TEORIA GERAL DO
CONTRATO
Sumário
1. Elementos Essenciais do Contrato.....................................................................03
2. Princípios Contratuais........................................................................................04
3. Espécies de Contrato..........................................................................................05
4. Casos Práticos.....................................................................................................06
5. Considerações Finais..........................................................................................08
1. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO
O Código Civil Brasileiro estabelece, no artigo 104, os requisitos de validade do negócio
jurídico, aplicáveis aos contratos em geral:
a) Consentimento
É o acordo de vontades entre as partes contratantes. Deve ser livre, consciente e não
viciado (sem erro, dolo, coação ou fraude).
b) Objeto Lícito, Possível e Determinado
O objeto do contrato deve ser permitido por lei, possível (física e juridicamente) e
claramente definido.
c) Forma Prescrita ou Não Defesa em Lei
A forma do contrato pode ser livre, exceto quando a lei exigir forma específica (ex:
escritura pública para venda de imóvel acima de 30 salários mínimos).
Esses três elementos são indispensáveis para que o contrato seja juridicamente válido.
2. PRINCÍPIOS CONTRATUAIS
A teoria contratual moderna é orientada por princípios fundamentais que refletem a
evolução das relações privadas no Estado Democrático de Direito:
a) Autonomia da Vontade
As partes são livres para contratar ou não, escolher o conteúdo do contrato e com
quem contratar. Porém, essa liberdade encontra limites na lei e nos princípios sociais.
b) Boa-fé Objetiva
Implica comportamento ético, leal e transparente durante a formação e execução do
contrato. A boa-fé objetiva é um padrão de conduta exigido pelas partes.
c) Função Social do Contrato
O contrato deve atender não apenas aos interesses individuais das partes, mas
também aos interesses coletivos e valores sociais, como a dignidade da pessoa
humana, equilíbrio econômico e justiça contratual.
3. ESPÉCIES DE CONTRATO
A doutrina classifica os contratos em:
a) Contratos Nominados
São aqueles expressamente previstos no Código Civil ou em leis especiais, como:
Compra e venda (arts. 481 a 532, CC)
Locação (Lei do Inquilinato – Lei nº 8.245/91)
Doação, mútuo, comodato, prestação de serviço etc.
b) Contratos Inominados
São os não regulados de forma específica na legislação, mas permitidos com base na
autonomia privada. Ex: contratos de franquia, consórcio entre empresas, prestação de
serviço por aplicativo.
Esses contratos são válidos desde que respeitem os princípios contratuais e os
requisitos do art. 104 do Código Civil.
4. CASOS PRÁTICOS
A prática contratual enfrenta diversos desafios. Dois temas recorrentes são:
a) Cláusulas Abusivas (CDC)
O Código de Defesa do Consumidor (art. 51) declara nulas as cláusulas que:
Contrariam a boa-fé
Colocam o consumidor em desvantagem exagerada
Suprimem direitos essenciais
Exemplo: Multa excessiva por cancelamento, renovação automática sem aviso,
limitação de responsabilidade injusta.
b) Revisão Contratual
Com base nos princípios da função social e da boa-fé, o contrato pode ser revisto
judicialmente em casos de:
Onerosidade excessiva superveniente
Alteração imprevisível nas circunstâncias econômicas (ex: pandemia)
Desequilíbrio entre as prestações
Essa revisão é prevista no art. 478 do Código Civil, com base na teoria da imprevisão.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A teoria geral do contrato é um dos pilares do direito privado e exige constante
equilíbrio entre liberdade contratual e justiça social. O respeito aos princípios da boa-
fé e da função social garante contratos mais éticos, sustentáveis e compatíveis com os
valores constitucionais.