NOVO 2025 Letramento P1 Estudante
NOVO 2025 Letramento P1 Estudante
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CADERNO DE LETRAMENTO 2025
LÍNGUA PORTUGUESA
GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO
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FICHA TÉCNICA
EQUIPE DE ELABORAÇÃO
Prof. Ma. Francimone da Graça Barros Dutra
Profa. Ma. Francisca Imaculada Santos Oliveira
EQUIPE DE REVISÃO
Profa. Esp. Danubia Gabriela Silva Pereira Garcia
DIAGRAMAÇÃO
Fabiel Lima
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................ 6
AULA 01 - D023. Inferir informações em textos: Leitura e interpretação textual de temas atuais .................. 7
AULA 02 - D023. Inferir informações em textos: Estudo e análise de charges com foco na Inferência .......... 9
AULA 03 - D038. Distinguir um fato da opinião: Distinção: fato x opinião; Artigo de Opinião ....................... 12
AULA 04 - D038. Distinguir um fato da opinião: Fato x Opinião; Artigo de Opinião ...................................... 13
AULA 05 - D053. Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou
expressão: Conotação ..................................................................................................................................... 15
AULA 06 - D053. Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou
expressão: Conectores .................................................................................................................................... 17
AULA 07 - D030. Reconhecer os elementos que compõem uma narrativa e o conflito gerador: Elementos
da narrativa: enredo, espaço, tempo ................................................................................................................. 19
AULA 08 - D030. Reconhecer os elementos que compõem uma narrativa e o conflito gerador: Elementos
da narrativa: tipos de personagens .................................................................................................................... 23
AULA 09 - D030. Reconhecer os elementos que compõem uma narrativa e o conflito gerador: Elementos
da narrativa: tipos de narrador ........................................................................................................................... 26
AULA 10 - D030. Reconhecer os elementos que compõem uma narrativa e o conflito gerador: Elementos
da narrativa: tipos de discurso ........................................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 32
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APRESENTAÇÃO
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AULA 01 • A informação que a amiga repassou: “agora a lou-
ça é sua”, foi entendida de forma correta?
D023. Inferir informações em • No contexto verificado no texto, quando a amiga
HABILIDADES textos. falou: “Fiz o almoço, agora a louça é sua”, o que
Leitura e interpretação textual deveria ser inferido a partir deste enunciado?
CONTEÚDO(S) de temas atuais.
• A ausência da inferência que deveria ter sido feita
provocou mudança de sentido no texto?
Estudante, para o estudo desta habilidade, organiza-
Estudante, é importante ter em mente que, no texto,
mos esta Sequência Didática para ser realizada em
o processo de inferência permite que, por exemplo, o
2 aulas. Assim, para esta Aula 01, focaremos na
humor surja.
leitura e interpretação textual, de forma ampla, des-
tacando a inferência como forma estratégica para a Vamos entender claramente o significado da pa-
compreensão da mensagem em um texto. lavra inferir!
Atente às orientações realizadas pelo(a) seu(sua) Inferir: É o processo interpretativo que permite ao
professor(a), referentes ao elemento central do gêne- indivíduo construir significados e compreender infor-
ro piada – o humor, já que, sem ele, o entendimento mações a partir de pistas ou evidências implícitas no
da piada será prejudicado: texto. (MORAN, 2000)
• Vocês gostam de contar e/ou ouvir piadas? Por Estudante, para realizar inferência na leitura de tex-
quê? tos, é importante:
• O que vocês acham que as piadas, de modo ge- • Ler atentamente o texto;
ral, apresentam para provocar o efeito de risos
• Para resolução de questões, ler o enunciado e ter
nas pessoas?
certeza que compreendeu o que foi pedido;
• Alguém lembra de alguma piada que lhe cha-
• Retomar o texto;
mou atenção e gostou muito?
• Fazer relações do que foi explicitamente lido com o
ATENÇÃO! conhecimento de mundo que tem;
Estudante, um ponto fundamental para que as pia- • Deduzir, a partir das etapas acima, a informação
das sejam entendidas de forma plena e que, ainda, solicitada.
provoquem o efeito de humor, é que o público faça
inferências a partir das informações que lhe são da- ATIVIDADE 2
das. Isso porque, geralmente, a ideia/informação que Estudante, leia as imagens a seguir e, no caderno,
gera humor está relacionada não ao que fica explíci- escreva o que se pode inferir a partir das informações
to, e sim ao que fica nas entrelinhas do texto. lidas.
Imagem 1
ATIVIDADE 1
Estudante, faça a leitura de uma piada e, em segui-
da, reflita sobre a necessidade de se realizar a infe-
rência para a compreensão global do texto.
Texto 1
Almoço na casa da amiga
Fui almoçar ontem na casa de uma amiga. Quando
terminamos de almoçar, ela me disse: - Fiz o almoço,
agora a louça é sua.
https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/ensi-
Peguei a louça, coloquei tudo em um saco plástico e no_fundamental/lingua-portuguesa-d4-inferir-uma-
fui embora. -informacao-implicita-em-um-texto/
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Imagem 2 ajudará bastante na compreensão de informações
implícitas e de sentido figurado;
• Fazer associação do que está lendo com a sua ex-
periência sociocultural e, assim, terá base suficien-
te para realizar inferências adequadas;
• Compreender a inferência como sendo fundamen-
tal para o entendimento das ideias principais que
estão nas entrelinhas do texto.
VAMOS PRATICAR!
Com base no estudo realizado, chegou o momento
Disponível em: https://www.tudosaladeaula.
com/2020/08/atividade-simulado-de-portugues-2o-a- de você, estudante, exercitar, por meio de questões,
no-ef-inferir-informacoes-implicitas-interpretacao-e- a habilidade de inferir informações em textos. Vamos
-compreensao-de-texto/ lá!
Imagem 3
__________________________________________
__________________________________________ Questão 2 (Adaptada).
__________________________________________
O Homem que entrou pelo cano
__________________________________________
__________________________________________ Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio
__________________________________________ incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se acos-
tumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilôme-
IMPORTANTE! tros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou outra
um desvio, era uma seção que terminava em torneira.
Estudante, para realização de inferência na leitura
de textos, sejam verbais, não vebais ou mistos, é im- Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou
portante considerar as seguintes observações: monótono. O cano por dentro não era interessante.
• Partir da interpretação das pistas explícitas, e, a No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher.
partir disso, tentar deduzir informações que estão Uma criança brincava. Então percebeu que as engre-
implícitas; nagens giravam e caiu numa pia. À sua volta era um
branco imenso, uma água límpida. E a cara da meni-
• Ter o entendimento de que a linguagem conotativa
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na aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. B) Inveja, pois a autora sente que não era capaz de
Ela gritou: “Mamãe, tem um homem dentro da pia”. alcançar o mesmo carisma e influência que Dona Ida-
lina possuía sobre a turma.
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A
menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu pelo C) Saudade, porque a autora relembra com nostalgia
esgoto. e ternura o impacto que Dona Idalina teve em sua
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. vida e educação.
São Paulo: Global, 1988, p. 89.
D) Adoração, visto que a autora demonstra profundo
O conto cria uma expectativa no leitor pela situa- respeito e carinho pela figura de Dona Idalina, exal-
ção incomum criada pelo enredo. O resultado não tando sua personalidade e influência em sala de aula.
foi o esperado porque:
E) Exagero, uma vez que a autora exagera as carac-
A) A mãe ignorou completamente o chamado da filha terísticas de Dona Idalina, tornando-a maior e mais
sobre o homem na pia. marcante do que realmente era.
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charge. isso, é fundamental que esse(a) leitor(a) faça uso da
inferência para que faça uma intepretação correta.
Definição: A charge é um texto do campo jornalísti-
co que apresenta elementos verbais e não verbais, Estudante, faça a leitura e analise o texto a seguir:
ela é ligada aos acontecimentos da atualidade, tendo
Texto 2
como principal característica a realização de uma crí-
tica (de forma irônica ou satirizada) de uma determi-
nada pessoa ou acontecimento de relevância social.
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/
redacao/charge.htm
IMPORTANTE!
Estudante, há muitas charges que são constituídas
apenas com a linguagem não verbal e, entendendo
que o efeito de sentido do gênero textual em questão
é provocar uma critica a determinada pessoa ou a
um acontecimento de relevância social, caberá ao(à)
leitor(a), a partir da imagem, fazer associações com o
seu conhecimento de mundo para, então, compreen-
der totalmente a ideia apresentada na charge. Para
10
VAMOS PRATICAR! Questão 2 (Adaptada)
Estudante, com base no estudo realizado, chegou o
momento de você exercitar, por meio de questões, a
habilidade de realizar a inferência para a interpreta-
ção textos. Vamos lá!
Questão 1 (Adaptada)
Questão 3 (Adaptada)
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Fragmento. Disponível em: https://revistacienciae- Questão 2 (Adaptada)
cultura.org.br/?p=3633.
TRINDADE TERÁ SISTEMA HÍBRIDO
Após a leitura inicial do texto, individualmente, Dependendo das condições climáticas, a energia
sublinhe as sentenças que considera fatos e cir- eólica é muito indicada para regiões de acesso res-
cule as que considera opiniões, transcrevendo trito, e, por isso, com menores demandas – como as
para o caderno as informações destacadas. ilhas. Seguindo esta linha, o CEPEL, juntamente com
a Eletrobrás, a melhor empresa de energia elétrica do
VAMOS PRATICAR! mundo, e a Marinha do Brasil, desenvolvem, desde
Com base no estudo realizado, chegou o momento 2005, projeto de instalação de fontes alternativas na
de você, estudante, exercitar, por meio de questões, ilha de Trindade, no litoral do Espírito Santo. A ideia
a habilidade de distinguir um fato da opinião. Vamos é implantar um sistema híbrido de energia solar e eó-
lá! lica com capacidade para gerar 120kW, o suficiente
para reduzir de 60 mil para 2 mil litros o consumo
Quetão 1 (Adaptada) anual de óleo diesel na ilha, que atualmente é atendi-
O VELHO, O MENINO E O BURRO da por geradores movidos a óleo.
Um velho e um menino seguiam pela estrada Jornal do Brasil. 27 jul. 2007 (Adaptado).
montados num burro. Pelo caminho, as pessoas com Disponível em: https://www.tudosaladeaula.
as quais cruzavam diziam: com/2021/11/atividade-sobre-fato-e-opiniao-com-
-texto-explicativo-e-gabarito-anos-finais/
– Que crueldade a desses dois! Querem matar
o burro! A partir da leitura do texto, o trecho em que verifi-
O velho, impressionadíssimo com os comentá- camos uma opinião é:
rios, mandou o menino descer. Mais adiante, outras A) “[…] desenvolvem, desde 2005, projeto de instala-
pessoas, observando a cena, diziam: ção de fontes alternativas […]”
– Que velho malvado, refestelado no burro, e o
menino, coitado, andando a pé! B) “[…] ilha de Trindade, no litoral do Espírito Santo.”
O velho, então, desceu do burro e mandou o me- C) “[…] atendida por geradores movidos a óleo.”
nino montar. Daí a pouco, outras pessoas, vendo a
D) “[…] com a Eletrobrás, a melhor empresa de ener-
cena, comentaram:
gia elétrica do mundo […]”
– Onde já se viu coisa igual? Um menino cheio
de vida, montado no burro, e o velho a caminhar pela E) “[…] implantar um sistema híbrido de energia solar
estrada! e eólica com capacidade para gerar 120kW […]”
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Não gorjeiam como lá. • Como esta escolha de palavras impacta o(a) lei-
tor(a)?
Fragmento. (Gonçalves Dias)
Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org. • Por que o texto não usou apenas “bebe água”?
br/caderno_virtual/texto/cancao-do-exilio/index.html
VAMOS PRATICAR!
Após a explanação do texto lido coletivamente
pelo(a) seu/sua professor(a), observe as imagens Com base no estudo realizado, chegou o seu mo-
evocadas por Gonçalves Dias, atendando para os mento, estudante, de exercitar, por meio de ques-
seguintes questionamentos: tões, a habilidade de reconhecer o efeito de sentido
decorrente da escolha de uma determinada palavra
• Quais sentimentos o poema desperta em você? ou expressão, por meio da Conotação!
• O que significa “as aves que aqui gorjeiam, não Questão 1 (Adaptada)
gorjeiam como lá”? Isso deve ser entendido literal-
mente? “Provisoriamente não cantaremos o amor, que se
refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
• Quais palavras ou expressões possuem sentido
conotativo no poema? Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque esse não existe,
• Como estas palavras ajudam a transmitir o senti-
mento de saudade do autor? existe apenas o medo, nosso pai e nosso com-
panheiro.”
ATENÇÃO! (Carlos Drummond de Andrade)
• No poema são utilizadas palavras e expressões no No trecho acima, o uso da expressão “esteriliza
sentido conotativo para transmitir saudade e ideali- os abraços” proporcionou que efeito de sentido:
zação da terra natal;
A) o medo torna os abraços mais limpos e seguros.
• Em “Canção do Exílio”, a conotação cria uma at-
mosfera de nostalgia e valorização da terra natal, B) o medo incentiva as pessoas a se abraçarem mais.
transformando elementos simples (palmeiras, sabi-
C) o medo causa doenças que são transmitidas pelos
ás) em símbolos emocionais.
abraços.
Estudante, nesta aula, daremos continuidade à habi- Após a leitura do trecho, atente aos seguintes
lidade trabalhada anteriormente, mas tomando como questionamentos:
suporte os conectores e o efeito de sentido que a es- • Qual a função do conector “Ao contrário” no texto?
colha do uso de determinado conector pode propor-
cionar no texto. • Que relação “pois” estabelece?
Estudante, na produção dos textos, é possível enfa- • Como o uso de “Pelo contrário” reforça o argumen-
tizarmos uma informação, proporcionar um efeito de to?
sentido mais expressivo no texto a partir da escolha
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IMPORTANTE! invenção criativa por essa miséria ignoram os desa-
fios que explodiram com o capitalismo monopolista
• Quando o autor faz a escolha do uso da expressão
de sua terceira fase.”
“Ao contrário”, isso proporciona uma sinalização
ao leitor de que será introduzida uma ideia oposta Fonte: Brasil Escola - Exercícios sobre interpretação
de texto
ao que seria esperado.
• Além disso, o “pois”, no contexto apresentado, indi- No trecho, ao fazer a escolha da expressão “Ao
ca causa para o que foi dito anteriormente. mesmo tempo”, o efeito de sentido proporciona-
do no texto foi de:
• Ademais, o uso de “Pelo contrário” reforça o argu-
mento, ao destacar de forma enfática a oposição à A) Adição de informações complementares.
ideia inicial apresentada no texto de que a leitura
seria apenas um passatempo. Esse conector não B) Causa e consequência.
só nega essa visão limitada, mas também introduz
C) Condição para a ocorrência de um fato.
um contraponto positivo e significativo: a leitura é
uma ferramenta poderosa de transformação social. D) Finalidade das ações mencionadas.
Dessa forma, “Pelo contrário” ajuda a fortalecer a
argumentação, ao criar um contraste claro entre a E) Contraste entre duas ideias.
visão equivocada e a ideia defendida pelo autor,
evidenciando o papel fundamental da leitura no de-
senvolvimento do senso crítico. Questão 2 (Adaptada)
VAMOS PRATICAR!
Com base no estudo realizado, chegou o momento
de você, estudante, exercitar, por meio de questões,
a habilidade de reconhecer o efeito de sentido decor-
rente da escolha de uma determinada palavra ou ex-
pressão; neste caso, por meio do uso de Conectores.
Questão 1 (Adaptada)
Texto 1
“A civilização ‘pós-moderna’ culminou em um
progresso inegável, que não foi percebido antecipa-
damente, em sua inteireza. Ao mesmo tempo, sob o
‘mau uso’ da ciência, da tecnologia e da capacidade
de invenção nos precipitou na miséria moral inexo-
rável. Os que condenam a ciência, a tecnologia e a
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AULA 07
HABILIDADES D030_P. Reconhecer os elementos que compõem uma narrativa e o conflito gerador.
Estudante, esta é uma Sequência Didática que trata dos elementos da narrativa. Ela será composta de 04
(quatro) aulas que corresponderão às Aulas 07, 08, 09 e 10.
Na Aula 07, estudaremos os elementos enredo, espaço e tempo. Na Aula 08, dando continuidade aos elemen-
tos da narrativa, estudaremos os tipos de personagens. Já na Aula 09, estudaremos os tipos de narrador. Por
fim, na Aula 10, estudaremos os tipos de discurso.
Para organizar as ideias e os conceitos sobre os elementos da narrativa, observe o mapa mental abaixo, o qual
dará uma visão mais ampliada do que será tratado nas quatro aulas que fazem parte desta sequência didática.
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Estudante, o objetivo desta Aula 07 é apresentar as tivo em sua construção. Mesmo que não seja uma
características dos textos narrativos e seus elemen- fórmula textual rígida, os diferentes textos narrativos
tos constitutivos. Nas aulas seguintes, outros ele- geralmente apresentam-se de acordo com a seguinte
mentos da narrativa serão aprofundados. Entenda, estruturação:
primeiramente, a diferença entre tipologia textual e
gênero textual. ESTRUTURA DA NARRATIVA
A tipologia textual é a classificação de um texto com • Apresentação: também chamada de introdução,
base na sua estrutura e conteúdo, enquanto o gênero nessa parte inicial o(a) autor(a) do texto apresenta
textual é a classificação de um texto com base na sua os personagens, o local e o tempo em que se de-
função. senvolverá a trama.
• Desenvolvimento: aqui grande parte da história
TIPOLOGIA TEXTUAL é desenvolvida com foco nas ações dos persona-
• É uma classificação teórica que se baseia nas ca- gens.
racterísticas linguísticas e gramaticais de um texto.
• Clímax: parte do desenvolvimento da história, o
• É caracterizada por traços linguísticos predomi- clímax designa o momento mais emocionante da
nantes, como classes de palavras e estruturas sin- narrativa.
táticas.
• Desfecho: também chamado de conclusão, ele é
• Exemplos de tipos textuais: narração, descrição, determinado pela parte final da narrativa, onde a
injunção, dissertação. partir dos acontecimentos, os conflitos vão sendo
desenvolvidos.
GÊNERO TEXTUAL Nesta aula, vamos estudar três elementos de uma
• É uma classificação que se baseia na finalidade de narrativa enredo, espaço, tempo.
um texto e no contexto em que ele circula.
• É caracterizado por elementos como interlocutor,
ENREDO
contexto, função social e linguagem. Enredo é como chamamos a trama de uma narrativa.
Ele pode ser linear (os fatos são narrados de forma
• Exemplos de gêneros textuais: notícia, conto, rela-
cronológica) ou não linear (a ordem cronológica não
to, romance, receita, palestra.
é respeitada). De forma geral, o enredo é composto
Os tipos textuais delimitam e fornecem elementos es- por um acontecimento inicial, um ponto de mudança
truturais para os gêneros textuais, que são produzi- na narrativa e a resolução dos conflitos da história.
dos conforme os tipos.
O enredo é responsável por prender a atenção do(a)
Estudante, o(a) professor(a) lhe fará alguns questio- leitor(a) de uma narrativa.
namentos para propor uma atividade de escrita cole-
Como se faz um enredo?
tiva. Fique atento(a) às orientações que serão repas-
sadas por ele(a). Na construção do enredo, segundo o crítico literário
Jonathan Culler, é preciso:
TEXTO NARRATIVO • A existência de um acontecimento inicial, principal,
Os textos narrativos são aqueles que se caracterizam que desencadeia outros;
estruturalmente pela narração de acontecimentos re- • A ocorrência, em seguida, da “virada”, uma trans-
ais ou ficcionais. Nos textos desse tipo, são narra- formação;
dos acontecimentos, histórias ou situações, fictícias
ou verídicas, em ordem cronológica ou não. Nesses • A resolução, por fim, para a história.
textos, são apresentados personagens que se rela- Assim, o que prende o leitor e a leitora de uma nar-
cionam com os fatos, narrados em tempos e em es- rativa é essa mudança, que gera o conflito da obra.
paços específicos. Essa transformação pode estar relacionada a um
Temos contato com diversas narrativas em nosso acontecimento ou a um personagem, por exemplo.
cotidiano, desde as histórias contadas em notícias e Ela deve ser seguida da solução no final da obra,
reportagens apresentadas nos noticiários – que têm desfecho que dialoga com o início da narrativa. Essa
como objetivo informar – até os filmes, séries e nove- retomada mostra a potência desse desfecho, já que
las a que assistimos para entreter-nos. põe em evidência a transformação ocorrida durante
a história.
São exemplos de gêneros narrativos: novela, roman-
ce, contos, lendas, fábulas, entre outros. Exemplo de enredo:
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exemplo de enredo não linear. Afinal, o narrador do De acordo com a ordem da narração, o tempo pode
romance começa a história pelo final, quando Benti- ser:
nho está velho e tem a intenção de “atar as duas pon-
• Histórico, quando indica a época em que aconte-
tas da vida, e restaurar na velhice a adolescência”.
ceu a narrativa.
Desse modo, o narrador-personagem passa a contar
fatos de sua adolescência. • Cronológico, quando segue uma ordem natural
dos acontecimentos - do início para o fim.
A partir daí, temos uma narrativa cronológica: Ben-
tinho e Capitu se apaixonam, precisam vencer um • Psicológico, quando não segue uma ordem natu-
obstáculo ao seu amor (o jovem é obrigado a ir para ral dos acontecimentos e mistura passado, presen-
um seminário e se tornar padre), depois se casam, te e futuro, podendo narrar do fim para o começo,
têm um filho, surge o ciúme de Bentinho e, por fim, por exemplo.
a eterna dúvida — Capitu traiu ou não traiu o seu Exemplo de tempo cronológico:
marido?
Semelhante ao tempo do relógio, ou seja, regular,
Assim, Machado de Assis inova ao negar uma solu- indicador dos segundos, minutos, horas, dias, sema-
ção final para o seu enredo. nas, meses e anos; enfim, o chamado tempo físico.
Assim, passado, presente e a projeção do futuro são
ESPAÇO bem demarcados. Como exemplo, vamos ler o trecho
Espaço é o local onde a narrativa se desenvolve. O do conto A nova Califórnia (1910), de Lima Barreto
espaço pode ser: (1881-1922):
• Físico (geográfico), quando se passa a história Havia já anos que o químico vivia em Tubia-
indicada seja por uma fazenda, uma cidade, uma canga, quando, uma bela manhã, Bastos o
praia, etc. São classificados em espaços fechados viu entrar pela botica adentro. O prazer do
(casa, quarto, hospital, etc.) ou abertos (ruas, vilas, farmacêutico foi imenso. O sábio não se
cidades, etc.). dignara até aí visitar fosse quem fosse e,
[...].
• Psicológico (social), quando não é revelado um
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/litera-
espaço físico, mas sim, um ambiente caraterizado tura/genero-narrativo.htm. Acesso em: 14 jan. 2025.
econômica ou moralmente.
Exemplo de espaço: Exemplo de tempo psicológico:
A escolha do espaço pode ser aleatória, mas pode Não está relacionado ao espaço, mas ao interior da
também estar diretamente associada às característi- personagem, é o tempo do fluxo de consciência,
cas da personagem, como no romance Vidas secas ocorrido na mente da personagem; portanto, é rela-
(1938), de Graciliano Ramos (1892-1953). O espaço tivo, possibilitando a indefinição das fronteiras entre
dessa narrativa, caracterizado pela seca, determina o presente, passado e futuro, como podemos ver neste
caráter das personagens, que acabam assimilando, trecho do romance A paixão segundo G.H. (1964), de
em suas personalidades, a brutalidade e sequidão do Clarice Lispector (1920-1977):
ambiente: Oh, meu amor desconhecido, lembra-te de
Era bruto, sim senhor, nunca havia apren- que eu estava ali presa na mina desabada,
dido, não sabia explicar-se. Estava preso e que a essa altura o quarto já se tornara
por isso? Como era? Então mete-se um ho- de um familiar inexprimível, igual ao fami-
mem na cadeia porque ele não sabe falar liar verídico do sonho. E, como do sonho,
direito? Que mal fazia a brutalidade dele? o que não te posso reproduzir é a cor es-
Vivia trabalhando como um escravo. De- sencial de sua atmosfera. Como no sonho,
sentupia o bebedouro, consertava as cer- a ‘lógica’ era outra, era uma que não faz
cas, curava os animais — aproveitara um sentido quando se acorda, pois a verdade
casco de fazenda sem valor. Tudo em or- maior do sonho se perde.
dem, podiam ver. Tinha culpa de ser bruto? Mas lembra-te que isso tudo acontecia eu
Quem tinha culpa? acordada e imobilizada pela luz do dia, e
Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/ a verdade um sonho estava se passando
estudo/vidas-secas-resumo-obra-de-graciliano-ra- sem a anestesia da noite. Dorme comigo
mos. Acesso em 13 jan. 2025. acordado e só assim poderás saber de
meu sono grande e saberás o que é o de-
TEMPO serto vivo.
Tempo é o período em que a história se passa, con- De súbito, ali sentada, um cansaço todo
siderando a época, a duração, a ordem da narração. endurecido e sem nenhuma lassidão me
tomara. Um pouco mais e ele me petrifica-
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ria. Estudante, após a leitura e diálogo do conto, analise
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/litera- os elementos que compõem a narrativa, responden-
tura/genero-narrativo.htm. Acesso em: 14 jan. 2025. do às perguntas abaixo.
Questão 1. Onde aconteceu a história?
Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado
de Assis, o tempo é psicológico, porque não segue __________________________________________
uma ordem natural dos acontecimentos. A história co- __________________________________________
meça com o enterro do narrador que, depois, narra a __________________________________________
sua infância e juventude. __________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
VAMOS PRATICAR!
Estudante, com base no estudo realizado, chegou o Questão 2. Podemos considerar o espaço aberto
momento de você exercitar a habilidade de reconhe- ou fechado?
cer os elementos que compõem uma narrativa e o __________________________________________
conflito gerador. __________________________________________
Faça a leitura silenciosa do conto, a seguir. __________________________________________
__________________________________________
A disciplina do amor __________________________________________
Foi na França, durante a Segunda Grande guer- __________________________________________
ra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias,
pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Posta-
va-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Questão 3. Que palavras ou expressões do texto
Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e indicam lugar?
na maior alegria acompanhava-o com seu passinho __________________________________________
saltitante de volta à casa. A vila inteira já conhecia __________________________________________
o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe __________________________________________
festinhas e ele correspondia, chegava até a correr __________________________________________
todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar __________________________________________
atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento __________________________________________
em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jo-
vem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de Questão 4. Quando a história aconteceu?
esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, __________________________________________
fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em pé, __________________________________________
atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presen- __________________________________________
ça do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele vol- __________________________________________
tava para casa e levava sua vida normal de cachorro, __________________________________________
até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, __________________________________________
como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao
posto de espera. O jovem morreu num bombardeio
mas no pequeno coração do cachorro não morreu a Questão 5. O tempo é cronológico ou psicológi-
esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em co?
vão. Quando ia chegando àquela hora ele disparava __________________________________________
para o compromisso assumido, todos os dias. __________________________________________
Todos os dias, com o passar dos anos (a memó- __________________________________________
ria dos homens!) as pessoas foram se esquecendo __________________________________________
do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva __________________________________________
com um primo. Os familiares voltaram-se para ou- __________________________________________
tros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o
cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem
partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pes- Questão 6. Que palavras ou expressões do texto
soas estranhavam, mas quem esse cachorro está indicam tempo?
esperando… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o __________________________________________
focinho voltado para aquela direção. __________________________________________
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Dis- __________________________________________
ponível em: https://armazemdetexto.blogspot. __________________________________________
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__________________________________________ Os personagens são colocados em um mundo irreal
__________________________________________ ou mesmo realista, estando ao mesmo tempo sujei-
tos a decisões e passando por um processo cognitivo
de escolha obrigatória.
Questão 7. Quem são os personagens?
__________________________________________ A IMPORTÂNCIA DOS PERSONAGENS
__________________________________________ PARA A NARRATIVA
__________________________________________ Ao elaborar um texto, você precisa ter em mente qual
__________________________________________ é o seu objetivo perante o seu público.
__________________________________________
__________________________________________ Assim, há a possibilidade de criar uma narrativa que
consiga atingir esse diferencial. Se não houver um in-
tuito claro desde o início, o texto por si só tem o risco
Questão 8. Quais são os momentos da narrativa: de não transmitir a mensagem necessária.
situação inicial, conflito, clímax e desfecho? Nesse sentido, os personagens exercem uma impor-
__________________________________________ tante influência para alcançar esse intuito. Afinal, é
__________________________________________ por meio deles que conseguimos dar vida à fantasia
__________________________________________ fictícia.
__________________________________________ Para muitos escritores, esse é o ponto mais difícil de
__________________________________________ imaginar e de desenvolver em uma história. Muitos
__________________________________________ atribuem isso à enorme dificuldade de entrar em uma
pele diferente da nossa.
Para driblar esse obstáculo, é preciso adotar pontos
AULA 08 de vista que, às vezes, não têm nada a ver com os
dos escritores. Não importa se é sobre opiniões, valo-
D030_P. Reconhecer os ele-
res, sentimentos, emoções e pensamentos. Ou sim-
HABILIDADES mentos que compõem uma
plesmente sobre formas de ver o mundo em geral.
narrativa e o conflito gerador.
Elementos da narrativa: tipos de
Os personagens são aquelas criaturas misteriosas
CONTEÚDO(S) personagens. e por vezes completamente estranhas à nossa pró-
pria consciência. No entanto, o(a) escritor(a) precisa
construí-los bem, se quiser dar vida à sua história.
Estudante, daremos continuidade à nossa sequên-
cia didática. Nesta Aula 08, vamos trabalhar os tipos Afinal, uma história sem os tipos de personagens cer-
de personagens que aparecem em textos narrativos. tos acaba por ser uma história vazia e insubstancial.
O texto narrativo pode ser entendido como aquele Em algumas situações, os personagens nem são
que, de forma progressiva, expõe as mudanças de humanos, mas, sem dúvida, serão sempre acompa-
estado que acontecem com objetos, cenários e pes- nhados por um narrador humano, ou ao menos com
soas através do tempo. Em relação à sua composi- características que lembram as humanas.
ção, os personagens têm papel importante na cons-
trução do enredo - história, visto que é a partir da OS TIPOS DE PERSONAGENS
ação deles que a progressão dos acontecimentos se Descreveremos os 7 tipos de personagens mais ca-
desenvolverá. racterísticos nas narrativas. Esses tipos se repetem e
Veja a definição de personagem e depois note a im- se encaixam tanto em romances de literatura clássica
portância dos personagens em textos narrativos. quanto em narrativas em vídeo.
PERSONAGEM PROTAGONISTA
Podemos definir o personagem como o caráter de Os protagonistas são um daqueles tipos de persona-
cada um dos seres, sobrenaturais ou simbólicos, gens nos quais o enredo é centrado. É o personagem
concebidos pelo(a) autor(a)/escritor(a)/redator(a), principal. É o protagonista quem tem a preponderân-
que, dotados de uma vida própria, participam da ação cia dentro do trabalho.
de uma obra, seja ela literária ou audiovisual. São os personagens que capturam a atenção, estan-
Sendo ele mesmo a representação fictícia de um ser, do presentes em todo o trabalho ou na maior parte
com certa personalidade adquirida, o personagem dele. Há uma maior profusão deles em termos de de-
tem a capacidade de atuar em um conflito, com um talhes, dando atributos como bondade, força, cora-
papel principal. Ou, pelo contrário, secundário, mas gem, arrogância etc.
contribuindo com ideias decisivas que o resolvam. Muitas vezes, o protagonista se opõe a um antago-
23
nista ou enfrenta os vários desafios que o enredo co- jo do assassino de se afastar dele. Esse é o objetivo
loca em seu caminho. Ainda, costuma ser o foco de da superfície.
atenção das narrações.
O objetivo real é a competição pela versão da “verda-
de” que será conhecida. Será que um assassino será
FALSO PROTAGONISTA pego de alguma forma? O assassino certo vai para
O falso protagonista é um dos tipos de personagens a cadeia pelo crime? Quem o público pensará que
tidos como um recurso narrativo que, embora tenha cometeu o crime?
nascido na literatura, tem sido muito utilizado na ci- O oponente deve ser necessário ao protagonista. Ele
nematografia. é a única pessoa que pode atacar implacavelmente
Ele é chamado para qualquer narração na qual o en- a maior fraqueza do personagem principal. Por isso,
redo parece se desdobrar em torno de certo persona- ele deve ser tão complexo e valioso quanto o prota-
gem. No entanto, em algum momento da história, a gonista e igualmente humano.
ação acontecerá com outra pessoa. É possível construir um conjunto de oponentes que
Esse método é ideal para confundir os espectadores, atacam a maior fraqueza do protagonista de manei-
embora seja usual nos primeiros momentos de ação. ras diferentes.
Caso contrário, pode ser frustrante para o público, Diferentemente do antagonista, o oponente é um de-
por isso, o tempo disponível para desenvolvê-lo é safio passageiro na jornada do protagonista, e não o
muito breve. desafio final.
COPROTAGONISTA COADJUVANTE
É um dos tipos de personagens com a segunda maior Os coadjuvantes são tipos de personagens que têm
relevância na história. Ele se relaciona intimamente sua importância em um enredo menor que o dos pro-
com o protagonista e geralmente o acompanha em tagonistas. No entanto, em momentos diferentes,
sua jornada. eles tomam suas ações, declarações e intervenções,
O coprotagonismo pode ser exercido por apenas um ajudando na coerência do enredo e no seu desenvol-
ou por mais personagens. Eles também podem ser vimento.
usados como narradores da jornada do protagonista, Nesse sentido, sua entrada ou saída do enredo, as-
em um recurso para oferecer ainda mais grandeza à sim como suas ações, complementam as dos perso-
jornada que o protagonista passa. nagens principais.
ANTAGONISTA FIGURANTE
O antagonista é geralmente um personagem ou um O figurante tem uma função apenas ilustrativa, ou
grupo de personagens que se opõem ao personagem seja, são tipos de personagens que não se relacio-
principal da história, o protagonista. nam diretamente ou em nada com o enredo, bem
Ele também pode ser uma força ou instituição, como como com nenhum outro personagem relevante. Ele
um governo ou uma grande corporação, com a qual o é apenas uma composição de cena.
protagonista deve competir. Estudante, nem sempre o personagem principal será
Geralmente, o antagonista possui força equivalente uma pessoa. Você sabia disso? O vilão de uma histó-
ou superior ao do protagonista, que deverá, então, ria, por exemplo, pode ser uma doença ou algum ou-
se esforçar para derrotá-lo. Além disso, esses tipos tro obstáculo que esteja desequilibrando a narrativa.
de personagem, em específico, costumam apresen- Exemplos:
tar características exatamente opostas às do prota-
gonista. Na obra de Aluísio de Azevedo “O cortiço”, é este
local que figura como personagem principal.
Por exemplo, se em uma história o protagonista é
pobre e à margem da sociedade, o antagonista será Na literatura mais recente, como a trilogia de “O Se-
alguém rico e bem relacionado. nhor dos Anéis”, escrita pelo linguista J. R.R. Tolkien,
um objeto ocupa o lugar de personagem principal: o
anel. Por mais que haja herói e vilão, o anel é o per-
OPONENTE
sonagem principal.
Um verdadeiro oponente está em competição com o
Estudante, depois da explanação dos tipos de perso-
protagonista e quer impedir que o herói atinja seu de-
nagens de uma narrativa, o(a) professor(a) irá apre-
sejo. O objetivo real é muitas vezes escondido e per-
sentar a obra Campo Geral que é uma novela (tipo
manece oculto, mas é exatamente o que une os dois.
de gênero narrativo), de João Guimarães Rosa. Ela
Por exemplo, uma história de detetive não é sobre o conta a história do menino Miguilim, que mora, com
desejo de um detetive de pegar o assassino e o dese- a família, em Mutum, no estado de Minas Gerais. Ali,
24
ele vive sua infância em meio à natureza. Apesar de • Vaqueiro Jé
ter outros irmãos, Miguilim tem um carinho especial
• Vaqueiro Salúz
por Dito. O narrador relata os fatos pela perspectiva
de Miguilim, de forma a mostrar que ele é um indiví- • Vó Benvinda: mãe de Nhanina
duo complexo e que, apesar de criança, carrega em • Vovó Izidra: tia de Nhanina
si questões existenciais. Assim, o menino, como bom
observador, consegue perceber a tensão existente
entre seu pai e sua mãe.
VAMOS PRATICAR!
Assista à videoaula de 9 min sobre Campo Geral,
que o(a) professor(a) irá apresentar. Estudante, com base no estudo realizado, chegou o
momento de você exercitar a habilidade de reconhe-
cer os elementos que compõem uma narrativa e o
conflito gerador.
Junte-se com mais dois colegas para que possam
construir um personagem antagônico.
Construir um personagem antagônico envolve um
processo cuidadoso e criativo para desenvolver um
personagem que desafie e contrarie o protagonista.
Um bom antagonista é essencial para manter a ten-
são e o conflito em uma história, e, quando bem de-
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/lite- senvolvido, pode tornar-se tão memorável quanto o
ratura/campo-geral-guimaraes-rosa.htm#Resumo+-
da+obra+Campo+geral, Acesso em: 04 jan. 2025.
protagonista.
25
antagonista conforme necessário para garantir que os elementos que compõem uma narrativa e o con-
ele permaneça coerente e relevante à trama. flito gerador.
Lembre-se de que o processo de criação de um per- Em uma narrativa, a história é contada por alguém
sonagem antagônico pode ser tão complexo e gratifi- e esse papel é desempenhado pelo narrador. O nar-
cante quanto o desenvolvimento do protagonista. rador pode relatar os fatos a partir de perspectivas
diferentes, o que pode transformá-lo em um persona-
Um antagonista bem desenvolvido enriquecerá a nar-
gem, um observador ou um ser onisciente.
rativa e manterá o interesse do(a) leitor(a) do início
ao fim. Nesta Aula 09, vamos trabalhar os tipos de narrador
que aparecem em textos narrativos e suas caracte-
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rísticas.
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__________________________________________ Crédito da Imagem: Shutterstock. Disponível em:
https://www.portugues.com.br/literatura/tipos-de-nar-
__________________________________________ rador.html. Acesso em: 03 jan.2025.
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________ NARRADOR
__________________________________________ É aquele que conta a história, é o principal elemento
__________________________________________ da estrutura de uma narrativa. Também chamado de
__________________________________________ foco narrativo, representa a voz do texto.
__________________________________________
__________________________________________ O foco narrativo é a maneira de se narrar. Em um
__________________________________________ texto narrativo, é o narrador quem determina o foco,
__________________________________________ isto é, o ponto de vista.
__________________________________________ No entanto, há fundamentalmente dois modos de se
__________________________________________ narrar: em primeira pessoa ou em terceira pessoa.
__________________________________________ É possível observar em diferentes obras formas di-
__________________________________________ versas de expressão do ponto de vista.
__________________________________________
__________________________________________ COMO DEFINIR O FOCO NARRATIVO
__________________________________________
__________________________________________ Para uma melhor definição do foco narrativo vejamos
__________________________________________ as questões a seguir. Com base nessas perguntas, é
possível definir os tipos de narrador ou os modos e
pontos de vista apresentados no texto narrativo.
AULA 09
• Quem conta a história? E como ela é contada?
D030_P. Reconhecer os ele-
HABILIDADES mentos que compõem uma Essas perguntas são importantes, pois definirão se o
narrativa e o conflito gerador. narrador será participante da história e de que forma
ele participará dela (sendo personagem ou testemu-
Elementos da narrativa: tipos de
CONTEÚDO(S) narrador.
nha, por exemplo).
Estudante, esta é a terceira aula da nossa sequência • Qual é a posição ou ângulo assumido por quem
didática, correspondente à habilidade de reconhecer conta a história?
26
A posição ou ângulo assumido pela personagem dá e quem narra é um coadjuvante que evidencia a
indícios do envolvimento dela com a narrativa. Ela vê protagonista. A narrativa é construída, portanto,
os acontecimentos de cima? — posição privilegiada sob o ponto de vista de uma personagem que,
que concede uma visão ampla, porém superficial. Na dada a sua proximidade com a protagonista,
periferia? — posição à margem, mas profunda. consegue aproximá-la do leitor.
São essas algumas perguntas que complementam » Há, assim como no caso do narrador perso-
as indagações iniciais. Dentro da lógica exposta, o nagem protagonista, um fator de parcialidade.
narrador personagem é mais intenso em seus an- A testemunha ou coadjuvante descreve a ou-
seios, enquanto o narrador observador, por falta de tra personagem a partir do seu olhar. Ela pode
acesso ao conteúdo interno das outras personagens, achar o outro inteligente e sagaz, por exemplo,
é mais superficial. e, como não existe um contraponto, o leitor
constrói a mesma imagem parcial feita pela tes-
temunha.
• Quais são os canais de informação utilizados
para comunicar a história ao leitor? NARRADOR EM TERCEIRA PESSOA
O objetivo dessa pergunta é saber se há um ponto de Existem três tipos de narrador em terceira pessoa:
vista embasado em frases ditas ou pensamentos. O
narrador onisciente consegue acessar pensamentos • Narrador observador:
e emoções. Por outro lado, o observador ou o perso- » Conta uma história como alguém que a percebe
nagem testemunha não tem essa capacidade. de fora, sem participar ativamente dela.
» Por estar distante, a relação não é íntima. Preva-
• Qual é a distância estabelecida entre o leitor e lece certa neutralidade.
o narrador? » O distanciamento entre narrador e personagens
O narrador está próximo ou distante do leitor? Quan- acaba direcionando um foco maior aos acon-
to mais subjetivo ele for, maior a possibilidade de se tecimentos da narrativa (enredo) e menor às
estabelecer proximidade com o leitor. Por outro lado, emoções e anseios das personagens. O conhe-
quanto menos subjetivo, mais distante o narrador fica cimento das personagens por esse tipo de nar-
do leitor. O narrador personagem protagonista, por rador é mais superficial, com poucos detalhes.
exemplo, consegue estabelecer uma aproximação
muito maior do que o narrador observador.
• Narrador onisciente neutro:
OS TIPOS DE NARRADOR » De forma distinta do narrador observador, este
conhece intimamente todas as personagens. Ele
O texto narrativo pode apresentar dois tipos de nar-
sabe de todas as emoções e pensamentos das
rador.
personagens, mas procura agir de forma neutra,
não os revelando repentinamente.
NARRADOR EM PRIMEIRA PESSOA
» É imparcial e não tem intenção de influenciar o
Existem dois tipos de narrador em primeira pessoa: leitor, ou seja, prevalece a neutralidade.
• Narrador personagem protagonista: » Por possuir acesso ao que é íntimo (emoções e
» Possui relação íntima com a narrativa, pois ela pensamentos), ele sai da superficialidade e vai
gira em torno do narrador. mais a fundo, provocando maior imersão do lei-
tor na condição das personagens.
» Sua visão é subjetiva, isto é, traz a opinião, as
emoções, os sentimentos e os pensamentos do
narrador. • Narrador onisciente intruso:
» Estabelece uma relação de proximidade e, em Assim como o narrador onisciente neutro, conhece
consequência, de parcialidade. O narrador apre- as emoções e pensamentos das personagens.
senta ao leitor situações particulares que outras
personagens desconhecem. Nesse aspecto, o Dá profundidade às personagens. No entanto, de for-
texto é também parcial, pois só se tem acesso à ma distinta do narrador onisciente neutro, emite opi-
opinião do narrador protagonista, não havendo nião e procura induzir o leitor a concordar com ele.
espaço para o outro ângulo da situação. Prevalece, portanto, a parcialidade.
Estudante, depois das explicações sobre os tipos
de narrador, leia os fragmentos a seguir e identifique
• Narrador personagem testemunha: neles, qual o tipo de narrador, em que pessoa eles
» A narrativa gira em torno de outra personagem, se apresentam e aponte as características do tipo de
27
narrador. insignificantes ou banais que não pude me
sentir justificado em expô-los perante o pú-
Fragmento 1:
blico.
O rosto de Spade estava calmo. Quando (Arthur Conan Doyle)
seu olhar encontrou o dela, seus olhos
amarelo-pardos brilhavam por um instante
com malícia e depois tornaram-se de novo
inexpressivos — Foi você que fez isso? Qual o tipo de narrador?
— perguntou Dundy à moça, mostrando __________________________________________
com a cabeça a testa ferida de Cairo. Ela __________________________________________
olhou de novo para Spade, que não corres- __________________________________________
pondeu absolutamente ao apelo dos seus
olhos. Encostado ao batente, observava os
circunstantes com ar educado e desprendi- Em que pessoa ele se apresenta?
do de um espectador desinteressado. __________________________________________
(O falcão maltês, Dashiel Hammett). __________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
Qual o tipo de narrador? __________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________ Qual(is) a(s) característica(s) desse tipo de nar-
rador?
Em que pessoa ele se apresenta? __________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
Qual(is) a(s) característica(s) desse tipo de nar-
rador?
__________________________________________ VAMOS PRATICAR!
__________________________________________ Estudante, com base no estudo realizado, chegou o
__________________________________________ momento de você exercitar a habilidade de reconhe-
__________________________________________ cer os elementos que compõem uma narrativa e o
__________________________________________ conflito gerador.
__________________________________________
__________________________________________ Analise com cuidado as duas questões a seguir. De-
__________________________________________ pois, responda o porquê de ter chegado a esses ga-
__________________________________________ baritos. Quais características foram marcantes para
fazer você chegar a esses resultados.
Leia e responda às questões.
Fragmento 2:
O ESTUDANTE
Passando os olhos na série um tanto incoe-
rente de casos com que procurei ilustrar al- Meu nome é Roberto. Tenho 15 anos. Estou es-
gumas das peculiaridades mentais de meu crevendo a vocês porque preciso desabafar a grande
amigo Sherlock Holmes, impressionou-me dor que queima lá dentro. Poderia desabafar com um
a dificuldade que tive em escolher exem- parente qualquer. Mas a mágoa é grande demais, tão
plos que atendessem a meu propósito sob grande que transborda do meu coração e enche o
todos os aspectos. Pois naqueles casos em universo.
que Holmes realizou algum tour de force de Então fiquei horas e horas em meu quarto, indo
raciocínio analítico e demonstrou o valor de de um lado para o outro, num desespero sem fim,
seus métodos peculiares de investigação, até que uma luz clareou o meu cérebro. Então, sen-
os próprios fatos foram muitas vezes tão tei-me e comecei a lhes escrever. Vocês, por favor,
28
perdoem a letra trêmula que não vem de meu estado os elementos que compõem uma narrativa e o con-
emocional, mas sim da terra úmida que cai de minha flito gerador.
mão, apesar de já fazer horas que as enchi e não tive
Nesta Aula 10, vamos trabalhar os tipos de discursos
coragem de jogar sobre o caixão de meu irmão.
que aparecem em textos narrativos.
CARRARO, Adelaide. Disponível em: https://www.
tudosaladeaula.com/2023/03/simulado-sobre-os-ele- Você sabia que para introduzir as falas e os pensa-
mentos-da-narrativa-descritor-10-saeb-9o-ano/#goo- mentos dos personagens são utilizados, no gênero
gle_vignette. Acesso em: 04 jan. 2025. narrativo, tipos de discursos e que seu uso varia de
acordo com a intenção do narrador?
Questão 1. O trecho abaixo que aponta um narra-
dor personagem é:
A) “... a grande dor que queima...”
B) “Mas a mágoa é grande...”
C) “Então fiquei horas e horas.”
D) “... tão grande que transborda.”
CLÍCIE
Clície era uma ninfa aquática apaixonada por
Apolo, o deus do sol. Como Apolo não correspondia
ao seu amor, ela ficou debilitada e passou a sentar
Disponível em: https://youtu.be/3sYto6OMF54?-
por vários dias no chão frio, se alimentando de suas si=AU8coYP1usAX1yj_. Acesso em: 10 jan.2025.
próprias lágrimas e do orvalho.
Para Clície, apenas o sol, representando sua pai- Estudante, assista ao vídeo acima, da Profa. Lis, so-
xão por Apolo, importava. Ela passou a acompanhar bre os tipos de discurso, no canal “Português sem en-
todo o seu percurso, desde o nascer até o crepús- rolação”. O vídeo tem apenas 4 minutos e apresenta,
culo. Assim, seus pés se enraizaram no chão e seu de forma resumida, os tipos de discursos.
rosto tornou-se uma flor que gira sobre sua própria Tipos de discursos:
haste, voltada sempre para o sol, recebeu o nome de
girassol. DISCURSO DIRETO
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/. No discurso direto, o narrador dá uma pausa na sua
Acesso em: 04 jan. 2025. narração e passa a citar fielmente a fala do persona-
gem.
Questão 2. Quem conta essa história é um
O objetivo desse tipo de discurso é transmitir au-
A) narrador que conhece o pensamento das perso- tenticidade e espontaneidade. Assim, o narrador se
nagens. distancia do discurso, não se responsabilizando pelo
que é dito.
B) narrador que faz interferências durante a história.
Pode ser também utilizado por questões de humilda-
C) narrador que observa os acontecimentos para de- de - para não falar algo que foi dito por um estudioso,
pois narrá-los. por exemplo, como se fosse de sua própria autoria.
D) personagem que narra os fatos acontecidos com
ele.
Características do Discurso Direto:
• Utilização dos verbos da categoria dicendi, ou seja,
aqueles que têm relação com o verbo “dizer”. São
AULA 10 chamados de “verbos de elocução”, a saber: falar,
responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar,
D030_P. Reconhecer os ele-
dentre outros.
HABILIDADES mentos que compõem uma
narrativa e o conflito gerador. • Utilização dos sinais de pontuação: travessão, ex-
Elementos da narrativa: tipos de clamação, interrogação, dois pontos, aspas.
CONTEÚDO(S) narrador. • Inserção do discurso no meio do texto - não neces-
sariamente numa linha isolada.
Estudante, esta é a quarta aula da nossa sequência
didática, correspondente à habilidade de reconhecer
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Exemplos de Discurso Direto:
Discurso Direto Discurso Indireto
1. Os formados repetiam: “Prometo cumprir meus de-
Sou a pessoa com
veres e respeitar meus semelhantes com firmeza e
honestidade.” quem falou há pouco.
(enunciado no presen-
2. O réu afirmou: “Sou inocente!”
te)
3. Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar:
Não li o jornal hoje.
- Alô, quem fala?
(enunciado no pretérito
- Bom dia, com quem quer falar? - respondeu com perfeito)
tom de simpatia.
O que fará relativa-
DISCURSO INDIRETO mente sobre aquele
No discurso indireto, o narrador da história interfe- assunto? (enunciado no
re na fala do personagem preferindo suas palavras. futuro do presente)
Aqui não encontramos as próprias palavras do per- Não me ligues mais!
sonagem.
(enunciado no modo
imperativo)
Características do Discurso Indireto: Isto não é nada agra-
• O discurso é narrado em terceira pessoa. dável. (pronome de-
• Algumas vezes são utilizados os verbos de elocu- monstrativo - 1.ª pes-
ção, por exemplo: falar, responder, perguntar, inda- soa)
gar, declarar, exclamar. Contudo, não há utilização
Vivemos muito bem
do travessão, pois geralmente as orações são su-
bordinadas, ou seja, dependem de outras orações, aqui. (advérbio de lugar
o que pode ser marcado, por meio da conjunção aqui)
“que” (verbo + que).
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/
discurso-direto-indireto-e-indireto-livre/. Acesso em:
Exemplos de Discurso Indireto: 12 jan. 2025.
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REFERÊNCIAS
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TODA MATÉRIA. Atividades de interpretação de charges. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/
atividades-de-interpretacao-de-charges/. Acesso em: 12 jan. 2025.
TODA MATÉRIA. Discurso direto, indireto e indireto livre. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/
discurso-direto-indireto-e-indireto-livre/. Acesso em: 12 jan. 2025.
TODA MATÉRIA. Elementos da narrativa. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/elementos-da-nar-
rativa/. Acesso em: 22 jan. 2025.
TUDO SALA DE AULA. Atividade / Simulado de Português. Disponível em: https://www.tudosaladeaula.
com/2020/08/atividade-simulado-de-portugues-2o-ano-ef-inferir-informacoes-implicitas-interpretacao-e-com-
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TODA SALA DE AULA. Atividade com Charges. Disponível em: https://www.tudosaladeaula.com/2023/02/
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TUDO SALA DE AULA. Atividade sobre Fato e Opinião. Disponível em: https://www.tudosaladeaula.
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