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O documento aborda a evolução da poesia e prosa na literatura brasileira, destacando movimentos como o modernismo e pós-modernismo. Inclui análises de obras e autores, como José Paulo Paes e Caio Fernando Abreu, explorando temas como existencialismo, memorialismo e a busca por identidade. Também discute a relação entre a literatura e questões sociais, políticas e filosóficas contemporâneas.

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O documento aborda a evolução da poesia e prosa na literatura brasileira, destacando movimentos como o modernismo e pós-modernismo. Inclui análises de obras e autores, como José Paulo Paes e Caio Fernando Abreu, explorando temas como existencialismo, memorialismo e a busca por identidade. Também discute a relação entre a literatura e questões sociais, políticas e filosóficas contemporâneas.

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UNICAMP

PROSAS SEGUIDAS DE ODES MÍNIMAS


(1992)

JOSÉ PAULO PAES


MODERNSIMO III FASE (1945 - 1960)
PÓS MODERNISMO (1960 – Atualidade)

POESIA
ANÁLISE SOBRE SUJEITO - EXISTENCIALISMO
MEMORIALISMO

IRONIA

REFLEXÃO ESTÉTICA

ESTAR NO MUNDO
COMPOSIÇÃO DA OBRA

PROSAS ODES MÍNIMAS

forma natural de falar ou escrever Entre os antigos gregos, poema lírico


(por oposição a verso). Recurso destinado ao canto.
literário caracterizado pela Poema lírico composto de estrofes de
exposição do pensamento de forma versos com medida igual, sempre de
objetiva tom alegre e entusiástico.
ESCOLHA DE UM TÚMULO

Mais bien je veus qu'un arbre


m'ombrage au lieu d'un marbre.
Ronsard

Onde os cavalos do sono


batem cascos matinais.

Onde o mundo se entreabre


em casa, pomar e galo.

Onde ao espelho duplicam-se


as anêmonas do pranto.

Onde um lúcido menino


propõe uma nova infância.

Ali repousa o poeta.

Ali um voo termina,


outro voo se inicia.
@professorflaviobrito
A CASA

Vendam logo esta casa, ela está cheia de fantasmas. Na cozinha, uma avó que conta noite e dia histórias do
outro mundo.
Na livraria, há um avô que faz cartões de boas-festas com
corações de purpurina. No quintal, um preto velho que morreu na Guerra do Paraguai
rachando lenha.
Na tipografia, um tio que imprime avisos fúnebres e programas
de circo. E no telhado um menino medroso que espia todos eles; só que
está vivo: trouxe-o até ali o pássaro dos sonhos.
Na sala de visitas, um pai que lê romances policiais até o fim
dos tempos. Deixem o menino dormir, mas vendam a casa, vendam-na
depressa.
No quarto, uma mãe que está sempre parindo a última filha.
Antes que ele acorde e se descubra também morto.
Na sala de jantar, uma tia que lustra cuidadosamente o seu
próprio caixão.

Na copa, uma prima que passa a ferro todas as mortalhas


da família.

@professorflaviobrito
@professorflaviobrito
CANÇÕES ESCOLHIDAS
CARTOLA
O mundo é um moinho
Abismo que cavaste com teus pés
Ainda é cedo, amor
Ainda é cedo, amor Mal começaste a conhecer a vida
Mal começaste a conhecer a vida Já anuncias a hora de partida
Já anuncias a hora de partida Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar Preste atenção, querida
Presta atenção, querida Embora eu saiba que estás resolvida
Embora eu saiba que estás resolvida Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em cada esquina cai um pouco tua vida Em pouco tempo não serás mais o que és
Em pouco tempo não serás mais o que és Ouça-me bem, amor
Ouça-me bem, amor Preste atenção, o mundo é um moinho
Preste atenção, o mundo é um moinho Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho Vai reduzir as ilusões a pó
Vai reduzir as ilusões a pó Presta atenção, querida
Preste atenção, querida De cada amor, tu herdarás só o cinismo
De cada amor, tu herdarás só o cinismo Quando notares, estás à beira do abismo
Quando notares, estás à beira do abismo Abismo que cavaste com teus pés

@professorflaviobrito
Alice no país das
maravilhas
Lewis Carroll
MARAVILHOSO NONSENSE

O elemento maravilhoso em uma O nonsense é um elemento típico da


narrativa é aquilo que irrompe literatura inglesa do século XIX, e foi
subitamente no mundo real, negando ou Lewis Carroll quem mais inventivamente o
contradizendo suas regras: é algo utilizou. Caracterizado pelo emprego do
mágico ou absurdo que, de repente, se absurdo, o nonsense é uma forma
manifesta em meio ao universo cotidiano. literária que, por meio da subversão da
Trata-se de uma característica que, na linguagem (as situações absurdas, a
verdade, remonta aos contos de fadas. impressão de um mundo de pernas para
o ar)
@professorflaviobrito

A VIDA NÃO É ÚTIL (2020)

AILTON KRENAK
@professorflaviobrito
CONTEMPORANEIDADE – HIPERMODERNIDADE

Narrativa Aberta – Não Linear

NARRATIVA REFLEXIVA Narrador Participante – História Viva

QUESTIONAMENTOS FILOSÓFICOS / POLÍTICOS Linguagem Clara e Reflexiva

O MUNDO E SEU SENTIDO Descritivismo Filosófico

A ECONOMIA – A SOCIEDADE E A FLORESTA Caráter Denunciativo

O PAPEL DO HOMEM NO MUNDO Existência Material - Mercadoria

Natureza na existência humana

Corpo – Terra - Natureza


EXISTENCIAL / SOCIAL
De (s) colonialismo do Pensamento

Ter a Terra x Pertencer a Terra


A VIDA NÃO É ÚTIL (2020)
AILTON KRENAK

A VIDA NÃO É ÚTIL

@professorflaviobrito
Quando os índios falam: “A Terra é nossa mãe”, os outros dizem: “Eles são tão poéticos, que imagem mais bonita!”. Isso
não é poesia, é a nossa vida. Estamos colados no corpo da Terra, quando alguém a fura, machuca ou arranha,
desorganiza o nosso mundo. Cada indivíduo dessa civilização que veio para saquear o mundo indígena é um agente ativo
dessa predação. E estão crentes de que estão fazendo a coisa certa. Talvez o que incomode muito os brancos seja o fato
de o povo indígena não admitir a propriedade privada como fundamento. É um princípio epistemológico. Os brancos
saíram, num tempo muito antigo, do meio de nós. Conviveram com a gente, depois se esqueceram quem eram e foram
viver de outro jeito. Eles se agarraram às suas invenções, ferramentas, ciência e tecnologia, se extraviaram e saíram
predando o planeta. Então, quando a gente se reencontra, há uma espécie de ira por termos permanecido fiéis a um
caminho aqui na Terra que eles não conseguiram manter. Acontece que a mudança do clima no planeta não deixa ninguém
de fora, então, mesmo que tardiamente, está sendo despertada uma consciência de que os povos originários, em
diferentes lugares do mundo, ainda guardam vivências preciosas que podem ser compartilhadas — eles também estão
ameaçados. O que nos resta é viver as experiências, tanto a do desastre quanto a do silêncio. Às vezes nós até queremos
viver a experiência do silêncio, mas não a do desastre, pois é muito dolorosa. Nós, Krenak, decidimos que estamos dentro
do desastre, ninguém precisa vir tirar a gente daqui, vamos atravessar o deserto, temos que atravessar. Ou toda vez que
você vê um deserto você sai correndo? Quando aparecer um deserto, o atravesse

@professorflaviobrito
@professorflaviobrito

MORANGOS MOFADOS (1982)


Caio Fernando Abreu
PÓS MODERNISMO – CONTEMPORANEIDADE (1960 – Atualidade)

A geração de 1970 da literatura brasileira apresenta um conteúdo “brutalista”,


jornalístico e documental, tendo em vista o impacto da ditadura militar no Brasil, nos
meios políticos, sociais e culturais. Contudo, mesmo com o autoritarismo que
promoveu a opressão e violência, como a censura, a ditadura não possibilitou um
isolamento cultural no Brasil e a juventude intelectual procurou “os apelos da
contracultura que reclamavam o lugar, ou os múltiplos lugares, do sujeito, as
potências do desejo, a liberdade sem peias de imaginação”

Textos profundamente melancólicos, estilo confessional, prosa existencialista, narrativas que


emulam o fluxo de consciência, tramas com alto teor homoafetivo e pegada fortemente visceral
CONTOS REFLEXIVOS: EU FRAGMENTADO

A REALIDADE HISTÓRICA

SEXUALIDADE ACEITAÇÃO DO
BUSCA DE UMA
X SER SOCIAL
IDENTIDADE
NORMAS SOCIAIS

Segundo o crítico Bruno Leal: “os sujeitos homoeróticos que marcam a produção do escritor tornam-se estranhos ao
ambiente heterocentrado e, por isso, são marginalizados, advindo disso a dificuldade de construção de identidades fixas e
a presença de histórias que apontam uma reflexão sobre a existência e a relação do “eu” com o mundo e que se
constituem através de uma estrutura fragmentada”

@professorflaviobrito
@professorflaviobrito

MORANGOS MOFADOS (1982)


Caio Fernando Abreu

O MOFO Diálogo
DIÁLOGO B: Não me confunda. Tem alguma coisa atrás, eu sei.
Para Luiz Arthur Nunes A: Atrás do companheiro?
B: É.
A: Você é meu companheiro. A: Não.
B: Hein? B: Você não sente?
A: Você é meu companheiro, eu disse. A: Que você é meu companheiro? Sinto, sim. Claro que eu
B: O quê? sinto. E você, não?
A: Eu disse que você é meu companheiro. B: Não. Não é isso. Não é assim.
B: O que é que você quer dizer com isso? A: Você não quer que seja isso assim?
A: Eu quero dizer que você é meu companheiro. Só isso. B: Não é que eu não queira: é que não é.
B: Tem alguma coisa atrás, eu sinto. A: Não me confunda, por favor, não me confunda. No
A: Não. Não tem nada. Deixa de ser paranóico. começo era claro.
B: Não é disso que estou falando. B: Agora não?
A: Você está falando do quê, então? A: Agora sim. Você quer?
B: Eu estou falando disso que você falou agora. B: O quê?
A: Ah, sei. Que eu sou teu companheiro. A: Ser meu companheiro.
B: Não, não foi assim: que eu sou teu companheiro. B: Ser teu companheiro?
A: Você também sente? A: É.
B: O quê? B: Companheiro?
A: Que você é meu companheiro? A: Sim.

@professorflaviobrito
B: Eu não sei. Por favor, não me confunda. No começo era
claro. Tem alguma coisa atrás, você não vê?
A: Eu vejo. Eu quero.
B: O quê?
A: Que você seja meu companheiro.
B: Hein?
A: Eu quero que você seja meu companheiro, eu disse.
B: O quê?
A: Eu disse que eu quero que você seja meu
companheiro.
B: Você disse?
A: Eu disse?
B: Não. Não foi assim: eu disse.
A: O quê?
B: Você é meu companheiro.
A: Hein?
(ad infinitum)

@professorflaviobrito
CASA VELHA
Machado de Assis
LALAU (Cláudia)
suposta protagonista, agregada por natureza, era como se fosse da Casa, era como se fosse filha.

DONA ANTONIA
a dona da Casa, dona por natureza, a representação da dona daquele tipo de Casa, uniformizada e refém dela
por ofício, ofício de Dona, dona de um filho, Félix. (Aproximadamente 46/48 anos)

FÉLIX
o mocinho, filho por natureza, aparentemente altivo e inteligente, costumado a ouvir, quis se fazer ouvir pelo breve
amigo, o Cônego.

CÔNEGO
o nosso narrador, homem por natureza e por natureza homem. (Aproximadamente 32 anos)

REVERENDO MASCARENHAS (Padre de acompanhava a família de D. Antônia)


D. MAFALDA (Amiga da Família e tia de Lalau)
VITORINO ( Filho do segeiro que conserta as carruagens)
CORONEL RAIMUNDO (Tio do jovem Félix – Nacionalista de D. Pedro)
SENHORINHA (Jovem de posses e boa família – aristocrata)
Vida e Morte de M. J. Gonzaga
de Sá (1919)
Lima Barreto
PERSONAGENS PRINCIPAIS

Augusto Machado – mulato, 20 e poucos anos, funcionário público, alter ego do autor

Manoel Joaquim Gonzaga de Sá – ao redor de 60 anos, funcionário público, intelectual

PERSONAGENS SECUNDÁRIAS

Barão de Inhangá – diretor na Secretária dos Cultos onde trabalha Gonzaga de Sá


Escolástica – tia de Gonzaga de Sá que morava com ele
Inácio – preto velho que trabalha para Gonzaga de Sá
Romualdo de Araújo – compadre de Gonzaga de Sá que falece ao longo do romance
Frederico – filho de Romualdo, adotado por Gonzaga de Sá após a morte daquele
Xisto Beldroegras – bacharel em direito, colega de Gonzaga de Sá, protótipo do burocrata
Olhos D'agua
Conceição Evaristo
EXPLORAÇÃO ALIENAÇÃO
SOCIAL SOCIAL
PÓS MODERNISMO
CONTEMPORANEIDADE

QUESTÕES SENTIDO
IDENTITÁRIAS EXISTENCIAL
A pós-modernidade consiste
no ambiente em que a
sociedade pós-moderna está
inserida, caracterizada pela VISÃO CONDIÇÃO
globalização e domínio do FRAGMENTADA FEMININA
sistema capitalista.

VIOLÊNCIA ORGANIZAÇÃO
FEMININA SOCIAL

@professorflaviobrito
Niketche
Uma história de poligamia

CHIZIANE Paulina
PERSONAGENS
•Tony ou António Tomás: marido de Rami.
•Rami ou Rosa Maria: esposa de Tony.
•Julieta: segunda mulher de Tony.
•Luísa: terceira mulher de Tony.
•Saly: quarta mulher de Tony.
•Mauá: quinta mulher de Tony.
•Eva: “amiga” de Tony, ajuda no funeral.
•Gaby: mulher que viajou com Tony para Paris.
•Saluá: escolhida pelas esposas e rejeitada por Tony.
•Levy: irmão de Tony.
•Maria: tia de Rami.
•Vito: amante de Luísa e Rami.

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