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Apostila de Fundamentos Do Direito Civil

O documento aborda os fundamentos do Direito Civil, incluindo a definição e tipos de sistemas jurídicos, como o Direito Civil e o Common Law. Ele também discute os sujeitos de direito, como pessoas físicas e jurídicas, e os conceitos de capacidade jurídica, destacando a diferença entre capacidade de direito e capacidade de fato. Além disso, o texto explora as incapacidades e a proteção jurídica do nascituro, enfatizando a importância da personalidade jurídica na aquisição de direitos e deveres.

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Apostila de Fundamentos Do Direito Civil

O documento aborda os fundamentos do Direito Civil, incluindo a definição e tipos de sistemas jurídicos, como o Direito Civil e o Common Law. Ele também discute os sujeitos de direito, como pessoas físicas e jurídicas, e os conceitos de capacidade jurídica, destacando a diferença entre capacidade de direito e capacidade de fato. Além disso, o texto explora as incapacidades e a proteção jurídica do nascituro, enfatizando a importância da personalidade jurídica na aquisição de direitos e deveres.

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Professora: Aline Andrade

Disciplina: Fundamentos do Direito Civil – 2º Bimestre.

Estudante: Série: 1º ano D

Apostila da disciplina de Fundamentos do Direito Civil - 2º bimestre

1. Sistemas Jurídicos e sua estrutura


O que é um Sistema Jurídico?
Um sistema jurídico é o conjunto de normas que regulam a vida em sociedade, organizando como
as leis são aplicadas e interpretadas. Ele assegura que os direitos e deveres sejam respeitados,
criando a ordem social. Cada país possui um sistema jurídico único, influenciado por sua cultura
e história.
Tipos de Sistemas Jurídicos
1. Direito Civil (Civil Law):
o Baseado em códigos legais escritos, como o Código Civil, que estabelecem as normas
claras e organizadas.
o O juiz aplica essas leis de forma direta, sem criar novas regras.
o Exemplo: Brasil, França, Alemanha.
2. Common Law:
o Tem como base os precedentes judiciais (decisões anteriores dos tribunais), onde o juiz
interpreta a lei a partir de casos anteriores.
o As leis não são codificadas da mesma forma, e a jurisprudência é essencial para resolver
novos casos.
o Exemplo: Estados Unidos, Reino Unido.
3. Sistema Jurídico Misto:
o Combina elementos do direito civil e do common law.
o No Brasil, temos um sistema misto, com a utilização de códigos escritos, mas também
com a influência das decisões judiciais (jurisprudência).
Estrutura do Sistema Jurídico

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1. Fontes do Direito:
o Leis: Normas criadas pelo legislador (ex: Código Civil).
o Costumes: Práticas repetidas que se tornam normas.
o Jurisprudência: Decisões de tribunais que guiam futuras decisões.
o Doutrina: Estudo de juristas que interpretam e explicam as normas jurídicas.
2. Organização Judiciária:
o Inclui os tribunais, juízes e o Ministério Público.
o Os tribunais são responsáveis por julgar os casos, os juízes aplicam a lei e o Ministério
Público defende interesses sociais.
3. Direitos e Deveres:
o As normas garantem direitos (como propriedade e liberdade) e estabelecem deveres
(como o cumprimento de contratos e respeito às normas).
2. OS SUJEITOS DE DIREITO
No Código Civil brasileiro, os sujeitos de direito são as pessoas físicas e jurídicas que possuem
capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações. Vou destacar os principais sujeitos de direito
conforme estabelecido pelo Código Civil:
▪Pessoas Naturais (Pessoas Físicas): São todos os indivíduos considerados pessoas pela legislação,
desde o nascimento até a morte. São detentores de direitos e deveres e podem exercer pessoalmente
os atos da vida civil. As pessoas físicas são consideradas capazes de direitos após o nascimento
com vida.
▪Pessoas Jurídicas (Pessoas Coletivas): São entidades formadas por indivíduos ou bens que
possuem personalidade jurídica distinta de seus membros. As pessoas jurídicas podem ser de
direito público (por exemplo, União, Estados e Municípios) ou de direito privado (como empresas,
associações e fundações). As pessoas jurídicas possuem direitos e obrigações e podem ser
representadas por seus órgãos de administração.
▪Domicílio: O domicílio é considerado um sujeito de direito por ser o lugar onde a pessoa
estabelece a sua residência com ânimo definitivo. É no domicílio que as pessoas adquirem direitos
e obrigações, sendo este considerado um fator importante para determinar a competência territorial
em casos judiciais.
Além desses sujeitos de direito, o Código Civil também aborda aspectos relacionados à incapazes,
relativamente incapazes e pessoas jurídicas de direito público e privado, bem como instituições
como herança, condomínios, associações, entre outros. Esses são alguns dos principais sujeitos de
direito abordados no Código Civil brasileiro, cada um com suas particularidades e formas de

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exercício de direitos e obrigações. 3.1. Da personalidade jurídica O conceito de personalidade
jurídica, de acordo com o Código Civil brasileiro, refere-se à capacidade das pessoas físicas e
jurídicas de adquirir direitos e contrair obrigações. Seguem os principais pontos relacionados à
personalidade jurídica conforme estabelecido pelo Código Civil:
▪Pessoas Físicas: As pessoas físicas adquirem personalidade jurídica com o nascimento com vida,
conforme determina o Código Civil. A partir desse momento, ela possui direitos e deveres perante
a lei.
▪Pessoas Jurídicas: As pessoas jurídicas são entidades formadas por indivíduos ou bens que
possuem personalidade jurídica distinta de seus membros. Elas adquirem personalidade jurídica
conforme as disposições legais aplicáveis, como a inscrição nos órgãos competentes e o registro
de seus atos constitutivos.
▪Capacidade de Direito e de Fato: A capacidade de direito é a aptidão para adquirir direitos e
contrair obrigações, sendo inerente à personalidade. Já a capacidade de fato é a aptidão para
exercer pessoalmente os atos da vida civil, podendo ser plena 3 ou restrita, dependendo das
condições de cada indivíduo.
▪Início e Fim da Personalidade Jurídica: A personalidade jurídica da pessoa física inicia- se com
o nascimento e encerra-se com a morte. Já a personalidade jurídica das pessoas jurídicas inicia-se
conforme estabelecido em seus atos constitutivos e pode terminar por diversas razões, como
dissolução, fusão, incorporação, entre outras. A personalidade jurídica é um conceito fundamental
no direito civil e empresarial, pois define a capacidade das entidades de serem sujeitos de direitos
e obrigações perante a lei. É importante compreender esses conceitos para entender o alcance dos
direitos e deveres das pessoas físicas e jurídicas no contexto jurídico.
3.1.1. Capacidade jurídica Inicialmente vejamos o disposto no artigo 1 do Código Civil, in verbis:
Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Torna-se claro que o Código Civil
entrosa o conceito de capacidade com o de personalidade, assim, afirmar que o homem tem
personalidade é o mesmo que ele tem capacidade para ser titular de direitos. Todavia, embora se
interpenetram, tais atributos não podem ser confundidos, uma vez que a capacidade pode sofrer
limitações.
3.1.2. Capacidade de direito vs. Capacidade de fato A capacidade de direito, conforme definida
pelo Código Civil brasileiro, refere-se à aptidão que as pessoas têm para adquirir direitos e contrair
obrigações na ordem jurídica. A capacidade de direito é inerente à personalidade e se refere à
possibilidade de ser sujeito de direitos e deveres perante a lei. Isso significa que todas as pessoas,
sejam elas físicas ou jurídicas, são consideradas capazes de adquirir direitos e assumir obrigações

3
em conformidade com a lei. A capacidade de direito é um atributo fundamental para que os
indivíduos possam exercer seus direitos e cumprir suas responsabilidades perante a sociedade.
Portanto, a capacidade de direito, conforme prevista no Código Civil, estabelece a base para que
as pessoas sejam reconhecidas como sujeitos de direito e possam participar ativamente das relações
jurídicas estabelecidas na sociedade. Vale ressaltar que a capacidade de direito é distinta da
capacidade de fato, que se refere à aptidão para exercer pessoalmente os atos da vida civil.
Enquanto a capacidade de direito diz respeito à aptidão para adquirir e exercer direitos, a
capacidade de fato está relacionada à capacidade de agir por si mesmo no mundo jurídico, podendo
ser plena ou limitada conforme determinação legal. A capacidade de fato, de acordo com o Código
Civil brasileiro, diz respeito à aptidão de uma pessoa para exercer pessoalmente os atos da vida
civil, ou seja, para praticar atos jurídicos por si mesma. Essa capacidade está relacionada à
capacidade de realizar atos jurídicos de forma consciente e voluntária. Os artigos 3º e 4º do Código
Civil tratam desse assunto.
Esses dispositivos do Código Civil estabelecem as faixas etárias que indicam a capacidade de fato
dos indivíduos para praticar atos da vida civil. Os absolutamente incapazes não podem praticar
atos por si mesmos, necessitando de representação ou assistência. Já os relativamente incapazes
podem praticar atos, mas devem ser assistidos ou representados, dependendo da complexidade e
consequências dos atos.
A capacidade de fato está relacionada à maturidade e discernimento da pessoa para compreender
as consequências de seus atos, tomando decisões de forma autônoma. A legislação estabelece
limites de idade, bem como limitações oriundas da impossibilidade de discernimento em razão do
acometimento de uma causa transitória ou permanente, para determinar a capacidade de fato,
visando proteger os indivíduos ainda em desenvolvimento e garantir a segurança jurídica nas
relações cotidianas.
Assim, quem possui as duas espécies de capacidade tem capacidade plena. Quem só ostenta a de
direito, tem capacidade limitada e necessita, como visto, de outra pessoa que substitua ou complete
a sua vontade. São, por isso, chamados de incapazes.
3.1.3. Capacidade v.s. Legitimação
A capacidade e a legitimidade são conceitos do Direito que se referem a aspectos distintos, mas
relacionados, em relação à capacidade de exercer atos jurídicos. Aqui estão as diferenças essenciais
entre capacidade e legitimidade:
a) Capacidade:
▪Definição: Refere-se à aptidão de um indivíduo para adquirir direitos e contrair obrigações na

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ordem jurídica. Envolve a possibilidade de ser sujeito ativo ou passivo de relações jurídicas.
▪Tipos: A capacidade pode ser de direito (aptidão para ser titular de direitos e deveres) e de fato
(aptidão para exercer pessoalmente os atos da vida civil).
▪Exemplo: Uma pessoa capaz pode celebrar contratos, adquirir bens e realizar outros atos jurídicos
por si mesma, desde que tenha discernimento adequado.
b) Legitimidade:
c) ▪Definição: Refere-se à conformidade ou autorização legal para praticar determinados
atos ou exercer determinados direitos. Está relacionada à regularidade ou validade de um ato ou
direito perante a legislação.
▪Tipos: Pode envolver a legitimidade ativa (possibilidade de demandar em juízo) e passiva
(possibilidade de ser demandado em juízo).
▪Exemplo: Uma pessoa pode ter legitimidade para representar outra em um processo judicial,
atuando em nome do representado de acordo com a autorização legal.
Em resumo, a capacidade diz respeito à aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações,
enquanto a legitimidade é a autorização ou conformidade legal para exercer determinados direitos
ou praticar atos específicos. Ambos os conceitos são essenciais para garantir a validade e
regularidade das relações jurídicas dentro do sistema legal estabelecido.
3.2. DAS PESSOAS NATURAIS
Pessoa natural é o ser humano considerado como sujeito de direitos e deveres. Para qualquer pessoa
assim designada, basta nascer com vida e, desse modo, adquirir personalidade (art. 2º do CC).
De acordo com o sistema adotado, tem-se, pois, o nascimento com vida como o marco inicial da
personalidade, entretanto, respeitam-se os direitos do nascituro, desde a concepção, pois desde
esse momento já começa a formação do novo ser. No direito brasileiro, a situação jurídica do
nascituro, ou seja, do ser humano concebido, mas ainda não nascido, é objeto de discussões e
teorias importantes.
Diversas correntes e doutrinas foram desenvolvidas para determinar o status jurídico do nascituro
e os direitos que lhe são conferidos. Aqui estão algumas das principais teorias da situação jurídica
do nascituro:
▪Teoria Natalista (ou Natalícia): Segundo essa teoria, o nascituro adquire personalidade jurídica
somente a partir do nascimento com vida. Antes do nascimento, ele seria considerado apenas como
parte do corpo da mãe, sem personalidade jurídica própria.
▪Teoria Concepcionista: Em oposição à teoria natalista, a teoria concepcionista propõe que o
nascituro já possui personalidade jurídica a partir da concepção. Nessa perspectiva, o embrião ou

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feto seria titular de direitos desde a sua concepção, como o direito à vida, à integridade física, entre
outros.
▪Teoria da Expectativa de Direito: Essa teoria reconhece que o nascituro, embora ainda não tenha
personalidade jurídica plena, tem direitos, como o direito a uma herança, por exemplo. Considera-
se que o nascituro é titular de uma expectativa de direito que se concretiza no momento de seu
nascimento com vida.
▪Proteção à Vida e à Dignidade: Independente da teoria adotada, o ordenamento jurídico brasileiro
assegura a proteção à vida e à dignidade do nascituro, reconhecendo a importância de garantir seus
direitos fundamentais desde a concepção.
3.2.1. Das incapacidades
São as pessoas que não estão aptas ao exercício ou gozo de seus direitos. A incapacidade pode ser
absoluta ou relativa. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os
menores de 16 anos. São relativamente incapazes os maiores de 16 anos e menores de 18 anos; os
ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento
reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os pródigos, entre outros. ~
Capacidade e Incapacidade são elementos da personalidade, ou seja, com base no artigo 1 do
Código Civil, todas as pessoas possuem capacidade de direito, todos são capazes de adquirir
direitos e gozar deles, todavia existem pessoas que não podem exercer os seus direitos e os atos da
vida civil devido a algum motivo em específico, sendo que para isso é necessário a capacidade de
fato (exercício do direito), que é aquela que pode ser exercida pessoalmente ao que tange os atos
da vida civil.
Portanto, conclui-se que toda pessoa tem capacidade de direito, mas não 6 necessariamente a
capacidade de fato, uma vez que pode lhe faltar a consciência para o exercício dos atos de natureza
privada. Caso a pessoa possua as duas espécies de capacidade, terá a chamada capacidade civil
plena; aqueles que não possuem a capacidade de fato são chamados de INCAPAZES, ou no mesmo
sentido a capacidade limitada.
A incapacidade absoluta, encontra-se mencionada no disposto do artigo 3 do Código Civil, sendo
absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de dezesseis
anos. Já a incapacidade relativa é trazida pelo art. 4 do Código Civil, os maiores de dezesseis e
menores de dezoito anos; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; aqueles que, por causa
transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos.
No que se refere a incapacidade absoluta, a doutrina e jurisprudência são uníssimas ao entender
que tal sujeito não possui o perfeito discernimento para praticar livremente os atos da vida civil,

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sendo devidamente afastados de quaisquer atos da vida civil, bem como os atos da vida jurídica.
Todavia, em caso de representação, terão os pais, tutores e curadores para exercerem os seus
direitos.
Outrossim, no que se refere ao ausente, não se pode estender a incapacidade, ainda que a ausência
seja declarada por sentença, pois se este aparecer, poderá exercer todos os atos da vida civil.
Frisa-se, que qualquer ato da vida civil praticado por pessoa incapaz será nulo, como assim
disciplina o artigo 166 do Código Civil, ou seja, não terá validade alguma.
Os sujeitos que são considerados relativamente incapazes podem praticar atos da vida civil, desde
que assistidos por seu representante legal, entretanto caso realize negócio jurídico, poderá ser
anulável (art. 119 do CC).
O ato praticado por incapaz sem a presença de seu representante legal é válido no momento em
que é praticado, mas que pode ser anulado através de uma sentença judicial. Somente duas pessoas
podem requerer a anulação desse ato jurídico praticado por incapaz: o próprio incapaz quando
alcançar a incapacidade ou o seu representante legal, desde que o faça dentro do prazo
determinado. Esse prazo varia de acordo com cada ato, mas nunca deverá ultrapassar 4 anos, e
caso os interessados deixem de requerer que o ato seja anulado, ele se tornará válido
definitivamente.
O ébrio habitual (alcoólatra) é considerado relativamente incapaz porque a embriaguez reduz a
capacidade do homem de discernir, pelo fato de que o álcool muitas vezes destroi os neurônios.
Os alcoólatras, ou dipsomaníacos (aqueles que têm impulso irresistível), desde que interditados,
não poderão praticar nenhum ato da vida civil sem a presença de seu representante legal.
Também são considerados relativamente incapazes os viciados em tóxicos; os excepcionais sem
desenvolvimento mental completo; o pródigo, que é aquele indivíduo que gasta seus bens
desordenadamente, destruindo seu patrimônio.
7 3.2.2. Cessação da incapacidade A incapacidade cessa pela maioridade, que começa quando uma
pessoa completa 18 anos (art 5 do Código Civil), ou através da emancipação que poderá ser
concedida pelos pais, em virtude do casamento, pelo exercício do emprego público efetivo, pela
colação de grau, e pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deste, o menor com 16 anos completos tenha economia própria
(art. 5º do CC).
3.3. EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL Conforme determina o artigo 6 do Código Civil a
existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos
em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Assim, somente com a morte real termina

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a existência da pessoa natural, que poderá ser também de forma simultânea, chamado de
comoriência.
Assim, podemos elencar:
I. Morte real; II. Morte simultânea; III. Morte Civil; e IV- Morte presumida.
A morte real é aquela apontada no artigo 6 do Código Civil, sendo responsável pelo término da
existência da pessoa natural. A sua prova se faz por meio de um documento público chamado de
atestado de óbito ou por meio da declaração de morte presumida, sem a decretação de ausência
(exemplo: quando houver a certeza de morte em alguma catástrofe, não sendo encontrado o corpo).
A morte simultânea é aquela prevista no artigo 8 do Código Civil, sendo “se dois ou mais
indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos componentes
precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.”
Quando duas pessoas morrem em determinado acidente, somente interessa saber qual delas morreu
primeiro se uma for herdeira ou beneficiária da outra. De contrário, inexiste qualquer interesse
jurídico. Na falta de um resultado positivo de busca, vigora a presunção da simultaneidade das
mortes, sem se atender a qualquer ordem de precedência em razão da Morte real Morte Morte
simultânea Morte civil Morte presumid a 8 idade ou do sexo.
A morte civil existiu entre a Idade Média e a Idade Moderna especialmente para os condenados a
penas perpétuas, permanecendo recolhidos. As referidas pessoas eram privadas dos direitos civis
e consideradas mortas para o mundo. Assim, podemos citar um resquício da morte civil no artigo
1.816 do Código Civil, que trata o herdeiro afastado da herança como se ele “morto fosse antes da
abertura da sucessão”. Mas com o único e exclusivo intuito de afastá-lo da herança (ART. 1.816
do CC).
A morte presumida pode ser por meio de declaração de ausência e sem declaração de ausência.
A morte presumida é um conceito legal que entra em jogo quando uma pessoa desaparece e não
há evidências concretas de que ela esteja viva, mesmo após uma busca exaustiva. É um processo
jurídico que permite que certas medidas legais sejam tomadas em relação aos bens e assuntos da
pessoa desaparecida, mesmo que não haja prova definitiva de sua morte.
Existem várias razões pelas quais alguém pode ser declarado presumidamente morto. Isso pode
ocorrer em casos de desaparecimento em circunstâncias suspeitas, acidentes graves onde o corpo
não é encontrado, ou em situações como desastres naturais onde é impossível localizar os corpos
das vítimas. Em muitos casos, as famílias precisam de alguma forma de encerramento para
poderem lidar com a situação emocional e resolver questões práticas relacionadas aos bens e
finanças do desaparecido.

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No Brasil, a morte presumida é regida pelo Código Civil brasileiro, mais especificamente nos
artigos 7º a 14º do Livro I, que trata das pessoas. Esses artigos estabelecem os procedimentos e os
efeitos da declaração de morte presumida.
Vamos explorar os principais pontos:
● Hipóteses de Morte Presumida: O Código Civil brasileiro lista algumas situações em que a morte
pode ser presumida, como em desastres, como naufrágio, acidente aéreo, incêndio, entre outros
casos em que o corpo da pessoa não é encontrado.
● Declaração de Ausência: Antes de se proceder à declaração de morte presumida, é necessário
que se faça a declaração de ausência, que ocorre quando alguém desaparece por um período
determinado sem dar notícias de si.
● Procedimento Judicial: A declaração de morte presumida é feita por meio de um procedimento
judicial. O interessado deve requerer ao juiz competente que declare a morte presumida da pessoa
desaparecida. Esse pedido é analisado com base nas provas apresentadas.
● Prazos: O Código Civil estabelece prazos mínimos de ausência para que a morte seja presumida.
Se a pessoa desaparecer em circunstâncias de perigo de vida, como naufrágio ou catástrofe, o prazo
é de um ano após o último conhecimento de sua existência. Caso contrário, o prazo é de quatro
anos.
● Efeitos Jurídicos: Uma vez declarada a morte presumida, são estabelecidos os efeitos jurídicos
relacionados aos bens e direitos da pessoa presumidamente falecida. Por exemplo, seus bens
podem ser inventariados e partilhados entre os herdeiros.
● Reversibilidade: A declaração de morte presumida não é definitiva. Se a pessoa 9 reaparecer ou
se provarem fatos que revelem que ela estava viva durante o período de ausência, a declaração
pode ser revogada.
3.4. INDIVIDUAÇÃO DA PESSOA NATURAL Conforme o Código Civil Brasileiro, os
principais elementos individualizadores da pessoa natural são:
● Nome, designação que a distingue das demais e a identifica na sociedade.
● Estado, que indica sua posição na família e na sociedade;
● Domicílio, que é a sua sede jurídica. O nome, bem como o pseudônimo, é inalienável,
imprescritível e protegido juridicamente. Em regra, dois são os elementos constitutivos do nome:
o prenome, que pode ser simples ou duplo, próprio da pessoa e sobrenome, nome pertencente à
família.
A aquisição do sobrenome, que é imutável, decorre da filiação, bem como de ato jurídico em atos
como adoção e casamento. Destaca-se, ainda, a existência de um terceiro elemento: o agnome, que

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indica alguma qualidade sem valia jurídica ao seu portador. A lei estabelece, na obrigatoriedade
no assento do nascimento, que ali se consignará o nome do registrado, além de estatuir sua
imutabilidade. Entretanto, há casos expressamente previstos e sujeitos a autorização judicial que
o legislador admite emenda ou alteração nominal.
O princípio da inalterabilidade do nome sofre exceção quando este expuseram o seu portador ao
ridículo, houver erro gráfico evidente, houver mudança de sexo, for necessária a alteração nominal
para porteado de vítimas e testemunhas de crimes, bem como de sua família e houver apelido
público notório. O interessado, no primeiro ano de maioridade civil, poderá alterar o nome, desde
que não prejudique apelidos da família, averbando-se alteração que será publicada em imprensa.
Após este prazo, a alteração se dará apenas mediante sentença judicial. O estado é o conjunto de
informações que define a posição da pessoa na sociedade política e na família. Bem como nome,
é indivisível, indisponível e imprescritível. Contudo, essa indisponibilidade, não acarreta na
impossibilidade de mutação. O estado individual ou físico é a maneira de ser da pessoa quanto a
idade, sexo, saúde mental e física, etc..
O estado familiar, por outro lado, uno e indivisível, indicia a sua situação na família em relação
ao matrimônio. Pode ser considerado ainda no que concentra o parentesco ou afinidade. Diante da
grande importância do estado individual e familiar da pessoa natural, o legislador requer a
inscrição em registro público de nascimento, casamento, óbito, emancipação, interdição, sentença
declaratória de ausência e de morte presumida, anulação de casamento, divórcio, adoção, etc. O
estado político é a qualificação jurídica que advém da posição da pessoa na sociedade política,
caso em que é estrangeira, naturalizada ou nacional.
O domicílio é a sede da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direito e onde se
exerce ou se pratica, habitualmente, seus atos e negócios jurídicos. De acordo com o Código Civil
Brasileiro, domicílio é o lugar onde a pessoa natural estabelece residência com ânimo definitivo.
Nota se que o legislador conjugou dois elementos, um material, a residência, e um psíquico, o
propósito de ali permanecer. Cabe aqui uma distinção acerca das expressões moradia, residência e
domicílio. A moradia é o local em que a pessoa permanece, mas sem o ânimo de ficar, é pousada
eventual, enquanto a residência pressupõe estabilidade. Domicílio, por sua vez, é a residência com
intenção de tê-la como definitiva. A compreensão acerca desse instituto é de suma importância,
uma vez que o domicílio traduz o elemento de fixação espacial do indivíduo, sendo o lugar de
exercício do direito e cumprimento das obrigações.
3.5. DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE: O Código Civil brasileiro reconhece e protege os
direitos da personalidade no Livro I, nos artigos 11 a 21. Esses direitos são inerentes à pessoa e

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visam garantir sua integridade física, moral e psicológica. Aqui estão os principais direitos da
personalidade reconhecidos pelo código:
▪Direito à Vida: Reconhecido como o mais fundamental de todos os direitos, o direito à vida
garante a proteção da existência física da pessoa.
▪Direito à Integridade Física e Moral: Protege a pessoa contra agressões físicas e morais que
possam comprometer sua dignidade e bem-estar.
▪Direito à Intimidade: Garante a privacidade e protege a pessoa contra interferências indevidas
em sua vida privada, incluindo sua imagem, vida sexual, correspondência, entre outros aspectos.
▪Direito à Privacidade: Semelhante ao direito à intimidade, protege a esfera privada da pessoa
contra invasões e divulgações não autorizadas.
▪Direito à Honra: Protege a reputação da pessoa contra ofensas, calúnias, difamações e outras
formas de ataque à sua dignidade e reputação.
▪Direito à Imagem: Garante o controle sobre a própria imagem e protege contra o uso não
autorizado da mesma para fins comerciais ou outros propósitos.
▪Direito ao Nome: Assegura o direito da pessoa ao seu nome e protege contra o uso indevido,
falsificação ou deturpação do mesmo.
▪Direito à Identidade: Protege a identidade pessoal da pessoa, incluindo características físicas,
psicológicas e sociais que a definem como única.
▪Direito à Liberdade de Expressão e Informação: Embora não seja expressamente citado como
um direito da personalidade no Código Civil, o direito à liberdade de expressão e informação é
garantido constitucionalmente e está intrinsecamente ligado à dignidade da pessoa.
Esses direitos da personalidade são fundamentais para proteger a dignidade, autonomia e liberdade
das pessoas, garantindo o seu desenvolvimento pleno e sua participação na sociedade. O Código
Civil estabelece que esses direitos são inalienáveis e irrenunciáveis, ou seja, não podem ser
transferidos ou renunciados, e sua proteção é assegurada pelo ordenamento jurídico brasileiro.
3.6. DA AUSÊNCIA O instituto da ausência é regulado pelo Código Civil brasileiro nos artigos
22 a 40 do Livro I, e trata das situações em que uma pessoa desaparece sem deixar notícias, e como
seus bens e direitos devem ser administrados durante esse período de incerteza. Diretrizes
conceituais sobre a ausência:
▪Conceito de Ausência: A ausência ocorre quando uma pessoa desaparece de seu domicílio sem
deixar notícias, havendo incerteza quanto à sua sobrevivência.
▪Declaração de Ausência: Para que os bens da pessoa ausente possam ser administrados, é
necessária a declaração de ausência pelo juiz competente. Essa declaração é feita a pedido de

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interessados, como cônjuge, parentes ou representante do ausente.
▪Curadoria dos Bens: Uma vez declarada a ausência, o juiz nomeará um curador para administrar
os bens do ausente. Esse curador terá a responsabilidade de representar o ausente em todos os
assuntos relacionados aos seus bens e direitos.
▪Medidas Provisórias: Durante o período de ausência, o curador pode adotar medidas provisórias
para preservar os bens do ausente, como a suspensão de pagamentos ou a realização de inventário
e partilha de bens.
▪Prazo de Ausência: O Código Civil estabelece um prazo mínimo de um ano de ausência para que
se inicie o processo de declaração de ausência. Esse prazo pode variar em casos especiais, como
em situações de desastres ou catástrofes.
▪Presunção de Morte: Após um certo período de ausência, se não houver notícias do ausente, ele
pode ser presumido morto para fins civis. Isso permite a abertura do processo de sucessão e a
transferência dos bens do ausente para seus herdeiros.
▪Reaparecimento do Ausente: Se o ausente aparecer após a declaração de ausência, ele recupera a
administração de seus bens e direitos, e o curador deve prestar contas de sua administração durante
o período de ausência.
▪Extinção da Curadoria: Se o ausente não reaparecer após um determinado período de tempo, a
curadoria dos seus bens pode ser extinta, e seus bens serão definitivamente transferidos para seus
herdeiros.
O instituto da ausência visa proteger os interesses e os bens da pessoa que desapareceu, garantindo
que sua situação seja adequadamente tratada durante o período de incerteza. Ao mesmo tempo,
oferece mecanismos para proteger os direitos dos herdeiros e garantir a continuidade da
administração dos bens do ausente.
Assim, é necessário saber que a situação do ausente passa por três fases:
a) Na primeira, subsequente ao desaparecimento, o ordenamento jurídico procura preservar os
bens deixados para a hipótese de seu eventual retorno, chamada de fase de curadoria do ausente,
em que o curador cuida de seu patrimônio.
b) Na segunda fase, prolongando-se a ausência, o legislador passa a preocupar-se com os interesses
de seus sucessores, permitindo a abertura da sucessão provisória;
c) Na terceira fase, depois de longo período de ausência, o que se concretiza depois de passados
dez anos do julgamento (sentença) que concedeu a abertura da sucessão provisória, é autorizada a
abertura da sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. Também poderá ser
requerida a sucessão definitiva provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade e decorrerá

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cinco anos das últimas notícias suas (CC, arts. 37 e 38).
Aberta a sucessão definitiva, os sucessores deixam de ser provisórios, adquirindo o domínio dos
bens, mas de modo resolúvel, porque, se o ausente regressar, receberá os bens existentes no estado
que se acharem, os sub-rogados em seu lugar ou o preço que os herdeiros houverem recebido pelos
bens alienados, como assim dispõe o artigo 39 do Código Civil.
4. DA PESSOA JURÍDICA A pessoa jurídica é tratada pelo Código Civil brasileiro no Livro I,
nos artigos 40 a 69. 14 Esses dispositivos legais definem e regulam a criação, funcionamento e
extinção das pessoas jurídicas, que são entidades abstratas capazes de exercer direitos e deveres
na sociedade.
4.1. Do conceito da pessoa jurídica O Código Civil define a pessoa jurídica como uma entidade
formada pela reunião de pessoas ou de bens, dotada de personalidade jurídica própria. Essa
personalidade distinta das pessoas físicas permite à pessoa jurídica atuar no mundo jurídico,
adquirindo direitos e contraindo obrigações em seu próprio nome.
Assim, ela é reconhecida como sujeito de direitos e deveres, capaz de exercer atividades
econômicas, realizar contratos, adquirir e alienar bens, entre outras atividades, em seu próprio
nome.
Em outras palavras, a pessoa jurídica é uma criação do direito, dotada de capacidade jurídica para
atuar no mundo jurídico, de acordo com as normas e os princípios estabelecidos pelo ordenamento
jurídico. Ela pode ser constituída por vontade humana (como as associações, fundações e
empresas) ou por determinação legal (como as autarquias e empresas públicas).
A personalidade jurídica confere à pessoa jurídica uma série de atributos e características próprias,
tais como:
a) Capacidade: A pessoa jurídica tem capacidade para ser titular de direitos e obrigações, adquirir
e alienar bens, contrair dívidas, entre outras atividades, de acordo com sua finalidade e natureza.
b) Patrimônio Próprio: A pessoa jurídica possui um patrimônio próprio, separado dos bens de seus
membros ou fundadores, o que significa que ela responde por suas obrigações com seus próprios
recursos.
c) Continuidade: À pessoa jurídica não se dissolve com a morte, incapacidade ou retirada de seus
membros, mantendo sua existência enquanto não for devidamente extinta de acordo com a lei.
d) Representação: A pessoa jurídica atua por meio de seus representantes legais, que agem em seu
nome e em conformidade com os poderes e limites estabelecidos pelo estatuto, contrato social ou
normas aplicáveis.
e) Responsabilidade: A pessoa jurídica é responsável por seus atos e omissões, podendo ser

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responsabilizada civil, administrativa ou penalmente, conforme a legislação aplicável.
No geral, a pessoa jurídica desempenha um papel fundamental na sociedade, contribuindo para o
desenvolvimento econômico, social e cultural, ao possibilitar a realização de atividades
empresariais, filantrópicas, educacionais, entre outras. Seu reconhecimento e regulamentação são
essenciais para garantir segurança jurídica e promover o bom funcionamento das relações sociais
e comerciais.
4.1.1. Classificação da pessoa jurídica A pessoa jurídica pode classificar-se:
a) Quanto à nacionalidade: Neste prisma, a pessoa jurídica poderá ser:
▪Nacional – sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha a sede de sua
administração no País.
▪Estrangeira – qualquer que seja o seu objeto, não pode sem autorização do Poder Executivo,
funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os
casos expressos em lei, ser acionistas de sociedade anônima brasileira.
b) Quanto à sua estrutura interna; Sob este aspecto, a pessoa jurídica poderá ser:
▪Corporação – caracteriza-se pelo seu aspecto pessoal, constituindo um conjunto de pessoas,
reunidas para melhor execução de seus objetivos. Dividindo-se ainda em associações e sociedade.
▪Fundação – caracteriza-se pelo seu aspecto material, constituindo um acervo de bens, que recebe
personalidade para realização de fins determinados. Compõe de dos elementos centrais sendo o
patrimônio e o fim.
c) Quanto à função. Sob este aspecto, a pessoa jurídica poderá ser:
▪Pessoa jurídica de direito público, que se divide em externo e interno. o Internas: São as pessoas
jurídicas públicas que pertencem à estrutura interna do Estado, vinculadas à administração direta
como a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e pela administração indireta, como suas
autarquias, fundações públicas e demais entidades de caráter público criadas por lei. o Externas:
São as pessoas jurídicas públicas criadas por tratados internacionais e têm personalidade jurídica
decorrente do direito internacional.
▪Pessoa jurídica de direito privado, que se divide em corporações (associações, sociedades simples
e empresárias) e fundações particulares.
4.2. Da desconsideração da personalidade jurídica
A desconsideração da personalidade jurídica é um tema de extrema relevância no âmbito do direito
empresarial brasileiro. Prevista no Código Civil de 2002, essa medida permite que em
determinadas situações seja ignorada a separação patrimonial entre a pessoa jurídica e seus sócios
ou administradores, possibilitando responsabilizá-los pelas obrigações da empresa.

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O artigo 50 do Código Civil estabelece os casos em que a desconsideração da personalidade
jurídica pode ser aplicada: quando houver desvio de finalidade, confusão patrimonial ou abuso de
direito. Essas situações representam violações ao princípio da Sociedades - podendo ser simples e
empresárias. Ambas visam lucro, tendo como principal diferença a atividade própria de empresário
nas sociedades empresárias. Corporação Associações - não têm fins lucrativos, mas morais,
religiosos, culturais, desportivos, dentre outros. 16 autonomia patrimonial da pessoa jurídica, que
não pode ser utilizada de forma indevida para lesar terceiros (art. 50 do CC).
A desconsideração da personalidade jurídica tem o objetivo de proteger os interesses de credores
e terceiros, evitando que a estrutura societária seja utilizada de maneira fraudulenta para prejudicar
terceiros. Dessa forma, garante-se maior segurança jurídica nas relações empresariais e coíbe
práticas abusivas por parte dos sócios e administradores.
É importante ressaltar que a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica deve ser
fundamentada em decisão judicial, garantindo o devido processo legal e o contraditório. Além
disso, a medida deve ser utilizada de forma criteriosa, evitando excessos e preservando a segurança
jurídica das relações empresariais.
Diante da importância da desconsideração da personalidade jurídica para a proteção dos interesses
de credores e a integridade do ordenamento jurídico, é fundamental que empresários, advogados e
demais profissionais do direito estejam atentos às normas e jurisprudência relacionadas a esse
instituto, a fim de garantir a adequada aplicação dessa importante ferramenta no contexto
empresarial brasileiro.
4.3. Extinção da pessoa jurídica A
s pessoas jurídicas nascem, desenvolvem-se, modificam-se e extingue-se. O ato de dissolução pode
ser de quatro formas distintas, sendo estas:
a) Convencional – por meio de deliberação de seus membros, conforme o quorum previsto nos
estatutos e na lei.
b) Legal – em razão de motivo determinante em lei, como exemplo a morte dos sócios, a decretação
da falência.
c) Administrativa – quando as pessoas jurídicas dependem de autorização do Poder Público e esta
é cassada, seja por infração à disposição de ordem pública ou a prática contrária aos fins declarados
no seu estatuto, seja por se tornar ilícita ou inútil a sua finalidade.
d) Judicial – quando se configura algum dos casos de dissolução previstos em lei ou no estatuto,
especialmente quando a entidade se desvia dos fins para os quais se constituiu, mas continua a
existir, obrigando seus sócios a ingressar em juízo.

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