Vargas entre 1937 e 1945, foi marcado pela centralização do poder, censura e controle da informação, além da promoção de uma identidade nacional através da cultura e do trabalhismo. Durante esse período, Vargas implementou políticas que buscavam valorizar o trabalhador e nacionalizar a educação, enquanto o Brasil se envolveu na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados. A crescente insatisfação popular levou à redemocratização e à deposição de Vargas em 1945, mas ele retornou ao poder em 1950, enfrentando crises políticas até seu suicídio em 1954.

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Estado Novo

(1937-1945)
Prof. Felipe Monteiro
Antecedentes do Estado Novo
• Crise do liberalismo; forte discurso anticomunista; ascensão
dos totalitarismos na Europa;
• Plano Cohen em 1937 (documento forjado que dizia que
haveria uma tentativa de golpe de comunistas judeus);
• O golpe fictício foi suplantado sem resistência. Em 10 de
novembro de 1937, Vargas fecha o Congresso, coloca a
polícia militar nas ruas e impôs uma nova Constituição,
criando o Estado Novo.
Estado “Novo”. O que trouxe de novo?
• A designação Estado Novo é inspirada na ditadura portuguesa de
Salazar.
• Processo de centralização do poder é gestado desde o movimento de
1930, mas o projeto de nação ganha corpo de fato com o golpe em
1937.
• Como símbolo característico dessa centralização, há o evento da
queima das bandeiras dos estados do Brasil, contrariando o
regionalismo.
• Um membro importante da atmosfera autoritária do Estado Novo foi
Filinto Müller, chefe da polícia política de Vargas, responsável por
torturar e assassinar dissidentes, que totalizaram em torno de 10 mil.
A censura e o controle de informações
• O governo assume o controle da difusão de informações, adentrando
diversos setores da sociedade civil, com o objetivo de centralizar a
cultura a partir do projeto levado à cabo pelo Estado Novo. Principal
órgão representante deste processo foi o DIP (Departamento de
Imprensa e Propaganda).
• A partir disto, Vargas vai adotar um populismo pautado na
comunicação em massa, com ampla utilização do rádio (criando A Voz
do Brasil, onde passavam propagandas do governo), dos cine-jornais
e dos símbolos nacionais como emblemas do novo regime.
A formação da identidade nacional
• Esse projeto de formação de uma identidade nacional possui
antecedentes que remontam ao século XIX, durante o Período
Monárquico. Durante o Estado Novo, no entanto, esse projeto está
alicerçado em outros elementos, tais como o samba (as canções de
artistas como Noel Rosa, Dorival Caymmi, Ataulfo Alves começam a se
destacar como símbolos representativos do ser brasileiro), a capoeira,
o futebol (os jogos do Campeonato Carioca passam a ser transmitidos
na Rádio Nacional), o ideal de mestiçagem, entre outros.
O trabalhismo varguista
• Dentro deste processo de formação da identidade nacional, Vargas vai
implementar uma série de medidas no intento de valorização do
trabalhador como figura central da formação cívica do cidadão
brasileiro. Dentre estas medidas, aquela que se destaca é a
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
• Por conta desta política do trabalhismo (com a ajuda da propaganda
estatal), Vargas vai receber amplo apoio das classes populares da
população brasileira, o que viria a dar-lhe, posteriormente, a alcunha
de “Pai dos Pobres”. Essa percepção é ampliada com o
desenvolvimento das indústrias de base durante o Estado Novo.
Uma educação nacionalizada
• Com a instauração do Estado Novo, é criado também o Ministério da
Educação que, sob a liderança do ministro Gustavo Capanema, inicia a
implantação de um modelo de educação nacionalizada.
• “É preciso formar nas crianças e adolescentes a mentalidade capaz de
levar o país aos seus destinos, mas conservando os traços
fundamentais de nossa fisionomia histórica, com o espírito tradicional
da nacionalidade que o regime instituído é o único apto a cultuar na
sua verdade. À essa necessidade correspondem os artigos da nova
Constituição sobre a matéria educativa, orientando-a no sentido
essencialmente cívico e nacionalista.” – Getúlio Vargas, em entrevista
• Na cartilha “Catecismo cívico do Brasil Novo”,
no item referente ao “Princípio da
autoridade”, estava posta a seguinte
pergunta, seguida de resposta:
• Pergunta: O exercício da autoridade suprema
por um chefe não contraria a vontade do
povo em uma democracia?
• Resposta: Absolutamente, não. O Chefe do
Estado, em um regime democrático como o
que foi estabelecido no Brasil pela
Constituição de novembro, é o expoente do
povo, o seu representante direto. […]
Obedecendo, portanto, ao Chefe que o
representa, o povo, apenas, se conforma com
aquilo que ele próprio deseja e é executado
pelo depositário de uma autoridade por ele
conferida.
A política da boa
vizinhança com os EUA
• A mistura de culturas entre o
Brasil e os EUA representou um
sinal de proximidade entre as
nações. Neste contexto, o Brasil
passa a disseminar a cultura do
“american way of life”, enquanto
também exporta para os EUA
algumas importantes figuras
culturais, tais como a cantora
Carmen Miranda. Dessa troca
também nasce o personagem Zé
Carioca, presente nas animações
do estúdio Disney.
O Brasil na Segunda Guerra Mundial
• Política da neutralidade do Estado Novo perdura até 1942. Tal política
serviu para o favorecimento da nação, que obteve usufruto de ambos
os lados dos participantes da guerra. O Brasil apenas assume uma
posição quando a população pressiona o governo a tomar o lado dos
países Aliados, fazendo com que Vargas, mesmo simpatizante de
ideais mais próximas do Eixo, tivesse que se aliar ao lado dos EUA,
França e Inglaterra.
• Em agosto de 1943, o governo brasileiro criou a FEB (Força
Expedicionária Brasileira), um agrupamento militar que foi ao front da
Itália lutar contra a ocupação nazista, tendo a sua principal
participação na Batalha de Monte Castelo.
O clamor pela redemocratização
• A derrota dos regimes totalitários produziu um desgaste em todos os tipos
de regimes autoritários, de tal forma que o Estado Novo começou a gerar
tensões com outras forças presentes no Brasil.
• Além disto, a entrada do Brasil na guerra também contribuiu para o
fortalecimento da crise econômica brasileira, o que gerou uma insatisfação
por parte da população em relação ao Estado Novo.
• Vargas percebe a atmosfera desfavorável ao seu governo e resolve ceder.
Em fevereiro de 1945, ele assina um Ato Adicional convocando novas
eleições presidenciais. Dessa eleição, saíram como candidatos o Brigadeiro
Eduardo Gomes (UDN – União Democrática Brasileira) e o General Eurico
Gaspar Dutra (PSD – Partido Social-Democrata), a contragosto de Getúlio
Vargas, que tentou alavancar o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) para
lançar a si mesmo como candidato.
A força de Vargas e o “queremismo”
• Durante o ano de 1945, a censura é arrefecida e boa parte dos presos
políticos são anistiados, incluindo o líder comunista Luiz Carlos
Prestes que, ironicamente, em seu primeiro comício após o retorno
ao Brasil, vai prestar apoio à Getúlio Vargas, o homem que o havia
prendido, clamando pela continuidade de seu governo.
• Apesar do clamor pela redemocratização, surge um movimento de
trabalhadores que defendia a candidatura de Getúlio Vargas para
presidente e sua manutenção do poder, sob o slogan “Nós queremos
Getúlio”. Para satirizar tal movimento, as forças políticas contrárias à
Vargas apelidaram o movimento pelo nome de “queremismo”.
O fim do Estado Novo
• Um mês antes da eleição, Getúlio Vargas é deposto pelas lideranças
das Forças Armadas, levando Vargas a apoiar, a contragosto, o general
Eurico Gaspar Dutra, que se fortaleceu com o apoio.
• A vitória de Dutra foi ainda influenciada por uma fala do outro
candidato, o Brigadeiro Eduardo Gomes, que havia dito que
“dispensava o voto desta malta de getulistas”, o que o levou a ser
enxergado como um candidato de elite.
• Com a realização das eleições, Dutra sai vitorioso e convoca uma
Assembleia Nacional Constituinte para sacramentar o seu governo,
promulgando uma nova Constituição que traria uma nova
configuração da política nacional.
O “fantasma” Getúlio Vargas
• Apesar de todos os crimes de Vargas, por ter apoiado Dutra em sua
candidatura, o novo presidente não realiza nenhuma represália contra
Getúlio, que vai retornar a São Borja (RS) como senador pelo PSD,
elaborando uma estratégia política e formando alianças para
sustentar sua volta ao poder.
• A ausência de uma represália à Vargas por parte das forças políticas
do governo Dutra foi alvo de denúncia do jornalista Carlos Lacerda,
que passou a ecoar sua voz através do jornal Tribuna da Imprensa.
• No ano de 1949, no entanto, o jornalista Samuel Weiner realiza uma
ampla entrevista com Getúlio Vargas, que planta as sementes para o
seu retorno na eleição do ano seguinte.
A volta de Getúlio Vargas em 1950
• A tragédia anunciada se concretizou e no ano seguinte Getúlio Vargas
é eleito presidente, sob forte denúncia de Carlos Lacerda que, entre
seus discursos mais fortes, havia dito que “O Sr. Getúlio não deve ser
candidato, se for candidato não deve ser eleito, se for eleito não
deve tomar posse, se tomar posse não deve governar.”
• A nova composição política acirrou as disputas políticas do governo,
que diferente do Estado Novo, agora encarava uma forte oposição
vinda da imprensa, liderada por Carlos Lacerda. Para contrariar tal
oposição, Getúlio, em companhia do jornalista Samuel Wainer, funda
o jornal Última Hora, que passa a ser quase um porta-voz do governo.
As crises e tensões políticas do governo
• Contexto do segundo governo de Vargas: crise econômica, nacional-
desenvolvimentismo, falta de articulação política;
• 5 de agosto de 1954: Atentado na Rua Tonelero contra a vida de Carlos
Lacerda, no momento em que ele se lançava à candidatura de deputado.
Durante o atentado, morre Rubens Vaz, major da força aérea e guarda-
costas de Carlos Lacerda.
• Após um processo de investigações, chegou-se ao nome do mandante do
crime, Gregório Fortunato, que era chefe da guarda pessoal de Getúlio
Vargas. Isso gerou um desgaste praticamente insustentável do governo,
eclodindo manifestações pedindo a renúncia de Vargas.
• 24 de agosto de 1954: não suportando a pressão em torno de seu nome,
Getúlio Vargas se suicida, deixando uma carta-testamento em direção à
população brasileira, transformando sua morte em um ato político.

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