Relatório Analítico sobre o Crime de Estupro (Art.
213 do
Código Penal) para Fins de Estudo
1. Introdução
O presente relatório tem como objetivo fornecer uma análise detalhada, atualizada e
informada pela jurisprudência acerca do crime de Estupro, tipificado no Artigo 213 do
Código Penal brasileiro (Decreto-Lei nº 2.848/1940). O conteúdo foi elaborado com
foco nas necessidades de candidatos a provas objetivas de concursos públicos e do
Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), buscando apresentar os aspectos
legais, doutrinários e jurisprudenciais mais relevantes de forma clara e organizada.
O crime de estupro representa uma das mais graves violações à dignidade sexual e à
liberdade individual, possuindo profundo impacto social. Sua correta compreensão é
fundamental para a prática jurídica e, consequentemente, figura como tema
recorrente e de alta relevância em avaliações legais. A análise abrange desde o texto
legal vigente, modificado substancialmente por leis recentes, até os entendimentos
consolidados pelos Tribunais Superiores (STJ e STF), passando pela dissecção de
seus elementos constitutivos, formas qualificadas e diferenciação de tipos penais
correlatos.
Este documento está estruturado para facilitar o estudo direcionado. Inicia-se com a
apresentação do texto atualizado do Art. 213 do CP, contextualizando a importante
alteração promovida pela Lei nº 12.015/2009. Em seguida, analisa-se
minuciosamente os elementos que compõem o tipo penal fundamental.
Posteriormente, detalham-se as hipóteses de estupro qualificado, diferencia-se o
estupro comum do estupro de vulnerável (Art. 217-A), explora-se a jurisprudência
mais pertinente e, por fim, destacam-se os pontos de maior incidência em provas
objetivas, culminando em uma síntese final.
2. Texto Legal Atualizado do Art. 213 do Código Penal
A compreensão do crime de estupro exige, primeiramente, o conhecimento de sua
redação legal atual, que foi significativamente alterada pela Lei nº 12.015, de 7 de
agosto de 2009.
Texto Vigente (Pós-Lei 12.015/2009):
O Artigo 213 do Código Penal, com suas formas qualificadas previstas nos parágrafos
1º e 2º, possui a seguinte redação 1:
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro
ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima
é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2º Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Contexto Histórico e Alteração Fundamental (Lei 12.015/2009):
A Lei nº 12.015/2009 representou um marco na legislação penal sexual brasileira.3
Antes de sua vigência, o Código Penal tratava de forma separada o crime de Estupro
(antigo Art. 213), que consistia em constranger mulher à conjunção carnal mediante
violência ou grave ameaça, e o crime de Atentado Violento ao Pudor (antigo Art. 214),
que abrangia o constrangimento, por meio de violência ou grave ameaça, a praticar
ou permitir que com ele se praticasse ato libidinoso diverso da conjunção carnal,
podendo a vítima ser homem ou mulher.
A principal inovação da Lei nº 12.015/2009 foi a unificação dessas duas condutas
sob a égide do novo Artigo 213.6 Agora, o crime de estupro abrange tanto a
conjunção carnal forçada quanto a prática forçada de qualquer outro ato libidinoso,
independentemente do gênero da vítima ou do agente. Essa fusão reflete uma
mudança significativa na perspectiva legislativa sobre os crimes sexuais.
Adicionalmente, a lei alterou a nomenclatura do Título VI da Parte Especial do Código
Penal, que passou de "Dos Crimes Contra os Costumes" para "Dos Crimes Contra a
Dignidade Sexual".3 Essa mudança terminológica não é meramente simbólica; ela
evidencia uma evolução no entendimento do bem jurídico tutelado. A proteção legal
deslocou-se de uma noção mais vaga e socialmente datada de "bons costumes" para
um enfoque centrado na proteção da liberdade e autodeterminação sexual do
indivíduo. A unificação dos tipos penais no Art. 213, com uma pena base unificada
para ambas as modalidades (conjunção carnal ou outro ato libidinoso), reforça essa
ideia: a violação da dignidade sexual ocorre independentemente da especificidade do
ato imposto, sendo a coerção sexual em si o núcleo da reprovabilidade penal. O bem
jurídico protegido passou a ser, de forma mais clara e abrangente, a liberdade e a
dignidade sexual da pessoa.
3. Análise dos Elementos Constitutivos do Crime de Estupro (Art.
213, caput)
A correta tipificação do crime de estupro em sua forma fundamental (caput do Art.
213) depende da presença cumulativa dos seguintes elementos:
● Conduta Típica (Núcleo do Tipo): "Constranger"
O verbo "constranger" é o núcleo da conduta. Significa forçar, obrigar, compelir
ou coagir alguém a fazer algo contra a sua vontade.8 No contexto do Art. 213,
implica em subjugar a vontade da vítima, superando sua capacidade de
resistência ou impedindo a manifestação de sua discordância quanto ao ato
sexual imposto.
● Meios de Execução: "Mediante Violência ou Grave Ameaça"
O constrangimento deve ser exercido por meios específicos, que viciam ou
anulam a vontade da vítima:
○ Violência (vis physica): Consiste no emprego de força física contra a vítima
com o objetivo de vencer sua resistência e submetê-la ao ato sexual.
Exemplos incluem agressões físicas, imobilização, etc..8
○ Grave Ameaça (vis compulsiva ou vis moral): Refere-se à intimidação da
vítima pela promessa de causar-lhe um mal grave, injusto e iminente. Esse
mal pode ser dirigido à própria vítima ou a terceiros (familiares, por exemplo)
e pode ser de natureza física, psicológica ou patrimonial, desde que seja
suficientemente sério para anular a capacidade de resistência da vítima.8 A
ameaça visa paralisar a vontade da vítima, fazendo-a ceder à exigência
sexual por temor.
A exigência de comprovação da violência ou grave ameaça é um ponto crucial
que distingue o estupro do Art. 213 do estupro de vulnerável (Art. 217-A). No Art.
217-A, a vulnerabilidade intrínseca da vítima (seja pela idade inferior a 14 anos,
seja por enfermidade ou outra causa que impeça o discernimento ou a
resistência) torna irrelevante a prova desses meios coercitivos para a
configuração do tipo penal, pois o consentimento é legalmente presumido como
inválido ou impossível.8 Essa distinção é frequentemente explorada em questões
de concurso.
● Objeto Material e Finalidade Específica:
○ Objeto Material: A pessoa que sofre o constrangimento.
○ Finalidade Específica: O constrangimento deve ter como objetivo levar a
vítima a:
■ "A ter conjunção carnal": Definida classicamente como a introdução do
pênis na cavidade vaginal, ainda que de forma parcial ou incompleta.8
■ "A praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso":
Esta é uma elementar normativa de conteúdo amplo, que abarca qualquer
ato de natureza sexual, diverso da conjunção carnal, destinado à
satisfação da lascívia (desejo sexual) do agente ou de terceiro. A
jurisprudência interpreta essa expressão de forma abrangente, incluindo
atos como sexo oral, sexo anal, masturbação forçada, toques íntimos
lascivos, introdução de objetos, entre outros.8 A Seção 6 detalhará a
interpretação jurisprudencial.
● Elemento Subjetivo: Dolo
O crime de estupro é punido exclusivamente a título de dolo. Exige-se a vontade
livre e consciente do agente de constranger a vítima, utilizando-se de violência
ou grave ameaça, com a finalidade específica de praticar ou fazer com que se
pratique a conjunção carnal ou outro ato libidinoso.10 Não existe a modalidade
culposa para o crime de estupro. O dolo deve abranger o conhecimento da
ilicitude da conduta e a vontade de realizar todos os elementos do tipo penal.
4. Formas Qualificadas do Estupro (Art. 213, §§ 1º e 2º)
O Código Penal prevê circunstâncias que aumentam a reprovabilidade do crime de
estupro, resultando em penas mais severas. Essas são as formas qualificadas,
previstas nos parágrafos do Art. 213:
● Qualificadora pela Lesão Corporal Grave (§ 1º, primeira parte):
Se a violência empregada no constrangimento resultar em lesão corporal de
natureza grave na vítima, a pena é majorada. As hipóteses de lesão corporal
grave estão definidas nos parágrafos 1º e 2º do Art. 129 do Código Penal
(incapacidade para ocupações habituais por mais de 30 dias; perigo de vida;
debilidade permanente de membro, sentido ou função; aceleração de parto;
enfermidade incurável; perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
deformidade permanente; aborto).2
○ Pena: Reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.2
● Qualificadora pela Idade da Vítima (§ 1º, segunda parte):
A pena também é qualificada se a vítima for menor de 18 (dezoito) anos e maior
de 14 (catorze) anos na data do fato.1 Essa qualificadora incide
independentemente da ocorrência de lesão corporal grave, bastando a faixa
etária da vítima.
○ Pena: Reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos (mesma pena da qualificadora
por lesão grave).2
A criação dessa qualificadora específica para a faixa etária de 14 a 17 anos
estabelece um regime intermediário de proteção. Enquanto vítimas menores de
14 anos são tuteladas pelo Art. 217-A (Estupro de Vulnerável), e maiores de 18
anos se enquadram na regra geral do caput do Art. 213, os adolescentes entre 14
e 17 anos recebem uma proteção adicional através desta qualificadora. O
legislador reconheceu sua maior vulnerabilidade em comparação aos adultos,
justificando uma pena mais alta, mas manteve a exigência da comprovação do
constrangimento mediante violência ou grave ameaça, diferentemente da
presunção absoluta aplicada aos menores de 14 anos. Este ponto é crucial para a
correta classificação do crime em exames.
● Qualificadora pelo Resultado Morte (§ 2º):
Trata-se da forma mais grave do crime. Ocorre quando a conduta de
constranger mediante violência ou grave ameaça para fins sexuais resulta na
morte da vítima.2 Configura-se, geralmente, como um crime preterdoloso em
relação ao resultado morte (dolo na conduta inicial de estuprar e culpa no
resultado agravador morte), mas também pode ocorrer dolo direto ou eventual
quanto à morte.
○ Pena: Reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.2
5. Diferenciação: Estupro (Art. 213) vs. Estupro de Vulnerável
(Art. 217-A)
A distinção entre o Estupro (Art. 213) e o Estupro de Vulnerável (Art. 217-A) é um tema
central e frequentemente cobrado em provas, exigindo atenção aos critérios legais e
à sua ratio.
● Critério Distintivo Fundamental: A diferença essencial reside na condição da
vítima e, consequentemente, na relevância do consentimento e dos meios
empregados.9
○ Art. 213 (Estupro): O tipo penal pressupõe uma vítima com capacidade de
oferecer consentimento válido (em regra, maiores de 14 anos sem as
vulnerabilidades específicas do Art. 217-A). O crime se configura pela
violação ou viciação desse consentimento através do emprego de
violência ou grave ameaça. A prova desses meios coercitivos é
indispensável para a tipificação.8
○ Art. 217-A (Estupro de Vulnerável): Este tipo penal visa proteger pessoas
consideradas pela lei como incapazes de consentir validamente um ato
sexual, seja pela idade (menor de 14 anos), seja por outra condição que afete
seu discernimento (enfermidade ou deficiência mental) ou sua capacidade de
resistir (qualquer outra causa impeditiva). Nestes casos, o consentimento da
vítima é juridicamente irrelevante, e a lei presume, de forma absoluta
(presunção jure et de jure), a ausência de consentimento válido. Por isso, a
violência ou a grave ameaça não são elementos necessários para a
configuração do crime, embora sua presença possa influenciar na dosimetria
da pena. O foco do tipo penal está na exploração da condição de
vulnerabilidade da vítima.8
● Tabela Comparativa: Para facilitar a memorização e a identificação das
diferenças em provas objetivas, apresenta-se a seguinte tabela:
Característica Art. 213 (Estupro) Art. 217-A (Estupro de
Vulnerável)
Vítima Típica Maior de 14 anos, capaz de Menor de 14 anos; OU
consentir Enfermo/Deficiente mental
sem discernimento; OU
Incapaz de resistir por outra
causa
Meio Essencial Violência ou Grave Ameaça Vulnerabilidade da vítima
(Necessário provar) (Violência/Ameaça
irrelevantes para tipificação;
presumem-se ou são
dispensáveis)
Consentimento Relevante (Crime ocorre pela Irrelevante (Presunção
sua violação/viciação) absoluta de ausência de
consentimento válido ou
incapacidade de consentir)
Pena (Caput) 6 a 10 anos reclusão 8 a 15 anos reclusão
Qualificadoras §1º (Lesão Grave ou Vítima §3º (Lesão Grave): 10-20
14-17): 8-12 anos; §2º (Morte): anos; §4º (Morte): 12-30 anos
12-30 anos
A criação do Art. 217-A pela Lei nº 12.015/2009 não foi apenas uma reorganização.
Ela reflete uma decisão legislativa de conferir proteção penal reforçada a indivíduos
em situações de vulnerabilidade intrínseca, onde a própria capacidade de
autodeterminação sexual está comprometida ou ausente. Antes dessa lei, a proteção
a vulneráveis era tratada por meio da figura da "violência presumida", aplicada aos
antigos artigos de estupro e atentado violento ao pudor. Ao criar um tipo penal
autônomo (Art. 217-A), com pena mínima superior à do estupro comum (caput do Art.
213) [9], o legislador deslocou o foco da análise: em vez de perquirir sobre os meios
utilizados pelo agressor (violência/ameaça), a tipicidade passou a depender
fundamentalmente da constatação da condição de vulnerabilidade da vítima.[9] Isso
simplificou a prova em muitos casos e reforçou a tutela penal para essas vítimas.
6. Jurisprudência Relevante dos Tribunais Superiores (STJ e STF)
A interpretação e aplicação do Art. 213 pelos tribunais superiores são cruciais para a
compreensão do crime e para a resolução de questões de prova. Destacam-se os
seguintes entendimentos:
● Conceito de "Ato Libidinoso Diverso da Conjunção Carnal":
A jurisprudência consolidou uma interpretação ampla para esta elementar.
Considera-se ato libidinoso diverso da conjunção carnal qualquer ato que tenha
por objetivo satisfazer a lascívia (desejo sexual) do agente ou de terceiro,
excluindo-se o coito vagínico.8
Exemplos reconhecidos pelos tribunais incluem: toques lascivos em partes
íntimas (seios, nádegas, genitais), sexo oral ou anal forçado, masturbação
imposta à vítima ou que a vítima é forçada a fazer no agressor, introdução de
dedos ou objetos nas cavidades oral, vaginal ou anal com finalidade sexual, e até
mesmo o beijo lascivo (beijo com conotação sexual explícita) obtido mediante
força física.17
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), na Edição nº 151 de sua "Jurisprudência em
Teses", firmou o seguinte entendimento (Tese 11): "O beijo lascivo integra o rol de
atos libidinosos e configura o crime de estupro se obtido mediante emprego de
força física do agressor contra vítima maior de 14 anos.".18
É fundamental notar que a prática de qualquer desses atos libidinosos diversos,
desde que obtidos mediante violência ou grave ameaça (no caso do Art. 213) ou
contra vítima vulnerável (no caso do Art. 217-A), é suficiente para consumar o
crime de estupro, não se tratando de mera tentativa.15
● Caracterização da Violência ou Grave Ameaça:
Conforme já definido, a violência é a força física e a grave ameaça é a
intimidação moral.8 A jurisprudência recente tem refinado a compreensão
desses elementos, especialmente no que tange à reação da vítima.
Em decisão paradigmática de agosto de 2024, a Sexta Turma do STJ estabeleceu
que a falta de reação enérgica ou "feroz" por parte da vítima não descaracteriza
o crime de estupro, tampouco o fato de ter havido consentimento inicial para a
relação sexual. O ponto crucial é a manifestação de dissenso pela vítima em
qualquer momento do ato. Se, após a manifestação de vontade de não
prosseguir, o agente utiliza força física ou ameaça para continuar o ato sexual, o
crime de estupro se configura.21
Este julgado (AgRg no REsp não especificado, mas noticiado em ago/2024) 21 é
de extrema importância, pois alinha a interpretação legal ao princípio de que o
consentimento sexual deve ser livre, informado e contínuo. Ele rechaça a
exigência implícita de que a vítima precise lutar desesperadamente para que sua
recusa seja considerada válida, reconhecendo que a paralisia pelo medo ou uma
submissão passiva após resistência inicial não equivalem a consentimento. Isso
reflete uma compreensão mais moderna e protetiva da liberdade sexual,
combatendo estereótipos e a culpabilização da vítima.
Quanto à "violência presumida", que era uma construção doutrinária e
jurisprudencial aplicada antes da Lei 12.015/2009 para casos de vítimas menores
ou incapazes, ela foi, em grande medida, substituída pela criação do tipo penal
específico do Art. 217-A (Estupro de Vulnerável), onde a vulnerabilidade em si
fundamenta a tipicidade, dispensando a prova da violência ou ameaça.23
● Valor Probatório da Palavra da Vítima:
Os crimes contra a dignidade sexual, por sua natureza, frequentemente ocorrem
na clandestinidade, sem a presença de testemunhas oculares.24 Diante dessa
realidade, a jurisprudência pacífica dos Tribunais Superiores confere especial
relevância probatória à palavra da vítima.24
A Tese 2 da Edição nº 151 da Jurisprudência em Teses do STJ dispõe: "Em delitos
sexuais, comumente praticados às ocultas, a palavra da vítima possui especial
relevância, desde que esteja em consonância com as demais provas acostadas
aos autos.".18
Isso não significa que a palavra da vítima seja prova absoluta ou que dispense o
contraditório e a ampla defesa. O relato da vítima deve ser coerente, verossímil e,
sempre que possível, corroborado por outros elementos de prova, que podem
incluir laudos periciais (embora a ausência de vestígios não afaste o crime),
exames psicológicos, testemunhos indiretos (pessoas a quem a vítima relatou o
ocorrido), mensagens, ou outras evidências circunstanciais.24 Contudo, em
muitos casos, o depoimento firme e consistente da vítima é o principal
fundamento da condenação.
● Consumação e Tentativa:
○ Consumação: O crime de estupro se consuma no momento em que ocorre a
efetiva prática da conjunção carnal ou de qualquer outro ato libidinoso
imposto à vítima mediante violência ou grave ameaça.15 Para a conjunção
carnal, basta a penetração parcial. Para os atos libidinosos diversos, basta a
realização do ato com finalidade lasciva. O crime é material, exigindo a
ocorrência do ato sexual forçado. Importante notar que o estupro é
classificado como "tipo misto alternativo" ou crime de conteúdo variado.15
Isso significa que a norma descreve duas ou mais condutas (constranger a
ter conjunção carnal ou a praticar/permitir outro ato libidinoso). A prática de
qualquer uma delas, isoladamente, já consuma o crime. Se o agente, no
mesmo contexto fático e contra a mesma vítima, pratica tanto a conjunção
carnal quanto outro ato libidinoso (ex: sexo oral seguido de coito vaginal),
haverá um único crime de estupro, e não um concurso de crimes. A
pluralidade de atos pode, contudo, ser considerada na dosimetria da pena
como circunstância judicial desfavorável (Art. 59 CP) ou, eventualmente,
configurar continuidade delitiva (Art. 71 CP) se os atos ocorrerem em
momentos distintos sob condições semelhantes.
○ Tentativa (Art. 14, II, CP): A tentativa de estupro é plenamente admitida.
Ocorre quando o agente inicia os atos executórios do crime (emprega a
violência ou a grave ameaça com a intenção inequívoca de praticar o ato
sexual), mas não consegue consumar a conjunção carnal ou o ato
libidinoso por circunstâncias alheias à sua vontade.28 Exemplos: a vítima
consegue reagir e fugir; um terceiro intervém e impede a consumação; o
agente é surpreendido pela polícia.
● Natureza da Ação Penal (Actionability):
Este é um ponto que sofreu alteração legislativa recente e crucial para provas. A
Lei nº 13.718, de 24 de setembro de 2018, promoveu uma mudança fundamental
ao alterar a redação do Artigo 225 do Código Penal.30
Regra Atual: Conforme a redação vigente do Art. 225 do CP, nos crimes definidos
nos Capítulos I (Crimes contra a Liberdade Sexual, incluindo Art. 213) e II (Crimes
Sexuais contra Vulnerável, incluindo Art. 217-A) do Título VI, a ação penal é
PÚBLICA INCONDICIONADA.
Isso significa que a instauração do inquérito policial e o oferecimento da
denúncia pelo Ministério Público independem de representação (manifestação
formal de vontade) da vítima ou de seu representante legal.30 A persecução
penal pode (e deve) ser iniciada de ofício pela autoridade policial ou pelo MP
assim que tiverem conhecimento do fato criminoso.
Contexto Histórico e Súmula 608/STF: É relevante saber que, no período entre a
Lei 12.015/2009 e a Lei 13.718/2018, a regra geral para o Art. 213 era de ação
penal pública condicionada à representação. As exceções eram os casos de
vítima vulnerável (Art. 217-A, que já era incondicionada) e, segundo entendimento
majoritário baseado na Súmula 608 do STF e no Art. 101 do CP (crime complexo),
os casos de estupro praticado com violência real (lesão corporal).37 Contudo, a
Lei 13.718/2018 tornou incondicionada a ação penal para todos os crimes dos
Capítulos I e II do Título VI, superando a necessidade dessas discussões para
definir a natureza da ação.
A mudança para ação pública incondicionada em 2018 reflete uma opção
político-criminal de priorizar o interesse público na repressão de crimes sexuais,
retirando da esfera de decisão da vítima a iniciativa da persecução penal.
Embora a intenção seja ampliar a proteção, a medida gerou debates sobre a
autonomia da vítima e o potencial de revitimização pelo processo penal.34 Para
fins de prova objetiva, o essencial é conhecer a regra atual: ação penal pública
incondicionada.
● Tabela Resumo: Pontos Jurisprudenciais Chave para Exames
Tópico Entendimento Referências Chave
Jurisprudencial
Consolidado (STJ/STF)
Ato Libidinoso Diverso Conceito amplo (qualquer ato 15
(Tese 11), 18 (Tese 11)
lascivo); Beijo lascivo forçado
configura; Prática consuma o
crime.
Violência/Grave Ameaça Essencial para Art. 213; 8
Consentimento deve ser
contínuo; Falta de resistência
"feroz" ou consentimento
inicial revogado não afastam
o crime.
Palavra da Vítima Especial valor probatório em 18
(Tese 2)
crimes clandestinos; Deve ser
coerente e, se possível,
corroborada.
Consumação/Tentativa Consuma-se com a prática de 15
qualquer ato sexual forçado
(coito ou libidinoso diverso);
Tentativa é admissível. Tipo
Misto Alternativo.
Natureza da Ação Penal Pública Incondicionada 30 35 41
- -
(Regra atual após Lei
13.718/2018 - Art. 225 CP).
7. Pontos de Atenção para Provas Objetivas
Com base na análise legal e jurisprudencial, os seguintes pontos merecem destaque
especial na preparação para provas objetivas sobre o Art. 213 do CP:
● Tópicos de Alta Incidência:
○ Verbos e Meios do Caput: Memorizar a exata descrição da conduta
("constranger") e os meios ("mediante violência ou grave ameaça"), bem
como as finalidades ("a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que
com ele se pratique outro ato libidinoso").2
○ Penas: Conhecer as penas cominadas para a forma simples (caput) e para as
formas qualificadas (§§ 1º e 2º).2
○ Distinção Art. 213 vs. Art. 217-A: Compreender profundamente o critério
distintivo (condição da vítima e relevância dos meios/consentimento).9
○ Faixas Etárias: Saber classificar corretamente a conduta conforme a idade
da vítima: < 14 anos (Art. 217-A), 14 a 17 anos (Art. 213, §1º), ≥ 18 anos (Art.
213, caput).2
○ Ato Libidinoso Diverso: Entender a amplitude do conceito e exemplos
(incluindo beijo lascivo forçado).17
○Consentimento e Resistência: Dominar o entendimento atual de que o
consentimento deve ser contínuo e que a falta de resistência enérgica não
exclui o crime.21
○ Palavra da Vítima: Saber sua especial relevância probatória nos crimes
sexuais.18
○ Natureza da Ação Penal: Conhecer a regra atual de Ação Penal Pública
Incondicionada (Art. 225 CP, pós Lei 13.718/2018).30
○ Consumação e Tentativa: Identificar o momento consumativo (prática do
ato sexual forçado) e as hipóteses de tentativa.15
● Armadilhas Comuns (Common Pitfalls):
○ Confundir as hipóteses de aplicação do Art. 213 e do Art. 217-A, baseando-se
apenas no ato praticado sem analisar a condição da vítima ou a necessidade
de prova de violência/ameaça.
○ Aplicar regras antigas sobre a natureza da ação penal (condicionada à
representação), ignorando a alteração da Lei 13.718/2018.
○ Interpretar erroneamente a ausência de lesões aparentes ou de resistência
física vigorosa como prova de consentimento.
○ Errar na aplicação das penas específicas para cada forma do crime (simples
e qualificadas).
○ Considerar a prática de ato libidinoso diverso como mera tentativa ou crime
menos grave (como importunação sexual, Art. 215-A, que não exige violência
ou grave ameaça e tem pena menor).
8. Síntese Final
O crime de estupro, conforme tipificado no Artigo 213 do Código Penal brasileiro,
com as alterações promovidas especialmente pela Lei nº 12.015/2009, consiste no
constrangimento de alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar/permitir outro ato libidinoso. Sua compreensão exige o domínio
dos elementos constitutivos (conduta, meios, finalidade, dolo), das formas
qualificadas (lesão grave, idade da vítima entre 14 e 17 anos, morte) e, crucialmente,
da sua distinção em relação ao Estupro de Vulnerável (Art. 217-A), que se baseia na
incapacidade de consentimento da vítima e dispensa a prova de violência ou ameaça.
A jurisprudência dos Tribunais Superiores consolidou entendimentos importantes,
como a amplitude do conceito de "ato libidinoso diverso da conjunção carnal", a
especial relevância da palavra da vítima em crimes sexuais, e a necessidade de
consentimento contínuo durante o ato sexual, afastando a exigência de resistência
heróica por parte da vítima. A consumação ocorre com a prática do ato sexual
forçado, sendo a tentativa admissível.
Um ponto de fundamental importância e atualização é a natureza da ação penal que,
após a Lei nº 13.718/2018 (que alterou o Art. 225 do CP), passou a ser Pública
Incondicionada para todos os crimes contra a dignidade sexual previstos nos
Capítulos I e II do Título VI, incluindo o estupro do Art. 213.
O domínio preciso desses aspectos legais e jurisprudenciais é indispensável para o
sucesso em provas objetivas de Direito Penal. A constante evolução legislativa e
interpretativa sobre os crimes contra a dignidade sexual reflete a busca do
ordenamento jurídico por oferecer uma proteção mais efetiva à liberdade e à
autodeterminação sexual, bens jurídicos de valor inestimável na sociedade
contemporânea. Recomenda-se a revisão atenta dos textos legais, das penas, das
distinções entre os tipos penais e dos entendimentos jurisprudenciais aqui
destacados.
Referências citadas
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
2. DEL2848 - Planalto, acessado em maio 1, 2025,
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm
3. Presidência da República, acessado em maio 1, 2025,
https://platform.who.int/docs/default-source/mca-documents/policy-
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22. Dissenso da vítima, mesmo sem reação drástica, basta para crime de estupro -
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23. Estupro de vulnerável – violência presumida — Tribunal de Justiça do Distrito
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presumida
24. A palavra da vítima tem especial relevo nos crimes contra a ... - TJDFT, acessado
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valoracao-da-prova/a-palavra-da-vitima-tem-especial-relevo-nos-crimes-
contra-a-liberdade-sexual-1
25. Relevância da palavra da vítima - crimes em contexto de violência doméstica —
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios - TJDFT, acessado em
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26. a palavra da vítima no estupro: reflexões sobre a valoração nos crimes sexuais no
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33. Ação Penal Pública Incondicionada Aos Crimes Contra A Dignidade Sexual
Instituída Pela Lei 13.718/18: Privacidade Da Vítima Versus O Interesse Coletivo Na
Persecução Penal - Âmbito Jurídico, acessado em maio 1, 2025,
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34. A inconstitucionalidade material do art. 225 da Lei 13.718/18 no ajuizamento da
ação penal no crime de estupro e a esfera viti - Revistas UNIPAM, acessado em
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36. As Inovações Legislativas aos Crimes Sexuais no Enfrentamento à Criminalidade,
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37. Sexta Turma aplica nova lei a crime sexual praticado sem violência ou grave
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38. As inovações legislativas aos crimes sexuais no enfrentamento à criminalidade
comentários à Lei nº. 13.718/2018 – AMDEPOL/SINDEPO, acessado em maio 1,
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39. A Natureza da Ação Penal nos Crimes de Estupro em Ambiente ..., acessado em
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40. habeas corpus nº 329.917 - rs (2015/0166694-5) - STJ, acessado em maio 1, 2025,
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seq=1486624&tipo=0&nreg=201501666945&SeqCgrmaSessao=&CodOrgaoJgdr
=&dt=20160415&formato=PDF&salvar=false
41. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE DANIELA DANTAS DO
NASCIMENTO CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: IMPLICAÇÕES NA
PERSECUÇÃ, acessado em maio 1, 2025,
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42. Ação penal, crimes sexuais e autonomia da vítima - Conjur, acessado em maio 1,
2025, https://www.conjur.com.br/2022-mai-06/questao-genero-acao-penal-
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