Disciplina: Estágio Educação Física Inclusiva Carga Horária: 60h
Curso: Educação Física Créditos:4
Professores: Prof. Me. Átila Castro Paiva / Período: março/2022
Prof. Me. Keegan Ponce
Temas discutidos
Origem da palavra “paralympic” (paralímpico);
A educação física, o esporte e a deficiência;
Os atletas do esporte paralímpico não são super-heróis;
Esporte, Deficiência e Sociedade;
Desporto Paralímpico: do desporto adaptado ao alto rendimento
Desporto paralímpico e suas origens
Desporto Paralímpico no Brasil
Legislação e Desporto Paralímpico no Brasil
Desporto Paralímpico: Características Formação inicial em Educação Física e Desporto Paralímpico
Capacitação Profissional de Treinadores para o Desporto Paralímpico
Carreira Profissional de Treinadores no Desporto Paralímpico
Intervenção do Treinador no Desporto Paralímpico
Características das deficiências mais comuns presentes nos ambientes escolares.
Aspectos teórico-metodológicos da Educação Física Inclusiva e a inclusão escolar.
Estudo crítico de problemáticas que envolvem Educação Física, inclusão e exclusão.
Análise de métodos de ensino em Educação Física Inclusiva.
A escola inclusiva: desafios e possibilidades. Diferenças e preconceitos.
O ensino da Educação Física para pessoas que apresentam necessidades especiais.
Dificuldades de aprendizagem e intervenção educacional.
Disciplina: Estágio em Educação Física Inclusiva Texto base para as aulas
Curso: Licenciatura em Educação Física
Professores: Prof. Me. Átila Paiva / Prof. Me. Keegan Ponce Período: MAR/2022
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Disciplina: Estágio em Educação Física Inclusiva Texto base para as aulas
Curso: Licenciatura em Educação Física
Professores: Prof. Me. Átila Paiva / Prof. Me. Keegan Ponce Período: MAR/2022
Texto do livro: Memória Paralímpica: Até os Jogos Paralímpicos de Beijing, China, 2008. Volume
I.
Autor: António João Menescal Conde.
Origem da palavra “paralympic” (paralímpico)
Essa composição foi criada em meados dos anos 50 e utilizada pela primeira vez nos Jogos de Tóquio,
em 1964. A palavra paralympic deriva da preposição grega “PARA” (ao lado ou junto) associada à
palavra “OLYMPIC”. Isso significa que Paralympics (paralímpicos) são os jogos realizados em paralelo
aos Jogos Olímpicos, demonstrando que os dois movimentos (Olímpico e Paralímpico) coexistem
lado a lado. (IPC 2015) Uma outra versão dá como origem do termo paralympic a um texto de uma
paciente paraplégica do Hospital de Stoke Mandeville, Alice Hunter, que, em meados dos anos 50,
escreveu seu relato intitulado “Alice of the Paralympiad” (“Alice das Paralímpiadas”), publicado no
“The Cord Journal of the Paraplegics”. Na época o esporte hoje nomeado paralímpico era exclusivo
para atletas com paraplegia e outras sequelas de lesões medulares e de patologias que levavam a
uma deficiência física. Nessa versão, a criação do termo paralympic seria uma associação dos termos
paraplegic e olympic, no idioma inglês. Neste idioma o termo nunca foi utilizado com a grafia de
paraolympic. Nos países de língua portuguesa, todavia, por muitos anos, foi utilizado o termo
paraolímpico. Em 2009, por um indicativo do IPC, a nomenclatura foi uniformizada como
paralympic, em inglês e paralímpico, em português. As duas versões, contudo, não significam que o
esporte paralímpico seja uma versão do esporte olímpico praticado por atletas com deficiência. O
esporte paralímpico, mesmo sendo uma atividade de alto rendimento, é muito mais do que isso.
Quando comparamos as missões de ambos, além das
diferenciações em suas motivações e clientela iniciais,
percebemos a importância dos dois movimentos mundiais e o
papel transformador da visão social sobre as deficiências e
sobre as pessoas com deficiência que o esporte paralímpico
desempenha. Os atletas paralímpicos de hoje, aqueles do
passado e tantos quanto vierem no futuro, independente de
conquistas, pódios e medalhas, levaram, levam e levarão uma
bandeira comum a todos; a bandeira 5 desfraldada da
potencialidade humana para a autossuperação, da conquista
do respeito às diferenças, aquela bandeira que desconstrói
estigmas e preconceitos.
A educação física, o esporte e a deficiência
O esplendor, a grandiosidade, a visibilidade e a importância dos Jogos Paralímpicos devem levar à
discussão, à reflexão e a iniciativas no âmbito do acesso de alunos com deficiência às aulas de
educação física, quer na escola especializada quanto na de ensino regular. O ouro, a prata e o bronze
conquistados em uma “Paralimpíada” são importantíssimos. Esses atletas são heróis do esporte
nacional. Universalizar e democratizar o acesso da criança e do jovem com deficiência à educação
física escolar constitui-se em estratégia fundamental de desenvolvimento do esporte e base dos
campeões do futuro. Campeões não só nas pistas, raias, piscinas, arenas, quadras e dojos, mas
campeões na vida, vencendo uma barreira de cada vez. Não podemos deixar de considerar,
portanto, a educação física escolar enquanto um elemento da iniciação esportiva. Contudo,
devemos considerá-la principalmente como ação universalizada de base do desenvolvimento, da
formação do indivíduo e da potencialização do fazer e do interagir de crianças e jovens com
deficiência. A deficiência visual, ao contrário de outras áreas de deficiência, ainda hoje, é
privilegiada, em nosso país, quanto à democratização do acesso às aulas de educação física. Os
vários institutos especializados criados no Brasil até a primeira metade do século XX, tendo como
modelo o Instituto Benjamin Constant – IBC (1854), nunca deixaram de oferecer aulas de educação
física a seus alunos cegos e de baixa visão. Infelizmente essa mesma realidade não é vivenciada por
alunos com deficiência visual quando matriculados em escolas do ensino regular nas chamadas
“escolas de educação inclusiva”, ressalvadas as importantes exceções. Desses institutos de
educação de crianças e jovens com deficiência visual, incluindo aí o próprio Instituto Benjamin
Constant, saíram futuros atletas campeões mundiais e paralímpicos. Esses atletas, muito
provavelmente, tiveram o seu potencial para o alto rendimento esportivo descoberto nas aulas
regulares de educação física escolar. Como exemplos, mas não como regra absoluta, podemos citar
todos os jogadores de futebol de 5 das seleções brasileiras, equipe consagrada quando alcançou a
posição de tetracampeã mundial e paralímpica. O futebol de cegos nasceu no pátio dos institutos
de cegos. No atletismo, os exemplos vão da Ádria ao Felipe Gomes, da Terezinha Guilhermina à
Maria José Ferreira Alves. No goalball uma pesquisa também poderá mostrar essa origem comum
da maioria dos atletas das equipes da série principal e da nossa seleção brasileira. Essa maioria é
formada por ex-alunos desses Institutos especializados. No momento, contudo, nós percebemos
que as crianças cegas e com baixa visão, não tendo outro comprometimento associado, estão sendo,
cada vez mais, encaminhadas por suas famílias para o ensino regular. É importante que essas
crianças com deficiência visual, matriculadas no ensino regular, não sejam simplesmente
dispensadas das aulas de educação física por serem cegas ou por possuírem baixa visão. O mesmo
acontece em relação às demais deficiências. Já no esporte de alto rendimento, esperamos que as
medalhas conquistadas por atletas brasileiros, as pessoas mais importantes do esporte paralímpico
em nosso país, sirvam para aumentar as oportunidades de acesso à educação física e à prática
esportiva a outras pessoas com deficiência, principalmente aquelas para as quais a educação física
é mais importante, mesmo que não apresentem potencial para ouros, pratas e bronzes futuros.
O estigma da incapacidade, o esporte paralímpico e o imaginário dos atletas paralímpicos como
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super-heróis
A questão de considerarmos os atletas do esporte paralímpico como super- -heróis merece uma
reflexão um pouco mais aprofundada. Seriam eles detentores de superpoderes ou seriam pessoas
comuns que nasceram com algum tipo de deficiência, ou a
adquiriram numa fase de sua vida? Eles seriam exceções
dentro de uma regra geral da visão da sociedade sobre as
deficiências e as pessoas com deficiência? Antes de qualquer
coisa, temos de considerar que eles são atletas de alto
rendimento nacional e internacional. Pessoas com deficiência
que, através de seu potencial e desenvolvimento motor e esportivo, de muito esforço, de
treinamento planejado e depois de diversos ciclos e competições regionais, nacionais e
internacionais conquistaram as suas vagas para os grandes eventos esportivos, como os Jogos
Paralímpicos, Jogos Parapan-Americanos e Campeonatos Mundiais das diversas modalidades.
Internacionalmente todos eles são sim heróis do esporte em seus respectivos países, todavia
considerá-los como super-heróis seria uma forma de reforçar estigmas e preconceitos direcionados
e vivenciados pelas pessoas com deficiência. Eles não podem ser vistos e percebidos como super-
heróis únicos a possuir poderes de superar a pressuposta incapacidade, estigma que, ainda hoje,
atinge as pessoas com deficiência. Eles não podem ser considerados como tendo superpoderes e
como exceções que venham a confirmar a regra geral da incapacidade, erroneamente vinculada às
deficiências. Essa visão tende a minimizar o GRANDE LEGADO DO ESPORTE PARALÍMPICO: A
POSITIVA ALTERAÇÃO NA VISÃO GERAL DA SOCIEDADE SOBRE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA,
ATLETAS OU NÃO. Ele nasceu incluído. Antes de pensarmos na inclusão, pensemos na não exclusão.
Não excluir é muito mais importante, oportuno e fácil do que remediar com estratégias de inclusão.
O esporte paralímpico é uma atividade de não exclusão e uma ferramenta do processo de inclusão
social de todas as pessoas com deficiência, atletas ou não. Essa inclusão, contudo, não é um
processo que tem a sua terminalidade na Família, na Escola ou na prática esportiva. A inclusão tem
a sua terminalidade no universo social macro. As instituições, Família e Escola, além do esporte têm
a responsabilidade, através da não exclusão, de potencializar a inclusão. Isso se dá com pessoas com
deficiência ou não. Pensem nisso. Pode até parecer a mesma coisa, mas não é. A inclusão pressupõe
uma exclusão natural da pessoa com deficiência. É contra a exclusão que temos de trabalhar. Não
excluir é oferecer a igualdade de oportunidades com respeito às diferenças. O estigma da
incapacidade faz com que pessoas com deficiência encontrem barreiras, para muitos invisíveis,
embora claramente percebidas e sentidas por elas próprias, no seu acesso à educação, ao trabalho,
ao lazer, aos serviços, à pratica esportiva, ao igualitário convívio social e à plena efetivação da sua
cidadania. Quem, como eu, tem muitos amigos com deficiência já passou por diversas situações
onde esse estigma da incapacidade é expresso. É muito comum, por exemplo, num restaurante, o
garçom, depois de pegar o seu pedido indagar a você: “E ELE o que vai querer?” Na loja de roupas
perguntam a você “o que ELE está procurando?”, “qual é a cor que ELE quer”? O “ELE” é o outro, o
distante de nós, o “DIFERENTE”. Em síntese, O “ELE” é aquele que seria incapaz até de manifestar
coisas tão simples como escolher o que quer comer, beber ou vestir. Outra reação é a infantilização
das pessoas adultas com deficiência. Isso se dá por uma visão inadequada sobre posturas sociais
diante de pessoas com deficiência cognitiva e a ampliação de supostas características dessa área de
deficiência às demais. A infantilização atinge bastante as pessoas com nanismo em suas relações
sociais. Já as pessoas com paralisia7 cerebral, possuem uma deficiência física, todavia, em muitas
situações, são encaradas também como possuidoras de deficiência cognitiva. A paralisia cerebral
não traz uma defasagem cognitiva qualquer. Esta, quando ocorre, é função da associação de duas
deficiências, num quadro de prognóstico de deficiência múltipla (física e cognitiva). Tendo
trabalhado por mais de 30 anos com educação física, esportes e reabilitação de pessoas cegas e com
baixa visão, é nessa área que eu tenho o maior número de depoimentos sobre a visão
absolutamente inadequada que a sociedade ainda tem sobre as deficiências e as pessoas com
deficiência. Esses depoimentos vão desde a negação da sexualidade do cego e de sua vida afetiva
que pode ser resumida na frase dita, ou pensada, ao perceber-se uma mulher cega grávida “Quem
terá feito isso com ela?”. Num outro exemplo, esse relativo à pretensa incapacidade laboral, um
amigo meu, professor cego, em conversa com um taxista, que, ao saber que o conduzia ao seu local
de trabalho, lhe dissera “Como é que ainda fazem um homem desses trabalhar?” Pode até parecer
absolutamente contraditório, contudo, ao apresentarmos os atletas paralímpicos como super-
humanos capazes de transformar o impossível em possível, capazes de transformar o inimaginável
em realidade e capazes de transformar uma pressuposta incapacidade em expressivos resultados
esportivos estamos, de fato, utilizando como base o mesmo estigma da incapacidade. Estamos
reforçando-o ao apresentarmos esses atletas como exceções que viriam a reforçar a regra geral da
incapacidade, o maior limitador das oportunidades oferecidas às pessoas com deficiência. O esporte
paralímpico deve ser percebido como um importante elemento, embora não o único, de uma
alteração da visão social ainda inadequada em relação a todas as pessoas com deficiências, como
veículo da qualidade de vida e como modelo às pessoas com deficiência do potencial de realizar, de
fazer e de obter sucesso. Não são super-homens, não trabalham no âmbito das impossibilidades,
mas sim no âmbito da superação, no âmbito do desenvolvimento do seu potencial desportivo, no
âmbito das suas capacidades e no âmbito da quebra de preconceitos e estigmas limitadores. Enfim,
trabalham como agentes de um movimento mais amplo, a luta das pessoas com deficiência pela
igualdade com respeito às diferenças. O esporte paralímpico não é uma vitrine de exceções.
Esporte, Deficiência e Sociedade
Não é possível analisar a evolução do esporte paralímpico sem considerar a trajetória histórica da
relação sociedade e deficiência. O esporte paralímpico está contido em uma questão mais ampla; a
luta política das pessoas com deficiência pelos seus direitos de cidadãos plenos em direitos e
conscientes em deveres.
O esporte paralímpico é um grande veículo pelo qual as pessoas com deficiência apresentam-se à
sociedade através, não das suas diferenças, mas sim de suas amplas potencialidades.
A sua análise situacional e histórica tem de considerar a relação sociedade/deficiência, estando
atenta às questões das alterações macro na sociedade e, principalmente, reconhecer, como já
dissemos, o esporte paralímpico como parte do movimento político associativista das pessoas com
deficiência.
O esporte praticado por atletas com deficiência, sua história, seus valores, seus objetivos, seus
princípios filosóficos e os seus benefícios à clientela não podem ser analisados isoladamente. O
esporte olímpico pode ser considerado um fim em si mesmo, contudo o esporte paralímpico de
rendimento é fim e meio. No esporte8 paralímpico não existem perdedores, ele é muito mais do que
o esporte olímpico praticado por atletas com deficiência. As suas vitórias transcendem àquelas
importantes conquistas obtidas nas arenas esportivas.
Nesse contexto, deixar de considerar o movimento político associativo e de luta das pessoas com
deficiência por seus direitos na história da evolução do esporte paralímpico no Brasil e no mundo é
negar a realidade e deixar de considerar a sua importância no passado, no presente e no futuro do
esporte praticado por atletas com deficiência. Os espaços, a
estrutura, a visibilidade, o reconhecimento e os recursos hoje
destinados ao esporte paralímpico não foram simplesmente
concedidos. Eles foram conquistados. O movimento político
das pessoas com deficiência no Brasil foi, é e sempre será um
importante parceiro nessas conquistas.
O DESPORTO PARALÍMPICO BRASILEIRO,A
EDUCAÇÃO FÍSICA E PROFISSÃO
Autores:
Cláudio Silvério da Silva e Ciro Winckle.
2019.
Desporto Paralímpico: do desporto adaptado ao alto rendimento
Desporto paralímpico e suas origens
Enquanto manifestação social, o desporto paralímpico é considerado uma das diversas
vertentes desportivas, dentre elas destacamos os desportos adap- tados, cuja definição se
pauta nas modificações ou criações de novas modali- dades desportivas com o intuito de
atender as necessidades de seus pratican- tes, sendo ou não pessoas com deficiência (PCD
), em ambientes integrados (MARQUES et. al., 2009; PACIOREK, 2004; WINNICK, 2004).
Dessa forma, os desportos adaptados remontam aos períodos entre as duas primeiras
grandes guerras, com a reabilitação de combatentes lesio- nados, a partir do ano de 1918
na Alemanha com o médico Karl Gebhardt, partidário da ideologia nazista, que
implementa programas para veteranos de guerras alemães, e em 1944, com o médico
Ludwig Guttmann intro- duz o desporto como componente de tratamento para
veteranos de guer- ra com deficiência
9 física e na Inglaterra em Aylesbury, no ano de 1944
no hospital de Stoke Mandeville para lesados medulares. (MARQUES et. al.,2009; DEPAUW
e GAVRON, 2005; GORGATTI e GORGATTI, 2008; COSTA; WINCKLER, 2012).
Anteriormente, nos Estados Unidos da América, no início da década de 1870, em escolas
especiais para alunos surdos, já se praticava o beisebol e, em 1885 o futebol americano. Foi
também nesse país que, após a Segunda Guerra Mundial, surgiram iniciativas de torneios
de basquetebol em cadeira de rodas com ex-combatentes (ARAUJO, 1998; MAUERBERG-
DECASTRO, 2005).
Desta forma, os desportos paralímpicos foram desenvolvidos por seu vínculo com a
reabilitação terapêutica, visto que era possível prevenir os efeitos secundários das
deficiências, dentre eles, as atrofias musculares ou distúrbios de ordem ortopédica;
oferecendo oportunidades de reinserção social e permitindo a experiência de
empoderamento na aquisição de exce- lência em desempenho desportivo (MAUERBERG-
DECASTRO; CAMPBELL e TAVARES, 2016).
Em relação aos termos: paraolímpico e/ou paralímpico, esses trazem sub- jacente uma
perspectiva de identidade, a qual foi se constituindo na trajetória do movimento
paralímpico. Segundo Costa e Sousa (2004) no ano de 1964 o termo paraolímpico foi
utilizado nos JP de Tóquio, significando a fusão dos termos: paraplegia e olímpico.
Posteriormente, segundo Gold e Gold (2007) o significado de paraolímpico passou a
designar os JP como evento paralelo aos Jogos Olímpicos, ao se separar o prefixo grego:
“para”, que quer dizer: ao lado, do sufixo: “olímpico”. Entretanto, o termo no Brasil, no
ano de 2011, foi alterado para paralímpico, com a justificativa de padronização, haja visto
que nas línguas inglesa e espanhola o “o” foi retirado, ficando somente o prefixo: “para”
(PARSONS e WINCKLER, 2012). Porém, com o intuito de facilitar a leitura utilizaremos
nesse livro o termo: paralímpico, tendo em vista seu di- mensionamento internacional.
Todavia, antes de se tornarem JP, o evento era denominado: Jogos de Stoke
Mandeville, sendo a sua primeira realização em 29 de julho de 1948, data de abertura dos
Jogos Olímpicos de Londres, com competições para atle- tas em cadeira de rodas, devido
ao empenho do médico Ludwig Guttmann, envolvendo militares e mulheres que
participaram da modalidade arco e fle- cha. Em 1952, ex-militares holandeses aderiram
ao Movimento e aos Jogos Internacionais Stoke Mandeville, e fundaram a Federação
Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville – International Stoke Mandeville Games
Federation (ISMGF) (IPC, 2018a).
No ano de 1960 foi criado um Grupo Internacional de Trabalho em Desporto para PCD
com o objetivo de estudar os problemas do despor- to para essa população, resultando
em 1964, na criação da Organização Internacional do Esporte para Deficientes –
International Organizations of Sports for the Disable (IOSDs) oferecendo oportunidades
para atletas com deficiência que não podiam afiliar-se aos Jogos Internacionais de Stoke
Mandeville: deficientes visuais, amputados, pessoas com paralisia cerebral e
paraplégicos (IPC, 2018a).
Segundo Scheid e Rocha (2012),10 com 16 países afiliados em seu início, o IOSDs
empenhou-se em incluir atletas cegos e amputados nos JP no Canadá, na cidade de
Toronto no ano de 1976, bem como atletas com paralisia cerebral em 1980 em Arnhem.
Atualmente quatro organizações internacionais de des- portos paralímpicos são membros
do IPC, sendo essas:
1. Associação Internacional de Esporte e recreação para Paralisados Ce- rebrais –
Cerebral Palsy International Sport and Recreation Association – (CPISRA).
2. Federação Internacional de Esportes para Cegos – International Blind Sports
Federation (IBSA).
3. Federação Internacional de Esportes para Atletas com Deficiência Inte- lectual
International Sports Federation for Athletes with Intellectual Impair- ments (INAS).
1. 4. Federação Internacional de Esportes para Cadeirantes e Amputados –
International Wheelchair and Amputee Sports Federation (IWAS).
No dia 22 de setembro de 1989, foi fundado o Comitê Paralímpico Internacional –
International Paralympic Committee (IPC), órgão máximo do des- porto paralímpico, cuja
responsabilidade é a de organização dos JP de verão e inverno logo após os Jogos Olímpicos
(SCHEID e ROCHA, 2012).
No ano de 1960 em Roma, foram realizados os primeiros JP no mesmo local dos Jogos
Olímpicos, apenas com atletas em cadeira de rodas. No entanto, as condições de
acessibilidade eram ainda inadequadas. Porém, com o desenvol- vimento do evento, ficou
estabelecido que, um dos objetivos seria o de tornar o ambiente físico acessível à toda
população com deficiência (WINNICK, 2004; HOWE, 2008; BAILEY, 2008). As duas primeiras
edições dos JP ocorreram na mesma cidade olímpicas,apenas em Seul, 1988 ocorre o
retorno dos jogos à mesma cidade sede dos Jogos Olímpicos, com a utilização dos mesmos
locais após vinte e quatro anos (BRITTAIN, 2016).
Desporto Paralímpico no Brasil
O desporto paralímpico no Brasil surgiu do empenho de duas pessoascom deficiência,
que buscaram tratamento e reabilitação de lesão medular nos Estados Unidos, sendo eles:
Robson Sampaio de Almeida que fundou o clube do otimismo no Rio de Janeiro no ano de
1958 e, Sérgio Seraphin Del Grande, que no mesmo ano em São Paulo funda o Clube dos
Paraplégicos (PARSONS;WINCKLER, 2012).
Após os Jogos Parapanamericanos de 1975 no México, foi criada a Associação Nacional de
Desporto para Deficientes (ANDE) pelos próprios componentes da seleção brasileira com o
objetivo de organizar o desporto paralímpico no país (MAUERBERG-DECASTRO, 2005).
No ano de 1981, o Ano Internacional das Pessoas Deficientes, a Secretaria de Educação
Física e dos Desportos (SEED) e o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) se
vinculam ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), e entre 1984 e 1985, montam um
projeto integrado para estudos sobre as possibi- lidades de as pessoas com deficiências
serem atendidas pela Educação Física e pelo Esporte (PETTENGILL& COSTA, 1997; ARAUJO,
1998).
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No entanto, é com a criação da Secretaria dos Desportos, em 18 de abril de 1990,
regulamentada pelo decreto nº 99.244, de 10 de maio do mesmo ano, e pela medida
provisória nº 309 de 16 de outubro de 1992 que a instituição se in- tegra ao MEC. Desta
forma, é criado o ‘Departamento de Desporto das PessoasPortadoras de Deficiências’, cujo
objetivo era o de promover a qualificação pro-fissional para o desenvolvimento da prática
desportiva para essa população (PETTENGILL & MARINHO, 1992).
Na atualidade o CPB, administra diretamente os desportos: atletismo, hal- terofilismo,
natação e tiro esportivo. De maneira indireta os desportos: badmin- ton, basquetebol em
cadeira de rodas, bocha, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7,
goalball, hipismo, judô, remo, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira
de rodas, taekwondo, tiro com arco, triatlo e voleibol sentado. (CPB, 2018a).
Quanto às associações e confederações nacionais filiadas e reconhecidas
pelo CPB, nas tabelas 1 e 2:
TABELA 1
Entidades Desportivas Filiadas ao CPB
Associação Brasileira de Desporto de Deficientes Intelectuais − ABDEM
Associação Nacional de Desporto para Deficientes − ANDE
Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas − CBBC
Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais − CBDV
Confederação Brasileira de Tênis − CBT
Confederação Brasileira de Tênis de Mesa − CBTM
Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes − CBVD
Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro − (CPB,2018b)
Disponível em: <http://gestaorecursos.cpb.org.br/info_confederacoes.php>. Acesso em 12 set 2019.
TABELA 2
Entidades Desportivas Reconhecidas pelo CPB
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Associação Brasileira de Rúgbi em Cadeira de Rodas − ABRC
Confederação Brasileira de Badminton − CBBd
Confederação Brasileira de Canoagem − CBCa
Confederação Brasileira de Ciclismo − CBC
Confederação Brasileira de Desportos na Neve − CBDN
Confederação Brasileira de Hipismo − CBH
Confederação Brasileira de Remo − CBR
Confederação Brasileira de Tiro com Arco − CBT
Confederação Brasileira de Triathlon − CBTri
Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB, 2018b)
Disponível em: <http://gestaorecursos.cpb.org.br/info_confederacoes.php>. Acesso em 12 set. 2019.
Em relação às modalidades desportivas paralímpicas desse estudo, o atle- tismo e a
natação foram as que conquistaram maior número de medalhas em JP, sendo
consideradas desportos carros-chefes do programa paralímpi- co brasileiro. O atletismo
participa desde a primeira edição em Heidenberg, somando 142 medalhas em JP com 40 de
ouro, 61 de prata e 41 de bronze, sendo a primeira em número de medalhas (BRASIL,
2016a). Já a natação, está em segundo lugar, pois obteve um total de 102 medalhas em JP,
sendo 32 de ouro, 34 de prata e 36 de bronze (BRASIL, 2016b).
O CPB, desde 2017, é presidido por Mizael Conrado, ex-atleta de futebol de 5 (para
cegos), num mandato de quatro anos, tendo como primeiro e segun- do vice-presidentes,
respectivamente, Naíse Pedrosa e Ivaldo Brandão. Mizael Conrado é o primeiro medalhista
paralímpico que assume o cargo de presiden-te do CPB, tendo em seu currículo desportivo:
medalhas de ouro nos Jogos de Atenas, em 2004, e de Pequim, em 2008 e, foi o melhor
jogador de futebol de 5 do mundo em 1998 (CPB, 2018c).
Legislação e Desporto Paralímpico no Brasil
Na atualidade no Brasil, o desporto de alto rendimento, após os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos em 2016, as eleições em 2018 e a posse do atual governo federal em 2019, tem
vivido de momentos de incertezas, haja visto, o fato de o Ministério do Esporte ter sido
transformado em Secretaria Especial do Esporte, subordinada ao Ministério da Cidadania.
Nesse sentido, enquanto o momento atual estiver ainda permeado de in- segurança
em relação, principalmente aos investimentos
13 no futuro do des- porto brasileiro, faremos
menção às principais legislações que contribuíram, especificamente para o
desenvolvimento do desporto paralímpico de alto rendimento nacional.
Nesse contexto, fazendo referência ao desporto de maneira geral, há de se
considerar em primeiro plano a Constituição promulgada em 5 de outubro de 1988, a
carta magna brasileira, no artigo 217 (BRASIL, 1988c) propondo ao Estado brasileiro
desenvolver ações que incentivem a prática de desportos pela população:
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formaise não formais, como direito de
cada um, observados:
I – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associa-
ções, quanto a sua organização e funcionamento;
II – a destinação de recursos públicos para a promoção prio- ritária do desporto educacional e,
em casos específicos, para ado desporto de alto rendimento;
III – o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional;
IV – a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
Muito embora, o desporto esteja sendo contemplado na Constituição de 1988, houve
a necessidade da criação de leis mais específicas, com o intuito de atender às
necessidades, por exemplo, de entidades como o Comitê Olímpico do Brasil (COB), por
meio de legislações que iam de encontro aos interesses definanciamento para o desporto
de alto rendimento. Nessa perspectiva, quatro leis foram importantes para esse fim, sendo
elas: Lei Pelé nº 9.615 de 24 de mar- ço de 1998; Lei Agnelo-Piva nº 10.264 de 16 de julho
de 2001; Lei nº 10.891 de 9 de julho de 2004 instituindo o Bolsa Atleta e a Lei nº 11.438 de
29 de dezembrode 2006, a Lei de Incentivo ao Esporte (ALMEIDA, 2010).
Considerando as legislações acima citadas, sendo a Lei Pelé nº 9615/98 (BRASIL,
1998d), a que ainda dita as normas gerais do desporto, houve algumas alterações
introduzidas, por exemplo, pela Lei nº 12.395/11 (BRASIL, 2011e), a qual também instituiu
uma nova categoria dentro do programa Bolsa Atleta, com a criação de uma nova
categoria, a Bolsa Pódio, com o objetivo de apoiar atletas com potencial para conquistar
medalhas olímpicas e paralímpicas.
Já a Lei de Incentivo ao Esporte nº 11.438/06 trata das deduções fiscaispor meio de
incentivo às atividades desportivas, sejam elas por patrocíniosou doações, limitando essas
deduções a um por cento (1%) do imposto devi- do por pessoas jurídicas e seis por cento
(6%) quando pessoas físicas. Nesse sentido, os investimentos devem ocorrer em projetos
para inclusão social, seja pelo desporto de alto rendimento, de participação e/ou
educacional (BRASIL, 2006f).
Em relação ao desporto paralímpico brasileiro, cabe destacar que o seu processo de
consolidação é anterior às legislações que tratavam de incenti- var a sua prática, pois seu
percurso e desenvolvimento foi influenciado pelo projeto que propunha segundo Silva
14
(1986), assegurar direitos de cidadania, combate e diminuição do preconceito e exclusão
social, por meio de ações coordenadas pela Organização das Nações Unidas (ONU),
deliberando em 16 de dezembro de 1976 que o ano de 1981 seria proclamado o Ano
Internacionalpara as Pessoas com Deficiência.
Segundo Araújo (1998), nesse período entre 1976 e 1981 houve mobiliza- ções da
sociedade nas esferas pública e privada, reunindo esforços para a cons-cientização nacional
e internacional, com os países membros sendo convocados a se preocuparem em verificar a
realidade das pcd.
A Lei nº 10.891/04 que institui o Bolsa Atleta objetiva o auxílio financeiro para atletas
de alto rendimento brasileiros olímpicos e paralímpicos com vali- dade de doze meses,
sendo que o atleta posteriormente à assinatura do contra-to recebe mensalmente (BRASIL,
2004g).
Dessa forma, o desporto paralímpico nacional vem se desenvolvendo enquanto
mercado de trabalho, devido entre tantos fatores, a destinação de recursos financeiros
advindos das políticas esportivas brasileiras, em destaque a Lei nº 10.264/2001 (BRASIL,
2001h), conhecida como Agnelo- Piva, a qual repassa recursos das loterias do banco
estatal: Caixa Econômica Federal, com 85% para o desporto olímpico e 15% para o CPB e, a
organi- zação do campo esportivo a partir do desmembramento do Ministério do Esporte
em 2001 em prol de investimentos no esporte de alto rendimento visando os megaeventos
(MENDES e CODATO, 2015). Esse cenário foi al- terado com a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com deficiência (Lei Nº 13.146/2015) que garantiu que 2,7% da arrecadação bruta
dos concursos de prognósticos e loterias federais sejam destinados ao esporte. Este
montante é dividido entre o Comitê Olímpico do Brasil, que fica com 62,96%, e ao CPB é
repassado 37,04%.
Desporto Paralímpico: Características
O desporto paralímpico de alto rendimento é constituído de 22 modalidades desportivas
de verão e seis de inverno conforme a tabela 3:
Tabela 3
Modalidades desportivas disputadas em Jogos Paralímpicos de verão e inverno.
MODALIDADES DESPORTIVAS PARALÍMPICAS DE VERÃO
ATLETISMO – BADMINTON - BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS
BOCHA – CANOAGEM – CICLISMO - ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS
FUTEBOL DE CINCO – GOALBALL – HALTEROFILISMO – HIPISMO - JUDÔ
NATAÇÃO – REMO - RÚGBI EM CADEIRA DE RODAS - TAEKWONDO
TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS - TÊNIS DE MESA - TIRO ESPORTIVO
15
TIRO COM ARCO – TRIATLO - VOLEIBOL SENTADO
Fonte: International Paralympic Committee. (IPC, 2019b).
Disponível em: <https://www.paralympic.org/sports/summer>. Acesso em 12 set 2019.
MODALIDADES DESPORTIVAS PARALÍMPICAS DE INVERNO
BIATLO - CURLING EM CADEIRA DE RODAS - ESQUI ALPINO
ESQUI CROSS COUNTRY - HOQUE SOBRE TRENÓ - SNOWBOARD
Fonte: International Paralympic Committee. (IPC, 2019b).
Disponível em: <https://www.paralympic.org/sports/winter >. Acesso em 12 set 2019.
O desporto paralímpico estabelece critérios de elegibilidade para que atletas com
deficiência participem, de acordo com a classificação despor- tiva, sendo esses critérios
no total de dez segundo o IPC: 1) potência mus- cular prejudicada; 2) amplitude reduzida
de movimento; 3) amputados; 4) diferença de comprimento nos membros inferiores
e/ou superiores; 5) baixa estatura; 6) hipertonia (rigidez muscular); 7) ataxia (ausência
de coordena- ção de movimentos); 8) atetose (movimentos involuntários); 9) deficiência
visual (DV) e 10) deficiência intelectual (IPC, 2018b).
Para que as competições fossem organizadas e tivessem critérios de equidade em
relação aos tipos de deficiências, criou-se sistemas de classi- ficação desportiva, cuja
responsabilidade é das Federações Internacionais que regem o desporto, e são
responsáveis pela revisão do sistema. Portanto, a classificação desportiva é um
nivelamento para agrupar as deficiências de acordo com sua funcionalidade e
equidade, com o objetivo de trazer para as competições a maior licitude possível
(FREITAS e SANTOS, 2012; PACIOREK, 2004; IPC, 2018c).
Em relação à sua aplicabilidade, os sistemas de classificação desportiva estão
configurados em:
1. classificação médica, na qual o profissional médico verifica a acuidade visual
de atletas com deficiência visual; dos atletas com deficiência física os níveis de
comprometimento de lesionados medulares e amputados;
2. classificação funcional, a qual por meio dos dados obtidos na classifica- ção
médica, verifica as habilidades específicas necessárias para o des- porto ao qual o atleta
pertence (TWEEDY; VANDLANDEWIJCK, 2011; PACIOREK, 2004).
Esse processo ocorre com a participação de outros profissionais da área da saúde, além
do médico, tem-se profissionais de EF, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, pois a
classificação desportiva para atletas com deficiência tem, na atualidade, um caráter
muito mais vinculado à área desportiva e não somente ao aspecto médico (FREITAS e
SANTOS, 2012). Ou seja, tais procedimentos são espe- cializados e demandam
conhecimentos específicos, exigências de uma profissão.
16
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institui normas gerais sobre desporto, e 10.891, de 9 de julho de 2004, que instituia Bolsa-Atleta; cria os
Programas Atleta Pódio e Cidade Esportiva; revoga a Lei no 6.354,de 2 de setembro de 1976; e dá outras
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g. Lei nº 10.891 de 9 de julho de 2004. Institui o Bolsa-Atleta. Disponível em:
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h, Lei Agnelo/Piva nº 10264 de 16 de julho de 2001. Acrescenta inciso e pará- grafos ao art.
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Formação inicial em Educação Física e Desporto Paralímpico
A formação inicial em EF é caracteristicamente uma formação generalista, tendo como
delineamento a atenção ao mercado de trabalho. Porém, a mesma deve se precaver,
segundo Drigo (2009), para que o corpo de conhecimentos que a compõe, seja concebido
como um todo e não dicotomizado, fragmentado e reduzido ao estudo biológico dos
exercícios físicos e das práticas corporais.
Não obstante, concordamos com Barros (1993) que a formação inicial em EF não deve se
pautar apenas em que o profissional domine habilidades motoras, mas que se utilize de
critérios profissionais na prestação de serviços com ampla visão da realidade social e
domine conhecimentos específicos para sua inter- venção, atualizando-se conforme a
dinâmica social e o mercado de trabalho.
Porém, a formação inicial em EF não apresenta um modelo único ou ge- ral, havendo
uma ausência de caracterização da área, haja visto, a sua forte relação com a
licenciatura e a incipiente definição das propostas dos cursos de bacharelado, bem como
as ‘formações’ na área do desporto em confederações e federações desportivas, em uma
perspectiva artesanal (NASCIMENTO, 2006). Dessa forma, abordar sobre formação inicial
em EF é um grande desafio, haja visto, segundo Nascimento (2006), o ingresso precoce
de estudantes de graduação em EF no mercado de trabalho de maneira informal, por
iniciati- va própria, tendo como justificativa, muitas vezes, a necessidade de cobrir as
despesas com os gastos do curso, o que é prejudicial ao egresso, dificultando uma
construção de carreira. Além disto, é ainda possível se verificar, abusosem relação à
profissão EF em suas próprias competências, por exemplo, no desconhecimento de
limites quanto à intervenção que não são da EF, tais como prescrição de dietas e
medicamentos (DRIGO, et. al., 2006).
Sendo assim, é fundamental o embasamento teórico e prático mediante preparação
efetuada nas disciplinas, nas atividades de pesquisa, estágios e extensão. Não
obstante, todas essas atividades em uma formação em nível superior pressupõem que
esteja fundamentada em um corpo de conheci- mentos específicos e com base
cientifica, os quais legitimam o reconheci- mento social e profissional de uma
profissão, sustentando-a academicamen- te (TANI, 2007).
Diante das amplas possibilidades de intervenção em EF e, devido à sua
19
multidisciplinaridade, é dever da formação inicial orientar os graduandos quanto às
possibilidades de inserção no mercado, pois é um momento funda- mental para que os
futuros profissionais de EF alcancem o sucesso profissional (ANGULSKI, 2012).
Nessa perspectiva, compreendendo a formação inicial em EF não apenas como o início
do processo de desenvolvimento de uma carreira profissional é necessário haver uma
configuração curricular, que possa abranger o desporto paralímpico, como conteúdo
específico e transversal, considerando suas im- plicações no âmbito de disciplinas,
pesquisa, estágio e extensão, em aspectos relacionados, por exemplo, ao treinamento
desportivo para atletas com defi- ciência, especificidades das modalidades desportivas
paralímpicas e o contexto histórico e sociocultural dos PCD na sociedade.
Observa-se que o primeiro documento que fazia referência sobre a EF para PCD foi o
Parecer nº 1002/74 do Conselho Federal de Educação (CFE), com base no art.9 da Lei
nº 5.692/71, apontando que os cursos de graduação na área, deveriam oferecer um
complemento curricular para tal finalidade, o que ocor- reu na década de 1980, na
Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e nas Faculdades Isoladas Castelo
Branco, as quais deram início a pro- gramas de formação profissional e de pesquisa nos
currículos quanto à EFA (PETTENGILL e COSTA, 1997).
Com o Parecer 215/87 faz-se a formalização de sugestão da disciplina: Educação Física
e Esporte Especial para PCD: intelectual, física, auditiva, vi- sual e múltipla (BRASIL,
1987a), oportunizando o ingresso gradual da EFA como disciplina nos cursos de EF, que
na perspectiva de Duarte (1992), foi um avanço curricular, entendendo que é na
graduação que deve ocorrer uma boa fundamentação teórica e prática na mudança do
perfil profissional.
No entanto, há poucos registros de iniciativas da inserção do desporto pa- ralímpico
nos cursos de EF no Brasil, enquanto conteúdo da EF. Porém, a guisade exemplificação,
podemos citar dois desses empreendimentos. O primeiro foi o surgimento de um
projeto de iniciação desportiva da UFU/MG no curso de licenciatura de EF, cujo
objetivo era o de oportunizar a prática desportiva para crianças, filhos de
trabalhadores, dentre elas, crianças com deficiência. E o segundo, no ano de 1994, a
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) com a criação do Departamento de
Estudos de Atividade Física Adaptada, ini- ciando sua trajetória como um dos pioneiros
no campo da pesquisa e espe- cialização em nível de pós-graduação, de profissionais
de EF para atuação no desporto paralímpico (BORELLA, 2010).
Da perspectiva curricular compreende-se, portanto, que o desporto para- límpico
engajado nos programas dos cursos de EF e da EFA, não como apên- dice, mas fazendo
parte das temáticas que envolvam o desporto de maneira ampla, possibilitaria um
melhor dimensionamento da formação profissional para o trabalho com PCD.
Porém, Betti e Betti (1996), a orientação técnica cientifica baseada em uma concepção
acadêmica da EF, propôs, por exemplo, uma EFA, baseada no mo- delo médico, por meio
de conteúdos sobre a caracterização das deficiências, o que segundo Mauerberg-
DeCastro (2005), apresenta uma concepção de abor- dagem categórica, classificando os
seres humanos, com tratamentos 20 baseados na segregação e justificados pelas
epidemias, não produzindo efeitos positivos nas ações pedagógicas e na educação
especial.
Dessas observações, Silva e Drigo (2012, p. 42) refletem que:
Nessa perspectiva, é notório observar que as origens da disciplina tiveram um viés
biológico, o que nos leva a considerar uma proximidade da EFA dentro de uma concepção
tradicional de currículo enquanto uma área do co nhecimento que propõe
procedimentos especializados a uma determinada população, ou seja, uma concepção
técnica de como fazer, a partir de condições especiais ou adaptadas.
Dessa forma, assim como a EFA, o desporto paralímpico no início da déca-da de 1990, na
busca de identidade, se baseou em experiências semelhantes ao desporto convencional
advindas de outros países (COSTA e WINCKLER, 2012),adentrando à formação profissional
em EF, segundo Gonçalves (2002), trazendouma perspectiva de mudança de paradigma
na área, a qual possibilitou novas abordagens e currículos com vistas à intervenção
profissional.
Portanto, haja visto que o desenvolvimento profissional, têm na formação inicial, uma
etapa fundamental, a sua continuidade tem na formação conti- nuada ou em serviço, o
objetivo de aperfeiçoamento de conhecimentos, seja pela pós-graduação e/ou de
capacitações (COSTA e NASCIMENTO, 2012).
Capacitação Profissional de Treinadores para o Desporto Paralímpico
Embora sejam utilizadas diferentes terminologias sobre formação conti- nuada,
utilizaremos o termo capacitação, não como sinônimo, porém com o objetivo de
facilitar a leitura, agregando o entendimento de que uma capacita- ção é parte do
processo de uma formação continuada.
No contexto de capacitação envolvendo profissionais de EF em exercício na função de
treinadores desportivos, segundo Nelson, et. al. (2006) e Mallet et. al. (2009), pode
ser classificada como formal, não formal e informal. A for- mal, diz respeito às
capacitações realizadas por Universidades (pós-gradua- ção) vinculados às Ciências do
desporto ou entidades dirigentes desportivas. A não formal pode ocorrer pela
participação em conferências, congressos, seminários e cursos de curta duração em
ambientes segregados dos educacio- nais. Por fim, a informal, diz respeito às
experiências adquiridas no cotidiano profissional, nas relações e trocas entre
treinadores e atletas, e, na aquisição de conhecimentos por iniciativa própria, tais
como, por meio de livros, revis- tas, manuais e internet.
Em nível internacional existem programas de capacitação em países como: Canadá –
Associação de Treinamento do Canadá – Coaching Association of Canada (CAC); Reino
Unido (RU) – Associação Treinador de Desportos do RU
– Sports Coach United Kingdom; Austrália – Comissão Desportiva Australiana –
Australian Sport Commission (ASC); Singapura – Desporto Singapura – Sports in
Singapore; Irlanda – Conselho Irlandês de Desportos – Irish Sport Council (ISC); Portugal
– Instituto Português de Deporto e Juventude (IPDJ) e associações internacionais como
o Conselho Internacional de Excelência
21 em Treinamento
– International Council for Coaching Excellence (ICCE) (FALCÃO, et. al.; 2016;
MILISTETD, et. al., 2014).
De forma ampla, é possível verificar que pesquisadores internacionais têm realizado
estudos sobre a capacitação de treinadores (ROSADO e MESQUITA, 2007; JONES, 2009;
CASSIDY, JONES e POTRAC, 2004; CUSHION; ARMOUR e JONES, 2003; NASH e COLLINS,
2006).
Em muitos outros estudos, o enfoque em relação à capacitação de trei- nadores, tem
sido sobre a percepção de competências, contextos de apren- dizagem profissional e
saberes profissionais, (EGERLAND et. al., 2013; BRASIL, et. al.; 2015; RAMOS et. al.,
2011; MILISTETD, 2015; THIENGO,
2011; RODRIGUES, et. al., 2016), bem como, tem apontado a importância de um
treinador possuir conhecimentos técnicos, pedagógicos e de gestão com base
científica, necessários ao exercício da função e, capaz de responder aos desafios
impostos pelo desenvolvimento dos desportos na atualidade (MESQUITA, 2016;
ROSADO; MESQUITA, 2007).
Em relação aos treinadores que atuam com desportos paralímpicos, Depauw e Gravon
(2005) já apontavam a necessidade de pesquisas sobre es- ses profissionais, tendo em
vista o desenvolvimento dos eventos desportivos, dentre eles destacamos os JP.
Considerando que os estudos sobre a capacitação de treinadores paralímpicos no
desporto de alto rendimento são escassos, tal argumentação evidencia a necessidade de
mais investigações sobre essa temá- tica (MCMASTER; CULVER; WERTHNER, 2012;
DUARTE; CULVER, 2014).
Corroborando com essas informações, Mauerberg-DeCastro (2005), desta- ca que, no
Brasil, em 1981, no âmbito de publicações, se inicia de forma marcan- te a preocupação
com a formação profissional na área de EFA com as edições das obras: “Atividade física
para deficiente” de 1981 e “Educação Física para o excepcional” em 1982. No entanto,
no desporto olímpico, as publicações já são menos recentes, pois datam do início do
século XX (PLATONOV, 2008).
Ainda no Brasil, a capacitação de treinadores desportivos, foi recentemen- te
impulsionada pelo movimento olímpico por meio do Instituto Olímpico Brasileiro (lOB) e
Academia Brasileira de Treinadores (ABT), com o curso de desenvolvimento e
aperfeiçoamento desportivo, com dois anos de duração e 840 horas, estruturado nos
módulos: presencial e à distância e estágios nacio- nais e internacionais (RODRIGUES, et.
al., 2016; MILISTETDT, et. al., 2015).
A exemplo do desporto olímpico, no paralímpico, as capacitações do Comitê Paralímpico
Brasileiro (CPB), são realizadas pela Academia Paralímpica Brasileira (APB) desde 2010,
com cursos divididos em: nível I, nível II e nível III.O curso nível I tem duração de 30 horas
presenciais e 100 horas de estágio ou de atuação profissional como treinador da
modalidade logo após a conclusão do módulo; nível II com 40 horas presenciais e 300
horas de estágio/atuação profis- sional. (CBTRI, 2016). A capacitação do nível III em
atletismo e natação iniciou em 2016 com carga horária de 40 horas (COSTA e WINCKLER,
2012; CPB, 2018).
22
Em nível internacional, temos como exemplo, a IPC Academy (Academia do Comitê
Paralímpico Internacional) oferece programas de aperfeiçoamento desenvolvendo
cursos baseados em competências para treinadores, técnicos e classificadores, com o
intuito de capacitação e certificação, para que se tornem educadores do IPC Academy
(IPC, 2018). Todos esses cursos já são existentes,e possuem chancela internacional pelo
IPC, o qual possibilitou a existência de capacitação similares em outros países associados.
Finalmente Costa (1992), já apontava que, desde 1986 o Ministério da Educação e
Cultura (MEC), se preocupava em suprir a falta de recursos huma- nos na área. Dentre as
sugestões propostas se destacaram:
• apoio aos profissionais que já estavam atuando junto às pessoas com
deficiências, com cursos de atualização e reciclagem.
• formação de novos profissionais;
• incentivo às instituições de Ensino Superior para implantação de espe-
cialização em EFA e de disciplinas específicas nos cursos de graduação em Educação
Física.
Desta forma, além de concordar com o autor e as sugestões apontadas, é necessário
apontar que elas ainda são atuais e que emergem as mesmas difi- culdades que
persistem na área. Obviamente o quadro de 1986 se alterou posi- tivamente com o
passar dos anos, porém algumas falhas ainda são evidentes, principalmente no que
tange a relação entre a Universidade Brasileira e as en- tidades desportivas.
Carreira Profissional de Treinadores no Desporto Paralímpico
A carreira profissional de treinador paralímpico no Brasil, geralmente teve relação com
a prestação de serviços voluntários, pois na maioria das vezes, havia a ausência de
treinadores habilitados e capacitados para intervir nas mo- dalidades desportivas
paralímpicas (COSTA, 2009).
Segundo Marques e Gutierrez (2014) poucos treinadores paralímpicos no Brasil
alcançam o ápice quanto a boas remunerações salariais, embora estejam buscando
essa valorização e reconhecimento social. Ou seja, além das dificul- dades que a área
da EF encontra diante da orientação da carreira aos seus fu- turos profissionais, a
inserção nesse campo profissional ocorre, muitas vezes pelas dificuldades de inserção
no desporto olímpico de alto rendimento.
Neste sentido, entendemos que a compreensão de carreira é fundamental, haja visto
o desenvolvimento do desporto paralímpico, impulsionado pelos in- vestimentos
públicos. Desta maneira, compreendemos que é necessário que se tenha conhecimento
basicamente sobre o conceito de carreira profissional.
Segundo Hall (2002), carreira pode ser definida em duas perspectivas: carreira pode
ser definida em duas perspectivas: a primeira em um sentido abrangente, na qual
carreira são as sequências de promoções e ascensõesde cargos em uma hierarquia
relacionada ao trabalho, ou seja, uma noção de mobilidade vertical. A segunda é a
vinculação de carreira com algu- mas profissões e com outras não. Por exemplo,
um advogado pode ascen-der de funcionário a sócio de um escritório de advocacia.
São movimentos regulares de um status para outro, o que não acontece com um
manobristade automóveis em estacionamento
23
cuja atividade não é considerada como
uma carreira.
Do ponto de vista das ciências comportamentais Hall (2002) ainda destaca que, ter uma
carreira e alcançar cargos em uma hierarquia de trabalho é inde- pendente do tipo de
ocupação, caracterizando-se por uma sequência de expe- riências na vida laboral avaliada
e percebida pelo indivíduo com o passar do tempo de acordo com as experiências
adquiridas, podendo alterar seus valores, motivações e atitudes.
Compreendendo que a formação inicial e a capacitação, como etapas a serem
percorridas na construção de carreira, no que diz respeito ao despor- to de alto
rendimento, segundo Nunomura (2004), os cursos de formação profissional em EF e
Desportos não preparam futuros profissionais para atuação nesse campo de atuação,
havendo necessidade em sua perspectiva de uma formação mais especializada, além da
Universidade, pois o ex-atleta com sua experiência não é garantia de uma prestação de
serviços adequada- mente profissionais.
Além das questões que envolvem a formação profissional, embora a legis- lação
específica possa indicar o desporto enquanto campo de atuação do pro- fissional de EF,
conforme a Lei 9.696/98, Art. 3º (BRASIL, 1998b):
Compete ao Profissional de Educação Física coordenar, planejar, programar, supervisionar,
dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos;
bem como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos
especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar
informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e do
desporto (BRASIL, 1998).
Há, no entanto, uma coexistência conflituosa com a regulamentação do desporto, a
saber, a Lei Federal 9.615/98 (BRASIL, 1998c), que institui normas gerais sobre o Desporto,
em seu artigo 20, a qual determina:
As entidades de práticas desportivas (clubes) e as entidades nacionais de administração
do desporto (Confederações, Federações e Ligas esportivas), de que trata o tal artigo, são
pessoas jurídicas de direito privado, com organi- zação e funcionamento autônomo, que
têm suas competências definidas em seus estatutos.
Ou seja, a ambiguidade e o conflito, segundo Drigo (2009), nas relações legais em relação
ao desporto, permitem que, haja agrupamento em entidades desportivas com direitos e
autonomia perante os pressupostos apresentados sobre o “saber fazer”, evidenciando as
dificuldades para identificar as necessi- dades do desporto nacional, no seu aspecto geral,
determinando a emergênciade fazê-lo como caráter prioritário ao entendimento da própria
identidade da profissão Educação Física.
Nesse âmbito, os profissionais de EF que atuam no desporto, especifica- mente
treinadores, ficam sujeitos às decisões de dirigentes, muitas vezes ‘ama-dores’, bem como
tendo seu espaço profissional ocupado por leigos, o que é inaceitável, prejudicando a
construção de carreira, pois cabe aos profissionais decidirem autonomamente sobre quais
ações e procedimentos na intervenção profissional, a qual deve estar fundamentada em
conhecimentos científicos, pe- dagógicos e tecnológicos, haja visto, segundo Resende;
24
Mesquita e Fernandes (2007) a destacada representatividade e reconhecimento social do
treinador em um contexto desportivo cada vez mais diversificado, dentre eles o desporto
paralímpico de alto rendimento.
No desporto paralímpico, de forma específica, ainda possuímos alguns en- traves na
formação da carreira, Silva e Drigo (2012) apontam as dificuldades que se originam na
formação inicial, tais como:
# problemas de identidade (nome e ementa) das disciplinas relacionadas à EFA que,
geralmente são frutos de modismos ou regionalidades que dificultam um padrão inicial
de formação focado em uma identificação de carreira para o aluno;
# falta de especificidade entre a formação para o bacharel e o licenciado, a fim de facilitar o
trânsito de equivalência para as formações;
# currículos ainda tradicionais e de difícil valorização do desporto adaptado em relação ao
convencional;
# dificuldades em relação às atividades de extensão voltadas para a EFA em IFS privadas.
# disciplinas que seguem o modelo médico.
Outro fator que se destaca nos achados de Silva e Drigo (2012), referem-se ao perfil
generalista de formação, em que se aponta que as decisões curriculares são direcionadas
pelo mercado de trabalho, com a preocupação do egresso em ter empregabilidade.
Reflete-se o quanto tal indicativo de formação, dificulta a identidade do egresso em
relação a carreira pretendida pois, segundo Schein (1996) o desenvolvimento de carreira
no trabalho, inicia-se anteriormente a en-trada na Universidade. Desta forma, indagamos:
# tal formação generalista terá que impacto no aluno?;
# como uma formação generalista pautada nos problemas apresentados pela área da EFA
– como carga horária insuficiente, identidade, falta de extensão e estágio restritos, entre
outros – poderá auxiliar na carreira doegresso para a área de desportos paralímpicos?;
# por fim, como uma formação generalista pode ser assim chamada,diante das pressões
aos modismos que o mercado insere no contextode formação?
Além disso, alerta-se que no mundo da estética, o trabalho com deficientes é o que terá
menor perspectiva de interesse midiático. Assim, aponta-se que o problema na definição
de carreira no desporto paralímpico, inicia-se na for- mação e percorre as outras fases da
profissão devido às poucas informações e estudos disponíveis sobre o tema.
Intervenção do Treinador no Desporto Paralímpico
Tendo como rumos, os estudos anteriores de Silva e Drigo (2012), eles corroboraram os
dados encontrados e as análises, as quais compõe esse libro, possibilitando um melhor
entendimento, tanto da disciplina de EFA, como na estrutura curricular da EF com enfoque
na intervenção. Sendo assim, devido a EF ser uma área de aplicação de conhecimentos
oriundos de ciências mães cujo objetivo é a aplicação na intervenção profissional,
revisitando ainda Silva e Drigo (2012, p. 82 e 83) reeditam-se as demandas que ainda se
considera ne- cessária a formação para a intervenção por meio da:
25
1 Aproximação à prática profissional como um eixo norteador para encontrar tantos
problemas relacionados a pratica com aspossibilidades da intervenção profissional. Pensando
nisso, ve- rificamos que pesquisas na área de intervenção devam ser apli- cadas como
mediadoras entre a atuação profissional e a ciência criando uma ponte entre a própria teoria
e prática em que estas pesquisas podem direcionar o avanço tecnológico levando à
aplicabilidade ao professor/profissional de Educação Física. A ciência, nesse caso, deve ser
um reforço para a atuação, inter- venção tanto na área de licenciatura quanto
graduação/bacha- relado, não vista apenas como teoria que de certa forma acaba afastando
ou mesmo negando a prática.
2 As disciplinas do currículo devem interagir para conquistar objetivos comuns. Pensamos
que, neste caso, as disciplinas como, fisiologia e teoria do treinamento devem abordar,
não de forma exclusiva, aspectos da treinabilidade de deficiên- cias de modo específico
em relação ao esporte ou para dinâ- mica da promoção de saúde que possibilite ou facilite
a con- textualização nas disciplinas específicas. Da mesma forma, as disciplinas
esportivas podem contribuir no que se refereao desporto adaptado como, por exemplo,
a disciplina judô abordar em uma aula o conteúdo judô para cegos, o atletis- mo abordar
as modalidades da paraolimpíada, e assim por diante. Já as disciplinas da área de humanas
podem dar o contexto histórico e sociocultural problematizando em nossa sociedade o
trabalho com deficientes.
Os autores também constataram que o desenvolvimento da competência profissional
em EFA, perpassa a extensão universitária e necessidade da apro- ximação para a prática
dos graduandos dos cursos de EF. Neste estudo é su- gerida a necessidade de pensar na
absorção do conteúdo prático nos estágios supervisionados nas frentes de atuação
profissional em EFA, bem como em cursos específicos de formação de pós-graduação.
Também foi sugerida a resi- dência, semelhante à médica, seguindo as características
abordadas por Lima e Gonçalves (2002), a qual consiste no aperfeiçoamento do exercício
da profissãoem regime dedicação exclusiva e com supervisão de profissionais experientes
em ambientes de atuação profissional, diferenciando-se dos atuais cursos de pós-
graduação Lato Sensu, ou especialização, que se apresentam apenas comoreforço teórico.
Dessa maneira, a aplicação dos conhecimentos supracitados, constituem a
intervenção profissional, na qual formam em síntese, as ações e tomadas de decisão,
baseadas neles, além da expertise do profissional adquirida durante a carreira, vinculada
à capacitação, especialização e acúmulo de experiências profissionais.
Neste sentido, especificamente, quanto à intervenção do treinador des- portivo,
destacando sua representatividade e reconhecimento social, essa de- verá estar calcada
em alargados conhecimentos, competências e habilidades em relação ao contexto
desportivo cada vez mais diversificado (RESENDE; MESQUITA e FERNANDES, 2007). Devido
a esse fator, estudos científicos com base pedagógica se fazem necessários para o
entendimento da realidade, do
“estado da arte”, dos desafios e principalmente,
26 do saber experiencial (TARDIF, 2002) de
treinadores com expertise.
Dessa forma, a intervenção do treinador no desporto paralímpico, deman- da
conhecimentos especializados em relação às características que envolvem as deficiências,
pois traz em seu bojo especificidades, dentre elas, a classifica- ção desportiva, as regras, os
equipamentos, ambiente acessível e as próprias modalidades desportivas. Para tanto,
ressaltamos que a interação entre entida- des paralímpicas e o CPB, necessitam formar
parcerias com as Universidades e principalmente na formação do já citado cursos de
residência profissional, voltados ao desporto paralímpico. Sendo assim, acredita-se que o
treinador paralímpico possa ser mais bem dimensionado, desde sua formação, para a
melhor qualidade de sua intervenção profissional.
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