Teoria Geral do
Crime- Aulas 1-5
Luana Roberti
2° Semestre
Aula 1/2: Fato Típico, Formas de
Conduta, Tipicidade, Nexo Causal
Aula 3: Crime Consumado e Crime
Tentado, ITERCRIMINIS
Aula 4: Tentativa
Sumário Aula 5: Crime doloso e Crime culposo
Aula 1/2 (3/10 e 10/10)
Fato Típico: é o comportamento humano, positivo ou negativo, que provoca um resultado e é
previsto na lei penal como infração, é aquele que se enquadra perfeitamente nos elementos contidos
no tipo penal.
O Fato Típico é composto dos seguintes elementos:
1. Conduta humana dolosa ou culposa;
2. Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado;
3. Resultado;
4. Tipicidade, que é o enquadramento do fato material a uma norma penal incriminadora.
Tipicidade nada mais é do que o perfeito enquadramento do fato na norma penal. É também
chamada de adequação típica, que é a perfeita adaptação do fato a norma penal.
Tipo Penal significa o conjunto dos elementos descritivos do crime contidos na lei penal.
Conduta é o comportamento humano consistente em uma ação ou omissão, consciente e voltada a
uma finalidade. Quando o crime é de ação, é chamado de de crime comissivo quando o crime é de
omissão é chamado de crime omissivo.
Aula 1/2 (3/10 e 10/10)
Formas de Conduta: A conduta apresenta duas formas:
a) ação que é a atuação humana positiva voltada a uma finalidade;
b) Omissão, que é ausência de comportamento, a inatividade.
A omissão é penalmente relevante quando o omitente tinha o dever e o poder de agir para evitar o
resultado (Art.13, parágrafo 2°).
Nexo Causal: também chamado de nexo de causalidade ou relação de causalidade é o elo que existe
entre a conduta e o resultado, é a relação de causa e efeito existente entre a ação ou omissão do
agente e a modificação produzida no mundo exterir (resultado).
Aula 1/2 (3/10 e 10/10)
O Brasil adota no Art.13, caput, com relação ao nexo causal, a teoria da equivalência dos
antecedentes, também chamada de teoria da “condtio sine que non”. De acordo com esta teoria, o
resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Resultado é outro elemento integrante do fato típico, é aquilo que deriva da prática criminosa. O
resultado pode ser jurídico, que é a lesão ou perigo de lesão do bem jurídico protegido pela norma
penal e pode ser material ou naturalístico, que é toda modificação produzida no mundo exterior,
concreta e paupável. Válido ressaltar que existem crimes que não tem resultado material, como por
exemplo, injúria.
Aula 3 (17/10)
Crime Consumado e Crime Tentado: Consuma-se delito quando existe a realização integral do itpo
penal. De acordo com o disposto no Art.14,I,CP o crime é consumado quando nele se reunem todos
os elementos de sua definição legal. O crime é tentado quando, iniciada a execução, não se consuma
por circunstãncias alheias a vontade do agente (Art. 14, II, CP). A tentativa também é conhecida pelo
termo latino "CONATUS".
Com relação a tentativa, o Brasil adotou a teoria objetiva, que requer início de atos de execução.
O fato delituoso apresenta uma trajetória denominada ITER CRIMINIS, termo latina que significa
"caminho do crime".
Aula 3 (17/10)
O ITER CRIMINIS é composto de 4 etapas:
1º- Cogitação, que é o ato de pensar, de cogitar, de planejar mentalmente o crime.
No direito penal a cogitação não é punida, pois o que se passa no foro íntimo da pessoa não tem relevância criminal.
(Premeditação: para o direito penal brasileiro é irrelevante, funciona mais no direito americano.
2º- Atos preparatórios, que se situam fora a esfera de cogitação do agente, que se destinam a criar as condições necessárias para a execução
do crime.
Exemplo: No crime de homicídio, a compra da arma, compra do veneno, locação de cativeiro (em crimes de sequestro).
No direito penal, em regra, os atos preparatórios não são punidos, salvo quando, por si só, já configuram um crime autônomo.
Exemplo: Resolvo matar alguém cogito o crime, vou comprar a arma fria e no caminho a polícia me para, eu estou com uma arma e sou
indiciado por porte ilegal de arma.
Com relação a tentativa o Brasil adotou a Teoria Objetiva, que requer início de atos de execução.
3º- Atos de execução ou atos executórios.
4º Elementos da tentativa- a tentativa tem 3 elementos.
4a- A ação, que se caracteriza por início dos atos de execução.
4b- Interrupção da execução por circunstâncias alheias a vontade do agente.
4c- Dolo, que é a intenção de consumar o crime.
Aula 4 (24/10)
Art. 14, I, CP
A tentativa admite duas espécies:
1- Tentativa perfeita ou acabada: também chamada de crime falho, que ocorre quando o agente fez tudo o que era possível para alcançar o
resultado. O agente praticou todos os atos de execução que estavam ao seu alcance, mas não conseguiu consumar o crime por circunstâncias
alheias à sua vontade.
2- Tentativa imperfeita ou inacabada, que é aquela que ocorre quando a ação não chega a exaurir-se, ou seja, quando o sujeito ativo não
esgotou em atoa de execução toda a sua intenção delituosa. Nessa tentativa, o agente apenas inicia a execução e já sofre a interrupção, não
esgotando todos os atos.
3- Ocorre a desistência voluntária quando o agente inicia a execução do crime, mas não o consuma por vontade própria.
Mesmo tendo iniciado atos de execução, o agente se detêm voluntariamente. A desistência voluntária somente é possível na tentativa
imperfeita.
4.-Ocorre o arrependimento eficaz quando o agente esgota todos os meios ao seu alcance para a prática do crime, praticando todos os atos de
execução. Arrepende-se porém e evita, com sucesso a consumação.
Desistência voluntária arrependimento eficaz, vem previstos no art. 15 do CP.
Tanto na desistência voluntária quanto no arrependimento eficaz, o agente somente responde pelos atos já praticados.
Aula 4 (24/10)
5-O arrependimento posterior vem previsto no art. 16 do CP. Trata-se de uma causa genérica de diminuição de pena de um a dois terços. O
arrependimento posterior ocorre após a consumação do crime e requer, para sua configuração, quatro requisitos:
1- crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa.
2- reparação do dano ou devolução da coisa.
3- por ato voluntário do agente.
4- até o recebimento da denúncia ou queixa.
6-O crime impossível vem previsto no artigo 17 do CP e ocorre quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
objeto é impossível consumar-se o crime. Neste caso não se pune a tentativa e o agente não responde por nada.
Exemplos: matar quem já morreu; matar alguém com arma de brinquedo; mulher, supondo estar grávida, ingere substância abortiva.
Aula 5 (31/10)
Crime doloso e Crime culposo
Crime doloso/conceito de dolo: Segundo o disposto no Art.18,I,CP, o crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo. Dolo é a intenção, a vontade, o querer. No crime doloso o agente quis o resultado produzido.
Espécies de dolo: O dolo apresenta duas espécies básicas:
Dolo direto: vontade de praticar a conduta e produzir o resultado;
Dolo eventual: o agente assumiu o risco de produzir o resultado.
* No dolo eventual, o resultado é indiferente para o agente, ou seja, tanto faz se ocorrer ou não (o agente assume o risco).
Exemplo: dirigir embriagado/efetuar disparo de arma de fogo em direção a uma multidão.
Crime culposo
Modalidades de culpa:
1- Imprudência: prática de um fato perigoso, atuando o agente com precipitação (afobado), sem cautelas.
Exemplo: desrespeitar sinal semafórico vermelho/ dirigir em alta velocidade.
Aula 5 (31/10)
Crime culposo
Modalidades de culpa:
1- Imprudência: prática de um fato perigoso, atuando o agente com precipitação (afobado), sem cautelas.
Exemplo: desrespeitar sinal semafórico vermelho/ dirigir em alta velocidade.
2- Negligência: ausência de precaução, ausência de cuidado.
Exemplo: deixar uma arma de fogo ao alcance de uma criança/ deixar de esterelizar um aparelho de utilização médica/cirúrgica.
Imperícia: falta de aptidão técnica para o exercício de arte (atividade manual/intelectual) ou profissão.
Exemplo: sujeito constrói uma laje depois a criança vai brincar no quintal e a laje cai nela/ sujeito vai dirigir ônibus tendo apenas CNH B.