Rita Borges Silva 2024/2025
Territórios e Sociedades
o Geopolítica, Geoestratégia, Geoeconomia, Hard Power, Soft Power,
Modelo de acumulação, Excedente. Troca, Urbanização, Welfare state
“A arte da Guerra” Coloca as questões no domínio do engano e da psicologia
por Sun Tzu
3 tipos de «A melhor vitória é aquela que não se chegou a combater»
operação
Limitações: etnocentrismo, informação perfeita, etc.
Psyop (Operação Psicológica), Opsec (Operação de Segurança),
Mildec (Military Deception)
Psyop- Definem-se por influenciar a opinião de uma comunidade. Influenciando a
opinião de uma comunidade, criando o terror, medo, etc.
Opsec- Negar informação verdadeira ao adversário, através de proteger a nossa
informação, a dos nossos aliados e amigos. Proteger a informação toda.
Mildec- Fornecer informação falsa ao adversário
Escala de Quanto à Guerra:
Prioridades
1ª Vencer atacando a estratégia do adversário
2ª Atacar os aliados do nosso adversário, isolando-o
3ª Só em último caso, destruir o exército do adversário
Sendo preferível, evitar a destruição do adversário.
General Prussiano – Carl Von Clausewitz – “Da Guerra” (1832)
Ódio, animosidade e
violência Povo
“A guerra é a continuação da
Probabilidades e o acaso
General e
exército
política por outros meios”
Racional da Guerra
Governo
Trindade primária Trindade secundária
Valores Atores
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Elementos da Trindade
➢ Natureza da guerra
–» cada guerra tem naturezas diferentes, por dependerem do facto de se ter de
lidar com exércitos, governos e povo dos dois lados do conflito. Não sendo deste
modo, nenhuma guerra igual. Para além de cada um dos beligerantes ter estes
aspetos diferentes, entra também a posição dos aliados e neutrais.
➢ Guerra limitada e guerra ilimitada
–» destruir o adversário, fazendo com que este se renda de forma incondicional.
➢ O Racional da Guerra
–» o Valor do objeto político que justificou a guerra, denotando-se que calcular a
priori é mais difícil
➢ A Fricção
–» nas palavras do autor, refere-se à guerra real. Sendo uma coisa a guerra no
papel, e outra a guerra que ocorre no teatro de ações.
4 elementos que distinguem a guerra no papel da guerra real:
o A ameaça colocada pelo próprio inimigo
o A dimensão do nosso próprio esforço
o Em caso de combate, saber o que se está a passar
o O Problema da geomorfologia, geografia física (no espaço: ventos,
tempo, etc)
Cada um destes elementos adquere o seu grau de dificuldade.
De acordo com o conceito do centro de gravidade, o CERN de gravidade do
nosso adversário, o autor Clausewitz diz a priori existe uma escala de
prioridades. Da mais importante à menos importante:
o Exército do adversário
o A cidade capital do adversário (Cai Paris, cai a França)
o Atacar o aliado principal do adversário
o Atacar o líder político do adversário
o Opinião pública do adversário
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Ponto culminante do ataque
-» Momento em que o lado ofensivo deixa de ter a vantagem e, portanto, deve a
partir desse momento tentar refrear o esforço. Tentando em primeiro lugar, não
ser vítima de um contra-ataque e correndo riscos. Entrando aqui a questão da
logística.
❖ Aquando da guerra napoleónica e esta invadiu Portugal após o
ordenamento do bloqueio continental. O exército francês demorava 15
dias para chegar, sendo abastecido por terra. Enquanto os ingleses
abasteceram Portugal através da sua marinha e dos portos portugueses,
chegando o abastecimento às suas tropas em condições. Portugal foi um
dos casos que usou a tática semelhante dos russos, a estratégia de guerra
queimada. Abandonando e queimando tudo. A ideia seria a de que
quando os franceses chegassem não teriam nada para comer.
Quando um Estado se envolve numa guerra
Essa entidade deve responder antecipadamente a duas questões antes da guerra:
1. Porque vai avançar para a guerra – Qual o valor do objeto político?
2. Como a vai disputar? O que privilegia?
Pode-se concluir até não fazer a guerra depois de deliberar sobre estas questões.
Embora, se corram mais riscos pelos prejuízos do que pelos ganhos.
5 Características/ Dimensões da situação conflitual
Armadilha de 1. Atrito/ Fricção entre os atores (Os interesses dos oponentes enquanto
Tucídides: contraditórios)
2. Hostilidades entre os atores (Cada um dos lados procura o prejuízo do
Foi à exceção de outro)
Atenas, e os 3. Noção da própria posição (grau de importância dada por nós e perceber
receios que se até onde o adversário poderá ir, é este o ponto que pode escalar um
induziu a Esparta, conflito para uma situação de guerra)
4. Questão da inflexibilidade das oposições dos oponentes (a diplomacia
que tornaram a tenta ver se é possível estabelecer um ponto de contacto entre a
guerra inevitável” flexibilidade)
–» Problema da 5. O prejuízo latente (importante para a gestão do conflito, enquanto cálculo
alteração da feito antes. Isto é, do grau de destruição que pode efetivamente ocorrer, a
balança de poder, diplomacia aqui tem a oportunidade de procurar de alertar as partes
com a potência em quanto aos prejuízos inerentes; têm se por isso uma noção do que se pode
perder ao avançar para uma guerra)
ascensão
6 questões da guerra
o Quem? - Os Atores
o Porquê? - A causa da guerra/ o valor do objeto político da guerra
Graham Allison o Para quê? - A finalidade, o que se quer alcançar com a guerra
“Destinados à Guerra” o Com quê? - Meios e recursos colocados na guerra
https://www.belfercent o Onde? - O território onde se desenvolvem as operações militares
er.org/programs/thucy o Como? - Condicionamentos ou restrições
didess-
trap/thucydidess-trap-
case-file
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As Gerações de Guerra
-» aquilo que ao longo do tempo se foi alterando na guerra e na forma como esta
se conduz.
1ª Geração
➢ Século XVII-XIX
➢ Guerra dos 30 anos, Guerras napoleónicas
➢ Utilização de infantaria, posições alinhadas e armas de fogo.
2ª Geração
➢ Primeira Guerra Mundial
➢ Surge um tipo de equipamento militar, que foi a força aérea.
➢ Até ao século 20 tínhamos essencialmente a armada e o exército
➢ General italiano júlio due, elabora estudos sobre este ramo a força aérea ser
independente. Havendo exceções, às 3 áreas das forças armadas, como nos EUA
com os marines. e até mesmo porta-aviões
➢ Cavalaria, tanques, artilharia pesada, guerras das trincheiras
➢ Surge a guerra de posição
3ª Geração
➢ Segunda Guerra Mundial
➢ Novidades em equipamentos e estratégias e táticas
➢ Operações combinadas: exército e aviação
➢ Conceito do ataque fulminante – heinz g, eerich van manstein,
4ª Geração
➢ Pós-Segunda Guerra Mundial
➢ Desenvolve se através de guerrilhas, utilização das tecnologias, aposta na
assimetria
➢ Assimetria
➢ Dissimetria
➢ Simetria
5ª Geração
➢ Atual
➢ Entra em linha de conta o ciberespaço, a contra informação nas eleições, opinião
publica, utilização de meios que não requerem presença pessoal no terreno
(drones– debate em aberto ainda)
Outras perceções de números de gerações
➢ Artsun: considera 6 gerações
➢ Autora paquistanesa Fatma Tnfiak: 7 gerações por dividir a considerada 5
geração
➢ Não sendo totalmente fechado que hajam de facto 5 gerações havendo espaço
para debate.
Rita Borges Silva 2024/2025 assimetria consiste em colocar-se abaixo do nível de utilidade
dos sistemas de armas convencionais que estão mais
Assimetria vocacionados para conflitos assimétricos.
Assimetria –» Guerrilha: ex. floresta, domínio da assimetria, no
caso das redes terroristas.
Dissimetria: é tentar obter uma vantagem absoluta no conflito
Dissimetria simétrico de forma esmagadora.
Faz surgir o paradoxo dissimetria-assimetria
Conflito simétrico: os dois lados usam táticas semelhantes,
Simetria típico conflito estado a estado com cavalaria, exército e etc. em
ambos os lados.
Uma guerra, seja ela qual for, só acaba em 1 de 3 maneiras:
1ª forma –» Vitória incondicional de um dos lados.
Quem perde, assina um tratado de rendição incondicional. Como na guerra do
Paraguai, ou na derrota da Alemanha.
2ª Forma–» Impasse
Como na Coreia. Cederam se as hostilidades, mas não há um tratado de paz.
3ª Forma–» terminar com um Tratado de Paz
Em que de alguma forma se tenta considerar os interesses dos dois lados, não
sendo pesado para o lado mais afetado, tentando-se chegar a um equilíbrio.
O lado que fica objetivamente pior, é tentar que este não se sinta humilhado com
o tratado de paz, e que se conduza a um novo conflito passado algum tempo.
O que significa vencer uma guerra? O que significa o sucesso de uma operação militar?
• Robert Mandel–» Conceito de vitória parcial
• Joseph Siegle –» o sucesso promove o desenvolvimento social e do estado, bem
como o compromisso internacional- o mundo pode não estar preparado para
sucessivas intervenções, ou as nações não têm uma grande orientação-. Tendo
em conta que estas intervenções são custosas e etc.
• -» A Guerra da Ucrânia demonstra o estado colmatoso da Europa.
Há 86 anos, com a invasão da polónia a europa reage.
Hoje invade-se uma grande potência agrícola, e a Europa retrai-se.
Último recurso da diplomacia para evitar que haja uma guerra: O Ultimato
• Comprometem quem o fez
• Tem mesmo de ser cumprido, caso contrário, perde-se credibilidade – nas
relações internacionais, é preciso que se acredite no outro.
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Estratégia
Ligada à componente militar, e ao modo em como se pode garantir segurança
Francisco Proença Garcia–» Estratégia (pura)
“Consiste em utilizar todos os recursos disponíveis de hard power e soft power,
para neutralizar ameaças, minimizar vulnerabilidades e maximizar as
potencialidades num ambiente competitivo ou hostil para alcançar objetivos
políticos de seguranças.”
Grande Estratégia
Grande estratégia envolve uma pluralidade de meios
Basil Liddrl Hart -» Não havendo hipótese de evitar a guerra, que a situação de
paz após a guerra seja melhor que aquela que existia antes da guerra.
John Lewis Gaddis -» Define “grande estratégia é uma relação calculada de
meios para alcançar fins maiores, ou seja, é mobilizar tudo o que se tem para
alcançar aquilo que se quer”
Professora Anselma Lúcia (USP) apresenta a ideia da coordenação, onde o
cérebro da G. Estratégia é a coordenação de todos os meios que se tem (recursos
políticos, económicos, militares e sociais)
Christopher Layne -»
Professor Wang Jisi-» coloca em evidência 3 grandes questões às quais a Grande
Estratégia tem de ser capaz de responder:
➢ Quais são os interesses fundamentais do Estado?
➢ Quais são as ameaças externas a esses interesses?
➢ Como o Estado deve atuar para preservar
Código Geopolítico e entorno estratégico (Miguel Dhenin)
Entorno estratégico: É o espaço geopolítico considerado prioritário, num
determinado período, pelo Estado para consolidar e projetar o seu poder e
influência a nível regional ou até global.
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Entorno Estratégico
Caso da Rússia
A Rússia tem grandes interesses estratégicos
Algumas opiniões: Stenio Ribeiro, Júlia Aparecido.
1º Países da Europa de Leste: Pela sua proximidade, tornam-se alvos mais sensíveis
2º Cáucaso
3º Países da Ásia Central
4º Antiga URSS: Near Abroad (a noção de que a Rússia desfrutava de um status
especial com seus vizinhos pós-soviéticos.)
O caso russo onde existiam territórios da antiga geografia da União Soviética, império
russo, bem como povos falantes de russo, ortodoxos e etnia eslava, onde inúmeras vezes
Putin acaba por ser referido como uma espécie de Czar.
Pela complexidade de relações nesta zona entre os países antigos da antiga União
Soviética, há um receio de invasão russa nessas zonas, como no caso da Arménia, onde
sondagens iniciais – pré invasão da Ucrânia – indicavam que se deveria cultivar uma
boa relação com a Rússia. Contudo, atualmente as sondagens apontam para apenas 30%
da população que mantém essa opinião. Denotando-se por isso, o aumento da apreensão
da Arménia relativamente ao conflito.
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Caso dos EUA
O caso dos EUA torna-se mais complexo
Algumas opiniões: Diana Soller
O caso dos EUA torna-se mais complexo, pelo facto de estes projetarem o seu entorno
estratégico de forma global. Sendo mais difícil de definir.
Os EUA atualmente olham com mais atenção para o que se passa no extremo oriente,
encontrando o seu verdadeiro adversário/rival (Irão e China).
Interesse na Groenlândia: possui matérias não exploradas nas terras raras, e
minerais cruciais.
Não sendo este interesse exclusivo dos EUA, mas também comum à Rússia e a
outros países como a China.
Caso da China
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Caso da Europa
O caso da Europa enfrenta entraves
Algumas opiniões: Rafael Garcia Perez
O caso do entorno estratégico da Europa enfrenta problemas e entraves como a
sobreposição com o entorno estratégico da Rússia quanto à Europa de Leste. Tendo
também como vizinhanças próximas o norte de África e o médio oriente.
Grande Estratégia dos Estados
William James (Grandiose Strategie) diz que “uma grande estratégia não termina
somente num levantamento grande de recursos, devendo estar sempre a ser reavaliados
(…)”
Por outro lado, utilizando-se o mecanismo Red Temming – no qual se avaliam em
segredo as grandes estratégias de um país – colocam-se equipas em segredo a avaliar a
Grande Estratégia de um país e se esta a funcionar, como a NATO.
Edward Luttwark diz que “todos os países têm grande estratégia, por combinarem os
seus recursos– diplomacia e forças militares, informação– mas ao faze lo acabam por
colidir com as grandes estratégias dos outros. Ou seja, a nossa g. estratégia não é inócua
à dos outros, acabando um país por confrontar se com a grande estratégia de terceiros”
Rita Borges Silva 2024/2025
Grande Estratégia dos EUA
Hugh liebert/
1. segurança
2. aproximação do modelo
1. nsc national security council
2. Department of defense
3. Departments of the state
Instrumentos dos eua segundo richard kugler
1. diplomacia
2. capacidade militar
3. recursos económicos
O que um Estado pretende com a Grande Estratégia?
-» alcançar os mais diversos objetivos: segurança, crescimento, alcançar objetivos de
natureza simbólica e ideológica. Procuram alcançar metas de segurança, como evitar
guerras, se não, tentar ganhá-las.
Racional da guerra
• Mensuração do valor do objeto político que justifica a guerra
• Por vezes ocorre algo que faz com que haja a necessidade de cessar o
conflito, colocando-se na balança o objeto político e os custos associados
à guerra.Pelo racional da guerra, esta deve ser parada quando os custos
da guerra ultrapassam o valor do objeto político.
• Exceto, quando a soberania territorial está em causa – não há custos que
sejam maiores
• Vice Almirante –» Alexandre Rodrigues “é bom ter se consciência que
no caso de uma agressão externa a responsabilidade de suportar o
primeiro impacto é só nossa, até que atuem as forças coletivas.”
Profundidade estratégica:
Distância que vai da linha da frente aos principais centros económicos e políticos
Great game: conceito com origem no século XIX, quando a Rússia e a Inglaterra
digladiarem pelo controlo das rotas asiáticas. “Assegurar a longas distâncias rotas
seguras para abastecimento de fontes de energia, recursos minerais e acesso a mercados
estratégicos, mesmo que contra competidores ou inimigos”
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Código Geopolítico 345
O criador do conceito de código geopolítico é john lewis gaddis: um código é definido
por diversas ideias conjugadas que explicitam as intencionalidades de um Estado em
relação a outros Estados, e ainda definem que tipo de conduta deve-se realizar para
responder aos riscos que existem (ou são inventados) externamente.
“conjunto de supostos estratégicos elaborados com o objetivo de orientar a política
externa de um determinado Estado”
É mais difícil perceber inimizades– ligado à trindade, onde para cultivar o odio,
animosidade e etc. é preciso que o povo esteja integralmente contra tal Estado.
3 Níveis
Local – Todos têm, supõem uma avaliação dos Estados vizinhos e tem de ser
elaborados pelos governos de todos os países, por menores que sejam
Regional - A sua abrangência é maior do que uma questão meramente
localizada. necessários para os Estados que aspiram projetar seu poder mais
além de seus vizinhos imediatos, e os governos de todos os países que são
potências regionais ou dos que aspiram ser tem de desenhar esses códigos
Global - governos dispõem de códigos geopolíticos de extensão mundial
4 Dimensões de análise
1ª Quais são os interesses fundamentais do Estado?
2ª Quais são as grandes ameaças a esses interesses?
3ª Resposta planeada a essas ameaças
4ª Justificação dessas respostas
5 cálculos ou avaliações
1. Quem são os nossos aliados atuais e potenciais
2. Quem são os nossos atuais inimigos ou potenciais ameaças
3. Como manter os atuais amigos e aliados e cultivar novas alianças
4. Como conter os atuais inimigos e as ameaças emergentes
5. Como explicar à comunidade nacional e internacional os cálculos anteriores
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Geopolítica Geoestratégia Geoeconomia
Geopolítica– enquanto a palavra surge na passagem do séc. 19 para o séc. 20 com:
Rudolf Kjellén–» fala pela primeira vez nesta palavra, contudo não apresentou
nenhum conceito. Só mais tarde, em 1916, o mesmo autor esboça o primeiro
conceito.
“o estudo do Estado enquanto organismo vivo, enraizado num espaço
geográfico, e cuja política é determinada pelas condições naturais, geográficas e
estratégicas do território que ocupa.
General Karl Haushofer -» A geopolítica refere-se a relações de poder que se
demonstram territorialmente.
As suas definições apresentam paradigmas
• Paradigma dos grandes conjuntos: dividir o mundo em grandes
conjuntos territoriais. O general Karl pertence a esta, já em
contrapartida
• Paradigma da oposição mar-terra: potência marítima/ potência terrestre
(em oposição) As potências marítimas são aquelas que projetam o seu
poder pelos oceanos, já as potências terrestres exprimem o seu poder
de forma continental.
IESM (Instituto de Estudos Superiores Militares) -» "É o estudo das constantes e
das variáveis do espaço que, ao objetivar-se na construção de modelos de
dinâmicas de poder, projeta o conhecimento geográfico no desenvolvimento e na
atividade política."
Discurso Geopolítico Formal
“Objetivo último da capacidade do poder é ameaçar ou fazer a guerra, porque é
na guerra que um estado coloca todas as suas capacidades e demonstra até onde
é capaz de ir”
Discurso Geopolítico Popular–» dirigido ao povo
Geopolítica clássica: até anos 40, fim da 2ª guerra
Teorias da Geopolítica
• Teoria do poder marítimo –» almirante Alfred Thayer Mahan
Analisa o porquê de as nações como Portugal, Espanha e Inglaterra, construíram
impérios durante muito tempo através do mar. Advogou que os EUA para serem
verdadeiramente uma potência teriam também de dominar a vertente marítima,
exportando o seu poder por esse meio.
A China segue esta cartilha
3 princípios fundamentais para o poder marítimo:
1. ter uma marinha mercante, diversificada, grande e poderosa
2. uma marinha de guerra poderosa – para manterem seguras as rotas
3. controlar pontos sensíveis na navegação mundial (estreitos, canais)
- Controlo do Havai enquanto ponto crucial para o avanço dos EUA para
o pacifico, o mar das caraíbas e em terceiro advogou a promoção do
canal do Panamá (como o Suez)
Rita Borges Silva 2024/2025
• Teoria do poder continental terrestre -» Halford John Mackinder
O poder marítimo estava a chegar ao fim com o aparecimento do comboio, onde o
continente passa a dispor de um transporte rápido e eficaz no transporte de
mercadorias.
1. Quem dominar a europa de leste/europa asiática, conseguia dominar a parte da
áfrica, e dominava o mundo
2. A Europa de leste é um território cobiçado, que se pretende dominar.
"Quem comanda a Europa de Leste comanda o Heartland;
Quem comanda o Heartland comanda a Ilha Mundial;
Quem comanda a Ilha Mundial comanda o Mundo."
Quem domina a Europa Oriental, domina o heartland
Quem domina o heartland, domina a Ilha mundial
Quem domina a Ilha Mundial, domina o Mundo”
O general haushofer leu estes trabalhos e tinha o sonho de dominar esses territórios,
onde o pesadelo de mackinder era o sonho do haushofer.
“A nova Rússia e a grande Alemanha estão destinadas a entender-se e juntas
dominar a Europa”
O general haushofer elabora o modelo das Pan-Regiões
Rita Borges Silva 2024/2025
• Teoria do Rimland (Cintura de Terras) -» Nicholas John spykman
Existem dois grandes autores que trabalharam para desacreditar a geopolitca tendo em
conta a sua visão negativa:
Isaiah Bowman: Geógrafo dos EUA. Defendia uma geografia voltada para a paz,
diplomacia e cooperação internacional.
Hans Weigert: Autor de Generals and Geographers. Chamou a geopolítica de
“instrumento de propaganda” nazi. Defendia a rejeição da geopolítica como ciência.
Rita Borges Silva 2024/2025
Uma segunda fase inicia-se com a guerra fria – mundo bipolar – 1945-1990
1990 em diante– geopolítica atual
Duas subfases: 1ª até ao 11 de setembro
2ª daí para a frente
Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, tem-se pensado/vindo a observar alterações na
dinâmica, a 24 de fevereiro de 2022 (mencionando-se a questão anterior da Crimeia em
2014). Por volta de 2017, um político americano, avisou a Alemanha quanto à
dependência dos recursos da Rússia (desvalorizado por ser Trump), posteriormente com
o Biden, há um alívio nestes avisos – mantendo-se os negócios com a Rússia – até a
situação mudar.
Geopolítica Geoestratégia Geoeconomia
Geoestratégia--» 1846
General Giacomo Durandi-» a posição geografica de um país determina o
caracter geoestratégico de um país. Sendo a geografia de um país determinante
na sua geoestratégia.
Geoeconomia --»
• Mathias Thoenig -» Interação entre comércio, geopolítica e diplomacia
• Catherine Mohr -» Ligações entre economia e geopolítica
• Christopher Clayton -» Estratégia como os estados utilizam para alcançar 2
objetivos: geoeconómicos e geopolíticos. Os Estados colocam a sua força para
alcançarem estes objetivos, assumindo que a geoeconomia é uma estratégia, e
não apenas uma ciência ou análise.
• Heiko Borchert -» “É a projeção do poder económico em 5 dimensões, terra,
mar, ar, espaço e ciberespaço, para alcançar objetivos políticos.” Coloca ênfase
no uso da capacitação dos Estados, não só pela economia, mas também com
objetivos políticos já presentes conscientemente.
Dotação geoeconómica–» características que os Estados têm que podem dar
mais força para usar instrumentos geoeconómicos. Instrumentos estes podem
ser:
• Dimensão do mercado;
• Modo como um Estado está inserido nos grandes fluxos financeiros
(Wall Street, Shanghai, Bolsa de São Paulo, etc.);
• Força de um Estado na área dos Recursos Naturais, e o seu
posicionamento;
• Perspectivas de crescimento –» dinamismo económico desse Estado,
crescerá muito? ou pouco?
Rita Borges Silva 2024/2025
Distinção entre geoeconomia e geopolítica:
• Milan Babic -» 3 parâmetros: Agentes, objetivos e métodos
Parâmetro Geopolítica Geoeconomia
Estados + Empresas
Agentes Estados Transnacionais
Poder, segurança, Lucro, acesso a mercados,
Objetivos domínio económico
influência
Força, alianças, Comércio, sanções,
Métodos investimentos
guerra
• De acordo com Henrique Moraes (diplomata, brasileiro) e Schindler
As empresas podem atuar em relação aos estados de duas maneiras diferentes:
• distantes, tentando não interferir
• participação ativa apoiando a grande estratégia dos estados
Tipos de relação (Henrique
Características principais
Moraes)
Estado – Estado Diplomacia, guerra, cooperação
Estado – Empresa nacional Aliança estratégica, apoio estatal
Controlo, regulação, segurança
Estado – Empresa estrangeira
económica/nacional
Geopolítica Geoestratégia Geoeconomia
Dimensão da linha da frente: Evitar esticá la por ser mais difícil de defender e de atacar
Paul Kennedy
• ascensão e queda das grandes potências. Refere que as grandes potências ao
longo da história, seguem um ciclo mais ou menos conhecido.
• linha da geoeconomia–» os estados acumulam a riqueza -dominam rotas, escalas
comerciais
• linha da geopolítica–» os estados começam a passar da linha anterior para
entrarem no jogo do poder
• linha de geoestratégia–» quando o estado também investe fortemente
Casos que não seguiram o ciclo, e ou que falharam:
• a antiga URSS, faltou a capacidade económica para sustentar a sua estratégia
• europa- falta de investimento geoestratégico, a europa tem poder económico, no
entanto falta de geoestratégica. A europa comete erros de análise, ao focar-se
mais na persona e esquecer tudo o resto, tendo em conta que os eua possuem
uma vasta quantidade de estrategas e geopolíticos– rand corporation, ou EUA
têm plena noção que a europa é um cliente rico e “assustado”.
Rita Borges Silva 2024/2025
Hard, Soft, Smart power
Hard Power–» Modo como o estado projeta a sua influência pelos seus meios: poder
militar e a parte económica (impondo sanções económicas, tarifas e etc.)
Componente fundamental: militar
Estando muito ligada à questão do Poder
–» como se pode então medir o poder?
Fórmula: Pelo professor Ray Cline
Pp= (C+E+M) x (S+W)
Pp: perceived power
C= massa crítica (território + populações)
E= capacidade económica
M= meios militares
- Elementos objetivos (C,E,M)
S= grande estratégia (modo como uma nação define uma estratégia)
W= Vontade
- Elementos mais subjetivos (S,W)
Soft Power -» foge em muitas dimensões ao Controlo do Estado, baseando-se na
diplomacia, valores, cultura, ideias, e a forma como os partilhamos com outras
Nações, atraindo-os para junto de nós, cultivando cooperação, respeito e relações
internacionais.
- Não é suficiente por si só em tempos de guerra
Caso do Soft Power Chinês
As dinastias chinesas sempre cultivaram narrativas como as dos valores, trabalho
árduo, etc.
Mais recentemente com o Deng Xiaoping refere que este princípio era para manter
“esconder capacidades e aguardar o momento oportuno”
• tao guang yang hui –» manter a cabeça fria e ser discreto, observar as
mudanças no sistema global, aproveitar qualquer oportunidade que possa
aparecer e favorecer a China
• “Renlei Mingyun Gongtongti” –» cooperação global, benefício mútuo,
desenvolvimento sustentável. “partilhar projetos para um futuro mais
radioso”
Tal mudou
E a xingxing do atual líder Xi Jinping, representa a mudança de um soft
power pouco virado para o exterior para uma visão muito mais aberta.
Nova perceção da China: enquanto nova potência
Smart Power: Combinação de elementos de smart power e hard power para um Estado,
para alcançar os objetivos da grande estratégia
*Autores: ernest wilson; aigerim rainzanova, davis cross
Rita Borges Silva 2024/2025
Sharp Power: “Uso da manipulação, censura, propaganda e desinformação com o
objetivo de influenciar, enganar e manipular sociedades abertas.”
→ É subversivo e atua em ambientes democráticos de forma não transparente.
Quando o Soft se transforma em Sharp Power: Estados autoritários usam aparentes
ferramentas de Soft Power (institutos culturais, media internacionais, bolsas, etc.) para
fins estratégicos de manipulação ou vigilância.
A linha entre cooperação legítima e manipulação subversiva é muitas vezes ténue
• Ações aparentemente bondosas e inócuas, estratégias subversivas, ajudam a
separar o Soft do Sharp
• O soft seria mais claro e o Sharp mais subversivo.
Modelo CAMP: 4 áreas frágeis e vulneráveis à influência maliciosa de regimes
autoritários, ou seja, 4 áreas em que o Sharp power atua.
Letra Área Descrição
Culture Programas culturais, intercâmbios, eventos – usados para
C
(Cultura) normalizar narrativas oficiais e censurar temas sensíveis.
Universidades, centros de investigação, conferências – alvos para
A Academia
influenciar pensamento, censurar discursos, controlar bolsas.
Canais de TV, rádio, jornais e plataformas digitais – usados para
M Media
espalhar desinformação, propaganda, e influenciar perceções.
Publishing Editoras e distribuição de livros/artigos – tentativas de bloquear
P
(Edição) publicações críticas ou forçar a retirada de conteúdos sensíveis.
Modelos de acumulação
Modelo de acumulação – corresponde a uma forma específica de organização da base
produtiva num determinado momento e num contexto geográfico específico, que deverá
permitir de forma sustentada a criação de riqueza.
1. Dinâmico: Pode ter dois destinos possíveis: um é ser capaz de se atualizar em relação
aos novos desafios e atualizar-se ao longo do tempo e outro é desaparecer pelo surgimento
de um novo modelo ao qual não é capaz de responder.Como exemplo de alguns modelos
temos: Capitalismo de Mercado – EUA; Socialismo de Mercado – Suécia; Capitalismo
de Estado – China, Vietnam
2.Dilema do ditador: Oposição Interna – braços direito (nº2 há de querer sempre ser
número 1)
É perigoso fazerem se previsões em relação aos modelos de acumulação, uma vez que as
situações se alteram deixando pouca margem de previsão
Como se avaliam? através de indicadores.
Dois tipos:
• resultados económicos
• resultados sociais
Rita Borges Silva 2024/2025
• Excedentes
Excedente - Envolve dimensões estritamente economicistas como a gestão dos recursos
naturais (água - paradoxo do valor de Adam Smith). Os estados devem fazer uma gestão
sábia, uma vez que a própria gestão envolve outros recursos.
-» Modelo de acumulação tem de ser capaz de providenciar um excedente – algo a mais.
Este excedente tem dois destinos:
• nacional (guardando para anos maus, para o futuro)
• internacional (componente da exportação)
• –» Tentar equilibrar a balança agrícola
• –» Balança de serviços e balança de bens transacionáveis
“Um modelo de acumulação deve garantir a formação de excedente, sendo que o
excedente tem dois destinos principais: acumular reservas para tempos difíceis;
permitir a exportação, porque se admite que o excedente que obtemos está
concentrado naquilo que fazemos bem e de modo competitivo. Tal significa que
podemos trocar este excedente por bens ou serviços que não conseguimos produzir
em quantidade ou qualidade suficiente”
O excedente mede-se pela balança de bens transacionáveis e a balança de serviços e a
balança final é o ponto de encontro entre os dois valores.
A balança comercial de bens portuguesa é negativa, de difícil passagem a positiva,
contudo a balança de serviços é positiva com tendência a crescer devido ao turismo.
Em épocas de recessão, a única hipótese que existe é fazer a gestão das receitas do estado,
fazendo uso da sua capacidade orçamental, substituindo e estimulando a economia.
Os países fortemente produtores criam um fundo chamado “fundo soberano”, como no
caso dos Estados que produzem petróleo, evitando riscos. Exemplo: Timor-Leste,
Angola, Noruega. Resta saber como gerir este fundo de forma a não ser afetado pela
inflação.
Como se calculam os excedentes?
3 tipos
• excedente do produtor - oferta
• excedente do consumidor - procura
• excedente económico -
Quando se faz uma grande obra pública, há que ter em conta se o investimento é
racional ou não, ou seja, se o excedente do consumidor é suficientemente alto para
justificar o investimento.
Rita Borges Silva 2024/2025
Valor Excedente do consumidor Decisão
obra (E.C)
(V.O)
5 8 sim (E.C maior que o
V.O)
6 3 Não (E.C menor que o
V.O)
7 7 (E.C = V-O)
1º Caso: Quando o e.c (benefício) é maior que o valor da obra, deve fazer-se
porque o ganho é maior.
Como exemplo desta situação, temos a construção das autoestradas nacionais.
2º Caso: nem sempre a questão economicista chega para justificar.
Como exemplo: Algarve – problema dos sistemas da distribuição da água, sistema
sotavento completado apenas quando a UE juntou fundos e ajudou a terminar esta
obra, que foi bastante custosa. Um não pode ser eventualmente um sim.
3º Caso: Decisão política–Primado da decisão política, uma vez que não há uma
razão suficientemente forte para decidir sim nem para decidir não.
Como exemplo: Linha Lisboa-Madrid
Decisão política: a União Europeia podia eventualmente decidir que estes pontos,
bem como outros europeus, devem ser ligados por uma linha ferroviária comum.
Portugal pode concordar, mas reconhecer que há que haver dinheiro enviado para
a construção da Linha.
Excedente económico (soma dos excedentes) revela a eficácia da economia
“Um modelo de acumulação eficaz deve, então, permitir a formação no tempo de
um elevado excedente económico que resulta do excedente do consumidor e do
excedente do produtor.
–» Manual de Economia
–» excedente permite a troca. Por sua vez, a troca originou o grande cisma da
economia, do qual nunca houve reunificação.
Rita Borges Silva 2024/2025
Em suma:
O Excedente do Consumidor mede a diferença entre o valor que o consumidor está
disposto a pagar por um bem ou serviço (portanto, o benefício que este retira da compra)
e o valor efetivamente pago, ex., se eu estaria disposto a pagar 10 euros por um produto,
mas só pago 7 euros, então o meu excedente como consumidor é de 3 euros. Quanto à
relação com decisões de investimento ou políticas públicas, quando se decide avançar ou
não com um projeto (construção de uma estrada, linha ferroviária, barragem, ...), a ou as
entidades públicas ou privadas ou ppp (parcerias publico privadas) tentam perceber se o
benefício total excede o custo do projeto. Caso o resultado for positivo (os benefícios são
maiores que os custos), o projeto pode ser economicamente viável. Se for negativo,
significa que os custos superam os benefícios para a entidade, indicando que o projeto
não é recomendável do ponto de vista estritamente económico. Os modelos de
acumulação referem-se, de forma simples e geral, à ideia de que os investimentos podem
gerar crescimento económico ao longo do tempo. Por ex., a construção de
infraestruturas... estradas, linhas de comboio... podem melhorar a produtividade a
diferentes escalas (escala local, regional, nacional e até mesmo internacional e global -
canal do Suez ou o do Panamá foram ex. tanto local - melhorou a qualidade do país, como
global ao facilitar o comércio). Além disso atrai mais investimentos, aumenta o turismo,
cria empregos, etc. No entanto, nem sempre o excedente imediato do consumidor (ou até
mesmo do produtor) é suficiente para justificar um investimento de grande porte. Às
vezes, entra em jogo uma racionalidade política ou estratégica onde o governo pode
decidir avançar com a obra devido a benefícios de longo prazo, integração regional,
coesão territorial ou outros objetivos que não se refletem de forma imediata apenas no
excedente do consumidor (tens atualmente o exemplo do novo aeroporto, é algo mais
político do que uma necessidade)
A construção da linha ferroviária de alta velocidade de Lisboa–Madrid: Tens de
benefícios (ambos os lados): o turista ou viajantes pagariam menos em termos de tempo
ou dinheiro para viajar (melhor mobilidade, menos transbordos entre os diversos meios
de transporte... quantos mais transbordos piores, neste momento Lisboa Madrid fazes
Metro-Pe-Comboio-Pe-Comboio, são 5 transbordos). A empresas de transporte podem
lucrar mais com maior procura devido a maior comodidade. Podem surgir novos negócios
(hotéis, restauração, comércio) nas proximidades das estações (efeito de expansão urbana
centralizada no transporte público).
A nível de custos, tens o investimento público ou privado para construir a linha
(infraestrutura, terrenos, equipamento) e o custo de manutenção e operação. Podes ainda
ter custos judiciais, entre outros. Quanto à avaliação deste exemplo... se os benefícios
estimados forem superiores ao custo total, do ponto de vista económico faz sentido
construir a linha, porém, pode haver razões políticas ou estratégicas para avançar com a
obra, mesmo que a análise estritamente económica não seja muito elevada, onde tens
como exemplos a integração ibérica e ligação com o resto da europa, coesão territorial
intermunicipal, geopolítica, compromissos internacionais por aí fora
Rita Borges Silva 2024/2025
• Trocas
A troca como pilar da economia gerou uma cisão entre:
• Marxistas – veem a troca como forma de exploração (valorização do trabalho e
alienação).
• Não-marxistas – veem-na como motor natural do progresso e eficiência
Esta divisão teórica nunca terminou, pois, a troca está na base de como os sistemas se
estruturam.
Troca de tipo comercial:
A troca (exportações) tem mais do que um entende: comércio internacional (Paul
Prebisch)
» Em primeiro lugar, a teoria ligada ao neocolonialismo» existindo a ideia de
que essa igualdade se manteria
» Em segundo, dada a necessidade de regular a desigualdade dos bens, devido à
lei da escassez (diferença entre o bem livre – não sujeito à lei da escassez, logo
não tendo preço – e o bem económico– a lei impõe que este tenha um preço por
ter tendência a terminar)
A história aponta para a subida de bens económicos, passando de livres para
económicos, pelo seu desaparecimento ou por outros fatores.
Debate livre comércio ou protecionismo
Devemos abrir as fronteiras do ponto de vista tarifário? – livre comércio
Ou devemos mantê-las fechadas? Protegendo a economia nacional e etc –
protecionismo
Este debate voltou a ser bastante presente com a atual administração americana com
Trump.
Algumas opiniões apontam para o facto de que a economia americana ganha bastante
com o livre comércio por ter uma capacidade grande ao nível da competição nos
mercados. Porém, com o fechar de alguns setores
Mas o que quer dizer quando se diz que um setor é competitivo?
Setor competitivo: “é aquele que resiste à concorrência externa, ou seja, à concorrência
internacional”
Historicamente a regra é o protecionismo
Os países que hoje são potências, só se tornaram arautos do livre comércio, depois de
terem o seu desenvolvimento industrial concluído.
A tendência é de se ser favorável ao protecionismo como modo de garantir o progresso
e o desenvolvimento, uma vez concluído este, opta-se pelo livre comércio aquando da
progressão suficiente das estruturas comerciais, enquanto capazes de competir no
mercado internacional.
Mercantilismo –» assombrado pela guerra
Neomercantilismo–» acreditava/defendia os jogos de soma 0 (what)
Rita Borges Silva 2024/2025
Urbanização
transformação de planeamento
procura de edifícios/áreas que até então não tinham uso definido
No contexto que nos interessa: Este termo dá se pela passagem de sociedades
com noções, tradições, valores e culturas não urbanas para sociedades urbanas.
Mario polese “economia urbana”
Marian Temple
América Latina tem constatado alterações significativas na taxa de urbanização,
tendo aumentado significativamente.
Política Urbana –» Shrinking Cities
É uma cidade que perdeu 40% ou mais da sua população, uma das mais
conhecidas nos EUA é Detroit, chegando a ter mais de 1 milhão de pessoas e
agora ronda os 900 mil. Newark também.
• Welfare State
Estado de Bem-estar, tudo aquilo que o Estado garante
O Estado de Bem-Estar refere-se ao conjunto de políticas públicas com que o Estado
garante proteção social à população, nomeadamente nas áreas de:
• Saúde
• Educação
• Pensões e Segurança Social
• Habitação
• Desemprego
Distinção; não há só um modelo de welfare state, tendo sido desenhados diversos
modelos.
Gosta esping andersen–» teorizou que existem 3 modelos de welfare state fundamentais
A diferença entre os 3, é a sua escala crescente em termos de apoios:
diversidade, mais apoios, mais população, etc.
⇓⇓ Cresce o nível de apoio social
Modelo liberal ou anglo saxónico:
• Target Oriented » escolher muito bem a população que pode ser alvo de
apoio, sendo extraordinariamente preciso
• Histórico» influenciado na sua filosofia pela “poverts law” na Grã-Bretanha,
distinguindo quem são os pobres merecedores (viúvas, órfãos, etc.) dos não
merecedores (calões, alcoólicos, preguiçosos – que não trabalham). Muito da
filosofia associada é esta, por isso que a política é apoiar pouco, em poucas
situações, em pouco tempo. Tremendo consequência de que se ajudarem
muitos e durante muito tempo, criam dependência e perdas.
Intervenção estatal mínima, ajuda social focalizada, forte presença do mercado,
incentiva o trabalho e não a dependência
Rita Borges Silva 2024/2025
Modelo Continental Bismarckiano:
• Intermédio
• Ideia é que existir crise é apenas num subsistema, não se expandindo aos
outros setores
• Base contributiva → os direitos sociais são garantidos a quem contribui
(assente no trabalho e nos descontos)
• Seguro social obrigatório → por exemplo: saúde, desemprego, pensões
• Cobertura fragmentada e profissionalizada → os benefícios dependem da
categoria profissional ou do estatuto laboral
• O papel da família é essencial → Estado apoia menos quando a família pode
intervir
• A estratificação social mantém-se → reforça desigualdades existentes
(benefícios diferentes conforme profissões e rendimentos)
Proteger os trabalhadores assalariados contra os riscos da vida (doença,
velhice, desemprego)
Preservar o status quo social, em vez de promover igualdade ativa
Modelo Social Democrata ou nórdico:
• é o contrário do anterior ao nível do financiamento – impostos
• com a crise económica, todos sofrem
• Passa pelo princípio oposto ao liberal – apoiar muito, muitas pessoas e muito
tempo
• Universalidade: todos têm direito aos apoios
• Estado oferece serviços públicos amplos e de alta qualidade
• Altos níveis de desmercadorização
(reduz-se a dependência do mercado para aceder a bens essenciais)
• Forte investimento em igualdade de género, educação e emprego
No início do século 21, discute-se a formação de um subsistema – sul europa (Portugal,
Espanha, frança, Itália), quanto às abordagens nos modelos anteriores.
4 Subsistemas (os 3 anteriores + este) –» visão dentro da europa
Fora dela, referem apenas 3, pelo facto de o modelo sul-europa ser ainda muito recente.
Modelo sul-europa: papel da família, formação de rendimentos complementares.
Consegue aguentar taxas de desemprego avassaladoras.
Rita Borges Silva 2024/2025
• Pobreza
-» valor mínimo de rendimento necessário para satisfazer as necessidades básicas.
Divisão do banco mundial:
• Países de rendimento baixo
• Entre 1136-13845 de rendimento per capita – países de rendimento médio
• 13846- Em diante - rendimento alto
No rendimento médio existem subcategorias
• até 4465 rendimento médio baixo
• de 4466 até aos 13845 países rendimento médio alto
*rendimento per capita- rendimento anual
Linha de pobreza –» Estado
• O valor desta linha difere de país para país
• Socióloga – Programa Fome 0 destinado a erradicar a fome no Brasil (Sónia
Rocha)
Rocha chama a atenção para aquilo que as comunidades consideram ou não ser pobre
A comunidade A entende que todas as crianças devem ter acesso a uma chávena de
leite de manhã. Já a comunidade B entendes que todos devem poder assistir a novela
das 20h
Tipos de pobreza
Pobreza Absoluta:
• Medida baseada nas necessidades físicas mínimas (alimentação, abrigo,
vestuário).
• Exemplo: alguém que vive com menos de $2,15/dia (linha do Banco
Mundial).
Pobreza Relativa:
• Depende do nível de vida da sociedade.
• Exemplo: viver com menos de 60% da mediana do rendimento nacional
(usado em Portugal e pela UE).
Mollie Orshansky –» faz a primeira tentativa de chegar a um valor que permita chegar
não só à prioridade número 1, mas também às outras essenciais, necessárias para tudo o
resto.
A linha da pobreza tem a vantagem de fazer o corte
Indicadores de pobreza
• Taxa de Pobreza: percentagem da população com rendimento abaixo da linha
de pobreza.
• Linha da Indigência: nível de rendimento abaixo do qual não se consegue
sequer sobreviver com dignidade.
Poverty Gap
• O indicador hiato de pobreza (poverty gap) dá uma indicação da intensidade de
pobreza, ou seja, indica a gravidade das situações de pobreza aferidas pela
diferença entre o rendimento dos pobres e a linha de pobreza.
Deste modo, quanto maior, mais gravidade a pobreza assume.
Rita Borges Silva 2024/2025
Exemplo – Portugal (valores 2023):
• Rendimento inferior a 591€/mês = em risco de pobreza
• Taxa de risco de pobreza após transferências sociais: 16.6%
• 60% dos portugueses não são pobres e não precisam de apoios.
• 16.6% continuam pobres mesmo com o welfare state – entra o 3.º setor:
o ONG’s
o Voluntariado
o Instituições religiosas
nível de rendimento de saída permanente da pobreza que indica a priori o chamado ponto
de não retorno, ou seja, considera-se que quem alcança esse nível de rendimento, terá
quebrado de forma definitiva as grilhetas da pobreza
Banco Mundial em 2024 estabeleceu uma proposta de política - estratégia dos 3 I´s
• 1º I –» Investimento (quando o país está no chamado rendimento baixo)
• 2º I –» Investimento + adoção de novas tecnologias (provenientes do exterior)
• 3º I –» Investimento + adoção de novas tecnologias + Inovação (quando a juntar
às tecnologias do exterior já se inova com tecnologias próprias fazendo com o país
se torne autónomo no desenvolvimento tecnológico e científico)
4 armadilhas da pobreza
• interioridade e maus vizinhos
• má governação
• conflitos
• armadilha dos recursos naturais
• Europa vs União Europeia
A Europa enfrenta questões quanto ao seu futuro, nomeadamente na: regulação e nos
problemas e desafios.
Problemas e desafios enfrentados pela Europa
• Suicídio da europa da primeira guerra
• a segunda guerra
• independências e ascensão dos EUA
• china e índia
1. Desafio demográfico: envelhecimento e estagnação da população
2. Desafio institucional: UE desatualizada
3. Desafio regional: vizinhas
4. Desafio do Brexit
5. Desafio de concretizar de vez o mercado único
6. Desafio da defesa e segurança
Rita Borges Silva 2024/2025
Três cenários:
1. A atual presidência norte-americana não deixar de nos defender (altamente
improvável). Pelas alterações profundas da população norte-americana, aquando
da 1ª e 2ª guerra mundial, o exército dos marines eram formados por filhos e netos
de europeus, onde a ligação era forte entre estes eixos, tal não se verifica agora,
as ligações filiais são muito mais com asiáticos e latinos.
Status Quo –»
2. A saída parcial dos Estados Unidos
• 1º: saída apenas de alguns meios militares, mas mantendo bases e os satélites,
a dissuasão e a força aérea.
• 2º: saída parcial, mas saem os meios, fecham se as coisas e ficam apenas os
satélites e a componente da dissuasão
3. A saída total
• 1º: saída faseada: os eua dão nos alguns anos para nos prepararmos (6 a 8 anos
ideal)
• 2º: cenário perigoso – saída total rapida – tentativa de negociar com os eua o
mantimento dos satélites e pelo menos durante uns 8 a 10 anos, não terminar
com EDI (European Deterrence Iniciatives)
• Futuro da Europa
Michael Porter –» previsões
Previsão de Mark Leonard em 2005
• Previsão do potencial da Europa
• A sua ideia é a de que a UE criou (espécie de soft power) esferas de influência,
ou seja, estados que de certa forma são tocados pela União Europeia.
• estes estados são divididos em 3 grupos:
1º estados que querem pertencer à UE – fazem esforços, reformas necessárias
2º conjunto de estados que não tendo propriamente ideia de aderir, são os
estados frontais à UE – estados do norte de áfrica – que tendencialmente se
aproximam da união europeia, adotando algumas práticas e acordos
semelhantes, alterando alguns quadros legais e medidas.
3º estados com os quais a União Europeia desenvolve quadros de
relacionamento internacional específicos – como nos acordos ACP.
• No total, existem cerca de 106 países dentro desta esfera de influências.
2016-» Connectivity Wars - O mundo moderno deixou de ser dominado apenas por
guerras armadas → passa a ser dominado pela conectividade estratégica:
• Infraestruturas
• Energia
• Ciberespaço
• Redes de dados
• Normas e regulação
Rita Borges Silva 2024/2025
Alberto Alesina e Francesco Giavazzi
(MIT e Harvard) “O futuro da Europa” 2006
Mostram uma preocupação com a capacidade da Europa em criar excedentes, e a
sua estagnação.
Referem a questão das reformas para a europa aumentar a sua competitividade, sob
pena de estagnação.
Previsão relativamente certeira, uma vez que, a Europa continua estagnada.
Uma proposta interessante destes autores para atrair a mão de obra, é criar um Blue
Card (à semelhança do Green Card nos Eua), dando um objetivo concreto às pessoas
que pretendem vir para aqui.
“Para onde vai a Europa?” de Philippe Moreau Defarges
• Uma destruição brutal - a UE será vítima de populismos e corrupção tendo
uma morte lenta e dolorosa
• “Decomposição lenta” –» Brexit foi o primeiro sinal, o futuro
• Um arranjo garantindo a sobrevivência - em causa o status quo, um acordo,
uma política, um subsídio, mantém a UE viva, porém, não sai deste limbo
(fica a navegar na maionese, nem avança nem recua)
• Um esforço federal –» aqui diz que as principais potências da UE teriam que
se pôr em acordo sobre o que a UE deve fazer e que caminho pretende
seguir. Teria de haver um grande acordo entre os principais atores europeus
(incluindo a polónia), decidindo o rumo a tomar, nem havendo ditaduras de
maioria.
Esta ideia implicaria mais políticas comuns e coordenação.
O autor favorece este cenário, embora também não acredite muito nessa
possibilidade.
Joergen Moeller -» discute num artigo
Fala-se sempre da coesão europeia, mas qual deve ser o seu motor?
Esse motor de coesão já existe e é a moeda, implicando uma moeda única, um banco
central, implica que os Bancos Centrais Nacionais cedam,
O EURO foi um preço a pagar.
Aquando da reunificação da Alemanha, era preciso aceitar que a Alemanha voltaria
a ser única, causando terror pela possibilidade de ser uma ameaça já unida.
Para nós (França) aceitarmos a reunificação da Alemanha, esta tem de dar algo em
troca.
Helmut Kohl exige principalmente 2 coisas:
• O Banco Central europeu só pode ficar numa cidade – resolução das questões
centrais sobre o Banco Comum.
• Restringir se ao mercado único
Rita Borges Silva 2024/2025
Em 2017, a Comissão Europeia publica o livro branco sobre o futuro da união
Propõe 5 cenários possíveis:
1. Assegurar a continuidade – status quo – mantendo as coisas e continuar o
caminho que se tem hoje.
2. Restringir-se ao mercado único – centrar-se na política monetária comum
3. Geometria variavel –Fazer mais quem quer fazer mais – se os estados membros
quiserem fazer alguma coisa e aprofundar uma area, outros estados membros
não devem impedir.
4. Fazer menos com maior eficiência – a UE assume que não consegue chegar a
todo o lado, e torna-se mais seletiva nas políticas a aprofundar.
5. (Cenário favorito dos eurocratas) Onde vai um vão todos – todos os Estados
Em 2019
a união europeia tem de promover parcerias estratégicas com 3 estados: EUA,
China, Rússia
Em 2024
relatório do relatório Mário draghi
“Faremos o que for necessário para salvar o EURO”
Qual a grande questão para a europa? a sua estagnação
A estagnação é aquilo que a UE tem de pensar
Um setor crucial é a produtividade, os eua têm uma grande capacidade nesse setor
Estratégia para a energia
Setor da defesa – ou seja, a UE tem de olhar para o seu complexo militar industrial e
tem de o repensar. A defesa envolve muita coisa, pelas relações transacionais que
tem.
“Para a concretização destas medidas aqui preconizadas será preciso um nível de
investimento não visto na europa desde o fim 2ª guerra” (com o plano marshall)
Problema – isto foi em 2024, em 2025 está desatualizado porque começa a ser
dinheiro a mais, mesmo para Estados muito ricos.
• 1º Concretizar plano draghi – investimentos colossais
• 2º em 2025 falam se em 800 mil milhões para a defesa
• 3º 300 mil para concorrer com a global gateway
• 4º mesmo estados muito ricos têm limites
• 5º o nosso envelhecimento – já não sabemos fazer contas à defesa
Rita Borges Silva 2024/2025
• Novas Fronteiras
• Fronteiras entre riqueza e pobreza
• Fronteiras que separam as grandes religiões (muçulmanos e cristãos, etc)
Urbano vs Urbanizável
• Urbano: área já desenvolvida, consolidada como espaço urbano.
• Urbanizável: terrenos que, embora ainda não construídos, reúnem condições
para vir a ser urbanizados no futuro (incluso no planeamento urbano)
Mecanismo da Renda Fundiária
• O valor da renda do terreno depende do que é permitido construir ali.
• Quanto maior o índice de construção permitido (ex: altura, densidade), maior é o
preço do terreno.
• Portanto, o planeamento urbanístico afeta diretamente o valor do solo.
O Planeamento Urbano é uma Decisão Política
• É o ponto de encontro de tensões entre diferentes interesses:
1. Privado vs Público:
o O setor privado deseja construir mais, aumentando índices de construção
para maximizar lucro e espaço.
o O setor público deve controlar esse crescimento para proteger recursos,
garantir qualidade de vida, sustentabilidade, etc.
2. Público vs Público:
o Entre diferentes níveis de administração (local, regional, nacional).
o Podem surgir tensões na definição de prioridades e normas urbanística
Instrumentos de Planeamento
• RAN (Reserva Agrícola Nacional): áreas protegidas para uso agrícola, onde a
urbanização é restrita.
• REN (Reserva Ecológica Nacional): áreas protegidas para preservação
ambiental.
Mitos Fundadores e Identidade Comunitária
• Mitos e eventos históricos (ex: Batalha de Aljubarrota) são usados para projetar
uma identidade coletiva e reforçar a coesão social.
• Essa construção simbólica serve como componente de autoidentificação
comunitária.
Cultura de Massas e Nacionalismo Banal
• A cultura de massas ajuda a formar um sentimento coletivo implícito, chamado
de “nacionalismo banal” — o senso comum, cotidiano, de pertencimento
nacional, que muitas vezes passa despercebido mas molda a identidade.
Rita Borges Silva 2024/2025
Comunidade e Sentido de Pertença
• As pessoas identificam-se com várias comunidades ou lugares (ex: bairro,
cidade, país).
• Essa identificação pode ser múltipla e sobreposta, influenciando
comportamentos sociais e políticos.
• Movimentos: agregação e desagregação» Globalização
Desde a guerra fria que se verificam dois movimentos:
• Agregação
• Desagregação
União europeia –» esforço de agregar política, estratégia
Sempre que há uma guerra ou crise
• Aprofundamento
• Alargamento
Globalização
Quando falamos de globalização há que falar dos impactos, que podem ser traduzidos
nos seguintes aspetos:
Peter Bayer 2011 “ Os impactos da globalização e de quem a analisa vivem entre o
Estes impactos dividem-se em duas questões: uma mais direcionada para os países
desenvolvidos e outra para os países em desenvolvimento.
• Nos países em desenvolvimento: Será que a globalização vai aumentar a
pobreza? Será que a famosa promessa utópica
• Nos países desenvolvidos (integrados nestes processos): Se o aprofundamento
da globalização vai ter impacto sensível
Quando falamos de desemprego na globalização, este é um subtipo: o desemprego
estrutural, ou seja, corresponde à massa de indivíduos que neste fenómeno perdem o seu
posto de trabalho e não vêem a sua integração no mercado atual.
• Para além das políticas públicas e da sua possível relevância em erradicar esta
questão, há que ter em conta que de acordo com os defensores do estruturalismo,
as economias que sofreriam mudanças estruturais não estão garantidas que as
necessidades socioprofissionais correspondam.
Rita Borges Silva 2024/2025
• No caso da UE, e de países mais pobres, até Portugal, tem a necessidade de
colocar estas safety nets por saberem que não vão aguentar os efeitos que
sucedem.
• No caso do Mercosul, o objetivo era aproximar pela troca/comércio entre nações
que pouco comercializavam entre si, por estarem mais focados no exterior e não
nas trocas internas no continente. Aproximando assim por esta via, nações que
não trocavam entre si.
• No médio oriente, os países têm a característica de por terem produtos
semelhantes não há a necessidade de se fazerem junções e trocas comerciais,
uma vez que quando juntamos estas nações há que ter em conta a
complementaridade.
E se a UE fosse um país?
Três escolas de pensamento sobre o papel do Estado-nação na era da globalização,
aplicáveis também à UE, conforme estudiosos como Özgür Murat Çolakoğlu, Upali
Panila, Joaquim Carlos Racy e outros:
Para os Hiper globalistas –» o estado-nação estaria a cair e a perder nitidamente
importância, a pouco e pouco a globalização teria como fim a perda do chamado
estado-nação. Para estes, a globalização veio para ficar e transformar.
Para os céticos –» entendem que não, é que o estado nação manterá sempre um
peso significativo, porque uma boa parte das regras da globalização são escritas
pelo estado nação. Eles chamam à atenção para a escrita dos princípios da
globalização, ou seja, tem sempre “o travão nas mãos”
Para os transformacionalistas –» médio, não negam que tenham impacto, mas
acham que não será um processo de transformação assim tão rápido
ou seja, por muita globalização os estados nação vão continuar a preservar
competências que este processo não conseguirá colocar em causa.
Rita Borges Silva 2024/2025
Há uma outra forma de se olhar, do ponto de vista sociopolítico para a globalização
são estas 3:
• A visão marxista
• social democrática
• liberal
Robert Robertson - “Glocalização – entre o que é local e o que é global”
A visão marxista:
• A teoria do sistema de Immanuel wallerstein (centro e periferia)-- columbia
university
• para os marxistas, a globalização é má.
• Porque foi uma globalização decidida por países capitalistas, criando um
processo que só lhes seria favorável, criando um sistema por si gerado feito
para favorecer quem os criou deixando o resto à margem.
• Professor Nilton Santos – ensaio “Por uma outra globalização” –
aprofundamento da globalização, será o aprofundamento do desequilíbrio.
• único geógrafo de língua portuguesa com uma medalha de geografia que é o
prémio mais alto nesta área – nobel da geografia Vautrin Lud
Visão social-democrata:
• Joseph Stiglitz columbia university - “Fazer a globalização funcionar”
https://econ.columbia.edu/econpeople/joseph-stiglitz/
• Para estes, esta globalização é interessante, serve, mas tem de ser melhorada –
atendendo às trocas, ter em conta os processos de trocas para os países em
desenvolvimento.
• Norte global e sul global (china)
o sul global é uma amálgama de estados com interesses bastante diferentes
Hoje a questão das trocas deve ser analisada de acordo com centro-periferia de forma
tradicional.
Envolve países que crescem bastante, e os países do norte global que estão mais
estagnados
Visão liberal – funciona, é boa e os países em desenvolvimento estão a crescer
porque ou entram na globalização ou ficam à margem
os países que têm beneficiado são os países maoistas. poucos países beneficiam
mais que o Vietname e a China.
Martin Wolf – “porque funciona a globalização”