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Odis11 Guiao Saida Campo Serra Aire Candeeiros

O documento é um guia de saída de campo para o estudo da geologia nas Serras de Aire e Candeeiros, em Portugal. Ele descreve a geologia da região, incluindo o Maciço Calcário Estremenho e suas características, além de propor cinco paragens para observação de formações geológicas e fósseis. O guia também inclui atividades e questões para os alunos, visando aprofundar o conhecimento sobre os processos geológicos e a morfologia da área.

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O documento é um guia de saída de campo para o estudo da geologia nas Serras de Aire e Candeeiros, em Portugal. Ele descreve a geologia da região, incluindo o Maciço Calcário Estremenho e suas características, além de propor cinco paragens para observação de formações geológicas e fósseis. O guia também inclui atividades e questões para os alunos, visando aprofundar o conhecimento sobre os processos geológicos e a morfologia da área.

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Biologia e Geologia | 11.

º ano Jorge Reis · António Guimarães · Ana Bela Saraiva · Hugo Novais

ÀDescobertadaGeologia
de Portugal

Guião de saída de campo:


Serras de Aire e Candeeiros

Oo
À Descoberta da Geologia de Portugal

ODIS11DGP © Porto Editora


Guião de saída de campo: Serras de Aire e Candeeiros
Nome: N.º Turma:

Data: - - Professor/a:

Parte A · Preparação da saída


Enquadramento geográfico e geológico
O Maciço Calcário Estremenho (MCE) é uma unidade geomorfológica, com uma superfície elevada,
com aproximadamente 800 km2, situada entre Ota e Coimbra, que integra o sistema Montejunto-
-Estrela. É composto por serras e planaltos, como a serra dos Candeeiros, o planalto de Santo António,
o planalto de São Mamede e a serra de Aire. Este conjunto constitui o Parque Natural das Serras de
Aire e Candeeiros (PNSAC), área protegida de 389 km².

Para além destas grandes subunidades, ainda engloba variadíssimas formas, entre as quais a mais
vasta é a plataforma de Fátima, o prolongamento do planalto de São Mamede, os lapiás, as dolinas, as
uvalas, os poljes (como o de Minde) e os canhões cársicos (como o do Alviela). Existem, ainda, mais de
1500 grutas.

Propomos a realização de 5 paragens, indicadas na figura 1.


Juncal Porto de Mós

Valado dos

Aljubarrota
1
Alcobaça
Mira de Aire

EN 8
Parque Natural
das Serras de Aire Minde EN 349

e Candeeiros

Torres Novas
3
Turquel Entroncamento
Alcanena

Santa Catarina
2 EN 361
Amiais de Baixo Riachos

Benedita A1
Alcobertas

4
IC 2
EN 1 Reserva
Natural
do Paul
do Boquilobo

5 Tremês

EN 365

1 Pedreira do Galinha 4 Portela da Teira


2 Olhos d’Água do Alviela 5 Salinas de Rio Maior
3 Algar do Pena

Fig. 1 Localização das paragens propostas.

2
Guião de saída de campo: Serras de Aire e Candeeiros

O MCE corresponde a uma unidade morfoestrutural em que se regista a maior extensão de afloramen-
tos de rochas calcárias do Jurássico Médio, no território nacional, que condicionam o desenvolvimento
de uma morfologia cársica bem característica (fig. 2). No entanto, a arquitetura do maciço é resultado,
fundamentalmente, dos movimentos tectónicos, nomeadamente das falhas que o afetam, encon-
trando-se sobre-elevado relativamente às regiões limítrofes.

Dada a natureza carbonatada do maciço, a rede de drenagem superficial é praticamente inexistente,


sendo quase exclusivamente subterrânea. A espessa sequência de calcários com elevado grau de
pureza permitiu o desenvolvimento de diversos fenómenos de carsificação, dando origem a uma plura-
lidade de estruturas que não têm paralelo no país.

Batalha Ourém Pós-Jurássico


Jurássico Superior
N
Fátima Jurássico Médio-Inf.
Porto Hetangiano
Juncal de Mós
e (Jurássico Inferior)
Ma med Rochas ígneas
d e S.
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Alcobaça de epr P PNSAC
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Alcanena
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de Baixo ia
Benedita i ár
Alcanede rc
Te
a
ci
Ba

Rio Maior
0 6 km

Fig. 2 Carta geológica simplificada das serras de Aire e Candeeiros.

Material
• Carta geológica da região;
• Martelo de geólogo;
• Lápis, lápis de cor, borracha e régua;
• Bússola e lupa;
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• Guião de saída de campo;


• Máquina fotográfica/telemóvel (para fotografar os aspetos que considere relevantes);
• Sacos e etiquetas para identificação das amostras recolhidas.

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À Descoberta da Geologia de Portugal

Parte B · Realização da saída

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Paragem 1
Pedreira do Galinha
Tempo previsto: 1 h 30 min

Numa extensa laje calcária de 40 000 m2, são visíveis 20 trilhos de saurópodes (fig. 3). Estes icnofós-
seis, do Jurássico Médio, com cerca de 175 milhões de anos, foram moldados em sedimentos finos,
numa lama calcária que bordejava lagunas tropicais. Depois de seca, a lama carbonatada, onde os
dinossauros deixaram as suas pegadas, foi coberta por novos sedimentos carbonatados, que, mais
tarde, se viriam a transformar em calcário.

O estudo dessas pegadas é importantíssimo para o conhecimento dos hábitos dos dinossauros. Atra-
vés delas podemos saber, por exemplo, como se movimentavam e a que velocidade e se o faziam sozi-
nhos, em pequenos grupos ou em manadas.

A B

Fig. 3 Pedreira do Galinha. A Aspeto de uma parte da lage. B Detalhe de um dos trilhos.

1 Localize, no Google Maps ou na carta geológica, o local onde se encontra a pedreira do Galinha.

2 Descreva a paisagem que o rodeia do ponto de vista morfológico.

3 Identifique a estrutura de deposição das rochas sedimentares visíveis no local e na figura 3.

4 Refira o tipo de fossilização que permitiu a preservação das pegadas.

4
Guião de saída de campo: Serras de Aire e Candeeiros

5 Refira e enuncie o princípio que lhe permite fazer a datação relativa das camadas de calcário.

No topo da laje observe com atenção os fósseis de Turritella (fig. 4). As Turritella são um grupo de gas-
trópodes com uma concha em espiral de tamanho variável. Apesar dos fósseis mais antigos conheci-
dos serem datados do Cretácico, ainda hoje existem espécies deste grupo. São característicos de
ambientes de transição, preferencialmente de águas pouco profundas, ou lagunares, de temperatura
variável.

Próximo deste local é visível o efeito da dissolução do calcário à superfície em formas típicas, designa-
das por lapiás (fig. 5).

Fig. 4 Fósseis de Turritella. Fig. 5 Lapiás.

6 Classifique, tendo em conta as condições em que habitam as espécies atuais deste grupo, os
fósseis de Turritella.

7 Relacione a informação que estes fósseis fornecem com as condições de formação das rochas
deste local.

8 Refira o tipo de meteorização que ocorreu na formação dos lapiás.

9 Descreva o processo que levou à formação dos lapiás.


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À Descoberta da Geologia de Portugal

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Paragem 2
Olhos d’Água do Alviela
Tempo previsto: 2 h

Das várias nascentes cársicas existentes na região, a mais conhecida é a de Olhos d’Água do Alviela,
que forneceu água a Lisboa desde 1880 até há pouco tempo. Este rio situa-se em pleno Parque Natural
das Serras de Aire e Candeeiros, nasce na gruta do Alviela, percorre 51,16 km e acaba por desaguar no
Tejo, perto de Vale de Figueira, em Santarém. A água da chuva infiltra-se e, após percorrer uma com-
plexa rede de galerias subterrâneas do maciço, origina uma nascente que alimenta o rio durante todo
o ano. Em períodos de pluviosidade elevada, os níveis de água sobem e uma outra nascente, temporá-
ria, é reativada, provocando uma cascata de rara beleza junto à nascente principal, “Olhos d’Água”
(fig. 6). Esta nascente está associada ao movimento da falha dos Arrifes.

A B

Fig. 6 Rio Alviela. A Nascente permanente. B Olhos d’Água, nascente temporária.

10 Refira o fenómeno, que ocorre nos calcários, que permite o percurso subterrâneo do rio Alviela.

11 Relacione a extensa fissuração do maciço calcário com as propriedades que fazem do local um
excelente aquífero.

12 Sabendo que o rio Alviela faz parte de um enorme aquífero que existe na região, discuta a
profundidade do nível hidrostático do aquífero quando a água exsurge em “Olhos d’Água”.

6
Guião de saída de campo: Serras de Aire e Candeeiros

No Mesozoico, aquando da abertura da Bacia Lusitânica, associada a movimentos distensivos, origi-


nou-se a falha dos Arrifes. Por sua vez, movimentos compressivos ocorridos durante o Cenozoico alte-
raram o movimento dos blocos da falha. Este movimento compressivo culminou num cavalgamento,
impulsionando a subida da atual escarpa da falha dos Arrifes e do próprio maciço. A escarpa dos Arri-
fes destaca-se na paisagem e é visível de muitos locais da serra (fig. 7).

A Início do Mesozoico
Cobertura Falha dos
mesozoica Arrifes
>3 km SE
NW

Falha da Nazaré
Formação de Dagorda B

Jurássico/ Cretácico

Cenozoico Bacia terciária


do Tejo

Aprox. 30 km

Fig. 7 Escarpa dos Arrifes. A Esquema interpretativo da evolução da falha. B Aspeto paisagístico.

13 Classifique, justificando, a falha dos Arrifes no início do Mesozoico e no Cenozoico.

14 Refira o tipo de comportamento a que foram sujeitos os materiais rochosos para originar a falha.

15 Explique a formação da falha dos Arrifes.

16 Refira o tipo de deformação a que estariam sujeitas as rochas em profundidade, relativamente à


falha dos Arrifes, no Mesozoico e no Cenozoico. Mencione a principal causa dessa diferença a nível
de deformação.
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À Descoberta da Geologia de Portugal

Percorrendo um pequeno percurso, bem assinalado, desde o ponto anterior, chegamos à lapa da

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Canada, onde é possível observar a ribeira dos Amiais, que pertence ao mesmo sistema fluvial. Esta
ribeira inicia o seu percurso subterrâneo neste local, o sumidouro da Lapa da Canada (fig. 8A), e, depois
de percorrer 200 m, volta à superfície, fenómeno conhecido por exsurgência (fig. 8B), no início do
canhão fluviocársico (fig. 8C). Esta exsurgência só é visível em períodos de elevada precipitação.

A B C

Fig. 8 Ribeira dos Amiais. A Sumidouro. B Exsurgência. C Canhão fluviocársico.

17 Preveja a diferença da quantidade de iões cálcio e bicarbonato entre a água que entra no
sumidouro e a água que sai na exsurgência.

No canhão fluviocársico são visíveis marmitas de gigante (fig. 9).

Fig. 9 Marmitas de gigante no percurso da ribeira dos Amiais.

18 Descreva a ação da água da ribeira dos Amiais na formação destas estruturas, sabendo que no seu
interior existem calhaus de diferentes dimensões.

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Guião de saída de campo: Serras de Aire e Candeeiros

Paragem 3
Algar do Pena
Tempo previsto: 1 h

O algar do Pena é uma gruta com desenvolvimento vertical, que constitui a maior sala cársica subter-
rânea do país. A cerca de 85 metros de profundidade, ao longo de uma área de 1400 m2, é possível
admirar uma enorme profusão de estruturas com formas variadas e invulgares (fig. 10).

Fig. 10 Aspetos do modelado cársico do algar do Pena.

19 Refira a designação atribuída a cada uma das estruturas visíveis no algar do Pena.

20 Explique o processo de formação dessas estruturas.

No exterior do algar é possível observar aspetos resultantes da dissolução do calcário (fig. 11).

21 Refira a designação atribuída aos


sedimentos avermelhados que se encontram
entre o calcário.

22 Explique o processo de formação desses


sedimentos.
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Fig. 11 Aspetos exteriores no algar do Pena.

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Paragem 4
Portela da Teira
Tempo previsto: 1 h 30 min

No lugar de Portela da Teira, na serra dos Candeeiros, existem rochas magmáticas que resultaram de
uma chaminé vulcânica/filão camada. Podem observar-se colunas de rocha básica, de textura agranu-
lar, com disjunção prismática. Estas colunas verticais têm cerca de 0,5 m de diâmetro por 15 m a 20 m
de altura (fig. 12).

Fig. 12 Aspetos da disjunção colunar na Portela da Teira.

23 Relacione a textura das colunas com a natureza e o arrefecimento do magma que as originou.

24 Refira o princípio da estratigrafia que permite estabelecer a idade do filão relativamente à das
rochas calcárias encaixantes.

25 Classifique o tipo de rocha que se formaria se o arrefecimento do magma ocorresse em regiões


mais profundas.

26 Mencione a propriedade que distingue a rocha referida na questão anterior da rocha que forma as
colunas.

10
Guião de saída de campo: Serras de Aire e Candeeiros

Paragem 5
Salinas de Rio Maior
Tempo previsto: 1 h 30 min

Na região de Rio Maior encontram-se sal-gema e gesso rodeados por argilas e calcários que fazem
parte da Formação de Dagorda. As rochas evaporíticas são pouco densas e plásticas, o que, em con-
junto com a existência de um sistema de falhas, permitiu o seu movimento ascendente, designado por
diapirismo. Estas rochas são mais suscetíveis à meteorização e à erosão causada pelos agentes de
geodinâmica externa, que, assim, dão origem a depressões designadas por vales tifónicos.

A extensa e profunda camada de sal-gema é atra-


vessada por uma corrente de água doce subter-
rânea, que a dissolve, aumentando a sua
salinidade para um valor sete vezes superior à da
água do mar.

Localmente, a água é extraída a partir de um


poço (fig. 13) e usada para alimentar as salinas,
onde ocorre a precipitação do sal, devido à eva-
poração da água (fig. 14).

A Fig. 13 Poço de extração de água.

B
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Fig. 14 Salinas de Rio Maior. A Maqueta de exploração. B Vista panorâmica. C Pormenor da


retirada de impurezas na preparação do sal para comercialização.

11
À Descoberta da Geologia de Portugal

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27 Classifique as rochas explorados na região de Rio Maior.

28 Formule uma hipótese acerca do paleoambiente da zona de Rio Maior que terá permitido
a formação do sal-gema.

29 Mencione o princípio do raciocínio geológico que lhe permitiu responder à questão anterior.

30 Refira a constituição química do sal-gema e do gesso.

Durante o Mesozoico, a sedimentação ocorria com alternâncias de argilas e sal-gema. Hoje em dia,
as argilas separam o sal-gema da superfície, servindo-lhe de proteção.

31 Tendo em conta o ambiente de sedimentação, justifique a deposição conjunta de argilas e


sal-gema.

32 Relacione as características das argilas com a proteção que dão ao sal-gema.

Parte C · Pós-saída
• Deverá organizar as suas fotografias e os vídeos, realizando uma pequena reportagem da visita de
estudo, descrevendo os principais aspetos observados.
• Se recolheu amostras de rochas ou de minerais em locais permitidos, poderá identificá-las no
laboratório da escola.
• Adicionalmente, poderá escrever uma notícia, para o jornal ou para o sítio da escola, sobre a saída
de campo efetuada, ilustrada com as fotografias ou vídeos.

12
Guião de saída de campo: Serras de Aire e Candeeiros

Glossário
Algar – poço, mais ou menos profundo, originado Gruta – cavidade característica das paisagens cársi-
pela ação dissolvente da água nos terrenos calcários. cas, na qual ocorrem fenómenos de dissolução e de
precipitação.
Aquífero – formação geológica que armazena e é
capaz de ceder água subterrânea. Gesso – rocha evaporítica, sedimentar quimiogé-
nica, constituída por sulfato de cálcio hidratado.
Basalto – rocha magmática vulcânica muito abun-
dante, de cor escura e textura agranular, constituída Icnofósseis – vestígios da atividade biológica de
por plagióclase, olivina e piroxena. seres vivos do passado.
Calcário – rocha sedimentar quimiogénica consti- Lapiás – forma de relevo típica das regiões cársicas.
tuída por carbonato de cálcio. As rochas carbonatadas adquirem um aspeto ruini-
forme e apresentam-se com caneluras e sulcos, que
Canhão fluviocársico – garganta profunda e estreita
podem atingir alguns metros de profundidade. As
numa zona cársica.
fraturas existentes vão sendo abertas por dissolução
Carsificação – ver dissolução. química da rocha, o que vai originar condutas de
Diapirismo – intrusão de material rochoso plástico escoamento da água, quer vertical quer horizontal-
menos denso do que a rocha encaixante. mente.

Disjunção colunar/prismática – formações consti- Marga – rocha sedimentar resultante de uma asso-
tuídas por grandes prismas de rocha, separados por ciação de carbonatos e argilas.
fendas paralelas que se formam em resultado das Marmitas de gigante – depressões, mais ou menos
tensões que se geram durante o processo de arrefe- arredondadas, com dimensões bastante variáveis,
cimento de magma ou lava. existentes no leito rochoso dos rios.
Dissolução (carsificação) – processo de dissolução Meteorização – alteração local de uma rocha, seja
de rochas por ação da água da chuva, a qual se torna física ou química.
ligeiramente ácida ao incorporar o dióxido de car-
Modelado cársico – paisagem típica das zonas cal-
bono da atmosfera. Através da rocha carbonatada,
cárias que resulta, essencialmente, da dissolução da
esta água acidificada vai dissolvê-la, formando o
rocha por ação das águas da chuva ácidas.
relevo característico das paisagens cársicas.
Nível hidrostático – a superfície que delimita a zona
Dolina – cavidade circular, geralmente de grandes
de saturação da zona de aeração de um aquífero.
dimensões, que resulta da depressão provocada
pela dissolução do calcário, por ação das águas aci- Paleoambiente – ambiente antigo, existente em
dificadas. determinado período geológico.
Erosão – remoção de materiais das rochas, previa- Polje – grande depressão, fechada, de fundo mais ou
mente alteradas por agentes de meteorização. menos plano, característica de regiões de relevo cár-
sico.
Escarpa de falha – superfície ao longo da qual ocorre
deslocamento de blocos. Rochas evaporíticas – rochas sedimentares quimio-
génicas formadas em ambientes caracterizados por
Evaporito – ver rocha evaporítica.
uma intensa evaporação de água.
Exsurgência – nascente de águas que circulam em
Sal-gema – rocha evaporítica, sedimentar quimiogé-
condutas no interior dos maciços calcários. Caso a
nica, constituída por cloreto de sódio.
água tenha feito um percurso subaéreo anterior, as
nascentes designam-se ressurgências. Salina – local de exploração de sal.
Falha – fratura ao longo da qual há deslocamento de Saurópodes – grupo de dinossauros.
blocos.
Sumidouro – abertura natural através da qual a água
Formação – série sedimentar, definida geografica- se infiltra num maciço calcário.
mente, com características litológicas que permitem
Turritela – grupo de gastrópodes com uma concha e
o seu uso como unidade litostratigráfica de referên-
com tamanho variável.
cia local.
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Uvalas – depressão cársica formada pela união de


Fóssil – todo e qualquer vestígio de organismo ou da
várias dolinas.
sua atividade do passado, conservados no registo
geológico.

13
Propostas de solução
1 Dependente da resposta do aluno. 18 A passagem da ribeira dos Amiais provoca, por

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2 A paisagem apresenta características típicas dissolução, várias cavidades na rocha. Posteriores
de paisagem sedimentar, como, por exemplo, processos mecânicos de abrasão aumentam e
as camadas de calcário. aprofundam estas cavidades, formando as
marmitas de gigante, ocorrendo, assim, uma
3 Estratos.
meteorização física após a meteorização química.
4 Moldagem.
19 São visíveis estalactites, formações calcárias a
5 Princípio da sobreposição dos estratos. Numa partir do teto, estalagmites, a partir do solo, e
sequência de estratos não deformados, as rochas colunas, quando as duas estruturas se unem.
são progressivamente mais recentes da base para
20 Estas estruturas resultam da precipitação dos iões
o topo.
transportados em solução na água. A precipitação
6 Fósseis de fácies: possuem uma ampla distribuição resulta da desgaseificação da água subterrânea
ao longo do tempo geológico e viveram em aquando da chegada ao algar, devido a variações de
condições ambientais muito específicas. pressão e de temperatura. Aí, a libertação de CO2
7 Permitem a reconstituição do paleoambiente que aumenta o pH da água, o que possibilita a
existia no local. precipitação de carbonato de cálcio, que se vai
8 Meteorização química por dissolução. acumulando, acabando por originar estas
estruturas.
9 A água da chuva, ligeiramente acidificada por ação
do dióxido de carbono atmosférico, reage com o 21 Terra rossa.
carbonato de cálcio do calcário, dissolvendo-o nos 22 A terra rossa é constituída por minerais argilosos e
respetivos iões, cálcio e bicarbonato. óxidos de ferro. Sendo insolúvel, permanece no
10 Dissolução/carsificação. local de formação, preenchendo os espaços abertos
pela dissolução dos calcários.
11 A existência deste aquífero deve-se à extensa rede
de fissuração resultante da dissolução dos 23 As colunas são escuras e têm uma textura
calcários. Estas fissuras interligadas tornam o agranular. O magma que as originou era um magma
maciço poroso e permeável, características que basáltico, básico, com origem mantélica, que
fazem do local um bom aquífero. arrefeceu à superfície.
12 Normalmente, “Olhos d’Água” está seca. Quando 24 O filão é mais recente do que as rochas calcárias
a precipitação é intensa aumenta a zona de encaixantes, segundo o princípio da interseção.
saturação do aquífero, diminuindo por sua vez a 25 A rocha seria uma rocha magmática plutónica.
zona de aeração, de tal modo que o nível freático 26 A propriedade que a permite distinguir é a sua
pode estar próximo ou mesmo na superfície e daí textura granular.
a saída de água nas fissuras em “Olhos d’Água”.
27 Rochas evaporíticas, ou seja, são rochas
13 No Mesozoico era uma falha normal, com descida sedimentares quimiogénicas.
do teto em relação ao muro, e no Cenozoico passou
28 O paleoambiente tinha características litorais,
a ser uma falha inversa, com subida do teto em
semelhante a lagunas e a planícies de inundação de
relação ao muro.
marés, num clima quente e seco, muito propício à
14 Comportamento frágil. rápida evaporação.
15 As rochas expostas à superfície ou próximas dela, 29 Princípio do atualismo.
com temperaturas mais baixas, apresentam maior
30 O sal-gema é cloreto de sódio e o gesso é sulfato de
rigidez. Quando sujeitas a tensão, sofrem uma
cálcio.
deformação elástica, e quando o limite de
elasticidade é atingido, as rochas fraturam e 31 As argilas são os sedimentos de menor
originam falhas. granulometria e, por isso, depositam-se em
ambientes de reduzida energia, tais como
16 No Mesozoico, as rochas em profundidade
ambientes lagunares de águas paradas, nos quais
passariam por um estiramento, e no Cenozoico, por
poderia ocorrer, em simultâneo, a precipitação de
um dobramento. Esta diferença é devido ao tipo de
cloreto de sódio.
forças que atuam sobre as rochas. No primeiro
caso, seriam forças distensivas, e no segundo caso, 32 As argilas são sedimentos impermeáveis e, por isso,
forças compressivas. servem de proteção ao sal-gema, evitando a sua
contaminação e a sua dissolução por infiltração de
17 A quantidade de iões dissolvidos na água da
águas pluviais.
exsurgência é maior do que na água que entra no
sumidouro, pois, entre os dois locais, a água
percorre o maciço e vai provocando a dissolução do
calcário.

14
Bibliografia
Almeida, C., Mendonça, J., Jesus, M., & Gomes, A. (2000). Sistemas aquíferos de Portugal Continental.
Instituto da água. DOI: 10.13140/RG.2.1.1012.6160
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Geonovas, 22.
Carvalho, J., Midões, C., Machado, S., Sampaio, J., Costa, A., & Lisboa, V. (2011). Maciço Calcário Estremenho
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Leal, C. (2015). A escarpa dos Arrifes do Maciço Calcário Estremenho. Proposta de classificação a Património
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classificacao_a_patrimonio_geomorfologico [consult. mar 2022]
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As Salinas de Rio Maior – Do Presente ao PASSADO. Mesozoico – A História do Mesozoico Português.
Disponível em https://mesozoico.wordpress.com/2009/05/25/as-salinas-de-rio--maior-%E2%80%93-do-
presente-ao-passado/ [consult. mar 2022]

Créditos fotográficos
ODIS11DGP © Porto Editora

Ana Bela Saraiva – p. 4; p. 5; p. 6; p. 8; p. 9; p. 10; p. 11, fig. 13 e fig. 14 [pormenor de salina de Rio Maior, à direita]
Francisco Sousa – p. 7, fig. 7B
©Shutterstock.com – imagem da capa; p. 11, fig. 14 [Salinas de Rio Maior, à esquerda]

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