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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE ZOOTECNIA
PAOLA DE FREITAS ALVES
IMPACTO DA HUMANIZAÇÃO NO
BEM-ESTAR CANINO
FLORIANÓPOLIS - SC
2019
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE ZOOTECNIA
PAOLA DE FREITAS ALVES
IMPACTO DA HUMANIZAÇÃO NO
BEM-ESTAR CANINO
3,0
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência para
obtenção do Diploma de Graduação
em Zootecnia da Universidade Federal
de Santa Catarina. Orientador(a):Profª.
Drª. Priscila de Oliveira Moraes
FLORIANÓPOLIS – SC
2019
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AGRADECIMENTO
Nenhuma batalha é vencida sozinha, no decorrer desta luta algumas pessoas
estiveram ao meu lado e percorreram este caminho me incentivando sempre.
Agradeço a Deus pelo amparo, e por ter posto em meu caminho as pessoas
certas.
Aos meus familiares, que não só neste momento, mas em toda aminha
vida me forneceram o apoio, compreensão e estímulo para continuar. Agradeço a
minha mãe Marí Marli, ao meu pai Paulo César, minha base, que sempre
confiaram em mim e me deixaram livre para seguir minhas escolhas, ao meu
irmão Fablício, hoje professor e que sempre me mostrou a importância do
aprendizado, que podem nos tirar tudo, mas nunca conhecimento. Ao meu irmão
Marcos Vinícius, determinado e que antes de tudo me ensinou que desistir nunca
é uma opção, sou a caçula então parte do que me tornei com certeza devo a
eles.
À minha orientadora, a Profª Doutora Priscila de Oliveira Moraes, a
melhor escolha que eu pude fazer sem dúvidas. Um exemplo de profissional e
amiga, sempre com as palavras certas nos momentos certos e que antes de tudo
acredita no que faz. Muito obrigada por todo o incentivo e dedicação a mim, e
todo o suporte neste trabalho.
Aos amigos que a universidade me deu, se pudesse voltar atrás e
escolher, escolheria todos vocês novamente, obrigada por toda a parceria e
companheirismo durante esses anos. Em especial aos que estão comigo desde o
início deste ciclo, Ariana Ferreira Miranda, Bruna Cristina Appelt e Mauricio
Fonseca da Costa, agradeço a sorte de ter vocês por perto.
As irmãs que a vida me presenteou Nathisi Costa Linhares, Ana Cristina
da Silva, Indianara Sônia Gomes, Débora Cristina Barbosa e Fernanda Vieira
Barbosa, que apesar de seguirmos rumos diferentes, nos apoiamos, e torcemos
umas pelas outras. É uma amizade de 20 anos que se depender de mim dura à
vida toda.
Um agradecimento especial a todos os professores do Departamento de
Zootecnia e Desenvolvimento Rural, que durante o curso me inspiraram e
contribuíram para o meu crescimento profissional, mas principalmente pessoal. A
todos que fizeram parte direta e indiretamente desta primeira etapa, serei grata
eternamente.
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“Se não puder voar, corra. Se não puder
correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas
continue em frente de qualquer jeito.”
- Martin Luther King
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RESUMO
O isolamento e inatividade de animais que permanecem por muito tempo sem a
devida atenção de seus tutores pode resultar em comportamentos inadequados,
comprometimento no estado físico, mental e emocional dos cães. O objetivo
deste trabalho foi traçar o perfil dos tutores das cidades da Grande Florianópolis-
SC e Grande Porto Alegre- RS e a interação entre os hábitos comportamentais
dos cães, bem como investigar a compreensão dos tutores sobre humanização.
Foram obtidas 550 respostas, destas 56% da grande Florianópolis-SC e 44% da
grande Porto Alegre – RS. O predomínio foi de mulheres (78,73%) em uma faixa
etária de 30 anos (40,55%), com prática de atividade física de até 4 vezes por
semana (41,4%) e que se consideram no peso ideal (57,8%). Em relação ao perfil
dos cães, mais da metade foram fêmeas (54%), castradas (63,6%), sem raça
definida (50,5%), entre pequeno (47,6%) e médio porte (42,6%), com prática de
atividade física (72,4%), considerados pelos seus tutores com no peso ideal
(73,3%). As características dos cães e dos tutores não teve uma grande variação
entre as cidades, assim, apenas as médias das respostas foram analisadas. Os
tutores declararam que os animais possuem uma área mediana em casa para as
atividades (39,1%). Em relação a aspectos de humanização, observou-se que
embora ainda haja uma resistência, este fenômeno já pode ser observado em
ações como: utilização de roupas (44,20%), frequência em creches para cães
(12%) rede social própria (13,50%), participação em eventos destinados para
cães (35%), acesso livre a toda casa (54%) e dormem na cama junto com os
tutores (25,1%). Dentro dos comportamentos relatados, destaca-se o
comportamento de calma na presença do tutor (52,5%), na ausência do mesmo
vocaliza em excesso (31,6%), defeca ou urina em locais inapropriados (16,2%) e
comportamento destrutivo (25,8%). Em relação às características nutricionais
observou-se que 36% dos tutores não quantificam o alimento, 71,1% tem o hábito
de oferecer vários tipos de petiscos (biscoitos, bifinhos, legumes e frutas). A
maior parte dos tutores (39%) não tem conhecimento do significado da palavra
humanização, apenas 24% relataram de forma correta. Não houve discrepâncias
entre as características obtidas em Florianópolis-SC e Porto Alegre – RS.
Palavras-chave: ansiedade, cão, comportamento, interação, obesidade.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Diferentes escores de condição corporal em cães, para cães de porte
pequeno. Adaptado de LAFLAMME (1997).................................................... 30
Figura 2 Identificação da medida da altura de cernelha em cães; Fonte:
Questionário de pesquisa (APPELT, 2018) .................................................... 31
Figura 3 Sexo dos Tutores do RS e SC que participaram da pesquisa ......... 33
Figura 4 Prática de atividades físicas em ambos os estados ......................... 33
Figura 5 Frequência de atividades físicas semanais por estado .................... 34
Figura 6 Percepção do escore corporal dos tutores por estado ..................... 34
Figura 7 Faixa etária dos cães por estado, de acordo com o questionário. ... 35
Figura 8 Número de raças mais citadas pelos tutores da grande Florianópolis-
SC e Grande Porto Alegre- RS ...................................................................... 36
Figura 9 Relação do porte dos cães de raça definida e sem raça definida, por
estado. ........................................................................................................... 37
Figura 10 Meios de aquisição dos cães por estado. ...................................... 38
Figura 11 Frequência dos tipos de atividades físicas realizadas pelos cães de
SC e RS ......................................................................................................... 39
Figura 12 Escore corporal dos cães de SC e RS. .......................................... 39
Figura 13 Estado de saúde dos cães de SC e RS ......................................... 40
Figura 14 Espaço disponível para o cão no ambiente, de acordo com
questionário- RS e SC .................................................................................... 40
Figura 15 Convivência do cão com outros animais de acordo com o
questionário- RS e SC. ................................................................................... 41
Figura 16 Vestuário dos cães de acordo com o questionário- RS e S ........... 42
Figura 17 Participação do cão em eventos sociais, de acordo com o
questionário- RS e SC. ................................................................................... 43
Figura 18 Comportamentos perante a saída do tutor de acordo com o
questionário- RS e SC .................................................................................... 44
Figura 19 Comportamentos apresentados quando o cão está sozinho em
casa. ............................................................................................................... 44
Figura 20 Oferta de alimentos aos cães participantes do questionário. ......... 46
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Relação de comportamentos abordados no Questionário para
Identificação da Síndrome de Ansiedade de Separação em Animais (QI-
SASA) com sua distribuição em opções por itens. ......................................... 23
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Dados referentes ao Sexo e Castração dos cães por estado. ........ 36
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
2. OBJETIVOS ..................................................................................................... 13
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 14
3.1 POPULAÇÃO CANINA NO BRASIL E NO MUNDO .......................................................... 14
3.2 ORIGEM E COMPORTAMENTO CANINO.................................................................... 15
3.2.1 Comportamento alimentar .................................................................................. 17
3.3 HUMANIZAÇÃO CANINA ..................................................................................... 18
3.4 INTERAÇÃO TUTORES VS CÃES .............................................................................. 19
3.5 TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS CANINOS .......................................................... 20
3.5.1 Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS) ............................................................. 21
3.5.2 Comportamento Compulsivo ............................................................................... 24
3.5.3 Comportamentos Destrutivos .............................................................................. 25
3.6 TRANSTORNOS NUTRICIONAIS .............................................................................. 26
3.6.1 Obesidade ...................................................................................................... 26
3. MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 28
3.1 LOCAL E ÉPOCA ................................................................................................ 28
3.2 ORGANIZAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ONLINE ............................................................... 28
3.2.1 Avaliação dos atributos físicos dos cães .................................................................. 30
3.2.2 Avaliação comportamental ................................................................................. 31
3.3 DIVULGAÇÃO DO QUESTIONÁRIO........................................................................... 32
3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ......................................................................................... 32
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................. 32
4.2 PERFIL DO CÃO ................................................................................................ 35
4.3 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE ........................................................................... 40
4.4 HUMANIZAÇÃO CANINA ..................................................................................... 42
4.5 ASPECTOS COMPORTAMENTAIS ............................................................................ 43
4.6 COMPORTAMENTO INGESTIVO ............................................................................. 46
5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 48
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 50
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1. INTRODUÇÃO
A história evolutiva dos cães domésticos (Canis lupus familiaris) é
caracterizada por descenderem dos lobos cinzentos (Canis lupus), que se
assemelham em 71 de 90 padrões comportamentais (BEAVER, 2004). O
comportamento alimentar dos lobos primitivos era a caça em matilhas, de
presas que variavam de coelhos a cervos, e no decorrer do processo
evolutivo, animais que não tinham tantas habilidades para caça acabavam se
aproximando dos assentamentos humanos a procura de restos de alimentos
que eram despejados nas proximidades dos acampamentos. Tais
comportamentos fizeram com que lobos menos temerosos ao convívio fossem
acolhidos por humanos para viver em sociedade dando início ao processo de
domesticação. (BEAVER, 2001, HOROWITZ, 2010).
A criação de animais de estimação ou de companhia é uma
característica universal nas sociedades humanas. No Brasil, essa convivência
pode ser avaliada através de estimativas populacionais que indicam números
crescentes de cães e gatos como animais de estimação, onde 59% da
população possuem um cão ou gato em suas residências (LIMA; LUNA,
2012). O País tem a segunda maior população de cães em todo o mundo
(52,2 milhões de cães) e é o quarto maior país em população total de animais
de estimação totalizando 132,4 milhões de pets, o que demonstra o potencial
deste setor na economia brasileira (ABINPET, 2013).
Como consequência, cada vez mais os animais estão inseridos nos
núcleos familiares e são considerados membros da família, muitas vezes
atuam como substitutos de filhos e outros familiares, essa relação ocasiona
em um aumento no fenômeno de humanização desses animais (FARACO;
SEMINOTTI, 2004). Em outras palavras, este fenômeno considera o animal
além de suas características biológicas, recriando-o com atributos humanos e
tratando-o como se assim o fosse.
A rotina corrida e mais agitada da sociedade atual faz com que os cães
permaneçam cada vez mais presos em apartamentos, em ambientes restritos
e sozinhos, o que difere muito do que seria seu ambiente natural, e o animal
passa a não conseguir expressar os comportamentos específicos da espécie
(CROSSMAN, 2017). Os problemas comportamentais na maioria dos animais
de estimação ocorrem em função de uma série de fatores desencadeados a
partir do estresse de um ambiente sem estímulos, espaços inadequados,
13
socialização pobre, relação de dependência, castigos incorretos,
hiperatividade mal direcionada e dificuldade de comunicação entre tutor e
animal (GERGER; ROSSI, 2011).
O isolamento e inatividade de animais que permanecem por muito
tempo sem a devida atenção de seus tutores pode resultar em
comportamentos inadequados, como atitudes destrutivas, ansiedade
generalizada, síndrome de ansiedade de separação, comportamentos
estereotipados (correr atrás do próprio rabo, caça a sombras ou insetos
imaginários, lambedura excessiva no flanco ou nas patas, podendo resultar
em automutilação), comprometimento no estado físico, mental e emocional,
apresentando sintomas comparados aos sentimentos humanos como as
depressões (BEAVER, 2001, ROONEY, et al., 2009). Em um estudo recente,
sete especialistas foram solicitados para classificar prioridades de bem-estar
em cães e as duas prioridades foram comportamentos indesejáveis e
obesidade (BUCKLAND et. al., 2014). A obesidade é um dos principais
transtornos alimentares que tem relação direta com a humanização animal e
que desencadeia vários danos à saúde animal como consequência. O status
de excesso de peso está associado a vários comportamentos indesejáveis em
cães. (GERMAN et. al., 2017).
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo deste trabalho foi investigar a etiologia de problemas
comportamentais e nutricionais em cães residentes da grande Florianópolis e
grande Porto Alegre, e relaciona-los com o fenômeno da humanização.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Traçar os perfis dos tutores e cães das cidades da grande Florianópolis-SC
e grande Porto Alegre- RS;
- Verificar a interação entre os hábitos comportamentais dos cães;
- Investigar a compreensão dos tutores sobre humanização.
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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 POPULAÇÃO CANINA NO BRASIL E NO MUNDO
Com o crescimento do setor de serviços e comércio da sociedade, tem-
se constantemente novas formas de consumo, a exemplo o movimento da
premiunização, que é uma das formas que as empresas têm de diferenciar
sua marca e produtos, de uma forma que permita ganhar a preferência na
mente dos consumidores. O mercado envolvendo os animais de estimação
segue tal movimento, e, segundo Oliveira (2006) o fator impulsionador é a
relação entre homem e animal de estimação, sendo cada vez maior o
investimento em alimentos específicos, eventos, vestuários e acessórios.
O crescimento da população de animais de companhia em
residências é uma tendência mundial. Os EUA é o país com a maior
população de cães no mundo, em 2000 contabilizavam- se cerca de 68
milhões de cães de companhia, em 2017 essa população passou para
aproximadamente 89,7 milhões, demonstrando um aumento de 31,9% de
cães nos lares americanos (STATISTA, 2019). O Brasil é hoje o quarto maior
em população total de animais de estimação sendo 132,4 milhões, e ocupa o
segundo maior país em população de cães em todo o mundo totalizando 52,2
milhões (ABINPET, 2013).
O mercado pet brasileiro é dividido em quatro seguimentos: Pet
Food (indústrias e integrantes da cadeia de distribuição dos segmentos de
alimentos), Pet Serv (serviços), Pet Vet (medicamentos veterinários) e Pet
Care (cuidados com saúde, acessórios, higiene e beleza), dentre estas
categorias, a alimentação é o que representa a maior parcela do mercado,
com 68,6% do faturamento, seguido por Pet Serv (15,8%); Pet Care (7,9%) e
Pet Vet (7,7%). Estes dados demonstram a força potencial do setor na
economia, posicionando o Brasil atualmente como o terceiro maior país do
mundo em faturamento no mercado, atrás apenas do Reino Unido e Estados
Unidos (ABINPET, 2018). Esta expansão é maior a cada ano, em 2006 foi de
R$3,3 bilhões, em 2016 foram R$18,9 bilhões, seguidos de 2017 com 7,9% a
mais em relação ao ano anterior, totalizando R$20,37 bilhões. (ABINPET,
2013).
15
Raças populares
Com o passar dos anos houveram evoluções nas variedades caninas,
tornando possível classificá-las em relação a aspectos morfológicos e
comportamentais (DENIS, 2007). Atualmente existem diversas raças que
atendam ás necessidades e gostos pessoais de cada tutor, elas possuem
diferenças significativas entre si, em especial quanto ao tamanho, pelagem e
conformação, que estão relacionadas às questões de genética e aos
cruzamentos induzidos pela ação humana. As categorias podem variar de
cães com menos de 20 cm no caso dos Chihuahuas, a cães com mais de 1m
de altura como o Dinamarquês ou Dogue Alemão. (OSTRANDER & WAYNE,
2007)
A empresa DogHero, realizou um levantamento sobre quais foram as
raças de cachorro mais populares do Brasil em 2018. O ―Censo canino‖ teve
como base 670 mil cadastros de cães, dos quais foram classificados os 10
mais populares do ano. São eles: 1°- Vira-lata (Sem Raça Definida-SRD); 2°-
Shih tzu; 3°- Yorkshire; 4°- Poodle; 5°- Lhasa apso; 6°- Buldogue francês; 7°-
Golden Retriever; 8°- Maltês; 9°- Labrador e 10°- Pug (DOGHERO, 2018).
A pesquisa realizada por Silva (2014), na região da grande
Florianópolis, mostrou que há maior porcentagem de raças pequenas em
relação às de médio e grande, foram 134 entrevistados e das raças pequenas
as duas que apresentaram maior expressão foram a Lhasa Apso e Poodle,
das raças médias a ―vira-lata‖ (SRD) e American Staffordshire e das grandes
a Pastor Alemão e Golden Retriever. Um estudo mais recente, com respostas
de 719 tutores também da grande Florianópolis, mostrou que as dez raças
mais citadas na da região foram: 1°- Vira-lata (SRD); 2°- Shih tzu; 3°-
Yorkshire; 4° Poodle médio; 5° Pinscher miniatura; 6° Lhasa-apso; 7°
Labrador; 8° American pit bull terrier; 9° Dachshund e 10° American
Staffordshire Terrier (APPELT, 2018).
3.2 ORIGEM E COMPORTAMENTO CANINO
Ao longo dos anos o Cão (Canis lúpus familiaris) é o animal doméstico
que mais se associou ao homem, e acredita-se que esta relação tenha
surgido há aproximadamente 15.000 anos atrás (THALMANN et al., 2013). Os
lobos cinzentos (Canis lupus), antecessores primitivos dos cães, foram
animais responsáveis por uma importante reserva genética, a qual sabe- se
que os cães e lobos se assemelham em 71 de 90 padrões comportamentais
16
(BEAVER, 2001; BEAVER, 2004; HOROWITZ, 2010). Ainda que a hipótese
mais aceita na literatura seja de que os lobos cinzentos são os únicos
ancestrais dos cães, existem discussões sobre a possibilidade da influência
de outros canídeos como coiotes e chacais, uma vez que possuem além de
alguns comportamentos similares, 39 pares de cromossomos assim como os
cães domésticos e os lobos, e sendo em certas ocasiões capazes de cruzar e
produzir ninhadas férteis (MOREY, 1994; BRAASTAD; BAKKEN, 2002).
No decorrer desta evolução, os animais que não tinham tanto
potencial para a caça acabaram se aproximando dos assentamentos
humanos, como forma de conseguirem se alimentar dos restos de comida
despejados nas proximidades. A partir disto, os lobos mais calmos e menos
temerosos ao convívio foram escolhidos e acolhidos para viver em sociedade,
adotando o humano como líder da matilha, dando início ao processo de
domesticação (BEAVER, 2001; SCHOENEBECK & OSTRANDER, 2013).
Neste período, os cães passaram por um processo chamado de
pedomorfose, ou seja, adquiriram características mais juvenis em relação aos
lobos primitivos, fisicamente eles obtiveram estruturas menores com focinho
mais curto, cabeça mais larga, olhos maiores e dentes menores, já no
comportamento, observa-se maior curiosidade, mais pedidos de cuidados,
necessidades sociais e mais brincadeiras (MOREY, 1994).
Ao longo das gerações ocorreram cruzas seletivas que
enfraqueceram algumas características indesejáveis e intensificaram aquelas
mais desejadas, resultando em uma espécie com alterações morfológicas,
fisiológicas e comportamentais de acordo com o interesse humano, até
chegar aos padrões de raças que temos atualmente (REICHMANN et. al.,
2000; HOROWITZ, 2010). As seleções realizadas para originar as raças
atuais, podem ter influência nas diferenças comportamentais dentro da
espécie, alguns resultados existentes apontam que as raças diferem entre si
em vários aspectos comportamentais, como agressividade, emoção, reações
positivas ou negativas a situações novas e comportamento predatório
(SVARTBERG, 2006). Segundo Mehrkam & Wynne (2014), muitas raças
modernas foram criadas para atender atributos físicos específicos, e que
estas seleções podem ter contribuído para algumas mudanças de
comportamento. Em outros casos, raças foram criadas a partir de
comportamentos que visavam tarefas específicas, como por exemplo, cães de
raças de pastoreio, corrida, cães de guarda (MORRIS, 2008).
17
O porte dos cães são fatores que podem influenciar na
predominância de alguns comportamentos indesejados (ARHANT et. al.
2010). Dados mostraram que cães de pequeno porte (abaixo de 22 kg de
peso) são animais menos obedientes, mais exaltados, agressivos, e com
maior propensão a ansiedade e medo em relação aos cães de grande porte.
Este estudo evidencia que as diferenças comportamentais não ocorrem
apenas em consequência de fatores genéticos, mas sim pela maneira como
os donos tratam os cães de diferentes tamanhos, tutores de cães pequenos
tendem a dar mais liberdades e lidam com a obediência de forma menos
comprometida comparado aos tutores de cães grandes. Ou seja, o fator
ambiental pode ter influência direta no comportamento que o animal está
apresentando (AMERICAN, 2017).
3.2.1 Comportamento alimentar
A história evolutiva dos canídeos é caracterizada por comportamento
de caças em matilhas, geralmente diurnas, traçando estratégias de
sobrevivência, desta forma conseguem suprir suas necessidades em uma
única refeição ao dia. O hábito alimentar era variável, ao caçar suas presas
dentre elas coelhos e cervos, os lobos consequentemente ingeriam o trato
gastrointestinal destes animais, que tinham em seu bolo alimentar,
carboidratos e fibras como frutas e parte de plantas. Razão pela qual houve
uma adaptação fisiológica e metabólica, classificando-os como carnívoros não
estritos (FELIX, et. al., 2010). Quanto à dentição, o numero de elementos
dentários é exatamente o mesmo (incisivo, caninos, molares e pré-molares),
que apenas diferem na especialização, sendo que no lobo primitivo, tanto a
maxila quanto a mandíbula eram mais adaptados a imobilizar, dilacerar e
triturar a presa do que nas espécies caninas atuais (COPPINGER, 2010).
Após a domesticação a nutrição canina passou por uma evolução
visível, nas décadas de 80 e 90 a maior parte dos cães ainda era alimentada
com os restos de comida de seus proprietários, e poucas indústrias de rações
existiam e investiam no Brasil. No entanto, o aumento da aquisição desses
animais aliado a preocupação em mante- los saudáveis e longevos ocasionou
uma evolução do mercado, que oferece hoje alimentos de diversas
especificidades capazes de fornecer nutrientes balanceados nas quantidades
e proporções que o cão necessita, com a inclusão de alimentos de origem
18
animal, vegetal, palatáveis e com altos índices de digestibilidade (ROCHA,
2008; BUFF et. al., 2014).
Os alimentos completos para cães recebem uma classificação de
acordo com a indústria que leva em consideração a matéria-prima utilizada na
fabricação e é segmentada como Econômica, Padrão, Premium e
Superpremium (SILVA et al., 2010). Atualmente, as empresas desenvolvem
produtos específicos, com formulação sofisticada de elevado valor nutricional
e consequente maiores custos. Por outro lado, também são produzidos
alimentos econômicos formulados com ingredientes baratos, que competem
no mercado não pela qualidade, mas pelo baixo preço (CARCIOFI, 2008).
Quanto à função, os alimentos podem ser definidos como
completos, complementares, e especiais. O alimento completo, de acordo
com o artigo 3º do anexo I da IN 30 DE 05 de Agosto de 2009 do MAPA, deve
ser composto por ingredientes aditivos e matérias-primas que atendam todas
as exigências nutricionais dos animais de companhia. Os alimentos
complementares são os petiscos, ossinhos e biscoitos, geralmente ofertados
como agrado/mimo e não podem ser sua única refeição por não disporem de
todos os nutrientes necessários para as exigências do animal, e os alimentos
especiais são formulados para animais com distúrbios fisiológicos e
metabólicos, cuja formulação é incondicionalmente privada de qualquer
agente farmacologicamente ativo (FORTES, 2005). Quanto ao tipo de
processamento, eles variam de acordo com o teor de umidade presente, as
rações secas contem entre 6 a 10% de umidade podendo ser completas e
balanceadas, as semiúmidas possuem entre 15 a 30% de água, as rações
úmidas são as embaladas em saches ou latas, e variam de 72 a 85% de
umidade com base na matéria original (CASE et. al., 2000 apud
WORTINGER, 2009).
3.3 HUMANIZAÇÃO CANINA
A humanização também denominada como antropomorfismo, é
definida como o ato de atribuir comportamentos humanos a animais não
humanos, sendo esta, uma característica muito presente entre os cuidadores
e os proprietários de animais de estimação (SERPELL, 2003). Dentro deste
cenário, os tutores tendem a não enxergar o cão como sendo de uma espécie
diferente da humana, e as suas necessidades básicas acabam não sendo
supridas de forma adequada, dando margem ao surgimento de transtornos,
19
deficiências na comunicação com a própria espécie e colocando em risco a
saúde e bem-estar do animal. (HOROWITZ, 2010; GERGER; ROSSI 2011).
Nos dias de hoje é comum nos depararmos com uma nova
constituição de família, composta não apenas por integrantes humanos, a
chamada família multi- espécie (FARACO; SEMINOTTI, 2004). Essa relação
de proximidade do ser humano com o cão é consequência da forma como se
estabeleceu a sociedade atual, além das famílias optarem por terem menos
filhos, houve o desenvolvimento de um mercado voltado para estes cães que
passam a integrar o ambiente não mais apenas como animais, mas como
parte do núcleo familiar (RIBEIRO, 2011). O ambiente em que os cães foram
inseridos contraria a sua natureza, e faz com que passem a ter mais
dependência de seus donos, os locais em sua maioria, limitam-se a
apartamentos ou quintais com pouca metragem dando margem ao
desenvolvimento de alguns distúrbios como síndrome de ansiedade de
separação (SAS), agressividades, comportamentos indesejáveis, entre outros.
(MOTTA, 2009; TATIBANA; COSTA-VAL, 2009; ROYALCANIN, 2010;
BORGES, 2013).
3.4 INTERAÇÃO TUTORES VS CÃES
Desde a domesticação a interação com o ser humano foi se
transformado ao longo dos anos, com laços afetivos mais estreitos, os
animais há alguns anos atrás permaneciam apenas nos quintais das casas,
geralmente presos, mal tomavam banho e consumiam sobras de comida.
Hoje, para grande parte dos cães essa realidade mudou, havendo uma
preocupação com o local e proteção do animal. Possuem liberdade para
circular por todo ambiente da casa, dispõem de dietas balanceadas e
específicas, tomam banhos regularmente, tem suas pelagens cuidadas, de
forma que esses animais acabam muitas vezes tendo os mesmos benefícios
de qualquer outro membro da família (TRAVAGIN, 2012).
Os estudos científicos sobre os benefícios que eles trazem ao ser
humano começaram por volta da década de sessenta, tanto em situações
especiais (portadores de necessidades especiais físicas e/ou mentais),
quanto em instituições ou em momentos importantes da vida, como infância,
adolescência, separação, viuvez e velhice (COUTINHO et. al., 2004).
Segundo Tatibana e Costa- Val (2009), crianças que convivem com animais de
estimação se tornam mais afetivas, solidárias, sensíveis, com maior senso de
20
responsabilidade, e compreendem melhor o ciclo vida- morte. Estudos mais
recentes têm demonstrado que existem vários benefícios dos animais de
estimação no desenvolvimento psicológico, social e na qualidade de vida das
pessoas. Verificaram-se níveis de solidão, depressão e ansiedade mais
baixos em pessoas que possuem animais de estimação para companhia
(MÜLLER, 2012).
O processo de socialização dos cães ainda filhotes com humanos e
outros animais, além da adaptação aos barulhos, odores, visões e
experiências, é uma das coisas mais importantes no início de sua vida. Se
esta socialização inicial for negada, o comportamento do cão adulto pode ser
imprevisível, podendo demonstrar medo ou até mesmo agressividade frente
algumas situações (BAILEY, 2010). Ter a oportunidade de observar outros
cães, principalmente os mais velhos, também é uma forma de aprendizagem
dos filhotes, porém, a maioria dos tutores possui apenas um cão em sua
residência, o que torna mais difícil o processo de socialização, nesses casos,
permitir que os cães frequentem parques é uma alternativa para que eles
possam ter interações positivas com outros animais (VOLHARD; VOLHARD
2011).
Adquirir um animal de estimação requer compromisso, disciplina,
organização e entendimento das suas reais necessidades, pois os cães são
animais sociáveis que não devem ficar sozinhos por muito tempo, necessitam
de estímulos mentais e atividades físicas diárias, condutas que devem ser
avaliadas antes de adquiri- lo, na garantia de que isso deverá ser respeitado
na prática visando o seu bem- estar enquanto animal (GERGER; ROSSI,
2011).
3.5 TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS CANINOS
A rotina corrida e cada vez mais agitada da sociedade atual faz com
que os cães permaneçam cada vez mais presos em apartamentos, em
ambientes restritos e sozinhos, o que difere muito do que seria seu ambiente
natural. Com esta mudança, o animal passa a não conseguir expressar os
comportamentos específicos da espécie (CROSSMAN, 2017). Os problemas
comportamentais na maioria dos animais de estimação ocorrem em função de
uma série de fatores desencadeados a partir do estresse de um ambiente
sem estímulos, espaços inadequados, socialização pobre, relação de
dependência, castigos incorretos, hiperatividade mal direcionada e dificuldade
de comunicação entre tutor e animal (GERGER; ROSSI, 2011).
21
O isolamento e inatividade de animais que permanecem por muito
tempo sem a devida atenção de seus tutores pode resultar em
comportamentos inadequados, como atitudes destrutivas, ansiedade
generalizada, síndrome de ansiedade de separação, comportamentos
estereotipados (correr atrás do próprio rabo, caça a sombras ou insetos
imaginários, lambedura excessiva no flanco ou nas patas, podendo resultar
em automutilação), comprometimento no estado físico, mental e emocional,
apresentando sintomas comparados aos sentimentos humanos como as
depressões (BEAVER, 2001, ROONEY, et. al., 2009,).
Identificar os transtornos que o cão sofre e as causas que as
desencadeiam são importantes para que se encontre o plano de tratamento
adequado, que muitas vezes podem ser tratados através de uma combinação
de treinamentos, estratégias preventivas e, em alguns casos, medicamentos
e/ou terapias naturais (LANDSBERG et al.,2005; HOROWITZ, 2010;
SARGISSON, 2014). A relação inadequada entre seres-humanos e cães pode
não ser a única causa dos diversos transtornos comportamentais, mas
certamente agrava, predispõe e complica tais distúrbios (O‘FARRELL, 1997;
OVERALL 1997; LADEWIG, 2005).
3.5.1 Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS)
A SAS é um tipo de ansiedade patológica, caracterizada por um
conjunto de respostas fisiológicas e comportamentais que se apresentam
quando o cão é separado de sua figura de apego, que pode ser uma pessoa
ou até mesmo outro animal (APPLEBY; PLUIJMAKERS, 2004). No Brasil
ainda existem poucos estudos específicos direcionados a prevalência desta
síndrome, mas um levantamento feito através de questionários por Novais et.
al. (2010) mostra que 68% dos cães atendidos em um hospital veterinário na
cidade de São Paulo foram diagnosticados com esta síndrome, sugerindo que
o problema é relativamente comum.
Atualmente sabe-se que a SAS, expressa em sua maioria na ausência
do tutor, ou, até mesmo quando o animal tem o seu acesso restrito a ele,
como quando fica isolado em um cômodo, caixa de transporte ou gaiola
(SOARES et. al., 2015). De um modo geral, a detecção do problema é feita
através da observação de comportamentos que ocorrem um pouco antes da
partida do tutor e logo após a sua chegada (LANDSBERG, 2005). Segundo
Palestrini et. al. (2010), existem duas modalidades básicas e complementares
para a confirmação do diagnóstico: através do histórico completo do animal, a
22
fim de explorar informações como condições sociais e ambientais, rotina,
presença de evidências indiretas da síndrome, ou gravação de vídeos nos
momentos da ausência do tutor, para visualização direta dos sinais clássicos,
especialmente aqueles não detectáveis logo após a saída como, intensa
movimentação e agitação, agressividade, comportamento destrutivo,
comportamento compulsivo, defecação e/ ou micção em locais inadequados,
lambeduras, etc., e no retorno do tutor ao lar, geralmente expressa com
grande excitação, seguida de saltos e vocalização excessiva (FLANNIGAN;
DODMAN, 2001; OVERALL et. al., 2001; SCHWARTZ, 2003; STORENGEN
et. al., 2014).
Em geral, suas opções de tratamentos priorizam o uso de terapia
comportamental e enriquecimento ambiental, associados à administração de
fármacos, quando necessários. King et. al. (2000) avaliaram a eficácia de
tratamento com Clomipramina em duas diferentes dosagens, associada à
terapia comportamental em cães. De acordo com estes autores, houve
‗melhora‘ no comportamento destrutivo e na eliminação inadequada de fezes
e de urina, utilizando os tratamentos ao longo de três meses (84 dias), sendo
que comportamento destrutivo foi o único sintoma que ‗desapareceu‘ por um
período, durante o tratamento. Por sua vez, a vocalização excessiva não
apresentou mudanças, demonstrando que, para este comportamento, os
animais não tiveram a resposta esperada ao tratamento.
Neste sentido, é de suma importância à compreensão dos sinais
clínicos e dos fatores causais de problemas comportamentais, para promoção
de bem-estar em que a separação não se torne um sofrimento ao pet e que
se tenha o estabelecimento de uma relação humano-animal saudável
(PAIXÃO; MACHADO, 2015). Partindo da necessidade de uma análise e
levantamento desses problemas, foi desenvolvido um questionário (Quadro1),
para Identificação da Síndrome de Ansiedade de Separação em Animais (QI-
SASA). Este instrumento foi elaborado com base em dados na literatura e
validado por meio dos pareceres de quatro médicos veterinários
especializados em etologia clínica, bem como por meio da comparação dos
resultados obtidos com os questionários e entrevistas para o diagnóstico da
SAS,(SOARES et al., 2009).
23
Quadro 1 Relação de comportamentos abordados no Questionário para Identificação da
Síndrome de Ansiedade de Separação em Animais (QI-SASA) com sua distribuição em
opções por itens.
SINAIS ITEM/ PERGUNTA OPÇÃO
Ao ficar sozinho
-Quando late?
Ao ficar preso
Vocalização excessiva Quando fica sozinho Chora
Chora ou uiva quando fica
Outros comportamentos
preso
Em relação aos pertences dos Destrói na sua ausência
residentes
Arranha portas e janelas
quando fica sozinho ou preso;
Arranha móveis próximos ás
Comportamento destrutivo Outros comportamentos janelas externas quando fica
sozinho;
Arranha o chão quando
sozinho ou preso
Eliminações inapropriadas Onde urina? Lugares inapropriados da casa
Onde defeca? quando sozinho ou preso
Quando fica sozinho Vomita
Alterações autonômicas
Quando o tutor se prepara pra Fica salivando
sair Fica ofegante
Quando o tutor se prepara pra Vai para um ―cantinho‖ e fica
sair quieto
Não come
Depressão Quando fica sozinho
Já se demonstrou triste ou
Outros comportamentos depressivo na ausência de
algum membro da família
Quando o tutor ou outras Faz festa calorosamente
pessoa da família chegam em Faz festa de forma exagerada
casa.
Mostra-se agressivo
Mostra-se agitado
Fica ofegante
Fica salivando
Vai para um ―cantinho‖ e fica
Hipervinculação Quando o tutor de prepara quieto
para sair Tenta impedir de alguma forma,
como?
Segue o tutor e tenta manter- se
por perto;
Outros comportamentos Fica agitado quando afastado
poucos metros da figura de
apego.
As patas com muita frequência;
Outras partes do corpo com
Tem hábito de lamber muita frequência;
Comportamentos compulsivos Algum lugar ou objeto da casa
com frequência ;
Outros comportamentos Caça moscas imaginárias
Fonte: Adaptado de Soares et al,(2009)
24
3.5.2 Comportamento Compulsivo
Este comportamento é caracterizado por ações repetitivas e
constantes, realizado sem nenhum propósito aparente em resposta a
impulsos incontroláveis como correr atrás da cauda, ou abocanhar
mosquitos imaginários, nesta situação o animal também pode utilizar um
comportamento normal como lamber, cavar ou latir, de forma compulsiva
(WHITBOURNE; HALGIN, 2015). Os transtornos compulsivos derivados da
SAS são atribuídos a uma busca na redução de ansiedade pela ausência da
figura de apego, mas em sua maioria, são causados por motivos ambientais
que independem da presença do tutor, por ambientes que causem
frustração, ociosidade e estresse, como nunca sair do local que reside para
passear ou se exercitar, não interagir com outras pessoas ou animais
(LUESCHER, 2003).
A falta de interação e o confinamento fazem com que a necessidade
de estímulos seja deslocada para comportamentos estereotipados, como
exemplo, andar de um lado para outro, em animais de zoológico, birra em
cavalos, mordedura de grades em suínos confinados, auto- depenamento
em aves de cativeiro, entre outros (HORWITZ; NELSON, 2008). Estes
comportamentos são indicativos de ausência de bem estar, que possibilitam
identificar a necessidade de enriquecimento do ambiente e das atividades
desses animais, a fim de satisfazer suas necessidades comportamentais
diárias. Animais que inicialmente foram selecionadas para pastoreio, tração
e caça, nos dias de hoje, muitas vezes são adquiridas por status e beleza,
ficando confinadas em espaços limitados sem o devido gasto de energia
exigido pela raça (CLUTTON-BROCK, 1999).
De acordo com Horwitz e Neilson (2008), algumas raças possuem
predisposição relacionada a comportamentos compulsivos, são elas:
Bull terrier: rodopiar, perseguir a cauda, ficar estático;
Pastor alemão: rodopiar, perseguir a cauda e alucinações;
Dogue alemão e Branco alemão de pelo curto: automutilação,
comportamento motor estereotipado (correr ao longo de cercas) e
alucinações;
Dálmata e Rottweiler: alucinações;
Dobermann: sugar o flanco;
Border collie: ficar olhando sombras;
Australian cattle dog: perseguir cauda;
25
Schnauzer miniatura: ficar cheirando a região anal;
Cães de raças de porte grande: lesões de pele por lambedura;
Há casos em que comportamentos classificados como compulsivos
podem ocorrer em consequências de problemas médicos, principalmente
neurológicos e dermatológicos, como doenças infecciosas, doenças
metabólicas, doença dermatológica, convulsões, exposição a substâncias
tóxicas (LUESCHER, 2003; HORWITZ & NEILSON 2008). Para se obter o
diagnóstico preciso, deve-se realizar exames para que todas as causas
médicas que possam levar ao comportamento sejam excluídas. Os
tratamentos consistem basicamente na identificação das compulsões, tentar
eliminar o que causa estresse, conflito e frustração no cão, modificação do
ambiente, uso de enriquecimentos ambientais, adestramentos e em alguns
casos na intervenção farmacológica (LUESCHER, 2003). Segundo Horwits e
Neilson (2008), Feromônios e a Homeopatia também podem ser úteis no
tratamento, um exemplo é o DAP® (Dog Appeasing Pheromone®) que é um
feromônio sintético utilizado na forma de difusor elétrico, coleira ou spray e
que tem o efeito de apaziguar o cão nos momentos de compulsão (PAGEAT
e GAULTIER, 2003).
3.5.3 Comportamentos Destrutivos
O comportamento destrutivo pode ocorrer pelas mais diversas
causas, e esta ligado a fatores comportamentais e patológicos. Entre os
fatores comportamentais podemos citar o comportamento natural de
mastigação realizado por filhotes, frustração relacionada à falta de exercícios
e brincadeiras, fobias, agressão territorial e disfunções cognitivas. Entre os
distúrbios patológicos destacam-se a encefalopatia hepática e as neoplasias
cerebrais que atuam com efeitos diretos no sistema nervoso central
(SIMPSON, 2000; SHERMAN, 2008).
Apesar de não ser um comportamento exclusivo da SAS, os
comportamentos destrutivos também fazem parte do seu diagnóstico. Nos
casos de SAS a conduta é realizada utilizando dentes e unhas, e este ato
pode estar relacionado com fatores de estresse e apreensão pela percepção
de saída do proprietário, normalmente ocorre sempre que o proprietário esta
ausente e é direcionado aos locais de saída, como portas, portões e janelas,
26
o que indica uma tentativa do cão em restabelecer contato com sua figura de
apego (NOVAIS et. al., 2010; PALESTRINI et. al., 2010).
Os cães podem apresentar este comportamento contra qualquer
objeto que lhe imponha uma barreira física e que os mantenha em espaços
confinados, como cercados e até mesmo caixas de transporte. Outro alvo
comum para o comportamento destrutivo de cães com SAS são os objetos
pessoais e móveis do tutor, especialmente aqueles que carreguem uma forte
carga odorífera como roupas e sapatos (LANDSBERG et. al., 2005).
Para diagnóstico é fundamental a realização de uma consulta
anamnese, que consiste em uma investigação da vida do cão, história do
animal, como ele foi adquirido, traumas e parentescos, afim de para eliminar
outras possíveis causas (SIMPSON, 2000; SHERMAN, 2008). A fim de
impedir este tipo de comportamento, é preciso que o tutor evite dar atenção
para o cão alguns minutos antes de sair da residência, e da mesma forma
quando retornar, essa interação pode reforçar a ansiedade. Tornar o
ambiente tranquilo, colocar o cão onde ele fica mais relaxado, torna esse
momento de saída comum e não uma despedida. (ROSSI, 2002; BUTLER,
2011; ORDIN, 2012; LANDSBERG et. al., 2013).
3.6 TRANSTORNOS NUTRICIONAIS
Os transtornos nutricionais ou distúrbios alimentares envolvem
basicamente comportamentos alimentares desorganizados e desequilibrados
(CARTER et. al., 2012; PHAM et. al., 2012). A obesidade canina hoje pode
ser considerada uma das principais condições patológicas observadas,
estima-se que cerca de, 34,1% da população canina americana encontra-se
em sobrepeso ou obesa (LUND et. al., 2006). De acordo com Mc Greevy et.
al., (2005), na Austrália entre 23 a 41% dos cães são considerados obesos.
No Brasil estudo realizado por Silva (2014) na região de Florianópolis
mostraram que 56% dos animais estão obesos e 25% se encontram acima do
peso.
3.6.1 Obesidade
Tendo como característica o acúmulo de gordura corporal que afeta
de maneira negativa a saúde do animal, a obesidade era anteriormente
27
considerada apenas um problema estético. Atualmente essa enfermidade tem
se tornado uma preocupação, pois vem associada com a diminuição da
expectativa de vida desses animais, além de doenças ortopédicas e
metabólicas (GERMAN, 2010). Em cães ela é diagnosticada quando o peso
do animal está aproximadamente 15% acima do peso ideal, e, manter a
estabilidade do peso tem sido o fator determinante para a saúde, bem estar, e
qualidade de vida destes animais. (BURKHOLDER; TOLL, 2000; SALVE
2006). Estudos apontam que há uma grande relação entre o sobrepeso e
genética, algumas raças possuem em seu DNA, predisposição a obesidade,
raças de porte grande (Labrador Retriever, Beagle, Dachshund, Dogue
Alemão, Fila Brasileiro, etc.), e muito comum também nas raças de pequeno
porte (Pug, Bulldog, Poodle, Shitzu, Lhasa Apso, etc.). (DÍEZ & NGUYEN,
2006; ZORAN, 2010; JERICÓ, 2011 PICCIONE et. al., 2011).
A castração é um fator que pode influenciar no sobrepeso, se não
houverem os devidos cuidados, pois o ato resulta na diminuição dos
hormônios sexuais, que como consequência faz com que o animal redirecione
a energia da reprodução para a alimentação, elevando o seu apetite,
juntamente com a diminuição do gasto metabólico (DÍEZ &NYUGEN, 2006;
GERMAN, 2006). O aumento da incidência de obesidade está relacionado
também com o sedentarismo do tutor, que não tem hábitos de praticar
exercícios ou devido à agenda cheia e corrida que possui poucos horários
livres para estimular a atividade de seu pet (MENDES; RIBEIRO; GODOY,
2014).
De acordo com Aptekmann et. al. (2013), estudos realizados na
Alemanha mostraram que há uma grande influência de donos obesos na
ocorrência de cães obesos, e essa correlação foi feita com o excesso de
comportamento antropomórfico. A falta de conscientização dos donos torna
difícil o tratamento, pois este transtorno é visto muitas vezes como sinônimo
de saúde e beleza, ignorando os riscos ao organismo animal (SAAD, 2004;
ROYALCANIN, 2010). Na natureza os canídeos se organizavam em matilha,
e em toda matilha existe um líder, o cão doméstico mantém esse
comportamento, e espera que seu dono seja este líder, impondo-o regras e
limites. Horários fixos para atividades e alimentação, evitar alimenta-lo
durante as refeições da família, na hora do agrado ―mimo‖, buscar substituir
os petiscos por brincadeiras, atitudes que ajudam no aprendizado, diminuem
a ansiedade, e podem auxiliar no controle do peso (MOTTA, 2009;
TATIBANA; COSTAVAL, 2009).
28
O plano de tratamento para animais com sobrepeso ou obesos deve
incluir uma rotina com prática de exercícios físicos diários (brincadeiras,
caminhada, natação, corrida) e um controle nutricional composto por uma
dieta rica em fibras, visando regular o apetite do animal, uma vez que, as
fibras auxiliam na passagem do alimento pelo trato gastrointestinal,
restringindo a absorção energética e aumentando a sensação de saciedade
(PALUMBO, 2009; ROYALCANIN, 2010).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi conduzido no Departamento de Zootecnia e
Desenvolvimento Rural, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) –
Florianópolis – SC. A presente pesquisa foi do tipo exploratória a qual teve
como objetivo compreender o impacto da humanização no bem-estar canino.
A abordagem metodológica utilizada é classificada como qualitativo-
quantitativa e a lógica de pesquisa é classificada como indutiva.
O questionário foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com
Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina sob o número de
Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE):
09839419.8.0000.0121
3.1 LOCAL E ÉPOCA
Foi aplicado um questionário online abrangendo as regiões da Grande
Florianópolis- SC e Grande Porto Alegre - RS, no período de fevereiro de
2019 a maio de 2019. A escolha das regiões está relacionada com a
discrepância no índice de desenvolvimento humano, sedentarismo e
obesidade, que de acordo com o Ministério da saúde, em Porto Alegre 74,1%
dos habitantes são considerados com sobrepeso e em Florianópolis 49%,
(VIGITEL, 2016).
3.2 ORGANIZAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ONLINE
O questionário aplicado possuia 47 perguntas que foram divididas em:
29
Perfil do Tutor e Perfil do Cão
Caracterização do ambiente e Humanização
Aspectos comportamentais
Comportamento ingestivo
Em relação ao perfil do tutor, considerou-se:
01 – Idade; 02 – O município do tutor (Grande Florianópolis ou Grande Porto
Alegre); 03 – Sexo; 04 – Pratica de atividades físicas; 05 – Frequência das
atividades; 06 – A percepção do escore corporal.
Em relação ao perfil do cão, considerou-se:
07 – Idade; 08 – Sexo; 09 – Raça; 10 – Para SRD (medida da altura na
cernelha); 11 – Se houve Castração; 12 – Aquisição do animal; 13 – Se
passou por alguma situação estressante; 14 – A prática de atividades físicas;
15 – Se sim, qual/quais atividade(s); 16 – A frequência das atividades;17 –
Percepção do escore corporal; 18 – Peso; 19 – Alterações no estado de
saúde;
Em relação à caracterização do ambiente, considerou-se:
20 – Se possuí outros animais de estimação; 21 – Em caso afirmativo, há
convivência entre eles; 22 – Presença de outras pessoas na sua residência;
23 – Em caso afirmativo, qual (is) categoria (s); 24 – A relação do pet com os
residentes; 25 – Ambiente físico onde o cão está inserido; 26 – Amplitude de
área para atividades (correr, saltar, brincar); 27 – O acesso á residência 28 –
Onde o cão dorme.
Em relação ao nível de humanização canina, considerou-se:
29 – Se tem Rede social própria; 30 – Frequenta creche (daycare); 31 – Se
possuí vestuário próprio; 32 – Se possuí brinquedos; 33 – Se possuí plano de
saúde; 34 – Se participa/realiza eventos sociais.
Em relação às características comportamentais do cão, considerou-se:
35 – O comportamento predominante em casa; 36 – comportamento perante
outros cães; 37 – O tempo que permanece sozinho; 38 – O(s)
comportamento(s) que apresenta quando o tutor se prepara para sair; 39 –
O(s) comportamento(s) que apresenta quando está sozinho na residência; 40
– O vínculo do cão com o tutor.
30
Em relação às Características Nutricionais do cão, considerou-se:
41 – Quantas vezes ao dia o cão é alimentado; 42 – Qual tipo de alimento é
fornecido; 43 – Qual critério utiliza para quantificar o alimento que fornece; 44
– Oferta de petiscos; 45 – Em caso afirmativo, qual (is) petisco (s); 46 – Em
que momentos são ofertados;
47 – Pergunta aberta: Você sabe o que é Humanização animal?
3.2.1 Avaliação dos atributos físicos dos cães
Na parte do questionário em que o tutor precisou avaliar a condição
de escore corporal (ECC) do seu cão, foi disponibilizada a Figura 1 para
facilitar o seu entendimento. O tutor teve que observar a imagem abaixo, que
apresenta escalas de um (01) a cinco (05) e de acordo com as características
do seu cão, informar se fisicamente ele se enquadra no escore: Magro, ideal,
sobrepeso ou obeso.
Figura 1 Diferentes escores de condição corporal em cães, para cães de porte
pequeno. Adaptado de LAFLAMME (1997).
Para a identificação do porte de cães tipo Sem raça definida (SRD), o
questionário disponibilizou a Figura 2(abaixo) para auxiliar o tutor nesta
identificação, que é realizada através da medida da altura de cernelha. De
acordo com a medida foram apresentadas as seguintes opções:
31
Pequeno: média de 33 cm de altura na cernelha
Médio: média 53 cm de altura na cernelha
Grande: média de 65 cm de altura na cernelha
Figura 2 Identificação da medida da altura de cernelha em
cães; Fonte: Questionário de pesquisa (APPELT, 2018)
3.2.2 Avaliação comportamental
Os critérios de avaliação comportamental deste estudo consideraram as
metodologias e critérios utilizados por Soares (2009) para identificação destes
distúrbios.
Hipervinculação: Serão considerados cães que manifestarem ao menos
um dos principais comportamentos clássicos de hipervinculação, são eles:
Faz festa exagerada na chegada do tutor, Faz festa exagerada na chegada
do tutor ao ponto de urinar, fica agressivo se o tutor vai sair ou da atenção
a outro cão ou pessoa, fica agitado, fica ofegante, fica salivando quando o
tutor prepara-se para sair, tenta impedir a sua saída ( esconde meias,
chave, pertenses..) Segue pela casa se mantendo por perto; Inquieto se o
tutor se afasta poucos metros.
Síndrome de ansiedade de separação (SAS): Serão considerados como
positivos para a SAS os animais que apresentarem qualquer um dos sinais
clássicos (vocalização excessiva, comportamento destrutivo, defecação e
micção inapropriada) , ou, comportamentos depressivos( se isola, vai para
um canto, chora, não come..), associado a, pelo menos, três opções
relacionadas aos comportamentos de hipervinculação.
32
Compulsivo: Serão considerados cães compulsivos, aqueles que
apresentarem ações repetitivas e constantes em resposta a impulsos
incontroláveis característico de distúrbios de compulsão, tais como:
Perseguição de cauda (círculos), lambeduras compulsivas no geral (próprio
corpo ou objetos), abocanhar moscas imaginárias e perseguição de
reflexos.
3.3 DIVULGAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
A divulgação ocorreu em âmbito nacional para tutores residentes dos
municípios da Grande Florianópolis e Grande Porto Alegre, com 1 ou mais
cães, e foi utilizada a plataforma o Google Forms® divulgada em mídias
sociais , onde a participação dos tutores ocorreu de forma voluntária e
anônima.
3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para a análise das respostas dos questionários aplicados neste
trabalho utilizou o procedimento PROC FREQ do pacote estatístico SAS
(2002) para os testes nas variáveis qualitativas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao final da pesquisa foram obtidos um total de 550 respostas de tutores,
sendo 308 (56%) residentes dos municípios da Grande Florianópolis- SC e
242 (44%) da Grande Porto Alegre- RS.
4.1 PERFIL DO TUTOR
Nesta parte inicial foi realizado um levantamento buscando identificar as
características dos tutores dos cães. Em ambos os estados, a faixa etária dos
tutores ficou entre 20 a 40 anos, com predomínio na faixa de dos 30 anos,
representando 40,55% do total. Dos tutores que responderam o questionário,
sua maioria é composta basicamente por mulheres (443 vs 117), conforme
mostra o Figura 3.
33
21,27%
Feminino
Masculino
78,73%
Figura 3 Sexo dos Tutores do RS e SC que participaram da pesquisa
Não foram disponibilizadas opções de atividades físicas, ou seja, neste
caso foi considerado como atividade física qualquer movimento realizado pelo
tutor que gere gasto de energia. No que se refere à prática de atividades
físicas 60,7% das pessoas praticam com uma frequência média de até quatro
vezes por semana (41,4%).
39,3%
SIM
NÃO
60,7%
Figura 4 Prática de atividades físicas em ambos os estados
Quando comparado entre os estados, observou- se que em SC, 112
pessoas (36,4%) afirmaram não praticar atividades físicas, valores bem
próximos do RS (102- 42,1%). A frequência de até 4 vezes na semana
também foi semelhante 37,6% e 44,5%, respectivamente para o RS e SC.
Estes dados revelam uma maior prática de atividades com frequência igual a
quatro vezes por semana em SC, enquanto o RS possuí o maior número de
pessoas que não realizam nenhuma atividade física.
34
50%
44,5%
45% 42,1%
40% 36,4% 37,6%
35%
30%
25% RS
20% SC
15% 11,6%
9,4%
10% 7,8%
5,0% 3,8%
05% 1,9%
00%
nenhuma 1 vez 4 vezes 6 vezes todos os dias
Figura 5 Frequência de atividades físicas semanais por estado
A percepção dos tutores em relação a sua composição corporal é uma
avaliação subjetiva que indica se o dono acredita estar acima do peso, abaixo
do peso ou no peso ideal. A falta de atividade física é um fator que contribui
para o aumento de peso da população. Neste sentido, observou-se que
38,3% (119) dos tutores estão acima do peso e 57,8% (178) estão no peso
ideal.
70%
60% 55,4% 57,8%
50% 43,0%
38,3%
40%
RS
30%
SC
20%
10% 1,6% 3,9%
0%
Acima Abaixo Ideal
Figura 6 Percepção do escore corporal dos tutores por estado
Quando analisado por estado observou-se que no Rio Grande do Sul
dos 242 tutores que responderam 55,4% (134) disseram estar no peso ideal e
43% (104) acima do peso. Já no estado de Santa Catarina dos 308 tutores
que respondera 57,8% (178) afirmaram estar no peso ideal 38,3% (118)
acima do peso.
O estilo de vida do tutor influência nos hábitos e no bem estar dos
cães. A relação entre as duas capitais foi em função da discrepância nos
índices de obesidades. Na última pesquisa realizada pelo Ministério da
Saúde, em Porto Alegre, 74,1% dos habitantes estão com excesso de peso.
35
Florianópolis apresenta 49,1% dos habitantes estão acima, a Capital
catarinense aparece na terceira posição entre as taxas mais baixas, atrás do
Distrito Federal e Palmas (VIIGITEL, 2016). No entanto, neste levantamento,
não foi possível observar esta discrepância, possivelmente pela faixa etária
que este questionário atingiu e por tratar-se de uma auto- avaliação.
4.2 PERFIL DO CÃO
Em relação à faixa etária dos cães, observou-se nos dois estados que
há o predomínio de cães com idades de 3 a 9 anos, indicando que os animais
estão predominantemente em fase adulta. Quanto à idade dos cães por
estado, Santa Catarina apresentou maior número de animais com idades de
três anos (36,4%) e Rio Grande do Sul apresentou maior numero de cães
com seis anos (33,1%), conforme Figura 7 a seguir.
40% RS
36,4%
35% 33,1% SC
30% 26,0%
25% 22,1%
20,7%
20% 18,5%
15%
10,7% 11,4%
10% 5,5%
5,8% 6,2%
05% 3,7%
00%
1 no 3 anos 6 anos 9 anos 12 anos acima de 12 anos
Figura 7 Faixa etária dos cães por estado, de acordo com o questionário.
Quanto ao gênero dos cães os dados mostraram-se bem equilibrados,
297 (54%) são referentes às fêmeas e 253 (46%) aos machos.
A castração é uma prática adotada pela maior parte dos entrevistados,
observou-se que o numero de cães castrados foram superiores aos de não
castrados em ambos os estados, sendo RS (Sim 63,6%; Não 36,3%) e SC
(Sim 63%; Não 37%). Sua distribuição entre os dois estados pode der
visualizada conforme Tabela 1 abaixo.
36
Tabela 1 Dados referentes ao Sexo e Castração dos cães por estado.
Sexo Castração
Estado
Fêmea Freq. Macho Freq. Sim Freq. Não Freq.
RS 56,6% 137 43,4% 105 63,6% 154 36,3% 88
SC 52% 160 48% 148 63% 194 37% 114
Fonte: Autora
Foram um total de 272 (49,4%) cães de raças definida e 278 (50,5%)
cães sem raça definida (SRD,) no caso de cães cruzados e sem
determinação de raça. Os cães SRD representam mais da metade dos cães
participantes, e suas maiores frequências foram no estado do Rio Grande do
Sul totalizando 54,1%, contra 47,7% em SC. A figura abaixo apresenta as
raças que foram citadas no mínimo quatro vezes no questionário.
40 37
35
28
30
25
Número
19 18 18
20
15 12 12 11 11
9 8 7 7 7
10 6 6 5 5 5 5 4 4 4
5
0
American…
Chow chow
Pitbull
Yorkshire
Pug
Maltês
Boxer
Poodle
Dachhound
Rottweiler
Bulldog Ingles
Golden
Beagle
West terrier
Border collie
Lhasa
Lulu da pomerania
Bulldog Frances
Schnauzer
Shih Tzu
Pincher
Labrador
Pastor alemão
Raças
Figura 8 Número de raças mais citadas pelos tutores da grande Florianópolis-SC e Grande
Porto Alegre- RS
Em SC as raças que obtiveram maiores destaques foram a Shih tzu
(9,1%), Yorkshire (5,8%), Pinscher (4,5%) e Pug (3,2%), sendo a Shih tzu a
que obteve quantidades mais expressivas comparadas à ocorrência da
mesma raça no estado gaúcho (3,7%). No estado do Rio Grande do Sul,
foram às raças Golden (2,5%) e Labrador (3,3%) médio e grande porte
respectivamente, mas no geral os tutores em ambos os estados possuem
cães de pequenos e médios portes como mostra a figura 9.
Em ambos os estados os destaques foram às raças de pequeno e
médio porte 262 (47,6%) e 233(42,6%), respectivamente. Quando
classificados SRD os tutores obtiveram as informações de porte, seguindo a
altura da cernelha, os resultados encontrados foram semelhantes ao estudo
37
realizado por Appelt (2018), que obteve respostas também positivas a um
maior número de ocorrência de cães de pequenos e médios portes na mesma
região, isto deve- se provavelmente a tendência de que nas grandes cidades
as moradias e famílias sejam cada vez menores, sendo assim, cães de
pequeno e médio porte acabam se adaptando melhor a este novo estilo de
vida. Pois estes cães tem facilidade de adaptação a casas pequenas e
apartamentos, são mais fáceis de transportar quando necessário, passam por
banhos, tosas e passeios com mais calma e facilidade do que a maioria dos
cães maiores, sem contar o menor custo com alimentação (MADI, 2013).
60,0%
49,0%
50,0% 46,0%
44,0%
41,2%
40,0%
30,0% RS
SC
20,0%
9,5% 8,4%
10,0%
0,0%
Pequeno Médio Grande
Figura 9 Relação do porte dos cães de raça definida e sem raça definida, por estado.
De acordo com as respostas do questionário e conforme figura 10, a
forma em que os cães foram adquiridos pelos tutores, predominou em ambos
os estados o resgate (26%), a compra especializada (24%), e a adoção
familiar (11%). Santa Catarina obteve melhores frequências nas aquisições
por Resgate (26,6%), Feira de adoção (9,4%) e Pet Shop (4,5%), e Rio
Grande do Sul aquisições por Compra especializada (26,4%) e Adoção
familiar (14,5%).
38
30%
26,6% 26,4%
25,2%
25%
21,7%
20% RS
15% 14,5%
SC
9,4%
10% 8,4%
8,3%
4,5%
05%
1,6%
00%
Resgate Compra Adoção familiar Feira de adoção Pet Shop
especializada
Figura 10 Meios de aquisição dos cães por estado.
De acordo com os tutores, 43,07% (236) nunca passaram por
situação de estresse, 14,8% (81) cães passaram por situação de abandono,
7,1% (39) por acidente físico, 6,9% (38) por maus- tratos e 1% (5) por morte
do antigo tutor, e 14,23% não souberam responder. Considerando que a
maioria dos cães nunca passou por situação estressante de acordo com os
tutores, podemos supor que pelo menos nesses 43,07% dos cães, se algum
expressar comportamentos indesejados, eles não estão relacionados a
traumas ou estresses passados.
No que se refere à práticas de atividades físicas realizadas pelos cães,
27,6% (152) afirmaram que o cão não realiza atividades físicas semanais e
72,4% confirmam a prática semanal. Quanto à frequência dessas atividades,
12% (66) se exercitam uma vez por semana, 27,3% (150) quatro vezes por
semana, 6,7% (37) seis vezes por semana e 26,4% (145) praticam todos os
dias da semana. Com relação a quais atividades eram realizadas, o
questionário mostrou que em ambos os estados à maioria tem a caminhada e
a corrida como atividades físicas principais (figura 11).
39
80,0 71,9%
70,0
60,0
50,0
40,0
27,5%
30,0
18,5%
20,0
10,0 3,6% 2,6%
0,0
Caminhada Corrida Natação Agility Nenhuma
Figura 11 Frequência dos tipos de atividades físicas realizadas pelos cães de SC e RS
Em relação à condição corporal predominante nos cães, observou-
se que a maioria dos animais em ambos os estados apresentam escore
corporal Ideal (73,3%), seguido de 16,2% de animais com sobrepeso, 9,1%
considerados magros e 1,4% de cães obesos, como mostra a figura 12.
9% 2%
Ideal
Sobrepeso
16%
Magro
Obeso
73%
Figura 12 Escore corporal dos cães de SC e RS.
Na maior parte dos casos os cães não apresentaram alterações de
saúde 61,4% (338). A dermatite é a doença que mais se destacou
18,2%(100), seguida das doenças ortopédicas, gastrointestinais, cardíacos e
hipertensos, como mostra o figura 13.
O peso dos tutores esta relacionado com o peso dos seus cães
(GUIMARÃES; TUDURY 2006). Segundo os estudos de Mendes et. al.
(2014), o aumento da incidência de obesidade nesses animais pode estar
relacionado não só ao peso, mas ao sedentarismo do tutor, que não tem
hábitos ou tempo para realizar a pratica de atividades físicas. Neste trabalho
não verificamos está relação, pois os tutores desta pesquisa não
40
manifestaram comportamento sedentário e apresentaram baixo índice de
obesidade.
400 338
(61,4%)
350
300
250
200
150 100
(18,2%)
100 42 27 26
(7,6%) 4
50 (4,9%) (4,7%) (0,7%)
Figura 13 Estado de saúde dos cães de SC e RS
4.3 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE
. Os dados do questionário apontaram um predomínio de cães que
residem em casas compreendendo 58,5% (322) dos participantes, seguidos
de 36,5% (201) cães de apartamento e 5% (27) animais que vivem em sítios.
Quando questionados sobre o espaço que o animal apresenta pra
atividades como correr, brincar e etc., a maioria dos tutores afirmou que
considera que seu animal possui uma área mediana para as atividades,
conforme figura 14
50% 47,40%
40%
31,60%
30%
21%
20%
10%
0%
Área mediana Muita área Pouca área
Figura 14 Espaço disponível para o cão no ambiente, de acordo com questionário- RS e SC
Em relação ao acesso nos ambientes da residência, 54% (299)
afirmaram que o seu cão tem acesso livre a todo o ambiente, 37% (202) que
41
tem acesso restrito, ou seja, alguns ambientes só são acessados quando o
tutor está presente, e a minoria 9% (49) relatou que o cão tem acesso apenas
ao pátio. Quando questionados sobre o local onde o cão dorme, 43,3% (238)
dos tutores afirmaram que o cão tem cama própria dentro de casa, 27,3%
(150) relatam que o pet fica na casinha no pátio e 25,1% (130) que o cão
dorme na cama junto com eles.
Sobre a presença de outro animal na residência, observou-se que a
maioria dos tutores possuí mais de um cão, 48,3% (266), os gatos foram a
segunda maior frequência 24% (132) e os entrevistados que afirmaram não
possuir outro animal representam 39,1% (215). Hubrecht et. al., (1992)
observaram que cães que vivem com outros animais tendem a possuir menos
comportamentos problemáticos do que aqueles que vivem sozinhos, cães
solitários apresentam muito mais tempo de inatividade, manifestando
estereotipias ou comportamento anômalos.
Quando há outro animal na residência, na maioria dos casos os
tutores afirmaram eles convivem bem entre si 39,6% (218), 19% (103)
convivem bem de forma isolada, e os animais que brigam entre si foram
dados pouco expressivos 3,1%(17), Figura 15.
3,1%
Interagem entre si
19%
Convivem de forma isolada
Brigam
39,6%
Figura 15 Convivência do cão com outros animais de acordo com o questionário- RS e SC.
Quanto à presença de outras pessoas na residência do tutor, 83% (457)
afirmaram que convivem com até 4 pessoas, e 11,6% (64) que moram
sozinhos. Dos tutores que residem com outras pessoas, observou-se que
77% (421) moram com pessoas com idade acima de 18 anos (adultos) e que
os animais tem uma boa convivência com todos moradores. Segundo
Beaver. (1999), para os animais que vivem em sociedade, a interação social é
uma necessidade básica que deve ser atendida.
42
4.4 HUMANIZAÇÃO CANINA
Atualmente percebe-se uma demanda no mercado de produtos
voltados para a linha pet, que incluem desde roupas, acessórios e até
sapatos. Mais da metade dos entrevistados 52,5% (289) afirmaram que seu
cão não utiliza vestuário, 44% (243) dos cães usam roupas (de inverno,
vestidos, fantasias, etc), 7,8% (43) acessórios (brincos, coleiras, bandanas,
etc) e 1,27%(7) sapatos.
52,5% Roupas
Acessórios
44,20%
Sapatos
Não utilizam
7,80%
1,27%
Figura 16 Vestuário dos cães de acordo com o questionário- RS e S
Apenas 12% dos tutores afirmaram que os cães frequentam creche
(daycare), observou-se também que em Santa Catarina a adesão por essa
prática é duas vezes maior que no Rio Grande do sul, pois 15,9% dos
catarinenses afirmaram deixar seu cão na creche, em contrapartida a 7% do
estado gaúcho. Sobre a oferta de brinquedos aos cães, a maioria dos tutores
(83%) afirmou que, sim, seus animais possuem brinquedos.
As redes sociais são ferramentas recentes que estão se mostrando
cada vez mais presentes no meio canino. O presente trabalho revelou que
13,5% (70) dos tutores criaram uma rede social própria para o seu cão, e
entre as opções 11,6%(64) são referentes ao aplicativo instagram. A grande
maioria não faz uso de rede social 87,3% (480) dos cães.
É cada vez mais comum a realização e participação dos animais em
diversos eventos como exposições, encontro da raça, realização de festas de
aniversários entre outros. Sobre os eventos, 357 (65%) afirmaram que seu
cão não participa de nenhum evento social, 140(25,4%) que eles encontram
outros cães em parques, 63 (11,4%) que seus animais realizam festa de
43
aniversários, 30(5,4%) participam de encontros da raça e 9 (1,6%) fazem
parte das exposições, como podemos ver na figura 17.
NãoNão partipam
participam 65%
Encontro de cães/parques 25,4%
Aniversário 11,4%
Encontro da raça 5,4%
Exposições 1,6%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Figura 17 Participação do cão em eventos sociais, de acordo com o questionário- RS e SC.
4.5 ASPECTOS COMPORTAMENTAIS
Teve como objetivo compreender quais comportamentos normalmente
o cão apresenta quando esta em casa na presença do tutor, quando na
presença de outros cães, os comportamentos realizado quando o dono se
prepara pra sair, quando está sozinho em casa e o vinculo do cão com seu
dono.
Neste levantamento observou-se que entre os cães 52,5% (289)
apresentam um comportamento calmo, seguido de 22,5% (124) agitados e
18,2% (100) carentes. Quando na presença de outros animais, 21% (115)
tutores relatam que seu cão é brincalhão com outros animais, 15,4%(85)
afirmaram que seu cão apresenta postura dominante perante o outro animal,
9,6% (53) que ele se torna agressivo e 8% (45) relatam que o cão aparenta
medo.
De acordo com os tutores na maioria dos casos 42,7% os cães
apresentam comportamento de indiferença, 23,6% afirmam que o animal se
isola quando percebem que ele está prestes a sair e em alguns casos os cães
se mostram ofegantes e inquietos. Não comer, pegar coisas e vomitar
representam 6,7%, 5,6% e 1,6% dos cães respectivamente, como
demonstrado na figura 18.
44
45% 42,7%
Saída do tutor
40%
35%
30%
23,6%
25%
20%
15% 12,3% 12%
10% 6,7% 5,6%
5% 1,6%
0%
Figura 18 Comportamentos perante a saída do tutor de acordo com o questionário- RS e SC
Ao sair de casa e deixar o cão sozinho alguns tutores que possuem
câmeras em sua residência conseguem observar alguns comportamentos, os
que não possuem muitas vezes recebem relatos dos vizinhos próximos ou
percebem o que possa ter ocorrido apenas quando retornam ao lar. A Figura
19 aponta para os principais comportamentos realizados pelos cães ao
ficarem sozinhos em suas residências. Dentre os comportamentos com
maiores ocorrências estão vocalização excessiva (chora, uiva ou late alto),
defecação e micção em locais inapropriados e comportamento destrutivo (tirar
coisa do lugar e arranhar).
Chora/uíva/late 31,6%
Brinca com briquedos 27,8%
Defeca/urina em lugares inapropriados 16,2%
Tira coisas do lugar 13,6%
Arranha coisas 12,2%
Dorme 12%
Não come 11,3%
Lambeduras 8,70%
Percegue a cauda 2,7%
Caça insetos imaginários 1,6%
Não tenho conhecimento 7,3%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
Figura 19 Comportamentos apresentados quando o cão está sozinho em casa.
45
Os destaques para vocalização excessiva e os comportamentos
destrutivos estão de acordo com a pesquisa de APPLEBY e PLUIJMAKERS
(2003) que afirmou serem os sinais mais frequentes na ausência do tutor.
Esses mesmos resultados são encontrados em estudo realizado por Soares
et. al.(2009), onde vocalização excessiva, defecação e micção em locais
inapropriados e comportamento destrutivo são citados como os principais
comportamentos realizados por animais com sinais de Síndrome de
ansiedade por separação (SAS). Fogle (2009), explicou que a micção e
defecação inapropriada tendem a ocorrer com maior frequência em cães com
metabolismo mais acelerado como os de pequeno porte.
Conforme Figura 19, podemos observar que 174(31,6%) mostraram
vocalização excessiva (chora, uíva, late), 89(16,2%) defecação e micção
inapropriadas, 142(25,8%) comportamentos destrutivos (tirar coisas do lugar,
arranha coisas), totalizando 405 cães, ou seja, 73,6% dos cães da pesquisa
apresentam sinais característicos da SAS. Sobre o comportamento
compulsivo, os principais sinais são as estereotipias como Lambeduras
constantes, perseguição da cauda e caçar insetos imaginários. Entre os cães
da pesquisa 48(8,7%) apresentaram lambedura, 15(2,7%) persegue a cauda
e 9 (1,6%) caçam insetos imaginários, evidenciando que 72 (13,1%) dos
animais possuem comportamentos compulsivos quando o tutor se ausenta.
Sobre o vínculo dos cães com seus tutores, os principais relatos são
de que a maioria dos cães 93,4% (514) faz festa sempre que o tutor chega, e
57,2% (315) seguem pela casa mantendo-se por perto. Outros 10% (55),
afirmam inquietude do cão quando se afastam poucos metros, 9,8% (54)
fazem festa exagerada ao ponto de se urinar quando o tutor chega, e 6,4%
(35) que o seu cão fica agressivo quando sua atenção é direcionada a outra
pessoa ou animal. A hipervinculação ou hiperapego se trata de uma condição
de intensa dependência do animal em relação ao seu tutor, caracterizado pela
busca constante por contato e proximidade. É importante salientar que ações
dos tutores como, deixar o cão dormir em sua cama ou falar com ele
constantemente, podem reforçar a hipervinculação, embora não
necessariamente cause distúrbios comportamentais (FLANNINGAN;
DODMAN, 2001; SHERMAN, 2008).
Os principais comportamentos utilizados para avaliar a presença de
hipervinculação são: o animal seguir o tutor na casa e buscar contato
constate, faz festa sempre que o tutor chega, demostra desconforto ou
agressividade se ele dá atenção a outro, fica ansioso quando o tutor se afasta
46
poucos metros (APPLEBY; PLUIJMAKERS, 2003, SOARES 2009). Em nossa
pesquisa observamos que todos os cães participantes apresentaram ao
menos um sinal característico da hipervinculação.
4.6 COMPORTAMENTO INGESTIVO
Oferta de alimento
De acordo com dados do questionário, em ambos os estados à oferta
de alimentos aos cães é feita na sua maioria 2 vezes ao dia sendo 79,8%
(439), e 12% (68) dos participantes afirmaram oferecer o alimento apenas
uma vez ao dia, 4%(23) mais de 4 vezes e 3,6%(20) sempre que o tutor se
alimenta.
Quando questionados sobre como quantificam o alimento que é dado
ao animal, observamos que no geral os tutores não quantificam e entre os
que quantificam houve um equilíbrio entre os que seguem a embalagem do
produto, e os que procuram orientação profissional, conforme Figura 20. Não
quantificar o alimento não é recomendado, pois a oferta adequada depende
de alguns fatores como porte, nível de atividade do cão, idade, qualidade da
ração entre outros. A oferta de alimento sem quantificar pode acarretar em
baixo ou excessivo consumo de energia. Segundo Slot,1992 (apud DIEZ, M;
NGUYEN, 2006) o distúrbio mais comumente em animais de companhia é a
obesidade, causada, na maioria das vezes, por um consumo em excesso de
alimentos aliado ou não ao sedentarismo.
37%
36%
36%
35%
34%
33% 32,50%
32%
32%
31%
30%
Não quantifica Embalagem do Orientação
produto profissional
Figura 20 Oferta de alimentos aos cães participantes do questionário.
Entre os alimentos frequentemente ofertados aos cães, está o
Alimento seco, úmido ou caseiro. Segundo resultados obtidos pela pesquisa,
47
tem-se a alimentação seca com a predominante entre os tutores, sendo 94%
(517) dos entrevistados, seguido da alimentação úmida 15% (82) e caseira
10% (57) respectivamente.
A preferencia pela Alimentação industrial em comparação à caseira
corrobora com os resultados obtidos por Silva, (2014), onde de 134
proprietários, 126 (94,03%) relataram usar alimentação industrial. E também
corroboram com a pesquisa feita por Gouvêa et. al., (2018) em que houve
superioridade no fornecimento de dieta seca como principal componente da
alimentação de cães. Esta preferencia talvez se dê pelo fato de haver uma
grande variedade de marcas disponíveis no mercado, prontas para o
consumo, pela maior praticidade, formulações e embalagens cada vez mais
sofisticadas, maior durabilidade, e tempo de armazenamento. Fatores que
impulsionam os donos de cães a optarem por este tipo de alimento.
Outros 10% dos entrevistados responderam que fornecem alimento
caseiro. Bezerra (2017), relatou que a comida caseira pode ser fornecida para
o cão, é uma opção rica em nutrientes e propriedades benéficas para a saúde
desde que seja preparado especificamente para o mesmo, além de não
apresentar conservantes e corantes.
Oferta de petiscos
Quanto ao uso de petiscos, percebe-se que é algo comumente
disponibilizado tanto em SC quanto no RS, o questionário mostrou que a
oferta de petiscos ―às vezes‖ representa a grande maioria, que totalizou
71,1%(391) dos tutores, os que o oferecem ―Sempre‖ representaram 19%
(104) e os outros 10% (55) afirmaram nunca dar petiscos ao seu cão.
Dos tutores que afirmaram dar petiscos, 80% disponibilizam como uma
forma de agrado ao seu cão, 21% diz usar apenas para realizar
adestramentos, e ainda há quem ofereça após as alimentações principais
―sobremesa‖, que representou 10,5% dos tutores. Conforme os relatos, os
petiscos ofertados aos animais são, em ordem de preferência, 49% (269)
Biscoitos, 42% (231) Bifinhos, 38,3% (211) Legumes, 36% (197) Frutas e o
menos oferecido aos cães. Mas é importante atentar para as quantidades e
frequências, os tutores muitas vezes não sabem o quanto podem dar, ou
sabem, mas acabam excedendo como forma de agrado ao cão. Conforme
Ackerman (1999) e Buchalla (2009), o consumo de petiscos ofertado de forma
desregulada e em excesso pode realmente causar obesidade em cães.
48
Você sabe o que é Humanização animal?
Para finalizar o questionário, perguntamos aos tutores se eles sabem
o significado de Humanização animal, 39% (216) não tem conhecimento do
que se trata, 24% (133) tem conhecimento e justificaram a resposta, 21%
(118) disseram ter conhecimento, mas como não explicaram, nos impede de
saber se realmente compreendem o significado, e 15%(83) não quiserem
responder a pergunta.
Em relação ao maior numero de pessoas que tem conhecimento sobre
o assunto e justificaram sua resposta, deve-se levar em conta o fato de que
grande parte das respostas obtidas veio de universitários, ou seja, pessoas
com nível superior em graduações e pós- graduações.
5 CONCLUSÃO
Não houve discrepâncias entre as características dos perfis obtidos na
Grande Florianópolis-SC e Grande Porto Alegre – RS, observou-se que do
total de cães participantes, 223 (40, 5%) apresentaram os sinais compatíveis
à síndrome de ansiedade por separação (SAS), 63 (11, 4%) possuem
comportamentos compulsivos e todos os cães participantes manifestam pelo
menos um sinal característico de hipervinculação.
49
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De modo geral, questionários online embora sejam ferramentas úteis e
válidas na realização de pesquisas sabe-se que há algumas limitações, visto
que esse tipo de avaliação depende exclusivamente da percepção do tutor em
relação ao seu animal, e pode variar muito de acordo com fatores como a
personalidade do tutor, capacidade de identificar e distinguir características,
nível do vínculo entre ambos. Assim, sugere-se a necessidade de realização de
mais estudos que utilizem artifícios visuais em sua metodologia vídeos para
observações comportamentais.
50
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60
ANEXO
61
QUESTIONÁRIO
Aplicação via questionário Online- Plat. Google Forms
PERFIL DO TUTOR
QUESTÕES
( ) Até 15 anos
( ) de 16 á 24 anos
( ) de 35 á 44 anos
1- Idade ( ) de 45 a 54 anos
( ) de 55 á 64 anos
( ) Acima de 64 anos
2- Em qual município da Grande Porto
Alegre ou Grande Florianópolis reside?
3- Sexo ( )Masc. ( )Fem.
4- Pratica atividades físicas? ( ) Sim ( )Não
( ) 1 vez
5- SE SIM, Com qual frequência? ( ) de 2 a 4 vezes
( ) de 5 a 6 vezes
( ) Todos os dias
( ) Nenhuma
6- Percepção do seu escore corporal ( ) Abaixo do peso
( ) No peso ideal
( ) Acima do peso
PERFIL DO CÃO
( ) Até 1 ano
( ) de 1 a 3 anos
( ) de4 a 6 anos
7- Idade
( ) de 7 a 9 anos
( ) de 10 a 12 anos
( ) acima de 12 anos
8- Sexo ( ) Macho ( ) Fêmea
9- Raça do cão
( ) Pequeno: média de 33 cm de altura na cernelha
( ) Médio: média 53 cm de altura na cernelha
( ) Médio: média 53 cm de altura na cernelha
Imagem ilustrativa abaixo
10- No caso de SRD (Sem raça definida),
indicar porte de acordo com a altura da
cernelha.
62
11- O cão é castrado? ( ) Sim ( ) Não
12- Onde adquiriu o animal? ( ) Comprei em pet shop
( ) Comprei de criador especializado
( ) Resgatei da rua
( ) Feira de adoção
( ) Abrigo familiar
( ) Outro_________________
( ) Nunca
( ) Não tenho informações
13- Em alguma fase da vida o cão ( ) Foi abandonado
passou por alguma situação ( ) Sofreu maus- tratos
estressante? ( ) Sofreu algum acidente físico
( ) Perdeu seu antigo tutor (morte)
( ) Outro_________________
14- Pratica atividades físicas? ( ) Sim ( ) Não
15- SE SIM, quais atividades? ( ) Passeio/Caminhada
( ) Corrida
( ) Agility
( ) Natação
( ) Outro________________
16- Com qual frequência? ( ) 1 vez por semana
( ) 2 a 4 vezes por semana
( ) 5 a 6 vezes por semana
( ) Todos os dias da semana
17- Percepção do escore corporal ( ) Magro
( ) Ideal
( ) Sobrepeso
( ) Obeso
18- Qual o peso do seu cão ( ex: 10Kg)?
19- Seu cão apresenta alguma ( ) Não apresenta;
alteração no estado de saúde? ( ) Gastrointestinais;
Qual/Quais? ( ) Cardíacos
( ) Dermatites;
( ) Dermatites;
( ) Hipertensos
( ) Outro________________-
CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE E HUMANIZAÇÃO
1- Em relação ao Ambiente
20- Possui outros animais de estimação, além deste
que está sendo avaliado na pesquisa? Se sim
quantos de cada espécie (ex. outro cão, dois gatos,
um coelho)
( ) SIM, interagem, brincam, dormem juntos..
21- Em caso afirmativo, há uma boa convivência entre ( ) SIM, mas cada um no seu canto
eles? ( ) NÃO, eles brigam
( ) Não tenho outro animal
63
( ) Não, apenas eu
( ) Sim, de 2 a 4 pessoas
22- Na residência há outras pessoas? Quantas? ( ) Sim, de 5 a 6 pessoas
( ) Mais de 6 pessoas
( ) Crianças (até 12 anos)
( ) Jovens (13 aos 18 anos)
23- SE SIM, qual (is) categoria(s)? ( ) Adultos (acima dos 18 anos)
( ) Todas as categorias
( ) Convive bem apenas com o tutor;
24- Em relação ao convívio do pet com os residentes ( ) Convive bem com as crianças;
da casa ( ) Convive bem com os adolescentes;
( ) Convive bem com os adultos
( ) Convive bem com todos os membros da casa
25- Sobre o ambiente físico, o cão vive em? ( ) Casa ; ( ) Apartamento; ( ) Sítio
( ) Chácara ( ) fazenda
26- Considera que o cão possui qual amplitude de ( ) Pouca área de atividade
área para atividades recreativas (correr, saltar, ( ) Área mediana para atividade
brincar)? ( ) Muita área
27- O cão tem acesso livre a casa incluindo sofá, cama, ( ) Sim, acesso livre
etc ( ) Apenas quando você está junto
( ) Não, acesso restrito a casa
( ) Não tem acesso a casa, apenas ao
pátio
28- Onde o cão dorme ( ) Tem casinha com cama no pátio
( ) Tem cama própria dentro de casa
( ) Na mesma cama que eu (Tutor)
( ) Outro___________________
2- Em relação à Humanização
29- O seu cão tem rede social própria? Qual (is)? ( ) Não Possuí
( ) Instagram
( ) Facebook
( ) Pinterest
( ) Blog
Outro:_______________
30- O cão frequenta creche (day care) ( ) Sim ( ) Não
31- O cão possuí vestuário próprio? ( ) Não possuí
( ) Roupas
( ) Fantasias
( ) Sapatos
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( ) Acessórios ( brinco, corrente, bolsa, etc..)
( ) Outros________________________-
32- Seu cão possui brinquedos? ( ) Sim ( ) Não
33- Possui plano de saúde ( ) Sim ( ) Não
( ) Realiza festa de aniversário
34- Sobre eventos sociais ( ) Encontro com outros cães em parques/praças
( ) Encontros da raça
( ) Participam de exposições
( ) Não participa de eventos sociais
Outros______________
ASPECTOS COMPORTAMENTAIS
1- Em relação ao convívio dos cães com os donos
( ) Calmo
35- Qual comportamento você considera que é predominante em ( ) Carente
seu cão em casa? ( ) Agressivo
( ) Agitado
( ) Indiferente
( ) Outro__________
( ) Sociável
( ) Brincalhão
36- Qual o comportamento do cão perante outros cães? ( ) Dominância
( ) Agressivo
( ) Medo
( ) Outro__________
2- Em relação à separação dos donos com os cães
( ) menos de 4 hrs
37- Quantas horas o cão fica sozinho em casa? ( ) até 8 hrs
9 ( ) Acima de 8 hrs
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( ) Esconde meias
( ) Pega chinelos, tênis, sapatos
( ) Esconde chaves
( ) Vomita
38- Qual/quais o(s) comportamento(s) o seu cão apresenta ( ) Fica inquieto e salivando
quando você se prepara para sair? ( ) Fica ofegante
( ) Fica quieto
( ) Não come ;
( ) Vai para um canto da casa
( ) Se isola/esconde
( ) Indiferente
( ) Outro______________
( ) Late alto
( ) Chora
( ) Uiva constantemente
( ) Arranha portas/janelas
( ) Arranha o chão
( ) Arranha/morde móveis
( )Tira coisas do lugar
39- Qual (is) o(s) comportamento(s) durante o tempo em que ( ) Urina em lugares inapropriados das casa
ele está sozinho?
( ) Defeca em lugares inapropriados das casa
( ) Perseguição à própria cauda
( ) Lambedura excessiva ( flancos, pernas..)
( ) Arranque e/ou ingestão de pelos
( ) Caçar insetos imaginários
( ) Não tenho conhecimento
( ) Não come
( ) Dorme
( ) Brinca com seus brinquedos
( )Outro___________________
( ) Faz festa quando você chega
( ) Faz festa de forma exagerada quando você
chega, ao ponto de se urinar
( ) Segue você pela casa, se mantendo por
40- Em relação ao vínculo do cão com você
perto
( ) Fica inquieto quando você se afastado
poucos metros
( ) Fica agressivo quando você dá atenção a
outro(s) animal(is) ou pessoa(as)
( ) Outro________________
COMPORTAMENTO INGESTIVO
( ) 1 vez ao dia
41- Quantas vezes ao dia seu cão é alimentado? ( ) 2 a 3 vezes ao dia
( ) mais de 4 vezes
( ) Sempre que você se alimenta.
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42- Qual tipo de alimento é fornecido ao cão? ( ) Ração comercial seca
( ) Ração comercial úmida
( ) Caseira
( ) Indicação da embalagem
43- Qual critério é utilizado para quantificar o alimento fornecido?
( ) Indicação de um profissional
( ) Não quantifico o alimento que forneço
( ) Deixo disponível o dia todo
44- Costuma oferecer petiscos? ( ) Sempre ( ) As vezes ( ) Nunca
45- SE SIM, quais petiscos? ( ) Sachês úmidos ( ) Frutas ( ) Legumes
( ) Biscoitos ( ) Bifinhos
46- Em que momento os petiscos são ofertados?
( ) Adestramento; ( ) agrado/mimo
( ) Após alimentação ―sobremesa‖
( ) Não dou petiscos
47- Você sabe o que é Humanização animal? (Resposta livre)