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Monografia Marina

A monografia analisa a gestão dos resíduos de serviços de saúde no Hospital Geral de Quelimane e seu impacto na saúde pública. A pesquisa destaca a importância da correta gestão desses resíduos, que, se mal administrados, podem causar contaminação ambiental e riscos à saúde. O estudo utiliza uma abordagem qualitativa e busca entender como a gestão inadequada dos resíduos hospitalares afeta a saúde da comunidade.

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Monografia Marina

A monografia analisa a gestão dos resíduos de serviços de saúde no Hospital Geral de Quelimane e seu impacto na saúde pública. A pesquisa destaca a importância da correta gestão desses resíduos, que, se mal administrados, podem causar contaminação ambiental e riscos à saúde. O estudo utiliza uma abordagem qualitativa e busca entender como a gestão inadequada dos resíduos hospitalares afeta a saúde da comunidade.

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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIENCIAS E TECNOLOGIAS

LICENCIATURA EM ENSINO DE GESTAO AMBIENTAL E


DESENVOLVIMENTO COMUNITARIO HABILITAÇÃO EM ECOTURISMO

MARINA AMILCAR DE CAMOES LANGA

Gestão dos Resíduos de Serviços de Saúde no Hospital Geral de


Quelimane e seu Impacto na Saúde Pública.

Quelimane
2024
C0ntra

2024
MARINA AMILCAR DE CAMOES LNGA
UL
MARINA AMILCAR DE CAMOES LANGA

Gestão dos Resíduos de Serviços de Saúde no Hospital Geral


de Quelimane e seu Impacto na Saúde Pública.

Monografia Científica apresentada ao


Departamento de Faculdade de Ciências e
Tecnologia como requisito de obtenção do
grau académico de Licenciatura em Gestão
Ambiental e Desenvolvimento Comunitário
com Habilitação em Ecoturismo.

Orientador: Prof. Doutor Cardenito Colher

Quelimane
2024
Marina Amilcar de Camoes Langa

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências e Tecnologia como requisito


para obtenção de grau de Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento
Comunitário com Habilitação em Ecoturismo

Júri

Supervisor
____________________________________________

Presidente
____________________________________________

Arguente
____________________________________________
Dedicatórias
Agradecimentos
Declaração
Declaro que esta monografia científica é resultado da minha investigação pessoal e das
orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que, este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Quelimane, aos______de ________________de 2024

__________________________________
(Marina Amilcar de Camoes Langa)
Lista de Tabelas e Gráficos
Lista de Abreviaturas e Símbolos
Lista de Figuras
Resumo

Abstract
PRIMEIRA SECÇÃO
INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

Atualmente o planeta enfrenta uma grave crise ambiental e, como tal, os resíduos
sólidos constituem uma problemática que necessita de ser resolvida, sendo por isso necessário
que haja uma gestão cuidadosa dos mesmos. Os resíduos sólidos constituem os restos das
actividades humanas e considera-se que não têm utilidade nem valor comercial, no entanto,
através dos mais variados processos, hoje em dia é possível que os mesmos sejam reciclados e
reaproveitados (Constantino, 2016).

Pode-se afirmar em benefício da dúvida que o aumento dos resíduos é também um


sinal evidente da modernidade associada à sociedade de consumo.

Porem, a necessidade de intervenção sobre os resíduos sólidos é uma prioridade na


sociedade moderna. Se, por um lado, a quantidade de resíduos produzida anualmente não para
de aumentar, podendo provocar uma notória poluição visual se amontoados
indiscriminadamente, por outro, os resíduos podem ter implicações no ambiente e na saúde
pública. Por norma, das várias funções da saúde pública, destacam-se a prevenção epidemio-
patológica (com vacinações massivas e gratuitas), a proteção sanitária (controlo do meio
ambiente e da contaminação), a promoção sanitária (através da educação) e a restauração
sanitária (para recuperar a saúde). (Constantino, 2016).

Existem vários tipos de resíduos, entre os quais é possível destacar: os resíduos


urbanos, os comerciais, agrícolas, industriais, de construção, portuários, e por fim, os resíduos
hospitalares ou de serviços de saúde que por um lado é o foco desta pesquisa (Da Costa et al.,
2013). Assim, falar dos resíduos hospitalares ou de serviços de saúde, é falar dos resíduos
produzidos em hospitais e outras unidades de saúde como laboratório, consultório médico e
centros de saúde.
Por isso, a quantidade de resíduos sólidos produzidos e gerados nos hospitais em
Moçambique, caso particular no Hospital Geral de Quelimane (HGQ), é inferior quando
comparada com outros tipos de resíduos, quer seja urbano ou agrícolas, por exemplo. Mas
importa destacar que de acordo com Perh (1999), o problema relacionado com os resíduos
hospitalares, particularmente, esta no seu risco real e até com a percepção de risco, com uma
acentuada especificidade dada a sua natureza, diversidade, perigosidade e grau de risco.

Para o caso dos hospitais em Moçambique, segundo pesquisa desenvolvida por


Constantino (2016), relacionada com a análise da gestão dos resíduos infecciosos produzidos
no Hospital Rural de Vilankulos, os riscos na gestão dos residuos solidos nos hospitais estão
principalmente relacionados aos acidentes que ocorrem devido as falhas na segregação e no
acondicionamento dos residuos perfuro cortantes, no tratamento e disposição final dos
mesmos, causando a contaminação do solo e prejudicando a saúde pública. Dai, houve a
necessidade de desenvolver esta pesquisa no HGQ, na provincia da Zambezia, para perceber
até que ponto a gestão dos resíduos sólidos traz impactos na saúde pública no escopo espacial
em estudo.

É justamente por isso que a importância da gestão dos resíduos sólidos ou dos serviços
de saúde produzidos nos hospitais e o seu impacto na saúde pública, tem vindo a aumentar ao
longo dos últimos anos, pois um mau armazenamento ou um inadequado transporte destes
pode colocar a saúde pública e ambiental em risco.

A presente pesquisa retractou sobre a gestão dos resíduos dos serviços de saúde ou
hospitalares e seus impactos na saúde pública, um olhar voltado para o hospital geral de
Quelimane na província da Zambézia, e de forma geral, pretendeu analisar o processo acima
referenciado. Para a materialização desta pesquisa, contou-se com o método hipotético-
dedutivo, com uma abordagem voltada para a pesquisa qualitativa, consubstanciada pela
observação direta e revisão da literatura.

No que se refere a sua estrutura, a primeira secção contempla a contextualização do


tema em estudo, problematização, justificativa, objectivos e delimitação e os objectivos a
alcançar; a segunda secção, contextualiza o referencial teórico, particularmente no que se
refere a teoria base, aos conceitos sobre os resíduos sólidos, gestão dos mesmos, abordagens
sobre a saúde pública e os impactos dos resíduos dos serviços de saúde ou hospitalares na
saúde pública. Já, a terceira e última secção apresenta a metodologia utilizada para obtenção
dos resultados, a contextualização do escopo geográfico em estudo, ainda encontra-se a
apresentação, analise e discussão dos resultados e por fim, as conclusões, recomendações e as
referências bibliográficas.

1.2. Delimitação do tema

A presente pesquisa com a temática gestão dos resíduos de serviços de saude e seu
impacto na saúde pública no HGQ, quanto a sua delimitação, encontra-se enquadrada na linha
de pesquisa que trata sobre a saúde ambiental, com enfase ou abordagens voltadas para a
educação ambiental. E em termos de delimitação espacial e temporal, a pesquisa foi
desenvolvida no hospital geral de Quelimane num período compreendido entre 2021 a 2023.

1.3.Problematização

A gestão dos resíduos sólidos quando realizada sem o cumprimento das normas
recomendadas, tem criado vários problemas com enfase para os relacionados com a saúde
pública. De forma geral, alguns destes problemas estão relacionados com a contaminação do
ar, das águas, dos solos, de doenças "recentes", e ainda ameaças a biodiversidade, que nos
últimos anos têm sido crescentes e desencadeiam efeitos sobre a vida humana.

Por norma, os hospitais realizam funções diversas, dentre as quais: o tratamento, o


ensino, a pesquisa, a reabilitação, a promoção da saúde e a prevenção de doenças. Pela
complexidade e variedade das actividades quotidianas dos diversos serviços que se prestam
em um estabelecimento de saúde, estes por sua vez produzem uma determinada quantidade de
resíduos sólidos, de diversas naturezas, alguns com características que podem representar
riscos à saúde da comunidade hospitalar e a população em geral. Os resíduos, e seu posterior
abandono no meio ambiente, podem originar sérios problemas ambientais e de saúde,
favorecendo a incorporação de agentes contaminantes na cadeia trófica, interagindo em
processos físico-químicos naturais. (Organização Pan-Americana da Saúde 1997).

No entanto, com o constante aumento do uso de recursos farmacológicos e de material


médico, aumentou de igual modo a produção de resíduos hospitalares (RH) com risco de
contaminação ambiental e prejudicial para a saúde pública em qualquer hospital,
particularmente no HGQ.

Um outro problema verificado naquele hospital é o fraco processo de separação na


deposição dos resíduos sólidos, particularmente os hospitalares, sendo que em alguns
momentos verificou-se a existência de materiais diversificados no mesmo depósito de lixo.
Ainda tem sido notório nas áreas circunvizinhas do hospital, cheiro não agradável, e também,
tem se notado resíduos hospitalares no local onde o lixo é depositado, a presença de crianças,
o que até certo pode ser um grande problema de saúde pública.

Tendo em conta aos pressuposto acima expostos, coloca-se a seguinte questão de


partida:

Até que ponto a gestão dos resíduos de serviços de saúde no hospital geral de
Quelimane cria impactos na saúde pública?

1.4.Justificativa do tema

A questão ambiental, embora historicamente nova, vem adquirindo uma grande


importância em escala mundial nas últimas décadas. Por isso, a presente pesquisa surge na
medida em que a autora observou que os resíduos sólidos produzidos no HGQ eram "mal
tratados" e sentiu-se motivada em procurar perceber como é feita a gestão dos mesmos e quais
os impactos que estes trazem para a saúde pública e ao meio ambiente.

Por norma, uma boa gestão dos resíduos sólidos, particularmente os produzidos nos
hospitais, tanto os públicos como os privados, previnem e garantem uma boa saúde para a
população que se encontra nos arredores dos locais onde o lixo é depositado e os utentes dos
hospitais. Por isso, a autora pretendeu desenvolver esta pesquisa motivada em procurar ter
noções ou informações sobre os processos relacionados com a gestão dos resíduos sólidos de
forma a perceber se os mesmos garantem um ambiente saudável e são cumpridas as normas
recomendadas. Oque em algum momento, pressupõe a diminuição a emissão dos gases
tóxicos e dos contaminantes do solo e das águas ai encontradas.

A escolha do local e período deve-se ao facto da autora, dentro deste período, ter
verificado situações de dispersão de diversos tipos de material hospitalar depois do seu uso,
assim tendo havido a necessidade perceber sobre os procedimentos a tomar em conta na
gestão daqueles resíduos.

No âmbito científico, este tema levanta o debate incessante sobre os problemas de


saúde derivados do meio ambiente, e que tem sido característico nos últimos anos em países
como Moçambique. Por isso, o desenvolvimento deste estudo trás respostas que estão por de
trás de busca científica das soluções aos problemas de saúde, sobretudo quando olhamos para
a questão da prevenção. Estas respostas, permitem o desenvolvimento de uma sociedade
consciente sobre os processos de gestão dos resíduos sólidos e que consequentemente poderá
ser a cauda da redução de enfermidades que tem no meio ambiente, o escopo de sua
ocorrência.

1.5.Objectivos da pesquisa
1.5.1.Objectivo geral

 Analisar a gestão de resíduos de serviços de saúde e seus impactos na saúde pública no


Hospital Geral de Quelimane.

1.5.2.Objectivos específicos

 Identificar e os tipos de resíduos sólidos produzidos no Hospital Geral de Quelimane


 Caracterizar os resíduos sólidos produzidos no Hospital Geral de Quelimane
 Descrever as etapas de gestão dos resíduos sólidos produzidos no Hospital Geral de
Quelimane
 Identificar os impactos que os resíduos sólidos produzidos no Hospital Geral de
Quelimane podem causar a saúde pública.
SEGUNDA SECCAO

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesta secção pretende-se apresentar as abordagens teóricas e conceitutais relacionadas
com o estudo em causa. Por isso, apresentam-se os conceitos básicos começando pelos
resíduos, resíduos sólidos e resíduos dos serviços e ou biomedicos, e todos os aspectos
inerentes a sua gestão sustentável e de acordo com as normas estatuídas e finalmente, sera
apresentada a metodologia.

2.1.Conceitos básicos
2.1.1.Resíduos

De acordo com Aragão (2006, p.81) “ Quaisquer substâncias ou objectos de que o


detentor se desfaz ou tem intenção ou obrigação de se desfazer (…)”.
Em Moçambique, segundo o Decreto 13/2006, de 15 de Junho, que regulamenta a
gestão deresíduos em Moçambique, resíduos são todas substâncias ou objectos que se
eliminam, que setem intenção de eliminar ou que se é obrigado por lei a eliminar, também
designado por lixo (MOÇAMBIQUE, 2006).

Segundo CRUZ (2005) o conceito de resíduos sólidos nos tempos remotos era muito
diferente do actual. Não deixava, no entanto, de se identificar com os restos das actividades
humanas. Conforme o valor que lhes era conferido, o seu encaminhamento era no sentido da
eliminação ou da valorização através de comida para animais ou adubação do solo.

O conceito de “lixo” pode ser considerado como uma invenção humana, pois em
processos naturais não existe lixo. As substâncias produzidas pelos seres vivos e que são
inúteis ou prejudiciais para o organismo, tais como as fezes e urina dos animais, ou o oxigénio
produzido pelas plantas verdes como subproduto da fotossíntese, assim como os restos de
organismos mortos são, em condições naturais, reciclados pelos decompositores. Por outro
lado, os produtos resultantes de processos geológicos como a erosão, podem também, a um
escala de tempo geológico, transformar-se em rochas sedimentares (FRANCO, 2000 citado
por LUIZ at al, 2010).
Do ponto de vista semântico, resíduos sólido é todo material inútil, todo material
descartado, posto em lugar público, todo aquilo que se joga fora, não presta, condição
atribuída devido a sua nocividade, periculosidade, intratabilidade, etc (WALDMAN, 2010
citado por FERNANDES, 2013).

2.1.2.Resíduos sólidos

Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de actividades de origem


industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de variação. Ficam
incluídos nessa definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controlo de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou
corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis ênfases de
melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004).

Resíduos Sólidos é todo material sólido ou semi-sólido indesejável e que necessita ser
removido por ter sido considerado inútil por quem o descarta, em qualquer recipiente
destinado a este acto (MONTEIRO et al. 2001).

2.1.2.1 Classificação dos resíduos sólidos

Segundo MONTEIRO et al. (2001), são várias as maneiras de se classificar os


residues sólidos. As mais comuns são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio
ambiente e quanto à natureza ou origem. Quanto ao risco potencial de contaminação ao meio
ambiente a classificação e resumida na tabela abaixo:
Tabela 1: Classificação dos resíduos quanto ao risco potencial de contaminação do meio
ambiente.

Fonte: MONTEIRO et al. 2001 adaptado pela Autora 2024.

Segundo o mesmo autor a origem é o principal elemento para a caracterização dos


residues sólidos. Quanto a natureza ou origem, os diferentes tipos de resíduos podem ser
agrupados em cinco classes conforme a tabela abaixo ilustra:

Tabela 2: Classificação dos Resíduos Quanto a Natureza ou Origem

Fonte: MONTEIRO et al. 2001 adaptado pela Autora 2024.


2.1.3. Resíduos biomédicos ou dos Servicos de Saude

Resíduos biomédicos ou dos services de saude são substâncias ou objectos sem


utilidade para a unidade sanitária que resultam das actividades de diagnóstico, tratamento,
investigação humana e veterinária que se eliminam ou que se é obrigado por lei a eliminar
(MOÇAMBIQUE, 2003).

CONFORTIN (2001) citado por PIMENTEL (2006) afirma que os resíduos


biomédicos são geralmente considerados apenas aqueles provenientes de hospitais, de clínicas
médicas e de outros grandes geradores, tanto que é, muitas vezes, chamado de resíduos
hospitalares.

Entretanto, resíduos de natureza semelhante são produzidos por geradores bastante


variados, incluindo farmácias, clínicas odontológicas e veterinárias, assistência domiciliar,
necrotérios, instituições de cuidado para idosos, laboratórios clínicos e de pesquisa,
instituições de ensino na área da saúde, entre outros. Até a década de 80, os resíduos
considerados perigosos incluíam aqueles provenientes somente de hospitais.

Segundo OROFINO (1996), citado por PIMENTEL (2006), as unidades sanitárias


geram resíduos sólidos que somente representam pequena parcela do total produzido em uma
cidade: 1 a 2 %. Apesar disso, requerem cuidados especiais, principalmente, em função de
parte deles serem constituídos por materiais com alta concentração de organismos
patogénicos, representando riscos à saúde e ao meio ambiente, quando geridos de forma
inadequada.

Resíduos hospitalares

Os resíduos hospitalares são todos os subprodutos que resultam da uma acção humana
especializada na prestação de cuidados de saúde, ou seja, os resíduos hospitalares são todos
aqueles que resultam de:
“ Actividade médica desenvolvida em unidades de prestação de
cuidados de saúde, em actividades de prevenção, diagnósticos,
tratamento, reabilitação e investigação, relacionada com seres humanos
ou animais, em farmácias, em actividades médico-legais, de ensino e
em quaisquer outras que envolvam procedimentos invasivos, tais como
acupunctura, piercings e tatuagens”. (Tavares , etall, 2007.p.23).

Esses subprodutos sofrem um processo de eliminação específica devido à natureza


dos mesmos. Antes de chegar à fase final do processo, os resíduos são submetidos a uma
triagem. Esta é realizada mediante a lógica, segundo o princípio do nível de perigosidade:
produto que pode ser reciclado e o que tem de ser eliminado.

2.1.3.1. Classificação dos resíduos biomédicos ou dos Servicos de Saude

Segundo a norma brasileira (NBR) 12.808 da ABNT (1993) os resíduos de serviço de


saúde classificam se em: Classe A – Resíduos Infectantes, Classe B – Resíduos Especiais,
Classe C – Resíduos comuns.

Tabela 3: Classificação dos Resíduos Biomédicos


Fonte: MONTEIRO et al. 2001 adaptado pela Autora 2024.
2.1.3.2. Resíduos infecciosos

Resíduo infeccioso é qualquer tipo de resíduo que tenha entrado em contacto com
tecidos humanos, sangue ou fluídos de corpo humano e animal. Os resíduos infecciosos
podem ser designados como resíduos contaminados, patológicos, bio prejudiciais
(MOÇAMBIQUE, 2003).

Resíduos infecciosos são resíduos resultantes de actividades médico-assistênciais e de


pesquisa produzido nos estabelecimentos assistenciais de saúde humana ou animal, composto
por materiais biológicos ou perfuro-cortantes contaminados por agentes patogénicos, que
apresentem ou possam apresentar riscos potenciais à saúde pública ou ao meio ambiente
(JUNIOR, 2003).

Segundo VIEIRA (2013), a periculosidade de um resíduo é definida como a


característica apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades físicas,
químicas ou infectocontagiosas, pode apresentar:
 Risco à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma significativa, um aumento
de mortalidade ou incidência de doenças;
 Riscos ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma
inadequada.

2.1.3.3. Redução, reciclagem e reutilização dos resíduos biomédicos

Os 3Rs dos resíduos, como são conhecidas a reciclagem, a reutilização e a redução,


têm como principal objectivo a diminuição da produção de resíduos sólidos e a preservação
dos recursos naturais e do meio ambiente. A redução consiste em diminuir o consumo de
determinados materiais, principalmente os derivados de recursos naturais não renováveis,
enquanto que a reciclagem utiliza materiais usados para produzir novos produtos. Já a
reutilização significa usar um produto de várias maneiras (RODRIGUES & CAVINATTO,
2002 citado por MAFALDO & PINHEIRO, 2011).

O processo de reciclagem traz como benefícios a preservação do meio ambiente,


ajudando a diminuir significativamente a poluição das águas, solo e ar, bem como, gera renda,
novos empregos como as cooperativas de catadores de papéis e alumínio. Esses catadores já
estão sendo chamados de agentes ambientais pela sua parcela de contribuição para
preservação do meio ambiente (CHAGAS & GRIAMAUD, 2012).

O problema dos resíduos sólidos atinge as mais diferentes nações. Algumas


conseguem soluções eficientes para o seu tratamento, enquanto outras padecem com as
inúmeras adversidades oriundas deste problema e que comprometem tanto a saúde da
sociedade quanto da natureza. Portanto, se aos resíduos sólidos, tinham uma destinação quase
que exclusiva: das cidades para os depósitos ou lixões públicos, abandonado em locais de
pouca circulação, sem qualquer tipo de selecção, de reaproveitamento, agora o lema é reduzir,
reciclar e reutilizar.

Todavia, nem tudo que é descartado pode ser reaproveitado, como, por exemplo,
algumas embalagens, materiais contaminados (seringas, papel higiénico, guardanapos de
papel, fraldas, etc), sendo que estes variam conforme a sua origem (MAFALDO &
PINHEIRO, 2011).

2.1.3.4. Plano de Gestão dos Resíduos Hospitalares (PGRH)

PGRH é o documento que contém informação técnica sistematizada sobre as


operações de recolha, transporte, armazenamento, tratamento, valorização ou eliminação de
resíduos, incluindo a monitorização dos locais de descarga durante e após o encerramento das
respectivas instalações, bem como o planeamento dessas operações (MOÇAMBIQUE, 2006).
Segundo SILVA (s/d) para a elaboração do PGRH deverá ser avaliado os critérios e padrões
fixados por órgão ambiental que preconiza-os. Os Hospitais devem ter PGRH aprovados pelos
órgãos fiscalizadores competentes, contemplando não apenas os factores estéticos e de
controle de infecção hospitalar, mas também considerando as questões ambientais tão
importantes para a geração actual e futura.

O plano deve considerar as características e riscos dos resíduos, as acções de


protecção à saúde e ao meio ambiente e os princípios da biossegurança de empregar medidas
técnicas administrativas e normativas para prevenir acidentes (ANVISA, 2006).
2.1.3.5. Gestão de Resíduos Biomédicos (GRB)

A GRB, ainda é um problema, apresentando grandes deficiências nos aspectos de


tratamento e disposição final. Isso tem acarretado consideráveis riscos ao meio ambiente e à
saúde pública. A ideia principal da GRB é promover um acompanhamento dos mesmos, desde
a sua geração, até a disposição final, passando por etapas e as distinguindo, visando à
minimização ou ao bloqueio dos efeitos causados pelo lixo hospitalar, no âmbito sanitário,
ambiental e ocupacional (PIMENTEL, 2006).

GRB é entendida como a acção de gerência dos resíduos em seus aspectos intra e extra
estabelecimento desde a geração até a disposição final (COSTA & FONSECA, 2009).

A GRB deve representar uma questão de maior importância devido à necessidade de


socialização do conhecimento, do desenvolvimento de recursos humanos, dos processos
legais e normativos envolvidos, bem como da necessidade de minimizar os impactos causados
à saúde pública e ao meio ambiente (MARTINS, 2004).

2.1.3.6. Etapas da Gestão dos Resíduos Biomédicos

O manuseio apropriado dos resíduos biomédicos segue um fluxo de operações que


começa a partir do maneio, que é entendido como a acção de gerenciar os resíduos, em seus
aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração, até a disposição final, incluindo as
etapas (ANVISA, 2004 e CONAMA, 2005 citado por PIMENTEL, 2006) conforme ilustra a
Figura 1.
Figura 1: Etapas de Gestão dos Resíduos Biomédicos
Fonte: ANVISA, 2004 & CONAMA, 2005 citado por PIMENTEL, 2006.

Segregação :
Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com
as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos
(COSTA & FONSECA, 2009).
Segundo MOÇAMBIQUE (2003) os resíduos biomédicos deverão ser segregado de
acordo com a sua periculosidade, devendo cada unidade sanitária e empresa manuseadora de
residues dispor, no mínimo, de condições de acondicionamento para as seguintes categorias
de resíduos:
 Resíduos infecciosos;
 Resíduos perfuro-cortantes;
 Resíduos anatómicos;
 Resíduos comuns;
 Outro tipo de resíduos.

Esta etapa é muito importante, pós é aí que são verificados quais resíduos poderão ser
reaproveitados em procedimento de reciclagem, quais são extremamente perigosos e merecem
cuidados especiais e assim, a cada tipo de resíduo será conferido o tratamento adequado
(MARTINS, 2004).

Todo resíduo infectante, no momento de sua geração, tem que ser disposto em
recipiente próximo ao local de sua geração. Os resíduos procedentes de análises clínicas,
hemoterapia e pesquisa microbiológica têm que ser submetidos à esterilização no próprio
local de geração (MONTEIRO et al. 2001).

Acondicionamento:
Consiste no acto de embalar os resíduos segregados, em sacos, recipientes, que evitem
vazamentos e resistam às acções de punctura e ruptura (COSTA & FONSECA, 2009). O
procedimento mas importante no acondicionamento dos resíduos biomédicos é separar logo
na origem, os resíduos infecciosos dos comuns uma vez que estes representam cerca de 10 a
15% do total dos resíduos (MONTEIRO et al. 2001).

O uso de sacos plásticos, excepto para perfuro cortantes no processo de


acondicionamento, oferece muitas vantagens sobre outros tipos de recipientes, tais como
eficiência, praticidade, redução da exposição do manipulador ao contacto directo com os
resíduos e melhoria nas condições higiénicas (NAIME et al. 2004).

Segundo MARTINS (2004) afirma que o acondicionamento deve ser feito em


observância às normas de segurança dos profissionais de saúde que lidam directamente com o
lixo, a fim de ser preservada sua saúde e integridade física.

Os resíduos perfuro-cortante devem ser acondicionados em recipientes rígidos,


impermeáveis, resistentes à punctura, ruptura e vazamento. Tais recipientes devem atender à
capacidade diária dos resíduos gerados, respeitando o limite de peso de cada saco (COSTA &
FONSECA, 2009).
Identificação:
Os contentores de resíduos deverão estar claramente identificados pela cor amarela
contendo um rótulo “Lixo Infeccioso” e deverão ser timbrados com o símbolo internacional
para os resíduos infecciosos abaixo indicado (MOÇAMBIQUE, 2003).

Figura2: Símbolo Internacional dos Resíduos Infecciosos


Fonte: MOÇAMBIQUE, 2003.

Os resíduos infecciosos deverão ser segregados em sacos plásticos amarelos mas na


ausência desses pode se usar quaisquer outros tipos de sacos plásticos ou contentores
impermeáveis timbrando com a etiqueta do lixo infeccioso (MOÇAMBIQUE, 2003).

Colecta e transporte interno

De acordo com ANVISA (2004), a colecta e transporte consiste na remoção dos


residues do local do armazenamento até a unidade de tratamento ou disposição final,
utilizando se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a
integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo
com as orientações dos órgãos de limpeza urbana.

O transporte dos resíduos no interior das unidades sanitárias, desde o ponto da sua
geração até os locais de armazenamento, tratamento e disposição deverá ser feito através de
carroças ou carrinhas que tenham uma base e paredes sólidas e que sejam capazes de conter
fluídos. Quaisquer derramamentos de lixo infeccioso deverão ser contidos dentro da carroça
ou carrinha e o equipamento de transporte deverá ser desenhado e fabricado de modo a
permitir uma lavagem e desinfecção fácil (MOÇAMBIQUE, 2003).
Segundo COSTA & FONSECA (2009) esta etapa consiste no traslado dos resíduos
dos pontos de geração até o local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento
externo com a finalidade de apresentação para a colecta. Para o transporte interno, alguns
cuidados devem ser seguidos e merecem destaque: um deles é que o profissional da saúde
responsável pelo transporte deve estar paramentado com os equipamentos de protecção
individual adequados, como luva, máscara, avental e botas e outro é que o horário do
transporte deve ser padrão e não pode coincidir com o horário de visitas, distribuição de
roupas limpas, alimentos ou medicamentos.

O transporte interno de resíduos deve ser realizado em sentido único, com roteiro
definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e
medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas (FILHO, s/d).

Armazenamento temporário:
Segundo ANVISA (2004) o armazenamento temporário consiste na guarda temporária
dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de
geração, visando agilizar a colecta do estabelecimento e optimizar o deslocamento entre os
pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para colecta externa. Não poderá ser
feito armazenamento temporário com disposição directa dos sacos sobre o piso, sendo
obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento.

O armazenamento temporário pode ser feito em carrinhos, um para cada grupo de


resíduos, em quantidade suficiente para atender à demanda diária. O armazenamento
temporário poderá ser dispensado nos casos em que a distância entre o ponto de geração e o
armazenamento externo seja pequena, é importante que o local destinado para o
armazenamento temporário possua pisos e paredes laváveis e lisas de cor branca, ponto de
iluminação artificial e telas de protecção contra insectos nos ralos e janela, bem como
inclinação adequada para escoamento de água (COSTA & FONSECA, 2009).

 Armazenamento dos resíduos anatómicos


Os resíduos anatómicos deverão ser devidamente guardados em contentores, pelo mais curto
período de tempo possível antes da sua disposição final, de acordo com as seguintes
instruções (MOÇAMBIQUE, 2003):
 Pequenas quantidades do tecido humano e amostras biopsias deverão ser guardadas
em plásticos amarelos, como os que são aqui indicados para os resíduos infecciosos.

 Grandes quantidades de resíduos anatómicos deverão ser guardadas em contentores


comparedes rígidas e impermeáveis com a inscrição “resíduos infecciosos” em
amarelo e contendo o símbolo de resíduos infeccioso.

Colecta e transporte externo:


Esta etapa consiste na remoção dos resíduos hospitalares do local de armazenamento
até a unidade de tratamento ou disposição final. Deve ser feito em veículo específico para
residues hospitalares e a periodicidade da colecta deve ser suficiente para transportar todos os
resíduos. Após colecta dos resíduos deve ser realizada a higienização do local de
armazenamento externo.

A colecta e transporte externo dos resíduos hospitalares devem estar conforme as


normas estabelecidas pelo regulamento em vigor nesse local (COSTA & FONSECA, 2009).
Os resíduos biomédicos só poderão ser transportados para fora das unidades sanitárias em
viaturas previamente licenciadas para o efeito, pelo Ministério para a Coordenação da Acção
Ambiental-MICOA, para recolher e transportar estes tipos de resíduos (MOÇAMBIQUE,
2003).

Tratamento:
Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifiquem as
características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de
contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. O tratamento pode ser
aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes
casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador e o local
do tratamento (ANVISA, 2004).

Ainda do mesmo autor considera os requisitos para o tratamento dos resíduos


biomédicos os seguintes:
 Promover a redução da carga biológica dos resíduos, de acordo com os padrões
exigidos;
 Atender aos padrões estabelecidos pelo órgão de controle ambiental do estado
para emissões dos efluentes líquidos e gasosos;
 Descaracterizar os resíduos, no mínimo impedindo o seu reconhecimento como
lixo hospitalar.

Segundo MOÇAMBIQUE (2003) os resíduos que tiverem entrado em contacto com


tecidos humanos, sangue ou fluídos de corpo humano e os perfuro-cortantes deverão ser
tratados por recurso às formas de tratamento abaixo indicadas por ordem de preferência,
nomeadamente:

 Esterilização por autofenda, retalhação;


 Incineração sob alta temperatura;
 Esterilização química (tratamento parcial realizado antes do encaminhamento
dos resíduos biomédicos para outra instalação de tratamento. A massa e as
propriedades químicas não são fundamentalmente modificadas);
 Prevenir a acessibilidade dos resíduos contundentes através da encapsulação
em cimento apenas para os resíduos perfuro-cortantes.
 Tratamento dos resíduos anatómicos.

Segundo MOÇAMBIQUE (2003) para o tratamento dos resíduos anatómicos, o


método a observar dependerá da quantidade e tipo de resíduo, devendo-se para a escolha do
método a usar, dar-se preferência àquele que garante que qualquer risco de infecção seja
mínimo. Os resíduos anatómicos deverão ser agrupados e eliminados de acordo com as
categorias abaixo indicadas, nomeadamente:

 Pequenas quantidades de resíduos anatómicos incluindo, dentes, tecidos e amostras de


biopsia devem ser destruídos usando-se os métodos prescritos para os resíduos
infecciosos, conforme as prescrições abaixo detalhadas, por ordem de preferência:
Esterilização por autofenda, retalhação; Incineração sobre altas temperaturas;
Deposição em aterro sem tratamento sob supervisão técnica
 Grandes quantidades de sangue e grandes quantidades de fluídos do corpo
contaminados com sangue, deverão ser destruídos através de lançamento: Num
sistema de represa ou esgoto; Numa cova segura na terra dentro dos limites do
estabelecimento.
 Grandes quantidades, incluindo grandes quantidades do tecido humano, órgãos, partes
dos órgãos, membros, partes dos membros e fetos deverão ser destruídos através de:
Cremação; Entrega aos familiares para eliminação de acordo com os ritos
culturais/religiosos, desde que tais práticas respeitem os interesses de protecção da
saúde pública e do ambiente.
 Placentas poderão ser destruídas através de: Entrega aos familiares para eliminação de
acordo com os ritos culturais/religiosos, desde que tais práticas respeitem os interesses
de protecção da saúde pública e do ambiente; Lançamento numa cova segura dentro
dos limites do estabelecimento.

Outras formas de tratamento dos resíduos infecciosos


Incineração

A incineração é um processo de queima a altas temperaturas (800 a 1400°C), na


presence de excesso de oxigénio, no qual os materiais à base de carbono são decompostos,
desprendendo calor e gerando um resíduo de cinzas (MONTEIRO et al. 2001). Devem ser
destinados à incineração os resíduos biológicos do tipo A1, A2, A3, A4 e A5 (desenvolvidos
na tabela n0 3), além de curativos, chumaços, espéculos descartáveis, esparadrapo, algodão,
gaze, drenos, equipos, escalpes, bolsas colectoras, material de sutura, luvas, todo e qualquer
material que entrar em contacto com pacientes (FONSECA, 2009).

Fossas especiais

Além dos métodos de tratamento acima, há ainda a queima de resíduos hospitalares em


“fossas especiais”, que é recomendada em unidades de saúde localizadas para as zonas rurais,
com características apropriadas e com baixa densidade populacional. Essas fossas devem ter
dimensões específicas e ser revestidas de argila, cimento ou outro material impermeável. Este
método não deve ser utilizado quando a composição dos resíduos contiver um alto teor de
agulhas e seringas (FIGUEIREDO et al. 2013).
Disposição final

Consiste na disposição definitiva de resíduos no solo ou em locais previamente


preparados para recebê-los. As formas de disposição mas usados são: aterro sanitário, aterro
controlado, lixão ou vazadouro e valas (ANVISA, 2006).

Aterro sanitário
A associação brasileira de normas técnicas (ABNT) 8419, (1992) citado por
CARVALHO & LANZA (2006) define aterro sanitário como uma técnica de disposição de
resíduos no solo, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente, minimizando os
impactos ambientais. Tal método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos
sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com
uma camada de terra na conclusão de cada trabalho, ou intervalos menores, se necessário.

Aterro sanitário é um método seguro e controlado de disposição de resíduos no solo,


garantindo a preservação ambiental e de saúde pública. O sistema se fundamenta em critérios
de engenharia e normas operacionais específicas. Consiste basicamente na compactação dos
resíduos em camadas sobre o solo devidamente impermeabilizado e no controle dos efluentes
líquidos e emissões gasosas. Os resíduos devem ser cobertos diariamente, de modo a não ficar
exposto (VIEIRA, 2013).

Os resíduos infecciosos (perfuro-cortantes e não anatómicos) deverão ser destruídos


através da deposição em aterro sanitário sobre supervisão técnica, aterro do material inerte
depois do tratamento. Os resíduos anatómicos deverão ser destruídos através da deposição em
um aterro sem tratamento sobre supervisão técnica (MOÇAMBIQUE, 2003).

Aterro controlado
Aterro controlado trata-se de um lixão melhorado. Consiste na disposição dos residues
directamente sobre o solo, com recobrimento de camada de material inerte, diariamente. Este
procedimento não evita os problemas de poluição, pois carece de impermeabilização, sistemas
de drenagem, tratamento de líquidos e gases (VIEIRA, 2013).
Lixão ou vazadouro

É uma forma inadequada de disposição final de resíduos, caracterizada pela sua


descarga sobre o solo, sem critérios técnicos e medidas de protecção ambiental ou à saúde
pública, é o mesmo que descarga a “céu aberto”. Os resíduos assim lançados acarretam
problemas à saúde pública, como a proliferação de vectores de doenças (moscas, mosquitos,
baratas, ratos, entre outros), geração de odores desagradáveis e, principalmente, poluição do
solo e das águas superficiais e subterrâneas pelo chorume produzido pela decomposição da
matéria organic contida nos resíduos (CARVALHO & LANZA, 2006).

Fossa biológica

São recipientes estanques, destinados à recepção e tratamento avançado de águas


residuais domésticas ou similares, através da combinação dos processos de decantação,
digestão anaerobia e filtração biológica aeróbia, construídas em polietileno rotomoldado, para
instalação subterranean (NOGUEIRA et al. s/d).

Fossa septic

Segundo NOGUEIRA et al. (s/d), fossa séptica é uma maneira simples e barata de
disposição dos esgotos indicada, sobretudo, para a zona rural ou para residências isoladas.

2.1.4. Impactos da gestão dos resíduos infecciosos ao meio ambiente

Os impactos ambientais causados pelos resíduos infecciosos são bem perceptíveis,


quando analisadas as consequências no solo, na água e no ar, TAKAYANAGUI (1993) citado
por PIMENTEL (2006) afirma que os resíduos biomédicos podem provocar alterações
intensas, não só no solo, como na água e no ar, se inadequadamente dispostos, além da
possibilidade de causarem danos a todas as formas de vida, trazendo problemas que podem
aparecer, com frequência, anos depois do tratamento e disposição inicial dos resíduos. Os
resíduos hospitalares, por norma, são processados de forma rigorosa e eficiente.
Contudo, na presença de uma falha, de origem humana ou tecnológica, os resíduos
constituem-se como um potencial tóxico e contaminante da flora e fauna; da contaminação de
águas solo e ar; promotor do crescimento e propagação de vectores de doença, entre outros. A
contaminação do ambiente por parte dos resíduos provém, mais em concreto, de agentes
tóxicos, microbiológicos, drenados para os fluxos de escoamento, terrenos ou meios aquáticos
(ANTUNES, 2011).

Ainda, de acordo com REIS (2012) citado por SOUSA & CRUZ (2013), os riscos de
contaminação do ar é dada quando os resíduos infecciosos são tratados pelo processo de
incineração não controlado, que emite poluentes para a atmosfera contendo várias
substanciais prejudiciais tais como dioxinas e furanos.

Os resíduos hospitalares, por norma, são processados de forma rigorosa e eficiente. Contudo,
na presença de uma falha, de origem humana ou tecnológica, os resíduos constituem-se como
um potencial tóxico e contaminante da flora e fauna; da contaminação de águas solo e ar;
promotor do crescimento e propagação de vectores de doença, entre outros. A contaminação
do ambiente por parte dos resíduos provém, mais em concreto, de agentes tóxicos,
microbiológicos, teratogénicos e/ou mutagénicos, drenados para os fluxos de escoamento,
terrenos ou meios aquáticos. (Da Costa, 2008,p.87)

Na prática clínicos são produzidos resíduos do tipo doméstico que são integrados no
circuito de eliminação “normal”. A título de exemplo, os produtos farmacêuticos
frequentemente utilizados; os desinfectantes e anticépticos; os metais utilizados na medicina
nuclear de desperdício não controlado incorrem num grave problema ambiental e de efeito
biocumulativo (Tavares, 2007,p.56) .

2.1.5. Impactos da gestão dos resíduos infecciosos para a saúde pública

Os riscos na gestão dos resíduos infecciosos estão principalmente relacionados aos


acidentes que ocorrem devido as falhas na segregação e no acondicionamento dos residues
perfuro cortantes, no tratamento e disposição final dos resíduos causando a contaminação do
solo e prejudicando a saúde pública (MORAES et al. s/d).

Os microrganismos presentes nos resíduos infecciosos, segundo SCHNEIDER et al.


(2001), citado por PIMENTEL (2006), podem atingir o homem por três principais vias de
transmissão:
 Inalação: agentes patogénicos dispersos no ar ou em partículas em suspensão entram
no organismo através do aparelho respiratório.
 Ingestão: agentes patogénicos entram no organismo, por meio do consumo de água
e/ou de alimentos contaminados, ou por meio de mãos ou objectos contaminados
levados à boca.
 Injecção: a contaminação ocorre via corrente sanguínea, por picadas de insectos ou
mordedura de vectores.

Ainda, no que diz respeito à saúde, o impacto dos resíduos centra-se na questão do
risco associado à manipulação/exposição dos profissionais de saúde aos subprodutos
resultantes da prática clínica e dos profissionais responsáveis pelo circuito de processamento
destes subprodutos, desde o transporte à eliminação. Os profissionais de saúde em causa são:
médicos, enfermeiros, técnicos operacionais de acção médica, técnicos de apoio internos e
externos; doentes e utentes em todo o circuito de tratamento, e os técnicos especializados
integrados no circuito do tratamento e eliminação dos resíduos. (Tavares, etall, 2007.p.93).

Os riscos para a saúde incorrem de quatro domínios distintos:

 Riscos biológicos (provenientes de fluídos corporais patogénicos de doenças


transmissíveis);
 Riscos físicos (utilização de instrumentos cortantes/perfurante contaminadas);
Contacto com substâncias radioactivas, substâncias inflamáveis e explosivas,
altamente lesivas para o corpo humano);
 Riscos químicos (exposição a substâncias inflamáveis etóxicas de acção pelas vias
respiratória e digestiva); e Substâncias carcinogénicas (utilizados em laboratórios ou
sessões de quimioterapia.
2.1.6. .Equipamentos usados durante a gestão dos resíduos infecciosos

Segundo FONSECA (2009) estes equipamentos são empregados para proteger o


pessoal da área de saúde do contacto com agentes infecciosos, tóxicos ou corrosivos, calor
excessivo, fogo e outros perigos. A roupa e o equipamento servem também para evitar a
contaminação do material em experimento ou em produção.

Equipamento de Protecção Individual (EPI) é todo e qualquer dispositivo ou produto,


de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado a protecção de riscos susceptíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Sendo, as unidades sanitárias, obrigadas a fornecer
aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento, sempre que, as medidas de ordem geral não ofereçam completa protecção
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; enquanto
as medidas de protecção colectiva estiverem sendo implantadas; e para atender a situações de
emergência (RAMOS, 2012).

Equipamentos de Protecção Colectivos (EPC) são equipamentos utilizados para


protecção de segurança enquanto um grupo de pessoas realiza determinada tarefa ou
actividade (FONSECA 2009).

Ainda do mesmo autor considera os EPIs seguintes:


 Gorro (de cor branca, para proteger os cabelos).
 Óculos (lente panorâmica, incolor e de plástico resistente, com armação em plastic
flexível, protecção lateral e válvulas para ventilação).
 Protector facial (protege contra salpicos, gotas)
 Máscara (para impedir a inalação de partículas e aerossóis, do tipo semi-facial).
 Uniforme (calça comprida e camisa manga três quartos, de material resistente e cor
clara).
 Luvas (de material impermeável, resistente, tipo PVC, antiderrapante e de cano
longo).
 Botas (de material impermeável, resistente, tipo PVC, de solado antiderrapante, cor
clara, e de cano três quartos).
 Avental (PVC, impermeável e de comprimento médio, na altura dos joelhos).
2.2. Abordagens Metodologicas

Neste ponto apresentam-se todos procedimentos que foram usados para obtenção de
resultados no processo de colecta de dados, onde apresenta -se os métodos, a classificação do
tipo de pesquisa, as técnicas de colecta, analise e interpretação de dados, o universo
populacional, amostra, finalmente a caracterização do estudo.

2.2.1. Métodos de Pesquisa

2.2.1.1. Método de Abordagem

Em relação ao método de pesquisa quanto a abordagem foi usado o método indutivo,


que na óptica de Marconi & Lakatos (2009, p. 85), “ é um processo mental por intermédio do
qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral
ou universal, não contida nas partes examinadas”. E este nos permitiu generalizar as
observações da realidade concreta a partir de constatações particulares como a observação dos
aspectos relacionados com a gestão dos resíduos de serviços de saúde no hospital geral de
Quelimane e das condições específicas de trabalho para posteriormente tirar as conclusões
num contexto mais generalizado.

3.1.2 Método de procedimento

Os principais métodos de procedimento que foram empregados nesta pesquisa são:


bibliográfico, monografico e comparativo. Estes métodos buscam estruturar uma investigação
exacta para o conhecimento de fenómenos e factos menos abstractos de uma forma mais
concreta e particular.
De acordo com Marconi & Lakatos (2009), o método bibliográfico:
“Abrange toda bibliografia tornada pública em relação ao tema em
estudo, deste a publicação avulsas, boletins, jardins, revista, livros, monografias,
materiais monográficas. Será relevante na elaboração do trabalho, porque a
partir dele aplica-se a leitura e compilação da pesquisa documental em relação
ao tema, e contribuiu para a formulação do quadro teórico, relacionado com
conhecimento prévio da expansão urbana e impactos sócio ambientais. E Ajudou
na compreensão de definições de alguns conceitos básicos e discussões teóricas,
a partir de alguns artigos científicos, livros, entre outras publicações” (p. 106).

3.2 Tipo de pesquisa

Olhando para os objectivos patentes no trabalho, a presente pesquisa classifica-se


quanto aos objectivos, abordagem do problema e aos procedimentos técnicos.

3.2.1 Quanto aos objectivos

Quanto aos objectivos a pesquisa é explicativa; pois tendo em conta o posicionamento


do autor Gil (2008, p.48) “este tipo de pesquisa preocupa-se em identificar os factores que
determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenómenos”. Ou seja, este tipo de
pesquisa explica o porquê das coisas através dos resultados oferecidos.

A escolha deste tipo deve se o fato desse ser uma das pesquisas que visa identificar os
factores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenómenos, isto é, a
pesquisadora procurou identificar de forma detalhada a gestão dos resíduos de serviços de
saúde no hospital geral de Quelimane e seus impactos na saúde publica.

3.2.2 Quanto a abordagem

No concernente a tipologia desta pesquisa, quanto a sua abordagem, é de referir que


trata -se de natureza qualitativa pois caracteriza-se pela descrição, argumentação e dedução
através de uma análise e percepções individuais sobre a gestão dos resíduos de serviços de
saúde no hospital geral de Quelimane e seus impactos na saúde publica. Entretanto, consistiu
uma maneira de a proponente interagir-se directamente com o objecto ou fenómeno durante o
trabalho de campo, partindo do problema levantado com o auxílio da observação directa e a
entrevista.

De acordo com Nascimento (2016) afirma que:


“A pesquisa qualitativa é baseada na interpretação dos fenómenos
observados e no significado que carregam, ou no significado atribuído pelo
pesquisador, dada a realidade em que os fenómenos estão inseridos. Considera a
realidade e a particularidade de cada sujeito objecto da pesquisa. O processo é
descritivo, indutivo, de observação que considera a singularidade do sujeito e a
subjectividade do fenómeno, sem levar em conta princípios já estabelecidos.
Permite generalizações de forma moderada, tendo em vista que parte de casos
particulares” (p.66).

3.2.3 Quanto os Procedimentos Técnicos

Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é considerada de campo porque foi


realizada na cidade de Quelimane, através das técnicas de observação directa e entrevistas.
Fonseca (2002, p.24), diz que “a pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em
que, além da pesquisa bibliográfica e ou documental, se realiza colecta de dados junto a
pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa”.

O estudo de campo usa – se com objectivo de conseguir informações ou respostas sobre


um problema em causa. O estudo de campo foi usado porque procurava se comprovar as
hipóteses, na observação dos factos, colecta de dados e variáveis relevantes para o estudo.
Corroborando com Gil (2002):

“A pesquisa de campo é desenvolvida por meio da observação directa


das actividades do grupo de estudo e de entrevistas com informantes para captar
suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. No estudo de campo o
pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, pois é enfatizada a
importância de que o pesquisador ter tido ele mesmo uma experiencia directa
com a situação de estudo” (p.53).
3.2.4. Instrumentos e Técnicas de Colecta de Dados

Para Lakatos & Marconi (1999, p.85), “as técnicas de investigação são conjuntos de
procedimentos bem definidos e transmissíveis, destinados a produzir certos resultados na
recolha e tratamento da informação requerida pela actividade de pesquisa”. Durante o trabalho
de campo, foram prismatizadas as seguintes técnicas a saber: observação directa e entrevista.

3.2.4.1 Observação

De acordo com Lakatos & Marconi (1999, p.85), “a observação é um dos instrumentos
da pesquisa qualitativa e ela permite que o pesquisador chegue mais perto da perspectiva dos
sujeitos e acompanhar as experiências diárias dos sujeitos, pode aprender a sua visão do
mundo, isto é, o significado que eles atribuem à realidade que os cerca e as próprias acções”.

Todavia, a proponente vai baseou se na observação in-loco visto que esta possibilitará
verificar as relações existentes a gestão dos resíduos de serviços de saúde no hospital geral de
Quelimane e seus impactos na saúde pública.

3.2.4.2. Entrevista

De acordo com Gil (2008, p.55) “a entrevista consiste em uma conversação com o
propósito de obter informações para uma investigação, envolvendo duas ou mais pessoas.
Porém, não é somente uma simples conversa, mas sim uma conversa orientada para um
objectivo definido”. Por outro lado, Lakatos & Marconi (1999, p.197) definem entrevista
como um “encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação profissional”.

A entrevista foi de extrema relevância, pois, permitiu uma conversa face a face entre a
proponente e o entrevistado constituindo um interrogatório directo, não só por meio de
palavras mas também na análise comportamental do entrevistado. Foram elaboradas
entrevistas dirigidas aos funcionários do Hospital Geral de Quelimane, os Utentes do Hospital
e a população ou moradores das areas circunvizinha.

A entrevista decorreu na cidade de Quelimane e para cada entrevistado durou num


máximo de 10 min, num contacto directo entre o pesquisador e os entrevistados num período
de 15 dias. Usou-se materiais para colecta de dados como caderno de anotações, lápis de
carvão do tipo HB, borracha, esferográfica, máquina filmadora ou telefone celular e gravador
de som.

3.2.5. Técnicas de Analise e Interpretação de Dados

Para fazer valer aos objectivos traçados e tendo atenção ao tipo de pesquisa que é
qualitativa, foram usadas as seguintes técnicas para analisar e interpretar os dados:

Pré - analise: se assenta na organização do material colectado e a discrição analítica


dos dados que culminaram com a codificação dos dados. Esse processo de Codificação
permitiu fazer com que os dados brutos sejam transformados em símbolos e abordagens
temáticas.

Triangulação dos dados e a análise dos conteúdos ou dos factos relatados pelos
entrevistados: Nesta triangulação são interpretados dados e apresentar seguidamente, a sua
análise e comentário. Na análise de conteúdo: usou se as definições de categorias por
relevância teórica de repetição e análise de discurso. Interpretação simultânea à apresentação
de resultado.

Na observação, foram reunidos a todos os conteúdos e registados em categorias ou


tópicos em um relatório final, ainda mantendo a separação por categorias analíticas ou tópicos
estabelecidos nos registos de campo.
3.6 Universo da pesquisa e Sujeitos Participantes

Segundo os dados do Censo 2017, Quelimane é composto por 193.343 habitantes. A


pesquisa teve como universo todos residentes arredores do Hospital geral de Quelimane, e
responsáveis na parte de gestão dos resíduos hospitalares e técnicos de saúde, totalizando 20
pessoas dentre os quais, 10 residentes, 2 tecnicos de saúde, 2 responsáveis e 6 auxiliares ou
responsáveis pela limpeza (Técnicos). Para que todos fossem englobados num fundamento de
estudo científico, neste contexto a amostragem foi probabilística, para Gil (2008, p. 92)
“amostragem Probabilística é rigorosamente científica e se fundamenta em leis estatísticas
que lhe conferi fundamentação científica”.

A amostragem probabilística baseia-se na escolha aleatória dos pesquisados,


significando o aleatório que a selecção se faz de forma que cada membro da população tenha
a mesma probabilidade de ser escolhido.

Por tanto, para esta pesquisa foi usada amostragem probabilística. Implica que, a
escolha dos elementos para fazerem parte da amostra foi aleatória e a probabilidade de cada
um ser escolhido foi a mesma.

Na selecção da amostra, escolheu se os 20 elementos para serem entrevistados porque


fazem parte da população em estudo. E com eles pretendia-se saber sobre condições da gestão
dos resíduos de serviços de saude; o local de depósito e de incineracao dos residuos,
condições das inatalacoes e a forma de tratamento dos resíduos de serviços de saude.
TERCEIRA SECCAO

3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Apresentação dos resultados

Perguntas direccionadas aos funcionários que trabalham com a Incineradora

1. Existe equipamento de protecção quando se queima o lixo?

Resposta: Sim existe equipamentos de protecção e temos como exemplos, luvas, mascaras,
óculos, barretes e aventais.

2. Quais são os riscos que se têm nesse processo?

Resposta: Os riscos são vários, como o caso de contaminação ou inalação de substâncias


toxicas.

3. De quanto em quanto tempo é queimado o lixo?

Resposta: O lixo é queimado todos os dias para evitar o acúmulo, uma vez que só existe uma
incineradora.

4. Existe uma pré-selecção antes da queima do lixo?

Resposta: Sim, existe uma pré-selecção, e é feita na produção de lixo, ou seja, o lixo chega ao
seu destino final já seleccionado.
Perguntas direccionada a comunidade

1. Como tem sido o ambiente apos a queima do lixo hospitalar?

Resposta: Tem sido preocupante com existência de fumaça, mau cheiro criando mau estar e
dificuldades de respirar.

2. Essa situação tem perturbado o dia-a-dia?

Resposta: Sim

3. Aos olhos nus é possível notar poluição?

Resposta: Claramente, e deviam ter sido tomadas medidas para atenuar essa situação.

4. No seu ponto de vista, acha que essa fumaça tem contribuído para a poluição do
meio ambiente?

Resposta: Sim e muito, como por exemplo, a fumaça pode vir a causar doenças respiratórias
e contaminar o meio.

5. Como é conviver com essa situação?

Resposta: é muito desconfortável porque essa contaminação do ar pode vir a causar


consequências negativas futuramente

Análise dos resultados

Na segunda pergunta direccionada aos funcionários que trabalham com a incineradora,


constat-se que os riscos são vários, como o caso de contaminação ou inalação de substâncias
toxicas. Os riscos na gestão dos resíduos infecciosos estão principalmente relacionados aos
acidentes que ocorrem devido as falhas na segregação e no acondicionamento dos residues
perfuro cortantes, no tratamento e disposição final dos resíduos causando a contaminação do
solo e prejudicando a saúde pública (MORAES et al. s/d).

Ainda, no que diz respeito à saúde, o impacto dos resíduos centra-se na questão do
risco associado à manipulação/exposição dos profissionais de saúde aos subprodutos
resultantes da prática clínica e dos profissionais responsáveis pelo circuito de processamento
destes subprodutos, desde o transporte à eliminação. Os profissionais de saúde em causa são:
médicos, enfermeiros, técnicos operacionais de acção médica, técnicos de apoio internos e
externos; doentes e utentes em todo o circuito de tratamento, e os técnicos especializados
integrados no circuito do tratamento e eliminação dos resíduos. (Tavares, etall, 2007.p.93).

4. CONCLUSOES

A incineradora derreteu devido a queima do lixo, e essa por sua vez não se fecha
devidamente, mas é usada, e é a única em funcionamento. A fumaça produzida não chega ao
chaminé porque incineradora esta danificada juntamente com o chaminé ou seja, há escape de
fumaça na incineradora.

As chaminés possuem uma altura que servia para liberar fumaça a uma altura que evitava o
desconforto. Devido o défice da mesma, já não é possível garantir esse feito. As restantes
incineradoras, que funcionavam a base de energia eléctrica e motor estão todas avariadas.

5. SUGESTOES

6. Referencias Bibliograficas

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Sólidos - NBR 10005 - Lixiviação de Resíduos - NBR 10007 - Amostragem de Resíduos.
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 TEIXEIRA, Enise Barth. (2003). A Análise de Dados na Pesquisa Científica: importância
e desafios em estudos organizacionais. Brasil.
Apêndice

Perguntas direccionada aos funcionários que trabalham com a Incineradora

1. Existe equipamento de protecção quando se queima o lixo?


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2. Quais são os riscos que se têm nesse processo?


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3. De quanto em quanto tempo é queimado o lixo?


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4. Existe uma pré-selecção antes da queima do lixo?
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Perguntas direccionada a comunidade

1. Como tem sido o ambiente apos a queima do lixo hospitalar?


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2. Essa situação tem perturbado o dia-a-dia?


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3. Aos olhos nus é possível notar poluição?


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4. No seu ponto de vista, acha que essa fumaça tem contribuído para a poluição do
meio ambiente?
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5. Como é conviver com essa situação?


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