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11 - Demência - Doença de Alzheimer

A demência é uma síndrome clínica que causa declínio cognitivo progressivo, sendo a doença de Alzheimer a principal causa. A avaliação neuropsicológica é crucial para o diagnóstico e acompanhamento das demências, identificando alterações cognitivas e comportamentais. A doença de Alzheimer apresenta três estágios de progressão, com sintomas que incluem perda de memória, alterações de linguagem e comprometimento das habilidades visuoespaciais.
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11 - Demência - Doença de Alzheimer

A demência é uma síndrome clínica que causa declínio cognitivo progressivo, sendo a doença de Alzheimer a principal causa. A avaliação neuropsicológica é crucial para o diagnóstico e acompanhamento das demências, identificando alterações cognitivas e comportamentais. A doença de Alzheimer apresenta três estágios de progressão, com sintomas que incluem perda de memória, alterações de linguagem e comprometimento das habilidades visuoespaciais.
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Neuropsicologia das

Demências
 Demência é uma síndrome clínica
caracterizada pelo declínio
progressivo em múltiplos domínios
cognitivos, comprometendo o
funcionamento social e ocupacional
do indivíduo (Knopman et al.,
2001).
Demência
 A doença de Alzheimer (DA) é a principal
causa de demência, representando de 50 a
70% dos casos.
 A demência com corpos de Lewy e a
demência frontotemporal respondem
aproximadamente por 5% dos quadros
demenciais (Teixeira e Cardoso, 2005;Teixeira
e Salgado, 2006).
Neuropsicologia dasDemência
 Dentre as demências secundárias, destaca-se a
demência vascular, responsável por 20% dos casos.

Outras causas menos comuns de demências



secundárias incluem processos infecciosos
(neurossífilis, demência associada ao HIV),
metabólicos (hipotireoidismo, deficiência de vitamina
B12) e estruturas cerebrais (tumor)
Demência
 A doença de Alzheimer (DA) ocorre a partir
dos 65 anos de idade, e é rara em indivíduos
com menos de 45 anos.
Doença de Alzheimer
(DA)
Prevalência de DA
Prevalência de DA nas diferentes faixas etárias
Idade Prevalência de DA
65-69 0,3%
70-74 2,1%
75-79 5,6%
80-84 11,5%
85 e mais 30,6%

 A idade é um fator de risco para a DA


“Alois Alzheimer, o médico de Auguste D. que apresentou aos colegas os
devastadores sintomas de demência que se precipitaram na paciente aos 50
anos e causaram a sua morte aos 56.”
“Alzheimer descreveu em detalhe o caráter progressivo da deterioração mental de
Auguste D. e, após a morte da paciente, analisou seu cérebro e concluiu que sua
doença deveria ter alguma relação com estranhas placas de um material depositado no
espaço entre os neurônios e com intrigantes novelos de fibrilas (como fios
emaranhados) no interior dessas células do cérebro.”

Retirado de : http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-
neuronios/os-novos-viloes-da-demencia-senil/os-novos-viloes-
da-demencia-senil-0
O cérebro de um idoso portador
da doença de Alzheimer (B) é
menor que o de um indivíduo
normal da mesma idade (A).
Além disso, os giros são mais
finos, e os sulcos e ventrículos,
mais alargados (D, em
comparação com C).
Examinado ao microscópio,
apresenta placas senis devidas
ao acúmulo de certas proteínas
anômalas como a beta-amiloide
(E), e produtos de degeneração
celular não absorvida, como os
novelos neurofibrilares (F).
Doença de Alzheimer
Alterações na:
Memória

Linguagem
Habilidades visuoespaciais
Outros domínios cognitivos....

Na grande maioria dos casos o primeiro sintoma é a perda de memória


para fatos recentes.

A perda de memória deve representar um declínio em relação ao


funcionamento anterior e que também deve ser de intensidade
suficiente para interferir com o desempenho do indivíduo em suas
atividades diárias. Ou seja, uma perda de memória leve e ocasional não
deve ser valorizada da mesma forma.
Doença de Alzheimer
Alterações comportamentais, sintomas neuropsiquiátricos (frequência de
50 a 80%):

 Apatia, agitação, agressividade, depressão (Teixeira e Caramelli,


2006)

Os sintomas da DA limitam progressivamente a pessoa nas suas


atividades da vida diária, sejam profissionais, sociais, de lazer ou mesmo
domésticas e de autocuidado.

A doença de Alzheimer manifesta-se através de uma demência


progressiva, isto é, que aumenta em sua gravidade com o tempo.

Os sintomas iniciam lentamente e se intensificam ao longo dos meses e


anos subsequentes.

Muitos sintomas não ocorrem no início, mas surgem ao longo da evolução


da doença.
Doença de Alzheimer
• Três estágios de forma relativamente previsível e consistente em
grande parte dos casos, embora certo grau de variabilidade possa
ocorrer, influenciada por fatores como idade de início dos sintomas,
sexo, nível educacional e elementos de base genética ou biológica
(Brucki, 2000).

• A evolução dos sintomas cognitivos refletem a progressão das


alterações neuropatológicas (emaranhados neurofibrilares e placas
amilóides) das áreas temporais (córtex entorrinal e formação
hipocampal) mediais para todo o neocórtex.
Doença de Alzheimer
Primeiro estágio:

• Perda da memória para fatos recentes (paciente esquece nomes,


onde guardou objetos, repete a mesma tarefa inúmeras vezes);
• Preservação da memória para fatos remotos;
• A linguagem pode estar alterada (discurso vazio, com pobreza de
substantivos e ideias, dificuldade de nomeação e diminuição da
fluência verbal);
• Em tarefas de fluência verbal, os paciente têm mais facilidade
quando se solicitam itens segundo critérios formais (palavras
iniciadas por F, A, S) do que com categorias semânticas (animais,
frutas), indicando comprometimento da memória semântica
(Caramelli et al., 2007).
Doença de Alzheimer
Segundo estágio:

• Todos os domínios passam a ter sinais evidentes de deterioração;


• A linguagem é caracterizada por discurso fluente com parafasias,
compreensão alterada, repetição relativamente preservada;
• As memórias recentes e remotas estão bastante acometidas;
• As habilidades visuoespaciais estão progressivamente comprometidas e
o paciente pode perder-se dentro da própria casa.
Doença de Alzheimer
Terceiro estágio:

• Todos os domínios cognitivos estão gravemente prejudicados


• A fluência verbal se reduz à ecolalia, palilalia ou mutismo;
• Ocorre incontinência esfincteriana;
• O óbito ocorre em média 10 anos após o inícios os sintomas
geralmente por complicações clínicas relacionadas aos problemas
motores (restrição ao leito, dificuldade de deglutição), pneumonia,
infecção, sepse.
Alterações cognitivas
encontradas
• Memória
• Linguagem (anomia)
• Déficits visuoespaciais (tanto de localização
quanto visuoconstrução, relógio, por ex.)
• Déficit atencional
• Disfunção executiva
• Apraxias
• Agnosias
Diagnóstico (NINCDS-ADRDA)
National Institute of Neurological and Communicative
Disorders and Stroke
Alzheimer's Disease and Related Disorders Association

• Diagnóstico definitivo: apenas com


confirmação histopatológica
• Diagnóstico de DA provável:
características clínicas muito
compatíveis com DA (neuropsicológico
e neuroimagem), porém sem acesso a
material histopatológico.
Diagnóstico (NINCDS-ADRDA)

National Institute of Neurological and Communicative Disorders and


Stroke
Alzheimer's Disease and Related Disorders Association

• A avaliação neuropsicológica é necessária para


diagnóstico;
– Visa identificar alterações cognitivas de maneira objetiva
– É sensível para detectar demência na fase inicial
– Tem limitações (requer colaboração do sujeito)
– Escolaridade, estilo de vida social cultural, intelectual, atividade
física, hábitos alimentares influenciam a cognição

• “Reserva Cognitiva”: proteção que algumas pessoas poderiam


apresentar por terem mais anos de escolaridade e por viverem em
ambiente rico em estímulos (Stern, 2003)
Avaliação Neuropsicológica

• A avaliação neuropsicológica deve


analisar:
– Aspectos cognitivos
– Verificar funcionamento nas atividades de vida
diária
MINI EXAME DO ESTADO MENTAL
(Folstein, 1975)
Teste de Rastreio

 Instrumento para RASTREIO de demências;

 O MEEM faz uma avaliação objetiva da cognição através de


questões agrupadas em (pontuação de 0 a 30):

• Orientação temporal
• Orientação espacial
• Registro de 3 palavras (memória imediata)
• Atenção e Cálculo
• Recordação das 3 palavras (memória tardia)
• Linguagem
• Capacidade Visuoconstrutiva.
TESTE DE RASTREIO
Importante:

 Possibilidade de alta taxa de falsos


negativos, quando o rastreio é aplicado
em fase muito inicial da demência ou em
indivíduos com inteligência prévia elevada
ou com alta escolaridade
 Falsos positivos podem surgir entre
indivíduos saudáveis com baixa
escolaridade
Avaliação Neuropsicológica

 A caracterização objetiva dos déficits cognitivos e comportamentais por meio


de uma avaliação neuropsicológica cuidadosa é essencial na investigação de
um paciente com quadro demencial.
 A avaliação neuropsicológica é útil para:
 o reconhecimento e a mensuração das alterações cognitivas;
 diagnóstico diferencial;
 acompanhamento da evolução dos sintomas
 Cada uma das demências tem sinais e sintomas neuropsicológicos que lhes
são próprios, configurando perfis característicos à avaliação cognitiva.
 A maior parte dos sinais e sintomas neuropsicológicos não é específica de
um tipo de demência, havendo sobreposição dos déficits entre as diferentes
doenças demenciais
Avaliação Neuropsicológica

 A experiência do examinador e o recurso de baterias neuropsicológicas direcionadas a um


exame aprofundado específico de determinado domínio cognitivo (p. ex., a avaliação de
memória semântica ou da cognição socioemocional) são de enorme valia para o diagnóstico
neuropsicológico específico.
 Os dados do exame psicométrico devem sempre ser interpretados à luz de um contexto clínico,
singular para cada paciente.
 Cada vez mais o diagnóstico etiológico dos sintomas neuropsicológicos se apoia em
biomarcadores do líquido cerebroespinhal (deSouza et al., 2011) e em marcadores amiloides
em neuroimagem molecular (de Souza, Lehericy, Dubois. Stella e Sarazin, 2012), que permitem
maior precisão do diagnóstico diferencial entre os diversos tipos de demências.
 É a análise conjunta dos dados fornecidos pela história clínica, pela avaliação neuropsicológica
e pelos exames complementares que redundará no diagnóstico preciso, propiciando uma
melhor assistência terapêutica ao paciente e a sua família.
Referências Bibliográficas

FUENTES, Daniel et al – Neuropsicologia: teoria e prática. Porto Alegre:


Artmed, 2008. Capítulos 22, 23
FUENTES, Daniel, MALLOY-DINIZ, Leandro F., ABREU, Neander, MATTOS, Paulo
– Avaliação Neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed, 2010. Capítulos 23
LENT, R. Neurociência da mente e do comportamento. Rio de Janeiro, Editora
Guanabara Koogan, 2008.
LENT, R. Cem Bilhões de Neurônios?, Rio de Janeiro, Editora Atheneu, 2010.
Capítulo: 18

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