Políticas de Educação Na Pandemia Da Covid-19 Ensino Remoto e Retorno Presencial Na Perspectiva de Universitários
Políticas de Educação Na Pandemia Da Covid-19 Ensino Remoto e Retorno Presencial Na Perspectiva de Universitários
BOLETIM DE
202
CONJUNTURA
BOCA
BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano V, vol. 14, n. 40, Boa Vista, 2023
www.ioles.com.br/boca
Resumo
Com a pandemia de COVID-19 e a necessidade de frear a disseminação do vírus, as universidades suspenderam as atividades
presenciais, implementando o ensino remoto emergencial. Assim, objetivou-se conhecer a percepção de universitários acerca da
implementação do ensino remoto e em relação ao retorno às atividades presenciais na pandemia. Trata-se de um estudo qualitativo e
exploratório, que teve como população estudantes de graduação e pós-graduação de duas universidades federais localizadas na
região sul do Brasil. Os dados foram coletados com um instrumento on-line via Google Forms, entre setembro/2020 e
fevereiro/2021 e analisados com o software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires.
Obteve-se aprovação do Comitê de Ética de ambas instituições de ensino superior. Os acadêmicos destacaram, em relação ao ensino
remoto, aspectos como o conforto de estar em casa, a autonomia e flexibilidade nos horários, a dificuldade de docentes com a
tecnologia, além da baixa concentração para a realização das atividades. Já sobre o retorno às atividades presenciais, compreende-se
que houve o desejo do retorno, entretanto havia também o receio de este ser precipitado e ocorrer de maneira negligente. Sendo
assim, evidências contribuem para a compreensão da percepção dos universitários e o ensino no período pandêmico.
203
Palavras Chave: Estudantes Universitários; Pandemia; Universidade.
Abstract
With the COVID-19 pandemic and the need to stop the spread of the virus, universities suspended face-to-face activities,
implementing emergency remote teaching. Thus, the objective was to know the perception of university students about the
implementation of remote teaching and in relation to the return to face-to-face activities in the pandemic. This is a qualitative and
exploratory study, whose population was undergraduate and graduate students from two federal universities located in the southern
region of Brazil. Data were collected with an online instrument via Google Forms, between September/2020 and February/2021 and
analyzed with the Interface de R software pour les Analyzes Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires. Approval was
obtained from the Ethics Committee of both higher education institutions. Academics highlighted, in relation to remote teaching,
aspects such as the comfort of being at home, autonomy and flexibility in schedules, the difficulty of teachers with technology, in
addition to the low concentration for carrying out activities. As for the return to face-to-face activities, it is understood that there
was a desire to return, however there was also the fear of this being hasty and occurring in a negligent way. Therefore, evidence
contributes to understanding the perception of university students and teaching in the pandemic period.
Keywords: Pandemic; University; University Students.
INTRODUÇÃO
1 Graduanda em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). E-mail: [email protected]
2 Professora da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Doutora em Enfermagem. E-mail: [email protected]
3 Professora da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Doutora em Enfermagem. E-mail: [email protected]
4 Professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Doutora em Enfermagem. E-mail: [email protected]
5 Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). E-mail: [email protected]
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não essenciais, como as universidades, interromperam suas atividades presenciais. Esta medida de
distanciamento de estudantes foi alvo para a manifestação de efeitos psicológicos negativos, como
depressão, ansiedade, medo, incertezas em relação ao futuro, falta de perspectiva para o retorno das
atividades cotidianas, entre outros (RODRIGUES et al., 2020).
Nesse sentido, para dar continuidade ao processo formativo de pessoas universitárias, bem como
evitar a transmissão em massa do vírus, foi implementada uma política de educação acerca do ensino
online com atividades síncronas e assíncronas. Assim, a partir da portaria nº 343 de 2020, ficou
autorizado às instituições educacionais a converterem as atividades de ensino presenciais para o modelo
de ensino remoto emergencial, dando aos cursos a excepcionalidade para realizarem uma parte da carga
horária curricular de forma online (BRASIL, 2020a). Portanto, caracteriza-se o Ensino Remoto
Emergencial como uma adaptação do ensino presencial para um modelo virtual, em que se utiliza
ferramentas online para o processo de ensino-aprendizagem (FRANCO; OLIVEIRA, 2021).
O uso da metodologia de ensino remoto não foi encarado da mesma maneira entre docentes e
discentes. Em especial aos universitários, tal ferramenta se mostrou excludente àqueles sem acesso às
tecnologias e plataformas virtuais necessárias para acompanhar os conteúdos (FAUSTINO; SILVA,
2020), ou ainda com acesso insuficiente para visualização de vídeos extensos, arquivos pesados e até 204
mesmo encontros síncronos (SOUZA; MIRANDA, 2020). Outra situação relevante, refere-se à
dificuldade encontrada pelos estudantes em ter iniciativa ou autonomia para estudar, considerando que
essa nova modalidade de aprendizagem gerou prejuízos pela falta do modo presencial (KAPASIA et al.,
2020). Ainda, por parte das Instituições de Ensino Superior (IES), houve uma resistência e
consequentemente demora na adoção do modelo remoto, pois as políticas de educação publicadas se
faziam inconsistentes na delimitação de termos de ensino a distância e ensino remoto emergencial,
sendo caracterizadas como duas modalidades diferentes (FRANCO; FRANCO; LONGHI, 2022).
Uma pesquisa realizada com 300 discentes do curso de fisioterapia em uma universidade da
Bahia, objetivou analisar a opinião deles acerca da implementação de métodos ativos de aprendizagem
na modalidade de ensino on-line. Identificou-se que, apesar dos acadêmicos avaliarem o aprendizado na
aula remota como relevante, consideraram que algumas interferências acabam influenciando
negativamente na aprendizagem do estudante, como os problemas técnicos de internet e o ambiente em
que esse indivíduo estuda, representando assim um desafio para a promoção de um processo de ensino e
aprendizagem que atenda às necessidades desse público (DOSEA et al., 2020)
Muitas são as exigências sobre a necessidade de se reinventar e adaptar às novas formas de
interação, em que toda e qualquer comunicação, principalmente no âmbito do ensino, ficou restrita ao
modo virtual (SOUZA; MIRANDA, 2020). Importante destacar as repercussões desse novo cenário, em
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especial no que se refere ao tempo de exposição às telas, independente do propósito, podem implicar em
sinais e modificações sistêmicas e comportamentais, como alterações oftalmológicas, insônia, fadiga,
além do sentimento de preocupação e ansiedade, caracterizando o “Efeito Zoom” ou “Zoom Fatigue”
(FERREIRA et al., 2021; MARIN et al., 2021).
Esse novo cenário de ensino, foi se modificando conforme o avanço das condições sanitárias
para o retorno às atividades presenciais. Nesse sentido, a ampla vacinação da população brasileira pode
sinalizar um possível retorno presencial. Isso porque vacinar em massa permite a imunidade coletiva,
dificultando a circulação viral e resultando na possível erradicação de doenças (FILÓ; ANK, 2021).
Com isso, emergem as expectativas da comunidade acadêmica, sejam elas positivas ou negativas, em
relação ao retorno presencial das atividades educacionais de ensino.
Diante disso, objetiva-se com este estudo conhecer a percepção de universitários sobre o ensino
remoto e o retorno às atividades presenciais na pandemia, visto a importância do conhecimento da
temática, desta forma espera-se auxiliar no enfrentamento das dificuldades relacionadas à formação em
tempos de pandemia.
METODOLOGIA 205
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Pandemia de COVID-19”, o link contendo este instrumento foi enviado a partir da manifestação de
intenção, disposta no instrumento da outra pesquisa, para participação desta etapa, sendo assim o
participante disponibilizou o e-mail para contato, recebendo então o link de acesso ao questionário.
O instrumento foi criado de modo a iniciar somente a partir do aceite ao Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, o qual continha as informações do macroprojeto, da pesquisa em
questão contendo o objetivo geral, dos riscos e benefícios aos participantes, informações de contato dos
pesquisadores, garantia de sigilo nos dados informados e todos os preceitos éticos em vista da Resolução
nº 510/2016.
Utilizou-se a plataforma Google Forms, no qual foram alocados o TCLE e o instrumento, de
modo a facilitar e aprimorar a adesão dos acadêmicos à pesquisa, possibilitando ainda, no contexto da
pandemia da COVID-19, uma coleta segura e eficaz. A coleta de dados foi realizada entre os meses de
setembro de 2020 e fevereiro de 2021.
Elaborou-se um instrumento com perguntas abertas e fechadas, exclusivamente para esta
pesquisa, fundamentado na literatura existente naquele momento. Abordou questões referentes ao
contexto pandêmico e vivências no período de distanciamento social, contaminação e sintomas
experienciados na época, questionamentos sobre o ensino remoto e às expectativas para o retorno às 206
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apresentam um vocabulário diferente entre os demais segmentos de texto de outras classes (SALVIATI,
2017), tornando possível aos pesquisadores compreender sobre o conteúdo, as classes e os discursos.
As classes foram geradas a partir de um teste qui-2 fornecido pelo próprio software para a
construção da Classificação Hierárquica Descendente, desta maneira emergiram 5 classes, sendo
utilizadas para este estudo as classes 4 e 5 que conferem ao ensino remoto e ao retorno às atividades
presenciais. As categorias foram delimitadas a partir o corpus construído pelo IRAMUTEQ, de forma a
encontrar semelhanças e diferenças entre os textos, emergindo desta forma aspectos positivos e
negativos, facilidades e dificuldades, e sentimentos relatados.
Os trechos de falas foram identificados pela letra P (participante) mais o número correspondente
a ordem de resposta.
RESULTADOS
Participaram 42 universitários, sendo a maioria do nível de graduação, com faixa etária entre 21
e 30 anos de idade. Além disso, os respondentes alegaram ter passado o período da pandemia com 207
cônjuges ou com parentes de primeiro grau. O corpus foi construído a partir de 42 Unidades de Contexto
Iniciais (UCI), separados em 310 ST, totalizaram 10.904 ocorrências, sendo 1255 distintas e 1144
formas ativas. A CHD reteve 77,42% do total do corpus, gerando 5 classes (figura 1).
A figura 1, disposta na página seguinte deve ser interpretada da esquerda para direita, assim o
corpus se dividiu em um primeiro momento em dois subcorpus, sendo um deles totalmente isolado na
esquerda, gerando a classe 2, de cor cinza com 15,8% de aproveitamento e o outro, na direita, todas as
demais classes. Assim, em uma segunda divisão do corpus, surgiu a classe 3, na direita, de cor verde,
com 22.5% em oposição a classe 1, de cor vermelha, com 16.7%. Na última divisão do corpus, surgem
as classes 4 e 5, de cores azul e lilás, com aproveitamento de 22.9% e 22.1%, respectivamente. Essas
possuem entre si uma relação de oposição e complementaridade, na qual são avaliadas as atividades
remotas e presenciais, bem como o contexto de cada uma delas, por esta razão foram selecionadas para a
apresentação do manuscrito em tela, gerando-se duas categorias: a percepção de universitários sobre as
atividades remotas durante a pandemia e a percepção de universitários sobre o retorno às atividades
presenciais.
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Fonte: Elaboração própria. Software IRAMUTEQ.
me sinto feliz por não estar parada estar em desenvolvimento com meu curso acho que está
sendo muito proveitoso (P-05).
eu ansiava pela volta das aulas, não quero perder meu ano inteiro de faculdade e sentir que foi
um ano sem proveito (P-11).
se tem mais tempo e energia para aplicar, pois estes não são gastos com deslocamento e coisas
semelhantes, sinto que é um modo benéfico para o momento (P-28).
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tipos de atividades propostas, a disposição da gravação das aulas para que pudesse assistir em qualquer
momento e os materiais disponibilizados, como slides e referências online. Os termos representados no
dendrograma da classe 4 foram aula, professor, relação, gravar.
sendo uma pessoa que prefere aprender presencialmente, sofri um pouco. Porém, meus
professores são acessíveis, o que facilitou muito essa parte e consegui aprender o que foi passado
para a turma nas vídeo-aulas e atividades (P-15).
no meu caso tive sorte, de forma geral a maioria dos professores gravavam as aulas e foram bem
flexíveis quanto à metodologia, além de bem solícitos (P-36).
todo o curso teórico poderia ser ministrado de maneira remota, há mais liberdade e concentração
em minha realidade (P-12).
em relação às atividades remotas me surpreendeu positivamente, não imaginei que pudesse se
equiparar ao presencial, meus professores têm se superado (P-43).
como facilidade acredito que estar em casa principalmente nos dias de muito cansaço (P-09).
não ter que acordar muito antes da aula por não ter o tempo de deslocamento (P-26).
Por outro lado, os estudantes também afirmaram que as atividades remotas geraram uma
sobrecarga no seu cotidiano, implicando em sua saúde. Por se tratar de algo implementado de forma
repentina, alguns estudantes se sentiram decepcionados com a metodologia. Pontuaram o fato de que,
tanto o aluno quanto o professor, não estavam habituados com a situação e, com isso, algumas tarefas se
tornaram mais complicadas, causando desmotivação, inclusive pelas dificuldades com as ferramentas
necessárias para o ensino remoto, como velocidade de internet e aparelhos eletrônicos e pela falta de
interação entre colegas e professores. Foi necessária uma adaptação geral e empenho para o uso das
plataformas e metodologias de ensino, as quais ainda precisariam ser aprimoradas nos futuros semestres.
o momento é de adaptação e requer esforços de todos faço o melhor para me adaptar e responder
de forma positiva com as novas demandas (P-18).
em relação às atividades remotas sempre achei interessante o modelo híbrido de ensino e acho
que deveria ser implantado nas universidades [...] as aulas acho que devem ser mantidas online e
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tentarem corrigir os erros desse ano para conseguirem fornecer um melhor sistema aos alunos no
próximo semestre [...] (P-36).
estou achando desorganizado, tanto alunos quanto professores estão bem perdidos, os
professores parecem encarar a situação de uma maneira completamente inadequada imaginando
que por estarmos em casa estamos de férias (P-35).
em relação às atividades remotas tem muita interferência, acabo me distraindo com as pessoas e
também com problemas técnicos como internet e notebook (P-17).
está sendo bem mais difícil aprender e absorver o conteúdo pois há pouca interação entre os
alunos e professores porque a maioria dos professores escolhe deixar as aulas gravadas sem tirar
dúvidas ou fazer correções de exercícios [...] (P-30).
em relação às atividades remotas acho uma experiência diferente apesar da adaptação à nova
modalidade a sobrecarga de trabalhos afeta um pouco a saúde mental (P-39).
em relação às atividades remotas está sendo bem difícil pois a maioria das atividades é
assíncrona e eu aprendo na explicação. Encaixar o horário, encontrar ambientes adequados para
estudar e disposição mesmo tem sido minhas maiores dificuldade (P-32).
210
A ansiedade pelo retorno das aulas e atividades presenciais foi relatada pelos participantes.
Inúmeros foram os prejuízos em relação ao tempo de formação e indisponibilidade de remanejo das
disciplinas a fim de agilizar os conteúdos para cumprir a carga horária necessária para o término do
curso. Por outro lado, o receio quanto à possibilidade de contaminação durante o retorno, incluindo
desde o percurso geográfico para chegar à universidade, foi referido pelos participantes. Os termos
representados no dendrograma da classe 5 foram expectativa, retomar, voltar.
em relação ao retorno às atividades presenciais tenho pressa porque tudo isso me atrasou em um
ano, a formatura e meus planos após formada (P-09).
em relação ao retorno às atividades presenciais tenho muito medo dos ônibus de transporte para a
universidade, pois não consigo pegar o transporte de apoio da universidade e preciso pegar o
intermunicipal que está sempre lotado, mas ainda prefiro que as aulas presenciais voltem com
alguns protocolos de biossegurança dentro dos campi pelo menos (P-30).
Mesmo diante da esperança do retorno presencial, os universitários pontuaram que isso deveria
acontecer de forma lenta e gradual, seguindo protocolos de segurança eficazes para todos dentro da
universidade. Também, naquele momento, enfatizaram a importância da vacinação de toda a população
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para o controle do número de casos confirmados, contribuindo com o retorno seguro. Os termos
representados no dendrograma da classe 5 foram esperar, vacina, acreditar, principal, fato, acabar.
em relação ao retorno às atividades presenciais eu espero que volte logo e de forma segura para
que ninguém precise ter medo de sair em busca do futuro (P-15).
em relação ao retorno às atividades presenciais o receio é de contaminação. Assim espero que
com as medidas de segurança necessárias pode não haver grandes problemas, contudo com o
rápido aumento dos números [...] acredito que a precaução é o melhor remédio (P-18).
em relação ao retorno às atividades presenciais, com o retorno sendo realmente após a chegada
da vacina, estarei mais tranquila e completamente ansiosa de uma maneira agradável. Minhas
expectativas são positivas por acreditar obter uma boa vontade ainda maior para quaisquer
atividades (P-33).
em relação ao retorno às atividades presenciais honestamente espero que só volte às aulas depois
que já tiverem as vacinas porque antes disso é loucura e irresponsabilidade social pura [...] (P-
36).
DISCUSSÃO
O ensino remoto chegou aos universitários como uma esperança de conseguir concluir o curso de
graduação. Nesse sentido, uma pesquisa identificou que o fato de poder dar seguimento ao curso, ainda
que de maneira remota, é vista positivamente pelos acadêmicos, pois a proposta é uma forma de atenuar
os prejuízos que o período da pandemia trouxe às universidades (FREITAS; SANTOS, 2021).
Entretanto, apesar do ensino remoto ter sido uma política alternativa para o cumprimento de
carga horária obrigatória, os cursos que necessitaram de atividades práticas para formação completa do
aluno ficaram impossibilitados em graduar os estudantes para o mercado de trabalho. Frente a isso, o
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Ministério da Educação aprovou uma política de educação, em 2020, inicialmente intitulada Medida
Provisória nº 934, convertida na Lie nº 14.040 (BRASIL, 2020b), que previa a excepcionalidade,
somente durante a pandemia, de precipitar a formatura a partir do cumprimento de 75% da carga horária
de estágios obrigatórios, especificamente para os cursos das ciências da saúde, no intuito de beneficiar o
sistema único de saúde colocando em campo mais trabalhadores (BRASIL, 2020c).
A possibilidade organização pessoal do tempo demandado em torno das atividades remotas foi
elencada pelos participantes. Da mesma forma, uma pesquisa, realizada em 2020, envolvendo estudantes
da Coreia do Sul apontou o tempo como segundo tema mais recorrente entre as respostas, considerando
essa economia de tempo um ponto positivo do ensino remoto, tanto em deslocamento, quanto
relacionado aos afazeres presenciais necessários para assistir a aula (SHIM; LEE, 2020). Ainda, a
disposição de aulas gravadas nas plataformas virtuais de ensino, para que o aluno possa assistir em
outros momentos do dia e não somente no encontro síncrono, é um facilitador para o aproveitamento
dos acadêmicos (APPENZELLER et al., 2020). Entretanto, o presente estudo identificou o relato da
facilidade de aprendizado durante encontros síncronos, em que os participantes esclareciam suas
dúvidas e contextualizam o conteúdo ao vivo com o docente.
Além do engajamento, o ensino remoto abriu aos participantes deste estudo a possibilidade de 212
acompanhar as aulas e realizar as atividades de forma confortável, com autonomia para a organização de
conteúdos e tarefas adjacentes às acadêmicas. Ainda, elencaram a flexibilidade do ensino remoto como
um facilitador para a participação em atividades extracurriculares, ou seja, aquelas que não são
obrigatórias do currículo do curso. Algumas atividades de pesquisa foram impossibilitadas de serem
realizadas por conta do distanciamento social, entretanto, outras continuaram de maneira remota, além
da oferta de cursos de capacitação e atualização, tanto para profissionais quanto para acadêmicos, de
forma a qualificar o conhecimento e prática de maneira flexível (BARBOSA, 2021).
O conforto foi elencado, em outro estudo, como a principal vantagem que o ensino remoto
proporcionou aos estudantes, pois facilita o acesso em qualquer local e momento do dia, também reduz
gastos em deslocamento até a unidade presencial da universidade (ZILSE; WEBER; FLORIANI, 2021).
Ainda, a brusca mudança na forma do processo de ensino e aprendizagem afetou a rotina tanto de
discentes quanto de docentes (CAVALCANTE et al., 2020), desta maneira, o ambiente de trabalho e
lazer se tornaram o mesmo.
Por outro lado, uma pesquisa mencionou a sugestão de estudantes para que houvesse uma
redução do tempo de aula e atividades que precisavam ser realizadas mediante à exposição de telas
(ZILSE; WEBER; FLORIANI, 2021), visto que tornava a tarefa exaustiva, dificultando a execução e
entrega no tempo determinado pelo professor. Ainda, em um estudo realizado com estudantes
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universitários do Chile, verificou-se que 32,5% deles consideraram que o tempo destinado para
realização e entrega das tarefas solicitadas eram insuficientes para o êxito (PÉREZ-VILLALOBOS et
al., 2021).
O vínculo de amizade e confiança entre estudantes e professores, anterior à situação de pandemia
e início do ensino remoto emergencial, mostrou-se um critério para a satisfação dos discentes em relação
à atuação do corpo docente durante as aulas e atividades virtuais. A falta desse vínculo pode levar a uma
comunicação escassa e que deveria estar mais presente dentro dessa metodologia de ensino, pois pode
acarretar maiores dificuldades e falta de adesão aos encontros (ZILSE; WEBER; FLORIANI, 2021).
Além disso, os participantes do presente estudo citaram a adaptação docente às plataformas de
ensino utilizadas ou tecnologias de informação e comunicação (TICs). Um estudo do Rio Grande do
Norte - Brasil, também apontou que o uso de ferramentas como vídeos, podcasts, e, inclusive,
webconferências, ainda representam uma dificuldade a ser superada, tanto para os estudantes, quanto
para os professores (COSTA et al., 2021). Entende-se como parte desta adaptação, a utilização de outras
ferramentas que visam aprimorar as aulas síncronas, momento que reúne os acadêmicos num
determinado espaço e horário, como a lousa virtual Jamboard disponibilizada pelo Google Meet, bem
como as aulas assíncronas, definida como ambiente exclusivo e de acesso ilimitado, com materiais 213
educativos e auxiliares dos conteúdos abordados como flashcards. Existem inúmeras metodologias
ativas de ensino que fogem do tradicional e habitual ensino presencial a partir de livros físicos e lousas,
uma delas é a sala de aula invertida ou flipped classroom, na qual o estudante é responsável pelo estudo
dos conteúdos prévio às aulas, a partir de referências disponibilizadas pelos docentes, utilizando o
ambiente acadêmico, virtual ou não, para discussão acerca do que foi compreendido (LIMA et al., 2020;
OLIVEIRA et al., 2020).
Entretanto, é preciso que se tenha ferramenta de acesso disponível, como dispositivos eletrônicos
com conexão à internet. Nesse sentido, um estudo com estudantes da Ásia, verificou dentre as
reclamações sobre o ensino remoto, a instabilidade na rede de internet o que dificultava o
acompanhamento das aulas, principalmente nos encontros síncronos (SHIM; LEE, 2020). Há ainda a
necessidade de adaptação dos docentes ao ensino virtual, os quais não estão habituados a ministrar o
conteúdo a partir de telas e microfones (ZILSE; WEBER; FLORIANI, 2021). Tendo a dificuldade na
transição de ensino e na utilização de ferramentas online evidenciada, tanto pela falta de expertise da
instituição com a implementação do espaço virtual, quanto dos alunos com a dificuldade de acesso a
elas, verifica-se o desafio pedagógico causado pela pandemia da Doença do Coronavírus 2019 -
COVID-19 (SENHORAS, 2020), colocando todas as instituições de ensino em posição de se
instrumentalizar com estratégias educativas variadas que possam ser utilizadas em diversos contextos
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(HERNÁNDEZ, 2021), além de instigar ao governo a adoção de políticas educacionais que visem
mitigar os obstáculos reflexos à pandemia. Estudantes de graduação em um estudo acerca do período
letivo durante a pandemia evidenciou que simples mudanças nas metodologias de ensino facilitaram o
aprendizado de alunos, trazendo como exemplo a didática de fazer desenhos em slides durante a
apresentação do conteúdo como uma forma de facilitar o engajamento e concentração dos acadêmicos
(BROAD et al., 2023). Ainda, explicações dos docentes sobre como funcionam os sistemas de
aprendizado online, ensino remoto emergencial e ensino híbrido facilitaram a percepção de presença de
ensino dos acadêmicos, contribuindo ainda para a autonomia e eficácia no processo de aprendizagem
(SU et al., 2023).
Ainda que as TICs integrem como facilitadores no ensino remoto e traga aspectos positivos
como a ascensão de interesses relacionadas a novas tecnologias de ensino e aprendizagem, e maior
empenho dos personagens para a manutenção positiva das atividades, aspectos negativos como
sentimentos de receio de erro na utilização de tecnologias e entraves na elaboração de trabalhos em
grupo foram elencados em um relato de experiencia em uma disciplina de um Programa de Pós
Graduação em Enfermagem (SILVA; PANOBIANCO; CLAPIS, 2021). Um estudo envolvendo
estudantes residentes em medicina apontou que a pandemia do novo coronavírus causou impactos em 214
relação às atividades que a especialização requer para complementar a formação, visto que não havia
possibilidade da realização de algumas aulas práticas em determinados setores (OLIVEIRA et al., 2020).
Além das dificuldades tecnológicas, questões de gênero, necessidade de renda, ambiência, e
questões cognitivas, podem ser elencadas como fatores de iniquidade para a realização das atividades,
como o exemplo de pessoas cuidadoras de filhos, geralmente do sexo biológico feminino, dificuldade
em encontrar um ambiente de concentração em casa, e a importância da busca de fontes de renda para
manter-se durante a pandemia, impossibilitando a presença, principalmente nas atividades síncronas
(CAVALCANTE et al., 2020). Com isso, a dificuldade de concentração por distrações no ambiente
acarretam problemas de aprendizado, podendo causar ansiedade e frustração por não conseguir êxito nas
atividades propostas (BARATA et al., 2022).
Uma pesquisa que avaliou o impacto da pandemia na saúde mental dos universitários e na
educação médica, evidenciou que sintomas de ansiedade durante o período de pandemia refletem em
efeitos econômicos e na vida cotidiana, bem como ocasiona atrasos nas atividades acadêmicas
(RODRIGUES et al., 2020). Em outro estudo desenvolvido em uma universidade de Fortaleza, com a
finalidade de identificar a prevalência do sentimento de angústia autorreferido e seus fatores
relacionados em universitários da área da saúde durante a pandemia da COVID-19, constatou-se que
89,5% afirmaram estar angustiados, 91,7% preocupados com a pandemia em relação ao mundo.
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(MARTINS et al., 2020). Ainda no âmbito da saúde mental, um estudo com acadêmicos de graduação
evidenciou um pico de estresse entre os alunos no segundo semestre, voltando à diminuição em um
terceiro período de observação, dado aos fatores de adaptação, carga de trabalho e o contexto pandêmico
em si (FRIDKIN et al., 2023).
A suspensão das atividades práticas nas universidades se deu especialmente como medida de
contenção da disseminação do vírus SARS-CoV-2 e, a partir disso, o ensino remoto emergencial foi
implantado, para redução de danos em relação ao tempo de formação dos estudantes, causando
mudanças positivas e, outras negativas, no modelo de ensino tradicional, ou seja, presencial (PASINI et
al., 2021). Estudantes da Universidade Federal do Amazonas foram questionados sobre suas percepções
em relação à suspensão das atividades, a maioria referiu não se sentir prejudicado em relação à mudança
de metodologia de ensino, migrando da sala de aula física para um contexto de aprendizagem online
(NEVES JUNIOR et al., 2021).
Em contrapartida, os participantes deste estudo elencaram como maior prejuízo o extenso
período entre a suspensão das aulas e a implantação de uma nova forma de ensino não-presencial,
alterando assim, de maneira negativa, o tempo de formação e consequentemente dificultando o
cumprimento da carga horária necessária para concluir o curso. Com a tentativa de cumprir carga 215
horária obrigatória, foi necessária a mudança nos planos de ensino das disciplinas, de forma a adequar as
atividades em concordância com as metodologias de ensino a serem implementadas, sendo importante
visualizar as desigualdades sociais de forma que todos tenham acesso de forma equânime às atividades
(SILVEIRA et al., 2020).
Uma das principais preocupações, em relação ao retorno às atividades presenciais, apontadas no
presente estudo, foi o deslocamento até a universidade, em especial as lotações comuns, as quais se
mantêm durante a pandemia, nos ônibus municipais. Uma pesquisa realizada com a comunidade
acadêmica do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) apontou que a grande maioria dos
participantes necessitavam do deslocamento intra e intermunicipal para poder participar das aulas
práticas, sendo um evidente risco para a disseminação do vírus (FERREIRA et al., 2020). Uma
possibilidade para o retorno de disciplinas que necessitavam do cumprimento de carga horária prática
para a busca da experiencia e expertise de técnicas, poderiam utilizar do formato híbrido de atividades,
consistindo em parcela da carga horária remota e outra parcela presencial, sendo assim, uma
oportunidade de dar continuidade às atividades (BARBOSA, 2021).
O retorno presencial das atividades das instituições de ensino superior englobava o retorno de
toda a comunidade, docentes, discentes, técnicos administrativos e servidores em geral. Assim, um
estudo do IFRN mostrou que 22% dos servidores pertenciam a algum grupo de comorbidade, ou seja,
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estavam propensos a possíveis agravos da doença (FERREIRA et al., 2020). Nesse sentido, os
participantes do presente estudo também enfatizaram a necessidade de reorganização, principalmente
dos protocolos de segurança para evitar a disseminação do coronavírus, levando a um retorno lento,
porém, gradual e seguro para todos que estariam envolvidos, além disso o sentimento de medo causado
pelo contexto, aumento gradativo do número de casos e agravos, e a sobrecarga de notícias negativas e
sem perspectiva de melhoras contribuiu para o receio da população (BARBOSA, 2021).
O senso de coletividade demonstrado pelos participantes da presente pesquisa reforçou a noção
de cuidados que devem ser preconizados para o retorno presencial. A percepção de que existem outras
pessoas também em risco e o conhecimento de que há um contexto social em que cada um está inserido,
contribui para que haja medidas mais eficientes para reduzir a contaminação. Nesse sentido, uma
pesquisa identificou o desejo de retorno às atividades presenciais vinculado à vacinação e cerca de 38%
relataram que não pretendiam retornar enquanto houvesse a pandemia, ou seja, com a garantia de
segurança para todos os envolvidos neste processo (NEVES JUNIOR et al., 2021).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
216
Os resultados desta pesquisa permitiram o alcance dos objetivos, identificando que a percepção
de estudantes universitários envolve o anseio por continuar seus estudos, mesmo que de modo remoto, e,
no entanto, possuíam preocupações quanto à qualidade do ensino desta modalidade, em vista da
emergência da implementação, junto à dificuldade de acesso e domínio de educadores. Também, no que
se refere ao retorno presencial, os universitários se preocuparam com o contexto social e pandêmico, o
qual ainda não havia vacinação e métodos concisos e eficazes para o tratamento da doença, desta forma,
priorizam a segurança de todos em sua volta.
Apesar do estudo ter sido desenvolvido com universitários de duas instituições, ainda há uma
limitação geográfica, visualizando-se a necessidade de futuras pesquisas que possam abranger um
território amplo, contemplando outras instituições brasileiras. Ainda, recomenda-se a avaliação da
percepção no contexto pós pandemia, buscando possíveis mudanças na estrutura do ensino e
aprendizado de acadêmicos. As limitações do estudo estão atreladas àquelas de pesquisa qualitativa, em
especial a não generalização dos resultados à grande massa, uma vez que o total de participantes foi 42.
Ainda, apesar da coleta de dados online ter sido um facilitador, visto o contexto pandêmico de
distanciamento social e impossibilidade da realização presencial, acredita-se que a coleta mediante a
entrevista contribua para a melhor sedimentação dos achados. Enfatiza-se que os resultados foram
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condizentes com aqueles identificados em outras pesquisas nacionais ou internacionais, sendo assim,
pode-se visualizar coerência entre os achados.
Espera-se com o presente estudo contribuir para a comunidade acadêmica e científica, a fim de
levar ao conhecimento de todos as percepções dos universitários em relação às suas vivências no ensino
remoto emergencial, bem como seus anseios relacionados ao eventual retorno presencial das atividades.
Sendo assim, teve como propósito instigar a busca de melhorias e adequações para que as experiências
de ensino sejam as mais positiva e seguras possíveis, destacando a consciência coletiva de estudantes de
ensino superior acerca dos fatores de risco e de proteção para a população, bem como a prioridade da
promoção e manutenção da saúde da comunidade em geral.
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