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Seminário Teoria Da Pena - 20250504 - 181124 - 0000

O documento aborda a teoria da pena, focando na aberratio criminis, que é o erro na execução de um crime onde o agente acerta um bem jurídico diverso do pretendido. Também discute o erro sobre o nexo causal e o erro de tipo causado por terceiro, apresentando exemplos práticos e a diferenciação entre aberratio criminis e aberratio ictus. Por fim, explora as implicações legais desses erros conforme o Código Penal Brasileiro.

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O documento aborda a teoria da pena, focando na aberratio criminis, que é o erro na execução de um crime onde o agente acerta um bem jurídico diverso do pretendido. Também discute o erro sobre o nexo causal e o erro de tipo causado por terceiro, apresentando exemplos práticos e a diferenciação entre aberratio criminis e aberratio ictus. Por fim, explora as implicações legais desses erros conforme o Código Penal Brasileiro.

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Seminário:

Teoria da Pena
Rosa Licia Rocha de Oliveira
Bacharela em Direito e pós-graduanda em D. Público
Felipe Wendell
Ícaro Sodré
Murilo Souza
Maria Luiza de Menezes
Luis Alberto
1. Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis
ou aberratio delicti).
2. Erro sobre o nexo causal
3. Erro de tipo causado por terceiro
Resultado Diverso do
Pretendido
(aberratio criminis ou aberratio delicti)
O resultado diverso do pretendido, conhecido como
aberratio criminis ou aberratio delicti, está previsto
no artigo 74 do Código Penal Brasileiro. Trata-se de
uma espécie de erro na execução em que o agente,
ao tentar atingir determinado bem jurídico, acaba por
lesionar outro de natureza diversa, por acidente ou
erro nos meios de execução.

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime,
sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como
crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
nº 7.209, de 11.7.1984)
Conceito segundo diferentes correntes
doutrinárias
Ricardo Andreucci define a aberratio criminis como um erro acidental que
ocorre durante a execução do delito, quando o agente pretende atingir um
bem jurídico, mas atinge outro diverso. Destaca que, diferentemente da
aberratio ictus, onde o erro recai sobre a pessoa, na aberratio criminis o
desvio recai sobre o objeto jurídico do crime, resultando em um crime
diverso do pretendido.

Eugênio Pacelli explica que, na aberratio criminis, o agente, por acidente ou


erro na execução, pretendendo lesionar um determinado bem jurídico,
acaba por lesionar outro, de espécie diversa, ou a ambos. Ressalta que o que
se altera é o título do delito, pois o agente realiza um crime diverso do
pretendido. Cleber Masson aponta que o resultado diverso do pretendido
pode se manifestar de duas formas: (1) com unidade simples ou resultado
único, quando o agente atinge somente bem jurídico diverso do pretendido;
e (2) com unidade complexa ou resultado duplo, quando a conduta do
agenteatinge o bem jurídico desejado e também outro diverso,
culposamente.
Aplicações práticas e exemplos
Exemplo 1: O agente deseja danificar uma vitrine e atira uma pedra, mas
acidentalmente atinge uma pessoa, causando-lhe lesões. Neste caso,
responderá por lesões corporais culposas, conforme o artigo 74 do Código
Penal.

Exemplo 2: O agente pretende atingir uma pessoa com uma pedra, mas
erra e acerta uma janela. Como o crime de dano não admite modalidade
culposa, não responderá por crime de dano, podendo ser responsabilizado
por tentativa de lesão corporal ou tentativa de homicídio, dependendo do
elemento subjetivo.

Exemplo 3: O agente quer danificar o carro de alguém, mas acidentalmente


atinge e mata o motorista. Neste caso, responderá por homicídio culposo, já
que o resultado foi diverso do pretendido e o fato é previsto como crime
culposo.
Diferença entre Aberratio criminis e
Aberratio Ictus
A aberratio criminis ocorre quando o agente, ao tentar atingir um
determinado bem jurídico, acerta outro diferente do que
pretendia. Por exemplo, quando alguém tenta quebrar uma janela
e acaba acertando uma pessoa, o erro recai sobre o objeto da
ação. Nesse caso, se o resultado estiver previsto como crime
culposo, o agente responde a título de culpa, conforme o artigo
74 do Código Penal. Se, além do resultado diverso, também
ocorrer o resultado pretendido, aplica-se o concurso formal de
crimes (art. 70, CP).
Já a aberratio ictus ocorre quando o agente erra na execução
quanto à vítima. Ele deseja atingir uma determinada pessoa, mas
por erro de pontaria ou execução atinge outra.
Um exemplo clássico é quando se tenta matar a pessoa A, mas
acidentalmente se acerta a pessoa B. Aqui, o bem jurídico
continua o mesmo (vida, integridade física etc.), mas a vítima é
diversa. Nesses casos, o dolo é transferido para a pessoa
atingida, e o agente responde pelo crime como se tivesse
acertado quem pretendia.

A diferença essencial entre as duas figuras está no foco do erro:


na aberratio criminis, o erro recai sobre o bem jurídico, podendo
modificar o tipo penal e admitir a forma culposa;
na aberratio ictus, o erro recai sobre a pessoa, mas o crime
permanece o mesmo, com transferência do dolo para a vítima
efetiva.
Erro sobre o nexo causal
Erro sobre o nexo causal é aquele em que o resultado
desejado se produz, porém com nexo diverso, de
maneira diferente da planejada pelo agente.
Sua primeira espécie (erro sobre nexo causal em
sentido estrito) se faz presente quando o agente
provoca o resultado visado, com apenas um ato, mas
com outro nexo de causalidade.
Exemplo

" A” empurra “B” de um penhasco para que ele morra afogado,


porém, durante a queda, “B” bate a cabeça contra uma rocha e
morre em razão de um traumatismo craniano.
A segunda é o dolo geral ou aberratio causae, espécie
em que o agente, mediante conduta desenvolvida em
pluralidade de atos, provoca o resultado pretendido,
porém com outro nexo
Exemplo

“A” dispara um tiro contra “B” e, acreditando tê-lo matado, joga o


corpo em um rio, mas “B” acaba morrendo por afogamento. A
consequência, segundo o entendimento majoritário, é a punição
do agente por um só crime (princípio unitário), que foi desejado
desde o início, na modalidade dolosa e considerando o nexo
ocorrido, ao invés do pretendido.

Por fim, outra parcela dos doutrinadores sustentam a aplicação


do nexo efetivamente pretendido pelo autor ao invés do ocorrido.
Erro de tipo causado por
terceiro
O Erro de Tipo Causado por Terceiro ocorre quando uma pessoa
comete um crime sem saber,porque foi enganada ou induzida ao
erro por outra pessoa. Esse erro recai sobre um fatoessencial do
crime, como a natureza do objeto ou a existência de uma
situação ilícita.

Está previsto no Código Penal Brasileiro, no art. 20, "O erro sobre
o elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei."

- Exclui o dolo (intenção de cometer o crime);


- Pode excluir a culpa se o erro for inevitável (erro escusável);
- Se for evitável, pode haver punição por crime culposo, se previsto em lei.
Exemplos com casos concretos
Caso 1: Enfermeira induzida por médico a aplicar substância letal

Situação: Uma enfermeira foi instruída por um médico a aplicar uma


substância em um paciente, sob a alegação de que se tratava de um
medicamento comum. Na realidade, a substância era letal, e o médico
tinha a intenção de matar o paciente.
Análise: A enfermeira, ao confiar na orientação do médico, foi induzida ao
erro sobre a natureza da substância. Nesse caso, ela não tinha
consciência da ilicitude do ato,caracterizando um erro de tipo causado
por terceiro. O médico, por sua vez, responde pelo homicídio doloso como
autor mediato.
Referência: Artigo 20, § 2º, do Código Penal Brasileiro: "Responde pelo
crime o terceiro que determina o erro"

Fonte: TJDFT – https://www.tjdft.jus.br/


Exemplo 2

Ana recebe de um parente um diploma universitário falso, sem saber da


falsidade, e o utiliza para se candidatar a um emprego. O erro foi causado
por terceiro e recaiu sobre elemento essencial do crime.

Exemplo 3

Ricardo compra um celular em uma loja aparentemente legítima,


mas o aparelho era furtado. Se ele não tinha como saber, foi
induzido a erro e pode não responder penalmente.
Tratamento Jurídico do Erro de Tipo
Causado por Terceiro
Tratado como erro de tipo essencial e pode excluir o dolo
(intenção) do agente — sendo ou não possível a punição por
culpa, a depender do caso.

Erro escusável (inevitável): Quando o erro não poderia ser


evitado por pessoa média,mesmo com cautela.
Exclui o dolo e a culpa → o agente não responde penalmente.

Erro inescusável (evitável): Quando o erro poderia ser evitado


com atenção mínima ou diligência.
Exclui o dolo, mas pode haver punição culposa, se o tipo admitir
culpa.
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Manual de Direito Penal. 13. ed. São Paulo: Saraiva,
2019.

CUNHA, Rogério Sanches. Revisaço: Direito Penal – questões comentadas. 7. ed.


São Paulo: JusPodivm, 2025.

ESTRATÉGIA CONCURSOS. Aberratio criminis: resumo para carreiras policiais.


Disponível em: https://www.estrategiaconcursos.com.br. Acesso em: 4 maio
2025.

MASSON, Cleber. Código Penal comentado. 7. ed. São Paulo: Método, 2019.

NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal comentado. 20. ed. rev., ampl. e atual.
Rio de Janeiro: Forense, 2023.
PACELLI, Eugênio. Manual de Direito Penal. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

SILVA, Fernando Capez. Curso de direito penal: parte geral. 22. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Saraiva Educação, 2022. v. 1.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS (TJDFT).


Resultado diverso do pretendido – “aberratio criminis”. Disponível em:
https://www.tjdft.jus.br. Acesso em: 4 maio 2025.

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