EU VEJO VOCÊ
Olhando para a nossa criança interior
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Por Daniela Silvares
Ilustrações de Tati Ostrock
Diagramação de Évelin Menegotto
2019
Copyright © 2019 por Daniela Silvares
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"A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou.
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde cou”
Fernando Pessoa
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Aos meus pais e a todo meu sistema familiar,
fonte da minha força e sustentação.
À criança que vive em mim e em você,
por nunca desistirem de nós.
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SUMÁRIO
Que bom que você está aqui! ................................................................................................ 5
O que é a criança interior? ...................................................................................................... 7
Olhando para mim com amor ................................................................................................ 9
Dores como portais ................................................................................................................... 11
Acessando a essência .............................................................................................................. 14
Cuidando da postura ............................................................................................................... 15
Vamos ao encontro? ................................................................................................................ 17
Curando nossa criança interior ........................................................................................... 22
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QUE BOM QUE VOCÊ ESTÁ AQUI!
Olá, tudo bem? Eu sou a Dani, lha do Edvaldo e
Cleusa. Sou casada com o João, mãe da Cecília e do
anjinho Joaquim. Também sou psicóloga, terapeuta da
criança interior e consteladora familiar.
E antes de me colocar à serviço da vida com essa
missão, quero compartilhar com você que eu também
precisei trilhar o caminho de resgate da minha criança
interior. Durante muitos anos carreguei dores da infância
e tive medo de olhar para minha história. Mas foi somente
após o encontro com minha criança interior, que muitas
coisas em minha vida começaram a se transformar.
Reconheci uma menina que precisava de acolhimento e
que esperou muito tempo por mim.
Hoje, levo esse trabalho a muitas pessoas, porque pude vivenciar a importância de
olharmos para nossa infância, para a criança que fomos um dia.
Que você possa olhar nos olhos da sua pequena criança e dizer: EU VEJO VOCÊ!
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O QUE É A CRIANÇA INTERIOR?
Todos nós temos uma criança interior. Trazemos internamente a criança que fomos
um dia e todas as experiências que ela vivenciou. Essa criança não cou lá atrás. Ela
segue aqui, dentro de nós. Tudo o que sentimos cou registrado, de forma consciente
ou inconsciente. E esses registros impactam diretamente a forma como nos
relacionamos hoje, na vida adulta.
Nossa infância sustenta o nosso agora. Nossa criança sustenta o adulto que somos.
“Só” por isso é tão fundamental olhar para nossa criança. “Só” por isso é tão
necessário acolher a nossa história, cuidar das dores que sentimos na infância e que
seguem se repetindo em outras relações.
É na infância que construímos nossas crenças sobre nós e sobre o mundo. À partir
das nossas internalizações, da forma como a criança interpretou e sentiu suas
próprias experiências.
Não mudamos o passado, mas podemos dar a ele um novo signi cado. E isso pode
mudar absolutamente tudo!
“A infância é o chão sobre o qual caminharemos o resto da nossa vida”
Lya Luft
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OLHANDO PARA MIM COM AMOR
Acolher nossa criança talvez seja um dos maiores presentes que podemos nos dar.
E há algo muito importante que você precisa saber: só nós podemos cuidar da nossa
criança. Só nós podemos resgatá-la. Ela não aceita que ninguém mais assuma isso.
Até reconhecer isso, passaremos uma vida esperando que o outro nos dê aquilo que
“faltou”. Exigiremos de nosso parceiro(a)s, lhos, pais, nossas necessidades não
atendidas.
Cabe a nós então, olharmos para essa criança. E talvez agora, possamos colocá-la
em nosso colo e dizer:
“Agora está tudo bem”
“Eu estou aqui com você”
“Você nunca mais estará sozinha”
“Eu cuido de você”
Negar ou negligenciar nossa criança é seguir nos abandonando. É seguir dizendo à
nós mesmos que não somos importantes. Agora você tem a chance de interromper
esse ciclo de dor: sua criança está a sua espera!
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DORES COMO PORTAIS
Todos nós trazemos dores da nossa infância, independente de como ela tenha sido.
Nossos pais nos deram o que puderam e, humanos como são, certamente falharam.
Assim como nós, como humanos que somos, já falhamos muitas vezes. Não se trata de
culpá-los. Mas é essencial que reconheçamos nossos registros de dor, para que não
sejamos mais reféns dessas feridas. A dor é sempre legítima.
Uma criança que sentiu que não tinha valor, que não tinha importância, pode se
tornar:
Ÿ Um adulto que despreza o valor e a importância dos outros, fazendo valer apenas
as suas vontades;
Ÿ Um adulto que anula seu valor e se sente insigni cante diante da vida (não se
coloca, não acha que tem algo a contribuir);
Ÿ Um adulto que acredita que para ter valor precisa fazer tudo perfeito, tornando-
se alguém extremamente exigente consigo e com os outros;
Uma criança que experimentou o medo de não ser amada pode se tornar:
Ÿ Um adulto que não prioriza suas necessidades colocando o outro sempre em
primeiro lugar como forma de “ganhar” o amor do outro;
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Ÿ Um adulto que se alimenta do reconhecimento, dos aplausos e validação externa,
assumindo aquilo que os outros esperam dele como forma de fugir da sensação
de rejeição;
Ÿ Um adulto que se compara muito e traz uma sensação de que sua vida é sempre
pior ou mais difícil do que a dos outros (vitimização);
Uma criança que se sentiu incapaz diante da vida, que internalizou que o mundo
não é con ável, pode se tornar:
Ÿ Um adulto que se fecha em seu próprio mundo, fugindo da intimidade nas
relações e desenvolvendo uma necessidade de compreender o mundo pela
“mente”;
Ÿ Um adulto que tem muito medo e por isso manifesta uma necessidade de
controlar as pessoas e situações, evitando imprevistos e riscos;
Ÿ Um adulto que vive a vida como se não houvesse amanhã, com uma postura
extremamente positiva diante da vida, como forma de fugir de uma realidade
dolorosa.
É importante compreendermos os mecanismos que desenvolvemos para fugir da
dor. As máscaras que colocamos e que acreditamos ser. Na verdade, as máscaras nos
escondem e somente a partir do contato com nossas feridas, com o cuidado com a
nossa criança interior, poderemos seguir mais livres, manifestando quem realmente
somos!
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Há algo muito especial aqui: em toda criança habita uma essência. Uma essência
que não é afetada diante dos acontecimentos. Não importa o que tenha acontecido,
não importa quais tenham sido os registros de dor. Não importa quais tenham sido as
máscaras colocadas. Absolutamente nada pode afetar essa essência. Ela segue
intacta.
E quando nos permitimos olhar para essa criança, quando escolhemos cuidar de
nós com uma postura autorresponsável, podemos acessar essa essência. Uma
essência que nos remete a nossa luz, a nossa coragem. Que nos reconecta com aquilo
que realmente é importante para nós. Com o simples, com o belo. Com nossa
espontaneidade, com nossa força vital. Com os nossos sonhos.
Quando atravessamos as dores, podemos acessar a força.
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CUIDANDO DA POSTURA
Nesse caminho se faz necessário algumas condições. Abrir mão da vítima que nos
habita é uma delas. Assumir a nossa responsabilidade pela nossa vida e pela forma
como encaramos nossa história, também é uma das condições. Não dá para seguir
sem essa postura. É essencial que comecemos a reconhecer que precisamos cuidar
das dores, mas podemos abrir mão dos dramas.
Seguir apegados aos dramas, seguir com uma postura de acusação para justi car
nossas dores, só nos distanciará do processo de cura. Cada um de nós tem uma
história e é com ela que precisamos lidar. Nossa força vem da nossa história.
Seguir com as acusações é seguir se distraindo. E distração é tudo aquilo que tira a
nossa força e o foco do que realmente importa.
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VAMOS AO ENCONTRO?
Mais importante do que entender seu processo, é vivenciá-lo. É se permitir acessar
sua criança, que há muito tempo espera por esse encontro. Trago 4 exercícios como
proposta, que você pode fazer em 4 dias consecutivos ou fazer 1 exercício por
semana. Também poderá repetí-los sempre que sentir vontade. Aqui não há certo e
errado.
Os encontros com sua criança trarão à tona o que é importante naquele momento!
Exercício 1: Carta à sua criança
Pegue papel e caneta. Procure uma foto da sua criança. Sente-se em algum lugar
confortável e que alguns minutos olhando para sua foto. Se permita olhar nos olhos
da sua criança, senti-la próxima de você. Deixe que um lme da sua infância passe por
você, resgatando memórias e sentimentos.
Quando se sentir preparada: escreva uma carta para sua criança, dizendo o quanto
ela é importante, o quanto é amada por você. Sinta a mensagem que você precisa
entregar à sua criança! Permita que a escrita ua do seu coração!
Minha amada criança...
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Exercício 2: Converse com sua criança
Se nossa criança vive em nós, podemos acessá-la sempre que precisarmos. Esse é
outro recurso simples e que pode promover trocas muito importantes!
Pegue duas almofadas, papel e caneta. Coloque as almofadas de frente uma com a
outra e sente-se em uma delas. Feche seus olhos por alguns instantes e imagine sua
criança entrando pela porta e se sentando na almofada bem à sua frente. Observe sua
idade, como ela está vestida. Se conecte com ela.
Em seguida, abra os olhos e com sua mão dominante, escreva alguma pergunta
para sua criança. A pergunta que vier. Quando terminar, mude de posição e sente-se
na almofada da sua criança. Nesse lugar, você responderá à pergunta como criança,
agora escrevendo com a mão não dominante.
Após responder, volte a almofada que você estava, e agora como adulto escreva
outra pergunta, com sua mão dominante. Para responde-la, mude de almofada, e use
sua mão não dominante.
Você pode fazer quantas perguntas quiser!
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Exercício 3: Acolha sua criança
Para esse exercício você vai precisar de uma almofada, papel e caneta. Se possível,
coloque uma música relaxante para embalar sua experiência.
Te convido a sentar-se no chão ou em sua cama e relembrar uma cena dolorosa
vivida por sua criança interior. Uma cena que tenha marcado sua infância ( que com a
primeira cena que vier a sua mente). Agora reconheça os sentimentos da sua criança,
o que ela pensou sobre si mesma nesse momento. Anote no papel: O que ela sentiu? O
que acreditou sobre si mesma, sobre a vida?
Após re etir sobre o que sua criança vivenciou, pegue a almofada que você separou
para o exercício e a coloque-a sobre seu colo. Feche seus olhos e imagine que essa
almofada é sua criança, a criança daquela cena. Dê colo, carinho e ofereça aquilo que
ela precisa. Abrace-a profundamente. Diga a ela as frases que vierem, frases de cura.
Ÿ Eu estou aqui com você;
Ÿ Eu cuido de você;
Ÿ Eu vejo você;
Ÿ Não é culpa sua;
Ÿ Para mim, você é muito importante;
Ou você pode criar as suas próprias frases de cura! Esse é um processo intuitivo,
con e naquilo que estiver sentindo!
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Exercício 4: Desperte sua criança
Uma das formas de acordar nossa criança é usando nosso corpo. Te convido agora a
pensar nas músicas que embalaram sua infância. Que músicas você ouvia? Que
músicas você dançava? Como você se sentia quando podia se expressar através da
dança? Ou se você não pôde se expressar lá atrás, que tal tentar agora?
Nessa hora, nossas vozes internas podem gritar que isso é besteira, que é ridículo.
Sorria para essas vozes e siga mesmo assim! Se você tiver lhos, pode convidá-los a
participar!
Selecione algumas músicas que zeram parte da sua infância e se permita dançar,
se permita pular, se permita sorrir!
Coragem, sua criança ainda vive em você!
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CURANDO NOSSA CRIANÇA INTERIOR
Na verdade, nossa criança não precisa de cura. São as dores que habitam nossa
criança que precisam ser curadas. E o processo com nossa criança é contínuo, ou seja,
não acaba.
O mais importante é termos essa consciência e que a cada situação em que
experimentarmos as dores e os medos, possamos nos acolher. Possamos nos abraçar.
Possamos olhar nos olhos da nossa criança e dizer: está tudo bem, estamos juntas
nessa! Algo muito especial acontece quando decidimos cuidar de nós, da nossa
criança: ela também cuida da gente!
Em muitos momentos, poderemos acessar essa criança para buscar a coragem.
Para nos conectar com a essência. Muitas vezes, será nossa criança que nos dirá: está
tudo bem agora! Você é importante! Eu con o em você!
Minha criança segue de mãos dadas comigo. Por onde eu for. Muitas vezes, fui eu, a
adulta, que a peguei no colo. Outras vezes, foi ela, aquela pequena criança, que me
encorajou a seguir.
Desejo que você também dê as mãos a sua linda criança e que possam seguir esse
caminho juntas!!
Um beijo!
Dani
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"Não importa o que zeram conosco,
o que importa é aquilo que fazemos
com o que zeram de nós".
Jean Paul Sartre
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