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5+ +Teoria+Do+Narcisismo+e+Relações+de+Objeto

O documento explora a teoria do narcisismo de Freud, destacando a evolução de sua abordagem clínica desde as neuroses transferenciais até as neuroses narcísicas. Freud introduz conceitos como narcisismo primário e secundário, explicando como o investimento libidinal no próprio eu se relaciona com as relações objetais. A análise das relações humanas é aprofundada, considerando como o amor e a dedicação podem refletir necessidades narcísicas individuais.

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O documento explora a teoria do narcisismo de Freud, destacando a evolução de sua abordagem clínica desde as neuroses transferenciais até as neuroses narcísicas. Freud introduz conceitos como narcisismo primário e secundário, explicando como o investimento libidinal no próprio eu se relaciona com as relações objetais. A análise das relações humanas é aprofundada, considerando como o amor e a dedicação podem refletir necessidades narcísicas individuais.

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Teoria do

narcisismo e
relações de objeto

Prof. Moisés de Andrade


PUC Minas
Antecedentes teóricos

• Antes de Freud propor uma teoria sobre a


constituição do eu, sua clínica era
majoritariamente composta de neuroses
produtoras de transferência – isto é,
pacientes obsessivos ou histéricos capazes
de projetar suas fantasias infantis na figura
do analista
• Nesta época, sua abordagem clínica principal
pautava-se pela análise desta transferência e
das resistências do paciente à interpretação
do analista
Antecedentes teóricos

• Contudo, pelos idos de 1910 Freud começa a


ter contato com neuroses mais graves, que
não produziam transferência – as chamadas
neuroses narcísicas, que hoje abarcariam as
psicoses e transtornos similares
• Nestes estados clínicos, o sujeito
demonstrava um ego superinvestido (como,
por exemplo, nas psicoses), o que demandou
de Freud uma teoria que pudesse explicar a
gênese deste ego
Antecedentes teóricos

• À época de Freud, estes quadros clínicos


tinham diversos nomes: demência precoce,
parafrenia, paranóia, catatonia,
esquizofrenia, hebefrenia, melancolia,
autismo
• Nestes transtornos psíquicos, haveria pouco
ou nenhum investimento libidinal em
objetivos psíquicos externos ao sujeito, com
um investimento (catexia) maciço no próprio
eu do sujeito
Antecedentes teóricos

• A publicação do estudos de Freud sobre o caso


de psicose de Schreber, em 1911, forneceu as
primeiras bases para sua teoria do narcisismo,
que culmina no importante trabalho de 1914
chamado “Introdução ao narcisismo”
• Neste texto, Freud propõe que, em determinado
momento da vida sexual infantil, as pulsões
sexuais, que se ligam aos objetos psíquicos e
neles investem sua libido, tomam o próprio eu
do sujeito como um objeto de investimento
libidinal
O nascimento do eu

• Antes deste texto seminal, Freud acreditava


que as pulsões se dividiam em duas:
• As pulsões de autoconservação, impulsos
humanos cujo objetivo era garantir sua
própria subsistência...
• ...e as pulsões sexuais, produzidas a partir
das excitações das zonas erógenas e que
buscariam se satisfazer por quaisquer meios
possíveis (regidas, portanto, pelo princípio
do prazer)
O nascimento do eu: fase
autoerótica
• Mas o que mudou? Ora, Freud percebe que
desde a tenra infância, os pais são
responsáveis por investir na criança uma
intensa carga libidinal na forma de amor,
carinho, cuidados, atenção, etc
• Ora, no início da sua vida psíquica, a criança
se basta: ela obtém prazer com seu próprio
corpo, e todo e qualquer novo estímulo é
integrado dentro desta experiência de prazer
autoerótico
O nascimento do eu:
narcisismo primário
• Contudo, o cuidado dos pais dão a criança uma
percepção mais aprofundada de si mesma: ela
existe enquanto um indivíduo, tem um nome, e é
mais do que um corpo para seu gozo – esta
primeira noção de um si mesmo é o que
inaugura a etapa do narcisismo primário
• A criança segue este interesse dos pais, e passa a
investir sua libido sexual em seu próprio ego em
construção. Ela se torna o centro do seu universo
particular, e sua individualidade é
constantemente afirmada neste processo
O nascimento do eu:
narcisismo secundário
• Com isto, o eu – ele mesmo, lembremos, um
objeto psíquico – passa a ser detentor de
sua própria quantidade de investimento
libidinal, para ser investida em objetos do
seu interesse particular
• Temos aí uma nova forma de
funcionamento pulsional: as pulsões do eu,
capazes de investir libido em objetos de
interesse do ego
• A esta fase da construção psíquica do sujeito,
chamamos de narcisismo secundário
O nascimento do eu:
narcisismo secundário
• Contudo, se as pulsões sexuais são a
princípio infinitas – enquanto houver
excitação do aparelho psíquico, as pulsões
continuarão buscando sua resolução – as
pulsões do eu são finitas, e dependentes
deste investimento prévio realizado pelo
sujeito sobre seu próprio eu
O nascimento do eu:
narcisismo secundário
• Portanto, quando o ego investe sua pulsão
nos objetos, ele usa de sua própria energia
psíquica, em um processo que Freud
compara a dois vasos comunicantes: quanto
mais energia investida no próprio eu, menos
energia sobra para os objetos fora dele,
quanto mais investimento em objetos fora
do eu, menos lhe sobra para si próprio
Narcisismo e relações
objetais
• Assim, da mesma forma que as pulsões sexuais
têm seus alvos de investimento libidinal, as
pulsões do eu têm seus próprios objetos de
interesse
• Enquanto os alvos da pulsões sexuais são
objetos, situações ou experiências que produzem
prazer sexual para o inconsciente; os alvos das
pulsões do eu são aqueles objetos que
produzem um prazer narcísico: ou seja, eles
aprazem o ego, dão-lhe algum senso de
importância, fortalecem sua própria existência
Narcisismo e relações
objetais
• Desta forma, Freud passa a distinguir dois tipos
de relação de objeto:
• Tipo anaclítico ou de ligação: a ligação com um
objeto que responde a uma fantasia
inconsciente, portanto, trata-se de um
investimento da pulsão sexual
• Tipo narcísico: o investimento próprio às pulsões
do ego, que investem em objetos que
proporcionem prazer ao ego. De acordo com
Freud, “ama-se o que se é, o que se foi, o que se
quereria ser ou alguém que foi parte do próprio
eu”
Narcisismo e relações
objetais
• Assim como no mito de Narciso, o prazer que
estes objetos proporcionam servem
somente ao ego, que se vê refletido nas
interações com os objetos de seu interesse
• O amado ama o reflexo de si mesmo no
olhar apaixonado do seu amante: tal é a
natureza do amor narcísico, que deposita
sua libido no outro apenas para recebê-la de
volta na forma do amor e reciprocidade do
parceiro
Narcisismo e relações
objetais
• Esta compreensão da constituição psíquica humana
tem desdobramento profundos para a análise das
relações humanas
• Considerem o amor dos pais para seus filhos, quando
insistem que seus filhos conquistem tudo aquilo que
eles não puderam conquistar...
• Considerem o relacionamento amoroso, quando um
dos parceiros adoece de amor pelo outro, ou quando
um sujeito busca mudar a vida do seu parceiro de
acordo com o que ele acha correto...
• Considerem as muitas formas pelas quais os
indivíduos se dedicam ao próximo, quando, na
verdade, almejam a gratificação pessoal do sucesso
ou da admiração dos outros...
Narcisismo e relações
objetais
• Quando acrescentamos mecanismos de
defesa mais complexos, como projeções e
inversão ao oposto, podemos compreender
fenômenos psíquicos mais peculiares, como
• o ciúme doentio do parceiro amoroso,
• o ódio virulento contra alguém que se ama,
• a admiração incondicional a um líder,
• a crítica intensa contra aquele que faz o que,
inconscientemente, se tem desejo de fazer
também...

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