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Relatório 2 - Psicopatologia Especial

O relatório descreve a experiência de estagiários em uma instituição de saúde mental, focando na observação de pacientes e na análise de suas histórias de vida. Um dos pacientes, W., compartilha sua trajetória de dependência química e suas aspirações de recuperação, destacando a importância do apoio familiar e do ambiente social na reabilitação. A conclusão enfatiza a relevância das competências analíticas e da empatia no trabalho com pacientes em contextos hospitalares.
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Relatório 2 - Psicopatologia Especial

O relatório descreve a experiência de estagiários em uma instituição de saúde mental, focando na observação de pacientes e na análise de suas histórias de vida. Um dos pacientes, W., compartilha sua trajetória de dependência química e suas aspirações de recuperação, destacando a importância do apoio familiar e do ambiente social na reabilitação. A conclusão enfatiza a relevância das competências analíticas e da empatia no trabalho com pacientes em contextos hospitalares.
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UNIVERSIDADE PAULISTA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE PSICOLOGIA - MATUTINO

2° RELATÓRIO PARCIAL DA ATIVIDADE PRÁTICA DE ESTÁGIO


EM PSICOPATOLOGIA ESPECIAL

BRUNA DA SILVA SACRAMENTO - G296583


CAMILA FERNANDES DA SILVA - T897408
EDUARDO ANGELO DE SOUSA - T2983C0
GABRIEL MESSIAS - G222HF0
NAIARA ALVES RODRIGUES DA CRUZ - G37EJJ6
VITÓRIA COMIN HOMA - G18CCF6
VITÓRIA MARTINS COSTA - G34BDB1

1 DESCRIÇÃO DA DEMANDA

O Centro Integrado de Assistência e Saúde Nossa Senhora de Fátima possui uma


grande infraestrutura, cercada por muros altos e arborizados. Na fachada, destaca-se o nome
da instituição "Irmãs Hospitaleiras Centro Integrado de Assistência e Saúde Nossa Senhora de
Fátima", escrito em tons de verde e púrpura, acompanhado pelo desenho de um coração ao
lado. O acesso à parte externa da instituição, tanto para veículos quanto para pedestres, é
realizado por um portão grande, operado por um funcionário que se encontra numa guarita
cinza.
Ao entrar no local a pé, é percorrido um caminho com pequenas rampas e escadas até
chegar ao estacionamento, cercado por jardins floridos que compõem uma grande área
arborizada, com bancos ao redor. Os prédios que compõem o local são divididos em alas,
destacando-se pelas cores cinza, verde e branco, com muitas janelas.
Logo à frente do estacionamento, encontra-se a recepção, composta por uma porta de
vidro e duas funcionárias atrás do balcão. Um sofá de espera e um filtro de água branco, que
complementam o ambiente, situados em frente ao balcão de atendimento. O espaço é amplo e
conta com banheiros feminino, masculino e adaptado.
Adentrando pela porta principal, o ambiente interno da ala “São José” é acessado por
um corredor, na qual são encontrados os dormitórios, cujos interiores são compostos por
camas separadas, apresentando travesseiro e lençois em cada. Seguindo o corredor, chega-se a
uma sala de lazer organizada, podendo ser visualizado em sua área, alguns sofás, mesas e

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cadeiras; ademais, uma televisão, um filtro de água, e um painel registrando as atividades
propostas, sendo elas, subdivididas pelos dias semanais, em seus específicos horários. Tais
atividades como exemplo são: rodas de conversas; ioga; atendimento psicológico; atividades
de educação física; futebol; e missas. A sala é Interligada diretamente a uma área de lazer
exposta ao ar livre, onde seus arredores são cercados por grades de proteção e,
intrinsecamente em sua região, presenciam-se cadeiras e mesas de concreto, além de árvores e
jardins rasos, localizados próximos às grades.
Os funcionários transitavam pelos setores, desempenhando suas atividades
profissionais como: aplicação de medicamentos; medição da pressão arterial; auxiliando os
pacientes a se vestirem; fazendo a limpeza da área de lazer fechada.

2 PROCEDIMENTOS

O grupo composto para a execução do estudo era formado por sete membros, estes que
se distribuíram pela extensão da ala para observar com maior abundância e riqueza de
detalhes o que poderia ser exposto pelos pacientes da área e perceptível aos olhos dos
estagiários. Nessa segunda visita fomos visitar a Unidade de Internação São José, nesta ala
todos os pacientes eram do sexo masculino, nessa instalação era possível interagir com
pessoas de diversas idades, as quais questionavamos por meio de técnicas investigativas, e
que nos proveram uma valiosa contribuição para a composição de nosso relatório.
Fazendo valer o que é descrito no livro “Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos
Mentais” de Paulo Dalgalarrondo (2019), compreendemos dados analíticos e patológicos
envolvidos nos processos vitais dos pacientes observados, esta visita também atentou-se à
qualidade estrutural da instituição, isto é no que diz respeito à sua funcionalidade para
reabilitação e realocamento do sujeito na sociedade, contemplando a potencialidade e
integridade do paciente nesses processos.
Se ressalta também a presença de alguns dos pacientes os quais entramos em contato
como M., que já estava presente em nossa última visita na ala e W., que tivemos contato pela
primeira vez, mas que demonstraram porções significativas para a composição do relatório e
para uma compreensão da vida naquela instituição. No molde que utilizamos para a
composição desse material escrito, hemos de ressaltar que reafirmamos um comprometimento
irrevogável com o Código de Ética Profissional do Psicólogo (CEPP), de 2005, que reforça o
sigilo profissional e confidencialidade informacionais assegurados para a seguridade do elo
firmado entre as partes.

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3 ANÁLISE

Ao adentrar na unidade São José, os estagiários foram estrategicamente divididos para


abordar os pacientes presentes. Entre eles, encontramos o paciente W., homem negro de 30
anos, que estava sentado na parte externa da instituição e se dispôs a conversar com o grupo,
relatando sua trajetória de vida. No que diz respeito aos aspectos físicos, o paciente
apresentava boa higiene e vestimenta, sem alterações da consciência, agitação ou apatia.
W. se mostrou aberto ao diálogo e mencionou ser usuário de drogas, estando
atualmente em seu oitavo dia de internação, o que revela uma boa orientação alopsíquica e
autopsíquica. Durante a conversa, relatou que esta é sua segunda internação, sendo a primeira
involuntária, da qual ele fugiu. O paciente relata que sua internação atual foi voluntária, e
demonstra remorso ao compartilhar com o grupo que perdeu tudo em sua casa, chegando a
vender pertences pessoais para financiar o vício, mas se sente feliz por estar se recuperando
na instituição. Segundo Dalgalarrondo (2019), a dependência de substâncias frequentemente
leva a comportamentos compulsórios, resultando em uma “diminuição da autoestima”, o que
se associa a sentimentos de vazio e culpa, perceptíveis no relato de W. sobre a perda de seus
bens pessoais e familiares.
O paciente relatou suas experiências com as drogas, descrevendo desde as sensações
até os sentimentos que o levaram ao uso. Ele compartilhou que passava dias sem comer ou
sentir fome, apenas consumindo drogas e dormindo. Em seu diálogo, reconhece que tomou
atitudes das quais não se orgulha, mas que julgou necessárias no momento para sustentar seu
vício. Ele demonstra preocupação em relação ao convívio com usuários que pode influenciar
em futuras recaídas, o que demonstra a importância do ambiente social na recuperação do
indivíduo.
W. compartilhou sonhos e expectativas de vida que foram frustradas ao longo do
tempo, especialmente em relação à família, e mencionou o quanto decepcionou seus
familiares por ser usuário de drogas. Ele relatou não ter mais contato com o pai, que, segundo
ele, sempre preferiu os irmãos. Atualmente, ele conta apenas com a ajuda da mãe, que cria o
seu filho. O paciente também compartilhou que seu maior sonho era ser jogador de futebol,
algo que não se concretizou por falta de apoio paterno. Contudo, ele mantém uma boa relação
com o irmão mais novo, que o apoia em seu processo de recuperação.
Atualmente, o paciente demonstra grande preocupação em orgulhar sua mãe e avó, que
o têm apoiado durante a reabilitação. Ele mostra forte motivação para sua recuperação e
afirma que, ao deixar a instituição, pretende continuar o tratamento tanto medicamentoso

3
quanto psicológico e que servirá de inspiração para outras pessoas também se livrarem do uso
das drogas e crescerem na vida, pois de acordo com seu relato, ele ainda não conhece nenhum
dependente químico que tenha se desenvolvido profissionalmente. W. relatou que, dentro da
instituição, sente-se bem e amparado pela equipe, algo que há muito tempo não
experimentava. Contou sobre suas metas estabelecidas para alcançar seus objetivos, seu
desejo de trabalhar com arte ou fazer um curso de barbeiro ao sair, buscando meios de
reintegração social e sustento para criar seu filho, fazendo algo que gosta. O relato de W.
demonstra conteúdos de culpa, abandono, e busca por ajustamento social, elementos comuns
em usuários de substâncias que lutam contra a dependência (Dalgalarrondo, 2019).

4 CONCLUSÃO

Ao vivenciar a complexidade das relações no âmbito hospitalar, fortaleceu-se a


relevância das competências do analista, conforme descrito por Zimerman (1999), as quais
constituem aspectos indispensáveis para o trabalho analítico. De acordo com o autor, o que
constitui um bom analista não é apenas o seu arsenal teórico, mas tão importante quanto isto é
a sua atitude analítica, que envolve tanto os atributos naturais quanto aqueles desenvolvidos
na análise pessoal (Zimerman, 1999).
É imprescindível que o analista se coloque como uma pessoa real, agindo como a si
mesmo, viabilizando, desta maneira, espaço para que o paciente também possa agir de forma
congruente, sem medo de atuar como um ser humano, que tal como o analista também comete
erros (Zimerman,1999). Isto é essencial para promover a comunhão entre analista e
analisando, o que exige daquele determinados atributos, entre os quais, o respeito, a empatia,
a paciência, o respeito, a intuição, ser verdadeiro, a capacidade negativa e a capacidade de ser
continente. O desenvolvimento destas características são essenciais para possibilitar a
compreensão do psiquismo do sujeito e, com isso, ajudá-lo a enfrentar as suas angústias e os
imprevistos da caminhada analítica (Zimerman, 1999).
Por meio da atuação no âmbito hospitalar, tornou-se possível que os estagiários
colocassem em prática alguns destes atributos ao se portaram de modo congruente,
fornecendo espaço ao paciente W., demonstrando aceitá-lo tal como ele é e, dessa maneira
propiciando um lugar seguro para acolher suas angústias. Posteriormente, diante do exposto
por W., procurou-se devolver a ele somente o que poderia suportar naquele momento. À vista
disso, Zimerman (1999) ressalta que o analista em sua práxis deve ser capaz de esperar

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provendo ao analisando tempo para que ele possa manifestar de forma plena sua
psicodinâmica.
Perante o exposto, constata-se que os estagiários puderam, ainda que minimamente,
entrar em contato com a práxis e colocar em exercício algumas das características que um
bom analista deve possuir. Ainda, verifica-se que a prática aliada aos conhecimentos
disponibilizados através da literatura colocaram-se como essencial para que o formando em
psicologia possa compreender a importância de estar continuamente em desenvolvimento com
o intuito de adquirir as condições mínimas necessárias para realizar o seu trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Código de Ética Profissional do Psicólogo. Conselho Federal de Psicologia, Brasília, agosto


de 2005.

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3° ed.


Porto Alegre: Artmed, 2019.

ZIMERMAN, D. E. Condições necessárias para um analista. In: ______. (org.).


Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica - uma abordagem didática. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1999. p. 451-457.

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