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Odis11 Guiao Saida Campo Douro Internacional

O documento é um guia de saída de campo para o estudo da geologia do Parque Natural do Douro Internacional, que abrange a bacia hidrográfica do rio Douro. Ele descreve a geologia da região, incluindo as formações rochosas e os processos tectônicos que moldaram a paisagem, além de sugerir paragens para observação e análise. O guia também fornece informações sobre a diversidade litológica e os eventos geológicos significativos que ocorreram na área.

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Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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Odis11 Guiao Saida Campo Douro Internacional

O documento é um guia de saída de campo para o estudo da geologia do Parque Natural do Douro Internacional, que abrange a bacia hidrográfica do rio Douro. Ele descreve a geologia da região, incluindo as formações rochosas e os processos tectônicos que moldaram a paisagem, além de sugerir paragens para observação e análise. O guia também fornece informações sobre a diversidade litológica e os eventos geológicos significativos que ocorreram na área.

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Biologia e Geologia | 11.

º ano Jorge Reis · António Guimarães · Ana Bela Saraiva · Hugo Novais

ÀDescobertadaGeologia
de Portugal

Guião de saída de campo:


Douro Internacional

Oo
À Descoberta da Geologia de Portugal

ODIS11DGP © Porto Editora


Guião de saída de campo: Douro Internacional
Nome: N.º Turma:

Data: - - Professor/a:

Parte A · Preparação da saída

Enquadramento geográfico e geológico


A bacia hidrográfica do rio Douro localiza-se na parte norte da Península Ibérica, abrangendo uma área
de 97 603 km2, da qual, aproximadamente, 82% se localiza em território espanhol e 18% em Portugal.

O rio Douro nasce em Espanha, na serra de Urbión, a cerca de 2000 m de altitude, e desagua no oceano
Atlântico, na cidade do Porto. Com um comprimento de 927 km, percorre 597 km em Espanha, 122 km
na zona de fronteira – Douro Internacional – e 208 km em Portugal.

O perfil longitudinal do rio Douro evidencia, a montante, uma extensa zona planáltica onde o rio corre,
com um desnível de 400 m em cerca de 400 km percorridos. O troço correspondente ao Douro Interna-
cional apresenta um declive abrupto, descendo 430 m em 122 km de percurso, num vale de tipo
canhão. Ao longo do seu percurso em Portugal, desde Barca de Alva até ao Porto, o declive torna-se
bastante mais suave, descendo 125 m em cerca de 200 km (fig. 1).

2000

1500
Altitude (m)

Rio Douro
1000

500
Porto
0
Douro
Internacional

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900


Distância (km)

Fig. 1 Perfil longitudinal do rio Douro. Baseado em Serrano, A. (1991).

O Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), criado a 5 de junho de 1996, inclui os troços fronteiri-
ços dos rios Douro e Águeda, bem como as superfícies planálticas confinantes pertencentes aos con-
celhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Mogadouro.
Ocupa uma área de 86 500 hectares, com um património geológico rico e diversificado que justifica
uma saída de campo pedagogicamente interessante.

2
Guião de saída de campo: Douro Internacional

Propomos a realização de cinco paragens, indicadas na figura 2. Podem ainda ser incluídas outras
paragens, tais como:
• Miradouro da Fraga do Puio;
• Miradouro do Carrascalinho;
• Geossítio do Barreiro de Sendim;
• Geossítio do Pombal de Miranda do Douro.

São João
das Arribas
1
Miranda
do Douro
2

ral l
N atu ciona
u e r n a
rq e
Pa ro Int
o u
doD

Ribeira do
Mosteiro Penedo
Durão
4
3
5 Barca
de Alva

1 Miradouro de S. João das Arribas 3 Miradouro do penedo Durão


Coordenadas: N41°32’22.75”/W 6°13´19.94” Coordenadas: N41°2’49.056”/W6°49‘5.556’

2 Estrada de acesso à barragem de 4 Ribeira do Mosteiro.


Miranda do Douro
5 Terraços fluviais em Barca de Alva
Coordenadas: N41°1‘39.054”/W6°56‘22.067”
Fig. 2 Localização das paragens propostas.

No Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) ocorrem algumas das rochas mais antigas de Portu-
gal, os gnaisses e as rochas ofiolíticas, testemunhos de antigos fundos oceânicos que foram trazidos à
superfície quando cavalgaram a crusta continental, devido aos esforços tectónicos, ocorridos durante
a Orogenia Varisca.
Além dos testemunhos paleozoicos, a atividade geológica mais recente está bem registada na área do
PNDI. A erosão da Cadeia Varisca, durante o Mesozoico, permitiu o desenvolvimento da primeira apla-
ODIS11DGP © Porto Editora

nação durante o Cretácico. As condições climáticas variaram desde clima tropical, que gerou um
espesso manto de alteração, a um clima árido, que favoreceu uma erosão intensa e permitiu a remoção
desse manto e o desenvolvimento de nova aplanação, atualmente bem visível na paisagem.

3
À Descoberta da Geologia de Portugal

No Cenozoico, a atividade tectónica associada à Orogenia Alpina induziu o movimento dos blocos e

ODIS11DGP © Porto Editora


originou um novo ciclo erosivo, causando a sua elevação e culminando, há 10 Ma, com o desenvolvi-
mento de uma nova superfície de aplanação, a Meseta Ibérica. Nesse período, a bacia inicial do Douro
é considerada intracontinental, drenando os cursos de água para Espanha. Com os reajustamentos
tectónicos alpinos, a erosão regressiva da drenagem fluvial atlântica intersetou a antiga bacia hidro-
gráfica do Douro, passando, a partir desse período, para a atual drenagem para ocidente, desaguando
no oceano.

A diversidade litológica desta região é enorme, encontrando-se diversos tipos de granitos, gnaisses,
migmatitos, serpentinitos, calcários, mármores, travertinos, quartzitos, xistos e grauvaques, assim
como diversos depósitos de terraço e cascalheiras. Em alguns locais encontram-se também fósseis de
uma antiga fauna marinha de idade câmbrica.

Miranda do Douro
Rio Douro

Depósitos de cobertura /
Miocénico e Quaternário
Metassedimentos
Devónico
Silúrico
Ordovícico
Fermoselle Câmbrico e Grupo do Douro
Olho de Sapo
es

Gnaisses e migmatitos
rn
To

Rochas básicas
Rio

Batólito granítico Ifanes-Sayago


Leucogranito de grão fino
Granito de grão médio a grosseiro,
com raros fenocristais
Granito porfiroide, biotítico,
com cordierite
Freixo de Granito porfiroide, biotítico,
Espada à Cinta com moscovite
10 km Batólito granítico
Picote-Fermoselle
o
ur

Leucogranito de grão fino


Do
Rio

Granito de grão médio a grosseiro,


com raros fenocristais
Granito porfiroide de duas micas
Fig. 3 Carta geológica simplificada do Douro Internacional.
Batólito granítico
Baseado em Santos, V. et al. (2018), DOI: 10.3390/min8030078. Carviçais-Aldeadávilla
Leucogranito de grão fino
Granito de grão médio a grosseiro,
com raros fenocristais
Granito porfiroide, biotítico,
com cordierite
Granito porfiroide, biotítico,
Material com moscovite

• Carta geológica da região; Filões e massas de quartzo


e pegmatito
• Martelo de geólogo;
• Lápis, lápis de cor, borracha e régua;
• Bússola e lupa;
• Guião de saída de campo;
• Máquina fotográfica/telemóvel (para fotografar os aspetos que
considere relevantes);
• Sacos e etiquetas para identificação das amostras recolhidas.

4
Guião de saída de campo: Douro Internacional

Parte B · Realização da saída

Paragem 1
Miradouro de S. João das Arribas
Coordenadas: N41°32’22.75” / W6°13´19.94”
Tempo previsto: 1 h 30 min

Os movimentos verticais da Orogenia Alpina, no início do Cenozoico, elevaram a superfície geral da


bacia do Douro até à cota de cerca de 700 m na região NE do Douro, junto a Espanha. Este evento ori-
ginou um acentuado desnível, causando um aumento da atividade erosiva do rio, com consequente
entalhe do perfil em forma de canhão e declives abruptos, regionalmente designados como Arribas do
Douro. O canhão fluvial e as arribas do rio Douro apresentam-se de forma monumental em Picote,
Fariza, Miranda do Douro e São João das Arribas, com o traçado do rio talhado essencialmente em
rochas graníticas, fortemente condicionado pela fraturação.
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O miradouro de S. João das Arribas é um local privilegiado para a observação do canhão fluvial do
Douro e das suas arribas graníticas, com cerca de 150 m de altura. Observam-se, também, os planos de
fraturação das rochas a condicionar o traçado do rio (fig. 4).

Fig. 4 Aspetos do miradouro, onde é visível a altura das escarpas graníticas e a fraturação dos granitos.

5
À Descoberta da Geologia de Portugal

Neste miradouro podem ainda ser observados caos de blocos (fig. 5A) e estruturas de fluxo magmá-

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tico marcadas pelo alinhamento de megacristais de feldspato potássico (fig. 5B) num granito biotítico
porfiroide.

A B

Fig. 5 Aspetos a observar no granito: A Caos de blocos. B Alinhamento dos megacristais de feldspato.

1 Localize, no Google Maps ou na carta geológica, o local onde se encontra.

2 Descreva a paisagem que o rodeia do ponto de vista morfológico.

3 Relacione o encaixe do rio Douro com a fraturação das rochas que ele atravessa nesta paragem.

4 Descreva a formação dos caos de blocos.

5 Identifique a textura do granito observado.

6 Explique a formação dos megacristais de feldspato.

7 Identifique o tipo de magma que originou as rochas visíveis nesta paisagem e caracterize-o.

6
Guião de saída de campo: Douro Internacional

Paragem 2
Estrada de acesso à barragem de Miranda do Douro
Tempo previsto: 2 h

Antes de descer para esta paragem, pare no miradouro da Sé de Miranda e observe a paisagem sobre o
canhão fluvial do rio Douro, no troço do Douro Internacional. Aqui, o entalhe do rio apresenta-se de
forma abrupta, exibindo paredes com cerca de 200 m, sobre a albufeira da barragem construída neste
local. É numa destas superfícies verticais, talhadas pelo rio na rocha granítica, que aparece a figura do
número 2, desenhado por manchas de líquenes na superfície do granito (fig. 6).

Fig. 6 Escarpa granítica


na albufeira da barragem.

8 Explique o desenvolvimento dos líquenes “amarelados” no afloramento, sabendo que estes


ocorrem especialmente em locais com sílica.

Este geossítio corresponde a um local onde um corte de estrada revelou a presença de rochas meta-
mórficas, como filitos, metagrauvaques e gnaisses, intruídos pelos granitos do Maciço de Ifanes. Trata-
-se de um local privilegiado para a observação de diferentes litologias e deformação nas rochas, como
as dobras da 3.ª fase de deformação Varisca que afetou os filitos e os metagrauvaques. Observam-se,
ainda, boudins de quartzo nos metassedimentos (fig. 7).

A B C
ODIS11DGP © Porto Editora

Fig. 7 Aspetos visíveis na paragem 2. A Dobras nos filitos e metagrauvaques. B Boudins de quartzo. C Gnaisse
ocelado.

7
À Descoberta da Geologia de Portugal

9 Indique o tipo de metamorfismo que originou as rochas presentes neste local.

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10 Relacione as características das rochas aí presentes com o grau de metamorfismo.

11 Mencione a característica macroscópica observável nestas rochas metamórficas.

12 Estabeleça a idade relativa dos gnaisses e do granito, referindo o princípio que usou nessa datação.

Do paredão da barragem pode-se observar o leito do rio a sofrer uma mudança de direção. Esta
mudança ocorre devido à presença de falhas responsáveis pelas zonas de menor resistência das
rochas (fig. 8).

Espanha

Falha

Portugal
Fal
ha

Espanha

Rio Douro

Fig. 8 Aspeto do rio Douro observado do paredão, para jusante.

13 Estabeleça as diferenças entre o tipo de deformação que afetou as rochas metamórficas e a que
permitiu o encaixe do rio.

8
Guião de saída de campo: Douro Internacional

Paragem 3
Miradouro do penedo Durão
Tempo previsto: 2 h

No decurso da Orogenia Varisca, a formação de cadeias montanhosas deu-se à custa do dobramento


dos materiais aí presentes. Estas dobras, em anticlinal e em sinclinal, seguiam-se, normalmente, umas
às outras como se se tratasse de um tapete enrugado. As dobras em anticlinal caracterizam-se por
facilitarem a instalação, no seu núcleo, de corpos magmáticos que, após um arrefecimento lento,
deram origem a rochas como os granitos. Nestas dobras, devido à fraturação mais intensa no seu
núcleo, fica facilitada a ação da erosão sobre as rochas fraturadas, sendo frequente a instalação dos
rios ao longo destas estruturas.

O penedo Durão, uma escarpa quartzítica sobranceira à barragem de Saucelle, que se ergue cerca de
500 m acima do nível do rio Douro, encontra-se num ponto de inflexão entre um dobramento em sincli-
nal (Sinforma de Poiares) e um dobramento em anticlinal, onde se instalou o granito de Saucelle e
onde, posteriormente, se encaixou o rio.
Deste miradouro, é possível a observação da superfície de aplanamento até à serra da Marofa e do vale
do rio Douro e de uma garganta estreita numa zona granítica, que possibilitou a instalação do aprovei-
tamento hidroelétrico de Saucelle (fig. 9).

Fig. 9 Aspetos paisagísticos do miradouro de penedo Durão.

As bancadas de quartzito, aqui aflorantes, pre-


A B
servam marcas da atividade dos seres vivos que
habitavam os mares há cerca de 475 Ma, de que
são exemplo os icnofósseis Cruziana spp.,
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Skolithos linearis e Planolites sp. É ainda possível


observar raros exemplares de Lingulobolus sp.,
um braquiópode de concha quitino-fosfatada
(fig. 10).

Fig. 10 Aspetos fossilíferos observados no miradouro


do penedo Durão. A Icnofósseis Cruziana spp.
B Exemplar de Lingulobolus sp.

9
À Descoberta da Geologia de Portugal

Também se podem observar microdobras nos quartzitos (fig. 11).

Fig. 11 Microdobras nos quartzitos, no miradouro do penedo Durão.

14 Relacione a presença de Cruziana sp. com o protólito dos quartzitos.

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15 Justifique a diferença de relevo entre o local onde está o aproveitamento hidroelétrico e o topo do
miradouro.

16 Indique, justificando, o tipo de metamorfismo responsável pela formação do quartzito, sabendo


que é uma rocha que integra um sinclinal.

17 Reconstitua o paleoambiente, tendo em conta a presença do fóssil do braquiópode Lingulobolus


sp., indicando o princípio geológico que utilizou.

10
Guião de saída de campo: Douro Internacional

Paragem 4
Ribeira do Mosteiro
Tempo previsto: 1 h 30 min

A ribeira do Mosteiro é um curso de água ladeado por grandes penedos quartzíticos, que desagua no
rio Douro. Estes penedos são caracterizados pelas suas dobras com direção geral E-W, observáveis a
várias escalas, e atingindo algumas delas dezenas de metros. Estas dobras fazem parte de uma
macroestrutura regional, o sinclinal de Poiares (fig. 12).

A Câmbrico Inferior Ordovícico Inferior


Formação da Desejosa Membro Ermida
Formação Marão
S Membro Mazouco N
Formação Vale de Bojas
Discordância

500 m
Ribeira do Mosteiro

B C

Fig. 12 Sinclinal de Poiares, em Ribeira do Mosteiro. A Esquema interpretativo. B e C Fotografias de dobras.

18 Relacione a idade das formações afetadas pela dobra com a designação genérica da macroestrutura
como um sinclinal.

19 Classifique a dobra da figura 12C quanto à orientação da concavidade.

20 Apresente uma descrição da história geológica da região.


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À Descoberta da Geologia de Portugal

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Paragem 5
Terraços fluviais em Barca de Alva
Coordenadas: N41°1‘39.054”/W6°56‘22.067”
Tempo previsto: 1 h

Nas proximidades de Barca de Alva, e em ambas as margens do rio Douro, é possível observar um con-
junto de espessos terraços fluviais, constituídos por um conglomerado formado essencialmente por
calhaus rolados, sobretudo de natureza quartzítica e granítica, unidos por uma matriz arenosa. Estes
depósitos do Pleistocénico constituem um precioso testemunho para a compreensão da dinâmica de
drenagem da bacia hidrográfica do Douro, que, inicialmente, não drenava para o mar, tendo apenas atin-
gido esse estágio há cerca de 3 Ma, em consequência do processo de encaixe respetivo.

A grande variedade de clastos (quartzitos, xistos, granitos de várias texturas), a sua dimensão e matriz
(arenoargilosa) indicam uma longa história de transporte, numa corrente com muita carga detrítica, de
uma rede hidrográfica que terá passado por diversas litologias. O rio passa, atualmente, 30 metros
abaixo deste afloramento, à cota 135 metros (fig. 13).

Fig. 13 Aspetos dos terraços fluviais.

21 Relacione o grau de arredondamento dos clastos com o seu transporte.

22 Relacione a fração argilosa da matriz com a existência de granitos na região.

23 Explique por que razão os terraços fluviais da figura 13 e os que estão a formar-se atualmente nas
proximidades do rio Douro constituem uma exceção ao princípio da sobreposição.

12
Guião de saída de campo: Douro Internacional

Parte C · Pós-saída
• Deverá organizar as suas fotografias e os vídeos, realizando uma pequena reportagem da visita de
estudo, em que descreva os principais aspetos observados.
• Se recolheu amostras de rochas ou de minerais em locais permitidos, poderá identificá-las no
laboratório da escola.
• Adicionalmente, poderá escrever uma notícia, para o jornal ou para o sítio da escola, sobre a saída
de campo efetuada, ilustrada com as fotografias tiradas durante a visita.

Glossário
Arriba – escarpado muito íngreme. Granito – rocha de textura granular, ácida, consti-
Boudins – estrutura produzida numa rocha compe- tuída por quartzo, feldspato e micas.
tente, devido a forças distensivas. Grauvaque – rocha sedimentar detrítica consoli-
Caos de blocos – paisagem característica de regiões dada, de grão fino, geralmente de cor cinzenta, cons-
graníticas, nas quais a meteorização e a erosão pro- tituída por fragmentos variados de quartzo, felds-
duzem um modelado específico de abundância de pato e micas unidos por um cimento de natureza
blocos que dão à paisagem um aspeto caótico. diversa.

Canhão fluvial – vale profundo de vertentes abrup- Icnofósseis – grupos de fósseis resultantes da pre-
tas, erodido por um curso de água. servação de marcas de atividade dos seres vivos.

Dobra – arqueamento de rochas resultante do seu Megacristais – minerais de maiores dimensões do


comportamento dúctil, quando sujeitas a tensões que os que constituem a matriz das rochas magmá-
dirigidas. ticas.

Falha – fratura das camadas rochosas segundo um Metagrauvaques – rocha metamórfica foliada origi-
plano, ao longo do qual ocorreu movimento relativo nada por metamorfismo de grauvaques.
dos blocos. Metassedimentos – sedimentos sujeitos à ação de
Feldspato – família de minerais silicatados de alumí- metamorfismo, tendo evoluído para rochas meta-
nio, potássio, sódio, cálcio ou bário, constituinte mórficas.
importante de rochas magmáticas. Orogenia Varisca – processo de formação de monta-
Filão – rocha de natureza magmática, geralmente nhas, resultante da convergência de placas, ocorrido
planar, que interseta outras mais antigas. durante o Paleozoico Superior.

Filito – rocha metamórfica de grau mais baixo do que Porfiroide – textura de rochas magmáticas, na qual
o micaxisto, foliada, de grão fino, evoluída a partir de um grupo de minerais tem dimensões superiores
sedimentos essencialmente argilosos. aos da matriz.

Formação – série sedimentar, definida geografica- Quartzito – rocha metamórfica formada a partir do
mente, com características litológicas que permitem metamorfismo de arenitos.
o seu uso como unidade litostratigráfica de referên- Rochas metassedimentares – rochas metamórficas
cia local. originadas por evolução de rochas sedimentares.
Fluxo magmático – fluxo de magma dentro da Sinclinal – dobra cujo núcleo é ocupado pelos estra-
câmara magmática, por vezes testemunhado pelo tos mais recentes.
alinhamento preferencial de minerais segundo a Terraço fluvial – depósito de sedimentos, geral-
direção desse fluxo. mente com calhaus rolados, conservado nas mar-
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Gnaisse – rocha metamórfica foliada de elevado gens de um curso de água, resultante do facto de,
grau de metamorfismo, de composição mineralógica em tempos passados, esse rio se ter encontrado a
semelhante à do granito. um nível mais elevado do que o atual.

13
Propostas de solução
Dependente da resposta do aluno. O topo do miradouro é formado por rochas

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1 15

2 A paisagem apresenta características típicas de quartzíticas, muito resistentes à erosão, o que


uma paisagem magmática formada por uma rocha permite formar relevos muito acentuados.
intrusiva que foi sujeita a elevada meteorização/ A barragem encontra-se em granitos que têm
erosão, demonstrada por todos os aspetos tendência a fraturarem mais e que, por isso, sofrem
observáveis: intensa fraturação, arribas escarpadas mais erosão.
e caos de blocos. 16 Metamorfismo regional, que ocorre devido às
3 As fraturas no maciço granítico constituem zonas pressões tectónicas e às tensões litostáticas
de fraqueza, através das quais o rio se vai aquando da convergência de placas.
encaixando e provocando o seu alargamento. 17 O braquiópode é um animal aquático e, atendendo
4 Os caos de blocos, em áreas graníticas, são o efeito ao ambiente em que vivem atualmente estes
da erosão sobre essas rochas. A meteorização animais, e aplicando o princípio do Atualismo,
inicia-se quando as rochas ainda não estão pode-se reconstituir o paleoambiente em que
expostas e é mais intensa em vértices e arestas. ocorreu a fossilização.
A erosão remove das rochas as partes mais 18 As rochas das diferentes formações representadas
alteradas e vai arredondando e expondo os blocos. são mais recentes no núcleo da dobra do que na
5 Textura granular ou fanerítica. periferia.
6 Aquando da cristalização do feldspato, o 19 É uma antiforma.
arrefecimento do magma foi muito lento, o que 20 Durante o Paleozoico, esta zona estaria noutra
permitiu o grande crescimento dos cristais. latitude geográfica, numa antiga praia onde se
7 Magma riolítico que teve origem na fusão de rochas depositavam areias que, ao passarem por um
da crusta continental, daí o seu elevado teor em processo de diagénese, originaram arenitos.
sílica. Quando ocorreram movimentos tectónicos,
durante a Orogenia Varisca, as rochas foram
8 A rocha da escarpa é o granito proveniente de um
sujeitas a forças compressivas que as deformaram
magma com teor em sílica superior a 65%.
em profundidade, originando as dobras. Durante
9 Metamorfismo regional. o processo, e devido, sobretudo, a um aumento
10 Existem rochas de diferentes graus de acentuado de pressão, ocorreu metamorfismo
metamorfismo. Os filitos são rochas de baixo regional e os minerais dos arenitos sofreram
a médio grau de metamorfismo e os gnaisses são recristalização, formando-se os quartzitos. A erosão
rochas de elevado grau de metamorfismo. ocorrida desde então expôs o conjunto.
11 A presença de foliação. 21 Ao longo do transporte, os sedimentos vão sendo
12 O granito é mais recente do que os gnaisses, por arredondados e calibrados. Como estes sedimentos
aplicação do princípio da interseção. são arredondados, já terão passado por um
transporte acentuado.
13 As rochas metamórficas apresentam dobras que
ocorrem em regimes de deformação plástica, 22 O granito é uma rocha magmática que tem
ficando as rochas sujeitas a um comportamento feldspato na sua composição. Este mineral pode
dúctil. O rio Douro encaixou-se em zonas de menor sofrer meteorização química por hidrólise e originar
resistência provocadas por falhas que ocorrem em minerais de argila.
regimes de deformação elástica, apresentando as 23 Os terraços fluviais, nesta paragem, são mais
rochas um comportamento frágil. antigos e encontram-se a uma cota superior aos
14 Cruziana sp. é um icnofóssíl, uma marca de mais recentes. Segundo o princípio da
deslocação feita pelas trilobites que se deslocavam sobreposição, os depósitos mais antigos são os da
num substrato arenoso. Este, por diagénese, base.
originou arenitos que metamorfizaram em
quartzitos.

14
Bibliografia
ICNF (s.d.). Geologia, hidrologia e clima do Parque Natural do Douro Internacional. Disponível em
http://www2.icnf.pt/portal/ap/p-nat/pndi/geo [consult. mar 2022]
Gomes, M., & Alencoão, A. M. (Coords.)(2005). Património Geológico Transfronteiriço na Região do Douro –
Roteiros (2.ª edição). Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. ISBN: 972-669-706-9
Rodrigues, J. (2008). Património geológico no Parque Natural do Douro Internacional: caracterização,
quantificação da relevância e estratégias de valorização dos geossítios (Dissertação de mestrado).Braga:
Escola de Ciências, Universidade do Minho. Disponível em http://www.dct.uminho.pt/mest/pgg/docs/tese
_rodrigues.pdf [consult. mar 2022]
Santos, V., Silva, P. F., & Brito, M. G. (2018). Estimating RMR values for underground excavations in a rock mass.
Minerals, 8(3), 78. DOI: 10.3390/min8030078

Créditos fotográficos
ODIS11DGP © Porto Editora

Ana Bela Saraiva – p. 5; p. 6; p. 7, fig. 7; p. 8; p. 9, fig. 10; p. 10; p. 11, fig. 12B; p. 12
Cristina Pinto – p. 7, fig. 6; p. 11, fig. 12C
©Shutterstock.com – imagem da capa; p. 9, fig. 9

15
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