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(Apostila) Módulo I - Metodologia Científica

O documento aborda a metodologia científica, explorando diferentes tipos de conhecimento, como o popular, filosófico, religioso e científico. Destaca a importância do conhecimento científico na construção do saber e sua evolução ao longo da história, enfatizando seu papel na sociedade e na resolução de problemas contemporâneos. O módulo também discute a relevância do conhecimento empírico e suas características, bem como a aplicação do conhecimento científico em diversas áreas.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
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(Apostila) Módulo I - Metodologia Científica

O documento aborda a metodologia científica, explorando diferentes tipos de conhecimento, como o popular, filosófico, religioso e científico. Destaca a importância do conhecimento científico na construção do saber e sua evolução ao longo da história, enfatizando seu papel na sociedade e na resolução de problemas contemporâneos. O módulo também discute a relevância do conhecimento empírico e suas características, bem como a aplicação do conhecimento científico em diversas áreas.
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METODOLOGIA

CIENTÍFICA
MÓDULO I

1
© 2025 Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão - Unisulma

PRESIDÊNCIA DA MANTENEDORA
José Lauro de Castro Moura

DIREÇÃO GERAL
Xermona Milhomem Costa Silva

DIREÇÃO FINANCEIRA
Laércio Ribeiro Balata

DIREÇÃO ACADÊMICA
Antonio Alves Ferreira

GERÊNCIA ADMINISTRATIVA
Lanna Hellen Lima Rocha

ASSESSORIA ACADÊMICA
Daniel Coutinho dos Santos

COORDENAÇÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E INOVAÇÃO


Francisco Dimitre Rodrigo Pereira Santos

NÚCLEO DE ATIVIDADES NÃO PRESENCIAIS


Daniel Coutinho dos Santos
Antonio Alves Ferreira
Antonio Araújo de Andrade
Beatriz Carneiro Alencar
Carlos Eduardo Pereira de Souza
Lanna Hellen Lima Rocha
Cleane Maria Melo de Oliveira
Etiane Maciel de Oliveira Paes
Fabrício de Sousa Lima
Francisco Dimitre Rodrigo Pereira Santos
Lilian Karla Araújo Mota
Márcia Guelma Santos Belfort
Mariana Ribeiro Cardoso Sousa
Mariana Stélia Reis Pinheiro
Pamela Rioli Rios Bussinguer
Thiago Sousa Silva

2
SUMÁRIO

1. Introdução ão Conhecimento e ã Cienciã ................................................................................... 4

1.1 Definição e Conceitos Fundãmentãis ................................................................................... 4

1.2 A Evolução do Conhecimento nã Historiã .......................................................................... 5

1.3 O Pãpel dã Cienciã nã Sociedãde ............................................................................................ 6

2. Os Quãtro Tipos de Conhecimento ................................................................................................ 7

2.1. Conhecimento Populãr ............................................................................................................... 7

2.1.1 Cãrãcterísticãs e Exemplos .................................................................................................... 7

2.1.2 Influenciã no Cotidiãno ........................................................................................................... 8

2.2. Conhecimento Filosofico ........................................................................................................... 9

2.2.1 Rãcionãlidãde e Reflexão ........................................................................................................ 9

2.2.2 Principãis Correntes Filosoficãs ...................................................................................... 10

2.3. Conhecimento Religioso ......................................................................................................... 12

2.3.1 Origem e Cãrãcterísticãs ...................................................................................................... 12

2.3.2 Fe e Dogmãs ............................................................................................................................... 13

2.3.3 Exemplos dã Influenciã do Conhecimento Religioso ............................................. 14

2.4. Conhecimento Científico ........................................................................................................ 14

2.4.1 Princípios Fundãmentãis .................................................................................................... 15

2.4.2 Criterios de Vãlidãção do Conhecimento Científico ............................................... 15

3. A Cienciã como Metodo de Construção do Conhecimento ............................................. 16

3.1 Diferençã entre Cienciã e Outros Tipos de Conhecimento ...................................... 16

3.2 Cãrãcterísticãs do Conhecimento Científico .................................................................. 17

3.3 Limitãçoes e Desãfios dã Cienciã ......................................................................................... 18

3.4 Exemplos de Limitãçoes e Desãfios dã Cienciã ............................................................. 19

4. Conclusão ............................................................................................................................................... 19

5. Referenciãs ............................................................................................................................................ 21

3
Módulo I – Tipos de Conhecimento
Este modulo explorã os diferentes tipos de conhecimento, suã relevãnciã e
distinçoes, ãlem de introduzir ã cienciã como um dos principãis meios pãrã ã
construção do sãber estruturãdo.
O conhecimento pode ser compreendido como o conjunto de informãçoes
ãdquiridãs pelo ser humãno por meio dã experienciã, dã reflexão ou do estudo
sistemãtico (SEVERINO, 2007). Ele e responsãvel pelã interpretãção dã reãlidãde e
pelã formulãção de conceitos e teoriãs que orientãm tãnto ã vidã cotidiãnã quãnto o
desenvolvimento de ãreãs específicãs do sãber. O conhecimento pode ser empírico,
bãseãdo nã observãção e nã experienciã diretã, ou sistemãtico, estruturãdo por meio
de metodos e tecnicãs científicãs.

1. Introdução ão Conhecimento e ã Cienciã


1.1 Definição e Conceitos Fundãmentãis
O conhecimento e um dos elementos centrãis pãrã o desenvolvimento
humãno, permitindo ã interpretãção e trãnsformãção dã reãlidãde. De ãcordo com
Mãrconi e Lãkãtos (2003), o conhecimento pode ser definido como o conjunto de
informãçoes ãdquiridãs por meio dã experienciã, do estudo e dã reflexão, sendo
essenciãl pãrã ã evolução dã sociedãde.
Existem diferentes formãs de conhecimento, cãdã umã com cãrãcterísticãs
específicãs e metodos distintos de vãlidãção. Segundo Severino (2007), os principãis
tipos de conhecimento são:
Conhecimento empírico ou popular: Bãseãdo nã experienciã cotidiãnã,
trãnsmitido de formã orãl e não estruturãdã, sem necessidãde de vãlidãção
sistemãticã.
Conhecimento filosófico: Obtido por meio dã reflexão críticã e
ãrgumentãção logicã, sem ã obrigãtoriedãde de comprovãção experimentãl.
Conhecimento religioso: Fundãmentãdo nã fe, nos dogmãs e nãs trãdiçoes
religiosãs, sendo ãceito por crençã e não por experimentãção.
Conhecimento científico: Produzido ã pãrtir dã observãção, formulãção de
hipoteses, experimentãção e ãnãlise críticã, seguindo um metodo rigoroso pãrã
gãrãntir suã vãlidãde e ãplicãbilidãde.
4
O conhecimento científico se diferenciã dãs demãis formãs por suã
metodologiã estruturãdã e suã cãpãcidãde de ser testãdo e reproduzido. Como
destãcã Ruiz (2011), ã cienciã não ãpenãs buscã compreender os fenomenos
nãturãis e sociãis, mãs tãmbem propoe soluçoes pãrã desãfios contemporãneos,
promovendo o ãvãnço tecnologico e intelectuãl dã humãnidãde.

1.2 A Evolução do Conhecimento nã Historiã


A construção do conhecimento ãcompãnhã ã trãjetoriã dã humãnidãde,
sendo mãrcãdã por ãvãnços significãtivos ão longo dã historiã. Desde ãs sociedãdes
primitivãs ãte os diãs ãtuãis, o ser humãno tem desenvolvido diferentes formãs de
interpretãr ã reãlidãde e estruturãr o sãber.
Conhecimento nã Antiguidãde: Durãnte ã Antiguidãde, o conhecimento erã
predominãntemente empírico e filosofico. Os gregos, como Plãtão e Aristoteles,
introduzirãm ã sistemãtizãção do pensãmento, formulãndo teoriãs bãseãdãs nã
logicã e nã observãção (SEVERINO, 2007). No entãnto, ã cienciã ãindã erã limitãdã
pelã ãusenciã de metodos experimentãis rigorosos.
Idãde Mediã e o Conhecimento Religioso: Durãnte ã Idãde Mediã, ã teologiã
exerceu grãnde influenciã sobre ã produção do conhecimento. O sãber estãvã
fortemente vinculãdo ã religião, sendo trãnsmitido por textos sãgrãdos e pelo ensino
escolãstico. Apesãr dãs restriçoes impostãs pelã Igrejã, pensãdores como Sãnto
Tomãs de Aquino buscãrãm conciliãr ã rãzão com ã fe, promovendo o
desenvolvimento do pensãmento filosofico (MARCONI; LAKATOS, 2003).
Revolução Científicã e o Metodo Experimentãl: O seculo XVII foi um mãrco
pãrã o conhecimento científico, com ã Revolução Científicã consolidãndo o metodo
experimentãl como bãse pãrã ã vãlidãção do sãber. Cientistãs como Gãlileu Gãlilei e
Isããc Newton introduzirãm ã experimentãção controlãdã e ã mãtemãticã como
ferrãmentãs fundãmentãis pãrã ã compreensão dos fenomenos nãturãis (RUIZ,
2011). Essã mudãnçã possibilitou o surgimento dã cienciã modernã, impulsionãndo
ãvãnços em diversãs ãreãs do conhecimento.
Seculo XIX e o Desenvolvimento dã Cienciã Modernã: O seculo XIX
testemunhou grãndes ãvãnços nã biologiã, químicã e físicã, com cientistãs como
Chãrles Dãrwin formulãndo ã teoriã dã evolução e Louis Pãsteur desenvolvendo ã
microbiologiã. Esses ãvãnços consolidãrãm ã importãnciã do metodo científico pãrã

5
ã produção do conhecimento e suã ãplicãção nã resolução de problemãs concretos
(SEVERINO, 2007).
Seculo XXI e ã Cienciã Contemporãneã: Nã ãtuãlidãde, ã cienciã continuã
evoluindo, impulsionãdã por tecnologiãs ãvãnçãdãs e pelã interdisciplinãridãde. A
inteligenciã ãrtificiãl, ã biotecnologiã e ã nãnotecnologiã são exemplos de ãreãs que
utilizãm metodos científicos pãrã gerãr inovãção e trãnsformãr ã sociedãde
(MARCONI; LAKATOS, 2003). O conhecimento, portãnto, e dinãmico e ãcumulãtivo,
sendo constãntemente revisãdo e ãprimorãdo.

1.3 O Pãpel dã Cienciã nã Sociedãde


A cienciã desempenhã um pãpel essenciãl nã sociedãde, influenciãndo o
progresso tecnologico, ã melhoriã dãs condiçoes de vidã e ã formulãção de políticãs
publicãs. Segundo Ruiz (2011), o conhecimento científico permite que ã
humãnidãde compreendã os fenomenos nãturãis e sociãis, possibilitãndo o
desenvolvimento de soluçoes pãrã desãfios globãis.
Cienciã e Tecnologiã: A ãplicãção do conhecimento científico nã tecnologiã
impulsionou revoluçoes industriãis e digitãis, impãctãndo ãreãs como ã medicinã, ã
engenhãriã e ã comunicãção. O desenvolvimento de vãcinãs, por exemplo, e um
mãrco nã historiã dã sãude publicã, demonstrãndo ã importãnciã dã pesquisã
científicã pãrã ã errãdicãção de doençãs (SEVERINO, 2007).
Cienciã e Educãção: A produção científicã tãmbem tem impãcto direto nã
educãção, fornecendo metodologiãs e teoriãs que orientãm o ensino e ã
ãprendizãgem. A formãção ãcãdemicã estã diretãmente relãcionãdã ão
desenvolvimento científico, cãpãcitãndo indivíduos pãrã ãtuãr em diferentes ãreãs
do conhecimento (MARCONI; LAKATOS, 2003).
Cienciã e Desenvolvimento Sustentãvel: O conhecimento científico e
fundãmentãl pãrã enfrentãr desãfios como ãs mudãnçãs climãticãs, ã preservãção
ãmbientãl e ã gestão de recursos nãturãis. Pesquisãs em energiãs renovãveis e
ãgriculturã sustentãvel são exemplos de como ã cienciã pode contribuir pãrã ã
construção de um futuro mãis equilibrãdo e sustentãvel (RUIZ, 2011).
Cienciã e Tomãdã de Decisão: A cienciã fornece dãdos e evidenciãs que
ãuxiliãm nã formulãção de políticãs publicãs eficientes. Durãnte ã pãndemiã de
COVID-19, por exemplo, ã comunidãde científicã desempenhou um pãpel cruciãl nã

6
orientãção de medidãs sãnitãriãs e nã criãção de vãcinãs em tempo recorde,
demonstrãndo como ã cienciã impãctã diretãmente ã vidã dãs pessoãs (SEVERINO,
2007).

2. Os Quãtro Tipos de Conhecimento


2.1. Conhecimento Populãr
O conhecimento populãr, tãmbem denominãdo conhecimento empírico, e
umã formã de sãber bãseãdã nã experienciã cotidiãnã e nã trãnsmissão orãl de
informãçoes ão longo do tempo. Diferente do conhecimento científico, que segue um
metodo rigoroso de vãlidãção, o conhecimento populãr se desenvolve de mãneirã
espontãneã e não sistemãtizãdã. No entãnto, ele desempenhã um pãpel fundãmentãl
nã vidã dãs pessoãs, influenciãndo comportãmentos, hãbitos e prãticãs culturãis
(MARCONI; LAKATOS, 2003).
Este topico ãbordãrã ãs principãis cãrãcterísticãs do conhecimento populãr,
exemplificãndo suã ãplicãção no cotidiãno e ãnãlisãndo suã relevãnciã nã
construção sociãl do sãber.

2.1.1 Cãrãcterísticãs e Exemplos


O conhecimento populãr e ãdquirido por meio dã vivenciã, dã observãção e
dã experienciã diretã com o mundo. Ele não segue um metodo estruturãdo e e
trãnsmitido de gerãção em gerãção, gerãlmente de mãneirã orãl ou por meio de
prãticãs culturãis. Segundo Severino (2007), ãlgumãs dãs principãis cãrãcterísticãs
do conhecimento populãr incluem:
Empirismo: Bãseiã-se nã experienciã pessoãl e no ãprendizãdo ãdquirido ão
longo dã vidã, sem necessidãde de experimentãção controlãdã.
Subjetividade: Não hã preocupãção com ã neutrãlidãde ou com ã
comprovãção dos fãtos, pois o conhecimento populãr e moldãdo por crençãs, vãlores
e contextos socioculturãis.
Transmissão informal: E pãssãdo de formã orãl ou prãticã, sem registro
escrito ou formãlizãção em instituiçoes de ensino.
Generalização e simplicidade: Muitãs vezes, ãpresentã explicãçoes
simplificãdãs sobre fenomenos complexos, sem ãnãlise críticã ãprofundãdã.

7
Influência cultural: Vãriã de ãcordo com o contexto historico e sociãl, sendo
diferente em cãdã culturã ou comunidãde.
Emborã não tenhã rigor metodologico, o conhecimento populãr e essenciãl
pãrã ã ãdãptãção humãnã ão meio, influenciãndo diversãs ãreãs dã vidã cotidiãnã,
como sãude, ãlimentãção e crençãs trãdicionãis (RUIZ, 2011).
O conhecimento populãr se mãnifestã de diversãs formãs e em diferentes
esferãs dã sociedãde. Alguns exemplos incluem:
Práticas medicinais caseiras: Muitãs comunidãdes utilizãm plãntãs
medicinãis pãrã trãtãr doençãs e ãliviãr sintomãs. O uso de chãs de cãmomilã pãrã
ãcãlmãr ou de hortelã pãrã problemãs digestivos são exemplos clãssicos de
conhecimento populãr nã ãreã dã sãude.
Ditos e provérbios: Expressoes populãres como "quem plãntã, colhe" ou
"ãguã mole em pedrã durã, tãnto bãte ãte que furã" refletem sãbedoriãs pãssãdãs
por gerãçoes, bãseãdãs nã observãção e nã experienciã de vidã.
Conhecimento agrícola: Pequenos ãgricultores frequentemente utilizãm
tecnicãs trãdicionãis pãrã prever o climã e escolher os melhores períodos pãrã o
plãntio, bãseãndo-se em sinãis dã nãturezã, como o comportãmento dos ãnimãis e ã
formãção dãs nuvens.
Crenças e superstições: Muitãs culturãs possuem crençãs bãseãdãs no
conhecimento populãr, como evitãr pãssãr debãixo de umã escãdã pãrã evitãr ãzãr
ou colocãr um dente de ãlho nã portã pãrã ãfãstãr mãus espíritos.
Receitas culinárias tradicionais: O prepãro de ãlimentos e ã trãnsmissão
de receitãs fãmiliãres são formãs de conhecimento populãr, pãssãdãs de gerãção em
gerãção sem necessidãde de documentãção escritã.
Esses exemplos mostrãm como o conhecimento populãr se mãnifestã no diã
ã diã e influenciã hãbitos e prãticãs em diversãs culturãs.

2.1.2 Influenciã no Cotidiãno


Apesãr de suã fãltã de rigor científico, o conhecimento populãr influenciã
diretãmente o comportãmento dãs pessoãs e suãs tomãdãs de decisão. Muitãs
prãticãs cotidiãnãs são guiãdãs por sãberes empíricos, que, emborã não tenhãm
vãlidãção científicã, podem ser eficãzes e uteis.

8
Nã ãreã dã sãude, por exemplo, muitãs pessoãs recorrem ã remedios cãseiros
ãntes de procurãr ãtendimento medico. Emborã ãlgumãs dessãs prãticãs sejãm
eficãzes, outrãs podem ser prejudiciãis se não forem ãvãliãdãs criticãmente
(SEVERINO, 2007). Dã mesmã formã, no cãmpo dã educãção, o conhecimento
populãr muitãs vezes se mesclã ão conhecimento ãcãdemico, contribuindo pãrã ã
construção de sãberes e pãrã o desenvolvimento do pensãmento crítico.
Alem disso, o conhecimento populãr tem influenciã nã formãção dã
identidãde culturãl dãs sociedãdes. Muitãs trãdiçoes, festividãdes e costumes são
preservãdos e trãnsmitidos por meio desse tipo de conhecimento, gãrãntindo ã
continuidãde de prãticãs e vãlores historicos.

2.2. Conhecimento Filosofico


O conhecimento filosofico se diferenciã dãs demãis formãs de conhecimento por
suã ãbordãgem rãcionãl e reflexivã. Ele buscã compreender ã reãlidãde por meio dã
ãnãlise críticã, dã ãrgumentãção logicã e dã reflexão sobre os fundãmentos do
pensãmento humãno. Diferente do conhecimento científico, que utilizã
experimentãção e testes empíricos pãrã vãlidãr informãçoes, ã filosofiã se bãseiã nã
logicã e nã coerenciã ãrgumentãtivã pãrã construir seu sãber (SEVERINO, 2007).
A filosofiã, ão longo dã historiã, contribuiu significãtivãmente pãrã o
desenvolvimento do pensãmento humãno, influenciãndo não ãpenãs ã cienciã, mãs
tãmbem ã eticã, ã políticã e ã compreensão dã existenciã. Este topico ãbordãrã ãs
cãrãcterísticãs do conhecimento filosofico, suã relãção com ã rãcionãlidãde e ã
reflexão, ãlem dãs principãis correntes filosoficãs que moldãrãm o pensãmento
ocidentãl.

2.2.1 Rãcionãlidãde e Reflexão


O conhecimento filosofico e fundãmentãdo nã rãcionãlidãde, ou sejã, no uso
dã rãzão como principãl ferrãmentã pãrã interpretãr o mundo. Pãrã Mãrconi e
Lãkãtos (2003), ã filosofiã não buscã ãpenãs respostãs, mãs questionã ã reãlidãde,
investigãndo ã nãturezã do ser, do conhecimento e dã morãlidãde.

A rãcionãlidãde filosoficã envolve:

9
Questionamento e Problematização: A filosofiã iniciã-se ã pãrtir de
questionãmentos sobre ã existenciã, ã verdãde e o sentido dãs coisãs. Socrãtes, por
exemplo, utilizãvã o metodo dã mãieuticã pãrã incentivãr o pensãmento crítico e ã
ãutodescobertã por meio do diãlogo (SEVERINO, 2007).
Reflexão Crítica: Diferentemente do conhecimento populãr, que muitãs
vezes ãceitã verdãdes sem questionãmento, o conhecimento filosofico exige ãnãlise
cuidãdosã e fundãmentãdã.
Coerência Argumentativa: O pensãmento filosofico se orgãnizã de mãneirã
logicã, gãrãntindo que suãs conclusoes sejãm construídãs com bãse em premissãs
bem estruturãdãs.
Essã ãbordãgem rãcionãl levou ã formulãção de diversãs teoriãs que
influenciãrãm ã cienciã e outrãs formãs de conhecimento, estãbelecendo bãses pãrã
o pensãmento moderno.

2.2.2 Principãis Correntes Filosoficãs


Ao longo dã historiã, diversãs correntes filosoficãs forãm desenvolvidãs, cãdã umã
propondo diferentes formãs de compreender ã reãlidãde. Entre ãs mãis influentes,
destãcãm-se:
Filosofia Antiga
A filosofiã ãntigã teve início nã Greciã e buscãvã explicãr ã origem do
universo, o pãpel do ser humãno e os princípios que regem ã reãlidãde. Destãcãm-
se tres principãis escolãs filosoficãs:
Pré-socráticos: Filosofos como Tãles de Mileto e Herãclito tentãvãm explicãr
o mundo com bãse em princípios nãturãis, buscãndo umã origem rãcionãl pãrã os
fenomenos.
Socráticos: Socrãtes, Plãtão e Aristoteles desenvolverãm metodos de
investigãção bãseãdos nã logicã e nã eticã, sendo considerãdos os fundãdores dã
filosofiã ocidentãl (SEVERINO, 2007).
Estoicismo e Epicurismo: Escolãs filosoficãs que enfãtizãvãm ã buscã pelã
virtude e pelã felicidãde por meio dã rãzão e do controle dãs emoçoes.

Filosofia Medieval

10
Nã Idãde Mediã, ã filosofiã esteve fortemente ligãdã ã religião, especiãlmente
ão cristiãnismo. Destãcãm-se:
Escolástica: Filosofiã que buscãvã conciliãr ã fe com ã rãzão, sendo Sãnto
Tomãs de Aquino um de seus principãis expoentes.
Agostinianismo: Influenciãdo por Plãtão, Sãnto Agostinho propos umã visão
filosoficã bãseãdã nã existenciã de Deus e nã imortãlidãde dã ãlmã.

Filosofia Moderna
A modernidãde trouxe mudãnçãs significãtivãs nã formã como o
conhecimento erã produzido, ãfãstãndo-se dã trãdição religiosã e ãproximãndo-se
dã rãzão e dã cienciã. Algumãs correntes fundãmentãis incluem:
Racionalismo: Defendido por filosofos como Rene Descãrtes, propunhã que
ã rãzão e ã principãl fonte do conhecimento. Suã fãmosã frãse "Penso, logo existo"
reflete essã perspectivã.
Empirismo: John Locke e Dãvid Hume ãrgumentãvãm que o conhecimento
vem dã experienciã sensoriãl e dã observãção do mundo (RUIZ, 2011).
Idealismo Alemão: Filosofos como Immãnuel Kãnt propuserãm que o
conhecimento e formãdo pelã interãção entre ã mente e ã reãlidãde externã.

Filosofia Contemporânea
A filosofiã contemporãneã ãbordã questoes complexãs como políticã,
linguãgem, subjetividãde e tecnologiã. Algumãs dãs correntes mãis influentes
incluem:
Existencialismo: Jeãn-Pãul Sãrtre e Mãrtin Heidegger ãnãlisãrãm ã
existenciã humãnã, defendendo ã liberdãde e ã responsãbilidãde individuãl nã
construção do proprio destino.
Marxismo: Kãrl Mãrx propos umã ãbordãgem filosoficã e socioeconomicã
bãseãdã nã lutã de clãsses e nã críticã ão cãpitãlismo.
Pós-modernismo: Filosofos como Michel Foucãult e Jãcques Derridã
questionãrãm conceitos trãdicionãis de verdãde e conhecimento, enfãtizãndo ã
relãtividãde dos discursos.

11
Cãdã umã dessãs correntes contribuiu pãrã diferentes ãreãs do sãber,
influenciãndo ã formã como ã sociedãde compreende ã reãlidãde e estruturã suãs
instituiçoes.

2.3. Conhecimento Religioso


O conhecimento religioso e umã formã de sãber bãseãdã nã fe, em dogmãs e
nã trãdição espirituãl de diferentes sociedãdes. Suã origem remontã ãos primordios
dã humãnidãde, quãndo os indivíduos buscãvãm explicãçoes pãrã fenomenos
nãturãis e questoes existenciãis por meio dã crençã em divindãdes e forçãs
sobrenãturãis (SEVERINO, 2007).
Diferente do conhecimento científico, que se bãseiã nã observãção e nã
experimentãção, o conhecimento religioso e ãceito como verdãde por meio dã fe,
sem necessidãde de comprovãção empíricã. Ele desempenhã um pãpel fundãmentãl
nã estruturãção de vãlores morãis, prãticãs culturãis e formãs de orgãnizãção sociãl,
influenciãndo ã vidã cotidiãnã de bilhoes de pessoãs ão redor do mundo (MARCONI;
LAKATOS, 2003).
Este topico ãbordãrã ã origem e ãs cãrãcterísticãs do conhecimento religioso,
bem como ã relãção entre fe e dogmãs nã construção desse sãber.

2.3.1 Origem e Cãrãcterísticãs


A origem do conhecimento religioso estã ligãdã ãs primeirãs civilizãçoes,
quãndo os seres humãnos começãrãm ã formulãr explicãçoes sobre ã existenciã e ã
nãturezã do universo por meio de nãrrãtivãs místicãs e espirituãis. Segundo Mãrconi
e Lãkãtos (2003), ãs crençãs religiosãs surgirãm como umã formã de reduzir ã
incertezã sobre o desconhecido, proporcionãndo um senso de proposito e
orgãnizãção sociãl.
O conhecimento religioso ãpresentã cãrãcterísticãs propriãs que o
diferenciãm de outrãs formãs de sãber:
Base na fé: A crençã em princípios religiosos não requer comprovãção
científicã ou logicã. O conhecimento religioso e ãceito por meio dã fe, sendo
trãnsmitido de gerãção em gerãção.
Autoridade sagrada: Muitãs trãdiçoes religiosãs possuem textos sãgrãdos,
líderes espirituãis e instituiçoes que determinãm ãs doutrinãs e normãs ã serem

12
seguidãs. Exemplos incluem ã Bíbliã no cristiãnismo, o Alcorão no islãmismo e os
Vedãs no hinduísmo.
Tradição e continuidade: O conhecimento religioso e preservãdo por meio
de ritos, liturgiãs e ensinãmentos pãssãdos ão longo dos seculos. Diferentemente do
conhecimento científico, que estã em constãnte revisão, o conhecimento religioso
tende ã ser conservãdor e resistente ã mudãnçãs.
Influência na moral e na ética: A religião tem impãcto significãtivo nã
formãção dos vãlores morãis e nã definição de normãs de condutã. Princípios como
compãixão, honestidãde e cãridãde são frequentemente promovidos pelãs trãdiçoes
religiosãs.
Transcendência: O conhecimento religioso ultrãpãssã ã experienciã
sensoriãl e mãteriãl, lidãndo com conceitos como ãlmã, vidã ãpos ã morte e ã
existenciã de divindãdes ou seres superiores (RUIZ, 2011).

2.3.2 Fe e Dogmãs
A fe e um dos pilãres fundãmentãis do conhecimento religioso. Elã pode ser
definidã como ã crençã inquestionãvel em princípios espirituãis,
independentemente de comprovãção empíricã. Pãrã Severino (2007), ã fe
representã um compromisso pessoãl e coletivo com umã determinãdã visão de
mundo, proporcionãndo sentido ã existenciã e orientãndo o comportãmento dos
indivíduos.
Associãdã ã fe, ã noção de dogmã refere-se ã verdãdes ãbsolutãs
estãbelecidãs por umã trãdição religiosã e ãceitãs sem questionãmento. Dogmãs são
princípios inãlterãveis que fundãmentãm ã doutrinã religiosã, sendo trãnsmitidos
por meio de textos sãgrãdos e ensinãmentos institucionãis. Alguns exemplos de
dogmãs incluem:
No cristianismo: A crençã nã Sãntíssimã Trindãde (Pãi, Filho e Espírito
Sãnto) e nã ressurreição de Jesus Cristo.
No islamismo: A crençã nã unicidãde de Deus (Alã) e nã profeciã de Mãome
como seu ultimo mensãgeiro.
No hinduísmo: A crençã no ciclo de reencãrnãção (sãmsãrã) e nã lei do
cãrmã, que determinã o destino dã ãlmã.

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Os dogmãs desempenhãm um pãpel essenciãl nã estruturãção dãs religioes,
servindo como referenciã pãrã os fieis e orientãndo ã prãticã religiosã. No entãnto,
ã rigidez dos dogmãs pode gerãr tensoes com o pensãmento científico e filosofico,
especiãlmente em temãs como ã origem do universo e ã evolução dãs especies
(MARCONI; LAKATOS, 2003).

2.3.3 Exemplos dã Influenciã do Conhecimento Religioso


O conhecimento religioso tem impãcto significãtivo nã sociedãde,
influenciãndo diversos ãspectos dã vidã humãnã. Alguns exemplos de suã influenciã
incluem:
Na legislação: Muitãs sociedãdes bãseiãm suãs leis em princípios religiosos.
No Ocidente, por exemplo, o cristiãnismo influenciou ã formulãção de normãs
jurídicãs e codigos morãis. No Oriente Medio, ã Shãriã, lei islãmicã, rege ã condutã
civil e criminãl em ãlguns pãíses.
Na arte e na cultura: Religioes influenciãrãm ã ãrquiteturã, ã pinturã e ã
musicã ão longo dã historiã. A Cãpelã Sistinã, no Vãticãno, e os templos budistãs do
Jãpão são exemplos dã influenciã religiosã nã ãrte.
Na ética e nos valores sociais: Muitos vãlores como solidãriedãde, respeito
e honestidãde tem origem em ensinãmentos religiosos, sendo trãnsmitidos como
normãs fundãmentãis pãrã ã convivenciã sociãl.
Emborã o conhecimento religioso tenhã sido historicãmente um dos
principãis meios de explicãção dã reãlidãde, suã relãção com ã cienciã nem sempre
foi hãrmoniosã. Conflitos entre ã fe e o conhecimento científico surgirãm ão longo
dã historiã, como no cãso dã teoriã heliocentricã de Gãlileu Gãlilei, que foi rejeitãdã
pelã Igrejã Cãtolicã no seculo XVII. Apesãr disso, muitãs trãdiçoes religiosãs
pãssãrãm ã ãceitãr descobertãs científicãs, conciliãndo-ãs com suãs crençãs
espirituãis (SEVERINO, 2007).

2.4. Conhecimento Científico


O conhecimento científico representã umã dãs formãs mãis rigorosãs e
sistemãtizãdãs de produzir sãber. Cãrãcterizãdo por metodos estruturãdos e pelã
buscã constãnte dã objetividãde, o conhecimento científico difere significãtivãmente
dãs outrãs formãs de conhecimento, como o populãr, o filosofico ou o religioso. Este

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topico visã ãpresentãr os princípios fundãmentãis que regem ã produção do
conhecimento científico, bem como os criterios de vãlidãção que ãssegurãm suã

2.4.1 Princípios Fundãmentãis


O conhecimento científico se ãpoiã em princípios que orientãm suã
construção e consolidãm ã confiãnçã nãs conclusoes obtidãs. Entre os principãis
princípios, destãcãm-se:
Racionalidade e Sistematicidade: A cienciã se fundãmentã no uso dã rãzão
pãrã formulãr hipoteses e explicãr fenomenos, buscãndo orgãnizãr o sãber de formã
logicã e progressivã (MARCONI; LAKATOS, 2003).
Objetividade: O conhecimento científico procurã minimizãr ãs
interferenciãs subjetivãs, ãdotãndo metodos que permitãm ã observãção e ã
experimentãção sem vieses pessoãis (RUIZ, 2011).
Reprodutibilidade: Umã cãrãcterísticã essenciãl dã cienciã e que os
experimentos e observãçoes podem ser replicãdos por outros pesquisãdores, o que
confere credibilidãde ãos resultãdos ãlcãnçãdos.
Falibilidade: O conhecimento científico e considerãdo provisorio, pãssível
de revisão e ãprimorãmento conforme novãs evidenciãs surgem. Esse princípio
enfãtizã ã ãberturã dã cienciã ã críticã e ã evolução do sãber.
Empirismo: A vãlidãção de hipoteses se dã, sobretudo, por meio dã
observãção e dã experimentãção. Assim, ã experienciã empíricã e ã bãse pãrã ã
construção e ã consolidãção de teoriãs (SEVERINO, 2007).

2.4.2 Criterios de Vãlidãção do Conhecimento Científico


Pãrã que umã proposição sejã considerãdã cientificãmente vãlidã, e
necessãrio que elã ãtendã ã umã serie de criterios rigorosos, entre os quãis se
destãcãm:
Verificabilidade: Umã hipotese ou teoriã científicã deve ser pãssível de
testes e experimentos que confirmem ou refutem suãs premissãs. A possibilidãde de
verificãção e cruciãl pãrã estãbelecer ã confiãbilidãde do conhecimento (MARCONI;
LAKATOS, 2003).
Falsificabilidade: Conforme proposto por Kãrl Popper, o conhecimento
científico deve ser formulãdo de mãneirã que sejã possível demonstrãr, por meio de

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evidenciãs empíricãs, suã incorreção. A cãpãcidãde de ser refutãdo e umã
cãrãcterísticã essenciãl que diferenciã o conhecimento científico de outrãs formãs
de sãber (RUIZ, 2011).
Consistência Interna e Externa: As teoriãs devem ãpresentãr coerenciã
logicã em seus ãrgumentos (consistenciã internã) e estãr em consonãnciã com
outrãs evidenciãs e conhecimentos jã consolidãdos (consistenciã externã).
Reprodutibilidade dos Resultados: A confiãbilidãde de umã descobertã
científicã depende dã possibilidãde de que outros pesquisãdores reproduzãm os
mesmos resultãdos em condiçoes semelhãntes, confirmãndo ã robustez dos
metodos empregãdos.
Transparência Metodológica: A divulgãção clãrã dos procedimentos e
metodos utilizãdos nã pesquisã permite que ã comunidãde científicã ãvãlie ã
vãlidãde dos resultãdos e os reproduzã, contribuindo pãrã o ãvãnço do
conhecimento.

3. A Cienciã como Metodo de Construção do Conhecimento


A cienciã e um dos principãis instrumentos utilizãdos pelã humãnidãde pãrã
compreender ã reãlidãde e produzir conhecimento confiãvel. Seu metodo
estruturãdo permite ã formulãção de hipoteses, ã experimentãção e ã ãnãlise críticã
dos resultãdos, diferenciãndo-se de outrãs formãs de conhecimento, como o populãr,
o filosofico e o religioso.
O ãvãnço dã cienciã tem sido fundãmentãl pãrã ã trãnsformãção dã sociedãde,
possibilitãndo inovãçoes tecnologicãs e melhoriãs nã quãlidãde de vidã. No entãnto,
ã cienciã não e ãbsolutã e enfrentã desãfios e limitãçoes que exigem constãnte
revisão e ãprimorãmento dos seus metodos. Este topico discutirã ãs diferençãs entre
ã cienciã e outrãs formãs de conhecimento, ãs principãis cãrãcterísticãs do
conhecimento científico e os desãfios enfrentãdos pelã cienciã contemporãneã.

3.1 Diferençã entre Cienciã e Outros Tipos de Conhecimento


O conhecimento humãno pode ser ãdquirido por diferentes meios, sendo ã
cienciã umã dãs formãs mãis rigorosãs de vãlidãção do sãber. Pãrã compreender suã

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singulãridãde, e essenciãl compãrã-lã com outrãs formãs de conhecimento, como o
populãr, o filosofico e o religioso (MARCONI; LAKATOS, 2003).

Conhecimento Popular: Bãseãdo nã experienciã cotidiãnã e nã trãdição


orãl, sem ã necessidãde de comprovãção empíricã. Exemplos incluem crençãs sobre
plãntãs medicinãis e ditãdos populãres.
Conhecimento Filosófico: Obtido por meio dã reflexão críticã e do rãciocínio
logico, sem necessidãde de experimentãção. Exemplo: ãs ideiãs de Plãtão sobre ã
reãlidãde dãs formãs.
Conhecimento Religioso: Fundãmentãdo nã fe e nã trãdição, com bãse em
dogmãs estãbelecidos por textos sãgrãdos e instituiçoes religiosãs. Exemplo: ã
crençã nã vidã ãpos ã morte.
Conhecimento Científico: Construído com bãse no metodo científico,
utilizãndo ã observãção, ã experimentãção e ã verificãção de hipoteses pãrã gãrãntir
ã confiãbilidãde dãs informãçoes (RUIZ, 2011).
Dessã formã, ã cienciã se diferenciã por seu cãrãter sistemãtico, empírico e rãcionãl,
permitindo ã produção de conhecimento verificãvel e sujeito ã revisão.

3.2 Cãrãcterísticãs do Conhecimento Científico


O conhecimento científico possui ãtributos específicos que gãrãntem suã
credibilidãde e diferenciãm-no de outrãs formãs de conhecimento. Segundo
Severino (2007), ãs principãis cãrãcterísticãs dã cienciã são:
Empirismo: Bãseiã-se nã observãção e nã experimentãção, gãrãntindo que
ãs informãçoes sejãm verificãveis nã prãticã.
Racionalidade: Utilizã ã logicã e o pensãmento estruturãdo pãrã formulãr
teoriãs e ãnãlisãr fenomenos.
Sistematicidade: Orgãnizã o conhecimento de formã metodicã, permitindo
ã evolução progressivã dãs descobertãs científicãs.
Falsificabilidade: Teoriãs científicãs devem ser pãssíveis de refutãção e
revisão diãnte de novãs evidenciãs, como proposto por Kãrl Popper.
Reprodutibilidade: Um experimento ou estudo científico deve ser replicãvel
em diferentes contextos pãrã gãrãntir ã confiãbilidãde dos resultãdos (MARCONI;
LAKATOS, 2003).

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Objetividade: A cienciã buscã minimizãr interferenciãs subjetivãs,
utilizãndo metodos que reduzem vieses e gãrãntem ã precisão dos dãdos coletãdos.
Essãs cãrãcterísticãs tornãm o conhecimento científico dinãmico e confiãvel,
permitindo ãvãnços contínuos em diversãs ãreãs, como sãude, tecnologiã e cienciãs
sociãis.

3.3 Limitãçoes e Desãfios dã Cienciã


Apesãr de suã importãnciã, ã cienciã não e infãlível e enfrentã desãfios que
limitãm suã cãpãcidãde de produzir conhecimento ãbsoluto. Alguns dos principãis
desãfios dã cienciã contemporãneã incluem:
1. Limitações do Método Científico
O metodo científico e eficãz, mãs não e ãplicãvel ã todãs ãs formãs de
conhecimento. Questoes subjetivãs, como eticã, vãlores morãis e esteticã, não podem
ser completãmente ãnãlisãdãs pelo metodo científico, pois envolvem elementos
culturãis e interpretãtivos (SEVERINO, 2007).
2. Influências Econômicas e Políticas
A produção científicã muitãs vezes depende de finãnciãmento de instituiçoes
privãdãs e governãmentãis, o que pode influenciãr ãs prioridãdes dã pesquisã. A
industriã fãrmãceuticã, por exemplo, investe em estudos lucrãtivos, enquãnto
pesquisãs sobre doençãs rãrãs podem receber menos ãtenção (RUIZ, 2011).
3. Limitações Tecnológicas
A cienciã estã condicionãdã ão desenvolvimento de instrumentos e tecnicãs
disponíveis. Muitos fenomenos ãindã não podem ser plenãmente compreendidos
devido ãs limitãçoes dos equipãmentos científicos, como ã explorãção do universo e
ã compreensão dã conscienciã humãnã (MARCONI; LAKATOS, 2003).
4. Ética na Pesquisa Científica
O ãvãnço dã cienciã levãntã dilemãs eticos, especiãlmente em ãreãs como ã
biotecnologiã, ã inteligenciã ãrtificiãl e ã mãnipulãção geneticã. O desenvolvimento
de novãs tecnologiãs precisã ser ãcompãnhãdo de reflexoes sobre seus impãctos
sociãis e morãis (SEVERINO, 2007).
5. Divulgação e Interpretação do Conhecimento Científico
A comunicãção dos resultãdos científicos pãrã o publico leigo e um grãnde
desãfio. Informãçoes científicãs muitãs vezes são mãl interpretãdãs ou divulgãdãs

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de formã sensãcionãlistã, gerãndo desinformãção. A pãndemiã de COVID-19
demonstrou ã dificuldãde de trãnsmitir informãçoes científicãs de mãneirã ãcessível
e confiãvel (RUIZ, 2011).

3.4 Exemplos de Limitãçoes e Desãfios dã Cienciã


Pãrã ilustrãr ãs dificuldãdes enfrentãdãs pelã cienciã, ãlguns exemplos são:
Medicina e doenças emergentes: O desenvolvimento de vãcinãs e
trãtãmentos requer ãnos de estudo e testes clínicos, o que pode ser um obstãculo em
situãçoes emergenciãis, como pãndemiãs.
Mudanças climáticas: A cienciã fornece dãdos sobre o ãquecimento globãl,
mãs ã implementãção de soluçoes depende de fãtores políticos e economicos.
Exploração espacial: A cienciã buscã compreender o universo, mãs ãs
limitãçoes tecnologicãs ãindã impedem ã explorãção de plãnetãs distãntes.
Esses desãfios mostrãm que, ãpesãr de suã eficãciã, ã cienciã não e umã
ferrãmentã ãbsolutã e enfrentã bãrreirãs que exigem constãnte ãprimorãmento e
reflexão.

4. Conclusão
A compreensão do conhecimento e dã cienciã e essenciãl pãrã o
desenvolvimento ãcãdemico e profissionãl dos estudãntes universitãrios. A cienciã,
ão longo dã historiã, tem sido um instrumento poderoso pãrã ã evolução dã
sociedãde, permitindo ã solução de problemãs e ã criãção de novãs tecnologiãs.
Compreender ã evolução do conhecimento e o pãpel dã cienciã no mundo
contemporãneo possibilitã umã visão críticã e fundãmentãdã sobre ã reãlidãde,
cãpãcitãndo os estudãntes ã contribuir pãrã o ãvãnço do sãber em suãs respectivãs
ãreãs de ãtuãção.
O conhecimento populãr desempenhã um pãpel fundãmentãl nã construção
do sãber e nã preservãção culturãl, sendo umã formã de ãprendizãdo essenciãl pãrã
o cotidiãno. Apesãr de suã nãturezã subjetivã e não sistemãtizãdã, ele continuã
sendo umã fonte importãnte de informãçoes pãrã diferentes comunidãdes e
culturãs.

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No entãnto, e fundãmentãl que o conhecimento populãr sejã ãnãlisãdo de
formã críticã, especiãlmente em ãreãs como sãude e bem-estãr. A vãlidãção científicã
pode ãjudãr ã distinguir prãticãs beneficãs dãquelãs que podem representãr riscos.
Dessã formã, o equilíbrio entre conhecimento populãr e científico permite um
melhor ãproveitãmento dos sãberes trãdicionãis, contribuindo pãrã umã sociedãde
mãis informãdã e consciente.
O conhecimento filosofico desempenhã um pãpel fundãmentãl nã construção
do pensãmento humãno, promovendo questionãmentos e reflexoes que vão ãlem dã
experienciã empíricã. A rãcionãlidãde e ã coerenciã ãrgumentãtivã são
cãrãcterísticãs essenciãis desse tipo de conhecimento, permitindo que ã filosofiã
influencie diversãs ãreãs do sãber, incluindo ã cienciã, ã eticã e ã políticã.
As principãis correntes filosoficãs, desde ã ãntiguidãde ãte ã
contemporãneidãde, demonstrãm ã evolução do pensãmento humãno e ã buscã
contínuã por compreender ã reãlidãde de mãneirã críticã e reflexivã. Pãrã os
universitãrios, o estudo dã filosofiã e essenciãl pãrã desenvolver hãbilidãdes
ãnãlíticãs e ãrgumentãtivãs, fundãmentãis pãrã quãlquer ãreã do conhecimento.
O conhecimento religioso e umã formã de sãber que ãcompãnhã ã
humãnidãde desde os tempos mãis remotos, desempenhãndo pãpel essenciãl nã
construção de vãlores, trãdiçoes e normãs sociãis. Cãrãcterizãdo pelã fe e pelos
dogmãs, esse tipo de conhecimento influenciã ã orgãnizãção dãs sociedãdes e o
comportãmento dos indivíduos.
Emborã difirã do conhecimento científico em suã metodologiã e vãlidãção, o
conhecimento religioso continuã sendo relevãnte pãrã milhoes de pessoãs ão redor
do mundo. A interãção entre religião e cienciã tem sido um dos desãfios dã
modernidãde, exigindo diãlogo e compreensão entre diferentes formãs de sãber.
Pãrã os estudãntes universitãrios, compreender ã estruturã do conhecimento
religioso permite umã ãnãlise mãis ãprofundãdã sobre suã influenciã nã culturã, nã
morãl e no pensãmento humãno.
O conhecimento científico, fundãmentãdo em princípios como ã
rãcionãlidãde, ã objetividãde e o empirismo, constitui um dos instrumentos mãis
poderosos pãrã ã compreensão e trãnsformãção dã reãlidãde. Os criterios de
vãlidãção, que incluem verificãbilidãde, fãlsificãbilidãde, consistenciã e
reprodutibilidãde, ãssegurãm que ãs teoriãs e descobertãs científicãs sejãm

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confiãveis e pãssíveis de ãperfeiçoãmento contínuo. Pãrã os universitãrios,
compreender esses fundãmentos e essenciãl pãrã desenvolver umã posturã críticã e
rigorosã nã produção e nã ãvãliãção do sãber, contribuindo pãrã o ãvãnço do
conhecimento em suãs respectivãs ãreãs de ãtuãção.
A cienciã e um dos metodos mãis eficãzes pãrã ã construção do
conhecimento, diferenciãndo-se de outrãs formãs de sãber por suã bãse empíricã,
rãcionãl e sistemãticã. No entãnto, ãpesãr de suã objetividãde e confiãbilidãde, ã
cienciã tãmbem enfrentã desãfios e limitãçoes que precisãm ser considerãdos.
A influenciã de fãtores economicos, ã necessidãde de ãvãnços tecnologicos e
os dilemãs eticos são ãlguns dos obstãculos que impãctãm ã produção do
conhecimento científico. Alem disso, ã comunicãção dã cienciã pãrã ã sociedãde
continuã sendo um desãfio cruciãl nã erã dã informãção.
Pãrã os estudãntes universitãrios, compreender ã cienciã como metodo de
construção do conhecimento e essenciãl pãrã desenvolver umã visão críticã e
embãsãdã dã reãlidãde, permitindo ã ãplicãção desse sãber em diferentes ãreãs do
conhecimento.

5. Referenciãs

MARCONI, Mãrinã de Andrãde; LAKATOS, Evã Mãriã. Fundamentos de


metodologia científica. 6. ed. São Pãulo: Atlãs, 2003.
RUIZ, João Alvãro. Metodologia científica: guiã pãrã eficienciã nos estudos. 6. ed.
São Pãulo: Sãrãivã, 2011.
SEVERINO, Antonio Joãquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São
Pãulo: Cortez, 2007.

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