5.2.
DEFICIÊNCIA AUDITIVA/ SURDEZ
De acordo com o Decreto 5626/2005, art. 2º:
Considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva,
compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais,
manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de
Sinais – LIBRAS e considera-se deficiência auditiva a perda bilateral,
parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por
audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
A deficiência auditiva por decorrência da perda total ou parcial,
congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala por
intermédio do ouvido, manifesta-se como:
● Deficiência auditiva leve: perda auditiva entre 20 e 40 decibéis, que
dificulta, mas não impede o indivíduo de se expressar oralmente, bem como
de perceber a voz humana, no entanto impede que os fonemas sejam
percebidos igualmente. Essa perda não impede a aquisição normal da
linguagem, mas poderá ser a causa de um problema articulatório e de
leitura e/ou escrita;
● Deficiência auditiva moderada: perda auditiva entre 40 e 60 decibéis,
caracterizando frequentes atrasos na linguagem e alterações articulatórias
uma vez que a perda se dá no nível da percepção da palavra. Há maior
dificuldade de discriminação auditiva em ambientes ruidosos.
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● Deficiência auditiva severa: perda auditiva entre 60 e 80 decibéis, que
impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz
humana, bem como de adquirir, naturalmente, o código da língua oral.
● Deficiência auditiva profunda: perda auditiva superior a 80 decibéis,
acarretando na privação das informações auditivas para identificar a voz
humana impedindo a aquisição, naturalmente, da linguagem oral.
Os surdos são pessoas destituídas ou comprometidas na audição.
Têm como canal preferencial de apreensão da realidade e do conhecimento,
o canal visual e isso tem implicações na sua forma de pensar e
consequentemente de adquirir e constituir a linguagem.
A maioria das pessoas surdas no contato com outros surdos aprende
a Língua de Sinais. Porém existem surdos que, por imposição familiar ou por
opção pessoal, preferem utilizar a língua oral, uma vez que
aproximadamente 95% dos surdos são filhos de pais ouvintes. O fato de uma
pessoa ser surda não significa que ela seja muda. A mudez é outra
deficiência, totalmente desagregada da surdez. É um erro chamá-lo de
surdo-mudo.
Com base na LEI 14.768/2023, “Art. 1º Considera-se deficiência
auditiva a limitação de longo prazo da audição, unilateral total ou bilateral
parcial ou total, a qual, em interação com uma ou mais barreiras, obstrui a
participação plena e efetiva da pessoa na sociedade, em igualdade de
condições com as demais pessoas” , portanto, público alvo dos serviços da
Educação Especial.
6.2.ESCOLA BILÍNGUE PARA DEFICIENTES AUDITIVOS / SURDOS:
Por Escola Bilíngue entende-se uma escola cujo objetivo é receber o
maior número possível de alunos com deficiência auditiva/surdez,
perpassando por todas as etapas de ensino, tendo em vista a viabilização de
recursos e estratégias pedagógicas e linguísticas para a educação desses
alunos. A abordagem educacional por meio do bilinguismo visa proporcionar
a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social, quais
sejam: a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa na modalidade
escrita. Estudos têm demonstrado que esta abordagem corresponde melhor
às necessidades do aluno com surdez, em virtude de respeitar a língua
natural e construir um ambiente propício para a sua aprendizagem escolar.
Na abordagem bilíngue faz-se uso da LIBRAS- Língua Brasileira de
Sinais - como L1 e a Língua Portuguesa na modalidade escrita - como L2 , em
suas variantes de uso padrão, quando ensinadas no âmbito escolar, são
deslocadas de seus lugares especificamente linguísticos e devem ser
tomadas em seus componentes histórico-cultural, textual e pragmático,
além de seus aspectos formais, envolvendo a fonologia, morfologia, sintaxe,
léxico e semântica.
O desenvolvimento deste trabalho toma por base a perspectiva legal
e abrange os profissionais da área da educação comum e especial, assim
como o professor surdo para o ensino de libras, instrutor surdo de libras,
intérprete de Libras e professor ouvinte bilíngue, na complementação do
trabalho e formação dos profissionais.
Por meio da Resolução SME no. 001/2016 e 005/2016 o Sistema
Municipal de Ensino de Paulínia, empenha-se para efetivar o ensino
bilíngue, haja vista que a demanda de alunos com esta especificidade vem
aumentando significativamente.
Para continuidade e efetivação do trabalho nesta proposta, seguem
alguns apontamentos sobre a estrutura e funcionamento da Escola Bilíngue
nas Unidades escolares: EM “Felipe Macedo de Barros”, EMEF “Prof.
Domingos de Araújo” e EMEFM “Maestro Marcelino Pietrobom” -
MODALIDADE EJA, de acordo com a LEI No 10.098/2000, Lei 10.436/2002,
Decreto Nº 5.296/2004,Decreto 5626/2005, com a Lei Brasileira de Inclusão –
LBI no. 13.146/2015 e Lei 14.191/2021.
6.2.1.ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DA ESCOLA BILÍNGUE:
A organização estrutural do trabalho nas escolas bilíngues devem
contemplar as seguintes especificidades:
PROFESSOR CLASSE COMUM
PROFESSOR OUVINTE BILÍNGUE
PROFESSOR PARA O ENSINO DE LIBRAS - ENSINO REGULAR
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Em consonância com as atividades das escolas bilíngues, é
importante pensarmos a Sala Recursos Bilíngue para Surdos presente dentro
desta abordagem em caráter de complementação e suplementação do
trabalho pedagógico realizado na sala de aula comum e compreende os
serviços:
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
INSTRUTOR PARA O ENSINO DE LIBRAS
6.2.2.ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA-PEDAGÓGICO
Esse serviço de educação bilíngue realizar-se-á nas escolas EM
“FELIPE MACEDO DE BARROS”, EMEF “Prof. Domingos de Araújo” e EMEFM
“Maestro Marcelino Pietrobom” – modalidade EJA, em local dotado de
equipamentos e recursos pedagógicos adequados às necessidades dos
educandos com deficiência auditiva/surdez. No caso dos alunos surdos
matriculados nas escolas de Educação Infantil - EMEI, o mesmo será
atendido na Sala de Recursos Bilíngue para Surdos, da escola bilíngue mais
próxima.
Nesta proposta, são atribuições do Diretor Escolar e do Coordenador
Pedagógico: a. Garantir o cumprimento das Diretrizes Municipais da
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, a organização e o
planejamento relacionado à formação da equipe escolar (gestão, docentes,
discentes, operacional e familiares), propiciar os momentos de discussão,
planejamento e avaliação junto aos profissionais da sala de recursos, seja
em HTPI e/ou HTPC, assim como, em conjunto com a Secretaria Municipal
de Educação fazer a indicação, previsão e oferta de recursos de
acessibilidade que atendam o previsto na LBI no. 13.146/2015.
b. Certificar-se de que toda documentação dos alunos matriculados na
escola bilíngue e em Sala de Recursos Bilíngue para Surdos estejam
devidamente registradas na secretaria da escola. A lista de educandos e os
horários de atendimento deverão estar disponíveis na Secretaria da Escola e
no Departamento de Suporte à Educação Inclusiva- DSEIN- para Surdos, da
própria escola ou de escolas próximas, tenham prontuário próprio e
matrícula regularizada no turno e contraturno escolar, organizados pela
secretaria da Unidade Escolar.
c. Organizar e viabilizar cronograma mensal de reuniões da equipe da Sala
de Recursos Bilíngue para Surdos com os professores de sala comum em
consonância com o planejamento das reuniões pedagógicas da escola.
d. Garantir a participação dos profissionais que atuam na Sala de Recursos
Bilíngue para Surdos em todos os Conselhos de Classe, em que haja
educandos atendidos por estes profissionais.
e. Validar toda documentação referente à escola bilíngue e à Sala de
Recursos Bilíngue para Surdos.
f. Garantir a participação efetiva de todos os professores da Unidade Escolar
na elaboração do Plano de Ensino Individualizado (PEI) e Plano de
Atendimento Educacional Especializado (PAEE).
6.2.3.ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA
Na proposta de Educação Bilíngue, a organização pedagógica
compreende os seguintes profissionais e funções:
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PROFESSOR DE SALA COMUM: de todas as etapas de ensino,
preferencialmente com fluência em LIBRAS, responsável pela aprendizagem
dos alunos com deficiência auditiva e dos alunos com surdez inseridos em
sua sala de aula. Os alunos surdos, usuários de LIBRAS, serão acompanhados
pelo professor de sala comum em parceria com o professor ouvinte bilíngue.
O professor de sala comum, deverá, preferencialmente ser fluente em
LIBRAS e efetivar o uso e a difusão dessa língua em sua sala de aula, assim
como, participar efetivamente dos processos formativos em LIBRAS para
oferta de ensino de qualidade ao(s) aluno(s) surdo(s) de sua sala de aula. No
caso de haver professores com fluência em LIBRAS em outra Unidade
Escolar do Sistema Municipal de Ensino, havendo vaga e interesse por parte
deste professor, ele terá prioridade de escolha, no processo de Atribuição
de Aulas, na(s) escola(s) bilíngue(s). O professor de classe comum terá
garantido horário de HTPI para planejamento com o professor ouvinte
bilíngue e/ou de sala de recursos, assim como formação em LIBRAS em
HTPC.
Por se tratar de Unidades Escolares que atendem a demanda específica de
surdez e compreende a utilização de duas línguas (PORTUGUÊS-LIBRAS) fica
o profissional que optar pela escolha de trabalho em uma destas UEs ter
ciência da necessidade de efetivar o ensino nestas duas modalidades
linguísticas, a contar com a parceria e suporte dos profissionais da Educação
Especial.
PROFESSOR OUVINTE BILÍNGUE: PROFESSORES DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
COM FLUÊNCIA EM LIBRAS, avaliado por banca examinadora, conforme
Decreto 5626/2005, que atua em sala de aula e em todos os contextos
escolares garantindo o acesso ao conteúdo e à comunicação em tempo real.
Ele é o responsável pelo desenvolvimento, em parceria com o professor da
sala comum, da aprendizagem, comunicação, adaptação e interpretação em
tempo real do conteúdo curricular da sala de aula em que estiver inserido.
Cabe ao professor ouvinte bilíngue manter contato direto com os
profissionais da Sala de Recursos Bilíngue para Surdos, além de garantir o
registro diário das atividades desenvolvidas em sala de aula, de modo que,
ao final de cada ano letivo seja realizado o relatório final de
desenvolvimento do aluno sob sua responsabilidade.
O professor ouvinte bilíngue terá garantido horário de HTPI para
planejamento, discussão e avaliação do processo de ensino e aprendizagem
dos alunos surdos junto ao professor de sala comum e de sala de recursos,
no caso do ensino fundamental anos iniciais.
Para os professores bilíngues que atuam no ensino fundamental
anos finais, este processo poderá/deverá ser organizado em HTACs junto
aos professores dos componentes curriculares de acordo com a necessidade
de cada educando.
São atribuições do professor ouvinte bilíngue:
a) Participar de todo o contexto escolar;
b) Acompanhar e participar, junto com a equipe escolar, da seleção,
elaboração, planejamento, adaptação, avaliação e recomendação de
materiais e equipamentos apropriados aos educandos;
c) Garantir os recursos necessários para a realização das avaliações
bimestrais, seja em relação a adaptações ou na utilização de recursos
específicos;
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d) Viabilizar o apoio e a formação de todos os profissionais da U.E. na
perspectiva da escola inclusiva;
e) Orientar as famílias, no intuito de aproximá-las do contexto escolar; f)
Elaborar semestralmente, em parceria com os profissionais da Sala de
Recursos, o Plano de AEE de cada aluno com base nos saberes
apresentados nas avaliações, propondo os objetivos e estabelecendo
recursos e as estratégias adequadas; g) Participar da construção e
implantação do Projeto Político Pedagógico da Unidade Escolar;
h) Analisar, estruturar, planejar e discutir com a Direção da Unidade Escolar,
as necessidades da escola, dos educandos e da comunidade de forma a
garantir a acessibilidade em todos os espaços escolares;
PROFESSOR PARA O ENSINO DE LIBRAS- ENSINO REGULAR : PROFESSOR
SURDO COM HABILITAÇÃO EM LETRAS/LIBRAS conforme Decreto 5626/2005
e LEI No 13.005/2014 que atua como formador de toda equipe discente,
docente, gestora, operacional e famílias, no ensino e aprendizagem de
LIBRAS, de acordo com a LEI Complementar no. 65 de 27/12/2017. O
professor de LIBRAS deverá ter planejamento, avaliação e registro de todas
as atividades desenvolvidas nas salas de aulas e nos grupos que ensina. O
material deve ser avaliado e planejado em parceria com o professor e
instrutor de LIBRAS da Sala de Recursos Bilíngue para Surdos e estar
diretamente ligado ao conteúdo da sala de aula. Cabe ao professor de
LIBRAS proporcionar e criar situações dentro do contexto escolar para que
toda comunidade escolar usufrua da língua da melhor maneira possível e
com a maior fluência.
6.3. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO - ÁREA DA SURDEZ-
SALA DE RECURSOS BILÍNGUE PARA SURDOS
O trabalho de AEE em Sala de Recursos Bilíngue para Surdos tem
periodicidade variável, dependendo do ritmo e das necessidades dos
educandos, devendo esta necessidade ser contemplada e especificada em
cada plano de AEE. O horário de funcionamento é de 04 (quatro) horas-
aulas diárias de segunda a sexta-feira para trabalho individual ou em
pequenos grupos, para educandos que apresentem necessidades
educacionais especiais semelhantes, em contraturno, não podendo
ultrapassar 2 horas-aulas diárias e 10 horas-aulas semanais para cada aluno.
Este serviço, compreende:
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: é a modalidade da
Educação Especial de natureza pedagógica, conduzida por PROFESSOR DE
EDUCAÇÃO ESPECIAL HABILITADO NA ÁREA DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA E
SURDEZ, com fluência em Libras, avaliado por banca examinadora, conforme
Decreto 5626/2005, que atua como professor para o ensino do conteúdo
escolar em Língua Brasileira de Sinais e para o ensino de língua portuguesa
como L2 na modalidade escrita, conforme previsto na Resolução SME
005/2016.
O objetivo do AEE é promover as condições de participação e
aprendizagem dos estudantes com deficiência auditiva e surdez no ensino
comum, de forma a complementar ou suplementar à escolarização.
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6.3.1. ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA DA SALA DE RECURSOS:
O AEE nesta perspectiva, envolve três momentos didático-pedagógicos:
a) Atendimento Educacional Especializado em LIBRAS - Professor de AEE b)
Atendimento Educacional Especializado de LIBRAS - Instrutor de LIBRAS c)
Atendimento Educacional Especializado de Língua Portuguesa como L2 -
Professor de AEE e/ou Professor de Língua Portuguesa
a) Atendimento Educacional Especializado em LIBRAS
Esse atendimento será realizado pelo professor de Educação Especial
com formação na área da surdez e fluência em LIBRAS em parceria com o
instrutor de LIBRAS, cujo objetivo é fornecer a base conceitual dos
conteúdos curriculares desenvolvidos na sala de aula.
Deverá ser realizado por um período mínimo de 5 horas-aulas
semanais para o ensino do conteúdo escolar em Língua Brasileira de Sinais a
todos os alunos surdos matriculados na Sala de Recursos Bilíngue para
surdos, independente da etapa de ensino.
É um trabalho complementar e suplementar ao da sala de aula,
viabiliza a exploração do conteúdo em LIBRAS, favorece a ampliação do
conhecimento, possibilita o aprofundamento de conceitos, assegura a
utilização de diferentes recursos para o acesso e ampliação do
conhecimento, oportuniza a formulação de ideias e questionamentos a
respeito do conteúdo abordado.
São atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado
em LIBRAS: a) Identificação das necessidades específicas a partir da
avaliação inicial dos conhecimentos;
b) Parceria com os professores da sala de aula comum para
levantamento dos conteúdos curriculares, objetivando a
coerência entre o planejamento das aulas e do AEE;
c) Estudos dos termos científicos próprios das áreas específicas em
LIBRAS, devido a necessidade de ampliação de novos sinais e
conhecimentos técnicos desta língua;
d) Identificação, organização e produção de recursos didáticos
acessíveis a serem utilizados para ilustrar as aulas nas salas de
aula comum e no AEE, além de estratégias de dramatização,
pantomima e outras que contribuem na construção dos
diferentes conceitos;
e) Produção e a utilização de recursos visuais tais como murais,
livros, fotos sobre o conteúdo, maquetes, painéis e outros, sendo
estes recursos essenciais para a compreensão e evolução
conceitual dos educandos surdos.
b) Atendimento Educacional Especializado de LIBRAS: ENSINO DE LIBRAS
(instrutor surdo)
Esse atendimento é conduzido por PROFISSIONAL SURDO, COM
FORMAÇÃO DE NÍVEL MÉDIO, fluente em Libras, que atua como interlocutor
no processo de aquisição da língua, na construção da identidade do aluno
surdo e sua inserção na cultura da Comunidade Surda, favorecendo seu
posicionamento perante a sociedade, além de contribuir significativamente
na formação do indivíduo e em seu processo educacional. A formação de
instrutor de Libras, em nível médio, deve estar em consonância com o
Decreto 5626/2005, art. 6º. O trabalho do instrutor de LIBRAS deve ser
desenvolvido no contra turno escolar, realizado na Sala Recursos
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Bilíngue para Surdos independentemente da etapa de ensino, objetivando a
aquisição e/ou aprimoramento da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS - com
base nos questionamentos gramaticais da estrutura linguística que esta
língua requer.
O trabalho do instrutor de LIBRAS deve ser desenvolvido no
contraturno escolar, realizado na Sala de Recursos para todos os educandos
surdos, independente da etapa de ensino, objetivando a aquisição e/ou
aprimoramento da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS - com base nos
questionamentos gramaticais da estrutura linguística que esta língua
requer.
Deverá ser realizado por no mínimo 5 horas-aula semanais para o
ensino da Língua Brasileira de Sinais, aos educandos que se comunicam por
meio desta língua; o ensino de LIBRAS deve, preferencialmente, estar
relacionado ao conteúdo escolar, podendo ser ampliado para outras áreas
sociais.
São atribuições do instrutor no Atendimento Educacional
Especializado de LIBRAS: a) Ensinar LIBRAS aos educandos
surdos;
b) Pesquisar e difundir os termos técnicos da LIBRAS;
c) Planejar o ensino desta língua a partir dos diversos aspectos que
envolve sua aprendizagem, como: referenciais visuais,
datilologia, parâmetros gramaticais da língua, classificadores e
sinais; confeccionar, utilizar e disponibilizar recursos didáticos
para o ensino de Libras;
d) Conhecer a estrutura e ter fluência em LIBRAS;
e) Elaborar recursos didáticos;
f) Estudar os termos científicos próprios das áreas do conhecimento
em Libras e orientar os professores para o uso com o objetivo de
ampliar o vocabulário técnico da Libras, criar novos sinais e
aprofundar os conhecimentos nesta língua;
g) Participar da elaboração e realizar registros relacionados aos
planos de trabalho para com o estudante surdo;
h) Proporcionar o ensino de LIBRAS aos profissionais da educação e
comunidade escolar, garantindo e efetivando o planejamento
das aulas, registro da frequência e relatório do
desenvolvimento;
i) Participar do planejamento das ações específicas, quando
necessário, juntamente com os demais profissionais que atuam
na educação bilíngue.
c) Atendimento Educacional Especializado para o Ensino da Língua
Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua- L2
O objetivo do AEE para o ensino de L2 é desenvolver a competência
linguística e textual dos educandos surdos para que sejam capazes de ler e
escrever na língua portuguesa. O AEE para o ensino de Língua Portuguesa
como segunda língua na modalidade escrita, a ser realizada pelo professor
ouvinte bilíngue da sala de recursos a todos os educandos surdos, por um
período mínimo de 5 horas-aulas semanais.
Estes momentos devem ser realizados em parceria com o instrutor
surdo favorecendo a compreensão das diferenças linguísticas.
São atribuições do professor no Atendimento Educacional
Especializado para o Ensino de Língua Portuguesa como L2:
a) Auxiliar o aluno a que desenvolva os seguintes processos:
contextualização/descontextualização/recontextualização em
relação ao aprendizado da língua portuguesa, entendendo:
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Contextualização: o aluno parte do TODO textual para formar o sentido
inicial da produção de significado;
Descontextualização: reconhecimento das partes dos textos, de suas
estruturas em palavras e frases;
Recontextualização: o aluno realiza o processo de montagem de outros
sentidos, novas palavras e textos.
b) Ensinar aos educandos surdos a escrita de textos em língua
portuguesa de forma a torná-los competentes em seus discursos,
dando-lhes oportunidades de interagir nesta língua;
c) Apresentar diversidade textual circulante nas práticas sociais
visando apropriação de gêneros e discursos desta língua;
d) Desenvolver e aperfeiçoar a língua portuguesa escrita para
desenvolvimento de sua estrutura e sistema linguístico para autonomia na
utilização desta. Todos os alunos regularmente acompanhados em AEE
deverão ter seu Plano de Atendimento Educacional Especializado (PAEE/
PEI), elaborado semestralmente, contendo os dados do aluno, histórico
escolar e de desenvolvimento, os saberes, objetivos de ensino, recursos e
estratégias e a organização do trabalho, garantindo que todas as
especificidades do aluno sejam registradas.
O PAEE do semestre em curso, o último relatório, a ficha de
levantamento dos alunos e os horários da Sala de Recursos deverão estar
disponíveis na Secretaria da escola e no Departamento de Suporte de
educação Inclusiva , via Google Drive.
Ao final do ano letivo, deverá ser elaborado pelo professor da Sala de
Recursos, em conjunto com o professor bilíngue, relatório descritivo
contendo os dados do aluno, histórico escolar e de desenvolvimento, os
saberes, a organização do trabalho e as indicações para o próximo ano
letivo. No caso dos alunos acompanhados por professor bilíngue ou instrutor
de LIBRAS, os mesmos deverão complementar as informações no mesmo
relatório, que deverá estar disponível no prontuário do aluno na Secretaria
da escola e no Departamento de Suporte à Educação Inclusiva, via Google
Drive.
Atribuições do professor de Educação Especial da Sala de Recursos
Bilíngue para surdos – área da surdez
a) Organizar e disponibilizar espaço físico, mobiliários, materiais
didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e
equipamentos específicos para promover a aprendizagem dos
educandos com deficiência auditiva e surdez;
b) Trabalhar as necessidades do aluno deficiente auditivo/surdo
seguindo os objetivos estabelecidos para ele de acordo com o
Plano de AEE e PEI ; c) Possibilitar a aquisição da língua
portuguesa na modalidade escrita como L2; d) Ampliar a
comunicação oral aos educandos com deficiência auditiva; e)
Favorecer a aquisição da LIBRAS aos educandos surdos;
f) Suplementar e complementar o processo de aprendizagem,
favorecendo a aquisição de conhecimento formal e habilidades
que serão aplicadas nas necessidades sociais e educacionais;
g) Sistematizar e garantir a qualidade de acesso ao ensino;
h) Registrar sistematicamente os dados do trabalho desenvolvido
para análise e avaliação do desempenho dos educandos no
tocante às suas dificuldades e habilidades;
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i) Ter uma relação integrada e articulada com todos os professores
da Unidade Escolar, prestando orientações técnico-pedagógicas
aos educandos que frequentam este serviço;
j) Manter o Diretor/ Coordenador da Unidade Escolar atualizado
sobre as necessidades pedagógicas dos educandos, aquisição de
recursos e materiais específicos, a necessidade de formação
constante à equipe escolar e demais questões que envolvem o
trabalho da sala de recursos;
k) Garantir o planejamento em conjunto com o(s) professor(es) da
sala comum e/ou professor bilíngue, tendo em vista contemplar
as necessidades de todos e cada aluno;
l) Possibilitar que os educandos progridam em suas habilidades e
competências no que se refere ao Currículo do Sistema
Municipal de Ensino de Paulínia; m) Estabelecer trocas com o
professor bilíngue, pois será este o responsável pela mediação
diária com os demais profissionais da Unidade Escolar;
n) Participar dos Conselhos de Classe bimestralmente;
o) Manter a secretaria da escola e o Departamento de Suporte à
Educação Inclusiva atualizados em relação aos dados dos
educandos (ficha de levantamento, quadro de horários e grupos
de trabalho, plano de trabalho na Unidade Escolar, Plano de
AEE / PEI , quadro de transporte dos atendimentos do
contraturno e demais documentos);
p) Realizar trocas com equipe de Saúde de modo a estabelecer um
trabalho coerente em todos os aspectos que envolvam o
desenvolvimento dos educandos com essa deficiência;
q) Realizar o registro constante do trabalho realizado, assim como da
frequência diária dos educandos;
r) Realizar o registro diário da atuação da Educação Especial em cada
Unidade Escolar sob sua responsabilidade, assim como da
frequência diária dos educandos (observações, intervenções,
orientações, sugestões e providências);
s) Buscar articular o trabalho da Unidade Escolar com os demais
setores da Secretaria Municipal de Educação, promovendo a
transição adequada dos educandos de uma etapa de ensino para
outra;
t) Participar semanalmente das reuniões de HTPC da Unidade Escolar
sede, e pelo menos, uma vez por mês, de outra(s) Unidade(s)
Escolar(es) sob sua responsabilidade;
u) Garantir que ao menos, em um HTPI semanal, seja realizada
reunião de planejamento pedagógico com o professor bilíngue;
v) Elencar as necessidades de transporte e alimentação para que o
diretor escolar e o Departamento de Suporte à Educação
Inclusiva busquem alternativas para supri-las.
w) Cumprir as Regras e Normas estabelecidas em Regimento Escolar.
6.3.2.SISTEMA DE AVALIAÇÃO
O ingresso do aluno com deficiência auditiva ou surdez ao
Atendimento Educacional Especializado está vinculado à sua matrícula na
Unidade Escolar ou na Unidade Escolar mais
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próxima de onde estiver lotado este serviço. Para iniciar o Atendimento
Educacional Especializado, o aluno deverá passar por uma avaliação
pedagógica com o professor de AEE da Sala de Recursos Bilíngue para
surdos para identificação das suas necessidades específicas (tanto para os
casos de deficiência auditiva como para surdez), para, a partir desta,
elaborar o PAEE, sendo que o aluno passa a ser acompanhado no AEE em
LIBRAS, de LIBRAS ou L2. É importante que a família e/ou próprio aluno, no
caso dos adultos, tenham em mãos a última avaliação audiológica, no caso
de apresentar questões muito específicas para a adaptação e acessibilidade
escolar.
No que se refere à avaliação em sala de aula, o aluno com deficiência
auditiva tem o direito, no momento da avaliação da sala de aula comum,
aos mesmos recursos e estratégias utilizados durante o processo de ensino-
aprendizagem, entendendo, muitas vezes, que ele apresenta condições de
realizar a mesma avaliação que os demais colegas da turma, não
necessitando da intervenção do professor bilíngue. Cabe ao professor da
Sala de Recursos Bilíngue identificar estas necessidades e viabilizar a
indicação ao professor de sala de aula no momento da avaliação.
No caso do aluno com surdez, é necessário e importante considerar
que a educação escolar dos surdos tem como L1 a LIBRAS e L2 a língua
portuguesa na modalidade escrita, tendo o aluno, portanto, direito de
realizar a avaliação bimestral de todas as disciplinas em dois momentos, se
necessário.
O processo avaliativo, dependendo do caso deve ocorrer:
a) Em sala de aula comum: em língua portuguesa, pelo professor de sala de
aula com apoio do professor ouvinte bilíngue, para avaliação da leitura e
da escrita em língua portuguesa. Na correção das respostas do aluno
deverá ser respeitada a especificidade do processo de escrita do aluno
surdo na língua portuguesa. Portanto deve ser validada entre os
professores envolvidos.
b) Em sala de recursos bilíngue: a mesma avaliação realizada em sala de
aula, deverá ser aplicada em LIBRAS, pelo instrutor de LIBRAS em
parceria com o professor de AEE, para avaliação do conhecimento do
aluno na sua língua. Para esta avaliação, será necessário garantir que as
respostas emitidas pelo aluno, em sua língua oficial, sejam registradas
visualmente e validadas pelos professores envolvidos.
É importante que todas as intervenções realizadas sejam sinalizadas no
instrumento de avaliação. Cabe ressaltar que a avaliação em L1 e L2 devem
ser consideradas individualmente e com objetivos específicos para cada
uma delas, mesmo que o instrumento seja o mesmo.
No caso dos alunos surdos que ainda estão em processo de
aquisição da própria língua - LIBRAS como L1, eles deverão ser avaliados
considerando:
a) a intervenção do professor ouvinte bilíngue, em sala de aula ou em
espaços específicos;
b) a adaptação pedagógica da avaliação, utilizando recursos e estratégias
que garantam a compreensão do conteúdo a ser avaliado;
c) O registro da escrita em L2 seja realizada/mediada pelo aluno e/ou pelo
professor ouvinte bilíngue como escriba, quando necessário.
A correção e validação das respostas emitidas pelo (s) aluno (s) devem ser
realizadas entre os professores envolvidos.