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VOD-história-O Renascimento Artístico e Cultural Na Europa-2024

O Renascimento foi um movimento cultural e artístico que surgiu na Europa entre os séculos XIV e XVI, caracterizado por transformações sociais, políticas e econômicas que levaram ao humanismo e ao antropocentrismo. As cidades italianas, como Florença e Roma, foram centros desse movimento, impulsionadas pela burguesia e pelo mecenato, que financiaram artistas e cientistas. O período também marcou um avanço significativo na ciência e na literatura, com a valorização da razão e do indivíduo, em contraste com as crenças medievais dominadas pela Igreja.
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VOD-história-O Renascimento Artístico e Cultural Na Europa-2024

O Renascimento foi um movimento cultural e artístico que surgiu na Europa entre os séculos XIV e XVI, caracterizado por transformações sociais, políticas e econômicas que levaram ao humanismo e ao antropocentrismo. As cidades italianas, como Florença e Roma, foram centros desse movimento, impulsionadas pela burguesia e pelo mecenato, que financiaram artistas e cientistas. O período também marcou um avanço significativo na ciência e na literatura, com a valorização da razão e do indivíduo, em contraste com as crenças medievais dominadas pela Igreja.
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História

O Renascimento artístico e cultural na Europa

Teoria

O advento de transformações políticas, sociais, econômicas e culturais durante a Baixa Idade Média
(XIII – XV) modificou as estruturas vigentes até então, o que para muitos historiadores representa
uma transição para o período que ficou conhecido como Idade Moderna. Nesse contexto de
mudanças, novas correntes de pensamento, como o Humanismo, surgiram para dar conta de uma
nova realidade moral, filosófica, artística, de organização do poder e da economia.

O humanismo foi uma filosofia que cresceu na Idade Moderna e que prezava pela valorização do
ser humano, entendendo-o como o centro da criação divina. Os chamados filósofos humanistas
apresentaram pensamentos com diversas características, que defendiam, de forma geral, a
construção do pensamento racional e ético, a produção de estudos científicos que pudessem
sempre desenvolver os seres humanos e sua relação com a natureza, a valorização do indivíduo
como um ser único e do próprio entendimento do homem como centro de tudo, típico do
antropocentrismo.

Apesar da difusão dessa filosofia na Idade Moderna, um dos pontapés iniciais para o Humanismo
foi a criação de novas instituições de ensino durante a própria Idade Média (por exemplo, as
universidades), com o intuito de renovar a educação que era controlada pela Igreja, modificando a
produção de conhecimento e promovendo a diversificação dos estudos.

Tanto o humanismo quanto o antropocentrismo surgiram em um momento de intensa modificação


das características do sistema feudal. A partir do século XI, a crise no feudalismo se estabeleceu
como um longo processo construído a partir da soma de fatores importantes, como as mudanças
nas relações comerciais, a crescente migração para as antigas cidades, ao surgimento da burguesia
e do afrouxamento das relações entre os senhores feudais e os camponeses. Além disso, as
Cruzadas também foram essenciais no processo de modificação da mentalidade europeia, a partir
do momento que permitiram uma maior troca cultural entre os europeus e os árabes.

Desta forma, o movimento humanista, e o próprio Renascimento, são frutos de um contato maior
dos europeus com outras culturas provenientes do Norte da África, do Oriente Médio e da Ásia.
Assim, a circulação de ideias, culturas, mercadorias e livros possibilitou que novas formas de
perceber a realidade se difundissem no ocidente.

Durante a Baixa Idade Média, período de crise do


feudalismo, essas modificações citadas foram
acompanhadas pelo surgimento do antropocentrismo que
rondou o continente europeu, mudando a forma com a qual
o homem se relacionava com a natureza e consigo
mesmo.
História

Em oposição ao teocentrismo e ao domínio da Igreja nos âmbitos político, cultural, social e


econômico que moldava a mentalidade dos homens medievais, os humanistas defendiam os ideais
antropocêntricos, deslocando suas maiores preocupações para os seres humanos, suas
potencialidades e capacidades. Apesar de colocarem a figura do homem no centro de seus
estudos, esses humanistas não negavam a existência e a importância de Deus, apenas focavam
seus estudos na figura do ser humano.

As características do Renascimento
Considerado muitas vezes como um período histórico que marca o início da Idade Moderna, o
chamado Renascimento foi um movimento político e cultural que proporcionou diversas
transformações na Europa entre os séculos XIV, XV e XVI, sobretudo através de um afastamento do
“pensamento medieval”.

Neste contexto, dentre os processos migratórios e a circulação de ideias e mercadorias pela região,
destaca-se principalmente a fuga dos sábios bizantinos para a “Itália”, após a queda de
Constantinopla, em 1453, levando consigo elementos da cultura clássica greco-romana
preservados no Oriente. Assim, é aceito por muitos historiadores que o Renascimento teria surgido
na Península Itálica, espalhando-se, posteriormente, por outras regiões europeias. Desta forma, as
cidades pioneiras no desenvolvimento do Renascimento faziam parte dessa região, destacando-se
Florença, no século XV, e, posteriormente, Roma e Veneza, no século XVI.

Essas cidades, que hoje formam o que conhecemos como a Itália, apresentavam significativo
desenvolvimento comercial, sendo dirigidas por uma classe de poderosos mercadores. Logo, com
o comércio marítimo pelo Mediterrâneo, esses grandes comerciantes burgueses acumularam
enorme riqueza e buscaram cada vez mais adotar práticas econômicas que permitissem a livre
concorrência, o individualismo e a busca racional do lucro.

A influência estrangeira e o desenvolvimento da burguesia construíram ao longo dos séculos essa


nova forma de perceber a realidade, o que transformou também a maneira como os europeus se
expressavam. Logo, a cultura, as artes, a política, as relações com a religião e com a sociedade de
uma forma geral foram afetadas por novos elementos a serem valorizados, como a natureza, o
hedonismo e o otimismo, o antropocentrismo, a individualidade, as artes, a literatura e as poesias
e até o pensamento greco-romano. Todos esses elementos, desta forma, seriam vistos cada vez
mais por uma perspectiva racional e humanista. O racionalismo e o humanismo, portanto, foram as
principais correntes de pensamento difundidas pelos renascentistas e que se complementavam.

Primeiramente, a valorização da razão muito se contrapunha às


explicações religiosas, às crenças e à fé que dominaram o período
medieval. Portanto, ver o mundo de forma racional e se expressar
através da razão, significava entender e explicar a realidade com
premissas e suposições lógicas e não místicas. Logo, na sociedade
renascentista, as explicações mitológicas para os fenômenos da
natureza perderam espaço para os cálculos, os experimentos e para
as ciências.
História

Como visto, durante a Idade Média, apesar da existência de grandes universidades, predominou na
Europa o pensamento católico, muito marcado pelo espiritualismo cristão, pela ideia de
comunidade, pela crença em um iminente apocalipse, pelo teocentrismo e pela fé. Diante disso, as
transformações do Renascimento se depararam com esses valores enraizados nas sociedades
europeias e, assim, “pensadores renascentistas” passaram a refletir sobre os séculos anteriores.

Desta forma, visando valorizar as mudanças e tendências de suas


gerações, os renascentistas nomearam o período anterior como Idade
Média, pois estaria no meio, entre a antiguidade clássica e a era
moderna. Com isso, esses autores também trataram de produzir
conhecimentos sobre o período destacando principalmente as crises, a
baixa produção de conhecimento e a decadência da Europa dominada
pela fé.

Portanto, podemos perceber que o termo Idade Média, hoje, é visto por muitos historiadores como
algo pejorativo e ainda uma herança dos renascentistas. A transição de um período para o outro
não é algo tão imediato e determinista e, apesar das mudanças, o Renascimento não foi uma ruptura
drástica com a Idade Média. Diversas características consideradas como “medievais” ainda
persistiram ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, como o próprio sistema feudal, as servidões, a
organização social e algumas leis e instituições, como a própria Igreja Católica.

Artes
A arte renascentista é, até hoje, considerada por muitos
pensadores como um dos momentos estéticos mais relevantes
da história. Obras como a Monalisa, a Última Ceia, a Criação de
Adão e Pietá aparecem constantemente referenciadas em
produtos culturais. Ao pensarmos em “renascimento italiano”
são essas artes que facilmente surgem nas nossas ideias como
símbolos dessa geração.

No entanto, é importante destacarmos a relação dessas obras com o contexto em que foram
produzidas para compreendermos melhor sua relevância. Como visto, as grandes cidades italianas
representaram um importante papel comercial no Mediterrâneo ao longo da Idade Média, tornando
a burguesia local uma expressiva força econômica. Desta forma, todo o contato com pensamentos
e mercadorias estrangeiras e as mudanças nas formas de pensar e ver o mundo possibilitaram que
os burgueses também representassem esse novo mundo de um jeito diferente.

Visando difundir suas formas de ver o mundo e exaltar suas riquezas e conquistas, esses
mercadores passaram a financiar artistas e cientistas para que pintassem, esculpissem e
escrevessem a partir dessa perspectiva. Essa prática ficou conhecida como o mecenato e foi
fundamental para o crescimento dos artistas desse período. Por isso é comum observar obras
renascentistas e perceber, por exemplo, paisagens naturais, marcando o naturalismo, ou pinturas
em forma de retrato, famosas como marcas do individualismo e, principalmente, pinturas
demonstrando riquezas, que valorizavam a boa vida e o otimismo burguês.
História

É importante frisar, no entanto, que apesar de muitos burgueses terem financiado grandes artistas,
tal prática não se limitou apenas à burguesia. Membros da nobreza e do clero católico também
atuaram como mecenas. O incentivo à produção artística e intelectual era uma forma de projeção
política, de demonstração de poder e de transmissão de ideias valorizadas por esses grupos. Logo,
contratos com artistas como Michelangelo, Rafael Sanzio ou Donatello, por exemplo, poderiam
promover obras de arte espetaculares, capazes de demonstrar também o poder de seu
patrocinador.

Pega a visão: muitos dos artistas do período misturaram arte e ciência para criar suas
obras-primas. A valorização da razão é um elemento central do movimento
renascentista, mas não deve ser interpretado como uma aversão à Igreja ou ao
cristianismo. Muitos desses artistas não eram contra a religião, apenas contra a
explicação de todos os fenômenos naturais pela ótica religiosa, algo que era muito
comum no período medieval.

“A Lamentação”, de Giotto di Bondone.


Disponível em: https://www.jornaltornado.pt/giotto-a-lamentacao/.

“A última ceia”, de Leonardo da Vinci.


Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Leonardo_da_Vinci_(1452-
1519)_-_The_Last_Supper_(1495-1498).jpg.
História

Casal Arnolfini de Jan van Eyck, 1434.


https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Casal_Arnolfini#/media/Ficheiro:The_Arnolfini_portrait_(1434).jpg

O pensamento científico no Renascimento


Durante a Idade Média, os fenômenos naturais e as relações entre o
homem e a natureza eram explicados pela Igreja Católica como
consequência da “vontade de Deus”. Com o renascimento cultural e o
contato com outras civilizações, principalmente orientais, que possuíam
estudos avançados sobre astronomia, física e matemática, retomou-se
alguns teóricos da Antiguidade Clássica, como Pitágoras e Ptolomeu,
aprofundando os estudos cosmológicos. Vale ressaltar que, durante um
bom tempo, foi difundido que no período medieval havia uma crença
largamente aceita de que a Terra seria plana. Contudo, alguns pesquisadores apontam que, na
realidade, a teoria da esfericidade da Terra já era amplamente aceita pelos intelectuais medievais.
História

A existência desse mito seria resultado da recriação da Idade Média no imaginário dos homens do
período moderno, como já comentamos lá em cima.

No âmbito da ciência, o método experimental e a reflexão racional foram fundamentais para


impulsionar novas descobertas. Assim, durante os séculos XIV, XV e XVI, percebe-se um grande
desenvolvimento de diversos campos, como a matemática, a astronomia, a biologia, a física, a
química, e um grande avanço técnico e tecnológico.

Neste período, alguns nomes se tornaram extremamente relevantes para o renascimento científico,
sendo o principal deles o de Galileu Galilei. Nascido na Península Itálica, Galilei propôs que o
racionalismo matemático fosse a base de todo o pensamento científico. Em seus estudos, o
cientista foi extremamente influenciado por outro astrônomo renascentista, Nicolau Copérnico.
Ambos defendiam, nos séculos XV e XVI, que a teoria geocêntrica do grego Claudio Ptolomeu (100
d.C.) não se sustentava através das observações e cálculos matemáticos.

Assim, apesar da hipótese de Copérnico já defender um modelo heliocêntrico, no qual o centro do


sistema solar seria o Sol e não a Terra, foi Galileu Galilei quem deu importante continuidade a esse
pensamento, incomodando a Igreja Católica, que defendia o geocentrismo. Essas profundas
modificações nos estudos científicos foram chamadas, posteriormente, de Revolução Científica.

Literatura Renascentista
A literatura também passou por um processo de reformulação com a mudança
de mentalidade promovida pelo humanismo e pelo movimento renascentista. O
retorno à Antiguidade Clássica e a colocação da figura humana e suas emoções
como o centro dos seus escritos, marcou a passagem do Trovadorismo para o
Classicismo durante a Idade Média.

Ainda no século XIV, autores como Dante Alighieri, Giovanni Boccaccio e Petrarca, na Península
Itálica, já apresentavam em seus livros algumas características marcantes do Renascimento. O
hedonismo, o realismo, o naturalismo, o antropocentrismo, os valores greco-romanos e as
temáticas religiosas podem ser encontrados nas obras dos respectivos autores: “Divina Comédia”,
“Decameron” e “Soneto a Laura”.

Apesar dos diversos obstáculos e de alguns deles terem sido condenados pela inquisição católica,
muitos dos autores humanistas encontraram algumas condições favoráveis para a produção
literária nesses séculos. Nesse ponto se faz importante destacar a invenção da chamada prensa de
tipos móveis, por Johannes Gutenberg.

Durante a Idade Média, a preservação e circulação de livros era algo extremamente difícil, tanto pela
reprodução das obras quanto pelas censuras. Normalmente, eram os monges os responsáveis por
guardar obras consideradas relevantes e reproduzir manualmente os textos que circulariam, já que
poucas pessoas sabiam escrever. Essa realidade, portanto, era um grande obstáculo para a
circulação de conhecimentos, sobretudo os científicos.
História

Assim, no ano 1450, o alemão Gutenberg criou uma máquina considerada por muitos historiadores
como a grande invenção do Renascimento. A prensa móvel era capaz de organizar letras e imprimir
em folhas os textos, possibilitando a reprodução dos escritos em maior quantidade.

Pega a visão: Muitos intelectuais renascentistas estavam também pensando na


relação entre poder e Estado e entre comportamento humano, sociedade e política
durante a Idade Moderna, como Nicolau Maquiavel e Thomas More.
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Exercícios de fixação

1. O período que conhecemos como a Idade Moderna foi marcado pelo movimento
renascentista, que se destacou principalmente nas cidades da Península Itálica. Cite um
motivo para que as cidades dessa região tenham sido pioneiras nesse movimento.

2. Apesar de os pensadores e artistas do Renascimento apresentarem suas particularidades,


muitos deles compartilharam características comuns, como:
(A) A defesa do pensamento iluminista.
(B) A crítica ao absolutismo monárquico.
(C) A valorização da cultura greco-romana.

3. Muitos artistas do Renascimento aproveitaram o contexto para produzir imponentes obras


artísticas, que dificilmente seriam feitas com pouco dinheiro. Visto isso, como ficou
conhecida a prática de financiamento de artistas nesse período?

4. Uma das grandes características do pensamento renascentista foi a valorização do indivíduo


e de sua individualidade, algo diferente do que se via na Idade Média. Podemos destacar como
uma presença desse elemento nas pinturas a seguinte característica:
(A) A dedicação aos temas religiosos.
(B) A presença de assinaturas pessoais nas obras.
(C) A produção em massa das obras.

5. Durante o período renascentista, alguns fatores foram essenciais para ampliar a circulação
de ideias e pinturas pelo mundo. Cite ao menos um deles.
História

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2011) Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio


sobre a natureza e sobre o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção
tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma,
o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.

O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada
pela constante relação entre:
(A) Fé e misticismo.
(B) Ciência e arte.
(C) Cultura e comércio.
(D) Política e economia.
(E) Astronomia e religião.

2. (Enem, 2001) O texto foi extraído da peça "Tróilo e Créssida" de William Shakespeare, escrita
provavelmente, em 1601.
"Os próprios céus, os planetas, e este centro
reconhecem graus, prioridade, classe,
constância, marcha, distância, estação, forma,
função e regularidade, sempre iguais;
eis porque o glorioso astro Sol
está em nobre eminência entronizado
e centralizado no meio dos outros,
e o seu olhar benfazejo corrige
os maus aspectos dos planetas malfazejos,
e, qual rei que comanda, ordena
sem entraves aos bons e aos maus."
(personagem Ulysses, Ato I, cena III).
SHAKESPEARE, W. Troilo e Créssida. Porto: Lello & Irmão, 1948.

A descrição feita pelo dramaturgo renascentista inglês se aproxima da teoria:


(A) Geocêntrica do grego Claudius Ptolomeu.
(B) Da reflexão da luz do árabe Alhazen.
(C) Heliocêntrica do polonês Nicolau Copérnico.
(D) Da rotação terrestre do italiano Galileu Galilei.
(E) Da gravitação universal do inglês Isaac Newton.
História

3. (Enem digital, 2020) Sempre que se evoca o tema do Renascimento, a imagem que
imediatamente nos vem à mente é a dos grandes artistas plásticos e de suas obras mais
famosas, amplamente reproduzidas e difundidas até os nossos dias, como a Monalisa e a
Última ceia, de Leonardo da Vinci, o Juízo final, a Pietá e o Moisés, de Michelangelo, assim
como as inúmeras e suaves Madonas, de Rafael, que permanecem ainda como modelo mais
frequente de representação da mãe de Cristo. Como veremos, de fato, as artes plásticas
acabaram se convertendo num centro de convergência de todas as principais tendências da
cultura renascentista.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Atual, 1988 (adaptado).

Esse movimento cultural, inserido no processo de transição da modernidade europeia,


caracterizou-se pela:
(A) Validação da teoria geocêntrica.
(B) Valorização da integração religiosa.
(C) Afirmação dos princípios humanistas.
(D) Legitimação das tradições aristocráticas.
(E) Incorporação das representações góticas.

4. (Enem PPL, 2022) A um príncipe, portanto, não é necessário ter de fato todas as qualidades,
mas é indispensável parecer tê-las. Aliás, ousarei dizer que, se as tiver e utilizar sempre, serão
danosas, enquanto, se parecer tê-las, serão úteis. Assim, deves parecer clemente, fiel,
humano, íntegro, religioso — e sê-lo, mas com a condição de estares com o ânimo disposto a,
quando necessário, não o seres, de modo que possas e saibas como tornar-te o contrário.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 2004 (adaptado).

Segundo o autor, a conquista e a conservação do poder político exigem a


(A) flexibilidade moral do monarca.
(B) retomada dos valores cristãos.
(C) consulta periódica dos cidadãos.
(D) adoção do imperativo categórico.
(E) liberdade incondicional do estadista.

5. (Univag, 2018) A certa altura de uma das mais importantes peças de Shakespeare, o
personagem Lord Macbeth declara: “Ouso tudo que é próprio de um homem; quem ousar fazer
mais do que isso não o é”. Essa postura revela com extraordinária clareza toda a audácia da
experiência renascentista.
(Nicolau Sevcenko. O renascimento, 1985.)

A frase de Lord Macbeth pode ser considerada exemplar da experiência renascentista, porque
demonstra
(A) a clara subserviência dos homens aos propósitos e às determinações divinas.
(B) o poder da aristocracia de impor-se ao rei e aos demais setores da sociedade.
(C) o anseio de lucro rápido e ascensão social da burguesia comercial europeia.
(D) a aversão às religiões e o ateísmo do teatro, da pintura e da escultura renascentistas.
(E) a profunda consciência acerca das possibilidades, liberdades e limites humanos.
História

6. (Enem, PPL, 2012) Assentado, portanto, que a Escritura, em muitas passagens, não apenas
admite, mas necessita de exposições diferentes do significado aparente das palavras,
parece–me que, nas discussões naturais, deveria ser deixada em último lugar.
GALILEI, G. Carta a Dom Benedetto Castelli. In: Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a
Bíblia. São Paulo: Unesp, 2009 (adaptado).

O texto, extraído da carta escrita por Galileu (1564-1642) cerca de trinta anos antes de sua
condenação pelo Tribunal do Santo Ofício, discute a relação entre ciência e fé, problemática
cara no século XVII. A declaração de Galileu defende que:
(A) A bíblia, por registrar literalmente a palavra divina, apresenta a verdade dos fatos naturais,
tornando-se guia para a ciência.
(B) O significado aparente daquilo que é lido acerca da natureza na bíblia constitui uma
referência primeira.
(C) As diferentes exposições quanto ao significado das palavras bíblicas devem evitar
confrontos com os dogmas da Igreja.
(D) A bíblia deve receber uma interpretação literal porque, desse modo, não será desviada a
verdade natural.
(E) Os intérpretes precisam propor, para as passagens bíblicas, sentidos que ultrapassem o
significado imediato das palavras.

7. (Enem, 2011) O café tem origem na região onde hoje se encontra a Etiópia, mas seu cultivo e
consumo se disseminaram a partir da Península Árabe. Aportou à Europa por Constantinopla
e, finalmente, em 1615, ganhou a cidade de Veneza. Quando o café chegou à região europeia,
alguns clérigos sugeriram que o produto deveria ser excomungado, por ser obra do diabo. O
papa Clemente VIII (1592-1605), contudo, resolveu provar a bebida. Tendo gostado do sabor,
decidiu que ela deveria ser batizada para que se tornasse uma “bebida verdadeiramente
cristã”.
THORN, J. Guia do café. Lisboa: Livros e livros, 1998 (adaptado).

A postura dos clérigos e do papa Clemente VIII diante da introdução do café na Europa
Ocidental pode ser explicada pela associação dessa bebida ao:
(A) Ateísmo.
(B) Judaísmo.
(C) Hinduísmo.
(D) Islamismo.
(E) Protestantismo.
História

8. (Enem, PPL, 2012) A cultura ocidental acentuadamente antropocêntrica foi marcada por
processos convergentes de desenvolvimento técnico–científico e acumulação de riquezas,
propiciados pela expansão colonial, que resultaram na revolução industrial, no fortalecimento
da ideia de progresso e no processo de ocidentalização do mundo.
FERREIRA, L. C. Dilemas do século XX: ideias para uma sociologia da questão ecológica. In: SILVA, J. P. (Org.) Por uma
Sociologia do século XX. São Paulo: Annablume, 2007 (adaptado).

Esse processo de acumulação de riquezas no Ocidente, por longos séculos, se fez à custa da
degradação do meio natural. Do ponto de vista da cultura e do imaginário ocidental moderno,
isso se deveu à:
(A) Ideologia revolucionária burguesa, que pregava a repartição igualitária do direito de
acesso aos recursos naturais e agrícolas.
(B) Ideia de Renascimento, que representava os benefícios técnicos de transformação da
natureza como salutares para a preservação de ecossistemas.
(C) Concepção sacralizada de que a natureza, enquanto obra da criação de Deus, devia servir
à contemplação estética e religiosa.
(D) Perspectiva desenvolvimentista, que atrelava o progresso ao meio ambiente e difundia
amplamente um entendimento da relação harmoniosa entre sociedade e natureza.
(E) Crença nos poderes da ciência e do desenvolvimento tecnológico, que contribuiu para
tratar a natureza como objeto de quantificação, manipulação e dominação.

9. (Enem, 2015) TEXTO I


Não é possível passar das trevas da ignorância para a luz da ciência a não ser lendo, com um
amor sempre mais vivo, as obras dos Antigos. Ladrem os cães, grunhem os porcos! Nem por
isso deixarei de ser um seguidor dos Antigos. Para eles irão todos os meus cuidados e, todos
os dias, a aurora me encontrará entregue ao seu estudo.
BLOIS, P. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.

TEXTO II
A nossa geração tem arraigado o defeito de recusar admitir tudo o que parece vir dos
modernos. Por isso, quando descubro uma ideia pessoal e quero torná-la pública, atribuo-a a
outrem e declaro: — Foi fulano de tal que o disse, não sou eu. E para que acreditem totalmente
nas minhas opiniões, digo: — O inventor foi fulano de tal, não sou eu.
BATH, A. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.

Nos textos são apresentados pontos de vista distintos sobre as mudanças culturais ocorridas
no século XII no Ocidente. Comparando os textos, os autores discutem o(a)
(A) produção do conhecimento face à manutenção dos argumentos de autoridade da Igreja.
(B) caráter dinâmico do pensamento laico frente à estagnação dos estudos religiosos.
(C) surgimento do pensamento científico em oposição à tradição teológica cristã.
(D) desenvolvimento do racionalismo crítico ao opor fé e razão.
(E) construção de um saber teológico científico.
História

10. (Enem, 2014) A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre
perante nossos olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a
língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua
matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem
cujos meios é impossível entender humanamente as palavras; sem eles, vagamos perdidos
dentro de um obscuro labirinto.
GALILEI, G. O ensaiador. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978

No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir a posição de Galileu significava


defender a
(A) continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante na Idade Média.
(B) necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado do exame matemático.
(C) oposição da nova física quantitativa aos pressupostos da filosofia escolástica.
(D) importância da independência da investigação científica pretendida pela Igreja.
(E) inadequação da matemática para elaborar uma explicação racional da natureza.

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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. As cidades da Península foram pioneiras por conta da privilegiada localização geográfica, que
permitia amplo contato, por meio do Mar Mediterrâneo, com culturas e conhecimentos de
diversas regiões ao redor do Mar Mediterrâneo e adjacências.

2. C
O classicismo foi uma característica marcante nas pinturas renascentistas, presente na forma
como eram pintados os corpos e as paisagens, na arquitetura e até nos temas escolhidos para
serem representados artisticamente.

3. Essa prática ficou conhecida como o mecenato, pois envolvia a figura de um mecenas
(comerciante burguês, nobre ou clero), que financiava artistas para produzirem obras que
valorizassem sua forma de ver o mundo e suas riquezas.

4. B
As obras da Idade Média, em geral, não eram assinadas; portanto, não possuíam uma fácil
identificação do artista. Durante o Renascimento, no entanto, a valorização do indivíduo
colocou o artista em um novo plano, como parte da própria obra, por meio de sua assinatura.

5. Entre os fatores que podemos citar como fundamentais, estão a criação da prensa de tipos
móveis e o aumento das rotas comerciais, principalmente pelo Mediterrâneo e pelo Atlântico.

Exercícios de vestibulares

1. B
A Revolução Científica e o Renascimento artístico muitas vezes cruzaram seus caminhos,
sobretudo por meio de personalidades como Michelangelo e Leonardo da Vinci, que
valorizavam a observação, os estudos científicos e a razão como ferramentas para criar obras
de artes.

2. C
No trecho “eis porque o glorioso astro Sol / está em nobre eminência entronizado / e
centralizado no meio dos outros”, o autor expõe sua visão da teoria de Nicolau Copérnico, que
questionava a Igreja Católica ao afirmar que o Sol estaria no centro do universo, em um modelo
heliocêntrico.

3. C
A valorização da figura e da condição humana nas pinturas renascentistas revela a cultura
humanista que se difundiu nesse período, buscando colocar os seres humanos e suas
preocupações em destaque.

4. A
Inserido no movimento renascentista, Maquiavel foi um dos teólogos defensores do
absolutismo, sistema político que vigorou na Europa durante a Idade Moderna. Em seus
escritos, como no texto destacado na questão, o autor defende que o poder do monarca deve
ser absoluto e, para garantir a sua soberania, é preciso que ele aparente ter todas as qualidades
necessárias de um líder, mas que saiba utilizar a força quando necessário.
História

5. E
O trecho de Shakespeare aponta para a exacerbação do individualismo. A experiência do ser
humano enquanto individuo em busca dos seus prazeres, sentimentos, experiências e
vivências. Com o Renascimento, o homem passa a ser livre para se pensar enquanto indivíduo
e procurar meios para o seu progresso social e pessoal.

6. E
Galilei defende que a Bíblia não seja interpretada de maneira literal e que suas referências não
sejam usadas como uma forma de se compreender a natureza, alegando, portanto, a
necessidade de interpretações diferentes da escrita sagrada. Inserido em um contexto de
mudanças no pensamento ocidental, Galileu era um dos defensores do uso da razão e da
investigação da natureza.

7. D
Mesmo com a intensa rede comercial entre árabes e europeus durante o Renascimento e a
difusão da cultura islâmica pela Europa, a Igreja Católica ainda resistiu a certas práticas
culturais, como o consumo de café, por conta da ligação com o islamismo.

8. E
O pensamento moderno e a Revolução Científica possibilitaram o surgimento de novas formas
de olhar a natureza, sobretudo pela perspectiva do seu uso para o benefício humano e para a
geração de riquezas.

9. A
Ambos os textos tratam de uma importante característica da filosofia medieval: a valorização
dos argumentos de autoridade, isto é, das ideias e perspectivas de autores consagrados. De
fato, vista sob um prisma tanto positivo (como no texto I) como negativo (como no texto II), o
fato é que o pensamento medieval entendia que as novas verdades deveriam ser validadas
pelos argumentos de autoridade.

10. C
A Revolução Científica do século XVII é caracterizada por questionar certos pressupostos da
filosofia que a antecedeu, sobretudo a escolástica. Galileu foi um dos principais pensadores
do período e uma de suas ideias era de que a Terra não é o centro do Universo. Isso significava
questionar verdades religiosas, procurando abrir espaço para a constituição da ciência
moderna, ancorada na linguagem matemática.

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