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O CORPO de CRISTO - Origem, Natureza e Missão Da Igreja No Mundo

A lição aborda a origem da Igreja, destacando que ela é a família de Deus, comprada com o sangue de Cristo e selada com o Espírito Santo. A Igreja, conforme descrita na Bíblia, é uma comunidade de salvos que se reúne para adorar a Deus, tendo sua origem no Pentecostes, quando o Espírito Santo foi derramado. O ingresso na Igreja ocorre através do arrependimento e da fé em Jesus Cristo.

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O CORPO de CRISTO - Origem, Natureza e Missão Da Igreja No Mundo

A lição aborda a origem da Igreja, destacando que ela é a família de Deus, comprada com o sangue de Cristo e selada com o Espírito Santo. A Igreja, conforme descrita na Bíblia, é uma comunidade de salvos que se reúne para adorar a Deus, tendo sua origem no Pentecostes, quando o Espírito Santo foi derramado. O ingresso na Igreja ocorre através do arrependimento e da fé em Jesus Cristo.

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Lição 01: A Origem da Igreja

TEXTO AUREO

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At 2.38)

VERDADE PRÁTICA

A Igreja é a família de Deus, comprada com o sangue de Cristo e selada com o Espírito Santo.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Dt 4.10 O povo de Deus reunido debaixo do Antigo Pacto


Terça – At 20.28 A Igreja foi comprada com o sangue de Cristo
Quarta – Ef 1.3-6 A Igreja idealizada em Deus
Quinta – Mt 16.18 A Igreja como propriedade exclusiva de Deus
Sexta – At 2.42-47 A Igreja como uma comunidade de salvos
Sábado – 1 Co 12.13 A Igreja selada com o Espírito Santo
Hinos Sugeridos da Harpa Cristã – 247 – 432 – 434

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Atos 2.1,2; 37,38

1 – Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;


2 – e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu
toda a casa em que estavam assentados.

37 – Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais
apóstolos: Que faremos, varões irmãos?
38 – E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.

PLANO DE AULA

INTRODUÇÃO
O propósito deste trimestre é estudar a respeito da doutrina da Igreja segundo a sua origem,
natureza e missão neste mundo. Nesta primeira lição, abordaremos o tema da origem da
Igreja. Procuraremos responder as seguintes questões: Como o povo de Deus é formado na
Bíblia? Como a Igreja foi planejada por Deus? O que a Igreja de fato é?

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Descrever a trajetória do povo de Deus na Bíblia e na história;
II) Apresentara Igreja como criação divina;
III) Identificar a Igreja como a comunidade de salvos.
B) Motivação: Uma das imagens bíblicas mais interessantes a respeito da Igreja pode ser
contemplada a partir desta expressão: “o Corpo de Cristo”. Tal expressão revela que a Igreja
não é uma mera associação, mas uma instituição orgânica e divina que foi estabelecida pelo
próprio Deus. Você se sente conscientemente parte desse Corpo?

1
C) Sugestão de Método: O primeiro tópico desta lição apresenta o desenvolvimento do Povo de
Deus ao longo da Bíblia. No Antigo Testamento, ele aparece como a nação de Israel; no Novo,
como a Igreja de Cristo. Para enfatizar o desenvolvimento do conceito de Igreja, expanda o
conteúdo do subtópico “Na história cristã”, mostrando como esse conceito foi desenvolvido ao
longo do tempo. Para isso, consulte obras especializadas como “Deus e o Seu Povo”, editada
pela CPAD, e, a partir do conceito apresentado na lição, aprofunde o conceito de Igreja ao
longo da história com a classe. Você pode apresentar esse conceito expandido da Igreja por
meio de projeção digital ou de notas distribuídas previamente a cada aluno.

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Só faz parte da Igreja, o Corpo de Cristo, quem é regenerado, justificado,
santificado pelo Senhor Jesus e selado pelo Espírito Santo. Aqui, é muito importante afirmar
que a natureza da Igreja é celestial, pois não nos congregamos a ela por mera vontade humana,
mas pela obra de Cristo na cruz mediante ao arrependimento e fé, na força do Espírito Santo.

INTRODUÇÃO

Uma rápida leitura do Novo Testamento é sufi ciente para percebermos o que a Igreja é de fato
e que importância ela tem. Para os apóstolos e os primeiros cristãos a Igreja era relevante.
Paulo, por exemplo, a denominou de “coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15); e Pedro a
chamou de “geração eleita” (1 Pe 2.9). Nesta lição, mostraremos o que a Bíblia, de fato, revela
sobre a Igreja de Deus. Veremos que a ekklesia, a Igreja de Deus, longe de ser meramente uma
associação de pessoas, é uma instituição divina.

Palavra-Chave: Igreja

I – O POVO DE DEUS NA BÍBLIA E NA HISTÓRIA

1- No Antigo Testamento. O termo hebraico qahal é usado para se referir a um ajuntamento do


povo de Deus debaixo do Antigo Pacto. Nesse aspecto, o seu uso é o de “uma convocação para
uma assembleia” ou “o ato de reunir-se em assembleia”. Dessa forma, qahal é descrito como o
povo reunido (Dt 4.10); congregação do povo (Jz 20.2); multidão (1 Sm 17.47 – NAA);
congregação (1 Rs 8.22); congregação de Israel (1 Cr 13.2) e grande ajuntamento (Ne 5.7). O
termo qahal, portanto, no contexto do Antigo Testamento, se refere ao Israel étnico, uma
nação que se juntava ou reunia tanto com fins cúlticos ou não.

2- No Novo Testamento. O termo grego ekklesia se refere à igreja cristã. Contudo, no contexto
neotestamentário, o seu sentido diferirá do que lhe é dado no Antigo Testamento, tanto na
forma como na função. Não é apenas uma raça ou nação, mas todos aqueles, de diferentes
raças e nações, que foram comprados pelo sangue de Cristo (Ef 3.6; At 20.28; Ap 5.9). Assim, o
seu sentido no Novo Testamento é majoritariamente sacro, isto é, de uma assembleia de
crentes que se juntaram para adorar a Deus (At 12.5; 13.1). Não é apenas um ajuntamento de
pessoas, mas uma assembleia de crentes regenerados que se reúnem para adorar a Deus.
Jesus, por exemplo, usou o termo ekklesia com um sentido exclusivo – o povo adquirido pelo
seu sangue (Mt 16.18). Dessa forma, o uso paulino de ekklesia, nas suas epístolas, designa
sempre a comunidade dos salvos. Assim vemos Paulo saudando a igreja (1 Co 1.2); ensinando
as igrejas (1 Co 7.17); disciplinando o uso dos dons na adoração da igreja (1 Co
14.4,5,12,19,23,28,33,34,35) e dando diretrizes à igreja (1 Co 16.1).

2
3- Na história cristã. Há quem creia que a Igreja subsiste governada pelo sucessor de Pedro e
pelos bispos em comunhão com ele. Evidentemente, a tradição protestante rejeita esse
conceito, visto que ele não reflete o contexto do Novo Testamento onde a figura do sucessor
de Pedro é totalmente estranha e desconhecida. Após a Reforma do século XVI, a tradição
protestante procurou dar um sentido bíblico e mais preciso a respeito do que uma igreja é de
fato. Em uma grande denominação protestante histórica, a Igreja é definida como “uma
congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé”. Por outro lado, de
acordo com um documento de uma grande denominação pentecostal americana, entendemos
a Igreja como “o corpo de Cristo, a habitação de Deus através do Espírito Santo, com divinas
nomeações para cumprimento de sua Grande Comissão onde cada crente, nascido do Espírito,
é parte integrante da Assembleia Universal e da Igreja dos primogênitos, que estão inscritos no
Céu” (Ef 1.22,23; 2.22; Hb 12.23).

SINOPSE I

O desenvolvimento do povo de Deus é mostrado ao longo da Bíblia e da história cristã.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

O TERMO EKKLÊSIA “Jesus assevera, em Mateus 16.18: ‘Edificarei a minha igreja’. Esta é a
primeira entre mais de cem referências no Novo Testamento que empregam a palavra grega
primária para ‘igreja’: ekklêsia, composta com a preposição ek (“fora de”) e o verbo kaleõ
(“chamar”). Logo, ekklêsia denotava originalmente um grupo de cidadãos chamados e
reunidos, visando um propósito específico. O termo é conhecido desde o século V a.C., nos
escritos de Heródoto, Xenofontes, Platão e Eurípedes. Este conceito de ekklêsia prevalecia
especialmente na capital, Atenas, onde os líderes políticos eram convocados como assembleia
constituinte até quarenta vezes por ano.
1- O uso secular do termo também aparece no Novo Testamento. Em Atos 19.32,41, por
exemplo, ekklêsia refere-se à turba enfurecida de cidadãos que se reuniu em Éfeso para
protestar contra os efeitos do ministério de Paulo.
2- Na maioria das vezes, porém, o termo tem uma aplicação mais sagrada e refere-se àqueles
que Deus tem chamado para fora do pecado e para dentro da comunhão do seu Filho, Jesus
Cristo, e que se tornaram “concidadãos dos santos e da família de Deus” (Ef 2.19). Ekklesia é
sempre empregada às pessoas e também identifica as reuniões destas para adorar e servir ao
Senhor” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2023, p.536).

II – A IGREJA COMO CRIAÇÃO DIVINA

1- A Igreja como um ideal de Deus. Desde a eternidade, a Igreja estava no coração de Deus e
foi idealizada por Ele. Em sua essência, ela é um projeto divino: “Como também nos elegeu
nele [Cristo] antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante
dele em amor” (Ef 1.4).Na sua Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo fala de um “mistério” que
estava oculto (Ef 3.3-6). Esse mistério que fora revelado era exatamente a Igreja! Na mente de
Deus, portanto, a Igreja já existia. O amor de Deus fez com que Ele provesse um plano para
salvar o homem caído. Assim, Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (Ef 5.25).

2- A Igreja como uma realidade concreta. Como vimos, a Igreja não ficou apenas na mente de
Deus; ela passou a existir de uma forma concreta. O início da Igreja acontece na plenitude dos
tempos: “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei” (Gl 4.4). Dessa forma, Deus faz “congregar em Cristo todas as coisas, na

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dispensação da plenitude dos tempos” (Ef 1.10). Então, surge a pergunta: “Quando a Igreja
passou a existir de fato? Quando ela se estabeleceu na sua forma concreta?” A maioria dos
teólogos defende que foi no Pentecostes. A Igreja, por exemplo, não é citada nos Evangelhos
de Marcos, Lucas e João. Mateus fala de sua existência, mas como um evento futuro (Mt
16.18).

3- A Igreja no Pentecostes. Depois do Pentecostes, Lucas destaca que “todos os dias


acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2.47). Dessa forma, a
Igreja, que existia apenas no coração e na mente de Deus, se tornava uma realidade concreta
quando o Espírito Santo é derramado no Pentecostes após a ressurreição de Jesus (At 2.1,2).

SINOPSE II

A Igreja surgiu como o ideal de Deus na eternidade e tornou-se realidade concreta no


Pentecostes.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

A ORIGEM DA IGREJA “Várias são as razões para crermos que a Igreja teve sua origem, ou pelo
menos foi publicamente reconhecida pela primeira vez, no dia de Pentecostes. Embora na era
pré-cristã Deus certamente se associasse a uma comunidade pactual de fiéis, não há evidências
claras de que o conceito de Igreja existisse no período do Antigo Testamento. Ao citar
expressamente ekklêsia pela primeira vez (Mt 16.18), Jesus falava de algo que iniciaria no
futuro (‘edificarei’ [gr. oikodomêsõ] é um verbo no futuro simples, não uma expressão de
disposição ou determinação). Na condição de corpo de Cristo, é natural que a Igreja dependa
integralmente da obra concluída por Ele na Terra (sua morte, ressurreição e ascensão) e da
vinda do Espírito Santo (Jo 16.7; At 20.28; 1 Co 12.13). Millard J. Erickson observa que Lucas
não emprega ekklêsia no seu evangelho, mas a palavra aparece 24 vezes em Atos dos
Apóstolos. Este fato sugere que Lucas não tinha nenhum conceito da presença da Igreja antes
do período abrangido em Atos. Imediatamente após aquele grande dia em que o Espírito Santo
foi derramado sobre os crentes reunidos, a Igreja começou a propagar poderosamente o
Evangelho, conforme fora predito pelo Senhor ressurreto em Atos 1.8. A partir daquele dia, a
Igreja continuou a propagar-se e a aumentar no mundo inteiro, mediante o poder e orientação
daquele mesmo Espírito Santo” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.538,39).

III – A IGREJA COMO A COMUNIDADE DOS SALVOS

1- Regenerados pelo sangue de Cristo. No Pentecostes, o apóstolo Pedro disse: “Arrependei-


vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados” (At
2.38). Com essas palavras, o apóstolo Pedro estava dizendo como se dá o ingresso de uma
pessoa na Igreja, ou seja, por meio do arrependimento e do batismo. A Igreja é uma
comunidade cristã formada por pessoas regeneradas que fizeram uma pública profissão de fé.
O ingresso de alguém à Igreja não se dá por adesão, mas pela conversão. É exatamente esse o
sentido da palavra grega metanoeo, traduzida aqui por arrependimento. Significa uma
mudança de mente. Assim, a Igreja é formada por pessoas que estavam no pecado, a caminho
da condenação eterna, mas que, graças ao Evangelho, tiveram suas vidas transformadas.

2- Selados pelo Espírito Santo. Já foi dito que a Igreja tem sua origem no dia de Pentecostes.
Por meio do Espírito de Deus, somos batizados no Corpo de Cristo, a Igreja, então, passamos a
fazer parte dela. É exatamente isso o que o apóstolo Paulo diz aos Coríntios na sua Primeira

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Carta: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer
gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (1 Co 12.13).

3- O Batismo de Cristo e do Espírito. O apóstolo Pedro, que exortou os presentes no dia


Pentecostes a se arrependerem, também disse: “e recebereis o dom do Espírito Santo” (At
2.38). Assim, podemos afirmar que Cristo batizou os crentes com o Espírito Santo e com fogo,
um batismo de capacitação (At 1.4), enquanto o Espírito os batizou no Corpo de Cristo, um
batismo de iniciação, formando a Igreja (1 Co 12.13).

SINOPSE III

Como comunidade dos salvos, a Igreja é a reunião dos regenerados pelo sangue de Cristo e
selados pelo Espírito.

CONCLUSÃO

Nesta lição vimos como surgiu a Igreja fundada por Jesus Cristo. Ela existiu, primeiramente, no
plano de Deus até se estabelecer no Novo Testamento após a morte, ressurreição de Cristo e a
infusão dos Cristãos no Corpo de Cristo por meio do Espírito Santo. A Igreja, portanto, não foi
idealizada por homem algum, nem tampouco está fundada sobre teses humanas. O seu
fundamento é Cristo, que é a cabeça da Igreja. Por isso, é um grande privilégio fazer parte da
Igreja, o Corpo de Cristo.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- A que se refere o termo hebraico qahal no contexto do Antigo Testamento? R. O termo


qahal, portanto, no contexto do Antigo Testamento, se refere ao Israel étnico, uma nação que
se juntava ou reunia tanto com fins cúltico ou não.
2- A que se refere o termo grego ekklesia no sentido do Novo Testamento? R. O termo grego
ekklesia se refere a igreja cristã.
3- Onde a Igreja estava desde a eternidade? R. Desde a eternidade a Igreja estava no coração
de Deus e foi idealizada por Ele.
4- Como se dá o ingresso de uma pessoa à Igreja? R. O ingresso de alguém à Igreja não se dá
por adesão, mas pela conversão.
5- Por meio de quem somos batizados no Corpo de Cristo e passamos a fazer parte da
Igreja? R. Por meio do Espírito de Deus somos batizados no Corpo de Cristo, a Igreja, então,
passamos a fazer parte dela.

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Lição 02: Imagens Bíblicas da Igreja
Texto áureo

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pe
2.9)

VERDADE PRÁTICA

Por meio de cada imagem que retrata a Igreja, o Espírito Santo revela-nos oh quão gloriosa ela
é.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 2 Co 11.2 A Igreja retratada como virgem pura


Terça – 1 Pe 5.2 A Igreja como o rebanho de Deus
Quarta – 1 Pe 2.9 A Igreja como o sacerdócio real
Quinta – 1 Co 3.16 A Igreja como o santuário de Deus
Sexta – 1 Tm 3.15 A Igreja como a Casa de Deus
Sábado – 1 Co 12.12 A Igreja constituída como O Corpo de Cristo
Hinos Sugeridos: 75, 131, 400 da Harpa Cristã

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Efésios 5.25-32; 1 Pedro 2.9,10

Efésios 5
25 – Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se
entregou por ela,
26 – para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
27 – para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, mas santa irrepreensível. e
28 – Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama
a sua mulher ama-se a si mesmo.
29 – Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como
também o Senhor a igreja;
30 porque somos membros do – seu corpo.
31 Por isso, deixará o homem – seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa
carne.
32- Grande é este mistério; digo- o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.

1 Pedro 2
9 – Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10- vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10 vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis
alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.

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PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
A Bíblia apresenta diversas imagens que revelam determinado aspecto da natureza da Igreja de
Cristo. Nesta lição, abordaremos as seguintes imagens: A Noiva de Cristo; a Esposa de Cristo; o
Rebanho de Deus; Geração Eleita, Sacerdócio Real, Nação Santa e Povo Adquirido; Corpo de
Cristo; Santuário de Deus; Casa de Deus.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Elencar as imagens que descrevem 0 relacionamento com Cristo;
II) Pontuar as imagens que descrevem a função da Igreja;
III) Explicar as imagens da Igreja como habitação de Deus.
B) Motivação: Uma das imagens bíblicas mais gloriosas da Igreja é a que a apresenta como a
habitação de Deus. Nesse caso, a Igreja é reconhecida na Bíblia como o Santuário de Deus, a
Casa de Deus, ou seja, Deus a habita gloriosamente. Ter essa consciência teológica a respeito
da natureza da Igreja como habitação transformador. divina é
C) Sugestão de Método: Escreva em tiras de papel cada imagem bíblica da Igreja mencionada
na lição e seus respectivos símbolos. Antecipadamente, distribua cada tira de papel para cada
aluno. À medida que você avançar na exposição dos tópicos, solicite que cada aluno leia
respectivamente a sua tira de papel. A ideia é que você introduza o assunto de cada tópico com
a participação dos alunos. Você pode ir preenchendo uma tabela na lousa à medida que cada
aluno mencione uma imagem e seu respectivo símbolo. Ao final da exposição da lição, a classe
terá um quadro completo das imagens bíblicas da Igreja na lousa. Esse é um bom exercício para
fixar o conteúdo da lição.

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Cada crente que passou pela experiência de salvação, isto é, foi regenerado,
justificado e santificado, faz parte da Igreja de Cristo. Nesse sentido, cada crente exerce uma
função sacerdotal diante de Deus e diante do mundo. Por isso, a Igreja é uma instituição em
que Deus habita. Assim, estimular os alunos para que vejam como privilégio divino participar
do Corpo de Cristo é um dos propósitos desta lição.

INTRODUÇÃO

A Igreja de Jesus Cristo é retratada por uma série de imagens por meio das páginas do Novo
Testamento. Cada uma delas revela um determinado aspecto da Igreja de Jesus Cristo. Assim,
podemos contemplar imagens ou figuras que retratam o relacionamento; que descrevem a
função ou mostram de que forma a Igreja é a habitação de Deus. Por isso, nesta lição,
estudaremos as principais imagens bíblicas a respeito da Igreja de Cristo que comunicam o
relacionamento, a função e a habitação dessa instituição criada por Deus.

Palavra Chave: IMAGEM

I – IMAGENS QUE DESCREVEM UM RELACIONAMENTO

1- A Noiva de Cristo. Sem dúvida alguma, a imagem da Igreja como a Noiva de Cristo é uma
das mais belas das Escrituras. Na verdade, a Bíblia usa tanto a figura da noiva como a da esposa
para representar a Igreja. Primeiramente, a Igreja é descrita como uma “virgem pura” (2 Co
11.2). Convém destacar que a palavra grega parthenos, traduzida em 2 Coríntios 11.2 como

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“virgem pura”, é usada em relação a uma donzela que ainda não contraiu núpcias. É uma figura
da Igreja como noiva trazendo uma ideia de castidade, pureza e fidelidade.

2- A Esposa de Cristo. Paulo retrata, também de forma vívida, a imagem da Igreja como esposa
(Ef 5.25,26). Assim como é destacada a pureza da noiva, é também a da esposa. Mas devemos
ressaltar que esse relacionamento de Cristo com a Igreja é fundamentado no amor – “Cristo
amou a igreja” (Ef 5.25). Não é como em um relacionamento frio, fundamentado apenas no
dever, mas retrata um relacionamento fundamentado, sobretudo, na realidade do amor que se
entrega e se sacrifica. Cristo cuida da Igreja e zela por ela porque a ama. Essa imagem de
relacionamento amoroso entre Cristo e a sua Igreja deve ser o parâmetro relacionamento de
todos os casais cristãos.

3- Rebanho de Deus. Quando reuniu os presbíteros na cidade de Éfeso, o apóstolo Paulo os


exortou (At 20.28). Aqui, a Igreja é retratada como um rebanho de Deus. É uma metáfora que
ilustra a relação existente entre a ovelha e o pastor. Paulo deixa claro que esse rebanho custou
um alto preço ao sangue de Jesus Cristo. Tendo em mente essa imagem, o apóstolo Pedro
também põe isso em evidência (1 Pe 5.2,3). As palavras de Pedro devem servir de parâmetro
para todo pastor que cuida do rebanho de Deus. Na verdade, ele mostra o que o pastor não
pode fazer no seu trato com a igreja, pois ele deve ser um modelo para o Rebanho de Deus.

SINOPSE I

Imagens como a Noiva de Cristo, a Esposa de Cristo e o Rebanho de Deus descrevem o


relacionamento da Igreja com Cristo.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

0 RELACIONAMENTO SANTIFICADOR DA IGREJA


O povo de Deus é chamado ‘eleito’ no Novo Testamento porque Deus tem ‘escolhido’ a Igreja
para fazer a sua obra nesta era, por meio do Espírito Santo, que está ativamente operante a
santificar os crentes e conformá-los à imagem de Cristo (Rm 8.28,29). Mais de cem vezes o
povo de Deus é chamado os ‘santos’ (gr. hagioi) de Deus, no Novo Testamento. Não se entenda
as pessoas assim designadas como de condição espiritual superior, nem seu comportamento
perfeito ou ‘santo’. (As muitas referências à Igreja em Corinto como ‘santos de Deus’ devem
servir de indício suficiente desse fato.) Pelo contrário, ressalta-se novamente que a Igreja é a
criação de Deus e que, pela iniciativa divina, os crentes são ‘chamados para serem santos’ (1 Co
1.2)” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2023, p.543).

II – IMAGENS QUE DESCREVEM FUNÇÃO

1- Geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. Assim como havia um povo
de Deus debaixo do Antigo Pacto (Êx 19-5,6; Is 43.3), da mesma forma Deus possui um povo
debaixo do Novo Pacto (1 Pe 2.9).

(a) Geração eleita. A palavra grega genos, traduzida aqui como “geração” também possui o
sentido de “raça”. O Novo Testamento mostra que, em Cristo, tanto judeus quanto gentios
fazem parte de uma só geração ou raça por causa do que eles têm em comum. Não há
distinção de raça, cor, sexo ou status social. Em Cristo todos formam a geração eleita.

(b) Sacerdócio real. Em sua Primeira Carta o apóstolo Pedro descreve os crentes que formam a
Igreja de Cristo como os que exercem um sacerdócio real (1 Pe 2.9). Essa imagem vem do

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antigo sistema sacerdotal levítico. Na Antiga Aliança, Deus escolheu uma família, a de Arão,
para oficiar como sacerdotes, da mesma forma Ele fez na Nova Aliança. Contudo, há uma
diferença fundamental entre o sacerdócio exercido debaixo da Antiga Aliança e aquele exercido
na Nova Aliança. Ali, essa função era reservada apenas para uma tribo, a de Levi. Dessa forma,
a família escolhida para essa missão foi a de Arão. Por outro lado, debaixo da Nova Aliança
todo cristão é um sacerdote. Agora todo cristão tem o privilégio de “queimar o incenso”, isto é,
de exercer um ministério de oração e intercessão diante de Deus (SI 141.2).

(c) Nação santa e um povo adquirido (1 Pe 2.9). Ambos os termos vêm adjetivados, mostrando
o que essa nação e esse povo eram, representavam e deveriam ser. Não era uma nação ou um
povo qualquer. Era uma nação santa e um povo adquirido para Deus. Essa é uma figura muito
forte para retratar uma Igreja consagrada a Cristo. inteiramente

2- Corpo de Cristo. Essa é uma das imagens mais fortes e frequentes no Novo Testamento para
retratar a Igreja. A Igreja é o Corpo de Cristo! Mais do que uma organização, a Igreja é um
organismo. Um organismo vivo! A analogia da Igreja como um corpo é muito significativa.
Primeiramente, porque retrata a harmonia e unidade que há no corpo. No corpo humano tudo
está em seu devido lugar (1 Co 12.12). Todos OS membros cooperam para o bom
funcionamento do corpo (1 Co 12.21,22,25). Logo, nenhum membro faz menos parte do corpo
que os demais: todos são necessários. A variedade de órgãos, membros e funções constitui a
essência da vida física. Nenhum órgão pode estabelecer um monopólio no corpo, assumindo as
funções dos outros. Um corpo constituído por um só órgão seria monstruosidade uma
monstruosidade.

SINOPSE II

Imagens como geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido e Corpo de Cristo
descrevem a função que a Igreja exerce diante de Deus e do mundo.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

O CARÁTER COOPERADOR DO CORPO DE CRISTO


Os escritos de Paulo enfatizam a verdadeira união, que é essencial na Igreja. Por exemplo: ‘O
corpo é um e tem muitos membros… assim é Cristo também’ (1 Co 12.12). Da mesma forma
que o corpo de Cristo tem o propósito de funcionar eficazmente como uma só unidade,
também os dons do Espírito Santo são dados para equipar o corpo ‘pelo Espírito Santo… o
mesmo Senhor… 0 mesmo Deus que opera tudo em todos… para o que for útil’ (1 Co 12.4-7).
Por esta razão, OS membros do corpo de Cristo devem agir com grande cautela “para que não
haja divisão [gr. schisma] no corpo, mas, antes, tenham OS membros igual cuidado uns dos
outros’ (1 Co 12.25; cf. Rm 12.5). Os cristãos podem ter essa união e mútua solicitude porque
foram todos ‘batizados em um Espírito, formando um corpo’ (1 Co 12.13). A presença do
Espírito Santo, habitando em cada membro do corpo de Cristo, permite a manifestação
legítima dessa união” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.544-45).

III – IMAGENS QUE DESCREVEM HABITAÇÃO

1- Santuário de Deus. Muito embora seja comum identificar a Igreja a partir de sua estrutura
arquitetônica, não é isso que a Bíblia identifica como sendo uma Igreja. Ela é o templo do
Espírito Santo (1 Co 3.16). A Igreja é retratada como sendo um santuário, a habitação de Deus.

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Individualmente, cada crente é um templo do Espírito Santo (1 Co 6.19). Mas na sua forma
corporativa, a Igreja é retratada como sendo o santuário de Deus (1 Co 3.16,17). Isso também
significa que Deus habita a Igreja. Ela é seu templo. Nesse aspecto, o apóstolo Paulo alerta
sobre o perigo que há em se profanar o santuário de Deus (1 Co 3.17).

2- Casa de Deus. A Igreja é descrita como sendo a “Casa de Deus” (1 Tm 3.15). Esse conceito da
Igreja, como sendo a Casa de Deus, é derivado do Antigo Testamento em que o povo de Deus é
retratado como a casa ou família de Deus. A nação de Israel floresceu a partir da família de
Jacó. Isso nos faz ver a importância da igreja como uma instituição social. Na base da sociedade
está a família. Uma igreja forte é formada por famílias igualmente fortes. O inverso também é
verdade: famílias fracas tornam-se igrejas fracas. Por trás de muitos problemas sociais está a
desestruturação familiar. A recomendação de Paulo em 1 Timóteo revela que a Igreja se orienta
por um padrão moral que deve nortear o comportamento na sociedade.

3- O privilégio de ser Igreja. À luz do que estudamos nesta lição, podemos fazer algumas
considerações. Primeira, a Igreja de Cristo é uma instituição formada por salvos que se
relacionam com Deus e, por isso, eles fazem parte de seu rebanho. Segunda, a Igreja de Cristo
é uma instituição formada de salvos que exercem uma função sacerdotal diante de Deus
perante o mundo. E, finalmente, a Igreja de Cristo é uma instituição em que Deus habita e vive.
É um privilégio fazer parte da Igreja de Cristo!

SINOPSE III

Imagens como o Santuário de Deus e Casa de Deus descrevem a Igreja como a habitação de
Deus.

CONCLUSÃO

Nesta lição aprendemos através de imagens bíblicas o que a Igreja é e que importância ela tem.
São figuras que nos ajudam a compreender a Igreja tanto em seu aspecto institucional como
funcional. Assim, essas imagens ajudam o crente a descobrir qual o seu lugar na Igreja, o Corpo
de Cristo. Dessa forma, ele pode melhor cooperar para o perfeito funcionamento da igreja
local.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- De acordo com a lição, como a Igreja é descrita primeiramente?


Primeiramente, a Igreja é descrita como uma “virgem pura” (2 Co 11.2).
2- O que a metáfora do “Rebanho de Deus” ilustra?
É uma metáfora que ilustra a relação existente entre a ovelha e o pastor.
3- O que o Novo Testamento mostra a respeito da “geração eleita”?
O Novo Testamento mostra que, em Cristo, tanto judeus como gentios fazem parte de uma só
geração ou raça por causa do que eles têm em comum em Cristo.
4- O que a expressão “Corpo de Cristo” retrata?
Retrata a Igreja.
4- Como a Igreja é retratada em sua forma corporativa?
Na sua forma corporativa, a Igreja é retratada como sendo o santuário de Deus (1 Co 3.16,17).

VOCABULÁRIO

Corporativo: Relativo ou próprio de uma corporação; um conjunto de pessoas com alguma


finalidade

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Lição 03: A Natureza da Igreja

TEXTO ÁUREO

“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo
muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.” (1 Co 12.12)

VERDADE PRÁTICA

Conhecendo a Igreja em sua natureza, nos conscientizamos da importância de fazer parte dela.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Jo 1.1 A Igreja centrada na Palavra Viva de Deus


Terça – Rm 8.14 A Igreja na esfera do Espírito
Quarta – 1 Co 1.1-3 A Igreja como expressão visível e local
Quinta – Hb 12.23 A Igreja em seu aspecto invisível e universal
Sexta – Ef 4.3 A indivisibilidade da Igreja de Cristo
Sábado – Fp 2.2 A Igreja em busca da unidade
Hinos Sugeridos: 144,175, 375 da Harpa Cristã

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


1 Coríntios 12.12-27

12 – Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo
muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
13 – Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer
gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.
14 – Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
15 – Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
16 – E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
17 – Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o
olfato?
18 – Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.
19 – E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
20 – Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo.
21 – E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés:
Não tenho necessidade de vós.
22 – Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários.
23 – E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos
que em nós são menos decorosos damos muito mais honra.
24 – Porque os que em nós são mais honestos não têm necessidade disso, mas Deus assim
formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela,
25 – para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns
dos outros.
26 – De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um

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membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
27 – Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
Prezado (a) professor(a), nesta lição, estaremos estudando a Eclesiologia, isto é, o estudo sobre
a natureza da Igreja, sua essência e dimensões. Para tanto, temos como particularidades da
Igreja a sua extensão confessional, isto é, sua base doutrinária e ortodoxa; sua extensão local e
espiritual que diz respeito à sua localização e influência na sociedade enquanto Corpo de
Cristo; e, por fim, sua extensão comunitária no que tange a sua unidade e comunhão como
estilo de vida.

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Destacar a natureza bíblica da Igreja, fundamentada na doutrina dos apóstolos e conduzida
pelo Espírito Santo;
II) Apresentar os aspectos naturais visíveis e invisíveis da Igreja;
III) Elencar a unidade da Igreja como aspecto central que revela a sua identidade cristã neste
mundo.
B) Motivação: A compreensão exata do que é a Igreja está presente nas marcas ou
características que a identificam como sendo cristã. Esses aspectos estavam presentes,
sobretudo, nas relações e estilo de vida dos crentes do primeiro século. O desafio da igreja
atual é desenvolver as práticas das primeiras obras nestes últimos tempos tão trabalhosos.
C) Sugestão de Método: Sugerimos que você estimule os seus alunos a participarem da aula,
apontando os conceitos abordados na lição que, possivelmente, encontraram dificuldade para
compreender. Destaque esses conceitos ao longo da aula e, sendo possível, consulte um
Dicionário Teológico e exponha as definições aos alunos. Esse método agregará novos
conhecimentos à aula a partir das dúvidas apresentadas pela classe.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A Igreja foi instituída neste mundo com a incumbência de transmitir a mensagem
do Evangelho até os confins da Terra. Para tanto, ela deve testemunhar aos pecadores que o
Senhor Jesus, mediante a ação do Espírito Santo, continua a curar, salvar, batizar no Espírito
Santo e conduzir o homem ao Reino Celestial.

INTRODUÇÃO

O estudo sobre a natureza A da Igreja deve analisar aquilo que ela é em essência. O que define
uma igreja genuinamente cristã? Evidentemente que há muitas características que mostram o
que é uma verdadeira igreja. Contudo, para nosso propósito aqui, trataremos apenas de
algumas delas. Por isso, nesta lição, veremos que uma igreja genuinamente cristã é
confessional, ou seja, ela se fundamenta na Palavra de Deus; tem uma dimensão local e
universal, ou seja, existe tanto na forma visível como invisível; e, finalmente, a igreja
genuinamente cristã é una, isto é, não é dividida, pois sem unidade não há Igreja.

Palavra-Chave: NATUREZA

I – A NATUREZA DA IGREJA NA SUA DIMENSÃO CONFESSIONAL

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1- Fundamentada na Palavra. Uma igreja verdadeiramente bíblica é firmada na Palavra de
Deus. Nesse aspecto, primeiramente, temos Cristo como a Palavra Encarnada, a Palavra Viva.
No princípio era a Palavra (Jo 1.1). Jesus é a Palavra que se humanizou, isto é, Deus feito
homem. A igreja bíblica possui Jesus Cristo como seu fundamento (Ef 2.20). Uma igreja
verdadeiramente bíblica é centrada em Jesus. Em segundo lugar, uma igreja bíblica é
fundamentada nas Escrituras Sagradas, a Palavra Inspirada. Se não existe igreja verdadeira sem
Jesus, da mesma forma não há igreja verdadeira sem fundamentação bíblica (2 Tm 3.15). A
heterodoxia, o desvio doutrinário e a apostasia vêm pelo distanciamento e abandono da
Palavra de Deus.

2- Habitada pelo Espírito. A Igreja é habitada pelo Espírito, dirigida e capacitada por Ele. O
Espírito Santo é a força-motriz da Igreja. Na verdade, a obra do Espírito começa no seu trabalho
de convencimento do pecador. É o Espírito quem convence o ser humano do pecado (Jo 16.8-
11). É o Espírito Santo quem produz a obra da regeneração. Quando o evangelista Lucas diz que
o Senhor abriu o coração de Lídia (At 16.14), aí vemos uma obra poderosa do Espírito Santo
trazendo o convencimento para a salvação.

3- Quem faz parte da Igreja anda no Espírito. Quando alguém responde à mensagem da cruz,
o Espírito de Deus produz nele a certeza da salvação (Rm 8.16). Agora, regenerado, o cristão
passa a andar ou ser dirigido pelo Espírito (Rm 8.14). O fracasso na vida espiritual está no fato
de não andarmos na esfera do Espírito (Gl 5.16,17). O Espírito, portanto, habita o crente;
capacitando-o (At 1.8). Sem a capacitação do Espírito, a igreja é inoperante e perde a sua
essência.

SINOPSE I

Uma igreja bíblica é fundamentada na Palavra Inspirada por Deus, habitada pelo Espírito,
dirigida e capacitada por Ele.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

DEFINIÇÃO DE IGREJA
Jesus assevera, em Mateus 16.18: ‘Edificarei a minha igreja’. Esta é a primeira entre mais de
cem referências no Novo Testamento que empregam a palavra grega primária para ‘igreja’:
ekklesia, composta com a preposição ek (‘fora de’) e o verbo kaleõ (‘chamar’). Logo, ekklêsia
denotava originalmente um grupo de cidadãos chamados e reunidos, visando um propósito
específico. O termo é conhecido desde o século V a.C., nos escritos de Heródoto, Xenofontes,
Platão e Eurípedes. […] O uso secular do termo também aparece no Novo Testamento. […] Na
maioria das vezes, porém, o termo tem uma aplicação mais sagrada e refere-se àqueles que
Deus tem chamado para fora do pecado e para dentro da comunhão do seu Filho, Jesus Cristo,
e que se tornaram ‘concidadãos dos santos e da família de Deus’ (Ef 2.19). Ekklêsia é sempre
empregada às pessoas e também identifica as reuniões destas para adorar servir ao Senhor”
(HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
2023, p. 536).

II – A NATUREZA DA IGREJA NAS SUAS DIMENSÕES LOCAL E UNIVERSAL

1- Local e visível. Biblicamente, podemos falar da Igreja em relação à sua dimensão espacial,
isto é, em relação ao local ou ao espaço geográfico. Ela pode ser vista e sentida. Nesse aspecto,
a Igreja existe localmente. Assim, vemos os apóstolos escrevendo suas cartas a determinadas
igrejas, situadas em diferentes locais: “à igreja de Deus que está em Corinto” (1 Co 1.2); “aos

13
estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1 Pe 1.1). Nesses textos
vemos as Escrituras se referindo à ekklesia, à comunidade de crentes, situada em diferentes
locais.

2- As particularidades das igrejas locais. Pelo teor das cartas neotestamentárias, observamos
que essas igrejas locais possuíam suas particularidades. Os problemas encontrados em uma
não eram necessariamente os mesmos da outra (Fp 4.2,3 cf. 2 Ts 3.11,12). De igual modo, as
virtudes. Por outro lado, embora estivessem todas sob a supervisão apostólica, observamos
que eram autônomas uma em relação às outras. Assim possuíam sua dinâmica própria. Um
método que funciona em determinada igreja pode ser inadequado em outra.

3- Universal e invisível. Assim como a Igreja existe em sua dimensão local, existe também na
sua dimensão universal. Somos conscientes da existência da igreja local, pois dela fazemos
parte. Contudo, nem sempre é fácil se dar conta do aspecto universal da Igreja porque nesse
sentido, a Igreja não está limitada ao espaço geográfico ou físico. Assim a Igreja universal e
invisível é formada por todos os cristãos regenerados que estão em todos os lugares e por
aqueles que já estão também na glória (Hb 12.23), não se limitando somente à dimensão
terrena. Aqui, é importante se diferenciar “Igreja” de “denominação”. Numa cidade, por
exemplo, pode haver várias denominações; contudo, somente há uma Igreja.

A igreja é divina, as denominações são humanas. As denominações podem ser temporárias, a


Igreja não. As denominações podem desparecer, mas a Igreja é indestrutível (Mt 16.18).
Convém dizer que nem todo grupo que se diz cristão pode ser visto como fazendo parte da
Igreja Cristã. Há grupos que se autodenominam “igrejas”, contudo, são sinagoga de Satanás (Ap
3.9). Entretanto, o que fará com que uma igreja ou denominação seja cristã, é a sua fidelidade
a Cristo e às Escrituras Sagradas.

SINOPSE II

A Igreja de Cristo se revela numa dimensão terrena e, igualmente, numa dimensão espiritual.

III – A IGREJA NA SUA DIMENSÃO COMUNITÁRIA

1- A igreja é una. Isso significa que a igreja é indivisível. Na analogia onde compara a Igreja ao
corpo humano, Paulo deixa bem claro que uma igreja verdadeiramente cristã é unida porque
não pode haver divisão no corpo (1 Co 12.12). Jesus disse que um reino dividido não subsistirá
(Mt 12.25). Esse princípio se aplica à Igreja também. O que o Diabo não consegue contra a
Igreja por meio da perseguição, ele consegue por intermédio da divisão. Devemos evitar, a
todo custo, o partidarismo, as preferências e os exclusivismos, se quisermos preservar a
unidade da igreja local (Ef 43).

2- Unidade na Igreja. Paulo escreveu à igreja de Filipos: “completai o meu gozo, para que
sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa” (Fp 2.2).
Esse texto mostra o anseio do apóstolo pela unidade da igreja que, como Corpo de Cristo em
sua forma coletiva, deve zelar pela unidade e, da mesma forma, cada crente deve buscar isso.

3- Diversidade na unidade. Isso reverbera o anseio de Jesus pela unidade dos seus discípulos
(Jo 17). Ali há o que os teólogos chamam de “unidade de essência”. Na Trindade, O Pai, O Filho
e O Espírito Santo são pessoas diferentes, com uma mesma essência, possuindo a mesma
substância e um só propósito. Da mesma forma, os cristãos devem buscar esse tipo de
unidade. Nesse aspecto, unidade não é uniformidade. Somos diferentes, diversos, temos

14
temperamentos distintos e maneiras diferentes para fazer as coisas; mas, mesmo assim, somos
um em Cristo Jesus para perseverar no mesmo alvo.

SINOPSE III

A igreja como Corpo de Cristo em sua forma coletiva deve zelar pela unidade e, da mesma
forma, cada crente deve buscar isso.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

A IGREJA
“A palavra ekklesia se refere a uma reunião ou congregação de pessoas que são chamadas ou
convocadas e se reúnem com um propósito. No Novo Testamento, a palavra designa
basicamente uma congregação ou comunidade do povo de Deus – as pessoas que aceitam a
mensagem de Cristo, confiam a Ele suas vidas e se reúnem como cidadãos do Reino de Deus (Ef
2.19) com o propósito de adorar e honrar a Deus. A palavra ‘igreja’ pode se referir a uma
congregação na igreja local (Mt 18.17; At 15.4) (…) ou à igreja universal.” Amplie mais o seu
conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1650.

AUXÍLIO DEVOCIONAL

“ENTENDENDO O TEXTO:
‘Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal’. Há três temas que sempre sãos
encontrados juntos em passagens do Novo Testamento. O Corpo de Cristo, os dons espirituais
e o amor. Há razões importantes por que esses três temas são inseparáveis. O nosso
relacionamento com outros cristãos é definido pela participação conjunta em um único Corpo.
O nosso serviço aos outros cristãos é definido com o uso de nossos dons e capacidades para
servi-los. Nossa postura para com outros cristãos deve ser de amor ativo e cuidado. Unidade,
serviço e amor nunca estão separados na Escritura. Sem unidade, não pode haver qualquer
experiência de amor. Sem amor, não pode haver qualquer experiência de unidade. Cada um
depende do outro. Se você amar e servir os outros, começará a experimentar a unidade do
Corpo de Cristo” (RICHARS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012, p.787).

CONCLUSÃO

Chegamos ao final de mais uma lição bíblica, a qual aborda a natureza da Igreja. Vimos que não
é possível nos referirmos a uma igreja como sendo cristã se determinadas marcas ou
características não estão presentes nela. Destacamos aqui que a igreja local deve estar
fundamentada na Palavra e habitada pelo Espírito Santo. A Igreja também existe tanto local
como universalmente. Não está limitada nem pelo tempo nem pelo espaço. Ela existe para a
eternidade!

REVISANDO O CONTEÚDO

1- Qual é a principal característica de uma igreja verdadeiramente bíblica?


Uma igreja verdadeiramente bíblica é firmada na Palavra de Deus.
2- O que caracteriza uma igreja habitada pelo Espírito?
A Igreja habitada pelo Espírito, dirigida e capacitada por Ele.
3- Como podemos falar da dimensão espacial da Igreja?
A dimensão espacial da igreja diz respeito ao seu local ou ao espaço geográfico.
4- Como a Igreja universal e invisível é formada?

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Assim a Igreja universal e invisível é formada por todos os cristãos regenerados que estão em
todos os lugares e por aqueles que já estão também na glória (Hb 12.23).
5- Explique a expressão “unidade de essência” em relação à Trindade.
Na Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas diferentes, contudo, com uma mesma
essência. Possuem a mesma substância e um só propósito.

Lição 05: A Missão da Igreja de Cristo

TEXTO ÁUREO

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.”


(At 2.42)

VERDADE PRÁTICA

Como o sal fora do saleiro cumpre a sua função de salgar, assim a Igreja quando adora e
discípula, testemunha das insondáveis riquezas de Cristo.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 1 Co 1.21 A Igreja e a proclamação das Boas-Novas


Terça – Mt 28.19 A Igreja e o Discipulado
Quarta – Rm 12.1 A Igreja e a verdadeira adoração ao Deus Trino
Quinta – 1 Ts 5.11 A Igreja como uma comunidade edificadora
Sexta – 1 Jo 1.7 A Igreja vivendo o amor fraternal
Sábado – Rm 12.13 A Igreja como uma comunidade solidária
Hinos Sugeridos: 16, 127, 224 da Harpa Cristã

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Marcos 16.14-20; Atos 2.42-47

Marcos 16
14 – Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em
rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já
ressuscitado.
15 – E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 – Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17-E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas
línguas;
18 – pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e
imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
19 – Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de
Deus.
20 -E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles 0 Senhor e
confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!

16
Atos 2
42 – E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas
orações.
43 – Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44 – Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
45 – Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha
necessidade.
46 – E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam
juntos com alegria e singeleza de coração,
47 – louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor
ã igreja aqueles que se haviam de salvar.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
Nesta lição, temos o propósito de aprofundar o estudo acerca da missão deixada por Cristo à
sua Igreja. Para tal, vamos refletir nas últimas palavras de Jesus aos seus discípulos, antes da
ascensão aos Céus; nas marcas de uma comunidade de fé legítima e solidamente edificada: a
genuína adoração, como maneira constante de viver e servir a Deus e ao próximo. O Mestre
dos mestres disse, e ensinou com o próprio exemplo, que os seus discípulos seriam conhecidos
pelo amor, manifesto em ações (Jo 13.35). Apenas dessa forma, a Igreja cumpre inteiramente o
seu papel de ser sal e luz num mundo imerso em vazio e escuridão (Mt 5.13,14).
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Refletir sobre a principal missão da Igreja de Cristo na Terra;
II) Aprofundar o entendimento sobre a adoração a Deus e a edificação mútua, como atos
contínuos;
III) Pensar a comunhão fraternal e a atuação social como marca de uma igreja cristã genuína.
B) Motivação: Através dos séculos, a história da Igreja cristã foi marcada por extraordinários
testemunhos de fé, superações e vitórias na proclamação do Reino de Deus aos perdidos.
Entretanto, no Antigo Testamento, vemos um rastro de fracassos e falhas trágicas de uma
nação que se desviava dos propósitos do Altíssimo. Assim, como Asafe, no Salmo 78, conclama
o povo escolhido a uma autoanálise, a fim de manter-se fiel ao Senhor e não mais desviar-se de
seus santos propósitos, que esta lição seja um convite do Espírito Santo a fazermos o mesmo,
enquanto Igreja de Cristo.
C) Sugestão de Método: Para esta lição em especial, propomos como método pedagógico uma
experiência para além da teoria. Portanto, sugerimos que nesta aula haja um breve, mas
impactante testemunho de alguém que tenha sido evangelizado (e quem sabe até discipulado
na igreja local), contando sobre a importância de um discípulo de Cristo ter obedecido à
“Grande Comissão”, culminando na salvação de sua vida terrena e eterna. Quem sabe, com a
autorização de sua liderança, a classe possa se unir para promover uma saída de evangelismo,
com ação social e distribuição de cestas básicas em alguma comunidade carente próxima a
igreja.

17
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Enquanto Igreja, representamos Cristo na Terra, somos peregrinos com uma
missão. Avancemos nela, dia a dia, perseverando na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no
partir do pão, e nas orações, até que 0 Evangelho do Reino seja pregado em todo o mundo, em
testemunho a todas as gentes, e então venha o fim (Cf. Mt 24.14).

INTRODUÇÃO

Nesta lição, vamos estudar a missão da Igreja de Cristo. Veremos que a Igreja é chamada para
proclamar a poderosa mensagem da cruz. Assim, ela cumpre a sua vocação de eleita quando
participa da Grande Comissão deixada pelo seu fundador, Jesus Cristo (Mt 28.19). Como
consequência dessa realidade, veremos que a igreja é uma comunidade adoradora de
comunhão e, finalmente, é uma comunidade que exerce um grande papel no presente século.
Portanto, a Igreja de Cristo exerce uma grande missão neste mundo.

PALAVRA-CHAVE: Grande Comissão

I – PREGAÇÃO E INSTRUÇÃO

1- Proclamando as Boas-Novas. A Igreja foi fundada por Cristo (Mt 16.18) como uma
instituição para abençoar o mundo. Essa missão é exercida por meio da pregação do
Evangelho: “Aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação (1 Co 1.21). Após
ressuscitado, o Senhor Jesus comissionou os discípulos a pregarem o Evangelho (Mc 16.14-20).
Referindo-se a essa missão, Marcos usa o verbo grego Keryssó, traduzido como “pregar”,
“proclamar”. O sentido é de um arauto que proclama algo. Esse verbo ocorre 61 vezes no Novo
Testamento. É o termo usado para mostrar João, o batista, “pregando no deserto da Judeia”
(Mt 3.1); e Jesus Cristo quando começou a pregar (Mt 4.17).

2- O objeto da pregação. Outro termo usado com muita frequência no Novo Testamento para
se referir à Grande Comissão da Igreja é euangelizô. Esse verbo ocorre 54 vezes no Novo
Testamento e o seu sentido é o de trazer as Boas-Novas, pregar as Boas-Novas. Nesse aspecto,
o objeto das Boas-Novas não se refere a alguma coisa, mas a alguém, a uma pessoa. Nesse
sentido, os cristãos primitivos “não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5.42).
Pregar a Jesus Cristo não é pregar uma “coisa” ou uma mensagem subjetiva, mas proclamar ao
mundo caído que Ele está vivo e pronto para salvar. Pregar a mensagem da cruz é anunciar o
Evangelho do Reino de Deus revelado em Cristo (At 8.12).

3- Discipulando os convertidos. “Pregar” e “proclamar” é levar a Palavra de Deus aos que


estão do lado de fora da Igreja, enquanto que discipular” é instruir os que estão do lado de
dentro. O verbo “discipular”, do grego matheteuo, ocorre somente quatro vezes no Novo
Testamento, enquanto o substantivo “discípulo” (gr. mathetés) ocorre 261 vezes. O sentido é o
de alguém instruído ou treinado em alguma coisa. É o termo usado em Mateus 28.19 para
designar a Grande Comissão: “Ide, ensinai todas as nações”. Na verdade, Jesus estava dizendo:
“Ide e discipulai”. A Igreja não é formada apenas por “crentes”, a Igreja é formada por
discípulos. Alguém pode estar na igreja local sem, contudo, ser um discípulo. Este é alguém
que é capaz de reproduzir e passar para outrem o que aprendeu e vive por meio de Cristo
Jesus.

18
SINOPSE I

A Igreja fundada por Cristo tem o propósito de abençoar o mundo, por meio da pregação do
Evangelho e do discipulado, em palavras e ações.

AUXILIO MISSIOLÓGICO

A GRANDE MISSÃO DA IGREJA DE CRISTO


A igreja cristã tem a solene obrigação de fazer o seguinte:
1- Apresentar a Cristo de forma viva, clara, eficaz e persuasiva ao mundo e ao indivíduo como o
Salvador enviado por Deus, o Senhor soberano do Universo e futuro Juiz da humanidade.
2- Guiar os povos a uma relação de fé com Jesus Cristo a fim de que possam experimentar
perdão dos pecados e renovação de vida. O homem deve nascer novamente, se quiser herdar
vida eterna e amizade eterna com Deus.
3- Separar e congregar os crentes através da realização do batismo, estabelecendo-os em
igrejas atuantes. O companheirismo constitui uma parte vital da vida cristã.
4- Firmar os cristãos na doutrina, nos princípios e nas práticas da vida, amizade e serviço
cristão, ensinando-os a observar todas as coisas. Isso é instrução, a criação de discípulos
cristãos, a cristianização do indivíduo.
5- Treiná-los a viver no Espírito Santo. Já que a vida cristã contém exigências e ideais
sobrenaturais, ela só pode ser vivida através de uma confiança plena no Espírito Santo. Se as
lições não forem aprendidas cedo, a vida cristã fica cercada de frustração e torpor; a apatia
instala-se, ou as pessoas acomodam-se a uma vida cristã anormal. Essa é a tragédia de
inumeráveis cristãos que nem mesmo esperam concretizar os ideais bíblicos” (PETERS, George
W. Teologia Bíblica de Missões. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.260).

II – ADORAÇÃO E EDIFICAÇÃO

1- Uma comunidade adoradora. No contexto bíblico, a adoração significa dar a glória que é
devida somente a Deus. É tirar a atenção de nós mesmos para centrarmos unicamente no
Senhor (Mt 4.10). A adoração tem a ver com o nosso serviço a Deus. Não é algo que se faz
apenas no momento do culto público ou privativamente. Tem a ver com nossa maneira de ser,
agir e viver. É viver a vida para Deus! Esse é o sentido do termo grego latreia, traduzido como
“adorar”. o apóstolo Paulo roga à igreja que apresente a Deus o seu corpo em “sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1). A palavra “culto” nesse texto
traduz o termo grego latreia. O sentido é o de um serviço prestado a Deus de forma consciente
e integral. É viver totalmente para o Senhor.

2- Uma comunidade edificadora. A igreja é uma comunidade proclamadora, adoradora e


edificadora. A palavra grega oikodomé, traduzida como “edificar”, é usada no seu sentido literal
de construir um edifício e, metaforicamente, no sentido de crescimento espiritual. No primeiro
sentido é usada por Jesus em referência à casa edificada sobre a rocha (Mt 7.24) e, no segundo
sentido, em Efésios 4.12. Nessa última referência, o apóstolo Paulo diz que Deus pôs na Igreja
os apóstolos, os profetas, os evangelistas, os pastores e mestres para a “edificação do corpo de
Cristo”. Este, por exemplo, é o objetivo dos dons espirituais: trazer edificação à igreja (1 Co
14.3). Assim, quem fala em línguas em público, sem interpretação, edifica-se a si mesmo (1 Co
14.4); contudo, não edifica a igreja, que não entendeu o que foi dito (1 Co 14.5). Dessa forma,
o apóstolo Paulo exorta os crentes a buscarem a edificar “uns aos outros” (1 Ts 5.11).

19
SINOPSE II

A genuína adoração e edificação mútua é fruto de uma vida de devoção e serviço a Deus em
contínuo crescimento.

III – COMUNHÃO E SOCIALIZAÇÃO

1- A fé na esfera fraternal. Um dos pilares da Igreja Primitiva estava na comunhão (At 2.42). A
palavra grega koinonia, traduzida aqui como “comunhão”, ocorre 19 vezes no Novo Testamento
e o seu sentido é literalmente de “parceria”, “participação” e “comunhão espiritual”. Se somos
cristãos e andamos na luz do Evangelho, devemos viver em comunhão (1 Jo 1.7). Onde não há
comunhão entre os crentes, também não há igreja solidamente edificada. Não há, portanto,
Igreja onde seus membros vivem isolados e não mantêm comunhão uns com os outros.

2- Unidade e Fraternidade. A igreja do Novo Testamento se expressa por meio da unidade e


fraternidade entre seus membros (1 Jo 1.3). Jesus orou pela união fraterna de seus discípulos
(Jo 17.21). Um dos grandes males da igreja hodierna está justamente na quebra da comunhão
cristã, o que tem provocado grande fragmentação no Corpo de Cristo. Devemos, portanto, nos
esforçar por manter a comunhão cristã em nossas igrejas locais (Hb 13.16).

3- A fé na esfera social. A fé cristã também precisa ser expressa na esfera pública. Ela tem o
seu lado social. Se por um lado o substantivo grego koinonia significa “comunhão”, por outro
lado, o verbo grego koinoneo possui também o sentido de “ajuda contributiva e partilha”. É
usado por Paulo com esse sentido em Romanos 12.13. O sentido nesse texto é o de socorrer os
mais pobres em suas necessidades. O apóstolo Paulo elogiou os Filipenses por serem
conscientes da dimensão social do Evangelho (Fp 4.15). Não se trata apenas de matar a fome
dos pobres deixando-os vazios de Deus. É o exercício da fé cristã na sua integralidade. A igreja,
portanto, não pode exercer sua fé da maneira bíblica esquecendo dos mais carentes ou mais
pobres. Jesus ressaltou esse fato (Mt 25.35,36). Que modelo de igreja somos quando poucos
têm muito e muitos têm tão pouco? O apóstolo exorta a igreja para atentar para esse fato (Tg
2.15,16).

SINOPSE III

O amor manifesto em ações é evidenciado na comunhão entre os irmãos e contribuição social


da Igreja como expressão de fé na esfera pública.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

O PAPEL SOCIAL DA IGREJA


O nosso próximo é uma pessoa, um ser humano, criado por Deus. E Deus não o criou como
uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo
sem alma (para que pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico),
nem tampouco com um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos com
ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive).
Não! Deus fez o homem um ser espiritual, físico e social Como ser humano, o nosso próximo
pode ser definido como, um corpo-alma em sociedade’. Portanto, a obrigação de amar o nosso
próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Se amarmos o nosso próximo
como Deus o amou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos
preocupados com o seu bem-estar total, o bem–estar do seu corpo, da sua alma e da sua
sociedade.

20
É verdade que o Senhor Jesus ressurreto deixou a Grande Comissão para a sua Igreja: pregar,
evangelizar e fazer discípulo. E esta comissão é ainda a obrigação da Igreja. Mas a comissão
não invalida o mandamento, como se ‘amarás o teu próximo’ tivesse sido substituído por,
pregarás o Evangelho’ Nem tampouco reinterpreta amor ao próximo em termos
exclusivamente evangelísticos” (STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1 ed. Rio de
Janeiro: CPAD. 1995- pp.60,61).

CONCLUSÃO

Vimos que a Igreja de Cristo tem uma grande missão aqui na Terra. Ela foi chamada para ser sal
e luz. Como sal ela salgará o mundo com a mensagem da cruz em uma sociedade que está
corrompida pelo engano do pecado. Como luz, ela resplandecerá nas densas trevas que
cobrem o mundo sem Deus. Ao mostrar Jesus Cristo ao mundo perdido, produzir discípulos e
transformá-los em adoradores, a Igreja cumpre com a missão para a qual foi chamada.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- Como é exercida a missão da Igreja?


Por meio da pregação do Evangelho: “Aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da
pregação (1 Co 1.21).
2- Qual é o sentido do substantivo “discípulo”?
O sentido é o de alguém instruído ou treinado em alguma coisa.
3- O que é a adoração?
No contexto bíblico, a adoração significa dar a glória que é devida somente a Deus. É tirar a
atenção de nós mesmos para centrarmos unicamente no Senhor (Mt 4.10).
4- Qual é o sentido da palavra “comunhão”?
O seu sentido é literalmente de parceria, participação e comunhão espiritual.
5- O que a igreja não pode esquecer para exercer a sua fé de maneira bíblica?
Para exercer sua fé da maneira bíblica, a igreja não pode esquecer dos mais carentes.

Lição 06 – Igreja: Organismo e Organização

TEXTO ÁUREO

“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.” (At 6.3)

VERDADE PRÁTICA

A Igreja é um organismo vivo. Contudo, como toda estrutura viva, precisa ser organizada.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ef 5.23 Cristo, a cabeça da Igreja


Terça – 1 Co 12.12-14 A Igreja como um organismo vivo, o Corpo de Cristo
Quarta – At 16.4 A Igreja organizada
Quinta – 1 Co 14.40 Mantendo a decência e a ordem
Sexta – At 15.1-6 Resolvendo problemas de natureza doutrinária

21
Sábado – 1 Co 16.1 Cuidando dos santos
Hinos Sugeridos: 131, 455, 655 da Harpa Cristã

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 6.1-7
1 – Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos
gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.
2 – E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós
deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
3 – Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e
de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.
4 – Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
5 – E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do
Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de
Antioquia;
6 – e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
7 – E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos,
e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
Nesta lição, temos o propósito de evidenciar a importância da organização eclesiástica,
diferenciando-a do institucionalismo e legalismo. Para tal, tomaremos como base de estudo o
exemplo da Igreja Primitiva que, embora possuísse uma estrutura organizacional simples e
ainda em desenvolvimento, era visível e eficaz. Tanto que, como estudaremos, vem servindo de
inspiração para diferentes formas de governo eclesiástico ao longo dos séculos de tradição
cristã. Conheceremos os principais modelos vigentes nas igrejas evangélicas do país, incluindo
o aderido pela nossa denominação.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Aprofundar o entendimento acerca da Igreja, enquanto Corpo de Cristo, como um organismo
ordenado;
II) Compreender, por meio do exemplo da Igreja Primitiva, a necessidade de organização para
uma igreja viva e saudável;
III) Aprender sobre as principais formas de governo da Igreja, segundo a tradição cristã, e a
escolha do modelo de nossa igreja.
B) Motivação: Todo organismo e organização humana necessitam de ordem que, segundo o
dicionário da língua portuguesa, é “a relação inteligível estabelecida entre uma pluralidade de
elementos; organização; estrutura”. Ou seja, embora, nenhuma liturgia ou forma de governo
humano seja perfeita, ela é necessária para o bem comum, para o desenvolvimento e boa
convivência mútua de um grupo. Como Igreja de Cristo temos a maior das vantagens: um
perfeito manual de conduta que é a Palavra de Deus, bem como o Espírito Santo, nosso fiel
Conselheiro.

C) Sugestão de Método: Como método pedagógico, propomos o uso de uma dinâmica, a fim de
exemplificar de forma prática as lições estudadas nesta aula. Previamente, imprima em
tamanho grande o trecho de 1 Coríntios 12.20-27. Prepare duas cópias, para dividir a classe em
dois grupos. Recorte cada versículo em duas ou três partes, como um quebra-cabeças, que

22
deverá ser igual para ambas as equipes. Explique que os grupos terão alguns minutos para
juntos desvendarem e montarem corretamente a passagem bíblica, o detalhe é que estarão
sem a sua referência. Por isso, precisarão se organizar para descobri-la e a colocarem na ordem
correta, dentro do tempo estabelecido. Enquanto mediador, vá anotando alguns
comportamentos dos integrantes, ligados ao tema da aula: a importância da organização; de
uma liderança; da submissão necessária; da boa comunicação; de cada um desempenhar sua
função; e o que mais julgar que enfatize a forma como um grupo de pessoas necessita de
alguns critérios organizacionais para o seu progresso, tanto individual quanto coletivo, em prol
de uma missão em comum.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Muitos cristãos não compreendem a importância do zelo quanto à doutrina e
liturgia eclesiásticas, confundindo-as com institucionalismo ou legalismo. De fato, precisamos
ter vigilância para não incorrer nesses erros. Contudo, não é a organização em si que nos incita
a eles. Na Criação, o Espírito de Deus pôs ordem no caos (Gn 1.2). Assim como, desde o Antigo
Testamento, o Senhor já ensinava o seu povo, de maneira detalhada, a organização e ritos
necessários na devida adoração e santificação, em prol de uma íntima comunhão com Ele e uns
com os outros. Embora ainda em desenvolvimento, podemos observar no Novo Testamento, a
importância da organização na Igreja Primitiva para uma expressão de fé e convivência
harmônica, sadia e frutífera.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, vamos conhecer a Igreja como um organismo é uma organização. Veremos que não
existe função sem forma nem organismo sem organização. Isso nos ajudará a evitar os
extremos: uma igreja sem nenhum tipo de liderança visível; ou uma igreja estruturada em um
institucionalismo ‘ rígido que acaba por sacrificá-la. Conheceremos também os três principais
sistemas de governos adotados na tradição cristã ao longo dos anos e em qual, ou quais, deles
a nossa igreja se enquadra. Sublinhamos que nenhum desses modelos de governo eclesiástico
é mal em si mesmo. Porém, como tudo o que é humano, estão sujeitos a acertos e erros.
Portanto, o padrão exposto no Novo Testamento deve ser buscado como parâmetro.

Palavras-Chave: Organização e Organismo

I – A ESTRUTURA DA IGREJA CRISTÃ

1- A Igreja como organismo. Um organismo é visto como um conjunto de órgãos que


constituem um ser vivo. Nesse aspecto, um corpo com as diferentes funções de seus órgãos e
membros é entendido como estrutura física de um organismo vivo. Metaforicamente, a Igreja é
definida como “o corpo de Cristo” (1 Co 12.27), um organismo vivo, cuja cabeça é Cristo (Ef
5.23). Assim como um corpo funciona pela harmonia de seus membros, da mesma forma
também a Igreja (1 Co 12.12). Os membros não existem independentemente um dos outros (1
Co 12.21). Portanto, como Corpo Místico de Cristo, a Igreja existe organicamente.

2- A Igreja como organização. A forma de organização da Igreja Primitiva era simples, todavia,
existia. Por exemplo, a igreja seguia a liderança centralizada dos apóstolos (At 16.4). Dessa
forma, os apóstolos doutrinavam a igreja (At 2.42); cuidavam da parte administrativa (At 4.37);
instituíam lideranças locais (At 6.6; At 14.23); reuniam-se em Concilio (At 15.1-6). Por outro
lado, precisamos diferenciar uma igreja organizada de uma igreja institucionalizada.
A organização é saudável, o institucionalismo, não. A organização permite à igreja, como

23
estrutura social, se movimentar; o institucionalismo a enrijece e a neutraliza. Uma igreja
organizada se mantém viva; uma igreja institucionalizada caminha para a morte.

3- Organismo e organização. Vimos que a Igreja como o Corpo de Cristo é um organismo vivo e
uma organização. Ela existe como organismo e como organização. Nesse aspecto, podemos
dizer que não há organismo sem organização. Todo organismo precisa de organização, mesmo
as estruturas mais simples. Alguns acreditam que a Igreja existe somente na forma de
organismo e rejeitam toda forma de organização para ela. Então, por exemplo, para essas
pessoas, não deve haver liderança ou estrutura alguma. Entretanto, de acordo com a Bíblia,
encontramos a Igreja como forma de organismo e de Organização.

SINOPSE I

Assim como o corpo humano funciona ordenadamente pela harmonia de seus membros, da
mesma forma é o Corpo de Cristo.

II – IGREJA: UM ORGANISMO VIVO E ORGANIZADO

1- No seu aspecto local. No contexto do Novo Testamento, a Igreja existe localmente como
comunidade organizada. Dessa forma, havia a igreja que estava em Roma, Corinto, Éfeso etc.
Como um organismo vivo, a igreja do Novo Testamento era organizada. Por exemplo, ela se
reunia (At 2.42) e orava (At 2.42; 12.12). Contudo, enxergava as demandas sociais que
precisavam ser atendidas (At 4.35): instituiu o diaconato (At 6.2-6); elegeu lideranças (At
14.23); enviou seus primeiros missionários (At 13.1-4). Todos esses fatos mostram um
organismo vivo agindo de forma organizada.

2- No seu aspecto litúrgico e ritual. Toda igreja organizada possui sua liturgia e rituais. A
organização, portanto, é necessária para uma igreja viva. Uma igreja organizada, por exemplo,
mantém a decência e a ordem no culto (1 Co 14.40). Estabelece costumes que devem ser
observados (1 Co 11.16). Da mesma forma, em relação ao aspecto ritual. Nesse sentido, vemos
a Igreja Primitiva batizando os primeiros crentes em águas (At 8.38,39) e realizando a Ceia do
Senhor (1 Co 11.23).

SINOPSE II

Organização é diferente de institucionalismo. A Igreja Primitiva nos exemplifica como a ordem


é importante para uma comunidade de fé sadia e eficaz.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

A ORGANIZAÇÃO NA IGREJA DE CRISTO


A tendência, no curso da história da Igreja, tem sido oscilar entre um extremo e outro. Por
exemplo: algumas tradições, como a Católica Romana, a Ortodoxa Oriental e a Anglicana,
enfatizam a prioridade da Igreja institucional ou visível. Outras, como a dos quacres e dos
Irmãos de Plymouth, ressaltando uma fé mais interna e subjetiva, têm desprezado e até
mesmo criticado qualquer tipo de organização e estrutura formal, e buscam a verdadeira Igreja
invisível. Conforme observa Millard Erickson, as Escrituras certamente consideram prioridade a
condição espiritual do indivíduo e sua posição na Igreja invisível, mas não a ponto de
desconsiderar ou menosprezar a importância da organização da Igreja visível. Sugere que,
embora haja distinções entre a Igreja visível e a invisível, é importante adotarmos uma
abordagem abrangente, de maneira que procuremos deixar as duas serem tão idênticas

24
quanto possível” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.550).

III – O GOVERNO DA IGREJA NAS DIFERENTES TRADIÇÕES CRISTÃS

1- Episcopal. Essa palavra traduz o grego “episkopos” e aparece algumas vezes no Novo
Testamento (At 20.28; 1 Tm 3.2; Tt 1.7). No contexto atual, o episcopalismo defende que Cristo
confiou o governo da igreja a uma categoria de oficiais denominados de “bispos” ou
“supervisores”. Com o tempo, esse sistema passou a defender a primazia de um bispo sobre o
outro e terminou culminando no papado romano. Esse modelo é seguido pelo Catolicismo, por
algumas denominações protestantes e pentecostais.

2- Presbiteral. O ofício de presbítero (gr. presbyteros) é encontrado no Novo Testamento (At


11.30; At 15.2). Contudo, no atual sistema presbiteral a igreja elege os presbíteros para um
Conselho. Dessa forma, o Conselho possui autoridade para conduzir a igreja local. Há um
supremo Concílio ou Assembleia Geral que exerce autoridade sobre as igrejas de uma
determinada região ou país. É o sistema seguido pelas igrejas reformadas e algumas igrejas
pentecostais na América do Norte.

3- Congregacional. A prática de eleger os dirigentes da igreja local no contexto do Novo


Testamento é vista em Atos 14.23. Nesse atual sistema, o pastor é eleito pela Assembleia Geral
da igreja local. Assim, as igrejas locais são autônomas nas suas tomadas de decisões, não
estando sujeitas a nenhuma interferência que venha de fora. É o modelo seguido pelos
batistas.

4- O sistema de governo de nossa igreja. No contexto norte-americano, as Assembleias de


Deus se aproximam mais do modelo de governo presbiteral. Por outro lado, no contexto
brasileiro, nossa igreja reúne elementos dos sistemas episcopal e congregacional. É, portanto,
um modelo híbrido. Isso porque até o início dos anos 1930, a Assembleia de Deus, por haver
sido fundada por batistas, seguia o modelo congregacional. Contudo, esse sistema de governo
sofreu modificações a partir da criação da Convenção Geral de 1930, quando elementos do
modelo episcopal foram somados a sua estrutura de governo.

Assim, no atual modelo de governo, em sua grande maioria, embora mantenham certa
autonomia administrativa em relação às convenções Geral e Estadual, a quem são filiadas, as
igrejas possuem um modelo de liderança regional e local centralizado. Por exemplo, a
autoridade de estabelecer lideranças pastorais nas igrejas locais pertence às Convenções
Estaduais. Em alguns casos, essa função cabe a uma igreja-sede que preside sobre um conjunto
de congregações locais a ela filiadas.

SINOPSE III

O modelo de estrutura organizacional no Novo Testamento inspira a tradição cristã ao longo


dos anos a regulamentar seus ministérios.

AUXÍLIO HISTÓRICO

O MODELO DE LIDERANÇA ASSEMBLEIANO


As Assembleias de Deus, especialmente no Brasil, certamente em razão de se constituírem
inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos, atraídos pela crença bíblica do batismo
no Espírito Santo, do ponto de vista administrativo, ministerial, adotaram uma posição
intermediária mais aproximada do sistema presbiteriano. Não admitem hierarquia. Não

25
aceitam o episcopado formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo
mencionado no Novo Testamento. Admitem, entretanto, o cargo separado de presbítero. O
presbítero (anteriormente chamado ‘ancião’) é o auxiliar do pastor. Porém, em algumas
regiões, em campo de evangelização das Assembleias de Deus, de certo modo, é lhe dado
cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste, ele desempenha todas as funções
pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza. Entre esses, há os que possuem dignidade, capacidade
e verdadeiro dom de pastor.

[…] Porém, na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a questão sobre
se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores. Os convencionais
compreenderam, citando textos como 1 Pedro 5.1, Atos 20.28 e 1 Timóteo 5.17, que, em
alguns casos, parece haver uma diferença entre anciãos e anciãos com chamada ao ministério,
e estabeleceram, assim, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus:
diáconos, presbíteros e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).

[…] Nas Assembleias de Deus, embora o trabalho do presbítero tenha a sua definição, passou a
ser também visto como o penúltimo cargo a ser exercido pelo obreiro, na sucessão das
ordenações, antes de ser consagrado a evangelista ou pastor” (ARAÚJO, Isael. Dicionário do
Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.715-16).

CONCLUSÃO

Nesta lição, fizemos uma análise da Igreja como organismo e organização. O que ficou claro é
que as Escrituras destacam a Igreja como um organismo vivo e organizado. Nesse aspecto,
juntamente com os presbíteros e diáconos, o colégio apostólico dava corpo e forma ao
ministério local da igreja neotestamentária. Embora essa igreja possuísse uma estrutura
organizacional muito simples, contudo, ela existia. Por outro lado, embora não haja nenhuma
norma específica de como deve ser o governo da igreja no Novo Testamento, ao longo dos
anos os cristãos têm procurado se inspirar no texto bíblico para regulamentar seus ministros e
ministérios.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- Conceitue “organismo”. Um organismo é visto como um conjunto de órgãos que


constituem um ser vivo.
2- Caracterize a organização da Igreja Primitiva. A forma de organização da Igreja
Primitiva era simples, todavia, existia. Por exemplo, a igreja seguia a liderança
centralizada dos apóstolos (At 16.4). Dessa forma, os apóstolos doutrinavam a igreja
(At 2.42); cuidavam da parte administrativa (At 4.37); instituíam lideranças locais (At
6.6; At 14-23); reuniam-se em Concílio (At 15.1-6).
3- Quais fatos mostram a Igreja como um organismo vivo agindo de forma
organizada? Como um organismo vivo, a igreja do Novo Testamento era organizada.
Por exemplo, ela se reunia (At 2.42) e orava (At 2.42; 12.12). Contudo, enxergava as
demandas sociais que precisavam ser atendidas (At 4-35)- Instituiu o diaconato (At 6.2-
6); elegeu lideranças (At 14.23); enviou seus primeiros missionários (At 13.1-4).
4- Explique o sistema de governo episcopal e congregacional. No contexto atual, o
episcopalismo defende que Cristo confiou o governo da igreja a uma categoria de
oficiais denominados de “bispos” ou “supervisores”. Já no sistema congregacional
atual, o pastor é eleito pela Assembleia Geral da igreja local. Assim, as igrejas locais são
autônomas nas suas tomadas de decisões, não estando sujeitas a nenhuma

26
interferência que venha de fora.

Explique o sistema de governo de nossa igreja. No atual modelo de governo de


nossas igrejas, a sua grande maioria, embora mantenham certa autonomia
administrativa em relação às convenções Geral e Estadual, a quem são filiadas,
possuem um modelo de liderança regional e local centralizado.

Lição 07: O Ministério da Igreja

TEXTO ÁUREO

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e
outros para pastores e doutores.” (Ef 4.11)

VERDADE PRÁTICA

Os dons ministeriais foram dados com o objetivo de edificar a Igreja e promover a maturidade
de seus membros.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 1 Tm 3.1 A excelência do chamado ministerial


Terça – 1 Pe 2.9 O sacerdócio universal de todos os crentes
Quarta – Ef 4.11 O ministério quíntuplo da Igreja
Quinta – At 6.1-7 A instituição do diaconato
Sexta – 1 Tm 3.2-7 As qualificações morais do ministério
Sábado – Tt 1.7 Qualificações de natureza social do ministério
Hinos Sugeridos: 93,115,132 da Harpa Cristã

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Efésios 4.11-16
11 – E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e
outros para pastores e doutores,
12 – querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do
corpo de Cristo,
13 – até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14 – para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de
doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.
15 – Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
16 – do qual todo o corpo, bem-ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo
ajusta operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
Prezado (o) professor(a), nesta lição, veremos a natureza do ministério sacerdotal praticado
entre os hebreus na Antiga Aliança, bem como do exercício ministerial na Nova Aliança. De

27
modo geral, todo crente é chamado a exercer o sacerdócio universal conforme o propósito
divino predeterminado para sua Igreja. Em contrapartida, quanto aos ofícios ministeriais, o
Senhor escolheu pessoas específicas para edificar a igreja por meio dos dons ministeriais,
visando o aperfeiçoamento dos santos.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar a doutrina bíblica do ministério sacerdotal observada na Antiga Aliança e
praticada pelos crentes na Nova Aliança;
II) Elencar os cargos ministeriais instituídos na Igreja Primitiva;
III) Explicar as qualificações de natureza moral e social exigidas para o exercício ministerial.
B) Motivação: O crente foi chamado por Deus para exercer o sacerdócio real e, como nação
santa, anunciar as virtudes do Reino Celestial. Como sacerdote da Nova Aliança, o crente
oferece a Deus sacrifícios agradáveis, isto é, a própria vida em serviço santo e o louvor como
fruto dos lábios. Além disso, o crente intercede pelos salvos e proclama a salvação aos que
precisam ser alcançados.
C) Sugestão de Método: Nesta lição, a classe estudará a natureza dos dons ministeriais e suas
respectivas características. Para verificar o nível de conhecimento dos seus alunos acerca dos
dons ministeriais, solicite que a classe registre em uma folha de papel à parte quais são as
qualificações exigidas para o exercício ministerial, conforme estão registradas nas Cartas
Pastorais de Timóteo, 2 Timóteo e Tito.

3 – CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A multiforme sabedoria de Deus encarregou a cada crente com qualificações
específicas para o exercício de dons ministeriais e espirituais específicos. Cabe ao crente buscar
o discernimento para identificar a natureza do seu chamado espiritual.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos o ministério em suas diferentes funções e ofícios, bem como as
qualificações que, biblicamente, são exigidas para o seu exercício. Primeiramente,
mostraremos que, de modo bíblico, todo cristão exerce um ministério sacerdotal que o habilita
a ministrar diante de Deus. Nesse sentido, não há diferença entre o membro e a liderança.
Todos são sacerdotes de Deus. Por outro lado, as Escrituras mostram claramente que Deus
escolheu determinadas pessoas para funções e ofícios específicos. Esses ministros chamados
por Deus têm a função de servir à Igreja de Cristo e trabalhar no aperfeiçoamento dos santos.

Palavra-Chave: Ministério

I – O MINISTÉRIO SACERDOTAL DE TODO CRENTE

1- O Sacerdócio no Antigo Testamento. A prática do sacerdócio é bem antiga entre os hebreus.


Ela saiu da esfera familiar para se tornar uma complexa prática cerimonialista. Dessa forma, a
evolução do sacerdócio na Antiga Aliança é como segue:
(1) no princípio, quando surgiu a necessidade de se oferecer sacrifícios, os cabeças das famílias
eram seus próprios sacerdotes (Gn 4.3; Jó 1.5);
(2) Assim, na era dos patriarcas, encontramos o chefe da família exercendo essa função (Gn
12.8);
(3) Israel, como nação, foi posta como sacerdote para outros povos (Êx 19.6);
(4) no Monte Sinai, o Senhor limitou a prática sacerdotal à família de Arão e à tribo de Levi (Êx
28.1; Nm 3-5-9).

28
2- Uma doutrina bíblica confirmada no Novo Testamento. O Novo Testamento apresenta o
sacerdócio da Antiga Aliança como um tipo de Cristo (Hb 8.1) que operou o derradeiro
sacrifício pelos pecados do povo. Assim, não mais uma família, tribo ou nação é detentora do
sistema sacerdotal. Agora, é a Igreja que constitui o sacerdócio universal de todos os crentes (1
Pe 2.5; Ap 5.10; cf. Jr 31.34). Logo, se debaixo da Antiga Aliança o sacerdote era um ministro do
culto, agora, sob a Nova Aliança, como sacerdotes, oferecemos o próprio corpo em sacrifício
vivo (Rm 12.1,2); ministramos o louvor como fruto de nossos lábios (Hb 13.15); intercedemos
pelos outros (1 Tm 2.1; Hb 10.19,20); proclamamos as virtudes daquele que nos chamou das
trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9); e mantemos comunhão direta com Deus (2 Co
13.13).

3- Uma doutrina bíblica resgatada na Reforma Protestante. No catolicismo romano, o


sacerdócio é limitado à figura dos padres. Não há a função sacerdotal para os membros da
igreja. Nesse caso, o Papa é considerado o vigário de Cristo na Terra. Por isso, cabe destacar
aqui que o resgate da doutrina bíblica do sacerdócio universal dos crentes, tal qual se encontra
no Novo Testamento, foi uma obra da Reforma Luterana do século 16. Para o reformador
alemão, “qualquer cristão verdadeiro participa dos benefícios de Cristo e da Igreja”. A Reforma
pregou um retorno radical às Escrituras, como bem definiu seu slogan no Sola Scriptura
(somente a Escritura). Nas páginas das Escrituras Sagradas, podemos ver a grandeza dessa
preciosa doutrina.

SINOPSE I

A doutrina bíblica do sacerdócio universal do crente é um fato na Nova Aliança. A Igreja


constitui o sacerdócio universal de todos os crentes.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

SACERDÓCIO UNIVERSAL DO CRENTE


“A Igreja, no decurso dos séculos, sempre tendeu a dividir-se em duas categorias gerais: o clero
(gr. klêros – ‘sorte, porção’, isto é, porção que Deus separou para si) e o laicato (gr. laos – povo).
O Novo Testamento, no entanto, não faz uma distinção tão marcante. Pelo contrário, a ‘porção’
ou klêros de Deus, sua própria possessão, refere-se a todos os crentes nascidos de novo, e não
somente a um grupo seleto.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a obra Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, Editora CPAD, p.564.

AUXÍLIO DEVOCIONAL

A GERAÇÃO ELEITA, O SACERDÓCIO REAL’ (1 PE 2.9,10)


É simplesmente correto que nós decidamos viver de acordo com os valores de Deus, pois Ele
nos escolheu. No Antigo Testamento, os sacerdotes oficiavam em sacrifícios e lideravam a
adoração a Deus. Na cultura romana do século I, os sacerdotes pagãos também lideravam os
adoradores na oferta de sacrifícios e louvores aos deuses. Em ambos os contextos, servir como
sacerdote era considerado uma grande honra. Assim, a imagem de sacerdócio real cristão era
clara e poderosa. Nós, que, por causa do pecado, nem mesmo éramos um povo de Deus,
fomos chamados das trevas e recebemos a posição mais elevada!

Nos tempos antigos, a pedra de esquina era a âncora do alicerce de um edifício. Os textos de
Salmos 118.22 e Isaías 28.16, que se referem a pedras de esquina, foram interpretados, por
rabinos de Israel, como tendo implicações messiânicas e são aplicados a Jesus nos Evangelhos
(Mt 24.42; Mc 12.10; Lc 20.17), por Paulo (Rm 9.33; Ef 2.20) e por Pedro. Jesus Cristo é 0

29
alicerce da nossa fé, como também da igreja; nEle, os crentes são pedras vivas (1 Pe 2.4-7). É
simplesmente apropriados, então, que sirvamos como sacerdotes e ‘anunciemos as virtudes’
daquele que nos chamou das trevas para a luz” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.965).

II – A ESTRUTURA MINISTERIAL DO NOVO TESTAMENTO

1- O ministério quíntuplo. O texto de Efésios 4.11 diz que Deus pôs na Igreja apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e mestres. Essa relação é descrita comumente como
“ministério quíntuplo” da Igreja.
a) Apóstolo. Alguém enviado em uma missão (Mt 10.2; Lc 22.14; At 13.2). Alguns requisitos
podem ser destacados para alguém ser um apóstolo: Ter estado com 0 Senhor Jesus (At
1.21,22); ter sido uma testemunha da ressurreição de Jesus (At 1.22); ter visto o Senhor (At
9.1-5); ter operado sinais e maravilhas (2 Co 12.1-5). Assim, no Novo Testamento, o apostolado
pode ser visto mais como uma função do que um ofício.
b) Profeta. O profeta era alguém inspirado e autorizado para falar em nome de Deus. Nesse
aspecto, ele era um porta-voz de Deus. No Novo Testamento, o profeta exortava e consolava
(At 15.32) e trazia revelação do futuro (At 11.27-29). Contudo, a Escritura distingue o ministério
de profeta do dom da profecia. Assim, somente alguns eram chamados para ser profetas (Ef
4.11) enquanto todos poderiam exercer o dom da profecia (1 Co 14.5,31).
c) Evangelista. É alguém cujo ministério é centrado na salvação de almas (At 8.5; 21.8).
d) Pastores e mestres. O pastor possui a função de apascentar (Jo 21.16) enquanto o mestre, a
de ensinar (Rm 12.7).

2- O serviço de diáconos e presbíteros. O Novo Testamento mostra como o diaconato foi


instituído (At 6.1-7). O sentido do verbo grego diakoneo é “servir” e ocorre 37 vezes ao longo
do Novo Testamento. Esse significado aparece em Atos 6.2. Da mesma forma, o substantivo
grego diakonia, ocorre 34 vezes no texto neotestamentário. Ele também aparece com esse
sentido de “servir” em Atos 6.1. À luz do contexto de Atos 6, observamos que o diaconato era
um serviço dedicado mais à esfera social da igreja. Por outro lado, o presbyteros, traduzido
como “presbíteros”, ocorre 66 vezes no texto grego do Novo Testamento.
Em Atos 14.23, o termo é usado para se referir aos anciãos que presidiam as igrejas. Esse
mesmo sentido é usado por Lucas em Atos 20.17, quando Paulo se encontra com os
presbíteros de Éfeso. Dessa forma, o presbítero era alguém que supervisionava, presidia ou
ainda exercia alguma função pastoral.

SINOPSE II

Deus pôs na Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres.

III – AS QUALIFICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO

1- Qualificações de natureza moral. O apóstolo Paulo expõe as qualificações para o exercício


ministerial nas suas cartas pastorais (1 Tm 3-1-15; Tt 1.5-9). Aqui listamos apenas algumas
delas: Não apegado ao dinheiro, ou seja, não avarento (1 Tm 3.3); ser irrepreensível (1 Tm 3.2;
Tt 1.6), ou seja, alguém que não possua nenhuma acusação válida (1 Tm 3.10), o que não
significa ausência de pecado, mas uma vida pessoal ilibada, acima de qualquer acusação
legítima e de algum escândalo público.

2- Qualificações de natureza social. Ao longo das cartas pastorais, verificamos também a


necessidade de qualificações de natureza social, tais como: o aspirante ao ministério não pode

30
ser soberbo, isto é, arrogante e orgulhoso (Tt 1.7), uma pessoa de difícil convívio social, alguém
que, devido a sua soberba, mantém-se obstinado em sua própria opinião, age com teimosia e
arrogância; o aspirante também não pode ser irascível (Tt 1.7), truculento, violento, aquele que
possui um temperamento mais colérico, uma pessoa que não pensa duas vezes antes de agir
de forma descontrolada contra outro, desqualificando-o para ser ministro do Senhor.

3- Qualificados para o ministério. De acordo com as cartas pastorais, podemos afirmar que há
qualificações claras para o exercício do ministério da Igreja de Cristo. Nesse sentido, os
ministros do Corpo de Cristo têm como requisitos inegociáveis para o exercício do ministério as
qualificações morais e sociais conforme estudados aqui.

SINOPSE III

Há qualificações claras para o exercício do ministério na Igreja de Cristo.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

O CHAMADO PARA O MINISTÉRIO


Paulo salientou, com muito critério, uma importante verdade concernente à diversidade de
ministérios (Rm 12.3-8; 1 Co 12.1-30). Dentro da admirável unidade do Corpo de Cristo,
produzida pela obra do Espírito Santo, há uma rica diversidade. Nem todos os ministérios têm a
mesma função, o mesmo dom ou o mesmo ofício. Assim como o corpo humano tem uma
grande variedade de órgãos a fim de funcionar apropriadamente, o Corpo de Cristo requer
diversidade de ministérios para que a Igreja possa cumprir com eficiência as ordens de Cristo.
Na ‘diversidade da unidade’, brilha o interesse de Deus pelo indivíduo. A despeito de função,
dom ou ofício: a despeito de quão atraente, ou oculta, seja a tarefa confiada a alguém, todos,
aos olhos de Deus, são importantes. Cada crente será recompensado de acordo com a sua
fidelidade” (MENZIES, Willian W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da
Fé Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.153).

CONCLUSÃO

Nesta lição, vimos o ministério sob diferentes aspectos. Vimos que a doutrina do sacerdócio
universal dos crentes é inteiramente bíblica. Todo crente tem o privilégio de apresentar a si
mesmo e a outros diante de Deus, sem a necessidade de mediadores terrenos. Vimos também
que Deus pôs na Igreja alguns para o exercício de determinadas funções específicas. Esses
ministérios devem ser vistos como dons de Deus à Igreja.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- Como o Novo Testamento apresenta o sacerdócio da Antiga Aliança?


O Novo Testamento apresenta o sacerdócio da Antiga Aliança como um tipo de Cristo (Hb 8.1)
que operou o derradeiro sacrifício pelos pecados do povo.
2- Qual movimento histórico fez o resgate da doutrina bíblica do sacerdócio universal de
todos os crentes?
Foi uma obra da Reforma Luterana do século 16.
3- Cite os cinco ministérios de Efésios 4.11.
O texto de Efésios 4.11 diz que Deus pôs na Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e
mestres.
4- Segundo a lição, qual é a distinção entre o ministério de Profeta e o dom da profecia?
A Escritura distingue o ministério de profeta do dom da profecia. Assim, somente alguns eram
chamados para ser profetas (Ef 4.11) enquanto todos poderiam exercer O dom da profecia (1

31
Co 14.5,31).
5- Quais as naturezas da qualificação ministerial?
São duas: qualificação de natureza moral e qualificação de natureza social.

Lição 08: A Disciplina na Igreja

TEXTO ÁUREO

E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não
desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido. (Hb 12.5)

VERDADE PRÁTICA

A disciplina cristã é uma doutrina bíblica necessária, pois permite ao crente refletir o caráter de
Cristo.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Lv 11.44 O Senhor nosso Deus é santo


Terça – 1 Pe 1.14,15 O povo de Deus deve ser santo
Quarta – Rm 2.22-24 Deus deve ser honrado na vida
Quinta – 1 Co 5.6 O poder contagioso do pecado
Sexta – Gl 6.2 Levando as cargas uns dos outros
Sábado – Hb 12.7 Deus corrige a quem ama
Hinos Sugeridos: 4, 33,153 da Harpa Cristã

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Hebreus 12.5-13
5 – E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não
desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido;
6 – porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.
7 – Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem opai não
corrija?
8 – Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e
não filhos.
9 – Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os
reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?
10 – Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes
parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.
11 – E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas,
depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.
12 – Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados,
13 – e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie
inteiramente; antes, seja sarado.

32
PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
Caro professor, prezada professora, esta lição tem como finalidade apresentar a prática da
disciplina na igreja. Haja vista o nosso Deus ser santo, convém que os seus servos o sirvam em
santidade. Por essa razão, a disciplina é uma prática indispensável para a igreja, pois tem o
propósito de corrigir maus comportamentos, afugentar o pecado e preservar o bom
testemunho cristão.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Mostrar a necessidade de disciplina na igreja;
II) Destacar que a disciplina tem como propósito preservar a honra cristã e repelir a prática do
pecado;
III) Apresentar as diferentes formas de disciplina elencadas na Bíblia.
B) Motivação: A disciplina sempre existiu entre o povo de Deus. Desde os tempos em que os
hebreus saíram da escravidão no Egito até os dias atuais, a disciplina tem sido o método
instituído pelo Senhor como forma de preservar a santidade e a comunhão com o seu povo.
Esse processo pode ser compreendido pela forma como Deus usou a Lei, os profetas e, por fim,
seu próprio Filho anunciando a mensagem do Reino.
C) Sugestão de Método: Nesta lição, a compreensão do processo de disciplina é fundamental
para que os crentes possam manter-se compromissados com o Evangelho. Analise com seus
alunos os métodos de disciplina instruídos na Bíblia, especificamente, nas Cartas Pastorais. Em
seguida, relacione se tais métodos têm sido adotados com frequência atualmente e converse
com seus alunos sobre o que pode ser feito para estimular a prática da disciplina na igreja.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A prática da disciplina, embora pareça indigesta para alguns crentes, não deve ser
entendida como uma punição que tem a pretensão de humilhar o pecador. Antes, a disciplina é
a prova mais clara de que o Senhor repreende e corrige a todos que Ele ama. Nesse sentido, o
crente deve aceitar a disciplina como indispensável para melhorar o seu comportamento e
testemunho cristãos.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos sobre a prática da disciplina na igreja. Embora seja muito necessária,
a disciplina como prática da Igreja Cristã vem sendo esquecida e negligenciada por muitos. Ora,
uma igreja que não corrige seus membros perdeu a sua identidade, não passando de um mero
grupo social. O resultado disso são igrejas fracas, anêmicas e sem testemunho cristão. Por isso,
o nosso assunto da disciplina cristã como um processo formativo do caráter cristão nas
modalidades corretiva e formativa.

Palavra Chave: Disciplina

I – A NECESSIDADE DA DISCIPLINA BÍBLICA

1- Deus é santo. Santidade é um dos atributos de Deus e, por isso, é uma das causas que
justificam a necessidade da disciplina na igreja: “Eu sou santo” (Lv 11.45). Deus é santo e como
tal deve ser reconhecido. Jesus mostrou na oração do Pai Nosso a necessidade de
reconhecermos a santidade de Deus: “santificado seja o teu nome” (Mt 6.9). Quando Deus se
faz presente, a nossa pecaminosidade se evidencia: “E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-se
aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador” (Lc

33
5.8). Assim, quando o comportamento pecaminoso na vida do crente não é corrigido, a
santidade de Deus deixa de ser reconhecida.

2- A Igreja é santa. Deus é santo e a igreja também deve ser: “Sede santos porque eu sou
santo” (1 Pe 1.16). Ao formar seu povo, tanto na Antiga como na Nova Aliança, o desejo do
Senhor é que ele fosse um povo separado. Na verdade, a palavra grega hagios, traduzida como
“santo”, possui o sentido de “separado” ou “consagrado”.

3- Quando a igreja não disciplina. Se a igreja, como Corpo de Cristo deve ser santa (1 Co 3.16),
da mesma forma o cristão, como membro desse Corpo, o deve ser também (1 Co 6.19). A
santidade faz parte da identidade do cristão (Ef 1.1). Logo, a falta de disciplina acaba
embotando essa identidade. Surge, então, a imagem do crente “mundano” ou “carnal”. Na
verdade, esses adjetivos revelam de fato um crente indisciplinado. Alguém que não tratou, ou
não foi tratado, aquilo que acabou se tornando um hábito pecaminoso. Nesse sentido, a falta
de disciplina acaba destruindo o limite entre o sagrado e o profano. Portanto, uma igreja que
não disciplina seus membros torna-se mundana (Ap 3.19).

SINOPSE I

Santidade é um dos atributos de Deus e, por isso, é uma das causas que justificam a
necessidade da disciplina na igreja.

II – O PROPÓSITO DA DISCIPLINA BÍBLICA

1- Manter a honra de Cristo. Quando o pecado não é tratado na vida do crente, Cristo é
desonrado: “O nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós” (Rm 2.24). Se
não corrigido, o comportamento pecaminoso compromete o testemunho cristão. No caso da
igreja de Corinto, onde um dos seus membros adotou um comportamento flagrantemente
pecaminoso sem, contudo, ter uma resposta enérgica da igreja, condenando essa prática, levou
o apóstolo Paulo a censurá-la (1 Co 5.2). Não é possível alguém adotar um comportamento
pecaminoso sem que com isso incorra em julgamento divino (1 Co 11.27-34; Ap 2.14,15).

2- Frear o comportamento pecaminoso. Outro propósito da disciplina cristã está no fato de


que ela põe um freio no comportamento pecaminoso. Isso porque o pecado é algo
extraordinariamente contagioso que tem poder de se alastrar com grande facilidade. “Não
sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (1 Co 5.6).

3- Não tolerar a prática do pecado. Em 1 Coríntios 5, o apóstolo Paulo censura os coríntios


porque não estavam adotando medida alguma contra a prática do pecado por parte de um de
seus membros (1 Co 5.1,2). A consequência disso é que esse pecado acabaria enfraquecendo a
igreja, pois uma igreja que não pratica a disciplina bíblica fatalmente fracassará. Nesse sentido,
não se pode tolerar a prática do pecado, ou o comportamento pecaminoso, na igreja nem fora
dela: “Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e
engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2.20).

SINOPSE II

O propósito da disciplina cristã está no fato de que ela mantém a honra de Cristo na conduta
do crente e põe um freio no comportamento pecaminoso.

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

34
CORREÇÃO – Esta palavra é usada para regenerar, emendar, restaurar, disciplinar. A correção é
uma função e uma responsabilidade do pai para com os seus filhos (Pv 23.13; 29.17; Jr 2.30; Hb
12.9) é de Deus para com o seu povo (Jó 5.17; Pv 3-12; Hb 12.7, 9). Tanto os termos em
hebraico como em grego sugerem um significado duplo; instruir, guiar, argumentar; e, também,
punir, castigar, reprovar. A correção é visível em todo o processo de criação dos filhos, como
sugere o termo grego mais comum paideuo, ‘educar um filho’, envolvendo tanto a orientação
positiva, como a disciplina negativa, no caso de má conduta. A expressão que mostra que a
Palavra de Deus é útil para a correção (2 Tm 3.16), ressalta o seu valor na melhoria de vida e do
caráter do crente. O termo grego aqui significa ‘restauração a um estado de retidão”‘
(PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.466).

III – AS FORMAS DE DISCIPLINA BÍBLICA

1-. A disciplina como modo de correção. As Escrituras mostram a necessidade de sermos


corrigidos. A correção contribui para o crescimento e formação do caráter cristão: “Porque que
filho há a quem o pai não corrija?” (Hb 12.7). Todos os crentes, de alguma forma, tiveram a
necessidade de ser corrigidos em algum momento. Se alguém não é corrigido quando erra,
então, segundo a Bíblia, trata-se de um bastardo e não de filho (Hb 12.8). Pedro, por exemplo,
teve que ser corrigido por Paulo quando adotou uma atitude visivelmente errada em relação
aos gentios (Gl 2.11-14). Quando o crente comete alguma falta e não é corrigido, a tendência é
que isso acabe se tornando um comportamento. O comportamento errado é reforçado. Dessa
forma, o alvo da disciplina é levar aquele que pecou, ou vive na prática do pecado, à
restauração e reconciliação (Gl 6.1).

2- A disciplina como forma de restauração. A palavra grega katartizo, traduzida aqui como
“encaminhai o tal” significa na verdade “restaurar”. É usada em Mateus 4.21 para se referir aos
“reparos” (remendos) das redes de pescas. O sentido, portanto, é fazer com que a pessoa
atingida pelo pecado seja restaurada ao seu anterior estado de bem-estar com Deus, da
mesma forma que uma rede de pesca volta à sua utilidade após ser consertada. Nesse aspecto,
dizemos que a disciplina cumpre o importante papel de restaurar o ferido, conforme a
instrução do apóstolo Paulo à igreja de Corinto para que restaurasse o faltoso à comunhão (2
Co 2.5-8).

3- A disciplina como modo de exclusão. Esse tipo de disciplina é também conhecido como
“cirúrgica”. Isto porque o membro é cortado do Corpo de Cristo: “Tirai, pois, dentre vós a esse
iníquo” (1 Co 5.13). Nesse caso, há um desligamento e não apenas um afastamento da
comunhão: “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o
que desligardes na terra será desligado no céu” (Mt 18.18). Assim, o indivíduo perde a
condição de membro pelo desligamento, já que o Senhor disse que ele passa a ser considerado
“gentio” e “publicano” (Mt 18.17). Esse desligamento corta o vínculo da comunhão entre o
membro e a igreja. Não há, portanto, mais vínculo entre o crente excluído por esse processo
disciplinar e a igreja da qual fazia parte.

SINOPSE III

A disciplina faz com que a pessoa atingida pelo pecado seja restaurada ao seu anterior estado
de bem-estar com Deus.

35
AUXÍLIO TEOLÓGICO

DEUS DISCIPLINA SEUS FILHOS (HB 12.4-15)


A correção de Deus é dirigida à produção de justiça e paz (Hb 12.10b, 11). O autor revela o fim
para o qual se destina a disciplina ou a correção de Deus. Não importa o quanto possam ser
desagradáveis as experiências difíceis das nossas vidas, ou dolorosos os nossos sofrimentos,
nós podemos obter consolo do fato de que ‘mais tarde’ tais experiências produzirão ‘um fruto
pacífico de justiça’. O resultado, entretanto, não é automático. A palavra traduzida como
‘exercitados’ no versículo 11 é gegymnasmenois, que deriva do atletismo, onde ela significa um
exercício contínuo. O atleta diz: ‘sem esforço não há resultados’, querendo dizer que somente
rompendo o tecido muscular e reconstruindo tecidos mais fortes é que ele pode atingir e seu
objetivo. A correção que Deus impõe nos dá oportunidades cada vez mais novas para nos
exercitarmos espiritualmente, e desta forma nos aproximarmos mais do objetivo de Deus para
nós, de vidas verdadeiramente justas e de paz interior” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.510,11).

CONCLUSÃO

Nesta lição, vimos o valor da disciplina cristã sob diferentes aspectos. A disciplina se mostra
necessária quando sabemos que Deus é santo e exige que seu povo seja santo. Por outro lado,
a disciplina também cumpre os propósitos de Deus quando ela conduz o cristão a se conformar
com o caráter de Cristo. Uma igreja indisciplinada, portanto, perdeu o bom cheiro de Cristo (2
Co 2.14).

REVISANDO O CONTEÚDO

1- Qual é uma das causas que justificam a necessidade da disciplina na igreja? Santidade é
um dos atributos de Deus e, por isso, é uma das causas que justificam a necessidade da
disciplina na igreja.
2- O que acontece quando o pecado não é tratado na vida do crente? Quando o pecado não é
tratado na vida do crente, Cristo é desonrado.
3- Por que o apóstolo Paulo censura os crentes em 1 Coríntios 5? Um dos seus membros
adotou um comportamento flagrantemente pecaminoso sem, contudo, ter uma resposta
enérgica da igreja. A condenação dessa prática, levou o apóstolo Paulo a censurá-la (1 Co 5.2).
4- Cite três formas de disciplina bíblica de acordo com a lição. As formas de disciplina são: a
disciplina como modo de correção; a disciplina como forma de restauração; e a disciplina como
modo de exclusão.
5- Com o que a correção contribui? A correção contribui para o crescimento e formação do
caráter cristão.

VOCABULÁRIO

Incorrer: Ficar sujeito; incidir; comprometido; envolvido em.

36
Lição 09: O Batismo – A Primeira Ordenança da

TEXTO AUREO

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo.” (Mt 28.19)

VERDADE PRÁTICA

O batismo é uma ordenança de Jesus Cristo e, por isso, deve ser uma prática obedecida pela
igreja.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – At 16.33 Uma prática cristã


Terça – Mt 28.19 Uma ordenança de Jesus Cristo
Quarta – Mc 16.16 O batismo é para quem crê verdadeiramente em Cristo
Quinta – At 2.38 Batizando os verdadeiramente convertidos
Sexta – Cl 2.12 Identificados com Cristo
Sábado – At 2.41 Testemunho público da fé
Hinos Sugeridos: 289, 447, 470 da Harpa Cristã

LEITURA BIBLICA EM CLASSE

Romanos 6.1-11
1 – Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?
2 – De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3 – Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua
morte?
4 – De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim
andemos nós também em novidade de vida.
5 – Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o
seremos na da sua ressureição;
6 – sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do
pecado seja desfeito, afim de que não sirvamos mais ao
pecado.
7 – Porque aquele que está morto está justificado do pecado.
8 – Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
9 – sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá
domínio sobre ele.
10 – Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive
para Deus.
11 – Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em
Cristo Jesus, nosso Senhor.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
O Batismo em águas é uma importante prática da Igreja de Cristo. É um rito valorizado pelo

37
nosso Senhor Jesus e praticado por toda a Igreja Primitiva. Ao longo dos séculos, esse rito tem
sido uma identidade da Igreja de Cristo. Infelizmente, também ao longo dos anos, temos visto
desvios tanto no seu propósito quanto em sua forma. Por isso, esta lição trará uma exposição
da doutrina bíblica do Batismo em águas e, também, lições da história com o objetivo de
instruir-nos.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Pontuar os pressupostos bíblico-doutrinários do Batismo;
II) Explicar o símbolo e o propósito do Batismo;
III) Esclarecer a fórmula e o método do Batismo.
B) Motivação: o Batismo é a declaração pública da alma que abraçou a verdade do Evangelho.
Por isso, o seu símbolo mais eloquente é o da alma que foi sepultada para o mundo e seus
valores e ressuscitou para Deus a fim de andar em novidade de vida.
C) Sugestão de Método: Na exposição do primeiro tópico, há uma palavra que, talvez, algum
aluno nunca tenha ouvido falar: sacramento. Por isso, aproveite a oportunidade para explicá-la
e reforçar a diferença entre sacramento e ordenança. Explique que a palavra “sacramento” traz
uma ideia de um ritual ou sinal que tem como resultado uma graça de Deus sendo transmitida
ao indivíduo. Já a palavra ordenança traz a ideia de uma prática ou cerimônia prescrita
no Novo Testamento dentro de uma perspectiva memorial. Por exemplo, a Ceia do Senhor é
um memorial do sacrifício do Senhor, instituído por
Jesus e, por isso, deve ser celebrada por seus seguidores.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: O Batismo é um símbolo que nos relembra de uma vida integralmente dedicada a
Cristo. É uma imagem poderosa para que o nosso relacionamento com Cristo seja muito mais
profundo, intenso e edificante.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, vamos estudar uma importante prática cristã – o Batismo em águas. Veremos que
o rito do Batismo foi praticado por João Batista, Jesus Cristo e seus apóstolos e,
posteriormente, pelos cristãos da Igreja Primitiva. É uma prática, portanto, de grande
importância para a Igreja de Cristo. Contudo, como toda doutrina cristã, a prática do Batismo
também tem sofrido desvios ao longo da história, tanto no seu propósito quanto na sua forma.
Assim, é necessário deixarmos a Bíblia falar a fim de que o propósito correto para o qual foi
instituída essa importante prática seja observado.

I- PRESSUPOSTOS BÍBLICO-DOUTRINÁRIOS DO BATISMO

1- O Batismo visto como sacramento: a origem de um erro. A tradição católica e alguns


segmentos do protestantismo histórico veem a prática do batismo como um sacramento. A
palavra “sacramento” vem do latim sacramenntum, significando um sinal sagrado capaz de
conferir graça àquele que dele participa. Nesse sentido, Agostinho (354-430 d.C), bispo de
Hipona, que introduziu esse desvio na igreja, entendia que o batismo, como sacramento, é um
rito que transmite graça espiritual independentemente da fé de quem o pratica. Esse
entendimento teológico doutrinário define um sacramento como sendo um sinal visível de
uma graça invisivel. Dessa forma, na visão de algumas tradições cristas, o batismo torna se
necessário para a salvação.

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2- O Batismo não é sacramento, mas ordenança de Cristo. O ensino bíblico concernente ao
Batismo é que ele é uma ordenança e não um sacramento: “Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo” (Mt 28.19). Não
há, portanto, no Batismo, um poder mágico capaz de transmitir graça para a salvação. O ensino
bíblico é que o Batismo é uma ordenança dada por Cristo a quem já foi alcançado pela graça, e
não a quem quer obter alguma graça através dele

3- O Batismo deve ser administrado aos adultos. O mesmo Agostinho que entendia o Batismo
como um sacramento, defendeu também que os bebês, por haverem nascidos com o pecado
original, precisavam ser batizados para serem salvos. Nesse caso, o Batismo deveria ser
administrado a eles para anular o pecado original Evidentemente que esse entendimento do
bispo de Hipona está contra o ensino de Cristo, que afirmou que as crianças fazem parte do
Reino de Deus: “Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os estorveis de vir a mim,
porque dos tais é o Reino dos céus” (Mt 19.14). Logo, não há vestígios no Novo Testamento de
crianças sendo batizadas, pois nosso Senhor disse que o Batismo deveria ser administrado a
quem cresse (Mc 16,16). Uma criança, que ainda não chegou á idade da razão não tem
maturidade para crer e fazer escolhas.

SINOPSE I

O Batismo em águas é uma ordenança que deve ser ministrada aos adultos.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

A ORDENANÇA DO BATISMO
A ordenança do batismo nas águas tem feito parte da prática cristã desde o início da Igreja. Era
tão intima da vida da Igreja Primitiva, que F. F. Bruce comenta: ‘A ideia de um cristão não
batizado realmente sequer é contemplada no Novo Testamento’. Existiam, na realidade, alguns
ritos batismais similares já antes do Cristianismo, inclusive entre algumas religiões pagas e a
comunidade judaica (para os prosélitos gentios convertidos ao Judaísmo). Antes do ministério
público de Jesus, João Batista enfatizava um ‘batismo de arrependimento’ aqueles que
desejassem entrar no prometido Reino de Deus. A despeito de algumas semelhanças com
esses vários batismos, o significado e propósito do batismo cristão vai além de todos eles.
Cristo estabeleceu o modelo para o batismo cristão quando Ele mesmo foi batizado por João,
no início de seu ministério público (Mt 3.13-17). Posteriormente, ordenou que seus seguidores
saíssem pelo mundo, fazendo discípulos, ‘batizando-os em [gr. eis para dentro de’] nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo’ (Mt 28.19)- Cristo, portanto, instituiu a ordenança do
batismo, tanto pelo seu exemplo quanto pelo seu mandamento” (HORTON, Stanley. Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp. 569-70).

II- O SÍMBOLO E O PROPÓSITO DO BATISMO

1- Símbolo do Batismo: Identificação com Cristo. O Batismo por imersão simboliza a união do
crente com Cristo, por meio de sua a morte, sepultamento e ressurreição. Essa verdade é
afirmada pelo apóstolo Paulo aos cristãos que estavam em Roma (Rm 6.3-5). Dessa forma, o
apóstolo mostra que o ato de emergir da água onde havia sido submerso, retrata com precisão
a identificação do cristão com a ressurreição de Cristo. Essa mesma verdade é afirmada na
Carta aos Colossenses “Sepultados com ele nu batismo, nele também ressuscitastes pela fé no

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poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos (Cl 12.12). Isso simboliza que a cristão morreu
para a velha vida e agora entrou na nova vida em Cristo.

2- O Propósito do Batismo: Testemunho público da fé cristã. No contexto da fé biblica, o


Batismo é uma pública profissão de fé. Isso significa que o crente, quando desce as águas
batismais, está testemunhando de forma pública perante mundo da sua nova vida em Cristo
(At 2.41). Quem se candidata ao Batismo deve estar convicto e consciente da fé que abraçou.
Aqui, não há território neutro (Cl 2.6). Enfim, o batismo é para salvas e convertidos que estão
dispostos a seguir Jesus (At 8.12; 16.14,15).

3- Não há espaço para indecisão. Somente cristãos indecisos rejeitam ser batizados. As vezes
isso acontece por ignorância ao sentido do ato. Outras vezes é por falta de convicção de fé. No
primeiro caso, ás vezes o crente entende que após ser batizado não pode mais cometer
qualquer tipo de falha. Embora a Bíblia mostre que o crente deve evitar o pecado (1 Jo 2.1),
contudo, o Batismo não pode ser visto como uma vacina que imuniza o cristão contra o
pecado. Este é vencido quando se anda no Espírito (Gl 5.15). Por outro lado, há muitos que
rejeitam o Barismo justamente por falta de conversão. Estão conscientes das implicações que
esse rito traz e não estão dispostos a cortar o cordão umbilical com o mundo

SINOPSE II

Batismo em águas simboliza uma identificação com Cristo e o testemunho público de fe

AUXÍLIO TEOLÓGICO

O PROPÓSITO DO BATISMO
“[…] O batismo indica que o crente morreu para o velho modo de viver e entrou na ‘novidade
da vida mediante a redenção em Cristo. O ato do batismo nas águas não leva a efeito essa
identificação com Cristo, ‘mas a pressupõe e a simboliza’. O batismo, portanto, simboliza a
ocasião em que aquele antes inimigo de Cristo faz sua ‘rendição final’. O batismo nas águas
também significa que os crentes se identificaram com o corpo de Cristo, a Igreja. Os crentes
batizados são admitidos na comunidade da fé e, com sua atitude, testificam publicamente
diante do mundo sua lealdade a Cristo, juntamente com o povo de Deus. Essa parece ser uma
das razões principais por que os crentes nectestamentários eram batizados quase
imediatamente após a conversão. Num mundo hostil à fe crista era importante que os recém-
convertidos tomassem posição lado a lado com os discipulos de Cristo e se envolvessem
imediatamente na vida total da comunidade cristă. Talvez um dos metivos por que o batismo
com água não orupa mais lugar de destaque em muitas igrejas seja por estar tão
frequentemente separado do ato da conversão. O batismo é mais que ser obediente ao
mandamento de Cristo. Relaciona se com o ato de se tornar seu discipulo” (HORTON, Stanley.
Teologia Sistemática: Uma Ferspectiva Pentecostal. ted. Rio de Janeiro CPAD, 2023, p. 570).

III- A FÓRMULA E O MÉTODO DO BATISMO

1- Fórmula trinitária do Batismo. Durante a Grande Comissão, Jesus orientou seus discípulos:
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo” (Mt 28.19). Essa é a fórmula trinitária do batismo cristão. Isso porque esse
texto cita as três pessoas da Trindade: Pai, Filho e Espirito Santo. Um só Deus, três pessoas
distintas, com uma só essência. No rito do Batismo, portanto, a orientação de Jesus precisa ser
seguida pela invocação do nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

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2- Fórmula herética do Batismo. Nem todos os grupos dentro da tradição cristã seguem a
fórmula trinitariana. Há grupos que seguem um tipo de doutrina modelista. Um exemplo é o
unicismo. Esse grupo batiza seus membros somente em nome de Jesus. O suporte bíblico dele
é buscado em alguns textos do livro de Atos, onde supostamente se negaria a prática
trinitariana (At 2.38; 19.5). Convém dizer que esses textos não negam a fórmula trinitária nem
tampouco negam a Trindade. Na verdade, o que é dito é que o Batismo era feito na autoridade
de Jesus, isto é, naquilo que Ele fez e ensinou.

3- Imersão: o método bíblico do Batismo. Convém dizer que não há vestígios da prática do
Batismo por aspersão no Novo Testamento. Esse tipo de Batismo se caracteriza por aspersão
de água sobre o candidato. Entretanto, o contexto do Novo Testamento mostra claramente que
o Batismo nos dias bíblicos era por imersão. A palavra grega baptizo possui o sentido de
“mergulhar” e “submergir” tanto na Bíblia como fora dela. Vários textos bíblicos mostram a
prática bíblica do Batismo por imersão: o povo saía para ser batizado por João no (dentro de)
rio Jordão (Mc 1.5); da mesma forma, quando foi batizado, Jesus “saiu da água” (Mc 1.10); João
batizava onde havia muita agua (Jo 3.23).

SINOPSE III

A fórmula trinitária do Batismo é: em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo.

CONCLUSÃO

Procuramos abordar as questões mais relevantes concernentes ao Batismo em águas.


Mostramos que, embora não tenha a atribuição de salvação a quem dele participa, o Batismo
é, sim, uma prática que deve ser levada a sério por todo crente que quer seguir as Palavras de
Jesus. Por meio do Batismo nos identificamos com Cristo Jesus e tornamos pública a nossa
profissão de fé.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- Explique o significado da palavra “sacramento”.


A palavra “sacramento” vem do latim sacramenntum, significando um sinal sagrado capaz de
conferir graça àquele que dele participa.
2- De acordo com a lição, qual é o ensino bíblico sobre o Batismo?
O ensino bíblico concernente ao Batismo é que ele é uma ordenança e não um sacramento:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo” (Mt 28.19).
3- O que o Batismo simboliza?
O Batismo por imersão simboliza a união do crente com Cristo, por meio de sua morte,
sepultamento e ressurreição.
4- Qual é o propósito do Batismo?
No contexto da fé bíblica, o Batismo é uma pública profissão de fé.
5- Quais são a fórmula e o método bíblico do Batismo?
A fórmula do batismo é trinitária: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; o método de
batismo é por imersão em águas.

VOCABULÁRIO

Estorvar: importunar, incomodar, embaraçar.


Modalismo: doutrina herética que nega a existência das três pessoas da Santíssima
Trindade na fé cristã.

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Lição 10: A Ceia do Senhor
A Segunda Ordenança da Igreja

TEXTO AUREO

“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do
Senhor, até que venha.” (1 Co 11.26)

VERDADE PRÁTICA

A Ceia do Senhor, como uma ordenança, celebra a comunhão do crente com o Senhor
ressuscitado.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Lc 22.19,20 Uma ordenança de Jesus


Terça – 1 Co 11.24 A Ceia do Senhor como um memorial
Quarta – 1 Co 11.26 Proclamando a morte do Senhor
Quinta – At 2.42 Celebrando a comunhão crista
Sexta – 1 Co 11.27 Mantendo a reverência na Ceia do Senhor
Sábado – 1 Co 5.7,8 Celebrando de maneira festiva
Hinos Sugeridos: 199, 233, 482 da Harpa Cristã

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Corintios 11.17-34
17- Nisto, porém, que vou dizer-vos, não vos louvo, porquanto vos ajuntais, não para melhor,
senão para pior.
18- Porque, antes de tudo, ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vás dissensões: e
em parte 0 creio.
19- E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem
entre vás.
20- De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor.
21- Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem
fome, e outro embriaga-se.
22- Não tendes, porventura, casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus e
envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisso não vos louvo
23- Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em
que foi traído, tomou o pão;
24- e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por
vós; fazei isto em memória de mim.
25-Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo
Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
26- Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do
Senhor, até que venha.
27- Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será
culpado do corpo e do sangue do Senhor.
28- Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste cálice.

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29 – Porque o que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não
discernindo o corpo do Senhor.
30- Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem.
31- Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32- Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos
condenados com o mundo. 33- Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer,
esperai uns pelos outros.
34- Mas, se algum tiver fome, coma em casa, para que vos não ajunteis para condenação.
Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for ter convosco.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
A Ceia do Senhor é outra importante ordenança prática da Igreja de Cristo. E um rito que foi
instituído pelo próprio Senhor Jesus e perpassou toda a Igreja até a atualidade. Ao longo dos
séculos, essa celebração também tem sido uma identidade da Igreja. Nesta lição, procuraremos
compreender o propósito bem como a forma da Ceia do Senhor de acordo com Bíblias Por isso,
faremos шпа exposição da doutrina biblica da Ceia do Senhor e também consideraremos suas
implicações históricas.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da lição:
I) Apresentar a natureza da Ceia do Senhor na Tradição Cristã
II) Mostrar o propósito da Ceia do Senhor
III) Refletir a respeito do modo de celebração da Ceia do Senhor
B) Motivação A Cela do Senhor traz uma perspectiva passada, pois nos remete ao perdão dos
pecados e à obra salvífica de Jesus Cristo: ela traz uma perspectiva presente, pois realça a
nossa comunhão com Cristo com sua igreja e, finalmente, aponta para o futuro
esperançosamente, pois somos lembrados da promessa da vinda de Cristo.
C) Sugestão de Método. Para introduzir o segundo tópico desta lição, sugerimos que você leia
atentamente a seção Motivação e o segundo subsidio com o titulo ‘A Tríplice Lembrança da
Ceia do Senhor Em seguida, antes de expor o segundo tópico, pergunte a classe a respeito do
símbolo da Ceia do Senhor, o que os alunos pensam a respeito do seu significado. Após ouvir as
respostas, exponha o tópico e aprofunde a perspectiva da tríplice lembrança da Ceia do Senhor
de acordo com a leitura que você já fez na seção “Motivação” e o “segundo auxilio.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Leve o (a) aluno(a) a refletir a respeito do valor do privilégio de participar da
celebração da Ceia do Senhor. De acordo com a natureza, os símbolos e propósito dessa grande
celebração cristã, mostre o quanto a Cela do Senhor tem um significado espiritual para a nossa
fé.

INTRODUÇÃO

Assim como a Batismo em águas, a Ceia do Senhor também é uma ordenança dada por Jesus à
sua Igreja. Ao longo da história, a Igreja tem a Ceia do Senhor como uma das celebrações mais
significativas. Nesse sentido, o cristão pode contemplar a Cela sob três perspectivas:
Primeira, um olhar para trás, quando contempla Cristo entregando-se em sacrifício vicário na
cruz, segunda, um olhar para o presente, quando vê sua real condição diante de Deus e como
foi alcançado pela graça de Deus; terceira, um olhar para o futuro, quando mantém sua
expectativa e esperança na Segunda Vinda de Cristo. Nesse sentido, a Ceia do Senhor é uma
cerimônia que deve ser celebrada com reverência, júbilo e expectativa.

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Palavra chave: Comunhão

I- A NATUREZA DA CEIA DO SENHOR NA TRADIÇÃO CRISTÄ

1- Na tradição romana. O romanismo compreende de forma literal as expressões ditas por


Jesus em referência aos elementos da Ceia do Senhor “isto é o meu corpo (Lc 22.19); “Este
cálice é […] meu sangue” (Lc 22.20). Assim, segundo esse entendimento, durante o cerimonial
os elementos da Ceia se convertem no corpo e no sangue de Cristo. Esse ensino é conhecido
como transubstanciação. Há pelo menos dois problemas com essa interpretação. O primeiro de
natureza lógica, pois quando Jesus celebrou a última Páscoa, Ele estava presente e, portanto,
não poderia estar fisicamente no pão e muito menos no cálice, já que fisicamente ele se
encontrava lá. Por outro lado, entender essas palavras de forma literal e não como metáforas,
cria problemas de natureza exegética. Jesus disse, por exemplo, que ele era a porta (Jo 10.9).
Evidentemente, Ele não se referia a uma porta literal.

2- Na tradição protestante. A tradição luterana diverge da católica quando nega que os


elementos da Ceia, o pão e o vinho, se tornem ou se convertam no corpo e no sangue de Cristo
Contudo, afirma que o corpo físico de Jesus está presente no pão da Ceia. Esse entendimento
luterano é denominado de consubstanciação. Como se ve, Lutero não conseguiu se
desvencilhar por completo da tradição católica quando dá uma versão modificada da sua
antiga crепса.

3- A posição pentecostal. A tradição pentecostal entende que o pão e o vinho não se


convertem fisicamente no corpo de Jesus nem tampouco Jesus está presente fisicamente
neles. Assim, o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus. Contudo, Jesus se faz
presente espiritualmente nos símbolos da Ceia (Mt 18.20). Essa é a posição da maioria dos
pentecostais. Também enfatizamos o aspecto memorial na celebração da Ceia do Senhor.
Nesse sentido, a Ceia do Senhor é para quem está em comunhão, e não para dar comunhão.
Esse entendimento se ajusta ao ensino do Novo Testamento sobre a Ceia do Senhor.

SINOPSE I

A Ceia do Senhor é celebrada em nossa igreja sob uma perspectiva memorial em que Jesus
está espiritualmente presente.

AUXILIO TEOLÓGICO

A ORDENANÇA DA CEIA DO SENHOR


A segunda ordenança da Igreja é a Santa Ceia ou Santa Comunhão. Assim como o batismo, esta
ordenança tem feito parte do culto cristão desde o ministério terrestre de Cristo, quando Ele
próprio instituiu o rito na refeição da Páscoa, na noite em que foi traído. A Ceia do Senhor tem
alguns paralelos em outras tradições religiosas (tais como a Páscoa judaica: outras religiões
antigas também se valiam de refeições sacramentais para se identificar com suas deidades),
mas ela vai muito além quanto ao seu significado e importância. Seguindo as instruções dadas
por Jesus, os cristãos participam da Comunhão em ‘memória’ dEle (Lc 22.19,20; 1 Co 11.24,25).
O termo traduzido por lembrança (gr. ananınésis) talvez não signifique exatamente o que o
leitor está imaginando. Hoje, lembrar-se de alguma coisa é pensar numa ocasião passada. O
modo neotestamentários de entender anamnesis é exatamente o inverso significava
transportar uma ação enterrada no passado, de tal maneira que não se percam a sua potência
e a vitalidade originais, mas sejam trazidas para a momento presente Semelhante conceito é

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refletido até mesmo no Antigo Testamento (DI 16.3; 1 Rs 17.18) (HORTON, Stanley. Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal 1. ed. Rio de Janeiro CPAD. 2023, pp. 573-74).

II- O PROPOSITO DA CEIA DO SENHOR

1- Celebrar a expiação de Cristo. Ao escrever sobre a Ceia do Senhor, o apóstolo Paulo


destacou como propósito dessa celebração “anunciar a morte do Senhor (1 Co 11.26). Nesse
caso, a Ceia do Senhor aponta para o Calvário. Ela celebra a vitória de Cristo na cruz sobre o
pecado, a morte e o Diabo (Hb 2.14,15) Por intermédio da morte de Cristo na cruz, fomos
justificados e reconciliados com Deus (2 Co 5.21). Portanto, na Ceia do Senhor celebramos a
vitória de Jesus na cruz, que também é a nossa vitória (Ap 12.11)

2- Proclamar a segunda vinda de Cristo. A Ceia do Senhor proclama a sua segunda vinda (1 Co
11.26), Logo, há um sentido escatológico na celebração da Ceia do Senhor. Quando essa
bendita esperança é perdida, a igreja se seculariza. Assim, na Ceia do Senhor, a Igreja mantém
um olhar no passado, quando contempla a vitória de Jesus na cruz, mas também mantem o
seu olhar no futuro, esperando e ansiando pur sua Segunda Vinda. Ac contemplar o retorno de
Cristo, a Igreja lembra que é peregrina nesta Terra e que a sua pátria não é aqui (Fp 3.20,21)

3- Celebrar a comunhão cristã. Uma das razões que levou o apóstolo Paulo a escrever a sua
Primeira Carta aos Coríntios estava relacionada à questão de divisões entre os irmãos daquela
igreja (1 Co 1.11) Esse era um problema recorrente entre os coríntios e estava presente
também durante a celebração da Cela do Senhor. Paulo os reprova por isso (1. Co 11.17). O
clima fraterno e de comunhão deixara de existir (At 2.42: 1 Jo 1.7). Nesse sentido, alguns não
esperavam peles outros para celebrarem a Ceia juntos (1 Co 11.22). Quando há o espirito de
divisão, litígios e intrigas entre os crentes, a celebração da Cela do Senhor perde todo o seu
sentido.

SINOPSE II

O propósito da Ceia do Senhor passa pela lembrança da expiação de Crista, nossa comunhão
com Ele e a promessa de sua segunda vinda

III- O MODO DE CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR

1- O que é participar “indignamente”? Concernente à celebração da Ceia do Senhor, Paulo


advertiu sobre o perigo de participar da Ceia indignamente. (1 Co 11.27) O termo português
“indignamente é a tradução do advérhio grega anariós. Um advérbio indica a maneira ou modo
como se faz uma coisa enquanto um adjetivo indica a seu estado. Nesse sentido, esse advérbio.
modifica o verbo comer e está relacionado ao modo ou maneira como os coríntios estavam
comendo a Ceia do Senhor de maneira desordenada, quando não esperavam um pelos outros,
de maneira indisciplinada, quando comiam mais do que de maneira irreverente quando se
embriagavam (1 Co 11. 18.21,22) os outros e de

2- Uma celebração reverente. Se em lugar de um adverbia, que indica modo ou maneira, Paulo
tivesse usado um adjetivo, que indica estado, qualidade ou natureza, então ninguém poderia
participar da Ceia, pelo fato de que ninguém é digno (1 Co 11.27) Como mostramos, não e esse
o caso. E verdade que não participamos da Ceia do Senhor porque somos dignos, mas pela
graça de Deus. Contudo, ninguém seja tentado em pensar que, pelo fato de ser um pecador
alcançado pela graça, pode participar da Ceia vivendo deliberadamente em pecado. Se a
simples maneira irreverente de celebrar a Ceia atrai o juízo divino, o que dizer então de quem
participa com pecados não confessados? Pecado não confessado atrai o juizo divino

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3- Celebração festiva. A Ceia do Senhor celebra a morte e ressurreição de Jesus e não o seu
funeral. A Ceia celebra o Cristo que morreu, mas que ressuscitou (1 Co. 15.1-4). Deve,
portanto, ser uma celebração reverente, contudo, festiva (1 Co 3.7 8) Nosso Redentor vive e,
por isso, devemos demonstrar isso na Celebração da Ceia do Senhor. Nela, portanto, deve
haver um ambiente de reverência e ao mesmo tempo, de abundante alegria.

SINOPSE II

A celebração da Ceia do Senhor deve acontecer de modo reverente e, ao mesmo tempo,


festiva

AUXÍLIO TEOLÓGICO

O TRÍPLICE SENTIDO DA LEMBRANÇA DA CEIA DO SENHOR


Na Ceia do Senhor, talvez possamos sugerir um tríplice sentido de lembrança passado,
presente e futuro. A Igreja se reúne como um só corpo à mesa do Senhor, relembrando a sua
morte. Os próprios elementos usados de modo simbólico па Comunhão representam o
derradeiro sacrifício de Cristo, no qual Ele entregou seu corpo e sangue para redimir os
pecados do mundo. Existe ainda um sentido bem presente, o convívio espiritual com Cristo à
sua mesa. A Igreja vem proclamar não um herói morto, mas um Salvador ressuscitado e
vencedor. A expressão “mesa do Senhor” sugere estar Ele presente como o verdadeiro
anfitrião, aquele que transmite o sentido de terem os crentes, nEle, segurança e paz (ver SI
23.5). Finalmente, há um sentido futuro neste relembrar, sendo que a comunhão da qual o
crente agora participa com o Senhor não é o ponto final. Neste sentido, a Ceia do Senhor tem
uma dimensão escatológica. Ao participarmos dela, antecipamos a alegria pela sua segunda
vinda e pela reunião da Igreja com Ele para toda a eternidade (Mc 14.25; 1 Co 11.26)”
(HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. Uma Perspectiva Pentecostal Led. Rio de Janeiro CPAD,
2023, p.573-77).

CONCLUSÃO

Nesta lição, sob diferentes perspectivas, vimos alguns aspectos que revelam o sentido e
propósito da Ceia do Senhor. Não é um sacramento, que de forma mágica concede graça aos
que dela participam nem tampouco uma vacina para dar comunhão a quem não tem. Na
verdade, o direito de celebrar essa importante ordenança é o resultado da graça que foi
concedida a cada crente. É necessário ter esse discernimento quando se participa desse rito
cristão. Trata, pois, de um ato que não pode ser celebrado de qualquer jeito ou maneira, nem
tampouco por quem vive deliberadamente em pecado.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- Qual é a posição da maioria dos pentecostais em relação aos elementos da Cela do


Senhor?
O pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus. Contudo, Jesus se faz presente
espiritualmente nos símbolos da Ceia (Mt 18.20). E também há o aspecto memorial da Ceia do
Senhor.
2- Para o que a Ceia do Senhor aponta?
A Ceia do Senhor aponta para o Calvário
3- Que tipo de sentido está presente na Ceia do Senhor?
A Ceia do Senhor proclama a sua segunda vinda (1 Co 11.26). Logo, há um sentido escatológico
na celebração da Ceia do Senhor.

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4- Qual foi a advertência de Paulo em relação à Cela do Senhor?
Concernente à celebração da Ceia do Senhor, Paulo advertiu sobe o perigo de participar da
Ceia indignamente (1 Co 11.27).
5- O que a Ceia do Senhor celebra?
A Ceia do Senhor celebra a morte e ressurreição de Jesus e não o seu funeral. A. Cela celebra o
Cristo que morreu, mas que ressuscitou (1 Co 15.1-4).

Lição 11: O Culto da Igreja Cristã

TEXTO ÁUREO

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem
revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1 Co 14.26)

VERDADE PRÁTICA

O culto é uma sublime forma de nos expressarmos em adoração, louvor, gratidão e total
rendição a Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 1 Co 11.27 A solenidade do acontecimento do culto


Terça – Ez 44.9 A sacralidade do acontecimento do culto
Quarta – Sl 48.1 Celebrando a grandeza de Deus
Quinta – 1 Co 14.26 O culto deve trazer edificação
Sexta – 1 Tm 4.13 As Escrituras como base do verdadeiro culto cristão
Sábado – Ef 5.18-20 Louvando a Deus de maneira sincera e de todo o coração
Hinos da Harpa Cristã: 124, 436, 533

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Efésios 5.15-21
15 – Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
16 – Remindo o tempo, porquanto os dias são maus.
17 – Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
18 – E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito,
19 – falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao
Senhor no vosso coração,
20 – dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
21 – sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
Nesta lição, temos o propósito de estudar os preceitos do culto cristão. Nos aprofundaremos
em sua natureza, observando-o como uma forma de servir, obedecer e adorar a Deus, que
requer, portanto, a reverência, ordem e santidade devidas. Através das Sagradas Escrituras,
veremos que tanto o conteúdo como a maneira de cultuar são importantes, o que é

47
evidenciado na adoração focada exclusivamente no Senhor e na edificação da Igreja. E como
marca na liturgia pentecostal, veremos a adoração fervorosa e a exposição da Palavra como
primazia.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Identificar a natureza do culto a Deus, sua forma e conteúdo;
II) Compreender o genuíno propósito do culto cristocêntrico;
III) Enfatizar a primazia das Escrituras e a importância da adoração entusiástica na liturgia
pentecostal.
B) Motivação: Com o passar dos anos de caminhada cristã, à medida que, constantemente nos
relacionamos com a fé, podemos incorrer no erro de praticar de modo automático as
disciplinas espirituais e, até mesmo, a forma de cultuar a Deus. Um antídoto poderoso contra
este mal é estudar a sua Palavra, com a postura de um genuíno discípulo, sempre disposto a se
deixar nortear, confrontar, corrigir e aperfeiçoar para a glória de Deus, a fim de que o culto
público seja apenas o transbordar de uma vida de adoração legítima e agradável a Ele.
C) Sugestão de Método: Propomos um exercício reflexivo, a fim de elucidar a importância que
o culto tem para Deus, não apenas em sua existência, mas também quanto a sua “forma” e o
seu “conteúdo”. Para tal, conduza a classe a uma reflexão, pedindo que cada um pense num
presente, uma demonstração de afeto, que gostaria de ganhar do ser amado (filhos, marido,
pais…). De maneira lúdica, a fim de exemplificar essa proposta, cite o seu caso – o que você
mesmo gostaria de ganhar do seu cônjuge, numa celebração de aniversário de casamento, por
exemplo.
Permita que alguns comentem e, logo, a seguir indague coisas do tipo: Tal presente teria o
mesmo valor se você descobrisse que ele foi roubado pela pessoa amada? Ou tal
demonstração seria bem recebida se viesse como uma ‘barganha’ para o outro conseguir um
interesse pessoal? E se fosse um presente dado por culpa, devido a uma traição, você ainda
gostaria de recebê-lo?
Conclua explicando que, se até mesmo nós, tão limitados e pecadores, temos critérios para
aceitar uma demonstração de afeto, imagine o nosso Deus Santo. Você pode pedir que um
voluntário leia 1 Samuel 15.22 e Salmos 51.17.

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Comumente, ao final de um culto, ouvimos comentários avaliando se ele foi bom
ou ruim, como se o propósito de tal reunião fosse saciar o nosso ego ou atender aos nossos
critérios. Contudo, como estudamos nesta lição, um culto precisa de fato seguir alguns
princípios, mas que não são humanos, e sim divinos. Portanto, antes, durante e depois de tal
momento solene perante o Senhor, cada um de nós avalie-se a si mesmo, a fim de que
ofereçamos a Deus um culto racional, como fruto de uma vida genuína de adoração, santidade
e serviço a Ele.

INTRODUÇÃO

Nesta lição vamos estudar o culto cristão sob diferentes aspectos, pois precisamos conhecê-lo
em sua natureza. Aqui, veremos que o culto é santo e, por isso, deve ser solene. Assim,
também, mostraremos que a glorificação de Deus e a edificação da igreja são os propósitos
sublimes do verdadeiro culto cristão. E, por último, mostraremos que todo culto também tem
um ritual. No contexto da igreja cristã, destacaremos o papel da Bíblia e da adoração
entusiástica na dinâmica pentecostal.

48
PALAVRA-CHAVE: CULTO

I – A NATUREZA DO CULTO

1- O culto como serviço a Deus. Na Bíblia, oculto é mostrado como um serviço, isto é, uma
vida entregue e consagrada a Deus (Dt 6.13). Em um primeiro plano tem a ver com a atitude
com a qual se cultua o Altíssimo e, em um segundo plano, com a forma como se cultua. O
culto, portanto, expressa uma combinação de obediência à Palavra de Deus e a forma ritual
como essa adoração acontece. O livro de Atos dos Apóstolos, por exemplo, mostra a adoração
no contexto do culto cristão (At 13.1-4). Enquanto os cristãos “serviam” Senhor, o Espírito
Santo comissionou os primeiros missionários da igreja.

2- O culto deve ser solene. Por “solene” nos referimos ao que traz respeito e é majestoso. Isso
significa que tanto o conteúdo como a maneira de se cultuar são importantes (Ec 5.1; 1 Co
11.27). Por isso, o culto não pode ser destituído de significado nem realizado de qualquer jeito
(Lv 10.1,2). Não por acaso, o apóstolo Paulo expõe princípios que regulamentaram o culto na
igreja de Corinto (1 Co 12-14). Isso deixa claro que há uma ordem a ser observada na liturgia
cristã. Para isso, temos na Bíblia o parâmetro para o bom ordenamento do culto. Por exemplo,
aos coríntios, o apóstolo destacou o seguinte: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”
(1 Co 14.40). Nesse texto temos os termos gregos euschémonós, traduzido como
“decentemente” e “decorosamente”; e taxis, traduzido como ordem. Isso nos leva a
compreender, portanto, de acordo com a Bíblia, que o culto precisa ter decoro, decência e
ordem.

3- O culto é santo. A santidade de Deus é afirmada por toda a Bíblia (Lv 11.44; Is 433; 1 Pe
1.15,16). Visto que Deus é santo (Lv 20.26), o culto também deve ser santo. Dessa forma, nada
que fosse profano deveria fazer parte do culto e da vida de quem o praticava no Antigo
Testamento (Ez 44.9; Am 5.21-27; Is 1.13). Assim, o limite entre o santo e o profano deveria ser
mantido (Ez 22.26; 44.23). Por outro lado, o Novo Testamento também põe em destaque o
viver cristão na esfera do culto, isto é, de uma vida a serviço de Deus (Rm 15.5). A igreja é o
espaço sacro onde o culto acontece (At 13.2). Assim como no Antigo Testamento, o culto
cristão também não deve ser profanado (1 Co 11.17,18). Nesse caso, tanto a conduta como o
modo de viver são levados em conta na esfera do culto (1 Co 11.22).

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

EXPRESSÕES DA ADORAÇÃO NO CULTO CRISTÃO


“Dois princípios essenciais ajudam a dirigir e orientar a adoração cristã, a adoração genuína
acontece em espírito e em verdade (veja Jo 4.23). Em outras palavras, a adoração não é apenas
uma atividade física ou mental, mas também um exercício espiritual – uma resposta apropriada
à maneira como Deus se revelou a nós, especificamente por meio do seu Filho, Jesus Cristo, (cf.
Jo 14.6).” A adoração envolve a interação sincera entre o espírito humano e o Santo Espírito de
Deus (1 Co 12.7-12).” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal,
editada pela CPAD, p.818.

SINOPSE I

Sendo o culto uma forma de serviço a Deus, sua prática requer reverência, ordem e santidade.

49
AUXÍLIO TEOLÓGICO

O CULTO DIRIGIDO PELO ESPÍRITO SANTO


Todos sabemos que o culto divino deve ser orientado pelo Espírito Santo, e consideraríamos
uma temeridade se houvesse nestes escritos a pretensão de tomar para o homem
prerrogativas que são exclusivas do Senhor. Cabe-nos, no entanto, dizer que o Espírito de Deus
usa, para todos os atos que se praticam na igreja, o homem que se coloca à sua disposição. É
maravilhoso notar que somos instrumentos do Espírito, e é do agrado do Senhor que seus
servos estejam devidamente informados sobre qualquer procedimento nas atividades que a
cada um têm sido conferidas.

A direção de um culto, cabe prioritariamente ao Espírito Santo, mas a participação humana é


indispensável. O elemento humano na direção de um culto a Deus precisa estar primeiramente
em sintonia com o Espírito Santo. Dirigir um culto requer muita responsabilidade, porque,
neste ato, se está trabalhando com matéria prima do Céu, alimento do Céu, que se distribui
com os famintos espirituais. A meta de quem dirige um culto nunca pode ser a de cumprir um
anseio humano nem de encontrar uma oportunidade para expor os frutos do eu e da vaidade,
mas, sim, fazer tudo para glorificar o nome do Senhor” (OLIVEIRA, Timóteo. Ramos. Manual de
cerimônias. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.16).

II- O PROPÓSITO DO CULTO

1- Glorificar a Deus. O culto é uma celebração que se faz a Deus. Celebramos a grandeza de
Deus e seus poderosos feitos (SI 48.1). Assim o culto é uma celebração pelo que Deus é e pelo
que Ele faz (SI 103.1-5). Nesse aspecto, o culto é sempre cristocêntrico, nunca antropocêntrico.
Cristo é a esfera ou lugar onde deve acontecer o verdadeiro culto (Jo 2.18-22; Mc 14.58). Ele é
o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5) e o Eterno Sumo-Sacerdote (Hb 2.17;
5.5,10). Se Deus não é celebrado, se Ele não é glorificado, então, o culto perdeu o seu real
sentido.

2- Quando não se cultua a Deus. De fato, há cultos que não cultuam a Deus. Paulo censurou os
coríntios afirmando que: “Quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor”
(1 Co 11.20). Era como se dissesse: “o que vocês estão celebrando não é a Ceia”. Não era um
culto o que eles estavam fazendo. Não daquela maneira. Infelizmente há muitas reuniões
envernizadas para se parecerem com um culto, mas, de fato, não são. Parecem reuniões
profanas tanto na sua forma quanto na sua essência. Não buscam glorificar a Deus.

3- Edificar a igreja. Um dos propósitos principais do culto é trazer edificação à igreja. Assim, na
esfera do culto, tudo deve buscar a edificação (1 Co 14.26). O verbo grego oikodoméo,
traduzido como “edificar”, ocorre 40 vezes no Novo Testamento enquanto substantivo
oikodomé, traduzido como “edificação”, ocorre 18 vezes. O sentido é de algo que está sendo
construído, como na parábola da casa edificada sobre a rocha (Mt 7.24,26; Lc 6.48).
Ele é usado muitas vezes no contexto do culto. O fato mais claro de que um dos propósitos do
culto é trazer edificação para a igreja está revelado no capítulo 14 de 1 Coríntios. Nesse
capítulo, o apóstolo disciplina os usos dos dons na igreja pelo fato de seu uso não estar
trazendo edificação à igreja. Assim, aquele que falava línguas na esfera do culto público deveria
interpretar para que a igreja fosse edificada (1 Co 14.5). Todos os demais dons deveriam seguir
esse critério (1 Co 14.12). Da mesma forma, os dons ministeriais (Ef 4.11) deveriam contribuir
para “edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12).

50
SINOPSE II

Embora o alvo do culto seja Deus e não o ser humano, um culto legitimamente cristocêntrico
edifica toda a igreja.

III- A LITURGIA DO CULTO

1- A exposição da Bíblia. O Movimento Pentecostal tem firmado seu compromisso com a


autoridade da Bíblia para governar toda crença, experiência e prática. Dessa forma, os
pentecostais viram a necessidade de julgar o mérito de todo ensino, manifestações espirituais
e conduta à luz da Palavra objetiva e revelada de Deus, a Bíblia. Esse fato mostra que a leitura e
a exposição da Bíblia devem ocupar o lugar de primazia na dinâmica da liturgia do culto. Nesse
aspecto, o pastor que está à frente de uma igreja, e responsável pela liturgia do culto, deve
ficar atento ao lugar que as Escrituras têm no culto. O Senhor Jesus, nosso maior exemplo, fez
da exposição das Escrituras a base de seu ministério (Lc 4.16-18). Escrevendo sobre a liturgia
do culto na igreja de Corinto, o apóstolo Paulo pôs a “doutrina”, “instrução” (gr. didaché) como
uma das necessidades da igreja (1 Co 14.26). Encontramos esse mesmo apóstolo, juntamente
com seu companheiro Barnabé, expondo e ensinando a Palavra de Deus (At 15.35). Da mesma
forma, o apóstolo ficou em Corinto durante muito tempo expondo as Escrituras (At 18.11).

2- A adoração entusiástica. A adoração aparece em primeiro lugar na liturgia sugerida pelo


apóstolo Paulo à igreja de Corinto (1 Co 14.26). A palavra “salmo” usada nesse texto traduz o
grego psalmon e é uma referência ao hinário usado pelos primeiros cristãos. É possível que o
apóstolo esteja se referindo aos Salmos de Davi. Não há dúvida de que a adoração na Igreja
Primitiva era entusiástica. Isso porque Paulo se refere a cristãos cheios do Espírito que se
reuniam para adorar (Ef 5.18-20).

3- O lugar da adoração no culto pentecostal. Um grande teólogo pentecostal, William W.


Menzies, destaca o lugar que a adoração tem entre os pentecostais. De acordo com ele, desde
o começo, os pentecostais foram conhecidos no mundo todo pelas reuniões de cultos alegres e
ruidosas. Isso era visto nas reuniões de oração nas quais todos os presentes, coletiva e
eloquentemente, derramavam o coração perante Deus em oração e louvor. Isso também
acontece no levantar das mãos como resposta a percepção de que Deus se faz presente. Faz
parte também da liturgia pentecostal louvar a Deus em alta voz e exercitar os dons espirituais
durante o culto.

SINOPSE III

O culto Pentecostal segue o modelo de liturgia neotestamentária, com expressão fervorosa de


adoração e primazia ao ensino da Palavra.

AUXÍLIO DOUTRINÁRIO

OS ELEMENTOS DO CULTO
Havia diversos elementos na adoração nos tempos do Antigo Testamento, como oração,
sacrifício, oferta, louvor e cântico. Fazia parte da liturgia judaica nas sinagogas do primeiro
século d.C. a oração antífona do Shema, ‘ouve’, a confissão de fé dos judeus, a leitura bíblica e a
exortação. Nossa liturgia é simples e pentecostal, conforme o modelo do Novo Testamento:
‘Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem
revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação’ (1 Co 14.26). Ela
consiste em oração, louvor, leitura bíblica, exposição das Escrituras Sagradas ou testemunho e
contribuição financeira, ou sejam ofertas e dízimos. Entendemos que a adoração está

51
incompleta na falta de pelo menos um desses elementos, exceto se as circunstâncias forem
desfavoráveis ou contrárias” (SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus.
Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 145).

CONCLUSÃO

Nesta lição, vimos os princípios que devem reger um culto cristão. O culto não pode ser de
qualquer forma, pois ele tem princípios e normas para seguir. Como Deus é um Deus de ordem,
então, o culto que se presta a Ele também tem de ser ordenado. Contudo, ordenado não
significa frio e sem vida. O culto deve ser um momento de celebração, alegria e dinamizado
pelo Espírito Santo.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- Como a Bíblia mostra o culto a Deus?


Na Bíblia, o culto é mostrado como um serviço, isto é, uma vida entregue e consagrada a Deus
(Dt 6.13).
2- De acordo com a Bíblia, o que o culto precisa ter?
De acordo com a Bíblia, o culto precisa ter decoro, decência e ordem.
3- Quando que o culto perde o sentido?
O culto perde o sentido quando Deus não é celebrado, se ele não é glorificado.
4- Além de glorificar a Deus, qual é o outro propósito do culto de acordo com a lição?
Um dos propósitos principais do culto é trazer edificação à igreja. Assim, na esfera do culto,
tudo deve buscar a edificação (1 Co 14.26).
5- Qual compromisso o Movimento Pentecostal tem firmado?
O Movimento Pentecostal tem firmado seu compromisso com a autoridade da Bíblia para
governar toda crença, experiência e prática.

Lição 12: O Papel da Pregação no Culto

TEXTO ÁUREO

“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com
toda a longanimidade e doutrina.” (2 Tm 4.2)

VERDADE PRÁTICA

Pregar a Palavra de Deus é a sublime missão da Igreja. É por intermédio do ministério da


Palavra que vidas são salvas, transformadas e edificadas.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Mt 4.23 A proclamação da Palavra de Deus


Terça – Mt 5.1,2 A disposição em ensinar a Palavra de Deus
Quarta – 1 Tm 4.13 Perseverando em exortar com a Palavra de Deus
Quinta – At 8.5 Pregando a Cristo em todo tempo e lugar
Sexta – At 2.40 A pregação como resposta a uma geração sem Deus

52
Sábado – At 8.35 As Escrituras como a base da pregação
Hinos Sugeridos: 499, 505, 559 da Harpa Cristã

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Timóteo 4.1-5
1 CONJURO-TE, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os
mortos, na sua vinda e no seu reino,
2 Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com
toda a longanimidade e doutrina.
3 Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos,
amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;
4 E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
5 Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faz a obra de um evangelista, cumpre o teu
ministério.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a importância da pregação da Palavra de Deus no culto cristão. Vamos
refletir a respeito do Ministério da Palavra e de seu propósito no culto. Perceberemos que a
pregação da Palavra de Deus traz edificação ao Corpo de Cristo, bem como atua na formação
de valores do povo de Deus. Nesse sentido, veremos que o Ministério da Palavra deve ser
exercido de maneira cristocêntrica e, sobretudo, fundamentado na Bíblia.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar o Ministério da Palavra e seu propósito;
II) Enfatizar a importância do Ministério da Palavra;
III) Explicitar a fundamentação do Ministério da Palavra.
B) Motivação: A pregação da Palavra de Deus é o antídoto divino para formar os cristãos,
edificar a Igreja de Cristo e influenciar os crentes a terem vidas mais piedosas. Por isso, desde
os primórdios da Igreja, o Ministério da Palavra teve primazia no culto cristão.
C) Sugestão de Método: Ao iniciar o terceiro tópico, peça aos alunos exemplos de pregações
que não seja cristocêntricas nem bíblicas. Pergunte a eles que consequências essas pregações
podem trazer para a vida da igreja. Após ouvi-los atenciosamente, exponha o tópico
enfatizando a importância de a pregação cristã está fundamentada em Cristo e, ao mesmo
tempo, ser devidamente bíblica.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A pregação da Palavra de Deus tem o propósito de edificar a Igreja de Cristo,
formar os valores do crente em Jesus e, ao mesmo tempo, estabelecer uma defesa diante de
uma cultura sem Deus.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos a importância da pregação bíblica, denominada também como


“Ministério da Palavra”. Nesse aspecto, para refletir a glória de Deus, a pregação precisa
manter o propósito para a qual foi estabelecida: revelar Deus e educar a igreja. Por isso,
podemos afirmar que o Ministério é importante, pois assim a igreja é edificada e moldada
pelos valores do Reino. Uma igreja em que a Palavra de Deus não tem primazia, tanto na ação

53
evangelística quanto na discipuladora, é uma igreja fraca. Portanto, a natureza da pregação
precisa ser bíblica e cristocêntrica. Em outras palavras, deve possuir sólidos fundamentos.

PALAVRA-CHAVE: Pregação

I- MINISTÉRIO DA PALAVRA E SEU PROPÓSITO

1- A pregação como Proclamação. O propósito mais sublime do Ministério da Palavra está no


fato de ele revelar Deus às pessoas. Frequentemente as Escrituras se referem a esse aspecto da
pregação como sendo uma “proclamação”. O verbo grego keryssô, traduzido como
“proclamar”, é usado nesse sentido em vários textos do Novo Testamento (Mt 3.1; 4.23; Lc
4.18; At 8.5; Rm 10.8). Nesse aspecto, a pregação tem o propósito de revelar Deus às pessoas
(1 Co 1.21). Esse fato por si só mostra a grandiosidade da pregação: trazer o conhecimento de
Deus.

2- O caso emblemático de Lídia (At 16.14). Enquanto Lídia ouvia a pregação feita por Paulo, o
Senhor abriu-lhe o coração. A pregação foi o instrumento que Deus usou para se revelar àquela
mulher e o resultado disso foi a sua conversão. Deus é glorificado na revelação de sua Palavra.
Esse fato é destacado por Paulo na sua Carta aos Romanos: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o
ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17). Assim, devemos nos conscientizar de que a pregação
da Palavra de Deus é mais do que uma simples exposição de ideias, mais do que um discurso
inflamado; ela é o canal pelo qual Deus se revela ao coração endurecido.

3- A pregação como instrução. As pessoas que foram alcançadas pela proclamação da Palavra
precisam crescer e amadurecer no Evangelho, ou seja, necessitam ser discipuladas, instruídas.
É significativo o fato de que o ministério de Jesus tenha o ensino como um dos fundamentos:
“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas” (Mt 4.23). No sermão do
Monte, Jesus também “ensinava” seus discípulos (Mt 5.2). Assim também o apóstolo Paulo
gastou grande parte de seu tempo ensinando os crentes (At 18.11). Paulo chegou mesmo a
exigir de alguém que tivesse pretensão ministerial que fosse “apto para ensinar” (1 Tm 3.2).
Tudo isso mostra a importância do ministério do ensino e a responsabilidade de quem o
exerce.

SINOPSE I

O Ministério da Palavra exerce um papel de proclamação e, ao mesmo tempo, de instrução.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

UMA MENSAGEM PENTECOSTAL


A igreja pentecostal conhecida como Assembleia de Deus é um movimento que começou
sobrenaturalmente, em resultado do poderoso derramamento do Espírito Santo. Desde o seu
início, Deus tem abençoado esse movimento, porque é dependente dEle; é guiado pelo Espírito
Santo, orientado pela Palavra de Deus e usado para alcançar este mundo necessitado de Jesus
Cristo. Desde 0 nosso começo temos sido abençoados com poderosos sinais e maravilhas.
Humildemente agradecemos a Deus por isso.
[…] Os primeiros cristãos foram perseguidos por causa da mensagem que anunciavam e por
aquilo que eram. Também seremos perseguidos. Eles foram mal compreendidos pela
sociedade em que viviam. Também seremos mal compreendidos. Os outros grupos religiosos
os rejeitaram, por causa da posição dogmática de que Jesus Cristo é o Senhor ressurreto e está
ativamente envolvido nos assuntos da igreja. Nós também seremos rejeitados” (CARLSON,

54
Raymond; TRASK, Thomas E. et al. O Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2023, p.99).

II- O MINISTÉRIO DA PALAVRA E SUA IMPORTÂNCIA

1- A edificação da igreja. A Palavra tem a importante função de edificar a igreja. Essa


edificação vem pelo confronto que o Espírito Santo traz pelo ministério da Palavra, que exorta e
consola. Às vezes isso pode vir em um tom de elogio (1 Co 11.2) ou em uma forte repreensão
(1 Co 11.17). O termo grego paraklésis, traduzido como “exortar” e “consolar”, significa um
“chamado para “ajudar” e “encorajar”. Ele ocorre com muita frequência no Novo Testamento,
sendo a maioria das vezes no contexto da igreja. Assim, vemos Paulo solicitando a Timóteo que
persistisse em ler, ensinar a Palavra e “exortar” (1 Tm 4.13) e Lucas destacando que a igreja
andava na “consolação do Espírito Santo” (At 9.31). Em ambos os textos se pressupõe o
ministério da Palavra como instrumento de exortação e edificação.

2- Formação de valores. A pregação é importante instrumento para formação de uma


consciência cristã. A guerra cultural travada nos últimos anos contra a fé cristã mostrou a
necessidade de a igreja firmar cada vez mais os seus valores. Isso, contudo, só pode acontecer
de forma eficaz por meio da formação de uma consciência cristã fundamentalmente bíblica.
Isso significa que a igreja precisa mostrar, de forma bem didática, sua forma de pensar, crer e
agir, ou seja, é preciso definir sua cosmovisão, isto é, sua visão de mundo. Uma visão que seja
diferente à da cultura secular. Esta, por sua vez, sempre se mostrou hostil ao povo de Deus. Do
contrário, não seremos capazes de resistir a inversão de valores por ela disseminada.

3- Resistindo diante de uma cultura sem Deus. Jesus censurou seus discípulos, chamando-os
de “geração perversa” porque os viu agindo com incredulidade (Mt 17.17)- A influência de uma
cultura sem Deus havia atingido negativamente os que andavam com Jesus. Por sua vez, no
Pentecostes, Pedro também exortou seus ouvintes a salvarem-se daquela “geração perversa”
(At 2.40). Assim também Paulo escreveu que Demas, um amigo de Ministério, havia amado
aquela presente era e o abandonou (2 Tm 4.10). Esse mesmo apóstolo exortou os crentes de
Roma a não se conformarem com aquela presente era (Rm 12.2). Nas duas últimas referências,
a palavra grega aion, traduzida como “era” ou “século”, é uma referência clara a uma cultura
sem Deus.

SINOPSE II

O Ministério da Palavra traz edificação à Igreja, forma os valores do crente e levanta uma
resistência diante de uma cultura sem Deus.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

O ESPÍRITO SANTO É A FONTE


Jesus disse: ‘O Espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos
disse são espírito e vida’ (Jo 6.63). Essa é a verdade poderosa a ser compreendida. Não é minha
responsabilidade dar vida. Como pastor, não preciso fazer com que algo aconteça em um culto.
Como crente, não preciso estar sob a pressão de ter de realizar algo para obter resultados
espirituais. A mágica não está envolvida nos sinais e maravilhas de Deus. O Espírito Santo se
move quando a Palavra de Deus é pregada, e dEle dependemos para os resultados. A igreja não
precisa de demonstrações da carne; precisa de uma demonstração do Espírito Santo. Os
crentes se desviam quando a carne se manifesta em nossas igrejas. Há algo poderoso,
dinâmico, maravilhoso e glorioso, quando as pessoas chegam à presença de Jesus Cristo.

55
O Espírito torna o ambiente vivo e o enche de poder e expectativa do que Deus está fazendo.
Quando temos o privilégio de estar em tal ambiente, o Espírito Santo é o agente acelerador. O
mesmo Espírito Santo que dirigiu os escritores da Bíblia também deseja dirigir-nos hoje, de
modo que venhamos a entender. Sem o Espírito Santo, a Bíblia é como um oceano que não
pode ser sondado, como o céu que não pode ser inspecionado, como uma mina que não pode
ser explorada e como um mistério além da compreensão. Devemos — temos de — render – -
nos à liderança do Espírito Santo’” (CARLSON, Raymond; TRASK, Tho- mas E. et al. O Pastor
Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.103).

III- O MINISTÉRIO DA PALAVRA E SUA FUNDAMENTAÇÃO

1- Deve ser cristocêntrico. A Bíblia diz que “descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a
Cristo” (At 8.5). A pregação precisa ser cristocêntrica. Cristo é o centro da Bíblia (Lc 24.27), o
centro da mensagem dos profetas: “indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito
de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo
haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir” (1 Pe 1.11). Assim, o alvo da pregação é
revelar Cristo. Apoio, por exemplo, era conhecido por sua eloquência e capacidade de mostrar
que o Cristo prometido nas Escrituras hebraicas era Jesus de Nazaré: “Porque com grande
veemência convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o
Cristo” (At 18.28). Dizendo isso, precisamos destacar que a forma e os métodos usados para a
exposição das Escrituras são importantes. Contudo, o mais importante é a revelação do seu
conteúdo, Cristo Jesus.

2- Deve ser bíblico. Vivemos em um tempo em que a pregação em muitos espaços virou um
modismo. Parece que temos “pregadores” em demasia, mas o que se passa por pregação na
maioria das vezes não o é. Na verdade são mensagens de autoajuda com um verniz de
pregação. Esse tipo de mensagem é atraente porque amacia o ego e geralmente consegue
muitos seguidores nas redes sociais para quem se vale dessa técnica. Contudo, não são
pregações de verdade porque não há nelas uma exposição de um conteúdo bíblico. A ênfase
está na performance, forma ou modo de se exibir a temática a ser abordada. O objetivo quase
sempre é financeiro (Fp 3.19; 1 Tm 6.9). A doutrina do pecado, o apelo por uma vida separada
do mundo e dedicada a Deus são esquecidos (2 Co 6.17). Essa modalidade de pregação opõe-
se ao verdadeiro Evangelho de Cristo. É uma mensagem sem cruz (Gl 6.14-16). Na verdade,
esse tipo de pregação glorifica os homens que são amantes de si mesmos (2 Tm 3.1-5).

SINOPSE III

O Ministério da Palavra deve ser fundamentalmente cristocêntrico e, ao mesmo tempo, bíblico.

CONCLUSÃO

Após a exposição desta lição, constatamos que a igreja precisa manter-se fiel ao ministério da
Palavra. Isso só pode ser feito por meio de uma pregação genuinamente bíblica que reflita os
valores do Reino de Deus. Para isso, não há atalhos. Numa cultura cada vez mais hostil à fé
cristã, a igreja necessita proclamar as verdades do Reino por meio da poderosa pregação da
Palavra de Deus.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- Em que fato o propósito mais sublime da Igreja está amparado?


O propósito mais sublime do Ministério da Palavra está no fato de ele revelar Deus às pessoas.
2- O que as pessoas, que foram alcançadas pelo Evangelho, precisam fazer?

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As pessoas que foram alcançadas pela proclamação da Palavra precisam crescer e amadurecer
no Evangelho, ou seja, necessitam ser discipuladas, instruídas.
3- Qual é a função da Palavra na igreja?
A Palavra tem a importante função de edificar a igreja. Essa edificação vem pelo confronto que
o Espírito Santo traz pelo ministério da Palavra, que exorta e consola.
4- O que a igreja precisa mostrar de forma bem didática?
O que significa que a igreja precisa mostrar, de forma bem didática, sua forma de pensar, crer e
agir, ou seja, é preciso definir sua cosmovisão, isto é, sua visão de mundo.
5- De acordo com a lição, qual é o alvo da pregação?
O alvo da pregação é revelar Cristo.

Lição 13: O Poder de Deus na Missão da Igreja

TEXTO ÁUREO

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8)

VERDADE PRÁTICA

O Espírito Santo é a força-motriz que movimenta a Igreja. Sem o poder do Espírito, a Igreja é
incapaz de cumprir a sua missão.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – At 1.4 A necessidade da experiência pentecostal


Terça – At 5.32 A especificidade da experiência pentecostal
Quarta – At 2.17 O derramamento do Espírito
Quinta – At 2.47 Uma igreja capacitada pelo Espírito
Sexta – At 13.1-3 O chamado missionário sob a direção do Espírito
Sábado – At 16.6-10 O Espírito Santo na estratégia missionária
Hinos Sugeridos: 05, 553, 654 da Harpa Cristã

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 13.1-4
1 – Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e
Simeão, chamado Niger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca,
e Saulo.
2 – E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a
Saulo para a obra a que os tenho chamado.
3 – Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.
4 – E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para
Chipre.

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PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
Por meio desta lição, refletiremos nas palavras de Jesus Cristo aos discípulos, de que
receberiam a virtude do Espírito Santo como um pré-requisito para serem suas testemunhas
até os confins da terra. A doutrina bíblica do Espírito Santo nos mostra que o revestimento do
poder do Alto é imprescindível à missão da Igreja, tanto no passado quanto no presente.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Refletir acerca da doutrina bíblica do Espírito Santo;
II) Analisar as diferentes perspectivas da capacitação do Espírito Santo a sua Igreja;
III) Pensar no Espírito Santo como o principal impulsionador da obra missionária.
B) Motivação: Compreendemos que o Espírito de Cristo está presente e atuante em sua Igreja
hoje, assim como em todo crente genuíno (Rm 8.9). Contudo, dada a urgência, magnitude da
missão, brevidade do tempo e caos no mundo, necessitamos de mais, necessitamos ser cheios
do Espírito Santo.
C) Sugestão de Método: Propomos que, ao longo da lição, você enfatize a obra regeneradora e
capacitadora do Espírito Santo na vida do crente e da Igreja. Explique que cada crente precisa
passar pela experiência salvífica. Além disso, há outra experiência indispensável ao crente que
deseja levar outras pessoas a Cristo: O Batismo no Espírito Santo. Essas duas experiências serão
atestadas em nossa sociedade, família, comunidade na qual a Igreja e cada um de nós está
inserido. Ora, tal como os discípulos, precisamos ser cheios do Espírito para cumprir a Grande
Comissão, transbordando da sua graça e salvação.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Como pentecostais, nossa doutrina bíblica é evidenciada em nossas vidas e
igrejas ao longo dos séculos, provando a contemporaneidade dos dons espirituais e a forma
como o seu revestimento resulta em salvação e avivamento espiritual.

INTRODUÇÃO

Nesta lição focaremos nossa atenção no poder do Espírito Santo na missão da Igreja de Cristo.
Aqui, mostraremos que o povo de Deus não pode prescindir do revestimento do poder
pentecostal para obter êxito na sua missão na Terra. Assim, que a ação do Espírito Santo, e a
contemporaneidade de seus dons na Igreja, não se trata de uma mera opção, mas de algo
imprescindível, a sua maior necessidade. Sem o Espírito Santo, a igreja local não anda nem
cumpre sua vocação.

PALAVRA CHAVE: REVESTIMENTO

I- A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO SEGUNDO O EVANGELISTA LUCAS

1- Um ensino revelado nos escritos de Lucas. Tanto o Evangelho quanto o Livro de Atos, ambos
escritos pelo evangelista Lucas, revelam o ministério do Espírito Santo na vida de Jesus e da
primeira igreja como uma necessidade imperiosa. Nesse sentido, o evangelista mostra que sem
a ação do Espírito no ministério de Jesus e na vida da igreja, os cristãos não estariam
qualificados para ser testemunhas do Senhor. Essa promessa estava associada ao revestimento
do poder do Espírito, conforme descrito nas palavras de Jesus como o “poder do alto” (Lc
24.49).

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2- O enchimento do Espírito como experiência necessária. O Senhor Jesus só começou o seu
ministério depois de ser cheio do Espírito Santo (Lc 3.21,22). Nosso Senhor fez a obra de Deus
e a fez no poder do Espírito Santo. Ele foi capacitado pelo Espírito Santo (Lc 4.18,19) e
dependeu dEle para exercer o ministério (Lc 5.17; Mt 12.28). Da mesma forma, a igreja só
deveria iniciar o trabalho missionário quando fosse revestida desse mesmo poder. Por isso,
podemos afirmar que, no contexto literário do evangelista Lucas, especialmente no Livro dos
Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo aparece como uma necessidade, não como opção.

3- O enchimento do Espírito como uma experiência concreta. Se por um lado Lucas apresenta
o Espírito Santo como uma necessidade na vida da Igreja, por outro, ele mostra que o
enchimento do Espírito ocorre como uma experiência concreta na vida do crente. Nesse
sentido, o Livro de Atos retrata a experiência pentecostal como um acontecimento objetivo,
não subjetivo. Ela podia ser “vista” e “ouvida” (At 5.32). Havia manifestações físicas que se
tornavam reais para quem as tinha e visíveis para quem as presenciava. Em outras palavras,
quem recebeu sabia que havia recebido (At 11.15-17). Dentre os muitos sinais, um se
sobressaía sobre os demais – o falar em línguas desconhecidas (At 2.4; 10.44-46; 19.1-6).

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

O PROPÓSITO DO PENTECOSTES
“Lucas argumenta que Deus derramou o Espírito para empoderar seu povo para evangelizar
transculturalmente; mas qual foi o resultado esperado desse evangelismo transcultural? Deus
pretendia criar uma nova comunidade na qual os crentes amariam uns aos outros e
demonstrariam para esse tempo a própria imagem da vida de seu Reino. Podemos ver esse
propósito de evangelização na estrutura do parágrafo de fechamento dessa seção introdutória
de Atos […].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a obra Entre a História e o Espírito,
editada pela CPAD, p.252.

SINOPSE I

A Doutrina bíblica do Espírito Santo assegura que o seu poder é imprescindível ao cristão e à
Igreja.

II- O ESPÍRITO SANTO CAPACITANDO AS TESTEMUNHAS

1- Capacitando as testemunhas. No Livro de Atos, é possível perceber o ensino da capacitação


do Espírito Santo sob diferentes perspectivas. Primeiramente, o Espírito capacitando líderes
para o desempenho da obra de Deus (At 433). Nesse sentido, vemos o apóstolo Pedro sendo
“cheio do Espírito Santo” quando foi confrontado pelos sacerdotes (At 4.8); o apóstolo Paulo
quando é cheio do Espírito Santo para resistir a Elimas, o mágico (At 13.9). Depois, vemos
também que não eram só os que faziam parte do colégio apostólico que eram cheios do
Espírito. Pessoas “comuns” também eram revestidas do poder do alto. Na verdade, o que se
observa em Lucas é que o revestimento do Espírito veio sobre “toda carne” (At 2.17).

2- Pessoas simples capacitadas pelo Espírito. Vemos isso claramente quando Ananias, até
então, um ilustre desconhecido, é convocado por Deus para impor as mãos naquele que seria o
maior apóstolo de todos os tempos, Paulo (At 19.10,11). Assim também Estevão e Filipe, que
haviam sido escolhidos para “servirem às mesas”, fazendo sinais e prodígios (At 6.8; 8.6). Fica
patente que Deus não tinha uma classe privilegiada para fazer a sua obra. Ele possuía
testemunhas capacitadas pelo Espírito Santo.

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3- Capacitando a igreja. No contexto literário e doutrinário de Lucas, a igreja do Novo
Testamento é vista como portadora de uma missão profética. Nela, há um ministério profético
de todos os crentes (At 2.17). Nesse sentido, conforme o contexto de Atos, o testemunho não é
apenas individual, como mostrado nesta lição, mas também de toda a igreja descrita em Atos.
Assim, essa comunidade de crentes, capacitada pelo Espírito Santo, ganhava a confiança e a
admiração das pessoas ao seu redor (At 2.47). Portanto, o crescimento das igrejas em Atos
estava associado ao testemunho dado pelos grupos de crentes capacitados pelo Espírito Santo
(At 9.31).

SINOPSE II

A capacitação do Espírito Santo é evidenciada na vida de suas testemunhas, repercutindo ao


seu redor.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

O QUE A EXPRESSÃO “SER CHEIO DO ESPÍRITO” SIGNIFICA?


A terminologia ‘cheio do Espírito Santo’ tem o mesmo significado nos escritos de Lucas e de
Paulo? Os teólogos pentecostais respondem que não, pois ser ‘cheio do Espírito Santo’ em
Lucas está relacionado ao serviço e à mordomia cristã, enquanto que ser ‘cheio do Espírito
Santo’ em Paulo está implicitamente ligado a questões de caráter e santidade. Longe de ser
uma contradição, há um verdadeiro complemento, pois como servir sem o caráter cristão?
Como manifestar os traços de Cristo e ainda permanecer inerte diante do serviço para o Reino
de Deus?” (SIQUEIRA, Gutierres Fernandes. Revestidos de Poder: Uma Introdução à Teologia
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.83).

III- O ESPÍRITO SANTO COMO FONTE GERADORA DE MISSÕES

1- O envio missionário. O capítulo 13 do livro de Atos dos apóstolos narra o envio dos
primeiros missionários da igreja em Antioquia. O que chama a atenção nessa narrativa é a
participação ativa do Espírito Santo no envio missionário. Nesse texto, Lucas menciona que
havia alguns profetas na igreja que estava em Antioquia (13.1). É bem possível que essa
observação do autor sagrado fosse para explicar como se deu a participação do Espírito Santo
no comissionamento de Paulo e Barnabé para a primeira viagem missionária. Lucas mostra
que, por intermédio dos dons do Espírito, os dois obreiros foram separados para uma grande
obra de maneira clara e audível. O foco do evangelista é que o Espírito Santo é a fonte geradora
de missões, pois Ele é quem vocaciona e envia (At 13.2).

2- A estratégia missionária. Em um mundo multicultural, a questão da estratégia missionária


deve ser levada em conta. Não somente enviar, mas quem enviar, quando enviar e como
enviar. Por exemplo, Paulo e Barnabé poderiam ter adotado a estratégia errada na obra
missionária quando intentaram pregar na Ásia e Bitínia, mas foram impedidos pelo Espírito
Santo (At 16.6,7). Foi o Espírito Santo que decidiu quem deveria ouvir o Evangelho naquela
circunstância (At 16.9). Ponderamos aqui que, muitas vezes, é possível que agências
missionárias e igrejas adotem uma estratégia errada no envio de missionários. Não basta só o
desejo de fazer missões, mas é preciso buscar a orientação do Espírito Santo a respeito de
como isso deve ser feito.

SINOPSE III

O poder do Espírito Santo impulsiona-nos no cumprimento da Grande Comissão.

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AUXÍLIO TEOLÓGICO

ESPÍRITO SANTO: IMPULSO E FORÇA MISSIONAL DA IGREJA


“[…] Os pentecostais ensinaram que o Espírito Santo não é uma peça calada e meramente
simbólica de Cristo. Ele é o Vicário, ou seja, Ele veio para substituir a pessoa de Cristo na terra e
na Igreja de maneira factual. O Espírito Santo é aquele que aviva a Igreja e capacita-a para o
serviço na comunidade e pela comunidade, bem como no mundo e pelo mundo. Ele é o
impulso e a força missional da Igreja […]
O pentecostalismo lembrou em voz alta (literalmente) que Ele está aqui e que não há
substituto à altura de Cristo se não a pessoa divina do Espírito Santo, que é também o Espírito
de Cristo. E uma igreja com uma pneumatologia forte é uma igreja com uma missão forte.
Como escreveu o alemão Reinhard Bonnke, um típico evangelista pentecostal:
O que recentemente se tem conhecido do Espírito Santo — principalmente por experiência —
ultrapassou todas as barreiras, ligou crentes de todos os nomes e diversidades por todo o
globo, e produziu uma nova paixão evangelística’” (SIQUEIRA, Gutierres Fernandes.

CONCLUSÃO

Encerramos esta lição e, consequentemente, este trimestre, mostrando que o Pentecostes faz
toda a diferença no cumprimento da vocação missionária da Igreja. Sem a ação do Espírito
Santo, a igreja local está desabilitada para cumprir sua missão. O Espírito Santo é a força-motriz
do Corpo de Cristo em sua dimensão local. Sem o Espírito Santo, a igreja não vai a lugar algum.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- O que o Evangelho de Lucas e o Livro de Atos revelam?


Revelam o ministério do Espírito Santo na vida de Jesus e da primeira igreja como uma
necessidade imperiosa.
2- O que podemos afirmar de acordo com o contexto literário de Lucas?
Podemos afirmar que, no contexto literário do evangelista Lucas, especialmente no Livro dos
Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo aparece como uma necessidade, não como opção.
3- De acordo com a lição, o que a doutrina pentecostal clássica afirma em relação às línguas?
Afirma que “o falar em línguas desconhecidas” é a evidência física inicial do batismo no Espírito
Santo.
4- De acordo com a lição, por que não havia separação entre líderes e membros na questão
da capacitação do Espírito Santo?
Porque pessoas “comuns” também eram revestidas do poder do alto. Na verdade, o que se
observa em Lucas é que o revestimento do Espírito veio sobre “toda carne” (At 2.17). Fica
patente que Deus não tinha uma classe privilegiada para fazer a sua obra. Ele possuía
testemunhas capacitadas pelo Espírito Santo.
5- O que chama atenção na narrativa de Atos 13?
O que chama a atenção nessa narrativa é a participação ativa do Espírito Santo no envio
missionário.

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