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Artigo TCC - Versão Final

Este trabalho analisa as características acústicas da sala de aula 217 da Universidade Luterana do Brasil, verificando se atende às normas brasileiras de ruído. Utilizando medições com um dosímetro, os resultados indicaram que a sala não possui isolamento acústico adequado, afetando a comunicação e o conforto dos alunos e professores. O estudo destaca a importância de um ambiente acústico adequado para a eficácia do aprendizado.

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Artigo TCC - Versão Final

Este trabalho analisa as características acústicas da sala de aula 217 da Universidade Luterana do Brasil, verificando se atende às normas brasileiras de ruído. Utilizando medições com um dosímetro, os resultados indicaram que a sala não possui isolamento acústico adequado, afetando a comunicação e o conforto dos alunos e professores. O estudo destaca a importância de um ambiente acústico adequado para a eficácia do aprendizado.

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ANÁLISE ACÚSTICA DA SALA DE AULA 217.

CLASSROOM ACOUSTIC ANALYSIS 217.

Acadêmicos: Lucas Ferreira de Carvalho


Madson Rocha Bentes
Orientador: Professor José Reginaldo Pinto de Abreu
Área de concentração: Acústica

RESUMO

Este trabalho propôs analisar as características acústicas da sala de aula 217 localizada no
prédio 11 da Universidade Luterana do Brasil CEULS/ULBRA – Campus Santarém – Pará.
Teve como objetivo esclarecer se a acústica da sala está dentro dos limites, atende as normas
brasileiras, no qual utilizou-se como base a NBR10151 que trata da avaliação de ruído, e a
NR-15 anexo 1° que descreve sobre os limites de tolerância para ruído contínuo ou
intermitente. Para analisar os níveis de ruídos da sala foi feito um levantamento das
características físicas da sala, atendendo aos requisitos da norma previstas na
NBR10115:2017 necessárias para a realização das medições, com o auxílio do equipamento
de medição Dosímetro da Instrutherm, foi possível realizar medições que nos permitiu
quantificar o nível de ruído em diferentes locais e horários, fornecendo dados objetivos sobre
a exposição ao ruído ambiental. Essa abordagem foi fundamental para identificar áreas com
altos níveis de ruído. Foram também utilizados os métodos descritos nas normas NBR 10152
(2017) para mensurar os níveis de pressão sonora equivalente de cada sala. Os resultados das
medições dos parâmetros acústicos investigados evidenciaram que a sala não possui o devido
isolamento.
Palavras-chave: Acústica. Ruído. Níveis. Medições.

ABSTRACT

This study aimed to analyze the acoustic characteristics of classroom 217 located in building
11 of the Lutheran University of Brazil CEULS/ULBRA - Campus Santarém - Pará. Its aim
was to clarify whether the room's acoustics are within the limits and meet Brazilian standards,
based on NBR10151, which deals with noise assessment, and NR-15 Annex 1, which
describes the tolerance limits for continuous or intermittent noise. In order to analyze the
noise levels in the room, a survey of the physical characteristics of the room was carried out,
meeting the requirements of the standard set out in NBR10115:2017 necessary to carry out the
measurements, with the help of the Instrutherm Dosimeter measuring equipment, it was
possible to carry out measurements that allowed us to quantify the noise level in different
places and at different times,
providing objective data on exposure to environmental noise. This approach was fundamental
in identifying areas with high noise levels. The methods described in NBR 10152 (2017) were
also used to measure the equivalent sound pressure levels of each room. The results of the
measurements of the acoustic parameters investigated showed that the room was not properly
insulated.

Keywords: Acoustics. Noise. Levels. Measurements.

1
1. INTRODUÇÃO

A acústica de um ambiente influência diretamente na comunicação, gerando um


fenômeno do desconforto e cria uma série de reações adversas como: ansiedade, irritações,
estresses, variações de humor, redução na capacidade de comunicação e concentração,
(Lubman; Sutherland, 2003). Tais manifestações podem estar ligadas a ausência de conforto
acústico, apesar da sua importância, é muitas vezes negligenciada. Isso pode ocorre devido à
falta de compreensão sobre as consequências dos efeitos sonoros resultantes de um
condicionamento acústico inadequado ou ausente. Se faz necessário estudos de condições que
apresente resultados como na arquitetura no ambiente escolar. Os problemas de ruído podem
causar dificuldades em certos ambientes, o que é especialmente preocupante em espaços
educacionais, onde é essencial proporcionar um ambiente confortável que promova a
concentração tanto dos alunos quanto dos professores. Os sintomas mais frequentes dessa
disfuncionalidade ambiental incluem falta de energia, fadiga e falta de atenção (Pedrazzi et
al., 2001).
Este estudo trata da avaliação das condições de conforto da sala de aula N°217 do
prédio 11 da Universidade Luterana do Brasil CEULS/ULBRA – Campus Santarém – Pará.
Conforme relato de professores e alunos a referida sala não possui uma boa qualidade
acústica, o que tem dificultado o entendimento das falas e provocado distrações. A falta de
clareza na voz do professor, prejudica a compreensão, tanto para o aluno x professor, quanto
professor x aluno, o que requer muitas vezes que o professor eleve a voz para ser entendido,
enquanto os alunos precisam se esforçar para entender a mensagem transmitida,
Um dos fatores que interfere no desempenho sonoro de uma sala é a reverberação
acústica, fenômeno decorrente da reflexão das ondas sonoras nas superfícies de um ambiente
fechado, em espaços onde há muita reverberação, ou seja, onde o som se reflete várias vezes
nas superfícies (piso, parede e teto), resultando em um tempo prolongado de permanência do
som no ambiente, ocorrendo uma inteligibilidade da fala. De acordo com Hodgson (2004),
situações como esta, podem estar associadas a períodos de reverberação mais longos do que
os ideais recomendados por norma para espaços destinados a sala de aula, portanto, pode
afetar negativamente a comunicação, dificultando a compreensão das palavras e prejudicando
a transmissão eficaz de informações.
Ao traçar as características acústicas da sala 217 da Instituição, tem-se como objetivo
principal esclarecer se está dentro dos limites, atendendo as normas brasileiras, e ainda
verificar junto aos fundamentos do conforto ambiental quais as condições atuais que a sala
expõe alunos e professores.
Para avaliar essas condições de conforto, foram consultadas as normas vigentes, e
verificado a qualidade acústica, tempo de reverberação, e demais problemas acústicos
existentes na sala. Com base nos dados coletados, apresenta-se possíveis soluções para
mitigar os problemas de conforto encontrado, de maneira a adequá-lo como facilitador para
prática de atividades pedagógicas.

2. REFERENCIAL TEORICO

Essa seção está dividida em subseções que abordarão os conceitos e definições


necessários para melhor compreensão do leitor. Será apresentado o conceito de som e seu
comportamento em um determinado ambiente como ele interage com os materiais e as
características físicas que o formam.
Conceitos de tempo de reverberação e isolamento acústico forma essenciais para a
produção desse trabalho. Será ressaltado ainda como um desempenho acústico inadequado

2
pode causar diversos problemas a saúde e ao rendimento escolar. Por fim serão discutidas as
diretrizes técnicas essenciais para os procedimentos adotados, baseado, em uma metodologia,
que proporcionasse precisão e a garantir resultados confiáveis.
Forma observadas normas - NBR 10152 (2017), NBR 10151 (2019), NBR 12179
(1992), NBR 15575 (2021) para execução de métodos as medições, desempenho mínimo,
cálculos de parâmetros e análise.

2.1. SOM

Na física, o som é definido como uma forma de energia que se propaga através de
um meio, a propagação precisa de um meio material, seja sólido, líquido ou gasoso, portanto,
não existir som no vácuo, onde não há meio material para que o som se propague, sempre
precisamos de algum objeto vibrante entre o corpo em vibração e o ouvido de uma pessoa
para que haja som (BORGES, 2016).
De acordo com BORGES 2016 o som é gerado quando objetos físicos vibram,
sempre que escutamos algum tipo de som e porque há um corpo material vibrando, quando
uma pessoa fala, ela está provocando vibrações nas suas cordas vocais, essa é uma forma de
energia que propaga através do ar e outros meios, originada pela vibração das moléculas
desses meios. Quando essas ondas sonoras alcançam nossos ouvidos, são convertidas em
impulsos elétricos e transmitidas ao cérebro, onde são interpretadas como sons (SIQUEIRA,
2020).
O fenômeno sonoro pode ser caracterizado pela sensação detectada no sistema
auditivo humano, ela se dá pela variação da pressão do meio de forma que se repita
periodicamente, característica essa da onda mecânica (BISTAFA, 2018), é classificado como
uma onda mecânica porque se comporta de forma diferente no espaço e no tempo. Esta
variação resulta de forma longitudinal, o que significa que os componentes materiais se
movem na direção da perturbação (BRANDÃO, 2016).

2.2. RUIDO

Os ruidos podem ser definidos como qualquer som que indesejado que causa incômodo ou
prejuízo à saúde humana, ao ambiente de trabalho, ou ao meio ambiente, como mencionado
anteriormente, problemas decorrentes do ruído em ambientes fechados englobam o risco de
perda auditiva, e a diminuição da clareza da fala em salas de aula.
Existem vários tipos de ruídos, o mais conhecido é o ruído branco, que é caracterizado por
possuir uma frequência continua e uniforme, o que significa que ele tem a mesma intensidade
em cada faixa de frequência. Na figura 1 está representada a intensidade na frequência f1 a f2.
Figura 1 - representação da intensidade na frequência f1 e f2

Fonte: Imagem adaptada, Fundamentos de Som e Acústica, p. 32, 2015

3
Segundo Souza 2012, os principais elementos da edificação que são responsáveis
pela transmissão de ruídos aéreos para o interior de um ambiente incluem janelas, portas,
paredes, pisos, teto, além de frestas ou fendas presentes nas superfícies que compõem o
ambiente. A figura 2 demostra como esses ruídos aéreos podem ser transmitidos em uma
edificação.

Figura 2 - transmissão de ruídos em uma edificação

Fonte: Imagem adaptada, Bê-a-bá da Acústica Arquitetônica, p. 84, 2012,

No Brasil, a norma regulamentadora NR15 indica que o nível de pressão sonora deve
ser, no máximo 85 dB, a tabela 1 foi retirada da Norma Regulamentadora n.º 15 (NR-15),
da Portaria MTb n.º 3.214/1978 (BRASIL, 1978), estabelece os limites de exposição a ruído
contínuo.

4
Tabela 1- Limites de Tolerância (LTs) para ruído contínuo ou intermitente (NR-15)

Nível de ruido dB (A) Máxima exposição diária permissível


85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 30 minutos
94 2 horas
95 1 horas e 45 minutos
98 1 horas e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

Fonte: Tabela adaptada, Site do Ministério da Saúde

2.3. ONDA SONORA E SUA PROPAGAÇÃO

Como mencionado anteriormente, o som se move na direção da perturbação, esse


deslocamento das partículas acontece em um movimento harmônico, caracterizando uma
forma de oscilação, essa oscilação regular marca o padrão de movimento harmônico que
acompanha essa deslocação das partículas. Um movimento harmônico simples é caracterizado
por repetições regulares do movimento, especialmente quando expresso em relação ao tempo.
Neste tipo de movimento, a partícula depende da amplitude (Xm), da frequência angular (ω),
do tempo (t) e da constante de fase (Ø). (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2009).

𝑋(𝑡) = 𝑋𝑚 * 𝐶𝑜𝑠(ω + Ø)

Abaixo temos a figura que demostra como é o comportamento das ondas sonoras de
acordo com função destacada a cima, na qual temos no eixo Y a amplitude (𝑋m) e no eixo X
o tempo (t):

5
Figura 3 - Movimento harmônico característico de um tom puro (imagem adaptada)

Fonte: Imagem adaptada, HALLIDAY; RESNICK; WALKER, p. 119, 2009

A maneira mais comum pela qual as fontes sonoras emitem som é através de ondas
esféricas, que se originam do centro da fonte emissora. Quando uma fonte sonora emite som,
geralmente o faz em todas as direções, criando ondas esféricas a partir do seu centro, no
entanto, essas ondas podem ser modificadas, essa deformidade pode originar de ações do
vento ou alterações de temperatura (GERGES, 1992). Abaixo podemos ver a representação de
como a fonte sonora em 'S' emite um impulso sonoro que se propaga pelo meio, criando
frentes de onda à medida que se move em todas as direções.

Figura 4 - Propagação de onda esférica a partir de um ponto ‘S’ (Imagem adaptada)

Fonte: Imagem adaptada, HALLIDAY; RESNICK; WALKER, p. 150, 2009

6
2.4. PRESSÃO SONORA

O nível de pressão sonora é uma medida que descreve a intensidade de um som em


termos da pressão das ondas sonoras no ambiente, é a principal grandeza acústica que
influencia a sensação subjetiva de quão alto ou intenso um som é percebido pelo ouvinte, em
outras palavras, quanto maior o nível de pressão sonora, mais intenso o som será percebido.
Segundo Bistafa (2018) os eventos relacionados à forma como ouvimos os sons podem ser
explicados considerando o nível de pressão sonora (NPS).
Borges (2016) descreve que há um valor mínimo de intensidade sonora necessário
para que o ouvido humano perceba um som, e esse valor varia de acordo com a frequência do
som, para uma frequência aproximada de 1.000 hertz e para um ouvido normal, este limite
−12
mínimo e cerca de 10 W/m2, na figura abaixo podemos ver o limiar da audição em função
da frequência, onde a curva inferior na figura indica a intensidade sonora mínima com que um
som pode ser ouvido para uma pessoa com audição normal, e a curva superior tracejada indica
o limiar de dor.

Figura 5 - Limiar da audição em função da frequência

Fonte: Imagem adaptada, Introdução a física Acústica, p. 57, 2016

Os eventos ligados à percepção auditiva podem ser descritos em relação ao nível de


pressão sonora (NPS), abaixo podemos observar como e expresso o nível de pressão sonora
de um som através da seguinte equação matemática:

∆𝑃
𝑁𝑃𝑆 = 20 𝑙𝑜𝑔⁡( ∆𝑃0 )
Onde:
● ∆P0 e o padrão de referência que equivale a menor diferença de pressão
−6
sonora audível que é 20x 10 (Pa).
● ∆P e o nível de pressão a ser estudado.

A unidade de níveis de pressão (NPS) também e dada em decibel (dB) o decibel é


uma unidade derivada do bel (B), que é uma escala logarítmica que compara a intensidade de

7
um som com a menor intensidade de som que pode ser observada pelo ser humano. A escala
"Bel" foi desenvolvida para quantificar a perda de potência em cabos de telecomunicação, é
uma escala logarítmica de base 10 que compara a potência característica em um ponto (∆P)
com uma potência de referência (∆P0) especificada (BISTAFA, 2018), decibéis (dB) é a
escala mais utilizada em acústica, e usado para medir o som através do nível de pressão
sonora (NPS).
A pressão sonora e uma medida que quando multiplicada pela velocidade das partículas do
som, que se movem de forma tridimensional geram a intensidade acústica, que descreve o
fluxo de energia sonora através de uma área específica em metros quadrados (m²).

Figura 6 - Diagrama relacionando intensidade acústica e

Fonte: Imagem adaptada, Acústica de sala: Projeto e modelagem, p. 85, 2016,

O som é gerado pela alteração na pressão do ar, que se propaga como ondas audíveis
dentro de uma faixa de frequência específica (20 a 20000 Hz), sendo detectável pelo sistema
auditivo humano (LALIS, 2021).

2.5. ABSORÇÃO SONORA

Ao incidir sobre uma superfície, a energia sonora incidente pode ser decomposta em duas
parcelas: a energia refletida e a energia absorvida (BORGES, 2016), ou seja quando essa
energia sonora encontra obstáculos como, piso, teto, ou paredes, a mesma e parcialmente
absorvida, e parcialmente refletida não necessariamente em proporções iguais, a energia
refletida acorre quando uma onda sonora se incide em um objeto ou obstáculo e a mesma
retorna ao seu meio de propagação original, essa reflexão do som por um obstáculo pode
originar dois fenômenos, o eco, e a reverberação. materiais de natureza rígida e lisa refletem
mais a onda sonora incidente (RODRIGUES, 2016).

8
Figura 7- Reflexão do som por um obstáculo

Fonte: Imagem adaptada, Introdução a Física Acústica, p. 65, 2016

A absorção sonora é a capacidade de um material de absorver energia sonora em vez de


refleti-la, reduzindo assim a quantidade de som refletido em um ambiente (ZULKIFLI et al.
2008) essa absolvição ajudar a diminuir o eco e melhorar a qualidade acústica de um espaço.
A absorção sonora acontece devido ao atrito e a viscosidade do ar, onde parte da energia
sonora é transformada em calor, a absorção sonora de um material está ligada à sua
capacidade de absorver energia sonora. Na tabela abaixo podemos observar o valor das
absorções sonoras de pessoas e alguns mobiliários.

Tabela 2 - Coeficientes de absorção de pessoas e mobiliários

Tabela de adsorções sonoras de pessoas e de mobiliaria


Absorção sonora (m²-Sabine), para as
Pessoas e mobiliário bandas de oitava indicada (Hz)
125 250 500 1000 2000 4000
Pessoa de pé 0,19 0,33 0,44 0,42 0,46 0,37
Pessoa sentada no chão (uma pessoa por m²) 0,17 0,36 0,47 0,52 0,53 0,46
Adulto sentado, incluído a cadeira 0,20 0,28 0,32 0,37 0,41 0,44
Criança sentada, incluído a cadeira 0,17 0,21 0,26 0,30 0,33 0,37
Cadeira de madeira, simples, vazia, ou 0,01 0,01 0,01 0,02 0,04 0,05
pequena mesa
Cadeira de palhinha 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
Carteira escola, vazia 0,02 0,02 0,03 0,04 0,06 0,08
Carteira escola, ocupada 0,18 0,24 0,28 0,33 0,37 0,39
Poltrona de auditório, madeira 0,01 0,01 0,02 0,03 0,05 0,06
Poltrona de auditório, madeira, com assento 0,02 0,02 0,02 0,04 0,04 0,03
móvel levantado
Poltrona de auditório, estofada, com assento 0,08 0,16 0,22 0,23 0,24 0,24
móvel levantado
Poltrona de auditório, estofada, ocupada 0,39 0,38 0,38 0,38 0,42 0,42

Fonte: Tabela adaptada: BISTAFA, p. 250, 2018

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Segundo Borges 2016, materiais com superfície porosas ou perfuradas têm uma capacidade
superior de absorção sonora, mas diversos fatores, como o tamanho dos poros, sua disposição
e a frequência do som, podem influenciar nessa capacidade.

Figura 8 - Exemplos de materiais absorvedores: (a) parede porosa, (b) parede perfurada.

Fonte: Imagem adaptada, Introdução a Física Acústica, p. 68, 2016

Quando uma onda sonora atinge um material poroso, ela faz com que o ar dentro dos
poros vibre. Essa vibração gera atrito entre o ar e as paredes internas dos poros, resultando na
conversão da energia sonora em calor (RODRIGUES, 2016). A capacidade de um material de
absorver energia sonora está diretamente ligada ao seu coeficiente de absorção sonora. Esse
representa uma relação entre a energia sonora incidente e a energia sonora absorvida.
O coeficiente de absorção é uma medida que relaciona a energia refletida à energia
incidente. Se um material reflete toda a energia incidente, seu coeficiente será mínimo (zero),
enquanto que se absorver totalmente a energia incidente, o coeficiente será máximo (um).
Esse conceito é descrito por Bistafa (2018).

● Ea é a energia sonora absorvida pela superfície do material.


● Ei é a energia sonora incidente na superfície do material.

Materiais tipicamente utilizados para absorver som são fibrosos (lã de vidro, lã de rocha etc.
Na tabela 3, e possível encontrará diferentes coeficientes para materiais comuns usados em
construções, e importante observar como esses coeficientes variam em diferentes frequências
para o mesmo material.

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Tabela 3 - Valores indicativos para o coeficiente de absorção de materiais

Coeficiente de absorção sonora de material e de revestimentos de superfícies


Material Frequência central da banda de oitava (Hz)
125 250 500 1000 2000 4000
Alvenaria de tijolos aparentes não pintados 0,02 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07
Alvenaria de tijolos aparentes pintados 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03
Reboco liso sobre alvenaria de tijolos ou blocos 0,03 0,03 0,04 0,04 0,04 0,04
Alvenaria de blocos aparentes pintados 0,01 0,05 0,06 0,07 0,09 0,08
Reboco ou gesso rustico sobre quais quer alvenarias 0,02 0,03 0,04 0,05 0,04 0,03
Reboco ou gesso desempenado sobre qualquer alvenaria 0,02 0,02 0,03 0,04 0,04 0,03
Concreto ou cimentado liso desempenado 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02
Concreto aparente, tratado e polido 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02
Azulejos ou partilhas 0,02 0,02 0,03 0,04 0,05 0,05
Mármore, cerâmica ou granito polido 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02
Painel de cortina sobre qualquer alvenaria 0,05 0,05 0,05 0,08 0,10 0,13
Assoalho em tábua corrida, com espaço livre até o 0,40 0,30 0,20 0,17 0,15 0,10
contrapiso
Taco de madeira colados sobre contrapiso 0,04 0,04 0,07 0,06 0,06 0,07
Vidro fixo, temperado ou laminado, com grande superfície 0,18 0,06 0,04 0,03 0,02 0,02
Vidro comum montado em caixilho 0,35 0,25 0,18 0,12 0,70 0,04
Divisória de gesso tipo dry-wall com ou sem enchimento 0,10 0,08 0,05 0,03 0,03 0,03
Divisória lambris de madeira compensada 0,58 0,22 0,07 0,04 0,03 0,07
Forro de gesso acartonado com ou sem enchimento 0,01 0,08 0,05 0,03 0,03 0,03
Porta de madeira comum, pintada ou envernizada 0,24 0,19 0,14 0,08 0,13 0,10
Porta acústica, com faces de madeira, pintada ou 0,15 0,11 0,10 0,07 0,06 0,07
envernizadas

Fonte: Tabela adaptada: BISTAFA, p. 249, 2018

2.6. REVERBERAÇÃO SONORA

Ao contrário do eco, que se manifesta quando há um atraso considerável entre a fonte sonora
original e sua reflexão, a reverberação acontece quando as reflexões ocorrem em rápida
sucessão, com uma diferença de tempo entre elas inferior a 0,1 segundo, resultando em uma
persistência sonora contínua (Costa,2020).
Para avaliar a permanência do som em um recinto, define-se o tempo de reverberação, que
representa o período necessário para que ocorra o decaimento sonoro de 60 decibéis a partir
de um valor inicial de nível sonoro (ISBERT,1998). Este parâmetro é fundamental na
caracterização das características acústicas de um ambiente, influenciando diretamente na
qualidade sonora percebida pelos indivíduos que o ocupam, assim, de acordo com L.Beranek
(1986), ouvido humano interpreta o som refletido como uma extensão do som original, já que
a capacidade de percepção auditiva humana é relativamente lenta em comparação com
intervalos de tempo menores que 1/17 de segundo. Nesse cenário, o ouvido humano perceberá
o som de forma distinta, identificando-o como eco.
É importante observar os fenômenos das ondas estacionárias, quando as superfícies
refletoras são paralelas, elas podem contribuir para o prolongamento do tempo de
reverberação, especialmente para frequências em que o comprimento de onda é menor que a
distância entre as superfícies. Isso ocorre devido à formação de ondas estacionárias (Souza,
2012), resultantes da interação de ondas sonoras que se propagam em direções opostas
(conforme ilustrado na Figura 9).

11
Figura 9 - Ondas estacionárias

Fonte: Imagem adaptada, Bê-a-bá da acústica arquitetônica, p.42, 2012,

Quando as reflexões sonoras ocorrem dentro desse intervalo de tempo (conforme ilustrado
na Figura 10), nós percebemos apenas um som contínuo que gradualmente diminui em
intensidade à medida que é refletido e naturalmente atenuado ao longo do tempo.

Figura 10 - Representação da reflexão de uma onda sonora. (Imagem adaptada)

Fonte: Imagem adaptada, Acústica de sala: Projeto e modelagem, p. 104, 2016,

O tempo de reverberação está associado ao período necessário para que o nível de


pressão sonora diminua em 60 dB. Isso requer a emissão de som no ambiente, seguida por sua
interrupção, a partir da qual o nível de pressão sonora começará a diminuir com o tempo. Esse
parâmetro é influenciado pelo volume da sala, medido em metros cúbicos (m³), e pela área
das superfícies capazes de absorver essa energia de pressão sonora, medida em metros
quadrados (m²) (Michalski, 2011).

12
Esse declínio está diretamente ligado à capacidade de absorção sonora dos materiais
presentes nos elementos da sala, e leva um certo tempo para diminuir, uma vez que as partes
do som não absorvidas continuam a ser refletidas pelas superfícies. O tempo de reverberação
pode ser estimado de maneira simplificada usando a fórmula de Sabine, onde V representa o
volume da sala em metros cúbicos (m³) e S𝛼 é o produto do coeficiente de absorção pela área
das superfícies que compõem a sala. Essa relação é explicada por (Costa, 2020).

3. METODOLOGIA

Essa seção destaca a metodologia usada para o desenvolvimento da pesquisa, que envolveu a
leitura e discussão de bibliografia específica, incluindo a "Acústica Aplicada ao Controle do
Ruído" de Sylvio Bistafa, além de consultas a artigos científicos relacionados. O trabalho foi
dividido em três etapas: a escolha do objeto de estudo, o levantamento das características do
objeto de estudo, e o cálculo do tempo de reverberação.
Posteriormente, ao treinamento para uso dos equipamentos de medição, como o dosímetro,
e software de análise ambiental acústica. Foi delimitada a área de estudos e os dados foram
coletados por meio de medições em conformidade com a NBR10151. Esse processo inicial foi
essencial para embasar a solução desenvolvida, garantindo um entendimento sólido do
problema e dos métodos para abordá-lo. A imagem abaixo demonstra um fluxograma, que
ilustra melhor todo o processo.

13
Figura 11 - Fluxograma do plano metodológico

3.1. LOCAL DE ESTUDO

A pesquisa foi realizada na sala 217 do prédio 11 da Universidade Luterana do


Brasil, situada no campus de Santarém-Pará-Brasil. Esta sala está situada no segundo andar
do edifício. A planta baixa com as dimensões e layout está representado na figura 12.

14
Figura 12 - Planta baixa

Fonte: dos autores

Como já mencionado, a sala está situada no segundo pavimento. Todas as paredes divisórias
da sala são construídas com alvenaria cerâmica revestida com emboço, apresentando
acabamento em pintura lisa, sem forro. O piso tem revestimento em ardósia, conforme a
figura 13.

15
Figura 13 - Fotografia sala 217 sem uso

Fonte: dos autores

O pé direito das paredes é de 3,35 metros e possuem acabamento em laje pré fabricada
em-T. A sala comporta aproximadamente 30 cadeiras, porém no dia dos levantamentos, por se
tratar de dia atípico a sala não estava com todas as suas cadeiras, a sala possui ainda uma
lousa, uma porta de madeira com dimensões de 0.90 x 2.10 metros, e janelas também em
madeira medindo 2.19 x 1.25 metros, com persianas. Na figura 14 está demonstrando o corte
longitudinal da sala.

Figura 14 - Corte longitudinal

Fonte: Autoria Própria

16
3.2. MEDIÇOES REALIZADAS

Para a análise do ruído ambiental, foram utilizadas medições do Nível de Pressão Sonora
(NPS) para avaliar a intensidade do ruído presente no ambiente. Essas medições permitem
quantificar o nível de ruído em diferentes locais e horários, fornecendo dados objetivos sobre
a exposição ao ruído ambiental. Essa abordagem é fundamental para identificar áreas com
altos níveis de ruído e desenvolver estratégias eficazes de controle e mitigação. Foram
escolhidos três pontos destintos da sala para a realização das medições, na figura a seguir
estão destacados os pontos onde foram realizadas as medidas do ruído ambiental. (fig. 15)

Figura 15 - Planta baixa com os três pontos de medição

Fonte: Autores

As medições foram procedidas durante o período da tarde, entre as 15h40min ás


15h58min no dia 17 do mês de maio de 2024 enquanto as atividades em outras salas
adjacentes transcorriam normalmente, seguindo a rotina habitual da instituição, a tabela baixo
mostra a data e horários das medições da sala conforme Tabela 4:

Tabela 4 - data e horários das medições

Data e hora das medições de níveis de pressão sonora

17
Loca
Pavimento l Área(m²) Nº de pontos Data Horário início Horário Fim
2ª S217 54,43 3 17/abr 15:40:59 15:58:16
Fonte: Autores

As medidas do Tempo de Reverberação foram feitas apenas em uma sala do campus, pois
todas as salas apresentam o mesmo padrão de construção, com as mesmas dimensões e
materiais de revestimento. O Speech Transmission Index (STI) foi determinado a partir do
modelo teórico de Tang e Yeung (2005). Esse procedimento, visa demonstrar a
inteligibilidade da fala ao mesmo tempo em que mede seus níveis de pressão sonora,
permitindo uma análise abrangente da qualidade acústica do ambiente e forneceu dados
importantes para avaliar e otimizar as condições de conforto sonoro e comunicação em
espaços fechados de acordo com a norma NBR 10151:2017

3.3. APARELHO UTILIZADO

Foram seguidas as recomendações operacionais da Norma Brasileira 10151 (ABNT,


2000), que orientam a realização de medições em condições ideais, incluindo ausência de
ventos fortes e condições climáticas sem chuvas e trovoadas, que poderiam interferir nos
resultados das medições. Essas diretrizes visam garantir a precisão e a confiabilidade dos
dados coletados, proporcionando uma avaliação mais precisa do ruído ambiental e suas
fontes.
O equipamento de medição utilizado foi o Dosímetro da Instrutherm, que segue as
configurações IEC 60651:1979 qual atende aos requisitos da norma previstas na
NBR10115:2017 necessárias para a realização das medições. O medidor foi configurado
para abranger as faixas de frequências pertinentes ao estudo, variando de 35dB a 140dB.
Além disso, foi ajustado para calcular a dose de exposição de 100%, resultando em valores
para a NEN (Norma de Exposição Normatizada) em decibéis. O medidor é acompanhado por
um certificado de calibração RBC conforme a norma ANSI S1.25. a tabela 5 mostra a
configuração do aparelho.

Tabela 5 - Configurações do aparelho

Dados NHO - 01 NR - 15 Usuário


Ponderação Temporal Lento(S) Lento(S) Lento(S)
Ponderação em Frequência A A A
Liminar de Nível 80 80 80
Nível de Critério 85 85 85
Taxa de Troca 3 5 5
Excedência 115 115 115

Fonte: Relatório Dosímetro de Ruído - DOS - 1000 - dos1000_05_05524

18
A representação abaixo, demonstra o dosímetro de ruído modelo DOS-1000X digital,
utilizado para aferição do ambiente:

Figura 16 – Fotografia do Equipamento utilizado

Fonte: Autoria própria

Para realizar a medição, o equipamento foi instalado na vestimenta do usuário,


possibilitando a medição enquanto este mantinha suas atividades habituais. A escolha da
ponderação em A, conforme recomendado, foi alinhada com o foco na avaliação do impacto
do ruído de acordo com a percepção auditiva humana.
De acordo com NBR10151:2019 a ponderação em A é um filtro de frequências que
simula a sensibilidade do ouvido humano a diferentes frequências sonoras. Ao aplicar essa
ponderação, as medições de ruído são ajustadas para refletir com maior precisão como o
ouvido humano percebe o som, priorizando as frequências que são mais relevantes para a
percepção auditiva e para os potenciais efeitos prejudiciais à saúde auditiva. Isso permite uma
avaliação mais precisa do impacto do ruído sobre os indivíduos e facilita a interpretação dos
resultados de acordo com as normas e diretrizes estabelecidas. No contexto desta medição, foi
simulada uma situação que permitisse uma interação entre aluno e professor, como
demonstrado na figura abaixo, mostrando como o equipamento é fixado:

19
Figura 17 - Equipamento ajustado para as medições na sala S217

Fonte: Autoria própria

4. RESULTADOS E DISCUSSOES

Os resultados obtidos estão demonstrados nos gráficos abaixo com seus respectivos
valores de referência e os dados adquiridos durante a medição. A tabela 6 contem todos os
dados obtidos com a medição do dosímetro.

Os dados da tabela 6 demonstram que em relação ao ruído interno na sala em


questão, estão dentro dos padrões, de acordo com a NEN (Norma de exposição normatizada)
convertida para uma carga de 8 horas diárias, o que foi a base de comparação. Tendo em
mente que havia apenas duas pessoas na sala, foi necessário aumentar a dose em 100% do
aparelho para aumento de sua sensibilidade, o que demonstraram picos em alguns momentos
nos gráficos nas duas normas:

Tabela 6 - Resultados das medições com o dosímetro

Resultados:
Dados: NHO - 01 NR - 15 USUARIO
Dose [%]: 0.2 0.2 0,2
Dose projetada [%]: 4.5 5.8 5.8
Lavg/Leq [dB]: 71.6 64.5 64.5
NE [dB]: 71.6 64.5 64.5
NEN [dB]: 71.6 64.5 64.5
TWA [dB]: 57.1 40.4 40.4
pTWA [dB]: 71.6 64.5 64.5
Exph: 0.004 0.004 0.004
Lmax: 87.6 87.6 87.6
tLmax: 15:45:53 15:45:53 15:45:53
Lmin: 60.6 60.6 60.6
tLmin: 15:46:11 15:46:11 15:46:11
Contador excedência: 0 0 0
Tempo de excedência: 00:00:00 00:00:00 00:00:00

20
Gráfico 1 - Histórico de Nível Sonoro - NHO-01

Fonte: Relatório Dosímetro de Ruído - DOS - 1000 - dos1000_05_05524

Gráfico 2 - Histograma - NHO-01

Fonte: Relatório Dosímetro de Ruído - DOS - 1000 - dos1000_05_05524

21
O gráfico acima demonstra o nível sonoro contínuo equivalente (Leq) referente ao
que Giovanni Moraes (2010) exemplifica como Nível Equivalente (leq) e representa o nível
médio de ruído durante um determinado período, utilizando-se o incremento de duplicação de
dose “3”. A regra do princípio da equivalência para avaliação de ruído considera que toda vez
que a energia acústica em um determinado ambiente dobra, há um aumento de três decibéis
no nível de ruído. e seus respectivos picos, que sugerem reverberações interferindo na
intensidade do nível sonoro no decorrer de 17 minutos, com um ápice de 75db.

Gráfico 3 - Histórico de Nível Sonoro - NR-15

Fonte: Relatório Dosímetro de Ruído - DOS - 1000 - dos1000_05_05524

Gráfico 4 - Histograma - NR-15

Fonte: Relatório Dosímetro de Ruído - DOS - 1000 - dos1000_05_05524

22
Já de acordo com NR15, o termo significa Nível Médio (Average Level), também
dito por Giovanni Moraes (2010), representa a média do nível de ruído durante um
determinado período, utilizando-se qualquer incremento de duplicação de dose, com exceção
do “3”. O anexo 1 da NR-15 não especifica qual o incremento de duplicação de dose utilizado
para o cálculo dos limites de tolerância estabelecidos, porém, após a análise da tabela,
verifica-se que toda vez que há um aumento de 5 decibéis em determinado nível, o tempo de
exposição cai pela metade, concluindo-se assim, que os limites da legislação brasileira foram
definidos utilizando-se o incremento de duplicação de dose “5”.
Para analisar com mais precisão verificamos os valores em decibéis (dB) em relação
a sua frequência (Hz) os calores expostos no transcorrer do tempo de experimento,
apresentado na figura abaixo:

Gráfico 5 - Nível de Ruído Médio em Filtro de Oitava

Fonte: Relatório Dosímetro de Ruído - DOS - 1000 - dos1000_05_05524

A figura 21 representa a leitura do dosímetro com um filtro a oitava, que de acordo


com a INSTRUTHERM, empresa fabricante do aparelho, significa que o instrumento tem
seletividade de medida de nível sonoro em 8 faixas diferentes, dentro da faixa de 31,5Hz a
8kHz, desta forma foi possível analisar o nível de ruído causado em diferentes frequências.
Para representar de forma mais clara temos um melhor comparativo dos resultados das duas
normas através da tabela:

23
Tabela 8 - Resultados comparativos

NHO - 01 NR - 15 Usuário
Tempo Leq Peak Lavg Peak Lavg Peak
15:42:07 77.0 85.5 66.4 85.5 66.4 85.5
15:43:07 76.7 81.6 63.4 81.6 63.4 81.6
15:44:07 76.2 79.8 60.4 79.8 60.4 79.8
15:45:07 76.1 86.5 61.1 86.5 61.1 86.5
15:46:07 76.9 87.6 66.5 87.6 66.5 87.6
15:47:07 77.0 84.9 67.1 84.9 67.1 84.9
15:48:07 77.2 85.3 67.3 85.3 67.3 85.3
15:49:07 76.9 79.6 66.4 79.6 66.4 79.6
15:50:07 76.7 81.9 65.8 81.9 65.8 81.9
15:51:07 76.5 81.3 65.1 81.3 65.1 81.3
15:52:07 76.7 83.7 65.8 83.7 65.8 83.7
15:53:07 76.8 84.7 66.3 84.7 66.3 84.7
15:54:07 76.8 84.8 66.3 84.8 66.3 84.8
15:55:07 76.8 82.6 65.9 82.6 65.9 82.6
15:56:07 76.6 80.6 65.4 80.6 65.4 80.6
15:57:07 76.4 78.4 65.0 78.4 65.0 78.4
15:58:07 76.2 80.1 64.5 80.1 64.5 80.1

Fonte: Relatório Dosímetro de Ruído - DOS - 1000 - dos1000_05_05524

5. CONCLUSÃO

No estudo, foi possível concluir, que a sala de aula do prédio 11 encontram-se no limiar
das exigências normativas referenciadas que tratam do desempenho acústico. Vale ressaltar
que foram analisados somente os níveis de pressão sonora equivalente (𝐿eq,Lavg ) e a
influência da reverberação estimada, definidas pelas normas NBR 10152 (2017), NR15,
NHO. Os resultados das medições dos parâmetros acústicos investigados ao longo deste
estudo, como o NPS, demonstraram que os ruídos detectados na sala, sofreram alterações
devido a reverberação da propagação da onda, levando em conta que a mesma, não possui o
devido isolamento, percebeu-se que o ruído externo, das salas ao lado, tem grande influência e
corrobora ao efeito do desconforto acústico, como prova dessa interferência, os dados nos
mostram um valor de 32 decibéis quando não possuíam atividades nas salas ao redor,
chegando a 70.5 decibéis conforme as atividades deram início. O ponto máximo de ruído foi
detectado no canto onde a mesa do professor está localizada, indicando tanto o alto efeito da
reverberação e interferência do exterior, o que em alguns momentos pode provocar a
inteligibilidade de fala.
Portanto, ficou evidenciado que esses efeitos são provocados devido a arquitetura dela, que
possui no teto um espaço entra as vigas da laje em T, que colaboram para a reverberação da
onda.
O desconforto acústico causado pela poluição sonora é uma realidade. Essa realidade é
democrática, afetando todas as classes sociais, tanto os pobres quanto os ricos. Todos estão
expostos, e isso prejudica a qualidade de vida.
Embora existam diversas literaturas e materiais excelentes para a execução eficiente de
tratamentos acústicos, a falta de mão-de-obra qualificada continua a afetar a qualidade desses
serviços. Infelizmente, muitas construtoras ainda veem o isolamento acústico como uma

24
despesa e não perceberam seu valor agregado, diferencial de mercado e potencial como
estratégia de marketing.
Nesse trabalho, foram citados meios de acordo com as normas apenas para ajudar a
desvendar os fenômenos ali presentes, e conscientizar a população sobre a qualidade de
desempenho nas salas de aulas, a escolha de realizar o tratamento acústico apenas nas paredes
e esquadrias, ou também incluir pisos e forros, depende da finalidade do ambiente e do nível
de aprimoramento desejado para o sistema acústico.
Nota-se, que esses efeitos não se limitam a uma Instituição de ensino, mas é percebido que a
grande maioria enfrenta problemas semelhantes, relacionados ao nas salas de aula
comprometendo o processo do ensino x aprendizado. Esse ruído pode vim a prejudicar a
qualidade de vida dos professores e dos alunos. Iniciativas de conscientização são
extremamente importantes para evitar que esse problema seja negligenciado pela comunidade.
Portanto, esse trabalho visa contribuir com a necessária informação, para promover a
cidadania, na implementação de ações mitigadoras e que melhorem o ambiente acústico
escolar.

REFERÊNCIAS

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15575-4:


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