O CORPO de CRISTO - Origem, Natureza e Missão Da Igreja No Mundo
O CORPO de CRISTO - Origem, Natureza e Missão Da Igreja No Mundo
TEXTO AUREO
“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At 2.38)
VERDADE PRÁTICA
A Igreja é a família de Deus, comprada com o sangue de Cristo e selada com o Espírito Santo.
LEITURA DIÁRIA
37 – Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais
apóstolos: Que faremos, varões irmãos?
38 – E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
PLANO DE AULA
INTRODUÇÃO
O propósito deste trimestre é estudar a respeito da doutrina da Igreja segundo a sua origem,
natureza e missão neste mundo. Nesta primeira lição, abordaremos o tema da origem da
Igreja. Procuraremos responder as seguintes questões: Como o povo de Deus é formado na
Bíblia? Como a Igreja foi planejada por Deus? O que a Igreja de fato é?
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Descrever a trajetória do povo de Deus na Bíblia e na história;
II) Apresentara Igreja como criação divina;
III) Identificar a Igreja como a comunidade de salvos.
B) Motivação: Uma das imagens bíblicas mais interessantes a respeito da Igreja pode ser
contemplada a partir desta expressão: “o Corpo de Cristo”. Tal expressão revela que a Igreja
não é uma mera associação, mas uma instituição orgânica e divina que foi estabelecida pelo
próprio Deus. Você se sente conscientemente parte desse Corpo?
1
C) Sugestão de Método: O primeiro tópico desta lição apresenta o desenvolvimento do Povo de
Deus ao longo da Bíblia. No Antigo Testamento, ele aparece como a nação de Israel; no Novo,
como a Igreja de Cristo. Para enfatizar o desenvolvimento do conceito de Igreja, expanda o
conteúdo do subtópico “Na história cristã”, mostrando como esse conceito foi desenvolvido ao
longo do tempo. Para isso, consulte obras especializadas como “Deus e o Seu Povo”, editada
pela CPAD, e, a partir do conceito apresentado na lição, aprofunde o conceito de Igreja ao
longo da história com a classe. Você pode apresentar esse conceito expandido da Igreja por
meio de projeção digital ou de notas distribuídas previamente a cada aluno.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Só faz parte da Igreja, o Corpo de Cristo, quem é regenerado, justificado,
santificado pelo Senhor Jesus e selado pelo Espírito Santo. Aqui, é muito importante afirmar
que a natureza da Igreja é celestial, pois não nos congregamos a ela por mera vontade humana,
mas pela obra de Cristo na cruz mediante ao arrependimento e fé, na força do Espírito Santo.
INTRODUÇÃO
Uma rápida leitura do Novo Testamento é sufi ciente para percebermos o que a Igreja é de fato
e que importância ela tem. Para os apóstolos e os primeiros cristãos a Igreja era relevante.
Paulo, por exemplo, a denominou de “coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15); e Pedro a
chamou de “geração eleita” (1 Pe 2.9). Nesta lição, mostraremos o que a Bíblia, de fato, revela
sobre a Igreja de Deus. Veremos que a ekklesia, a Igreja de Deus, longe de ser meramente uma
associação de pessoas, é uma instituição divina.
Palavra-Chave: Igreja
2- No Novo Testamento. O termo grego ekklesia se refere à igreja cristã. Contudo, no contexto
neotestamentário, o seu sentido diferirá do que lhe é dado no Antigo Testamento, tanto na
forma como na função. Não é apenas uma raça ou nação, mas todos aqueles, de diferentes
raças e nações, que foram comprados pelo sangue de Cristo (Ef 3.6; At 20.28; Ap 5.9). Assim, o
seu sentido no Novo Testamento é majoritariamente sacro, isto é, de uma assembleia de
crentes que se juntaram para adorar a Deus (At 12.5; 13.1). Não é apenas um ajuntamento de
pessoas, mas uma assembleia de crentes regenerados que se reúnem para adorar a Deus.
Jesus, por exemplo, usou o termo ekklesia com um sentido exclusivo – o povo adquirido pelo
seu sangue (Mt 16.18). Dessa forma, o uso paulino de ekklesia, nas suas epístolas, designa
sempre a comunidade dos salvos. Assim vemos Paulo saudando a igreja (1 Co 1.2); ensinando
as igrejas (1 Co 7.17); disciplinando o uso dos dons na adoração da igreja (1 Co
14.4,5,12,19,23,28,33,34,35) e dando diretrizes à igreja (1 Co 16.1).
2
3- Na história cristã. Há quem creia que a Igreja subsiste governada pelo sucessor de Pedro e
pelos bispos em comunhão com ele. Evidentemente, a tradição protestante rejeita esse
conceito, visto que ele não reflete o contexto do Novo Testamento onde a figura do sucessor
de Pedro é totalmente estranha e desconhecida. Após a Reforma do século XVI, a tradição
protestante procurou dar um sentido bíblico e mais preciso a respeito do que uma igreja é de
fato. Em uma grande denominação protestante histórica, a Igreja é definida como “uma
congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé”. Por outro lado, de
acordo com um documento de uma grande denominação pentecostal americana, entendemos
a Igreja como “o corpo de Cristo, a habitação de Deus através do Espírito Santo, com divinas
nomeações para cumprimento de sua Grande Comissão onde cada crente, nascido do Espírito,
é parte integrante da Assembleia Universal e da Igreja dos primogênitos, que estão inscritos no
Céu” (Ef 1.22,23; 2.22; Hb 12.23).
SINOPSE I
AUXÍLIO TEOLÓGICO
O TERMO EKKLÊSIA “Jesus assevera, em Mateus 16.18: ‘Edificarei a minha igreja’. Esta é a
primeira entre mais de cem referências no Novo Testamento que empregam a palavra grega
primária para ‘igreja’: ekklêsia, composta com a preposição ek (“fora de”) e o verbo kaleõ
(“chamar”). Logo, ekklêsia denotava originalmente um grupo de cidadãos chamados e
reunidos, visando um propósito específico. O termo é conhecido desde o século V a.C., nos
escritos de Heródoto, Xenofontes, Platão e Eurípedes. Este conceito de ekklêsia prevalecia
especialmente na capital, Atenas, onde os líderes políticos eram convocados como assembleia
constituinte até quarenta vezes por ano.
1- O uso secular do termo também aparece no Novo Testamento. Em Atos 19.32,41, por
exemplo, ekklêsia refere-se à turba enfurecida de cidadãos que se reuniu em Éfeso para
protestar contra os efeitos do ministério de Paulo.
2- Na maioria das vezes, porém, o termo tem uma aplicação mais sagrada e refere-se àqueles
que Deus tem chamado para fora do pecado e para dentro da comunhão do seu Filho, Jesus
Cristo, e que se tornaram “concidadãos dos santos e da família de Deus” (Ef 2.19). Ekklesia é
sempre empregada às pessoas e também identifica as reuniões destas para adorar e servir ao
Senhor” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2023, p.536).
1- A Igreja como um ideal de Deus. Desde a eternidade, a Igreja estava no coração de Deus e
foi idealizada por Ele. Em sua essência, ela é um projeto divino: “Como também nos elegeu
nele [Cristo] antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante
dele em amor” (Ef 1.4).Na sua Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo fala de um “mistério” que
estava oculto (Ef 3.3-6). Esse mistério que fora revelado era exatamente a Igreja! Na mente de
Deus, portanto, a Igreja já existia. O amor de Deus fez com que Ele provesse um plano para
salvar o homem caído. Assim, Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (Ef 5.25).
2- A Igreja como uma realidade concreta. Como vimos, a Igreja não ficou apenas na mente de
Deus; ela passou a existir de uma forma concreta. O início da Igreja acontece na plenitude dos
tempos: “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei” (Gl 4.4). Dessa forma, Deus faz “congregar em Cristo todas as coisas, na
3
dispensação da plenitude dos tempos” (Ef 1.10). Então, surge a pergunta: “Quando a Igreja
passou a existir de fato? Quando ela se estabeleceu na sua forma concreta?” A maioria dos
teólogos defende que foi no Pentecostes. A Igreja, por exemplo, não é citada nos Evangelhos
de Marcos, Lucas e João. Mateus fala de sua existência, mas como um evento futuro (Mt
16.18).
SINOPSE II
AUXÍLIO TEOLÓGICO
A ORIGEM DA IGREJA “Várias são as razões para crermos que a Igreja teve sua origem, ou pelo
menos foi publicamente reconhecida pela primeira vez, no dia de Pentecostes. Embora na era
pré-cristã Deus certamente se associasse a uma comunidade pactual de fiéis, não há evidências
claras de que o conceito de Igreja existisse no período do Antigo Testamento. Ao citar
expressamente ekklêsia pela primeira vez (Mt 16.18), Jesus falava de algo que iniciaria no
futuro (‘edificarei’ [gr. oikodomêsõ] é um verbo no futuro simples, não uma expressão de
disposição ou determinação). Na condição de corpo de Cristo, é natural que a Igreja dependa
integralmente da obra concluída por Ele na Terra (sua morte, ressurreição e ascensão) e da
vinda do Espírito Santo (Jo 16.7; At 20.28; 1 Co 12.13). Millard J. Erickson observa que Lucas
não emprega ekklêsia no seu evangelho, mas a palavra aparece 24 vezes em Atos dos
Apóstolos. Este fato sugere que Lucas não tinha nenhum conceito da presença da Igreja antes
do período abrangido em Atos. Imediatamente após aquele grande dia em que o Espírito Santo
foi derramado sobre os crentes reunidos, a Igreja começou a propagar poderosamente o
Evangelho, conforme fora predito pelo Senhor ressurreto em Atos 1.8. A partir daquele dia, a
Igreja continuou a propagar-se e a aumentar no mundo inteiro, mediante o poder e orientação
daquele mesmo Espírito Santo” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.538,39).
2- Selados pelo Espírito Santo. Já foi dito que a Igreja tem sua origem no dia de Pentecostes.
Por meio do Espírito de Deus, somos batizados no Corpo de Cristo, a Igreja, então, passamos a
fazer parte dela. É exatamente isso o que o apóstolo Paulo diz aos Coríntios na sua Primeira
4
Carta: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer
gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (1 Co 12.13).
SINOPSE III
Como comunidade dos salvos, a Igreja é a reunião dos regenerados pelo sangue de Cristo e
selados pelo Espírito.
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos como surgiu a Igreja fundada por Jesus Cristo. Ela existiu, primeiramente, no
plano de Deus até se estabelecer no Novo Testamento após a morte, ressurreição de Cristo e a
infusão dos Cristãos no Corpo de Cristo por meio do Espírito Santo. A Igreja, portanto, não foi
idealizada por homem algum, nem tampouco está fundada sobre teses humanas. O seu
fundamento é Cristo, que é a cabeça da Igreja. Por isso, é um grande privilégio fazer parte da
Igreja, o Corpo de Cristo.
REVISANDO O CONTEÚDO
5
Lição 02: Imagens Bíblicas da Igreja
Texto áureo
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pe
2.9)
VERDADE PRÁTICA
Por meio de cada imagem que retrata a Igreja, o Espírito Santo revela-nos oh quão gloriosa ela
é.
LEITURA DIÁRIA
Efésios 5
25 – Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se
entregou por ela,
26 – para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
27 – para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, mas santa irrepreensível. e
28 – Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama
a sua mulher ama-se a si mesmo.
29 – Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como
também o Senhor a igreja;
30 porque somos membros do – seu corpo.
31 Por isso, deixará o homem – seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa
carne.
32- Grande é este mistério; digo- o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
1 Pedro 2
9 – Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10- vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10 vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis
alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.
6
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
A Bíblia apresenta diversas imagens que revelam determinado aspecto da natureza da Igreja de
Cristo. Nesta lição, abordaremos as seguintes imagens: A Noiva de Cristo; a Esposa de Cristo; o
Rebanho de Deus; Geração Eleita, Sacerdócio Real, Nação Santa e Povo Adquirido; Corpo de
Cristo; Santuário de Deus; Casa de Deus.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Elencar as imagens que descrevem 0 relacionamento com Cristo;
II) Pontuar as imagens que descrevem a função da Igreja;
III) Explicar as imagens da Igreja como habitação de Deus.
B) Motivação: Uma das imagens bíblicas mais gloriosas da Igreja é a que a apresenta como a
habitação de Deus. Nesse caso, a Igreja é reconhecida na Bíblia como o Santuário de Deus, a
Casa de Deus, ou seja, Deus a habita gloriosamente. Ter essa consciência teológica a respeito
da natureza da Igreja como habitação transformador. divina é
C) Sugestão de Método: Escreva em tiras de papel cada imagem bíblica da Igreja mencionada
na lição e seus respectivos símbolos. Antecipadamente, distribua cada tira de papel para cada
aluno. À medida que você avançar na exposição dos tópicos, solicite que cada aluno leia
respectivamente a sua tira de papel. A ideia é que você introduza o assunto de cada tópico com
a participação dos alunos. Você pode ir preenchendo uma tabela na lousa à medida que cada
aluno mencione uma imagem e seu respectivo símbolo. Ao final da exposição da lição, a classe
terá um quadro completo das imagens bíblicas da Igreja na lousa. Esse é um bom exercício para
fixar o conteúdo da lição.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Cada crente que passou pela experiência de salvação, isto é, foi regenerado,
justificado e santificado, faz parte da Igreja de Cristo. Nesse sentido, cada crente exerce uma
função sacerdotal diante de Deus e diante do mundo. Por isso, a Igreja é uma instituição em
que Deus habita. Assim, estimular os alunos para que vejam como privilégio divino participar
do Corpo de Cristo é um dos propósitos desta lição.
INTRODUÇÃO
A Igreja de Jesus Cristo é retratada por uma série de imagens por meio das páginas do Novo
Testamento. Cada uma delas revela um determinado aspecto da Igreja de Jesus Cristo. Assim,
podemos contemplar imagens ou figuras que retratam o relacionamento; que descrevem a
função ou mostram de que forma a Igreja é a habitação de Deus. Por isso, nesta lição,
estudaremos as principais imagens bíblicas a respeito da Igreja de Cristo que comunicam o
relacionamento, a função e a habitação dessa instituição criada por Deus.
1- A Noiva de Cristo. Sem dúvida alguma, a imagem da Igreja como a Noiva de Cristo é uma
das mais belas das Escrituras. Na verdade, a Bíblia usa tanto a figura da noiva como a da esposa
para representar a Igreja. Primeiramente, a Igreja é descrita como uma “virgem pura” (2 Co
11.2). Convém destacar que a palavra grega parthenos, traduzida em 2 Coríntios 11.2 como
7
“virgem pura”, é usada em relação a uma donzela que ainda não contraiu núpcias. É uma figura
da Igreja como noiva trazendo uma ideia de castidade, pureza e fidelidade.
2- A Esposa de Cristo. Paulo retrata, também de forma vívida, a imagem da Igreja como esposa
(Ef 5.25,26). Assim como é destacada a pureza da noiva, é também a da esposa. Mas devemos
ressaltar que esse relacionamento de Cristo com a Igreja é fundamentado no amor – “Cristo
amou a igreja” (Ef 5.25). Não é como em um relacionamento frio, fundamentado apenas no
dever, mas retrata um relacionamento fundamentado, sobretudo, na realidade do amor que se
entrega e se sacrifica. Cristo cuida da Igreja e zela por ela porque a ama. Essa imagem de
relacionamento amoroso entre Cristo e a sua Igreja deve ser o parâmetro relacionamento de
todos os casais cristãos.
SINOPSE I
AUXÍLIO TEOLÓGICO
1- Geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. Assim como havia um povo
de Deus debaixo do Antigo Pacto (Êx 19-5,6; Is 43.3), da mesma forma Deus possui um povo
debaixo do Novo Pacto (1 Pe 2.9).
(a) Geração eleita. A palavra grega genos, traduzida aqui como “geração” também possui o
sentido de “raça”. O Novo Testamento mostra que, em Cristo, tanto judeus quanto gentios
fazem parte de uma só geração ou raça por causa do que eles têm em comum. Não há
distinção de raça, cor, sexo ou status social. Em Cristo todos formam a geração eleita.
(b) Sacerdócio real. Em sua Primeira Carta o apóstolo Pedro descreve os crentes que formam a
Igreja de Cristo como os que exercem um sacerdócio real (1 Pe 2.9). Essa imagem vem do
8
antigo sistema sacerdotal levítico. Na Antiga Aliança, Deus escolheu uma família, a de Arão,
para oficiar como sacerdotes, da mesma forma Ele fez na Nova Aliança. Contudo, há uma
diferença fundamental entre o sacerdócio exercido debaixo da Antiga Aliança e aquele exercido
na Nova Aliança. Ali, essa função era reservada apenas para uma tribo, a de Levi. Dessa forma,
a família escolhida para essa missão foi a de Arão. Por outro lado, debaixo da Nova Aliança
todo cristão é um sacerdote. Agora todo cristão tem o privilégio de “queimar o incenso”, isto é,
de exercer um ministério de oração e intercessão diante de Deus (SI 141.2).
(c) Nação santa e um povo adquirido (1 Pe 2.9). Ambos os termos vêm adjetivados, mostrando
o que essa nação e esse povo eram, representavam e deveriam ser. Não era uma nação ou um
povo qualquer. Era uma nação santa e um povo adquirido para Deus. Essa é uma figura muito
forte para retratar uma Igreja consagrada a Cristo. inteiramente
2- Corpo de Cristo. Essa é uma das imagens mais fortes e frequentes no Novo Testamento para
retratar a Igreja. A Igreja é o Corpo de Cristo! Mais do que uma organização, a Igreja é um
organismo. Um organismo vivo! A analogia da Igreja como um corpo é muito significativa.
Primeiramente, porque retrata a harmonia e unidade que há no corpo. No corpo humano tudo
está em seu devido lugar (1 Co 12.12). Todos OS membros cooperam para o bom
funcionamento do corpo (1 Co 12.21,22,25). Logo, nenhum membro faz menos parte do corpo
que os demais: todos são necessários. A variedade de órgãos, membros e funções constitui a
essência da vida física. Nenhum órgão pode estabelecer um monopólio no corpo, assumindo as
funções dos outros. Um corpo constituído por um só órgão seria monstruosidade uma
monstruosidade.
SINOPSE II
Imagens como geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido e Corpo de Cristo
descrevem a função que a Igreja exerce diante de Deus e do mundo.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
1- Santuário de Deus. Muito embora seja comum identificar a Igreja a partir de sua estrutura
arquitetônica, não é isso que a Bíblia identifica como sendo uma Igreja. Ela é o templo do
Espírito Santo (1 Co 3.16). A Igreja é retratada como sendo um santuário, a habitação de Deus.
9
Individualmente, cada crente é um templo do Espírito Santo (1 Co 6.19). Mas na sua forma
corporativa, a Igreja é retratada como sendo o santuário de Deus (1 Co 3.16,17). Isso também
significa que Deus habita a Igreja. Ela é seu templo. Nesse aspecto, o apóstolo Paulo alerta
sobre o perigo que há em se profanar o santuário de Deus (1 Co 3.17).
2- Casa de Deus. A Igreja é descrita como sendo a “Casa de Deus” (1 Tm 3.15). Esse conceito da
Igreja, como sendo a Casa de Deus, é derivado do Antigo Testamento em que o povo de Deus é
retratado como a casa ou família de Deus. A nação de Israel floresceu a partir da família de
Jacó. Isso nos faz ver a importância da igreja como uma instituição social. Na base da sociedade
está a família. Uma igreja forte é formada por famílias igualmente fortes. O inverso também é
verdade: famílias fracas tornam-se igrejas fracas. Por trás de muitos problemas sociais está a
desestruturação familiar. A recomendação de Paulo em 1 Timóteo revela que a Igreja se orienta
por um padrão moral que deve nortear o comportamento na sociedade.
3- O privilégio de ser Igreja. À luz do que estudamos nesta lição, podemos fazer algumas
considerações. Primeira, a Igreja de Cristo é uma instituição formada por salvos que se
relacionam com Deus e, por isso, eles fazem parte de seu rebanho. Segunda, a Igreja de Cristo
é uma instituição formada de salvos que exercem uma função sacerdotal diante de Deus
perante o mundo. E, finalmente, a Igreja de Cristo é uma instituição em que Deus habita e vive.
É um privilégio fazer parte da Igreja de Cristo!
SINOPSE III
Imagens como o Santuário de Deus e Casa de Deus descrevem a Igreja como a habitação de
Deus.
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos através de imagens bíblicas o que a Igreja é e que importância ela tem.
São figuras que nos ajudam a compreender a Igreja tanto em seu aspecto institucional como
funcional. Assim, essas imagens ajudam o crente a descobrir qual o seu lugar na Igreja, o Corpo
de Cristo. Dessa forma, ele pode melhor cooperar para o perfeito funcionamento da igreja
local.
REVISANDO O CONTEÚDO
VOCABULÁRIO
10
Lição 03: A Natureza da Igreja
TEXTO ÁUREO
“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo
muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.” (1 Co 12.12)
VERDADE PRÁTICA
Conhecendo a Igreja em sua natureza, nos conscientizamos da importância de fazer parte dela.
LEITURA DIÁRIA
12 – Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo
muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
13 – Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer
gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.
14 – Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
15 – Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
16 – E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
17 – Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o
olfato?
18 – Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.
19 – E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
20 – Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo.
21 – E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés:
Não tenho necessidade de vós.
22 – Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários.
23 – E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos
que em nós são menos decorosos damos muito mais honra.
24 – Porque os que em nós são mais honestos não têm necessidade disso, mas Deus assim
formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela,
25 – para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns
dos outros.
26 – De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um
11
membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
27 – Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Prezado (a) professor(a), nesta lição, estaremos estudando a Eclesiologia, isto é, o estudo sobre
a natureza da Igreja, sua essência e dimensões. Para tanto, temos como particularidades da
Igreja a sua extensão confessional, isto é, sua base doutrinária e ortodoxa; sua extensão local e
espiritual que diz respeito à sua localização e influência na sociedade enquanto Corpo de
Cristo; e, por fim, sua extensão comunitária no que tange a sua unidade e comunhão como
estilo de vida.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Destacar a natureza bíblica da Igreja, fundamentada na doutrina dos apóstolos e conduzida
pelo Espírito Santo;
II) Apresentar os aspectos naturais visíveis e invisíveis da Igreja;
III) Elencar a unidade da Igreja como aspecto central que revela a sua identidade cristã neste
mundo.
B) Motivação: A compreensão exata do que é a Igreja está presente nas marcas ou
características que a identificam como sendo cristã. Esses aspectos estavam presentes,
sobretudo, nas relações e estilo de vida dos crentes do primeiro século. O desafio da igreja
atual é desenvolver as práticas das primeiras obras nestes últimos tempos tão trabalhosos.
C) Sugestão de Método: Sugerimos que você estimule os seus alunos a participarem da aula,
apontando os conceitos abordados na lição que, possivelmente, encontraram dificuldade para
compreender. Destaque esses conceitos ao longo da aula e, sendo possível, consulte um
Dicionário Teológico e exponha as definições aos alunos. Esse método agregará novos
conhecimentos à aula a partir das dúvidas apresentadas pela classe.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A Igreja foi instituída neste mundo com a incumbência de transmitir a mensagem
do Evangelho até os confins da Terra. Para tanto, ela deve testemunhar aos pecadores que o
Senhor Jesus, mediante a ação do Espírito Santo, continua a curar, salvar, batizar no Espírito
Santo e conduzir o homem ao Reino Celestial.
INTRODUÇÃO
O estudo sobre a natureza A da Igreja deve analisar aquilo que ela é em essência. O que define
uma igreja genuinamente cristã? Evidentemente que há muitas características que mostram o
que é uma verdadeira igreja. Contudo, para nosso propósito aqui, trataremos apenas de
algumas delas. Por isso, nesta lição, veremos que uma igreja genuinamente cristã é
confessional, ou seja, ela se fundamenta na Palavra de Deus; tem uma dimensão local e
universal, ou seja, existe tanto na forma visível como invisível; e, finalmente, a igreja
genuinamente cristã é una, isto é, não é dividida, pois sem unidade não há Igreja.
Palavra-Chave: NATUREZA
12
1- Fundamentada na Palavra. Uma igreja verdadeiramente bíblica é firmada na Palavra de
Deus. Nesse aspecto, primeiramente, temos Cristo como a Palavra Encarnada, a Palavra Viva.
No princípio era a Palavra (Jo 1.1). Jesus é a Palavra que se humanizou, isto é, Deus feito
homem. A igreja bíblica possui Jesus Cristo como seu fundamento (Ef 2.20). Uma igreja
verdadeiramente bíblica é centrada em Jesus. Em segundo lugar, uma igreja bíblica é
fundamentada nas Escrituras Sagradas, a Palavra Inspirada. Se não existe igreja verdadeira sem
Jesus, da mesma forma não há igreja verdadeira sem fundamentação bíblica (2 Tm 3.15). A
heterodoxia, o desvio doutrinário e a apostasia vêm pelo distanciamento e abandono da
Palavra de Deus.
2- Habitada pelo Espírito. A Igreja é habitada pelo Espírito, dirigida e capacitada por Ele. O
Espírito Santo é a força-motriz da Igreja. Na verdade, a obra do Espírito começa no seu trabalho
de convencimento do pecador. É o Espírito quem convence o ser humano do pecado (Jo 16.8-
11). É o Espírito Santo quem produz a obra da regeneração. Quando o evangelista Lucas diz que
o Senhor abriu o coração de Lídia (At 16.14), aí vemos uma obra poderosa do Espírito Santo
trazendo o convencimento para a salvação.
3- Quem faz parte da Igreja anda no Espírito. Quando alguém responde à mensagem da cruz,
o Espírito de Deus produz nele a certeza da salvação (Rm 8.16). Agora, regenerado, o cristão
passa a andar ou ser dirigido pelo Espírito (Rm 8.14). O fracasso na vida espiritual está no fato
de não andarmos na esfera do Espírito (Gl 5.16,17). O Espírito, portanto, habita o crente;
capacitando-o (At 1.8). Sem a capacitação do Espírito, a igreja é inoperante e perde a sua
essência.
SINOPSE I
Uma igreja bíblica é fundamentada na Palavra Inspirada por Deus, habitada pelo Espírito,
dirigida e capacitada por Ele.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
DEFINIÇÃO DE IGREJA
Jesus assevera, em Mateus 16.18: ‘Edificarei a minha igreja’. Esta é a primeira entre mais de
cem referências no Novo Testamento que empregam a palavra grega primária para ‘igreja’:
ekklesia, composta com a preposição ek (‘fora de’) e o verbo kaleõ (‘chamar’). Logo, ekklêsia
denotava originalmente um grupo de cidadãos chamados e reunidos, visando um propósito
específico. O termo é conhecido desde o século V a.C., nos escritos de Heródoto, Xenofontes,
Platão e Eurípedes. […] O uso secular do termo também aparece no Novo Testamento. […] Na
maioria das vezes, porém, o termo tem uma aplicação mais sagrada e refere-se àqueles que
Deus tem chamado para fora do pecado e para dentro da comunhão do seu Filho, Jesus Cristo,
e que se tornaram ‘concidadãos dos santos e da família de Deus’ (Ef 2.19). Ekklêsia é sempre
empregada às pessoas e também identifica as reuniões destas para adorar servir ao Senhor”
(HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
2023, p. 536).
1- Local e visível. Biblicamente, podemos falar da Igreja em relação à sua dimensão espacial,
isto é, em relação ao local ou ao espaço geográfico. Ela pode ser vista e sentida. Nesse aspecto,
a Igreja existe localmente. Assim, vemos os apóstolos escrevendo suas cartas a determinadas
igrejas, situadas em diferentes locais: “à igreja de Deus que está em Corinto” (1 Co 1.2); “aos
13
estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1 Pe 1.1). Nesses textos
vemos as Escrituras se referindo à ekklesia, à comunidade de crentes, situada em diferentes
locais.
2- As particularidades das igrejas locais. Pelo teor das cartas neotestamentárias, observamos
que essas igrejas locais possuíam suas particularidades. Os problemas encontrados em uma
não eram necessariamente os mesmos da outra (Fp 4.2,3 cf. 2 Ts 3.11,12). De igual modo, as
virtudes. Por outro lado, embora estivessem todas sob a supervisão apostólica, observamos
que eram autônomas uma em relação às outras. Assim possuíam sua dinâmica própria. Um
método que funciona em determinada igreja pode ser inadequado em outra.
3- Universal e invisível. Assim como a Igreja existe em sua dimensão local, existe também na
sua dimensão universal. Somos conscientes da existência da igreja local, pois dela fazemos
parte. Contudo, nem sempre é fácil se dar conta do aspecto universal da Igreja porque nesse
sentido, a Igreja não está limitada ao espaço geográfico ou físico. Assim a Igreja universal e
invisível é formada por todos os cristãos regenerados que estão em todos os lugares e por
aqueles que já estão também na glória (Hb 12.23), não se limitando somente à dimensão
terrena. Aqui, é importante se diferenciar “Igreja” de “denominação”. Numa cidade, por
exemplo, pode haver várias denominações; contudo, somente há uma Igreja.
SINOPSE II
A Igreja de Cristo se revela numa dimensão terrena e, igualmente, numa dimensão espiritual.
1- A igreja é una. Isso significa que a igreja é indivisível. Na analogia onde compara a Igreja ao
corpo humano, Paulo deixa bem claro que uma igreja verdadeiramente cristã é unida porque
não pode haver divisão no corpo (1 Co 12.12). Jesus disse que um reino dividido não subsistirá
(Mt 12.25). Esse princípio se aplica à Igreja também. O que o Diabo não consegue contra a
Igreja por meio da perseguição, ele consegue por intermédio da divisão. Devemos evitar, a
todo custo, o partidarismo, as preferências e os exclusivismos, se quisermos preservar a
unidade da igreja local (Ef 43).
2- Unidade na Igreja. Paulo escreveu à igreja de Filipos: “completai o meu gozo, para que
sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa” (Fp 2.2).
Esse texto mostra o anseio do apóstolo pela unidade da igreja que, como Corpo de Cristo em
sua forma coletiva, deve zelar pela unidade e, da mesma forma, cada crente deve buscar isso.
3- Diversidade na unidade. Isso reverbera o anseio de Jesus pela unidade dos seus discípulos
(Jo 17). Ali há o que os teólogos chamam de “unidade de essência”. Na Trindade, O Pai, O Filho
e O Espírito Santo são pessoas diferentes, com uma mesma essência, possuindo a mesma
substância e um só propósito. Da mesma forma, os cristãos devem buscar esse tipo de
unidade. Nesse aspecto, unidade não é uniformidade. Somos diferentes, diversos, temos
14
temperamentos distintos e maneiras diferentes para fazer as coisas; mas, mesmo assim, somos
um em Cristo Jesus para perseverar no mesmo alvo.
SINOPSE III
A igreja como Corpo de Cristo em sua forma coletiva deve zelar pela unidade e, da mesma
forma, cada crente deve buscar isso.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
A IGREJA
“A palavra ekklesia se refere a uma reunião ou congregação de pessoas que são chamadas ou
convocadas e se reúnem com um propósito. No Novo Testamento, a palavra designa
basicamente uma congregação ou comunidade do povo de Deus – as pessoas que aceitam a
mensagem de Cristo, confiam a Ele suas vidas e se reúnem como cidadãos do Reino de Deus (Ef
2.19) com o propósito de adorar e honrar a Deus. A palavra ‘igreja’ pode se referir a uma
congregação na igreja local (Mt 18.17; At 15.4) (…) ou à igreja universal.” Amplie mais o seu
conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1650.
AUXÍLIO DEVOCIONAL
“ENTENDENDO O TEXTO:
‘Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal’. Há três temas que sempre sãos
encontrados juntos em passagens do Novo Testamento. O Corpo de Cristo, os dons espirituais
e o amor. Há razões importantes por que esses três temas são inseparáveis. O nosso
relacionamento com outros cristãos é definido pela participação conjunta em um único Corpo.
O nosso serviço aos outros cristãos é definido com o uso de nossos dons e capacidades para
servi-los. Nossa postura para com outros cristãos deve ser de amor ativo e cuidado. Unidade,
serviço e amor nunca estão separados na Escritura. Sem unidade, não pode haver qualquer
experiência de amor. Sem amor, não pode haver qualquer experiência de unidade. Cada um
depende do outro. Se você amar e servir os outros, começará a experimentar a unidade do
Corpo de Cristo” (RICHARS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012, p.787).
CONCLUSÃO
Chegamos ao final de mais uma lição bíblica, a qual aborda a natureza da Igreja. Vimos que não
é possível nos referirmos a uma igreja como sendo cristã se determinadas marcas ou
características não estão presentes nela. Destacamos aqui que a igreja local deve estar
fundamentada na Palavra e habitada pelo Espírito Santo. A Igreja também existe tanto local
como universalmente. Não está limitada nem pelo tempo nem pelo espaço. Ela existe para a
eternidade!
REVISANDO O CONTEÚDO
15
Assim a Igreja universal e invisível é formada por todos os cristãos regenerados que estão em
todos os lugares e por aqueles que já estão também na glória (Hb 12.23).
5- Explique a expressão “unidade de essência” em relação à Trindade.
Na Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas diferentes, contudo, com uma mesma
essência. Possuem a mesma substância e um só propósito.
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
Como o sal fora do saleiro cumpre a sua função de salgar, assim a Igreja quando adora e
discípula, testemunha das insondáveis riquezas de Cristo.
LEITURA DIÁRIA
Marcos 16
14 – Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em
rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já
ressuscitado.
15 – E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 – Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17-E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas
línguas;
18 – pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e
imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
19 – Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de
Deus.
20 -E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles 0 Senhor e
confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!
16
Atos 2
42 – E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas
orações.
43 – Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44 – Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
45 – Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha
necessidade.
46 – E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam
juntos com alegria e singeleza de coração,
47 – louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor
ã igreja aqueles que se haviam de salvar.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Nesta lição, temos o propósito de aprofundar o estudo acerca da missão deixada por Cristo à
sua Igreja. Para tal, vamos refletir nas últimas palavras de Jesus aos seus discípulos, antes da
ascensão aos Céus; nas marcas de uma comunidade de fé legítima e solidamente edificada: a
genuína adoração, como maneira constante de viver e servir a Deus e ao próximo. O Mestre
dos mestres disse, e ensinou com o próprio exemplo, que os seus discípulos seriam conhecidos
pelo amor, manifesto em ações (Jo 13.35). Apenas dessa forma, a Igreja cumpre inteiramente o
seu papel de ser sal e luz num mundo imerso em vazio e escuridão (Mt 5.13,14).
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Refletir sobre a principal missão da Igreja de Cristo na Terra;
II) Aprofundar o entendimento sobre a adoração a Deus e a edificação mútua, como atos
contínuos;
III) Pensar a comunhão fraternal e a atuação social como marca de uma igreja cristã genuína.
B) Motivação: Através dos séculos, a história da Igreja cristã foi marcada por extraordinários
testemunhos de fé, superações e vitórias na proclamação do Reino de Deus aos perdidos.
Entretanto, no Antigo Testamento, vemos um rastro de fracassos e falhas trágicas de uma
nação que se desviava dos propósitos do Altíssimo. Assim, como Asafe, no Salmo 78, conclama
o povo escolhido a uma autoanálise, a fim de manter-se fiel ao Senhor e não mais desviar-se de
seus santos propósitos, que esta lição seja um convite do Espírito Santo a fazermos o mesmo,
enquanto Igreja de Cristo.
C) Sugestão de Método: Para esta lição em especial, propomos como método pedagógico uma
experiência para além da teoria. Portanto, sugerimos que nesta aula haja um breve, mas
impactante testemunho de alguém que tenha sido evangelizado (e quem sabe até discipulado
na igreja local), contando sobre a importância de um discípulo de Cristo ter obedecido à
“Grande Comissão”, culminando na salvação de sua vida terrena e eterna. Quem sabe, com a
autorização de sua liderança, a classe possa se unir para promover uma saída de evangelismo,
com ação social e distribuição de cestas básicas em alguma comunidade carente próxima a
igreja.
17
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Enquanto Igreja, representamos Cristo na Terra, somos peregrinos com uma
missão. Avancemos nela, dia a dia, perseverando na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no
partir do pão, e nas orações, até que 0 Evangelho do Reino seja pregado em todo o mundo, em
testemunho a todas as gentes, e então venha o fim (Cf. Mt 24.14).
INTRODUÇÃO
Nesta lição, vamos estudar a missão da Igreja de Cristo. Veremos que a Igreja é chamada para
proclamar a poderosa mensagem da cruz. Assim, ela cumpre a sua vocação de eleita quando
participa da Grande Comissão deixada pelo seu fundador, Jesus Cristo (Mt 28.19). Como
consequência dessa realidade, veremos que a igreja é uma comunidade adoradora de
comunhão e, finalmente, é uma comunidade que exerce um grande papel no presente século.
Portanto, a Igreja de Cristo exerce uma grande missão neste mundo.
I – PREGAÇÃO E INSTRUÇÃO
1- Proclamando as Boas-Novas. A Igreja foi fundada por Cristo (Mt 16.18) como uma
instituição para abençoar o mundo. Essa missão é exercida por meio da pregação do
Evangelho: “Aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação (1 Co 1.21). Após
ressuscitado, o Senhor Jesus comissionou os discípulos a pregarem o Evangelho (Mc 16.14-20).
Referindo-se a essa missão, Marcos usa o verbo grego Keryssó, traduzido como “pregar”,
“proclamar”. O sentido é de um arauto que proclama algo. Esse verbo ocorre 61 vezes no Novo
Testamento. É o termo usado para mostrar João, o batista, “pregando no deserto da Judeia”
(Mt 3.1); e Jesus Cristo quando começou a pregar (Mt 4.17).
2- O objeto da pregação. Outro termo usado com muita frequência no Novo Testamento para
se referir à Grande Comissão da Igreja é euangelizô. Esse verbo ocorre 54 vezes no Novo
Testamento e o seu sentido é o de trazer as Boas-Novas, pregar as Boas-Novas. Nesse aspecto,
o objeto das Boas-Novas não se refere a alguma coisa, mas a alguém, a uma pessoa. Nesse
sentido, os cristãos primitivos “não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5.42).
Pregar a Jesus Cristo não é pregar uma “coisa” ou uma mensagem subjetiva, mas proclamar ao
mundo caído que Ele está vivo e pronto para salvar. Pregar a mensagem da cruz é anunciar o
Evangelho do Reino de Deus revelado em Cristo (At 8.12).
18
SINOPSE I
A Igreja fundada por Cristo tem o propósito de abençoar o mundo, por meio da pregação do
Evangelho e do discipulado, em palavras e ações.
AUXILIO MISSIOLÓGICO
II – ADORAÇÃO E EDIFICAÇÃO
1- Uma comunidade adoradora. No contexto bíblico, a adoração significa dar a glória que é
devida somente a Deus. É tirar a atenção de nós mesmos para centrarmos unicamente no
Senhor (Mt 4.10). A adoração tem a ver com o nosso serviço a Deus. Não é algo que se faz
apenas no momento do culto público ou privativamente. Tem a ver com nossa maneira de ser,
agir e viver. É viver a vida para Deus! Esse é o sentido do termo grego latreia, traduzido como
“adorar”. o apóstolo Paulo roga à igreja que apresente a Deus o seu corpo em “sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1). A palavra “culto” nesse texto
traduz o termo grego latreia. O sentido é o de um serviço prestado a Deus de forma consciente
e integral. É viver totalmente para o Senhor.
19
SINOPSE II
A genuína adoração e edificação mútua é fruto de uma vida de devoção e serviço a Deus em
contínuo crescimento.
1- A fé na esfera fraternal. Um dos pilares da Igreja Primitiva estava na comunhão (At 2.42). A
palavra grega koinonia, traduzida aqui como “comunhão”, ocorre 19 vezes no Novo Testamento
e o seu sentido é literalmente de “parceria”, “participação” e “comunhão espiritual”. Se somos
cristãos e andamos na luz do Evangelho, devemos viver em comunhão (1 Jo 1.7). Onde não há
comunhão entre os crentes, também não há igreja solidamente edificada. Não há, portanto,
Igreja onde seus membros vivem isolados e não mantêm comunhão uns com os outros.
3- A fé na esfera social. A fé cristã também precisa ser expressa na esfera pública. Ela tem o
seu lado social. Se por um lado o substantivo grego koinonia significa “comunhão”, por outro
lado, o verbo grego koinoneo possui também o sentido de “ajuda contributiva e partilha”. É
usado por Paulo com esse sentido em Romanos 12.13. O sentido nesse texto é o de socorrer os
mais pobres em suas necessidades. O apóstolo Paulo elogiou os Filipenses por serem
conscientes da dimensão social do Evangelho (Fp 4.15). Não se trata apenas de matar a fome
dos pobres deixando-os vazios de Deus. É o exercício da fé cristã na sua integralidade. A igreja,
portanto, não pode exercer sua fé da maneira bíblica esquecendo dos mais carentes ou mais
pobres. Jesus ressaltou esse fato (Mt 25.35,36). Que modelo de igreja somos quando poucos
têm muito e muitos têm tão pouco? O apóstolo exorta a igreja para atentar para esse fato (Tg
2.15,16).
SINOPSE III
AUXÍLIO TEOLÓGICO
20
É verdade que o Senhor Jesus ressurreto deixou a Grande Comissão para a sua Igreja: pregar,
evangelizar e fazer discípulo. E esta comissão é ainda a obrigação da Igreja. Mas a comissão
não invalida o mandamento, como se ‘amarás o teu próximo’ tivesse sido substituído por,
pregarás o Evangelho’ Nem tampouco reinterpreta amor ao próximo em termos
exclusivamente evangelísticos” (STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1 ed. Rio de
Janeiro: CPAD. 1995- pp.60,61).
CONCLUSÃO
Vimos que a Igreja de Cristo tem uma grande missão aqui na Terra. Ela foi chamada para ser sal
e luz. Como sal ela salgará o mundo com a mensagem da cruz em uma sociedade que está
corrompida pelo engano do pecado. Como luz, ela resplandecerá nas densas trevas que
cobrem o mundo sem Deus. Ao mostrar Jesus Cristo ao mundo perdido, produzir discípulos e
transformá-los em adoradores, a Igreja cumpre com a missão para a qual foi chamada.
REVISANDO O CONTEÚDO
TEXTO ÁUREO
“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.” (At 6.3)
VERDADE PRÁTICA
A Igreja é um organismo vivo. Contudo, como toda estrutura viva, precisa ser organizada.
LEITURA DIÁRIA
21
Sábado – 1 Co 16.1 Cuidando dos santos
Hinos Sugeridos: 131, 455, 655 da Harpa Cristã
Atos 6.1-7
1 – Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos
gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.
2 – E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós
deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
3 – Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e
de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.
4 – Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
5 – E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do
Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de
Antioquia;
6 – e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
7 – E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos,
e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Nesta lição, temos o propósito de evidenciar a importância da organização eclesiástica,
diferenciando-a do institucionalismo e legalismo. Para tal, tomaremos como base de estudo o
exemplo da Igreja Primitiva que, embora possuísse uma estrutura organizacional simples e
ainda em desenvolvimento, era visível e eficaz. Tanto que, como estudaremos, vem servindo de
inspiração para diferentes formas de governo eclesiástico ao longo dos séculos de tradição
cristã. Conheceremos os principais modelos vigentes nas igrejas evangélicas do país, incluindo
o aderido pela nossa denominação.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Aprofundar o entendimento acerca da Igreja, enquanto Corpo de Cristo, como um organismo
ordenado;
II) Compreender, por meio do exemplo da Igreja Primitiva, a necessidade de organização para
uma igreja viva e saudável;
III) Aprender sobre as principais formas de governo da Igreja, segundo a tradição cristã, e a
escolha do modelo de nossa igreja.
B) Motivação: Todo organismo e organização humana necessitam de ordem que, segundo o
dicionário da língua portuguesa, é “a relação inteligível estabelecida entre uma pluralidade de
elementos; organização; estrutura”. Ou seja, embora, nenhuma liturgia ou forma de governo
humano seja perfeita, ela é necessária para o bem comum, para o desenvolvimento e boa
convivência mútua de um grupo. Como Igreja de Cristo temos a maior das vantagens: um
perfeito manual de conduta que é a Palavra de Deus, bem como o Espírito Santo, nosso fiel
Conselheiro.
C) Sugestão de Método: Como método pedagógico, propomos o uso de uma dinâmica, a fim de
exemplificar de forma prática as lições estudadas nesta aula. Previamente, imprima em
tamanho grande o trecho de 1 Coríntios 12.20-27. Prepare duas cópias, para dividir a classe em
dois grupos. Recorte cada versículo em duas ou três partes, como um quebra-cabeças, que
22
deverá ser igual para ambas as equipes. Explique que os grupos terão alguns minutos para
juntos desvendarem e montarem corretamente a passagem bíblica, o detalhe é que estarão
sem a sua referência. Por isso, precisarão se organizar para descobri-la e a colocarem na ordem
correta, dentro do tempo estabelecido. Enquanto mediador, vá anotando alguns
comportamentos dos integrantes, ligados ao tema da aula: a importância da organização; de
uma liderança; da submissão necessária; da boa comunicação; de cada um desempenhar sua
função; e o que mais julgar que enfatize a forma como um grupo de pessoas necessita de
alguns critérios organizacionais para o seu progresso, tanto individual quanto coletivo, em prol
de uma missão em comum.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Muitos cristãos não compreendem a importância do zelo quanto à doutrina e
liturgia eclesiásticas, confundindo-as com institucionalismo ou legalismo. De fato, precisamos
ter vigilância para não incorrer nesses erros. Contudo, não é a organização em si que nos incita
a eles. Na Criação, o Espírito de Deus pôs ordem no caos (Gn 1.2). Assim como, desde o Antigo
Testamento, o Senhor já ensinava o seu povo, de maneira detalhada, a organização e ritos
necessários na devida adoração e santificação, em prol de uma íntima comunhão com Ele e uns
com os outros. Embora ainda em desenvolvimento, podemos observar no Novo Testamento, a
importância da organização na Igreja Primitiva para uma expressão de fé e convivência
harmônica, sadia e frutífera.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, vamos conhecer a Igreja como um organismo é uma organização. Veremos que não
existe função sem forma nem organismo sem organização. Isso nos ajudará a evitar os
extremos: uma igreja sem nenhum tipo de liderança visível; ou uma igreja estruturada em um
institucionalismo ‘ rígido que acaba por sacrificá-la. Conheceremos também os três principais
sistemas de governos adotados na tradição cristã ao longo dos anos e em qual, ou quais, deles
a nossa igreja se enquadra. Sublinhamos que nenhum desses modelos de governo eclesiástico
é mal em si mesmo. Porém, como tudo o que é humano, estão sujeitos a acertos e erros.
Portanto, o padrão exposto no Novo Testamento deve ser buscado como parâmetro.
2- A Igreja como organização. A forma de organização da Igreja Primitiva era simples, todavia,
existia. Por exemplo, a igreja seguia a liderança centralizada dos apóstolos (At 16.4). Dessa
forma, os apóstolos doutrinavam a igreja (At 2.42); cuidavam da parte administrativa (At 4.37);
instituíam lideranças locais (At 6.6; At 14.23); reuniam-se em Concilio (At 15.1-6). Por outro
lado, precisamos diferenciar uma igreja organizada de uma igreja institucionalizada.
A organização é saudável, o institucionalismo, não. A organização permite à igreja, como
23
estrutura social, se movimentar; o institucionalismo a enrijece e a neutraliza. Uma igreja
organizada se mantém viva; uma igreja institucionalizada caminha para a morte.
3- Organismo e organização. Vimos que a Igreja como o Corpo de Cristo é um organismo vivo e
uma organização. Ela existe como organismo e como organização. Nesse aspecto, podemos
dizer que não há organismo sem organização. Todo organismo precisa de organização, mesmo
as estruturas mais simples. Alguns acreditam que a Igreja existe somente na forma de
organismo e rejeitam toda forma de organização para ela. Então, por exemplo, para essas
pessoas, não deve haver liderança ou estrutura alguma. Entretanto, de acordo com a Bíblia,
encontramos a Igreja como forma de organismo e de Organização.
SINOPSE I
Assim como o corpo humano funciona ordenadamente pela harmonia de seus membros, da
mesma forma é o Corpo de Cristo.
1- No seu aspecto local. No contexto do Novo Testamento, a Igreja existe localmente como
comunidade organizada. Dessa forma, havia a igreja que estava em Roma, Corinto, Éfeso etc.
Como um organismo vivo, a igreja do Novo Testamento era organizada. Por exemplo, ela se
reunia (At 2.42) e orava (At 2.42; 12.12). Contudo, enxergava as demandas sociais que
precisavam ser atendidas (At 4.35): instituiu o diaconato (At 6.2-6); elegeu lideranças (At
14.23); enviou seus primeiros missionários (At 13.1-4). Todos esses fatos mostram um
organismo vivo agindo de forma organizada.
2- No seu aspecto litúrgico e ritual. Toda igreja organizada possui sua liturgia e rituais. A
organização, portanto, é necessária para uma igreja viva. Uma igreja organizada, por exemplo,
mantém a decência e a ordem no culto (1 Co 14.40). Estabelece costumes que devem ser
observados (1 Co 11.16). Da mesma forma, em relação ao aspecto ritual. Nesse sentido, vemos
a Igreja Primitiva batizando os primeiros crentes em águas (At 8.38,39) e realizando a Ceia do
Senhor (1 Co 11.23).
SINOPSE II
AUXÍLIO TEOLÓGICO
24
quanto possível” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.550).
1- Episcopal. Essa palavra traduz o grego “episkopos” e aparece algumas vezes no Novo
Testamento (At 20.28; 1 Tm 3.2; Tt 1.7). No contexto atual, o episcopalismo defende que Cristo
confiou o governo da igreja a uma categoria de oficiais denominados de “bispos” ou
“supervisores”. Com o tempo, esse sistema passou a defender a primazia de um bispo sobre o
outro e terminou culminando no papado romano. Esse modelo é seguido pelo Catolicismo, por
algumas denominações protestantes e pentecostais.
Assim, no atual modelo de governo, em sua grande maioria, embora mantenham certa
autonomia administrativa em relação às convenções Geral e Estadual, a quem são filiadas, as
igrejas possuem um modelo de liderança regional e local centralizado. Por exemplo, a
autoridade de estabelecer lideranças pastorais nas igrejas locais pertence às Convenções
Estaduais. Em alguns casos, essa função cabe a uma igreja-sede que preside sobre um conjunto
de congregações locais a ela filiadas.
SINOPSE III
AUXÍLIO HISTÓRICO
25
aceitam o episcopado formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo
mencionado no Novo Testamento. Admitem, entretanto, o cargo separado de presbítero. O
presbítero (anteriormente chamado ‘ancião’) é o auxiliar do pastor. Porém, em algumas
regiões, em campo de evangelização das Assembleias de Deus, de certo modo, é lhe dado
cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste, ele desempenha todas as funções
pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza. Entre esses, há os que possuem dignidade, capacidade
e verdadeiro dom de pastor.
[…] Porém, na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a questão sobre
se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores. Os convencionais
compreenderam, citando textos como 1 Pedro 5.1, Atos 20.28 e 1 Timóteo 5.17, que, em
alguns casos, parece haver uma diferença entre anciãos e anciãos com chamada ao ministério,
e estabeleceram, assim, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus:
diáconos, presbíteros e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).
[…] Nas Assembleias de Deus, embora o trabalho do presbítero tenha a sua definição, passou a
ser também visto como o penúltimo cargo a ser exercido pelo obreiro, na sucessão das
ordenações, antes de ser consagrado a evangelista ou pastor” (ARAÚJO, Isael. Dicionário do
Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.715-16).
CONCLUSÃO
Nesta lição, fizemos uma análise da Igreja como organismo e organização. O que ficou claro é
que as Escrituras destacam a Igreja como um organismo vivo e organizado. Nesse aspecto,
juntamente com os presbíteros e diáconos, o colégio apostólico dava corpo e forma ao
ministério local da igreja neotestamentária. Embora essa igreja possuísse uma estrutura
organizacional muito simples, contudo, ela existia. Por outro lado, embora não haja nenhuma
norma específica de como deve ser o governo da igreja no Novo Testamento, ao longo dos
anos os cristãos têm procurado se inspirar no texto bíblico para regulamentar seus ministros e
ministérios.
REVISANDO O CONTEÚDO
26
interferência que venha de fora.
TEXTO ÁUREO
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e
outros para pastores e doutores.” (Ef 4.11)
VERDADE PRÁTICA
Os dons ministeriais foram dados com o objetivo de edificar a Igreja e promover a maturidade
de seus membros.
LEITURA DIÁRIA
Efésios 4.11-16
11 – E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e
outros para pastores e doutores,
12 – querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do
corpo de Cristo,
13 – até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14 – para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de
doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.
15 – Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
16 – do qual todo o corpo, bem-ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo
ajusta operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Prezado (o) professor(a), nesta lição, veremos a natureza do ministério sacerdotal praticado
entre os hebreus na Antiga Aliança, bem como do exercício ministerial na Nova Aliança. De
27
modo geral, todo crente é chamado a exercer o sacerdócio universal conforme o propósito
divino predeterminado para sua Igreja. Em contrapartida, quanto aos ofícios ministeriais, o
Senhor escolheu pessoas específicas para edificar a igreja por meio dos dons ministeriais,
visando o aperfeiçoamento dos santos.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar a doutrina bíblica do ministério sacerdotal observada na Antiga Aliança e
praticada pelos crentes na Nova Aliança;
II) Elencar os cargos ministeriais instituídos na Igreja Primitiva;
III) Explicar as qualificações de natureza moral e social exigidas para o exercício ministerial.
B) Motivação: O crente foi chamado por Deus para exercer o sacerdócio real e, como nação
santa, anunciar as virtudes do Reino Celestial. Como sacerdote da Nova Aliança, o crente
oferece a Deus sacrifícios agradáveis, isto é, a própria vida em serviço santo e o louvor como
fruto dos lábios. Além disso, o crente intercede pelos salvos e proclama a salvação aos que
precisam ser alcançados.
C) Sugestão de Método: Nesta lição, a classe estudará a natureza dos dons ministeriais e suas
respectivas características. Para verificar o nível de conhecimento dos seus alunos acerca dos
dons ministeriais, solicite que a classe registre em uma folha de papel à parte quais são as
qualificações exigidas para o exercício ministerial, conforme estão registradas nas Cartas
Pastorais de Timóteo, 2 Timóteo e Tito.
3 – CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A multiforme sabedoria de Deus encarregou a cada crente com qualificações
específicas para o exercício de dons ministeriais e espirituais específicos. Cabe ao crente buscar
o discernimento para identificar a natureza do seu chamado espiritual.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos o ministério em suas diferentes funções e ofícios, bem como as
qualificações que, biblicamente, são exigidas para o seu exercício. Primeiramente,
mostraremos que, de modo bíblico, todo cristão exerce um ministério sacerdotal que o habilita
a ministrar diante de Deus. Nesse sentido, não há diferença entre o membro e a liderança.
Todos são sacerdotes de Deus. Por outro lado, as Escrituras mostram claramente que Deus
escolheu determinadas pessoas para funções e ofícios específicos. Esses ministros chamados
por Deus têm a função de servir à Igreja de Cristo e trabalhar no aperfeiçoamento dos santos.
Palavra-Chave: Ministério
28
2- Uma doutrina bíblica confirmada no Novo Testamento. O Novo Testamento apresenta o
sacerdócio da Antiga Aliança como um tipo de Cristo (Hb 8.1) que operou o derradeiro
sacrifício pelos pecados do povo. Assim, não mais uma família, tribo ou nação é detentora do
sistema sacerdotal. Agora, é a Igreja que constitui o sacerdócio universal de todos os crentes (1
Pe 2.5; Ap 5.10; cf. Jr 31.34). Logo, se debaixo da Antiga Aliança o sacerdote era um ministro do
culto, agora, sob a Nova Aliança, como sacerdotes, oferecemos o próprio corpo em sacrifício
vivo (Rm 12.1,2); ministramos o louvor como fruto de nossos lábios (Hb 13.15); intercedemos
pelos outros (1 Tm 2.1; Hb 10.19,20); proclamamos as virtudes daquele que nos chamou das
trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9); e mantemos comunhão direta com Deus (2 Co
13.13).
SINOPSE I
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
AUXÍLIO DEVOCIONAL
Nos tempos antigos, a pedra de esquina era a âncora do alicerce de um edifício. Os textos de
Salmos 118.22 e Isaías 28.16, que se referem a pedras de esquina, foram interpretados, por
rabinos de Israel, como tendo implicações messiânicas e são aplicados a Jesus nos Evangelhos
(Mt 24.42; Mc 12.10; Lc 20.17), por Paulo (Rm 9.33; Ef 2.20) e por Pedro. Jesus Cristo é 0
29
alicerce da nossa fé, como também da igreja; nEle, os crentes são pedras vivas (1 Pe 2.4-7). É
simplesmente apropriados, então, que sirvamos como sacerdotes e ‘anunciemos as virtudes’
daquele que nos chamou das trevas para a luz” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.965).
1- O ministério quíntuplo. O texto de Efésios 4.11 diz que Deus pôs na Igreja apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e mestres. Essa relação é descrita comumente como
“ministério quíntuplo” da Igreja.
a) Apóstolo. Alguém enviado em uma missão (Mt 10.2; Lc 22.14; At 13.2). Alguns requisitos
podem ser destacados para alguém ser um apóstolo: Ter estado com 0 Senhor Jesus (At
1.21,22); ter sido uma testemunha da ressurreição de Jesus (At 1.22); ter visto o Senhor (At
9.1-5); ter operado sinais e maravilhas (2 Co 12.1-5). Assim, no Novo Testamento, o apostolado
pode ser visto mais como uma função do que um ofício.
b) Profeta. O profeta era alguém inspirado e autorizado para falar em nome de Deus. Nesse
aspecto, ele era um porta-voz de Deus. No Novo Testamento, o profeta exortava e consolava
(At 15.32) e trazia revelação do futuro (At 11.27-29). Contudo, a Escritura distingue o ministério
de profeta do dom da profecia. Assim, somente alguns eram chamados para ser profetas (Ef
4.11) enquanto todos poderiam exercer o dom da profecia (1 Co 14.5,31).
c) Evangelista. É alguém cujo ministério é centrado na salvação de almas (At 8.5; 21.8).
d) Pastores e mestres. O pastor possui a função de apascentar (Jo 21.16) enquanto o mestre, a
de ensinar (Rm 12.7).
SINOPSE II
30
ser soberbo, isto é, arrogante e orgulhoso (Tt 1.7), uma pessoa de difícil convívio social, alguém
que, devido a sua soberba, mantém-se obstinado em sua própria opinião, age com teimosia e
arrogância; o aspirante também não pode ser irascível (Tt 1.7), truculento, violento, aquele que
possui um temperamento mais colérico, uma pessoa que não pensa duas vezes antes de agir
de forma descontrolada contra outro, desqualificando-o para ser ministro do Senhor.
3- Qualificados para o ministério. De acordo com as cartas pastorais, podemos afirmar que há
qualificações claras para o exercício do ministério da Igreja de Cristo. Nesse sentido, os
ministros do Corpo de Cristo têm como requisitos inegociáveis para o exercício do ministério as
qualificações morais e sociais conforme estudados aqui.
SINOPSE III
AUXÍLIO TEOLÓGICO
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos o ministério sob diferentes aspectos. Vimos que a doutrina do sacerdócio
universal dos crentes é inteiramente bíblica. Todo crente tem o privilégio de apresentar a si
mesmo e a outros diante de Deus, sem a necessidade de mediadores terrenos. Vimos também
que Deus pôs na Igreja alguns para o exercício de determinadas funções específicas. Esses
ministérios devem ser vistos como dons de Deus à Igreja.
REVISANDO O CONTEÚDO
31
Co 14.5,31).
5- Quais as naturezas da qualificação ministerial?
São duas: qualificação de natureza moral e qualificação de natureza social.
TEXTO ÁUREO
E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não
desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido. (Hb 12.5)
VERDADE PRÁTICA
A disciplina cristã é uma doutrina bíblica necessária, pois permite ao crente refletir o caráter de
Cristo.
LEITURA DIÁRIA
Hebreus 12.5-13
5 – E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não
desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido;
6 – porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.
7 – Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem opai não
corrija?
8 – Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e
não filhos.
9 – Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os
reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?
10 – Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes
parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.
11 – E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas,
depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.
12 – Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados,
13 – e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie
inteiramente; antes, seja sarado.
32
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Caro professor, prezada professora, esta lição tem como finalidade apresentar a prática da
disciplina na igreja. Haja vista o nosso Deus ser santo, convém que os seus servos o sirvam em
santidade. Por essa razão, a disciplina é uma prática indispensável para a igreja, pois tem o
propósito de corrigir maus comportamentos, afugentar o pecado e preservar o bom
testemunho cristão.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Mostrar a necessidade de disciplina na igreja;
II) Destacar que a disciplina tem como propósito preservar a honra cristã e repelir a prática do
pecado;
III) Apresentar as diferentes formas de disciplina elencadas na Bíblia.
B) Motivação: A disciplina sempre existiu entre o povo de Deus. Desde os tempos em que os
hebreus saíram da escravidão no Egito até os dias atuais, a disciplina tem sido o método
instituído pelo Senhor como forma de preservar a santidade e a comunhão com o seu povo.
Esse processo pode ser compreendido pela forma como Deus usou a Lei, os profetas e, por fim,
seu próprio Filho anunciando a mensagem do Reino.
C) Sugestão de Método: Nesta lição, a compreensão do processo de disciplina é fundamental
para que os crentes possam manter-se compromissados com o Evangelho. Analise com seus
alunos os métodos de disciplina instruídos na Bíblia, especificamente, nas Cartas Pastorais. Em
seguida, relacione se tais métodos têm sido adotados com frequência atualmente e converse
com seus alunos sobre o que pode ser feito para estimular a prática da disciplina na igreja.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A prática da disciplina, embora pareça indigesta para alguns crentes, não deve ser
entendida como uma punição que tem a pretensão de humilhar o pecador. Antes, a disciplina é
a prova mais clara de que o Senhor repreende e corrige a todos que Ele ama. Nesse sentido, o
crente deve aceitar a disciplina como indispensável para melhorar o seu comportamento e
testemunho cristãos.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre a prática da disciplina na igreja. Embora seja muito necessária,
a disciplina como prática da Igreja Cristã vem sendo esquecida e negligenciada por muitos. Ora,
uma igreja que não corrige seus membros perdeu a sua identidade, não passando de um mero
grupo social. O resultado disso são igrejas fracas, anêmicas e sem testemunho cristão. Por isso,
o nosso assunto da disciplina cristã como um processo formativo do caráter cristão nas
modalidades corretiva e formativa.
1- Deus é santo. Santidade é um dos atributos de Deus e, por isso, é uma das causas que
justificam a necessidade da disciplina na igreja: “Eu sou santo” (Lv 11.45). Deus é santo e como
tal deve ser reconhecido. Jesus mostrou na oração do Pai Nosso a necessidade de
reconhecermos a santidade de Deus: “santificado seja o teu nome” (Mt 6.9). Quando Deus se
faz presente, a nossa pecaminosidade se evidencia: “E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-se
aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador” (Lc
33
5.8). Assim, quando o comportamento pecaminoso na vida do crente não é corrigido, a
santidade de Deus deixa de ser reconhecida.
2- A Igreja é santa. Deus é santo e a igreja também deve ser: “Sede santos porque eu sou
santo” (1 Pe 1.16). Ao formar seu povo, tanto na Antiga como na Nova Aliança, o desejo do
Senhor é que ele fosse um povo separado. Na verdade, a palavra grega hagios, traduzida como
“santo”, possui o sentido de “separado” ou “consagrado”.
3- Quando a igreja não disciplina. Se a igreja, como Corpo de Cristo deve ser santa (1 Co 3.16),
da mesma forma o cristão, como membro desse Corpo, o deve ser também (1 Co 6.19). A
santidade faz parte da identidade do cristão (Ef 1.1). Logo, a falta de disciplina acaba
embotando essa identidade. Surge, então, a imagem do crente “mundano” ou “carnal”. Na
verdade, esses adjetivos revelam de fato um crente indisciplinado. Alguém que não tratou, ou
não foi tratado, aquilo que acabou se tornando um hábito pecaminoso. Nesse sentido, a falta
de disciplina acaba destruindo o limite entre o sagrado e o profano. Portanto, uma igreja que
não disciplina seus membros torna-se mundana (Ap 3.19).
SINOPSE I
Santidade é um dos atributos de Deus e, por isso, é uma das causas que justificam a
necessidade da disciplina na igreja.
1- Manter a honra de Cristo. Quando o pecado não é tratado na vida do crente, Cristo é
desonrado: “O nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós” (Rm 2.24). Se
não corrigido, o comportamento pecaminoso compromete o testemunho cristão. No caso da
igreja de Corinto, onde um dos seus membros adotou um comportamento flagrantemente
pecaminoso sem, contudo, ter uma resposta enérgica da igreja, condenando essa prática, levou
o apóstolo Paulo a censurá-la (1 Co 5.2). Não é possível alguém adotar um comportamento
pecaminoso sem que com isso incorra em julgamento divino (1 Co 11.27-34; Ap 2.14,15).
SINOPSE II
O propósito da disciplina cristã está no fato de que ela mantém a honra de Cristo na conduta
do crente e põe um freio no comportamento pecaminoso.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
34
CORREÇÃO – Esta palavra é usada para regenerar, emendar, restaurar, disciplinar. A correção é
uma função e uma responsabilidade do pai para com os seus filhos (Pv 23.13; 29.17; Jr 2.30; Hb
12.9) é de Deus para com o seu povo (Jó 5.17; Pv 3-12; Hb 12.7, 9). Tanto os termos em
hebraico como em grego sugerem um significado duplo; instruir, guiar, argumentar; e, também,
punir, castigar, reprovar. A correção é visível em todo o processo de criação dos filhos, como
sugere o termo grego mais comum paideuo, ‘educar um filho’, envolvendo tanto a orientação
positiva, como a disciplina negativa, no caso de má conduta. A expressão que mostra que a
Palavra de Deus é útil para a correção (2 Tm 3.16), ressalta o seu valor na melhoria de vida e do
caráter do crente. O termo grego aqui significa ‘restauração a um estado de retidão”‘
(PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.466).
2- A disciplina como forma de restauração. A palavra grega katartizo, traduzida aqui como
“encaminhai o tal” significa na verdade “restaurar”. É usada em Mateus 4.21 para se referir aos
“reparos” (remendos) das redes de pescas. O sentido, portanto, é fazer com que a pessoa
atingida pelo pecado seja restaurada ao seu anterior estado de bem-estar com Deus, da
mesma forma que uma rede de pesca volta à sua utilidade após ser consertada. Nesse aspecto,
dizemos que a disciplina cumpre o importante papel de restaurar o ferido, conforme a
instrução do apóstolo Paulo à igreja de Corinto para que restaurasse o faltoso à comunhão (2
Co 2.5-8).
3- A disciplina como modo de exclusão. Esse tipo de disciplina é também conhecido como
“cirúrgica”. Isto porque o membro é cortado do Corpo de Cristo: “Tirai, pois, dentre vós a esse
iníquo” (1 Co 5.13). Nesse caso, há um desligamento e não apenas um afastamento da
comunhão: “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o
que desligardes na terra será desligado no céu” (Mt 18.18). Assim, o indivíduo perde a
condição de membro pelo desligamento, já que o Senhor disse que ele passa a ser considerado
“gentio” e “publicano” (Mt 18.17). Esse desligamento corta o vínculo da comunhão entre o
membro e a igreja. Não há, portanto, mais vínculo entre o crente excluído por esse processo
disciplinar e a igreja da qual fazia parte.
SINOPSE III
A disciplina faz com que a pessoa atingida pelo pecado seja restaurada ao seu anterior estado
de bem-estar com Deus.
35
AUXÍLIO TEOLÓGICO
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos o valor da disciplina cristã sob diferentes aspectos. A disciplina se mostra
necessária quando sabemos que Deus é santo e exige que seu povo seja santo. Por outro lado,
a disciplina também cumpre os propósitos de Deus quando ela conduz o cristão a se conformar
com o caráter de Cristo. Uma igreja indisciplinada, portanto, perdeu o bom cheiro de Cristo (2
Co 2.14).
REVISANDO O CONTEÚDO
1- Qual é uma das causas que justificam a necessidade da disciplina na igreja? Santidade é
um dos atributos de Deus e, por isso, é uma das causas que justificam a necessidade da
disciplina na igreja.
2- O que acontece quando o pecado não é tratado na vida do crente? Quando o pecado não é
tratado na vida do crente, Cristo é desonrado.
3- Por que o apóstolo Paulo censura os crentes em 1 Coríntios 5? Um dos seus membros
adotou um comportamento flagrantemente pecaminoso sem, contudo, ter uma resposta
enérgica da igreja. A condenação dessa prática, levou o apóstolo Paulo a censurá-la (1 Co 5.2).
4- Cite três formas de disciplina bíblica de acordo com a lição. As formas de disciplina são: a
disciplina como modo de correção; a disciplina como forma de restauração; e a disciplina como
modo de exclusão.
5- Com o que a correção contribui? A correção contribui para o crescimento e formação do
caráter cristão.
VOCABULÁRIO
36
Lição 09: O Batismo – A Primeira Ordenança da
TEXTO AUREO
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo.” (Mt 28.19)
VERDADE PRÁTICA
O batismo é uma ordenança de Jesus Cristo e, por isso, deve ser uma prática obedecida pela
igreja.
LEITURA DIÁRIA
Romanos 6.1-11
1 – Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?
2 – De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3 – Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua
morte?
4 – De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim
andemos nós também em novidade de vida.
5 – Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o
seremos na da sua ressureição;
6 – sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do
pecado seja desfeito, afim de que não sirvamos mais ao
pecado.
7 – Porque aquele que está morto está justificado do pecado.
8 – Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
9 – sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá
domínio sobre ele.
10 – Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive
para Deus.
11 – Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em
Cristo Jesus, nosso Senhor.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
O Batismo em águas é uma importante prática da Igreja de Cristo. É um rito valorizado pelo
37
nosso Senhor Jesus e praticado por toda a Igreja Primitiva. Ao longo dos séculos, esse rito tem
sido uma identidade da Igreja de Cristo. Infelizmente, também ao longo dos anos, temos visto
desvios tanto no seu propósito quanto em sua forma. Por isso, esta lição trará uma exposição
da doutrina bíblica do Batismo em águas e, também, lições da história com o objetivo de
instruir-nos.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Pontuar os pressupostos bíblico-doutrinários do Batismo;
II) Explicar o símbolo e o propósito do Batismo;
III) Esclarecer a fórmula e o método do Batismo.
B) Motivação: o Batismo é a declaração pública da alma que abraçou a verdade do Evangelho.
Por isso, o seu símbolo mais eloquente é o da alma que foi sepultada para o mundo e seus
valores e ressuscitou para Deus a fim de andar em novidade de vida.
C) Sugestão de Método: Na exposição do primeiro tópico, há uma palavra que, talvez, algum
aluno nunca tenha ouvido falar: sacramento. Por isso, aproveite a oportunidade para explicá-la
e reforçar a diferença entre sacramento e ordenança. Explique que a palavra “sacramento” traz
uma ideia de um ritual ou sinal que tem como resultado uma graça de Deus sendo transmitida
ao indivíduo. Já a palavra ordenança traz a ideia de uma prática ou cerimônia prescrita
no Novo Testamento dentro de uma perspectiva memorial. Por exemplo, a Ceia do Senhor é
um memorial do sacrifício do Senhor, instituído por
Jesus e, por isso, deve ser celebrada por seus seguidores.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: O Batismo é um símbolo que nos relembra de uma vida integralmente dedicada a
Cristo. É uma imagem poderosa para que o nosso relacionamento com Cristo seja muito mais
profundo, intenso e edificante.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, vamos estudar uma importante prática cristã – o Batismo em águas. Veremos que
o rito do Batismo foi praticado por João Batista, Jesus Cristo e seus apóstolos e,
posteriormente, pelos cristãos da Igreja Primitiva. É uma prática, portanto, de grande
importância para a Igreja de Cristo. Contudo, como toda doutrina cristã, a prática do Batismo
também tem sofrido desvios ao longo da história, tanto no seu propósito quanto na sua forma.
Assim, é necessário deixarmos a Bíblia falar a fim de que o propósito correto para o qual foi
instituída essa importante prática seja observado.
38
2- O Batismo não é sacramento, mas ordenança de Cristo. O ensino bíblico concernente ao
Batismo é que ele é uma ordenança e não um sacramento: “Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo” (Mt 28.19). Não
há, portanto, no Batismo, um poder mágico capaz de transmitir graça para a salvação. O ensino
bíblico é que o Batismo é uma ordenança dada por Cristo a quem já foi alcançado pela graça, e
não a quem quer obter alguma graça através dele
3- O Batismo deve ser administrado aos adultos. O mesmo Agostinho que entendia o Batismo
como um sacramento, defendeu também que os bebês, por haverem nascidos com o pecado
original, precisavam ser batizados para serem salvos. Nesse caso, o Batismo deveria ser
administrado a eles para anular o pecado original Evidentemente que esse entendimento do
bispo de Hipona está contra o ensino de Cristo, que afirmou que as crianças fazem parte do
Reino de Deus: “Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os estorveis de vir a mim,
porque dos tais é o Reino dos céus” (Mt 19.14). Logo, não há vestígios no Novo Testamento de
crianças sendo batizadas, pois nosso Senhor disse que o Batismo deveria ser administrado a
quem cresse (Mc 16,16). Uma criança, que ainda não chegou á idade da razão não tem
maturidade para crer e fazer escolhas.
SINOPSE I
O Batismo em águas é uma ordenança que deve ser ministrada aos adultos.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
A ORDENANÇA DO BATISMO
A ordenança do batismo nas águas tem feito parte da prática cristã desde o início da Igreja. Era
tão intima da vida da Igreja Primitiva, que F. F. Bruce comenta: ‘A ideia de um cristão não
batizado realmente sequer é contemplada no Novo Testamento’. Existiam, na realidade, alguns
ritos batismais similares já antes do Cristianismo, inclusive entre algumas religiões pagas e a
comunidade judaica (para os prosélitos gentios convertidos ao Judaísmo). Antes do ministério
público de Jesus, João Batista enfatizava um ‘batismo de arrependimento’ aqueles que
desejassem entrar no prometido Reino de Deus. A despeito de algumas semelhanças com
esses vários batismos, o significado e propósito do batismo cristão vai além de todos eles.
Cristo estabeleceu o modelo para o batismo cristão quando Ele mesmo foi batizado por João,
no início de seu ministério público (Mt 3.13-17). Posteriormente, ordenou que seus seguidores
saíssem pelo mundo, fazendo discípulos, ‘batizando-os em [gr. eis para dentro de’] nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo’ (Mt 28.19)- Cristo, portanto, instituiu a ordenança do
batismo, tanto pelo seu exemplo quanto pelo seu mandamento” (HORTON, Stanley. Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp. 569-70).
1- Símbolo do Batismo: Identificação com Cristo. O Batismo por imersão simboliza a união do
crente com Cristo, por meio de sua a morte, sepultamento e ressurreição. Essa verdade é
afirmada pelo apóstolo Paulo aos cristãos que estavam em Roma (Rm 6.3-5). Dessa forma, o
apóstolo mostra que o ato de emergir da água onde havia sido submerso, retrata com precisão
a identificação do cristão com a ressurreição de Cristo. Essa mesma verdade é afirmada na
Carta aos Colossenses “Sepultados com ele nu batismo, nele também ressuscitastes pela fé no
39
poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos (Cl 12.12). Isso simboliza que a cristão morreu
para a velha vida e agora entrou na nova vida em Cristo.
3- Não há espaço para indecisão. Somente cristãos indecisos rejeitam ser batizados. As vezes
isso acontece por ignorância ao sentido do ato. Outras vezes é por falta de convicção de fé. No
primeiro caso, ás vezes o crente entende que após ser batizado não pode mais cometer
qualquer tipo de falha. Embora a Bíblia mostre que o crente deve evitar o pecado (1 Jo 2.1),
contudo, o Batismo não pode ser visto como uma vacina que imuniza o cristão contra o
pecado. Este é vencido quando se anda no Espírito (Gl 5.15). Por outro lado, há muitos que
rejeitam o Barismo justamente por falta de conversão. Estão conscientes das implicações que
esse rito traz e não estão dispostos a cortar o cordão umbilical com o mundo
SINOPSE II
AUXÍLIO TEOLÓGICO
O PROPÓSITO DO BATISMO
“[…] O batismo indica que o crente morreu para o velho modo de viver e entrou na ‘novidade
da vida mediante a redenção em Cristo. O ato do batismo nas águas não leva a efeito essa
identificação com Cristo, ‘mas a pressupõe e a simboliza’. O batismo, portanto, simboliza a
ocasião em que aquele antes inimigo de Cristo faz sua ‘rendição final’. O batismo nas águas
também significa que os crentes se identificaram com o corpo de Cristo, a Igreja. Os crentes
batizados são admitidos na comunidade da fé e, com sua atitude, testificam publicamente
diante do mundo sua lealdade a Cristo, juntamente com o povo de Deus. Essa parece ser uma
das razões principais por que os crentes nectestamentários eram batizados quase
imediatamente após a conversão. Num mundo hostil à fe crista era importante que os recém-
convertidos tomassem posição lado a lado com os discipulos de Cristo e se envolvessem
imediatamente na vida total da comunidade cristă. Talvez um dos metivos por que o batismo
com água não orupa mais lugar de destaque em muitas igrejas seja por estar tão
frequentemente separado do ato da conversão. O batismo é mais que ser obediente ao
mandamento de Cristo. Relaciona se com o ato de se tornar seu discipulo” (HORTON, Stanley.
Teologia Sistemática: Uma Ferspectiva Pentecostal. ted. Rio de Janeiro CPAD, 2023, p. 570).
1- Fórmula trinitária do Batismo. Durante a Grande Comissão, Jesus orientou seus discípulos:
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo” (Mt 28.19). Essa é a fórmula trinitária do batismo cristão. Isso porque esse
texto cita as três pessoas da Trindade: Pai, Filho e Espirito Santo. Um só Deus, três pessoas
distintas, com uma só essência. No rito do Batismo, portanto, a orientação de Jesus precisa ser
seguida pela invocação do nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
40
2- Fórmula herética do Batismo. Nem todos os grupos dentro da tradição cristã seguem a
fórmula trinitariana. Há grupos que seguem um tipo de doutrina modelista. Um exemplo é o
unicismo. Esse grupo batiza seus membros somente em nome de Jesus. O suporte bíblico dele
é buscado em alguns textos do livro de Atos, onde supostamente se negaria a prática
trinitariana (At 2.38; 19.5). Convém dizer que esses textos não negam a fórmula trinitária nem
tampouco negam a Trindade. Na verdade, o que é dito é que o Batismo era feito na autoridade
de Jesus, isto é, naquilo que Ele fez e ensinou.
3- Imersão: o método bíblico do Batismo. Convém dizer que não há vestígios da prática do
Batismo por aspersão no Novo Testamento. Esse tipo de Batismo se caracteriza por aspersão
de água sobre o candidato. Entretanto, o contexto do Novo Testamento mostra claramente que
o Batismo nos dias bíblicos era por imersão. A palavra grega baptizo possui o sentido de
“mergulhar” e “submergir” tanto na Bíblia como fora dela. Vários textos bíblicos mostram a
prática bíblica do Batismo por imersão: o povo saía para ser batizado por João no (dentro de)
rio Jordão (Mc 1.5); da mesma forma, quando foi batizado, Jesus “saiu da água” (Mc 1.10); João
batizava onde havia muita agua (Jo 3.23).
SINOPSE III
CONCLUSÃO
REVISANDO O CONTEÚDO
VOCABULÁRIO
41
Lição 10: A Ceia do Senhor
A Segunda Ordenança da Igreja
TEXTO AUREO
“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do
Senhor, até que venha.” (1 Co 11.26)
VERDADE PRÁTICA
A Ceia do Senhor, como uma ordenança, celebra a comunhão do crente com o Senhor
ressuscitado.
LEITURA DIÁRIA
1 Corintios 11.17-34
17- Nisto, porém, que vou dizer-vos, não vos louvo, porquanto vos ajuntais, não para melhor,
senão para pior.
18- Porque, antes de tudo, ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vás dissensões: e
em parte 0 creio.
19- E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem
entre vás.
20- De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor.
21- Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem
fome, e outro embriaga-se.
22- Não tendes, porventura, casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus e
envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisso não vos louvo
23- Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em
que foi traído, tomou o pão;
24- e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por
vós; fazei isto em memória de mim.
25-Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo
Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
26- Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do
Senhor, até que venha.
27- Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será
culpado do corpo e do sangue do Senhor.
28- Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste cálice.
42
29 – Porque o que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não
discernindo o corpo do Senhor.
30- Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem.
31- Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32- Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos
condenados com o mundo. 33- Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer,
esperai uns pelos outros.
34- Mas, se algum tiver fome, coma em casa, para que vos não ajunteis para condenação.
Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for ter convosco.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
A Ceia do Senhor é outra importante ordenança prática da Igreja de Cristo. E um rito que foi
instituído pelo próprio Senhor Jesus e perpassou toda a Igreja até a atualidade. Ao longo dos
séculos, essa celebração também tem sido uma identidade da Igreja. Nesta lição, procuraremos
compreender o propósito bem como a forma da Ceia do Senhor de acordo com Bíblias Por isso,
faremos шпа exposição da doutrina biblica da Ceia do Senhor e também consideraremos suas
implicações históricas.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da lição:
I) Apresentar a natureza da Ceia do Senhor na Tradição Cristã
II) Mostrar o propósito da Ceia do Senhor
III) Refletir a respeito do modo de celebração da Ceia do Senhor
B) Motivação A Cela do Senhor traz uma perspectiva passada, pois nos remete ao perdão dos
pecados e à obra salvífica de Jesus Cristo: ela traz uma perspectiva presente, pois realça a
nossa comunhão com Cristo com sua igreja e, finalmente, aponta para o futuro
esperançosamente, pois somos lembrados da promessa da vinda de Cristo.
C) Sugestão de Método. Para introduzir o segundo tópico desta lição, sugerimos que você leia
atentamente a seção Motivação e o segundo subsidio com o titulo ‘A Tríplice Lembrança da
Ceia do Senhor Em seguida, antes de expor o segundo tópico, pergunte a classe a respeito do
símbolo da Ceia do Senhor, o que os alunos pensam a respeito do seu significado. Após ouvir as
respostas, exponha o tópico e aprofunde a perspectiva da tríplice lembrança da Ceia do Senhor
de acordo com a leitura que você já fez na seção “Motivação” e o “segundo auxilio.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Leve o (a) aluno(a) a refletir a respeito do valor do privilégio de participar da
celebração da Ceia do Senhor. De acordo com a natureza, os símbolos e propósito dessa grande
celebração cristã, mostre o quanto a Cela do Senhor tem um significado espiritual para a nossa
fé.
INTRODUÇÃO
Assim como a Batismo em águas, a Ceia do Senhor também é uma ordenança dada por Jesus à
sua Igreja. Ao longo da história, a Igreja tem a Ceia do Senhor como uma das celebrações mais
significativas. Nesse sentido, o cristão pode contemplar a Cela sob três perspectivas:
Primeira, um olhar para trás, quando contempla Cristo entregando-se em sacrifício vicário na
cruz, segunda, um olhar para o presente, quando vê sua real condição diante de Deus e como
foi alcançado pela graça de Deus; terceira, um olhar para o futuro, quando mantém sua
expectativa e esperança na Segunda Vinda de Cristo. Nesse sentido, a Ceia do Senhor é uma
cerimônia que deve ser celebrada com reverência, júbilo e expectativa.
43
Palavra chave: Comunhão
SINOPSE I
A Ceia do Senhor é celebrada em nossa igreja sob uma perspectiva memorial em que Jesus
está espiritualmente presente.
AUXILIO TEOLÓGICO
44
refletido até mesmo no Antigo Testamento (DI 16.3; 1 Rs 17.18) (HORTON, Stanley. Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal 1. ed. Rio de Janeiro CPAD. 2023, pp. 573-74).
2- Proclamar a segunda vinda de Cristo. A Ceia do Senhor proclama a sua segunda vinda (1 Co
11.26), Logo, há um sentido escatológico na celebração da Ceia do Senhor. Quando essa
bendita esperança é perdida, a igreja se seculariza. Assim, na Ceia do Senhor, a Igreja mantém
um olhar no passado, quando contempla a vitória de Jesus na cruz, mas também mantem o
seu olhar no futuro, esperando e ansiando pur sua Segunda Vinda. Ac contemplar o retorno de
Cristo, a Igreja lembra que é peregrina nesta Terra e que a sua pátria não é aqui (Fp 3.20,21)
3- Celebrar a comunhão cristã. Uma das razões que levou o apóstolo Paulo a escrever a sua
Primeira Carta aos Coríntios estava relacionada à questão de divisões entre os irmãos daquela
igreja (1 Co 1.11) Esse era um problema recorrente entre os coríntios e estava presente
também durante a celebração da Cela do Senhor. Paulo os reprova por isso (1. Co 11.17). O
clima fraterno e de comunhão deixara de existir (At 2.42: 1 Jo 1.7). Nesse sentido, alguns não
esperavam peles outros para celebrarem a Ceia juntos (1 Co 11.22). Quando há o espirito de
divisão, litígios e intrigas entre os crentes, a celebração da Cela do Senhor perde todo o seu
sentido.
SINOPSE II
O propósito da Ceia do Senhor passa pela lembrança da expiação de Crista, nossa comunhão
com Ele e a promessa de sua segunda vinda
2- Uma celebração reverente. Se em lugar de um adverbia, que indica modo ou maneira, Paulo
tivesse usado um adjetivo, que indica estado, qualidade ou natureza, então ninguém poderia
participar da Ceia, pelo fato de que ninguém é digno (1 Co 11.27) Como mostramos, não e esse
o caso. E verdade que não participamos da Ceia do Senhor porque somos dignos, mas pela
graça de Deus. Contudo, ninguém seja tentado em pensar que, pelo fato de ser um pecador
alcançado pela graça, pode participar da Ceia vivendo deliberadamente em pecado. Se a
simples maneira irreverente de celebrar a Ceia atrai o juízo divino, o que dizer então de quem
participa com pecados não confessados? Pecado não confessado atrai o juizo divino
45
3- Celebração festiva. A Ceia do Senhor celebra a morte e ressurreição de Jesus e não o seu
funeral. A Ceia celebra o Cristo que morreu, mas que ressuscitou (1 Co. 15.1-4). Deve,
portanto, ser uma celebração reverente, contudo, festiva (1 Co 3.7 8) Nosso Redentor vive e,
por isso, devemos demonstrar isso na Celebração da Ceia do Senhor. Nela, portanto, deve
haver um ambiente de reverência e ao mesmo tempo, de abundante alegria.
SINOPSE II
AUXÍLIO TEOLÓGICO
CONCLUSÃO
Nesta lição, sob diferentes perspectivas, vimos alguns aspectos que revelam o sentido e
propósito da Ceia do Senhor. Não é um sacramento, que de forma mágica concede graça aos
que dela participam nem tampouco uma vacina para dar comunhão a quem não tem. Na
verdade, o direito de celebrar essa importante ordenança é o resultado da graça que foi
concedida a cada crente. É necessário ter esse discernimento quando se participa desse rito
cristão. Trata, pois, de um ato que não pode ser celebrado de qualquer jeito ou maneira, nem
tampouco por quem vive deliberadamente em pecado.
REVISANDO O CONTEÚDO
46
4- Qual foi a advertência de Paulo em relação à Cela do Senhor?
Concernente à celebração da Ceia do Senhor, Paulo advertiu sobe o perigo de participar da
Ceia indignamente (1 Co 11.27).
5- O que a Ceia do Senhor celebra?
A Ceia do Senhor celebra a morte e ressurreição de Jesus e não o seu funeral. A. Cela celebra o
Cristo que morreu, mas que ressuscitou (1 Co 15.1-4).
TEXTO ÁUREO
“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem
revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1 Co 14.26)
VERDADE PRÁTICA
O culto é uma sublime forma de nos expressarmos em adoração, louvor, gratidão e total
rendição a Deus.
LEITURA DIÁRIA
Efésios 5.15-21
15 – Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
16 – Remindo o tempo, porquanto os dias são maus.
17 – Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
18 – E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito,
19 – falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao
Senhor no vosso coração,
20 – dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
21 – sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Nesta lição, temos o propósito de estudar os preceitos do culto cristão. Nos aprofundaremos
em sua natureza, observando-o como uma forma de servir, obedecer e adorar a Deus, que
requer, portanto, a reverência, ordem e santidade devidas. Através das Sagradas Escrituras,
veremos que tanto o conteúdo como a maneira de cultuar são importantes, o que é
47
evidenciado na adoração focada exclusivamente no Senhor e na edificação da Igreja. E como
marca na liturgia pentecostal, veremos a adoração fervorosa e a exposição da Palavra como
primazia.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Identificar a natureza do culto a Deus, sua forma e conteúdo;
II) Compreender o genuíno propósito do culto cristocêntrico;
III) Enfatizar a primazia das Escrituras e a importância da adoração entusiástica na liturgia
pentecostal.
B) Motivação: Com o passar dos anos de caminhada cristã, à medida que, constantemente nos
relacionamos com a fé, podemos incorrer no erro de praticar de modo automático as
disciplinas espirituais e, até mesmo, a forma de cultuar a Deus. Um antídoto poderoso contra
este mal é estudar a sua Palavra, com a postura de um genuíno discípulo, sempre disposto a se
deixar nortear, confrontar, corrigir e aperfeiçoar para a glória de Deus, a fim de que o culto
público seja apenas o transbordar de uma vida de adoração legítima e agradável a Ele.
C) Sugestão de Método: Propomos um exercício reflexivo, a fim de elucidar a importância que
o culto tem para Deus, não apenas em sua existência, mas também quanto a sua “forma” e o
seu “conteúdo”. Para tal, conduza a classe a uma reflexão, pedindo que cada um pense num
presente, uma demonstração de afeto, que gostaria de ganhar do ser amado (filhos, marido,
pais…). De maneira lúdica, a fim de exemplificar essa proposta, cite o seu caso – o que você
mesmo gostaria de ganhar do seu cônjuge, numa celebração de aniversário de casamento, por
exemplo.
Permita que alguns comentem e, logo, a seguir indague coisas do tipo: Tal presente teria o
mesmo valor se você descobrisse que ele foi roubado pela pessoa amada? Ou tal
demonstração seria bem recebida se viesse como uma ‘barganha’ para o outro conseguir um
interesse pessoal? E se fosse um presente dado por culpa, devido a uma traição, você ainda
gostaria de recebê-lo?
Conclua explicando que, se até mesmo nós, tão limitados e pecadores, temos critérios para
aceitar uma demonstração de afeto, imagine o nosso Deus Santo. Você pode pedir que um
voluntário leia 1 Samuel 15.22 e Salmos 51.17.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Comumente, ao final de um culto, ouvimos comentários avaliando se ele foi bom
ou ruim, como se o propósito de tal reunião fosse saciar o nosso ego ou atender aos nossos
critérios. Contudo, como estudamos nesta lição, um culto precisa de fato seguir alguns
princípios, mas que não são humanos, e sim divinos. Portanto, antes, durante e depois de tal
momento solene perante o Senhor, cada um de nós avalie-se a si mesmo, a fim de que
ofereçamos a Deus um culto racional, como fruto de uma vida genuína de adoração, santidade
e serviço a Ele.
INTRODUÇÃO
Nesta lição vamos estudar o culto cristão sob diferentes aspectos, pois precisamos conhecê-lo
em sua natureza. Aqui, veremos que o culto é santo e, por isso, deve ser solene. Assim,
também, mostraremos que a glorificação de Deus e a edificação da igreja são os propósitos
sublimes do verdadeiro culto cristão. E, por último, mostraremos que todo culto também tem
um ritual. No contexto da igreja cristã, destacaremos o papel da Bíblia e da adoração
entusiástica na dinâmica pentecostal.
48
PALAVRA-CHAVE: CULTO
I – A NATUREZA DO CULTO
1- O culto como serviço a Deus. Na Bíblia, oculto é mostrado como um serviço, isto é, uma
vida entregue e consagrada a Deus (Dt 6.13). Em um primeiro plano tem a ver com a atitude
com a qual se cultua o Altíssimo e, em um segundo plano, com a forma como se cultua. O
culto, portanto, expressa uma combinação de obediência à Palavra de Deus e a forma ritual
como essa adoração acontece. O livro de Atos dos Apóstolos, por exemplo, mostra a adoração
no contexto do culto cristão (At 13.1-4). Enquanto os cristãos “serviam” Senhor, o Espírito
Santo comissionou os primeiros missionários da igreja.
2- O culto deve ser solene. Por “solene” nos referimos ao que traz respeito e é majestoso. Isso
significa que tanto o conteúdo como a maneira de se cultuar são importantes (Ec 5.1; 1 Co
11.27). Por isso, o culto não pode ser destituído de significado nem realizado de qualquer jeito
(Lv 10.1,2). Não por acaso, o apóstolo Paulo expõe princípios que regulamentaram o culto na
igreja de Corinto (1 Co 12-14). Isso deixa claro que há uma ordem a ser observada na liturgia
cristã. Para isso, temos na Bíblia o parâmetro para o bom ordenamento do culto. Por exemplo,
aos coríntios, o apóstolo destacou o seguinte: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”
(1 Co 14.40). Nesse texto temos os termos gregos euschémonós, traduzido como
“decentemente” e “decorosamente”; e taxis, traduzido como ordem. Isso nos leva a
compreender, portanto, de acordo com a Bíblia, que o culto precisa ter decoro, decência e
ordem.
3- O culto é santo. A santidade de Deus é afirmada por toda a Bíblia (Lv 11.44; Is 433; 1 Pe
1.15,16). Visto que Deus é santo (Lv 20.26), o culto também deve ser santo. Dessa forma, nada
que fosse profano deveria fazer parte do culto e da vida de quem o praticava no Antigo
Testamento (Ez 44.9; Am 5.21-27; Is 1.13). Assim, o limite entre o santo e o profano deveria ser
mantido (Ez 22.26; 44.23). Por outro lado, o Novo Testamento também põe em destaque o
viver cristão na esfera do culto, isto é, de uma vida a serviço de Deus (Rm 15.5). A igreja é o
espaço sacro onde o culto acontece (At 13.2). Assim como no Antigo Testamento, o culto
cristão também não deve ser profanado (1 Co 11.17,18). Nesse caso, tanto a conduta como o
modo de viver são levados em conta na esfera do culto (1 Co 11.22).
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
SINOPSE I
Sendo o culto uma forma de serviço a Deus, sua prática requer reverência, ordem e santidade.
49
AUXÍLIO TEOLÓGICO
1- Glorificar a Deus. O culto é uma celebração que se faz a Deus. Celebramos a grandeza de
Deus e seus poderosos feitos (SI 48.1). Assim o culto é uma celebração pelo que Deus é e pelo
que Ele faz (SI 103.1-5). Nesse aspecto, o culto é sempre cristocêntrico, nunca antropocêntrico.
Cristo é a esfera ou lugar onde deve acontecer o verdadeiro culto (Jo 2.18-22; Mc 14.58). Ele é
o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5) e o Eterno Sumo-Sacerdote (Hb 2.17;
5.5,10). Se Deus não é celebrado, se Ele não é glorificado, então, o culto perdeu o seu real
sentido.
2- Quando não se cultua a Deus. De fato, há cultos que não cultuam a Deus. Paulo censurou os
coríntios afirmando que: “Quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor”
(1 Co 11.20). Era como se dissesse: “o que vocês estão celebrando não é a Ceia”. Não era um
culto o que eles estavam fazendo. Não daquela maneira. Infelizmente há muitas reuniões
envernizadas para se parecerem com um culto, mas, de fato, não são. Parecem reuniões
profanas tanto na sua forma quanto na sua essência. Não buscam glorificar a Deus.
3- Edificar a igreja. Um dos propósitos principais do culto é trazer edificação à igreja. Assim, na
esfera do culto, tudo deve buscar a edificação (1 Co 14.26). O verbo grego oikodoméo,
traduzido como “edificar”, ocorre 40 vezes no Novo Testamento enquanto substantivo
oikodomé, traduzido como “edificação”, ocorre 18 vezes. O sentido é de algo que está sendo
construído, como na parábola da casa edificada sobre a rocha (Mt 7.24,26; Lc 6.48).
Ele é usado muitas vezes no contexto do culto. O fato mais claro de que um dos propósitos do
culto é trazer edificação para a igreja está revelado no capítulo 14 de 1 Coríntios. Nesse
capítulo, o apóstolo disciplina os usos dos dons na igreja pelo fato de seu uso não estar
trazendo edificação à igreja. Assim, aquele que falava línguas na esfera do culto público deveria
interpretar para que a igreja fosse edificada (1 Co 14.5). Todos os demais dons deveriam seguir
esse critério (1 Co 14.12). Da mesma forma, os dons ministeriais (Ef 4.11) deveriam contribuir
para “edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12).
50
SINOPSE II
Embora o alvo do culto seja Deus e não o ser humano, um culto legitimamente cristocêntrico
edifica toda a igreja.
SINOPSE III
AUXÍLIO DOUTRINÁRIO
OS ELEMENTOS DO CULTO
Havia diversos elementos na adoração nos tempos do Antigo Testamento, como oração,
sacrifício, oferta, louvor e cântico. Fazia parte da liturgia judaica nas sinagogas do primeiro
século d.C. a oração antífona do Shema, ‘ouve’, a confissão de fé dos judeus, a leitura bíblica e a
exortação. Nossa liturgia é simples e pentecostal, conforme o modelo do Novo Testamento:
‘Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem
revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação’ (1 Co 14.26). Ela
consiste em oração, louvor, leitura bíblica, exposição das Escrituras Sagradas ou testemunho e
contribuição financeira, ou sejam ofertas e dízimos. Entendemos que a adoração está
51
incompleta na falta de pelo menos um desses elementos, exceto se as circunstâncias forem
desfavoráveis ou contrárias” (SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus.
Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 145).
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos os princípios que devem reger um culto cristão. O culto não pode ser de
qualquer forma, pois ele tem princípios e normas para seguir. Como Deus é um Deus de ordem,
então, o culto que se presta a Ele também tem de ser ordenado. Contudo, ordenado não
significa frio e sem vida. O culto deve ser um momento de celebração, alegria e dinamizado
pelo Espírito Santo.
REVISANDO O CONTEÚDO
TEXTO ÁUREO
“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com
toda a longanimidade e doutrina.” (2 Tm 4.2)
VERDADE PRÁTICA
LEITURA DIÁRIA
52
Sábado – At 8.35 As Escrituras como a base da pregação
Hinos Sugeridos: 499, 505, 559 da Harpa Cristã
2 Timóteo 4.1-5
1 CONJURO-TE, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os
mortos, na sua vinda e no seu reino,
2 Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com
toda a longanimidade e doutrina.
3 Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos,
amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;
4 E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
5 Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faz a obra de um evangelista, cumpre o teu
ministério.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a importância da pregação da Palavra de Deus no culto cristão. Vamos
refletir a respeito do Ministério da Palavra e de seu propósito no culto. Perceberemos que a
pregação da Palavra de Deus traz edificação ao Corpo de Cristo, bem como atua na formação
de valores do povo de Deus. Nesse sentido, veremos que o Ministério da Palavra deve ser
exercido de maneira cristocêntrica e, sobretudo, fundamentado na Bíblia.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar o Ministério da Palavra e seu propósito;
II) Enfatizar a importância do Ministério da Palavra;
III) Explicitar a fundamentação do Ministério da Palavra.
B) Motivação: A pregação da Palavra de Deus é o antídoto divino para formar os cristãos,
edificar a Igreja de Cristo e influenciar os crentes a terem vidas mais piedosas. Por isso, desde
os primórdios da Igreja, o Ministério da Palavra teve primazia no culto cristão.
C) Sugestão de Método: Ao iniciar o terceiro tópico, peça aos alunos exemplos de pregações
que não seja cristocêntricas nem bíblicas. Pergunte a eles que consequências essas pregações
podem trazer para a vida da igreja. Após ouvi-los atenciosamente, exponha o tópico
enfatizando a importância de a pregação cristã está fundamentada em Cristo e, ao mesmo
tempo, ser devidamente bíblica.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A pregação da Palavra de Deus tem o propósito de edificar a Igreja de Cristo,
formar os valores do crente em Jesus e, ao mesmo tempo, estabelecer uma defesa diante de
uma cultura sem Deus.
INTRODUÇÃO
53
evangelística quanto na discipuladora, é uma igreja fraca. Portanto, a natureza da pregação
precisa ser bíblica e cristocêntrica. Em outras palavras, deve possuir sólidos fundamentos.
PALAVRA-CHAVE: Pregação
2- O caso emblemático de Lídia (At 16.14). Enquanto Lídia ouvia a pregação feita por Paulo, o
Senhor abriu-lhe o coração. A pregação foi o instrumento que Deus usou para se revelar àquela
mulher e o resultado disso foi a sua conversão. Deus é glorificado na revelação de sua Palavra.
Esse fato é destacado por Paulo na sua Carta aos Romanos: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o
ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17). Assim, devemos nos conscientizar de que a pregação
da Palavra de Deus é mais do que uma simples exposição de ideias, mais do que um discurso
inflamado; ela é o canal pelo qual Deus se revela ao coração endurecido.
3- A pregação como instrução. As pessoas que foram alcançadas pela proclamação da Palavra
precisam crescer e amadurecer no Evangelho, ou seja, necessitam ser discipuladas, instruídas.
É significativo o fato de que o ministério de Jesus tenha o ensino como um dos fundamentos:
“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas” (Mt 4.23). No sermão do
Monte, Jesus também “ensinava” seus discípulos (Mt 5.2). Assim também o apóstolo Paulo
gastou grande parte de seu tempo ensinando os crentes (At 18.11). Paulo chegou mesmo a
exigir de alguém que tivesse pretensão ministerial que fosse “apto para ensinar” (1 Tm 3.2).
Tudo isso mostra a importância do ministério do ensino e a responsabilidade de quem o
exerce.
SINOPSE I
AUXÍLIO TEOLÓGICO
54
Raymond; TRASK, Thomas E. et al. O Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2023, p.99).
3- Resistindo diante de uma cultura sem Deus. Jesus censurou seus discípulos, chamando-os
de “geração perversa” porque os viu agindo com incredulidade (Mt 17.17)- A influência de uma
cultura sem Deus havia atingido negativamente os que andavam com Jesus. Por sua vez, no
Pentecostes, Pedro também exortou seus ouvintes a salvarem-se daquela “geração perversa”
(At 2.40). Assim também Paulo escreveu que Demas, um amigo de Ministério, havia amado
aquela presente era e o abandonou (2 Tm 4.10). Esse mesmo apóstolo exortou os crentes de
Roma a não se conformarem com aquela presente era (Rm 12.2). Nas duas últimas referências,
a palavra grega aion, traduzida como “era” ou “século”, é uma referência clara a uma cultura
sem Deus.
SINOPSE II
O Ministério da Palavra traz edificação à Igreja, forma os valores do crente e levanta uma
resistência diante de uma cultura sem Deus.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
55
O Espírito torna o ambiente vivo e o enche de poder e expectativa do que Deus está fazendo.
Quando temos o privilégio de estar em tal ambiente, o Espírito Santo é o agente acelerador. O
mesmo Espírito Santo que dirigiu os escritores da Bíblia também deseja dirigir-nos hoje, de
modo que venhamos a entender. Sem o Espírito Santo, a Bíblia é como um oceano que não
pode ser sondado, como o céu que não pode ser inspecionado, como uma mina que não pode
ser explorada e como um mistério além da compreensão. Devemos — temos de — render – -
nos à liderança do Espírito Santo’” (CARLSON, Raymond; TRASK, Tho- mas E. et al. O Pastor
Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.103).
1- Deve ser cristocêntrico. A Bíblia diz que “descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a
Cristo” (At 8.5). A pregação precisa ser cristocêntrica. Cristo é o centro da Bíblia (Lc 24.27), o
centro da mensagem dos profetas: “indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito
de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo
haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir” (1 Pe 1.11). Assim, o alvo da pregação é
revelar Cristo. Apoio, por exemplo, era conhecido por sua eloquência e capacidade de mostrar
que o Cristo prometido nas Escrituras hebraicas era Jesus de Nazaré: “Porque com grande
veemência convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o
Cristo” (At 18.28). Dizendo isso, precisamos destacar que a forma e os métodos usados para a
exposição das Escrituras são importantes. Contudo, o mais importante é a revelação do seu
conteúdo, Cristo Jesus.
2- Deve ser bíblico. Vivemos em um tempo em que a pregação em muitos espaços virou um
modismo. Parece que temos “pregadores” em demasia, mas o que se passa por pregação na
maioria das vezes não o é. Na verdade são mensagens de autoajuda com um verniz de
pregação. Esse tipo de mensagem é atraente porque amacia o ego e geralmente consegue
muitos seguidores nas redes sociais para quem se vale dessa técnica. Contudo, não são
pregações de verdade porque não há nelas uma exposição de um conteúdo bíblico. A ênfase
está na performance, forma ou modo de se exibir a temática a ser abordada. O objetivo quase
sempre é financeiro (Fp 3.19; 1 Tm 6.9). A doutrina do pecado, o apelo por uma vida separada
do mundo e dedicada a Deus são esquecidos (2 Co 6.17). Essa modalidade de pregação opõe-
se ao verdadeiro Evangelho de Cristo. É uma mensagem sem cruz (Gl 6.14-16). Na verdade,
esse tipo de pregação glorifica os homens que são amantes de si mesmos (2 Tm 3.1-5).
SINOPSE III
CONCLUSÃO
Após a exposição desta lição, constatamos que a igreja precisa manter-se fiel ao ministério da
Palavra. Isso só pode ser feito por meio de uma pregação genuinamente bíblica que reflita os
valores do Reino de Deus. Para isso, não há atalhos. Numa cultura cada vez mais hostil à fé
cristã, a igreja necessita proclamar as verdades do Reino por meio da poderosa pregação da
Palavra de Deus.
REVISANDO O CONTEÚDO
56
As pessoas que foram alcançadas pela proclamação da Palavra precisam crescer e amadurecer
no Evangelho, ou seja, necessitam ser discipuladas, instruídas.
3- Qual é a função da Palavra na igreja?
A Palavra tem a importante função de edificar a igreja. Essa edificação vem pelo confronto que
o Espírito Santo traz pelo ministério da Palavra, que exorta e consola.
4- O que a igreja precisa mostrar de forma bem didática?
O que significa que a igreja precisa mostrar, de forma bem didática, sua forma de pensar, crer e
agir, ou seja, é preciso definir sua cosmovisão, isto é, sua visão de mundo.
5- De acordo com a lição, qual é o alvo da pregação?
O alvo da pregação é revelar Cristo.
TEXTO ÁUREO
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8)
VERDADE PRÁTICA
O Espírito Santo é a força-motriz que movimenta a Igreja. Sem o poder do Espírito, a Igreja é
incapaz de cumprir a sua missão.
LEITURA DIÁRIA
Atos 13.1-4
1 – Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e
Simeão, chamado Niger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca,
e Saulo.
2 – E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a
Saulo para a obra a que os tenho chamado.
3 – Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.
4 – E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para
Chipre.
57
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Por meio desta lição, refletiremos nas palavras de Jesus Cristo aos discípulos, de que
receberiam a virtude do Espírito Santo como um pré-requisito para serem suas testemunhas
até os confins da terra. A doutrina bíblica do Espírito Santo nos mostra que o revestimento do
poder do Alto é imprescindível à missão da Igreja, tanto no passado quanto no presente.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Refletir acerca da doutrina bíblica do Espírito Santo;
II) Analisar as diferentes perspectivas da capacitação do Espírito Santo a sua Igreja;
III) Pensar no Espírito Santo como o principal impulsionador da obra missionária.
B) Motivação: Compreendemos que o Espírito de Cristo está presente e atuante em sua Igreja
hoje, assim como em todo crente genuíno (Rm 8.9). Contudo, dada a urgência, magnitude da
missão, brevidade do tempo e caos no mundo, necessitamos de mais, necessitamos ser cheios
do Espírito Santo.
C) Sugestão de Método: Propomos que, ao longo da lição, você enfatize a obra regeneradora e
capacitadora do Espírito Santo na vida do crente e da Igreja. Explique que cada crente precisa
passar pela experiência salvífica. Além disso, há outra experiência indispensável ao crente que
deseja levar outras pessoas a Cristo: O Batismo no Espírito Santo. Essas duas experiências serão
atestadas em nossa sociedade, família, comunidade na qual a Igreja e cada um de nós está
inserido. Ora, tal como os discípulos, precisamos ser cheios do Espírito para cumprir a Grande
Comissão, transbordando da sua graça e salvação.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Como pentecostais, nossa doutrina bíblica é evidenciada em nossas vidas e
igrejas ao longo dos séculos, provando a contemporaneidade dos dons espirituais e a forma
como o seu revestimento resulta em salvação e avivamento espiritual.
INTRODUÇÃO
Nesta lição focaremos nossa atenção no poder do Espírito Santo na missão da Igreja de Cristo.
Aqui, mostraremos que o povo de Deus não pode prescindir do revestimento do poder
pentecostal para obter êxito na sua missão na Terra. Assim, que a ação do Espírito Santo, e a
contemporaneidade de seus dons na Igreja, não se trata de uma mera opção, mas de algo
imprescindível, a sua maior necessidade. Sem o Espírito Santo, a igreja local não anda nem
cumpre sua vocação.
1- Um ensino revelado nos escritos de Lucas. Tanto o Evangelho quanto o Livro de Atos, ambos
escritos pelo evangelista Lucas, revelam o ministério do Espírito Santo na vida de Jesus e da
primeira igreja como uma necessidade imperiosa. Nesse sentido, o evangelista mostra que sem
a ação do Espírito no ministério de Jesus e na vida da igreja, os cristãos não estariam
qualificados para ser testemunhas do Senhor. Essa promessa estava associada ao revestimento
do poder do Espírito, conforme descrito nas palavras de Jesus como o “poder do alto” (Lc
24.49).
58
2- O enchimento do Espírito como experiência necessária. O Senhor Jesus só começou o seu
ministério depois de ser cheio do Espírito Santo (Lc 3.21,22). Nosso Senhor fez a obra de Deus
e a fez no poder do Espírito Santo. Ele foi capacitado pelo Espírito Santo (Lc 4.18,19) e
dependeu dEle para exercer o ministério (Lc 5.17; Mt 12.28). Da mesma forma, a igreja só
deveria iniciar o trabalho missionário quando fosse revestida desse mesmo poder. Por isso,
podemos afirmar que, no contexto literário do evangelista Lucas, especialmente no Livro dos
Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo aparece como uma necessidade, não como opção.
3- O enchimento do Espírito como uma experiência concreta. Se por um lado Lucas apresenta
o Espírito Santo como uma necessidade na vida da Igreja, por outro, ele mostra que o
enchimento do Espírito ocorre como uma experiência concreta na vida do crente. Nesse
sentido, o Livro de Atos retrata a experiência pentecostal como um acontecimento objetivo,
não subjetivo. Ela podia ser “vista” e “ouvida” (At 5.32). Havia manifestações físicas que se
tornavam reais para quem as tinha e visíveis para quem as presenciava. Em outras palavras,
quem recebeu sabia que havia recebido (At 11.15-17). Dentre os muitos sinais, um se
sobressaía sobre os demais – o falar em línguas desconhecidas (At 2.4; 10.44-46; 19.1-6).
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
O PROPÓSITO DO PENTECOSTES
“Lucas argumenta que Deus derramou o Espírito para empoderar seu povo para evangelizar
transculturalmente; mas qual foi o resultado esperado desse evangelismo transcultural? Deus
pretendia criar uma nova comunidade na qual os crentes amariam uns aos outros e
demonstrariam para esse tempo a própria imagem da vida de seu Reino. Podemos ver esse
propósito de evangelização na estrutura do parágrafo de fechamento dessa seção introdutória
de Atos […].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a obra Entre a História e o Espírito,
editada pela CPAD, p.252.
SINOPSE I
A Doutrina bíblica do Espírito Santo assegura que o seu poder é imprescindível ao cristão e à
Igreja.
2- Pessoas simples capacitadas pelo Espírito. Vemos isso claramente quando Ananias, até
então, um ilustre desconhecido, é convocado por Deus para impor as mãos naquele que seria o
maior apóstolo de todos os tempos, Paulo (At 19.10,11). Assim também Estevão e Filipe, que
haviam sido escolhidos para “servirem às mesas”, fazendo sinais e prodígios (At 6.8; 8.6). Fica
patente que Deus não tinha uma classe privilegiada para fazer a sua obra. Ele possuía
testemunhas capacitadas pelo Espírito Santo.
59
3- Capacitando a igreja. No contexto literário e doutrinário de Lucas, a igreja do Novo
Testamento é vista como portadora de uma missão profética. Nela, há um ministério profético
de todos os crentes (At 2.17). Nesse sentido, conforme o contexto de Atos, o testemunho não é
apenas individual, como mostrado nesta lição, mas também de toda a igreja descrita em Atos.
Assim, essa comunidade de crentes, capacitada pelo Espírito Santo, ganhava a confiança e a
admiração das pessoas ao seu redor (At 2.47). Portanto, o crescimento das igrejas em Atos
estava associado ao testemunho dado pelos grupos de crentes capacitados pelo Espírito Santo
(At 9.31).
SINOPSE II
AUXÍLIO TEOLÓGICO
1- O envio missionário. O capítulo 13 do livro de Atos dos apóstolos narra o envio dos
primeiros missionários da igreja em Antioquia. O que chama a atenção nessa narrativa é a
participação ativa do Espírito Santo no envio missionário. Nesse texto, Lucas menciona que
havia alguns profetas na igreja que estava em Antioquia (13.1). É bem possível que essa
observação do autor sagrado fosse para explicar como se deu a participação do Espírito Santo
no comissionamento de Paulo e Barnabé para a primeira viagem missionária. Lucas mostra
que, por intermédio dos dons do Espírito, os dois obreiros foram separados para uma grande
obra de maneira clara e audível. O foco do evangelista é que o Espírito Santo é a fonte geradora
de missões, pois Ele é quem vocaciona e envia (At 13.2).
SINOPSE III
60
AUXÍLIO TEOLÓGICO
CONCLUSÃO
Encerramos esta lição e, consequentemente, este trimestre, mostrando que o Pentecostes faz
toda a diferença no cumprimento da vocação missionária da Igreja. Sem a ação do Espírito
Santo, a igreja local está desabilitada para cumprir sua missão. O Espírito Santo é a força-motriz
do Corpo de Cristo em sua dimensão local. Sem o Espírito Santo, a igreja não vai a lugar algum.
REVISANDO O CONTEÚDO
61