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TRABALHO MAÇÔNICO
2o Semestre de 2021
O movimento Rosa-Cruz e a Maçonaria
Autor: Ir∴Marcos Paulo Ramos
Or∴de São José dos Campos, 27 de setembro de 2021
Introdução
Toda organização, grupo, Ordem, possui início em algum movimento e sempre
possui, em sua criação, um objetivo fixo. Às vezes, grupos diferentes podem acabar
possuindo uma mesma característica devido às suas bases serem iguais. Referente a isto, este
trabalho teve como objetivo estudar o movimento Rosacruz e sua relação com a maçonaria.
Este movimento, embora possa-se relacionar principalmente com a ordem Rosa-Cruz, não
pertence totalmente a ela (caso decida-se falar apenas sobre os aprendizados).
Com base nestes estudos, notou-se que tanto nossa Ordem quanto a Rosacruz
possuem ensinamentos parecidos, tendo por objetivo alcançar o aperfeiçoamento humano.
A ordem Rosa-Cruz
Esta Ordem é um grupo místico e filosófico formado com o objetivo de ensinar todos
seus membros sobre os mistérios do mundo e sobre si mesmos (já aqui pode-se notar a
semelhança entre eles e a Maçonaria). Embora existam diferentes ordens rosacruz, elas visam
continuar seguindo os ideais da primeira Ordem criada na Europa (por Christian Rosenkreuz,
monge alemão - 1400).
Especula-se que esta Ordem teve como base as escolas egípcias de mistérios de 3600
anos atrás. Diz-se que estes ensinamentos, passados de mestre a mestre (das artes ocultas),
foram passados para Christian Rosenkreuz em suas viagens a alguns países (Egito, Marrocos
e Damasco). Após isso, ele então criou uma ordem para poder passar estes ensinamentos
(Casa Sancti Spiritus), Porém, esta ordem acabou desaparecendo por um tempo após sua
morte.
No século 17, o pastor luterano Johann Andreae encontrou a tumba de RosenKreuz e
isto incentivou o renascimento da Ordem. Após esse encontro, o pastor luterano escreveu 3
obras onde, além de contar a vida do mentor da roza-cruz, utilizava-os para contar ao mundo
sobre os objetivos desta Ordem (sem apresentar os segredos de tal - estes segredos eram
apresentados apenas aos iniciados). Os 3 manifestos escritos eram intitulados por: “Fama
Fraternitatis Rosae Crucis”, “Confessio Fraternitatis Rosae Crucis” e “As Núpcias
Químicas de Christianus Rosenkreutz". Após isso, a Ordem se desenvolveu e espalhou-se
para todo o planeta com vários grupos diferentes se declarando herdeiros destes
ensinamentos.
No primeiro manifesto, era falado sobre a vida de Rosenkreuz e sua peregrinação
entre os países árabes onde aprendeu seus ensinamentos.
Rosa-Cruz e Maçonaria
Foi a partir do século XVII que se iniciou a junção dos maçons especulativos e
operativos. Os chamados maçons aceitos eram, em sua maioria, burgueses, escritores,
pensadores, entre outros. Esta junção trouxe à Ordem o início das discussões sobre as artes
liberais: o Trivium e o Quadrivium. O primeiro refere-se a Lógica, a Gramática e a Retórica
que tinham como objetivo desenvolver a expressão da linguagem. Já o segundo, refere-se a
Iniciação - Ir Marcos Paulo Ramos
ARLS Cavaleiros de São João, 872
Aritmética, Música, Geometria e Astronomia. Ainda é interessante notar que o Trivium e o
Quadrivium encontram-se em nosso avental (segundo alguns mestres).
Com o passar do tempo, alguns destes maçons ganharam o apelido de ‘Rosa-Cruz’,
apelido esse referente às suas viagens feitas ao Oriente (local onde acabou-se por aprender
com os sábios islâmicos que lhes ensinaram as ciências do universo). Ainda, fala-se que a
Rosa-Cruz teve origem com os templários (estes, com os ensinamentos aprendidos,
trouxeram reformas políticas, religiosas, artísticas, filosóficas e científicas), segundo o
filósofo belga Émile Dantinne (século XIX).
O movimento Rosa-Cruz e os templários
Após a divisão dos templários (parte foi para Portugal, fundando a escola de sagres, e
parte foi para escócia, fundando a Maçonaria dos antigos e aceitos), ainda manteve-se forte o
movimento Rosa-Cruz e, em seu ponto de maior importância, teve-se forte repercussão no
mundo (principalmente na França, onde o grão-mestre Jacques Demolay foi morto
injustamente), manifestado publicamente a partir do século XVII.
Em 1623, em Paris, foram feitos panfletos espalhados pela cidade informando sobre a
enigmática irmandade Rosa-Cruz, para tal ato, foi escolhido o mesmo local onde Jacques
Demolay fora antes assassinado. Esse ato, causou a curiosidade de todos por frases tais como:
“deputados do colégio Rosa-Cruz”, “homens invisíveis", “falam todas as línguas", “vencer a
morte” , entre outras tantas coisas. Assim, criando um "tumulto na sociedade”. Assim como
nos nossos textos, este movimento estava repleto de simbolismos e frases confusas das quais
apenas aqueles destinados a elas podiam entender. Embora fossem enigmáticos tanto este
manifesto quanto os demais feitos possuem alguns pontos que puderam ser identificados,
sendo os mais importantes:
- A lenda egípcia da peregrinação de Ísis e a ressurreição de Osíris;
- Elementos da Arte Real relativos à morte e reencontro de um mestre;
- O arquétipo da viagem representado nas "circum ambulações iniciáticas";
- O arquétipo do casamento sagrado ou hierosgamos;
- Princípios da restauração do cristianismo original inspirado na Reforma Protestante;
- O encontro do Ocidente com o conhecimento islâmico;
- Reminiscências da Ordem do Templo e o assassinato de seu último Grão-Mestre,
Jacques de Molay.
Partindo agora, sobre este panfleto espalhado, assim como os manifestos feitos sobre
Rosenkreuz (comentados durante a organização rosacruz), deixam-se a entender para alguns
que seriam uma forma de reorganizar a Ordem do Templo (extinta em meados de 1312).
Assim como em seu túmulo encontrado, leva-se a crer este mesmo objetivo: Na parede que
obstruindo a entrada estava escrito: "post 120 annos patebo" (após 120 anos serei
encontrado). No centro da construção havia um altar cilíndrico com a inscrição: "A C. RC.
hoc universi compendium unius mih sepulcrum feci" (a Christian Rosenkreuz, compêndio
único do universo, fiz este túmulo). Em volta de um primeiro círculo, lia-se "Jesus mihi
omnia" (Jesus é tudo para mim); no círculo do meio, quatro figuras com as inscrições:
"Nequaquam Vaccum" (em parte alguma o vácuo); "Legis Jugum" (o jugo da lei); "Libertas
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Evangelii" (a liberdade do Evangelho); "Dei Gloria Intacta" (a Glória de Deus é inatacável)
expressões cristãs, Templárias e da predileção reformista.
Ainda em seu túmulo, fala-se estar o seu corpo mumificado (como um símbolo a esta
Ordem - ordem dos cristão da rosa e cruz ou apenas rosacruz), onde segurava-se em suas
mãos o livro T, ao seu lado repousavam a bíblia , um vocabulário, seu itinerário de viagens,
sua bibliográfica e, escrito na tumba, encontravam-se as seguintes palavras: "Ex Deo
nascimur, in Jesu morimur, per spiritum reviviscimus" (em Deus nascemos, em Jesus
morremos e ressuscitamos pelo Espírito).
O T representa a verdade e a luz da mente (também é uma referência a última letra do
vocabulário hebraico - taw). Esta letra hebraica é mencionada pelo profeta Ezequiel (capítulo
IX, v. 4): "Passa pelo centro de Jerusalém e marca com um T as testas dos homens que
suspiram e que gemem por causa das abominações que se cometem". Este mesmo símbolo
aparece de forma sutil no livro de Amon: "Eis que vou passar um fio de prumo no meio do
meu povo e não tornarei a perdoá-lo". A frase presente no túmulo representa a existência de
uma ciência capaz de conduzir o homem aos planos do G.A.D.U., sendo isto a representação
de uma jornada espiritual do iniciado em busca da sua reintegração com este caminho.
A referência a descoberta de um corpo pode-se ser entendida como uma forma
alegórica de dizer-se que ao se abrir o túmulo foi possível reencontrar a sabedoria que estava
velada durante o período de perseguição (referente a igreja). As iniciais neste túmulo são
referências ao ideal de todo rosacruciano. Assim sendo, o nome Christian Rosenkreutz
pode-se ser entendido como uma referência ao movimento ser um movimento cristão com
referências em Cristo. Fato este, pois Christian Rosenkreutz significa Christus Rosae Crucis (
"Rosa Cruz de Cristo" ).
Em minhas pesquisas, encontrei que esta referência ocorre também no grau 18 da
Maçonaria (Cavaleiros da Rosa-Cruz), embora não saiba falar sobre gostaria de deixar
registrado como um comentário aos Irmãos que conhecem.
Conclusão
Embora a quando se fala de movimento Rosacruz, não se fala exatamente da Ordem
de mesmo nome, é importante se falar desta pois ela foi uma de vários grupos influenciados
por tal movimento. Além disso, nota-se neste movimento vários preceitos presentes em nossa
Ordem e formatos de passagem de ensinamentos. Assim, pode-se dizer que ambas ordens
possuem uma relação fraternal (embora sejam independentes), possuindo como objetivo
comum principal o aperfeiçoamento humano.
Referências Bibliográficas
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https://www.freemason.pt/o-movimento-rosa-cruz-e-a-maconaria/
http://www.lealdadeeluz.org.br/index.php/noticias/127-o-movimento-rosa-cruz-e-a-maconari
a
https://ordematma.wixsite.com/ordematma/manifesto-rosacruz
https://www.amorc.org.br/perguntas-frequentes/
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http://www.eliphaslevi.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=30&friurl=:-A-Ordem-Ros
acruz-e-a-Maconaria-:
https://essenciamaconica.blogspot.com/2012/10/similaridades-entre-ordem-rosacruz-e.html
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