Diego Bonaldi
Literatura Ocidental
Periodização Literária
Período Literário Estilo de Época
→ Fração da evolução literária → Recorte temporal
→ Reconhecido pela caracterizado por códigos e
comunidade cultural escolhas lexicais específicos,
→ Estabelecido por semelhanças presentes na construção e
de nível estilístico, temático e recepção de um texto literário
ideológico, e presentes nos textos → Articulado ao fenômeno da
de determinada época visão de mundo
Ocidente
e Oriente
A literatura europeia
Período literário Clássico Medieval Renascença
Estilos de época Pré-homérico Hagiografia Humanismo
Heróico (ou Homerico) Literatura Antiga Classicismo
Literatura grega Trovadorismo Maneirismo
Literatura latina
Período Patrístico
A literatura europeia
Barroco Neoclássico Romântico Pós-romântico
Barroco Arcadismo Romantismo Realismo
Rococó Neoclassicismo Gótico Naturalismo
Pré-realismo Parnasianismo
Simbolismo
Impressionismo
A literatura europeia
Pré-moderno Moderno Pós-moderno
Expressionismo Modernismo Pós-modernismo
Surrealismo Neorrealismo
Dadaísmo
Cubismo
Futurismo
Periodização literária no Brasil
Período literário Quinhentismo Barroco Neoclássico
Estilos de época Literatura de informação Barroco Arcadismo
Literatura de catequese Rococó Neoclassicismo
Periodização literária no Brasil
Romântico Pós-romântico Pré-moderno Moderno
Indianismo Realismo Impressionismo Modernismo heróico
Ultrarromantismo Naturalismo Pré-modernismo Neorrealismo/Neosimbolismo
Condoreirismo Parnasianismo Neoparnasianismo
Simbolismo
Periodização literária no Brasil
Poesia fragmentada Pós-moderno Contemporâneo?
Concretismo Pós-modernismo Hipermodernismo
Neoconcretismo Realismo mágico Autoficção
Instauração-Práxis Existencialismo Identitarismo
Poema Processo Literatura marginal Literatura de massa
Arte postal Metaficção historiográfica Literatura digital
Marginália Neobarroco
Tropicália Minimalismo
Quinhentismo Auto representado na festa de São Lourenço
José de Anchieta
Datação: Século XVI SÃO LOURENÇO
Características: estética Dizei-me o que quereis desta
minha terra em que nos vemos
classicista; literatura catequista,
informativa e descritivista
GUAIXARÁ
Obras: Auto representado na
Amando os índios queremos
festa de São Lourenço (José de que obediência nos prestem
Anchieta); A carta de Pero Vaz por tanto que lhes fazemos.
de Caminha (Pero Vaz de Pois se as coisas são da gente,
Caminha) ama-se sinceramente.
Barroco À Bahia
Gregório de Matos
Datação: Séculos XVII e XVIII Tristes sucessos, casos lastimosos,
Características: dualismo; Desgraças nunca vistas nem faladas,
pessimismo; hipérbole; São, ó Bahia! Vésperas choradas
cultismo; racionalismo De outros que estão por vir mais estranhosos.
Obras: Prosopopeia (Bento
Teixeira); Sonetos (Gregório de Sentimo-nos confusos e teimosos,
Matos); Sermões (Padre Pois não damos remédios às já passadas,
Nem prevemos tampouco as esperadas,
Antônio Vieira)
Como que estamos delas desejosos.
Arcadismo
Lira XIV
Tomás Antônio Gonzaga
Datação: Século XVIII
Características: bucolismo; Que havemos de esperar, Marília bela?
objetividade; idealização; Que vão passando os florescentes dias?
linguagem simples As glórias que vêm tarde, já vêm frias,
Obras: Caramuru (Santa Rita E pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Durão); O Uraguai (Basílio da Ah! Não, minha Marília,
Gama); Marília de Dirceu Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
(Antônio Gonzaga)
E ao semblante a graça!
Indianismo Trecho de Iracema
José de Alencar
Datação: Século XIX
Ergue a virgem os olhos, que o sol não
Características: nacionalismo;
deslumbra; sua vista perturba-se. Diante
sentimentalismo; evasão; cor
dela e todo a contemplá-la, está um
local; idealização; subjetividade
guerreiro estranho, se é guerreiro e não
Obras: A moreninha (Joaquim
algum mau espírito da floresta. Tem nas
Manuel de Macedo); Primeiros faces o branco das areias que bordam o
cantos (Gonçalves Dias); mar; nos olhos o azul triste das águas
Iracema (José de Alencar) profundas.
Ultrarromantismo Se eu morresse amanhã
Álvares de Azevedo
Datação: Século XIX
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Características: pessimismo;
Fechar meus olhos minha triste irmã;
sentimentalismo; evasão;
Minha mãe de saudades morreria
idealização; subjetividade; Se eu morresse amanhã!
egocentrismo; gótico [...]
Obras: Lira dos vinte anos Mas essa dor da vida que devora
(Álvares de Azevedo); A ânsia de glória, o dolorido afã…
Primaveras (Casimiro de A dor no peito emudecera ao menos
Abreu) Se eu morresse amanhã!
Condoreirismo
Trecho de Úrsula
Maria Firmina dos Reis
Datação: Século XIX
Características: denúncia social; Meteram-me a mim e a mais trezentos
libertarianismo; materialidade; companheiros de infortúnio e de cativeiro
oralidade; hipérbole; sensualidade no estreito e infecto porão de um navio.
Obras: A escrava Isaura (Bernardo Trinta dias de cruéis tormentos, e de falta
Guimarães); O Cabeleira (Franklin absoluta de tudo quanto é mais necessário
Távora); Os escravos (Castro Alves); à vida passamos nessa sepultura até que
Úrsula (Maria Firmina dos Reis); abordamos as praias brasileiras.
A guesa errante (Sousândrade)
Realismo
Trecho de Dom Casmurro
Datação: Século XIX Machado de Assis
Características: crítica social;
Como vês, Capitu, aos quatorze anos, tinha
objetividade; psicologismo;
já idéias atrevidas, muito menos que outras
observação; antiburguesia;
que lhe vieram depois; mas eram só
racionalismo; ironia
atrevidas em si, na prática faziam-se hábeis,
Obras: Dom Casmurro sinuosas, surdas, e alcançavam o fim
(Machado de Assis); Inocência proposto, não de salto, mas aos saltinhos.
(Visconde de Taunay); O
Mambembe (Arthur Azevedo)
Trecho de O cortiço
Naturalismo Aluísio Azevedo
Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu
Datação: Século XIX moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia
Características: crítica social; que nem metal em brasa; a sua crina preta,
objetividade; determinismo; desgrenhada, escorrida e abundante como
racionalismo; cientificismo; as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter
erotismo; instinto; patologias fantástico de fúria saída do inferno. E ela
Obras: A carne (Júlio Ribeiro); ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as
Bom crioulo (Adolfo Caminha); A queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio
falência (Júlia Lopes de Almeida); daquela orgia de fogo, com que
O cortiço (Aluísio Azevedo) ultimamente vivia a sonhar em segredo a
sua alma extravagante de maluca.
Parnasianismo Horas mortas
Alberto de Oliveira
Datação: Século XIX e XX
Breve momento após comprido dia
Características: cientificismo;
De incômodos, de penas, de cansaço
classicismo; culto à forma;
Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
objetividade; paisagismo;
Posso a ti me entregar, doce Poesia.
sensualidade; alienação
[...]
Obras: Poesias (Olavo Bilac);
E na mesa em que escrevo apenas fica
Sinfonias (Raimundo Correia);
Sobre o papel – rastro das asas tuas,
Sonetos e poemas (Alberto de
Um verso, um pensamento, uma saudade.
Oliveira); Fanfarras (Teófilo Dias);
Mármores (Francisca Júlia)
Simbolismo Acrobata da dor
Cruz e Sousa
Datação: Século XIX e XX Gargalha, ri, num riso de tormenta,
Características: evasão; como um palhaço, que desengonçado,
metáfora; intuição; onírico; nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
misticismo; sentimentalismo; de uma ironia e de uma dor violenta.
subjetividade; erudição [...]
Obras: Broquéis (Cruz e Sousa); E embora caias sobre o chão, fremente,
Setenário das dores de Nossa afogado em teu sangue estuoso e quente,
Senhora (Alphonsus de ri! Coração, tristíssimo palhaço.
Guimaraens)
Trecho de O Ateneu
Impressionismo Raul Pompéia
“Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à
porta do Ateneu. Coragem para a luta.”
Datação: Século XIX e XX Bastante experimentei depois a verdade deste
Características: sensitividade; aviso, que me despia, num gesto, das ilusões
individualismo; memória; de criança educada exoticamente na estufa de
imersão; psicologismo; carinho que é o regime do amor doméstico,
cotidiano; subjetividade; diferente do que se encontra fora, tão
emotividade diferente, que parece o poema dos cuidados
maternos um artifício sentimental, com a
Obras: O Ateneu (Raul
vantagem única de fazer mais sensível a
Pompéia); Canaã (Graça
criatura à impressão rude do primeiro
Aranha) ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na
influência de um novo clima rigoroso.
Trecho de Triste fim de Policarpo Quaresma
Pré-modernismo Lima Barreto
Desde os dezoito anos, que o tal patriotismo
Datação: Século XX
lhe absorvia e por ele fizera a tolice de
Características: vanguardismo;
conservadorismo; ecletismo; estudar inutilidades. Que lhe importavam os
regionalismo; nacionalismo; rios? Eram grandes? Pois que fossem… Em
marginalidade; crítica social que lhe contribuiria para a felicidade saber o
Obras: Triste fim de Policarpo nome dos heróis do Brasil? Em nada… O
Quaresma (Lima Barreto); Eu importante é que ele tivesse sido feliz. Foi?
(Augusto dos Anjos); Os Sertões Não. Lembrou-se das suas cousas de tupi, do
(Euclídes da Cunha); Urupês folclore, das suas tentativas agrícolas…
(Monteiro Lobato); Contos Restava disso tudo em sua alma uma
gauchescos (Simões Lopes Neto)
satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
Modernismo
Erro de português
Oswald de Andrade
Datação: Século XX
Características: nacionalismo; Quando o português chegou
vanguardismo; libertarianismo; Debaixo de uma bruta chuva
rejeição do passado; ironia; Vestiu o índio
coloquialidade; crítica social Que pena!
Obras: Macunaíma (Mário de Fosse uma manhã de sol
Andrade); Pau-Brasil (Oswald de O índio tinha despido
Andrade); Libertinagem O português.
(Manuel Bandeira)
Neorrealismo Trecho de O Quinze
Rachel de Queiroz
Datação: Século XX
Características: regionalismo; Sem legume, sem serviço, sem meios de
coloquialidade; crítica social; nenhuma espécie, não havia de ficar
seriedade; realismo morrendo de fome, enquanto a seca
Obras: Fogo morto (José Lins do durasse. Depois, o mundo é grande e no
Rego); Vidas secas (Graciliano Amazonas sempre há borracha… Alta noite,
Ramos); O Quinze (Rachel de na camarinha fechada que uma lamparina
Queiroz); Capitães da areia (Jorge moribunda alumiava mal, combinou com a
Amado); Olhai os lírios do campo mulher o plano de partida.
(Erico Veríssimo)
José
Neosimbolismo Carlos Drummond de Andrade
E agora, José?
Datação: Século XX A festa acabou,
Características: crítica social; a luz apagou,
existencialismo; libertarianismo; o povo sumiu,
amor; religião; o homem; oralidade a noite esfriou,
Obras: A rosa do povo (Carlos e agora, José?
Drummond de Andrade); Viagem e agora, você?
(Cecília Meireles); Poemas, sonetos e você que é sem nome,
baladas (Vinicius de Moraes); A que zomba dos outros,
invenção de Orfeu (Jorge de Lima); A você que faz versos,
poesia em pânico (Murilo Mendes) que ama, protesta?
e agora, José?
Neoparnasianismo O cão sem plumas
João Cabral de Melo Neto
Datação: Século XX Aquele rio
Características: culto à forma; era como um cão sem plumas.
crítica social; paisagismo; Nada sabia da chuva azul,
objetividade; intimismo; da fonte cor-de-rosa,
simbolismo; seriedade da água do copo de água,
Obras: Morte e vida Severina da água de cântaro,
(João Cabral de Melo Neto); A Rua dos peixes de água,
dos Cataventos (Mário Quintana); da brisa na água.
Gramática expositiva do chão Sabia dos caranguejos
(Manoel de Barros) de lodo e ferrugem.
Trecho de Auto da Compadecida
Teatro moderno Ariano Suassuna
SACRISTÃO
Mas um cachorro morto no pátio da casa de
Datação: Século XX
Deus?
Características: coloquialidade;
PADEIRO
crítica social; ironia; ecletismo;
Morto?
marginalidade; realismo
MULHER, mais alto
Obras: Vestido de noiva (Nelson
Morto?
Rodrigues); Auto da Compadecida SACRISTÃO Morto, sim. Vou reclamar à
(Ariano Suassuna); Teatro do Prefeitura.
oprimido e outras poéticas PADEIRO, correndo e voltando-se do limiar
(Augusto Boal); O verdugo (Hilda verdade, morreu.
Hilst); Roda viva (Chico Buarque) MULHER
Ai, meu Deus, meu cachorrinho morreu.
Pós-modernismo
Concretismo Tropicália Literatura Marginal
Características: sintaxe Características: arte Características: ironia;
visual; sonoridade; popular; erudição; coloquialidade; crítica
racionalidade; vanguardismo; crítica social; marginalidade;
antiformalismo social; nacionalismo; realismo; melancolia
Autores: Ferreira Gullar; experimentalismo Autores: Paulo Leminski;
Décio Pignatari; Autores: Torquato Neto; Ana Cristina Cesar; João
Haroldo de Campos; Caetano Veloso; Tom Antônio; Rubem Fonseca;
Augusto de Campos Zé; Gilberto Gil Dalton Trevisan
Pós-modernismo
Realismo Mágico Existencialismo Neobarroco
Características: mito; Datação: Século XX Características: perda
coloquialidade; crítica Características: fluxo de do sujeito; religiosidade;
social; regionalismo; consciência; erotismo; dualismo; psicologismo;
fantástico; simbolismo; psicologismo; intimismo; superposição de espaço
subjetividade sentimentalismo e tempo; enlace de
Autores: Guimarães Autores: Hilda Hilst; narrativas; feminino
Rosa; Murilo Rubião; Clarice Lispector; Caio Autores: Lygia Fagundes
José J. Veiga Fernando Abreu Teles; Adélia Prado
Pós-modernismo
Pós-modernismo Minimalismo Metaficção
Características: ironia; Características: Historiográfica
ecletismo; pastiche; ausência/economia de Características: História;
paródia; subversão; recursos de narração objetividade; ironia;
experimentalismo (tempo, espaço e nexo); crítica social; realismo;
Escritores: Fernando paranoia; narcisismo; marginalidade
Sabino; Silviano erotismo; intimismo Escritores: João Ubaldo;
Santiago; Sérgio Escritores: João Gilberto Josué Guimarães; Ana
Sant'Ana Noll; Heloísa Seixas Maria Machado
Contemporâneo
Tendências contemporâneas: Autores de destaque:
→ Hipermodernismo → Itamar Vieira Júnior
→ Autoficção → Natalia Borges Polesso
→ Identitarismo → Milton Hatoum
→ Literatura de massa → Ferréz
→ Literatura digital → Ailton Krenak
→ Fantasia → Daniel Galera
Problemas gerais
1) Quais são os limites temporais e geográficos de um estilo de época ou
período literário?
2) Estilos de época/períodos literários manifestam-se de forma sincronizada
e são nomeados igualmente em todos os países?
O ensino de Literatura na Escola
→ Antiguidade Clássica
→ Trovadorismo
→ Humanismo/Classicismo
→ Quinhentismo
Europa → Barroco
→ Arcadismo/Neoclassicismo
→ Romantismo
→ Realismo/Naturalismo e Brasil
Parnasianismo/Simbolismo
→ Pré-modernismo
→ Modernismo
→ Pós-modernismo
A literatura portuguesa
Era Medieval Era Clássica Era Moderna Era Pós-moderna
Trovadorismo Classicismo Romantismo Pós-modernismo
Humanismo Cultismo Realismo
Arcadismo Naturalismo
Parnasianismo
Simbolismo
Modernismo
A literatura espanhola
Idade Média Era de Ouro Era de Prata Era Pós-moderna
Literatura épica Renascença (Anticlassicismo) Iluminismo Pós-modernismo
Canções líricas Gongorismo Romantismo
Romantismo tardio
Realismo
Modernismo
Vanguardismo
Neorrealismo
A literatura italiana
Origens Trecento Renascença Iluminismo
Literatura latina Doce estilo novo Humanismo vulgar Arcadismo
Canções líricas Humanismo Classicismo Neoclassicismo
Poesia religiosa Maneirismo
Literatura histórica Marinismo
A literatura italiana
Era Moderna Era Pós-moderna
Neoclassicismo Pós-modernismo
Romantismo
Realismo
Verismo
Decadentismo
Vanguardismo
Neorrealismo
A literatura francesa
Era Medieval Renascença Clássico Iluminismo
Canções de Gesta Humanismo Preciosismo Iluminismo
Teatro medieval A Plêiade Classicismo
A literatura francesa
Era Moderna Era Pós-moderna
Romantismo O absurdo
Realismo Nouveau roman
Naturalismo Pós-modernismo
Simbolismo
Parnasianismo
Vanguardismo
Modernismo
Existencialismo
A literatura inglesa
Idade Média Renascença Iluminismo Romântico
Inglês antigo Classicismo Barroco Romantismo
Inglês médio Neoclassicismo Gótico
A literatura inglesa
Vctoriano Moderno Pós-moderno
Literatura vitoriana Vanguardismo Pós-modernismo
Esteticismo Modernismo Metaficção
Realismo Poesia fragmentada
Cyberpunk Multiculturalismo
Literatura popular
A literatura alemã
Idade Média Renascença Iluminismo Moderno
Alto alemão antigo Humanismo Barroco Tempestade e Ímpeto
Alto alemão médio Barroco Classicismo Classicismo de Weimar
Romantismo
Biedermeier X Vormärz
Realismo
Naturalismo
Impressionismo
A literatura alemã
Século XX Era Pós-moderna
Simbolismo Literatura intercultural
Expressionismo Ficção científica
Vanguardismo Literatura Pop
Literatura Nazista X Exílio
Literatura do Holocausto
Problemas específicos
3) Até que ponto esse modelo de periodização dá conta de períodos em que
há grande multiplicidade estética?
4) Estilos de época/períodos literários podem influenciar na autonomia
literária de uma nação?
O projeto de identidade nacional
Era preciso “criar” o Brasil e o sentimento de pertencimento à nova
comunidade. [...] Logo, a tarefa que se impunha era dar a conhecer
o país e suas possibilidades, de forma a integrá-lo na civilização
ocidental. [...] Animada por uma visão cosmopolita, a elite agrária
escravista via na Europa o padrão de referência e na América
Latina o modelo a ser evitado (PESAVENTO, 1998, p. 23-24).
O projeto de identidade nacional
Nacionais — os cidadãos brasileiros — seriam os elementos da elite
branca e civilizada, escravista e proprietária de terras, que via no
endosso seletivo do liberalismo a forma de preservar os seus
privilégios diante do Estado Nacional nascente. [...] "Criollos"
seriam os negros, a maioria da população, que não era
contabilizada em termos identitários (PESAVENTO, 1998, p. 24).
O projeto de identidade nacional
A positividade das virtudes do índio era afirmada como
compensação simbólica diante da carência das tradições históricas
que a Europa esbanjava. Romantizado o contato com o homem
branco, [...] a literatura recriava o passado. Ao recuperar elementos
concretos da formação brasileira — a mestiçagem —, realizava
neles um deslizamento de sentido (PESAVENTO, 1998, p. 25).
A dependência cultural
o intelectual brasileiro [...] vivia circunscrito ao mundo dos setores
dominantes, isto é, à sociedade dependente. Dentro desses limites, cabia-lhe
portanto uma função específica: ele deveria se ocupar unicamente da
produção cultural da nação dependente a fim de lhe dar “foros” de civilização.
O padrão de civilização a que deveria se adequar era evidentemente o
europeu. [...] deveria importar modelos europeus para adornar a sociedade
dependente e torná-la “moderna” (WEBER, 1976, p. 70-71).
Modernismo: identidade e dependência
o Modernismo revela [...] uma adesão O significado de ruptura que a ele se
profunda aos problemas da nossa terra e poderia emprestar [...] se trata de uma
da nossa história contemporânea. [...] ruptura interna [...] de um mesmo
nenhum outro momento da literatura processo cultural, já que [...] a dimensão
brasileira é tão vivo sob este aspecto; mais expressiva do movimento de 22 é a
nenhum outro reflete com tamanho “reatualização da inteligência nacional”
fidelidade, e ao mesmo tempo com tanta [...] modernização necessária à
liberdade criadora, os movimentos da participação das classes dominantes no
alma nacional (CANDIDO; CASTELLO, mercado mundial (WEBER, 1976, p. 81).
1981, p. 9).
Norte
e Sul
O Sul colonizado
Literatura Literatura Africana Literatura Oriental
Latino-americana
→ Oralidade indígena → Antiguidade → Antiguidade
→ Literatura do → Era clássica
→ Literatura colonial
→ Literatura da
descobrimento
→ Literatura colonial → Idade Medieval
Independência → Literatura neo- → Renascimento
→ Literatura moderna africana → Era moderna
→ Realismo mágico → Pós-modernismo
→ Pós-modernismo → Afrofuturismo
O Norte colonizado
Literatura Literatura
Norte-americana Literatura Russa
Oceânica
→ Literatura colonial → Literatura colonial → Era Antiga
→ Gótico → Gótico → Era Pré-dourada
→ Transcendentalismo → Realismo → Era Dourada
→ Realismo → Modernismo
→ Imaginismo → Grunge lit → Era de Prata
→ Modernismo → Pós-modernismo → Era Soviética
→ Objetivismo → Pós-grunge lit → Era Pós-soviética
→ Pós-modernismo
Sul Global
Estudos pós-coloniais
Ontologias dos povos originários
Histórias interconectadas pelo colonialismo
Resistência ao imperialismo/capitalismo/modernidade
Revisão crítica do que foi estabelecido pelo colonialismo
"O Sul", de Jorge Luis Borges
a) Como a questão da dependência cultural emerge no conto "O Sul", de Jorge
Luis Borges?
b) Como a questão da identidade nacional emerge no conto "O Sul", de Jorge
Luis Borges?
Enredo de "O Sul"
→ Apresentação de Dahlmann: bibliotecário de ascendência crioula e
europeia, e dono de uma estância no Sul
→ Acidente, internação, diagnóstico de septicemia e alta
→ Rua Rivadavia e trem para o Sul
→ Parada na venda e conflito
O fantástico em "O Sul"
→ As diferenças de tradições representadas pelo que está em cada lado
da rua Rivadavia.
→ As estranhas coincidências e anacronismos ignorados por Dahlmann
o conduzem ao seu destino.
→ O destino faz das coincidências o caminho para Dahlmann acessar o
crioulismo.
O fantástico em "O Sul"
→ “[...] era como se a um tempo fôsse dois homens: o que avançava pelo dia
outonal e pela geografia da pátria, e o outro, enclausurado num sanatório e
sujeito a metódicas servidões”.
→ “A solidão era perfeita e talvez hostil, e Dahlmann pôde suspeitar que
viajava ao passado e não só ao Sul”.
→ “Dahlmann, dentro, acreditou reconhecer o proprietário; logo compreendeu
que sua semelhança com um dos empregados do sanatório o enganara”.
→ “Dahlmann não estranhou que o outro, agora, o conhecesse”.
→ “Era como se o Sul tivesse resolvido que Dahlmann aceitasse o duelo”.
O duplo em "O Sul"
a) Relato da doença a) Relato da recuperação
b) Buenos Aires, o presente b) O Sul, viagem ao passado
c) O homem vive o tempo c) O animal vive o tempo
da sucessão do instante
d) O bibliotecário d) O estancieiro
e) Morto pela doença e) Morto pela tradição
A literatura de conflito
A trama da literatura argentina é tecida com os fios de todas as culturas;
nossa situação marginal é a fonte de uma originalidade verdadeira, que
não se baseia na cor local (que prende a imaginação a um controle
empírico ou a confina a uma única poética), mas na livre aceitação da
influência: onde escritores europeus angustiam-se pelo peso de seus
antecessores, os rioplatenses se sentem livres do parentesco forçado
(SARLO, 1995, p. 24, tradução nossa).
O conflito em Borges
Colocado nos limites (entre gêneros literários, entre línguas, entre
culturas), Borges é o escritor "das margens", um marginal no centro, um
cosmopolita nas margens; [...] alguém que, paradoxalmente, constrói sua
originalidade na afirmação da citação, da cópia, da reescrita de textos
alheios, porque pensa, desde o início, na fundação da escrita a partir da
leitura, e desconfia, desde o início, da possibilidade de representação
literária do real (SARLO, 1995, p. 5-6, tradução nossa).
Outras formas de
categorização
Gênero Subgênero Temáticas
→ Épico-narrativo → Romance → Amor
→ Lírico → Conto → Sátira
→ Dramático → Crônica → Crítica social
→ Poema → Ficção científica
→ Canção → Fantasia
→ Teatro → Metaficção
Referências
AGUIAR E SILVA, Vítor Manuel de. Teoria da literatura. Coimbra: Almedina, 2006.
CANDIDO, Antonio; CASTELLO, J. Aderaldo. Presença da literatura brasileira: Modernismo. São
Paulo: Difusão Editorial, 1981.
LEENHARDT, Jaques; PESAVENTO, Sandra Jahaty (org.). Discurso histórico e narrativa literária.
Campinas: Editora da UNICAMP, 1998.
PROENÇA FILHO, Domício. Estilos de época na literatura. São Paulo: Ática, 2004.
REIS, Carlos. O conhecimento da literatura. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Na oficina do sociólogo artesão: aulas 2011-2016. São Paulo:
Cortez, 2018.
SARLO, Beatriz. Borges, un escritor en las orillas. Buenos Aires: Ariel, 1995.
WEBER, João Hernesto. Do modernismo à nova narrativa. Porto Alegre: Metrópole, 1976.
VILLAÇA, Nizia. Paradoxos do pós-moderno: sujeito & ficção. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996.